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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Fe ve re iro 2010 Conectando com Jesus ARTIGO ESPECIAL e Muçulmanos: Adventistas cinco convicções Veja página 11 Fe ve re iro 2010 A IGREJA EM AÇÃO Editorial............................. 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens F R A N K L I N F A R I A S Janela E S P E C I A L Adventistas e Maçulmanos Por William G. Johnsson ............................................................. 11 Quanto mais soubermos uns dos outros, mais fácil será nosso diálogo. A R T I G O D E C A P A 7 Togo por Dentro Visão Mundial 8 Mostrando Nossa Mensagem no YouTube SAÚDE NO MUNDO Benefícios do Aleitamento Materno ........................... 10 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Conectando com Jesus Por Sandra Blackmer .................................................................. 14 Não é isso que todos nós queremos? ESPíRITO DE PROFECIA Perdido Estive … Por Ellen G. White .................................. 19 … mas salvo agora sou. DEVOCIONAL Por que Crer em Deus Por Limoni Manu.......................... 20 Todos, mesmo os ateus, creem em algo. CRENÇAS BÍBLICAS Órgãos do Corpo e a Religião do Coração ............................ 26 Por Angel Manuel Rodríguez ESTUDO BÍBLICO Deus o Criador .............. 27 Por Mark A. Finley FUNDAMENTAIS 1+1+1= Um Por Norman Gulley ......................................... 22 A pedra fundamental da teologia bíblica. SERVIÇO PERGUNTAS ADVENTISTA Suprindo uma Necessidade Por Andrew King................. 24 Vivendo onde as necessidades são tão grandes quanto as oportunidades. INTERCÂMBIO MUNDIAL 29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias O Lugar das Pessoas .... 32 Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 2, fevereiro de 2010. 2 Adventist World | Fevereiro 2010 www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL Permanecendo Alerta O travesseiro no qual coloco a cabeça todas as noites é uma coisa maravilhosa: generosamente longo, confortavelmente macio e recheado com uma fibra sintética que imita, muito bem, as penas do travesseiro de meu avô. Embora a pressão do trabalho signifique, algumas vezes, que minha cabeça não passa tempo suficiente sobre ele, esse objeto cumpre sua função provendo-me conforto e apoio por seis ou sete horas, todas as noites. Gosto do meu travesseiro: na verdade, após experimentar os que são oferecidos em alguns dos hotéis em que me hospedo em minhas viagens, eu até poderia dizer que amo meu travesseiro. Entretanto, não o levo à igreja comigo. Isso não é de admirar, uma vez que a experiência de adorar com outros crentes é tal que é muito difícil eu cair no sono. Deus espera que eu permaneça reverentemente alerta no ambiente de fé. Paulo lembra: “já é hora de vos despertardes do sono, porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm 13:11). Quando me uno a outros crentes para ouvir a Palavra pregada, para estudar as Escrituras, para orar por reavivamento, para planejar a missão, a maior preocupação não deve ser o conforto. Espero que meu pastor me lembre de que a hora está avançada, que meus amigos me incentivem a permanecer acordado e orar com eles, que meu coração seja desafiado pelo chamado insistente para que eu siga os passos de Jesus. Espero lembretes para que eu seja “sóbrio e vigilante. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8). Por isso, aplaudo a minha igreja – a comunhão mundial dos adventistas do sétimo dia – pela iniciativa chamada “Conectando com Jesus”, em destaque na edição deste mês. A distribuição das mensagens inspiradas pelo Céu encontradas no Espírito de Profecia preparará esse povo para os tempos de angústia e dificuldade, sem precedentes, preditos pelas Escrituras, que acompanharão os últimos dias da história da humanidade. O ministério de Ellen White expresso nesses livros faz um apelo para que voltemos ao estudo da Bíblia, ao arrependimento, a uma profunda consciência do poder de Cristo e especial urgência para alcançar aqueles que ainda não estão conectados com Jesus. O maior conforto que o povo de Deus poderá encontrar, não será dormindo, mas sabendo que colocaram sua vida, com segurança, no centro de Sua vontade. — Bill Knott NOTÍCIAS DO MUNDO M I S S Ã O D A “Está dando certo”, disse Schneider. “Tivemos mais batismos neste ano do que nos últimos anos. E mais pessoas como Jeannie Ramos estão evangelizando suas comunidades por meio do ministério de plantar igrejas.” Em 2003, Ramos ajudou a iniciar uma igreja chamada FaithStep (Passo de Fé) em Hagerstown, Maryland. “Nosso objetivo era atingir de baixo e para fora”, disse Ramos. “Algumas das pessoas que frequentam estão desabrigadas e lutam contra muitos vícios.” S E D E ■ “Precisamos plantar muitas novas igrejas em nossa divisão para alcançar diferentes tipos de pessoas”, disse Don Schneider, na mensagem de abertura dirigida aos membros da Comissão Administrativa da Divisão NorteAmericana, no dia 5 de novembro. Schneider, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Norte, contou histórias inspiradoras sobre como o evangelismo, o testemunho pessoal e os plantadores de igrejas estão levando pessoas a Jesus. A D V E N T I S TA América do Norte é Desafiada a Plantar Tantas Igrejas Quanto o Número de McDonald’s ORANDO POR PODER: Após convidar os participantes das reuniões do fim de ano da Divisão Norte-Americana para orarem pelo poder do Espírito Santo em favor da abertura de novas igrejas, Don Schneider, presidente da divisão, ora com a plantadora de igrejas Jeannie Ramos. Fevereiro 2010 | Adventist World 3 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Numa entrevista com Ramos, Schneider riu quando ela se lembrou de ter ficado preocupada quando ele visitou o FaithStep vestido de terno e gravata. “As pessoas que estamos atendendo vestem-se bem à vontade”, disse Ramos. “Quando começamos esta igreja, resolvemos criar um ambiente em que eles se sentissem à vontade.” “Quando você pergunta às pessoas como se sentem no FaithStep, ninguém diz: Estou bem”, informou Schneider. “Elas dizem: ‘Estou indo muito bem. Estou limpo a semana toda’ Ou: ‘Eu caí do vagão na semana passada, mas agora estou de volta.’ FaithStep é um lugar muito real.” Marti Schneider, esposa de Schneider, partilha sua paixão pela plantação de igrejas. Marti é diretora de programas da Missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela ajuda a iniciar novos grupos de crentes em áreas não alcançadas em todo o mundo. Ainda coordena os projetos Sementes e Igreja em Ação, que desafiam as pessoas a plantar congregações com o propósito de atingir novos territórios ou novos grupos de pessoas para Deus. (Para saber mais sobre o SEEDS [sementes], visite www.nadei.org.) No encerramento, Don Schneider desafiou os participantes a fazer do estabelecimento de igrejas uma prioridade. “Começamos com cem igrejas por ano”, disse Schneider, “mas precisamos de mais. Você sabe onde pode encontrar um McDonald’s por aqui?* Se você sair à rua e der alguns passos à direita, ou à esquerda, para frente ou para trás, certamente encontrará um. Em seguida, ande mais uns dois ou três quilômetros, e encontrará outro. E se tivéssemos a mesma quantidade de igrejas adventistas? Todos nós precisamos pensar em como transformar isso em realidade.” *Referindo-se aos Estados Unidos. —Reportagem de Laurie Falvo (da sede da Missão Adventista) 4 Adventist World | Fevereiro 2010 LAR DE ESPERANÇA: Fachada da nova Igreja Adventista do Sétimo Dia no histórico Quarteirão Latino de Paris, França. D I V I S Ã O E U R O - Á F R I C A Abertas “Casas de Esperança” na França ■ No fim de semana 27 e 28 de novembro de 2009, a Associação do Norte da França, com mais de 8 mil membros, comemorou a inauguração oficial da Casa da Esperança, centro espiritual e cultural localizado em Paris. Adquirido em 2005, o prédio da Casa da Esperança foi reformado para cumprir os regulamentos dos edifícios públicos e permitir o acesso de pessoas portadoras de deficiência. Os custos de aquisição e da reforma da Casa da Esperança totalizaram três milhões de euros. O projeto foi financiado pelo fundo de construção da Associação do Norte da França e por uma oferta especial de 16 milhões de adventistas em todo o mundo. A Casa da Esperança é um lugar de encontro para promover a diversidade cultural e ajudar as pessoas a descobrir como chegar a Deus e a outras pessoas. Todas as manhãs de sábado, quatro congregações adventistas utilizam o mesmo prédio: Igreja da Esperança de língua francesa, romena, portuguesa e hispânica. Uma congregação batista aluga o prédio aos domingos pela manhã. Cada congregação possui de 80 a 100 membros. O prédio tem espaço para mais de 300 visitantes. Durante a semana, o centro oferece várias alternativas: estudos bíblicos, atividades sociais, educacionais e programas de saúde, com diversas parcerias. Durante a cerimônia de abertura no dia 27 de novembro, o vice-prefeito de Paris, Jean Tiberi, disse: “É bom que uma igreja como a sua esteja aberta à sociedade. A criação de um centro cultural e espiritual foi excelente, e estou muito satisfeito pela existência de uma casa como essa no Quartier Latin do quinto distrito de Paris.” Roger Abotsivia, pastor da comunidade batista que vai utilizar o centro, expressou sua expectativa de que outras “casas de esperança” similares sejam construídas na França. Ele também agradeceu ao diretor do centro, Philippe Leduc, por liderar essa iniciativa no centro de Paris. O presidente da Igreja Adventista na região euro-africana, Bruno Vertallier, declarou: “Queremos viver com a esperança cristã no coração da cidade, em lugar do estresse que a nossa sociedade, em geral, sofre.” No sábado 28 de novembro, os pastores adventistas da região de Paris se reuniram no centro para uma cerimônia de dedicação. Líderes da Divisão Euro-Africana, da União Associação Franco-Belga e Associação do Norte da França apresentaram mensagens de exortação e gratidão. O coral “Crescendo” e outros apresentaram as mensagens musicais. —Reportagem de Jean-Paul Barquon (Divisão Euro-Africana) Adventist World Acrescenta Idiomas ■ A Adventist World, revista internacional dos adventistas do sétimo dia, está usando mais idiomas em versão impressa e online, para servir adequadamente aos mais de 16 milhões de membros batizados da IASD no mundo. Seis meses após o lançamento de uma edição em língua alemã, cerca de 25.000 membros da Igreja Adventista na Alemanha e Suíça começaram a receber uma cópia da Adventist World, cada mês, em sua própria língua. O lançamento ocorreu em parceria com a Advent-Verlag, editora adventista sediada em Lueneburg, perto de Hamburgo, na Alemanha, que está lançando uma nova revista denominacional para os membros da sua área ao mesmo tempo. Capitalizando sobre este desenvolvimento, a União Associacão Austríaca planeja lançar uma nova revista, inserindo a Adventist World, para ser distribuída em toda a Áustria. Esses acontecimentos são importantes nos territórios de língua alemã. “Nós, da Advent-Verlag, em nome dos nossos leitores de língua alemã, estamos animados”, disse o editor da editora, Eli Diez-Prida. “Temos sempre publicado notícias sobre o trabalho em nossa revista. Mas agora a relação e identificação com a Igreja em nível mundial será muito mais promovida. A ampliação do horizonte nacional e mesmo do europeu será mais proveitosa para todos nós.” Na Alemanha, Suíça e Áustria, há cerca de 45.000 membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia que falam o alemão. Outro marco importante foi alcançado quando a primeira edição vietnamita online da Adventist World foi lançada em outubro de 2009. O lançamento foi feito um ano depois que a Igreja Adventista do Sétimo Dia recebeu o reconhecimento oficial do governo. Esse evento abriu novas perspectivas para os 14 mil membros vietnamitas no país, os quais, por várias décadas, se sentiram marginalizados pela igreja mundial, porque muito pouco material podia alcançá-los. Além disso, segundo fontes do governo, mais de 300 mil guardadores do sábado se reúnem em casas/ igrejas em todo o país. Esses crentes também serão beneficiados, pois muitos serão capazes de se identificar melhor com a igreja mundial por ter acesso à Adventist World em sua língua. Duas versões adicionais da Adventist World foram introduzidas na web em janeiro de 2010. O público-alvo das novas edições são a Romênia, com cerca de 100 mil adventistas, e urdu, língua dominante do Paquistão, com cerca de 12 mil adventistas do sétimo dia. Embora esse grupo seja comparativamente pequeno, “é um grupo que vale a pena apoiar”, segundo Claude Richli, diretor de marketing e editor associado da revista. “Essas pessoas vivem num ambiente predominantemente muçulmano e precisam relacionar-se mais com seus irmãos e irmãs no mundo inteiro, para que sejam apoiados e incentivados. Além disso, sabemos de leitores cristãos não adventistas no Paquistão, que desejam fortalecer sua fé cristã e que teriam grande interesse em nosso material, se fosse oferecido em sua língua.” Juntamente com esses empreendimentos, a Adventist World será publicada em sete idiomas, em edições impressas e outros onze diferentes idiomas na web, incluindo o russo e o chinês. Versões online da revista podem ser acessadas no site www.adventistworld.com. Lançada em 2005 como iniciativa da Associação Geral, a missão da Adventist World é “elevar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todos os lugares em crenças, missão, vida e esperança”. Os escritórios da redação estão localizados em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, e em Seul, República da Coreia. —Equipe da Adventist World Fevereiro 2010 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Casa Publicadora Coreana Comemora Adventistas celebram realizações de um ministério em expansão A s grandes realizações da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Coreia