rascunho - Cursos DAC
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rascunho - Cursos DAC
VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015 001. Prova de Conhecimentos gerais 17.05.2015 Questões de 01 a 90 Confira seus dados impressos neste caderno. Assine com caneta de tinta azul ou preta a Folha de Respostas apenas no local indicado. Esta prova contém 90 questões objetivas e terá duração total de 4h30. Para cada questão, o candidato deverá assinalar apenas uma alternativa na Folha de Respostas, utilizando caneta de tinta azul ou preta. Encontra-se neste caderno a Classificação Periódica, a qual, a critério do candidato, poderá ser útil para a resolução de questões. O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da prova. Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de Respostas e o Caderno de Questões. Nome do candidato Prédio Sala Carteira Inscrição VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 2 As questões de 01 a 05 tomam por base uma modinha de Domingos Caldas Barbosa (1740-1800). Questão 02 Na segunda estrofe, o eu lírico explora, seguindo a tradição poética, uma concepção sobre a sede dos sentimentos humanos. Segundo tal concepção, o amor Protestos a Arminda Conheço muitas pastoras Que beleza e graça têm, Mas é uma só que eu amo Só Arminda e mais ninguém. (A) situa-se na imaginação dos homens. Revolvam meu coração Procurem meu peito bem, Verão estar dentro dele Só Arminda e mais ninguém. (D) localiza-se no coração dos homens. (B) é um corpo estranho que passa a residir no de quem ama. (C) mora com a inveja e é irmão gêmeo do ódio. (E) nasce no paraíso e conduz para lá quem ama. De tantas, quantas belezas Os meus ternos olhos veem, Nenhuma outra me agrada Só Arminda e mais ninguém. Questão 03 Assinale a alternativa que indica duas estrofes em que o termo “Arminda” surge como paciente da ação expressa pelo verbo da oração de que faz parte. Estes suspiros que eu solto Vão buscar meu doce bem, É causa dos meus suspiros Só Arminda e mais ninguém. (A) Primeira e terceira estrofes. Os segredos de meu peito Guardá-los nele convém, Guardá-los aonde os veja Só Arminda e mais ninguém. (D) Terceira e quarta estrofes. (B) Sétima e oitava estrofes. (C) Primeira e oitava estrofes. (E) Terceira e quinta estrofes. Não cuidem que a mim me importa Parecer às outras bem, Basta que de mim se agrade Só Arminda e mais ninguém. Questão 04 Levando em consideração o contexto da estrofe, assinale a alternativa em que a forma verbal surge no modo imperativo. (A) “Vão buscar meu doce bem,” (4a estrofe). Não me alegra, ou me desgosta Doutra o mimo, ou o desdém, Satisfaz-me e me contenta Só Arminda e mais ninguém. (B) “Parecer às outras bem,” (6a estrofe). (C) “Conheço muitas pastoras” (1a estrofe). (D) “Guardá-los aonde os veja” (5a estrofe). Cantem os outros pastores Outras pastoras também, Que eu canto e cantarei sempre Só Arminda e mais ninguém. (E) “Procurem meu peito bem,” (2a estrofe). Questão 05 (Viola de Lereno, 1980.) Sob o ponto de vista expressivo, a repetição do último verso de todas as estrofes tem a função de Questão 01 (A) enfatizar o grande afeto do eu lírico por Arminda. Além de outras características, a presença de dois vocábulos contribui para identificar o aspecto neoclássico desta modinha, a saber: (B) assinalar o caráter inacessível de Arminda. (C) atribuir um tom fortemente lamentoso à modinha. (A) “alegra” e “desgosta”. (D) ironizar a distância do eu lírico em relação a Arminda. (B) “mimo” e “desdém”. (E) insistir na ideia do amor como uma fantasia irrealizável. (C) “suspiros” e “segredos”. (D) “canto” e “cantarei”. (E) “pastores” e “pastoras”. 3 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva As questões de 06 a 10 focalizam um trecho de uma crônica do escritor Graciliano Ramos (1892-1953). Questão 06 No fragmento da crônica, publicada pela primeira vez em 1921, o cronista considerava que: Para chegar ao soberbo resultado de transformar a banha em fibra, aí vem o futebol. Mas por que o futebol? Não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mescla de estrangeirismo, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo? Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não. No caso afirmativo, seja muito bem-vinda a instituição alheia, fecundemo-la, arranjemos nela um filho híbrido que possa viver cá em casa. De outro modo, resignemo-nos às broncas tradições dos sertanejos e dos matutos. Ora, parece-me que o futebol não se adapta a estas boas paragens do cangaço. É roupa de empréstimo, que não nos serve. Para que um costume intruso possa estabelecer-se definitivamente em um país é necessário, não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena. É preciso, pois, que vá preencher uma lacuna, como diz o chavão. O do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes1 jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído. Os campeões brasileiros não teriam feito a figura triste que fizeram em Antuérpia se a bola figurasse nos programas das Olimpíadas e estivessem a disputá-la quatro sujeitos de pulso. Apenas um representante nosso conseguiu ali distinguir-se, no tiro de revólver, o que é pouco lisonjeiro para a vaidade de um país em que se fala tanto. Aqui seria muito mais fácil o indivíduo salientar-se no tiro de espingarda umbiguda, emboscado atrás de um pau. Temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras? O futebol não pega, tenham a certeza. Não vale o argumento de que ele tem ganho terreno nas capitais de importância. Não confundamos. As grandes cidades estão no litoral; isto aqui é diferente, é sertão. As cidades regurgitam de gente de outras raças ou que pretende ser de outras raças; nós somos mais ou menos botocudos, com laivos de sangue cabinda e galego. Nas cidades os viciados elegantes absorvem o ópio, a cocaína, a morfina; por aqui há pessoas que ainda fumam liamba2. 1 mambembe: medíocre, reles, de baixa condição. 2 liamba: cânhamo, maconha. (A) nas Olimpíadas de Antuérpia, os brasileiros haviam obtido destaque no futebol. (B) no sertão, seria recomendável a prática de esportes genuinamente nacionais. (C) os brasileiros eram um povo indolente, avesso aos esportes internacionais. (D) os estrangeirismos eram maléficos ao país e deviam ser combatidos. (E) nas capitais, a prática de esportes exóticos resultava do consumo de drogas. Questão 07 No contexto da crônica, “transformar a banha em fibra” significa converter (A) amadores em profissionais. (B) um esporte em outro. (C) gordura em músculo. (D) força em agilidade. (E) sossego em atividade. Questão 08 Indique a expressão empregada pelo cronista que ilustra seu argumento sobre a adoção do futebol no sertão: (A) “amadores mambembes”. (B) “roupa de empréstimo”. (C) “de cunho indígena”. (D) “broncas tradições”. (E) “índole do povo”. Questão 09 A argumentação construída ao longo da crônica estabelece uma oposição entre (A) tradição e retrocesso. (B) amadorismo e profissionalismo. (C) esporte e conservadorismo. (Linhas tortas, 1971.) (D) nacionalismo e estrangeirismo. (E) cultura e modernização. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 4 Questão 10 Questão 12 Na oração “O do futebol não preenche coisa nenhuma” (7 o parágrafo) é omitida, por elipse, uma palavra empregada anteriormente: Indique a situação existencial de mendigos e cachorros de rua, implícita na tira, que leva a personagem a equipará-los. (A) Livre-arbítrio. (A) país. (B) Malandragem. (B) povo. (C) Conforto. (C) lugar. (D) Liberalidade. (D) costume. (E) Abandono. (E) chavão. Para responder às questões de 11 a 15, leia o poema de Belmiro Braga (1872-1937) e a tira de André Dahmer. Questão 13 No contexto do poema, “estrada da vida” é uma imagem que significa Ao Príncipe (A) a existência do eu lírico. Pela estrada da vida subi morros, Desci ladeiras e, afinal, te digo Que, se entre amigos encontrei cachorros, Entre os cachorros encontrei-te, amigo! (B) as traições de amigos. (C) a proximidade da morte. (D) os trajetos em estradas íngremes. Para insultar alguém hoje recorro A novos nomes feios, porque vi Que elogio a quem chame de cachorro, Depois que este cachorro conheci. (E) as decepções do eu lírico. (Fernando Góes (org.). Panorama da poesia brasileira, vol. 5, 1960.) Questão 14 Com a frase “a recíproca não é verdadeira”, a personagem da tira sugere que Malvados (A) os cães não são amigos entre si. (B) a amizade entre homens e cães é ilusória. (C) os homens são mais egoístas do que os cães. (D) o homem só é amigo de si mesmo. (E) o homem não é o melhor amigo do cão. (www.folha.uol.com.br) Questão 11 Questão 15 No poema de Belmiro Braga, a diferença expressiva mais relevante entre as duas ocorrências da palavra “cachorros” consiste no fato de que: O tema abordado pela tira é tratado de modo (A) no terceiro verso, a palavra se encontra no final; no quarto, no meio do verso. (B) afetivo. (A) esperançoso. (C) sarcástico. (B) ocorre rima acidental entre os dois empregos “cachorros” / “cachorros”. (D) ilógico. (C) no terceiro verso, a palavra é empregada como núcleo do objeto direto; no quarto, como núcleo do sujeito da oração. (E) otimista. (D) no terceiro verso, a palavra é empregada metaforicamente; no quarto, em sentido próprio. (E) no terceiro verso, a palavra não tem significado definido; no quarto, o significado é claro. 5 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva As questões de 16 a 20 abordam uma passagem da peça teatral Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854). gal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?... (Teatro, vol. 3, 1844.) Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA 1 escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas cristãs usam pendente sobre o peito. JORGE – Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.) 2 pôr aposentadoria: ficar, morar. 3 MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão! terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos XVI e XVII. MARIA – Boas tardes, tio Jorge! JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive umas notícias de Lisboa... Questão 16 Ao contradizer a mãe, após ouvir esta dizer “Pois coitados!...”, a personagem Maria manifesta MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi? JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares. (A) uma ingenuidade natural de jovem diante dos problemas dos adultos. (B) um conceito do que deveria ser bom e justo no modo de governar. MADALENA – Pois coitados!... (C) a mania costumeira de sempre fazer reparos às opiniões maternas. MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos? (D) um desejo de discutir com o tio e demonstrar que o julgamento deste está errado. (E) a indignação natural de quem não consegue entender bem a realidade. JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo: que lhe faremos? MARIA – Emendá-lo. JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho medo desta criança. Questão 17 Focalizando eventos do final do século XVI e início do século XVII português, a passagem procura destacar MADALENA (do mesmo modo) – Também eu. JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados e graciosa vista. (A) os abusos de poder da aristocracia governante. (B) as sábias e justas decisões dos governantes. (C) o desejo das pessoas de agradar os poderosos. MADALENA – Deixá-los vir. (D) a tranquilidade e a despreocupação da existência. JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o mais, paciência. Pior é o vosso caso... (E) a admiração indiscriminada dos súditos pelo poder real. MADALENA – O meu! JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para esta casa, e pôr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha! JORGE – Louquinha! MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de SabuVNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 6 Leia a charge para responder às questões 21 e 22. Questão 18 Assinale a alternativa em que a forma de tratamento se enquadra na segunda pessoa do singular. (A) “Pior é o vosso caso...” (B) “mas não vos aflijais,” (C) “A bênção de Deus te cubra, filha!” (D) “Sabeis que mais?” (E) “Mas ouvi o resto.” Questão 19 Ao dizer, em voz baixa, para Madalena, “Tenho medo desta criança”, Jorge sugere que (http://keepthemiddleclassalive.com. Adaptado.) (A) as falas de Maria apresentam indícios de insanidade e loucura. Questão 21 (B) as opiniões de Maria revelam uma menina desobediente e irresponsável. Segundo a charge, o homem rico (A) considera que a divisão do bolo é desigual. (C) Maria começa a manifestar propensão para a carreira militar. (B) está feliz por poder compartilhar o bolo com os pobres. (D) Maria não acredita na religião nem na misericórdia divina. (C) deixou a maior parte do bolo para os pobres. (E) as opiniões de Maria podem atrair a ira dos governantes. (D) representa os 10% mais ricos que detêm 50% da renda. (E) acredita que 90% da população pobre está satisfeita com sua parte do bolo. Questão 20 Questão 22 “Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo.” Em relação à forma verbal “digo”, os pronomes oblíquos átonos “vo-lo” atuam, respectivamente, como O trecho “What are you, greedy?” indica que o homem rico (A) desqualifica as reivindicações de 50% da população pobre. (A) objeto direto e objeto indireto. (B) não está disposto a abrir mão de sua parte. (B) objeto indireto e objeto direto. (C) convenceu os pobres de que 90% da renda é o suficiente. (C) objeto direto e predicativo do objeto. (D) percebeu as necessidades dos pobres. (D) sujeito e objeto direto. (E) está aberto a negociações. (E) sujeito e predicativo do sujeito. 7 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Leia o texto para responder às questões de 23 a 30. Questão 23 No título do texto, o termo “likely” indica Oxfam study finds richest 1% is likely to control half of global wealth by 2016 (A) certeza. (B) tendência. By Patricia Cohen January 19, 2015 (C) desigualdade. (D) comparação. (E) aprovação. Questão 24 Segundo o texto, o relatório da Oxfam (A) mostra que a pobreza diminuiu em 2014, mesmo que em pequena escala. (B) foi apresentado no Fórum Econômico Mundial na Suíça. (C) prenuncia o aprofundamento da concentração de riquezas no mundo. The world’s business elite will meet this week at the annual World Economic Forum in Davos, Switzerland. Credit Jean-Christophe Bott/European Pressphoto Agency (D) causou celeuma entre a elite de empresários em Davos. The richest 1 percent is likely to control more than half of the globe’s total wealth by next year, the anti-poverty charity Oxfam reported in a study released on Monday. The warning about deepening global inequality comes just as the world’s business elite prepare to meet this week at the annual World Economic Forum in Davos, Switzerland. The 80 wealthiest people in the world altogether own $1.9 trillion, the report found, nearly the same amount shared by the 3.5 billion people who occupy the bottom half of the world’s income scale. (Last year, it took 85 billionaires to equal that figure.) And the richest 1 percent of the population controls nearly half of the world’s total wealth, a share that is also increasing. The type of inequality that currently characterizes the world’s economies is unlike anything seen in recent years, the report explained. “Between 2002 and 2010 the total wealth of the poorest half of the world in current U.S. dollars had been increasing more or less at the same rate as that of billionaires,” it said. “However since 2010, it has been decreasing over that time.” Winnie Byanyima, the charity’s executive director, noted in a statement that more than a billion people lived on less than $1.25 a day. “Do we really want to live in a world where the 1 percent own more than the rest of us combined?” Ms. Byanyima said. “The scale of global inequality is quite simply staggering.” Investors with interests in finance, insurance and health saw the biggest windfalls, Oxfam said. Using data from Forbes magazine’s list of billionaires, it said those listed as having interests in the pharmaceutical and health care industries saw their net worth jump by 47 percent. The charity credited those individuals’ rapidly growing fortunes in part to multimillion-dollar lobbying campaigns to protect and enhance their interests. (E) teve o apoio de investidores da área farmacêutica e de saúde. Questão 25 According to the information presented in the second paragraph, (A) 50% of the world’s wealth have been transferred to emerging middle-class since 2010. (B) the total number of billionaires in the world decreased from 85 to 80 last year. (C) the wealth pyramid has always been stable with the exception of some small fluctuations. (D) the richest 1% of the population owns the same amount as 85 billionaires in the world. (E) the amount owned by 80 wealthy people is almost equivalent to the one owned by 3.5 billion poorest people. Questão 26 No trecho do segundo parágrafo “Last year, it took 85 billionaires to equal that figure.”, “that figure” refere-se a (A) 1%. (B) 85. (C) 50%. (D) 80. (E) 1,9 trilhão. (www.nytimes.com. Adaptado.) VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 8 Questão 27 Questão 31 De acordo com o terceiro parágrafo do texto, A maior parte das regiões vizinhas [da antiga Mesopotâmia] caracteriza-se pela aridez e pela falta de água, o que desestimulou o povoamento e fez com que fosse ocupada por populações organizadas em pequenos grupos que circulavam pelo deserto. Já a Mesopotâmia apresenta uma grande diferença: embora marcada pela paisagem desértica, possui uma planície cortada por dois grandes rios e diversos afluentes e córregos. (A) a desigualdade entre ricos e pobres no mundo aumentou a partir de 2010. (B) a diferença entre a renda dos 50% mais pobres e a dos 50% mais ricos está diminuindo desde 2010. (C) desde 2010 a crise mundial vem atingindo tanto os pobres como os ricos. (Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.) (D) o número de bilionários no mundo ficou estável entre 2002 e 2010. A partir do texto, é correto afirmar que (A) os povos mesopotâmicos dependiam apenas da caça e do extrativismo vegetal para a obtenção de alimentos. (E) em 2010, a renda dos mais pobres foi igual à do ano de 2002. (B) a ocupação da planície mesopotâmica e das áreas vizinhas a ela, durante a Antiguidade, teve caráter sedentário e ininterrupto. Questão 28 No trecho do terceiro parágrafo “However since 2010, it has been decreasing over that time.”, o termo “however” pode ser substituído, sem alteração de sentido, por (C) a ocupação das áreas vizinhas da Mesopotâmia tinha características nômades e os povos mesopotâmicos praticavam a agricultura irrigada. (A) meanwhile. (D) a ocupação sedentária das regiões desérticas representava uma ameaça militar aos habitantes da Mesopotâmia. (B) like. (E) os povos mesopotâmicos jamais puderam se sedentarizar, devido às dificuldades de obtenção de alimentos na região. (C) then. (D) but. (E) so. Questão 32 Os homens da Idade Média estavam persuadidos de que a terra era o centro do Universo e que Deus tinha criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes. Não imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que viam no céu, o movimento regular da maioria dos astros, era a imagem do que havia de mais próximo no plano divino de organização. Questão 29 A partir das informações apresentadas sobre o relatório da Oxfam, a resposta esperada por Winnie Byanyima à sua pergunta “Do we really want to live in a world where the 1 percent own more than the rest of us combined?” seria: (A) Why not? (Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos, 1998. Adaptado.) (B) Of course not. (C) For sure. O texto revela, em relação à Idade Média ocidental, (D) Maybe not. (A) o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, indicativa da força e da influência do cristianismo. (E) No, she doesn’t. (B) a consciência da própria gênese e origem, resultante das pesquisas históricas e científicas realizadas na Grécia Antiga. Questão 30 (C) o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos naturais, base do pensamento humanista. No contexto do último parágrafo, o sentido do termo “windfalls” em “Investors with interests in finance, insurance and health saw the biggest windfalls” equivale, em português, a (D) a construção de um pensamento mítico, provavelmente originário dos contatos com povos nativos da Ásia e do Norte da África. (A) avaliações. (B) turbulências econômicas. (E) a presença de esforços constantes de predição do futuro, provavelmente oriundos das crenças dos primeiros habitantes do continente. (C) flutuações cambiais. (D) depreciações. (E) ganhos rápidos. 