III Encontro de professores e pesquisadores de História da
Transcrição
III Encontro de professores e pesquisadores de História da
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE ENFERMAGEM ALFREDO PINTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – MESTRADO Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem ANAIS III ENCONTRO DE PROFESSORES E PESQUISADORES DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO RIO DE JANEIRO E III Mostra da Produção Científica de História da Enfermagem no Rio de Janeiro Resumos 2005 2 III ENCONTRO DE PROFESSORES E PESQUISADORES DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO RIO DE JANEIRO III Mostra da Produção Científica de História da Enfermagem no Rio de Janeiro Ficha catalográfica E56 III Encontro de Professores e Pesquisadores de História da Enfermagem no Rio de Janeiro (2005: Rio de Janeiro, RJ). Resumos / III Mostra da Produção Científica da História da Enfermagem no Rio de Janeiro (2005; (Rio de Janeiro, RJ). Comissão executiva Nébia Maria Almeida de Figueiredo, Osnir Claudiano da Silva Junior...[et al]. - Rio de Janeiro : UNIRIO, PPGENF, Laphe, 2005. 35p. 1. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2003-) –Resumos. 2. Pesquisa – Resumos. 3. Enfermagem – Brasil - História. I. Figueiredo, Nébia Maria Almeida de. II. Silva Junior, Osnir Claudiano. III. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2003-) Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado. IV. Título. CDD – 610.730981 3 III ENCONTRO DE PROFESSORES E PESQUISADORES DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO RIO DE JANEIRO III Mostra da Produção Científica de História da Enfermagem no Rio de Janeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitora Malvina Tânia Tuttman Vice-Reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca Pro-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Florence Romijn Tocantis Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Lucia Marques Alves Vianna Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado Nébia Maria Almeida de Figueiredo Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Beatriz Gerbassi Aguiar Departamento de Enfermagem Fundamental Carlos Roberto Lyra da Silva Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem Osnir Claudiano da Silva Junior 4 Apresentação O III Encontro de Professores e Pesquisadores de História da Enfermagem e a III Mostra da Produção Científica de História da Enfermagem no Rio de Janeiro, promovidos pelo Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem, ocorreram no período de 26 a 30 de setembro de 2005, como parte das comemorações dos 115 anos da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da UNIRIO e teve como objetivos reunir professores e pesquisadores para debater questões e desafios do ensino e pesquisa de História da Enfermagem e manter um fórum de discussão de História da Enfermagem no Rio de Janeiro. O tema do Encontro, “A História da Enfermagem e Internacionalização da enfermagem brasileira ”, foi abordado em conferência proferida pela professora doutora Taka Oguisso, professora Titular da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Estes eventos compõem as atividades anuais do Laboratório e da Linha de pesquisa “O Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil” que integra alunos de graduação e pós-graduação da EEAP/UNIRIO. Nesta edição foram inscritos 22 trabalhos para a sessão pôster, expostos no edifício da EEAP. O evento, em sua terceira edição consolidou-se como mais um espaço para discussão dos temas ligados à História da Enfermagem e divulgação da produção científica da área no Rio de Janeiro. Osnir Claudiano da Silva Junior Prof. Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental EEAP/UNIRIO 5 Sumário CONFERÊNCIA: A História da Enfermagem e brasileira Internacionalização da enfermagem Drª Taka Oguisso 7 A CONVIVÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO COM OS SUBSTITUTOS DO LEITE NAS PÁGINAS DA ENFERMAGEM (1932-1937) 16 LABORATÓRIO DE PESQUISA DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM: PRODUÇÃO DE 2004 E 2005 17 PERFIL DAS ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM DO CURSO DE GRADUAÇÃO DO UBM EM 2005: CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA 18 A HISTÓRIA DOS ENFERMEIROS DA 10ª ENFERMARIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE NOS CUIDADOS PRESTADOS AOS CLIENTES PORTADORES DO HIV 19 AS NOTÍCIAS NO JORNAL DO COMMERCIO (JC) SOBRE A ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS(EPEE) DE 1911 A 1920 20 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DE ENFERMEIROS 21 UM ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DO ENSINO DE ENFERMAGEM E SUA CIENTIFICIDADE NO RIO DE JANEIRO 22 A CRIAÇÃO DO DISTRITO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM VOLTA REDONDA - RJ: 1953-1956 23 EM BUSCA DE NOTICIAS SOBRE ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS NO HOSPITAL NACIONAL DE ALIENADOS VEICULADAS NO JORNAL DO COMERCIO (1890-1910) 24 AIDS: VINTE QUATRO ANOS DE LUTA 25 A ENFERMAGEM NA PRIMEIRA REPUBLICA: UMA OPÇÃO PROFISSIONAL PARA A MULHER BRASILEIRA 26 A ROMARIA AO TÚMULO DE D. ANNA NERY (1925-1926): UMA TRADIÇÃO INVENTADA PARA ENFERMAGEM 27 O NASCER. A MORTE, O MITO E O CUIDAR 28 A ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS E SUA REPERCUSSÃO NOS REGISTROS NOTICIOSOS DO JORNAL DO COMMERCIO, EM 1920 29 ASPECTOS PICTÓRICOS INSTITUCIONAIS DA MISSÃO PARSONS: A VISÃO PUBLICITÁRIA DA IMAGEM DA ESCOLA ANNA NERY NA IMPRENSA ESCRITA (1921-1927) 30 O HOSPITAL SÃO SEBASTIÃO E A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO NO INÍCIO DO SÉCULO XX 31 6 AS REFORMAS DA ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA E A PRIMEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DO BRASIL (1890-1921) 32 AUDITORIA DE ENFERMAGEM: ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM BASES DE DADOS ELETRÔNICAS 33 A INFLUÊNCIA DO MODELO RELIGIOSO CATÓLICO DE JOSÉ DE ANCHIETA NA ARTE DE CUIDAR NO BRASIL COLÔNIA: A TRANSFORMAÇÃO DO RITUAL TRIBAL EM PRÁTICA RELIGIOSA 34 A OPÇÃO PELA ENFERMAGEM NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA (UBM) POR ACADÊMICOS NO ANO DE 2005 35 7 A pesquisa e o ensino de História da Enfermagem na Graduação e Pósgraduação e Internacionalização da enfermagem brasileira Taka Oguisso 1 Introdução A internacionalização é um processo que está assumindo uma importância cada vez maior no cenário da enfermagem brasileira. Os órgãos de fomento à pesquisa condicionam o oferecimento de suas bolsas e auxílios com base em publicações científicas, valorizando-se principalmente aqueles periódicos mais bem avaliados por esses órgãos. Tais periódicos na área da enfermagem encontram-se em sua absoluta maioria em outros países, especialmente, Estados Unidos e Reino Unido. Embora o Dr Erney Camargo, atual Diretor do CNPq, em entrevista a um periódico(1), reconheça que o uso do número de trabalhos publicados como critério para avaliação da produtividade, seja o ideal, esses métodos quantitativos de avaliação continuam sendo usados. Afirma ainda que aqueles que não publicam com certa freqüência em revistas científicas internacionais podem ter mais dificuldade para obter recursos e reconhecimento e de que uma das bolsas mais disputadas dessa instituição é a de Produtividade em Pesquisa, de apenas um mil reais, mas que serve como uma espécie de selo de qualidade para o cientista. Essa avaliação quantitativa gera pressão sobre o pesquisador, forçando publicações, o que em si não seria ruim, mas até positivo, pois o aumento geométrico da produção propiciou o surgimento de algoritmos de avaliação. A Enfermagem não poderia fugir a essa realidade do mundo globalizado. Também sofre pressões para publicar e manter comunicação com a enfermagem em outros países, especialmente daqueles em que os profissionais desenvolvem atividades de ensino e pesquisa e mantém centros de pesquisa em enfermagem. A Universidade de São Paulo (USP) criou e mantém uma Comissão de Cooperação Internacional(2) (CCInt) junto ao gabinete do reitor, desde 1982, com os objetivos de assessorá-lo nas relações internacionais e dar assistência aos órgãos e unidades na área de cooperação internacional. Apesar da USP ser uma das melhores universidades, do assim chamado Terceiro Mundo, pouco tem aproveitado seu potencial no sentido de fazer irradiar sua experiência, seja para os países vizinhos, seja para países de outras regiões. Busca-se também uma atuação mais próativa para dar à instituição maior visibilidade mantendo articulação com o Ministério (brasileiro) de Relações Exteriores e embaixadas, consulados e organizações de países estrangeiros, bem como instituições internacionais do sistema das Nações Unidas e organizações não-governamentais. Obviamente, a enfermagem brasileira sofreu um processo de internacionalização com a chegada de enfermeiras estrangeiras de várias origens que aqui vieram implantar algum modelo da ação de cuidar, profissionalizando a sua prática. Os religiosos e religiosas das várias congregações foram os primeiros a chegar, cuidando de doentes, não como profissão remunerada, mas como uma forma de praticar a caridade por amor a Cristo, como já havia ocorrido com as matronas romanas e os inúmeros precursores da enfermagem ao longo do período medieval. 1 Enfermeira e advogada. Professora Titular do Departamento de Orientação Profissional, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. 