práticas pedagógicas, produção e circulação em Minas Gerais

Transcrição

práticas pedagógicas, produção e circulação em Minas Gerais
545
A HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO NAS CARTILHAS ESCOLARES: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS,
PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO EM MINAS GERAIS, (1834-1997)
Francisca Izabel Pereira Maciel
Isabel Cristina Alves da Silva Frade
Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO
Este projeto insere-se no Projeto Integrado de Pesquisa intitulado: Memória e História da Educação no Brasil
(1800-2000) composto por professores de diversos grupos de pesquisa da Faculdade de Educação/UFMG. O
objetivo geral é desenvolver estudos integrados e interdisciplinares, a partir da articulação entre grupos de
pesquisas relacionados aos temas da história da leitura e da alfabetização, educação patrimonial, avaliação
educacional e história da educação. