Bráquetes Estéticos: Características e

Transcrição

Bráquetes Estéticos: Características e
Materiais Ortodônticos
Bráquetes Estéticos: Características
e Comportamento Clínico
Cássio Rocha Sobreira*, Lívia Barbosa Loriato*, Dauro Douglas Oliveira**
Resumo
Com a crescente procura de adultos por
tratamento ortodôntico, aumentou também o interesse pela utilização de aparelhos fixos mais discretos e socialmente
aceitáveis. Os bráquetes estéticos, plásticos e cerâmicos, apresentam-se como
opções de materiais ortodônticos que
atenderiam essa demanda. Esses acessórios possuem propriedades físico-químicas e comportamento clínico diferentes
dos bráquetes convencionais metálicos,
merecendo, portanto atenção adicional
do ortodontista. O objetivo deste artigo é
realizar uma revisão crítica da literatura
sobre os diversos tipos de bráquetes estéticos atualmente disponíveis no mercado,
abordando suas principais características,
indicações e contra-indicações, destacando como tais propriedades poderiam interferir em sua perfomance clínica.
Palavras-chave: Bráquetes estéticos. Bráquetes plásticos. Bráquetes cerâmicos.
Ortodontia em adultos.
*Mestres em Ortodontia pela PUC Minas – Belo Horizonte – MG.
**Mestre em Ortodontia pela Marquette University – Milwaukee – EUA, Doutorando pela FO/UFRJ – Rio de Janeiro – RJ; Professor do Mestrado em Ortodontia da PUC Minas.
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Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira
Introdução
A atração pelo que é belo faz parte das características intrínsecas dos seres humanos e a busca pela beleza vem promovendo modificações significativas no comportamento social da população. O
aumento do número de adultos procurando tratamento ortodôntico, levou à necessidade de se buscar aparelhos fixos mais discretos
e socialmente aceitáveis. A indústria ortodôntica, dessa forma, vem
buscando produzir materiais mais estéticos, mas que também possuam boa performance clínica, a fim de atender a demanda tanto
dos pacientes, quanto dos ortodontistas.
O primeiro passo em direção a um aparelho ortodôntico fixo
mais estético foi dado por Newman22, em meados da década de 60,
quando este introduziu o condicionamento ácido do esmalte associado à utilização de resinas epóxicas, permitindo a colagem direta
de acessórios ortodônticos. Com a evolução da técnica, ocorreu uma
progressiva substituição do aparelho com bandas cimentadas em
todos os dentes, por aquele com bráquetes colados diretamente à
superfície do esmalte. A partir da década de 70, surgiram os bráquetes estéticos plásticos e, posteriormente, os cerâmicos, os quais
significaram uma melhora relevante na aparência do aparelho ortodôntico (Fig. 1). No entanto, seu comportamento clínico ainda apresenta algumas desvantagens quando comparados aos bráquetes
metálicos tradicionais. Por isso, vários estudos vêm sendo realizados
com o intuito de avaliar e desenvolver suas propriedades físicas, a
fim de melhorar sua aplicação clínica. Esse processo de evolução
histórica resultou em uma situação onde o ortodontista, atualmente, pode escolher entre uma grande variedade de bráquetes estéticos, de diferentes tipos e fabricantes. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão crítica da literatura sobre os bráquetes plásticos e
cerâmicos, abordando suas características estruturais, vantagens e
desvantagens, considerando como essas propriedades podem afetar
o desempenho desses materiais na rotina clínica do ortodontista.
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Figura 1 - Evolução estética dos aparelhos ortodônticos fixos: A) Bráquetes soldados a bandas cimentadas em todos os dentes, B) Colagem direta de
bráquetes metálicos, C) Bráquetes plásticos, D) Bráquetes cerâmicos.