8 No Brasil, no final do século XIX, os candidatos a médicos iam estudar na Europa, e no retorno traziam para o país, não só o conceito da pasteurização e assepsia, como também as idéias laicas dos serviços de enfermagem. O cenário que envolveu o início da profissão de enfermagem foi a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, instalada no Hospício Nacional de Alienados, na cidade do Rio de Janeiro, e o seu pano de fundo foi a laicização da enfermagem nesse nosocômio (Moreira3). O processo de laicização surgiu a partir do confronto ocorrido, em 1890, por causa da grave crise entre o diretor do Hospício e as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo. Para substituir as religiosas que haviam sido dispensadas, houve a contratação de enfermeiras francesas leigas, formadas pela Escola Municipal de Enfermeiras de Salpêtrière, da Assistência Pública, de Paris, pelo diretor do antigo Hospício Nacional de Alienados, com o aval do governo brasileiro e houve, também, a criação da citada escola. Eram sete as enfermeiras francesas que permaneceram por cinco anos para assistência aos alienados. Não seria descabido supor que elas ajudassem também no treinamento e supervisão dos alunos desse curso, no Hospício. Vale destacar que, na época, os estudos de Pasteur haviam revolucionado a medicina e a França era considerada a Meca do progresso das ciências. Além do mais, o modelo de ensino que Florence havia implantado no Hospital Saint Thomas não incluía a enfermagem psiquiátrica, considerada distinta da enfermagem geral. Já para as enfermeiras francesas, a assistência psiquiátrica era parte da enfermagem. No Reino Unido(3), só mais de cem anos depois, isto é, na década de 1990, é que a enfermagem psiquiátrica foi incorporada ao currículo geral da enfermagem. De todo modo, o modelo de Florence Nightingale acabou chegando ao país, pelas mãos de enfermeiras inglesas do Hospital Saint Thomas, primeiramente na cidade de São Paulo, em 1894, e depois no Rio de Janeiro, em 1923, por intermédio de enfermeiras norte-americanas, contratadas pela Fundação Rockefeller. Essas últimas enfermeiras, lideradas por Ethel Parsons, permaneceram no Brasil até 1939. Elas organizaram o serviço de enfermagem do Departamento Nacional de Saúde Pública e fundaram uma escola de enfermagem dentro desse Departamento, atualmente, Escola de Enfermagem Anna Nery. Três pioneiras brasileiras de destaque Muitas brasileiras foram também enviadas para estudar enfermagem no exterior e tiveram intensa atuação internacional. Merecem destaque especial as enfermeiras Edith de Magalhães Fraenkel, Rachel Haddock Lobo e Maria Rosa Pinheiro, pela notável contribuição à profissão da enfermagem. Rachel Haddock Lobo (1891-1933), de família ilustre do Rio de Janeiro, ao desquitar-se de seu marido, “condição reprovada pela sociedade da época para qualquer mulher, procurou salvaguardar de forma indiscutível a visibilidade de sua conduta moral, e para issoo, permaneceu em um convento por oito meses(5)” e depois, em 1922 foi para a França para cursar enfermagem na “Ecole des Infirmières de l’Assistance Publique”, formando-se em 1924. Ao retornar ao Brasil, foi convidada por Ethel Parsons, superintendente do Serviço de Enfermagem, do Departamento Nacional de Saúde Pública, para trabalhar como docente na Escola Anna Nery. Como bolsista da Fundação Rockfeller, foi para os Estados Unidos, em 1927, para aperfeiçoar-se em administração, retornando em 1929, quando passou a ocupar o cargo de assistente de direção e, finalmente, em 1931, foi nomeada como diretora dessa Escola. Foi a primeira brasileira o ocupar o cargo de diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery, no período de 1931 a 1933. Nessa Escola ensinou História da Enfermagem, Ética e Massagem. Foi também a fundadora e redatora-chefe da revista Annaes de Enfermagem, criada em maio de 1932, em estreita colaboração com Edith de Magalhães Fraenkel(6), então presidente da Associação Brasileira de Enfermagem. Ambas haviam participado do Congresso Internacional promovido pelo Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE), em 1929, 9 em Montreal, Canadá, juntamente com outras quatro enfermeiras brasileiras. Durante esse evento, Da. Edith ouviu de Lilian Clayton, sua ex-professora de ética, e na ocasião, presidente da Associação Americana de Enfermeiras, sobre a importância para a profissão ter uma associação e uma revista. Essa sugestão foi aceita e concretizada com a fundação do primeiro órgão de divulgação da enfermagem brasileira, atualmente, Revista Brasileira de Enfermagem. Escreveu o editorial, intitulado Era Nova, do primeiro número, pontuando a importância de Florence Nightingale para a enfermagem e o papel das enfermeiras norte-americanas na difusão do modelo por ela instituído. Infelizmente, por complicações pós-operatorias de uma colecistectomia que havia sofrido, Rachel Haddock Lobo faleceu em setembro de 1933, interrompendo uma intensa vida profissional que teria rendido grandes realizações para a enfermagem. Da. Edith de Magalhães Fraenkel (1889-1968), nasceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de maio de 1889. Era filha de Karl Fraenkel e Aldina Botelho de Magalhães Fraenkel, e neta pelo lado materno, de Benjamim Constant de Botelho Magalhães, um dos fundadores da República do Brasil. Seu pai era consul de Brasil e foi sucessivamente nomeado para servir na Alemanha, Suécia e Uruguay, onde a jovem Edith realizou seus estudos primários e secundários. Com a morte do pai, em 1906, a família fixou-se no Rio de Janeiro, quando Da. Edith fez o curso de samaritana da Cruz Vermelha, em 1918, e pôde colaborar na assistência aos doentes por ocasião da gripe espanhola nesse mesmo ano. Fez também o curso de visitadora, em 1920, do Serviço de Tuberculose, onde trabalhou como enfermeira-chefe. Em 1922, recebeu uma bolsa da Fundação Rockfeller para estudar enfermagem no Hospital Geral da Filadélfia, nos Estados Unidos, para onde partiu e regressou em 1925, já diplomada. No Brasil, assumiu o cargo de instrutora da Escola Anna Nery e diversos outros cargos no Departamento Nacional de Saúde Pública, até se tornar superintendente geral dos serviços de enfermagem nesse Departamento. Enquanto atuava na Escola ajudou a fundar a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, hoje Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e foi sua primeira presidente de 1926 a 1938. Em 1929, influiu decisivamente para que a ABEn se tornasse membro do Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE). No inicio da década de 1930 ajudou Bertha Lutz na luta pelo direito de voto da mulher brasileira, o que foi obtido em 1933. Em 1939, foi convidada para organizar e dirigir uma escola de enfermagem, que seria criada em São Paulo, e para isso partiu novamente para os Estados Unidos e Canadá, como bolsista da Fundação Rockfeller, para observar e estudar a organização de diversas escolas de enfermagem nesses dois países. De volta ao Brasil, dedicou-se inteiramente à fundação e organização da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, da qual foi diretora até sua aposentadoria, em 1955. Afirma Carvalho(6), que seu tirocínio e eficiente direção levaram essa Escola a atingir, em poucos anos, padrão de ensino comparável ao das melhores instituições congêneres dos Estados Unidos. Participou de inúmeros eventos internacionais, e em 1949, no Congresso do CIE, em Estocolmo, Suécia, convidou essa organização a realizar seu congresso seguinte, no Brasil, o que ocorreu em julho de 1953, em Petrópolis, Rio de Janeiro. Foi a fundadora e primeira presidente (1946-48) da ABEn-Seção São Paulo. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1968, aos 79 anos de idade. As contribuições de Da. Maria Rosa Sousa Pinheiro(7), falecida no dia 21 de junho de 2002, são difíceis de enumerar tal o volume, a qualidade e densidade dos trabalhos realizados para a enfermagem brasileira, ao longo de várias décadas, desde que ingressou no campo da saúde. Fez curso de enfermagem na Universidade de Toronto, no Canadá, regressando em 1944. Ocupou o cargo de vice-diretora da Escola de Enfermagem da USP, ao lado de Da. Edith Fraenkel. Fez posteriormente o curso de pós-graduação, no Teachers College, da Universidade Columbia, em Nova York, onde adquiriu o grau de mestre, em 1948. Em 1955, com a aposentadoria de Da. Edith, assumiu o cargo de diretora da Escola de Enfermagem, onde permaneceu até 1978, quando se 10 aposentou. Nesse período, entre algumas de suas maiores realizações, também como Presidente da ABEn, podem ser citadas: o planejamento, organização, execução e conclusão do Levantamento de Recursos e Necessidades de Enfermagem no Brasil, a primeira pesquisa realizada com toda a metodologia científica na enfermagem à época, com recursos da Fundação Rockefeller. Uma das mais graves constatações dessa pesquisa foi de “70,8% do trabalho de enfermagem estava entregue aos atendentes, pessoal sem preparo profissional e, na maioria da vezes, sem supervisão do enfermeiro”. A influência de Da. Maria Rosa foi marcante em muitos outros feitos. Apenas para enumerar, podem ser citados: promulgação da Lei n. 2604/55 sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e do Decreto n. 50387/61, a aprovação do Código de Ética de Enfermagem, o início dos trâmites legais para conseguir a doação de terreno em Brasília, para onde o Governo Federal pretendia transferir a capital do Brasil. Nesse terreno obtido graças ao trabalho sucessivo de outras líderes da enfermagem está construída atualmente a sede nacional da ABEn. Foi também a primeira Presidente do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), criado em 1973. Realmente, poucas pioneiras da enfermagem brasileira conseguiram ser tão profícuas em seu trabalho, empenhando-se com dedicação e tenacidade a toda atividade, sempre em benefício da enfermagem, para torná-la compreendida, reconhecida, valorizada e respeitada. Enfermeiras norte-americanas em São Paulo Assim como ocorreu no início da Escola de Enfermagem Anna Nery, também em São Paulo, duas enfermeiras americanas prestaram inestimável colaboração. Entretanto, houve uma diferença fundamental nesse trabalho, pois em São Paulo, não houve uma figura forte, do tipo Ethel Parsons, mas de duas brasileiras: Da Edith Fraenkel e Da. Maria Rosa Pinheiro. Para a fundação da Escola em São Paulo, duas norte-americanas tiveram importante papel(8): Mary E. Tenant, representante da Fundação Rockfeller, e Ella Hasenjaeger, consultora, do Instituto de Assuntos Interamericanos. A primeira enfermeira foi fundamental para a concretização do convênio firmado, em 1925, com o Governo do Estado de São Paulo, em que a Fundação Rockfeller condicionou a colaboração financeira para a construção e equipamento da Faculdade de Medicina e do Instituto de Higiene à criação de uma escola de enfermagem, nos moldes da Escola Anna Nery, do Rio de Janeiro. Até 1938, nada havia sido feito, embora a Faculdade de Medicina já estivesse inaugurada desde 1931. No inicio de 1940, a Fundação Rockefeller enviou Mary Tenant com a incumbência de pressionar as autoridades para cumprirem o convênio de 1925. Com a interferência pessoal do Interventor, Adhemar de Barros, e do Diretor do Instituto de Higiene, Dr. Paula Souza, foi afinal decidida a efetiva construção do edifício para abrigar a Escola de Enfermagem. Ella Hasenjaeger, enfermeira com o título de mestre em enfermagem, pelo Teachers