9 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Leia o texto para responder às questões 34 e 35. Questão 33 A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; distingue-se pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta majestade à paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande completava-se com a capela, onde se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, os quais, nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, traçando através da floresta uma via de comunicação vital. O rio e o mar se mantiveram, no período colonial, como elementos constantes de preferência para a escolha da situação da grande lavoura. Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o engenho fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as toras de madeira abatidas na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho, ou a variedade e a multiplicidade de gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria alhures [...]. (Joseph Lavallée. História completa das inquisições da Itália, Espanha e Portugal, 1822.) A imagem reproduz um auto de fé. Essas cerimônias (A) ocorreram em todos os países da Europa e nas regiões colonizadas por portugueses e espanhóis. (Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de história do Brasil,1986.) (B) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram papel determinante na erradicação do protestantismo na Europa central. Questão 34 Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho colonial, o texto (C) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a Igreja Católica não tinha vínculo com a perseguição e a punição dos hereges. (A) destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus escravos. (D) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os réus forçados a pedir perdão, antes de serem encaminhados para a execução. (B) demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do engenho. (E) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo protestantes nem católicos romanos ou ortodoxos. (C) enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros obtidos na comercialização de escravos de origem africana. (D) denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do engenho. (E) atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 10 Questão 35 Questão 37 Quanto à relação do engenho colonial com as áreas externas a ele, o texto Não há dúvida de que os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro representavam preocupações totalmente distintas. Enquanto os republicanos da capital, ou melhor, os que assinaram o Manifesto de 1870, refletiam as preocupações de intelectuais e profissionais liberais urbanos, os paulistas refletiam preocupações de setores cafeicultores de sua província. [...] A principal preocupação dos paulistas não era o governo representativo ou direitos individuais, mas simplesmente a federação, isto é, a autonomia estadual. (A) revela o papel decisivo que a Igreja Católica desempenhou no impedimento da escravização das populações indígenas. (B) defende a ideia de que a colonização portuguesa no Brasil, no lugar de explorar as riquezas naturais, privilegiou a ocupação do território. (José Murilo de Carvalho. A construção da ordem, 1980.) (C) caracteriza sua preocupação ambiental, demonstrando o respeito dos administradores às matas e aos rios que compunham a paisagem rural. As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e 1880, podem ser explicadas, entre outros fatores, (D) identifica articulações entre as atividades internas e a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e fora dos limites da colônia. (A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos obtidos com exportação. (E) sustenta sua autonomia e autossuficiência, mostrando-o como desvinculado do restante da empresa colonial. (B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de São Paulo. Questão 36 O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de pessoas. (C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas províncias. (Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.) (D) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades regionais e em aprofundar a unidade do país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico nacional. Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista do (A) princípio da igualdade jurídica. (E) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e por sua influência junto à intelectualidade local e ao governo monárquico. (B) livre comércio. (C) liberalismo econômico. (D) republicanismo. (E) absolutismo monárquico. 11 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Leia o texto para responder às questões 38 e 39. Questão 39 A partilha da África entre os países europeus, no final do século XIX, A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias exatamente quando a América se tornou independente, quando o antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a outras formas de enriquecimento e desenvolvimento das economias mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus mercados consumidores. Nesse momento foi criado um novo tipo de colonialismo, implantado na África a partir do final do século XIX [...]. (A) buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a negociação política. (B) respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano. (C) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.) (D) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido colônias em outras partes do mundo. Questão 38 O “novo tipo de colonialismo”, mencionado no texto, tem, entre suas características, (E) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano. (A) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano. Questão 40 (B) a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemonia norte-americana no comércio internacional e retomar posição de liderança na economia mundial. Entre os fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), podemos citar (C) o esforço de criação de um mercado consumidor global, sem hierarquia política ou prevalecimento comercial de um país ou continente sobre os demais. (A) a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. (B) o conflito étnico entre sérvios e croatas na região da antiga Iugoslávia. (D) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de obra disponível nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano Pacífico. (C)o confronto entre Áustria e Hungria pelo controle dos Bálcãs. (E) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes europeus e africanos, que favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra Mundial. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva (D) a disputa comercial e industrial entre Inglaterra e Alemanha. (E) a invasão da Polônia pelas tropas da Alemanha. 12 Questão 41 Questão 42 Brasília simbolizou na ideologia nacional-desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o arremate e a obra monumental da nação a ser construída pela industrialização coordenada pelo Estado planificador, pela ação das “forças do progresso” (aquelas voltadas para o desenvolvimento do “capitalismo nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças do atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política tradicional, demagógica e “populista”). Entre outros desdobramentos provocados pela chamada Primavera Árabe, iniciada no final de 2010, podemos citar (A) a deposição de governantes na Líbia e no Egito e o início de violenta guerra civil na Síria. (B) a democratização política na Argélia e a instalação de regimes militares no Barein e na Jordânia. (C) o surgimento de regimes islâmicos no Irã e na Tunísia e a queda do governo pró-Estados Unidos no Líbano. (José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.) Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida (D) o controle do governo da Arábia Saudita por grupos islâmicos fundamentalistas e o fim do apoio russo ao Iraque. (A) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro do país e de reforçar o contingente de mão de obra rural. (E) o fim dos conflitos religiosos no Iêmen e no Marrocos e o aumento do preço do petróleo no mercado mundial. (B) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal, que buscava eliminar a interferência do Estado nos assuntos econômico-financeiros. Questão 43 (C) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mundial, que se caracterizava pelo clima de paz nas relações internacionais. Analise o trecho da canção “Tempo rei”, de Gilberto Gil. Não me iludo Tudo permanecerá do jeito que tem sido Transcorrendo Transformando Tempo e espaço navegando todos os sentidos (D) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da economia e da política brasileiras, que pretendia modernizar o país. (E) como um esforço de internacionalização da economia brasileira, que provocaria aumento significativo da exportação agrícola. Pães de Açúcar Corcovados Fustigados pela chuva e pelo eterno vento Água mole Pedra dura Tanto bate que não restará nem pensamento Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei Transformai as velhas formas do viver (www.gilbertogil.com.br) O trecho faz alusão direta a dois processos geomorfológicos: (A) meteorização e subsidência. (B) assoreamento e fraturamento. (C) erosão e esculpimento. (D) lixiviação e escarpamento. (E) abrasão e soerguimento. 13 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Analise a imagem de satélite meteorológico e os mapas de precipitação, pressão atmosférica e umidade relativa do ar no território brasileiro, captados às 12 horas do dia 27 de outubro de 2010, para responder às questões 44 e 45. Mapa de umidade relativa do ar (%) Imagem de satélite (Diego Correia Maia. “Imagens de satélite meteorológico nas aulas de geografia: uma possibilidade didática”. Revista Brasileira de Educação em Geografia, julho/dezembro de 2011. Adaptado.) Questão 44 Considerando conhecimentos sobre a dinâmica atmosférica, é correto afirmar que os números 1, 2 e 3 na imagem de satélite correspondem, respectivamente, a (A) massa de ar frio, zona de convergência do Atlântico Sul e massa de ar quente. (B) massa de ar quente, frente fria e massa de ar quente. Mapa de precipitação (mm) (C) massa de ar frio, frente fria e massa de ar quente. (D) massa de ar quente, zona de convergência do Atlântico Sul e massa de ar frio. (E) massa de ar quente, frente fria e massa de ar frio. Questão 45 A partir da análise dos mapas, é correto afirmar que, na área identificada pelo número 2 na imagem de satélite, a dinâmica atmosférica proporcionou (A) chuvas. (B) estiagem. (C) elevação da temperatura na superfície. Mapa de pressão atmosférica (mb) (D) elevação da pressão atmosférica. (E) diminuição da umidade relativa do ar. Questão 46 No território brasileiro, petróleo e gás são mais extraídos em áreas de (A) rifteamento, sobretudo na depressão sertaneja do Nordeste. (B) núcleos cristalinos, sobretudo nas planícies costeiras. (C) cinturões orogenéticos, especialmente nos planaltos residuais da Amazônia. (D) bacias sedimentares, sobretudo na plataforma continental. (E) dobramentos modernos, especialmente nos planaltos e serras do Sudeste. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 14 Questão 47 Questão 48 Observe o mapa e a fotografia. Analise a tabela. Variação do percentual de posições de atendimento das empresas de teleatendimento, por região brasileira, 2000-2011 Percentual de posições de atendimento Região Sudeste 2000 2011 71% 78,1% Nordeste 5,3% 16% Sul 16,4% 3,4% Centro-Oeste 4,6% 2% Norte 2,7% 0,5% Brasil 100% 100% (Marina Castro de Almeida. “Em outros pontos da rede”. Estudos Geográficos, janeiro/julho de 2014.) A partir dos dados apresentados na tabela e considerando as especificidades dos serviços de teleatendimento, é correto afirmar que, no período analisado, houve (www.ibge.gov.br. Adaptado.) (A) redução na representatividade da região Sudeste, explicada pela baixa dinâmica econômica e pela parca disponibilidade de mão de obra qualificada. (B) redução na representatividade da região Sul, entendida pelo colapso de suas redes informacionais e pelos altos impostos cobrados pela administração pública. (C)aumento na representatividade da região Nordeste, associado à disponibilidade de redes técnico-informacionais e aos menores custos de operação. A partir de conhecimentos cartográficos sobre orientação, localização e altimetria, é correto afirmar que a fotografia foi realizada a partir da posição (D) aumento na representatividade da região Centro-Oeste, devido ao incremento do agronegócio e à ampliação dos serviços terceirizados. (A) 2. (B) 5. (E) redução na representatividade da região Norte, explicada pela raridade de centros urbanos e pelo interesse privado em oferecer serviços ligados ao campo. (C) 3. (D) 4. (E) 1. Questão 49 O episódio de espionagem internacional protagonizado pelo governo estadunidense e denunciado pelo ex-agente do serviço secreto americano, Edward Snowden, permite que se constatem duas situações intrínsecas à atual ordem mundial, quais sejam: (A) o policiamento sobre a circulação de informações exercido pelos EUA e a privacidade das instituições na rede mundial de computadores. (B) o monitoramento da circulação de informações exercido pelos EUA e a ausência de privacidade de indivíduos e instituições na rede mundial de computadores. (C) o controle da produção de informações exercida pelos governos europeus e o monitoramento de indivíduos e empresas na rede mundial de computadores. (D) a liberdade de circulação de informações permitida pelos países ocidentais e a privacidade das instituições na rede mundial de computadores. (E) a ausência de instituições capazes de regular a circulação de informações e a liberdade dos indivíduos na rede mundial de computadores. 15 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 50 Questão 51 A incorporação de grande parcela da população ao sistema bancário, a difusão generalizada das operações de crédito individual, a dispersão de agências bancárias e pontos de autoatendimento em escala nacional e a difusão de formas de compra por meio de cartão de crédito são expressões de um fenômeno que pode ser denominado de “financeirização da sociedade e do território brasileiro”. A forma como este processo ocorreu no Brasil esteve associada Se, até a década de 1980, o conjunto da agropecuária nordestina permaneceu quase inalterado, a partir de então se vislumbra a ocupação de novas fronteiras pelo agronegócio globalizado, tomando alguns lugares específicos dessa região, que passam a receber vultosos investimentos de algumas importantes empresas do setor, difundindo-se a agricultura científica e o agronegócio. Existe hoje no Nordeste, assim como de resto em todo o país, uma dicotomia entre uma agricultura tradicional e uma agricultura científica, apresentando-se esta em algumas partes bem delimitadas do território nordestino, constituindo verdadeiros pontos luminosos. (A) à integração do território nacional através dos sistemas técnicos de comunicação e informação; à centralização de capitais e articulação dos agentes do sistema financeiro; à difusão de um modelo de consumo de massa; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal. (Denise Elias. “Globalização e fragmentação do espaço agrícola do Brasil”. Scripta Nova, agosto de 2006. Adaptado.) É exemplo de espaço nordestino “luminoso”, incorporado aos circuitos produtivos globalizados do agronegócio, a região produtora de (B) à desarticulação das regiões brasileiras em termos de sistemas de transportes e comunicação; à centralização de capitais pelos agentes do sistema financeiro; à difusão de diferentes modelos de produção e consumo; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal. (A) soja, na Zona da Mata. (B) mandioca, na Chapada Diamantina. (C) à integração do território nacional através dos sistemas técnicos de comunicação e informação; à multiplicidade e desarticulação dos agentes do sistema financeiro; à difusão de diferentes modelos de consumo; e à restrição do acesso ao crédito pessoal. (C) cacau, no Agreste. (D) cana-de-açúcar, no Sertão. (E) frutas, no vale do São Francisco. (D) à integração interna das regiões brasileiras e sua desarticulação em escala nacional; à centralização de capitais pelos agentes do sistema financeiro; à difusão de um modelo de consumo de massa; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal. Leia o texto para responder às questões 52 e 53. Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou outra parcela da população. (E) à fragmentação do território nacional em termos de sistemas de transporte e comunicação; à multiplicidade e desarticulação dos agentes dos sistemas financeiros regionais; à difusão de um modelo de consumo de massa; e à restrição do acesso ao crédito pessoal. (Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.) VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 16 Questão 52 Questão 54 De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro está associada Analise as charges. (A) ao propósito de ocupação de novos territórios pelos portugueses e à implantação de um empreendimento de povoamento, voltado à construção de um mercado interno amplo e diversificado. (B) à conquista de novos territórios pelos povos africanos, ameríndios e europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado externo. (www.comerciodojahu.com.br) (C) ao ímpeto pela descoberta de novos territórios pelos povos ameríndios e africanos e à implantação de um modelo de desenvolvimento social e econômico de inspiração europeia, dirigido ao progresso técnico e econômico nacional. (D) ao projeto de colonização de novos territórios e de seus respectivos povos pelos portugueses e à implantação de um empreendimento mercantil, voltado a atender às demandas do mercado externo. (E) ao propósito de conquista de novos territórios pelos europeus e à implantação de um modelo de desenvolvimento econômico autônomo, voltado a atender às demandas do mercado local. (www.tudoemdia.com) As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos meios de comunicação de massa e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos que podem ser diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão: Questão 53 De acordo com Darcy Ribeiro, dois movimentos caminharam concomitantemente ao longo do processo de formação do povo brasileiro: (A) o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada. (A) a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de uma cultura nacional homogênea. (B) o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento de atividades, produtos e serviços vinculados à segurança privada. (B) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a coexistência de culturas regionais em extinção. (C) a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos. (C) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a conformação de culturas regionais transplantadas de outros países. (D) a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas nas cidades e a regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à segurança privada. (D) a produção de uma unidade étnica nacional e a conformação de diversidades socioculturais regionais. (E) a produção de uma sociedade nacional multiétnica e a coexistência de culturas regionais fragmentadas. (E) a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da convivência entre pessoas na cidade. 