O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS Identificação

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O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS Identificação
O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS
Identificação do Produto
Os vinhos são classificados, na nomenclatura brasileira, na posição 2204 que,
por sua vez, compreende três subposições distintas: 2204.10; 2204.2 e 2204.30. Os
vinhos aos quais a pesquisa se refere estão classificados sob o código 2204.21.00,
isto é, vinhos de uvas frescas, enriquecidos com álcool, em recipiente de capacidade
inferior a dois litros. A unidade de medida de produção, para este item, é o litro.
Também é utilizado o hectolitro (hl) , que corresponde a cem litros1.
Características Gerais do Mercado
O mercado mundial de vinhos movimenta cerca US$ 100 bilhões2 e
compreendeu produção de, aproximadamente, 266 milhões de hectolitros em 20033,
figurando a União Européia como a principal produtora. Para 2004, os dados
preliminares são de que o volume produzido tenha mostrado aumento de cerca de
10% e, para 2005, as estimativas da OIV apontam para uma queda em torno de 8%
na produção de vinho. Cabe registrar o firme aumento na qualidade e na produção
dos países do chamado “novo mundo”, como é o caso, dentre outros, do Chile,
Austrália e África do Sul. A esse respeito vale recordar recente entrevista de Robert
Parker4, em que o formador de opinião afirma: “acho que os vinhos do novo mundo
melhoram a cada dia”.
Em 2003, os três principais produtores mundiais foram a França (46 milhões
de hectolitros), Itália (44 milhões) e Espanha (43 milhões). Quanto ao Chile, o país
ocupou a décima primeira posição dentre os principais produtores, com 7 milhões de
hectolitros, nesse mesmo ano. Para 2005, a estimativa da OIV é de que a produção
chilena tenha alcançado 7,9 milhões de hectolitros.
Produção Mundial de Vinho - 2003
Países
França
Itália
Espanha
EUA
Argentina
China, R.P.
Austrália
África do Sul
Alemanha
Portugal
Chile
Em milhões de Hectolitros
46.360
44.086
42.802
20.770
13.225
11.600
10.194
8.853
8.191
7.340
6.682
Fonte: Organisation Internationale de la Vigne et du Vin.
www.oiv.org – acesso em 24/4/06.
Os principais produtores figuram, também, como grandes consumidores per
capita do produto. Assim é que, na França e Itália, por exemplo, o consumo anual
varia na faixa de 50 a 60 litros e, no Chile, de cerca de 20 litros. Cabe notar
entretanto, tendência registrada de queda no consumo de alguns países da União
Européia, a exemplo da França5.
No setor externo, as exportações mundiais de vinho movimentaram cerca de
US$ 15 bilhões em 2004, segundo dados da Unctad/ITC/TradeMap6. O ranking das
2
exportações de vinho foi liderado pela França (US$ 4,2 bilhões), seguida pela Itália
(US$ 2,9 bilhões), Austrália (US$ 1,8 bilhão), Espanha (US$ 1,2 bilhão) e Chile (US$
713 milhões). Nos cinco anos, compreendidos entre 2000 e 2004, as exportações
totais mostraram crescimento médio de 12% em termos de valor e de 3% no tocante
à quantidade, segundo a referida fonte.
Ao longo do quinquênio 2000 a 2004 as vendas chilenas mostraram expansão
de 9,3% em termos de valor, passando de US$ 499 milhões para US$ 713 milhões.
Nesse último ano, a participação chilena nas exportações mundiais alcançou cerca de
5%. Os Estados Unidos da América e o Reino Unido são os principais mercados de
destino para os vinhos chilenos. O Brasil ocupa a oitava posição nesse “ranking”,
demandando cerca de 4% da exportação do país, equivalentes a cerca de US$ 25
milhões, segundo os dados do TradeMap.
De outra perspectiva, as importações mundiais do produto somaram US$ 15
bilhões, sendo o Reino Unido (US$ 3,3 bilhões), EUA (US$ 2,9 bilhões) e Alemanha
(US$ 1,6 bilhão) os principais atores, de acordo com as estatísticas do TradeMap. Em
termos mundiais, o Brasil encontra-se na vigésima posição entre os principais
importadores do produto, com um valor, em 2004, correspondente a US$ 78,2
milhões.
Principais Exportadores - 2004
Exportadores
França
Itália
Austrália
Espanha
Chile
EUA
Portugal
Alemanha
África do Sul
Nova Zelândia
US$ milhões
4.202
2.934
1.819
1.184
713
642
593
505
433
223
Principais Importadores - 2004
Importadores
Reino Unido
EUA
Alemanha
Canadá
Japão
Bélgica
Países Baixos
Suíça
Dinamarca
França
US$ milhões
3.335
2.961
1.621
800
776
706
687
542
423
349
Fonte : ITC/Comtrade – www.intracen.org – acesso em 24/4/06.
Perfil do mercado brasileiro
De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA)7, o mercado brasileiro de vinho tem sido caracterizado, nos últimos anos,
por grande dinamismo. Estimulada por investimentos e pesquisa, a produção de uva,
por exemplo, alcançou 1,2 milhão de toneladas em 2005, evoluindo em termos
médios, à taxa anual de 6,1%, nos ultimo decênio. A produção de vinhos de mesa,
por sua vez, após atingir patamares inéditos em 2004, registrou pequeno declínio,
limitando-se a cerca de 226 milhões de litros, no último ano sob análise.
O consumo per capita, de sua parte, também mostra evolução positiva,
havendo atingido 2,01 litros em 2005, ante coeficiente de 1,89 litro verificado no ano
de 20008. A despeito desse comportamento, a média brasileira encontra-se, ainda,
bem distante daquela verificada em outros países, sobretudo os europeus.
Considerando-se a reconhecida elasticidade-renda da demanda9 do produto,
eventuais elevações na massa salarial teriam efeito positivo sobre o consumo
individual, com reflexos diretos na demanda agregada.
3
No que tange à distribuição geográfica, a maior parte da produção brasileira ,
quer de uva ou de vinhos, encontra-se concentrada no Estado do Rio Grande do Sul.
Recentemente, observa-se certo deslocamento neste perfil, com a incorporação de
outras regiões produtivas, inclusive do Nordeste brasileiro (Vale do São Francisco).
No cômputo geral, registram-se plantios em dez unidades da Federação, em uma
área equivalente a 74 mil hectares.
Dentre os problemas com que o setor se defronta, cumpre menção à forte
carga tributária incidente sobre o produto. A gravação dá-se em todas as etapas da
cadeia vitivinícola, inclusive no que tange ao produto final importado, assim como na
aquisição de mudas do exterior.
Perfil das importações10
Entre 1996 e 2005, as importações brasileiras de vinho passaram de US$ 38,7
milhões para US$ 84,5 milhões, o que significou expansão anual da ordem de 9,1%,
segundo as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). O valor recorde de 2005 fechou um quadriênio de firme expansão.
No período dos dez anos aqui analisados as aquisições externas de vinho somaram
cerca de US$ 600 milhões.
As importações do produto foram alavancadas, nos dois últimos anos e ao
longo dos primeiros meses de 2006, pela apreciação do Real frente ao Dólar norteamericano. Tais variações refletem-se diretamente no preço final da mercadoria sob
exame, estimulando o seu consumo, em face da elasticidade-preço da demanda11
que os vinhos apresentam. Desse modo, entre janeiro e maio de 2006, as
importações brasileiras de vinho apresentaram crescimento de 57% em relação a
igual período do ano anterior, atingindo US$ 34 milhões.
No somatório, o preço médio do produto importado, nos últimos dez anos, foi
de US$ 2.172 por tonelada, equivalentes a US$ 2,17 por quilograma. À guisa de
comparação, o preço médio das importações totais norte-americanas de vinho, em
2001, foi de US$ 5,18. Este número caracterizaria uma demanda norte-americana
por itens de mais alta qualidade.
Na esteira do fortalecimento da demanda externa brasileira, as importações,
atualmente, respondem por cerca de 62% do mercado brasileiro12. Vale notar que
este coeficiente, a despeito dos reconhecidos avanços que a vitivinicultura brasileira
tem registrado ultimamente, vem mostrando gradativa expansão, impulsionado por
uma conjunção de fatores. Assim, por exemplo, as importações têm sido alavancadas
por ganhos de qualidade do produto adquirido no exterior, pelos níveis cambiais
vigentes no Brasil e por ações de marketing promovidas no Brasil, sobretudo, por
fabricantes sul-americanos, em especial do Chile e da Argentina.
