Educação Ambiental para o uso sustentável de água de cisternas

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Educação Ambiental para o uso sustentável de água de cisternas
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA
ISSN 1519-5228
Suplemento Especial - Número 1 - 2º Semestre 2006
Educação Ambiental para o uso sustentável de água de cisternas em
comunidades rurais da Paraíba
Mônica Maria Pereira da Silva 1, Laryssa Abílio de Oliveira2, Célia Regina Diniz 3 e Beatriz Susana Ovruski Ceballos4
RESUMO
Educação Ambiental constitui instrumento essencial à transferência de tecnologias e à
sustentabilidade. Este trabalho objetivou avaliar ações em Educação Ambiental junto às
comunidades rurais do semi-árido paraibano beneficiadas com cisternas. A pesquisa participante
ocorreu de julho de 2006 a janeiro de 2007, no Assentamento de Paus Brancos e em comunidades
rurais de São João do Cariri/PB. Aplicou-se um conjunto de estratégias metodológicas que permitiu
o processo de sensibilização simultâneo à coleta de dados. Constatou-se que as cisternas foram
construídas para garantir água de boa qualidade, porém as famílias não contribuem para este fim,
podendo constituir futuramente, num problema de saúde pública. As ações em Educação Ambiental
permitiram sensibilização de grande parte das famílias trabalhada, no entanto, não foram suficientes
a mudança de hábitos. Sem o processo de Educação Ambiental não será possível o uso adequado
das águas de cisternas, que busca fornecer água de boa qualidade e diminuir os riscos à saúde.
Palavra-chave: Educação ambiental água de chuva, cisternas, uso sustentável; percepção
ambiental, semi-árido
ABSTRACT
Environmental Education constitutes essential instrument to the transfer of technologies and the
sustentabilidade. This work aimed at to evaluate actions close to in Environmental Education the
rural communities of the semi-arid paraibano benefitted with cisterns. The participant research was
accomplished of July from 2006 to January of 2007, in Paus Brancos and in São João of Cariri
rural communities/PB. A group of methodological strategies was applied that allowed the process of
simultaneous sensibilization to the collection of data. It was verified that the cisterns were built to
guarantee water of good quality, however the families don't contribute to this end, could constitute
hereafter, in a problem of public health. The actions in Environmental Education allowed
sensibilization of great part of the families worked, however, they were not enough the change of
habits. Without the process of Environmental Education it won't be possible the appropriate use of
the waters of cisterns, that looks for to supply water of good quality and to reduce the risks to the
health.
Keywords: Environmental education, rain water, cisterns, maintainable use; perception
environmental, semi-arid
1
INTRODUÇÃO
Ainda no século XIX, mais de 80 paises,
apresentam sérias dificuldades para manter a
disponibilidade de água potável (Nações
Unidas, 2003). A Organização Mundial da
Saúde - OMS (2004) e o Fundo das Nações
Unidas para Infância - UNICEF (2004),
observam que a população atingida representa
40% da população mundial ou seja, mais de 2,6
bilhões de pessoas sem acesso ao saneamento
básico, das quais um bilhão continua bebendo
122
água sem nenhum tratamento (UNICEF - 2004),
sendo mais atingidos os habitantes de áreas
rurais.
A escassez de água representa
importante entrave no desenvolvimento social e
econômico das populações rurais, e dentre elas,
as do semi-árido do Nordeste do Brasil.
A disponibilidade de água semi-árido
nordestino é reduzida e caracterizada por
marcantes diferenças entre o período chuvoso e
o seco. Embora haja regiões com precipitação
de 800 mm, outras não excedem os 200 mm. A
sazonalidade e a falta de sustentabilidade de
algumas políticas públicas dificultam o
desenvolvimento do ser humano do campo e
cria relação de dependência daquele que não
tem água com “o dono da água”, gerando
insegurança, impotência de ação e falta de
autoestima nos mais pobres.
Indicadores
de
desenvolvimento
sustentável (BRASIL, 2004), mostram que na
área rural nordestina, apenas 22,7% da
população tem acesso ao fornecimento de água
por sistemas de abastecimento coletivo e 58%
coleta água para beber e para o uso diário de
poços, nascentes e açudes. Essas fontes
representam grave risco à saúde pública e
contribuem com a manutenção dos ciclos
endêmicos de doenças infecciosas de veiculação
hídrica, com altas taxas de mobilidade e
mortalidade, especialmente em crianças com
menos de cinco anos de idade (AMBIENTE
BRASIL, 2006).
Estudos de Diniz et al (1995, 2005) e de
Ceballos et al (1998, 2003) na zona rural do
estado da Paraíba, mostraram elevada
contaminação fecal das águas de pequenos
barreiros, olhos d’água e açudes usados para
beber sem tratamento prévio e para usos
domésticos em geral.
Nos últimos anos, a acumulação e uso de
águas de chuva vem se mostrando uma
importante alternativa para fornecer água de boa
qualidade à população rural e sua adoção é
estimulada pela simplicidade de construção do
sistema e pela obtenção de benefícios imediatos.
Dentre as experiências brasileiras, o “Programa
de Formação e Mobilização para a Convivência
com o semi-árido: Um Milhão de Cisternas
Rurais (PIMC)”, gerado pela ASA - Articulação
no Semi-Árido Brasileiro, e que conta com o
financiamento
do
Ministério
de
Desenvolvimento Social - MDS, no âmbito da
Rede de Tecnologia Social - RTS, busca
garantir água para consumo a um milhão de
famílias rurais, minimizando e até eliminando
os problemas de doenças relacionadas com a
falta de água. Para isso, a transferência de
tecnologia e a contribuição com o processo
educativo devem-se orientar na busca da
transformação social e “à preservação do
acesso, do gerenciamento e a valorização da
água como um direito essencial da vida e da
cidadania, ampliando a compreensão e a prática
da convivência sustentável e solidária com o
ecossistema do semi-árido” (ANA, 2006). Até o
momento, houve um investimento de R$280
milhões, e construídas 200.000 cisternas para 1
milhão de habitantes.
Estudos recentes de avaliação deste
programa
pela
EMBRAPA
Semi-árido
(PACHECO E SANT’ANA, 2006) para o
período 2003-2006 contemplando 3.517
famílias, mostraram resultados promissores
considerando que mais de 50% dos beneficiados
coletam nas cisternas águas de boa qualidade
para suas necessidades básicas e evidenciam
perceber as melhorias obtidas com a construção
das cisternas. Dentre os inconvenientes
encontrados e que fragilizam a sustentabilidade
do programa, se destacam aspetos da qualidade
microbiológica da água, em geral pela
contaminação no manejo (captação, retirada e
armazenamento da água da cisterna). Diversos
trabalhos indicam que o manejo durante a
captação é fundamental e que a eliminação das
águas das primeiras chuvas é importante para
remover os poluentes da atmosfera e dos tetos,
usados como áreas de escoamento de água.