17 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 55 Questão 57 – Qual o pecado mais evidente dos médicos atualmente? – Os médicos estão muito arrogantes, impondo seu ponto de vista a todo custo. Parte da culpa é das subespecializações médicas, um fenômeno recente na medicina. Os médicos atualmente só sabem falar de questões referentes às suas subespecialidades. Não do paciente. Quando o paciente procura ajuda médica, ele é um indivíduo, não uma média – é único. Parece chavão, mas pensar assim faz uma diferença brutal. A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris de distribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa para meninas provocou polêmica na França. Nas bolsas distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há também um kit para construir robôs, para os meninos, e miçangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distinção causou polêmica no momento em que o governo implementa na rede educacional um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os estereótipos. (Marco Bobbio. “Entrevista”. Veja, 03.12.2014. Adaptado.) (“Distribuição de mochilas escolares azuis e rosas causa polêmica na França”. www.bbc.co.uk. Adaptado.) Na entrevista, a medicina atual é criticada em virtude de priorizar aspectos (A) técnicos e estatísticos. A polêmica citada pela reportagem envolve pressupostos sobre a sexualidade que podem ser definidos pela oposição entre fatores (B) sociais e econômicos. (A) comunitários e individuais. (C) políticos e econômicos. (B) metafísicos e empiristas. (D) mecanicistas e jurídicos. (C) teológicos e materiais. (E) holísticos e alternativos. (D) antropocêntricos e teocêntricos. (E) biológicos e sociais. Questão 56 A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência de água para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo. Questão 58 A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da luta pelo empobrecimento do mundo. (Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado.) (Antonio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de S.Paulo, 13.12.2008. Adaptado.) No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de vista De acordo com a análise do autor, (A) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores morais e espirituais. (A) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética. (B) da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos reservatórios de água. (B) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas. (C) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de dominação. (D) das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria disponível no mercado. (C) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma. (E) das consequências do aumento da demanda ocasionado pela democratização do consumo da água. (D)o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor. (E) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 18 Questão 59 Questão 61 Para o teórico Boaventura de Sousa Santos, o direito se submeteu à racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna e tornou-se ele próprio científico. Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos instiga a pensar que eles possuem um caráter racional e regulador da vida humana. Esses direitos não colaboram para eliminar as assimetrias políticas, culturais, sociais e econômicas existentes, especialmente nos países periféricos. Os direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos, não modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenação normativa para comandar uma sociedade. Estudo confirma que meteorito causou extinção dos dinossauros Um estudo publicado na revista Science de 08.02.13 pretende pôr um ponto final na discussão sobre qual foi o evento que levou à extinção dos dinossauros. Os novos dados obtidos pelos pesquisadores são os mais precisos até agora e mostram que o meteorito atingiu a Terra há 66.038.000 anos, pouco antes da extinção. (http://veja. abril.com.br. Adaptado.) Um fato ainda pouco divulgado pela mídia é que, nesse mes- (Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade dos direitos humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 2014. Adaptado.) mo período, cerca de das espécies que viviam na Terra De acordo com o texto, os direitos humanos são passíveis de crítica porque também foram extintas, configurando um grande evento de extinção em massa. (A) desempenham um papel meramente formal de proteção da vida. Dentre os fatores decisivos para essa extinção em massa, é correto inferir que (B) inexistem padrões universalistas aplicáveis à totalidade da humanidade. (A) os dinossauros ocupavam o topo da cadeia alimentar e com a sua extinção houve um aumento descontrolado das populações das espécies que lhes serviam de presa, causando um colapso nas relações tróficas. (C) são incompatíveis com os valores culturais de nações não ocidentais. (D) sua estrutura normativa carece de racionalidade e de cientificidade. (B) o sucesso adaptativo dos dinossauros no papel de predadores levou ao declínio das populações de espécies que lhes serviam de presa, resultando na redução das fontes de alimento. (E) são destituídos de uma visão religiosa e espiritualista de mundo. (C) o impacto do meteorito causou a extinção de muitas espécies de produtores, o que contribuiu para o declínio das populações de consumidores primários, secundários e, assim, sucessivamente, ao longo da cadeia alimentar. Questão 60 “A revista Vogue trouxe um ensaio na sua edição kids com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Eu digo que, enquanto a gente continuar a tratar nossas crianças dessa maneira, pedofilia não será um problema individual de um ‘tarado’ hipotético, e sim um problema coletivo, de uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos”, afirmou a roteirista Renata Corrêa. Para a jornalista Vivi Whiteman, a moda não é exatamente o mais ético dos mundos e não tem pudores com nenhum tipo de sensualidade. “A questão é que, num ensaio de moda feito para vender produtos e comportamento, não há espaço para teoria, nem para discussão, nem para aprofundar nada. Não é questão de demonizar a revista, mas de fato é o caso de ampliar o debate sobre essa questão”. (D) o impacto do meteorito causou a morte abrupta dos dinossauros, o que disponibilizou imensas quantidades de matéria orgânica para decomposição, alterando a composição da atmosfera e levando as demais espécies à extinção. (E) a extinção das várias espécies de dinossauros resultou no aumento das populações de outros predadores, o que alterou as relações tróficas, causando um desequilíbrio no ecossistema e o consequente colapso das comunidades. (Maíra Kubík Mano. “Vogue Kids faz ensaio com crianças em poses sensuais e pode ser acionada pelo MP”. CartaCapital, 11.09.2014. Adaptado.) No texto, a pedofilia é abordada (A) segundo critérios relativistas questionadores da validade de normas absolutas no campo da sexualidade. (B) de acordo com parâmetros jurídicos que atestam a criminalização desse tipo de comportamento. (C) a partir dos imperativos de mercantilização do corpo e da cultura, em detrimento de aspectos éticos e morais. (D) de acordo com critérios patológicos, que tratam esse fenômeno como distúrbio de comportamento. (E) sob um ponto de vista teológico, fundamentado na condenação cristã à sexualidade como forma de prazer. 19 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Plantas xeromórficas e com folhas modificadas que diminuem a evapotranspiração; plantas com rizóforos e pneumatóforos (eficientes na sustentação da planta e na captação do oxigênio); e plantas epífitas (que vivem sobre outras plantas, aumentando a eficiência na captação de luz) são típicas dos biomas identificados, respectivamente, pelos números Questão 62 As figuras apresentam a vegetação de cinco biomas brasileiros. Bioma 1 (A) 1, 2 e 4. (B) 4, 5 e 2. (C) 3, 1 e 5. (D) 2, 5 e 3. (E) 4, 1 e 3. (www.pensamentoverde.com.br) Questão 63 Bioma 2 Um químico e um biólogo discutiam sobre a melhor forma de representar a equação da fotossíntese. Segundo o químico, a equação deveria indicar um balanço entre a quantidade de moléculas e átomos no início e ao final do processo. Para o biólogo, a equação deveria apresentar as moléculas que, no início do processo, fornecem os átomos para as moléculas do final do processo. (www.ecodebate.com.br) As equações propostas pelo químico e pelo biólogo são, respectivamente, Bioma 3 (A) (B) (C) (www.biophotos.com.br) Bioma 4 (D) (E) (www.paraibatotal.com.br) Bioma 5 (www.bluechanel24.com) VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 20 Questão 64 Questão 65 Ação implacável Fátima tem uma má formação de útero, o que a impede de ter uma gestação normal. Em razão disso, procurou por uma clínica de reprodução assistida, na qual foi submetida a tratamento hormonal para estimular a ovulação. Vários óvulos foram colhidos e fertilizados in vitro com os espermatozoides de seu marido. Dois zigotos se formaram e foram implantados, cada um deles, no útero de duas mulheres diferentes (“barrigas de aluguel”). Terminadas as gestações, duas meninas nasceram no mesmo dia. Pesquisadores descobrem no solo antibiótico natural capaz de matar bactérias resistentes causadoras de doenças graves, como infecções hospitalares e tuberculose. (http://cienciahoje.uol.com.br) O novo antibiótico, a teixobactina, impede a síntese da parede celular de alguns tipos de bactérias por se ligar a substâncias precursoras de lipídios dessa parede. Além de presente nas bactérias, a parede celular também é encontrada Com relação ao parentesco biológico e ao compartilhamento de material genético entre elas, é correto afirmar que as meninas são (A) nas células animais, nas quais recebe o nome de membrana plasmática que, por ter composição lipoproteica, poderia sofrer ação do novo antibiótico. (A) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de mãe, pois compartilham com cada um deles 50% de seu material genético e compartilham entre si, em média, 50% de material genético. (B) nos fungos, sobre os quais o novo antibiótico poderia exercer sua ação, uma vez que a parede celular dos fungos é constituída por quitina, um tipo de lipídio. (B) gêmeas idênticas, uma vez que são filhas da mesma mãe biológica e do mesmo pai e compartilham com cada um deles 50% de seu material genético, mas compartilham entre si 100% do material genético. (C) nos protozoários que, por serem unicelulares e aquáticos, apresentam parede celular lipoproteica para contenção do volume celular, razão pela qual poderiam sofrer ação do novo antibiótico. (C) gêmeas fraternas, não idênticas, uma vez que foram formadas a partir de diferentes gametas e, portanto, embora compartilhem com seus pais biológicos 50% de seu material genético, não compartilham material genético entre si. (D) nas células vegetais, sobre as quais o novo antibiótico não teria ação, uma vez que sua parede celular tem o carboidrato celulose em sua composição. (E) nos vírus, sobre os quais o novo antibiótico não teria ação, uma vez que sua parede celular é proteica, razão pela qual são combatidos com vacinas, mas não com antibióticos. (D) irmãs biológicas apenas por parte de pai, doador dos espermatozoides, com o qual compartilham 50% de seu material genético, sendo os outros 50% compartilhados com as respectivas mães que as gestaram. (E) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de mãe, embora compartilhem entre si mais material genético herdado do pai que aquele herdado da mãe biológica, uma vez que o DNA mitocondrial foi herdado das respectivas mães que as gestaram. 21 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 66 Questão 67 Na aula sobre morfologia vegetal, os alunos foram levados ao pátio da escola, para analisar um pé de Mussaenda alicia, ou mussaenda-rosa-arbustiva. A professora chamou a atenção dos alunos para algumas características da planta, cuja foto encontra-se a seguir. Márcia, Juliana e Ana Cristina são três amigas. Uma delas está amamentando, outra está entrando em seu período fértil e a terceira está no final de seu ciclo menstrual. Os gráficos 1 e 2 apresentam os níveis dos hormônios luteinizante (LH) e ocitocina no sangue dessas mulheres. Se o gráfico 1 referir-se aos níveis de Além das folhas e do tronco, os alunos observaram estruturas cor-de-rosa e, no interior delas, as amarelas. A partir da observação, levantaram hipóteses sobre tais estruturas. (A) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Ana Cristina está entrando em período fértil, Márcia está no final de seu ciclo menstrual e Juliana está amamentando. Assinale a alternativa que contém a definição e o argumento corretos para a hipótese levantada. (B) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Juliana está entrando em período fértil, Ana Cristina está no final de seu ciclo menstrual e Márcia está amamentando. (A) As estruturas rosa são pétalas; pois, por definição, as pétalas são as estruturas chamativas da flor e se observa que, nessa planta, essas são as estruturas mais vistosas. (C) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Ana Cristina está entrando em período fértil, Márcia está no final de seu ciclo menstrual e Juliana está amamentando. (B) As estruturas rosa são flores; pois, por definição, flores são os órgãos que atraem os polinizadores e tais estruturas são as mais chamativas da planta. (D) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Márcia está entrando em período fértil, Juliana está no final de seu ciclo menstrual e Ana Cristina está amamentando. (C) As estruturas amarelas são flores; pois, por definição, flores contêm os órgãos reprodutivos da planta e foram observados gineceu e androceu nessas estruturas. (E) LH e o gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Márcia está entrando em período fértil, Juliana está no final de seu ciclo menstrual e Ana Cristina está amamentando. (D) As estruturas amarelas são folhas; pois, por definição, folhas protegem os órgãos reprodutivos da planta e foram observados androceu e gineceu internamente a essas estruturas. (E) As estruturas rosa são folhas; pois, por definição, qualquer órgão presente na planta, que não seja raiz, caule ou flor, independentemente de sua coloração, deve ser chamado de folha e tem por função principal realizar fotossíntese. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 22 Leia o texto para responder às questões 68 e 69. Questão 70 O ácido etanoico, popularmente chamado de ácido acético, é um ácido fraco e um dos componentes do vinagre, sendo o responsável por seu sabor azedo. Dada a constante de ionização, Ka, igual a 1,8×10–5, assinale a alternativa que apresenta a concentração em mol·L–1 de H+ em uma solução deste ácido de concentração 2,0×10–2 mol·L–1. A energia liberada pelo Sol é fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra. Grande parte da energia produzida pelo Sol decorre do processo de fusão nuclear em que são formados átomos de hélio a partir de isótopos de hidrogênio, conforme representado no esquema: (A) 0,00060 mol·L–1 (B) 0,000018 mol·L–1 (C) 1,8 mol·L–1 (D) 3,6 mol·L–1 (John B. Russell. Química geral, 1994.) (E) 0,000060 mol·L–1 Questão 68 Questão 71 A partir das informações contidas no esquema, é correto afirmar que os números de nêutrons dos núcleos do hidrogênio, do deutério, do isótopo leve de hélio e do hélio, respectivamente, são Os protetores solares são formulações que contêm dois componentes básicos: os ingredientes ativos (filtros solares) e os veículos. Dentre os veículos, os cremes e as loções emulsionadas são os mais utilizados, por associarem alta proteção à facilidade de espalhamento sobre a pele. Uma emulsão pode ser obtida a partir da mistura entre óleo e água, por meio da ação de um agente emulsionante. O laurato de sacarose (6-O-laurato de sacarose), por exemplo, é um agente emulsionante utilizado no preparo de emulsões. (A) 1, 1, 2 e 2. (B) 1, 2, 3 e 4. (C) 0, 1, 1 e 2. (D) 0, 0, 2 e 2. (E) 0, 1, 2 e 3. Questão 69 A partir das etapas consecutivas de fusão nuclear representadas no esquema, é correto afirmar que ocorre (A) formação de uma molécula de hidrogênio. (B) emissão de nêutron. laurato de sacarose (C)formação de uma molécula de hidrogênio e de dois átomos de hélio. (Maurício Boscolo. “Sucroquímica”. Quím. Nova, 2003. Adaptado.) A ação emulsionante do laurato de sacarose deve-se à presença de (D) emissão de pósitron. (E) emissão de próton. (A) grupos hidroxila que fazem ligações de hidrogênio com as moléculas de água. (B) uma longa cadeia carbônica que o torna solúvel em óleo. (C) uma longa cadeia carbônica que o torna solúvel em água. (D) grupos hidrofílicos e lipofílicos que o tornam solúvel nas fases aquosa e oleosa. (E) grupos hidrofóbicos e lipofóbicos que o tornam solúvel nas fases aquosa e oleosa. 23 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Leia o texto para responder às questões de 72 a 74. Filtro solar 3 O espectro solar que atinge a superfície terrestre é formado predominantemente por radiações ultravioletas (UV) (100 – 400 nm), radiações visíveis (400 – 800 nm) e radiações infravermelhas (acima de 800 nm). A faixa da radiação UV se divide em três regiões: UVA (320 a 400 nm), UVB (280 a 320 nm) e UVC (100 a 280 nm). Ao interagir com a pele humana, a radiação UV pode provocar reações fotoquímicas, que estimulam a produção de melanina, cuja manifestação é visível sob a forma de bronzeamento da pele, ou podem levar à produção de simples inflamações até graves queimaduras. Um filtro solar eficiente deve reduzir o acúmulo de lesões induzidas pela radiação UV por meio da absorção das radiações solares, prevenindo assim uma possível queimadura. São apresentados a seguir as fórmulas estruturais, os nomes e os espectros de absorção de três filtros solares orgânicos. (Juliana Flor et al. “Protetores solares”. Quím. Nova, 2007. Adaptado.) Filtro solar 1 Questão 72 Os filtros solares orgânicos absorvem apenas parte da radiação eletromagnética; dessa forma, deve-se fazer a combinação entre diferentes filtros a fim de se obter um bom protetor solar. Na formulação de um protetor solar, um fabricante necessita escolher um dentre os três filtros orgânicos apresentados cujo máximo de absorção ocorra na região do UVA. A molécula do filtro solar escolhido apresenta as funções orgânicas (A) amina e ácido carboxílico. (B) cetona e éter. (C) amina e éster. Filtro solar 2 (D) amida e éter. (E) cetona e álcool. Questão 73 A energia da radiação solar aumenta com a redução de seu comprimento de onda e a torna mais propensa a induzir reações fotoquímicas. Analisando os espectros de absorção apresentados e utilizando os dados da Classificação Periódica, assinale a alternativa que apresenta a massa molar, em g·mol–1, do filtro solar orgânico que tem o máximo de absorção de maior energia. (A) 273. (B) 133. (C) 310. (D) 277. (E) 137. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 24 Questão 74 Questão 76 Dentre os três filtros solares orgânicos citados, apresentam tautomeria e isomeria óptica, respectivamente: João mora em São Paulo e tem um compromisso às 16 h em São José dos Campos, distante 90 km de São Paulo. Pretendendo fazer uma viagem tranquila, saiu, no dia do compromisso, de São Paulo às 14 h, planejando chegar ao local pontualmente no horário marcado. Durante o trajeto, depois de ter percorrido um terço do percurso com velocidade média de 45 km/h, João recebeu uma ligação em seu celular pedindo que ele chegasse meia hora antes do horário combinado. (A) PABA e octildimetilPABA. (B) BMDM e PABA. (C) BMDM e octildimetilPABA. (D) PABA e BMDM. (E) octildimetilPABA e BMDM. Questão 75 A fotografia mostra um avião bombardeiro norte-americano B52 despejando bombas sobre determinada cidade no Vietnã do Norte, em dezembro de 1972. (www.google.com.br. Adaptado.) Para chegar ao local do compromisso no novo horário, desprezando-se o tempo parado para atender a ligação, João deverá desenvolver, no restante do percurso, uma velocidade média, em km/h, no mínimo, igual a (A) 120. (B) 60. (C) 108. (www.nationalmuseum.af.mil. Adaptado.) (D) 72. Durante essa operação, o avião bombardeiro sobrevoou, horizontalmente e com velocidade vetorial constante, a região atacada, enquanto abandonava as bombas que, na fotografia tirada de outro avião em repouso em relação ao bombardeiro, aparecem alinhadas verticalmente sob ele, durante a queda. Desprezando a resistência do ar e a atuação de forças horizontais sobre as bombas, é correto afirmar que: (E) 90. (A) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, cada bomba percorreu uma trajetória parabólica diferente. (B) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, as bombas estavam em movimento retilíneo acelerado. (C) no referencial do avião bombardeiro, a trajetória de cada bomba é representada por um arco de parábola. (D) enquanto caíam, as bombas estavam todas em repouso, uma em relação às outras. (E) as bombas atingiram um mesmo ponto sobre a superfície da Terra, uma vez que caíram verticalmente. 