Importações Brasileiras de Vinho, 1996 - 2005
Anos
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
US$ Mil
38.692
45.902
53.865
61.968
65.192
63.164
50.057
56.656
Toneladas
22.285
22.931
22.551
26.313
29.233
27.957
24.084
26.191
Preço Médio
1.736
2.002
2,389
2.355
2.230
2.259
2.078
2.163
4
2004
2005
Total
74.466
84.458
594.419
35.241
36.919
273.706
2.113
2.288
2.172
Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06.
Principais Países Fornecedores13
Nos últimos anos o Chile tem ocupado a posição de principal fornecedor da
demanda externa brasileira por vinhos. No somatório do triênio 2003 a 2005, por
exemplo, as importações originárias do mercado chileno somaram US$ 63,4 milhões,
mostrando firme expansão em todo o período. Vale ressaltar a discreta diminuição
nas aquisições de vinhos franceses, o que, em princípio, pode ser devido ao fator
preço, não obstante as condições cambiais favoráveis.
Em 2005, o montante adquirido pelo Brasil no mercado chileno foi de US$ 25,4
milhões, equivalentes a 30% do total. O preço médio do vinho originário do Chile foi
de US$ 2,22 dólares, ante US$ 3,44 do vinho francês. Entre janeiro e maio de 2006,
persistiu a tendência de expansão das importações originárias do Chile que,
comparativamente ao mesmo período de 2005, mostraram incremento de 103%,
atingindo US$ 12,2 milhões. Desse modo, o Chile manteve a posição de principal
fornecedor de vinho ao Brasil, responsabilizando-se por cerca de 36% do total
fornecido entre janeiro e maio de 2006.
O aumento da fatia de mercado detida pelo Chile tem sido acompanhado,
também, de valorização no preço médio do vinho desse País, que passou, nos últimos
dez anos, de US$ 1,7 para US$ 2,2. Esta evolução, de certo modo, reflete o
refinamento da oferta do parceiro e, de outra perspectiva, níveis mais exigentes de
demanda brasileira por vinhos.
Importações Brasileiras de Vinho, 2003 - 2005 – Por País Fornecedor
(em US$ mil)
Países
Chile
Argentina
Portugal
Itália
França
Espanha
Uruguai
Austrália
África do Sul
Alemanha
Subtotal
Demais
Total
2003
15.895
9.653
9.557
10.208
6.080
1.679
1.630
344
306
630
55.982
674
56.656
2004
22.121
17.142
11.778
11.853
6.168
2.090
1.089
561
661
551
74.013
453
74.466
2005
25.414
21.523
14.512
11.136
5.731
2.487
924
901
775
383
83.787
671
84.458
Total
63.430
48.319
35.846
33.197
17.979
6.256
3.644
1.807
1.742
1.563
213.782
1.798
215.580
Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06.
A matriz de fornecimento encontra-se relativamente diversificada. Em termos
gerais foram registradas aquisições, em 2005, de 22 mercados distintos, de acordo
com o MDIC. Cumpre menção às importações originárias da Argentina – que
mostraram, inclusive, coeficiente de expansão superior àquele verificado com o Chile.
Além do Chile e da Argentina, Portugal, Itália e França completam a relação dos cinco
principais fornecedores de vinho ao Brasil.
5
No âmbito da América do Sul, as estatísticas do MDIC mostram que o
subcontinente respondeu, em 2004, por cerca de 52% do abastecimento da demanda
externa brasileira por vinhos, ou seja, US$ 40 milhões. Esses números indicam a
existência de possibilidades para substituição de importações em prol dos países
vizinhos, uma vez que quase 50% das importações brasileiras do produto originamse de países extra-zona.
Em termos gerais e com base nos valores de 2004, existiria, em princípio,
potencial importador a ser explorado por exportadores chilenos de vinhos da ordem
de, aproximadamente, US$ 50 milhões. Esse potencial, entretanto, deve ser visto
como uma medida meramente referencial, tendo em vista que a formulação de
estratégias microeconômicas, no lado real da economia, levam outras variáveis em
consideração. Entretanto, conforme demonstrado pelas estatísticas, a Argentina
posiciona-se como o principal concorrente do Chile, no que toca ao abastecimento do
mercado brasileiro de vinhos.
Importações Brasileiras de Vinho Originárias do Chile, 1996 - 2005
Anos
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
US$ mil
3.269
5.243
6.005
8.757
12.097
11.123
11.627
15.895
22.121
25.414
Toneladas
1.959
2.839
3.203
4.313
5.559
5.160
6.200
7.756
10.730
11.441
Preço Médio
1,67
1,85
1,87
2,03
2,18
2,16
1,88
2,05
2,06
2,22
Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06.