Andrade Neto (2004) considera que a proteção
sanitária de cisternas rurais para abastecimento
doméstico é relativamente simples, requerendo
de cuidados com o desvio das primeiras águas
das chuvas, da proteção e higiene da cisterna e
evitando o contato direto da água com a pessoa
que a extrai da cisterna, sendo melhor efetuar
sua retirada com tubulação ou bomba. Ainda, é
importante estimular, através de Educação
Ambiental e de práticas para a saúde, a
aplicação de um método simples e barato de
desinfecção da água antes de seu consumo.
Todavia, há reconhecimento geral da
necessidade de ações educativas conjuntas à
disponibilização das tecnologias. Estas devem
123
respeitar e utilizar as diversidades de
percepções, concepções e modos de apropriação
da água dos habitantes das diferentes regiões,
para estimular o manejo adequado do liquido
captado, incentivando a convivência do ser
humano com sua terra semi-árida, e gerando
condições de sustentabilidade para os projetos
de captação, armazenamento, coleta e uso das
águas de chuva. Investir na formação de agentes
multiplicadores em Educação Ambiental
compreende importante estratégia ao uso
sustentável das águas de cisternas; por
compreender
um processo educativo que
permite a sensibilização e mudanças de
percepção e de atitudes, além de possibilitar o
acesso as tecnologias disponíveis.
Esses objetivos podem ser alcançados
com Educação Ambiental e nas ações devem ser
incluídos e formados multiplicadores da própria
comunidade que permaneçam junto às equipes
ao longo de todo o processo.
Essa abordagem se deverá refletir em
políticas públicas efetivas e sustentáveis e sua
apropriação pelas comunidades alvo, sendo
soluções que promovam a transformação social
(ANA, 2006).
Na Paraíba, várias famílias rurais foram
beneficiadas com construção de cisternas, no
entanto, o manejo das águas acumuladas não
ocorre de forma adequada, prejudicando a sua
qualidade antes de chegar ao consumidor final.
Neste contexto, o objetivo do presente
trabalho foi realizar e avaliar ações em
Educação Ambiental e para a Saúde da Família,
junto às comunidades rurais do semi-árido
paraibano, orientadas ao uso sustentável das
águas de sistemas de coleta de água de chuva.
Para atingir este objetivo foi necessário, numa
primeira
fase,
realizar
diagnóstico
socioeconômico e ambiental da região e
delinear estratégias de sensibilização de seus
habitantes a partir da realidade das comunidades
envolvidas.
2
METODOLOGIA
Brancos, no município de Campina Grande e
nas comunidades rurais Curral do Meio e Poços
das Pedras do município de São João do Cariri,
todas no Estado da Paraíba.
Na visão de Thiollent (1998) na pesquisa
participante, os pesquisadores estabelecem
relações comunicativas com pessoas ou grupos
da situação investigada com intuito de serem
melhor aceitos, enquanto desempenham um
papel ativo no equacionamento dos problemas
encontrados, no acompanhamento e na
avaliação das ações desencadeadas. Haguette
(1997) acrescenta que na pesquisa participante o
problema se origina na comunidade em estudo e
a principal finalidade da pesquisa é a
transformação estrutural fundamental e a
melhoria da vida dos envolvidos. A pesquisa
qualitativa se preocupa com um nível de
realidade que não pode ser apenas quantificado;
trabalha o universo de significados, valores,
atitudes, percepções, o que corresponde a um
espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis,
conforme explica Minayo et al (1999). De
acordo com Haguete (1997) a utilização do
método qualitativo, decorre da incapacidade da
estatística dar conta de fenômenos complexos.
Para análise dos dados foi utilizada a
Triangulação proposta por Thiollent (1998), e
que permite a quantificação e a qualificação dos
dados em estudo. Parte-se da premissa que os
dados quantitativos não se opõem aos
qualitativos, porém se complementam. Santos
Filho e Gamboa (2000) observam que alguns
pesquisadores
têm
sugerido
que
a
complementaridade deve ser reconhecida tendo
em vista os vários e distintos desideratos da
pesquisa educacional cujos propósitos não
podem ser alcançados por um único paradigma.
O avanço das pesquisas nas áreas social e
educacional tem impulsionado a percepção de
que usando abordagens quantitativa e qualitativa
num mesmo problema, o resultado obtido possui
melhor compreensão e poder preditivo.
2.1. Tipo de pesquisa
2.2. Caracterização da área de estudo
O presente trabalho constitui uma pesquisa
participante (HAGUETE, 1997; THIOLLENT,
1998), realizada no período de julho de 2006 a
janeiro de 2007, no Assentamento de Paus
O Assentamento Paus Brancos esta
situado, na microbacia do Riacho Angico,
contribuinte do Riacho São Pedro (sub-bacia do
mesmo nome), no município de Campina
124
Grande/PB, nordeste do Brasil. Possui uma área
de 2.309.70 hectares onde moram 72 famílias,
assentadas desde 1978 (SILVA et al., 1987;
BARACUHY, 2001). Suas coordenadas
geográficas são 07°25’00’’ de Latitude Sul;
35°30’00’’ de Longitude Oeste; 07°20’00’’ de
Latitude Sul e 36°06’00’’ de Longitude Oeste.
O tipo de clima na região, entre a serra da
Borborema e o início do Cariri, é semi-árido
quente, caracterizado por chuvas em um único
período do ano, de 3 a 4 meses. A temperatura
média varia entre 26 e 28°C, havendo alta taxa
de elevada evaporação (2.000 mm/ano) e em
conseqüência, perda de água dos açudes e dos
solos úmidos (LMRS, 2006).
O município de São João do Cariri está
localizado na microrregião do Cariri oriental e
na mesorregião da Borborema, na Bacia
hidrográfica do Rio Taperoá. Sua área é de 702
km² com 4.715 habitantes e a sede do município
localiza-se nas coordenadas 07º23’27” de
Latitude Sul e 36º31’58” de Longitude Oeste. A
região apresenta clima seco semi-árido quente,
com máximas e mínimas de 29 e 24oC e uma
média pluviométrica de 379,2 mm/ano. Os
solos são rasos, subsolo do embasamento
cristalino, vegetação de caatinga, relevo
ondulado e altitude variando entre 450 m a 550
m. As comunidades estudadas situam-se a
aproximadamente 25 Km da zona urbana e 40
famílias contam com cisternas.
