clique para - INATI – Instituto de Natação Infantil
Transcrição
clique para - INATI – Instituto de Natação Infantil
OFICINA DE DOCÊNCIA DE PRÁTICAS AQUÁTICAS: NATAÇÃO Leonardo Graffius Damasceno Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal do Espírito Santo Educação Física Curso Licenciatura P or meio deste material didático (fascículo) e em nossos encontros, você terá a oportunidade de vivenciar todo um conjunto de conteúdos/atividades caracterizados por jogos e brincadeiras na água e que irão, com certeza, lhe proporcionar os fundamentos necessários para que você e também seus alunos (nosso principal objetivo!) dissimulem esse quadro inicial de sentimentos negativos, quando se trata da prática da natação. Venha comigo! Vamos lá... Vamos mergulhar juntos em mais este desafio para depois darmos braçadas de alegria por mais esta conquista. UNIVERSIDADE F EDER AL DO ESPÍR I TO SAN TO Núcleo de Educação Aberta e a Distância Leonardo Graffius Damasceno Vitória 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Presidente da República Dilma Rousseff Reitor Reinaldo Centoducatte Ministro da Educação Aloizio Mercadante Diretora Geral do Núcleo de Educação Aberta e a Distância - ne@ad Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto Diretoria de Educação a Distância DED/CAPES/MEC João Carlos Teatini de Souza Climaco Coordenadora UAB da UFES Teresa Cristina Janes Carneiro Coordenadora Adjunta UAB da UFES Maria José Campos Rodrigues Diretora Administrativa do ne@ad Maria José Campos Rodrigues Diretor Pedagógico do ne@ad Júlio Francelino Ferreira Filho Diretora do Centro de Educação Física e Desportos Zenólia Christina Campos Figueiredo Coordenadora do Curso de Graduação Licenciatura em Educação Física EAD/UFES Fernanda Simone Lopes de Paiva Revisor de Conteúdo Luiz Alexandre Oxley da Rocha Revisora de Linguagem Alina Bolonella Design Gráfico LDI - Laboratório de Design Instrucional ne@ad Av. Fernando Ferrari, n. 514 CEP 29075-910, Goiabeiras Vitória - ES (27) 4009-2208 Laboratório de Design Instrucional LDI coordenação Heliana Pacheco José Otavio Lobo Name Letícia Pedruzzi Fonseca Ricardo Esteves Gerência Daniel Dutra Editoração Breno Serafini Barboza Ilustração e Capa Alex Furtado Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil) D155o Damasceno, Leonardo Graffius, 1960 Oficina de docência de práticas aquáticas : natação / Leonardo Graffius Damasceno. - Vitória : UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012. 68 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN: 1. Natação - Estudo e ensino. I. Título. CDU: 797.2 Impressão Gráfica e Editora Liceu Copyright © 2012. Todos os direitos desta edição estão reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Coordenação Acadêmica do Curso de Educação Física, na modalidade a distância. A reprodução de imagens de obras em (nesta) obra tem o caráter pedagógico e cientifico, amparado pelos limites do direito de autor no art. 46 da Lei no. 9610/1998, entre elas as previstas no inciso III (a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra), sendo toda reprodução realizada com amparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil. apresentação Saudações aquáticas! Mesmo não tendo jogado basquete, vôlei, longe do convívio com a água, como a praia, os futebol ou handebol, por exemplo, você não de- rios por exemplo, as dificuldades apresentadas pa- monstraria nenhuma situação de desconforto recem ainda maiores. (apreensão, ansiedade, receio ou mesmo medo) se Se essa situação lhe parece verdadeira ou fa- fosse convidado a participar/jogar. Enfim, mes- miliar, isto é, se você têm esse sentimento com mo não dando mostras de “talento”, você não se relação à água e, mais propriamente, à ideia de intimidaria, não é mesmo? No caso, ao ser con- “nadar”, é importante lembrar que boa parte de vidado, participaria e daria o melhor de si. Tudo seus alunos também se sentem assim. Portanto, bem se logo, logo viessem a descobrir que não foi relaxe! Você não é diferente de ninguém ou, pelo a melhor opção para o time/equipe, mas (ou pelo menos, da maioria das pessoas. Para aqueles que menos!) você não se negou a participar. Mesmo não têm experiências prévias no meio líquido, a não sendo nenhum “craque” (poderia você pen- ideia de ter que entrar na água já é suficiente sar), convenhamos, não é tão difícil assim acertar para transmitir toda sorte de desconforto. Nesse sentido é que me apresento e o convi- a bola vez ou outra. Em “terra” (é claro!), tudo parece bem mais do a participar da Oficina de Práticas Aquáticas. Deslocamos-nos com Por meio deste material didático (fascículo) e em facilidade, respiramos sem que para isso seja ne- nossos encontros, você terá a oportunidade de vi- cessário desviar nossa atenção (de forma natural!), venciar todo um conjunto de conteúdos/atividades não nos desequilibramos ao irmos de um lugar a caracterizados por jogos e brincadeiras na água e outro e nem perdemos a direção. Nada nos atrapa- que irão, com certeza, lhe proporcionar os funda- lha para que nossos olhos fiquem abertos, ou seja, mentos necessários para que você e também seus ficamos à vontade e nos sentimos “em casa”. alunos (nosso principal objetivo!) dissimulem esse simples, bem mais fácil! De forma diametralmente oposta, ao imaginar uma situação na qual você deveria ter que entrar quadro inicial de sentimentos negativos, quando se trata da prática da natação. numa piscina... pronto, já começam os problemas! Venha comigo! Vamos lá... Apreensão, ansiedade, receio ou mesmo medo são Vamos mergulhar juntos em mais este desafio apenas alguns deles. E, convenhamos, é bem mais para depois darmos braçadas de alegria por mais complicado “[...] que acertar uma bola vez ou ou- esta conquista. tra”, não é mesmo? Para aqueles que foram criados sumário Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Vamos falar um pouco sobre a história da natação. . . . . 8 Conceitos gerais da natação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Valores da natação e sua importância para saúde. . . . . 15 Influências da natação no organismo. . . . . . . . . . . . 16 No coração e na circulação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No aparelho respiratório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Na musculatura e no aparelho locomotor. . . . . . . . . . . . . No metabolismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No sistema nervoso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 16 17 17 18 Programa de aprendizagem de natação. . . . . . . . . . . . . . 19 Características de um programa de aprendizagem. . . . . 20 Sobre o desenvolvimento das atividades. . . . . . . . . . . . . 20 Aspectos didáticos e metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Piscinas rasas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Pisicinas fundas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Pisicnas mistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Atitude didática do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Materiais auxiliares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Considerações sobre o programa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Características do programa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Descrição do programa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro resumo dos critérios finais de desempenho nas unidades. . . . . . . . . . . . . . . . . 23 24 25 28 29 32 Estratégias de atividades do programa de aprendizagem de natação. . . . . . . . . . . . . . 34 Ficha de observação de desempenho na aprendizagem de natação . . . . . . . . . . . 66 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 introdução Este fascículo foi elaborado com o objetivo da facilitar o acesso, pelo professor, à etapa inicial de um programa de aprendizagem de natação, isto é, a adaptação ao meio líquido e aos conteúdos que compõem o seu desenvolvimento. Logo, a intenção é que sirva como material didático de consulta (caráter técnico-pedagógico) para sanar as dificuldades encontradas pelo professor no processo inicial de ensino-aprendizagem da natação, mas, que também não perca seu caráter de praticidade para a elaboração e/ou planejamento de cada uma das suas próprias aulas, em função do acesso imediato a um conjunto ilustrativo de aulas previamente planejadas (e que já foram aplicadas/desenvolvidas) com o conteúdo específico (direcionado) a uma dada unidade temática. Dessa forma, o professor encontrará, em cada uma das unidades que compõem a totalidade do programa em questão, um conjunto sugestivo de jogos, brincadeiras e atividades elaborado dentro de cada uma das 38 aulas apresentadas, ao qual poderá lançar mão como “orientação” para planejar as suas aulas, como já referenciado. Por outro lado, as unidades abordadas pelo programa que contemplam a adaptação ao meio líquido obedecem a uma ordem hierárquica, assim como os conteúdos sugeridos para cada unidade se encontram listados em grau de complexidade crescente, ou seja, o desempenho que se espera que o aluno possa apresentar ao realizar uma certa atividade/exercício varia em cada uma das unidades do programa, com maior nível de exigência, é claro, na última unidade. Ainda sobre as unidades do programa e sua ordem hierárquica, é preciso afirmar que seu caráter não é excludente, mas sim interdependente, quer dizer: o sucesso em desempenhar os conteúdos relativos a uma certa unidade está diretamente associado ao bom desempenho na unidade que a antecedeu. Por outro lado, o fato de um conjunto alunos de uma turma demonstrar que já sabe realizar, fazer ou desempenhar o comportamento previsto como objetivo para uma certa unidade, como abrir os olhos embaixo d’água, não significa excluir aquela unidade do programa. Neste caso, o professor deve alterar o critério de desempenho estipulado como satisfatório para aquele comportamento (abrir os olhos embaixo d’água), em função da capacidade demonstrada pelos alunos. Em outras palavras, o professor deve exigir mais dos alunos, por exemplo, abrir os olhos embaixo d’água e contar o número de dedos colocados pelo professor. Essa pode ser uma alternativa válida. No transcorrer do fascículo, essas questões ficarão mais claras. Não custa afirmar, também, que os jogos, as brincadeiras e as atividades sugeridos não encerram os conteúdos do programa em sua totalidade. Pelo contrário, apenas introduzem o professor num “universo de possibilidades”. A experiência, a criatividade e, acima de tudo, a dedicação do professor na busca de alternativas que facilitem o processo de aprendizagem dos conteúdos da natação para o aluno devem prevalecer. Antecedendo a abordagem ao programa de aprendizagem propriamente dito, o fascículo em questão inicia-se enfatizando, sob a forma de “fragmentos” históricos (já que aqueles que desejarem aprofundar conhecimentos sobre a história da natação poderá recorrer à bibliografia), aspectos curiosos que já destacavam a importância da natação no contexto educacional da época. Em seguida, procura polemizar um pouco, discutindo os conceitos de “nadar” e “natação”. Existe diferença entre uma coisa e outra? Na sequência, mostra também os valores da natação e de sua prática agregados à saúde. Logo após, serão apresentados alguns dos principais problemas didáticos e metodológicos aos quais o professor deve estar atento ao elaborar suas aulas, no intuito de obter sucesso nos objetivos pretendidos no processo de ensino-aprendizagem da natação. O fascículo termina com a sugestão de um programa de aprendizagem dividido em quatro estágios. Reúne, ainda, nas 38 aulas previamente planejadas que apresenta, diversas sugestões de atividades — em sua maioria sob a forma de jogos e brincadeiras, como já relatado, para que o professor possa utilizá-las como suporte complementar no planejamento de suas aulas, a fim de que seus alunos desempenhem com sucesso os objetivos determinados para cada unidade do programa. Feitas essas (poucas!) colocações iniciais... chega de papo e vamos ao que interessa, vamos ao trabalho, vamos para a água! Mas, antes... 