Lição 12- Simão Cananeu, o apóstolo zeloso (“zelote”) Texto Bíblico
Transcrição
Lição 12- Simão Cananeu, o apóstolo zeloso (“zelote”) Texto Bíblico
Lição 12- Simão Cananeu, o apóstolo zeloso (“zelote”) Texto Bíblico: Lucas 6.15; Mateus 10.4; Marcos 3.18 Simão Cananeu provavelmente nasceu em Canaã, a terra de Israel. A maioria dos estudiosos crê que este “cananeu” pode ter outro significado. No evangelho de Lucas, há uma definição mais clara, pois ali ele é chamado de Simão, o Zelote (Lc 6.15). Entretanto, Mateus e Marcos o qualifica como Cananeu ( Mt 10.4; Mc 3.18). Na prática, as duas qualificações se equivalem porque têm o mesmo significado. Em hebraico, “caná” significa ser zeloso, dedicado. É possível que seja uma referência a Deus porque é zeloso do povo por Ele escolhido (Êx 20.5) ou a homens que são zelosos no serviço a Deus com dedicação plena, como Elias (1Rs 19.10). Portanto, é possível que esse Simão, se não pertencia exatamente ao movimento nacionalista dos zelotes, tivesse pelo menos como característica um extremo zelo pela identidade judaica e, por conseguinte, por Deus, pelo Seu povo e pela Lei divina. Simão é um personagem que se coloca no oposto a Mateus, que, sendo publicano, provinha de uma atividade considerada totalmente corrupta. É um sinal evidente de que Jesus chamou seus discípulos das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele se interessa pelas pessoas, não pelas categorias sociais ou por suas atividades. E o mais surpreendente é que, no grupo de seus seguidores, todos, ainda que diferentes, viviam em harmonia, superando as inimagináveis dificuldades. Verdadeiramente, era o próprio Jesus o motivo da coesão, no qual todos conviviam unidos pelo mesmo propósito. Essa visão constitui claramente um grande ensino do Mestre para todos nós. Com frequência somos tendenciosos a sublinhar as diferenças e até as contraposições, esquecendo que, em Jesus Cristo, nos é oferecida a força para conciliar nossos conflitos. É válido observar, também, que o grupo dos doze é uma figura simbólica da igreja que Jesus veio construir neste mundo. Nela todos devem ter espaço: povos, tribos, nações, línguas, etnias, culturas e todas as qualidades humanas que encontram a sua composição e a sua unidade na comunhão com Jesus. SIMÃO, UM APÓSTOLO “ZELOTE” Simão Cananeu é chamado de Zelote por Lucas (Lc 6.15). O termo é uma espécie de apelido. Isso quer dizer que Simão tinha ligação com um grupo chamado de zelotes, que era um partido político. Estes eram patriotas fanáticos. Era um grupo de judeus que queriam a imediata libertação de Israel, sem compromissos com Roma. Este partido surgira cerca de vinte anos antes do início do ministério de Jesus, e continuou em atividade mesmo depois de sua morte. Ele conseguiu crescer e se tornar tão forte que os historiadores afirmam que os zelotes foram os responsáveis pela tomada de Jerusalém, no ano 70 a.D. Eles provocaram a marcha de Roma contra Jerusalém, cerca de quarenta anos após a morte e ressurreição de Jesus. Simão, o Zelote, era membro deste partido. Já afiliado ao grupo antes mesmo de se tornar apóstolo de Jesus Cristo. Eis porque era chamado de Simão Zelote. Ele pertencia ao grupo dos libertadores de Israel, daqueles rebeldes patriotas que tinham tanto zelo pela causa de Israel. À semelhança daquele partido, na atualidade também conhecemos grupos similares que têm atuado na Grécia, Síria, Iraque, Venezuela, México, Cuba e em todo o continente africano, cuja política é efervescente. Os zelotes eram os patriotas de Israel, lutadores, que desejavam a liberdade religiosa e política de sua terra. SIMÃO, UM APÓSTOLO COM PROPÓSITOS Um dia Simão decidiu que precisava ouvir Jesus mais detalhadamente. Por que ele agiu assim? Não temos informações sobre como ele veio a conhecer Jesus. Mas como foi que ele decidiu segui-lo? Seria porque os zelotes não tinham um líder? Será que ele sentia que Jesus poderia ser aquele líder perfeito? Será que ele ouvira a pregação arrebatadora e desafiante daquele profeta de Nazaré? Será que ele pensava