assegurando a resiliência climática
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assegurando a resiliência climática
Novembro de 2013 ASSEGURANDO A RESILIÊNCIA CLIMÁTICA Como seguradoras estão reagindo à mudança climática. E como elas podem ser parte de uma reação governamental eficaz. Reflexões a partir de uma pesquisa global da UNEP FI sobre a indústria de seguros AVISO As informações contidas no relatório destinam-se apenas para fins informativos e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. O conteúdo do relatório é fornecido com o entendimento de que os autores e editores não estão empenhados para prestar aconselhamento sobre questões profissionais e serviços jurídicos, económicos ou outros. Subsequentemente, a UNEP FI também não é responsável pelo conteúdo de sites e recursos de informação que podem servir de referência no relatório. O acesso facilitado a estes locais não constitui um endosso pela UNEP FI dos patrocinadores dos sites ou das informações nela contidas. 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Esta publicação é impressa em papel 100% reciclado, usando vegetais – tintas baseadas e outras práticas ambientalmente responsáveis. Nossa política de distribuição visa reduzir a emissão de carbono da UNEP. CONTEÚDO Sumário Executivo 1. Introdução 2. Relevância das mudanças climáticas 3. Reagindo às mudanças climáticas 4. Medidas para construir resiliência climática 5. O papel dos governos 6. Interação dos stakeholders Referências Anexo 1: Questionário de pesquisa Anexo 2: Perfil dos entrevistados Anexo 3: Perfil dos produtos de seguro Agradecimentos SUMÁRIO EXECUTIVO Este relatório baseia-se na experiência acumulada do setor de seguros e sua especialidade em gestão e transferência de risco para informar o trabalho da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) sobre a forma como o seguro pode ser usado para ajudar os países que estão mais vulneráveis a perdas e danos a partir de mudanças climáticas. A informação é baseada em uma pesquisa com organizações de seguros conduzida pela Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP FI). Os entrevistados representam uma ampla gama de países, organizações e responsabilidades funcionais. A indústria de seguros tem percebido que as mudanças climáticas são um verdadeiro desafio que hoje está aumentando o risco para seus clientes. A ameaça é mais aparente em seguros de propriedade, onde já pode ser visto em dados de sinistros de seguro. Espera-se que os efeitos se espalhem nos próximos anos para outros grandes ramos de seguro, como vida, acidentes e seguro de saúde, que também são áreas importantes para o setor público. A indústria de seguro já está se adaptando às mudanças climáticas. Ambas as seguradoras locais e internacionais estão buscando ativamente melhorias na gestão e transferência de riscos. Surpreendentemente, as seguradoras veem o controle de risco (ou seja, a gestão de riscos físicos, incluindo a identificação, prevenção e redução de riscos) como mais eficaz e benéfico para a sociedade do que simplesmente transferir os riscos das partes para as seguradoras através do seguro. Assim, medidas como controle de enchentes, regulação do uso do solo e melhoria de drenagem são vistos como questões de alta prioridade. Haverá sempre um risco residual após um processo de controle de risco, e, no contexto de fazer com que a transferência de risco seja acessível às comunidades vulneráveis, as seguradoras acreditam que a melhor abordagem de seguro é uma colaboração público-privada. Isto combina a autoridade do governo para exigir certas medidas com a inovação e custo-eficiência do setor privado, o que libera recursos públicos para outras necessidades prioritárias. Estrategicamente, os melhores caminhos para que a intervenção do governo promova o desenvolvimento dos mercados de seguros são gestão de desastres mais eficazes e a melhora da base de conhecimentos através de uma melhor disponibilidade, confiabilidade e acessibilidade de dados meteorológicos, onde a regulamentação (incluindo subsídios) é vista como menos eficaz. A principal mensagem é que a eficácia de todas as três estratégias é mais elevada a nível nacional. Este é o nível em que as principais decisões de alocação de recursos organizacionais e são feitos nos setores público e privado. A dimensão internacional também é importante para a base de conhecimento, devido à necessidade de cooperação internacional na coleta, padronização e análise de dados, que são relevantes para a regulação e gestão de risco. Finalmente, a ação a nível local é fundamental para a gestão de riscos, já que a forma e a intensidade dos diferentes riscos vão depender das características locais de onde eles se materializar. Especificamente, as seguradoras acreditam que as principais e mais eficazes formas de intervenção do governo devem ocorrer em diferentes níveis: As intervenções do governo no plano internacional devem se concentrar em melhorar a base de conhecimento. Estes incluem a pesquisa de adaptação às alterações climáticas no contexto da gestão de riscos e seguros; melhorias na disponibilidade, confiabilidade e acessibilidade do tempo e do clima de dados, o desenvolvimento de modelos de perda que correlacionam dados meteorológicos e estatísticas de ativos (por exemplo, humano, renda, propriedade), e a promoção do diálogo sobre estas questões entre os stakeholders relevantes. As intervenções do governo no nível local deve se concentrar na melhoria do risco físico e gestão de desastres. Estes incluem melhorias na prevenção de inundações e sistemas de controle; melhorias nos sistemas de drenagem; melhorias no uso da terra, planejamento e gestão; melhorias no planejamento e gestão de desastres, e melhorias na capacidade de resistência e segurança da infraestrutura (incluindo o reforço e aplicação de códigos de construção). As intervenções do governo em nível nacional devem concentrar-se nas questões acima referidas, bem como o estabelecimento de abordagens de gestão integrada dos riscos e soluções de transferência de risco, incluindo parcerias com o setor de seguros (ou seja, público-privado); melhorias no zoneamento costeiro (por exemplo, vento, inundações, terra); melhorias na gestão, conservação e recuperação dos ecossistemas; melhorias nas estatísticas de ativos (por exemplo, humanos, rendimentos, propriedade), incluindo a vulnerabilidade de ativos e distribuição geográfica de seus valores, e a ação de promover a litertura de seguros. Além disso, as seguradoras acreditam que intervenções regulatórias do setor de seguros serão mais eficazes se realizadas a nível nacional. Dada à importância percebida e eficácia da intervenção governamental a nível nacional pode-se argumentar que o principal papel da comunidade internacional (através, por exemplo, o regime internacional sobre mudança climática) poderia ser a de apoiar os governos nacionais dos países em desenvolvimento para realizar estas ações. 