1 Vamos falar um pouco sobre... A História da Natação Ninguém sabe ao certo quando, onde e como o homem descobriu a natação e começou a praticá-la. As mostras mais antigas datam de 9000 a.C., encontradas em pinturas, murais, vasos, mosaicos e mesmo em um selo de barro descoberto no antigo Egito. Do ponto de vista histórico, então, é possível afirmar que as origens da natação se confundem com a da própria humanidade. Sabe-se, no entanto, que, na antiga Grécia, Platão editara a Lei n° 689, a qual dava prova de uma “educação insuficiente” àquele que possuísse a inabilidade tanto de ler como a de nadar. De forma concisa, dizia Platão em sua Lei: “Cidadão educado é aquele que sabe ler e nadar”. Já em Roma, a natação era praticada por crianças de ambos os sexos e era tida como uma atividade tão importante ligada à educa- capítulo 1 8 • Leonardo Graffius Damasceno ção integral, que tratavam de forma desprezível quem não soubesse nadar com a frase: “É tão ignorante que não sabe ler nem nadar”. Atravessando séculos de história, é somente na Renascença, nos fins do século xv e início do século xvi, que surge a publicação do primeiro livro que discorre sobre a natação. Editado em latim, Nicolás Wynmann de Ingoltstadt na Bavária escreve, em 1538, o famoso “Colymbetes” (lenk, 1942). Entretanto, somente a partir da segunda metade do século xviii, é que aparecem numerosas publicações sobre o que passou a ser chamado de “arte de nadar”. O interesse pelo estudo dos processos de ensino-aprendizagem da natação trata de estabelecer de modo mais detalhado o processo de aprendizagem mais conveniente. De maneira geral, o enfoque recaía sobre o trabalho individualizado, priorizando sistemas rígidos para o ensino. Ainda sobre a “arte de nadar”, a mais relevante publicação se dá em 1797. Orônzio de Bernardi, envolvendo conhecimentos sobre a relação existente entre a água e o peso específico do corpo, apresenta uma teoria: ”O corpo do homem vivo nada em água, por si mesmo e sem o mínimo auxílio de movimentos, e na posição vertical, a cabeça emerge da água, de modo que deixa livre a respiração” (apud lenk, 1942, p. 9). Já que estamos falando sobre a história..., que fique também registrado que somente em 1905 é publicado o primeiro livro de um brasileiro que discorre sobre a natação. Seu título é “Homem forte: ginástica, natação, esgrima e tiro ao alvo”, escrito por Domingos Nascimento. Apesar dos diferentes esforços empreendidos ao longo de tantos anos (lembrem-se de que estamos nos referindo ao ano de 9000 a.C., quando o homem começa a registrar sua história com a água!), a crença errônea de que o “[...] homem não sabia nadar pois não era capaz de manter-se na superfície da água e ir por sobre ela” (wilke, 1982, p. 32) fez com que todas as tentativas metodológicas voltadas para o ensino da natação recaíssem sobre a “resistência física”, ou seja, a parte prática propriamente dita de uma aula era sempre precedida de exercícios físicos em seco. Esses exercícios simulavam Natação • 9 a coordenação dos movimentos natatórios e sua contínua repetição por, no mínimo, uma hora, também assegurava ao praticante “uma boa” resistência física (e bota boa nisso!). Os exercícios em seco (em alguns métodos realizados inclusive na posição deitado sobre um cavalete de barriga para baixo – decúbito ventral) ficaram conhecidos como “exercícios de ritmo de natação”. Essa persistente ideia só teve fim em 1925 (imaginem vocês quantos anos foram necessários ao homem para perceber isso, ou seja, desde 9000 a.C. até 1925! Será que se esse “mistério” tivesse sido resolvido há mais tempo, nós, atualmente, estaríamos nadando de forma “diferente”, num outro novo estilo, ainda mais rápido? Kurt Wiessner, valendo-se de pressupostos psicológicos, afirma que “[...] o homem não sabe nadar por natureza pois, não está habituado a encontra-se dentro d’água” (lewin, 1978, p. 56). Sem poder imaginar a dimensão da repercussão que tomaria suas palavras, Wiessner promove uma “revolução” no ensino da natação. A partir de suas afirmações, todos os métodos de aprendizagem iniciam-se com a etapa conhecida como “adaptação ao meio líquido” (nós não somos diferentes, vocês irão ver logo,logo!). Com base nos exercícios de adaptação ao meio líquido e trabalhos de ginástica natural, Wiessner leva a natação aos primeiros anos da escola, já que essa nova dimensão dada ao ensino da natação possibilitou, também, o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho em grupos e em piscinas rasas. Bem, mas que natação “nova” é essa, afinal? De que natação nós estamos falando? Antes desse tal de Weissner, nadava-se de um jeito e, atualmente, nada-se de outro? Nadar e natação são a mesma coisa? Para responder a essas e a outras dúvidas vamos falar um pouco sobre... 10 • Leonardo Graffius Damasceno Conceitos Gerais da Natação Diz o dito popular que “[...] quando não se sabe o caminho, qualquer direção nos leva para o lugar certo!”. Enquanto refletimos sobre isso com sentido pedagógico, é claro, 2 os nossos sempre valiosos dicionários, Aurélio e Houaiss (eletrônico, lógico!), fazem-nos ver que o termo “conceito” se refere a: modo de pensar, de julgar, de ver; noção, ideia, concepção; compreensão que alguém tem de uma palavra. Quero chamar a sua atenção para o fato de que, quando se trata de processo ensino-aprendizagem, é necessário, como professor, termos clareza de como diferenciar natação e nadar, pois é o “conceito” que, num primeiro momento, temos sobre uma e outra coisa, que irá direcionar nossa opção metodológica e, portanto, caracterizar o nosso ensino. Isto é: eu estou ensinando natação ou ensinando meu aluno a nadar para quê? Natação • 11 capítulo 2 Em outras palavras, o “conceito” (nessa esteira de pensamento/ reflexão) estaria diretamente vinculado aos “fins ou finalidades” da natação e/ou do nadar. Tal como sugerem Burkhardt e Escobar (1985), a natação pode assumir: o caráter elementar utilitário (prazer da vivência lúdico-aquática, segurança própria, terapia, entre outras); o caráter esportivo-formal (aprender a técnica dos quatro nados esportivos); e o caráter competitivo (aprimoramento técnico; envolver-se competitivamente). Se você nunca havia pensado sobre isso e muito menos em definir um “conceito” sobre “Como é que eu penso/defino o que seja natação e nadar”, apresento, a seguir, algumas definições cunhadas de vários especialistas no assunto, para, então, você verificar se alguma delas se encaixa ou se aproxima daquela por você elaborada. A partir deste “ponta pé inicial”, você deverá tentar começar a se ver como alguém que irá ensinar natação/nadar, isto é, a refletir sobre os tais “fins ou finalidades” a que você se propõe. Isso é muito importante, pois o programa de aprendizagem que será apresentado é, num primeiro momento, inanimado, cabendo a você o “sopro da vida” (Nossa! Você nunca pensou que pudesse ter tanto poder, não é mesmo! Fala sério?), também com sentido pedagógico, é claro. Ou, como diria o nosso mestre de genebriano Jean Piaget (1977, p. 172), “[...] perceber uma casa não é ver um objeto que nos entra pelos olhos, mas um objeto que vamos penetrar”. Sem perder mais tempo, vamos aos especialistas e a seus conceitos sobre... Natação Para Santiago Esteva (1977, p. 54), natação “[ ...] ”consiste em poder manter-se a flutuar na água mediante a ajuda de certos movimentos ordenados e seguindo determinados princípios”. 12 • Leonardo Graffius Damasceno Já Werner Freitag (1977, p. 43) oferece um conceito geral e um restrito: a. geral: natação inclui a natação, os saltos para água, o polo, natação submarina, mergulhar e salvar vidas; b. restrito: natação “compreende os 4 estilos”. De acordo com Gerhard Lewin (1978, p. 76), natação “[...] é um desporto que constitui uma fonte de recreação, de alegria de viver e de saúde para as pessoas de todas as idades”. Alfredo Gomes de Faria Júnior (1983) diferencia natação de nadar: a. natação: disciplina integrante dos currículos dos cursos na área de educação, objetivando preparar os alunos para ensinar ou ministrar atividades nas aulas para nadar, em diversas faixas etárias, ao sexo masculino e feminino; competição que reúne um determinado número de pessoas que objetivam a performance por distância ou em determinado tempo. b. nadar: “[...] ato psicomotor que objetiva a locomoção no meio líquido na horizontal, na vertical ou totalmente imerso” (p.128). Para Jayme Werner dos Reis (1983, p. 33), “[...] a arte de nadar significa a técnica de deslocar-se na água por intermédio da coordenação metódica de certos movimentos”. Roberto Burkhardt e Micheli Ortega Escobar (1985, p. 29) afirmam que nadar é a habilidade de “[...] manter-se na água e ir por ela sem tocar no fundo; podendo ser esta habilidade de nadar ser executada sem preencher os requisitos dos 4 nados mas, comprovando a completa ambientação do indivíduo ao meio líquido”. Leonardo Graffius Damasceno (1987, p. 19) diz que nadar “[...] é uma atividade de intervenção social”. Para a Federação Internacional Amadora de Natação (Fina) (1987, p. 3) “[...] é a ação de autopropulsão e auto-sustentação na água que o homem aprendeu por instinto ou observando animais”. Natação • 13 Como vocês podem perceber, também não existe consenso entre inúmeros especialistas sobre o “conceito” de natação e nadar (lembram-se da definição dos dicionários Aurélio e Houaiss, lá no começo, relativa à palavra conceito?). No entanto, quero reforçar — pelos motivos já expostos — a necessidade de você elaborar o seu próprio conceito sobre esses termos. A esse respeito, também é preciso lembrar que a Federação Internacional Amadora de Natação (Fina) é a instituição máxima representante da natação em todos os países do mundo. Sendo assim, a orientação (burocrática!) é a de considerar o conceito expresso por ela como sendo o “conceito orientador”. A esta “altura do campeonato”, você deve estar pensando: Tudo bem! já percebi a importância da natação para o contexto educacional desde os mais remotos tempos, entendi a necessidade de ter meu próprio conceito sobre essa atividade mas... afinal, por que a natação é considerada como a atividade física mais completa? Essa pergunta já foi motivo de publicação de inúmeros livros, quer dizer, a explicação para dar conta da abrangência do papel formativo e totalizador da natação não é tão simples. No entanto, e de forma muito resumida, vamos falar um pouco sobre esse polêmico tema. 14 • Leonardo Graffius Damasceno Valores da Natação e Sua Importância Para a Saúde A principal característica que diferencia a natação das demais ativi- 3 dades e, por isso mesmo, confere-lhe papel de importância é o fato de ser a única atividade que qualquer indivíduo pode ser levado a fazer/praticar, antes mesmo de saber andar. Estudos sobre o desenvolvimento motor infantil, principalmente, denotam que, na medida em que a criança, desde a mais tenra idade, tem a oportunidade de exercitar um variado repertório de movimentos, ela terá assegurado um desenvolvimento muito mais equilibrado. A estimulação na água também confere à criança a possibilidade de andar mais cedo (precocemente), ter melhor domínio (coordenação) de seus movimentos, enfim desenvolver uma “autonomia” que lhe é muito mais favorável na conquista de outras formas de relação e interação com o meio ambiente no qual ela está inserida. Natação • 15 capítulo 3 Esses seriam os principais valores relacionados com a possibilidade que somente a natação lhe confere, ou seja, praticar uma atividade desde o nascimento. Mas... e para a saúde? Então vamos lá: Influências da natação no organismo No coração e na circulação Com a prática regular da natação, o organismo mantém, durante muito mais tempo, a elasticidade dos vasos, de modo que quase não se verifica elevação da pressão sanguínea e os tão discutidos sintomas de desgaste. A natação é um exercício físico que treina o coração e a circulação, mantendo, durante muito tempo, sua elasticidade e juventude e permitindo-lhe conservar-se em boa forma. A natação proporciona: a. hipertrofia auricular e ventricular; b. aumento do volume (coração de atleta); c. baixa da pressão sanguínea sistólica; d. aumento da pressão sanguínea diastólica; e. elasticidade dos vasos; f. maior capilarização. No aparelho respiratório No que diz respeito à absorção de oxigênio e à expulsão de gás carbônico, a natação exige um grande esforço da respiração. No entanto, com a prática regular dessa atividade, após o exercício, o déficit de oxigênio dá lugar, durante vários minutos a um débito de oxigênio, em função de uma absorção maior e mais elevada do oxigênio do que a que se verifica em situação de repouso. Desse modo, o débito de oxigênio é sempre quantitativamente superior ao seu déficit. Por outro lado, a respiração corretamente praticada durante a natação é também muitas vezes utilizada como profilaxia e terapia 16 • Leonardo Graffius Damasceno de doenças do aparelho respiratório, assim como do coração e do sistema circulatório. A prática da natação promove então: a. maior débito de oxigênio; b. aumento da capacidade de difusão do oxigênio; c. aumento da hemoglobina; d. aumento da capacidade vital. Na musculatura e no aparelho locomotor Com a prática da natação, consegue-se uma melhor capilarização, isto é, uma melhor irrigação sanguínea da musculatura, que se verifica em consequência de uma melhor impregnação dos músculos com sangue circulando nos vasos capilares e, ao mesmo tempo, um aumento da secção transversal dos músculos. A natação contribui também, em grande medida, para que o corpo da criança adquira uma postura correta, tendo também um grande valor na terapia de diversas deformações e deficiências ortopédicas, uma vez que exige, por exemplo, uma intervenção simétrica dos músculos (simetria central), como no caso dos nados nos estilos Crawl e Costas. Na musculatura e no aparelho locomotor, então, é possível destacar os benefícios da prática regular da natação, principalmente: a. aumento da seção transversal dos músculos; b. melhor postura. No metabolismo O esforço que a prática da natação exige do organismo requer a mobilização de uma grande quantidade de energia. O sistema metabólico tem de trabalhar com uma enorme economia de modo a poder satisfazer as exigências impostas pelo esforço. Terá de ser garantida a absorção de uma quantidade suficiente de calorias, sob a forma de substâncias alimentares. Nesse processo, a composição dos alimentos é decisiva para a capacidade de resistência. Desse modo, sistema metabólico trabalha com mais economia. Natação • 17 No sistema nervoso Qualquer atividade física implica um certo esforço do sistema nervoso. O movimento autônomo é uma característica que, por si só, constitui uma manifestação de vida. Cada movimento voluntário é precedido por uma determinada resolução – um ato de vontade, enquanto, durante o processo de aprendizagem e exercitação dos movimentos próprios à natação na água, é o sistema nervoso central que é chamado a intervir em primeiro lugar, respondendo aos estímulos específicos com a criação de novas reações de movimentos condicionados. Com o aumento das variações e da amplitude técnica impostas a esses movimentos – que é particularmente desenvolvido com a natação — é sobretudo o sistema nervoso vegetativo que intervém. Assim, a natação representa uma contribuição indispensável para o desenvolvimento do sistema nervoso global. Logo, a prática da natação propicia um melhor desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC). Bom, parece que, a partir deste momento, você já possui justificativas suficientes para eleger a natação, como a atividade que maiores valores apresenta ao desenvolvimento, dentre tantas outras. Daí, lá atrás, termos falado do “papel formativo e totalizador da natação”. Ficou claro? Sendo assim, já está na hora de falarmos sobre o tão comentado programa de aprendizagem de natação, isto é, abordarmos o lado prático da coisa em si, não é mesmo? Então... lá vamos nós. 18 • Leonardo Graffius Damasceno Programa de Aprendizagem de Natação Em natação, pelo menos, mas acredito que também em outras áreas que tratam do ensino de alguma modalidade, há uma regra clara: não 4 há um programa de aprendizagem ideal, ou seja, o melhor programa, aquele que dá conta de resolver todos os problemas de aprendizagem que os alunos apresentam. Portanto, é necessário que você saiba algumas das principais características que devem ser consideradas, antes de implementar um programa de aprendizagem de natação, o que não exclui o que iremos mostrar. Natação • 19 capítulo 4 Características de um programa de aprendizagem Tendo em vista o alcance dos seus objetivos, um programa de aprendizagem deve considerar as seguintes características: a. ser adequado à realidade onde será implementado; b. obedecer a possíveis restrições físicas (tamanho e profundidade da piscina, por exemplo), financeira e social; c. deve ser possível de ser implementado: “As instalações que possuo são compatíveis com as exigências prévias descritas no programa? Possuo material (pranchas, boias etc.) para desenvolver as atividades descritas no programa?” d. possuir restrições de pessoal: corpo docente, funcionários administrativo, de limpeza e de manutenção, principalmente; e. determinar o modelo didático que orientará a aprendizagem no programa. Sobre o desenvolvimento das atividades Considerando as características mencionadas, antes de iniciar o desenvolvimento das atividades de um programa de aprendizagem de natação, é necessário, ainda, para não colocar em risco todos os esforços empreendidos, estar atento a pelo menos: a. objetivos propostos: os objetivos estão coerentes, por exemplo, com uma determinada turma (idade, capacidade para realizar certas tarefas) entre outras especificações? b. conteúdos a utilizar: os conteúdos encaixam-se no perfil daquela determinada turma? c. meios e recursos a utilizar: o local (clube, escola, academia) possui pranchas, macarrão/espagueti enfim, o que eu necessito? d. procedimentos mais adequados: vou fazer todas as atividades em dupla ou só algumas? Os alunos ficaram dispostos na borda lateral, lado a lado? 20 • Leonardo Graffius Damasceno e. ordem ou sequencia mais racional: por qual atividade/exercício devo começar? f. tempo disponível: descontando o tempo utilizado com a chamada, com um bate-papo rápido sobre as novidades... quanto tempo me sobra, verdadeiramente, para desenvolver “tais e tais” atividades/exercícios? g. ritmo a imprimir ao trabalho: bem, se me sobram somente “tantos” minutos para fazer um determinado conjunto de atividades, vou imprimir um ritmo mais acelerado aos exercícios ou não vou permitir que os alunos descansem “tanto” tempo nas bordas após cada atividade? Ao pensar sobre um programa de aprendizagem (o seu programa!) e suas atividades, lembre-se de fazer, pelo menos, estas perguntas: a. A quem se aplica = idade dos alunos e nível de aprendizagem/ desempenho; b. Onde se aplica = local; c. Como se aplica = hierarquização dos conteúdos. Aspectos didáticos e metodológicos 1. Caráter coletivo da aprendizagem: sempre há dúvida sobre qual a aula mais proveitosa para o aluno, é claro: a individual ou a em grupo? As aulas em grupo parecem mais interessantes pois: a. permitem maior dinâmica; b. estabelecem melhor organização das sessões; c. desenvolvem o sentido de companheirismo. 2. Número de alunos por sessão: o mais indicado — pedagogicamente falando, é que haja, no máximo, 15 alunos por professor. Esse número leva em conta: Natação • 21 a. que são crianças acima de seis anos; b. já têm experiência prévia em natação; c. o professor é experiente; d. a piscina é adequada (dimensão e profundidade). 3. Frequência de estímulos: na fase de aprendizagem, quanto mais frequente forem os estímulos, melhor e mais rápida sua aprendizagem pelo aluno. Desse modo, o ideal é que as aulas sejam diárias. 4. Tempo de aula: na fase da aprendizagem, a aula não deve exceder o tempo de 40 ou, no máximo, 50 minutos. Após esse período, começa a haver muita dispersão de atenção pelo aluno, em função do seu desgaste mental. 5. Temperatura da água: considerando as diferenças regionais ou geoclimáticas (cidades serranas etc.), o ideal é que a água da piscina varie entre 25º e 27º C. Estamos nos referindo à instalações simples, ou seja, piscinas abertas e não aquecidas e, especificamente, ao Estado do Espírito Santo. 6. Local das sessões: como existe uma variedade muito grande de modelos de construção de piscinas, no que diz respeito, principalmente, à sua profundidade, e essa particularidade deve ser considerada (também!) na implementação de programas de aprendizagem, acho melhor apresentar as vantagens e desvantagens de cada uma delas, ficando a seu critério (estou “passando a bola!”) quaisquer outras decisões de cunho didático e metodológico. Piscinas rasas Vantagens: a. permitem os alunos manterem os pés no fundo; b. tornam mais fáceis os primeiros contatos com a água; c. permitem grupos mais numerosos; d. possibilitam a redução de permanência do professor dentro d’água. 22 • Leonardo Graffius Damasceno Desvantagens: a. não permite combater o medo à profundidade; b. a relação aluno x meio é menos real; c. os primeiros contatos podem ser mais fáceis, mas a adaptação pode ficar incompleta. Piscinas fundas Vantagens: a. estabelecem uma relação aluno x meio mais real; b. possibilitam que, vencidas as primeiras dificuldades, o ensinoaprendizagem evolui de forma mais coerente. Desvantagens: a. menor confiança dos alunos nos primeiros contatos; b. diminuição do número de alunos; c. permanência do professor dentro d’água. Piscinas mistas ou de profundidade progressiva a. possibilitam a escolha da profundidade pelo professor, de acordo com as características dos alunos e o seu grau de evolução; b. tornam a aula mais dinâmica pela possibilidade de o professor poder utilizar diferentes profundidades no transcorrer de cada aula. Atitude didática do professor Nem todos os alunos, devido às diferenças individuais, respondem de forma semelhante à aplicação dos fatores de que depende a aprendizagem; contudo os fatores que a afetam são previsíveis para a maioria dos casos. O professor deve, portanto, identificá-los e hierarquizá-los convenientemente, apresentando uma gama de procedimentos que contemplem essas diferenças. Natação • 23 Materiais auxiliares Como já foi dito, um programa de aprendizagem comporta inúmeras características e/ou especificidades. Os materiais auxiliares são hoje, antes de tudo, um aspecto cultural de identidade, de correspondência da natação contemporânea, moderna. Quem pode imaginar, nos dias atuais, aulas de aprendizagem de natação sem a existência da prancha? Não estou falando que só se aprende a nadar com prancha, que não pode existir um método que não use prancha, enfim, não é isso! Estou me referindo à identidade cultural, algo socialmente construído ao longo dos anos. Dessa forma, a natação nos remete a toda sorte de matérias que possam auxiliar o processo ensino-aprendizagem. Desde aqueles específicos (pranchas, macarrão, boias de braço, flutuadores de perna etc.) a tantos outros – possíveis de permanecerem dentro d’água (garrafas plásticas, bolas etc.) que, carinhosamente, vamos chamar de “genéricos”. Seja como for, o importante é que você, ao planejar suas atividades/aulas não se esqueça de que esses materiais devem: a. ser apropriados à idade dos alunos: escolha materiais que não provoquem aquele ar de “Isto é para criancinha” ou que seus alunos, ao explorarem se machuquem ou machuquem os colegas; b. ser previstos com antecedência: certifique-se de que seu local de trabalho tenha, em número suficiente, o material que você utilizará numa certa aula; c. ser em número suficiente para evitar clima de disputa: se você sabe quantos alunos têm numa certa turma, deve haver um material para cada aluno; d. manter o espírito de curiosidade: sempre surpreenda seus alunos com um material novo, diferente. Essa atitude é uma boa fonte de motivação para ele; e. estimular a conservação: ao final de cada aula, peça a seu aluno que guarde o material que ele utilizou. Além de incentivar o sentido de conservação, confere-lhe, também, senso de responsabilidade. 24 • Leonardo Graffius Damasceno Ufa! Acho que agora você já esta pronto. Já tem elementos suficientes para ir ao que verdadeiramente interessa: para a parte prática. Sendo assim, vamos ao tão comentado e prometido programa de aprendizagem. Antes, claro — tal como no Big Brother que tem a “espiadinha” — vamos a algumas “palavrinhas” esclarecedoras sobre o programa. Divirta-se! Considerações sobre o programa A opção por elaborar um programa que tenha por base a apren dizagem do nado no estilo Crawl baseia-se no pressuposto de ser o mesmo estilo em que o indivíduo encontrará maior identidade de coordenação entre os movimentos que irá praticar no meio líquido com os que já praticam no meio terrestre. Como comparativo analítico-motor, por exemplo, pode-se citar a oposição entre braços e pernas existente no ato de andar e no de nadar, levando o sujeito à compreensão de suas possibilidades de locomoção na água. A rápida experiência natatória, favorecida por esse mesmo rendimento locomotor, no caso do nado no estilo Crawl, apoia o processo de aprendizado, do ponto de vista da motivação, de outros novos estilos. No entanto, de acordo com Singer, citado por Carvalho (1982, p. 11): [...] para organizar o ensino o professor precisa dominar: o conteúdo a ser ensinado, conhecer as aptidões dos alunos, saber formular objetivos, dominar os métodos e os meios de ensino e, estar a par dos recursos humanos e outros disponíveis. Contudo, posso-lhes assegurar que o mesmo programa contém os elementos necessários para o ensino dessa modalidade, qual seja, Natação • 25 a natação, especialmente para aqueles indivíduos cuja faixa etária se situa a partir do quatro anos, inclusive. No seu início, as estratégias de atividades elaboradas perseguem o desenvolvimento não só de uma aprendizagem elementar como meio — etapa da adaptação — como também em relação ao próprio estilo eleito (arbitrariamente, mas justificado!), ou seja, o nado no estilo Crawl. De acordo com Navarro (1978, p. 41), “[...] o primeiro e fundamental passo na aprendizagem é dar ao aluno a possibilidade para que se familiarize com a água e venha a ter confiança nela”. Desee modo, a partir da primeira aula, o aprendiz executa um conjunto de exercícios variados, representados pelas estratégias de atividades contidas no programa, que, ao provocarem um processo de adaptação das sensações visuais, táteis, auditivas, musculares, de equilíbrio, da respiração etc., o conduzirão à aquisição dos principais fundamentos, permitindo, posteriormente, a aprendizagem de outras técnicas padronizadas. Quer dizer, ao se supor um enriquecimento das sensações e experiências corporais, como consequência do somatório do número de estratégias de atividades exercitadas à medida que o programa avança em suas unidades, o indivíduo, ao final do processo, gozará de suficientes subsídios — total domínio do meio bem como das técnicas rudimentares no estilo do nado Crawl. Sobre as estratégias de atividades que perfazem cada uma das aulas sugeridas no programa, obviamente não esgotamos as pos sibilidades. A imaginação do professor, aliada à sua experiência, é determinante, na utilização oportuna de outros procedimentos, como já foi dito. Em todo caso, é importante lembrar que qualquer exercício ou atividade não é um fim em si mesmo. O programa apresentado deve ser desenvolvido por meio de um processo lúdico, em que o jogo, a diversão em realizar exercícios, o contato social etc. assumam papel de destaque, promovendo benefícios do tipo físico-psíquico numa natação em que o prazer e a técnica se apresentem como elementos indissociáveis. 