do Sul e da Divisão Asiática do Pacífico Norte foram apresentadas em 2009, com a celebração do centenário da Casa Publicadora Coreana. Um pouco antes, um grupo de líderes adventistas do sétimo dia da Divisão África Centro-Oriental foi inquirido sobre como o ministério e evangelismo são feitos naquela região, onde a igreja cresce rapidamente. Em outubro, a Casa Publicadora Coreana celebrou o centenário do ministério de publicações. Cerca de 500 convidados, incluindo funcionários, colportores e antigos assinantes, participaram das celebrações na Igreja do Hospital Adventista de Seul, no dia 29 de outubro. Setenta delegados especiais, entre eles Pardon Mwansa, um dos vice-presidentes da Associação Geral (AG); Matthew Bediako e Rajmund Dabrowski, respectivamente secretário executivo e diretor de comunicação da AG, bem como líderes e diretores de outros territórios da Divisão, participaram das comemorações. “A Casa Publicadora Coreana desempenha importante papel como instituição missionária, com sua própria história e tradições. Esforçamo-nos para seguir adiante,” disse Kyu Chul Shin, presidente da editora, em seu discurso comemorativo. Também mencionou que a instituição fornece material impresso para a Tanzânia, Zâmbia, África do Sul, Cingapura e Sri Lanka, como parte de seu trabalho na missão. Jairyong Lee, presidente da Divisão, elogiou a editora em sua mensagem de congratulação: “É parte importante do trabalho da missão transmitir o evangelho eterno às pessoas por meio de pu- 6 Adventist World | Fevereiro 2010 Centenário Esquerda: SIMPÓSIO DE PUBLICAÇÕES: Bill Knott (centro), editor-executivo da Adventist World, entre os que compareceram ao simpósio que precedeu a celebração do centenário da Casa Publicadora Coreana. Direita: ENCONTRO DE LÍDERES: Dirigido por Jairyong Lee (esquerda), presidente da Divisão Asiática do Pacífico Norte, e Geoffrey Mbwana (direita), presidente da Divisão África Centro-Ocidental, delegados de ambas as divisões dialogam durante visita à Coreia do Sul, em setembro de 2009. D I V I S Ã O A S I Á T I C A D O PA C Í F I C O N O R T E blicações. A Casa Publicadora Coreana contribuiu grandemente para o desenvolvimento da Igreja Adventista naquele país e para o trabalho de evangelização nos últimos cem anos. Esperamos que continue assim até que Jesus volte.” Em nome do presidente da AG – Jan Paulsen –, Bediako agradeceu à editora pelo sucesso de seu trabalho não só na Coreia, mas também em muitos outros países do mundo. Um representante da Review and Herald Publishing Association entregou uma placa especial de agradecimento à editora, que publica e distribui a revista Adventist World. A editora tem planos de estabelecer um sistema de cooperação com as editoras irmãs, em outras partes do mundo, e continuar a promover o “Projeto Folhas de Outono”, que oferece publicações gratuitas para países em desenvolvimento. Precedendo as comemorações, foi realizado um simpósio internacional sobre o Ministério de Publicações, sob o tema “Refletindo sobre os 100 Anos da Casa Publicadora Coreana”. Bill Knott, editorexecutivo da Adventist Review / Adventist World; Daegeuk Nam, Sahmyook, expresidente da Universidade Sahmyook, e outros oradores destacaram a contribuição histórica da editora para a sociedade coreana e para a Igreja Adventista. A editora está equipada com um sistema gráfico de alta tecnologia e instalações modernas, com 70 funcionários que trabalham para o desenvolvimento do ministério de publicações. Ela produz uma série de materiais, incluindo livros eletrônicos e livros de áudio associados à sua tecnologia. —Reportagem do Departamento de Comunicação da NSD JANELA Togo W A R L E T T A por Dentro V erdes prados entrelaçados por bosques de árvores de pequeno porte compõem grande parte da paisagem de Togo. Essa estreita nação do oeste africano está espremida entre Gana, a oeste, Benin, a leste, Burkina Faso, ao norte, e o Oceano Atlântico, ao sul. Não há histórico detalhado sobre essa região, mas a maioria crê que os colonos de Togo vieram de regiões circunvizinhas, especialmente, hoje em dia, de Gana e Nigéria. O pequeno litoral de Togo, formado por pouco mais de 100 quilômetros de costa do Oceano Atlântico, já foi considerado o centro do comércio de escravos africanos. Durante quase duzentos anos, comerciantes europeus invadiram a região em busca de escravos. Essa prática só terminou, efetivamente, em 1854, quando a França declarou Togo seu protegido soberano. Em 1905, a França perdeu o controle de Togo para a Alemanha, que colonizou o país. O domínio alemão foi de curta duração, uma vez que a França retomou o controle, juntamente com a Grã-Bretanha, após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Mais tarde, Togo foi dividido em dois e a Inglaterra tomou a parte oeste integrando-a ao que hoje é Gana, e a França criou a autônoma Togolândia Francesa. Em 1960, Sylvanus Olympio, primeiro-ministro de Togo sob o governo francês, ajudou o país a ganhar sua independência e trocou seu nome para Togo. Ele se tornou o primeiro presidente de Togo no ano seguinte. O primeiro missionário adventista conhecido em Togo foi o colportor evangelista George Vaysse. Chegando em 1956, vendeu livros adventistas e panfletos em língua francesa por dois anos, antes de voltar para seu país. Como resultado do trabalho de Vaysse, muitas pessoas ficaram interessadas no adventismo e começaram a se auto-denominar adventistas do sétimo dia. Quatro anos mais tarde, H. Kempf, missionário da região da Costa do Marfim, visitou Togo para ver o que poderia fazer para ajudar a organizar os poucos membros que havia no país. Ele, porém, ficou por pouco tempo. Quatro anos mais tarde, retornou com sua família como o primeiro líder da igreja no país. Kempf ficou os seis anos seguintes organizando oficialmente as congregações e estabelecendo escolas. J O S É A . Por Hans Olson TOGO Capital: Lomé Idiomas principais: Francês (oficial), Ewe, Mina, Kabye e Dagomba Religiões: Cristianismo – 29%; Islamismo – 20%; crenças indígenas – 51% População: 6.6 milhões* Membros adventistas: 10,272* Adventistas per capita: 641* *Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 145° Relatório Estatístico Anual Hoje, Togo é um dos onze países que fazem parte da União Missão Sahel. A União Sahel está localizada no extremo oeste da janela 10/40, uma região do mundo, no hemisfério Oriental entre 10 e 40 graus de latitude norte. Essa região abriga mais de dois terços da população do mundo, muitas das maiores religiões do mundo, as maiores cidades e as que mais crescem, mas com poucos cristãos. A União Sahel, em particular, enfrenta grandes desafios: pobreza, grande variedade de culturas diferentes, idiomas e grupos de pessoas, analfabetismo e falta de literatura cristã básica. Para vencer esses desafios, a Missão Global, em parceria com as igrejas adventistas locais, trabalhou para estabelecer novas congregações, na última década. Durante esse tempo, a Igreja Adventista na União Sahel dobrou seu número de membros. Neste mês, a União Sahel, que é parte da Divisão Africana Centro-Oriental, está sediando o “Siga a Biblia”. Patrocinado pelas igrejas adventistas do sétimo dia de todo mundo, “Siga a Bíblia” é uma iniciativa que objetiva encorajar os adventistas a se interessar no estudo diário das Escrituras. A Bíblia iniciou sua jornada nas Filipinas, em outubro de 2008, e finalizará na Assembleia da Associação Geral, em Atlanta, Georgia, em junho próximo. Para saber mais sobre o trabalho das missões da Igreja Adventista do Sétimo Dia, visite: www.AdventistMission.org. Fevereiro 2010 | Adventist World 7 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL INQUIRIDO: Pastor Jan Paulsen responde as perguntas de uma jovem sul-africana no YouTube. Quando o YouTube surgiu, em 2005, poucos podiam prever a transformação que causaria na cultura da Internet e que, finalmente, atingiria tantas outras formas de mídia. Em poucos anos, esse site de compartilhamento da Web tornou-se um vasto, dinâmico e grande caldeirão de imagens e ideias, sem censura, as quais vão do profano ao sério, dos vídeos amadores a produções profissionais de alta qualidade. O YouTube está em constante expansão, moldado por milhões de internautas anônimos de quase todas as partes do globo. Há um lugar para a Igreja Adventista do Sétimo Dia no YouTube? Será esse um ambiente em que devemos estar presentes? A Adventist World dialogou com o pastor Jan Paulsen, presidente mundial da Igreja Adventista, sobre sua nova iniciativa, que visa a divulgar o perfil, valores e crenças adventistas no YouTube. O estilo dos clipes do YouTube é muito diferente do tipo de comunicação que geralmente vem do seu escritório. Suas mensagens ali são muito curtas, cada uma com menos de dois minutos de duração. O senhor não faz uma declaração completa sobre nenhum dos temas. Será essa uma limitação do YouTube? Ao contrário, vejo como uma das belezas desse meio. Uma conversa não deve ser apenas afirmação, mas também algo que estimule o debate. Ela deve fazer com que alguém pare, ouça, pense e talvez volte para explorar mais. Há muitos anos, tive um professor que costumava dizer: “Deus só fala quando provoca.” Esse é um modo interessante de pensar com o qual não concordo plenamente. 8 Adventist World | Fevereiro 2010 Mostrando Nossa Mensagem no Mas quando tudo é dito e feito, Deus me provoca e, ao me provocar, Ele me envolve. Ele me faz parar em meus caminhos e chama a minha atenção para o que é importante. Dou valor a essa mídia porque ela alcança os mais jovens. Agora, oro para que também alcance os de setenta anos de idade! Sei, porém, que a maior probabilidade é de alcançar os adolescentes e os que estão entre os vinte e trinta anos. Desejo falar com eles num diálogo aberto, que talvez não resulte em solução perfeitamente embalada para cada pergunta. Para mim, não há problema sair de uma conversa sem a certeza de que resolveu tudo. O importante, a meu ver, é o sucesso de simplesmente ter falado um com o outro. O YouTube permite um feedback imediato, diferente da maior parte das comunicações em massa. Exatamente. O que Deus quis dizer quando disse: “Vinde, pois, e arrazoemos?” Isso não é um convite? Ele está dizendo: “Venha, vamos sentar e conversar!” Comunicação é diálogo. Deve fluir dos dois lados, e se isso não acontece, facilmente você acaba falando para você mesmo. Como o senhor escolheu os primeiros três assuntos: “Fé X Ciência”, “Liberdade” e “Integridade”, ao inaugurar o canal no ano passado? Por que não começar com algo mais específico das doutrinas adventistas? que ver com os desafios da vida real. Não precisam ser amplamente explanados ou apresentados. Eu os escolhi porque todos tratam de valores fundamentais à identidade da missão de nossa igreja. Penso que a resposta a essa questão nos leva à pergunta: “Por que estamos fazendo isso?” O evangelismo sempre estará no topo da agenda da missão de nossa Igreja. O evangelismo não precisa ser defendido. Deus diz: “Vá a todo mundo. Vá e ensine, pregue e batize.” Portanto, essa é nossa prioridade. Mas temos que nos lembrar de que há certas pessoas, talvez muitas, que não alcançaremos se não tentarmos alguns outros métodos de comunicação. Será que a transmissão pelo YouTube é uma forma de evangelismo? A princípio, talvez não seja. Para um evangelismo eficaz, é necessário espaço e tempo para expor, construir e justificar seus pontos. No YouTube só há tempo para tocar no assunto, não para escrever um livro. Se apenas tocarmos uma corda da mente das pessoas, estimulando-as a pensar: “Ei, ele está falando comigo?” e ao despertar nelas o interesse de explorar o assunto mais profundamente, estaremos cumprindo o objetivo do projeto do YouTube. Desse modo, escolho os assuntos porque são importantes. Eles têm Conhecendo “ o projeto About Life Seu vídeo sobre fé e ciência saiu no YouTube num momento em que esse tema era amplamente discutido entre os adventistas, tanto em publicações como online. O senhor planeja usar essa mídia para “entrar na briga” e se envolver nas discussões atuais? O YouTube é uma mídia adequada para chamar a atenção para uma série de assuntos-chave, possibilitando fazer uma declaração concisa e dizer: “Isso é importante para mim como adventista do sétimo dia.” Portanto, creio que, às vezes, podemos e devemos fazer isso. que Deus nos colocou. Aqui vivemos e respiramos. Usamos o Skype, o Twitter. Usamos a tecnologia da comunicação de tantas maneiras diferentes. O que importa não é o significado específico da comunicação que usamos. As questões mais importantes são: “O que estamos comunicando? Fazemos isso de forma eficaz? Somos atuais? Não podemos fazer melhor uso do que vai chegar a mais pessoas? É nossa comunicação do tipo adequado ao nosso objetivo e que promove nossa missão?” O escopo da responsabilidade de nossa missão abraça todo o mundo, e para mim, isso inclui “o mundo online”. Então, o senhor está dizendo que temos de ir aonde as pessoas estão, em lugar de esperarmos que façam um esforço e venham até nós? Não, não é. Veja, esse é o mundo em Sim, exatamente. O Deus a quem servimos é um Deus que está constantemente buscando. Ele não Se assenta passivamente. Ele sai buscando e chamando os que estão perdidos. Ele nos procura vezes sem fim. Penso que eu e a igreja devemos fazer o mesmo. Devemos perguntar a nós mesmos: Como posso evangelizar? Como devo fazer um contato? Onde tenho de ir para buscar quem está perdido? Na verdade, essa é a dinâmica que está por trás do projeto do YouTube. “Ele é importante? É, para mim, como adventista do sétimo dia.” Essas palavras se tornaram a assinatura do pastor Jan Paulsen na série de mensagens em vídeo produzidas para o novo canal YouTube, “About Life” (A Respeito da Vida), lançado em outubro de 2009. Entre os assuntos abordados por ele estão integridade, relações raciais, o sábado, pobreza e a segunda vinda de Cristo. Seus comentários são pessoais e os vídeos são rápidos e compactamente produzidos. “O mundo da ciência e o mundo da fé são mundos aparentemente diferentes”, diz Paulsen em um clip que trafega no debate sobre o papel da fé versus ciência. “Esses dois mundos estão em rota de colisão? Ou será que correm paralelamente?” Você pode ver a série About Life no link www.youtube.com/adventistsaboutlife. Os comentários que estão sendo deixandos no Web site “About Life” (A Respeito da Vida) são extremamente positivos, mas há um ou dois comentários negativos também. Uma pessoa sugeriu que o senhor está usando uma mídia e estilo muito parecidos com o do “mundo”, que estamos manchando nossa mensagem com o método que estamos tentando transmiti-la. Isso não é perigoso? Fevereiro 2010 | Adventist World 9 “ S A Ú D E N O M U N D O Benefícios do Aleitamento Materno Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Minha filha está grávida e decidiu que não vai amamentar. Quando lhe disse que estava surpresa, ela não gostou. Como posso incentivá-la a amamentar? R espondo a sua pergunta com apenas três palavras: “Deixe pra lá.” Pelo que se vê nas entrelinhas, sua filha está tentando ser independente e a pressão direta faz com que o tiro saia pela culatra. Ela deve ter espaço para fazer sua opção e parece que será mais influenciada sobre esse assunto pelo seu médico e por um grupo de apoio do que pelos seus protestos. O aleitamento materno é a forma mais importante de cuidar do recémnascido. Em lugares como a região rural da África, essa prática é tão importante que, quatro entre cinco infantes que não são amamentados não sobrevivem ao primeiro aniversário. Crianças alimentadas com leite de vaca também enfrentam um pequeno mas real e crescente risco de desenvolver diabetes do tipo I, otite média, doenças gastrointestinais, assim como pneumonia e obesidade à medida que crescem, mesmo na sociedade ocidental. Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor-associado do Departamento de Saúde. 10 Adventist World | Fevereiro 2010 Mães que não amamentam também enfrentam aumento do risco de problemas de saúde. Não são riscos enormes, mas são estatisticamente importantes e podem influenciar a mulher a escolher adequadamente. As mães que não amamentam correm maior risco de adquirir diabetes. O aumento da pressão sanguínea também é visto mais frequentemente em mulheres que não amamentaram. O risco é dez por cento mais alto do que nas mães que amamentaram pelo menos por um ano. Já se sabe que o risco de câncer de mama é menor nas mulheres que amamentaram, assim como o risco de câncer nos ovários. As evidências começam a demonstrar que as mulheres que não amamentam têm maior incidência da síndrome metabólica, que é um fator que predispõe ao diabetes tipo II e ao ataque cardíaco. Um estudo nos Estados Unidos mostrou que o risco de ataque cardíaco aumentou em 1,3 nas mulheres que nunca amamentaram. Por que essas diferenças importantes entre as que amamentam e as que não amamentam não são claras? Sugere-se que o aleitamento materno ajuda a perder a gordura acumulada durante a gravidez, com benefícios para a mãe. Outros sugerem que a ocitocina liberada durante a amamentação diminui a frequência cardíaca e a pressão sanguínea e que outros ajustes hormonais podem ser benéficos. É claro que alguns desses fatores podem estar relacionados com as escolhas e estilo de vida da mulher que não amamenta. Tais mulheres, frequentemente, são de grau de instrução baixo ou de situação socioeconômica mais baixa. Elas são mais suscetíveis, como um grupo, pois há maior número de fumantes entre elas. Esses fatores poderiam explicar algumas das diferenças entre os dois grupos de mulheres. É muito importante que médicos e enfermeiros promovam a amamentação materna e ajudem as mães a tomar a decisão. Mas o aumento da infecção por HIV na África tem levado a sérios questionamentos sobre o aleitamento materno quando a mãe está infectada; apesar da disponibilidade de terapia antirretroviral, a situação mudou muito. No mundo ocidental, há consultores de lactação. Geralmente são enfermeiras que estudaram as nuanças, problemas e possíveis dificuldades que a nova mãe pode encontrar com a amamentação. Elas podem aconselhar, demonstrar e, geralmente, facilitar o processo do aleitamento materno. Na minha experiência, quanto mais natural e tranquila for a abordagem sobre a amamentação, como se vê nos países em desenvolvimento, maior vantagem será para nossa sociedade ocidental, nervosa e tensa. No caso de sua filha, se ela está recebendo assistência profissional, tenho certeza de que será instruída sobre todos esses fatores que a ajudarão a tomar uma decisão adequada. J U S T Y N A F U R M A N C Z Y K A RT I G O E S P E C I A L Por William G. Johnsson A dv een t i s ta s Muçulmanos C inco C onv i cções : Como construir sobre o que temos em comum H á três anos, o pastor Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, pediu que eu trabalhasse no desenvolvimento das relações inter-religiosas com líderes das grandes religiões do mundo. Uma vez que os adventistas são dezessete milhões em mais de duzentos países, isso faz sentido – e, realmente, é isso que nossa missão requer − que nos esforcemos para compreender a fé de outros povos, para que possamos compartilhar com eles os nossos valores e a esperança no retorno de Jesus. Durante esses três anos, tenho me concentrado em fazer contatos com líderes muçulmanos. Lenta, mas regularmente, várias convicções criaram raízes profundas em minha mente. Construindo Blocos Primeiro, o Senhor está preparando o mundo muçulmano para Sua segunda vinda. Há alguns meses, recebi uma mensagem totalmente fora do meu quadro de referência: um xeique, líder espiritual de muitos milhares de muçulmanos em vários países, afirmou que Deus havia lhe dado uma visão sobre os adventistas. Ele fez contatos com alguns adventistas leigos e agora estava pedindo para se encontrar com líderes da Associação Geral. O que o levou a fazer tal pedido? Após me consultar com o pastor Paulsen e outras pessoas, foi decidido que alguns de nós, da sede mundial, deveríamos atendê-lo, esperando entrar em sérias discussões, se eles permitissem. Para me preparar para tal encontro, fiz uma viagem para conhecer o xeique. As nove horas gastas com ele, ao longo de dois dias, foram, para dizer o mínimo, memoráveis. Logo no início do período que passamos juntos, o xeique me convidou para ir à sua casa. Desde o primeiro momento, estabelecemos um relacionamento bom e amigável. Estando nós dois, apenas, sentados em sua sala, quase que imediatamente ele fez uma pergunta a queima-roupa: H A S I M S YA H − Você acredita na segunda vinda de Jesus? − Sim − respondi. – Quando Ele virá? – Em breve. – Mas quão breve? – Em breve. Nós, adventistas, não marcamos data para a Segunda Vinda, mas cremos que será em breve. − Você acha que Jesus voltará neste século? − Eu não sei. Pode ser que Jesus volte muito antes do que muita gente, inclusive os adventistas, espera. − Eu creio que Jesus voltará neste século − disse ele. − Nos escritos sagrados, encontro uma série de sinais que indicam quando Ele voltará, e quase todos os sinais já se cumpriram. Conversamos, por duas horas, sobre o retorno de Jesus. Ali estava alguém que, não apenas cria na Segunda Vinda, mas cria apaixonadamente. Na visão do xeique, o mundo de hoje é uma terrível confusão que se agrava a cada dia; somente o retorno de Jesus pode consertar as coisas. No dia seguinte, o xeique e eu nos encontramos para considerar que assuntos deveriam ser a base da discussão com o grupo maior. Quase imediatamente concordamos na Segunda Vinda. Decidimos solicitar aos dois lados que preparassem pequenas dissertações sobre o tema geral da volta de Jesus, sobre os sinais da Segunda Vinda e sobre o anticristo. Então, chegou o momento pelo qual eu estava esperando. William G. Johnsson é assistente do presidente da Associação Geral para as relações interdenominacioais. Fevereiro 2010 | Adventist World 11 A RT I G O E S P E C I A L − Senhor − perguntei −, é verdade que o senhor recebeu uma visão sobre os Adventistas do Sétimo Dia? − Não apenas uma, mas três – foi sua resposta. – As três continham a mesma mensagem: os Adventistas do Sétimo Dia são o verdadeiro Povo do Livro (um termo do Corão, designando os seguidores de Alá, que não são muçulmanos). Os Adventistas já são o povo de Deus, por isso, não tente convertê-los. Ao contrário, trabalhe com eles. Algumas semanas mais tarde, foi convocada a reunião com o grupo maior. Mais uma vez o xeique abriu as portas de sua casa para o início do período em que estaríamos juntos. A hospitalidade e a simpatia foram insuperáveis enquanto participávamos de um generoso banquete. Quando começamos a apresentação dos trabalhos que havíamos preparado, o nível de interesse foi intenso; os muçulmanos absorviam cada palavra de seus convidados adventistas. A avidez e a expectativa foram palpáveis naquela noite e no dia seguinte. Vários meses se passaram desde que nos reunimos com os muçulmanos. Ainda estou processando aquele evento, tentando descobrir o seu significado e o que o Senhor tem em mente para a Sua igreja. Foi um acontecimento extraordinário. A avidez para aprender mais e a fervorosa crença de que Jesus voltará em breve despertaram em mim o desejo de encontrar tal espírito entre meus irmãos e irmãs adventistas. Sim, há importantes diferenças de compreensão a respeito do retorno de Jesus. O básico, porém, o fato essencial, permanece: um grande número de muçulmanos aguarda a volta de Jesus, e para breve. comum e apresenta-se como oportunidade para que os adventistas ofereçam uma instrução esclarecedora de sua compreensão. O sábado. O Corão menciona o sábado e sob um aspecto positivo; ele não menciona o primeiro dia da semana como o dia de culto. Nossa observância do sábado, estampada em nosso próprio nome, nos distingue como obedientes à revelação divina. Conflito cósmico. Os muçulmanos compreendem que os acontecimentos na Terra têm como pano de fundo uma luta cósmica entre o bem e o mal, em que Lúcifer, Satanás e os seres caídos desempenham papel importante. Esse quadro geral tem paralelos óbvios, associado a diferenças importantes, como a compreensão adventista do grande conflito entre Cristo e Satanás. A Criação. Tanto muçulmanos como adventistas creem na doutrina da criação e rejeitam a teoria da evolução. Saúde. Os muçulmanos têm muito interesse na saúde e no estilo de vida saudável. Os adventistas e muçulmanos facilmente fazem parceria para melhorar a qualidade de vida. No Oriente Médio, os adventistas administram uma série de hospitais e clínicas em países muçulmanos, e o Centro Médico da Universidade de Loma Linda tem parceria contínua com o Reino da Arábia Saudita e com o Afeganistão. Relação com Israel. O fato de que, como igreja, os adventistas se recusam a se identificar com qualquer lobby geopolítico é uma enorme vantagem para o mundo muçulmano. Não fazemos parte do lobby pró-Israel: cremos na justiça para todos os povos, inclusive para israelitas e palestinos. Um movimento de reforma. Compreendemos que nossa mensagem não é nova, mas um retorno aos ensinos da Bíblia. Os muçulmanos analisam rapidamente uma pessoa, e se julgam O Que Temos em Comum Passo agora para uma segunda convicção: os adventistas do sétimo dia estão excepcionalmente bem posicionados para levar o evangelho aos muçulmanos. Os adventistas têm as seguintes vantagens sobre outros cristãos para levar as boas novas aos muçulmanos: O lugar das Escrituras. Baseamos nossas práticas e crenças na Bíblia e na Bíblia somente. Essa devoção e lealdade à Palavra revelada impressionam os muçulmanos, que creem que o Corão é a revelação de Deus. Estilo de Vida. Nossa abstinência de carne de porco e álcool é uma boa surpresa para os muçulmanos que não estão acostumados a associar os cristãos a essas práticas. Isso significa que cristãos e muçulmanos podem participar de uma refeição juntos, sem apreensões – fator importante para se estabelecer as bases de um relacionamento. Além dessas práticas, a ênfase adventista na simplicidade e modéstia soa sincera aos muçulmanos, cuja religião é praticada nas 24 horas dos 7 dias da semana. Preocupação com os últimos dias. O assunto do juízo final, a segunda vinda de Jesus e a ressurreição desempenham um papel importante no pensamento islâmico. Para muçulmanos sérios, toda a vida é vivida em função do julgamento final. Seus ensinos diferem dos nossos em importantes aspectos, mas o pensamento Central é 12 Adventist World | Fevereiro 2010 Estamos completando a reforma parcial iniciada por Lutero, Calvino e muitos fiéis do passado. Os muçulmanos também se consideram parte de uma obra de reforma. Essas novas características adventistas nos colocam em uma posição única para estabelecer contato com os muçulmanos em todos os níveis e para avançar a divina missão a nós confiada. Não somos, porém, muito conhecidos no mundo muçulmano; na verdade, não somos nada conhecidos. Quando muçulmanos ouvem sobre os cristãos, pensam imediatamente em homens e mulheres consumidores de carne de porco, de álcool, de vida sem princípios e que são a favor de Israel. Talvez nosso maior desafio em relação aos muçulmanos é ensiná-los sobre quem somos e o que defendemos. Quando isso for feito, a atitude mudará de descrença para admiração, apreciação e aceitação calorosa. Quando me encontro com líderes muçulmanos, enfatizo o fato de que prefiro ser identificado como adventista em vez de cristão. Para os muçulmanos, o nome “cristão” leva em si associações negativas, associações que não caracterizam um adventista do sétimo dia. Por isso, prefiro evitá-las. E “adventista” sintetiza bem a identidade de quem somos, de nossa esperança no retorno de Jesus e a consciência do divino chamado para levar essa mensagem ao mundo. Papel da Profecia A terceira convicção resulta diretamente da segunda convicção: a profecia pode ser uma abordagem útil para despertar o interesse