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Centro de Ensino Instituto EDUC - IEDUC
Curso de Bacharel em Teologia
ATEUS: PRÁTICOS, TEÓRICOS E MILITANTES
Edilson OLIVEIRA1
RESUMO
O ateísmo é uma corrente filosófica que afirma não existir deuses, ou que
rejeita a ideia de que Deus existe. Tal corrente filosófica encontrou terreno fértil
na Europa e na Ásia com a disseminação de conceitos como a liberdade de
pensamento, do ceticismo científico e através de críticas acida contra as
religiões.Esta onda ateísta que inundou a Europa fez com que aumentasse o
número de publicações de livros ateus, e por último, fomentou o surgimento de
campanhas publicitárias na mídia, sendo utilizados até mesmo outdoors com
frases e slogans negando a existência de Deus.É razoável aos cristãos ficarem
preocupados com a nova empreitada dos humanistas e ateístas.
PALAVRAS CHAVE:
ATEISMO, FILOSOFIA, DEUS JESUS, RELIGIÃO, CRISTÃOS, IDEIA.
1
Bacharelando em Teologia
2
INTRODUÇÃO:
“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam
abominação; já não há quem faça o bem.” Salmos 14:1.
O tema Ateísmo é um assunto polêmico para muitos, e o presente artigo não
tem o intuito de oferecer um embasamento profundo sobre essa ideia, mas sim
explicar a luz da Bíblia Sagrada a real visão de Deus.
O ateu é a pessoa que não crê em Deus, contesta que não há provas
concretas que evidenciam essa realidade. No versículo tema, afirma aquele
que não acredita na existência de Deus, é tido como insensato, comete
abominação, pois não tem discernimento espiritual, sem entendimento nega a
existência divina e age conforme meras filosofias de vida.
No livro de I Coríntios, capítulo 1 e nos versículos 18 e 21 afirma: “Certamente,
a palavra da cruz é loucura pra os que se perdem, mas para nós, que somos
salvos, poder de Deus. Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o
conheceu por sua própria sabedoria, aprouve Deus salvar os que creem pela
loucura da pregação.” Sãocitados que a Palavra da Salvação e a sabedoria de
Deus são insignificantes para os incrédulos, e somente os que realmente
acreditam na obra Salvadora de Cristo é que terão a oportunidade de serem
salvos.
3
Ateus práticos, ateus teóricos e ateus militantes.
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em
2000, dá conta de que aumentou o número dos ateus, pessoas que afirmam
abertamente não crer na existência de algum deus ou de um mundo
sobrenatural.
A maioria desse contingente é atéia na prática, ou seja, não apresenta nenhum
tipo de fé religiosa e não “perde” tempo refletindo sobre a existência de Deus.
São pessoas que, de fato, assumiram um modus vivendi em que não há
espaço para a religião. Mas, apesar de suas convicções, não apresentam
argumentos sólidos para o seu ateísmo.
Um número mais reduzido desse grupo, tanto no Brasil quanto no exterior,
pode ser classificado como ateus filosóficos, isto é, pessoas racionalmente
preparadas para justificar sua descrença, pois se ocupa em formular
argumentos lógicos que justifiquem a sua posição. Poderíamos, ainda, chamar
os ateus filosóficos de “incrédulos conscientes”.
Também, vale destacar outro tipo de ateu, mais agressivo, detectado pela
pesquisa em pauta: o militante. Esses ateus não somente não creem na
existência de Deus como também são contra aos que creem. Tanto é que
procuram persuadir os outros para a sua “fé sem deus”. Então, criaram o site
Sociedade da Terra Redonda, cujo objetivo é reunir todos os ateus em sua
militância. O site possui 820 colaboradores e recebe cerca de 75.000 visitas
por mês.