26 • Leonardo Graffius Damasceno É oportuno reafirmar que, para conseguir bons resultados em qualquer programa de aprendizagem, não basta o professor conhecer bem o conteúdo da modalidade. É necessária uma conveniente formação didática que passa pelo estudo e pela experiência, como afirma Carvalho (1982, p. 75): [...] didática é a arte de ensinar e não pode separar a teoria da prática que devem fundir-se num só corpo, conduzindo à realidade plena, através de uma orientação ajustada às diferentes capacidades individuais e aos meios disponíveis. Por outro lado, nenhum professor consegue uma boa rentabilidade no ensino, se não possuir condições materiais (lembro-lhes mais uma vez!) para realizar seu trabalho, principalmente quando se trata de uma modalidade como a natação. Cabe então ao professor objetivar o ensino ou a direção didática da aprendizagem, considerando a programação dos conteúdos, os métodos e recursos específicos disponíveis (só para que vocês não se esqueçam!). Ressalvando esses aspectos, pode-se garantir que o Programa de Aprendizagem de Natação apresentado concorre para o êxito da aprendizagem. Da mesma forma, o número de aulas que caracterizam o desenvolvimento de cada unidade (Quadro 1) parece suficiente para assegurar total sucesso na aprendizagem da modalidade em questão. Natação • 27 Quadro 1 – Etapas e Unidades do Programa de Aprendizagem de Natação. Etapas Unidades Nº de Aulas Descontração Facial 5 Apneia Voluntária 5 Visão Subaquática 3 Flutuação em Decúbito Ventral 4 Deslize 4 Perna de Crawl com Prancha 3 Perna de Crawl sem Prancha 4 Braço de Crawl com Prancha 4 3ª Respiração Respiração Frontal com Prancha 4 4ª Coordenação Nadar Crawl em Apneia 2 1ª Adaptação 2ª Propulsão As aulas desenvolvidas não devem ultrapassar o limite de 40 a 50 minutos, bem como o número de alunos trabalhados em cada unidade não deve exceder a 15. Características do programa O programa foi organizado em quatro etapas, distribuído em dez unidades, incluindo as estratégias de atividades de 38 aulas de natação. Para cada unidade, foi estabelecido um critério final de desempenho constante de uma Ficha de Observação de Desempenho na Aprendizagem de Natação que cada aluno deve ser levado a atingir ao final do programa, avaliando-se, então, ao atingi-lo, a aprendizagem das atividades constantes das estratégias de cada aula. Cada aula de natação do programa inclui quatro estratégias apresentadas conforme uma sequência pedagógica, quer dizer, da mais simples para a mais complexa, preestabelecida. 28 • Leonardo Graffius Damasceno Descrição do programa O programa é integrado por dez unidades, distribuídas nas quatro etapas (Quadro 1) que seguem: adaptação, propulsão, respiração e coordenação. Cada uma das quatro etapas constou de unidades organizadas conforme diversas aulas (Quadro 1), incluindo cada aula quatro estratégias de atividades em sequência preestabelecida. Entretanto, para o cumprimento de cada unidade, o sujeito deve ser capaz de desempenhar as atividades estabelecidas como critério para o início da aprendizagem da unidade seguinte, constantes nos Quadros-Resumos dos Critérios Finais de Desempenhos nas Unidades. A operacionalização do Programa de Aprendizagem de Natação confeccionado apresenta-se conforme os Quadros Resumos dos Critérios Finais de Desempenhos nas Unidades, seguindo as quatro etapas programadas (Quadro 1) e já referidas. Assim, para cada unidade, foi estabelecido um Critério Final de Desempenho ao qual cada aluno deve ser submetido ao ser encerrado o ensino da unidade, comprovando, então, ao atingi-lo, a aprendizagem das estratégias de atividades exercidas. Os alunos que, após o ensino de todas as atividades de cada unidade, não conseguirem atingir o referido critério, devem ser levados novamente ao ensino das mesmas atividades mais uma, ou duas ou três vezes, conforme o que se faça necessário para a aprendizagem de cada unidade pelos alunos. Sobre esse aspecto, é importante acrescentar que, apesar de as atividades repetidas serem as mesmas, no intuito de tornar efetiva a aprendizagem pelo aluno de cada unidade, isso não significa que a abordagem sobre esse conjunto de estratégias que deverão novamente ser exercitadas, ocorra em idêntica situação que aquela desenvolvida anteriormente, principalmente, por se considerar serem alunos que não obtiveram êxito na primeira vez de aplicação dessas mesmas atividades. Natação • 29 Após a avaliação do desempenho do aluno ou de um grupo nas aulas da Unidade I, primeira unidade do Programa de Aprendizagem de Natação, isto é, a denominada Descontração Facial – realizada sempre na última aula da unidade em desenvolvimento com base no Critério Final de Desempenho estabelecido, o grupo, para o ensino das atividades das unidades seguintes deve passar a ser organizado conforme os resultados que cada aluno consegue atingir, pois, antes de ser aprendida a Unidade I, não é possível que o aluno seja levado a aprender a Unidade II e assim por diante. Portanto, os grupos passam a ser formados em função do nível de aproveitamento dos alunos nas aulas, constantes de cada unidade, ou seja, todos que passarem para a unidade seguinte e apresentam, dessa forma, o mesmo nível de rendimento, passam, então, a formar um grupo, e os que não conseguirem aprender as estratégias de atividades devem ser agrupados, conforme a unidade que forem aprendendo. Assim, o número de alunos que passa a integrar cada novo grupo – considerando-se, a título de exemplo, que a primeira unidade do programa se iniciou com um certo grupo de alunos, fica na dependência desses mesmos alunos terem atingido ou não os critérios estabelecidos pela Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendizagem da Natação, quando da passagem de uma unidade para a outra. O objetivo da referida ficha, adaptada com base no Programa de Aprendizagem de Natação, elaborada por Pavel (1977), é registrar o desempenho de cada criança, no cumprimento de cada unidade das quatro etapas (adaptação, propulsão, respiração e coordenação) do Programa de Aprendizagem de Natação, permitindo o estabelecimento do critério final de aprendizagem. Assim, e ainda para melhor ilustrar, as crianças que repetem a Unidade I uma vez e alcançam o critério estabelecido para passar para a Unidade II, integram um mesmo grupo juntamente com as que, no transcorrer da Unidade II, não atingirem o critério e, portanto, precisam repeti-la. 30 • Leonardo Graffius Damasceno É interessante assinalar que a adaptação dessa forma de organização das turmas, no transcorrer do programa, não implica que o aluno inicie sua aprendizagem somente a partir da primeira unidade. Para ingressar, basta que, ao se iniciar a aprendizagem das atividades constantes de uma dada unidade, o aluno seja capaz de desempenhar as tarefas estabelecidas como critério naquela unidade anterior a que pretende, como já comentado. Para finalizar, pode-se, então, dizer que o programa se desenvolve da seguinte forma: a. ao final das aulas de cada unidade trabalhada, os sujeitos que alcançarem sucesso na aprendizagem e atingirem o critério es tabelecido pela Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendizagem de Natação iniciam a aprendizagem da unidade seguinte; b. aqueles que, em idêntica situação, não atingirem o referido critério estabelecido repetem a unidade em questão, tantas vezes quantas se fizerem necessárias. As Fichas de Observação de Desempenhos na Aprendizagem de Natação (FODAN) se encontram no final do fascículo. Natação • 31 Quadros-Resumo dos Critérios Finais de Desempenhos nas Unidades 1ª Etapa — adaptação Unidades Critérios Finais de Desempenhos Descontração facial Saltar da borda da piscina na posição de pé Afundar a cabeça duas vezes Apneia voluntária Posição de pé na piscina, segurando a borda com as duas mãos Permanecer três segundos, com o rosto dentro d'água, duas vezes Visão subaquática Posição de pé na piscina Indentificar o número de dedos mostrados pelo professor embaixo d'água Flutução em decúbito ventral Partindo da posição de pé na piscina Permanecer flutuando durante três segundos Deslize Posição de pé dentro d'água com impulso na borda Percorrer a distância de três metros: rosto dentro d'água, braços estendidos à frente da cabeça, que deverá ultrapassar completamente a linha dos três metros 2ª Etapa – propulsão Unidades Critérios Finais de Desempenhos I - Perna de Crawl com prancha Posição sentada na borda da piscina com prancha nas mãos, braços esticados à frente da cabeça, segurando no meio da prancha Percorrer a distância de cinco metros II - Perna de Crawl sem prancha Posição sentada na borda da piscina, sem prancha; braços esticados à frente da cabeça Percorrer a distância de cinco metros, sem respirar III - Braço de Crawl com prancha Posição sentada na borda da piscina, com a prancha nas mãos, braços esticados à frente da cabeça, segurando no meio da prancha Percorrer a distância de cinco metros sem respirar, realizando movimentos alternados de rotação dos braços 32 • Leonardo Graffius Damasceno 3ª Etapa - respiração Unidades I - Respiração frontal com prancha Critérios Finais de Desempenhos Posição sentada na borda da piscina, segurando a prancha no meio e batendo pernas no estilo do nado Crawl Percorrer a distância de cinco metros, realizando um mínimo de duas respirações 4ª Etapa - coordenação Unidades I - Nadar Crawl em apneia Critérios Finais de Desempenhos Posição sentada na borda da piscina Percorrer a distância de sete metros, utilizando a batida de pernas e o movimento alternado de rotação dos braços, sem respirar Natação • 33 5 Estratégias de Atividades do programa de aprendizagem de natação 1ª Etapa – Adaptação Unidade I – Descontrair os músculos da face 1ª Aula 1. Sentado à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água, alternando batida forte, batida fraca, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa uma bacia com água a cada aluno sentado à borda, para que pegue a água com as mãos e lave todo o rosto, como se estivesse acordando naquela hora. 3. Em pé dentro da piscina, cada aluno bate com as duas mãos na água, ao comando do professor, como se estivesse tocando tambor. capítulo 5 34 • Leonardo Graffius Damasceno 4. Uma corda é estendida pelo professor, de um lado a outro da piscina no sentido da largura. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, junto à borda, segura a corda com as mãos e cobre toda a sua extensão, andando como se fosse bombeiro. 2ª Aula 1. Sentado à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água, alternando batida forte, batida fraca, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa com um regador, molhando o corpo, a partir da cabeça, de cada um dos alunos sentados à borda, como se fosse um banho de chuveiro. 3. Em pé dentro da piscina, segurando a borda com as mãos, cada aluno abaixa-se, ao comando do professor, até que a água alcance pelo menos a altura de seus ombros. 4. Em pé dentro da piscina, distante um metro da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos segurando um bambolê em posição horizontal, na altura do nível da água. Ao seu comando, cada aluno, fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, pula dentro do bambolê. 3ª Aula 1. Em pé dentro da piscina, distante dois metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando uma folha de jornal à altura do peito. Ao seu comando, os alunos, sentados à borda, batem as pernas na água de forma a molhar a folha. 2. Em pé dentro da piscina, o professor passa com um balde molhando o corpo, a partir da cabeça, de cada um dos alunos sentados à borda, como se fosse um banho de cachoeira. 3. Dois pneus são colocados pelo professor no fundo da piscina, no sentido da sua largura, distantes dois metros um do outro. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda andando ou correndo, e vai até a borda oposta, ultrapassando os dois obstáculos, sem pisá-los ou contorná-los. Natação • 35 4. Em pé dentro da piscina, os alunos, de mãos dadas, rodam em círculo, ao comando do professor, cantando a música “Atirei o pau no gato”. Quando o gato fizer “miau”, todos os alunos se abaixam, imergindo a cabeça. 