1. INTRODUÇÃO Dados de sinistros de seguro globais mostram um rápido aumento na perda e nos danos causados por eventos climáticos extremos. Apesar das mudanças nos fatores sócio-econômicos terem acontecido, ainda há uma tendência ascendente distinta, o que parece confirmar que o efeito da mudança climática já está presente (Swiss Re, 2012; Munich Re, 2013). Os mais afetados por esta evolução negativa são as comunidades de baixa renda em países em desenvolvimento onde, em contraste com os países desenvolvidos, não há capacidade suficiente para se adaptar (IPCC, 2012). Com as mudanças climáticas em curso, as comunidades vulneráveis serão ainda mais impactadas. Apesar dos esforços passados, atuais e futuros para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, as alterações climáticas continuará a se desdobrar, intensificando perdas e danos devido a eventos climáticos extremos, como inundações, tempestades, furacões e secas, bem como eventos lentos de início, como elevação do nível do mar, a desertificação e o desaparecimento de geleiras (IPCC, 2012). Neste contexto, o Programa de Trabalho por Perdas e Danos e dentro do processo da UNFCCC visa informar uma decisão sobre como a comunidade internacional, por meio de seu regime global sobre mudanças climáticas pode, deve ou vai apoiar os países em desenvolvimento em particular para lidar com a perda e danos associados com as implicações meteorológicas e hidrológicas das mudanças climáticas. O seguro é uma das possíveis abordagens a serem investigados (UNFCCC, website). A indústria de seguros tem acumulado uma vasta experiência e conhecimento em gestão de risco 1 e transferência de riscos2 relativos a eventos climáticos, como tempestades, inundações e secas. Melhorar a gestão do risco físico suporta diretamente o benefício de transferência de risco proporcionada pela cobertura de seguro, reduzindo o risco e pode trazer benefícios para todas as partes expostas (Santam et al., 2012). É natural, portanto, ouvir a opinião da indústria de seguros sobre esses aspectos da política de adaptação. É verdade que, no momento, a penetração de seguros nos países em desenvolvimento, particularmente entre comunidades de baixa renda vulneráveis, é insuficiente e muito menos do que em países-OCDE (esta é precisamente uma das principais deficiências que este estudo aborda) (UNFCCC, 2008). No entanto, o setor de seguros já está se esforçando para expandir o seu papel nessas regiões, como este relatório vai mostrar. Este relatório de pesquisa foca na possível redução da vulnerabilidade e como ele pode ser alcançado, envolvendo o setor de seguros. O seguro é um investimento na proteção de ativos e atividades, o que pode diminuir a vulnerabilidade das comunidades e, portanto, aumentar a sua capacidade de resiliência. Isto é especialmente importante para os países em desenvolvimento, onde as perdas causadas por impactos das mudanças climáticas são esperados que sejam muito altas. Portanto, mobilizar as seguradoras para oferecer serviços de gestão de riscos e produtos de transferência de risco para as comunidades vulneráveis é um desafio importante. Através de uma pesquisa global no quarto trimestre de 2011, a UNEP FI conheceu mais de 50 organizações de seguros ao redor do mundo que estão respondendo às mudanças climáticas. As principais mensagens são altamente relevantes hoje. 1 A gestão de risco aqui é definida como as atividades auxiliares envolvidos em lidar com riscos. Estas incluem de riscos período, a avaliação do risco, medidas de prevenção de perdas, e as medidas de redução de perdas. 2 A transferência de risco aqui é definida como as atividades de seguros do núcleo. Estes incluem subscrição de riscos (juntando termos e condições de seguro para situações individuais, desenvolvimento de produto (projetar produtos de seguros generalizados), gestão de sinistros e resseguro. Criticamente, UNEP FI perguntou o que as companhias de seguros precisam dos governos e reguladores a nível local, nacional e internacional para fazer com que as habilidades de sua gestão de risco e de transferência de risco sejam mais acessíveis para as comunidades vulneráveis dos países em desenvolvimento. Dentro do processo da UNFCCC, a discussão centra-se na exploração de uma variedade de abordagens e mecanismos potenciais, incluindo uma instalação internacional, para tratar de perdas e danos associados com os efeitos adversos da mudança do clima (UNFCCC, website). Esta pesquisa sugere que o uso das estruturas existentes e envolver o setor privado podem ser um elemento importante em qualquer solução, e pode servir como suporte para um mecanismo institucional mais complexo. O envolvimento do setor privado poderia facilitar a implementação de novas medidas, ser mais rentável e reduzir as exigências sobre as finanças públicas. Ao mesmo tempo, existem outros importantes processos de políticas públicas internacionais, estruturas e plataformas que possam explorar i) o papel e o potencial da indústria de seguros na construção e catalisação de resiliência e ii) o papel dos governos e reguladores para facilitar isso. Estes incluem: O quadro pós-2015 para a Redução do Risco de Desastres, que sucederá o "Quadro de Ação de Hyogo 20052015: reforço da resiliência das nações e comunidades a desastres" A Agenda de Desenvolvimento pós-2015, que irá suceder os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU O Quadro Global para Serviços Climáticos A Cúpula Humanitária Mundial 2016 Os resultados desta pesquisa podem ajudar os formuladores de políticas de orientação para as políticas públicas que irão mobilizar a expertise de gestão de risco e os recursos da indústria global de seguros, a fim de ajudar a enfrentar o desafio da construção comunidade e economias resilientes aos desastres climáticos. 2. RELEVÂNCIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Os entrevistados na pesquisa acreditam esmagadoramente que a mudança climática é real (ver anexo 2). Um fator-chave que sustenta a consciência e aceitação de uma mudança climática por atores na indústria de seguros são dados os créditos de seguros em si. Isto sugere que o impacto da mudança climática já é evidente. Assim, os entrevistados acreditam que os riscos relacionados com o clima são relevantes para as atividades de gerenciamento de riscos e de transferência de riscos de suas empresas. Os participantes foram convidados a marcar a relevância das mudanças climáticas, de 0 (não relevante) a 3 (muito relevante). Em geral, as seguradoras atualmente consideram os riscos relacionados com o clima de “baixo” a “relevância moderada” (ver Figura 1, todas as linhas). Eles também acreditam que as mudanças climáticas e estas mudanças relacionadas a paisagens vão ganhar mais importância ao longo da próxima década e posteriormente, atingindo um nível de “relevância mdoerada” em todas as linhas de negócios. No entanto, para a propriedade, os riscos climáticos já estão nesse nível, a avançar para a “alta relevância” nos próximos anos (ver Figura 1, de propriedade). Isto coincide com os estudos anteriores, explicando como a indústria já enfrentou maiores perdas nesta área (Długołęcki et al, 1995;.. Vellinga e Mills et al 2001; A Associação de Genebra de 2009;. Długołęcki et al, 2009; Mills, 2009). Figura 1 Relevância das mudanças climáticas para gestão e transferência de riscos por parte das seguradoras. A relevância foi ranqueada em uma escala de 0 = “irrelevânte” a 3 = “alta relevância”. A tendência de aumento da relevância dos riscos relacionados com o clima ao longo do tempo é evidente em todos os ramos de seguros pesquisados (ver Figura 2). Imediatamente após Propriedade, vêm outras linhas de seguro muito expostas ao tempo: Agroflorestais; Engenharia; e Marinha, Aviação, Transporte. Em comparação com os seguros gerais, os riscos relacionados com o clima parecem ter baixa relevância para os seguros de Vida, Acidentes e de Saúde. No entanto, a relevância atinge ou se aproxima de "moderado" dentro das próximas duas décadas. Estes são ramos de seguro extremamente grandes, muitas vezes no setor público, e muitas vezes esquecido em termos de tensões climáticas já que ocorrem relativamente poucas mortes em eventos extremos nos países desenvolvidos. O atual baixo valor de relevância de Vida e Acidentes & Saúde é consistente com estudos anteriores (Mills, 2009; Długołęcki et al, 2009). No entanto, o aumento da relevância futuro das seguradoras sobre essas áreas pode refletir o fato de que os principais pesquisadores e entidades científicas projetaram que a mudança climática terá impactos negativos significativos sobre a saúde humana (Organização Mundial de Saúde, 2009). Figura 2 Relevância das mudanças climáticas para gestão e transferência de riscos por parte das seguradoras. A relevância foi ranqueada em uma escala de 0 = “irrelevânte” a 3 = “alta relevância”. 3. RESPONDENDO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Parece óbvio que a importância crescente das mudanças climáticas requer atenção. Portanto, os participantes foram questionados como suas empresas estão respondendo aos riscos relacionados com o clima em suas atividades principais. A pesquisa definiu onze atividades relacionadas à gestão de riscos e de transferência de risco, como apresentado no eixo vertical na Figura 3. Os entrevistados foram perguntados quais "grandes mudanças" que haviam iniciado nessas áreas nos últimos 5 anos, e da mesma forma, quais as principais mudanças foram antecipadas para os próximos 5 anos. A ação foi concentrada nas 55 entrevistados cujas empresas cobrem propriedade. No total, eles relataram 290 inovações principais que antecederam a pesquisa, e já sabia de 323 que se seguiriam nos próximos cinco anos, um aumento de 11% na taxa de inovação. A Figura 3 mostra que a maioria das grandes mudanças encontram-se na área de gestão de risco, 363 do total de 613, ou 59%. Isso reflete o fato de que a indústria de seguros tem processos de transferência de risco bem desenvolvidas para cada classe de negócio, e que estes podem ser facilmente transferidos de países desenvolvidos para países em desenvolvimento. No entanto, a gestão de riscos exige um exercício fundamental para se envolver com outras partes interessadas e para colher informações mais detalhadas, que pode, então, ser convertido em um contexto relevante de risco. Este processo está em curso nos países desenvolvidos, mas é apenas embrionário nos países em desenvolvimento. Figura 3 Grandes mudanças impulsionadas pelas mudanças climáticas, nos últimos 5 anos e nos próximos 5 anos A Figura 4 mostra claramente isto. O número de grandes inovações reduzirá de 3,3 a 2,1 por seguradora nos países desenvolvidos, ao longo do período de 10 anos cobertos. Outras alterações são suscetíveis a serem incrementadas naturalmente, em vez de grandes alterações de processos e sistemas. No entanto, a taxa de mudança aumentará de 4,6 a 6,2 por seguradora nos países em desenvolvimento. Os comentários incidentais fornecidos referem-se a questões como procedimentos de aceitação de risco melhorados (através de pesquisas, relatórios e análises mais profundas; melhor mapeamento, em particular, com referências da grade e dados de elevação, e os contratos de resseguro projetados com mais rigor). Algumas seguradoras também se referiram à necessidade de se envolver com as partes interessadas para a gestão eficaz dos riscos (ver capítulo 6, onde este aspecto é visto em mais detalhes). Seguradoras internacionais são as mais ativas, e continuarão a ser. Isto é devido ao fato de que eles lidam com uma gama maior de territórios, e têm mais recursos para realizar pesquisas e diálogos com as partes interessadas. Interessantemente, muitas de suas atividades são dirigidas para os países em desenvolvimento. Um entrevistado se refere a uma série de grandes projetos no Senegal, Camboja, Europa, Índia e Indonésia, incluindo a utilização dos dados recolhidos por satélite. Figura 4 Grandes mudanças impulsionadas pelas mudanças climáticas, por seguradora, nos últimos 5 anos e os próximos 5 anos 4. MEDIDAS PARA CRIAR A RESILIÊNCIA CLIMÁTICA O modo clássico de lidar com qualquer risco é, primeiro, aplicar a gestão de riscos físicos, incluindo evitar o risco, se possível, bem como a redução dele. O risco residual pode, então, ser transferido (segurado), ou mantido pela parte em situação de risco (UNEP FI, 2007). Esta abordagem aplica-se aos riscos relacionados com o clima em comunidades vulneráveis em que a gestão de risco físico compreende medidas como a implementação do zoneamento efetivo (ou seja, atividades de prescrição e de estruturas em locais designados), restrições ao uso do solo, prevenção de enchentes, sistemas de drenagem, sistemas de irrigação, infraestrutura resiliente e gestão eficaz de desastre. Além de reduzir o risco real, estas medidas ajudam a diminuir o risco para as seguradoras, e, portanto, fazer o seguro mais acessível para as comunidades vulneráveis. Os entrevistados foram convidados a avaliar o custo e o benefício para oito soluções de gerenciamento de riscos (ver Figura 5) em uma escala de 0 (sem custo-eficácia, ou nenhum benefício) a 3 (alta relação custo-eficácia, ou alto benefício). Os sistemas de prevenção e controle de enchentes são o líder claro, por motivos tanto de custoeficácia, quanto de benefício. A medida relativa da melhoria da drenagem também pontua bem na relação custo-eficácia, embora não tão bem no benefício, uma vez que só podem aliviar o risco de inundação. Controle do uso da terra também é visto como altamente benéfico, mas menos rentável do que o controle de enchentes. Isso pode refletir o custo de oportunidade de não desenvolver a terra em risco. Zoneamento, gestão do ecossistema, melhor infraestrutura e melhoria da irrigação são vistos como moderadamente rentáveis e benéficos. Talvez surpreendentemente, os resultados de gestão de desastres mais eficazes são apontados como mais baixos em relação custo-eficácia, e penúltimo em benefício. Isso pode ser porque alguns vêem que a gestão de desastres não reduz o risco, mas está preocupado em minimizar o impacto de uma perda que já aconteceu. Há uma clara diferença entre a redução de risco de desastres e recuperação pós-desastre, e ambos são necessários para a gestão global de seus riscos. Figura 5 Benefícios e custos por solução de gestão de risco para criar resiliência climática em comunidades vulneráveis Figura 6 Benefícios e custos por solução de gestão de risco para criar resiliência climática em comunidades vulneráveis A Figura 6 mostra os benefícios e os custos para soluções de transferência de risco diferentes, como expressas pelas seguradoras participantes. O primeiro ponto a salientar é que a comparação das taxas de transferência de risco na Figura 6, com a pontuação de gestão de risco na Figura 5, as seguradoras geralmente avaliam a gestão de riscos significativamente acima da transferência de risco, particularmente em termos de benefício para a sociedade. É melhor prevenir os riscos, em vez de simplesmente transferi-los para terceiros. Em particular, o investimento em prevenção de riscos e atividades de redução, para riscos relacionados com o clima de baixa severidade, mas alta frequência, é a abordagem mais rentável. Considerando soluções de transferência de risco por si só, na Figura 6, a melhor solução é claramente um sistema de seguro público-privado, que alcança altos benefícios (uma pontuação de 2.4 de 3), e também é melhor do que moderadamente rentável. É o único sistema de transferência de risco que corresponde à maioria das taxas de soluções de gerenciamento de risco na Figura 5 (só o controle de enchentes supera isso). Sistemas de seguros públicos ou privados unidimensionais são considerados menos eficazes, e muito menos benéficos. As vantagens de um sistema de seguro público-privado é que ela combina os maiores recursos do Estado, que estão disponíveis para lidar com catástrofes de pico, e a autoridade do governo para exigir certas medidas, com a inovação e eficiência de custos do setor privado. Além disso, as seguradoras do setor privado podem desempenhar um papel importante, liberando os recursos públicos para outras necessidades prioritárias. (UNFCC, 2008) Comparando o seguro indexado contra o seguro por indenização (ver Figura 6), o primeiro é visto como menos benéfico, provavelmente refletindo a existência do primeiro risco. Entre os comentários adicionais fornecidos pelos entrevistados, dois são dignos de menção. Primeiro, o microsseguro pode ser um apoio útil para as instituições de microfinanças, que são vulneráveis a eventos catastróficos, como furacões e enchentes. Em segundo lugar, os governos poderiam exigir que todas as organizações envolvidas a prestarem serviços de linha de vida (por exemplo, água e electricidade, para publicar sua gestão de risco os planos para lidar com os riscos relacionados com o clima específicos). 5. O PAPEL DO GOVERNO NOS NÍVEIS LOCAL, NACIONAL E INTERNACIONAL As seções anteriores deste relatório mostram que as mudanças climáticas são de crescente relevância para as seguradoras, e que as seguradoras estão se esforçando para melhorar as suas capacidades nesta importante área. Mas, na prática, há muitos obstáculos em diferentes níveis que impedem a adoção de seguros como parte de uma abordagem integrada para a gestão dos efeitos adversos dos eventos climáticos extremos. Este é especialmente o caso nas comunidades mais vulneráveis onde se espera o aumento da exposição e onde há pouca proteção. O regime climático internacional, sob a égide da UNFCCC, está examinando a questão de como incluir o conhecimento, a experiência e os produtos das seguradoras para a perda de endereço e danos. Essa pesquisa colocou esta questão para as seguradoras: "Como os governos podem ajudar o setor de seguros a desenvolver e ampliar seus produtos e serviços, a fim de construir a resiliência das comunidades vulneráveis ao clima?" E forneceu-lhes um "menu" de 18 medidas possíveis. Os entrevistados foram solicitados a classificar estes para a eficácia em uma escala de 0 = "ineficaz", 1 = "ligeiramente eficaz", 2 = "moderadamente eficaz" a 3 = "altamente eficazes". As 18 medidas se dividem em três tipos: os três estão envolvidos com a regulação, seis referem-se a informações e nove acordo com a gestão de riscos. A Figura 7 mostra a eficácia média dos três tipos de ação governamental na construção de resiliência climática para as comunidades vulneráveis em nível local, nacional e internacional. Figura 7 Média de eficácia das ações governamentais na construção de resiliência climática para as comunidades vulneráveis em nível local, nacional e internacional A principal mensagem é de que a eficácia de todos os três tipos de ação é mais elevada no nível nacional. Sem dúvida, isso reflete o fato de que este é o nível em que a chave organizacional e as decisões de alocação de recursos são feitas pelo setor público e privado. A dimensão internacional também é importante para a base de conhecimento, devido à necessidade de cooperação internacional na coleta e na análise de dados, as quais são relevantes para a regulação e gestão de risco. Por fim, a ação no nível local é central par ao gerenciamento de risco já que a forma e a intensidade dos diferentes riscos vão depender das características do local onde ele se materializa. A figura 8 mostra que as seguradoras não consideram nenhuma das três ações “reguladoras” (ou seja, a divulgação dos planos de adaptação coorporativa, suporte regulatório para o microsseguro, ou subsídios a prêmios para segmentos de baixa renda) como um elemento importante no desenvolvimento do mercado de seguros para enfrentar as perdas e danos causados pelas mudanças climáticas. FIGURA 8: Eficácia média das ações governamentais na área da regulação FIGURA 9: Eficácia média das diferentes ações governamentais na área do conhecimento A figura 9 indica