Sexualidade, igreja e bioética

061108
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LIVROS
Sexualidade, igreja e bioética
A condenação pela Igreja
Católica do uso de anticoncepcionais e técnicas de reprodução assistida tornou as
pessoas “mais infelizes” e afastou-as da instituição, defende o
médico Miguel Oliveira da Silva
no livro “A Sexualidade, a Igreja
e a Bioética”.
Ginecologista-obstetra
e
membro do Conselho Nacional
de Ética para as Ciências da
Vida, Miguel Oliveira da Silva
escreveu o livro por ocasião
do 40º aniversário da “Humanae Vitae”, a encíclica papal
que, além de expressar uma
visão sobre a sexualidade humana, condena os métodos
contraceptivos “artificiais”. Na
véspera do lançamento do
livro, o médico disse à agência Lusa que a forma como a
Igreja Católica tem tratado, nos
últimos 30 a 40 anos, muitas
questões de sexualidade humana não é a “mais correcta”.
“Em vez de ajudar a fazer as
pessoas felizes, tem ajudado
a fazê-las infelizes, e eu acho
que não é para isso que serve
a Igreja Católica”, disse. O também professor de Ética Médica
e Bioética na Faculdade de
Medicina da Universidade de
Lisboa defendeu a necessidade de uma “reflexão” sobre
a forma como a Igreja encara
questões como os métodos de
contracepção, a pílula e o preservativo, as relações sexuais
antes do casamento e os divorciados católicos e o casamento
dos padres.
Médico, católico...
Para o médico, católico, a
posição crítica da Igreja sobre
a sexualidade humana está na
base da decisão de milhares
de crentes abandonarem a
Igreja Católica Romana e a
prática dos seus sacramentos.
No livro, Miguel Oliveira da
Silva afirma que a sexualidade
humana é desde há várias décadas uma das questões “mais
difíceis e delicadas, senão
mesmo a questão mais difícil e
delicada em termos de teologia
moral ou mesmo na própria Igreja, directa ou indirectamente
responsável pela desilusão,
frustração e abandono de tantas e tantos dos seus membros, leigos e religiosos”. Para
o ginecologista, é um “absurdo”
um divorciado não poder ter
relações sexuais, a proibição
das relações sexuais antes do
casamento, “já para não falar
da pílula e do preservativo que
ainda é proibido”.
“Jesus Cristo veio ao mundo
para mandar uma mensagem
de amor e felicidade às pessoas e não uma mensagem de
repressão. Estou convencido
que Jesus Cristo não se reconhece neste aspectos desta
Igreja”, frisou à Lusa. Miguel
Oliveira da Silva considera
que será “inevitável, mais tarde ou mais cedo”, uma abertura da Igreja Católica a estas
questões, mas “não será com
certeza com este Papa [Bento
XVI]”.
“Mais tarde ou mais cedo háde vir um Papa que ninguém
espera - quem esperava que
Barack Obama vencesse as
eleições nos Estados Unidos
quando concorreu contra Hilary
Clinton? - que irá abrir a pouco
e pouco” a posição da Igreja
sobre estas questões.
No livro, o autor acrescenta
que “é tempo de aprendermos
com os acontecimentos das
últimas quatro décadas e ver
que as posições do Magistério - a hierarquia que define as
posições doutrinais - estão e
estarão cada vez mais dissociadas da realidade dos próprios fiéis, com todas as consequências que daí advêm”.
“Efectivamente, Roma perdeu a batalha da contracepção e da procriação medicamente assistida (PMA)”, lê-se
no livro, que será apresentado
quinta-feira na Casa-Museu da
Fundação Medeiros e Almeida
pelo padre Anselmo Borges, o
bispo das Forças Armadas, D.
Januário Torgal Ferreira, e por
Maria de Jesus Barroso.
O prefácio do livro de
Miguel Oliveira da Silva é da
autoria do padre e professor
de Filosofia na Universidade
de Coimbra Anselmo Borges.