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BRÁQUETES PLÁSTICOS
Os bráquetes plásticos foram, nos anos 70, os primeiros acessórios ortodônticos lançados no mercado, sendo compostos por
um polímero denominado Policarbonato13. Devido ao alto número de desvantagens em sua atuação clínica, esses bráquetes vêm
sendo progressivamente substituídos pelos acessórios cerâmicos.
Segundo Gottlieb et al.15, entre 1986 e 1990, o uso dos bráquetes
plásticos na clínica ortodôntica caiu pela metade, enquanto o dos
bráquetes cerâmicos aumentou 15 vezes. Acredita-se que, apesar
dos bráquetes cerâmicos representarem a maioria dos aparelhos
fixos estéticos utilizados atualmente, os plásticos ainda são comercializados e utilizados por vários ortodontistas. Alguns dos bráquetes plásticos disponíveis no mercado estão listados na tabela 1.
Estabilidade estrutural
Entre as características desfavoráveis que comprometem o desempenho clínico dos bráquetes de policarbonato, estão sua pigmentação ao longo do tratamento e a conseqüente instabilidade
de cor devido à alta capacidade de absorção de água13,24. Uma outra
limitação desses materiais, observada clinicamente, é sua deformação estrutural, principalmente após a inserção de dobras de 3a
ordem em fios de aço inoxidável. Para tentar solucionar tais problemas, algumas modificações estruturais durante sua fabricação
foram realizadas, como por exemplo, reforçá-los com cargas cerâmicas e fibra de vidro3. No entanto, a instabilidade de cor e a distorção continuaram elevadas (Fig. 2), o que continuou contribuindo
para o uso cada vez mais limitado desse material16.
Dobrin et al.11 foram os primeiros a avaliar quantitativamente a
deformação ao torque de bráquetes plásticos não reforçados estruturalmente. Os autores concluíram que tais acessórios apresentaram mudanças dimensionais inaceitáveis do ponto de vista clínico.
Mais recentemente, Feldner et al.12 investigaram, além do grau de
deformação, o torque obtidos em quatro tipos de bráquetes de policarbonato: não reforçados, reforçados por cargas cerâmicas, com
canaleta metálica e reforçado por cerâmica com canaleta metáli-
ca, tendo um grupo de bráquetes metálicos como controle. Concluiu-se que, quando comparados aos bráquetes metálicos, todos
os bráquetes de policarbonato apresentaram maior deformação e
menor expressão do torque inserido, sendo o bráquete com canaleta metálica o de melhor desempenho entre os acessórios plásticos
testados. Harzer et al.17, pesquisando as mesmas características em
bráquetes com marcas comerciais diferentes das do estudo anterior, encontraram resultados semelhantes.
Fricção
Os bráquetes plásticos de policarbonato puro apresentam alto
coeficiente de fricção causado por irregularidades em sua superfície13. Numa tentativa de se minimizar o atrito com os fios ortodônticos, diminuindo esse efeito indesejável, alguns fabricantes
incluíram uma canaleta metálica em sua estrutura.
Bazakidou et al.3 mensuraram as forças friccionais geradas
por quatro marcas comerciais de bráquetes plásticos, em comparação com duas de bráquetes cerâmicos e uma de aço inoxidável
convencional, em conjunto com fios ortodônticos de aço, níqueltitânio e beta-titânio com três diferentes espessuras. Os autores
concluíram que os bráquetes plásticos com canaleta metálica
ofereceram menor resistência friccional quando comparados aos
bráquetes cerâmicos ou metálicos, independentemente da espessura e do tipo de fio avaliados.
Forças de Adesão
A força de adesão também é uma propriedade muito importante no bom desempenho clínico dos aparelhos ortodônticos fixos. Inicialmente questionou-se a capacidade dos bráquetes plásticos resistirem as forças mastigatórias. Guan et al.16 avaliaram
quatro tipos de bráquetes plásticos colados com quatro sistemas
adesivos diferentes, bem como, a influência do conteúdo de carga cerâmica na remoção dos acessórios. Os bráquetes plásticos
avaliados apresentaram uma força de adesão mais baixa que a
dos metálicos, sendo que o conteúdo de carga correlacionou-se
tabela 1 - Diferentes marcas comerciais, empresas fabricantes e características estruturais dos bráquetes plásticos.
