O que é o universalismo?
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O que é o universalismo?
O que é o universalismo? por Mahajyoti Glassman tradução: Henrique Monnerat Ekanath Movamo-nos juntos, Irradiemos um só pensamento, Conheçamos nossas mentes juntos. Compartilhemos fraternalmente nossos recursos, como os sábios antigos, Para, juntos, desfrutarmos o universo. Rig Veda Nós somos abençoados com uma gama de diversidade em nosso mundo. Muitas são as capacidades físicas, mentais, emocionais, intelectuais e espirituais. Assim como as religiões, gêneros, etnias, orientações sexuais, impostos, juros, famílias, educações, políticas e formas de alimentação para ficarmos em poucos exemplos. Mas, ao invés de celebrar e desfrutar as diferenças há muitos que estão determinados a criar sectarismo, divisão e desconfiança. Talvez por conta da complexidade do universo físico as mentes se esforcem para ancorarse em opiniões, crenças, visões de mundo e predisposições. Nós enquanto humanos temos a necessidade de definir nosso mundo e nosso lugar nele, assim nós podemos escolher como iremos interagir e responder aos nossos muitos relacionamentos - com nós mesmos, com nossos animais, plantas, relações minerais; com outros humanos, nosso meio-ambiente; e enfim com o nosso Ser Cósmico. Na realidade ainda que nos consideremos muitas vezes pessoas de mente aberta, nós todos cultivamos vieses. Um viés não é nada mais que uma preferência, uma inclinação mental, uma parcialidade. Eles não podem ser sempre percebidos como sendo negativos. Veja por exemplo o caso do viés espiritual. P.R. Sarkar sugere que mesmo o viés espiritual pode ser considerado excessivo no caso do aspirante espiritual que não só se aliena da sociedade como também se exime da responsabilidade de prestar serviço aos outros. Cada indivíduo tem a desgastante tarefa de manter o equilíbrio interno. Se um viés tona-se distorcido seja em direção qual for corre-se o risco de se tornar preconceituoso. Como alguém pode determinar que um viés está desequilibrado? Quando isso interfere no desenvolvimento adequado de si mesmo ou dos outros levando à feridas causadas pelo pensamento, palavra ou ação. O máximo desenvolvimento da sociedade será alcançado quando houver um desenvolvimento equilibrado nas esferas física, mental e espiritual. P.R. Sarkar Os estereótipos são generalizações baseadas em suposições. Elas se baseiam muitas vezes em informações inexatas e opiniões pessoais, não na experiência e no fato. As considerações de uma grande diversidade dentro de um grupo não são aparentes em estereótipos causados pelo lugar, o tempo, a pessoa e suas inclinações espirituais Todos esses -- inclinações, preconceitos e estereótipos - são aprendidos primariamente com nossos pais e são reforçadas pela mídia, música, livros didáticos e propagandas. Preconceitos parecem vicejar especialmente na ausência de experiências diretas. Eles podem se tornar estereótipos enrijecidos baseados no medo, ignorância, hábito ou falta de exposição, transformando-se em uma barreira ao seu modo teimosa que não pode ser dispersada mesmo quando confrontada a uma lógica mais racional. Nós limitamos as oportunidades para a expansão não só de nós mesmos, mas para a comunidade mundial ao aderirmos ou ao não confrontarmos na sala de aula vieses negativos, preconceitos e estereótipos. Enquanto a comunidade educacional tem exaltado um currículo multicultural e não enviesado, o panorama pró-universalista é uma abordagem mais ampla que merece sérias considerações. Pode não ser realmente possível ou aconselhável a eliminação total do viés pessoal, mas antes é preciso procurar sincronizar nossos vieses e opiniões com o intuito de nos direcionarmos para horizontes mais amplos com tolerância e mentes e corações abertos. Dharma significa os estados equilibrados de todos aspectos da vida humana. P. R. Sarkar O viés na literatura Dentre os mais recorrentes preconceitos e estereótipos que são questionados em todo o mundo estão as questões raciais e de gênero, assim como a discriminação étnica. Ainda que esta lista abaixo seja primariamente direcionada às opressões de gênero e raça, ela pode ser expandida para incluir outro grupo alvo. Esse guia pode ser aplicado não só quando escolhemos os livros que vamos ler, mas também quando estamos criando ou compartilhando histórias, experiências e músicas na sala de aula. Ao repassar essa lista, faça-se as seguintes perguntas: •O que acontece com a autoestima de alguém quando os outros cumprem as tarefas mais importantes e corajosas? •O que acontece com a autoestima quando restrições são impostas ao comportamento de um grupo específico? Listagem para a detecção de visões parciais em livros, estórias, literatura e canções. Ilustrações e desenvolvimento das personagens: •Quais são as preferências? Meninos versus meninas. Tipos de corpos magros versus outros tipos? •Quem são os agentes ativos e quem são os observadores passivos? •As façanhas das garotas e das mulheres são baseadas em suas próprias iniciativas e inteligência ou são um resultado de sua aparência ou de suas ligações com os garotos/homens? •Estão em papéis coadjuvantes pessoas negras, ou as de condição social mais baixa, ou as mulheres ou estes são simples observadores. •Quem possui o poder, assume a liderança e toma as decisões importantes? •As minorias cumprem papéis passivos ou subservientes? •As pessoas negras ou das classes sociais exploradas são retratadas em ambientes de gueto/favela? •Julgamentos negativos estão implícitos em personagens não-brancos ou não-dominantes? •Ao interesse de quem um personagem em particular está servindo? Escrita, enredo, parâmetros de êxito e realização •Os participantes da história para serem aceitos e ganharem aprovação têm que ser extraordinariamente excelentes ou realizarem uma alta meta tal como ser vencedor nos esportes, o que recebe os A's na escola, os prêmios, etc.? •Como o sucesso financeiro é representado? •As cenas são retratadas em ambientes suburbanos de classe média? •Como estão vestidos os personagens? •Como são descritas as relações familiares? (Em famílias afro-americanas é a mãe sempre dominante? Nas famílias latinas há sempre muitas crianças?) •São as normas estabelecidas limitadoras de alguma aspiração e autoconceito da criança? Resolução de Problemas •Como são apresentados e resolvidos os problemas? •São alguns tipos de pessoas "o problema?" •As opressões são inviabilizadas ou inevitáveis? •Devido a crise econômica e/ou ambiental, é preferível a aceitação passiva ou a resistência ativa? (Adaptado do livro "10 Quick Ways to Analyze Children's Books for Racism e Sexism" (10 rápidas maneiras de analisar Racismo e Machismo em livros infantis) do Conselho Interracial de livros para crianças - Council on Interracial Books for Children. Há algo que a educação neo-humanista não tem tolerância: qualquer coisa que impeça o desenvolvimento completo da personalidade. ... nós não excluímos nada nem ninguém e tampouco o faremos no futuro, pois queremos utilizar os serviços de todos. P. R. Sarkar. Linguagem dinâmica É preciso atenção com as palavras e a linguagem que utilizamos na sala de aula. Para demonstrar a aceitação de todos os gêneros é necessário que os professores façam alguns ajustes e alternem o uso de pronomes para que nenhum pronome em particular seja favorecido em músicas, estórias e diálogos. Algumas palavras devem ser modificadas com reflexão. Quando contemplamos todos os alunos incondicionalmente e somos inclusivos por completo um elemento dinâmico desabrocha e segue crescendo. Quando o universalismo é entusiasticamente abraçado, novas atitudes começam a despontar lançando as bases de sustentação para a transformação pessoal promovendo a dignidade para a vida de todos. Um novo senso de si mesmo e de comunidade é então encorajado e cultivado. Cada indivíduo ou comunidade vai avançar em virtude de sua própria vitalidade interior e assistir o coletivo preenchimento de sua inteira humanidade. P. R. Sarkar Celebrando a Diversidade Em algumas escolas pode-se observar a tendência a ser excessivamente cuidadoso com o que entra na sala de aula afim de evitar que nenhum indivíduo ou família seja ofendido. Houve um caso recente em que o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving) não foi comemorado pelo fato de ter sido originalmente uma peregrinação religiosa. Aniversários foram evitados devido às possíveis ofensas a certos grupos religiosos que não o celebram. O Dia das Bruxas foi omitido porque era originalmente praticado por pagãos ou era percebido como algo que provocasse medo. E, claro, todo mundo nos Estados Unidos sabe que o dia de São Patrick e São Valentino se devem a certos líderes religiosos... Uma por uma, cada causa de celebração de unidade foi sendo banida. O maior obstáculo ao progresso coletivo da raça humana é a ignorância da mente individual. O conhecimento é para