2.3. Desenvolvimento do trabalho:
O trabalho foi desenvolvido em três
etapas: na, 1ª foi realizada visita de
reconhecimento, seguido de conversas informais
com os líderes comunitários e habitantes das
residências com cisternas, para apresentar o
projeto e conhecer as famílias.
Na 2ª etapa foram realizadas entrevistas
semi-estruturadas aos representantes ou chefes
de 40 famílias em Paus Brancos e 30 nas
comunidades rurais de São João do Cariri.
Nessa
fase
também
foram
efetuadas
observações diretas e registro das condições de
manutenção das cisternas, telhados, calhas ou
dutos, localização das fossas sépticas e
funcionamento destas, entre outras.
Na 3ª etapa foram executadas as ações de
Educação Ambiental. Foram realizados 10
encontros, com freqüência quinzenal em cada
comunidade, nas sedes das Associações de
Moradores. Em Paus Brancos, 12 famílias
participaram dos encontros e em São João do
Cariri participaram 15 famílias. Para esses
encontros
foram
executadas
estratégias
metodológicas, aplicando-se o
MEDICC,
modelo proposto por Silva e Leite (2000), que
permite, na pesquisa participante,
agregar
várias técnicas da pesquisa social. Com essa
metodologia se possibilitou a coleta de dados
simultaneamente ao processo de sensibilização,
sendo aplicados questionário em forma de trilha,
matriz, análise de frases e desenhos, palavrachave, dinâmicas e jogos, havendo momentos
de lazer e confraternização.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Diagnóstico sócio-ambiental
3.1.1. Estrutura familiar
Nas últimas décadas são visíveis as
mudanças estruturais nas famílias brasileiras,
principalmente no que se refere ao número de
membros. As famílias pesquisadas em Paus
Brancos e nas comunidades de São João do
Cariri/PB exemplificam essas observações.
Em Paus Brancos, a maioria dos chefes ou
responsáveis pelas famílias trabalha na
agricultura, com renda mensal máxima R$
500,00. Predomina o número de famílias com
apenas três membros. Nas Comunidades Rurais
de São João do Cariri, a renda mensal é superior
às famílias de Paus Brancos (R$ 700,00 800,00) e o numero de membro por família é
igual ou inferior a seis.
Durante as visitas, verificou-se um número
significativo de casais da terceira idade
morando sozinho, devido aos filhos estarem
trabalhando ou estudando nos centros urbanos
próximos, para garantir melhores condições
financeiras.
A redução do tamanho médio das famílias
brasileiras, com menor número de filhos
também foi constatado por Silva e Hasenbalg
(2000), fato que os autores consideram
importante, por constituir situação favorável à
educação escolar das crianças. Carvalho e
Almeida (2003) apontam à redução das famílias
como uma característica da sociedade
125
contemporânea e associa entre outros aspectos,
a situação econômica e educacional.
3.1.2. Condições de higiene das residências
Em Paus Brancos a infra-estrutura das
residências é bastante precária. Há ainda casas
de Pau a pique - taipa (9,68%), sem
revestimento (40,74%), com cobertura de telha
de fibra-cimento e palhas de coco. A maioria
das casas de tijolo cerâmico e maciço está em
péssimo estado de conservação. Diversas
residências (16,13%).
Não têm banheiro
sanitário e os existentes, não apresentam
condições higiênicas apropriadas, além de
serem usados apenas para tomar banho. Nas
residências com coleta de esgoto, estes são
direcionados para sistemas de fossa séptica.
Entre as doenças de maior ocorrência
citadas se destacam hipertensão e diarréia. Esta
ultima, está diretamente relacionada à falta de
saneamento básico. Um morador enfatizou que
há cinco anos atrás houve vários casos de cólera
no assentamento, principalmente entre as
crianças.
Em relação à higiene social, os resíduos
são dispostos a céu aberto e o esgoto não
coletado é lançado no ambiente, sem qualquer
cuidado. Apesar da maioria da população
dedicar-se à agricultura, poucas residências têm
árvores e/ou hortas. As famílias consideram
mais fácil comprar as hortaliças. Atribuíram à
ausência de horta, a falta de tempo e escassez de
água. No entanto, foi observada uma residência
com diversos tipos de vegetais e horta. E esta se
encontra inserida no mesmo cenário das demais
famílias.
Em relação à higiene pessoal, observou-se
que não são adotados os princípios básicos de
higiene social. Nos encontros realizados apenas
três famílias tomavam os cuidados de se
higienizar e vestir melhor para irem às reuniões.
Esta realidade indica que o trabalho de
Educação Ambiental deve ter um forte
componente na orientação do resgate da autoestima e da importância do cuidado do próprio
corpo.
Em São João do Cariri, o cenário foi
diferente. A maioria das casas é construída em
tijolo (84,20%), apresenta reboco (77,80%) e
está em bom estado de conservação. Muitas
possuem
banheiro
sanitário
(94,40%),
entretanto, alguns são usados apenas para
banho. Todas as residências visitadas
apresentaram cobertura com telhado de
cerâmica. As crianças apresentam-se melhor
vestidas que em Paus Brancos. Porém, em
relação à higiene social, ainda não há
preocupação com a destinação correta dos
resíduos sólidos e do esgoto. Apenas 33,33%
das residências destinam o esgoto para fossas
sépticas. Poucas contam com horta e costumam
cultivar árvore próxima as suas residências.
Também se justificam pela falta de tempo e a
escassez de água.
As doenças que mais
atingem, segundo os moradores, são gripe e
diarréia.
Em Paus Brancos, o grupo pesquisado tem
consciência da importância do trabalho do
agricultor, orgulha-se do seu papel na sociedade
e historicamente está em mobilização para
garantir terra para o plantio, porém, não tem
cuidado com o seu corpo. Em São João do
Cariri não foi observado o mesmo nível de
consciência em relação ao trabalho do
agricultor, predominando o desejo de buscar
novos
horizontes.
Alguns
agricultores
destacaram que seus filhos têm vergonha de
afirmar dizer que o pai é agricultor. Entretanto,
adultos e jovens reconhecem que é a agricultura
que gera melhores condições financeiras.