que todas as ações de conhecimento sugeridas são consideradas úteis e efetivas, particularmente melhorias na qualidade, disponibilidade e acessibilidade dos dados do tempo e do clima. Os outros cinco (em ordem de eficácia: pesquisa básica sobre riscos climáticos; promoção do diálogo das partes interessadas; desenvolvimento de modelos de eventos; criação de uma base de dados de ativos de risco, e educação do consumidor em relação à função do seguro), foram todos classificados acima do que qualquer uma das ações regulatórias. FIGURA 10: Eficácia média das diferentes ações governamentais na área de gestão de riscos As respostas sobre a ação governamental na área de gestão de risco são semelhante ás opiniões anteriores sobre relação custo-eficácia e os benefícios da gestão de riscos (ver figura 10). As seguradoras avaliam todas as oito ações como úteis. No entanto, uma gestão mais eficaz de riscos é, neste caso, considerada como a maior prioridade. As ações específicas (por ordem de eficácia: melhorias nos sistemas de prevenção e controle de enchentes, melhorias no uso da terra, planejamento e gestão, melhorias na proteção e restauração dos ecossistemas, melhorias na segurança e resiliência da infraestrutura [ou seja, por meio de códigos de construção], melhorias no zoneamento, isto é, estabelecimento de uma Gestão Integrada de Abordagens de Riscos incluindo a transferência de risco, melhorias no sistema de drenagem, e melhoria na irrigação) estão todas classificadas acima do que as três medidas regulatórias. Em termos de intervenções governamentais específicas, a Tabela 1 mostra as medidas que as seguradoras consideram que seria a mais eficaz, por diferentes níveis de jurisdição. Tabela 1: Intervenções governamentais mais eficazes em diferentes níveis de jurisdição: uma pontuação de 2 ou mais Ficou claro que as intervenções a nível nacional são consideradas essenciais, com treze políticas avaliadas como tendo “eficácia moderada ou superior” (uma pontuação de 2 ou mais de até 3 possíveis), enquanto apenas cinco intervenções no nível local, e apenas quatro intervenções a nível internacional atingiram o mesmo nível de eficácia. As intervenções públicas fundamentais para ajudar a indústria de seguros a se desenvolver e a expandir seus produtos e serviços, a fim de construir resiliência climática em comunidades vulneráveis, são: Localmente: melhorias nos sistemas de prevenção e controle de enchentes; melhorias nos sistemas de drenagem; melhorias no uso da terra, planejamento e gestão; e melhorias na capacidade de resiliência e segurança da infraestrutura (incluindo o reforço e aplicação de códigos de construção). Internacionalmente: Pesquisa a adaptação às alterações climáticas no contexto da gestão de riscos e seguros; melhorias na disponibilidade, confiabilidade e acessibilidade dos dados de tempo e clima, o desenvolvimento de modelos que correlacione os dados do tempo e a estatística dos ativos (por exemplo, humano, renda, propriedade); bem como a promoção de diálogo das partes interessadas a respeito dessas questões. Nacionalmente: as medidas acima, e também o estabelecimento de abordagens de gestão integrada dos riscos e soluções de transferência de risco, incluindo parcerias com o setor de seguros (ou seja, parceria público-privado); melhorias no zoneamento (por exemplo, o costeiro, com ventos, inundações, terras); melhorias na gestão, conservação e restauração dos ecossistemas; melhorias nas estatísticas de ativos (por exemplo, humano, renda, propriedade), incluindo a vulnerabilidade dos ativos e a distribuição geográfica dos valores dos mesmos; e a promoção conscientização do papel do seguro. Dada à importância percebida e eficácia da intervenção governamental a nível nacional, pode-se argumentar que o principal papel da comunidade internacional (através, por exemplo, do regime internacional sobre mudanças climáticas) poderia ser o de apoiar os governos nacionais dos países em desenvolvimento na realização destas ações. Estes resultados refletem o ponto de vista prévio de um Livro Técnico sobre os mecanismos financeiros para gerenciar riscos climáticos do UNFCCC: “planos de adaptação nacional poderiam servir de base para as parcerias público-privadas que teriam como objetivo gerenciar os custos econômicos dos impactos climáticos através dos seguros. As principais áreas para as finanças públicas incluem o financiamento de bens públicos, tais como os dados relevantes sobre riscos (por exemplo, mapas meteorológicos) e projetos de redução de grandes riscos (por exemplo, controle de enchentes). Os estudos de viabilidade, incluindo demonstrações ou regimes de seguro-piloto que também podem ser financiados.” (UNFCCC,2008) 6. Interações entre as partes interessadas Realizar gestão e transferência de risco é complexo. As companhias de seguros foram convidadas a descrever suas interações com os participantes do mercado e as partes interessadas. As figuras 11 e 12 ilustram o escopo deste compromisso, como revelado pela pesquisa. Figura 11: Compromisso entre os participantes da pesquisa e as partes interessadas na gestão e atividades de transferência de riscos relativos às mudanças climáticas. Como esperado, a Figura 11 mostra que as seguradoras internacionais estão envolvidas com a maior gama de interessados, por causa do número de jurisdições e a variedade dos sistemas de mercado que estão inseridas. As seguradoras de países em desenvolvimento estão em segundo lugar, refletindo a natureza exploratória de seus mercados. As seguradoras de países desenvolvidos são menos diversificadas em suas interações, pois, nesses mercados, instituições como as associações da indústria de seguros são geralmente bem estabelecidas e podem exercer algumas funções, tais como discussões com o governo e com o regulador. Nos três casos, há mais interações envolvidas com a gestão de risco do que com o seguro. Isto é devido à natureza complexa das informações necessárias para avaliar os riscos climáticos, relacionados ao clima, a terra, e os ativos e atividades de risco, além do fato de que tais informações ainda não estão bem documentadas. A figura 12 mostra que, para a transferência de risco, as principais partes são resseguradoras, seguradoras, intermediários de seguros e resseguros, e prestadores de serviços (principalmente empresas de modelagem de catástrofes). No caso da gestão de risco, a interação são em geral mais numerosas e diversificadas. Mais diretrizes dos diferentes atores são necessárias e existem mais lacunas de informações. Figura 12: Compromisso entre os participantes do mercado e entre as partes interessadas na gestão e atividades de transferência de riscos. Bibliografia Dlugolecki, A. et al. (1995) Financial Services. Chapter 17, Working Group II, Second Assessment Report. Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) Dlugolecki, A. et al. 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Insurance in a changing risk landscape – Local lessons from the Southern Cape of South Africa. http://www.unepfi.org/fileadmin/documents/insurance_changing_risk_landscape.pdf Swiss Re (2012a) Natural catastrophes and man-made disasters in 2011: Historic losses surface from record earthquakes and flood. Sigma 2/2012.Zurique. Swiss Re (2012b) Insurance-linked securities market update. Zurique. UNEP FI (2007) Insuring for sustainability – Why and how the leaders are doing it. Genebra. UNEP FI (2009) The global state of sustainable insurance – Understanding and integrating environmental, social and governance factors in insurance. Genebra. UNEP FI (2011) Advancing adaptation through climate information services. Genebra. UNFCCC (website) Approaches to address loss and damage associated with climate change impacts. http://unfccc.int/adaptation/cancun_adaptation_framework/loss_and_damage/items/6056.php UNFCCC (2008) Mechanisms to manage financial risks from direct impacts of climate change in developing countries. FCCC/ TP/2008/9. Vellinga and Mills et al. (2001) Insurance and Other Financial Services. Chapter 8, WGII, IPCC Third Assessment Report. Warner, K. et al. (2009) Vulnerable Countries and People : How Disaster Risk Reduction & Insurance Can Help Manage the Risks of Climate Change. MCII, Bonn. World Health Organization (2009) Protecting health from climate change: connecting science, policy and people. Geneva. Anexo 1 Questionário da pesquisa Q1. A. No geral, a sua companhia está convencida de que as mudanças climáticas estão acontecendo? B. Quais fatores você acha que influenciaram a sua companhia a acreditar que as mudanças climáticas estão acontecendo ou não? Q2. A. Quão relevante são os riscos relacionados ao clima para a gestão e transferência de riscos/atividades de seguro da sua empresa? Exemplos de atividades de gestão de riscos (físicos): identificação do risco, avaliação do risco, medidas de prevenção de perdas, medidas de redução de perdas Exemplos de transferência de risco (financeiro/ atividades de seguro: risco de subscrição, gestão de sinistros e desenvolvimento de produto Por favor, classifique por ramo de seguro e ao longo do tempo (agora, dentro de 10 anos, além de 10 anos) Relevância Sem relevância Baixa relevância Relevância moderada Alta relevância Linha de seguro não aplicável a minha companhia Q3. A. Como a sua empresa está respondendo aos riscos relacionados ao clima? Escala 0 1 2 3 N/A B. Nos últimos 5 anos, em quais atividades a sua empresa realizou grandes mudanças? C. Nos próximos 5 anos, em quais atividades você espera que a sua companhia realize Favor especificar tais mudanças onde for aplicável grandes mudanças? Favor usar as categorias abaixo Gestão de risco Q4. A. clima? Identificação do risco (pesquisa do risco, mapeamento do risco) Avaliação do risco (pesquisa do risco, quantificação e modelamento do risco) Medidas de prevenção de perdas (para prevenir uma perda de ocorrer) Medidas de redução de perdas ( para reduzir a perda se ela vir a ocorrer) Transferência de risco Subscrição de riscos (por exemplo, orientações, precificação, cobertura, limites, garantias, exclusões e os demais termos e condições da apólice) Gestão de sinistros Desenvolvimento de produtos Resseguro e retrocessão tradicionais Títulos vinculados a seguros (por exemplo, a emissão de títulos de catástrofes o qual transfere o pico dos riscos para o mercado de capitais) Quais tipos de transferência de risco/ produtos de seguro a sua companhia fornece para riscos relacionados ao O seguro tradicional á base de indenização (em que a avaliação de perda é baseada na perda real ocorrida) Seguros baseados em índices (em que a avaliação de perda é baseada em um índice, como a chuva ou a velocidade do vento) Q5. A. A sua empresa está usando títulos vinculados a seguros como uma forma alternativa para diversificar o pico das exposições relacionadas com o clima (Por exemplo, a emissão de títulos de catástrofes o qual transfere o pico dos riscos para o mercado de capitais)? B. Se sim, você espera que sua empresa utilize cada vez mais títulos vinculados a seguros como uma alternativa ao resseguro e retrocessão tradicionais? Q6. A. Com quais participantes do mercado e stakeholders a sua companhia está engajada no desenvolvimento do gerenciamento de risco relacionado ao clima e a transferência de riscos/produtos de seguros para os clientes? Seguradoras Resseguradoras Agentes de seguros e corretores Outros provedores de gestão de riscos e serviços de seguros (por exemplo, ajustadores de perdas, fornecedores de modelos de catástrofes, topógrafos de riscos e consultores) Associações de seguro e de resseguro Reguladores de seguro Governos Organizações intergovernamentais (por exemplo, agências das nações Unidas_ Empresas e indústrias Organizações da sociedade civil (organizações não governamentais), Academia e comunidade científica Outros (favor especifica) Q7. A. Quais tipos de soluções do governo e/ou da indústria de seguros são rentáveis e benéficas na construção da resiliência climática das comunidades vulneráveis? Nota: A Estratégia Internacional das Nações Unidas para redução de Desastres define vulnerabilidade como – as características e circunstâncias de uma comunidade, do sistema ou do ativo que faça a mesma ser susceptível aos efeitos nocivos dos riscos – A vulnerabilidade tem muitos aspectos resultantes dos fatores físicos, sociais e ambientais. No contexto desata pesquisa, as comunidades vulneráveis são aquelas expostas aos efeitos adversos das mudanças climáticas que não têm fácil acesso as medidas de gestão de riscos disponíveis e, portanto, estão suscetíveis aos riscos relacionados ao clima. Solução de gerenciamento de riscos A gestão eficaz, a conservação e recuperação dos ecossistemas (por exemplo, florestas, mangues, recifes de coral, bacias hidrográficas) também conhecida como “adaptação baseada nos ecossistemas” Zoneamento eficaz (por exemplo, frente ao vento, inundações, litoral e terra) O uso, planejamento e gestão da terra eficazes Sistemas eficazes de prevenção e controle de enchentes Sistemas de drenagem eficazes Sistemas de irrigação eficazes Infraestrutura segura e resilientes (incluindo o reforço e aplicação de códigos de construção) Planejamento e gestão de desastres eficazes Outros (favor especificar) Transferência de risco/solução de seguro Seguro de clima indexado para as pessoas de baixa renda, em que a avaliação da perda é baseada em um índice (por exemplo, quantidade de