Bráquete
Fabricante
Composite
Dental Morelli
Policarbonato com fibra de vidro
Elation
GAC
Policarbonato com fibra de vidro e canaleta
metálica
Elegance SL
Dentaurum
Policarbonato com fibra de vidro e canaleta
metálica
Silkon Plus
American Orthodontics
Policarbonato com fibra de vidro
Spirit MB
Ormco
Policarbonato com fibra de vidro e canaleta
metálica
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Característica estrutura
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Figura 2 - Instabilidade de cor dos bráquetes de policarbonato após 9 meses
de uso.
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produzido de dois modos: alumina policristalina ou alumina monocristalina. A principal diferença entre essas duas estruturas é a
claridade óptica, sendo a monocristalina mais clara e translúcida
que a policristalina devido ao maior tamanho dos grãos cerâmicos e ao menor número de impurezas presentes em sua constituição (Fig. 3). No entanto, ambas apresentam boa resistência a
alterações de cor19.
Bráquetes policristalinos são fabricados com partículas de
óxido de alumínio e um aglutinante, de forma que a mistura possa ser moldada e posteriormente cortada até que o formato final
do bráquete seja estabelecido. Posteriormente, a mistura moldada é aquecida à temperaturas acima de 1800 ºC para queimar o
aglutinante e unir as partículas de óxido de alumínio. Segue-se
então, um tratamento térmico para remoção das imperfeições da
superfície e liberação de estresses estruturais criados durante a
realização dos cortes14. A desvantagem do processo de moldagem
da cerâmica policristalina é a presença de imperfeições estruturais ao redor dos grãos, ou de impurezas que funcionariam como
uma região suceptível à propagação de linhas de fratura quando
o material está sob estresse28.
Os bráquetes feitos a partir da cerâmica monocristalina são
produzidos por um processo bastante diferente. Cristais individuais de safira são produzidos a partir de uma massa fundida de
óxido de alumínio a temperaturas mais elevadas que 2100 ºC. Essa
massa é vagarosamente resfriada para permitir uma cristalização
controlada. Assim, forma-se um cristal muito mais puro, além de
praticamente se eliminar a possibilidade de propagação de fraturas
através de áreas que contenham imperfeições ou impurezas. Esse
processo de produção é mais complexo e caro que o dos bráquetes
policristalinos19, o que leva a uma menor disponibilidade de bráquetes monocristalinos no mercado.
positivamente com a força de adesão. Segundo os autores, as
cargas expostas na superfície da base dos bráquetes plásticos parecem ter um papel mais importante na adesão do que a forma
da superfície da base.
Fernandez e Canut13 avaliaram que a resistência à descolagem por cisalhamento dos bráquetes plásticos é menor do que
aquela observada nos bráquetes metálicos e maior que os cerâmicos aderidos mecanicamente ao dente. Segundo Guan et al.16,
recentes alterações na superfície da base dos bráquetes plásticos,
como por exemplo o aumento de micro-retenções, estão sendo
testadas para melhorar o potencial de adesão mecânica destes
acessórios ortodônticos.
BRÁQUETES CERÂMICOS
No início dos anos 80, os bráquetes feitos de cerâmica foram
introduzidos no mercado para suprir as limitações estéticas e algumas propriedades deficientes dos bráquetes de policarbonato.
Atualmente, esse material é o produto mais utilizado em casos que
demandam um aparelho fixo estético, havendo diversas marcas comerciais disponíveis ao ortodontista (Tab. 2).