todos... Deve ser aberto livro como a luz e o ar do céu. P. R. Sarkar. No último dezembro na pré-escola Morning Star nós celebramos o Hanukkah, um feriado Judeu de um milagre, comemorando a determinação da fé; O Natal, celebrando o nascimento do líder espiritual do cristianismo; e o Kwanzaa, um feriado afro-americano em respeito à herança de um segmento importantíssimo de nossa comunidade. Todas as nossas famílias amaram a diversidade de celebração. Os alunos que cresceram nessas tradições demonstraram um franco reconhecimento de nosso respeito por suas especificidades. Todo mundo na escola tirou um grande proveito dessas experiências pois em cada grupo religioso ou étnico há elementos universais que são inspiradores para todos podem ser encontrados. A religião no sentido do Dharma, é a força unificadora na humanidade. P. R. Sarkar O educador pode fazer significativas contribuições para a manutenção de um equilíbrio individual saudável da autoestima ao reconhecer e respeitar as diferentes etnias na sala de aula. As diferenças devem ser reconhecidas ao invés de silenciadas. Os professores podem criar oportunidades que permitam as crianças apreciarem e reconhecerem sua própria etnia também como as outras. Atividades como essas fortalecem a conexão e os laços entre educadores e educandos. A única causa da fraqueza interna da sociedade humana é a sua ignorância. P. R. Sarkar Pro-Universalismo Nos Estados Unidos há com frequência um grande orgulho nacional devido ao fato de termos nos tornado um grande caldeirão de culturas de afiliações étnicas. No entanto, no processo de americanização nós todos nos tornamos algo mais próximo a uma massa homogeneizada. A maioria de nós não celebra as tradições e os costumes de nossos ancestrais e muito menos falamos nossas línguas de origem. Na educação neo-humanista nós não procuramos manter a metáfora do caldeirão de culturas, mas ao invés disso a metáfora de uma salada onde as diferenças das individualidades dos variados ingredientes melhor contribuem para o desfrute da experiência do que a mistura e a assimilação sintética em um caldo de uma mono-cultura. A diversidade é a lei da natureza; A uniformidade nunca vai ocorrer. P. R. Sarkar Exercícios no Universalismo. Enquanto educadores neo-humanistas que somos, devemos garantir que o ponto de vista de todos seja levado e conta e que ninguém se sinta com menos valor. Diversidades são respeitadas. Professores e alunos trabalham juntos para embarcarem em uma jornada de celebração da diversidade, observando e reconhecendo as diferenças sem julgamentos. O quão somos diferentes? Datas de nascimento, tipos de cabelo, a mão que escreve, respostas emocionais em variadas situações, interesses, cores preferidas, habilidades, altura, atividades esportistas... Essas oportunidades nos proporcionam o entendimento de quem nós somos na verdade uma parte de muitos grupos e que o pertencimento a um grupo não nos explica nem nos define quem somos nós em nossa totalidade. A humanidade deve ser guiada para seguir o caminho da síntese e não o caminho da análise. P. R. Sarkar. Os professores facilitam interações positivas entre os estudantes quando observam e notam nossas similaridades e diferenças, focando na unicidade e individualidade de toda pessoa como um dom maravilhoso! Juntos nós olhamos e mudamos aquelas coisas que não permitem as diferenças serem valorizadas. Nós devemos descobrir a unidade no meio da diversidade multicolorida. P. R. Sarkar A rememoração de eventos históricos específicos podem ajudam os estudantes a sentirem a injustiça da discriminação - tais como as ações de Rosa Park que levaram ao fim da segregação racial nos ônibus. Outras histórias e planos de aula podem ser formulados para reforçar a bondade, a compaixão e o cuidado: 1) Todos dançam uma música. Quando ela parar todos se dão um abraço de urso. 2) Lavar gentilmente a poeira que se acumula na folha da planta em ambiente fechado. 3) Praticar como socorrer um amigo que se feriu no pátio. 4) Não só cuidar de um bicho de estimação na escola como também aprender quando ele precisa de alguma coisa. 5) Desenhar para outro aluno imagens que aumentem a autoestima. 6) Catar o lixo da vizinhança que se acumula na Mãe Terra. 7) Formar pares de alunos para pintarem juntos algo. 8) Fazer um desenho para um amigo com o seguinte título "Eu gosto de você porque -------". 9) Guardar moedinhas para uma causa maior. 