dos muçulmanos. Esse tem sido o caso com o xeique e seus colegas. Embora o primeiro contato com os muçulmanos tenha vindo por intermédio de um ato espontâneo de bondade de um membro leigo adventista, o interesse subsequente veio por um indivíduo com o qual foram compartilhadas as profecias bíblicas, primeiro no lar de um muçulmano ajudado por ele e, posteriormente, a convite do xeique, na mesquita. Na primeira noite na mesquita, um adventista abordou uma importante profecia para o mundo todo, incluindo o islâmico. Ele explicou por que nós, adventistas do sétimo dia, temos uma compreensão que o resto do mundo não tem. Enquanto falava das profecias da Bíblia, naquela primeira noite, os muçulmanos responderam sem reservas. Nas apresentações seguintes, ele seguiu o caminho convencional, começando com Daniel 2, e mais tarde, abordando o livro do Apocalipse. As profecias são importantes na conversa com os muçulmanos, pois dão credibilidade à Bíblia. Embora o Corão aponte para a Bíblia, o muçulmano tradicional defende que ele está corrompido e grande parte o ignora. Cuidado com o Preconceito Uma quarta convicção diz respeito a mudanças que precisam ocorrer entre os adventistas: embora o Senhor tenha confiado a nós uma mensagem e um estilo de vida que é bem atrativo aos muçulmanos, devemos nos submeter a uma reno- simplesmente o termo árabe para Deus, e era tanto usado por cristãos árabes, antes de Maomé, como o é hoje. Porque o Islamismo nasceu entre os árabes e o Corão foi escrito em árabe, inevitavelmente o nome “Alá” foi adotado para designar Deus. Por causa de suas altas taxas de natalidade, os muçulmanos, em breve, superarão os cristãos em número, se tornarão a religião majoritária em vários países da Europa. Um DVD, que tem circulado amplamente, assustou alguns adventistas que aceitaram suas ideias sem subsídio. De fato, o DVD mostra a invasão sem violência do Ocidente pelos muçulmanos, por meio de grandes famílias, dominando a cultura, em pouco tempo. Apesar da apresentação gráfica, o argumento é falho. São dados coletados ao acaso, com suposições não comprovadas e que ignoram as evidências contrárias à sua tese. Prontos para a Renovação A convicção final é, talvez, a mais surpreendente de todas: o fato de levarmos a sério nossa missão entre os muçulmanos tem o potencial de renovar e reformar a Igreja Adventista. Ainda estou impressionado com a paixão do xeique pela Segunda Vinda e pelo seu senso de iminência. Eu me pergunto: Será que Deus está enviando um chamado ao despertamento do Seu povo adventista? O evangelismo adventista entre os muçulmanos só acontecerá quando nos humilharmos, permitindo que o Senhor amoleça nosso coração e derrube nosso preconceito. O Senhor precisa colocar dentro de nós um profundo amor pelos muçulmanos e um desejo ardente de vê-los conosco na que ele ou ela é genuinamente honesto, respondem com bondade. vação significativa em nossas atitudes e em nossa vida espiritual, se quisermos que o Senhor nos use como é Seu propósito. Os muçulmanos sofrem preconceito generalizado no Ocidente. Inevitavelmente, os adventistas também são afetados pelos sentimentos expressos pela mídia de massa. Como resultado, pastores e membros, principalmente, não se preocupam em trabalhar com muçulmanos; além disso, as congregações adventistas não estão prontas para recebê-los em seu meio. De fato, alguns adventistas têm preparado livros e DVDs que pintam o Islã com traços fortemente negativos. Entre os estereótipos negativos e mitos sobre os muçulmanos a que nosso povo está sujeito, estão os seguintes: O islamismo é uma religião violenta e a maioria dos muçulmanos é, portanto, propensa à violência. O islamismo tem um componente de violência que também pode ser encontrado em outras religiões. Esse componente, entretanto, representa apenas uma pequena percentagem dos muçulmanos. O Instituto Gallup realizou uma pesquisa maciça entre os muçulmanos de todo o mundo e entrevistou cerca de trinta mil pessoas. Os resultados mostraram que noventa e três por cento dos muçulmanos rejeitam a violência. “Alá” é o nome de uma divindade pagã. Esse mito é rapidamente desmentido pelo simples estudo da etimologia. “Alá” é caminhada para o Céu. Ele precisa fazer com que nossas igrejas os aceitem calorosamente e de braços abertos. Só Ele pode fazer isso. Tais mudanças significam uma Igreja Adventista renovada e reformada. Minha experiência com os muçulmanos é pequena, mas já testemunhei o poder do amor. O encontro com o xeique, que progrediu num ritmo tão surpreendente, estava enraizado num gesto generoso de um adventista que refletia abertamente o amor e a boa vontade. Tenho observado que os muçulmanos analisam rapidamente uma pessoa, e se julgam que ele ou ela é genuinamente honesto, respondem com bondade. Recentemente conheci uma empresária adventista que sente a responsabilidade de trabalhar com muçulmanos. Isso nem sempre foi assim; de fato, ela cresceu não gostando desse povo, mas o Senhor mudou seu coração. Ela confidenciou que antes usava muitas joias, mas quando começou a se relacionar com os muçulmanos, por causa da ênfase que dão à modéstia, sentiu que deveria tirar suas jóias e, mais tarde, abrir mão delas. Essa, talvez, seja uma parábola do que pode acontecer em grande escala com os adventistas, ao evangelizar os muçulmanos. Fevereiro 2010 | Adventist World 13 A R T I G O D E C A PA Por Sandra Blackmer Conectando com Jesus Nasce entusiasmo renovado pelo Espírito de Profecia Vivemos no período mais solene da história deste mundo. O destino das imensas multidões da Terra está prestes a decidir-se. Nosso bem-estar futuro e a salvação de outras pessoas dependem do caminho que ora seguimos. Precisamos ser guiados pelo Espírito da verdade … Cumpre-nos buscar agora uma experiência profunda e viva nas coisas de Deus. Não temos um momento a perder. – Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 601. E ra sábado à tarde, na Flórida, em janeiro de 2003. Os líderes da Associação Geral (AG), incluindo os membros da comissão administrativa do Centro White, estavam reunidos por dois dias, buscando as bênçãos e a direção do Espírito Santo enquanto discutiam estratégias para o avanço da missão da Igreja Adventista. Três dos presentes, Ted Wilson, vice-presidente da AG, Mike Ryan, diretor da Missão Global Adventista (agora, vice-presidente da AG), e James Nix, diretor do Centro White, trocavam ideias sobre como responder à pergunta feita numa reunião anterior: “Como podemos disponibilizar os escritos de Ellen G. White para os novos membros da igreja, em todo o mundo, numa linguagem compreensível e a um preço acessível?” O resultado foi o lançamento do projeto Conectando com Jesus. “Com o grande aumento do número de membros em todo o mundo, é de extrema urgência disponibilizarmos esse material”, disse Nix à Adventist World. “Se os novos membros não forem orientados sobre a razão pela qual somos adventistas do sétimo dia e sobre o que nos motiva como F O T O S : F R A N K L I N F A R I A S igreja, se não compreenderem o tema do grande conflito, se não tiverem a visão da ênfase que Deus nos deu nos escritos de Ellen White, muitos não compreenderão totalmente o que é ser adventista do sétimo dia e poderão não estar preparados para permanecer fiéis a Deus no tempo do fim.” As projeções estatísticas indicam que, em 2020, apenas doze por cento dos membros da igreja mundial estarão na igreja por mais de vinte anos. Ela será uma “nova igreja”, diz Wilson. “O desafio imediato e urgente que a igreja enfrenta”, acrescenta, “é que muitos desses novos membros vivem em regiões do mundo onde os livros são muito caros (em relação à economia local), ou onde, geralmente, os livros de Ellen White ainda não foram traduzidos.” Uma recente viagem a Moscou evidenciou a situação para Ryan. Ao apresentar a mensagem de sábado para uma congregação de cerca de 6.500 adventistas, Ryan pediu a todos os que haviam sido batizados nos últimos dez anos que se levantassem. Ele disse: “Cerca de seis mil pessoas ficaram em pé.” uma relação entre uma vida espiritual robusta, com ênfase na missão, e membros que leem regularmente os escritos de Ellen G. White. Oficialmente adotado na Assembleia da Associação Geral de St. Louis, Missouri (EUA), o CCJ está desafiando os membros de todo o mundo a retomar a visão, tanto pessoal como corporativa, de sua missão profética. “A igreja necessita implementar, urgentemente, maneiras criativas de, mais uma vez, encorajar os membros a ler e estudar não apenas a Bíblia, mas também os escritos de Ellen White”, diz Wilson. “Devemos passar às gerações futuras de membros uma visão contínua de nossa missão singular: alertar as pessoas sobre o breve retorno de Jesus... Devem ter acesso aos livros de Ellen White numa linguagem compreensível e por um preço compatível com sua renda.” A história confirma, diz Wilson, que os escritos de Ellen White são “um dos grandes fatores unificadores” da Igreja Adventista, tanto do ponto de vista organizacional como teológico, estimulando o evangelismo. Detalhes do Projeto Os líderes da igreja, em todo o mundo, aparentemente concordam com a declaração de Wilson. Doze das treze divisões regionais estão participando do projeto, embora a ênfase e o entusiasmo variem. Uma região que abraçou o conceito imediatamente foi a América do Sul, imprimindo e distribuindo cerca de 300 mil conjuntos de dez livros, mais um livro adicional, O Colportor Evangelista, em espanhol e português. “Temos apenas mais dez mil conjuntos para vender”, diz Erton C. Köhler, presidente da Divisão SulAmericana (DSA). Conectando com Jesus (CCJ) é parte do planejamento quinquenal do evangelismo global da AG – “Conte ao Mundo”. O objetivo do projeto é imprimir e distribuir dois milhões de conjuntos de dez livros do Espírito de Profecia (veja quadro) nos principais idiomas do mundo, por preço acessível aos adventistas, particularmente para os novos membros, em todas as divisões. Guias de estudo e um plano de leitura da Bíblia estão incluídos em cada livro. Embora a igreja pretenda alcançar a meta de 50 milhões de membros em uma década, recentes pesquisas indicam declínio na leitura dos escritos de Ellen White. Contudo, essas pesquisas demonstram que a maioria dos membros da igreja crê que o Espírito de Profecia é “uma autoridade para a Igreja Adventista hoje” e que há As Divisões Concordam Sandra Blackmer é editora assistente da Adventist World Fevereiro 2010 | Adventist World 15 A R T I G O D E C A PA Como resultado do projeto, o pastor Erton vê crescimento da vida espiritual e maior ênfase na missão, porque os membros de sua região “estão lendo os livros. Eles os leem durante os cultos, reuniões de oração e nos estudos bíblicos. Familiares e amigos leem juntos”, diz ele. “Temos incentivado continuamente a leitura desses livros.” O coordenador do projeto na América do Sul, pastor Alberto R. Timm, concorda que o apoio tem sido relevante, gerando “um entusiasmo maior do que jamais poderíamos imaginar. Ele ajudou, inclusive, a aumentar a credibilidade administrativa”, acrescenta. “Muitos membros dizem que os administradores da igreja pedem ofertas, mas, desta vez, estão retribuindo, disponibilizando material para eles.” O preço normal de um conjunto de livros como esse, naquela região, gira em torno de US$150,00. Os membros podem adquirir o CCJ com capa dura, por cerca de US$10,00. O grande temor do pastor Timm era que os livros terminassem “sendo apenas mais um souvenir de um grande projeto da igreja”, mas a reação dos membros indica que eles realmente estão lendo. “Se eu pudesse mudar alguma coisa no projeto”, diz Timm, “substituiria o atual guia de estudos por uma “dinâmica apresentação em PowerPoint.” Ele acrescenta, entretanto, que já está vendo resultados muito animadores. Ryan nota que os líderes da igreja estão apoiando esse projeto porque creem que “Ellen White foi muito importante no estabelecimento da singularidade que distingue o Adventismo, explicando as Escrituras e dando à Igreja Adventista uma visão de futuro”. Ele diz que “essa singularidade desaparecerá se uma porcentagem alta de nossos membros não ler esses livros ou se esse material não for disponibilizado no idioma de cada um”. Mas uma grande preocupação é conseguir os recursos necessários para alcançar os objetivos do CCJ. Embora alguns patrocinadores tenham doado somas importantes, diz Nix, “o ideal seria se pudéssemos encontrar muitos outros doadores, tanto de grandes como de pequenas quantias, porque nossa tristeza é que as pessoas que mais precisam desses livros ainda não tiveram acesso a eles. Trata-se de áreas em que a igreja está crescendo extraordinariamente em número de membros e em grupos de diversidade linguística. Quem está Pagando a Conta? Os recursos da AG destinados a patrocinar a promoção do Espírito de Profecia subsidiam grande parte do custo do CCJ. Doadores, alguns com quantias substanciais, contribuem com o total. As divisões também pagam parte das despesas. Não está sendo solicitado que as Associações e Missões contribuam com dinheiro, mas são responsáveis por fazer o material chegar às igrejas e treinar os pastores e líderes locais a conduzir os estudos. Qual é o custo total do projeto? “Cerca de dez milhões de dólares”, diz o pastor Ted Wilson, acrescentando que “o custo compensa”. “As mensagens escritas por Ellen White não foram produzidas por alguém que queria apenas influenciar as pessoas”, diz Wilson. “São mensagens enviadas pelo Senhor para nos conduzir a Jesus e à salvação, para Sua Palavra – a Bíblia – e para esclarecer muitos dos princípios que encontramos nela. Esses princípios nunca ficam obsoletos.” O Que Está Acontecendo nas Outras Divisões? O presidente da Divisão Asiática do Pacífico Norte, D. Jairyong Lee, descreve os membros de sua região como “famintos de livros, especialmente os de Ellen White”. O pastor Lee está particularmente agradecido porque, agora, eles estão disponíveis no idioma