Os bráquetes cerâmicos apresentam maior estabilidade de cor,
sendo inertes aos fluidos orais, e oferecem maior controle sobre
a quantidade de torque transferida aos dentes24. Entretanto, algumas características apresentam-se indesejáveis como sua alta
friabilidade, maior atrito com os fios ortodônticos, possibilidade
de causar desgastes em dentes antagonistas ou danos ao esmalte
durante sua remoção, além de possuírem uma estrutura mais volumosa que a dos bráquetes metálicos14. Alterações na estrutura
desses bráquetes vêm sendo realizadas e seu desempenho clínico
melhorou sensivelmente.
Sua composição é de óxido de alumínio (Al2O3), podendo ser
tabela 2 - Diferentes marcas comerciais, empresas fabricantes e características estruturais dos bráquetes cerâmicos.
Bráquete
Fabricante
Característica estrutural
Cerâmico
Abzil
Policristalino
Clarity
3M Unitek
Policristalino, com canaleta metálica
Fascination 2
Dentaurum
Policristalino
Inspire Ice
Ormco
Monocristalino
InVu
TP Orthodontics
Policristalino
Mystique
GAC
Policristalino
Signature III
Rocky Mountain
Policristalino
Starfire TMB
“A” Company
Monocristalino
Transcend 6000
3M Unitek
Policristalino
Virage
American Orthodontics
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Figura 3 - Tipos de bráquetes cerâmicos de acordo com seu processo de fabricação: A) Monocristalinos, B) Policristalinos.
Dureza, resistência à fratura e friabilidade
As cerâmicas são conhecidas por sua dureza, sendo o terceiro
material mais duro conhecido pelo homem28. Portanto, os bráquetes cerâmicos são mais duros que os bráquetes metálicos ou o próprio esmalte dentário, o que pode causar abrasão dos dentes que
estejam em contato com este tipo de bráquete, quando o paciente
oclui. Segundo Ghafari14 esta é principal causa de injúria causada
pelos bráquetes cerâmicos. Assim, seu uso pode ser considerado
contra-indicado no arco inferior tanto em casos de mordidas profundas, quanto de trespasses horizontais reduzidos4,14.
Outra grande desvantagem do material cerâmico é sua friabilidade. Pequenas rachaduras ou poros na estrutura do material
levam a uma redução significativa da força requerida para que ele
se quebre24. O arranjo das uniões iônicas dos bráquetes cerâmicos
não permite mudanças nas ligações atômicas, nem redistribuição
de forças, tornando-os muito mais friáveis e menos resistentes à
tensão do que os acessórios metálicos. Além do acúmulo de estresse, a presença de imperfeições e impurezas no material facilitam a propagação de tais rachaduras. A capacidade de resistir à
falha estrutural é maior nos bráquetes monocristalinos que nos
policristalinos19. A forma arredondada e a espessura dos bráquetes
cerâmicos são críticos na prevenção de fraturas por fadiga estrutural e também para diminuir os impactos da elevada friabilidade
desse material7,18,28. O ortodontista também deve ser cuidadoso ao
inserir fios retangulares de aço muito calibroso com dobras de 3a
ordem, assim como, ao utilizar ligaduras metálicas muito apertadas. Ambas condições representam um estresse estrutural bastante
elevado, o que poderia causar a fratura do bráquete como um todo,
ou de parte de sua estrutura14.
Segundo Bishara e Fehr4, outra conseqüência dessa alta friabilidade é seu baixíssimo grau de deformação sem que haja fratura.
Enquanto os bráquetes metálicos aceitam uma deformação estrutural de até 20% sem apresentar quebras, nos cerâmicos esse per-
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centual não passa de 1%. Uma das áreas de fratura mais comuns
no bráquete cerâmico são as aletas ou na interface destas com a
base, pois quando um arco é inserido e fixado ao bráquete, essas
regiões são submetidas a tensões elevadas.