Questões Logísticas14
O Porto de Santos, no Estado de São Paulo, é a principal porta de entrada para
o produto importado, segundo dados do MDIC. Em 2005, o Porto de Santos
internalizou cerca de 40% das aquisições totais de vinho, ou seja, US$ 32,4 milhões.
Outros pontos importantes de desembaraço foram: Uruguaiana (RS), com US$ 17,4
milhões; Vitória (ES) US$ 15 milhões; Itajaí (SC) US$ 6,6 milhões; e o Porto do Rio
de Janeiro (US$ 3,1 milhões). No que tange especificamente ao vinho chileno, a
maior parte foi internalizada por Uruguaiana (US$ 8,8 milhões), seguida pelo Porto
de Santos (US$ 6,8 milhões) e o de Vitória (US$ 5,5 milhões). É importante
assinalar a importação de produtos avaliados em aproximadamente US$ 700 mil, via
aérea, com desembaraço em Vitória, no Espírito Santo.
Nível de Preferência
Até meados da década dos 90, a preferência era por vinhos brancos. Nos
últimos anos, entretanto, observa-se clara mudança no perfil do consumo, passando
os vinhos tintos a desfrutar da preferência dos brasileiros. Este fato pode ser
creditado, em parte, à divulgação, por parte da mídia e dos meios especializados, dos
efeitos benéficos do vinho tinto sobre a saúde humana, desde que utilizado com
moderação.
Adicionalmente, em virtude da expansão no consumo per capita do produto,
observa-se, também, deslocamento da produção e da demanda brasileira em direção
6
a vinhos de mais alta qualidade. Para tanto concorre, também, a crescente busca por
informações qualificadas sobre o panorama vitivinícola, refletida na gradativa
expansão das vendas de livros especializados, de acessórios de alta qualidade e da
disseminação de cursos sobre o universo do vinho.
Tratamento Tarifário15
A alíquota do Imposto de Importação (II) vigente para o vinho é de 27%. O
produto importado é gravado, ainda, por alíquota de 10% referente ao Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI). As importações são oneradas, também, pela alíquota
da Cofins16, de 7,65%, e a contribuição para o PIS/Pasep17, de 1,65%.
Quando adquirido de países do MERCOSUL não há incidência do imposto de
importação. Se o produto estiver incluído em listas negociadas ao amparo de
acordos de complementação econômica ocorre, igualmente, outorga de margens
preferenciais, que pode chegar a 100%. No caso de vinhos importados pelo Brasil do
Chile, o produto cumpriu com as etapas de desgravação previstas no ACE 35 e, desta
forma, não há incidência de imposto de importação.
Evidentemente que tal situação privilegia o acesso do vinho chileno ao
mercado brasileiro. Entretanto, devem ser cumpridas as exigências negociadas.
Dentre estas, por exemplo, faz-se menção ao preço mínimo CIF de US$ 50 por caixa
de 12 garrafas de 0,75 litro; marca registrada; acidez volátil máxima; certificado de
qualidade emitido pelo país exportador no qual conste a variedade da uva
predominante, além de exigências de rotulagem e etiquetagem.
O produto importado é tributado, ainda, pela incidência do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O ICMS é imposto de competência
reservada constitucionalmente às Unidades da Federação e ao Distrito Federal, que
tem amparo legal no artigo 155 da Carta Magna. Incide sobre operações de
circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte
interestadual, intermunicipal ou de comunicação, ainda que a operação ou a
prestação se inicie no exterior. Assim, a regra é no sentido de que as operações de
importação sejam tributadas pela incidência do imposto em questão.
A alíquota do ICMS varia, normalmente, em torno de 0% a 25%. Em princípio,
a fixação de tais índices leva em consideração o grau de essencialidade do produto
ou serviço. Em alguns casos, entretanto, a alíquota ultrapassa este teto, podendo
atingir até 35%, a exemplo da tributação aplicada a serviços de telecomunicação.
Neste caso específico, o ICMS do vinho situa-se em torno de 7% a 25%, dependendo
do Estado onde venha a ocorrer o desembaraço da mercadoria. O produto está
sujeito a quota anual de 100.000 caixas de 12 garrafas de 0,75 litro. Para
quantidades importadas acima da quota a preferência é de 17%.