A conservação do telhado das residências
de Paus Brancos e de São João do Cariri, é boa,
sem buracos (94,70%). Todavia, em Paus
Brancos predominaram tetos sujos (45,17%),
enquanto que em São João do Cariri o número
foi menor (16,70%). Folhas secas, pedaços de
madeira, latas e sapatos velhos são jogados nos
tetos, além de poeira e fezes de animais, sem
associar que as águas da cisterna, que depois
consomem, escoa primeiro por essa área. A falta
de limpeza e de conservação dos telhados
contribui para a contaminação da água de chuva
que é captada
No Assentamento Paus Brancos grande
parte das residências possui cozinha (87,10%),
das quais 75% estão situadas no interior das
residências. Poucas casas apresentam pia com
água contínua (6,3%). Um número significativo
utiliza fogão à lenha (39,06%).
Em São João do Cariri todas as famílias
têm cozinha no interior das residências, e
23,40% possuem fogão à lenha. Jurema e
126
algaroba são as plantas mais utilizadas como
combustível. A jurema, planta nativa do bioma
caatinga, constitui o grupo de espécies pioneiras
no processo de sucessão secundária. Sua
exploração desordenada pode chegar a ameaçar
a sustentabilidade deste ecossistema. A
Educação
Ambiental
pode
evitar
o
desmatamento de espécies ameaçadas e a
substituição dos tipos de madeira, entre outras
ações para o desenvolvimento não predatório do
meio ambiente pelas comunidades do semiárido ,
3.1.3. Condições de abastecimento de água
Nos locais estudados (Assentamento Paus
Branco e Comunidades rurais de São João do
Cariri), não há sistema coletivo de tratamento e
distribuição de água potável. Entre as famílias
de Paus Brancos, predominam as cisternas como
fonte de abastecimento (48,38%), seguido de
chafariz (29,05%), poço ou nascente (16,12%) e
carro pipa (6,45%). As águas de abastecimento
são armazenadas em cisternas (46,42%), pote
(25%), filtro (17,85%), tonéis (7,14%) e caixa
d’água (3,59%). Algumas famílias não
costumam tratar a água antes de beber
(19,29%). Dentre os tratamentos aplicados pelas
restantes, prevalecem a cloração e a filtração. A
filtração é realizada com pano (50%) e em filtro
de barro (50%). A manutenção e limpeza dos
filtros não ocorrem com a freqüência necessária
e indicada pelos órgãos de saúde e não se
observam visitas periódicas dos agentes de
saúde a estas residências mais afastadas das
sedes municipais.
Nas comunidades rurais de São João do
Cariri a principal fonte de água é o Rio Taperoá
(40%), seguido de poços (24%), cisternas
(24%), barreiros e/ou açudes (8%) e carro pipa
(4%). Em época de seca intensa são perfurados
poços no leito do Rio Taperoá. O
armazenamento da água é feito em caixas
d’água (32,40%), cisternas (26,50%), potes de
barro (20,60%), filtros de cerâmica (11,80%) e
tonéis (8,70%).
As cisternas são utilizadas
como importantes formas de armazenamento de
água em número expressivo de residências
estudadas. Todas as famílias afirmaram que
tratam a água de beber. As formas comuns são
cloração e filtração. Para filtração predomina o
uso de filtro de barro (67,80%), os demais
utilizam filtro de pano (32,20%). Semelhante a
Paus Brancos a cloração e filtração não ocorrem
de forma adequada.
A utilização de águas superficiais para
consumo humano requer de tratamento prévio
adequado. A maioria dos açudes se apresenta
eutrofizado pelo aporte de matéria orgânica e
fertilizante das áreas agrícolas ou por serem
receptores dos esgotos não tratados que escoam
da bacia hidrográfica. Na Paraíba, são poucos os
municípios com sistema coletivos de tratamento
de esgoto (no estado há 16 sistemas de
tratamento de esgotos, dos quais 2 estão na
capital). Dentre os sistemas coletivos instalados
na Paraíba, predominam as lagoas de
estabilização, tipo facultativo e nos últimos
anos, foram construídas lagunas anaeróbias. Nos
restantes dos municípios, as fossas sépticas
individuais ou coletivas são os sistemas de
escolha, as que fazem apenas tratamento
primário simples sem redução importante dos
microrganismos patogênicos.
3.1.4. Instalação das cisternas
Tanto em Paus Brancos, quanto nas
Comunidades Rurais de São João do Cariri, as
cisternas constituem, atualmente, uma estratégia
importante de captação de água das chuvas. Sua
utilização se restringe ao consumo humano e
para cozinhar. Em decorrência da escassez das
chuvas, quando falta água, as cisternas são
utilizadas para armazenar água de carro pipa, a
qual também é usada somente para beber e
cozinhar.
No Assentamento Paus Brancos, a maior
parte das cisternas foi construída pelo projeto
P1MC (65%) e as restantes pelos próprios
moradores (35%). Em São João do Cariri
também a maioria das cisternas foi construída
pelo projeto P1MC (52,60%), outras foram
instaladas através de projetos municipais e
estaduais (42,10%), apenas 5,30%
foram
construídas pelos próprios moradores. Estes
dados ressaltam o processo de mobilização
freqüente entre as famílias de Paus Brancos: um
número significativo de cisternas foi edificado
pelos próprios moradores.
A construção das cisternas foi considerada
importante a melhoria da qualidade de vida das
famílias por 100% dos entrevistados no
127
Assentamento Paus Brancos. Citam como
benefícios: facilidade de acesso à água, água
limpa e diminuição de casos de diarréia, que
eram freqüente em anos anteriores. Nas
comunidades rurais de São João do Cariri,
88,20% fizeram avaliação semelhante e
apontaram a facilidade de acesso água, maior
disponibilidade de tempo para outras tarefas e
água de boa qualidade como os principais
benefícios. No entanto, 11,80% não vêem como
importante a instalação das cisternas e não
cuidam destas. Foi constatado que as cisternas
dessas famílias apresentavam vazamentos.
Em relação ao manejo das cisternas
instaladas, os grupos estudados afirmaram que
conhecem a maneira correta de captar,
armazenar, coletar e de utilizar essas águas,
porém não foi verificado a aplicação na prática.
A maioria realiza a limpeza anualmente das
cisternas e declara, ter cuidado com a
manutenção dos telhados e calhas. Na prática,
constatou-se sujeira nos telhados e calhas dessas
famílias. A principal medida preventiva, citada
pelas famílias do Assentamento Paus Brancos
para evitar a contaminação das águas das
cisternas, foi a de eliminar primeiras as águas
da chuva que escoam pelos telhados (100%).
Em geral, estas águas, que poderiam ser
utilizadas para outros fins, são desperdiçadas.
As comunidades rurais de São João do
Cariri citaram, como medidas de preservação da
qualidade da água, o desvio das primeiras águas
de chuva, a proteção das entradas e saídas dos
dutos com tela e da importância de proteger a
conexão do duto de descida da água no ponto de
entrada da cisterna com um pano, por exemplo,
assim como manter fechada a tampa cisterna.