25 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 77 Questão 78 Enquanto movia-se por uma trajetória parabólica depois de ter sido lançada obliquamente e livre de resistência do ar, uma bomba de 400 g explodiu em três partes, A, B e C, de massas mA = 200 g e mB = mC = 100 g. A figura representa as três partes da bomba e suas respectivas velocidades em relação ao solo, imediatamente depois da explosão. A figura representa uma cisterna com a forma de um cilindro circular reto de 4 m de altura instalada sob uma laje de concreto. (www.fazfacil.com.br. Adaptado.) Considere que apenas 20% do volume dessa cisterna esteja ocupado por água. Sabendo que a densidade da água é igual a 1 000 kg/m3, adotando g = 10 m/s2 e supondo o sistema em equilíbrio, é correto afirmar que, nessa situação, a pressão exercida apenas pela água no fundo horizontal da cisterna, em Pa, é igual a (A) 2 000. (B) 16 000. (C) 1 000. Analisando a figura, é correto afirmar que a bomba, imediatamente antes de explodir, tinha velocidade de módulo igual a (D) 4 000. (E) 8 000. (A) 100 m/s e explodiu antes de atingir a altura máxima de sua trajetória. (B) 100 m/s e explodiu exatamente na altura máxima de sua trajetória. (C) 200 m/s e explodiu depois de atingir a altura máxima de sua trajetória. (D) 400 m/s e explodiu exatamente na altura máxima de sua trajetória. (E) 400 m/s e explodiu depois de atingir a altura máxima de sua trajetória. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 26 Questão 79 Questão 80 Dois copos de vidro iguais, em equilíbrio térmico com a temperatura ambiente, foram guardados, um dentro do outro, conforme mostra a figura. Uma pessoa, ao tentar desencaixá-los, não obteve sucesso. Para separá-los, resolveu colocar em prática seus conhecimentos da física térmica. Dois raios luminosos monocromáticos, um azul e um vermelho, propagam-se no ar, paralelos entre si, e incidem sobre uma esfera maciça de vidro transparente de centro C e de (http://dicas-para-poupar.blogs.sapo.pt) Considerando que o índice de refração absoluto do ar seja , nos pontos A e V. Após atravessarem índice de refração a esfera, os raios emergem pelo ponto P, de modo que o ângulo entre eles é igual a 60°. De acordo com a física térmica, o único procedimento capaz de separá-los é: igual a 1, que sen 60° = e que sen 30° = , o ângulo α indicado na figura é igual a (A) mergulhar o copo B em água em equilíbrio térmico com cubos de gelo e encher o copo A com água à temperatura ambiente. (A) 90°. (B) 165°. (B) colocar água quente (superior à temperatura ambiente) no copo A. (C) 120°. (C) mergulhar o copo B em água gelada (inferior à temperatura ambiente) e deixar o copo A sem líquido. (D) 135°. (E) 150°. (D) encher o copo A com água quente (superior à temperatura ambiente) e mergulhar o copo B em água gelada (inferior à temperatura ambiente). (E) encher o copo A com água gelada (inferior à temperatura ambiente) e mergulhar o copo B em água quente (superior à temperatura ambiente). 27 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 81 Questão 82 Em um experimento de eletrostática, um estudante dispunha de três esferas metálicas idênticas, A, B e C, eletrizadas, no ar, com cargas elétricas 5Q, 3Q e –2Q, respectivamente. O poraquê é um peixe elétrico que vive nas águas amazônicas. Ele é capaz de produzir descargas elétricas elevadas pela ação de células musculares chamadas eletrócitos. Cada eletrócito pode gerar uma diferença de potencial de cerca de 0,14 V. Um poraquê adulto possui milhares dessas células dispostas em série que podem, por exemplo, ativar-se quando o peixe se encontra em perigo ou deseja atacar uma presa. Utilizando luvas de borracha, o estudante coloca as três esferas simultaneamente em contato e, depois de separá-las, suspende A e C por fios de seda, mantendo-as próximas. Verifica, então, que elas interagem eletricamente, permanecendo em equilíbrio estático a uma distância d uma da outra. Sendo k a constante eletrostática do ar, assinale a alternativa que contém a correta representação da configuração de equilíbrio envolvendo as esferas A e C e a intensidade da força de interação elétrica entre elas. (A) (www.aquariodesaopaulo.com.br. Adaptado.) A corrente elétrica que atravessa o corpo de um ser humano pode causar diferentes danos biológicos, dependendo de sua intensidade e da região que ela atinge. A tabela indica alguns desses danos em função da intensidade da corrente elétrica. intensidade de corrente elétrica (B) dano biológico até 10 mA apenas formigamento de 10 mA até 20 mA contrações musculares de 20 mA até 100 mA convulsões e parada respiratória de 100 mA até 3 A fibrilação ventricular acima de 3 A parada cardíaca e queimaduras graves (C) (José Enrique R. Duran. Biofísica: fundamentos e aplicações, 2003. Adaptado.) Considere um poraquê que, com cerca de 8 000 eletrócitos, produza uma descarga elétrica sobre o corpo de uma pessoa. Sabendo que a resistência elétrica da região atingida pela descarga é de 6 000 Ω, de acordo com a tabela, após o choque essa pessoa sofreria (D) (A) parada respiratória. (B) apenas formigamento. (C) contrações musculares. (D) fibrilação ventricular. (E) (E) parada cardíaca. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 28 Questão 83 Questão 84 Em 2014, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implantou duas faixas para pedestres na diagonal de um cruzamento de ruas perpendiculares do centro de São Paulo. Juntas, as faixas formam um ‘X’, como indicado na imagem. Segundo a CET, o objetivo das faixas foi o de encurtar o tempo e a distância da travessia. Os polígonos ABC e DEFG estão desenhados em uma malha formada por quadrados. Suas áreas são iguais a S1 e S2, respectivamente, conforme indica a figura. Sabendo que os vértices dos dois polígonos estão exatamente sobre pontos de cruzamento das linhas da malha, é correto afirmar que (http://ciclovivo.com.br. Adaptado.) Antes da implantação das novas faixas, o tempo necessário para o pedestre ir do ponto A até o ponto C era de 90 segundos e distribuía-se do seguinte modo: 40 segundos para atravessar , com velocidade média v; 20 segundos esperando ; e o sinal verde de pedestres para iniciar a travessia 30 segundos para atravessar , também com velocidade média v. Na nova configuração das faixas, com a mesma velocidade média v, a economia de tempo para ir de A até C, por meio da faixa , em segundos, será igual a é igual a (A) 5,25. (B) 4,75. (C) 5,00. (D) 5,50. (E) 5,75. Questão 85 (A) 20. Em uma floricultura, os preços dos buquês de flores se diferenciam pelo tipo e pela quantidade de flores usadas em sua montagem. Quatro desses buquês estão representados na figura a seguir, sendo que três deles estão com os respectivos preços. (B) 30. (C) 50. (D) 10. (E) 40. De acordo com a representação, nessa floricultura, o buquê 4, sem preço indicado, custa (A) R$ 15,30. (B) R$ 16,20. (C) R$ 14,80. (D) R$ 17,00. (E) R$ 15,50. 29 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva Questão 86 Questão 87 Quando os meteorologistas dizem que a precipitação da chuva foi de 1 mm, significa que houve uma precipitação suficiente para que a coluna de água contida em um recipiente que não se afunila como, por exemplo, um paralelepípedo reto-retângulo, subisse 1 mm. Essa precipitação, se ocorrida sobre uma área de 1 m2, corresponde a 1 litro de água. O esquema representa o sistema de captação de água da chuva que cai perpendicularmente à superfície retangular plana e horizontal da laje de uma casa, com medidas 8 m por 10 m. Nesse sistema, o tanque usado para armazenar apenas a água captada da laje tem a forma de paralelepípedo reto-retângulo, com medidas internas indicadas na figura. A figura indica um mecanismo com quatro engrenagens (A, B, C e D), sendo que o eixo da engrenagem D é diretamente responsável por girar o ponteiro dos minutos do mostrador de um relógio convencional de dois ponteiros (horas e minutos). Isso quer dizer que um giro completo do eixo da engrenagem D implica um giro completo do ponteiro dos minutos no mostrador do relógio. Estando o tanque de armazenamento inicialmente vazio, uma precipitação de 10 mm no local onde se encontra a laje da casa preencherá (A) 40% da capacidade total do tanque. (Science Scope, setembro de 2014. Adaptado.) (B) 60% da capacidade total do tanque. Quando os ponteiros do relógio marcaram 8h40min, foram dados 5 giros completos no eixo da engrenagem A, no sentido indicado na figura, o que modificou o horário indicado no mostrador do relógio para (C) 20% da capacidade total do tanque. (D) 10% da capacidade total do tanque. (A) 3h52min. (E) 80% da capacidade total do tanque. (B) 8h44min. (C) 12h48min. (D) 12h40min. (E) 4h40min. VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva 30 Questão 88 Questão 89 A tabela indica o gasto de água, em m3 por minuto, de uma torneira (aberta), em função do quanto seu registro está aberto, em voltas, para duas posições do registro. Uma chapa retangular de alumínio, de espessura desprezível, possui 12 metros de largura e comprimento desconhecido (figura 1). Para a fabricação de uma canaleta vazada de altura x metros, são feitas duas dobras, ao longo do comprimento da chapa (figura 2). Figura 1 (www.sabesp.com.br. Adaptado.) Sabe-se que o gráfico do gasto em função da abertura é uma reta, e que o gasto de água, por minuto, quando a torneira está totalmente aberta, é de 0,034 m3. Portanto, é correto afirmar que essa torneira estará totalmente aberta quando houver um giro no seu registro de abertura de 1 volta completa e mais Figura 2 (A) Se a área da secção transversal (retângulo ABCD) da canaleta fabricada é igual a 18 m2, então, a altura dessa canaleta, em metros, é igual a (B) (A) 3,25. (C) (B) 2,75. (C) 3,50. (D) (D) 2,50. (E) 3,00. (E) Questão 90 As urnas 1, 2 e 3 contêm, respectivamente, apenas as letras das palavras OURO, PRATA e BRONZE. Uma a uma são retiradas letras dessas urnas, ordenadamente e de forma cíclica, ou seja, a primeira letra retirada é da urna 1, a segunda é da urna 2, a terceira é da urna 3, a quarta volta a ser da urna 1, a quinta volta a ser da urna 2, e assim sucessivamente. O número mínimo de letras retiradas das urnas dessa maneira até que seja possível formar, com elas, a palavra PRAZER é igual a (A) 8. (B) 6. (C) 10. (D) 9. (E) 7. 31 VNSP1501 | 001-CG-ProvaObjetiva CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA 1 1 18 2 H He 2 13 14 4 5 6 Li Be B 6,94 11 9,01 12 Na Mg 23,0 19 24,3 1,01 3 N O F Ne 10,8 13 12,0 14 14,0 15 16,0 16 19,0 17 20,2 18 Si P S Cl Ar 26 28,1 32 31,0 33 32,1 34 35,5 35 39,9 36 Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr 54,9 43 55,8 44 58,9 58,7 63,5 65,4 69,7 72,6 74,9 79,0 79,9 83,8 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe 92,9 95,9 (98) 72 73 74 75 101 76 103 77 106 78 108 79 112 80 115 81 119 82 122 83 128 84 127 85 131 86 Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn 178 104 181 105 184 106 186 107 190 108 192 109 195 110 197 111 201 204 207 209 (209) (210) (222) Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg (261) (262) (266) (264) (277) (268) (271) (272) 20 21 22 23 24 25 K Ca Sc Ti V Cr 39,1 37 40,1 38 45,0 39 47,9 40 50,9 41 52,0 42 Rb Sr Y Zr Nb 85,5 87,6 88,9 91,2 55 56 Cs Ba 133 87 137 88 Fr Ra (223) (226) o 10 C 4,00 27,0 31 8 ( ) = n. de massa do isótopo mais estável 9 Al 7 Símbolo 8 12 30 6 Massa Atômica 7 11 29 5 Número Atômico 17 10 28 4 89 -103 Série dos Actinídios 16 9 27 3 57-71 Série dos Lantanídios 15 Série dos Lantanídios 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu 139 140 141 144 (145) 150 152 157 159 163 165 167 169 173 175 Série dos Actinídios 89 91 90 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr (227) 232 231 238 (237) (244) (243) (247) (247) (251) (252) (257) (258) (259) (262) (IUPAC, 22.06.2007.) Versão 1 1-E 11 - D 21 - D 31 - C 41 - D 51 - E 61 - C 71 - D 81 - B 2-D 12 - E 22 - B 32 - A 42 - A 52 - D 62 - E 72 - B 82 - D VNSP1501 3-C 13 - A 23 - B 33 - D 43 - C 53 - D 63 - B 73 - E 83 - E 4-E 14 - E 24 - C 34 - B 44 - E 54 - B 64 - D 74 - C 84 - A 5-A 15 - C 25 - E 35 - D 45 - A 55 - A 65 - A 75 - A 85 - A 6-B 16 - B 26 - E 36 - E 46 - D 56 - D 66 - C 76 - D 86 - C 7-C 17 - A 27 - A 37 - A 47 - B 57 - E 67 - E 77 - B 87 - D 8-B 18 - C 28 - D 38 - A 48 - C 58 - B 68 - C 78 - E 88 - E 9-D 19 - E 29 - B 39 - C 49 - B 59 - A 69 - D 79 - E 89 - B 10 - D 20 - B 30 - E 40 - D 50 - A 60 - C 70 - A 80 - C 90 - A VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015 Prova de Conhecimentos Específicos e Redação 13.06.2015 002. Ciências Humanas (Questões 01 – 12) Confira seus dados impressos neste caderno. Assine com caneta de tinta azul ou preta apenas no local indicado. Qualquer identificação fora do local indicado acarretará a atribuição de nota zero a esta prova. Esta prova contém 12 questões discursivas e terá duração total de 4h30. A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado. O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da prova. Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal o Caderno de Questões. Nome do candidato Prédio Sala Carteira Assinatura do candidato Inscrição Assinaturas 1.ª vez Polegar direito 2.ª vez 2 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 01 Indique duas características da democracia antiga, a partir da experiência ateniense, que não se encontram na democracia contemporânea, e duas características da democracia contemporânea que não estavam presentes na democracia antiga. O H N U C S A R RESolução e resposta 3 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 02 No concernente à mão de obra, a economia colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de trabalho compulsório [...]. (Ronaldo Vainfas. Economia e sociedade na América Espanhola, 1984.) Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório presentes na América Hispânica colonial. O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 4 Questão 03 Examine a charge do cartunista Pestana. (Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil através da caricatura, 2001.) Como a charge representa a abolição da escravidão? Justifique sua resposta com um elemento extraído da imagem. Identifique um resultado da abolição, ocorrida em 1888, e caracterize, exemplificando, a condição da população afro-brasileira cem anos depois. O H N U C S RA RESolução e resposta 5 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 04 Preço do barril de petróleo, em dólares (Celso Ming. “O petróleo derrete”. http://economia.estadao.com.br) A partir do gráfico, que mostra a tendência do preço do barril de petróleo no mercado internacional, entre julho de 2014 e janeiro de 2015, indique o impacto dessa tendência na exploração do Pré-Sal brasileiro e nas economias da Venezuela e da Rússia. O H N U C S RA RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 6 Questão 05 Em meio à crise de abastecimento de água, o estado de São Paulo criou um conflito hídrico com o Rio de Janeiro acerca da captação e da utilização das águas do Rio Paraíba do Sul. O rio nasce em São Paulo, na Serra da Bocaina, e corta cidades paulistas, mineiras e fluminenses, até desaguar no Oceano Atlântico, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. A principal fonte de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje é o Rio Paraíba do Sul e não há outro manancial capaz de reforçar o abastecimento. No entanto, para São Paulo, o rio é o que oferece solução no mais curto prazo. (http://ultimosegundo.ig.com.br, 25.03.2014. Adaptado.) Cite dois fatores técnicos que explicam a disputa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro em relação ao uso da água do Rio Paraíba do Sul e indique duas medidas que poderiam ser tomadas com o intuito de solucionar este problema em torno da gestão territorial dos recursos hídricos. U C S A R O H N RESolução e resposta 7 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 06 Cite duas características essenciais do latifúndio no Brasil e indique duas consequências (uma social e outra econômica) da sua perpetuação para a sociedade brasileira. U C AS R O H N RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 8 Questão 07 Em dezembro de 2014, os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram a retomada das relações entre a República de Cuba e os Estados Unidos da América. Cite duas características do contexto geopolítico mundial no qual se deu o início do embargo estadunidense à Cuba. Explique, com dois argumentos, por que tal embargo se tornou obsoleto. U C AS R O H N RESolução e resposta 9 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 08 O circuito inferior da economia urbana é resultado da modernização seletiva e incompleta que caracteriza a urbanização dos países subdesenvolvidos e coloca grande parte da população praticamente à margem do usufruto do processo de acumulação. Enquanto uns se preocupam em acumular capital para a renovação das atividades produtivas modernas, outros se preocupam apenas em garantir a sobrevivência da família, buscando formas alternativas de trabalho e renda. O circuito inferior da economia urbana ocupa bairros, ruas, becos, terminais rodoviários e metroviários, praças e porões, fundos de quintal, vans, motocicletas, permeando o tecido urbano. À margem dos circuitos oficiais, uma multiplicidade de atores econômicos de porte modesto preenche os interstícios dos grandes negócios, preservando o espaço urbano como um território de cultura, vida e liberdade – uma resposta à segregação social da metrópole capitalista. (Mônica Arroyo. “A economia invisível dos pequenos”. www.diplomatique.org.br, 04.10.2008. Adaptado.) O circuito inferior da economia urbana revela a existência de uma economia popular nas cidades, ajustada às condições econômicas e às restrições de consumo da população mais pobre. Considerando a dinâmica do mercado de trabalho e o processo de urbanização nos países subdesenvolvidos, cite duas razões que explicam a expansão do chamado circuito inferior da economia urbana nas últimas décadas e cite dois exemplos de atividades econômicas que correspondam a esse circuito econômico. O H N U C AS R RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 10 Questão 09 Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser uma simples deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se em contextos de dominação, de onde a ilusão deriva e se incumbe de estabilizar. O preconceito – a opinião falsa, não controlável pela razão e pela experiência – revela seu substrato político. É no interesse do poder que a razão é capturada pelas perturbações emocionais, abstendo-se do esforço necessário para libertar-se das paixões perversas, e para romper o véu das aparências, que impedem uma reflexão emancipatória. Deixando-se arrastar pelas interferências, a razão não pode pensar o sistema social em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que nem pode ser submetido ao tribunal da experiência nem permite a instauração desse tribunal, a razão está entregue, sem defesa, às imposturas da religião e de todos os outros dogmas legitimadores. (Sérgio Paulo Rouanet. A razão cativa, 1990. Adaptado.) Considerando o texto e o título sugestivo do livro de Rouanet, explique as implicações políticas do cativeiro da razão e defina o que significa a reflexão emancipatória referida pelo autor. U C S A R O H N RESolução e resposta 11 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 10 A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física, parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É assim porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma uma determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse pedido fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com atitudes que lhe deveriam ser totalmente estranhas. (Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.) Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também a diferença entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática. O H N U C S RA RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 12 Questão 11 O regime democrático cumpre um papel conhecido e alardeado, que é a menina dos olhos de quem o defende: ele aceita um teor de conflito na sociedade. Admite como normal que haja tensões entre pessoas ou grupos. Pela primeira vez na história do mundo, desobriga os homens de viver num todo harmônico, equilibrado. Porque a harmonia é uma empulhação. No Ocidente, a comparação do Estado a um corpo harmônico e saudável autorizou considerar o divergente um membro gangrenado ou doente, que deve ser amputado. Quem não obedece ao amor do príncipe não é apenas um divergente, uma pessoa livre para pensar de outra forma: é um traidor, um ingrato, um infame. (Renato Janine Ribeiro. “A democracia acalma conflitos”. Revista Filosofia, setembro de 2014. Adaptado.) Baseando-se no texto, nomeie e explique o que seria um regime político oposto à democracia. Explique também por que a democracia, de acordo com o texto, é o regime político mais adequado para expressão das diferenças de natureza étnica, religiosa, sexual e política. O H N U C S RA RESolução e resposta 13 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas Questão 12 Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela quase totalidade dos estudiosos como criação própria do gênio dos gregos. Sendo assim, a superioridade dos gregos em relação aos outros povos nesse ponto específico é de caráter não puramente quantitativo, mas qualitativo, porque o que eles criaram, instituindo a filosofia, constitui novidade que, em certo sentido, é absoluta. Com efeito, não é em qualquer cultura que a ciência é possível. Há ideias que tornam estruturalmente impossível o nascimento e o desenvolvimento de determinadas concepções – e, até mesmo, ideias que interditam toda a ciência em seu conjunto, pelo menos a ciência como hoje a conhecemos. Pois bem, em função de suas categorias racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido, a gerou. E reconhecer isso significa também reconhecer aos gregos o mérito de terem dado uma contribuição verdadeiramente excepcional à história da civilização. (Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, vol. 1, 1990. Adaptado.) Baseando-se no texto, explique por que a definição apresentada de “filosofia” pode ser considerada eurocêntrica. Explique também que tipo de ideias apresentaria a característica de impedir o desenvolvimento do conhecimento científico. U C AS R O H N RESolução e resposta VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas 14 Os rascunhos não serão considerados na correção. O H N U C S A R NÃO ASSINE ESTA FOLHA 15 VNSP1501 | 002-CE-CiênciasHumanas VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015 Prova de Conhecimentos Específicos e Redação 13.06.2015 003. Ciências da Natureza e Matemática (Questões 13 – 24) Confira seus dados impressos neste caderno. Assine com caneta de tinta azul ou preta apenas no local indicado. Qualquer identificação fora do local indicado acarretará a atribuição de nota zero a esta prova. Esta prova contém 12 questões discursivas e terá duração total de 4h30. A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado. O candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da prova. Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal o Caderno de Questões. Nome do candidato Prédio Sala Carteira Assinatura do candidato Inscrição VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 2 Questão 13 Considere a ilustração publicitária, publicada na revista Almanaque do Biotônico, de 1935. (https://historiadesaopaulo.wordpress.com) Na ilustração, Monteiro Lobato diagnostica o caipira com a doença conhecida popularmente como “amarelão”. Cite um dos vermes que causa essa doença e uma medida para sua prevenção, justificando-a. Explique a razão do nome popular da doença e o que isso tem a ver com a “canseira do caipira”, tal como retratado por Monteiro Lobato. U C AS R O H N RESolução e resposta 3 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Questão 14 Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, […] e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique […]. (http://bd.tjmg.jus.br) Como se verifica, além da condenação à morte, a sentença determinava ainda que a casa em que o inconfidente vivia fosse demolida e a terra salgada, tornando-a assim improdutiva. Referindo-se aos processos de transporte de substâncias através da membrana, os quais permitem às células dos pelos absorventes das raízes obterem água e minerais do solo, explique por que salgar a terra torna o solo improdutivo. U C AS R O H N RESolução e resposta VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 4 Questão 15 A microbiota normal do homem é colonizada por diversos microrganismos que estão de forma comensal, sendo a Candida spp. o fungo oportunista mais comum, podendo assim se tornar patogênica, caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do homem. (www.revistaapi.com) O texto afirma que vários microrganismos interagem com o ser humano de forma comensal. No contexto das relações ecológicas interespecíficas, explique o que isso significa e dê mais um exemplo desse tipo de interação. No caso da Candida spp. se tornar patogênica, como se denomina a relação interespecífica entre esse fungo e o ser humano? Justifique sua resposta. U C AS R O H N RESolução e resposta 5 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Leia o texto para responder às questões 16 e 17. Chama-se titulação a operação de laboratório realizada com a finalidade de determinar a concentração de uma substância em determinada solução, por meio do uso de outra solução de concentração conhecida. Para tanto, adiciona-se uma solução-padrão, gota a gota, a uma solução-problema (solução contendo uma substância a ser analisada) até o término da reação, evidenciada, por exemplo, com uma substância indicadora. Uma estudante realizou uma titulação ácido-base típica, titulando 25,0 mL de uma solução aquosa de Ca(OH)2 e gastando 20,0 mL de uma solução padrão de HNO3 de concentração igual a 0,10 mol · L–1. O H N U C S RA VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 6 Questão 16 Para preparar 200 mL da solução-padrão de concentração 0,10 mol · L–1 utilizada na titulação, a estudante utilizou uma determinada alíquota de uma solução concentrada de HNO3, cujo título era de 65,0% (m/m) e a densidade de 1,50 g · mL–1. Admitindo-se a ionização de 100% do ácido nítrico, expresse sua equação de ionização em água, calcule o volume da alíquota da solução concentrada, em mL, e calcule o pH da solução-padrão preparada. Dados: • Massa molar do HNO3 = 63,0 g · mol–1 • pH = – log [H+] O H N U C S RA RESolução e resposta 7 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Questão 17 Utilizando os dados do texto, apresente a equação balanceada de neutralização envolvida na titulação e calcule a concentração da solução de Ca(OH)2. O H UN C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 8 Questão 18 Em um laboratório, nas condições ambientes, uma determinada massa de carbonato de cálcio (CaCO3) foi colocada para reagir com excesso de ácido nítrico diluído. Os valores do volume de gás liberado pela reação com o transcorrer do tempo estão apresentados na tabela. tempo (min) volume de gás (cm3) 1 150 2 240 3 300 Escreva a equação balanceada da reação e calcule a velocidade média da reação, em mol · min–1, no intervalo entre 1 minuto e 3 minutos. Dado: • Volume molar do CO2 nas condições ambientes = 25,0 L · mol–1 O H UN C S A R RESolução e resposta 9 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Questão 19 O assento horizontal de uma banqueta tem sua altura ajustada pelo giro de um parafuso que o liga à base da banqueta. Se girar em determinado sentido, o assento sobe 3 cm na vertical a cada volta completa e, no sentido oposto, desce 3 cm. Uma pessoa apoia sobre o assento uma lata de refrigerante de 360 g a uma distância de 15 cm de seu eixo de rotação e o fará girar com velocidade angular constante de 2 rad/s. Se a pessoa girar o assento da banqueta por 12 s, sempre no mesmo sentido, e adotando g = 10 m/s2 e π = 3, calcule o módulo da força de atrito, em newtons, que atua sobre a lata enquanto o assento gira com velocidade angular constante, e o módulo da variação de energia potencial gravitacional da lata, em joules. O H N U C S RA RESolução e resposta VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 10 Questão 20 Em ambientes sem claridade, os morcegos utilizam a ecolocalização para caçar insetos ou localizar obstáculos. Eles emitem ondas de ultrassom que, ao atingirem um objeto, são refletidas de volta e permitem estimar as dimensões desse objeto e a que distância se encontra. Um morcego pode detectar corpos muito pequenos, cujo tamanho seja próximo ao do comprimento de onda do ultrassom emitido. (http://oreinodosbichos.blogspot.com.br. Adaptado.) Suponha que um morcego, parado na entrada de uma caverna, emita ondas de ultrassom na frequência de 60 kHz, que se propagam para o interior desse ambiente com velocidade de 340 m/s. Estime o comprimento, em mm, do menor inseto que esse morcego pode detectar e, em seguida, calcule o comprimento dessa caverna, em metros, sabendo que as ondas refletidas na parede do fundo do salão da caverna são detectadas pelo morcego 0,2 s depois de sua emissão. O H N U C S RA RESolução e resposta 11 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Questão 21 Em muitos experimentos envolvendo cargas elétricas, é conveniente que elas mantenham sua velocidade vetorial constante. Isso pode ser conseguido fazendo a carga movimentar-se em uma região onde atuam um campo elétrico e um campo magnético , ambos uniformes e perpendiculares entre si. Quando as magnitudes desses campos são ajustadas convenientemente, a carga atravessa a região em movimento retilíneo e uniforme. A figura representa um dispositivo cuja finalidade é fazer com que uma partícula eletrizada com carga elétrica q > 0 atravesse uma região entre duas placas paralelas P1 e P2, eletrizadas com cargas de sinais opostos, seguindo a trajetória indicada pela linha tracejada. O símbolo × representa um campo magnético uniforme B = 0,004 T, com direção horizontal, perpendicular ao plano que contém a figura e com sentido para dentro dele. As linhas verticais, ainda não orientadas e paralelas entre si, representam as linhas de força de um campo elétrico uniforme de módulo E = 20 N/C. Desconsiderando a ação do campo gravitacional sobre a partícula e considerando que os módulos de sejam ajustados para que a carga não desvie quando atravessar o dispositivo, determine, justificando, se as linhas de força do campo elétrico devem ser orientadas no sentido da placa P1 ou da placa P2 e calcule o módulo da velocidade v da carga, em m/s. O H N U C S RA RESolução e resposta VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 12 Questão 22 Um dado viciado, que será lançado uma única vez, possui seis faces, numeradas de 1 a 6. A tabela a seguir fornece a probabilidade de ocorrência de cada face. número na face 1 2 3 4 5 6 probabilidade de ocorrência da face Sendo X o evento “sair um número ímpar” e Y um evento cuja probabilidade de ocorrência seja 90%, calcule a probabilidade de ocorrência de X e escreva uma possível descrição do evento Y. O H N U C S RA RESolução e resposta 13 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat Questão 23 O cálculo aproximado da área da superfície externa de uma pessoa pode ser necessário para a determinação da dosagem de algumas medicações. A área A (em cm2) da superfície externa de uma criança pode ser estimada por meio do seu “peso” P (em kg) e da sua altura H (em cm) com a seguinte fórmula, que envolve logaritmos na base 10: log A = 0,425 log P + 0,725 log H + 1,84 (Delafield Du Bois e Eugene Du Bois. A formula to estimate the approximate surface area if height and weight be known, 1916. Adaptado.) Rafael, uma criança com 1 m de altura e 16 kg de “peso”, precisa tomar uma medicação cuja dose adequada é de 1 mg para cada 100 cm2 de área externa corporal. Determine a dose adequada dessa medicação para Rafael. Adote nos seus cálculos log 2 = 0,30 e a tabela a seguir. O H N U C S RA RESolução e resposta VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat 14 Questão 24 Um bloco maciço com a forma de paralelepípedo reto-retângulo tem dimensões 8 m, 12 m e 10 m. Em duas de suas faces, indicadas por A e B na figura, foram marcados retângulos, de 2 m por 3 m, centralizados com as faces do bloco e com lados paralelos às arestas do bloco. Esses retângulos foram utilizados como referência para perfurar totalmente o bloco, desde as faces A e B até as respectivas faces opostas a elas no bloco. Calcule o volume e a área total do novo sólido, que resultou após a perfuração do bloco. O H N U C S RA RESolução e resposta 15 VNSP1501 | 003-CE-CiênciasNatMat VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015 Prova de Conhecimentos Específicos e Redação 14.06.2015 004. Linguagens e Códigos (Questões 25 – 36) Confira seus dados impressos na capa e na última folha deste caderno, a qual é destinada à realização do texto definitivo de sua redação. Assine com caneta de tinta azul ou preta o Caderno de Questões e a Folha de Redação apenas nos locais indicados. Qualquer identificação fora dos locais indicados acarretará a atribuição de nota zero a esta prova. Esta prova contém 12 questões discursivas e uma proposta de redação, que deverá ser redigida com caneta de tinta azul ou preta na Folha de Redação, no espaço destinado ao texto definitivo. A resolução e a resposta de cada questão devem ser apresentadas no espaço correspondente, utilizando caneta de tinta azul ou preta. Não serão consideradas questões resolvidas fora do local indicado. Esta prova terá duração total de 4h30 e o candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da prova. Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de Redação e o Caderno de Questões. Nome do candidato Prédio Sala Carteira Assinatura do candidato Inscrição Assinaturas 1.ª vez Polegar direito 2.ª vez 2 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação As questões de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente você resolve: fugir. Não sabe para onde nem como nem por quê (no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente). 05 É preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo. Quando os outros estiverem dormindo. Ir a pé, de pés nus. 10 Calçar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar pão e rosca; para o dia. Comida sobra em árvores infinitas, do outro lado do projeto: 15 um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem à beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir 20 e compreende. Toda estrada, uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que não se sabe onde acaba 25 mas começa em você, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 e você não tem mais do que duas. Canivete, lenço, figurinhas de que não vai se separar 30 (custou tanto a juntar). As mãos devem ser livres para pesos, trabalhos, onças que virão. Fugir agora ou nunca. Vão chorar, 35 vão esquecer você? ou vão lembrar-se? (Lembrar é que é preciso, compensa toda fuga.) Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia? Você não vai saber. Você não volta 40 nunca. (Essa palavra nunca, deliciosa.) Se irão sofrer, tanto melhor. Você não volta nunca nunca nunca. E será esta noite, meia-noite. 45 em ponto. Você dormindo à meia-noite. (Menino antigo, 1973.) 1 soalho: o mesmo que “assoalho”. 2 algibeira: bolso de roupa. 3 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 25 Que fase da vida é explorada pelo poema? Explicite o plano descrito pelo poema e o que sugere o verso 42. O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 4 Questão 26 Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra “nunca”, no verso 43, e explique o que há de comum entre esses dois recursos expressivos. O H N U C S A R RESolução e resposta 5 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 27 Explicite a decisão contida no verso 9 e explique o que se sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa decisão. O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 6 Questão 28 Identifique uma forma verbal e um substantivo que, bastante retomados ao longo do poema, ilustram seu tema. Em seguida, valendo-se dessa informação, explique a oposição entre o último verso e o restante do poema. O H N U C S A R RESolução e resposta 7 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação As questões de 29 a 32 focalizam um trecho de uma crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto). XXIV O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso – quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! – e a palavra mente! não atraía a bofetada! Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência! Cordura1 evangélica! É um Parlamento educado por S. Francisco de Sales! O ilustre deputado mente! Ah, minto? Pois bem, apelo... Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala? – Não, meus caros senhores, apela – para o País! Quanta elevação cristã num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude encontrão: É falso! – e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o País! – este homem é um santo! Não entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão é excluída, mas entrará no reino do Céu, onde a humildade é glorificada. É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado2, dirá modestamente ao agressor, mostrando o seu diploma: –“Sou deputado da Nação Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!” (Uma campanha alegre. Agosto, 1871.) 1 cordura: sensatez, prudência. 2 Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural em meados do século XIX. (Ciça. Pagando o pato, 2006.) VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 8 Questão 29 Indique os dois planos de significação que o fragmento de crônica apresenta, identifique a figura de linguagem utilizada para produzir um deles e explique qual dos dois planos corresponde à opinião real do cronista. O H N U C S A R RESolução e resposta 9 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 30 A sentença cristã “Oferece a outra face” pode ser entendida em um aspecto físico e em um aspecto moral. Transcreva a frase do último parágrafo da crônica em que um político alude a essa sentença, aponte qual aspecto quer realmente ressaltar e com que intenção o faz. O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 10 Questão 31 Comprovando com informações extraídas da tira, determine o que representa a personagem que faz as solicitações, o que deseja e em que medida o balão maior do último quadrinho revela uma frustração desse desejo. O H N U C S A R RESolução e resposta 11 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 32 Indique a semelhança e a diferença entre a tira de Ciça e a crônica de Eça de Queirós, no que diz respeito aos alvos da crítica que fazem, e identifique a intenção dessa crítica nos dois textos. O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 12 Leia o texto para responder, em português, às questões 33 e 34. Brazil finds coffee protein with morphine effect January 26, 2015 Brazilian scientists have discovered a protein in coffee that has effects similar to pain reliever morphine, researchers at the state University of Brasilia (UnB) and state-owned Brazilian Agricultural Research Corporation Embrapa said Saturday. Embrapa said its genetics and biotech division, teaming up with UnB scientists, had discovered “previously unknown protein fragments” with morphine-like effects in that they possess “analgesic and mildly tranquilizing” qualities. The company added tests on laboratory mice showed that the opioid peptides, which are naturally occurring biological molecules, appeared to have a longer-lasting effect on the mice than morphine itself. Embrapa said the discovery has “biotechnological potential” for the health foods industry and could also help to alleviate stress in animals bound for the slaughterhouse. In 2004, Embrapa managed to sequence coffee’s functional genome, a major step towards efforts by the firm and UnB to combine coffee genes with a view to improving grain quality. (www.news.com.au. Adaptado.) 