Tratamento Administrativo18
No plano fitossanitário, os vinhos importados devem cumprir com as
exigências da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), por intermédio da Coordenação-Geral de Vinhos e
Bebidas (CGVB). Nos termos da estrutura orgânica do MAPA, compete à CGVB
encarregar-se do controle geral de qualidade e sanidade de vinho, derivados da uva e
do vinho, bebidas, fermentados acéticos e vinagres, incluindo pontos pertinentes à
inspeção, padronização e fiscalização.
7
O MAPA dispõe, para tanto, de página específica (www.agricultura.gov.br –
serviços - requisitos para importação - importação de vinhos, bebidas e vinagres) em
que se sumarizam as exigências documentais necessárias à importação de vinhos,
tais como apresentação de anuência de pré-embarque, exigência de cópia de
certificado de origem, de envelhecimento, de certificado de análise, etc. O produto
importado deve observar, ainda, disposições relativas a aspectos bromatológicos e
sanitários da área de competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde.
Arcabouço Jurídico19
No que tange ao aspecto normativo, a produção, comercialização, importação
e exportação de vinho no Brasil é baseada na Lei 7678, de 8 de novembro de 1998,
regulamentada pelo Decreto 99066, de 8 de março de 1990, combinada com a Lei
10970, de 12 de novembro de 2004. É importante salientar, ainda, as disposições
contidas no Regulamento Vitivinícola do MERCOSUL, de 1996, que busca promover a
harmonização pertinente ao setor, em todos os quatro Estados Partes.
Empresas Chilenas Exportadoras20
Em função da posição de principal fornecedor da demanda brasileira, algumas
marcas de vinhos chilenos já têm presença consolidada no Brasil, sobretudo no que
tange a produtos de grandes vinícolas exportadoras. Entretanto, o importador poderá
encontrar outras alternativas igualmente atraentes, sobretudo no que tange à relação
custo - benefício. Corroborando a diversidade da oferta, o Chile registrou, em 2005,
159 empresas exportadoras de vinho, de acordo com os dados do ProChile21.
Nesse sentido, o importador brasileiro interessado em diversificar fontes de
suprimento poderá efetivar consulta junto ao ProChile, que dispõe de relação
atualizada dos exportadores chilenos de diversos produtos. A consulta poderá ser
efetuada em diversas variáveis, tais como por código do produto, por país de destino
da mercadoria ou por setor de atividade econômica. O endereço eletrônico do
ProChile é: http://www.prochile.cl/servicios/directorio/index.php. Alternativamente,
poderá ser efetuada consulta ao Escritório Comercial do ProChile, em São Paulo. O
Escritório é parte da rede externa da Direção Geral de Relações Econômicas
Internacionais, que se destina a apoiar o processo de internacionalização de
empresas chilenas, e cujo endereço eletrônico, no Brasil é:
http://www.prochile.com.br/.
Empresas Brasileiras Importadoras22
Ciente da importância de apresentar diretório importador para produtos da
demanda brasileira, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a
Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), lançou em 2006, no
âmbito do Programa de Substituição Competitiva de Importações (PSCI), o Catálogo
de Importadores Brasileiros (CIB). O catálogo foi produzido a partir de informações
obtidas diretamente das empresas importadoras, em atendimento a consulta
específica da Funcex. Trata-se de iniciativa pioneira e que vem ao encontro das
tradicionais demandas da comunidade empresarial sul-americana.
O CIB, disponível em formato eletrônico, traz dados completos de 5.307
empresas importadoras e permite consulta tanto por código quanto por nome da
empresa importadora. É possível, ainda, filtrar a consulta por faixas de valor
importado. Tendo em vista a necessidade de facilitar as consultas, foi adotada a
nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH), em nível de seis dígitos (SH 6). As
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empresas relacionadas no catálogo representaram mais de 80% do volume
importado pelo país anualmente. O CIB está disponível em português, espanhol e
também em inglês. Vale notar que as listagens do CIB não são exaustivas.
Compreendem somente as empresas brasileiras importadoras que se dispuseram a
responder questionário da Funcex sobre o perfil importador das firmas.
No que tange ao mercado de vinhos, o CIB apresenta a seguinte relação, em
ordem alfabética, de 36 empresas brasileiras importadoras com seus respectivos
endereços eletrônicos, cujos dados completos poderão ser obtidos diretamente no
Catálogo de Importadores.
Empresas Brasileiras Importadoras de Vinho - 2005
Razão Social
Alimur Alimentos do Uruguay Ltda.