Mostrando-se mais conscientes e cuidadosos em
relação ao uso das águas da cisterna.
A maior parte das famílias do
Assentamento Paus Brancos, afirma que a água
da cisterna deve ser retirada por meio de balde
(85%), os demais mencionaram a bomba
manual (15%) .
Segundo as famílias, o
armazenamento destas águas deve ocorrer em
potes e filtros.
Para as comunidades rurais de São João de
Cariri, a retirada da água de cisterna pode ser
realizada por meio de balde (52,90%), bomba
manual (41,20%) e motor elétrico (5,90%). O
armazenamento, de acordo com essas famílias,
deveria ser em potes de barros e em filtros.
Nestas famílias foi observada maior informação
em relação ao uso de bomba manual. No
entanto, a observação direta mostrou que não
usam bomba manual, argumentando seu peso
elevado e a demora para retirar a água; sabe-se,
porém que utilização da bomba manual é um
dos melhores mecanismos preventivos para
evitar a contaminação da águas de cisterna,
durante a coleta para uso. Um argumento a mais
pode ser o custo da bomba, que embora não é
elevado, limita sua aquisição. Constatou-se que
a forma predominante de coleta de água é com
balde, o qual não apresentou condições
adequadas de higiene na maioria das famílias,
onde também é usado para outros fins, em
decorrência das dificuldades econômicas para
adquirir mais um, para uma única finalidade.
A hipótese lançada neste trabalho de que
as famílias não utilizam de forma correta as
águas das cisternas, fato que compromete a
qualidade dessas águas, comprovou-se a partir
da observação direta, pois são poucos os
cuidados que as famílias evidenciaram usar para
evitar a contaminação das águas, embora
conheçam de forma teórica os procedimentos
corretos.
Trabalhos mais aprofundados de Educação
Ambiental e para a Saúde da família e da
comunidade podem mudar esse panorama.
3.2. Ações de Educação Ambiental
3.2.1. Percepção ambiental das famílias
Para a realização das ações de Educação
Ambiental é indispensável conhecer a percepção
ambiental do grupo envolvido e poder delinear
estratégias de ação que permitam a ampliação
e/ou mudanças dessa percepção.
Percepção ambiental abrange toda
maneira de olhar o ambiente. Esse ver ocorre
através de um filtro ou de uma tela que o
próprio indivíduo constrói, resultante de
conhecimentos, experiências, crenças, emoções,
cultura e ações. E o ser humano age no meio
ambiente a partir desta percepção (SILVA,
2002). Segundo Rappaport (1982) há
discrepância entre as imagens culturais da
natureza e organização real da mesma,
resultando em desequilíbrios que concorrem
para a crise ambiental. A percepção inadequada
da natureza promove a utilização dos recursos
128
naturais de forma insustentável, não havendo
respeito e compromisso com as gerações
futuras.
De acordo com Pedrini (1997) a
prepotência e arrogância com que o ser humano
trata o seu meio tornaram-o cego ao óbvio: os
recursos ambientais são finitos, limitados e
estão dinamicamente inter-relacionados. Para
Capra (1996), os problemas precisam ser vistos
como diferentes facetas de uma única crise,
crise de percepção. Guimarães (1988) considera
que esse tipo de percepção foi provocado pelo
antropocentrismo introduzido com o paradigma
cartesiano-newtoniano
na
mentalidade
ocidental, dificultando a compreensão dos
processos
de
auto-organização
dos
ecossistemas, assim como as interdependências
entre os seres vivos.
Logo, o trabalho desta pesquisa foi
iniciado com a identificação da percepção
ambiental das famílias envolvidas, por meio da
aplicação do mapa mental, o qual compreende a
análise de um ou mais desenhos em resposta á
pergunta: “ o que é meio ambiente para você?”.
Nas comunidades rurais de São do Cariri, a
maioria das famílias mostrou ver o ambiente de
forma natural (91,66%), com predominância de
elementos como vegetais, sol, solo, água e
animais. Em 100% dos desenhos o ser humano
não esteve presente, o qual se interpreta como
que o ser humano não se sente parte integrante
do meio ambiente. Esse pensar leva o ser
humano ao uso abusivo dos recursos naturais,
por imaginar que não será afetado. Conforme
Inque (1995), quando se fala em natureza é
comum que numerosas pessoas deixem de
incluir o ser humano, seu ambiente imediato e
os produtos de sua cultura. Na ótica de Queiroz
(1997) a Educação Ambiental aparece como
fruto da necessidade de atuar na transformação
da sociedade, promovendo de início mudanças
de percepção e dentre elas, a inserção do ser
humano na natureza e sua ação de
transformação.
A percepção ambiental inadequada
influencia nas ações do ser humano acarretando
impactos ambientais. Um exemplo desse tipo de
percepção é a crença de que a cidade e a escola
não são partes do meio ambiente.
Dentre as representações feitas pelos
participantes dos encontros de Educação
Ambiental em São João do Cariri, apenas
8,34% vêem o meio ambiente construído,
modificado. Os desenhos não retrataram a
realidade do grupo envolvido, e expressaram
desejos e sonhos: paisagem com água e
vegetação abundantes. Essa pintura não condiz
com a realidade da comunidade: área estudada,
no Cariri paraibano, as chuvas são escassas, e
no período que foi realizada a pesquisa,
correspondente à estação seca, a vegetação
predominante de caatinga, refletia cor cinza e
marrom intenso e não o verde.
Em Paus Brancos, a maioria dos
desenhos representou a realidade na qual o
grupo está inserido, contendo planta, sol, lua da
caatinga e ferramentas utilizadas pelos
agricultores como machado, alguns incluíram a
casa da cidadania, escolas e suas moradias. O
ambiente natural com a inclusão do ser humano
esteve presente em 63,64% dos desenhos e com
o ambiente construído em 36,36%. Esta
comunidade, historicamente mostra-se em
constante mobilização, pela busca de terra para
plantio e moradia, e uma vez assentados
procuram por saneamento, educação e justiça
social, o que explica o conteúdo de seus
desenhos. A realidade na qual a comunidade
está inserida é reconhecida e compreendida, e
constitui
motivação para as possíveis
mudanças.
Outros trabalhos, entre eles o de Alves,
Silva e Vasconcelos (2003) com comunidades
rurais de Juazeirinho/PB também mostraram
predominância do meio ambiente natural nos
grupos estudados, indicando ausência de ser e
de se sentir habitante do semi-árido.