Em declarações à Lusa, o
padre Anselmo Borges disse
concordar “completamente”
com a perspectiva do autor
quando diz que “há um tremendo mal-estar não apenas
nos fiéis mas das pessoas em
geral contra a Igreja”, provocado pela “não abertura da
Igreja em relação à sexualidade”.
“Há posições da Igreja
Católica em relação à sexualidade que estão profundamente envenenadas”, sustentou. Para Anselmo Borges,
há questões que precisam
ser reequacionadas como o
celibato dos padres, que enquanto for “uma lei obrigatória
a Igreja dificilmente sai para
fora da suspeita no domínio
da sexualidade”, e a possibilidade de “as mulheres
terem acesso em igualdade
com os homens em toda a realidade da Igreja”. Por outro
lado, acrescentou, “é absolutamente inadmissível que se
continue a condenar o preservativo”, que em certas circunstâncias deve ser “não só
possibilitado, mas considerado obrigatório”, em questões
relacionadas com a saúde.
Outra visão
Numa altura em que se assinalam os 40 anos da encíclica “Humanae Vitae”, Anselmo
Borges defendeu a necessidade de rever toda a questão
da concepção artificial e que
a Igreja deve abrir-se com
“outra visão” em relação a
esta matéria.
“É necessário um caminho
novo para, de modo digno e
fiável, falar do casamento,
do controlo da natalidade, da
procriação medicamente assistida e da contracepção”,
concluiu.
NO FECHO
FC Porto vence
Um golo do argentino
Lucho Gonzalez, aos 92
minutos, permitiu ontem ao
FC Porto vencer por 2-1 no
reduto do Dínamo de Kiev
e ascender ao segundo
lugar do Grupo G da Liga
dos Campeões em futebol.
Em encontro da quarta
jornada do Grupo G, os
tricampeões estiveram a
perder, devido a um golo
de Artem Milevskiy, aos
21 minutos,
mas deram
MUSEU
ABERTO
a volta ao resultado, com
tentos de Rolando, aos
69, e, já nos descontos, do
“capitão”. A duas rondas do
final, o FC Porto soma seis
pontos, menos dois do que
o líder Arsenal, que não
passou de um empate a
zero na recepção ao Fenerbahçe (último, com dois
pontos), e mais um do que
o conjunto ucraniano.
EDP aumenta lucro
O lucro da EDP subiu
41,3 por cento para 940,1
milhões de euros nos
primeiros nove meses do
ano, face aos 665,2 milhões de euros registados
o ano passado, anunciou
a empresa. O resultado
líquido situa-se acima da
média das estimativas dos
analistas contactados pela
agência Lusa que apontavam para um aumento do
lucro em 33 por cento para
882,7 milhões de euros
nos primeiros nove meses
deste ano.
Monteiro abandona
Manuel Monteiro vai
abandonar a liderança do
Partido da Nova Democracia no próximo dia 15 para
se dedicar exclusivamente
à candidatura pelo distrito
de Braga nas próximas
legislativas, às quais se
candidata pelo seu partido.
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CID
PCP desafia | O PCP desafiou o Governo a transferir,
já no próximo ano, a totalidade das verbas necessárias à
construção do novo Hospital
Central de Évora, que os comunistas dizem estar previstas
“para 2012”. Em comunicado, a
Direcção da Organização Regional de Évora (DOREV) do
PCP reagiu ao concurso público internacional para os projectos de arquitectura e das várias
especialidades do novo equipamento, lançado pelo Governo
na última sexta-feira.
A cerimónia de abertura do
concurso público foi presidida,
em Évora, pela ministra da Saúde, Ana Jorge, estando previsto
que a empreitada (será depois
objecto de outro concurso) se
inicie em 2010 para a entrada
em funcionamento do hospital
em 2013, após um investimento
de 94 milhões de euros.