4ª Aula 1. Em pé dentro da piscina, distante dois metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos segurando uma vela acesa à altura do peito. Ao seu comando, cada aluno, sentado à borda, bate as pernas na água de forma a apagar a vela. 2. Em pé dentro da piscina, os alunos jogam água para cima com as mãos, ao comando do professor, como para fazer chover. 3. Urna corda é estendida pelo professor, de um lado a outro da piscina no sentido do comprimento (dividindo a largura ao meio), a uma altura de 15 centímetros do nível da água. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e vai andando ou correndo até a borda oposta, passando por baixo da corda. Em seguida, repete-se o exercício, diminuindo gradativamente a altura da corda, até que o aluno imirja toda a cabeça para ultrapassá-la. 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular sozinho para dentro d’água. 5ª Aula Nesta aula, com exceção da última estratégia, as demais são iniciadas tendo o professor na posição de pé dentro da piscina. 1. O professor, jogando água com as mãos, molha completamente cada aluno sentado à borda. 2. O professor conta até cinco com espaços relativamente longos entre um número e outro. Ao ouvir o primeiro número, cada aluno, em pé dentro da piscina, junto à borda, imerge por completo. Quando emerso, o aluno ouve o número seguinte, procedendo 36 • Leonardo Graffius Damasceno de forma idêntica, e assim sucessivamente, até que o professor termine a contagem. 3. Distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, totalmente imerso. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e passa por dentro do bambolê, dirigindose para a borda oposta. 4. Em pé dentro da piscina, junto à borda, cada aluno, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, é puxado pelas mãos até a borda oposta, pelo professor. Durante o percurso, o aluno bate as pernas no estilo do modo de Crawl, ininterruptamente. Quando o professor disser a palavra “submarino”, o aluno coloca o rosto dentro d’água, como se o fosse. Unidade II – Bloquear a respiração voluntariamente 1ª Aula 1. Deitado em decúbito ventral à borda da piscina, cada aluno bate as pernas na água alternando batida forte, batida fraca, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, os alunos são dispostos à vontade. A um sinal, o professor pega somente aqueles alunos que estejam com a cabeça fora d’água, incluindo os que não estiverem com a cabeça imersa por completo. 3. Cinco pneus são colocados em círculo no fundo da piscina pelo professor. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda e vai andando ou correndo de encontro a um pneu por ele escolhido, sentando sobre ele. Ao deixar seu pneu, o aluno dirige-se para a borda oposta. Natação • 37 2ª Aula 1. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando uma bola. Ao arremessar a bola junto à borda, cada aluno, sentado à mesma, bate as pernas na água fazendo com que a bola volte às mãos do professor. 2. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o professor coloca-se de costas para os alunos segurando uma bola. Em pé dentro da piscina, os alunos colocam-se um do lado do outro, junto à borda. A um sinal, o professor arremessa a bola para trás, na direção dos alunos. Aquele em que a bola tocar imerge, sentando-se no fundo da piscina. Em seguida, o professor retoma a bola, procedendo de forma idêntica e assim sucessivamente, até que cada aluno tenha sido tocado pela bola. 3. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, de mãos dadas. Ao comando do professor, um dos componentes de cada dupla abaixa-se imergindo a cabeça por completo, enquanto seu oponente permanece em pé na posição inicial. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno pula para dentro d’água, ao comando do professor, sentado no fundo da piscina. 3ª Aula 1. Deitado em decúbito ventral à borda da piscina, cada aluno bate somente uma das pernas na água, depois a outra e finalmente, as duas ao mesmo tempo, ao comando do professor. 2. Em pé dentro da piscina, junto à borda, cada aluno arremessa sua b bola para frente. Ao comando do professor, o aluno vai de encontro à sua bola andando ou correndo, conduzindo-a até a borda oposta, somente com a cabeça. 3. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água o mais longe que puder, imergindo por completo em seguida. 38 • Leonardo Graffius Damasceno 4. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, um dos componentes da dupla abaixa-se, sentando no fundo da piscina, à frente dos pés de seu oponente, que permanece em pé, na posição inicial. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 4ª Aula Nesta aula, com exceção da primeira estratégia, as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé dentro da piscina. 1. Em pé dentro da piscina, distante três metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos segurando uma prancha de isopor. Ao arremessar a prancha para junto da borda, cada aluno, sentado nela, bate as pernas na água, fazendo com que volte às mãos do professor. 2. Dispostos à vontade, o professor passa andando entre os alunos e com a mão, toca um a um aleatoriamente. A cada toque recebido, o aluno abaixa-se imergindo a cabeça por completo. 3. Em pé dentro da piscina, os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, um dos componentes de cada dupla abaixa-se e quando imerso, toca as mãos nos pés de seu oponente, que permanece em pé na posição inicial. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 4. Em pé dentro da piscina, os alunos são desafiados pelo professor a imergirem, permanecendo mergulhados o maior tempo possível. 5ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. O professor passa andando entre os alunos, tocando aleatoriamente com a mão em uma de suas pernas ou nas duas simultaneamente. Deitados em decúbito ventral à borda, cada aluno Natação • 39 reage batendo na água somente com a perna que foi tocada ou, então, com as duas simultaneamente, quando for o caso. 2. Cada aluno solta sua prancha de isopor para que flutue livremente. Ao comando do professor, o aluno imerge, passando embaixo da sua prancha. 3. Segurando uma prancha de isopor, com os braços esticados à frente da cabeça, cada aluno, após colocar o rosto dentro d’água, parte da borda, ao comando do professor, e vai andando ou correndo, o mais longe que puder, sem respirar. 4. Os alunos imergem, ao comando do professor, quando este começa uma contagem. Quando emersos, cada aluno ouve um número. O professor pergunta a cada um o número que ouviu, a fim de descobrir quem ouviu o maior número falado, isto é, o maior deles e, portanto, foi o que permaneceu maior tempo imerso. Unidade III — Abrir os olhos embaixo d’água 1ª Aula Nesta aula, com exceção da última estratégia, as demais são iniciadas tendo os alunos em posição de pé dentro da piscina. 1. Os alunos são desafiados pelo professor a imergirem, abrindo os olhos embaixo da água. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro. Ao comando do professor, cada dupla imerge e um de seus componentes realiza uma “careta” embaixo da água. Quando emersos, seu oponente reproduz a careta vista, em seguida, repete-se o exercício invertendo as posições das duplas. 3. Os alunos formam-se em círculo com o professor ao centro segurando três figuras geométricas (círculo, quadrado e triângulo) em alumínio. Ao comando do professor, os alunos imergem observando a figura mostrada embaixo d’água. Quando emersos, cada aluno, questionado pelo professor, diz a figura apresentada. Em seguida, repete-se o exercício variando a figura. 40 • Leonardo Graffius Damasceno 4. Três pratos de alumínio, tendo cada um o interior pintado com uma cor diferente, são colocados pelo professor no fundo da piscina, de boca para baixo, distante três metros da borda. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda, imerso, impulsionando-se na parede com os pés e pegando o prato da cor predileta. 2ª Aula 1. Em pé dentro da piscina, disposto à vontade, cada aluno forma uma dupla com o professor, colocando-se um de frente para o outro, de mãos dadas. Ao seu comando, imergem e, embaixo d’água, o professor realiza um movimento facial. Quando emersos, o aluno reproduz o movimento visto. Para cada aluno, o professor realiza um movimento facial diferente. 2. Duas dúzias de bolinhas de gude são colocadas pelo professor, de forma aleatória, no fundo da piscina. Ao seu comando, todos os alunos, em pé dentro da piscina, partem da borda e, com imersões sucessivas, apanham o máximo de bolinhas que conseguirem. 3. Em pé dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o professor ao centro. Ao seu comando, todos imergem, e o professor, embaixo da água, representa uma pessoa ora chorando, ora rindo. Quando emersos, cada aluno questionado pelo professor relata o que viu. 4. Em pé dentro da piscina, junto à borda, o professor com uma fita vermelha sigilosamente enrolada em um dos dedos da mão forma com cada aluna uma dupla, colocando-se um de frente para o outro. Ao imergirem, o professor estende a mão para cada aluno e visualiza embaixo d’água. Quando emerso, o aluno mostra, em sua própria mão, o dedo em que o professor tem a fita. Para cada aluno, o professor troca a fita do dedo. Natação • 41 3ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 3, as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé dentro da piscina. 1. Em pé, dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o professor ao centro. Ao seu comando, todos imergem e observam o professor, que de forma alternada, deita, senta-se ou fica agachado no fundo da piscina. Quando emersos, cada aluno questionado pelo professor comenta a posição vista. 2. Em pé dentro da piscina, cada aluno forma dupla com o professor, colocando-se um de frente para o outro. O professor, com as mãos imersas e fechadas, segura uma ou mais moedas em uma delas. Ao seu comando, o aluno imerge e, simultaneamente, o professor abre as mãos. Quando emerso, o aluno diz em qual mão estavam as moedas e quantas são. 3. Nove varetas de alumínio (seis pequenas e três grandes) são colocadas pelo professor no fundo da piscina, distante quatro metros da borda. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno, ao seu comando, pula para dentro d’água e pega somente as varetas grandes. Para cada aluno, o professor varia a sequência das varetas pedidas. 4. Em pé dentro da piscina, os alunos formam-se em círculo com o professor ao centro. Ao seu comando, todos emergem e observam um número (de 1 a 5) que o professor mostra com seus dedos embaixo da água. Quando emersos, o professor pergunta a cada aluno o número que viu. Unidade IV — Flutuar em posição de decúbito ventral 1ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição em pé, dentro da piscina. 42 • Leonardo Graffius Damasceno 1. Segurando a borda da piscina, com as mãos, os alunos colocamse um ao lado do outro, com um metro de distância. Ao comando do professor, todos os alunos, após uma profunda inspiração, colocam o rosto dentro d’água e, tirando os pés do fundo da piscina, flutuam. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se de frente um para o outro. Ao comando do professor, um dos componentes de cada dupla, segurando as mãos do seu oponente com os braços esticados à frente, coloca o rosto dentro d’água e, tirando os pés do chão, flutua sem realizar movimentos de pernas. 3. Os alunos formam-se em duplas, dando uma das mãos. Uma a uma, aleatoriamente, as duplas escolhidas pelo professor, seguram um cano de PVC, mantendo cada um dos seus componentes os braços esticados à frente da cabeça e realiza a flutuação. 4. Os alunos, formados em duplas, colocam-se de frente para o outro, segurando uma prancha de isopor. Ao comando do professor, um dos componentes de cada dupla, após colocar o rosto dentro d’água, realiza a flutuação, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. Seu oponente permanece na posição de pé, segurando a prancha na extremidade oposta. Em seguida, repete-se o exercício invertendo-se as posições das duplas. 2ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas com os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Dispostos à vontade, cada aluno é seguro pelo professor com uma das mãos na barriga e a outra na altura dos joelhos. Com os braços e as pernas esticados e separados, como se fosse um X o aluno flutua e o professor vai baixando as mãos, lentamente (diminuindo o apoio), até que perceba um grau adequado de segurança ou relaxamento do aluno. 2. Segurando a borda com uma das mãos, os alunos colocamse um ao lado do outro, distantes um metro entre si. Ao comando do professor, cada aluno, com os braços e as pernas esticados e Natação • 43 separados, como se fosse um X, flutua. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo-se a mão de apoio. 