Salientamos que os ateus militantes parecem dirigir toda a sua animosidade
principalmente aos cristãos. Seus sites estão repletos de refutações à Bíblia e,
entre eles, existem pessoas que se ocupam em desmentir os milagres de cura
4
que ocorrem nas igrejas evangélicas e também em apontar as falhas da Igreja
Cristã através da História, entre outras coisas. Além de negarem a existência
de Deus de forma geral (pois ateu significa “sem Deus”), acabam se tornando,
na maioria das vezes, antideus, isto é, contra Deus, ou, mais precisamente,
anticristãos.
O ateísmo hoje
O ateísmo, como vem sendo propagado atualmente, não se contenta apenas
em não crer na existência de Deus. Prega que a religião não é só inútil, mas
também é má. E, ao lado de sua crítica à religião, divulga uma crença que dá
possibilidade ao homem de resolver seus próprios problemas sem necessitar
de uma força exterior. Em verdade, é um humanismo, não um humanismo que
valoriza o ser humano, mas um humanismo que opõe Deus e homem,
colocando este último como senhor e salvador de si mesmo.
O Credo Americano Ateísta corrente declara:
“Um ateísta ama a si mesmo e ao seu próximo ao invés de amar um deus. Um
ateísta aceita que céu é uma coisa pela qual nós devemos trabalhar agora,
aqui na terra, para que todos os homens possam desfrutar juntos. Um ateísta
admite que ele não possa conseguir ajuda pela oração, mas que devemos
encontrar em nós mesmos a convicção interior e a força para achar a vida,
para resolver seus problemas, para subjugá-la e para desfrutá-la. Um ateísta
aceita que somente no conhecimento de si mesmo e de seu próximo os
homens podem encontrar o entendimento que o ajudará em uma vida de
plenitude”.
Um aspecto importante que precisa ser mencionado: os ateus não negam
apenas a existência de Deus, mas de qualquer realidade que não seja material,
isto é, que não possa ser percebida pelos cinco sentidos. Para eles, não existe
uma dimensão espiritual, habitada por anjos ou demônios. A única coisa que
existe é o mundo físico, tangível, e nada mais, além disso.
5
O impacto do pensamento científico
“A fundação indestrutível do edifício inteiro do ateísmo é a sua filosofia: o
materialismo, ou naturalismo, como também é conhecido. Essa filosofia
considera o mundo como ele é na verdade, visto na luz dos dados providos
pela ciência progressiva e experiência social. Materialismo ateísta é o resultado
lógico de conhecimento científico ganho durante os séculos” (grifo do autor).
A colocação acima pertence ao artigo “Materialismo versus idealismo”, de
Madalyn Murray O'Hair, fundadora da organização American atheists (“Ateístas
americanos”), que serve de inspiração para os ateus brasileiros. Com essa
afirmação, a autoria lança uma das pedras de toque do pensamento ateísta: o
conhecimento científico.
Embora não signifique que todos os envolvidos com o pensamento científico
sejam ateus, o contrário geralmente é verdade. Os ateus atribuem sua
incredulidade quanto às coisas divinas e espirituais alegando que as mesmas
não podem ser comprovadas cientificamente. Basta lembrar que Yuri Gagarin,
o primeiro russo a andar no espaço, fez questão de dizer “Não vi nenhum
Deus”.
Desde o período do Iluminismo2, o conhecimento científico foi adquirindo mais
e mais prestígio. Os benefícios trazidos pela tecnologia criaram um sentimento
geral de que o homem poderia sozinho, resolver seus próprios problemas,
bastando, para isso, ter o conhecimento necessário. De repente, o Universo
não era mais um objeto misterioso movido pelas mãos do Altíssimo, mas uma
máquina perfeita regida por leis que podiam ser medidas e utilizadas em
proveito próprio. O século XVIII viu surgir à filosofia materialista de Hume3, na
2
Revolução intelectual que ocorreu na Europa nos séculos XVII e XVIII. Graças ao iluminismo, a religião e
as ciências separaram-se e isso causou mudança na maneira de pensar, agir e encarar o mundo. A partir
do iluminismo, os homens tentaram encontrar explicações científicas para, por exemplo, os fenômenos
da natureza, o que causou avanço científico.