chuva ou velocidade do vento) Seguro-Clima baseado em indenização para pessoas de baixa renda, em que a avaliação de perda é baseada na perda atual incorrida. Mecanismo de seguro de risco climático (níveis nacionais, regionais e internacionais), apoiado somente pelos governos Mecanismo de seguro de risco climático (níveis nacionais, regionais ou internacionais) apoiado por ambos os governos e o setor privado da indústria de seguros (ou seja, parceria Custo-benefício Escala público-privada) Baixo custo 1 Outros (favor especificar) Custo moderado 2 Alto custo 3 Construir resiliência climática em comunidades vulneráveis Sem benefício Ligeiramente benéfico Moderadamente benéfico Altamente benéfico Escala 0 1 2 3 Q8. A. Como os governos podem ajudar o setor de seguros a desenvolver e ampliar a sua gestão e transferência riscos/produtos de seguros e serviços, a fim de construir resiliência climática de comunidades vulneráveis? B. Favor avaliar a eficácia das ações do governo nos níveis subnacionais, nacionais e internacionais. Eficácia Não efetivo Baixa eficiência Eficiência moderada Altamente efetivo Escala 0 1 2 3 Ações do governo Melhorar a gestão, conservação e recuperação dos ecossistemas (por exemplo, florestas, mangues, recifes, bacias hidrográficas), também conhecido como – adaptação baseada no ecossistema – Melhorar o zoneamento ( por exemplo, frente ao vento, inundações, costas e terra) Melhorar o uso, planejamento e gestão da terra Melhorar os sistemas de prevenção e controle de inundações Melhorar os sistemas de drenagem Melhorar os sistemas de irrigação Melhorar a resiliência e segurança da infraestrutura (incluindo o reforço e aplicação de códigos de construção) Melhorar o planejamento e gestão de desastres Melhorar a disponibilidade, confiabilidade e acessibilidade de dados meteorológicos para melhorar a gestão e transferência de riscos/produtos e serviços de seguro, bem como as atividade de investimento das empresas de seguros Melhorar as estatísticas de ativos (por exemplo, humano, renda e propriedade), incluindo vulnerabilidade dos ativos e distribuição geográfica dos valores dos ativos Financiar o desenvolvimento de modelos de perdas que correlacionem dados meteorológicos e estatísticas de ativos (por exemplo, humano, renda e propriedade) Realizar pesquisas de adaptação às alterações climáticas no contexto de gestão de riscos e de seguro. Estabelecer abordagens de gestão de riscos integradas e soluções de transferência de risco, incluindo parcerias com a indústria de seguro (ou seja, parceria público-privado) Estabelecer um diálogo de longo prazo e de colaboração com o setor de seguros no desenvolvimento e implantação de políticas climáticas Fornecer subsídios para a população de baixa renda para ajuda-los a comprar seguro Promover a conscientização e educação sobre seguros para as pessoas de baixa renda Estabelecer regras prudenciais sobre o seguro para as pessoas de baixa renda (incluindo a disponibilidade, acessibilidade e acesso) Estabelecer regras prudenciais que obriguem as empresas em todos os setores da indústria (incluindo a indústria de seguros) a avaliar e divulgar os riscos relacionados com o clima e/ou uma maior variedade de riscos ambientais, sociais e de governança. Outros (favor especificar) Anexo 2 Perfil dos entrevistados Geografia e função A pesquisa da UNEP FI teve 67 entrevistados de 55 organizações de seguros. Quase metade dos entrevistados (32 de 67) vêm de países em desenvolvimento. Olhando para a sua responsabilidade territorial (figura 1), 44% dos entrevistados têm responsabilidades nos países em desenvolvimento, 19% nos países desenvolvidos e 37% têm um âmbito internacional. Figura A1: Responsabilidade territorial dos entrevistados Como mostrado na Figura A2 abaixo, mais da metade dos entrevistados têm responsabilidade de subscrição e de gestão de riscos. Executivos e oficiais de marketing (incluindo desenvolvimento de produtos) também estão bem representados. A ampla gama de responsabilidade dá uma fotografia holística dos pontos de vista e expectativas dos envolvidos com o seguro. Figura A2: Responsabilidade funcional dos participantes da pesquisa Conhecimento sobre as mudanças climáticas A pesquisa da UNEP FI teve 67 entrevistados de 55 organizações de seguros. Quase metade dos entrevistados (32 de 67) vêm de países em desenvolvimento. Olhando para a sua responsabilidade territorial (figura 1), 44% dos entrevistados têm 3 responsabilidades nos países em desenvolvimento, 19% nos países desenvolvidos e 37% têm um âmbito internacional. Quando perguntado sobre os fatores que influenciam as suas crenças na mudança do clima, dados climáticos (54 de 67 entrevistados, ou 81%) e relatórios científicos (53 dos entrevistados ou 79%) são os dois fatores mais importantes (ver Figura 3). Também é importante observar a influência decorrente diretamente dos dados de ocorrência de sinistros (38 dos entrevistados ou 57%). Cada entrevistado mencionou pelo menos uma dessas três fontes. Também é notável a influência de iniciativas da indústria de seguros (30 entrevistados ou 45%) e os meios de comunicação (27 entrevistados ou 40%). Figura A3: Fatores que influenciam o reconhecimento das mudanças climáticas 3 Isto é consistente com outras pesquisas do setor de seguros (por exemplo, UNEP FI 2009; também um levantamento dos atuários do Reino Unido e uma pesquisa global de seguradoras fretadas - ver Dlugolecki et al, 2009 Capítulo 2) Anexo 3 Perfil dos Produtos de seguro Formulação do pagamento Uma questão que tem sido levantada em debates sobre como ampliar o uso da transferência de risco para lidar com as mudanças climáticas é a formulação básica do produto do seguro. Tradicionalmente, os Seguros gerais são baseados em indenizações (ou seja, o pagamento é determinado, principalmente, pela perda financeira/monetária sofridas pelo cliente, devidamente modificados pelos termos atuais do contrato de seguro). Uma formulação alternativa é a baseada em índice (também conhecido como seguro paramétrico). O seguro com base em índice emitirá um pagamento, se algum limite físico for atingido. Por exemplo, a precipitação pode ser esse indicador, e um pagamento será feito automaticamente se há pouca ou muita chuva para uma determinada área, independentemente dos prejuízos reais. O seguro indexado tem certas vantagens: ele elimina a necessidade de verificar a perda, uma vez que os pagamentos são determinados por uma observação factual objetiva. Isso acelera o processamento de sinistros e reduz os custos administrativos. E também, já que o pagamento não está diretamente relacionado com as circunstâncias individuais, reduz o problema de só atrair clientes de alto risco (seleção adversa), e