chinês”. Livros Para Distribuição Os dez livros de Ellen G. White do projeto Conectando com Jesus são: 1. Atos dos Apóstolos 6. O Grande Conflito 2. Serviço Cristão 7. A Ciência do Bom Viver 3. Conselhos para a Igreja 8. Patriarcas e Profetas 4. Conselhos Sobre Mordomia 9. Profetas e Reis 5. O Desejado de Todas as Nações 10. Caminho a Cristo S A N D R A B L A C K M E R S A N D R A B L A C K M E R S A N J A O G J E N E R Quando adolescente li o livro Caminho a Cristo, que foi um marco na minha vida espiritual. Suas mensagens eram simples, mas repletas de força e beleza. Para mim, ele evidenciou a Cristo de uma maneira totalmente convincente. Por meio dos escritos de Ellen White gerações de adventistas do sétimo dia encontram um dom inestimável. Suas palavras nos encaminham ao Salvador. Elas concentram nossa atenção nos valores e crenças que identificam os Adventistas ao redor do mundo como uma família espiritual, unida pela fé e pela missão. A iniciativa Conectando com Jesus tem um potencial tremendo de abrir essa rica fonte espiritual a milhões de membros da igreja, especialmente aos novos conversos. Oro para que, como eu, eles sejam guiados, mais claramente, na direção do Senhor. — Jan Paulsen, Presidente da Associação Geral “Imprimimos cem mil conjuntos”, diz Lee, “cerca de 40 mil em chinês. Esperamos, em futuro próximo, imprimir muitos mais, porque hoje temos cerca de 400 mil membros de igreja na China.” O CCJ também foi aceito com entusiasmo no Japão, Taiwan, Coreia e Mongólia, “onde nosso povo, agora, está dando mais valor ao estudo e à leitura dos livros do Espírito de Profecia”, diz o pastor Lee. “Eles também usam esses livros no evangelismo, compartilhando com seus vizinhos”. O pastor Ted Wilson descreve a Divisão Asiática do Pacífico Norte como “a estrada que iniciou tudo isso. Eles simplesmente agarraram o projeto e puseram em prática”, diz ele. Os membros da Divisão Euro-Asiática (DEA)podem escolher adquirir os dez livros do Espírito de Profecia num só volume, ou em formato de DVD. “Nosso alvo é doar esses livros para cada família recém-batizada”, diz o pastor Artur A. Stele, presidente da DEA. “Esses livros são muito valorizados porque, no tempo da União Soviética, as pessoas não podiam adquiri-los. Eles eram reproduzi- dos em máquinas de escrever e, às vezes, nosso povo – especialmente os jovens – recebia apenas a décima cópia, que era quase ilegível. Muitos dos livros de Ellen White foram copiados a mão, palavra por palavra. Agora, eles têm todos. É uma alegria muito grande.” O presidente da Divisão Sul-Africana Oceano Índico, pastor Paul S. Ratsara, diz que sua região imprimiu cem mil conjuntos e está promovendo o projeto CCJ intensamente. “Este é um presente de Deus”, ele afirma. Ratsara avalia os escritos de Ellen White como muito relevantes hoje, porque “se alguém realmente lê os livros do Espírito de Profecia, não apenas ouvindo sobre eles, mas lendo e absorvendo seu conteúdo, percebe a mudança. Essa é a prova mais contundente da relevância do Espírito de Profecia: mudança de vida.” Abordagem Diferente Como coordenador do projeto CCJ na Divisão Norte-Americana (DNA), Alvin Kibble sabia que o mundo ocidental requeria uma abordagem diferente, o que era um desafio. “Na América do Norte, temos dezessete por cento da população de leitores dos livros do Espírito de Profecia, e a maioria desses leitores está acima de 65 anos”, explica Kibble, que é vicepresidente. “Isso é alarmante! E não é porque não temos acesso aos livros de Ellen White: simplesmente estamos escolhendo não ler.” Os líderes do projeto da DNA uniram-se à equipe do Centro White para fazer o que podiam para “garantir a formação espiritual da nova geração de adventistas” – os jovens e adultos jovens. “Cremos que há uma necessidade especial de ajudar os jovens a desenvolver uma apreciação pelo Espírito de Profecia, assim como de estudar as Escrituras”, diz Kebble, acrescentando que concluíram que precisam usar uma abordagem mais contemporânea. “Nessa geração de tecnologia digital e de comunicação extremamente rápida, muitas pessoas não querem receber informação por meios tradicionais”, ele acrescenta. “Assim, decidimos tentar alcançar a nova geração, entre Fevereiro 2010 | Adventist World 17 A R T I G O D E C A PA ALGUNS DOS LÍDERES DE DIVISÃO QUE APOIAM O CCJ: Acima: Paul Ratsara (SID) Da esquerda para a direita: Artur Stele (ESD), Alvin Kibble (NAD), Erton Köhler (SAD) Abaixo: Jairyong Lee (NSD) 15 e 30 anos, em um formato já aceito por eles.” O resultado foram versões em áudio, em versão contemporânea e narrada por leitores profissionais, disponíveis na Internet para ser baixado no computador. As primeiras obras nesse formato são os três livros do O Conflito dos Séculos, além de Educação, A Ciência do Bom Viver e Caminho a Cristo. “Os jovens podem ouvir os livros em seus computadores, transferi-los para aparelhos de MP3, ou mesmo transferi-los para seus celulares”, diz Kebble. “Podem “lê-los” no caminho para o trabalho, ou para a escola, ou onde estiverem.” Os livros impressos também estão disponíveis. O diretor-assistente do Centro White, Darryl Thompson, foi responsável pela preparação da edição dos livros. Descrevendo o projeto CCJ como “fenomenal”, ele diz: “Estou descobrindo que quando saio para conversar com os jovens, mui- 18 Adventist World | Fevereiro 2010 to poucos sabem alguma coisa sobre Ellen White. Menos de dez por cento já leram alguma coisa, mas estão famintos espiritualmente.” Na opinião de Thompson, os escritos de Ellen White são muito importantes para os jovens adultos, hoje. Embora tenham sido escritos há mais de cem anos, “ainda são contemporâneos”, diz ele. “Em alguns casos, são ainda mais importantes porque muitos dos assuntos abordados por ela estão se cumprindo hoje. Quando você lê os últimos capítulos de O Grande Conflito, tem a sensação de que está lendo as manchetes de um jornal de grande circulação.” E acrescenta: “Temos que nos lembrar da fonte dessas mensagens – eles vieram de Deus.” Para introduzir os novos livros no mercado, a DNA e o Centro White contrataram uma empresa australiana, que fez cinco mil faixas de cores brilhantes e distribuiu gratuitamente, no Campori Internacional de Desbravadores, realizado em Oshkosh, Wisconsin, Estados Unidos. “Eles saíram tão rápido que poderíamos ter distribuído dez vezes mais”, diz Kibble. “Sobre minha mesa tenho pedidos de mais faixas. Nossos jovens estão esperando os livros do Espírito de Profecia, e esse era nosso sonho!” Para acessar esses livros online, visite connectingwithjesusaudio.org. Por que Ler os Livros? “Nossa igreja se unirá de modo mais coeso se estivermos focados nos eventos que estão levando ao ápice, para a [culminação da] grande controvérsia”, diz G. Ralph Thompson, coordenador de todo o projeto CCJ. “Estamos nos preparando para enfrentar todos os desafios futuros. Temos que ter essas mensagens não apenas em nossa cabeça, mas no coração.” Ted Wilson acrescenta: “Parece haver três categorias de pessoas que não têm um bom conhecimento dos escritos de Ellen White: os que simplesmente não têm o material disponível, os que não se interessam em lê-lo e um grupo bem menor que, por qualquer razão, é ativamente contra o Espírito de Profecia. Para esses digo: ‘Leiam apenas e vejam se as mensagens não brilham através de sua beleza, e se o Espírito Santo não vai tocar seu coração.’ Os conselhos são tão práticos, tão equilibrados, uma apresentação equilibrada da verdade e instruções práticas. Elas vieram do Senhor.” Os líderes do projeto Conectando com Jesus planejam pedir aos delegados da próxima Assembleia da AG, em Atlanta, Georgia, EUA (23 de junho a 3 de julho de 2010) para que aprovem a continuidade do projeto pelos próximos cinco anos. Para saber mais, acesse www.connectingwithjesus.org. Perdido stıve... E S P Í R I T O Por Ellen G. White E D E P R O F E C I A ...mas salvo agora sou Nota do editor: A seleção que se segue foi retirada da autobiografia de Ellen G. White e descreve eventos que aconteceram no verão de 1841, quando uma adolescente lutava para se unir a Jesus e, finalmente, encontrou paz. N o verão seguinte (em 1841), meus pais foram às reuniões campais da igreja metodista, em Buxton, Maine, e me levaram com eles. Eu estava determinada a buscar honestamente o Senhor ali e, se possível, obter o perdão de meus pecados. Havia um grande anseio em meu coração pela esperança cristã e a paz que resulta da crença. Venha Para o Querido Salvador Fiquei mais encorajada ao ouvir um discurso sobre as palavras: “Irei ter com o rei … se perecer, pereci” (Et 4:16). Em suas considerações, o orador se referia àqueles que estavam oscilando entre a esperança e o medo, o desejo de serem salvos de seus pecados e receber o amor redentor de Cristo, mas ainda em dúvida, presos pela timidez e medo do fracasso. Ele aconselhou tais pessoas a se entregar a Deus e a confiar, sem demora, em Sua misericórdia. Certamente encontrariam um Salvador misericordioso pronto para apresentar-lhes o cetro de misericórdia, como Assuero ofereceu a Ester como sinal de seu favor. Tudo que é exigido do pecador, trêmulo na presença do Senhor, é estender a mão da fé e tocar o cetro de Sua graça. O toque lhe assegura perdão e paz. Os que estavam esperando para se tornar mais merecedores do favor divino antes de reclamar as promessas de Deus estavam cometendo grande erro. Só Jesus nos limpa dos pecados; somente Ele pode perdoar nossas transgressões. Ele Se comprometeu a ouvir o pedido e atender à oração de quem vai a Ele com fé. Muitos imaginam que precisam fazer algum sacrifício a fim de obter os favores de Deus. Toda auto-dependência é vã. Apenas conectado a Jesus, pela fé, o pecador se torna filho de Deus, crente e esperançoso. Essas palavras me confortaram e me deram a visão do que deveria fazer para ser salva. Comecei, então, a ver meu caminho mais claramente e a escuridão começou a diminuir. Eu buscava, com sinceridade, o perdão de meus pecados, e me esforçava para me entregar inteiramente ao Senhor. Constantemente, porém, passava por grande sofrimento, pois não havia experimentado o êxtase espiritual que, para mim, mostrava que havia sido aceita por Deus, e eu não ousava crer que havia me convertido sem esse sentimento. Como eu precisava de esclarecimento sobre a simplicidade da fé! Retirado o Fardo Enquanto prostrada diante do altar com outros que também buscavam ao Senhor, meu coração gritava: “Socorro, Jesus; salva-me ou perecerei! Não deixarei de suplicar até que minha oração seja ouvida e os meus pecados perdoados.” Compreendi minha condição de indefesa e necessitada, como nunca antes. Ainda estava ajoelhada orando quando, de repente, meu fardo foi tirado de mim e meu coração ficou leve. A princípio, um sentimento alarmante tomou conta de meu ser, e tentei retomar meu fardo de aflição. Pareceu-me que eu não tinha o direito de me sentir alegre e feliz. Jesus, porém, parecia muito perto de mim; sentia que podia ir a Ele com todas as minhas tristezas, desgraças e provações, assim como os necessitados iam a Ele para ser aliviados, quando esteve na Terra. Havia uma certeza em meu coração de que Ele compreendia meu sofrimento e simpatizava comigo. Nunca vou me esquecer da preciosa certeza da ternura e compaixão de Jesus para alguém tão indigno de Sua atenção. Aprendi mais do caráter divino de Cristo, como nunca antes, naquele curto período, ao me inclinar em oração.… Vez após vez eu disse a mim mesma: “A religião deve ser assim? Será que não estou enganada?” Parecia muito para mim, um privilégio extraordinário. Embora muito tímida para confessar tudo isso abertamente, senti que o Salvador havia me abençoado e perdoado meus pecados. Este artigo foi extraído da autobiografia Life Sketches of Ellen G. White (p. 22-24). Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público. Fevereiro 2010 | Adventist World 19 D E V O C I O N A L U ltimamente, presenciamos o ressurgimento de ataques a Deus e à religião, por pessoas como Richard Dawkins (The God Delusion) [Deus, um Delírio], Daniel Dennett (Breaking the Spell [Quebrando o Encanto], Sam Harris (The End of Faith) [O Fim da Fé]) e Christopher Hitchens (God Is Not Great) [Deus não é Grande]. Como cristãos adventistas do sétimo dia, devemos admitir, inicialmente, que não podemos colocar Deus em um tubo de ensaio e provar Sua existência por métodos científicos. Deus está além de provas. Nossa habilidade para compreendê-Lo depende da extensão de Sua auto-revelação. G. T E N S C H O U D E J E L Diz ter criado as criaturas viventes do mar, os pássaros do céu e todos os animais da terra (Gn 1:20-22) e, finalmente, de ter criado o ser humano (Gn 1:27; Sl 139:14). Pela fé, aceitamos a origem divina da vida, baseada no testemunho bíblico de Deus como Criador e Mantenedor do Universo (Hb 11:1). Entretanto, muitos hoje escolhem acreditar em outra coisa. No dia 10 de setembro de 2008, milhares de cientistas de oitenta países se reuniram na sede da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (OEPN), na Suíça, para ligar o acelerador de partículas mais poderoso do mundo, conhecido como o Large Hadron Collider (LHC). O experimento destinava-se a Por que Crerem deus Cada pessoa deve avaliar as evidências Por Limoni Manu Entre outras maneiras, Deus Se revela a nós por meio (1) da Criação (Gn 1:1), (2) do mundo natural (Sl 19:1) (3) em nosso senso de moralidade e a busca inata pelo que é divino e (4) por meio de Jesus Cristo, o ápice da auto-revelação de Deus (Jo 1:14; Hb 1:1-3). Deus não faz apologia de quem Ele é. Enquanto Ele nos dá liberdade para duvidar de Sua existência, também nos dá evidências suficientes para crer, deixando-nos sem desculpas (Rm 1:19, 20). Deixe-me citar algumas razões por que creio em Deus: 1. Início de todas as coisas Pense um momento no início da vida. Deus assume a responsabilidade de criar os céus e a Terra (Gn 1:1-3; Is 45:12, 18). Assume a responsabilidade de ter colocado no lugar os fundamentos da Terra e delimitado suas dimensões (Jo 38:3-5). 