3
David Hume, nascido em 1711, em Edimburgo, na Escócia. Estudou no colégio de Edimburgo - um dos
melhores da Escócia, posteriormente transformado em Universidade. Sua ideologia filosófica estava
centrada no empirismo, que admite apenas que a origem do conhecimento provenha unicamente da
experiência, seja negando a existência de princípios puramente racionais, seja negando que tais
6
qual não havia lugar para quaisquer coisas que não fossem tangíveis,
palpáveis. A física de Newton e a química eram ciências suficientes para
explicar todos os fenômenos.
É óbvio que a descoberta das leis da física e da química não é um fundamento
aceitável para negar a existência de Deus. Toda lei tem seu legislador e a coisa
mais fácil de concluir é um Universo regido por leis estabelecidas pelo Criador.
Mas muitos, no afã de menosprezar a fé, lançaram mão desse instrumento
para afirmações ateístas.
Há um site americano que divulga uma lista de “celebridades ateístas” que
inclui filósofos (Thomas J. Altizer, Paul e Patrícia Churchland, Paul Edwards,
Antony Flew, Michael Martin e Kai Nielsen), cientistas (Francis Crick, Richard
Leakey e Stephen J. Gould), políticos (Fidel Castro e Tom Metzger), famosos
(Woody Allen, Ingmar Berman, Bill Blass, Marlon Brando, Warren Buffett,
George Carlin, Dick Cavett, George Clooney, Patrick Duffy, Katherine Hapburn,
Arthur Miller, Jack Nicholson e Penn and. Teller) e homens de negócio (Bill
Gates, entre outros também conhecidos).
Todavia, ser cientista não obriga ninguém a ser ateu. Se isso fosse verdade,
todos os cientistas seriam ateus, o que não é um fato. Inclusive, um dos
maiores pensadores do século XX, autor do best-seller Uma breve história do
tempo, não vê qualquer dificuldade em crer na existência de Deus. Muito pelo
contrário: “O pai da cosmologia moderna, o inglês Stephen Hawking, acha
fascinante a chamada hipótese teológica, a ideia de que entender Deus seria o
alvo supremo da física, mas alega que o caminho para chegar lá é a ciência, e
não a metafísica ou o misticismo. Quando lhe perguntam se Deus teve um
papel no Universo antes do Big Bang, a suposta explosão primordial que teria
criado o cosmo, Hawking admite que sim: acho que só Ele pode responder por
que o universo existe” (grifo do autor) 4.
Sobre este assunto, uma citação do teólogo Charles Hodge, que deveria ser
observada por aqueles que defendem o pensamento científico:
princípios, embora existentes, possam, independente da experiência, levar ao conhecimento da
verdade.
4
Revista Veja 19/12/01, p. 133.
7
“Desde os primórdios da ciência moderna, vêm emergindo constantemente
aparentes discrepâncias entre a natureza e a revelação, o que, por algum
tempo, tem ocasionado grande escândalo a crentes zelosos; em cada exemplo,
porém, sem a menor exceção, tem sido descoberto que o erro se encontra ou
na generalização apressada da ciência, devido ao conhecimento imperfeito dos
fatos, ou na interpretação tendenciosa das Escrituras”. (Revista Veja 19/12/01,
p. 133).
O efeito Darwin
“Após ter lido A origem das espécies, de Charles Darwin, Marx escreveu uma
carta ao seu amigo Lassalle na qual exulta porque Deus - ao menos nas
ciências naturais - recebeu o golpe de misericórdia”(Marx e Engels, 1972, vol.
30, p. 578).
Não que essa fosse à intenção do naturalista Charles Darwin, mas suas ideias
foram e ainda são utilizadas pelos ateus do mundo inteiro como argumento
para provar que o simples fato de o mundo existir não demanda a existência de
um Criador. Segundo a teoria da Evolução das Espécies, o mundo é o
resultado de bilhões de anos de evolução, pela qual as formas de vida mais
simples evoluíram para as formas de vidas mais complexas, até chegarem ao
homem.