A DOREV do PCP garante,
no comunicado, que o concurso
público agora lançado “não dá
resposta a nenhuma” das suas
“preocupações” sobre a concretização deste investimento.
Lembrando que a necessidade
de um novo hospital na cidade
alentejana está “identificada há
cerca de 10 anos”, a estrutura
comunista culpa os governos
do PS, PSD e CDS pelos “sucessivos adiamentos” do equipamento.
“A postura assumida pelo
PS, PSD e CDS tem sido a de
anunciar, em ano de eleições,
a construção do novo hospital,
esquecendo depois as promessas feitas e adiando a sua
concretização”, pode ler-se.
Segundo a DOREV, “é precisamente essa a atitude” do
actual executivo socialista, que
incluiu o equipamento no seu
programa eleitoral, mas, após
chegar ao Governo, “travou a
sua concretização”.
“Já em 2007, foi feito novo
anúncio de que o hospital de
Évora era mesmo para construir e que o Estado iria proceder à transferência das verbas necessárias até ao ano de
2009”, mas, em “Julho passado”, esses mesmos montantes
foram “adiados para 2012”,
acrescentam. Com as eleições
a aproximarem-se, o PCP acusa o PS de pretender, agora,
fazer “propaganda com o lançamento dos concursos”.
O PCP desafia ainda os socialistas para “um debate público” sobre a unidade hospitalar.
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sediada em Évora, é um instituto público periférico integrado na administração indirecta do Estado,
dotado de autonomia administrativa e financeira, e
que prossegue atribuições do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, sob a superintendência e tutela do
respectivo Ministro. A área de jurisdição da ARH do
Alentejo, I.P. integra 47 concelhos, abrangendo as
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De acordo com o Diário do Sul, o Circuito das Muralhas é uma prova que será percorrida pelos 250
automóveis e motos antigas que envolvem mais
de 600 participantes. O evento pretende ser certificado pelo Guiness World Records e para isso
vai contribuir a presença de milhares de visitantes previstos ao longo da iniciativa. Como complemento da iniciativa, a Arena de Évora vai acolher
duas noites direccionadas para o público em geral
que seja apreciador de música e, em especial, das
tradições culturais portuguesas. Assim, na primeira noite, sexta-feira, realiza-se a Grande Noite do
Fado, pelas 21,30h, com a participação de António
Pinto Basto e outros artistas da região, entre eles
António Varela, Franklin do Carmo, Maria Santos,
João Brasa, João Paulo, José Quaresma, Lurdes
de Sá, Maria Fernanda, Marta do Carmo, Rui Lopes, Teresa Bilou e Valdemar Mochila.
Badajoz: Empresárias...
Cerca de duas centenas de empresárias de Portugal e Espanha reúnem-se hoje, em Badajoz (Palácio de Congressos Manuel Rojas), para analisar
políticas de gestão e práticas de cooperação laboral
de âmbito transfronteiriço. Este encontro tem ainda
como objectivo discutir a possibilidade de criar uma
rede que sirva de ferramenta para experiências de
intercâmbio em matérias de igualdade no mercado
de trabalho, permitindo incentivar a criação de emprego e desenvolver carreiras no feminino. O encontro “Portugal e Extremadura, trabalhando pela
igualdade” é promovido pelo Instituto da Mulher
da Extremadura, através da sua associação Eloisa, em colaboração com o Gabinete de Iniciativas
Transfronteiriças da Junta de Extremadura, entre
outros organismos, associações e sindicatos. A
reunião vai contar com a adesão de 200 mulheres
extremenhas e portuguesas, pertencentes a mais
de 400 empresas, oriundas dos dois lados da fronteira. Entre outras associações de origem lusa, vão
participar a Associação Portuguesa de Mulheres
Empresárias, a Delta Cafés, uma associação juvenil alentejana e um grupo de empresárias de Lisboa.