Johnson et al.18 avaliaram alguns bráquetes cerâmicos disponíveis no mercado para comparar a resistência à fratura das aletas, quando submetidas à cargas de tensão. A ordem decrescente
da resistência à fratura de tensão foi a seguinte: Inspire (Ormco),
Fascination (Dentaurum), Mystique (GAC), InVu (TP), Clarity (3M
Unitek), Virage (American Orthodontics) e o Luxi (Rocky Mountain).
Os bráquetes com estrutura semi-geminada, com aletas de dimensões maiores e com superfície mais lisa, apresentaram resistência
à fratura por tensão significativamente maior que os bráquetes
geminados, com aletas de dimensões menores e superfície topograficamente mais rugosa.
Aknin et al.1 avaliaram a resistência à fratura de oito marcas
comerciais de bráquetes cerâmicos através da aplicação de forças
de torção e torque lingual de raiz, avaliando o local onde as fraturas ocorreram. Os autores concluíram que todos os bráquetes cerâmicos avaliados apresentaram resistência suficiente para suportar
as magnitudes de força de torção normalmente usadas durante o
tratamento ortodôntico e que o local predominante de fratura foi
a porção incisal do material.
Força de adesão
Os primeiros bráquetes cerâmicos lançados na década de 80
apresentavam adesão química ao dente. Como o óxido de alumínio é um material quimicamente inerte, esses bráquetes não apresentam adesão às resinas rotineiramente utilizadas para colagem.
Assim, utilizava-se uma camada de selante, seguida de um agente
silano para união com a resina, permitindo a colagem. No entanto,
devido à grande força de adesão, clinicamente notou-se uma extrema dificuldade na remoção dos bráquetes colados dessa forma.
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Não bastasse tal dificuldade, em vários pacientes, houve danos ao
esmalte no momento de sua remoção, uma vez que a falha na adesão ocorreu na junção resina/esmalte e não entre resina e bráquete, o que seria mais seguro14,19,28. Em decorrência desses problemas,
os fabricantes adicionaram retenções mecânicas às bases dos bráquetes cerâmicos para permitir maior área de contato com a resina
e, conseqüentemente, maior embricamento gerando retenção mecânica24. A força de adesão também pode ser afetada pelo tipo de
resina utilizada, por diferentes tempos de condicionamento ácido,
pelo tamanho da base do bráquete e também pela condição clínica
em que o dente se encontra14,19.
Foi sugerida a colocação de uma base metálica que aumentasse a retenção mecânica na colagem dos bráquetes cerâmicos.
No entanto, essa incorporação trouxe um resultado antiestético7.
Como alternativa, o autor recomendou um condicionamento ácido
do esmalte por 30 segundos, o que permitiria forças de adesão
e remoção satisfatórias. Olsen et al.25 realizaram um estudo para
determinar a força e o tipo de falha de união na remoção de um
tipo de bráquete cerâmico (Trascend 6000, 3M Unitek), variando o
tempo de condicionamento ácido de 30, 20, 15, 10, 5 e 0 segundos
com ácido fosfórico a 37%. O grupo de 5 segundos e o não submetido ao condicionamento apresentaram os menores valores de
adesão. Não houve diferenças significativas entre os grupos de 10 a
30 segundos, sendo todos os resultados clinicamente aceitáveis.
Mundstock et al.21 mensuraram e compararam a resistência e
os locais das falhas de colagem de bráquetes cerâmicos com adesão mecânica, com e sem canaleta metálica (Clarity e Transcend
6000, 3M Unitek). Avaliaram também a presença ou não de danos
ao esmalte após a descolagem. Os resultados mostraram que a resistência à descolagem do bráquete cerâmico com canaleta metálica foi inferior ao bráquete cerâmico convencional, mas com valor
aceitável clinicamente. Ambos os bráquetes apresentaram maior
índice de falha da colagem na junção resina/bráquete (75%), não
sendo verificada nenhuma fratura de grande proporção no esmalte
em qualquer grupo.