Essa questão ferveu na Inglaterra do século XIX e, depois, no mundo inteiro.
Conceber o Universo em termos evolutivos foi o padrão que, desde então,
serviu para considerar a evolução como algo inerente à natureza de todas as
coisas. Assim, não havia a necessidade de um agente externo, ou seja, Deus.
Com sua teoria, Darwin proporcionou aos incrédulos àquilo que ainda lhes
faltava: uma “base científica” para a negação de Deus.
Isso, no entanto, não significa que Darwin estava negando a existência de
Deus. Em verdade, ele estava atribuindo o fato biológico ao Criador. Mas
aqueles que buscavam ensejo para anular o argumento da criação como prova
da existência de Deus usaram sua teoria como base. Logo, ser ateu por causa
da evolução era uma opção de crença, e não uma consequência da teoria de
Darwin. Até porque havia muitos teístas (pessoas que admitem a existência de
8
um Deus pessoal como causa do mundo) entre aqueles que acreditaram na
evolução.
Nosso propósito aqui não é discutir sobre a teoria da Evolução das Espécies.
Mas é importante saber que, mais de cem anos depois, muitas dúvidas ainda
pairam sobre essa teoria, insuficiente para explicar a origem do homem.
Embora admita a evolução, o historiador sueco Karl Grimberg,(1988, p. 8) no
princípio de sua História Universal, comenta o seguinte: “se (conjunção
condicional) a estrutura anatômica do homem é o culminar de uma longa
evolução, foi, no entanto, repentino o nascimento da sua inteligência. Tudo faz
supor que o limiar por onde se ascendeu diretamente o pensamento foi
transposto de uma só vez” (grifo do autor).
Grimberg fez essa declaração em 1941. Mas é impressionante a recente
observação da revista Veja sobre o comentário de um dos maiores
neodarwinianas da atualidade: “... o biólogo Ernst Mayr, da Universidade de
Harvard, também concorda que apenas o desenrolar das leis naturais talvez
explique o surgimento da vida na Terra – mas isso certamente não pode ser
invocado para explicar o aparecimento de seres inteligentes. Lendário pelo
ceticismo, Mayr não fala em milagre. Nem pode. Ele é considerado o maior
neodarwiniana vivo. Mas seu cálculo sobre a possibilidade de a natureza
produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é quase uma
sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais” (grifo
do autor).(Revista Veja 19/12/2001, p. 132).
A espada de Karl Marx
De todos os movimentos que se rebelaram contra a crença em Deus, o
marxismo foi o mais relevante. Toda a ideologia marxista e as demais que dele
se originaram (comunismo, socialismo, leninismo e maoísmo) apresentavam
uma aversão profunda contra toda e qualquer religião, principalmente o
cristianismo. O ateísmo foi ensinado nas escolas e inculcado nos cidadãos que
viviam sob essa orientação ideológica desde a mais tenra idade e em todo
9
lugar. Muitos dos argumentos que os ateus atuais lançam contra Deus eram
comumente utilizados pelos países comunistas/socialistas.
Segundo David McLellan, (Karl Marx, Vida e Pensamento, 1978. p.
540)“ateísmo de Marx certamente era de uma espécie extremamente militante.
Ruge escreveu a um amigo: Bruno Bauer, Karl Marx, Christiansen e Feuerbach
estão formando uma nova „Montagne‟ e fazendo do ateísmo o seu lema. Deus,
religião e imortalidade são derrubados de seu trono e o homem proclamado
Deus”. E George Jung, um jovem próspero, advogado de Colônia e partidário
do movimento radical, escreveu a Ruge: “Se Marx, Bruno Bauer e Feuerbach,
juntos, fundarem uma revista teológico-filosófica, Deus faria bem em cercar-se
de todos os seus anjos e se entregar à auto piedade, pois estes certamente o
tirarão de seu céu [...] Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma
das mais imorais que existe” (grifo do autor).