o problema relacionado a uma ação mais descuidada na gestão de riscos por parte dos clientes (risco moral). Por fim, os produtos de seguros indexados podem ser mais simples de comunicar do que os produtos convencionais. A principal desvantagem do seguro indexado é de que o pagamento não está diretamente correlacionado com a perda individual do cliente. Isto é conhecido como “primeiro risco”, e isso pode significar que indivíduos podem receber muito mais ou muito menos do que os danos reais que incorrem. A revisão do Mecanismo de Seguro de Risco para Catástrofes Caribenho, o qual é indexado, concluiu que o primeiro risco era um problema (Dlugolecki, Mechler and Kalra,2013). Uma segunda questão prática é que os produtos indexados requerem informações climáticas históricas e informações climáticas atuais para as seguradoras calcularem o índice limite e determinar quando os pagamentos são devidos. Como mostra a Figura A4, relativamente poucas seguradoras oferecem produtos indexados. Elas são principalmente encontradas em Propriedades, como uma alternativa ao Resseguro, e também no Agroflorestal, onde são utilizados para dar cobertura para os agricultores de baixa renda. Dados para o volume de vendas de cada tipo não estão disponíveis, mas não há dúvida de que apenas uma pequena proporção do seguro é transacionada em produtos baseados em índices. Em Agroflorestal, é provável que o prêmio médio seja muito pequeno. Mesmo no mercado de resseguro, onde os índices dos produtos disponíveis foram por um tempo considerável uma alternativa ao resseguro tradicional, a esmagadora maioria da cobertura está sob contrato de indenização, mesmo para títulos de catástrofes (Swiss Re, 2012b). Figura A4: Formulação de produtos riscos climáticos em diferentes linhas de seguro. Transferindo riscos para o mercado de capitais As companhias de seguros e, particularmente as resseguradoras, enfrentam um enorme passivo se uma grande catástrofe ocorre. Uma forma alternativa para diversificar as exposições máximas relacionadas ao clima e para aliviar um pouco esse risco, são os títulos vinculados a seguros, dos quais os títulos de catástrofes (cat bonds, em inglês) são um exemplo proeminente. A principal diferença é que o capital para esses produtos é fornecido em bases de relativamente curto prazo (por exemplo, para um contrato de transferência de risco específico contra um risco de tempestade específica, em vez dos investidores alocarem seus capitais diretamente a uma resseguradora ou seguradora). No final do período de contrato, o capital é devolvido ao investidor, acrescido de uma taxa de juros superior ao valor praticado no mercado. No entanto se o título é “disparado” (ou seja, o evento que se está segurando contra, como uma tempestade ou inundação, acontece de fato), então o investidor pode perder parte ou a totalidade dos juros e do capital, que é utilizado para pagar os sinistros. Esta técnica de transferência de exposições máximas para os investidores do mercado de capitais, como fundos de pensões, fundos soberanos, e indivíduos com patrimônio líquido elevado. Para esses investidores, os títulos de catástrofes podem ser atrativos por fornecem uma taxa relativamente alta de juros e seu retorno não são correlacionados com grande parte dos mercados financeiros. Por isso, eles ajudam a alcançar uma maior diversificação do risco da carteira, e tem retorno superior de uma classe convencional de ativos, como títulos do governo, que são historicamente muito baixos. A Figura A5 mostra o uso atual de títulos vinculados a seguros entre as empresas participantes. Aproximadamente 19 % estão usando atualmente este instrumento para transferir parte de seus riscos para os mercados financeiros, e outros 6% pretendem explorar essa oportunidade para o risco de capital no futuro. No entanto, 75% das seguradoras não planejam usar tais produtos – os usuários costumam ser tanto as companhias internacionais quanto companhias de países em desenvolvimento envolvidas com resseguro. No entanto, os títulos atrelados a índices poderiam desempenhar um papel fundamental na transferência e cobertura de riscos climáticos, e também pode ajudar a diversificar o cenário do risco, o que eles já estão fazendo. Figura A5: Uso de títulos vinculados a seguros Sobre a Iniciativa Financeira da UNEP A UNEP FI é uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), entidade designada pelo sistema das Nações unidas para a abordagem das questões ambientais nos níveis global e regional – e o setor financeiro global. Através da UNEP FI, a UNEP trabalha com mais de 200 bancos, seguradoras e investidores para entender melhor os impactos das questões ambientais, sociais e de governança no seu desempenho financeiro e no desenvolvimento sustentável. www.unepfi.org Agradecimentos Líderes do Co-Projeto Butch Bacani Remco Fischer Líder do Programa, Oficial do Programa, Mudanças Climáticas Princípios para a Iniciativa de Sustentabilidade em Seguros Iniciativa Financeira da UNEP Iniciativa Financeira da UNEP Editor Dr. Andrew Dlugolecki Diretor, Andlug Consulting Membros do projeto (Iniciativa Financeira da UNEP) Kira Gaza Tobias Langenegger Sunyoung Suh Copyright © 2013 Nações Unidas Programa de Meio Ambiente Iniciativa Financeira As opiniões expressas neste documento não são necessariamente aqueles do PNUMA ou UNEP FI ou seus signatários nem UNEP FI ou seus signatários tomar qualquer responsabilidade por ações como um resultado dos pontos de vista ou opiniões expressa neste documento. projeto do folheto Candy Factory, Genève www.candy-factory.ch Iniciativa Financeira do PNUMA Internacional do Meio Ambiente Casa Chemin des Anémones 15 CH-1219 Châtelaine, Genève Suíça Tel: (+41) 22 917 81 78 Fax: (+41) 22 796 92 40 www.unepfi.org Estamos em dívida com as seguintes organizações de seguros que responderam a pesquisa da UNEP FI e compartilharam suas percepções de valor inestimável: Absa Insurance Achmea Advantage Insurance Ageas Insurance Arch Insurance Group Argo Group Ark Insurance Group Axa Axis Insurance BNZ Bradesco Canadian Life & Health Insurance Association Centriq Insurance Innovation CIC Insurance Group Commonwealth Flagstone HDI-Gerling Helvetia HSBC Hyundai IAG ICICI Lombard Insurance Group Ikatan Reinsurance Brokers IMPS Interamerican Lancashire Group Mapfre Mitsui Sumitomo Insurance MunichRe National Cooperative Insurance Society of Nigeria Lloyd’s L&T Insurance Natsure NKSJ Holdings RBSI Republic Surety RSA Group RMB Structured Insurance Sompo Japan Insurance Santam Sovereign Standard Insurance Storebrand SwissRe The Co-operators Hollard Insurance Tokio Marine Vittoria XL Group Zurich Insurance Group
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