3.2.2. Importância do Recurso Natural Água
A importância da água na percepção das
comunidades sob estudo foi avaliada a partir da
dinâmica “o pingo d’água”. A dinâmica de sua
aplicação foi através do desenho de uma gota
de água, o qual foi recortado para se construir
um quebra-cabeça. A seguir, cada participante
recebeu algumas peças desse quebra-cabeça e à
medida que a
colocavam as peças para
reconstruir a gota de água, o participante devia
falar sobre sua concepção da importância da
água.
Observou-se que 100% das pessoas
atribuem grande importância à água. Entre as
129
afirmações destacam-se: água é tudo; água é
vida; água é esperança; água é importante para o
banho, pesca, irrigação, cozinhar, beber e para a
sobrevivência de animais.
Em Paus Brancos, sobressaiu a
importância da água para a agricultura,
revelando o reconhecimento e a valorização do
trabalho
do
agricultor,
diferente
das
comunidades de São João de Cariri, que apesar
da maioria ser agricultor, tem outras aspirações.
Apesar das comunidades compreenderem a
importância da água não contribuem para
manter a sua qualidade. A situação do
saneamento básico colabora com a pouca
valorização da higiene e com a falta de
associação das ações individuais com a
contaminação ambiental.
Ausência de banheiros sanitários,
resíduos sólidos na mata e nos rios ou bordes
dos açudes, destruição das matas ciliares e
desmatamento para uso da madeira como lenha
fazem parte de seu cotidiano, assim como o uso
excessivo de agrotóxicos e fertilizantes. Não se
percebe que essas ações alteram e destroem o
bioma caatinga, poluem a água e afeta sua
saúde. Não se percebe, em conseqüência, que o
ser humano é fator de transformações que
podem ser positivas e equilibradas, tendentes à
auto-sustentabilidade. Como transferir esses
conceitos em comunidades que lutam dia a dia
por uma vida mais digna?
3.2.3 Algumas causas dos problemas
relacionados com a água e possíveis soluções
Para averiguar a concepção dos grupos
participantes em relação às causas e às soluções
para se ter mais água e de melhor qualidade, foi
executada a dinâmica “do Sol”. Esta consiste
em distribuir fitas pretas e amarelas entre os
participantes, que formarão um sol. As fitas
pretas representam os problemas e o lado do
planeta onde os raios solares ainda não
atingiram. Já as fitas amarelas simbolizam as
soluções e o lado iluminado. A dinâmica
expressa que o sol, fonte de energia, inspira a
busca de soluções, e estas devem beneficiar a
todos, já que os raios solares podem iluminar
em todas as direções.
Em São João do Cariri os participantes
apontaram a poluição das águas e sua escassez
como o principal problemas da região. Citaram
o desperdício, o lançamento de esgoto, de
resíduos sólidos e animais mortos no rio
Taperoá, assim como a presença da algaroba nas
suas margens. A observação in loco confirmou a
concepção do grupo, revelando que há
compreensão das origens de alguns problemas,
no entanto, não está sensibilizado para mudar
suas atitudes. Como soluções apontaram:
consciência, união e mobilização. Estas
prioridades, conforme os grupos participantes
poderiam provocar mudanças de atitude,
possibilitar o tratamento de água, a construção
de cisternas, o uso de racional da água e maior
fiscalização para seu correto.
Em Paus Brancos a comunidade citou
como principais problemas, a escassez de água,
sua má qualidade, má manutenção dos barreiros
e a falta de união da população para resolver
e/ou mitigar esses problemas. Como soluções
apontaram à transposição das águas do rio São
Francisco, o tratamento da água, programas de
saneamento, construção de poços e manutenção
dos barreiros. A construção de cisternas não foi
citada, provavelmente porque várias famílias já
tiveram suas cisternas instaladas. Entretanto,
cabe perguntar por que aquelas famílias que não
tem cisternas não reivindicam sua construção e
preferem os barreiros?
Dentre as doenças de veiculação hídrica,
as comunidades de São João do Cariri citaram
dengue, verminoses, esquistossomose, cólera,
hepatite e micoses; além de desidratação,
manchas na pele, diarréia, febre e dor de cabeça,
que não são doenças, mais são sintomas típicos
dessas enfermidades. Como formas de
prevenção citaram o tratamento da água, a
coleta e tratamento dos esgotos, eliminar águas
paradas, cuidados na localização e na
manutenção das fossas sépticas. Em Paus
Brancos, as doenças enumeradas foram: cólera,
verminoses, dengue, hepatite, esquistossomose,
diarréia, frieira e calazar. As duas últimas não
são doenças de veiculação hídrica, mas
ocorrem com freqüência na região. As formas
de prevenção citadas coincidem algumas com as
de São João do Cariri e outras evidenciam
maior nível de conscientização em relação à
higiene: tratamento da água, coleta e tratamento
de esgotos e de resíduos sólidos, lavagem de
verduras e frutas, cuidar de tampar a cisterna, e
não andar calçado.
130
3.2.4. Manejo das águas de cisternas
Com a finalidade de identificar as
formas de manejo das cisternas das famílias em
estudo, foi aplicada a dinâmica “mutirão de
idéia”. Esta consiste em motivar o grupo a expor
sua opinião sobre determinado tema, seguido de
um amplo debate.
Para o desenvolvimento da dinâmica foi
desenhada em cartolina uma cisterna. Num
primeiro momento, os participantes lançaram
suas idéias sobre medidas para conservação da
cisterna, depois sobre como retirar a água da
cisterna e por último como armazenar essa água.
As idéias foram escritas na cartolina e
amplamente discutidas. A discussão partiu do
princípio de avaliar quais as idéias eram certas
ou erradas e o que poderia ser mudado.
Tanto em São João do Cariri como em
Paus Brancos constatou-se que o desvio das
primeiras águas de chuvas, manter a cisterna
fechada e a limpeza dos telhados e das calhas
foram considerados importantes à conservação
da cisterna e para a preservação da qualidade da
água, o qual era esperado considerando os
resultados
das
entrevistas
realizadas
previamente. Não foi observado preocupação
em relação à localização da cisterna, nem com o
uso de água de fontes variadas e não citaram a
utilização de bomba e nem a necessidade de
limpezas periódicas.
Sobre a forma de retirar a água da
cisterna, os dois grupos evidenciaram a
importância da bomba manual ou baldes limpos.
Porém, persistem em não usar a bomba, como já
foi dito e não lavam corretamente os baldes.
Sobre a maneira correta de armazenar a água da
cisterna, insistem no uso de potes e filtros. São
unânimes em apontar a cloração como uma
medida importante para tratamento da água. No
entanto, quando aplicam cloro este é usado para
grandes quantidades de água e a dose correta
não é considerada, resultando na ineficiência do
tratamento.
