Territoórios Palestinianos e Gaza
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Territoórios Palestinianos e Gaza
CONFISSÕES RELIGIOSAS ● Muçulmanos 80.6% ● Jewes 11.8% ● Agnósticos/Ateus 5.7% ● Cristãos 1.9% Católicos 0.4% / Ortodoxos 0.9% / Protestantes 0.2% Anglicanos 0.1% / Outros 0.3% SUPERFÍCIE 6.257 Km² POPULAÇÃO 4.108.631 DESALOJADOS --- REFUGIADOS 160.000 A Autoridade Palestiniana, com sede em Ramallah (Cisjordânia), não escolheu o Islão como religião oficial, embora a população muçulmana seja muito maior do que a cristã. Além disso, segundo um acordo tácito, o presidente do município de Belém, fundado em 1884, foi sempre um cristão, devido ao papel desempenhado nesta cidade na história cristã. Até agora esta tradição nunca foi questionada pela Autoridade Palestiniana ou pelos muçulmanos. A maior parte dos cristãos palestinianos vive em Belém e nos seus arredores. Contudo, o movimento para a re-islamização dos costumes e as provocações anticristãs que o acompanham colocam os cristãos numa situação muito difícil e por vezes insustentável, sobretudo nos sectores em que a coexistência entre muçulmanos e cristãos está cada vez mais comprometida. Os comportamentos anticristãos incluem pressão aplicada às mulheres por causa do seu modo de vestir, orações públicas contra santuários cristãos, incluindo a Basílica da Natividade, recusa de vender propriedades a cristãos uma vez que estes não estão autorizados a ser donos de qualquer “terra do Islão”, etc. Os cristãos também temem a possibilidade de a lei islâmica, a sharia, poder ser imposta a todos os cidadãos palestinos, uma possibilidade que não pode ser excluída perante os desenvolvimentos que ocorreram nos países vizinhos durante o ano de 2011. Os cristãos sentem-se cada vez mais cercados, encurralados entre o muro de segurança israelita que os rodeia e um Islão cada vez mais forte e radical. Por isso, preocupados com o seu futuro e a sua liberdade, muitos cristãos emigram para a Europa e as Américas. Em Gaza, que é governada pelo movimento islâmico Hamas, os cristãos (2.500 em 1,5 milhões de habitantes) têm de lidar com o estatuto de dhimmi (cidadãos protegidos), que estabelece direitos e deveres diferentes em desfavor dos cristãos. No entanto, as autoridades locais da Igreja são respeitadas pelas autoridades policiais, em especial devido aos serviços que a Igreja presta a toda a população, sobretudo com as suas escolas católicas que gozam de excelente reputação. Contudo, isto não protege os cristãos da violência. A 26 de Fevereiro de 2011, o director do Hospital Anglicano de Gaza, Maher Ayyad, sofreu um ataque mas não ficou ferido. Anteriormente tinha recebido cartas ameaçadoras nas quais era ordenado a parar com as suas “actividades missionárias”.1 A 8 de Janeiro de 2012, a pequena comunidade católica de Gaza acolheu a visita de oito bispos europeus e norte-americanos para o encontro anual do Grupo de Coordenação CBNNews.com, 28 de Fevereiro de 2011. 1 TERRITÓRIOSPALESTINIANOSEGAZA TERRITÓRIOS PALESTINIANOS E GAZA 507 TERRITÓRIOSPALESTINIANOSEGAZA 508 das Igrejas Locais na Terra Santa. Acompanhados numa visita à cidade por um grupo de quarenta escuteiros, os prelados trouxeram mensagens de apoio à comunidade cristã palestiniana provenientes das suas dioceses e conferências episcopais. O Mons. William Kenney, Bispo Auxiliar de Birmingham (Reino Unido), disse aos fiéis: “Vocês não estão sozinhos, ninguém vos abandonou, coloquem a vossa esperança e confiança em Deus e na Igreja.”2 Nos Territórios Palestinianos, os muçulmanos também têm de lidar com vários obstáculos à liberdade de expressão devido a uma lei que proíbe toda a crítica à religião islâmica. Esta lei foi introduzida em 1960 pela Jordânia, que controlou a Cisjordânia até Junho de 1967, após a Guerra dos Seis Dias quando Israel ocupou a região. Nunca questionada pela Autoridade Palestiniana, esta lei implica uma pena de prisão de três a seis anos para os que forem acusados de blasfémia. Com base nesta lei, a 31 de Outubro de 2010, um jovem ateu militante escritor de blogues chamado Walid Husayin foi preso por ter criticado o Islão em público.3 2 AsiaNews, 9 de Janeiro de 2012. 3 www.hrw.org, 5 de Dezembro de 2010.