Resistência friccional
Quando a mecânica de deslize é utilizada, a resistência friccional é um fator que dificulta a movimentação dentária, uma vez que,
quanto mais elevado o atrito, maior a força ortodôntica requerida
para que o dente se mova. Dickson e Jones10 observaram alta resistência friccional em mecânicas de deslize utilizando bráquetes
cerâmicos. Afirmaram ainda que, apesar da fricção ser determinada primariamente pelo tipo de material usado, a angulação entre
bráquete e fio também a influencia. Bishara e Fehr4 afirmaram que
os bráquetes cerâmicos geram micro-asperezas no fio ortodôntico durante o deslizamento, o que aumentaria progressivamente o
atrito. A fim de reduzir a resistência friccional, os fabricantes ten-
taram melhorar a lisura superficial das canaletas, ou inseriram uma
canaleta metálica aos acessórios.
Dickson e Jones10 compararam a resistência friccional de um
bráquete cerâmico com a inserção de uma canaleta metálica (Clarity, 3M Unitek) com a de um bráquete cerâmico convencional (Trancend 6000, 3M Unitek) e de um bráquete metálico (Twin-Torque, TP
Orthodontics Inc.). Todos os bráquetes foram montados de forma
a fornecer uma angulação fio-bráquete de 0, 5 ou 10º. Os resultados demonstraram que o bráquete cerâmico com canaleta metálica apresentou resistência friccional mais próxima à do bráquete
metálico do que o cerâmico convencional, quando as angulações
entre fio e bráquete foram mais baixas (0 e 5º). Por outro lado, com
uma angulação de 10º, os dois tipos de bráquetes cerâmicos não
apresentaram diferenças de resistência friccional relevantes entre
si, mas ambos apresentaram valores maiores que os dos bráquetes metálicos. O aumento da fricção na angulação de 10º pode ser
explicado pela visível rugosidade presente na borda da canaleta
metálica desse tipo de bráquete cerâmico.
Em estudos semelhantes, Cacciafesta et al.6, Nishio et al.23 e
Braga et al.5 confirmaram tais resultados. Dessa forma, os bráquetes cerâmicos com canaleta metálica, além de estéticos, apresentam-se como uma alternativa viável aos bráquetes cerâmicos
convencionais.
Remoção
A remoção de bráquetes cerâmicos é invariavelmente considerada mais difícil que a dos bráquetes metálicos, seja pelo histórico
de danos ao esmalte nas primeiras gerações desses acessórios, seja
pelo risco de quebra das aletas. Nessa segunda condição, o restante
da cerâmica que permanece aderida ao dente deve ser removido
com brocas de alta rotação, aumentado as possibilidades de injúria ao paciente e gerando dificuldades adicionais ao ortodontista.
A técnica de remoção mecânica é a mais utilizada, podendo ser
empregado um alicate próprio para remoção, ou de corte reto, aplicando-se uma força de compressão na base do bráquete, sobre sua
junção com o adesivo.
A remoção de bráquetes cerâmicos com adesão mecânica não
parece oferecer nenhum tipo de resistência excessiva, no entanto,
alguns cuidados devem ser observados, como evitar a compressão
das aletas, o que poderia causar sua fratura devido à friabilidade
da cerâmica. Em bráquetes com adesão química, não se recomenda
movimentos de torção e tensão para sua remoção, pois isso aumentaria a carga de força na interface esmalte-adesivo e o risco
de dano ao esmalte28.