A partir destas informações, foram
elaborados cartazes mostrando formas corretas
de conservar as cisternas, de retirar e armazenar
a água e de procedimentos de cloração. Foi
também elaborado um cartaz apresentando o
ciclo da água, na busca de sensibilizar os grupos
sobre a circulação da água e os pontos chaves
para aplicar medidas preventivas, tanto no
ambiente (preservação da mata ciliar) como na
manutenção dos tetos e das cisternas.
Em várias oficinas foram enumerados e
discutidos os riscos do consumo de água
contaminada e a necessidade de adotar
procedimentos corretos para se obter água de
boa qualidade.
Em outras oficinas foram
apresentados diversas formas de tratar a água.
Os métodos trabalhados foram: fervura,
filtração, cloração e desinfecção com uso de luz
solar (SODIS, 2005). Famílias de Paus Brancos,
conheciam o método SODIS, apesar de não ser
usado na prática diária, devido ao trabalho
realizado por Beter (2006). Para as famílias de
São João do Cariri, SODIS foi uma novidade e
mostraram-se interessadas em conhecer melhor
o processo.
Na oficina de tratamento de água
também foi trabalhada a necessidade de manter
a higiene pessoal e social. Foi destacado que a
preocupação em tratar em água deve estar
associada ao cuidado com o corpo e com o meio
ambiente e que este cuidado é essencial ao
resgate da auto-estima.
3.3 Conquistas e
trabalho
de
realizado
desafios referentes ao
Educação
Ambiental
No
último
encontro
realizado
no
Assentamento Paus Brancos e nas Comunidades
Rurais de São João do Cariri/PB as dinâmicas
utilizadas possibilitaram a avaliação do trabalho
realizado.
Foi aplicado um questionário em forma de
trilha (SILVA, 2002). Este consiste em
distribuir perguntas em caixas fixadas em
pontos diferentes da sala, e várias frases de
motivação. A primeira caixa foi fixada na
entrada da sala, e continha instruções de como
ocorreria a trilha. Cada caixa continha uma
pergunta relacionada ao manejo correto das
águas de cisternas e a avaliação do trabalho
realizado, totalizando oito perguntas. No final,
cada participante recebeu uma bala contendo
uma frase de incentivo e agradecendo pela
participação nos encontros. A entrega da bala
objetivou verificar o destino que seria dado à
embalagem.
Após a trilha, foram entregues três
cartões em cores amarela, verde e roxa e foi
exposto um cartaz com uma cisterna desenhada.
131
No cartão amarelo, os participantes escreveram
um tipo de cuidado para conservar a cisterna; no
cartão verde, uma forma correta de retirar a
água da cisterna e no cartão roxo uma forma de
armazenar a água que foi retirada da cisterna.
Os cartões foram expostos ao lado do desenho e
se procedeu à discussão. Terminada a dinâmica
anterior, distribuíram-se pedaços de cartolina
com as figuras das partes de uma arvore típica
da caatinga, para que os participantes
montassem um quebra-cabeça. À medida que se
processava a montagem, foram sendo citados
problemas que gostariam resolver em 2007. Em
seguida, foram entregues mais uma vez partes
de uma árvore típica da caatinga, desta vez
coloridas para o grupo organizar mais uma vez
o quebra-cabeça, e citaram soluções para os
problemas que consideraram prioridades para
2007.
Finalmente, os temas foram discutidos e
o grupo foi motivado a continuar se encontrado
para que as soluções apontadas pudessem se
transformadas em realidade.
Concluída a dinâmica da árvore, foram
entregues aos participantes espinhos, flores e
frutos para completar um cacto desenhado em
cartolina. Para os espinhos, cada participante
citou um ponto negativo dos encontros. Para as
flores um ponto positivo e para os frutos, o que
mudou a partir dos encontros.
De acordo com a avaliação dos dados, os
grupos foram sensibilizados para a necessidade
de utilizar corretamente a água da cisterna. Mas,
é necessário manter visitas às famílias, e
insistir no processos de sensibilização para a
adoção de práticas corretas.
Em Paus Brancos o trabalho realizado
ainda não foi suficiente para mudar o cenário de
falta de cuidado com o corpo. A falta de
recursos financeiros e de perspectivas representa
desafio a ser superado por este grupo.
Os problemas considerados prioritários
para 2007 segundo as famílias de Paus Brancos
são: superar a falta de recursos financeiros;
mobilizar a comunidade; adquirir financiamento
para a agricultura, disponibilidade de transporte
e manter água em quantidade e de boa qualidade
nas cisternas. Este último foi considerado
desafio, devido a falta de chuvas. No momento
as cisternas são abastecidas por carro pipa. Para
as comunidades rurais de São João do Cariri, as
prioridades são: aumentar o número de casas
contempladas com cisternas; manter o grupo
reunido para discutir e reivindicar soluções para
os problemas locais e melhorar a assistência
médica. Entre as soluções apontadas pelos dois
grupos destacaram-se o processo de mobilização
e continuidade dos encontros quinzenais.
Em relação à avaliação do trabalho
realizado, tanto em Paus Brancos, quanto em
São João do Cariri foram considerados como
pontos negativos: poucos encontros e o baixo
número de famílias envolvido. Os pontos
positivos são: a reunião de pessoas da
comunidade para discutir temas de interesse
comum, o conhecimento gerado sobre uso da
água; para os cuidados com o meio ambiente; a
inquietação motivada em resolver os problemas
da comunidade.
Durante os encontros observaram-se
vários avanços, no entanto, há desafios a serem
superados. Espera-se que as comunidades
coloquem em prática os conhecimentos gerados
e que continuem os encontros para discutir e
buscar soluções aos problemas locais.
Provavelmente o número de encontros não foi
suficiente para gerar as mudanças esperadas,
mas permitiu o processo de sensibilização para
o uso correto dos sistemas de coleta e
armazenamento de águas de chuva.
3.4 Estratégias para a realização de ações de
Educação Ambiental em comunidades
rurais do semi-árido paraibano
A realização de Educação Ambiental não
formal, especialmente em comunidades rurais,
exige estratégias diferenciadas da Educação
Ambiental Formal citadas por Silva (2000).
Entre as estratégias comuns, destacam-se:
identificação
da
percepção
ambiental,
realização de diagnóstico sócio-ambiental;
delineamento dos encontros a partir da
percepção e do diagnóstico sócio-ambiental;
sistematização e continuidade dos encontros;
metodologia criativa, dinâmica, crítica
e
participativa; valorização dos diversos saberes;
construção e reconstrução do conhecimento;
apresentação dos dados coletados e discussão
dos dados coletados.