que Jesus fosse o Messias? Talvez o tão sonhado Messias tivesse mesmo chegado. Então, ele reinaria e restabeleceria o trono de Israel e os libertaria do jugo romano. Mas Simão não era o único a pensar assim. O povo ansiava pelo Messias e o esperava. Eles até quiseram coroar Jesus como Rei. Eles o saudaram aos gritos, como um herói, quando Ele entrou triunfalmente em Jerusalém. Eles esperavam uma revolução. E mesmo depois da ressurreição de Jesus eles ainda criam nisso, pois lhe perguntaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6). Simão tinha um propósito. É possível que ele tenha seguido Jesus na esperança de uma vitória política, visando à libertação de seu país. Entretanto, se não é estranho que Simão escolhesse seguir a Cristo, é estranho que Jesus tenha chamado Simão. Contudo, quando escolheu os doze, Jesus agiu deliberadamente, e não ao acaso. Mas por que então o Mestre chamou um membro ativo do partido dos zelotes? Sabe-se que Simão queria uma luta política, mas Jesus lhe disse: “Dai a César o que é de César” (Mt 22.21). Simão queria que o reino de Israel fosse restaurado imediatamente, mas Jesus o alertou de que o “Reino do Céu é semelhante ao fermento...”, significando que esse processo levaria muito tempo. Simão confiava na espada, mas Jesus, ao contrário, dizia: “Todos os que lançam mão da espada, pela espada perecerão” (Mt 26.52). Portanto, Simão tinha apenas um propósito. Apenas um: libertar Israel. Mas Jesus tinha uma missão específica e um propósito: apresentar o Reino de Deus ou a mensagem reconciliadora de Deus ao ser humano. SIMÃO, UM APÓSTOLO ZELOSO Jesus escolheu Simão, não porque fosse patriota, mas porque ele era zeloso. Era um homem fervoroso, que beirava o fanatismo. Era devoto, ardoroso, tinha um amor intenso que o consumia. Estava sempre em busca de seus objetivos. E Jesus queria um homem com esse perfil em seu Reino. Desejava esse zelo ardente em seu seleto grupo. Se aquele entusiasmo pudesse ser colocado no foco correto, ele seria mais que um “revolucionário”: Seria um apóstolo zeloso da doutrina do evangelho! Por isso Ele chamou este homem, que era tão profundamente leal a uma causa. Simão seguiu Jesus com lealdade, zelo, ardor e devoção. E enquanto o seguiu começou a transformar-se. Suas ambições políticas tornaram-se pacíficas. Sua mentalidade militar tornou-se missionária. Seus objetivos agora pertenciam ao Mestre. A princípio ele ouvira Jesus dizer: “Não penseis que vim trazer paz à terra: não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34). Se alguma vez as palavras de Jesus conseguiram atingir Simão em cheio, essas palavras eram o lema dos zelotes – “Não a paz, mas a espada”. À medida que ouvia Cisto, porém, ele veio a compreender qual era o sentido certo destas palavras. CONCLUSÃO “O evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16), afirmou o apóstolo Paulo. Simão experimentou essa verdade. Ele passou do partido dos zelotes revolucionários, para o partido do evangelho da Paz. Provavelmente a sua família deve ter se voltado contra ele. Seus amigos ainda confiavam numa espada de aço, ao passo que ele, Simão, confiava na Espada da Verdade. Ele se convertera! O ponto central de tudo é este: assim como Simão fora ardoroso pela causa dos zelotes, assim também se tornou ardoroso partidário do reino de Deus. Simão viu em Jesus um homem que não realizava campanhas políticas nem provocava o terrorismo. Por isso seu zelo pelo Cristo pacífico aumentou. Cristo, sim, tinha compaixão, dava a sua vida pela das ovelhas e desejava entrar e possuir o coração dos homens pelo amor. PARA PENSAR E AGIR 1. Antes Simão via apenas o reino da Judeia. Por que passou a ver o reino de Deus? 2. O que o fez mudar de patriota bairrista para ativista do reino de Deus? 3. Por que Jesus escolheu Simão Zelote? Qual foi a visão plena de Jesus? LEITURAS DIÁRIAS: segunda-feira: Mateus 5.1-12 terça-feira: Mateus 5.23-30 quarta-feira: Mateus 6.25-29 quinta-feira: Mateus 9.35-38 sexta-feira: Mateus 16.24-28 sábado: Mateus 21.1-10 domingo: Mateus 28.16-20