A remoção de bráquetes com adesão química é um procedimento extremamente difícil devido à grande força de união entre adesivo e cerâmica, mediada pelo silano. Arici e Minors2 mensuraram os
níveis de força gerados por quatro técnicas de descolagem mecâ-
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nica de bráquetes cerâmicos colados quimicamente. Os bráquetes
foram submetidos à descolagem simulando a aplicação clínica de
alicates comumente usados para remoção. Verificou-se que a força
de descolagem gerada pelo alicate com pontas largas, aplicadas diagonalmente, foi 40% menor do que os alicates com pontas largas
aplicadas horizontalmente e 25% inferior àquela observada quando
alicates com pontas estreitas com aplicação horizontal. A falha na
descolagem foi predominantemente na interface adesivo-bráquete,
não ocorrendo danos macroscópicos à superfície dos bráquetes ou
do esmalte. É importante ressaltar que, quase todos fabricantes de
materiais ortodônticos já interromperam a produção de bráquetes
cerâmicos que aderiam quimicamente ao esmalte.
Para Carter7, o maior problema durante a descolagem não é a
adesão esmalte-adesivo, mas a falta de flexibilidade do bráquete. Assim, a aplicação de uma força que não cause sua flexão é
preferida para minimizar os riscos de fratura. Karamouzos et al.19
enfatizaram que, com a fratura do bráquete, a remoção dos fragmentos cerâmicos remanescentes no esmalte se torna um processo
demorado, com risco tanto de aquecimento e dano à polpa, quanto
ao esmalte dentário. Bishara e Fehr4 afirmam que a possibilidade de
danos ao esmalte na descolagem é maior em dentes com restaurações amplas, trincas no esmalte ou tratados endodonticamente,
devendo ser evitadas as colagens de bráquetes cerâmicos nestes
casos. Sinha e Nanda27, estudando diferentes técnicas de colagem
e descolagem de bráquetes cerâmicos, verificaram que a melhor
combinação foi a colagem indireta com resina ativada termicamente e a descolagem mecânica através de alicates com pontas
finas posicionadas entre o bráquete e o dente.
A dificuldade de remoção mecânica dos bráquetes cerâmicos
com adesão química, sem danificar o esmalte dentário, fez com
que algumas abordagens alternativas fossem sugeridas, como a remoção eletrotérmica e ultra-sônica, que devido a uma série de desvantagens, não atingiram popularidade entre os ortodontistas9,24.
Reciclagem
Devido à dureza do material cerâmico, este tipo de bráquete
está mais propenso à fratura do que à distorção durante o processo
de sua remoção do dente. Dessa forma, bráquetes removidos intactos não perderiam sua angulação, torque e contorno da base19, o
que permitiria sua reutilização.
Santos-Pinto et al.26 afirmaram que, com o uso do aparelho
jateador de óxido de alumínio, o aumento na retenção ocorre pela
produção de micro-asperezas na superfície da base do bráquete,
aumentando sua área de adesão à resina. Este processo é de fácil
execução e baixo custo, o que o torna uma excelente ferramenta de
trabalho para o ortodontista.
Um estudo conduzido por Martina et al.20 avaliou a efetividade
do processo de reciclagem de bráquetes cerâmicos em comparação com novos após 1, 5 e 10 processos, além de examinar o local
da falha de adesão. Os resultados desse estudo mostraram que as
mudanças na largura e profundidade da canaleta, assim como as
alterações verificadas na área da base dos bráquetes reciclados não
foram estatisticamente significativas, mesmo após 10 ciclos de reciclagem. A força de adesão dos bráquetes reciclados apresentouse clinicamente adequada, com falhas ocorrendo principalmente na
interface adesivo-bráquete, não causando danos ao esmalte. Dessa
forma, os bráquetes cerâmicos mostram-se passíveis de reciclagem, tanto nos casos de recolagem quanto de reposicionamento.
Chung et al.8 avaliaram a força de adesão mecânica de bráquetes cerâmicos recolados, utilizando acessórios novos e recolados,
submetidos a diferentes tipos de tratamento na base. Os bráquetes
novos apresentaram as maiores forças de adesão. Estatisticamente,
apenas o grupo de bráquetes jateados e recolados com aplicação de
selante apresentaram adesão comparáveis aos bráquetes novos.