3. Os alunos formados em duplas colocam-se um de frente para o outro, segurando uma prancha de isopor. Ao comando do professor, o componente de cada dupla segurando a prancha em extremidades opostas realiza simultaneamente a flutuação, mantendo as pernas esticadas e separadas como se fosse um X. 4. Dispostos à vontade, dois a dois, aleatoriamente, os alunos escolhidos pelo professor, segurando um cano de PVC, um de cada lado, realizam a flutuação, mantendo os braços e as pernas esticados e separados como se fosse um X. 3ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina, e dispostos à vontade. 1. Cada aluno possui uma bola. Ao comando do professor, o aluno, segurando a sua bola com os braços esticados à frente da cabeça, realiza a flutuação, mantendo as pernas separadas como se fosse um X. 2. Aleatoriamente, o professor segura cada aluno pelas mãos de modo que ele mantenha os braços e as pernas esticados e separados como se fosse um X. A um sinal, o aluno coloca o rosto dentro d’água e flutua. O professor vai soltando lentamente as mãos do aluno, a fim de que ele flutue de forma autônoma. 3. Cada aluno segura na borda com as mãos bem separadas. Ao comando do professor, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, tira os pés do fundo da piscina e, simultaneamente, solta as mãos da borda, flutuando. As pernas são mantidas esticadas e separadas como se fosse um X. 4. Cada aluno segura uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça. Ao comando do professor, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, tira os pés da piscina e flutua, mantendo as pernas esticadas e separadas como se fosse um X. 44 • Leonardo Graffius Damasceno 4ª Aula Similarmente, nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina e dispostos à vontade. 1. Dois a dois, aleatoriamente, os alunos escolhidos pelo professor seguram, em lados opostos, uma boia circular. Ao seu comando, após colocarem o rosto dentro d’água, os alunos tiram os pés do fundo da piscina, realizando a flutuação e mantendo as pernas esticadas e separadas como se fosse um X. 2. Cada aluno segura uma prancha de isopor com uma das mãos. Ao comando do professor, os alunos, após colocarem o rosto dentro d’água, tiram os pés do fundo da piscina e flutuam. Os braços e as pernas são mantidos esticados e separados como se fosse um X. 3. Os alunos são desafiados pelo professor a flutuar de forma autô noma, mantendo os braços e as pernas esticados e separados como se fosse um X. 4. Cada aluno segura um flutuador de braço com uma das mãos. Ao comando do professor, o aluno realiza a flutuação, mantendo os braços eas pernas esticados e separados como se fosse um X. Unidade V – Deslizar 1ª Aula Nesta aula, com exceção da última estratégia, as demais são iniciadas tendo os alunos de pé dentro da piscina, junto à borda. 1. Os alunos colocam-se um ao lado do outro, mantendo uma distância de um metro entre si. Ao comando do professor, cada aluno parte em direção à borda oposta, correndo. Durante o percurso, cada vez que o professor fizer soar um apito, o aluno deixa-se cair para frente, assumindo a posição de decúbito ventral, mantendo os braços esticados à frente da cabeça e o rosto dentro d’água. Natação • 45 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, dando as mãos. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está à frente puxa seu oponente pelas mãos até a borda oposta. Este mantém o corpo esticado com os braços à frente da cabeça, sem realizar movimentos de pernas durante o percurso. Em seguida, repetese o exercício invertendo as posições das duplas. 3. Cada aluno possui uma prancha de isopor. Ao comando do professor, o aluno salta para frente, deixando-se deslizar, em decúbito ventral, sem realizar movimentos de pernas. Os braços são mantidos esticados à frente da cabeça, e o rosto permanece dentro d’água. Em seguida, voltando à posição de pé, o aluno salta novamente, procedendo de forma idêntica e assim sucessivamente até atingir a borda oposta. 4. Em pé dentro da piscina, os alunos são dispostos à vontade. Aleatoriamente, cada aluno escolhido pelo professor é seguro por ele que coloca uma das suas mãos na barriga e a outra na sola dos pés do aluno. Mantendo o corpo esticado na posição de decúbito ventral, com os braços à frente da cabeça, o aluno, ao seu comando, coloca o rosto dentro d’água e, nessa posição, é impulsionado para frente, pela sola dos pés, como se fosse um torpedo. 2ª Aula Nesta aula, com exceção da primeira estratégia todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé dentro da piscina, junto à borda. 1. Em pé, dentro da piscina, distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando uma bola. Em pé, dentro da piscina, junto à borda, os alunos colocam-se um ao lado do outro, mantendo uma distância de um metro entre si. A um sinal, o professor joga a bola na direção de um aluno, a mais ou menos um metro na frente dele. Então, ele salta para agarrá-la, como se fosse um goleiro no futebol. Em seguida, o 46 • Leonardo Graffius Damasceno professor retoma a bola e procede de forma idêntica até que todos os alunos tenham realizado o exercício. 2. Os alunos, formados em dupla, colocam-se um atrás do outro. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está atrás segura seu oponente na altura da cintura, que o puxa, andando até a borda oposta. Durante o percurso, mantém o corpo esticado na posição de decúbito ventral sem realizar movimentos de pernas, colocando o rosto dentro d’água, pelo menos duas vezes. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 3. Cada aluno com uma bola, ao comando do professor, joga sua bola para frente e salta em sua direção, deslizando em decúbito ventral e empurrando-a com as mãos. Em seguida, voltando à posição de pé, o aluno retoma a bola, procedendo de forma idêntica, e assim sucessivamente até atingir a borda oposta. 4. Cada aluno com uma prancha de isopor, ao comando do professor, segura a prancha com os braços esticados à frente da cabeça. Após colocar o rosto dentro d’água, impulsionase na parede da piscina com os pés e desliza na posição de decúbito ventral, o mais longe que puder, sem realizar movimentos de pernas. 3ª Aula 1. A corda é estendida pelo professor, de um lado a outro da piscina, no sentido da largura. Em pé, dentro da piscina, junto à borda, o aluno segura em uma de suas extremidades e o professor, fora da piscina em pé na borda oposta, segura a outra extremidade. Com braçadas sucessivas, o aluno puxado pelo professor é levado a atravessar a piscina na posição de decúbito ventral. Durante o percurso, o aluno mantém o corpo esticado, segurando a corda com os braços à frente da cabeça, sem realizar movimentos de pernas. 2. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, segurando uma prancha de isopor, cada aluno é desafiado pelo professor a pular dentro d’água, o mais longe que puder, sem realizar mo- Natação • 47 vimentos de pernas, mantendo os braços esticados à frente da cabeça e o rosto dentro d’água. 3. Em pé, dentro da piscina, junto à borda, cada aluno segura uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça. Um a um, aleatoriamente, o professor puxa pela prancha, em direção à borda oposta, correndo. Durante o percurso, o professor pronuncia a palavra “torpedo” e o aluno, imediatamente, coloca o rosto dentro d’água. Em seguida, o professor solta a prancha, deixando o aluno deslizar, com o corpo esticado na posição de decúbito ventral, sem realizar movimentos de pernas. 4. Em pé, dentro da piscina, distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos. Ao seu comando, cada aluno, em pé, dentro da piscina, junto à borda, segurando uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça, após colocar o rosto dentro d’água, impulsiona-se na parede da piscina com os pés. Deslizando em decúbito ventral, sem realizar movimentos de pernas, cada aluno tenta atingir o professor. 4ª Aula 1. Em pé, dentro da piscina, distante dois metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, parcialmente imerso. Ao seu comando, em pé, dentro da piscina, cada aluno parte da borda, impulsionando-se com os pés na parede da piscina e passa, em decúbito ventral, dentro do bambolê, sem realizar movimentos de pernas. Os braços são mantidos esticados à frente da cabeça e o rosto dentro d’água. 2. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água com os braços esticados à frente da cabeça e, deslizando na posição em decúbito ventral, com o rosto dentro d’água, sem realizar movimentos de pernas, deve ir o mais longe que puder. 3. Em pé, dentro da piscina, distante 2,5 metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos com as pernas abertas. Ao 48 • Leonardo Graffius Damasceno seu comando, cada aluno, em pé, dentro da piscina, parte da borda, imerso, impulsionando-se com os pés na parede da piscina e, em posição de decúbito ventral, passa por dentro de suas pernas. 4. Em pé, dentro da piscina, junto à borda, cada aluno segura uma bola com os braços esticados à frente da cabeça. Ao comando do professor, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, impulsiona-se com os pés na parede da piscina e, sem realizar movimentos de pernas, desliza na posição de decúbito ventral, indo o mais longe que puder. 2ª Etapa – Propulsão Unidade VI – Bater as pernas no estilo do nado crawl utilizando uma prancha de isopor 1ª Aula Nesta aula, com exceção da primeira estratégia, todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina e junto à borda. 1. Em pé, dentro da piscina, segurando a borda com as mãos e mantendo os braços esticados à frente da cabeça, cada aluno, ao comando do professor, bate as pernas no estilo do nado de Crawl. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, dando as mãos. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está à frente puxa seu oponente pelas mãos até a borda oposta. Durante o percurso, bate as pernas no estilo do nado de Crawl, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. Em seguida, repete o exercício, invertendo a posição das duplas. 3. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um ao lado do outro, dando uma das mãos. Aleatoriamente, cada dupla escolhida pelo professor, segura em um cano de PVC, que é puxado pelo aluno até a borda oposta. Durante o percurso, os componentes Natação • 49 da dupla batem as pernas no estilo do nado Crawl, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. 4. Cada aluno segura um flutuador de braço com uma das mãos. Ao comando do professor, o aluno bate as pernas no estilo de nado de Crawl até a borda oposta, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. 2ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 2, todas as demais são iniciadas, com o aluno na posição de pé, dentro da piscina e junto à borda. 1. Cada aluno, segurando uma prancha de isopor, ao comando do professor, após impulsionar-se na parede da piscina com os pés, bate as pernas no estilo do nado Crawl, até a borda oposta. Durante o percurso, os braços são mantidos esticados à frente da cabeça. 2. Dentro da piscina segurando a borda com as mãos, cada aluno, ao comando do professor, bate as pernas no estilo de nado Crawl, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. No momento em que o professor fizer soar um apito, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, solta simultaneamente as mãos da borda, sem interromper a pernada. Em seguida, voltando à posição de pé, o aluno segura novamente a borda, procedendo de forma idêntica, e assim sucessivamente até que tenha repetido o exercício, pelo menos, três vezes. 3. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um ao lado do outro. Ao comando do professor, os componentes de cada dupla, segurando em um cano de PVC, batem as pernas no estilo do nado Crawl, até a borda oposta. Durante o percurso, os braços são mantidos esticados à frente da cabeça. 4. Cada aluno, segurando uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça, forma uma dupla com o professor. Este puxa o aluno, ora correndo, ora andando, até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno bate as pernas no estilo do 50 • Leonardo Graffius Damasceno nado Crawl, alterando batida forte, batida fraca, de acordo com a velocidade imprimida pelo professor. 3ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 2, todas as demais são iniciados tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Distante cinco metros da borda da piscina, o professor colocase de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, parcialmente imerso. Ao seu comando, cada aluno em pé dentro da piscina, segurando uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça, parte da borda, impulsionando-se na parede da piscina com os pés e batendo as pernas no estilo do nado Crawl, até passar por dentro do bambolê. 2. Fora da piscina, partindo da posição de pé, na borda, cada aluno, segurando uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça, é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água e ir a até a borda oposta, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, ininterruptamente. 3. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, segurando nas extremidades opostas de uma prancha de isopor. Ao comando do professor, os componentes de cada dupla batem as pernas no estilo do nado Crawl, simultaneamente, o mais forte que puderem. Em seguida, voltando à posição de pé, o professor verifica qual componente de cada dupla deslocou seu oponente por um maior espaço e, portanto, realizou a pernada mais forte. 4. Os alunos formam-se em fila indiana, mantendo uma distância de dois metros entre si, segurando cada um uma prancha de isopor. Ao comando do professor, o primeiro aluno da fila passa em slalon entre todos os outros, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, colocando-se no final da fila, na posição de pé. Em seguida, o segundo aluno da fila procede de forma idêntica ao primeiro, até que todos os alunos tenham realizado o exercício. Natação • 51 Unidade VII — Bater as pernas no estilo do nado crawl 1ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Segurando a borda da piscina com as mãos, os alunos colocamse um ao lado do outro, distantes um metro entre si. Ao comando do professor, cada aluno bate as pernas no estilo do nado Crawl. Quando o professor fizer soar um apito, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, solta, simultaneamente, a borda sem interromper a pernada. Em seguida, voltando à posição de pé, segura novamente a borda, procedendo de forma idêntica, e assim sucessivamente, até que tenha repetido o exercício, pelo menos, três vezes. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um à frente do outro. O componente de cada dupla, que está à frente, estica lateralmente ao corpo um de seus braços, para que seu oponente, com os braços esticados à frente da cabeça, apoie-se sobre ele, na altura do antebraço. Ao comando do professor, o componente da dupla que está sendo apoiado bate as pernas no estilo do nado Crawl até a borda oposta, seguido por seu companheiro que anda mais rápido ou devagar, conforme o ritmo da pernada imposto pelo primeiro. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 3. Cada aluno é desafiado pelo professor a ir o mais longe que puder, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça; 4. Os alunos formam-se em duplas. Um dos componentes de cada dupla permanece junto à borda e seu oponente colocase de frente também na posição de pé, a cinco metros de distância. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está junto à borda vai até seu oponente, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água e os braços 52 • Leonardo Graffius Damasceno esticados à frente da cabeça. Em seguida, repete-se o exercício invertendo as posições das duplas. 2ª Aula Nesta aula, com exceção da última estratégia, todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Os alunos colocam-se um ao lado do outro, distantes um metro entre si. A cinco metros de cada aluno, o professor coloca uma prancha de isopor. Ao seu comando, cada aluno tenta alcançar a prancha, batendo as pernas no estilo do nado Crawl com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. Em seguida dirige-se para a borda oposta. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se nas bordas opostas da piscina, de frente um para o outro. Ao comando do professor, os componentes de cada dupla partem simultaneamente das duas bordas, batendo as pernas no estilo do nado Crawl com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, a fim de se encontrarem em algum ponto da piscina. À medida que os componentes de cada dupla se encontram, colocam-se na posição de pé e dirigem-se para uma das bordas. 3. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um à frente do outro. Quando o professor fizer soar um apito, o componente de cada dupla que está à frente para em direção à borda oposta, batendo as pernas no estilo do nado Crawl com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça. No momento em que esse aluno se distanciar um metro de seu oponente, o professor faz soar o apito novamente, para que este último parta correndo em perseguição a seu companheiro, até alcançá-lo. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo as posições das duplas. 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé, na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água. Batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água e Natação • 53 mantendo os braços esticados à frente da cabeça, ele deve ir o mais longe que puder. 3ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Distante quatro metros da borda da piscina, o professor colocase de frente para os alunos, segurando um cano de PVC. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente, até alcançar o cano. 2. Os alunos colocam-se um ao lado do outro, distantes um metro entre si. Fora da piscina, o professor arremessa uma bola para dentro d’água, a mais ou menos cinco metros de distância dos alunos. No momento em que a bola cair na água, cada aluno parte em sua captura, batendo as pernas no estilo do nado Crawl com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça e esforçando-se para ver quem primeiro consegue pegá-la. 3. Os alunos formam-se em duplas. Um dos componentes de cada dupla permanece junto à borda, e seu oponente coloca-se de frente para este último, na posição de pé, a cinco metros de distância. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está na borda parte em direção a seu oponente, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água e mantendo os braços esticados à frente da cabeça. Ao atingi-lo, assume a posição de pé e o outro prossegue de forma idêntica a seu companheiro, até atingir a borda oposta. 4. Distante quatro metros da borda da piscina, o professor coloca -se de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, parcialmente imerso. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda, batendo as pernas no estilo 54 • Leonardo Graffius Damasceno do nado Crawl com o rosto dentro d’água e, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, passa dentro do bambolê. 4ª Aula 1. Em pé, dentro da piscina, cada aluno, ao comando do professor, parte da borda batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, em direção à borda oposta. Durante o percurso, cada vez que o professor fizer soar um apito, o aluno para, assumindo a posição de pé. No momento em que o apito for soado novamente, ele reinicia a pernada, procedendo de forma idêntica até atingir a borda oposta. 2. Dois pneus são colocados pelo professor no fundo da piscina, distantes três metros um do outro. Em pé, dentro da piscina, cada aluno, ao comando do professor, parte da borda, batendo as pernas no estilo do nado Crawl com o rosto dentro d’água, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, em direção à borda oposta. No momento em que passar pelo primeiro pneu, o aluno para, assumindo a posição de pé, sobre o pneu. Em seguida, procede de forma idêntica até o segundo pneu e assim, sucessivamente, até atingir a borda oposta. 3. Em pé, dentro da piscina, junto à borda, os alunos formamse em duplas, mantendo uma distância de dois metros entre cada uma. Um dos componentes de cada dupla permanece fora da piscina, na posição de pé. Ao comando do professor, o componente de cada dupla que está dentro da piscina parte, andando em direção à borda oposta. No momento em que esse aluno se distancia dois metros de seu oponente, o professor sinaliza para que os que ficaram fora pulem dentro d’água, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água e mantendo os braços esticados à frente da cabeça, perseguindo seus companheiros até alcançá-los. 4. Em pé, dentro da piscina, distante cinco metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando um cano de PVC. Ao seu comando, cada aluno, fora da piscina, partindo Natação • 55 da posição de pé na borda, pula para dentro d’água. Batendo as pernas no estilo do nado de Crawl, com o rosto dentro d’água e mantendo os braços esticados à frente da cabeça. Cada aluno vai até o cano, passa por cima dele e dirige-se, em seguida, para a borda oposta, procedendo de forma idêntica. Unidade VIII — Bater os braços no estilo do nado crawl utilizando uma prancha de isopor 1ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 2, todos as demais são iniciadas, com os alunos na posição de pé, dentro da piscina e junto à borda. 1. Cada aluno, ao comando do professor, vai andando ate-a borda oposta da piscina, rodando os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, de forma que os braços, em sua fase aérea, permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 2. Em pé, dentro da piscina, cada aluno segura a borda com as mãos. Ao comando do professor, após colocar o rosto dentro d’água, mantendo o tronco um pouco flexionado, cada aluno roda os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, de forma que os braços, em sua fase aérea, permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 3. Cada aluno forma dupla com o professor, colocando-se um de frente para o outro, de mãos dadas. Ao seu comando, o aluno, após assumir a posição de decúbito ventral, bate as pernas no estilo do nado Crawl, e é puxado pelas mãos até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno coloca o rosto dentro d’água, pelo menos três vezes, e em cada uma delas, roda os braços alternadamente para frente como no estilo do nado Crawl de forma que seus braços, em sua fase aérea, permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 56 • Leonardo Graffius Damasceno 4. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um ao lado do outro, dando uma das mãos. Ao comando do professor, cada dupla, segurando em um cano de PVC, bate as pernas no estilo do nado Crawl, e é puxado pelo professor até a borda oposta. Durante o percurso, os componentes da dupla colocam o rosto dentro d’água pelo menos três vezes. Em cada uma delas, rodam os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, de forma que seus braços, em sua fase aérea permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 2ª Aula 1. Cada aluno, segurando a borda com as mãos, bate as pernas no estilo do nado Crawl. Ao comando do professor, o aluno, após colocar o rosto dentro d’água, roda os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, sem interromper a pernada no mesmo estilo, de forma que seus braços, em sua fase aérea, permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 2. Em pé, dentro da piscina, junto à borda os alunos colocamse um ao lado do outro, segurando uma prancha de isopor. Aleatoriamente, o professor puxa cada aluno em direção à borda oposta. Durante o percurso, o alvo bate as pernas no estilo de nado Crawl, colocando o rosto dentro d’água pelo menos 3 vezes. Em cada uma das vezes, roda os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, de forma que seus braços, em sua fase aérea permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas. 3. Em pé, dentro da piscina, distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos. Ao seu comando, cada aluno, em pé, dentro da piscina, segurando uma prancha de isopor, parte da borda em sua direção, após colocar o rosto dentro d’água. Batendo pernas no estilo do nado Crawl, o aluno roda os braços alternadamente para frente, como no estilo do nado Crawl, de forma que seus braços, em sua fase aérea, permaneçam esticados acima da cabeça, roçando nas orelhas, até o aluno atingir o professor. Natação • 57 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno, segurando uma prancha de isopor, é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água e ir o mais longe que puder, batendo as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água. 3ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 2, todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um à frente do outro, segurando uma prancha de isopor nas extremidades opostas. Ao comando do professor, os componentes de cada dupla, após colocarem o rosto dentro d’água, batem as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, simultaneamente, o mais forte que puderem. Em seguida, voltando à posição de pé, o professor verifica qual componente de cada dupla que deslocou seu oponente por um maior espaço e, portanto, realizou a pernada e a braçada mais forte. 2. Em pé, dentro da piscina, distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos, segurando um bambolê na posição vertical, parcialmente imerso. Ao seu comando, cada aluno, fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, pula para dentro d’água, segurando uma prancha de isopor. Com os braços esticados à frente da cabeça e o rosto dentro d’água, o aluno bate as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, passando dentro do bambolê. 3. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, em bordas opostas da piscina, cada qual segurando uma prancha de isopor. Ao comando do professor, os componentes de cada dupla partem simultaneamente de suas bordas, batendo as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água, a fim de se encontrarem em algum ponto da piscina. À medida que os componentes de cada dupla se encontram, colocam-se na posição de pé e dirigem-se para uma das bordas. 