College, da Universidade Columbia, New York, com grande experiência no exercício e no ensino de enfermagem em seu país, incentivou grandes inovações no currículo de enfermagem, como o estágio em enfermagem psiquiátrica. Chegou em junho de 1944 para auxiliar a diretora, Edith de Magalhães Fraenkel, com quem atuou para “estabelecer definitivamente a filosofia de trabalho do corpo docente, destinada a elevar o nome da instituição, colocando-a em destaque entre as melhores do País”. Realmente, várias enfermeiras estrangeiras, notadamente americanas, contribuíram para firmar as bases do ensino de enfermagem no Brasil, mas posteriormente, houve também enfermeiras brasileiras que tiveram a oportunidade de atuar internacionalmente, através de instituições tais como Maria de Lourdes Verderese, na Organização Mundial da Saúde, Olga Verderese e Maria Valderez Borges, na Organização Panamericana de Saúde, Roseni Rosangela de Sena, na Fundação Kellogg, e Taka Oguisso, no Conselho Internacional de Enfermeiras. Como consultoras a curto prazo dessas e de outras organizações internacionais podem ser citadas a Da. 11 Maria Rosa Pinheiro, Amália Correa de Carvalho, Glete de Alcântara, Wanda de Aguiar Horta, Circe de Melo Ribeiro, entre as pioneiras e líderes da enfermagem brasileira. Organizações internacionais de saúde e de enfermagem Interessante relembrar um pouco da história da Organização Mundial da Saúde(9) (OMS) que contou com uma forte influência de um brasileiro, Dr. Geraldo de Paula Souza (1889-1951), o eminente sanitarista que ajudou a criar o Instituto de Higiene, atual Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo. Dr. Paula Souza, ao participar da Conferência para a fundação da Liga das Nações, posteriormente chamada, Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, na cidade de San Francisco, na Califórnia, encontrou-se informalmente com o médico chinês, Dr. Szeming Sze, e o norueguês, Dr. Karl Evang. Todos eram membros de suas respectivas delegações. Segundo o médico chinês, nesse encontro informal, o brasileiro sugeriu a criação, não de mais uma organização de saúde, como a Oficina Panamericana de Saúde, que já existia, sediada em Washington, mas estabelecer uma única organização mundial da saúde, idéia essa que prosperou, surgindo a respeitável organização que existe até hoje. A Constituição da OMS foi adotada em julho de 1946, por 61 paises, inclusive o Brasil, e entrou em vigor em 7 de abril de 1948, data oficial da fundação da OMS, dia comemorado como o Dia Mundial da Saúde. O primeiro diretor geral foi o canadense Brock Chisholm, de 1948-1953, o segundo foi Dr. Marcolino Candau, do Brasil, que ficou por 20 anos e foi substituído por Hafdan Mahler, da Dinamarca que permaneceu por 15 anos. Em 1988, foi substituído por Hiroshi Nakajima, do Japão, em 1998, por Gro Harlem Brundtland, da Noruega e, em 2003, por Dr Lee Jong-Wook, da Coréia do Sul. A sede central dessa organização foi fundada em Genebra, Suíça, onde se encontra até hoje. Mas, a OMS mantém outras sedes regionais: na África – sede em Brazzaville, no Congo, sigla em inglês AFRO, para as Américas a sede regional encontra-se em Washington, nos Estados Unidos e sua sigla é AMRO; a sede européia está situada na cidade de Copenhague, Dinamarca, e sua sigla é EURO, na região do Leste Mediterrâneo, a sede localiza-se em Cairo, no Egito e sua sigla, em inglês, é EMRO; a região do Pacifico Ocidental (Western Pacific), tem sua sede em Manila, Filipinas (WPRO) e finalmente, a região do Sudeste Asiático (South East Asia), tem sua sede na cidade de Nova Delhi, na India (SEARO). A OMS funciona com um Conselho Executivo, à guisa de um Conselho de Segurança da ONU, e conta com uma Assembléia Mundial da Saúde, que se reúne uma vez ao ano, no mês de maio, com a participação de todos os países membros que discutem, votam e deliberam sobre todas as questões e prioridades de saúde, além de comissões técnicas especiais para estudo e elaboração de normas específicas, que serão submetidas ao Conselho Executivo e à Assembléia, para serem aprovadas. Assim como a ONU, a OMS é uma organização de governos, que são representados por seus respectivos ministros da saúde e técnicos indicados pelos governos de cada país. A Organização Panamericana de Saúde (OPS ou OPAS) corresponde ao escritório regional das Américas(9) que, na verdade, nasceu a partir de uma resolução da 2a Conferência Internacional dos Estados Americanos, realizado no México, em janeiro de 1902 que recomendou “celebrar uma convenção geral de representantes dos escritórios de saúde das repúblicas americanas”. Essa convenção reuniu-se em Washington, DC, de 2 a 4 de dezembro de 1902, e estabeleceu um conselho diretivo permanente, chamado Oficina Sanitária Internacional, posteriormente, Oficina Sanitária Panamericana (OSP), precursora da atual Organização Panamericana de Saúde. Em 1924, o Código Sanitário Panamericano, firmado em Havana, Cuba, e ratificado pelos governos de 21 repúblicas americanas, conferiu à Oficina Sanitária Panamericana, funções mais amplas como 12 órgão coordenador central de atividades sanitárias internacionais nas Américas. Em 1949, essa Oficina Sanitária Panamericana e a Organização Mundial de Saúde, firmaram um acordo a partir do qual a OSP passaria a servir também como escritório regional da OMS para as Américas. Assim é, que no preâmbulo da Constituição da atual Organização Panamericana de Saúde (OPS), se afirma que a OSP é o órgão executivo da OPS, ao mesmo tempo em que cumpre as funções de escritório regional da OMS. Portanto, em 2002, a OPS ao completar o seu primeiro centenário, firmou-se como a mais antiga organização de saúde no mundo e cumpre o seu papel na promoção e coordenação dos esforços dos países da região das três Américas para combater as doenças, prolongar a vida e melhorar o bem-estar físico e mental de todos os seus povos. Assim como na OMS, também a OPS contou com um brasileiro, Dr. Carlyle Guerra de Macedo, como diretor geral, por três mandatos sucessivos, de 1983 a 1995. O Brasil, mais uma vez, consolida seu papel e influência para a saúde das Américas e do mundo. Estas duas organizações são as mais importantes de nossa região no âmbito da saúde. No campo da enfermagem, é o Conselho Internacional de Enfermeiras(10) (CIE), fundado em 1899, na cidade de Londres, por um grupo de enfermeiras de vários países, liderado por Ethel Bedford Fenwick, a entidade mais representativa. É a mais antiga organização de profissionais da saúde no mundo e está, atualmente, sediado em Genebra, Suíça. O CIE é uma federação nãogovernamental de organizações nacionais de enfermagem, (apenas uma por país), que tem como missão representar enfermeiros de todo o mundo, fazer avançar a profissão e influenciar políticas de saúde. Tem atualmente 129 membros e mantém relações oficiais com a OMS. Essa federação é governada pelo Conselho de Representantes Nacionais (CRN), que é o órgão maior de deliberação do CIE, que se reúne uma vez a cada dois anos e por uma diretoria, composta de quinze membros, procedentes de sete regiões do mundo, eleitos pelo CRN. Reúne-se uma vez por ano, na sede, em Genebra. Existem também comissões especiais para tratar sobre assuntos específicos, quando necessário. O staff da organização é composto por 15 a 17 pessoas, sendo que 5 ou 6 deles são enfermeiros consultores. Como referido anteriormente, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) foi admitida como membro do CIE, em 1929, graças aos esforços de Da. Edith Fraenkel, porém em 1997, essa representação foi substituída pelo Conselho Federal de Enfermagem. O CRN tem decidido sobre políticas da organização, aprovação de contas, estabelecimento de cotizações, admissão de novos membros e eleição dos membros da Diretoria. Temas já votados: Código de Ética de Enfermeiros, negociação de questões salariais, assistência primária da saúde, regulamentação profissional de enfermagem, liderança na enfermagem. Há interpretação simultânea entre inglês, francês e espanhol. Entre alguns dos exemplos de grandes problemas internacionais já enfrentados pelo CRN podem ser citados: a questão dos idiomas oficiais e de trabalho no CIE, a disputa política internacional entre China X Taiwan; o problema do apartheid que houve na África do Sul, a mutilação genital feminina em paises muçulmanos. Entre os temas atuais ou tendências internacionais na enfermagem podem ser mencionados: a migração de enfermeiros, deficiência de enfermeiros nos serviços de saúde, prescrição de medicamentos por enfermeiros, envelhecimento da população, grandes epidemias e pandemias como HIV/AIDS, proteção da saúde da menina (ainda discriminada em muitos países). A força de um CRN pode ser exemplificada pela última participação de associações membros no CRN 2005, com a presença de 236 delegados, oriundos de 104 paises. Quatro novas associações foram admitidas no CIE: a dos Emirados Árabes Unidos, da Rússia, Geórgia e Sérvia Montenegro, totalizando assim 129 membros no ICN. Houve também a eleição de nova Diretoria, com a Dra. Hiroko Minami, do Japão, como Presidente e a re-eleição da brasileira Dulce Dirclair Bais, como representante da região América Latina, área 5. Houve tradução simultânea para os 3 idiomas e mais o japonês. Para a presidência havia outra candidata, Ginette Rodgers, do Canadá. 