13 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 33 Quais os efeitos da proteína descoberta no café? O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 14 Questão 34 Quais são as possíveis aplicações práticas da descoberta? O H N U C S A R RESolução e resposta 15 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Leia o texto para responder, em português, às questões 35 e 36. The value of celebrity endorsements December 11, 2014 By Rob Boffard Singer Sophie Ellis-Bextor has had her Danz Spas hot tub since 2011 The glamorous world of celebrities can seem a very long way away if you are a small business in the East Midlands with just four members of staff. So you can understand why Daniel Thomas, founder of Nottingham-based Danz Spas, was somewhat surprised three years ago when he was approached by a representative for pop star Sophie Ellis-Bextor. The singer was said to be looking to buy a hot tub, and was wondering if she and Danz Spas could come to a business relationship – she would be happy to endorse and promote the company, if it could offer her a good deal. Mr Thomas, 26, was quick to realise that he had just been offered a fantastic opportunity. “We knew that having someone like that associated with the name would do good things,” he says. “We’re effectively a business nobody has ever heard of, and we’re trying to convince people to spend £5,000 without ever seeing us. That’s an incredibly hard thing to do. We thought that having Sophie would help with some of the credibility issues.” And so, in return for Ms Ellis-Bextor discussing how much she likes her hot tub in a video on Danz’s website, and also praising the firm on her Twitter feed, she received a significant discount. Mr Thomas, who launched the business when he was 18, says that having the endorsement from the singer helped the company see its annual turnover go above £1m. (www.bbc.com. Adaptado.) VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 16 Questão 35 Que acordo comercial o representante da cantora pop ofereceu ao fundador da empresa Danz Spas? O H N U C S A R RESolução e resposta 17 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação Questão 36 Por que o acordo foi benéfico para ambas as partes? O H N U C S A R RESolução e resposta VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 18 Os rascunhos não serão considerados na correção. O H N U C S A R NÃO ASSINE ESTA FOLHA 19 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação REDAÇÃO Texto 1 O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que a redução da maioridade penal vai inibir jovens e criminosos: “O jovem de hoje é diferente do jovem de 1940, quando essa maioridade penal de 18 anos foi instituída. Agora, ele é bem informado, já compreende o que é uma atitude delituosa. Muitos jovens de 16 anos já estão empregados no crime organizado. A redução vai inibir os adolescentes e criminosos que aliciam menores.” (“Para ex-ministro do STF, redução da maioridade penal diminuiria crime”. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 2 O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a redução da maioridade penal, debatida atualmente no Congresso Nacional, não deve diminuir a violência no país: “Não vamos dar uma esperança vã à sociedade, como se pudéssemos ter melhores dias alterando a responsabilidade penal. Cadeia não conserta ninguém.” (“‘Cadeia não conserta ninguém’, diz ministro sobre redução da maioridade”. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 3 A presunção de que ao adolescente de 16 anos falta o entendimento pleno da ilicitude da conduta que pratica podia encontrar justificativa décadas atrás, quando o Brasil era uma sociedade agrária e atrasada socialmente. Hoje, com a densificação populacional, o incremento dos meios de comunicação e o acesso facilitado à educação, esse adolescente amadurece muito mais rápido. O jovem de 16 anos já possui maturidade para votar. E o Código Civil, atento ao fato de que o jovem amadurece mais cedo, permitiu a emancipação aos 16 anos de idade. Emancipado, poderá constituir família, com os pesados encargos daí decorrentes como manutenção do lar e criação e educação da prole. Poderá também constituir uma empresa e gerenciá-la, respondendo, sem interferência de terceiros, por todas as obrigações inerentes ao exercício do comércio. É notório que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos infracionais, sabendo quanto são brandas as medidas passíveis de serem aplicadas a eles. Uma das causas da delinquência juvenil é a falta de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente. Mas a sociedade não pode esperar indefinidamente que essas políticas sejam implementadas. O problema deve ser enfrentado de duas formas: criando políticas sociais de trabalho, educação e emprego, mas simultaneamente fazendo jovens entre 16 e 18 anos responderem penalmente pelos seus atos. (Cláudio da Silva Leiria (promotor de justiça). “Questão de maturidade”. O Estado de S.Paulo, 05.04.2015. Adaptado.) Texto 4 Confrontado com situações extremas de violência e criminalidade, nas quais há adolescentes envolvidos, o Congresso Nacional de novo discute o rebaixamento da idade de responsabilidade penal de 18 para 16 anos como uma das soluções para o problema. No entanto, leve-se em conta que a maioria esmagadora dos criminosos são jovens entre 19 e 25 anos e adultos. Atrás do adolescente infrator, há sempre adultos. O núcleo duro da criminalidade violenta são organizações comandadas por adultos, que a polícia não consegue desbaratar por incompetência na coleta de informações, fraqueza da investigação e por manter, a despeito da consagrada impunidade, a concepção sabidamente equivocada de “guerra contra o crime”. O rebaixamento da idade penal é um logro que não terá nenhum efeito para aumentar a segurança dos cidadãos. Se as instituições brasileiras de tratamento de crianças e adolescentes infratores não educam nem regeneram, sendo masmorras disfarçadas apenas pelo nome, trancafiá-los em prisões de adultos seria condená-los à tortura, à violência sexual e à solitária. Está mais do que na hora de ir além do atual debate relativo ao estabelecimento arbitrário de uma idade mínima de responsabilidade pela infração das leis penais. Mas, enquanto não atingirmos essa etapa, o esforço do Estado democrático não deve ser de despejar mais e mais adolescentes miseráveis, pobres e afrodescendentes no sistema penal de adultos. O esforço deve ser no sentido de aperfeiçoar as atuais instituições de tratamento das crianças e adolescentes, para evitar que eles, tornados adultos, entrem naquele sistema. (Paulo Sérgio Pinheiro (ex-secretário de Estado de Direitos Humanos). “Adolescentes: o elo mais fraco”. Folha de S.Paulo, 11.01.2013. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A redução da maioridade penal contribuirá para a diminuição da criminalidade no Brasil? VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação 20 Os rascunhos não serão considerados na correção. O H N U C S A R NÃO ASSINE ESTA FOLHA 21 VNSP1501 | 004-CE-LingCódigos-Redação VESTIBULAR MEIO DE ANO 2015 folha de redação Confira seus dados impressos nesta página. Assine apenas no local indicado. Qualquer identificação no verso desta folha acarretará a DOBRE NA SERRILHA ANTES DE DESTACAR atribuição de nota zero à Redação. O texto definitivo deverá ser redigido com caneta de tinta azul ou preta, no espaço reservado para tal. Destaque esta folha com cuidado, ela deverá ser entregue ao fiscal, ao término de sua prova, juntamente com o Caderno de Questões. Os rascunhos não serão considerados na correção de sua redação. Nome do candidato Prédio Sala Carteira Inscrição USO EXCLUSIVO DO FISCAL ausente Assinatura do candidato 14.06.2015 REDAÇÃO Texto definitivo VNSP1501 | FolhaRedação NÃO ASSINE ESTA PÁGINA 1 Indique duas características da democracia antiga, a partir da experiência ateniense, que não se encontram na democracia contemporânea, e duas características da democracia contemporânea que não estavam presentes na democracia antiga. Resolução Diferentemente da democracia atual, a democracia na Antiguidade era direta (cabia à assembleia dos cidadãos decidir sobre as questões de interesse público), excluía as mulheres da vida política e coexistia com a prática do escravismo. A democracia contemporânea, por sua vez, é indireta (os cidadãos delegam o poder decisório a representantes eleitos) e abrange um número maior de membros da população, incluindo as mulheres. 2 No concernente à mão de obra, a economia colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de trabalho compulsório [...]. (Ronaldo Vainfas. Economia e sociedade na América Espanhola, 1984.) Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório presentes na América Hispânica colonial. Resolução Encomienda: trabalho compulsório indígena executado na agricultura, a serviço de um particular, praticado em caráter permanente e não remunerado, em troca de assistência religiosa. Mita: trabalho compulsório indígena executado na mineração e em obras públicas, a serviço da Coroa, praticado em caráter temporário, mediante pequena remuneração, por trabalhadores sorteados nas comunidades nativas. Escravismo: trabalho compulsório executado por mão-de-obra negra (a escravidão indígena foi proibida pela Coroa Espanhola em 1542), obtida por meio do asiento – autorização para a importação de escravos procedentes da costa africana. UNESP – Junho/2015 3 Examine a charge do cartunista Pestana. (Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil através da caricatura, 2001.) Como a charge representa a abolição da escravidão? Justifique sua resposta com um elemento extraído da imagem. Identifique um resultado da abolição, ocorrida em 1888, e caracterize, exemplificando, a condição da população afro-brasileira cem anos depois. Resolução A charge critica a pouca efetividade da Abolição em relação à comunidade afrodescendente brasileira. Tal interpretação é corroborada pela condição de miséria do menino negro, reduzido a exercer uma atividade subalterna, e cuja inferioridade é acentuada pela desproporção física existente entre os personagens do cartum. A abolição de 1888 limitou-se a libertar os escravos, sem no entanto lhes proporcionar condições para ter uma ascensão econômica e social. Essa situação se reflete atualmente em dados como a pequena presença de negros em cargos políticos ou de direção em empresas públicas e privadas, no maior percentual de negros como vítimas da violência e por seu predomínio numérico na população carcerária brasileira. Todavia, algumas medidas recentes têm sido implementadas com o objetivo de alterar esse quadro, como a fixação de cotas para o ingresso na universidade e no serviço público, a caracterização do racismo como crime inafiançável e imprescritível e a obrigatoriedade do ensino de História da África. UNESP – Junho/2015 4 Preço do barril de petróleo, em dólares (Celso Ming. “O petróleo derrete”. http://economia.estadao.com.br) A partir do gráfico, que mostra a tendência do preço do barril de petróleo no mercado internacional, entre julho de 2014 e janeiro de 2015, indique o impacto dessa tendência na exploração do Pré-Sal brasileiro e nas economias da Venezuela e da Rússia. Resolução Em relação ao Pré-Sal, os preços do petróleo em queda no mercado internacional não justificam, pelo menos momentaneamente, os elevados investimentos de exploração do petróleo em águas profundas – no caso, profundidade superior a 6.000 metros. Em suma, o petróleo importado é mais barato que o petróleo obtido internamente em águas profundas. No caso das economias da Venezuela – membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) – e da Rússia, maior fornecedor de petróleo para a União Europeia, a situação é muito mais delicada, pois são economias dependentes do petróleo. O petróleo com preço em ascensão – nas últimas décadas – fortaleceu as economias desses países, que puderam projetar-se no cenário político-econômico internacional. Com a queda nos preços de seu principal produto de exportação, a tendência é que sofram uma retração em sua influência política e passem a uma situação de crise econômica, que alguns já experimentam, acentuada. UNESP – Junho/2015 5 Em meio à crise de abastecimento de água, o estado de São Paulo criou um conflito hídrico com o Rio de Janeiro acerca da captação e da utilização das águas do Rio Paraíba do Sul. O rio nasce em São Paulo, na Serra da Bocaina, e corta cidades paulistas, mineiras e fluminenses, até desaguar no Oceano Atlântico, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. A principal fonte de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje é o Rio Paraíba do Sul e não há outro manancial capaz de reforçar o abastecimento. No entanto, para São Paulo, o rio é o que oferece solução no mais curto prazo. (http://ultimosegundo.ig.com.br, 25.03.2014. Adaptado.) Cite dois fatores técnicos que explicam a disputa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro em relação ao uso da água do Rio Paraíba do Sul e indique duas medidas que poderiam ser tomadas com o intuito de solucionar este problema em torno da gestão territorial dos recursos hídricos. Resolução 1) Problemas técnicos: a) A maior parte da água do Rio Paraíba é destinada ao abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro, sendo, inclusive, fundamental na produção hidroelétrica desse estado. b) Para São Paulo, o Rio Paraíba seria uma alternativa para suprir a escassez hídrica pela qual passa o estado. 2) Medidas para solucionar este problema concernente à gestão territorial dos recursos hídricos: a) Aumento da capacidade dos sistemas de captação de água para os reservatórios da RMSP, incluindo a captação fluvial da Serra do Mar e do Sul de Minas Gerais. b) Ampliação da produção de energia alternativa, como a eólica e até nuclear, com a conclusão das obras de Angra 3, para melhor suprir as necessidades energéticas da RMRJ, ou, até mesmo, a dessalinização da água do mar. UNESP – Junho/2015 6 Cite duas características essenciais do latifúndio no Brasil e indique duas consequências (uma social e outra econômica) da sua perpetuação para a sociedade brasileira. Resolução Essencialmente, os latifúndios, desde os primórdios, com as capitanias hereditárias, concentram enormes quantidades de terra na mão de poucos proprietários (concentração de terras). Também se eternizaram como produtores de monocultura destinados a mercados específicos, sobretudo externos. Consequências: conflitos pela posse da terra, com a pressão popular pela reforma agrária, movimento esse canalizado pelo MST desde a década de 1980 (social). A reafirmação do Brasil no mercado internacional como produtor de matérias-primas, principalmente agrícolas, como, por exemplo, cana-de-açúcar, vem perpetuando a importância desse produto na economia nacional (econômica). UNESP – Junho/2015 7 Em dezembro de 2014, os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram a retomada das relações entre a República de Cuba e os Estados Unidos da América. Cite duas características do contexto geopolítico mundial no qual se deu o início do embargo estadunidense à Cuba. Explique, com dois argumentos, por que tal embargo se tornou obsoleto. Resolução O embargo estabelecido pelos Estados Unidos a Cuba decorreu do alinhamento de Havana com o bloco socialista, liderado pela URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Isso aconteceu no contexto da Guerra Fria, fato que foi agravado pela Crise dos Mísseis, a qual intensificou as disputas entre EUA e URSS, levando ao embargo econômico imposto pelos EUA a Cuba. A obsolescência desse embargo a Cuba dá-se por motivos variados, quais sejam, a Guerra Fria acabou – em tese, o governo cubano, que era exercido por Fidel Castro, era considerado inimigo de Washington e de seus interesses; o bloqueio, a rigor, não mais é acatado por um grande número de países, incluindo países aliados dos EUA; a importância estratégica de Cuba como “exportadora da revolução” deixou de existir quando o país mergulhou em uma crise econômica sem precedentes, com o fim da URSS; além disso, tem o governo Obama interesse em ampliar negócios com o país. Há um entendimento de que a abertura econômica que se seguirá ao estreitamento de laços econômicos será mais efetiva para a mudança do regime cubano do que o embargo. UNESP – Junho/2015 8 O circuito inferior da economia urbana é resultado da modernização seletiva e incompleta que caracteriza a urbanização dos países subdesenvolvidos e coloca grande parte da população praticamente à margem do usufruto do processo de acumulação. Enquanto uns se preocupam em acumular capital para a renovação das atividades produtivas modernas, outros se preocupam apenas em garantir a sobrevivência da família, buscando formas alternativas de trabalho e renda. O circuito inferior da economia urbana ocupa bairros, ruas, becos, terminais rodoviários e metroviários, praças e porões, fundos de quintal, vans, motocicletas, permeando o tecido urbano. À margem dos circuitos oficiais, uma multiplicidade de atores econômicos de porte modesto preenche os interstícios dos grandes negócios, preservando o espaço urbano como um território de cultura, vida e liberdade – uma resposta à segregação social da metrópole capitalista. (Mônica Arroyo. “A economia invisível dos pequenos”. www.diplomatique.org.br, 04.10.2008. Adaptado.) O circuito inferior da economia urbana revela a existência de uma economia popular nas cidades, ajustada às condições econômicas e às restrições de consumo da população mais pobre. Considerando a dinâmica do mercado de trabalho e o processo de urbanização nos países subdesenvolvidos, cite duas razões que explicam a expansão do chamado circuito inferior da economia urbana nas últimas décadas e cite dois exemplos de atividades econômicas que correspondam a esse circuito econômico. Resolução O circuito inferior da economia teve sua expansão otimizada nos últimos tempos, pois a economia, como um todo, não é capaz de absorver todos igualmente. A marginalização de parte da população é a principal causa desta expansão. O denominado circuito inferior da economia surge acessoriamente ao circuito superior, que conta com visibilidade, aporte de investimentos e tecnologias e atende aos grandes mercados, que se ajustam às restrições de consumo da população mais pobre na forma de um comércio popular que satisfaz os desejos e necessidades de consumo desse segmento. Exemplos de atividades do circuito inferior: comércio de produtos populares, como réplicas de marcas famosas, venda de lanches, bolos e café em tendas nas calçadas, pequenas oficinas de conserto de aparelhos eletrônicos (as quais não fazem parte de redes autorizadas), além de serviços como mototáxi e lotação em peruas (ou vans). UNESP – Junho/2015 9 Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser uma simples deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se em contextos de dominação, de onde a ilusão deriva e se incumbe de estabilizar. O preconceito – a opinião falsa, não controlável pela razão e pela experiência – revela seu substrato político. É no interesse do poder que a razão é capturada pelas perturbações emocionais, abstendo-se do esforço necessário para libertar-se das paixões perversas, e para romper o véu das aparências, que impedem uma reflexão emancipatória. Deixando-se arrastar pelas interferências, a razão não pode pensar o sistema social em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que nem pode ser submetido ao tribunal da experiência nem permite a instauração desse tribunal, a razão está entregue, sem defesa, às imposturas da religião e de todos os outros dogmas legitimadores. (Sérgio Paulo Rouanet. A razão cativa, 1990. Adaptado.) Considerando o texto e o título sugestivo do livro de Rouanet, explique as implicações políticas do cativeiro da razão e defina o que significa a reflexão emancipatória referida pelo autor. Resolução A condição humana de tutelagem das ideologias, das concepções equivocadas e produzidas pela classe dominante e outras formas de ilusão em que a razão permanece submersa e impotente, impossibilita a emancipação da consciência e permite formas de poder ilegítimas, a serviço de interesses de uma minoria que lucra, de alguma forma, com esse estado de coisas. Sob tal cativeiro, fica impossível traçar vias para consolidar valores democráticos, acessíveis a todos, assim como o de construir uma sociedade menos desigual, mais equitativa. O papel das ideologias é dar um sentido legitimador das contradições sociais, para que pareçam coerentes e até desejáveis. A reflexão emancipatória é alcançada quando se percebe que ideologias não coincidem com a realidade. Deixando as verdades dogmáticas de lado, superando tabus, transcendendo preconceitos, seria possível perceber a realidade social e suas contradições, e somente assim, a razão se emancipa, condição prévia para se propor projetos políticos honestos e democráticos. UNESP – Junho/2015 10 A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física, parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É assim porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma uma determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse pedido fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com atitudes que lhe deveriam ser totalmente estranhas. (Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.) Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também a diferença entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática. Resolução A ciência propõe teorias e hipóteses: uma forma de se produzir conhecimento a partir do exercício da observação da realidade empírica e da experimentação. Tal forma de produção de conhecimento não se situa nas fórmulas prontas e dogmáticas que interpretam o mundo. Arquimedes foi de fato um físico e matemático que desconfiava das verdades dogmáticas e absolutas. A ciência “pede” que se admita que o mundo assuma uma determinada forma, e isso significa que o conhecimento científico tem um caráter hipotético e dinâmico, diferente da visão dogmática que impõe uma intepretação inflexível, não baseada em experimentos dos fenômenos. Um pedido na concepção metodológica da ciência soa como um “suponhamos”, abrindo assim portas para o levantamento de hipóteses capazes de se aproximar do mundo real. UNESP – Junho/2015 11 O regime democrático cumpre um papel conhecido e alardeado, que é a menina dos olhos de quem o defende: ele aceita um teor de conflito na sociedade. Admite como normal que haja tensões entre pessoas ou grupos. Pela primeira vez na história do mundo, desobriga os homens de viver num todo harmônico, equilibrado. Porque a harmonia é uma empulhação. No Ocidente, a comparação do Estado a um corpo harmônico e saudável autorizou considerar o divergente um membro gangrenado ou doente, que deve ser amputado. Quem não obedece ao amor do príncipe não é apenas um divergente, uma pessoa livre para pensar de outra forma: é um traidor, um ingrato, um infame. (Renato Janine Ribeiro. “A democracia acalma conflitos”. Revista Filosofia, setembro de 2014. Adaptado.) Baseando-se no texto, nomeie e explique o que seria um regime político oposto à democracia. Explique também por que a democracia, de acordo com o texto, é o regime político mais adequado para expressão das diferenças de natureza étnica, religiosa, sexual e política. Resolução Renato Janine Ribeiro, atual Ministro da Educação, filósofo e reconhecido intelectual, refere-se ao panorama político em que vive o Brasil. As manifestações públicas fazem parte do regime democrático. O regime oposto ao democrático é a ditadura, em que não se reconhecem ou admitem a participação popular, as diferenças de opinião, o direito ao voto, tampouco manifestações de oposição. A democracia é um regime que resulta da construção de consensos parciais, não manipulados. Ao mesmo tempo, é um regime que dialoga com a participação política da sociedade civil, evocando-a inclusive, para que se construa uma sociedade pluriforme, de muitas vozes, contudo, capaz de prezar e defender os interesses da maioria, na concepção iluminista do conceito de democracia. A evolução política, no entendimento do governo do povo, deve incluir a convivência e a tolerância plena entre as diversas etnias, religiões, opções sexuais e políticas. UNESP – Junho/2015 12 Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela quase totalidade dos estudiosos como criação própria do gênio dos gregos. Sendo assim, a superioridade dos gregos em relação aos outros povos nesse ponto específico é de caráter não puramente quantitativo, mas qualitativo, porque o que eles criaram, instituindo a filosofia, constitui novidade que, em certo sentido, é absoluta. Com efeito, não é em qualquer cultura que a ciência é possível. Há ideias que tornam estruturalmente impossível o nascimento e o desenvolvimento de determinadas concepções – e, até mesmo, ideias que interditam toda a ciência em seu conjunto, pelo menos a ciência como hoje a conhecemos. Pois bem, em função de suas categorias racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido, a gerou. E reconhecer isso significa também reconhecer aos gregos o mérito de terem dado uma contribuição verdadeiramente excepcional à história da civilização. (Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, vol. 1, 1990. Adaptado.) Baseando-se no texto, explique por que a definição apresentada de “filosofia” pode ser considerada eurocêntrica. Explique também que tipo de ideias apresentaria a característica de impedir o desenvolvimento do conhecimento científico. Resolução Vários historiadores da filosofia afirmam que esse ramo do conhecimento teve um nascimento na Grécia, como um acidente histórico de um povo genial que sentiu a insatisfação intelectual de entender o mundo exclusivamente pelas explicações de mitos e dogmas. Assim, a Europa teria herdado o fio histórico desse debate iniciado pelos clássicos gregos. Nesse sentido, deve-se tomar certo cuidado ao usar o conceito de filosofia ao referir-se às doutrinas religiosas ou às intepretações místicas do Oriente, por exemplo. Sendo a filosofia e a ciência formas de conhecimento não ideológicas, de caráter reflexivo e investigatório, são obstáculos ao desenvolvimento livre da ciência as doutrinas dogmáticas, as mitologias não interpretadas, as ideologias e o senso comum. UNESP – Junho/2015 13 Considere a ilustração publicitária, publicada na revista Almanaque do Biotônico, de 1935. - Jeca, porque não trabalhas? Pergunta Monteiro - Não é preguiça ´´seu´´ Lobato. Lobato, o autor de Urupês, a Jéca Tatú. É uma dôr na cacunda, palpitação, uma canceira que não acaba nunca!... - Sim, eu sei, Jéca Tatú amigo. Soffres de AMARELLÃO (ou opilação). Tens no sangue e nas tripas um jardim zoologico da peor especie. É essa bicharia que te faz papudo, feio, molengo e inerte. Só tens um remedio, o verdadeiro específico do amarellão: (https://historiadesaopaulo.wordpress.com) Na ilustração, Monteiro Lobato diagnostica o caipira com a doença conhecida popularmente como “amarelão”. Cite um dos vermes que causa essa doença e uma medida para sua prevenção, justificando-a. Explique a razão do nome popular da doença e o que isso tem a ver com a “canseira do caipira”, tal como retratado por Monteiro Lobato. Resolução O amarelão é causado por dois nematelmintos: Necator americanus e Ancylostoma duodenale. A medida de prevenção mais citada é o uso de calçados, pois os vermes formam larvas que penetram ativamente pela pele dos pés. A doença provoca anemia, levando a uma redução no transporte de oxigênio, daí a “Canseira do caipira”. UNESP – Junho/2015 14 Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, […] e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique […]. (http://bd.tjmg.jus.br) Como se verifica, além da condenação à morte, a sentença determinava ainda que a casa em que o inconfidente vivia fosse demolida e a terra salgada, tornando-a assim improdutiva. Referindo-se aos processos de transporte de substâncias através da membrana, os quais permitem às células dos pelos absorventes das raízes obterem água e minerais do solo, explique por que salgar a terra torna o solo improdutivo. Resolução O salgamento do solo torna hipertônico o meio. Em consequência, a tendência das células dos pelos absorventes é perder água para o solo, impedindo o crescimento dos vegetais. UNESP – Junho/2015 15 A microbiota normal do homem é colonizada por diversos microrganismos que estão de forma comensal, sendo a Candida spp. o fungo oportunista mais comum, podendo assim se tornar patogênica, caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do homem. (www.revistaapi.com) O texto afirma que vários microrganismos interagem com o ser humano de forma comensal. No contexto das relações ecológicas interespecíficas, explique o que isso significa e dê mais um exemplo desse tipo de interação. No caso da Candida spp. se tornar patogênica, como se denomina a relação interespecífica entre esse fungo e o ser humano? Justifique sua resposta. Resolução – Em ecologia o termo comensal é utilizado quando um organismo obtém alguma vantagem de outro, sem prejudicá-lo. A relação conhecida por comensalismo ocorre entre os tubarões e o peixe rêmora que utiliza restos de alimento capturado por aqueles peixes, sem prejuízos para os tubarões. – O fungo Candida spp pode desenvolver patogenias (infecções) nos humanos, relação denominada parasitismo. UNESP – Junho/2015 Leia o texto para responder às questões 16 e 17. Chama-se titulação a operação de laboratório realizada com a finalidade de determinar a concentração de uma substância em determinada solução, por meio do uso de outra solução de concentração conhecida. Para tanto, adiciona-se uma solução-padrão, gota a gota, a uma solução-problema (solução contendo uma substância a ser analisada) até o término da reação, evidenciada, por exemplo, com uma substância indicadora. Uma estudante realizou uma titulação ácido-base típica, titulando 25,0 mL de uma solução aquosa de Ca(OH)2 e gastando 20,0 mL de uma solução padrão de HNO3 de concentração igual a 0,10 mol . L–1. 16 Para preparar 200 mL da solução-padrão de concentração 0,10 mol . L–1 utilizada na titulação, a estudante utilizou uma determinada alíquota de uma solução concentrada de HNO3, cujo título era de 65,0% (m/m) e a densidade de 1,50 g . mL–1. Admitindo-se a ionização de 100% do ácido nítrico, expresse sua equação de ionização em água, calcule o volume da alíquota da solução concentrada, em mL, e calcule o pH da solução-padrão preparada. Dados: • Massa molar do HNO3 = 63,0 g . mol–1 • pH = – log [H+] Resolução Equação de ionização do HNO3: HNO3 (aq) + H2O (l) → H3O+ (aq) + NO3– (aq) ou HNO3 (aq) → H+ (aq) + NO3– (aq) Cálculo do volume da alíquota da solução concentrada: 1 mL ⎯→ 1,50 g 1 L → 1 000 mL ⎯→ 1 500 g (solução) UNESP – Junho/2015 65% 975 g 1 500 g ⎯⎯⎯→ 975 g ⎯→ ⎯⎯⎯⎯⎯ = 15,5 mol 63,0 g/mol HNO3 [HNO3] = 15,5 mol/L MCVC = MPVP 15,5 mol/L VC = 0,1 mol/L . 200 mL VC = 1,29 mL C = concentrada P = padrão Cálculo do pH da solução-padrão preparada: 100% HNO3 ⎯⎯→ H+ + NO–3 0,1 mol/L 0,1 mol/L + pH = –log [H ] pH = –log 10–1 pH = 1 17 Utilizando os dados do texto, apresente a equação balanceada de neutralização envolvida na titulação e calcule a concentração da solução de Ca(OH)2. Resolução Ca(OH)2 (aq) + 2 HNO3 (aq) → Ca(NO3)2 (aq) + 2 H2O (l) 1mol ––––––– 2 mol nB ––––––– nA nA = 2 nB , como n = M . V, temos: MAVA = 2MBVB 0,1 mol/L . 20 mL = 2 . MB . 25,0 mL MB = 0,04 mol/L UNESP – Junho/2015 18 Em um laboratório, nas condições ambientes, uma determinada massa de carbonato de cálcio (CaCO3) foi colocada para reagir com excesso de ácido nítrico diluído. Os valores do volume de gás liberado pela reação com o transcorrer do tempo estão apresentados na tabela. tempo (min) volume de gás (cm3) 1 150 2 240 3 300 Escreva a equação balanceada da reação e calcule a velocidade média da reação, em mol. min–1, no intervalo entre 1 minuto e 3 minutos. Dados: • Volume molar do CO2 nas condições ambientes = = 25,0 L . mol–1 Resolução CaCO3 + 2 HNO3 → Ca(NO3)2 + H2CO3 instável CaCO3 (s) + 2 HNO3 (aq) → → Ca(NO3)2 (aq) + CO2 (g) + H2O (l) Cálculo da velocidade média da reação, em mol/min, no intervalo entre 1 minuto e 3 minutos. 1 minuto: VCO = 150 cm3 = 0,15 L 2 25 L –––– 1 mol 0,15 L –––– n ∴ n = 0,006 mol 3 minutos: VCO = 300 cm3 = 0,30 L 2 25 L –––– 1 mol 0,30 L –––– n’ ∴ n’ = 0,012 mol Δn vm = –––– Δt (0,012 – 0,006) mol vm = –––––––––––––––––– (3 – 1) min vm = 0,003 mol/min UNESP – Junho/2015 19 O assento horizontal de uma banqueta tem sua altura ajustada pelo giro de um parafuso que o liga à base da banqueta. Se girar em determinado sentido, o assento sobe 3 cm na vertical a cada volta completa e, no sentido oposto, desce 3 cm. Uma pessoa apoia sobre o assento uma lata de refrigerante de 360 g a uma distância de 15 cm de seu eixo de rotação e o fará girar com velocidade angular constante de 2 rad/s. Se a pessoa girar o assento da banqueta por 12 s, sempre no mesmo sentido, e adotando g = 10 m/s2 e π = 3, calcule o módulo da força de atrito, em newtons, que atua sobre a lata enquanto o assento gira com velocidade angular constante, e o módulo da variação de energia potencial gravitacional da lata, em joules. Resolução 1) A força de atrito fará o papel de resultante centrípeta Fat = m 2 r Fat = 360 . 10–3 . (2)2 . 0,15 (N) Fat = 0,36 . 0,60 (N) ⇒ Fat = 0,216N 2) Em 12s, o ângulo total descrito ⌬ é dado por: ⌬ = ⌬t = 2 . 12 (rad) ⇒ ⌬ = 24 rad 3) O número de voltas realizadas é dado por: ⌬ = n 2π ⇒ 24 = n . 6 ⇒ n=4 4) Em cada volta, a variação de altura é de 3cm, e portanto 兩Δh兩 = 4 . 3cm = 12cm UNESP – Junho/2015 5) A variação de energia potencial (aumentando ou diminuindo) terá módulo dado por: 兩ΔEpot兩 = mg ΔH = 360 . 10–3 . 10 . 0,12 (J) 兩ΔEpot兩 = 0,432J Respostas: Fat = 0,216N 兩ΔEpot兩 = 0,432J UNESP – Junho/2015 20 Em ambientes sem claridade, os morcegos utilizam a ecolocalização para caçar insetos ou localizar obstáculos. Eles emitem ondas de ultrassom que, ao atingirem um objeto, são refletidas de volta e permitem estimar as dimensões desse objeto e a que distância se encontra. Um morcego pode detectar corpos muito pequenos, cujo tamanho seja próximo ao do comprimento de onda do ultrassom emitido. (http://oreinodosbichos.blogspot.com.br. Adaptado.) Suponha que um morcego, parado na entrada de uma caverna, emita ondas de ultrassom na frequência de 60 kHz, que se propagam para o interior desse ambiente com velocidade de 340 m/s. Estime o comprimento, em mm, do menor inseto que esse morcego pode detectar e, em seguida, calcule o comprimento dessa caverna, em metros, sabendo que as ondas refletidas na parede do fundo do salão da caverna são detectadas pelo morcego 0,2 s depois de sua emissão. Resolução 1) O comprimento do menor inseto é da ordem do comprimento de onda do ultrassom que o morcego emite e portanto: V 340 Lmín = λ = ––– = ––––––3 (m) f 60 . 10 Lmín 艑 5,7 . 10–3m Lmín 艑 5,7mm 2) A distância total percorrida pelo ultrassom corresponde ao dobro do comprimento L da caverna: 2L 2L VS = ––– ⇒ 340 = ––– ⇒ Δt 0,2 L = 34m Respostas: Comprimento do inseto: 5,7mm Comprimento da caverna: 34m UNESP – Junho/2015 21 Em muitos experimentos envolvendo cargas elétricas, é conveniente que elas mantenham sua velocidade vetorial constante. Isso pode ser conseguido fazendo a carga movimentar-se em uma região onde atuam um campo → → elétrico E e um campo magnético B, ambos uniformes e perpendiculares entre si. Quando as magnitudes desses campos são ajustadas convenientemente, a carga atravessa a região em movimento retilíneo e uniforme. A figura representa um dispositivo cuja finalidade é fazer com que uma partícula eletrizada com carga elétrica q > 0 atravesse uma região entre duas placas paralelas P1 e P2, eletrizadas com cargas de sinais opostos, seguindo a trajetória indicada pela linha tracejada. O símbolo × representa um campo magnético uniforme B = 0,004T, com direção horizontal, perpendicular ao plano que contém a figura e com sentido para dentro dele. As linhas verticais, ainda não orientadas e paralelas entre si, representam as linhas de força de um campo elétrico uniforme de módulo E = 20N/C. Desconsiderando a ação do campo gravitacional sobre a → → partícula e considerando que os módulos de B e E sejam ajustados para que a carga não desvie quando atravessar o dispositivo, determine, justificando, se as linhas de → força do campo elétrico E devem ser orientadas no sentido da placa P1 ou da placa P2 e calcule o módulo da velocidade v da carga, em m/s. Resolução 1) De acordo com a regra da mão esquerda, a força magnética será vertical e dirigida para cima. 2) Para que a velocidade da partícula eletrizada seja constante, a força eletrostática deverá equilibrar a força magnética e, portanto, deverá ser vertical e dirigida para baixo. Como a carga da partícula é positiva, o campo elétrico terá o mesmo sentido da força elétrica e as linhas de força do campo serão orientadas da placa P1 para a placa P2. 3) Resultante nula: Fmag = FE UNESP – Junho/2015 qVB=qE ⇒ E V = –––– B 20 V = ––––– (m/s) ⇒ 0,004 V = 5,0 . 103m/s Respostas: Linhas de força orientadas de P1 para P2 V = 5,0 . 103m/s UNESP – Junho/2015 22 Um dado viciado, que será lançado uma única vez, possui seis faces, numeradas de 1 a 6. A tabela a seguir fornece a probabilidade de ocorrência de cada face. número na face 1 2 3 4 5 6 probabilidade de ocorrência da face 1 –– 5 3 –– 10 3 –– 10 1 –– 10 1 –– 20 1 –– 20 Sendo X o evento “sair um número ímpar” e Y um evento cuja probabilidade de ocorrência seja 90%, calcule a probabilidade de ocorrência de X e escreva uma possível descrição do evento Y. Resolução 1) P(X) = P(sair um número ímpar) = 1 3 1 11 = ––– + ––– + ––– = ––– = 55% 5 10 20 20 2) O evento Y, cuja probabilidade de ocorrência é 9 18 90% = ––– = –––, pode ser “sair um número 10 20 menor ou igual a 4”, pois 1 3 3 1 18 ––– + ––– + ––– + ––– = ––– 5 10 10 10 20 Resposta: a) 55% b) sair um número menor ou igual a 4 UNESP – Junho/2015 23 O cálculo aproximado da área da superfície externa de uma pessoa pode ser necessário para a determinação da dosagem de algumas medicações. A área A (em cm2) da superfície externa de uma criança pode ser estimada por meio do seu “peso” P (em kg) e da sua altura H (em cm) com a seguinte fórmula, que envolve logaritmos na base 10: log A = 0,425 log P + 0,725 log H + 1,84 (Delafield Du Bois e Eugene Du Bois. A formula to estimate the approximate surface area if height and weight be known, 1916. Adaptado.) Rafael, uma criança com 1 m de altura e 16 kg de “peso”, precisa tomar uma medicação cuja dose adequada é de 1 mg para cada 100 cm2 de área externa corporal. Determine a dose adequada dessa medicação para Rafael. Adote nos seus cálculos log 2 = 0,30 e a tabela a seguir. x 10x 3,3 1995 3,4 2512 3,5 3162 3,6 3981 3,7 5012 3,8 6310 3,9 7943 Resolução Sendo log A = 0,425 . log P + 0,725 . log H + 1,84 com P = 16 e H = 100, temos: log A = 0,425 . log 16 + 0,725 . log 100 + 1,84 ⇔ ⇔ log A = 0,425 . 4 . log 2 + 0,725 . 2 + 1,84 e, portanto, log A = 0425 . 4 . 0,3 + 0,725 . 2 + 1,84 ⇔ ⇔ log A = 0,51 + 1,45 + 1,84 ⇔ ⇔ log A = 3,8 ⇔ A = 103,8 ⇔ A = 6310 (da tabela) Assim, a dose adequada para Rafael é de 6310 ––––– mg = 63,1mg 100 Resposta: 63,1mg UNESP – Junho/2015 24 Um bloco maciço com a forma de paralelepípedo retoretângulo tem dimensões 8 m, 12 m e 10 m. Em duas de suas faces, indicadas por A e B na figura, foram marcados retângulos, de 2 m por 3 m, centralizados com as faces do bloco e com lados paralelos às arestas do bloco. Esses retângulos foram utilizados como referência para perfurar totalmente o bloco, desde as faces A e B até as respectivas faces opostas a elas no bloco. Calcule o volume e a área total do novo sólido, que resultou após a perfuração do bloco. Resolução a) O volume V do sólido solicitado é equivalente a duas vezes o volume do paralelepípedo 5 PQRSTUVX de dimensões ––– m, 10 m e 12 m 2 mais quatro vezes o volume do paralelepípedo QIJOMLKN de dimensões 3 m, 4 m e 5 m. Assim, em metros cúbicos, temos: V = 2VPQRSTUVX + 4VQIJOMLKN = 5 = 2 . 10 . 12 . ––– + 4 . 3 . 4 . 