As estratégias específicas compreendem:
reconhecer a área delimitada para a intervenção;
identificar os líderes locais e sensibiliza-los para
serem parceiros potenciais do trabalho; escolher
132
um local para realização dos encontros que
facilite o acesso dos participantes; discutir o
horário mais adequado a participação efetiva
das famílias e agendar previamente os encontros
que serão realizados, deixando exposta a agenda
em cartaz; organizar os encontros de forma
criativa e dinâmica com duração máxima de
duas horas; cumprir com assiduidade e
pontualidade a agenda organizada para a
realização dos encontros; não utilizar panfletos,
manuais e/ou cartilhas antes que o grupo esteja
sensibilizado; evitar utilizar materiais didáticos
que não são acessíveis à população local e por
último tornar os encontros momentos
importantes para o grupo pesquisado e para o
grupo de pesquisadores.
Observando as estratégias enumeradas,
Educação Ambiental atingirá os objetivos
propostos através dos documentos nacionais e
internacionais, que é o de Transformação,
objetivo comum a todo processo de Educação.
Vários educadores e pesquisadores da área de
educação citam e concordam com o propósito
da educação. Esta só se justifica, enquanto
processo de transformação (FREIRE, 1983;
GUIMARÂES,
2000;
DEMO,
1999;
SATO,1997).
A Carta da Terra, o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global e a Agenda 21 Global
também
preconizam
o
objetivo
de
transformação. O Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global sugere que Educação
Ambiental deve ter como base o pensamento
crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar,
em seus modos formal, não formal e informal,
devem promover a transformação e a construção
da sociedade. Deve-se procurar um ato político,
baseado em valores para a transformação social,
estimulando a solidariedade, igualdade e o
respeito humano. Deve-se enfatizar a relação
entre o ser humano e a natureza e o universo de
forma interdisciplinar. Ainda, na Agenda 21
Mundial, o ensino é fundamental para conferir
consciência ambiental e ética, valores e atitudes,
técnicas e comportamentos em consonância com
o desenvolvimento sustentável.
4 CONCLUSÃO
As famílias do Assentamento Paus
Brancos e das comunidades rurais de São João
do Cariri/PB não contam com sistemas de
saneamento básico e não são servidas por
sistemas de abastecimento coletivo de água
potável.
As condições de infra-estrutura das casas
e de higiene das famílias são precárias. As
comunidades rurais de São João do Cariri
apresentam melhores condições nas residências
e maiores cuidados com a higiene pessoal
Número significativo de residências não
tem banheiro sanitário (16,13% - Paus Brancos;
São João do Cariri - 5,60%), e na maioria das
vezes estes são utilizados apenas para o banho
Entre as famílias residentes em Paus
Brancos, predominam as cisternas como fonte
de abastecimento de água (48,38%), seguido de
chafariz (29,05%), poço ou nascente (16,12%)
carro pipa (6,45%). Entretanto, as cisternas
perdem sua função social ao serem cheias com
água de carro-pipa. Nas comunidades rurais de
São João do Cariri, a principal fonte de água é o
rio Taperoá (40%), seguido de poços (24%),
cisternas (24%), barreiros e/ou açudes (8%) e
carro pipa (4%);
Os grupos reconhecem o ganho de
tempo, antes perdido na busca de água, que
dedicam a outras atividades do lar e da roça;
As cisternas foram construídas para
garantir água de qualidade, mas não se observa
o manejo correto na captação, armazenamento e
coleta de água, o que se constitui num grave
problema para o êxito de projetos de alto
investimento, como o PIMC e para sua autosustentabilidade.
A preocupação em tratar a água deve
estar associada ao cuidado com o corpo e com o
meio ambiente. E este cuidado é essencial ao
resgate da auto-estima;
Os grupos foram sensibilizados para a
necessidade de utilizar corretamente a água da
cisterna, no entanto, ainda não foi possível
avaliar de forma cuidadosa sua aplicação
prática.
São necessárias visitas sistemáticas às
famílias
e
acompanhamento
pelos
multiplicadores, para impulsionar maior
aplicação das medidas de manejo.
133
Em Paus Brancos o trabalho realizado
não foi suficiente para mudar o cenário de falta
de cuidado com o corpo.
A falta de recursos financeiros, de
perspectivas pessoais e coletivos, manutenção
da boa qualidade da água das cisternas e
aumento do número de residências com
cisternas constituem desafios a serem
superados.
O número de encontros não foi
suficiente para gerar as mudanças esperadas,
mas permitiu instalar o processo de
sensibilização para o uso correto das águas de
cisternas e para a higiene pessoal.
Sem Educação Ambiental não será
possível o uso sustentável das águas de cisterna,
nem de projetos de aplicação de outras
tecnologias que precisam de novas formas de
percepção e de atuação.
Educação Ambiental não formal exige
metodologia dinâmica, criativa, crítica e
participativa.
A formação em Educação Ambiental dos
líderes locais compreende principal estratégia
para alcançar os objetivos da Educação
Ambiental na zona rural.
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Mestrado.
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Campina Grande/PB, 2000
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Nations Children’s Fund. The MDG drinkingwater and sanitation target: A mid-term
assessment of progress, 2004
1.
Bióloga. Especialista em Educação Ambiental/UEPB.
Mestra
em
Desenvolvimento
e
Meio
ambiente/PRODEMA/UFPB. Doutoranda em Recursos
Naturais/UFCG.
Professora/pesquisadora
do
Departamento
de
Biologia/UEPB.
Email:
[email protected]
2.
Graduanda em Licenciatura e Bacharelado em Ciências
Biológicas
pela
UEPB.
Email:
[email protected]
3.
Doutora em Recursos Naturais/CCT/UFCG/PB;Mestra
em
Engenharia
Civil
e
Ambiental/UFCG;
Professora/pesquisadora do Centro de Ciências Biológicas
e da Saúde da
Universidade Estadual da
Paraíba/UEPB/PB. E-mail:[email protected].
4.
Doutora em Microbiologia Ambiental/ICBII/USP/SP
Mestra
em
Microbiologia
e
ImunologiaEPB/SP.Bioquímica/UNT/Argentina.
Professora
e
pesquisadora do Programa de Pós-Graduação de
Engenharia Civil e Ambiental/UFCG; Professora visitante
da UEPB. Email: [email protected]
SODIS - SOLAR WATER DISINFECTION.
Homepage. Disponível em: http: www.sodis.ch.
Acesso em 10 de janeiro de 2007.
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PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E
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