10) Ter tempo para sorrir, dar risadas e se divertir juntos. Auto realização Para além de nossa identificação étnica existe o nosso ser emocional. Como nossos alunos estão lidando com o medo e a ansiedade? Nós percebemos algum complexo de inferioridade tão agudo a ponto de se manifestar enquanto complexo de superioridade? Há derrotismo o perfeccionismo? Os complexos podem ser desafiadores de serem identificados e acessados. Com frequência, quando há um déficit em uma área, a mente vai compensar de maneira excessiva na direção oposta. "Eu sou o(a) mais bonito(a) aqui." "O meu desenho é o mais legal da sala, não é?" "Eu sou mais forte que todos aqui." "Eu não posso"...A garantia de uma rede de segurança emocional que substitua fraquezas e imperfeições com positividade e alento está presente no Universalismo. Através do tratamento de nosso intelecto e intuição, o professor neo-humanista busca entender cada educando, auxiliando-o a alçar seus sentimentos e inseguranças em um equilíbrio maior. Assim como o passarinho preso na gaiola desenvolve reumatismo em suas asas, a mente humana devido aos constantes pensamentos negativos torna-se paralisada. P. R. Sarkar Em nossas estratégias de empoeiramento para as crianças superarem seus complexos e/ou tendências negativas, algumas habilidades simples de resolução de conflitos pode levá-los longe. Ao invés dos professores sempre intervirem nos conflitos e disputas dos estudantes, nós podemos dotá-los de "ferramentas" de apoio para serem auto-suficientes e independentes em seus anseios. Nós podemos "armar um palco" para encenar as maneiras aceitáveis de reagir quando alguém: 1) machuca seu amigo, 2) bate ou morde você, 3) está machucado, 4) diz que o seu vestido não é tão bonito quanto o 'dela', 5) não compartilha com o outro, 6) xinga você, 7) fura a fila e fica na sua frente, 8) arrancha as folhas de um canteiro, 9) diz que é mais forte que você, ou 10) diz "Eu não quero brincar com você". Há muitas técnicas disponíveis para se construir algo baseado na coerência que possa lidar com comportamentos prejudiciais e dolorosos fortalecendo a compaixão consigo mesmo e com os outros. Cada mente humana não é nada mais do que a diversificada manifestação individual daquela mesma indivisível Mente Cósmica. P. R. Sarkar Diferenciações Psicológicas Na sala de aula o professor distingue uma vasta diferença de personalidades assim como de formas de aprendizagens. Alguns educandos fluem suavemente e sem esforço. Outros parecem sempre trazer intriga e bagunça com uma crescente fome em consumir muito do tempo e da energia do professor. Outros por sua vez se esforçam lentamente para dar o próximo passo. Cada indivíduo tem um método preferido de aprendizagem e de integrar informação. Por exemplo, alguns são mais visuais, outros mais auditivos, táteis ou sinestésicos. O professor mais efetivo é o que aplica todos os canais sensoriais da experiência no ensino com o objetivo de maximizar a totalidade do potencial de cada criança. Volta e meia o professor ideal está pesquisando e procurando expandir o conhecimento de um estudante para além das dificuldades fisiológicas, psicológicas e emocionais que desafiam as situações de aprendizagem e sociabilidade. Um rápido estudo de comunicação diversa e metodologias terapêuticas auxilia no desenvolvimento de estratégias positivas que vão de encontro ao melhor da habilidade de cada professor assegurando o progresso de cada aluno. Você deve sempre estar alerta para que nem um único indivíduo de nosso corpo coletivo não seja negligenciado ou ignorado em nada. P.R. Sarkar. Universalismo no currículo e no meio ambiente. Crianças pequenas são mestres na aguda observação científica. Por volta dos dois ou três anos de idade eles já estão tomando notas e testando e confirmando com seus coleguinhas opiniões, tendências, preconceitos e estereótipos. Quais passos um professor pode dar para pôr em prática o universalismo na sala de aula? Com o objetivo de promover o espírito íntimo de bem estar de felicidade e cuidado pela sociedade coletiva, é necessário examinar: •Quais tipos de imagens temos em nossas paredes? •Qual perspectiva é escutada? Qual é a silenciada? •Como a cultura dominante e suas visões afetam nossos grupos não dominantes? •Quais são as questões de poder e igualdade presentes? •Quais unidades multiculturais são apresentadas? •Quais tipos de festivais ou eventos são celebrados? •Quis tipos de música são cantadas e tocadas? Enquanto o interesse por si