Uma comparação das características e desempenho clínico dos
bráquetes estéticos em relação aos bráquetes metálicos convencionais está listada na tabela 3.
tabela 3 - Comparação das características e desempenho clínico entre os bráquetes estéticos e metálicos convencionais.
Característica - Bráquetes
Metálicos
Cerâmicos
Estética
Ruim
Ótima
Boa
Custo
Baixo
Alto
Baixo
Estabilidade estrutural
Boa
Boa
Ruim a Regular
Resistência à fratura
Ótima
Ruim
Regular
Estabilidade de cor
-
Boa
Ruim
Fricção
Baixa
Baixa (CM*) / Alta
Baixa (CM*) / Alta
Força de adesão
Boa
Boa (AM**) / Muito alta (AQ***)
Boa
Descolagem
Fácil
Regular (AM**) / Difícil (AQ***)
Fácil
Reciclagem
Possível
Possível
Não recomendável
*CM – Canaleta metálica; **AM – Adesão mecânica; ***AQ – Adesão química
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Cássio Rocha Sobreira, Lívia Barbosa Loriato, Dauro Douglas Oliveira
CONCLUSÃO
O conhecimento das propriedades e do comportamento clínico
dos bráquetes plásticos e cerâmicos se tornou imprescindível para
o ortodontista, uma vez que a demanda por procedimentos estéticos no consultório é cada vez maior, devido à grande procura de
tratamento por pacientes adultos.
Os bráquetes plásticos se mostram um material deficiente uma
vez que sua instabilidade estrutural permite absorção de água, pigmentação excessiva, distorção acentuada e quebra freqüente. Mesmo quando carga cerâmica, fibra de vidro e/ou canaleta metálica
são incorporados como reforço estrutural, seu uso deve restringirse àqueles casos em que o material cerâmico é contra-indicado e
quando há restrições financeiras por parte do paciente.
Os bráquetes cerâmicos são a primeira opção em casos de procu-
ra por aparelhos fixos estéticos, pois apresentam maior estabilidade
de cor e beleza que os acessórios plásticos. Mesmo optando pelos
bráquetes com adesão mecânica, o ortodontista pode enfrentar um
maior índice de quebras ao longo do tratamento devido à grande
friabilidade da cerâmica. Muito cuidado deve ser tomado para evitar
contato deste bráquete com dentes antagonistas, sob pena de desgaste do esmalte. Também deve-se estar preparado para enfrentar
maiores dificuldades durante a remoção desses acessórios.
Uma vez que a única vantagem dos bráquetes estéticos sobre
os metálicos é sua aparência mais agradável, outros estudos devem
ser realizados para que a melhora de suas propriedades continue
acontecendo, seu custo possa ser reduzido e, conseqüentemente,
sua utilização seja facilitada para os profissionais, sem prejuízo aos
resultados finais do tratamento.
Esthetic brackets: Characteristics and clinical behavior
Abstract
The increasing number of adults seeking for orthodontic
treatment resulted in a greater demand for more
socially acceptable fixed appliances. Plastic or ceramic
brackets represent a viable alternative as an orthodontic
accessory to fulfill this purpose. They present different
properties and clinical behavior from those observed
with the conventional metallic brackets. Therefore,
the orthodontist who decides to use esthetic brackets
must have a clear understanding of their advantages
and disadvantages. The purpose of this article is to
critically review the literature about the esthetic
brackets currently available, discussing their main
characteristics and how these may influence their
clinical performance.
key words: Esthetics brackets. Plastic brackets. Ceramic brackets. Adult orthodontics.
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Bráquetes Estéticos: Características e Comportamento Clínico
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Endereço para correspondência
Dauro Douglas Oliveira
Av. Dom José Gaspar, 500 – Prédio 46 – 1° andar - Campus PUC Minas
CEP: 30535-610 – Coração Eucarístico - Belo Horizonte/MG
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