20 Adventist World | Fevereiro 2010 provar a teoria do big bang da criação e indiretamente refutar o ensinamento bíblico de origem divina. Mas o resultado não foi o esperado pelos cientistas; ao contrário, como alguns temiam, não houve explosão nem buraco negro engolindo partes da região, nem foi o fim do mundo. Para mim, o relato bíblico da criação continua irrefutável. 2. Evidências do mundo natural A Terra tem mais de onze milhões de espécies de animais, incluindo a vida humana; trezentas mil espécies de plantas com flores; vinte mil espécies de pássaros e cinco mil répteis. O Planeta é um exemplo fascinante de extrema complexidade: ele tinha que ser do tamanho exato e com angulação e velocidade precisas para garantir que as estações e a proporção entre água e terra estejam em equilíbrio. Se houver uma * interferência, por menor que seja, nessa complexa função cósmica das coisas, isso significará vida ou morte para todos os organismos vivos. Quais são as chances para que toda essa complexidade tenha acontecido por acaso? Remotas! Tem que haver uma inteligência superior por trás de tudo isso. Para mim, essa inteligência é DEUS. O testemunho do mundo natural, mesmo sem palavras, é eloquente (veja Sl 19:1). Embora envolvido e corrompido pelo pecado (At 17:27), ainda podemos ver no mundo natural uma exposição de Deus (Rm 1:19, 20). 3. Moralidade e anseio inato por Deus As pessoas de todos os tempos e em todos os lugares da Terra têm algum senso de moralidade, mesmo nos lugares mais isolados e culturalmente distintos. A lei de Deus está incrustada em nossa consciência (Rm 2:11-16). Todas sabem, “instintivamente”, que é errado assassinar outro ser humano. De onde veio esse senso moral? Creio que veio de Deus. Ele é a base de toda moralidade. Como a moralidade, a crença na existência de um mundo espiritual e de um ser (ou seres) supremo também é um fenômeno universal. As pessoas, em todos os lugares, demonstram alguma forma de devoção ou culto. Alguns adoram o “Deus Desconhecido”, como Paulo falou ao povo de Atenas (At 17:22-23). Esse instinto inato, eu creio, é a direta consequência de Deus ter posto “no coração do homem o anseio pela eternidade” (Ec 3:11, NVI). Somos incuravelmente religiosos (cf At 17:26, 27). É atribuído ao famoso matemático, filósofo e médico francês Blaise Pascal a seguinte declaração sobre o assunto: “Há um vácuo no formato de Deus no coração de cada homem que não pode ser preenchido por nada criado, mas somente por Deus, o Criador, que Se fez conhecido por meio de Jesus” (Pensées). 4. O testemunho de Jesus Mesmo que o mundo natural e a vida humana nos apontem para a direção de Deus, são insuficientes para ajudar a conhecê-Lo plenamente. O auge da revelação de Deus chega até nós por meio de Jesus Cristo (Hb 1:1-3). Mais de trezentas referências, apenas no Antigo Testamento, dão a Cristo as credenciais de Messias. Jesus é a semente da mulher (Gn 3:15), nascido de uma virgem (Is 7:14), na cidade de Belém (Mq 5:2; Mt 2:1; Jo 7:42). Ele seria chamado de Senhor (Sl 110:1; Lc 2:11); Filho de Deus (Sl 2:7; 1Co 17:11-14; Mt 3:17; 16:16; Mc 9:7) e Emanuel, “Deus conosco” (Is 7:14; Mt 1:23). A traição, por um amigo (Sl 41:9; cf. Mt 10:4), por trinta moedas de prata (Zc 11:12; cf. Mt 26:15), foi predita. Ele seria abandonado pelos Seus discípulos (Zc 13:7; Mc 14:50) e crucificado entre ladrões (Is 53:12; Mt 27:38). No terceiro dia, ressuscitaria dos mortos (Mt 16:21; 17:9, 22, 23; 20:18, 19). As pessoas de todos os tempos e em todos os lugares da Terra têm algum senso de moralidade. A lei de Deus está incrustada em nossa consciência. Sua vida, morte e ressurreição são fatos aceitos pela História. O que, porém, faz de Jesus Cristo único e distinto de todos os líderes de outras religiões, incluindo Buda, Maomé e Confúcio, é Sua pretensão de ser Deus (Jo 5:17, 18; 8:58; 10:30-33). O que cremos em relação a Jesus significa vida ou morte para nós (Jo 3:36). Temos Alguma Opção? Há três opções diante de nós: Jesus foi um mentiroso, um lunático, ou Ele era Deus. Se Jesus deliberadamente mentiu sobre Sua divindade, então, não era apenas hipócrita, Ele era mau. Se Jesus acreditava sinceramente ser Ele Deus, quando não era, então, era um lunático. Mas se Sua afirmação for verdade, de que era o Filho de Deus de fato, rejeitá-Lo é nossa conta e risco. No fim, tudo se resume à fé, que não é estranha a nenhum de nós. Toda vez que viajamos de avião, por exemplo, exercemos certa medida de fé; fé nas pessoas e máquinas com as quais não estamos familiarizados. Nossa jornada celestial é mais segura que qualquer companhia aérea possa ser. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6). Para mim, as evidências providenciais de Deus e Jesus são suficientes para justificar um total comprometimento de minha parte. Crer em Deus e que Jesus Cristo foi enviado por Ele é vida, vida eterna! *Uma versão desse artigo foi publicada no South Pacific Division Record, em 4 de julho de 2009. 1 As ideias, a seguir, foram tiradas de Josh McDowell, Evidence That Demands a Verdict: Historical Evidence for the Christian Faith, v. 1 (San Bernardino, Calif.: Here’s Life Publishers, Inc., 1986), p. 103-107. 2 João 17:3. Limoni Manu escreve de Wanganui, Nova Zelândia. Fevereiro 2010 | Adventist World 21 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S NÚMERO 2 1 1 1 Um + + = A pedra fundamental da teologia bíblica Por Norman R. Gulley “Não creio na Trindade!” Essa foi a conclusão de alguns pioneiros adventistas. De fato, os questionamentos sobre a Trindade continuaram por 87 anos. A mesma coisa está acontecendo hoje. A história está se repetindo? “Deus é uma Trindade?” “Isso é realmente importante?” “As Escrituras não dizem: ‘Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor’”?* (Dt 6:4, cf. 4-9; 11:13-21; Nm 15:37-41). O que perderíamos se Deus fosse apenas uma Pessoa? Primeiro, Cristo não poderia ser nosso Salvador. Foi necessário que o Espírito Santo O levasse até Maria. Foi necessário que o Pai respondesse às orações de Cristo e Lhe desse a ajuda de que necessitava. Norman R. Gulley é professor e pesquisador em Teologia Sistemática na Universidade Adventista do Sul, Collegedale, Tennessee, EUA. Atualmente trabalha no quarto e último volume de teologia sistemática de sua autoria, publicado pela Andrews University Press. 22 Adventist World | Fevereiro 2010 Assim, podemos ver quão importante a Trindade é para nós. Nossa vida eterna depende dessa verdade. O Senhor Nosso Deus é Um Por que, então, Deus disse: “O Senhor nosso Deus é um?” No antigo Oriente Próximo, havia numerosas divindades que cercavam e ameaçavam Israel. Deus sabia que Seu povo seria atraído para esses deuses e O abandonaria. Nesse contexto, Ele disse: “O Senhor é Deus” (“Não há nenhum outro” – Dt 4:39). É por isso que o prefácio dos Dez Mandamentos declara: “Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão... Não terás outros deuses além de Mim” (Êx 20:2, 3). Só o verdadeiro Deus poderia salvar por meio do poderoso resgate no Mar Vermelho! As palavras “nenhum outro” referem-se à singularidade de Deus, não à unicidade. A palavra “um” é usada para traduzir duas palavras do hebraico: yahîd (único, filho único, Gn 22:2) e ’ehad (os que são unidos pelo casamento “se tornarão uma só carne”, Gn 2:24). “O Senhor nosso Deus é um” traduz ’ehad significando que Deus não é solitário, embora seja único (sem igual). Isso sugere que Deus está unido ou é mais de uma Pessoa. As Escrituras declaram que Deus é amor (1Jo 4:8-16). Antes do início de qualquer criação, havia uma eternidade onde Deus já existia como amor. Deus não poderia ser amor se fosse solitário, pois a quem amaria? É necessário mais de um para amar. Assim, a natureza de Deus requer que Ele seja mais de uma Pessoa. Alusões à Trindade no Antigo Testamento As Escrituras indicam frequentemente que Deus é mais que um. A pluralidade é indicada nos seguintes textos: “Então disse Deus: Façamos (plural) o homem à nossa imagem, conforme a Nossa semelhança” (Gn 1:26). Após a entrada do pecado no mundo, “disse o Senhor Deus (singular): ‘Agora o homem se tornou como um de nós (plural), conhecendo o bem e o mal’” (Gn 3:22). Em resposta aos construtores da Torre de Babel, Deus (singular) disse: “Venham, desçamos e confundamos (plural) a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros”(Gn 11:7). Isaías disse: As Escrituras Interpretam as Escrituras É evidente que o Novo Testamento ensina sobre a Trindade. Há, entretanto, muito mais do que as pessoas pensam sobre a Trindade no Antigo Testamento. Quando as Escrituras interpretam as Escrituras, descobrimos que o Antigo Testamento contribui para o nosso assunto. Em Lucas 4:18, 19, Cristo lê Isaías 61:1 e 2, e assim fazendo, reconhece que os versos falam sobre Sua missão. Em outras palavras, Cristo faz Seu comentário sobre esses versos de Isaías, afirmando que eles falam sobre a Trindade: “O Espírito (Espírito Santo) do Soberano, o Senhor (o Pai), está sobre Mim [Cristo]” (Is 61:1). Há vários textos em Isaías onde a Trindade é explícita. A seguir, mais três exemplos: Primeiro: em Isaías 42:1, lemos : “Eis o Meu servo, a quem sustento, o Meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nEle o Meu Espírito, e Ele trará justiça às nações.” Deus o Pai está falando sobre Seu Filho, a quem dará Seu Espírito Santo. O Novo Testamento concorda que essa passagem de Isaías foi cumprida no ministério de cura de Jesus (Mt 12:1521), que foi enviado pelo Pai (Jo 3:16, 17) e capacitado pelo Espírito Santo” (Mt 3:16, 17; Lc 4:18). Segundo: Isaías 48:16 declara: “Aproximem-se de mim e escutem isto ... E agora o Soberano, o Senhor [o Pai], Me enviou [o Filho], Alguns dizem que a Trindade só é explícita no Novo Testamento, não no Antigo Testamento. Um bom exemplo é o Pai falando com Cristo no Seu batismo e o Espírito Santo descendo sobre Ele como uma pomba (Mt 3:16, 17). Outro exemplo é a comissão do evangelho, enviando Seus filhos para que batizassem em nome dos três (Mt 28:19). Um terceiro exemplo é o final da segunda epístola de Paulo aos Coríntios: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”(2Co 13:14). Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua autorrevelação. Para sempre é digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação. (Dt 6:4; Mt 28:19; 2Co 13:14; Ef 4:4-6; 1Pe 1:2; 1Tm 1:17; Ap 14:7.) “Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós (plural)?’”(Is 6:8) Ao Se concentrar em um Deus para manter o Seu povo longe dos muitos deuses, Ele lhes permitiu vislumbrar que um Deus é mais que uma Pessoa. Essa, realmente, é uma dimensão diferente. Se Deus fosse apenas uma pessoa, quem teria governado o Universo quando Cristo estava na Terra, e onde estaria Deus quando Cristo estava no túmulo? As Escrituras designam a Divindade como Deus o Pai, Filho e Espírito Santo. Deixe-me dar uma lista de exemplos poderosos: “No princípio, Deus criou os céus e a Terra” (Gn1:1) e criou o Universo por meio de Seu Filho (Hb 1:1, 2). Após a morte de Cristo, “Ele Se assentou à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1:3). O Pai disse a Ele: “O Teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre”(verso 8). O Pai chamou Cristo de Deus (cf Jo 1:1-3, 14) Paulo advertiu os efésios: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus” nem por atos ou palavras (Ef 4:30). Pedro disse a Ananias: Você chegou ao ponto de “mentir ao Espírito Santo” (At 5:3), e fazendo isso “você não mentiu aos homens, mas sim a Deus” (verso 4). com Seu Espírito [o Espírito Santo]. Terceiro: Isaías 63:7-16 faz referência ao “anjo da Sua presença” que “os salvou” (verso 9, Cristo), o Espírito Santo (verso 10) e o Pai (verso 16). Se eu fosse abandonado em uma ilha e só pudesse levar um livro de cada um do Antigo e Novo Testamentos, escolheria Isaías e João. Encontramos a Trindade em ambos. O Antigo Testamento fala sobre o amor de Deus tanto quanto o Novo Testamento. Isaías 53 é um dos melhores capítulos da Bíblia sobre o amor do Salvador por nós. Isaías apresenta a Trindade com mais clareza do que qualquer outro escritor do Antigo Testamento. O Antigo Testamento nos dá evidências de que Deus não muda (Ml 3:6), um conceito que encontra eco no Novo Testamento: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hb 13:8). O Pai, o Filho e Espírito Santo amam um ao outro e, assim fazendo, cada um ama a Deus e ao próximo (cf Mt 22:37-40). Esse amor é eterno e recíproco em sua história e transborda para entrar em vidas humanas para que possamos refletir esse amor, em certa medida, por Deus e pelos outros. Um Deus solitário não poderia ser um Deus de amor. Que Trindade impressionante! *Todas as citações das Escrituras foram tiradas da Nova Versão Internacional. Trindade Fevereiro 2010 | Adventist World 23 S E R V I Ç O Suprindo uma Por Andrew King Necessidade Os membros de todo o mundo podem fazer muita diferença Acima: EDUCAÇÃO: A Universidade Adventista da África Central terá, em breve, um prédio multifuncional onde serão realizadas as assembleias escolares e os cultos aos sábados para um grupo de mais de 2.200 alunos. Direita: SAÚDE: Esse pequeno centro de saúde urbano será brevemente substituído por um hospital completo, com maternidade e serviços odontológicos, em Bujumbura, capital do Burundi. A Divisão Africana Centro-Oriental da Igreja Adventista do Sétimo Dia é composta por nove países: Burundi, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Somália, Tanzânia e Uganda. A essa divisão, que cresce rapidamente, pertencem cerca de dois e meio milhões de adventistas do sétimo dia. Em cada décimo terceiro sábado, uma oferta especial é recebida nas igrejas ao redor do mundo. Neste trimestre, essa oferta ajudará a financiar três projetos especiais em Ruanda e Burundi. Ministério Médico Em Bujumbura, capital de Burundi, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém um pequeno centro de saúde urbano. Sete outros centros de saúde estão espalhados por todo o país. Em Bujumbura, as necessidades são muito grandes e o centro se esforça para acompanhar a alta demanda por seus serviços. Além de servir a população em geral, o centro de saúde também trabalha com empresas da redondeza. “Atualmente, temos uma parceria com nove empresas privadas que solicitaram nossos serviços para seus funcionários”, diz Evariste Sindayigaya, diretor de Saúde e Temperança da Associação de Burundi. 