58 • Leonardo Graffius Damasceno 4. Cada aluno, junto à borda da piscina, coloca uma boia de braço em cada uma de suas pernas, na altura dos tornozelos. Ao comando do professor, o aluno, segurando uma prancha de isopor, após colocar o rosto dentro d’água, vai o mais longe que puder, sem realizar movimentos de pernas, batendo somente os braços no estilo do nado Crawl. 4ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 4, todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina. 1. Cada aluno, junto à borda da piscina, segurando uma prancha de isopor, forma uma dupla com o professor. Ao seu comando, o aluno coloca o rosto dentro d’água e, após ter suas pernas seguras pelo professor na altura dos tornozelos, vai o mais longe que puder, batendo os braços no estilo do nado Crawl. O professor segue andando rápido ou devagar atrás do aluno, conforme o ritmo da braçada imposto por este último. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um de frente para o outro, em bordas opostas. Ao comando do professor, um dos componentes da dupla, segurando uma prancha de isopor, parte em direção a seu oponente, após colocar o rosto dentro d’água, batendo as pernas e os braços no estilo do nado Crawl. Simultaneamente, seu oponente, na borda oposta, parte andando na mesma direção de seu companheiro. Ao se encontrarem, as posições são invertidas e cada componente procede de forma idêntica a seu oponente, até atingir a borda oposta de onde partiu. 3. Cada aluno, segurando uma prancha de isopor, parte da borda da piscina, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, em direção à borda oposta. No momento em que o professor soar um apito, o aluno coloca o rosto dentro d’água, realizando, simultaneamente, a braçada no estilo do nado Crawl, sem interromper a pernada. Quando o apito soar novamente, o aluno para somente o movimento de braços e assim, sucessivamente, até atingir a borda oposta. Natação • 59 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno, segurando uma prancha de isopor, é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água, batendo as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, ininterruptamente, até atingir a borda oposta. Durante o percurso, o rosto é colocado dentro d’água pelo menos três vezes. 3ª Etapa – Respiração Unidade: IX – Respirar frontalmente utilizando uma prancha de isopor 1ª Aula Nesta aula, todas as estratégias são iniciadas tendo os alunos na posição de pé, dentro da piscina, dispostos à vontade. 1. Cada aluno segura um canudinho. Ao comando do professor, o aluno faz bolinhas na água, soprando o ar pelo canudinho. 2. Cada aluno segura um canudinho e uma bolinha de isopor. Ao comando do professor, o aluno solta sua bolinha de isopor na água, deixando-a flutuar livremente e, com o canudinho, sopra-a de forma sucessiva, fazendo com que a. mesma se desloque sobre a água. 3. Cada aluno segura uma bolinha de isopor. Ao comando do professor, ele solta sua bolinha de isopor na água, deixandoa flutuar livremente e, soprando-a de forma sucessiva, ele a conduz até a borda oposta. 4. Cada aluno é desafiado pelo professor a colocar o rosto dentro d’água, após realizar uma profunda inspiração e, soltando o ar pela boca e pelo nariz, fazer o máximo possível de bolinhas. 60 • Leonardo Graffius Damasceno 2ª Aula Nesta aula, com exceção da Estratégia 3, todas as demais são iniciadas tendo os alunos na posição em pé dentro da piscina, junto à borda. 1. Cada aluno, durante uma contagem sucessiva realizada pelo professor, abaixa-se e levanta-se, imergindo a cabeça, a cada número ouvido. Quando imerso, o aluno realiza uma profunda expiração soltando o ar pela boca, fazendo o máximo possível de bolinhas embaixo d’água. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um à frente do outro, de mãos dadas. Ao comando do professor, o componente da dupla que está à frente puxa seu oponente pelas mãos, até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno que está sendo puxado coloca o rosto dentro d’água, pelo menos três vezes, e, soltando o ar pela boca, faz o máximo possível de bolinhas, ou seja, realiza a respiração. Em seguida, repete-se o exercício invertendo a posição das duplas. 3. Em pé, dentro da piscina, segurando a borda com as mãos, os alunos colocam-se um ao lado do outro, mantendo uma distância de dois metros entre si. Ao comando do professor, cada aluno, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, realiza a respiração frontal, sem interromper a pernada. Após uma ou mais respirações, coloca-se na posição de pé, procedendo, em seguida, de forma idêntica e assim sucessivamente, até que o exercício tenha sido repetido pelo menos cinco vezes. 4. Cada aluno forma dupla com o professor que, segurando o aluno de frente, pelas mãos, puxa-o até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno, batendo as pernas no estilo de nado Crawl realiza a respiração frontal, pelo menos cinco vezes, sem interromper a pernada. Natação • 61 3ª Aula Nesta aula, com exceção da última estratégia, todas as demais são iniciadas tendo o aluno na posição de pé, dentro da piscina e junto à borda. 1. Os alunos, formados em duplas colocam-se um de frente para o outro, segurando uma prancha de isopor. Ao comando do professor, o componente da dupla que está à frente puxa seu oponente pela prancha até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno que está sendo puxado bate as pernas no estilo do nado Crawl, realizando a respiração frontal. Em seguida, repete-se o exercício, invertendo a posição das duplas. 2. Os alunos, formados em duplas, colocam-se um à frente do outro, de mãos dadas. Ao comando do professor, o componente da dupla que está à frente puxa seu oponente pelas mãos, até a borda. Durante o percurso, o aluno que está sendo puxado coloca o rosto dentro d’água, pelo menos três vezes, e, soltando o ar pela boca, faz o máximo possível de bolinhas, ou seja, realiza a respiração. Em seguida, repete-se o exercício invertendo a posição das duplas; 3. Em pé, dentro da piscina, segurando a borda com as mãos, os alunos colocam-se um ao lado do outro, mantendo uma distância de dois metros entre si. Ao comando do professor, cada aluno, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, realiza a respiração frontal, sem interromper a pernada. Após uma ou mais respirações, coloca-se na posição de pé, procedendo, em seguida, de forma idêntica, e assim sucessivamente, até que o exercício tenha sido feito pelo menos cinco vezes. 4. Cada aluno forma dupla com o professor que, segurando o aluno de frente, pelas mãos, puxa-o até a borda oposta. Durante o percurso, o aluno, batendo as pernas no estilo do nado Crawl, realiza a respiração frontal, pelo menos cinco vezes, sem interromper a pernada. 62 • Leonardo Graffius Damasceno 4ª Etapa – Coordenação Unidade X — Nadar no estilo crawl com a respiração bloqueada 1ª Aula 1. Em pé, dentro da piscina, distante quatro metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos. Ao seu comando, cada aluno, também em pé dentro da piscina, parte da borda batendo as pernas e os braços no estilo do nado Crawl, com o rosto dentro d’água, até alcançá-lo. 2. Em pé dentro da piscina, distante dois metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos segurando um bambolê na posição vertical parcialmente imerso. Ao seu comando, cada aluno, também em pé dentro da piscina, parte da borda, impulsionando-se na parede com os pés e, após passar dentro do bambolê, nada no estilo Crawl em apneia, até pelo menos mais três metros além do bambolê. 3. Uma prancha de isopor é colocada pelo professor dentro d’água, distante seis metros da borda. Ao seu comando, cada aluno, em pé, dentro da piscina, parte da borda nadando Crawl em apneia, o mais rápido que puder, até atingir a prancha. 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno é desafiado pelo professor a pular para dentro d’água e ir o mais longe que puder, nadando Crawl em apneia. 2ª Aula 1. Seis pranchas de isopor são colocadas pelo professor dentro d’água, distantes seis metros da borda. Ao seu comando, cada aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda, nadando Crawl em apneia até atingir uma prancha. De posse desse material, o aluno bate somente as pernas no estilo do nado de Crawl, até atingir a borda oposta, mantendo os braços esticados à frente da cabeça, segurando a prancha. 2. Seis pranchas de isopor são colocadas pelo professor dentro d’água, distantes seis metros da borda. Ao seu comando, cada Natação • 63 aluno, em pé dentro da piscina, parte da borda nadando Crawl em apneia, até atingir uma prancha. De posse da prancha, o aluno, após assumir a posição de decúbito ventral com a prancha presa entre as pernas, bate somente os braços no estilo do nado Crawl, até atingir a borda oposta. 3. Em pé, dentro da piscina, distante sete metros da borda, o professor coloca-se de frente para os alunos. Ao seu comando, cada aluno fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, segurando uma prancha de isopor com os braços esticados à frente da cabeça, pula para dentro d’água e vai indo ao seu encontro, nadando Crawl em apneia. No momento em que atingir o professor, o aluno coloca-se na posição de pé e, após entregar-lhe a sua prancha, prossegue da mesma forma até atingir a borda oposta. 4. Fora da piscina, partindo da posição de pé na borda, cada aluno, ao comando do professor, pula para dentro d’água e vai até a borda oposta, nadando Crawl em apneia. Durante o percurso, o aluno pode parar somente uma única vez. 64 • Leonardo Graffius Damasceno Lista de Materiais Utilizados no Programa de Aprendizagem de Natação ∙∙ Apito ∙∙ Bacia plástica pequena ∙∙ Balde plástico médio ∙∙ Bambolê ∙∙ Boia circular em isopor ou plástico* ∙∙ Boia de braço* ∙∙ Bolas de gude ∙∙ Bolas de isopor pequenas ∙∙ Bolas de plástico médias ∙∙ Cano de PVC com três polegadas de diâmetro ∙∙ Canudos de plástico ∙∙ Conjunto de figuras geométricas em alumínio ∙∙ Corda de nylon ∙∙ Fita de seda na cor vermelha ∙∙ Folhas de jornal ∙∙ Moedas ∙∙ Pneus ∙∙ Pranchas de isopor tipo natação ∙∙ Pratos de alumínio (sopa) ∙∙ Regador plástico pequeno ∙∙ Varetas de alumínio em dois tamanhos distintos ∙∙ Velas * Material acessório Natação • 65 Nome do aluno 2ª Etapa – Propulsão Nome do aluno 1ª Etapa – Adaptação Apneia voluntária Perna de Crawl sem prancha Descontração facial Deslize PÁGINA 1 Braço de Crawl com prancha Flutuação emdecúbito ventral Perna de Crawl com prancha Unidades Observadas Visão subaquática Unidades Observadas Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendizagem de Natação (FODAN) Nome do aluno 4ª Etapa – Coordenação Nome do aluno 3ª Etapa – Respiração Nadar Crawl em apneia Unidade Observada Respiração frontal com prancha Unidade Observada Ficha de Observação de Desempenhos na Aprendizagem de Natação (FODAN) PÁGINA 2 referências BURKHARDT, Roberto; ESCOBAR, Michele Ortega. Natação para portadores de deficiências. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1985. CARVALHO, Cantarino de. Introdução à didáctica da natação. Lisboa: Compendium, 1982. CATTEAU, Raymond; GAROFF, Gérard. O ensino da natação. São Paulo: Manole, 1990. DAMASCENO, Leonardo Graffius. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. Brasília: Secretaria de Desportos, 1992. ESTEVA, Santiago. La natacion moderna. Barcelona: Vecchi, 1977. FREITAG, Werner. Natação: Lisboa: Casa do Livro, 1982. LENK, Maria. Natação. São Paulo: Melhoramentos, 1942. LEWIN, Gerhard. Natação. Lisboa: Estampa, 1978. LOTUFO, João. Ensinando a nadar. São Paulo: Cia. Brasil, 1980. NAVARRO, Fernando. Pedagogia de la natacion. Valladolid: Miñon, 1978. PAVEL, Roberto de Carvalho. Aspectos metodológicos da aprendizagem da natação. Trabalho apresentado no 2º Seminário Internacional da Educação Física Escolar, Memórias. Rio de Janeiro: Universidade Gama Filho, 1977. PIAGET, Jean. Comportamento motriz da evolução. Porto: Rés Editora, 1977. REIS, Jayme Werner dos. A natação na sua expressão psicomotriz. Porto alegre: UFRGS, 1983. WILKE, Kurt. Natação para principiantes: treino, técnica e táctica. Lisboa: Casa do Livro, 1982. Leonardo Graffius Damasceno Nasceu em Belo Horizonte, no mês de maio de 1960. Tendo como mãe uma carioca, não tardou a ir morar no Rio de Janeiro. E foi na “Cidade Maravilhosa” que iniciou a sua formação docente. Na Universidade Gama Filho concluiu a sua graduação em Educação Física e, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, fez três cursos de especialização, bem como o seu Mestrado em Educação. Ministrou aulas em instituições particulares de ensino superior no Rio de Janeiro e, posteriormente, no Paraná. Em 1991 veio para a Universidade Federal do Espírito Santo por concurso público, onde permanece até hoje. No curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, trabalha com as disciplinas “Educação Física, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano” e “Fundamentos das Atividades Aquáticas/Natação”. www.neaad.ufes.br (27) 4009 2208