Como vemos, nem sempre o ateísmo existiu como uma crença passiva, como
uma indiferença à religião. Dentro do conceito marxista, o ateísmo deveria
substituir a crença em Deus, nem que para isto fosse necessário usar de
violência. Não precisamos registrar aqui os milhares de mártires resultantes da
implantação do ateísmo militante no Ocidente
O atual movimento ateísta pode não ser algo tão inofensivo quanto se imagina.
Marx foi um filósofo, não um carrasco. Mas não podemos dizer o mesmo de
muitos de seus filhos ideológicos, como, por exemplo, Lênin e Stalin, na exURSS, e Mao Tse Tung, na china. A perseguição religiosa durante os seus
governos, e também depois, mostra claramente que o ateísmo pode tornar-se
tão intolerante quanto qualquer religião.
O ateísmo morreu com a queda da cortina de ferro para, agora, renascer no
Ocidente, apoiado pela liberdade democrática, com o risco de tornar-se uma
crença intolerante e agressiva.
A postura acadêmica de muitos ateus ocidentais da atualidade está em agudo
contraste com alguns dos mais coloridos ateístas dos tempos passados. A
fundadora da organização American atheists (“Ateístas americanos”), Madalyn
Murray o'Hair, ficou conhecida mais por sua linguagem grosseira e ultrajes
10
explosivos contra manifestações públicas de religião do que por suas proezas
intelectuais. Ela veio a público em 1963, mas foi em 1959 que sua causa
judicial, envolvendo seu filho, chegou à Suprema Corte. No caso Murray versus
Curlett, a Corte declarou ilegal a oração obrigatória nas escolas públicas e,
com isso, incentivou Murray, com uma carreia de mais de 30 anos, a criar uma
América livre de religião.
Murray, frequentemente, debatia em público, denunciando, de forma voraz, o
cristianismo e lutando em favor do ateísmo. Iniciou muitos processos para que
a sociedade americana ficasse livre de qualquer religião. Em um deles, a
solicitação para que as notas e moedas americanas não trouxessem a frase
“Em Deus nós confiamos”.
Chegou a afirmar, algumas vezes, que a American atheists tinha mais de
75.000 adeptos, porém, o mais exato é que tivesse apenas cerca de 5.000.
Em 1995, ela e sua família desapareceram com grandes porções dos fundos
de suas várias organizações, exceto seu filho William Murray (objeto de seu
processo judicial inicial), isolado por ela por ter-se convertido a Cristo. Os
desaparecidos foram considerados assassinados.
Bases históricas dos ateus
Alguns sites, como o www.oateufeliz.com.br, por exemplo, fazem menção das
mortes efetuadas pela Inquisição católica e pela colonização protestante na
América para combater a crença em Deus. Todavia, querer provar que Deus
não existe por esse motivo é um tanto quanto sem fundamento. Os ateus não
podem esquecer que Stálin, Lênin e Mao Tse Tung mataram milhões de
pessoas inspirados no socialismo ateu, conforme divulgado por Karl Marx.
Da mesma forma, o “Nazismo dizimou a raça judaica e milhares de outras
minorias por conta de suas teorias racistas, baseadas no darwinismo e no
filósofo ateu Friederich Nietzsche.”(Revista Defesa da Fé, Set/02). Mas não
podemos negar a existência de Marx, Darwin e Nietzsche pelo fato de seus
escritos terem sido utilizados de forma perversa.
11
Na verdade, as guerras e os massacres ocorrem motivados pelo desejo de
poder e pela ambição por riquezas. A religião apenas serve de justificativa para
tais atos, assim como o ateísmo serviu de motivo para que milhares de cristãos
fossem massacrados em países comunistas. Assim, se a religião, por motivos
históricos, pode ser classificada como nociva, o ateísmo também pode. Se,
porém, separarmos os frutos bons dos ruins, veremos que a fé em Deus
produziu os melhores.
Se os homens erraram dentro da História do Cristianismo, isso apenas indica
que eles estavam fora dos padrões de Deus, e não um fundamento que sirva
para provar que Deus não existe. Uma coisa é dizer que Deus não existe.
Outra bem diferente é mostrar que o homem não tem obedecido a Deus como
deveria.
Deus realmente existe
As Escrituras não procuram, em nenhum ponto, provar a existência de Deus.
Ela apenas o admite. Os santos do Antigo e do Novo Testamento que falaram
inspirados por Deus não diziam que acreditavam em sua existência, mas que o
conheciam – o que depreende bem mais. Com certeza, o conhecimento de
Deus, conforme a Bíblia é algo diferente do conhecimento científico baseado
nos sentidos.
Mas, então, para que tentar provar a realidade de Deus?
Em primeiro lugar, porque muitos são sinceros em suas dúvidas.
É verdade que alguns não querem crer e, por isso, procuram desculpas para
sua atitude. Outros querem acreditar sim, mas, infelizmente, encontraram
diversos motivos para não fazê-lo. É aí que entramos com a evidência.
Em segundo, porque tudo aquilo que fortalece a nossa fé é útil. É por isso que
muitos buscam provas, não para crerem, mas porque já creem.
E em terceiro, porque esta é uma maneira de estarmos conhecendo um pouco
mais da natureza de Deus e, com certeza, isso é algo bom e recomendável.
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1. A criação
Alguém que ainda não tenha lido a complicada teoria de Darwin achará óbvia a
existência de um Criador. Toda criação pressupõe um criador. Esta maravilha
toda não pode ter surgido por acaso. Como já disse alguém: “Faz tanto sentido
concluir que o cosmo é o mero resultado de uma explosão quanto achar que
um livro pode surgir da explosão de uma gráfica”. Independente do que digam
os ateus ou os cientistas, a criação é uma prova inegável da existência de
Deus. “Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o
seu eterno poder quanto a sua divindade, se entendem, e claramente se veem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20).
2. Desígnio e ordem
O Universo não apenas existe, mas existe com ordem, com desígnio, com
evidências de uma inteligência criadora. A ordem no Universo mostra que ele
fora criado com inteligência e com propósito, não surgiu e se tornou o que é por
mero acaso. “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo pela sua
sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). Um mero
sacerdote do século VII A.C. percebeu e registrou isto de forma poética e
inspirada, mas os céticos modernos se recusam a aceitar o óbvio.
Citando Bancroft:
“Galeno, célebre médico de inclinações ateísticas, depois de ter feito a
anatomia do corpo humano, examinando cuidadosamente seu arcabouço, visto
quão adequada e útil é cada parte, percebido as diversas intenções de cada
pequenino vaso, músculos e ossos, e a beleza do todo, viu-se tomado pelo
espírito da devoção e escreveu um hino ao seu Criador”. (E. H. Bancroft, 1998,
p. 20).
3. Senso comum
“Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles (nos homens) se manifesta,
porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.19).
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Desde o Iluminismo, a “crença” dos incrédulos era que, à medida que o
conhecimento científico fosse aumentando entre a população, a religião
entraria em decadência. Engano. O contrário sim é verdade. E isso é
testemunhado pelas próprias estatísticas.
Embora um ateu rejeite isso como prova, a verdade é que a própria natureza
humana é um inegável testemunho a favor da existência de um ser supremo.
Em todos os povos e em todas as épocas, a ideia de um Ser supremo sempre
esteve presente, independente do grau de desenvolvimento. Mas não havia
ateus materialistas? Sim, mas em um grau tão pequeno que não passavam de
exceções confirmando a regra. Podemos até afirmar que o ateísmo é
antinatural, é contra o comportamento e a noção comum do ser humano.