24 Adventist World | Fevereiro 2010 A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma rica história na obra médica. Por muito tempo, médicos missionários suprem as necessidades do povo na área da saúde, assim como Jesus fazia. Na maioria das vezes, é assim que as pessoas têm o primeiro contato com um adventista do sétimo dia. Num dia normal, mais de quarenta pessoas visitam a clínica para variados tipos de atendimentos. A pequena equipe é forçada a encaminhar muitos dos pacientes a outros centros de atendimento da cidade. A perda de receita causada pelo encaminhamento de pacientes pode causar um sério impacto sobre os outros oito centros médicos no Burundi, porque a renda gerada nessa clínica ajuda a financiar as outras, localizadas em zonas rurais. Para atender à necessidade de melhores instalações, a igreja planeja substituir o centro de saúde por um hospital com equipe completa e com maternidade e serviço odontológico completos. No passado, os pacientes que necessitavam de assistência dentária tinham que viajar grandes distâncias, indo a países vizinhos para tratamento. O novo hospital vai prestar atendimento médico completo de qualidade para o povo de Bujumbura. Também financiará o crescimento contínuo dos centros menores, centros de saúde rurais e centros de atendimento por todo o Burundi. Ministério Educacional Bem ao norte de Burundi está Ruanda, país conhecido como a terra das mil colinas. A Universidade Adventista da África Central foi inicialmente localizada em um cenário idílico entre colinas verdejantes e longe da agitação da cidade. Entretanto, durante o violento genocídio, no início dos anos 1990, grande parte da universidade foi destruída e muitas pessoas que se refugiaram nos edifícios universitários perderam a vida. Após a paz ter sido restabelecida, foi dado à universidade apoio financeiro como parte do esforço para reconstruir o país e restaurar o que foi perdido. Embora o local em que a universidade foi originalmente construída fosse maravilhoso, as memórias do genocídio fizeram com que a reconstrução fosse muito difícil. Os líderes da Universidade decidiram reconstruí-la no topo de uma colina, na capital, Kigali. Em 2006, após muito trabalho, começaram as aulas no prédio acadêmico central, recém-terminado. Esse novo prédio cobre mais de quarto mil metros quadrados e oferece educação superior cristocêntrica e de qualidade para mais de 2.200 alunos. A universidade está ganhando reputação, rapidamente, pela excelência. “Neste semestre, o ministro da defesa decidiu enviar cerca de cem oficiais militares para estudar em nossa instituição”, diz Jozsef Szilvasi. “O ministro do trabalho usa nossa instituição para o treinamento de quem perde o emprego; eles financiam esses alunos. O ministro da educação concedeu cerca de vinte bolsas de estudos para alunos de nossa instituição. Não somos marginalizados por ser uma instituição adventista do sétimo dia no país. Realmente contribuímos com a sociedade e isso é apreciado.” Além dos cursos que se concentram nos ensinamentos de Jesus, história bíblica e crenças adventistas, a universidade realiza duas semanas de oração a cada ano. Quase metade dos alunos que frequentam a universidade não é adventista do sétimo dia. Assim, a universidade provê uma oportunidade perfeita para compartilhar a fé adventista. A universidade necessita de um local onde os alunos possam se reunir para assembleias, programas especiais, como semanas de oração e, mais importante, para os cultos da igreja. As obras de um prédio multifuncional para atender a essa necessidade já começaram. “O prédio terá assento para, pelo menos, 2.500 alunos,” diz o arquiteto Dominic Padarigan, “(incluindo) uma galeria com mais trezentos assentos.” O prédio, construído com parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre, será um local mais do que necessário para os alunos se reunirem para o culto. Aparência Padrão A guerra civil e o genocídio devastaram Ruanda de muitas formas. Um dos maiores desafios que o país enfrenta agora é a reconstrução do sistema educacional do ensino fundamental e médio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia dirige várias escolas de ensino fundamental em todo o país. Essas escolas oferecem cursos de alfabetização para a vasta população jovem. Quarenta por cento do povo de Ruanda tem menos de 14 anos de idade. Isso provoca uma incrível pressão sobre os professores que assumiram o desafio de educar a nova geração. Os professores adventistas em toda a Divisão África CentroOriental nem sempre estão equipados para lecionar todas as matérias. Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a financiar educação contínua para nossos professores, para ajudá-los a adquirir o conhecimento que necessitam para oferecer uma educação cristocêntrica a seus alunos. “Não podemos ajudar essas crianças se os professores não forem treinados”, diz Joyce Musabe, diretora de Educação e do Ministério Infantil da União Missão de Ruanda. “Temos professores em nossas escolas, inclusive professores da Escola Sabatina, mas precisam de treinamento.” Após o genocídio de 1994, muitas crianças ficaram órfãs. Tradicionalmente, o governo de Ruanda obriga que todos os alunos usem uniforme para frequentar a escola. Como os órfãos não podem comprar uniforme, é permitido que ignorem a lei e frequentem as aulas sem ele. Mesmo assim, os professores adventistas observaram como o fato de não ter um uniforme afeta esses alunos. “Quando estão iguais aos colegas de classe, há um tipo de motivação, um sentimento de que não estão sozinhos, o sentimento de que estão integrados com outros alunos da sala de aula”, afirma Musabe. “Assim, quando estão diferentes dos outros, certamente pensam: ‘Por que estamos aqui? Quem somos? Por que somos diferentes dos outros?” Para ajudar os alunos a sentir que não estão sozinhos, parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará na compra de uniformes para os órfãos que frequentam as escolas adventistas de Ruanda. Muito obrigado por seu constante apoio por meio de ofertas missionárias e a do décimo terceiro sábado. Graças a membros de igreja como você em todo o mundo, esses projetos especiais ajudam a tocar vidas com o amor de Jesus. Para mais informação sobre a Missão Adventista, visite: www.AdventistMission.org. Andrew King é escritor e editor da Missão Adventista. O terceiro projeto deste trimestre está centralizado em Ruanda, mas ajudará toda a Divisão Africana Centro-Oriental. Fevereiro 2010 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S P E R G U N TA : O que significa Deus sondar “mentes e corações” (Ap 2:23)? “meus rins estavam perfurados”, significando que ele estava com distúrbio emocional e em profunda angústia. A imagem é de uma pessoa que foi traspassada por uma flecha nos rins e está com muita dor, temendo a morte, agonizando Bíblia associa certas experiências emocionais e psicológicas com órgãos do corpo. Isso não difere emocinalmente. De fato, Jó descreve sua angústia emocional totalmente do modo de expressarmos a linguagem usando a imagem de arqueiros que lhe atiravam flechas, perfurando seus rins (Jó 16:12, 13; cf Lm 3:13). Seu íntimo emocional. O coração é o centro das emoções. Dizemos ao estava emocionalmente arruinado. nosso cônjuge: “Eu te amo de todo coração.” Obviamente, a referência não é ao órgão dentro de nosso peito. Estamos di3. Centro do Caráter: Segundo Jeremias, o povo de Israel zendo que nosso amor vem do mais profundo de nosso ser, e, falava constantemente sobre Deus com seus lábios, mas Ele no entanto, é genuíno. Na Bíblia, essa prática é mais comum. estava “longe do coração [rins]” (12:2), como dizendo que a O termo “mente”, na Bíblia mensagem de Deus não haem português, é a tradução da via transformado o interior palavra grega cujo significado daquelas pessoas. Aqui os literal é “rins”. Vou me ater rins estão associados com o apenas ao uso desse termo. caráter. Em casos como esse, eles se tornam sinônimos do 1. Um Órgão do Corpo: Os israelitas sabiam da existermo bíblico “coração”, que tência dos órgãos do corpo representa, entre outras coiconhecidos como rins. Os sas, o racional, as qualidades rins dos animais sacrificados morais de uma pessoa. Referem-se, simbolicamente, à eram queimados sobre o altar auto-consciência humana ou de sacrifícios, provavelmente porque eram cobertos de o íntimo profundo. Poderia, Por então, designar a consciência. gordura (Êx 29:13; Lv 3:4), e Angel Manuel O salmista poderia ter isso os israelitas eram proibidos Rodríguez em mente quando escreveu: de consumir a gordura dos “na escura noite o meu coraanimais. O pensador judeu ção me ensina!” (16:7). Philo de Alexandria (20 a.C – 45 d.C) parece sugerir que os rins eram oferecidos a Deus 4. Objeto da Análise Divina: Uma vez que os rins estão porque eles purificavam o sangue (Leis Especiais 1:216). Nos associados com o desenvolvimento do caráter, é fácil concluir rituais de adivinhação da Babilônia, os rins de alguns animais que Deus o examina. A frase citada – Deus sonda “mentes eram usados para predizer o futuro. De modo que, para os (rins) e corações” – é usada várias vezes no Antigo Testaisraelitas, queimá-los no altar era a rejeição de tal prática mento. Assume-se que Deus vê o íntimo do ser humano e pagã. Como muitas outras partes do corpo, os rins eram usapode fazer justas decisões baseadas na sabedoria (Jr 11:20; dos para designar a pessoa como um todo (a parte do corpo 17:10). O salmista não tem nada a esconder; por isso, ele diz representava a totalidade do corpo de uma pessoa). O salmisao Senhor: “Sonda-me, Senhor, e prova-me, examina o meu ta escreve: “Tu criaste o íntimo do meu ser [kelayôth, ‘rins’]” coração e a minha mente [leb, ‘coração’] (26:2). Ao examinar (139:13, NVI), significando “meu corpo”. Uma vez que os rins os rins, Deus pode identificar o pecador e levá-lo a deixar a eram localizados na parte mais interna do corpo humano, era violência (Sl 7:9). A combinação dos rins (mente) e coração fácil usá-los metaforicamente para designar o aspecto íntimo indica que Deus examina a totalidade de uma pessoa. da personalidade humana. O uso dos órgãos do corpo humano em relação às emoções humanas revela que os escritores bíblicos tinham 2. Centro das Emoções: Os israelitas compreendiam que uma compreensão de totalidade da natureza humana. O as emoções não podiam ser separadas do corpo físico. O pai diz ao filho: “Exultará o meu íntimo [rins], quando os teus corpo físico não era separado do lado espiritual e emocional das pessoas. lábios falarem coisas retas” (Pv 23:16). Nesse caso, não foi feita a tradução literal para mostrar que o termo “rins”está *Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional. sendo usado metaforicamente, indicando que essa alegria é profunda e toma conta de todo o indivíduo. Emoções negativas também eram associadas com os rins. Quando o salmista escreveu “Quando o meu coração estava Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral. amargurado” (Sl 73:21), ele estava dizendo literalmente: A do Corpo Órgãos ea R edol i g i ã o Coração 26 Adventist World | Fevereiro 2010 Deus E S T U D O B Í B L I C O Criador o Por Mark A. Finley Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, revela verdades eternas para gerações sucessivas. Foi escrito por Moisés durante sua peregrinação no deserto, cerca de mil e quinhentos anos antes de Cristo. Os assuntos abordados por ele ainda tocam nosso coração, no século XXI. Nas próximas doze lições, estudaremos os princípios transformadores do Gênesis. Embora iniciemos cada estudo com o primeiro livro da Bíblia, faremos uma jornada por toda ela, seguindo o caminho das Escrituras iniciado em Gênesis. Em cada lição não apenas descobriremos a verdade, mas compreenderemos como essa verdade, em particular, diz respeito à nossa vida pessoal. O propósito do estudo da Bíblia não é meramente preencher nossa mente com fatos; é mudar nosso coração. Vamos começar essa jornada juntos. 1. Qual é o primeiro ato de Deus, registrado na Bíblia? “No princípio, criou Deus os céus e a Terra” (Gn 1:1). Ele os céus e a Terra. A criação é uma verdade de vital importância na Bíblia. O primeiro verso do primeiro livro da Bíblia declara que Deus é o Criador. Se Deus não criou o mundo, como esse verso diz que Ele criou, toda a Bíblia se torna questionável. Leia todo o primeiro capítulo de Gênesis e conte o número de vezes em que as expressões “Deus disse”, “Deus fez”, “Deus criou” são usadas. Escreva sua resposta. 2. Após criar o mundo e tudo o que nele há, como Deus completou Sua obra criativa? “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). A coroação do ato criativo de Deus foi a criação do e da . A criação fala de nosso valor aos olhos de Deus. Uma vez que Ele nos criou, temos valor. Segundo o Salmo 33:15, Deus nos formou individualmente. Seja qual for a circunstância de nossa vida, somos especiais para Deus. Aquele que nos criou nunca irá nos esquecer. 3. Como Deus criou a Terra? “Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles.… Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:6, 9). “Pela “Ele do Senhor os céus foram criados.” , e tudo passou a .” A palavra de Deus é poderosa, tão poderosa que, quando Ele fala, mundos vêm à existência. Se Sua palavra falada é tão poderosa, pense no poder de transformar vidas que há em Sua Palavra, quando estudamos seus ensinamentos. Fevereiro 2010 | Adventist World 27 4. A partir de que Deus criou o mundo? “Pela fé, entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 11:3). Deus fez as coisas das que eram . 