Andréa S/a Import. Exportação e Industria
Bacardi Martini do Brasil Ind. Com. Ltda.
Blumimpex Com. Internacional Ltda.
Bm Comercial Ltda.
Brasfrigo S.A. Centrofrucro
Braspet Ind. e Com. De Embal. Plásticas
Casas Sendas Com. E Ind. S.A.
Comercial Meirinhos Impor. E Exp. Ltda.
Companhia Brasileira de Distribuição
Companhia Zaffari Com. e Indústria
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda.
Emcomex Empresa de Comércio Exterior
Epice Imp. Comércio e Representacões
Eximbiz Comércio Internacional S.A
Ferticitrus Ind. e Com. de Fertilizantes
First S.A.
Importadora de Frutas La Violetera Ltda.
J A S Cardoso & Cia Ltda.
La Pastina Importação Exportação Ltda.
Maramar Comércio Internacional Ltda.
Mistral Importadora Ltda.
Mitsui Alimentos Ltda.
Mmello & Wlube Imp., Exp., Comercio de
Multiquim Ind. Com. Imp. e Exp Ltda.
Rju Com. e Benef. de Frutas e Verduras
Sato Comércio Internacional Ltda.
Seagram do Brasil Ind. e Com. Ltda.
Sistex Com. Imp. e Exp. Ltda.
Solo Vivo Ind. e Com. de Fertilizantes
Sonae Distribuição Brasil S.A.
Supermercados Mundial Ltda.
Thork Com. Imp. e Exp. Ltda.
Top Internacional Ltda.
Via Importer Com. Exterior Ltda.
Vieira Monteiro Cia Ltda.
E-mail
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Fonte: Catálogo de Importadores Brasileiros – CIB.
Fax
55 51 3371-2417
55 11 3326-8877
55 11 4368-4427
55 47 326-9747
55 31 3394-1147
55 34 3218-0403
55 35 3697-2842
55 21 2651-9092
55 11 3814-4593
55 11 3885-1931
55 51 3337-1300
55 54 455-2001
55 11 5643-8584
55 11 6916-8157
55 27 3328-3160
55 17 3344-2300
55 48 2106-4395
55 41 3227-8200
55 11 3228-8427
55 27 3345-1121
55 11 3372-3417
55 13 219-5470
55 11 5666-0813
55 46 223-2465
55 27 3323-1110
55 11 7295-9991
55 27 3222-7743
55 41 2106-0101
55 21 2590-6648
55 11 3065-2977
55 92 3836-5708
55 27 3299-5522
55 21 3623-6810
UF
RS
SP
SP
SC
MG
MG
MG
RJ
SP
SP
RS
RS
SP
SP
ES
SP
SC
PR
SP
SP
ES
SP
SP
RJ
SP
PR
ES
SP
ES
PR
RS
RJ
ES
AM
ES
RJ
9
Ainda com referência ao universo de empresas importadoras do produto em
questão, cumpre esclarecer que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior do Brasil (MDIC) dispõe de relação completa das empresas
brasileiras importadoras do Chile. Tal relação, contudo, não permite filtrar as
consultas utilizando variáveis que tenham por objetivo identificar empresas
importadoras a partir do fornecimento de código dos produtos. O endereço eletrônico
da
Secretaria
de
Comércio
Exterior
do
MDIC
é:
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/depPlaDesComExterior/indEstisticas/emE
xpImp_Importadoras.php.
Cooperação Empresarial
Empresários chilenos e brasileiros poderão, também, entabular tratativas com
vistas ao desenvolvimento conjunto de distintas modalidades de cooperação. Neste
sentido, faz-se menção à possibilidade de formação de “joint-ventures”, de
transferência de tecnologia ou, até mesmo, exame das possibilidades de
subcontratação em áreas distintas, como é o caso, por exemplo, da indústria de
embalagens industriais.
Feiras e eventos no Brasil23
De acordo com o SEBRAE24, as feiras são eventos ricos em oportunidades de
negócios. São ambientes privilegiados para o incremento das relações comerciais,
pois reúnem, em um único local, fornecedores de produtos, serviços e tecnologia,
compradores, especialistas do setor e até mesmo a imprensa especializada. Tudo isso
com a otimização de recursos financeiros e esforços de vendas, uma vez que
possibilita o fechamento de negócios concentrados em local privilegiado, evitando
muitas vezes viagens a mais de um estado ou cidade. Representam, assim, a
possibilidade de demonstrar produtos específicos a um grande número de pessoas,
em um curto período de tempo. Os visitantes em geral, assim como o público
especializado, comparecem para ver e provar produtos novos e, também, marcas já
consolidadas. Desse modo, tanto as feiras multissetoriais quanto aquelas
especializadas podem contribuir para alavancar vendas e contatos empresariais.