“No início do século XX acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse
ciência e erudição menor seria o papel da religião. De lá para cá, a tecnologia
moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do
planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação
inimaginável 100 anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do
século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é
global...” (grifo do autor). (Revista Veja 19/12/03, p. 125).
Os ateístas apresentam páginas e páginas de teorias para negar a existência
de Deus. Mas todas elas despedaçam-se diante dos fatos. A crença do homem
em Deus pode até ser confundida, mas a realidade mostra que jamais pôde ser
apagada. Sobre isso se pronunciou o teólogo Evans:
“O homem, em toda parte, acredita em um Ser supremo ou seres a quem é
moralmente responsável e a quem necessita oferecer propiciação. Tal crença
pode ser crua ou grotescamente representada e manifestada, mas a realidade
do fato não é mais inválida por tal crença do que a existência de um pai é
invalidada pelas cruas tentativas de uma criança para desenhar o retrato de
seu pai”.Teologia Elementar, (E. H. Bancroft, 1999, p. 20).
Raciocínios fúteis e corações insensatos
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No decorrer da história cristã, os teólogos desenvolveram enormes argumentos
filosóficos e naturais para provar a existência de Deus. Muitos desses
argumentos apresentam uma profundidade de pensamento impressionante. Só
por esse aspecto é fácil concluir que o conhecimento natural não é, de forma
nenhuma, inimigo do conhecimento de Deus. O que impede muitos eruditos de
admitir esta verdade é o orgulho e a presunção, pois, em verdade, não existem
barreiras intelectuais reais que os impeçam de admitir-se a existência de Deus.
Sobre isso, deixamos a palavra de Paulo, o sábio e erudito apóstolo que lançou
os fundamentos da teologia cristã.
“Pois tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças, antes seus raciocínios se tornaram fúteis, e seus corações insensatos
se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.21,22).
15
CONCLUSÃO:
Qual deve ser a atitude de um cristão frente ao posicionamento ateísta?
Em primeiro lugar os cristãos devem estar "... preparados para responder com
mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em
vós" (1Pe 3:15).
Em segundo lugar, o apóstolo Paulo alertou os cristãos a não lutarem contra a
carne e o sangue, antes deveriam lutar contra as hostes espirituais da maldade
nos lugares celestiais (Ef 6:12).
Qual a batalha do cristão? Há uma única ordem para os cristãos se engajarem
em uma batalha: “Amados, enquanto eu empregava toda diligência para vos
escrever acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos
escrever, exortando-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi
entregue aos santos” (Jd 1:3).
Neste mesmo diapasão conclamou o apóstolo Paulo: “O que é mais
importante, deveis porta-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo.
Então, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais
firmes em um mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo
pela fé do evangelho sem serdes intimidados pelos adversários” (Fl 1:27).
Após estar revestido, o cristão estará cônscio de que a ação de satanás neste
mundo consiste em manter os homens entenebrecidos no entendimento,
separados de Deus pela ignorância que há neles. Satanás luta para que não
resplandeça aos homens „ignorantes‟ a luz do evangelho "Nos quais o deus
deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus"
(2Co 4:4;Ef 4:18).
16
REFERÊNCIAS
BANCROFT, E. H. teologia Elementar, IBR,
BÍBLIA SAGRADA, Almeida revista e atualizada. CPAD.Rio de Janeiro. RJ
1999.
GEISLER, Norman TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu.
Vida. Rio de Janeiro. RJ 1999.
GRIMBERB, Carl,História universal
MACLELLAN, David.Karl Marx, Vida e Pensamento, Vozes, São Paulo.
SP.1972.
Era Karl Marx um satanista?
MARX e ENGELS, Diltzpub. Berlim. 1972, vol 30.
Revista Veja 19/12/2001, p. 132.
Revista Veja 19/12/2001, p. 133
Revista Defesa da Fé, Set/02.
Revista Veja 19/12/2003, p. 125.

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