13 Quanto ao XXIII Congresso Quadrienal, houve a participação de 4028 enfermeiros de 148 paises (paises não membros: Qatar, Arábia Saudita, Moldóvia, Rwanda, Nova Guiné, Yugoslavia, Vietnã, Faroe Islands, China, Guadaloupe) além de Cuba, que é membro, não enviou delegado oficial ao CRN, mas teve um participante no Congresso. Do Brasil, 58 enfermeiros. Os temas científicos foram tratados em 4 plenárias, 29 sessões principais, 139 sessões paralelas, 16 seminários, 6 grupos de trabalho (workshops), 6 reuniões de network, 80 simpósios e a assembléia de estudantes. Para os temas científicos foram convidados especialistas para as plenárias e sessões principais para tratar sobre: saúde e direitos humanos, a Enfermagem avança, a enfermagem na vanguarda da inovação, coeficiente de enfermeiras por pacientes – tema debatido com representantes líderes-enfermeiras de New York, Irlanda, Granada e Austrália. Outros temas de sessões principais foram: tele-enfermagem, enfermeiras como força política, os riscos de medicamentos falsificados, reduzir violência no trabalho, HIV/AIDS e outras enfermidades transmissíveis, recursos humanos de enfermagem, envelhecimento das populações, alívio em catástrofes naturais, melhorar a imagem do enfermeiro e condições salariais e trabalhistas Na sessão de tema livre, dos 2500 resumos submetidos, foram selecionados 1503 que foram apresentados. Desse total 596 por enfermeiros taiwaneses, 227 norte-americanos, 128 japoneses, 15 brasileiros, que apresentaram trabalhos em inglês e espanhol. Outro detalhe interessante é que de 1503 trabalhos, 38 eram em espanhol, 17 em francês e 1448 em inglês. Além do CIE, a enfermagem brasileira participa de outro órgão internacional, de âmbito continental, a Federação Panamericana de Profissionais da Enfermagem (FEPPEN), onde é representada pela ABEn. A FEPPEN também é uma organização não-governamental, e mantém relações oficiais com a OPS, da mesma forma que o CIE, com a OMS, e é composta de associações membros de 19 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela), além de Porto Rico. Todas as associações membros da FEPPEN pertencem também ao CIE, com exceção da ABEn e do Colégio de Enfermeiros de Porto Rico, que chegou a ser admitido pelo CIE em 1975, mas teve que se retirar, na década de 1990, quando se tornou Estado Associado dos Estados Unidos. Como o CIE já tinha uma representação americana, com direito a voto, não poderia manter a filiação de Porto Rico, de acordo com seu princípio constitucional. Duas enfermeiras brasileiras assumiram a presidência da FEPPEN no quadriênio 1996-2000 e de 2000-2004, acompanhadas de outras brasileiras para os cargos diretivos principais. Nesse período de oito anos, a FEPPEN ficou sediada na sede da ABEn, em Brasília, e a diretoria de 2000-2004, presidida por Eucléa Gomes do Vale, teve o mérito de resgatar a reimpressão de seu órgão cientifico de divulgação – a Revista Panamericana de Enfermería, em língua espanhola, depois de 20 anos de inatividade. Apesar de não haver vínculo estatutário da FEPPEN com o CIE, este mantém relações cordiais com a Federação. Considerações finais Uma das formas mais práticas de internacionalização da enfermagem pode ser através da participação ativa em eventos promovidos por essas organizações internacionais, como os congressos e conferências, ou em comissões técnicas especiais, assembléias (OMS/OPS), seminários e grupos de estudo. Mas, é fundamental para essa participação o domínio de uma língua internacional, que atualmente, não resta dúvida que é o inglês. Sem o conhecimento desse idioma torna-se muito difícil manter contatos, discutir temas com profundidade e trocar idéias com técnicos e especialistas renomados de outros paises, desenvolver ou participar de projetos de abrangência internacional, enfim, internacionalizar-se de forma produtiva, trazendo novos modelos e resultados de pesquisa e, ao mesmo tempo, expondo conhecimentos, descobertas e produtos de nossas 14 próprias pesquisas, por que não? O espanhol também pode ser útil, em especial para compartilhar com colegas da Espanha ou América Latina, especialmente em eventos nesses paises, com apresentação de trabalhos. Embora os brasileiros sejam habilidosos e capazes de entender com relativa facilidade o idioma espanhol, os hispanoparlantes têm muita dificuldade, porque no português existem muitos sons nasalados, de difícil entendimento para eles. Ultimamente, muitos enfermeiros brasileiros têm sido convidados a proferir conferências nesses países, dando-lhes a oportunidade de estudar um pouco mais a pronúncia correta das palavras em espanhol e dar a musicalidade fonética que cada idioma tem, sem o que a riqueza do conteúdo da palestra pode ser muito prejudicada. O CIE tem promovido reuniões de especialistas em assuntos específicos como recursos humanos, prescrição de medicamentos por enfermeiros, envelhecimento da população, migração de profissionais, epidemias e pandemias entre outros. A participação ativa em seminários dentro de congressos, por exemplo, é uma boa forma de fazer-se visível e estabelecer contatos com especialistas do mundo inteiro, em poucos dias, sobre temas específicos. Nessas reuniões existem sempre observadores internacionais (da própria OMS, OPS e outras organizações internacionais) que estarão silenciosamente identificando as pessoas que melhor sabem argumentar e defender determinadas posições, para futuros contatos e convites para integrar grupos de trabalho de especialistas. Para participar em eventos de organizações governamentais como a OMS e OPS é necessário que a entidade de enfermagem tenha representatividade ou força política suficiente para que o Ministério da Saúde inclua sempre um enfermeiro na delegação que representa o país nessas reuniões internacionais. Várias enfermeiras brasileiras já tiveram essa oportunidade, mas ainda é uma participação muito incipiente e esporádica, quando muitos paises africanos e da América do Norte e Europa, enfermeiros são sistematicamente incluídos como delegados, com direito a voz e voto, e muitas vezes até na chefia da delegação nacional. É importante destacar que, além da Assembléia Mundial da Saúde, existe anualmente também a Conferência Internacional do Trabalho, promovido pela Organização Internacional do Trabalho, também em Genebra, e onde também são tratados assuntos de interesse para a enfermagem, como salário, condições de trabalho, negociações coletivas e outros. Nesta Conferência, que é tri-partite, participam não apenas os ministros do trabalho dos países membros, mas também delegados que representam os trabalhadores, os empregadores e o governo. Também é importante, aproveitar viagens para participar nesses eventos para visitar universidades, hospitais e outras entidades de maior interesse para sua própria área de conhecimento, com isso estabelecendo novas relações para futuros contatos e intercâmbios, hoje extremamente facilitados pela comunicação via eletrônica. Cursos no exterior sejam em nível de pós-graduação ou especialização, estágios em determinadas especialidades, visitas de observação ou pós-doutorado num campo avançado específico são caminhos naturais para intercâmbio de técnicos e especialistas e futura internacionalização para as universidades brasileiras. Referências bibliográficas 1. Escobar H – Como se avalia um cientista – CNPq busca a melhor maneira para reconhecer produtividade do pesquisador. Entrevista com Dr. Erney Camargo, presidente do CNPq. O Est. de São Paulo, São Paulo, edição de 24/07/2005. Caderno A, p. 25. 2. Universidade de São Paulo – site CCInt 15 3. Moreira A – A profissionalização da enfermagem brasileira: o pioneirismo da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (1890-1020). Tese. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. 2003. 4. Sauthier J, Barreira IA – As enfermeiras norte-americanas e o ensino da enfermagem na Capital do Brasil: 1921-1931. Rio de Janeiro, 1996. Ed Escola Anna Nery, UFRJ, 1999. 5. Santos TCF, Oliveira ST - Rachel Haddock Lobo: vida profissional e sua contribuição para a REBEN. Rev.Bras. Enferm, 2002. 55(3):264-8. 6. Carvalho AC - Associação Brasileira de Enfermagem – 1926-1976. Documentário. 1976. Brasília, DF, 1976. 7. Oguisso T - Maria Rosa Sousa Pinheiro - a grande líder da enfermagem. Rev Bras. Enf 2003. 56(1):76-78. 8. Carvalho AC – Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, resumo histórico (1942-1980). São Paulo, 1980. 9. Hirschfeld M, Oguisso T – Visão panorâmica da saúde no mundo e a inserção do home care. Rev.Bras.Enferm, Brasilia, DF, 2002. 55(4):452-9. 10. Oguisso T – O Conselho Internacional de Enfermeiras – quem é e o que faz. Revista Técnico-científica de Enfermagem (RECENF) Curitiba, 2004. 2(8):65-68. 11. Freitas GF – Entidades de classe de enfermagem. In: Oguisso T -Trajetória histórica e legal da enfermagem. Barueri, São Paulo, Manole, 2005. Cap. 9, p.201-16. 16 A CONVIVÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO COM OS SUBSTITUTOS DO LEITE NAS PÁGINAS DA ENFERMAGEM (1932-1937) Ana Paula Costa Alves * Ana Cláudia de Souza Barboza ** Wellington Mendonça de Amorim *** Osnir Claudiano da Silva Junior **** Introdução: Este estudo tem como objeto os discursos sobre aleitamento materno e os anúncios de substitutos do leite divulgados na Revista Annaes de Enfermagem, no período de 1932 a 1937. Objetivos: Identificar os artigos sobre aleitamento materno e os anúncios de substitutos do leite divulgados na Revista Annaes de Enfermagem e analisar os conteúdos dos artigos e anúncios utilizados para persuadir os enfermeiros das respectivas eficácias dessas modalidades de alimentação infantil. Metodologicamente, é um estudo histórico social, do tipo análise documental. Os dados provêm de fontes primárias e secundárias. As fontes primárias correspondem às revistas Annaes de Enfermagem e as secundárias são constituídas pelos livros de História do Brasil e aleitamento materno e, pelas teses e trabalhos referentes à amamentação e políticas de saúde. Foram examinados os periódicos de maio/1932, data da primeira publicação deste, a dezembro/1937, totalizando 11 números. A utilização desta Revista, hoje Revista Brasileira de Enfermagem, foi de real importância, visto que era o principal veículo de comunicação dos profissionais de enfermagem, com circulação em todo o país. Resultados parciais: Verificou-se a existência de três artigos sobre amamentação. Em relação aos anúncios, sete foram identificados, apresentando três tipos distintos. Embora não haja recomendação para a substituição do leite materno, existe a presença da propaganda dirigida às enfermeiras e médicos. Conclusão: A Revista Annaes de Enfermagem foi utilizada como veículo de divulgação do discurso médico e comercial da amamentação e de seus substitutos. As enfermeiras foram vistas como agentes qualificadas para a reprodução das idéias científicas e mercadológicas. Palavras-chave: Aleitamento Materno. Substitutos do Leite. História da Enfermagem. Aluna do 6º período de graduação da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)/UNIRIO. Membro do LAPHE. Bolsista PIBIC/CNPq. End.: Rua Bandeira de Melo, 25. Realengo. CEP: 21760-010. Rio de Janeiro – RJ. E-mail: [email protected]. ** Aluna do 6º período de graduação da EEAP/UNIRIO. Membro do LAPHE. *** Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da EEAP/UNIRIO. Pesquisador do LAPHE. Orientador. **** Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da EEAP/UNIRIO. Pesquisador do LAPHE. Orientador. * 17 LABORATÓRIO DE PESQUISA DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM: PRODUÇÃO DE 2004 E 2005. Ana Cláudia de Souza Barboza * Ana Paula Costa Alves ** Osnir Claudiano da Silva Junior *** Introdução: O Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem é um grupo de pesquisa cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq com a linha de pesquisa “O Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil”. Este estudo tem como objeto a produção científica do Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem (LAPHE) da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO, no período de 2004/2005. Objetivos: Identificar a produção científica do LAPHE no recorte temporal supracitado e analisar as características desta produção. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, a partir da busca pelas produções do Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem contidas no Currículo Lattes (CNPq) de cada membro. A coleta dos dados foi realizada em agosto de 2005 e abrange os dados registrados nos currículos de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Resultados: No período estudado o LAPHE foi constituído por 38 membros: 5 docentes, 8 bolsistas (Iniciação Científica UNIRIO e PIBIC/CNPq), 2 estagiários (Fundação MUDES/UNIRIO) e 8 voluntários. Os membros do Laboratório publicaram 44 resumos, entre simples e expandidos, em anais de eventos científicos. Foram identificadas 12 publicações, trabalhos completos e resumos em periódicos, 8 premiações e 123 participações em eventos nacionais e internacionais. Foram apresentadas duas dissertações de Mestrado em Enfermagem na UNIRIO e 7 trabalhos de conclusão de curso de graduação. Conclusão: O LAPHE vem contribuindo notoriamente para a produção do conhecimento em História da Enfermagem, tanto no âmbito da graduação quanto da pós-graduação, através da pesquisa e do ensino. Palavras-chave: Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem. Produção. História da Enfermagem. Graduanda do 6º período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO – Membro do LAPHE. Endereço: Estrada do Camboatá 3016, Rua A Casa 2. Guadalupe. Rio de Janeiro - RJ. E-mail: [email protected]. ** Graduanda do 6º período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO – Membro do LAPHE. Bolsista PIBIC/CNPq. *** Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Doutor em Enfermagem. Orientador. * 18 PERFIL DAS ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM DO CURSO DE GRADUAÇÃO DO UBM EM 2005: CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA Camila Reinaldi Martins * Camila Rosa de Carvalho ** Mara Fontes *** Ornélia de Paula Pena Reinaldi Martins **** Raquel Araújo de Carvalho ***** Tatiana de Oliveira Rodrigues ****** Greice Barros ******* Introdução: Determinação do perfil acadêmico feminino do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa, pela necessidade de conhecer a identificação das alunas com o curso escolhido no ano de 2005. Objetivos: Caracterizar o perfil das acadêmicas de Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa e identificar a motivação para a escolha do curso de Enfermagem pelas acadêmicas. Metodologia: Trata-se de uma abordagem histórica, tendo como percurso o primeiro semestre de 2005. Como coleta de dados foi utilizado um questionário com enfoque no perfil social/cultural e motivação para o curso. Participaram do estudo quarenta alunas, que foram escolhidas de forma aleatória, tendo a representação de todas as turmas do curso, respeitado os princípios éticos de pesquisa. A análise dos resultados foi realizada com base no referencial teórico histórico deste estudo. Resultados e Conclusões: Constatou-se que as acadêmicas possuem entre 20 e 24 anos (38,4%), sendo solteiras (70%), com formação em curso técnico em Enfermagem (35%), não estando trabalhando no momento (62%), optando pelo curso, pelo desejo de cuidar do próximo (49%), por vocação (40%) e os demais por desejo de ser um profissional da área de saúde e adquirir conhecimentos. A cultura muito influencia na escolha do curso. Palavras chave: Enfermagem. História. Motivação. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. E-mail: [email protected]. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. *** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. **** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ***** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ****** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ******* Professora do Centro Universitário de Barra Mansa. Orientadora. * ** 19 A HISTÓRIA DOS ENFERMEIROS DA 10ª ENFERMARIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE NOS CUIDADOS PRESTADOS AOS CLIENTES PORTADORES DO HIV Claudinéa Lacerda da Rosa Neves * Nilson Moraes ** Introdução: A epidemia do HIV/AIDS surgiu no início da década de 80, com o conceito da doença que não tem cura, que mata e que atinge “grupos de risco”. Com esse estereótipo, o início da epidemia foi marcado por preconceitos, desinformação, medo e pânico. Objeto: As estratégias dos enfermeiros da 10ª Enfermaria frente ao desafio de implantar um setor especializado para o tratamento dos clientes portadores do HIV no HUGG (1984-1987). Objetivos: Descrever as circunstâncias da organização da criação de uma unidade e equipes específicas para o cuidado dos clientes portadores do HIV e discutir as repercussões e posicionamentos para a prática de enfermagem no âmbito do HUGG. Metodologia: Estudo descritivo, de natureza qualitativa, de caráter histórico-social. Sujeitos: Enfermeiros plantonistas e diaristas da 10ª Enfermaria do HUGG. Recorte temporal: 1984, internação do primeiro cliente portador do HIV na 10ª Enfermaria do HUGG; 1987 – o HUGG recebeu o credenciamento no tratamento do HIV. Fontes primárias: Tomada de depoimentos orais, registrados em forma de gravação. Fontes secundárias: Consultas bibliográficas e documentais. Resultados e conclusões: O estudo em fase de desenvolvimento, aponta a importância que as instituições da sociedade civil assumem na produção, organização, manutenção de registro, arquivo e preservação da memória do processo e na definição das políticas, prioridades e debates sobre o tema. O debate sobre o modelo de atenção aos portadores do HIV não é um assunto encerrado entre os profissionais do campo. Palavras-chave: História da enfermagem. Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. HIV/AIDS. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Estado de Rio de JaneiroUNIRIO. E-mail: [email protected]. ** Professor Adjunto da Universidade Federal do Estado de Rio de Janeiro-UNIRIO, Doutor em Ciências Sociais. Orientador. * 20 AS NOTÍCIAS NO JORNAL DO COMMERCIO (JC) SOBRE A ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS (EPEE) DE 1911 A 1920 Daniela Gomes de Souza * Almerinda Moreira ** Fernando Porto *** Introdução: O estudo refere-se ao subprojeto de pesquisa denominado “As Notícias no Jornal do Commercio sobre a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1911-1920)”. Este estudo trata da segunda parte do projeto “Em Busca de Notícias sobre a EPEE no Hospital Nacional de Alienados (HNA) veiculadas no Jornal do Commercio (1890-1920)”. Objetivos: identificar as notícias referentes à EPEE publicadas no JC na década de dez, do século XX; ordená-las criando uma classificação cronológica e analisá-las em consoante com a História da Enfermagem Brasileira. Metodologia: Tipo sócio-historica. Os recursos utilizados: Revisão documental, literaturas de historiadores e estudiosos do assunto e pelo levantamento das notícias no JC na ocasião proposta. Foram utilizados o IPUB (Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil / UFRJ), o Instituto Municipal Phillipe Pinel e o Arquivo Setorial/LAPHE. Resultados: As buscas das notícias alcançaram até então 90% de sua meta (9 anos). Até o momento não foi encontrado registro jornalístico que ressaltasse a Escola. Nos relatórios do Ministério da Justiça e Negócios do Interior confirmam que a EPEE não funcionou nos períodos de 1911, 1912, 1914, 1915 e 1916 devido à sobrecarga de trabalho empregada no HNA. Conclusão: Abre-se então o desafio de buscar as devidas justificativas. As notícias publicadas não eram apenas sensacionalistas ou oportunistas, mas sim acontecimentos imortais para História da Humanidade. Podemos inferir que o cenário nacional e internacional era de guerras, epidemias e pandemias e crises econômicas; e que, provavelmente, era de maior interesse para o leitor. Palavras-chave: Enfermagem. História. Profissionalização. Graduanda do 9º período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)/UNIRIO. E-mail: [email protected]. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EEAP/UNIRIO. Doutora em Enfermagem. Membro do LAPHE. Orientadora. *** Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da EEAP/UNIRIO. Mestre em Enfermagem. Membro do LAPHE. Colaborador. * ** 21 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DE ENFERMEIROS Beatriz Xavier Ramos de Souza * Erivane Silva ** Fabiana Nascimento de Carvalho *** Ketullay Xavier Millen Penedo **** Leonardo da Silva ***** Nivaldo de Almeida ****** Greice Vieira Barros ******* Introdução: Entidades como a Associação Brasileira de Enfermagem surgiram para defender os interesses da categoria. Cada vez mais é necessário a participação dos enfermeiros em suas entidades de classe. Este estudo surgiu das reflexões propostas na disciplina de História da Enfermagem. Objetivos: Identificar o conhecimento dos enfermeiros em relação aos objetivos da ABEn e sobre o conhecimento da existência de uma unidade da ABEn - Volta Redonda; levantar a satisfação da categoria em relação a ABEn. Metodologia: Pesquisa qualitativa, através de questionário, realizada com 10 enfermeiros, aleatoriamente escolhidos no município de Barra Mansa, no período de abril a junho de 2005. Resultados: Com relação à forma que exercem a profissão, 30% atuam como docentes e 70% em hospitais do município, demonstrando a preferência em atuar na gerência dos setores hospitalares. Todos os enfermeiros entrevistados conhecem a ABEn, sendo que 80% conhecem suas finalidades e 20% não conhecem. 90% têm conhecimento da existência de uma Unidade Regional em Volta Redonda. Somente 30% são associados e 70% não são. Os associados são enfermeiros que atuam como docentes e os não associados não o fazem por não acreditarem na força desta associação. Conclusões: Enfermeiros não consideram que a ABEn represente a categoria de forma eficaz. Este problema está relacionado ao não conhecimento das realizações da ABEn, que foi a precursora de todas as entidades representativas da categoria dos enfermeiros e, deve-se à sua luta a criação do sistema COFEn/COREn e do Sindicato dos Enfermeiros. Sugere-se maior divulgação das atividades realizadas pela ABEn. Palavras-chave: Enfermagem. Associações Profissionais. História. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. E-mail: [email protected]. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. *** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. **** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ***** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ****** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ******* Professora do Centro Universitário de Barra Mansa. Orientadora. * ** 22 UM ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DO ENSINO DE ENFERMAGEM E SUA CIENTIFICIDADE NO RIO DE JANEIRO América Vanuza de Oliveira Leite * Andrea de Almeida Silva ** Débora Furtado Ferreira *** Letícia de Moura Leal **** Mariana Sobreira Almeida ***** Wilson da Costa Nogueira ****** Greice Vieira Barros ******* Introdução: A enfermagem é hoje no Brasil uma profissão universitária, como desejavam as enfermeiras norte-americanas da missão técnica de cooperação para o desenvolvimento da enfermagem. A criação das escolas e a difusão do ensino estão atreladas às políticas que estavam no poder. Objetivos: Descrever as origens da enfermagem como profissão; relatar a evolução do ensino de enfermagem no Rio de Janeiro. Metodologia: O estudo é descritivo e analítico, onde buscou-se pesquisar na bibliografia referente à História da Enfermagem os aspectos que influenciaram a evolução do ensino de enfermagem, a partir do conhecimento de sua trajetória no Estado do Rio de Janeiro. Resultados e conclusões: A enfermagem surgiu como uma simples prestação de cuidados às pessoas necessitadas. O estado do Rio de Janeiro, assolado por grandes epidemias no início do século XX, necessitou de recursos humanos qualificados para auxiliar no combate às doenças que estavam prejudicando s relações econômicas do Brasil com os demais países o que estimulou o Governo a implementar a criação da primeira escola de enfermagem de alto padrão do país, a Escola Anna Nery. Palavras-chave: História da Enfermagem. Ensino de Enfermagem. Evolução de Enfermagem. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. *** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. **** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ***** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário [email protected]. ****** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ******* Professora do Centro Universitário de Barra Mansa. Orientadora. * ** de Barra Mansa. E-mail: 23 A CRIAÇÃO DO DISTRITO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM VOLTA REDONDA - RJ: 1953-1956 Greice Aparecida Pires de Almeida Vieira Barros * Maria da Luz Barbosa Gomes ** Introdução: O objeto desse estudo é o processo de criação do Distrito da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) em Volta Redonda-RJ, em 1956, atualmente denominado Regional ABEn-Volta Redonda. Objetivos: Descrever as circunstâncias de criação do Distrito da ABEn-VR, analisar as estratégias utilizadas pelas enfermeiras para sua criação e discutir as repercussões de sua criação nos avanços da enfermagem em Volta Redonda, na década de 50. Metodologia: Estudo de natureza histórico-social que utiliza os conceitos teóricos de Antônio Gramsci. Os procedimentos atendem os preceitos da Resolução CNS nº. 196/96. Fontes primárias: serão privilegiados os depoimentos orais das enfermeiras que participaram da criação do Distrito, relatórios de gestão da Diretoria nacional da ABEn, estatutos e correspondências. Utilizamos um roteiro para entrevista que foi gravada e, logo após, transcrita, e um caderno de campo. Fontes secundárias: bibliografia da História do Brasil, do Rio de Janeiro, de Volta Redonda, da História da Enfermagem e movimentos associativos da enfermagem brasileira. Resultados preliminares: As circunstâncias de criação do Distrito da ABEn estão ligadas à criação do Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional (HCSN), devido às mudanças na política de proteção à saúde do trabalhador para atender às demandas do capital e à consolidação do processo de industrialização com intensificação das atividades curativas em detrimento das ações de promoção e prevenção; havia dificuldade em recrutar pessoal de enfermagem qualificado, pois o município encontrava-se recém-emancipado e não havia escolas de enfermagem na região. A criação do Distrito da ABEn-VR influenciou a luta pelo reconhecimento e fortalecimento da Enfermagem no âmbito do HCSN. Palavras-chave: História da Enfermagem. Entidades de Classe. Associação Brasileira de Enfermagem. Mestranda da Escola Enfermagem Anna Nery (EEAN)/UFRJ. Membro do NUPHEBRAS. [email protected]. ** Professora Adjunta da EEAN/UFRJ. Membro do NUPHEBRAS. Doutora em Enfermagem. Orientadora. * E-mail: 24 EM BUSCA DE NOTICIAS SOBRE ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS NO HOSPITAL NACIONAL DE ALIENADOS VEICULADAS NO JORNAL DO COMERCIO (1890-1910) Tiago Braga do Espirito Santo * Almerinda Moreira ** Fernando Porto *** Introdução: Moreira (1990) relata em seu estudo as dificuldades para se desvelar fatos relacionados à Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE) entre os anos de 1890 a 1920 fazendo-nos desenvolver uma busca das fontes documentais em notícias publicadas na Imprensa escrita. Acreditando na existência de outras fontes documentais que apontem para o nosso objeto que é: os fatos noticiosos registrados na imprensa escrita (Jornal do Commercio) sobre a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE) no Hospital Nacional de Alienados (HNA). Objetivos: Identificar as notícias referentes à EPEE no HNA publicadas no Jornal do Commercio no período de 1890-1920, contextualizando-as na História do Brasil e criar uma classificação cronológica para notícias da EPEE em consoante com a História da Enfermagem. A metodologia do estudo é histórico social utilizando como técnica de pesquisa utilizada a análise documental e a triangulação. Como resultados trazemos o quantitativo de 59 notícias relacionadas à pesquisa em andamento, sendo que, 6 referem-se à EPEE enquanto as outras 53 referem-se ao HNA. A busca foi realizada em 7670 exemplares contabilizando 275 horas de pesquisa. Conclusões: A EPEE foi divulgada com destaque logo após a sua inauguração com duas notícias na primeira pagina em 1890. Destaque também foi dado para a as notícias referentes a 1905 e a 1906 respectivamente a reinauguração da escola e a conclusão da primeira turma formada por ela. Palavra chave: História da Enfermagem. Enfermeiro graduado pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. Membro do LAPHE. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EEAP/UNIRIO. Doutora em Enfermagem. Membro do LAPHE. Orientadora. *** Professor Assistente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Mestre em Enfermagem. Membro do LAPHE. Colaborador. * ** 25 AIDS: VINTE QUATRO ANOS DE LUTA Caroline Carvalho da Silva * Fernanda Gonçalves da Silva ** Claúdia Carvalho Dantas *** Joséte Luzia Leite **** Introdução: Trata-se de um estudo exploratório bibliográfico, de natureza qualitativa, cujo objeto é a trajetória da AIDS no mundo e no Brasil. Os objetivos são resgatar as informações sobre o HIV/AIDS, no período de 1980 á 2004, e apresentar aspectos referentes ao histórico, patologia, diagnóstico, tratamento, cuidado e epidemiologia Como abordagem teórico metodológica utilizamos o programa nacional de DST/AIDS, documentos, artigos, o desenvolvimento do estudo registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq e no NUPHEBRAS “Duas Décadas de HIV/AIDS e outros que apresentem o histórico desde o surgimento até a situação atual no mundo e no Brasil; o inicio da infecção (instalação), os modos de transmissão e os medicamentos disponíveis, dentre outras atualizações e dados epidemiológicos. Sem pretensão de exaurir o tema intentamos aprimorar o cuidado de Enfermagem tornando-o mais holístico. Constatamos que apesar de duas décadas a AIDS continua sendo uma síndrome com uma bagagem preconceituosa, com estigma e desafios, uma vez que a ciência avança, mas essa síndrome continua sem cura. Concluímos que a Enfermagem, bem como todas as profissões de saúde, deve estar sempre bem informada, atualizada e atenta a fim de passar para seu cliente e família toda informação necessária a respeito do que ele deseja, evitando com isso casos de abandono, não compreensão correta de seu quadro clinico, não adesão medicamentosa dentre outras muitas situações. Para tal faz-se necessário, também, desenvolver uma comunicação efetiva com o cliente, refletindo e construindo possíveis estratégias para melhorar o tratamento e o cuidado de Enfermagem. Palavras-chave: HIV/AIDS. História. Enfermagem. Graduanda de Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)/UNIRIO. Bolsista de Iniciação Científica/CNPq. ** Graduanda de Enfermagem da EEAP/UNIRIO. Bolsista de Iniciação Científica/CNPq. *** Mestra em enfermagem e doutoranda da Escola de enfermagem Anna Nery/UFRJ. **** Professora Titular/Emérita da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Membro da Diretoria do Núcleo de Pesquisa Educação, Gerência e Exercício Profissional (NUPEGEPEn) e do NUPHEBRAS. EX-representante da Área de Enfermagem no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Pesquisadora IA do CNPq. * 26 A ENFERMAGEM NA PRIMEIRA REPUBLICA: UMA OPÇÃO PROFISSIONAL PARA A MULHER BRASILEIRA Fernando Porto * Tânia Cristina Franco Santos ** Introdução: O objeto de estudo é as circunstâncias em que a imagem da enfermeira é veiculada no Rio de Janeiro durante a primeira república, o qual tem por objetivos correlacionar o contexto histórico, social, econômico e sanitário com a organização das instituições de ensino da enfermagem; analisar as estratégias empreendidas pelas instituições de enfermagem pela enunciação da imagem da enfermeira e; discutir os efeitos da enunciação da imagem da enfermeira para opção profissional da mulher republicana. Aspectos Metodológicos. Fontes primárias do Jornal do Commercio, Jornal O Paiz, Revista Brazil-Medico, Revista Syniatrica, Revista da Semana, Annaes da Colônia de Psycophatas do Engenho de Dentro, Relatórios da Miss Ethel Parosns, livros didáticos da época e como