Portanto, tais eventos têm mostrado contínua expansão tanto no Brasil quanto em
terceiros países, contribuindo para dinamizar e alavancar vendas de setores
específicos. Nesse sentido, relacionam-se, a seguir, feiras no Brasil direcionadas ao
segmento vitivinícola, que poderão ser de interesse.
VINOTECH - 7º Salão Internacional de Máquinas e Técnicas para Viticultura e
Enologia, Equipamentos e Tecnologia para a Indústria de Bebidas
Data: 04 a 07 de abril de 2006 - Salão Setorial / Internacional / Bienal
Setor: Alimentos e Bebidas
Linhas de Produtos e/ou Serviços: máquinas e tecnologia para agricultura e
viticultura, máquinas e equipamentos para engarrafamento e enologia, etc. Com
cerca de 130 expositores será aberto ao público, das 14h às 21h.
Local: Parque de Eventos de Bento Gonçalves – Bento Gonçalves - RS
Promoção - Newtrade Eventos e Feiras Comerciais Ltda.
Tel: (11) 5572-1221 Fax: (11) 5572-5335
Endereço: Rua Arthur de Almeida, 73 - Vila Mariana
Cidade: São Paulo - SP CEP: 04011-080
E-mail: [email protected] - Site: www.newtrade.com.br
EXPOVINIS BRASIL - 10º Salão Internacional do Vinho
Data: 02 a 04 de maio de 2006 - Salão Sectorielle / Internacional / Anual
10
Setor: Alimentos e Bebidas
Linhas de Produtos e/ou Serviços: aguardentes e brandys, espirituosos, espumantes,
licorosos, vinho de qualidade produzido em região demarcada, vinhos de mesa,
vinhos fortificados, destilados, outros vinhos e bebidas alcoólicas, máquinas e
equipamentos para viticultura e enologia, utensílios e acessórios complementares.
Com cerca de 170 expositores, das 14h às 22h.
Local: ITM Expo – São Paulo - SP
Promoção - Exponor Brasil Feiras e Eventos Ltda.
Tel: (11) 3151-6444 Fax: (11) 3151-4861
Endereço: Avenida Angélica, 2.466, 15º andar, Conjunto 154
Cidade: São Paulo - SP - CEP: 01228-200
E-mail: [email protected] - Site: www.exponor.com.br
GOURMET & CIA - 6ª Feira Sul Brasileira da Gastronomia
Data : 25 a 29 de julho de 2006 - Feira Setorial / Regional / Anual
Setor: Alimentos e Bebidas
Linhas de Produtos e/ou Serviços: alimentos, bebidas, editoras, eletrodomésticos,
eletroportáteis, especiarias, fogão e forno industrial e profissional, mobiliário,
purificadores, exaustores e ventiladores, refrigeração, uniforme, utensílios e
acessórios para cozinha. Com cerca de 110 expositores será aberta ao público, das
17h às 22h nos dias úteis e das 14h às 22h no sábado e domingo.
Local: Centro de Exposições de Curitiba – Parque Barigui - Curitiba - PR
Promoção : Diretriz Feiras e Eventos Ltda.
Tel: (41) 3335-3377 Fax: (41) 3335-3377
Endereço: Rodovia do Café - BR 277 - Km 0 - Santo Inácio
Cidade: Curitiba - PA
E-mail: [email protected] - Site: www.diretriz.com.br
VINO BRASIL - 6ª Salão Brasileiro do Vinho
26 a 29 de setembro de 2006
Salão Setorial / Nacional / Anual
Setor: Alimentos e Bebidas
Linhas de Produtos e/ou Serviços: vinhos do Brasil e exterior, serviços do vinho e
acessórios. Com cerca de 100 expositores será aberto ao público, das 14h às 21h.
Local: Parque de Eventos de Bento Gonçalves - Bento Gonçalves - RS
Promoção - Newtrade Eventos e Feiras Comerciais Ltda.