mesmo é um desenvolvimento natural, ele precisa ser relativizado. A diversidade é para ser apresentada com sensibilidade, em uma abordagem sem julgamentos e em pequenos pedaços sendo assim digerida com mais facilidade. Os professores mostram através do exemplo que é possível honrar, validar e respeitar tradições diferentes das que possuímos. Imagens de revistas e jornais assim como os pôsteres afixados nas paredes podem ajudar a fortalecer a autoestima. Algumas crianças precisam de uma imagem mais positiva de si mesmas, pois tais imagens não são encontradas em seus lares e comunidades. Outras precisam de uma imagem positiva das pessoas que lhe são diferentes. O barato de brincar com materiais multiculturais como instrumentos musicais, cestos artesanais, vestidos, bonecas, livros e músicas é que eles podem impulsionar os educandos a ultrapassarem as barreiras do preconceito. A influência do meio-ambiente possui um grande impacto na mente humana. P. R. Sarkar Introspecção Os professores que introduzem o universalismo na sala de aula devem estar sempre praticando uma constante auto avaliação. São as garotas que cuidam da louça e das roupas enquanto os rapazes levam o tijolo pra fora nos trabalhos e tarefas de limpeza? Quais ansiedades ou medos que possuímos estamos de maneira consciente ou inconsciente transmitindo para nossos alunos? Essas questões permitem que o professor adote uma atitude mais humilde e experimental no que concerne à exatidão de nossos julgamentos e opiniões pessoais. Mas para possuir uma perspectiva verdadeira universal nós devemos ter consciência do que os africanos, asiáticos, latinoamericanos e os povos originários dessa terra dizem e pensam. Para isso é necessário estar aberta(o) à escuta de outros pontos de vista. Biocultura e redução do preconceito ou medo. O quanto estamos levando o universalismo para os nossos arredores e, afinal, para a comunidade que vive neste planeta? Por exemplo, o que você sente quando pensa em coelhos, gatos, cervos, filhotinhos de animais, pombos e golfinhos? E agora o que sente quando pensa em cobras, aranhas, lobos, baratas, abelhas, insetos e animais carnívoros, especialmente quando eles estão comendo? Todos nós nos apoiamos em certas tendências e preconceitos bioculturais. Uma das maneiras mais efetivas de derrubar qualquer preconceito violento (especialmente aquele que está fundamentado no medo) é através da ampliação da base de conhecimento. Nós podemos aprender tudo sobre um assunto através da expansão do contexto informacional de cada um. Educadores e educandos devem analisar como cada ser interage com os humanos, assim como outras plantas e espécies de animais, com uma ênfase particular em suas contribuições para a sociedade mundial. A real educação nos guia para um senso universal de amor e compaixão por toda a criação. P. R. Sarkar Sumário As escolas neo-humanistas são o reflexo microscópico do que achamos como deve ser a sociedade ideal. Qual é a figura mais importante nas vidas das crianças depois de seus pais? Os professores. É da responsabilidade do professor expor os educandos à versatilidade da criação. Ainda que seja da natureza humana recorrer a preconceitos estereótipos quando encontramos circunstâncias para além de nossas experiências. Ao introduzirmos constantemente novas situações e informações nós estamos mostrando aos estudantes como substituir o medo das diferenças e do desconhecido com habilidades e práticas de um pensamento progressista. O ambiente psíquico é mais poderoso na vida humana que o ambiente físico. P. R. Sarkar. Ao mesmo tempo estamos cultivando e elevando a pintura incompleta da comunidade mundial que está emergindo na tela na visão da mente da criança, aprendendo a olhar as coisas por um outro ponto de vista. Através desse processo o professor fomenta o cuidado e a compaixão para o bem estar de todos. Uma a humanidade inteira sob uma bandera. P.R. Sarkar Permanecer ancorado no universalismo é uma jornada sem fim e uma luta implacável cujos conflitos serão inevitáveis. A medida que continuamos a praticar o universalismo em nossas vidas cotidianas e aprendemos a perceber as parcialidades, preconceitos e estereótipos nós estamos abrindo as janelas para a diversidade, para um maior equilíbrio e integridade pessoal. Cultivar uma perspectiva universal é fundamentalmente mudar a panorama de alguém e estender igual respeito a todas as diferenças existentes em nossa família mundial. No