TEATRO MUNICIPAL EURICO THOMAZ DELIMA ALG ARV E----

Transcrição

TEATRO MUNICIPAL EURICO THOMAZ DELIMA ALG ARV E----
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TEATRO
MUNICIPAL
P.D.F. Administra~iio
- Angelo Mendes de Morais Recrea~iio
Popular RECITAL do Pianista - Compositor Portugues EURICO
THOMAZ
DELIMA
Domingo. 18 de Setembro de 1949.
as 10 horas PROGRAMA Parte I
Obrn~
de Burico Thoma!: de Vma
Algarve (Suite)
3." Sonata
al Allegro dl'ciso b) Andante
c) Allegro
Marcha ~
n
,
Barcarola
\~
panlomiilla Rli.~tica Dam;a Negra (Angola) ......
Parle
Viana da liota ... , .... ,............
Ruy COl'lho . . .....................
A. Thomaz de Lima ..............
Oscar <ia Silva ....................
Berta Alves de Souza •...........•
Rey CoJac;o .......................
Villa Lobos .......................
Villa Lobos .......................
Villa Lobos .......................
Frutuoso Viana .........•.......•..
Parte
Bela Bartok .......................
Debussy. • . . ....................••
Schostakovitch • . . . • ..............
Marcel Ciampi .........•...........
\,)
II Allegro Mrbaro
_
A Catedral submersa Tres Danc;as Fantastieas Estudo de Concerto j/{
141
ALG A
RV E----­
SUITE PARA PIANO pOl' Eurico Thomaz de Uma
1 - ABEN - AFAN
No seu majeshltico Castelo, Aben-Aran, rei de Silves e do Algarve. diverte­
se entre os seus guerreiros, num festim barbara. Bailadeiras formosas, em mo­
yimentos 1l1nguidos, danc;am de olhos semi-cerrados. Sente-se no aI', agitado de
perfumes e sensualidade, 0 Oriente distante.
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Chula
Mazurka Caminheiro saudoso do lar Danca Portuguesa Prehidio ViI'S Saudades das selvas brasileiras A Lenda do Caboclo
I ~'" Polichinelo
.~~ Danca de Negros ~
III r
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PRAIA DA ROCHA
2 -
'Cemirio largo, embriagante, luminoso, de cores suaves. A alma perturba-se
como num sOl1ho de 6pio.
o mar, escuItor supremo de bra(:os inquietos, modelou bizarramente, nas
arribas avermelhadas, fantasticos "castelos". "piramides" esguias, urn "arco de
triunfo" caprichoso.
Recanto de extase, de Illusicais conlrastes c harmonias etereas, "onde 0
mar canla mais brando para nao afaslar 0 sOl1ho", na frase impressiv3 do
('serilor algarvio }Iario Lyster Franco,
3 - D, PAYO PlUmS CORREIA
Evoca-se 0 famoso consquislador do rei no do Algarve, D, Payo, 0 terror
da Moirama, que chega uuma cavalgada impetuosa casligando OS infieis,
Camoes, na estancia XXV, do canto VIII, do seu Poema, escreve:
"Olha um Mestre que desce de Castela, "Portugues de na~iio, C0ll10 conqllista HA fl'l'!':J dos Algarves, e hi nl'ia "Nao acha quelll por armas Ihe l'l'sista: "Com manha, t'sforc;o e COIll benigna eslr(\la, "Vilas. castelos, toma a escalu [I visla, "Ves T:lViIa tomada ao,> moradores "Em vinganca dos sete cacador('s; "
PONTA DA PIEDADE
4
Para este quadro musical, a que nao faltam ternura
velllOS 0 terCl'to do poeta algarvio Joao Lucio:
"Com os bl'ijos que dell.
0
l'
frafolilidade, tranSCrl'­
mar rendilhou tudo,
"Ha grutas com cristais, pequeninas e mansas,
"Com lim 3r infanlil de prendas p'ra crianc;ns",
"
"
5
~
OLEAO "VILA CUBISTA"
A frase Sillielica de Aquilino Ribeiro c eloqllentc: "Sao milhares dt' {'ubos
('Ill cquilibrio instavel paradoxal, nbsurd,), {'omo cantarias duma Babel juncando
6
.TAHDINS DE EST6[
Emoldllrado num lllovilllt'uto gracioso de Pavan:l sl'le!lcl'ntisla aspira-se,
pagina, 0 perfume energico dos laranjai~ em flor (' el1\'c-se () CllIlto mo­
llocClrdico das fontes que abundam nos jardins.
Os gorgeios dos passaros conjugam-sc com a quietude lendaria dessc pe­
Cfllt'no (-dcn.
.
lleShl
7
BAIl-AlUeO
o "corridinho". em feliz estiliza\<ao, frenetico sem deixar de ser Jigeiro,
delirante mas com l'itmo, e nota ~racteristica no Algarve, onde 0 povo dan(:a
e quasi naocanta.
8 -
SAGRES
As ondas, de cristas bran{'as, chicoteiam 0 Promont6rio Sacro, num deli rio
envoI vente de posse.
o Infante surge-nos na aSa duma ressurrei<;iio epica, olhos fitos no mar
que se pcrde ao longe e que as suas caravelas sulcaram. " Os acordes energico s ,
cheios, empolgantes, que fc{'ham a Obra, traduzem a vontade ferrea, a ima­
culacla fe, do grande VisiCJuario,
COlll(,Jlhlrio.~
de Fernando de Aralljo Lima