5. O que a Criação nos revela sobre o caráter e a natureza de Deus? Leia a passagem da Bíblia abaixo e liste todas as coisas que são ditas sobre Deus. “Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais Ele chama pelo nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar.. . . . Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem Se cansa, nem Se fatiga? Não se pode esquadrinhar o Seu entendimento” (Is 40:26, 28). O Deus criador nos chama pelo , pela grandeza do Seu e da Sua . Não se pode esquadrinhar Seu . Nosso Deus é grandioso, todo-poderoso, cheio de conhecimento e sabedoria. Ele cuida de nós individualmente. Sabe nosso nome e nos ama como indivíduos. 6. Qual é a base para o verdadeiro culto? “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11). Deus é digno de nosso culto porque Ele todas as coisas. Se nós simplesmente evoluímos, por que adorar a Deus em tudo? Se somos produto do acaso, realmente não há razão para adorarmos a Deus. Mas se Ele nos criou, é digno de nossos maiores louvores e profunda adoração. 7. Por que nossa compreensão sobre o Criador nos dá esperança em relação ao futuro? “Pois vejam! Criarei novos céus e nova terra, e as coisas passadas não serão lembradas. Jamais virão à mente! Alegrem-se, porém, e regozijem-se para sempre no que vou criar” (Is 65:17,18, NVI). Uma vez que, no princípio, Deus criou este mundo, podemos nos alegrar porque um dia Ele irá novos e nova . A verdade bíblica sobre a criação é repleta de esperança. Deus nos criou. Ele se importa conosco. Um dia Ele criará novos céus e nova terra onde reinará a justiça para sempre. A Terra será restaurada a seu esplendor original e viveremos com Ele para sempre. Isso é algo que deve nos alegrar hoje. No próximo mês, estudaremos “A Criação e as Verdades do Tempo do Fim”. 28 Adventist World | Fevereiro 2010 Intercâmbio Mundial C A R TA S Mudando Meu Futuro Graças a Deus pelo artigo “O Que Nós Fizemos?” por Thurman C. Petty Jr. (dezembro 2009). Por meio dele, Deus mudou meu dia, minha semana e, com certeza, toda a minha vida. Joseph Tamo Fewman Yaoundé, Camarões Ouvintes Fui grandemente abençoado pelo editorial “Auditório de Uma Pessoa”, por Bill Knott (novembro de 2009). Ele me alertou sobre os momentos fugazes da experiência humana em que somos invadidos por uma grande sensação de euforia, desenvolvendo um orgulho de resultados duradouros. O desejo de obter uma plateia de algumas pessoas ou de uma multidão e o sentimento de que somos dignos de ser notados são inúteis. Isso me lembra de que devemos refletir em cada ação, pensamento ou palavra, por mais insignificante que pareça. Kithaka Mutegi Nyeri, Quênia Primeiro o Servo de Deus Li a maravilhosa notícia de que (“Pastor Allen Governa a Jamaica”, julho de 2009). Sua vida fará a diferença nesse cargo. Vou orar para que ele continue a ser uma luz nas trevas deste mundo que caminha para o fim, quando veremos Aquele por quem nossa alma tanto almeja, Jesus, nosso bendito Salvador. Aleluia! Lourenço Gonzalez Rio de Janeiro, Brasil Criação Na edição de julho de 2009 (“Honrando o Deus Criador”, de Angel Manuel Rodríguez) e de agosto de 2009 (“Maravilhas da Criação”, por John T. Baldwin, Leonard R. Brand, Arthur Chadwick e Randall W. Younker) referem-se a uma divisão que tende a surgir entre os filhos de Deus, irmãos em Cristo, sobre o assunto da Criação. Estou orando para que todos olhemos para Jesus, a fonte da luz. Também tenho aconselhado os responsáveis por diferentes escolas a ponderar nas palavras de Paulo em Romanos 12:2, 3. Nguimbous Dieudonné Yaoundé, Camarões Relativo aos Jovens e Jovens Adultos Obrigado pela revista Adventist World. Li o artigo escrito pelo pastor Jan Paulsen intitulado “Cinco Coisas que Aprendi” (maio de 2009). Ele escreveu: “Ficar continuamente centrados em nós mesmos pode ser desencorajador. Se formos honestos, veremos muitas falhas em nossa igreja.” Concordo completamente com sua declaração, mas podemos escolher criar algumas situações para ajudar os jovens, os líderes de amanhã, como o Senhor nos instruiu. Sugiro que os jovens adultos sejam incluídos em nossos programas em vez de serem considerados imaturos. Do mesmo modo, sempre deveria ser permitido aos jovens dirigir a Escola Sabatina. Há muitas coisas para nós fora do santuário. Não podemos colher o que já foi colhido, nem podemos seguir Jesus sem uma missão. Nossa missão não deve girar em torno de programas organizados por nós mesmos. Que a nossa visão cresça para ver o retorno de Cristo. B. Ogunjimi Via e-mail Questionando a Resposta A meu ver, a coluna “Mãos Levantadas em Adoração”, de Angel Manuel Rodríguez (fevereiro de 2009) foi injusta. Quando o Espírito Santo toca nosso coração através da música, é quase impossível para alguns de nós não responder de forma física, embora reflexiva, levantando as mãos para Deus como uma afirmação do nosso amor por Ele. A música toca nossa alma. Algumas músicas têm o poder de nos levar às lágrimas. Essas lágrimas são simplesmente uma resposta física de nosso coração para o nosso Criador maravilhoso. O mesmo acontece com os braços levantados em louvor. Por favor, não coloquem defeito nessa forma simples, porém significativa de expressar nosso amor por nosso Pai celestial. Shirley Karls Chico, California, Estados Unidos Compartilhando a Fé Gostei da história “Um Daniel em Moscou”, por Andrew McChesney (julho de 2008). Vou usá-lo em minha classe de “Vida e Ensinamentos de Jesus” na Universidade Adventista Dominicana. Vai ser uma bênção para os alunos. Deus abençoe o autor. Joel Alonzo Santo Domingo, República Dominicana Fevereiro 2010 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S Adventist World Evangeliza Eu estava caminhando em nossa cidade com um dos meus irmãos congoleses e encontrei a revista Adventist World. Ela me incentivou a escrever. Peço brochuras, uma Bíblia e um livro de história bíblica. Ngweji Koji Kasaji, Congo Apreciação Expressa Saudações de todos os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia: Afirmo o bom trabalho que estão fazendo, ao proclamar o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo por meio da Adventist World. Bright Okine Kumasi, Gana Devemos refletir em cada ação, pensamento ou palavra, por mais insignificante que pareça. – Kithaka Mutegi Nyeri, Quênia Sou secretário de ministério da saúde da igreja do distrito de Makindye, em Kampala, Uganda. Gostamos muito de ler e apreciar os artigos inspiradores da Adventist World, especialmente as histórias missionárias, nas quais vemos o poder de Deus mudando a vida das pessoas. Isso nos encoraja a continuar pregando e nutrindo nossos amigos. Robert Mutalya Kampala, Uganda A vida de um jovem é muito tentadora. Suas orações fortalecem minha fé em Deus. A Adventist World realmente encoraja nossa vida. Martin Mswaili Nairóbi, Quênia Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. O LUGAR DE ORAÇÃO Muito obrigado por terem orado por mim quando realizei meus exames. Deus esteve comigo, como sempre o faz. Dou graças a Ele, todos os dias, por pessoas como vocês. Malcolm, Índias Ocidentais Por favor, lembrem-se de mim em suas orações. Estou no último estágio no Spicer Memorial College. Enfrento dificuldades financeiras para pagar o colégio e planejo me casar no início do próximo ano. Tintin, Índia Sou estudante adventista e planejo continuar minha pós-graduação na França. Orem para que minha inscrição seja aceita e para que Deus me ajude a encontrar uma família que me acolha. Oba, Costa do Marfim Peço oração por meus queridos pais. Eles enfrentam problemas de saúde. Vanessa, Chile Orem por mim e minha família, pois estamos enfrentando problemas financeiros. Meus esposo, que é bom mecânico, está desempregado. Também estou orando por uma casa, mesmo que seja apenas um quarto. Ethel, Zâmbia Por favor, orem por minha saúde e por minha família. Muito obrigado. Marti, Estados Unidos Trabalhei como professor nos últimos três anos, mas fui dispensado por gastar muito do tempo servindo minha igreja. Orem para que eu consiga recursos ou uma bolsa de estudos, a fim de cursar teologia. Desse modo, poderei realizar esse tipo de trabalho. Habiyakale, Uganda 30 Adventist World | Fevereiro 2010 Orem para que Deus intervenha em minha vida, mostrando-me uma saída. Sinto-me perdida com tantos problemas. Dorice, Camarões Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. B E N J A M I N E A R W I C K E R “Eis que cedo venho…” INTERCÂMBIO DE IDEIAS Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Firme Esperança em Seu Sangue Uma leitora fala como o amor e a misericórdia de Cristo podem lavar nossos pecados E nvergonhados pelos muitos erros (pecados) cometidos e o arrependimento relativo a cada mancha que parece não desaparecer, todos os dias caímos e, quando nos levantamos, cometemos conscientemente os mesmos erros outra vez, buscando algo mais, procurando por um pouco de prazer que possa preencher o vazio e a solidão interior, algo para satisfazer a alma, o espírito e a carne. Tudo, porém, termina como destruição da própria alma e, certamente, contaminação do templo de Deus. Certa vez, ao cair, fui levantada pelo Espírito de Jesus, pela certeza de Seu perdão, pelo conhecimento do Seu grande amor. Preenchida por Sua graça, por Sua maravilhosa misericórdia e por Sua preciosa aceitação, sou aceita como estou, um ser enganador e manchado como eu, que sempre trai o perdão concedido por Jesus… Quem entende isso? Eu não me compreendo completamente. Precisamos tomar a decisão de andar no caminho certo; de nos manter do lado de Jesus; de não olhar para trás; de manter nossa mente e alma em Jesus e Seu amor. Essa é uma decisão. Precisamos de Sua ajuda; todos os dias precisamos muito de Deus – não apenas do conhecimento de Seu amor, mas de Sua força para vencer o mal com o bem, para preencher, com Ele, todos os espaços vazios e todas as necessidades, para afastar os desejos da carne e negar a nós mesmos, para purificar nossa mente todos os dias com Sua Palavra e em silêncio ouvir Sua voz. Mesmo assim, Ele nos aceita e perdoa como estamos, agora. Ele tem misericórdia. Agora, Ele apaga e joga todos os nossos fardos no mar e decide nos dar um dia completamente novo para recomeçar, um novo caminho. É agora que Ele está nos dando uma nova oportunidade de conhecê-Lo, de estar ao Seu lado, de ser quem devemos ser: Seus filhos, que O louvam. Nós somos abençoados. Vamos clamar pelo Seu nome e acreditar. Não olhe para a sujeira; não olhe para o buraco negro, para os tropeços ou erros. Olhe apenas para o Seu amor, olhe em Seus olhos; concentre-se em Seu amor e sinta-O em seu coração. Ele procurou por sua alma e agora você se sente arrependido e Ele o está lavando com Seu sangue e tornando-o limpo todos os dias. A partir de agora, buscaremos Seu reino em primeiro lugar; vamos encontrá-Lo, nos apegarmos a Ele e reparti-Lo com todas as pessoas. É assim que seremos salvos, ao sermos lavados pelo Seu sangue. “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (1Co 6:9-11). – Rosse Mesa Diaz, psicóloga clínica, República Dominicana Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: [email protected] Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 6, No. 2 Fevereiro 2010 | Adventist World 31 O Lugar Das Q U E L U G A R É AS E S S E ? E N V I A D A P O R M A R V I N R A M O S , M I S S I O N Á R I O PESS F R A S E D O M Ê S “A linda verdade do sábado é o destino lógico de uma reforma prorrogada.” —John Paulson, extraído de seu sermão “O Dom Profético”, referindo-se ao contínuo trabalho para o avanço da “Grande Reforma” do povo de Deus; na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Pipestone, Minnesota, Estados Unidos. VIDA ADVENTISTA Tenho o privilégio de morar numa região de lindos campos e córregos, entre as montanhas majestosas do estado de Washington, EUA, onde muitos gostam de pescar, especialmente nas proximidades do rio Yakima. Recentemente, durante a Escola Sabatina, um membro contou que um amigo capturou mais peixes do que era permitido. O guarda apareceu, pegou todos os peixes e foi embora. Mais tarde, ele encontrou o pescador, devolveu todos os peixes limpos e disse: “Nunca mais faça isso!” Meu amigo disse: “Quando penso na atitude daquele guarda, não poderia nem mesmo pensar em quebrar a lei novamente.” O apóstolo Paulo escreveu: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? … Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?” (Rm 6:14-16). —Dick Rentfro, Thorp, Washington, Estados Unidos CONHEÇA SEU VIZINHO “Eis-me aqui, envia-me’,* orou April Cabuena, quando se formou no Mountain View College, nas Filipinas. O Senhor não deixou de atender-lhe o pedido. Ele a enviou à Ucrânia, como voluntária, onde dá aulas de inglês como segunda língua e ajuda, às sextas-feiras à noite, no curso bíblico para os alunos de línguas. Para Cabuena, a melhor coisa, além de ser voluntária, são as pessoas a quem ela serve. “Os sorrisos dos novos amigos me levam a ser grata a Deus”, diz ela. Embora admita que o trabalho voluntário tenha seus desafios, Cabuena está feliz com sua equipe na Ucrânia e encoraja outros a servir também. “Há uma necessidade de voluntários para Cristo”, diz ela. “Una-se ao bom combate e termine a carreira, para que todos possamos ir ao nosso lar no Céu. Esse dia será maravilhoso!” S E R Ç O V I U N T Á R I O VO L A D V E N T IS T A —Cortesia do Serviço Voluntário Adventista; para obter mais informações, visite www.adventistvolunteers.org. *Veja Isaías 6:8. RESP O S TA : Na Coreia do Sul, crianças oram com líderes adultos no programa KID (Kids In Discipleship [Crianças no Discipulado]), na igreja Baekseok. Tanto as crianças da igreja quanto as crianças da vila (não adventistas) gostam muito do programa.
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