fontes secundárias as referências bibliográficas relativas à temática do estudo. Análise e Discussão. A transição da monarquia para a república ocorre a criação da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras. O período da Primeira Guerra Mundial é criado o Curso de Enfermeiras Voluntárias (1914), a Escola Prática de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira e o Curso de Enfermeiras da Policlínica de Botafogo (1917-1920). No período pós-guerra ocorre o desdobramento da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras em Escola de Enfermeiras Alfredo Pinto. Após a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública e as comemorações do Primeiro Centenário de Independência do Brasil é criada a Escola de Enfermeiras do DNSP. Considerações finais O processo de construção da imagem pelas instituições de ensino ocorre invenções de uma série de rituais e emblemas para demarcar uma nova profissão, como formatura, juramentos, braçais, dentre outros, que seriam incorporados para a formação profissional das enfermeiras brasileiras. Palavras-chave: História da Enfermagem. Escolas de Enfermagem. Professor Assistente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Doutorando da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ e membro do LAPHE e NUPHEBRAS. Endereço: Rua André Rocha 372, Bl.01, Apto 306 – Taquara – Rio de Janeiro. CEP 22750-510. E-mail: [email protected]. ** Professora Adjunta da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ. Membro do NUPHEBRAS. Orientadora. * 27 A ROMARIA AO TÚMULO DE D. ANNA NERY (1925-1926): UMA TRADIÇÃO INVENTADA PARA ENFERMAGEM Fernando Porto * Tânia Cristina Franco Santos ** Introdução: O estudo tem por objeto a ação do efeito simbólico da invenção da romaria ao túmulo de Anna Nery (AN) para a enfermagem brasileira (1925-1926). Objetivamos descrever os motivos que ensejaram a criação da romaria ao túmulo de Anna Nery; analisar a invenção da romaria como estratégia de perpetuação da memória de AN e; discutir as implicações dessa tradição inventada para a enfermagem brasileira. Metodologia: É um estudo histórico-social com a utilização de fonte primária documentos iconográficos e escritos. A leitura e análise dos documentos iconográficos foram apoiadas pelos documentos escritos e articulados ao contexto em que esses documentos foram produzidos. Escragnolle Doria (1924) com a proposta de que o túmulo de Anna Nery só conhecia a frieza do mármore deveria ser coberto por rosas, em todos os meses de Maio, pelo aniversário de sua morte. A primeira visita foi realizada em 1925 pela Cruz Vermelha Brasileira (CVB) e depois pela Escola de Enfermeiras D. Anna Nery (EEDAN) (1926). Considerações Finais: A tradição inventada, herdada pela EEDAN quando adotou como patrona institucional, que se manteve por meio século. Palavras chave: História da Enfermagem. Tradição. Professor Assistente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO, Doutorando da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ e membro do LAPHE e NUPHEBRAS. Endereço: Rua André Rocha 372, Bl.01, Apto 306 – Taquara – Rio de Janeiro. CEP 22750-510. E-mail: [email protected]. ** Professora Adjunta da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ. Membro do NUPHEBRAS. Orientadora. * 28 O NASCER. A MORTE, O MITO E O CUIDAR Genilson Souza Zamba * Introdução: Apresento uma relação entre as crenças e o cuidar, num momento histórico em que o significado da assistência possuía o seu maior estímulo no campo da fé, face aos riscos de morte no Rio de Janeiro oitocentista. Objetivos: Demonstrar como os burocratas vindos na transmigração de 1808 e seus filhos recém nascidos, sobreviveriam no “inferno dos trópicos”; narrar como os cultos ligados à proteção do parto, revelavam o temor da morte no momento do nascimento; demonstrar o ofício das “pretas velhas” e das “curiosas” como “assistentes” no parto. Metodologia: A investigação se dará tomando-se por base o levantamento historiográfico, através da bibliografia da história do Rio de Janeiro, bem como a utilização de artigos publicados no Jornal do Comércio; dados do censo de 1872 (LED - cebrap). Resultados e Conclusões: Os resultados e conclusões demonstram a legitimação de um discurso civilizador, onde um modus vivendi calcado na ortodoxia e em práticas fomentadas por higienistas já no final dos oitocentos conseguiu melhorar a expectativa de vida. * Aluno especial do Programa de Pós-graduação-Mestrado/UNIRIO. E-mail: [email protected]. 29 A ESCOLA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS E SUA REPERCUSSÃO NOS REGISTROS NOTICIOSOS DO JORNAL DO COMMERCIO, EM 1920 Gisele Sá Freire Dias * Almerinda Moreira ** Fernando Porto *** Introdução: Subprojeto integrante da pesquisa “Em busca de notícias sobre a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE) no Hospital Nacional de Alienados veiculadas no Jornal do Commercio (JC) (1890-1920)”, em andamento. Objetivos: Identificar acontecimentos sobre a EPEE noticiados no Jornal do Commercio, em 1920; e analisar o desenvolvimento da EPEE em 1920. Metodologia: Estudo histórico exploratório, com pesquisas bibliográfica e documental. Cenário – cidade do Rio de Janeiro. Fonte primária – Jornal do Commercio, exemplares microfilmados, da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Recorte temporal – ano de 1920. Fontes secundárias – documentos e literatura em aproximação com o objeto de pesquisa. Produção de dados – análise documental. Análise dos dados – triangulação. Utilização de documentos segundo História Nova, que amplia a noção de documento. Resultados preliminares e conclusões parciais: 1920 – marca início da década em que ocorre a divisão da EPEE em duas seções e a inauguração da seção feminina na Colônia de Alienadas, no Engenho de Dentro. Jornal do Commercio – folha conservadora, respeitável fonte de dados. Busca de acontecimentos sobre a EPEE noticiados no JC em 1920 – encontradas duas notícias, referentes ao regimento da escola. Desenvolvimento de EPEE em 1920 – A EPEE encontrava-se em funcionamento em 1920, com uma turma cursando o primeiro ano. O nome atribuído à seção feminina da EPEE é encontrado com diferentes variações de acordo com o documento. A data exata de instalação da seção feminina da EPEE no Engenho de Dentro ainda é desconhecida. Estudo em fase de análise. Palavras-chave: História da Enfermagem. Registros. Escolas. Graduanda do 9º período da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)/UNIRIO. E-mail: [email protected]. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da EEAP/UNIRIO. Doutora em Enfermagem. Membro do LAPHE. Orientadora. *** Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da EEAP/UNIRIO. Mestre em Enfermagem. Membro do LAPHE. Colaborador. * ** 30 ASPECTOS PICTÓRICOS INSTITUCIONAIS DA MISSÃO PARSONS: A VISÃO PUBLICITÁRIA DA IMAGEM DA ESCOLA ANNA NERY NA IMPRENSA ESCRITA (1921-1927) Juliana Silva Corrêa Lourenço * Antonio Luis de Souza Pedro ** Lucia Helena Silva Corrêa Lourenço *** Introdução: O presente trabalho analisa o apelo publicitário feito pela Missão Parsons para a captação das primeiras candidatas ao curso de enfermagem da atual Escola de Enfermagem Anna Nery, no recorte temporal de 1921 a 1927. Objetivos: O principal objetivo deste trabalho é analisar as estratégias e as linguagens utilizadas para a implantação de uma nova enfermagem no Brasil. E, ainda, discutir o entendimento sobre a EAN repassado nas peças publicitárias da época. Metodologia: Além da discussão teórica sobre mídia, propaganda institucional, prática da publicidade e história da enfermagem, esta investigação está alicerçada na análise de fontes primárias, quais sejam, iconografias, notas, notícias e reportagens divulgados na imprensa escrita no período de 1921 a 1927 pertinentes a EAN. Resultados e conclusões: O apelo publicitário no recorte investigado foi peça fundamental na consolidação de uma nova escola feminina em moldes semelhantes aos das mais conceituadas escolas norte americanas, criadas sobre rígidos valores morais e com orientação religiosa rigorosa, trazendo assim um novo conceito de enfermagem moderna para o Brasil. Palavras-chave: História da Enfermagem. Propaganda Institucional. Relações Públicas. Publicidade. Graduanda do curso de Comunicação Social/Publicidade e Propaganda da Universidade Gama Filho. E-mail: [email protected]. ** Professor da Universidade Gama Filho. Orientador. *** Professora da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ. Doutora em Enfermagem. Membro do NUPHEBRAS. Coorientadora. * 31 O HOSPITAL SÃO SEBASTIÃO E A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO NO INÍCIO DO SÉCULO XX Carmen Lúcia Lupi Monteiro Garcia * Introdução: O propósito deste trabalho é apresentar a importância do Hospital São Sebastião, hoje Instituto Estadual de Infectologia, na evolução histórica da Saúde Pública no Rio de Janeiro. Neste primeiro momento objetiva-se apresentar o levantamento histórico das evidências sociais referentes à febre amarela e a necessidade de hospitais. O hospital se destinava ao isolamento e tratamento de pacientes acometidos de febre amarela. Foi inaugurado com a presença de Sua Majestade o Imperador D.Pedro II. Em 28 de dezembro de 1896, pela Lei nº 429 e, por Decreto nº 2435 de 14 de janeiro de 1897, por ato do Ministro da Fazenda, Bernardino de Campos, é efetivada a transferência, sendo o Hospital entregue a Prefeitura do Distrito Federal a 27 de fevereiro de 1897, onde ficou subordinado a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção da Diretoria Geral de Assistência Pública. O primeiro Diretor do Hospital foi o Dr.João da Silva Ramos, sendo substituído em 23 de dezembro de 1889 pelo Dr. Luiz Manoel Pinto Neto, exonerado em 30 de junho de 1891 por doença; seu substituto foi o Dr.Fernando de Paula Tavares, que exerceu o cargo até a data do seu falecimento em 30 de março de 1892. Em 31 de março de 1892, foi nomeado Diretor do hospital a Dr. Carlos Seidl, tendo exercido o cargo por várias vezes. A administração de Carlos Seidl foi das mais profícuas. O Hospital viveu um dos períodos mais gloriosos e fecundos em melhoramentos, trabalhos intensos devido ao péssimo estado sanitário da Metrópole, assaltada pelas mais terríveis doenças infecciosas como a febre amarela e a varíola: em conseqüência dessas calamidades públicas, atividades e pesquisas do mais alto valor se processaram no Hospital; visitas de médicos e missões estrangeiras (Sanarelli em 1896); missão Pasteur em 1901 (constituída por Marchoux, Simond e Salimbeni); missão alemã em 1904 (com Hanmann e Otto). Realizações quase impossíveis de sobrepujar marcaram a atuação de Carlos Seidl na direção da casa. Em 1900 criavase o cargo de Clínicos do hospital composto dos Drs. Antonio Augusto Ferrari, João Pedro Leão de Aquino, Zeferino Justino da Silva Meirelles e João Lopes da Silva Junior. Mais tarde, o Corpo Clínico do Hospital recebe os Drs. Garfield de Almeida e Antonio Pires Salgado. O hospital São Sebastião sofreu varias reformas, sendo acrescido de muitos pavilhões, sendo alguns transformados mais tarde em hospitais, como o Anchieta, o Francisco de Castro e o Clemente Ferreira. Além das reformas no período de Oswaldo Cruz (1903 – 1909) foi radicalmente remodelado na Administração do eminente Professor Clementino Fraga.Pelo Hospital passaram os médicos mais ilustres do Rio de Janeiro, citando-se entre muitos, Miguel Couto, Chapot Prevost e Francisco Fajard. A continuidade deste trabalho se dará no desenvolvimento de estudos relativos as emergências bacteriológicas do início de século, as demandas sociais por assistência à saúde e a necessidade de instituições especializadas. Palavras-chave: Febre Amarela. Saúde pública. Hospital. * Professora da Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac/São Camilo. Endereço: Rua Belfort Roxo nº 351 aptº 1003. Copacabana. CEP 22020-010. E-mail: [email protected]. 