5 = 840 m3 2 b) A área da superfície total do sólido formado é equivalente a duas vezes a área total do paralelepípedo PQRSTUVX mais quatro vezes a área lateral do paralelepípedo QIJOMLKN e menos oito vezes às áreas dos retângulos QONM de 4m por 5m, bases deste último paralelepípedo. UNESP – Junho/2015 Assim, em metros quadrados, temos: 5 + 12 . 5 S = 2 . 2 10 . 12 + 10 . ––– ––– 2 2 冤 冢 冣冥+ + 4 . [2(3 . 5 + 3 . 4)] – 8 . 4 . 5 = = 4(120 + 25 + 30) + 8(15 + 12) – 160 = = 4 . 175 + 8 . 27 – 160 = 756 Resposta: 840 m3 e 756 m2 UNESP – Junho/2015 As questões de 25 a 28 tomam por base um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Fuga De repente você resolve: fugir. Não sabe para onde nem como nem por quê (no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente). 05 10 15 20 25 30 35 40 É preciso FUGIR. Sem dinheiro sem roupa sem destino. Esta noite mesmo. Quando os outros estiverem dormindo. Ir a pé, de pés nus. Calçar botina era acordar os gritos que dormem na textura do soalho1. Levar pão e rosca; para o dia. Comida sobra em árvores infinitas, do outro lado do projeto: um verdor eterno, frutescente (deve ser). Tem à beira da estrada, numa venda. O dono viu passar muitos meninos que tinham necessidade de fugir e compreende. Toda estrada, uma venda para a fuga. Fugir rumo da fuga que não se sabe onde acaba mas começa em você, ponta dos dedos. Cabe pouco em duas algibeiras2 e você não tem mais do que duas. Canivete, lenço, figurinhas de que não vai se separar (custou tanto a juntar). As mãos devem ser livres para pesos, trabalhos, onças que virão. Fugir agora ou nunca. Vão chorar, vão esquecer você? ou vão lembrar-se? (Lembrar é que é preciso, compensa toda fuga.) Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia? Você não vai saber. Você não volta nunca. (Essa palavra nunca, deliciosa.) Se irão sofrer, tanto melhor. Você não volta nunca nunca nunca. E será esta noite, meia-noite. UNESP – Junho/2015 45 em ponto. Você dormindo à meia-noite. (Menino antigo, 1973.) 1soalho: o mesmo que “assoalho”. 2algibeira: bolso de roupa. 25 Que fase da vida é explorada pelo poema? Explicite o plano descrito pelo poema e o que sugere o verso 42. Resolução A fase da vida explorada pelo poema é a infância. O plano em que se descreve a fuga do menino é o do futuro próximo (E será esta noite, meia-noite/em ponto.) O verso 42, “Se irão sofrer, tanto melhor”, sugere o desejo de que o menino quer vingar-se dos que pretende abandonar. Se a fuga ferir os parentes, isso será perfeito, eles bem o merecem. 26 Esclareça o motivo do emprego de letras maiúsculas na palavra “fugir”, no verso 5, da repetição da palavra “nunca”, no verso 43, e explique o que há de comum entre esses dois recursos expressivos. Resolução A palavra fugir, escrita em letras maiúsculas, conota o valor absoluto desse vocábulo. Há maiúsculas alegorizantes, intensificadoras da ação de se evadir. A reiteração do advérbio de tempo nunca, três vezes repetido no mesmo verso, denota a ruptura intensa, absoluta com o lugar e com as pessoas deixadas para trás no tempo e no espaço. O elemento comum entre esses dois recursos expressivos é a ruptura total, derivada do ato de fugir. A fuga é para sempre, o ser nunca, em tempo algum, deve retroceder. UNESP – Junho/2015 27 Explicite a decisão contida no verso 9 e explique o que se sugere nos versos 10 e 11 a respeito dessa decisão. Resolução O verso “ir a pé, de pés nus” conota o total despojamento de quem foge. Parte sem nada, seja meio de locomoção, seja calçado, enfim, sem qualquer elemento material que o proteja, como, inclusive, evidenciam os versos anteriores. Os versos 10 e 11 conotam que a decisão de fugir pode ser perturbada não só pela demora do ato de calçar botina, mas principalmente pela reflexão de quem se evade. A demora e o barulho, “os gritos que dormem na textura do soalho”, podem fazer o menino titubear ou, talvez, mudar de ideia. 28 Identifique uma forma verbal e um substantivo que, bastante retomados ao longo do poema, ilustram seu tema. Em seguida, valendo-se dessa informação, explique a oposição entre o último verso e o restante do poema. Resolução São retomados ao longo do texto o verbo fugir, que aparece seis vezes, e o substantivo fuga, que consta no título e é retomado três vezes no poema. Fuga e fugir ilustram, portanto, o tema desenvolvido nesses versos de Carlos Drummond de Andrade. O último verso, “Você dormindo à meia-noite”, mostra a inércia, o repouso do menino. Esse sentido que denota o aspecto estático do fecho do poema contrasta com o tom dinâmico, arrojado de quem foge para nunca retornar. UNESP – Junho/2015 As questões de 29 a 32 focalizam um trecho de uma crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto). XXIV O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso – quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! – e a palavra mente! não atraía a bofetada! Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência! Cordura1 evangélica! É um Parlamento educado por S. Francisco de Sales! O ilustre deputado mente! Ah, minto? Pois bem, apelo... Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala? – Não, meus caros senhores, apela – para o País! Quanta elevação cristã num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude encontrão: É falso! – e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o País! – este homem é um santo! Não entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão é excluída, mas entrará no reino do Céu, onde a humildade é glorificada. É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado2, dirá modestamente ao agressor, mostrando o seu diploma: –“Sou deputado da Nação Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!” (Uma campanha alegre. Agosto, 1871.) 1cordura: sensatez, prudência. 2Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural em meados do século XIX. UNESP – Junho/2015 (Ciça. Pagando o pato, 2006.) 29 Indique os dois planos de significação que o fragmento de crônica apresenta, identifique a figura de linguagem utilizada para produzir um deles e explique qual dos dois planos corresponde à opinião real do cronista. Resolução O texto tem dois planos: o literal e o irônico. A partir da metáfora irônica “O Parlamento vive na idade de ouro”, o autor desenvolve uma série de ironias que exemplificam sua opinião sobre os políticos portugueses. A ironia é, portanto, a figura de linguagem que percorre o texto. Para Eça de Queirós, os homens públicos apresentam um comportamento oposto à “piedosa inocência”, “cordura evangélica”, “elevação cristã”, “terna brandura”, “curvada paciência”, são cínicos, corruptos. São o avesso do que sugere a metáfora “idade de ouro”, estão na “idade do bronze”, a mais vil. UNESP – Junho/2015 30 A sentença cristã “Oferece a outra face” pode ser entendida em um aspecto físico e em um aspecto moral. Transcreva a frase do último parágrafo da crônica em que um político alude a essa sentença, aponte qual aspecto quer realmente ressaltar e com que intenção o faz. Resolução A frase que se refere à sentença cristã “oferece a outra face” ocorre na passagem “pode continuar a bater”. A intenção do parlamentar é dissimular modéstia e humilde honestidade, dispondo-se a oferecer a outra face para receber “injustas” bofetadas. 31 Comprovando com informações extraídas da tira, determine o que representa a personagem que faz as solicitações, o que deseja e em que medida o balão maior do último quadrinho revela uma frustração desse desejo. Resolução A personagem que faz os pedidos representa o povo, como comprovado pelo vocativo da frase “Calma povo!”. Essa personagem exige dos políticos posicionamento claro e imediato quanto aos interesses urgentes do país. Isso é frustrado pela resposta da personagem atrás da porta, o político da oposição, que afirma que seu grupo está preocupado com questões pessoais e partidárias, enfim, é uma visão política fisiológica, para se manter no poder e usufruir os benefícios e privilégios dessa condição. Não há nenhum interesse em satisfazer as demandas da população. 32 Indique a semelhança e a diferença entre a tira de Ciça e a crônica de Eça de Queirós, no que diz respeito aos alvos da crítica que fazem, e identifique a intenção dessa crítica nos dois textos. Resolução A semelhança entre a tira de Ciça e a crônica de Eça de Queirós é a crítica à desonestidade dos políticos. A diferença reside no seguinte ponto: na tira, é o povo que critica os políticos; na crônica, um político critica o outro político, enfim, os políticos difamam-se. A intenção dessa crítica nesses dois textos é mostrar como os políticos estão desvinculados do interesse público, são cínicos, corruptos e visam somente à própria manutenção no poder, haja o que houver. UNESP – Junho/2015 Leia o texto para responder, em português, às questões 33 e 34. Brazil finds coffee protein with morphine effect January 26, 2015 Brazilian scientists have discovered a protein in coffee that has effects similar to pain reliever morphine, researchers at the state University of Brasilia (UnB) and state-owned Brazilian Agricultural Research Corporation Embrapa said Saturday. Embrapa said its genetics and biotech division, teaming up with UnB scientists, had discovered “previously unknown protein fragments” with morphinelike effects in that they possess “analgesic and mildly tranquilizing” qualities. The company added tests on laboratory mice showed that the opioid peptides, which are naturally occurring biological molecules, appeared to have a longer-lasting effect on the mice than morphine itself. Embrapa said the discovery has “biotechnological potential” for the health foods industry and could also help to alleviate stress in animals bound for the slaughterhouse. In 2004, Embrapa managed to sequence coffee’s functional genome, a major step towards efforts by the firm and UnB to combine coffee genes with a view to improving grain quality. (www.news.com.au. Adaptado.) 33 Quais os efeitos da proteína descoberta no café? Resolução A proteína descoberta no café tem efeitos semelhantes à morfina, ou seja, qualidades analgésicas e levemente tranquilizantes. UNESP – Junho/2015 34 Quais são as possíveis aplicações práticas da descoberta? Resolução A descoberta, de acordo com a Embrapa, tem “potencial biotecnológico” para a indústria de alimentos saudáveis e poderia também ajudar a aliviar o estresse em animais prestes a serem abatidos. UNESP – Junho/2015 Leia o texto para responder, em português, às questões 35 e 36. The value of celebrity endorsements December 11, 2014 By Rob Boffard Singer Sophie Ellis-Bextor has had her Danz Spas hot tub since 2011 The glamorous world of celebrities can seem a very long way away if you are a small business in the East Midlands with just four members of staff. So you can understand why Daniel Thomas, founder of Nottinghambased Danz Spas, was somewhat surprised three years ago when he was approached by a representative for pop star Sophie Ellis-Bextor. The singer was said to be looking to buy a hot tub, and was wondering if she and Danz Spas could come to a business relationship – she would be happy to endorse and promote the company, if it could offer her a good deal. Mr Thomas, 26, was quick to realise that he had just been offered a fantastic opportunity. “We knew that having someone like that associated with the name would do good things,” he says. “We’re effectively a business nobody has ever heard of, and we’re trying to convince people to spend £5,000 without ever seeing us. That’s an incredibly hard thing to do. We thought that having Sophie would help with some of the credibility issues.” And so, in return for Ms Ellis-Bextor discussing how much she likes her hot tub in a video on Danz’s website, and also praising the firm on her Twitter feed, she received a significant discount. Mr Thomas, who launched the business when he was 18, says that having the endorsement from the singer helped the company see its annual turnover go above £1m. (www.bbc.com. Adaptado.) UNESP – Junho/2015 35 Que acordo comercial o representante da cantora pop ofereceu ao fundador da empresa Danz Spas? Resolução O representante da cantora afirmou ao fundador da empresa que Sophie Ellis-Bextor gostaria de comprar uma banheira e que ficaria feliz de selar um acordo comercial com a empresa Danz Spas, apoiando-a e promovendo-a se lhe fosse oferecido um bom negório. 36 Por que o acordo foi benéfico para ambas as partes? Resolução O acordo foi benéfico para a cantora porque ela conseguiu a banheira com um desconto significativo. Por meio de divulgação em um vídeo no site da empresa e também elogios feitos por Sophie em seu Twitter, a empresa viu seu capital de giro anual ultrapassar 1 milhão de libras. UNESP – Junho/2015 REDAÇÃO Texto 1 O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que a redução da maioridade penal vai inibir jovens e criminosos: “O jovem de hoje é diferente do jovem de 1940, quando essa maioridade penal de 18 anos foi instituída. Agora, ele é bem informado, já compreende o que é uma atitude delituosa. Muitos jovens de 16 anos já estão empregados no crime organizado. A redução vai inibir os adolescentes e criminosos que aliciam menores.” (“Para ex-ministro do STF, redução da maioridade penal diminuiria crime”. www.folha.uol.com.br, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 2 O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a redução da maioridade penal, debatida atualmente no Congresso Nacional, não deve diminuir a violência no país: “Não vamos dar uma esperança vã à sociedade, como se pudéssemos ter melhores dias alterando a responsabilidade penal. Cadeia não conserta ninguém.” (“‘Cadeia não conserta ninguém’, diz ministro sobre redução da maioridade”. http://g1.globo.com, 01.04.2015. Adaptado.) Texto 3 A presunção de que ao adolescente de 16 anos falta o entendimento pleno da ilicitude da conduta que pratica podia encontrar justificativa décadas atrás, quando o Brasil era uma sociedade agrária e atrasada socialmente. Hoje, com a densificação populacional, o incremento dos meios de comunicação e o acesso facilitado à educação, esse adolescente amadurece muito mais rápido. O jovem de 16 anos já possui maturidade para votar. E o Código Civil, atento ao fato de que o jovem amadurece mais cedo, permitiu a emancipação aos 16 anos de idade. Emancipado, poderá constituir família, com os pesados encargos daí decorrentes como manutenção do lar e criação e educação da prole. Poderá também constituir uma empresa e gerenciá-la, respondendo, sem interferência de terceiros, por todas as obrigações inerentes ao exercício do comércio. É notório que os adolescentes se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos infracionais, sabendo quanto são brandas as medidas passíveis de serem aplicadas a eles. Uma das causas da delinquência juvenil é a falta de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente. Mas a sociedade não pode esperar indefinidamente que essas políticas sejam implementadas. O problema deve ser enfrentado de duas formas: criando políticas sociais de UNESP – Junho/2015 trabalho, educação e emprego, mas simultaneamente fazendo jovens entre 16 e 18 anos responderem penalmente pelos seus atos. (Cláudio da Silva Leiria (promotor de justiça). “Questão de maturidade”. O Estado de S.Paulo, 05.04.2015. Adaptado.) Texto 4 Confrontado com situações extremas de violência e criminalidade, nas quais há adolescentes envolvidos, o Congresso Nacional de novo discute o rebaixamento da idade de responsabilidade penal de 18 para 16 anos como uma das soluções para o problema. No entanto, leve-se em conta que a maioria esmagadora dos criminosos são jovens entre 19 e 25 anos e adultos. Atrás do adolescente infrator, há sempre adultos. O núcleo duro da criminalidade violenta são organizações comandadas por adultos, que a polícia não consegue desbaratar por incompetência na coleta de informações, fraqueza da investigação e por manter, a despeito da consagrada impunidade, a concepção sabidamente equivocada de “guerra contra o crime”. O rebaixamento da idade penal é um logro que não terá nenhum efeito para aumentar a segurança dos cidadãos. Se as instituições brasileiras de tratamento de crianças e adolescentes infratores não educam nem regeneram, sendo masmorras disfarçadas apenas pelo nome, trancafiá-los em prisões de adultos seria condená-los à tortura, à violência sexual e à solitária. Está mais do que na hora de ir além do atual debate relativo ao estabelecimento arbitrário de uma idade mínima de responsabilidade pela infração das leis penais. Mas, enquanto não atingirmos essa etapa, o esforço do Estado democrático não deve ser de despejar mais e mais adolescentes miseráveis, pobres e afrodescendentes no sistema penal de adultos. O esforço deve ser no sentido de aperfeiçoar as atuais instituições de tratamento das crianças e adolescentes, para evitar que eles, tornados adultos, entrem naquele sistema. (Paulo Sérgio Pinheiro (ex-secretário de Estado de Direitos Humanos). “Adolescentes: o elo mais fraco”. Folha de S.Paulo, 11.01.2013. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A redução da maioridade penal contribuirá para a diminuição da criminalidade no Brasil? UNESP – Junho/2015 Comentário à proposta de Redação A Unesp propôs como tema uma pergunta: A redução da maioridade penal contribuirá para a diminuição da criminalidade no Brasil? Caberia responder a essa questão num texto de gênero dissertativo. Dos quatro textos apresentados pela Banca Examinadora, dois defendiam a redução da idade penal, enquanto os demais se posicionavam contra a diminuição. Entre os defensores, está o expresidente do STF, Carlos Velloso, que acredita ser o jovem de hoje “diferente do jovem de 1940”, estando portanto apto a compreender “o que é uma atitude delituosa”. Acompanhando a opinião de Velloso, o promotor Cláudio da Silva Leiria credita a fenômenos como “densificação populacional, o incremento dos meios de comunicação e o acesso facilitado à educação” o amadurecimento dos adolescentes, que “se valem conscientemente da menoridade para praticar ilícitos infracionais”. Na contramão dessas opiniões, está o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que acredita ser a redução da maioridade penal “uma esperança vã”, já que “cadeia não conserta ninguém”. Partilhando de ponto de vista semelhante, Paulo Sérgio Pinheiro, exsecretário de Estado de Direitos Humanos, afirma que “o rebaixamento da idade penal é um logro que não terá nenhum efeito para aumentar a segurança dos cidadãos”. Caso o candidato optasse por posicionar-se a favor da redução da idade penal, caberia, por exemplo, observar a capacidade de discernimento da maioria dos adolescentes, estimulada pelo grande número de informações disponíveis na atualidade. Assim, haveria uma grande possibilidade de que o menor acabasse se prevalecendo de sua condição inimputável para praticar quaisquer delitos. Seria apropriado, ainda, mencionar os aliciadores de menores, que, aproveitando-se da lei vigente, ficam à vontade para cometer crimes cuja responsabilidade é imputada aos menores. Em suma, a redução teria como reflexo a diminuição da criminalidade. Caso, porém, o candidato não enxergasse na redução da maioridade a solução para a criminalidade, cumpriria lembrar que o cérebro do adolescente ainda não está totalmente formado, o que o tornaria vulnerável a influências tanto positivas quanto negativas. Outro aspecto importante a ser destacado estaria na precariedade das instituições teoricamente voltadas à ressocialização de menores infratores. Em vez de oferecer-lhes ensino de qualidade, cursos profissionalizantes e ajuda psicológica, tais instituições estariam apostando, na maioria das vezes, na reclusão e na repressão, gerando revoltas e rebeliões, abrindo dessa forma caminho para a reincidência. Quanto à UNESP – Junho/2015 proposta de trancafiá-los em presídios superlotados isso só contribuiria para o aperfeiçoamento de condutas que, se fossem devidamente corrigidas, evitariam o aumento de criminosos no País. Independentemente do ponto de vista adotado pelo candidato, seria importante sugerir a criação, por parte do Estado, de políticas sociais de trabalho, educação e emprego – formas comprovadamente eficazes de prevenção da criminalidade. UNESP – Junho/2015