esforço contínuo do professor de transformar a sala de aula em um porto seguro em meio a hostilidade do mundo, nós incentivamos e expandimos o entendimento do bem estar universal e ensinamos a magnanimidade da mente. O vigor dos educandos pode ser fortalecido através da ênfase em valores neo-humanistas e na construção dos pilares de seu relacionamento com o Ser Cósmico, pois Ele é o ponto inicial. Ele é o ponto inicial e Ele é o ponto final de todas as criaturas. Pois aí existe um laço inerente de fraternidade entre os seres humanos, entre todas as criaturas vivas. Vocês todos são aspirantes espirituais. Vocês todos são devotos. Vocês todos serão um com o Criador. P. R. Sarkar. Um resumo de passos para implementar o universalismo em uma sala de aula neohumanista. •Organizar exposições multiculturais e diversificadas, materiais e currículos que proporcionem uma reflexão que vá além da cultura local, biocultura, raça, língua e ecossistemas dominantes. •Expor artesanatos, ferramentas e artefatos; desfrutar de instrumentos musicais, comidas, roupas e artigos de outras culturas. •Expandir as fronteiras do currículo dirigindo-se às questões dos diferentes contextos e das alegrias da diversidade, incluindo a comemoração de feriados e eventos sociais que exaltem muitos grupos culturais, raciais, étnicos e outros. •Apresentar experiências sonoras (via apresentações ao vivo, cds, fitas, etc.) de várias culturas e povos originários, línguas, músicas, canções assim como a diversidade sonora da vida selvagem e os sons da natureza. •Introduzir atividades e discussões na sala de aula onde as crianças possam conversar sobre os gostos pessoais e as semelhanças/diferenças num ambiente acolhedor, sem julgamentos e compassivo. •Planejar uma exibição de imagens de homens, mulheres e crianças, dentro e fora de casa realizando tarefas não estereotipadas, não tradicionais etc. Estar bem atento a nossas interações e conversas com as crianças e assegurar a minimização de estereótipos de gênero durante atividades e apresentações na sala de aula. •Criar paneis com pessoas e suas diferenças; crianças de todas as idades, pessoas idosas; e outros de vários contextos de trabalho e brincadeiras. Iniciar debates de sala de aula para a observação das especificidades. •Reforçar o respeito por todos os seres - forças da natureza, inanimadas, mineral, planta, animal, humano, espírito. •Resistir à tendência de discriminar qualquer animal, planta ou mineral por conta de seu dharma ou tendência inata. Maximizar os conhecimentos e saberes existentes. •Desenvolver e realizar atividades com crianças que questionem e tomem atitude frente às injustiças cometidas não só contra a humanidade mas também contra a terra e suas variadas espécies e biomas. •Utilizar músicas, livros, danças, peças de teatro, estórias e linguagem cotidiana para melhor estabelecer o universalismo dentro de nós mesmos e de nossas crianças. •Não deixe escapar oportunidades para discutir tanto no plano individual quanto coletivo as observações baseadas no preconceito e intolerância assim como as respostas apropriadas a elas. •Praticar exercícios de resolução de conflitos e as habilidades de comunicação tanto entre os funcionários quanto entre os estudantes. •Esforçar-se para continuamente reexaminar nossas certezas pessoais e atitudes, para reeducar e aprofundar nosso entendimento acerca do universalismo no âmbito pessoal e coletivo. •Empenhar-se em valorizar as perspectivas e pontos de vistas diferentes. •Construir estratégias alternativas que contemplem os educandos com estilos de aprendizagem e capacidades diferenciadas. •Montar um plano para dar suporte aos educandos na conquista de um alicerce psicoemocional mais forte, particularmente quando certos complexos e desequilíbrios se tornam evidentes. •Desenvolver e implementar atividades de fortalecimento do caráter com ênfase no yama niyama para os funcionários e os educandos. •Interagir com as famílias das crianças de uma maneira autêntica, benevolente e respeitosa. •Fortalecer a capacidade das crianças e da equipe escolar em buscar abrigo no Supremo e lembrar nosso objetivo final. A partir desse momento venturoso você deve fazer um voto para progredir individual e coletivamente e construir uma nova sociedade no planeta Terra. Viemos para edificar uma nova sociedade, construir e permanecer engajados em trabalhos coletivos durante nossa vida. Essa seria a maior missão em nossas vidas. P. R. Sarkar.