32 AS REFORMAS DA ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA E A PRIMEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DO BRASIL (1890-1921) Ricardo Menezes da Silva * Osnir Claudiano da Silva Júnior ** Introdução: Estudo em andamento do Laboratório de Pesquisa de História da Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, na linha de pesquisa “Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil”. Objetivos: Identificar a legislação sobre as reformas psiquiátricas; analisar a correspondência entre os eventos das reformas com as mudanças ocorridas na EPEE do Hospital Nacional de Alienados e discutir o impacto das reformas para a implementação da profissionalização da enfermagem no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo histórico social de abordagem exploratória e analise documental sobre as Reformas Psiquiátricas/HNA e a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no período de 1890 a 1921. Os dados foram obtidos em documentos oficiais e em literatura por meio da análise bibliográfica da História da Enfermagem e da Psiquiatria, bem como em publicações, registros noticiosos e relatórios de pesquisa. Resultados: O jogo de interesses políticos, sociais e de poder envolvia a psiquiatria na época. Vale destacar que os prérequisitos de seleção dos alunos da EPEE eram bem rigorosos para a época, tendo em vista que exigia a leitura e escrita corretas, além de conhecimentos de aritmética elementar, a despeito dos altos índices de analfabetismo do período. A exigência de atestados de bons costumes firmados por pessoa idônea comprova a preocupação da Escola em formar profissionais com uma boa imagem perante a sociedade. Há correspondência direta entre os eventos das reformas e as mudanças ocorridas na Escola Profissional. Conclusões: Concluiu-se que a profissionalização da enfermagem foi fruto, não só da criação de uma instituição, mas também de um grande e complexo jogo político e social vigente nos primórdios da República Brasileira. Palavras chave: História da Enfermagem. Escola. Psiquiatria. Enfermeiro graduado pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Membro do LAPHE. E-mail: [email protected]. ** Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Doutor em Enfermagem. Orientador. * 33 AUDITORIA DE ENFERMAGEM: ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM BASES DE DADOS ELETRÔNICAS Tatiana Vasques Camelo * Osnir Claudiano da Silva Junior ** Introdução: Auditoria de enfermagem é discutida no Brasil desde a década de setenta do século XX, e nos últimos anos a oferta de trabalho para esta área tem aumentado consideravelmente. Evidencia-se, portanto, a necessidade de estudos que embasem e discutam esta prática, permeando suas inúmeras vertentes. Objetivos: Identificar a temática em publicações indexadas em bases eletrônicas de dados; analisar os conceitos de auditoria utilizados. Metodologia: Foi realizado um levantamento das publicações pertinentes ao tema na base de dados BDENF, da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), e publicações eletrônicas na revista Nursing, brasileira, e analisados quantitativamente os resumos das obras, disponíveis on line nos dias 03/03/2005 e 07/07/2005. As unidades de registro estabelecidas foram: auditoria, qualidade, registros/prontuário e assistência. Resultados e conclusões: Identificou-se que 73% das publicações tratavam auditoria como a avaliação da qualidade da assistência. Apenas 27% da amostra relacionavam auditoria aos custos. Entre os artigos utilizados, 37% publicações citavam os registros ou prontuário como instrumentos para a execução da auditoria. De todos os estudos, 73% foram realizados em hospitais públicos e 27% não relataram o cenário da pesquisa. Não foram encontrados registros de estudos expressamente realizados em hospitais privados. A partir destes dados é possível perceber que a produção acadêmica do conhecimento sobre auditoria está voltada para a avaliação da qualidade da assistência. Há escassez de estudos em instituições particulares de saúde e sobre as necessidades de profissionais neste mercado de trabalho. Acredita-se que a pouca produção e divulgação destes estudos acarrete práticas mecanicistas, reproducionistas e acríticas dos profissionais que desenvolvem estas atividades. Mestranda do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO. E-mail: [email protected]. ** Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Doutor em Enfermagem. Orientador. * 34 A INFLUÊNCIA DO MODELO RELIGIOSO CATÓLICO DE JOSÉ DE ANCHIETA NA ARTE DE CUIDAR NO BRASIL COLÔNIA: A TRANSFORMAÇÃO DO RITUAL TRIBAL EM PRÁTICA RELIGIOSA Telma Geovanini * Introdução: Esta pesquisa tem como objetivos, demonstrar a influência do modelo religioso católico de José de Anchieta na arte de cuidar no Brasil Colônia, evidenciando o processo de transformação do ritual tribal em prática religiosa. Metodologia: Neste estudo, para efeito de análise, não serão apreciados apenas a literatura oficial e os documentos históricos, mas também documentação de múltiplas naturezas que emergirão na trajetória investigativa e que possibilitarão não uma narrativa metódica e historicista do passado, mas a apreciação problematizada das estruturas, numa abordagem abrangente, participativa e reflexiva, considerando a História Nova ou “Nouvelle Histoire”, método de análise historiográfica pensado pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre. Visa contribuir com outros estudos que envolvem as Ordens e Associações religiosas no Brasil e sua relação com o resgate histórico do cuidar em enfermagem. Resultados: Em pesquisas anteriores, ao excursionar através da história das práticas de saúde na sociedade brasileira, percebi que no período da nossa colonização, fomos influenciados pelo modelo religioso católico medieval, proposto pelas Ordens e Associações católicas que através de seus representantes eclesiásticos, aportaram em nosso país. Beneditinos, Carmelitanos e Jesuítas foram grupos de relevante expressão histórica e atuaram com seus trabalhos de catequese no Brasil. Não obstante isto seja reconhecido, somente os jesuítas, por sua forte expressão política e influência na arte de cuidar, serão motivo deste estudo. Pretende discutir a influência do modelo religioso católico de José de Anchieta na arte de cuidar no Brasil colônia e contribuir para a compreensão da dimensão religiosa do cuidado. * Professora do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Coordenadora da Faculdade de Enfermagem da UNIPAC-JF. Mestre em Enfermagem. E-mail: [email protected]. 35 A OPÇÃO PELA ENFERMAGEM NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA (UBM) POR ACADÊMICOS NO ANO DE 2005 Toni Adriano Martins * Cristiano Inácio Martins ** Angelita de Oliveira *** Walter dos Santos Junior **** Vinícius de Melo Souza ***** Cloves Junio Batista de Melo ****** Greice Vieira Barros ******* Introdução: A inserção do gênero masculino no curso de graduação em enfermagem tem aumentado e necessita de estudos para uma melhor compreensão do perfil sócio-econômico-cultural deste futuro enfermeiro. Objetivos: Identificar o perfil sócio-econômico-cultural dos acadêmicos de enfermagem do sexo masculino do Centro Universitário de Barra Mansa e conhecer os fatores determinantes para a escolha do curso de graduação em enfermagem pelos acadêmicos do sexo masculino. Metodologia: Pesquisa com enfoque histórico-social. Os sujeitos do estudo foram os 38 acadêmicos do curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa, pertencentes ao sexo masculino, de um total de 207 acadêmicos matriculados no curso de enfermagem no primeiro semestre de 2005. A coleta de dados foi realizada através de um questionário fechado, direcionando perguntas que enfocam a opção pela enfermagem, analisando assim o perfil desses acadêmicos em relação ao curso. Os resultados foram analisados a luz dos autores consultados. Resultados e conclusões: Na análise dos dados obtidos observou-se que o perfil destes acadêmicos é formado em sua maioria por homens com idade entre 20 e 24 anos, sendo que a maioria desempenha alguma atividade profissional (54,2%) já tendo feito algum curso profissionalizante, no qual houve prevalência no curso de técnico de enfermagem, a renda familiar oscila entre R$ 501,00 a R$ 1.500,00 tendo como fatores motivadores na opção pela carreira de enfermeiro o “desejo de ser um profissional de saúde” (65,6%), “por não faltar emprego” e “contribuir na melhoria da saúde da população”. Palavras-chave: História. Enfermagem. Ensino. Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. E-mail: [email protected]. Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. *** Aluna de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. **** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ***** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ****** Aluno de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa. ******* Professora do Centro Universitário de Barra Mansa. Orientadora. * **