Tel: (11) 5572-1221 Fax: (11) 5572-5335
Endereço: Rua Arthur de Almeida, 73 - Vila Mariana
Cidade: São Paulo - SP - CEP: 04011-080
E-mail: [email protected] - Site: www.newtrade.com.br
Endereços Úteis
25
Dentre outros, poderão ser de interesse os seguintes endereços, cujos dados
completos poderão ser obtidos na BrazilTradeNet:
Embaixada do Brasil em Santiago
Página Web : http://www.embajadadebrasil.cl/
E-mail : [email protected]
Embaixada do Chile em Brasília
Av. das Nações – Quadra 803 – Lote 11 – Brasília – DF
Fone: (61) 2103.5151 - Fax: (61) 3322.0714
[email protected]
11
1
Tarifa Externa Comum - TecWin 2006 - Acesso em 1/4/06. A Tarifa Externa Comum (TEC) foi
implantada no Brasil pelo Decreto 1343/94. A TecWin é a versão eletrônica da TEC, que contempla
o tratamento tarifário e administrativo aplicado às importações brasileiras.
É atualizada
diariamente via internet e está disponível em www.aduaneiras.com.br.
2
Jornal Folha de São Paulo - www.folha.com.br. Edição de 23/2/05, com base em dados da
International Wine & Spirits Record.
3
“State of Vitiviniculture World Report” - Organization Internationale de la Vigne et tu Vin www.oiv.org. – Março de 2006.
4
Robert Parker é, atualmente, o mais respeitado crítico do mundo em matéria de vinhos. Formado
inicialmente em direito, abandonou a profissão para dedicar-se exclusivamente às atividades
vitivinícolas, galgando posições até tornar-se referência internacional nesta área. Entrevista à
Revista Exame – Editora Abril – 31 de março de 2006. Disponível em www.exame.com.br.
5
BRDE – “Vitivinicultura em Santa Catarina - Situação e Perspectivas”. Dezembro, 2005. Pg. 12.
6
O TradeMap é uma ferramenta de análise de mercados, cobrindo 5.300 produtos e 180 países. É
desenvolvido pela Seção de Análise de Mercados do International Trade Centre (ITC), da
UNCTAD/OMC. Disponível na BrazilTradeNet (www.braziltradenet.gov.br) – Acesso em 13/4/06. O
TradeMap também está disponível, em inglês, no sítio do ITC (www.intracen.org).
7
www.embrapa.br – acesso em 30/3/06.
8
De Mello, Loiva M.R. “Atuação do Brasil no Mercado Vitivinícola Mundial – Panorama 2005”, pg. 4.
9
Medida de quanto a quantidade demandada de um produto varia em relação às alterações no
nível de renda real dos consumidores;
10
www.desenvolvimento.gov.br – Acesso em 17/4/06. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC) mantém o sistema AliceWeb. O AliceWeb disponibiliza estatísticas, em
meio eletrônico, das importações e exportações brasileiras, por produtos e países de destino. Para
tanto, utiliza o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou
simplesmente Sistema Harmonizado (SH).
11
Medida da intensidade da resposta da quantidade demandada a alterações no preço de
determinado produto. É calculada como a variação percentual da quantidade demandada dividida
pela variação percentual do preço.
12
De Mello, Loiva M.R. Atuação do Brasil no Mercado Vitivinícola Mundial – Panorama 2005, pg. 2.
13
MDIC / Secex – AliceWeb – www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br – acesso em 27/4/06.
14
MDIC / Secex – AliceWeb – www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br – acesso em 27/4/06.
15
TecWin – 27/4/06.
16
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Disponível na página da
Secretaria da Receita Federal (SRF), em www.receita.fazenda.gov.br.
17
PIS/Pasep – Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio
do Servidor Público – Disponível em www.receita.fazenda.gov.br.
18
TecWin (www.aduaneiras.gov.br – acesso em 27/4/066); MAPA (www.agricultura.gov.br - acesso
em 27/4/06) e ANVISA (www.anvisa.gov.br – acesso em 27/4/06).
19
Ministério da Agricultura e Abastecimento – MAPA (www.agricultura.gov.br – acesso em 3/5/06).
20
ProChile (www.prochile.cl) – acesso em 3/5/06.
21
Idem.
22
“Catálogo de Importadores Brasileiros- CIB”. Disponível na www.braziltradenet.gov.br/PSCI;
23
BrazilTradeNet.gov.br e www.desenvolvimento.gov.br
24
Disponível em www.sebraes.com.br – Acesso em 3/5/06.
25
www.braziltradenet.gov.br
Brasília, maio de 2006.
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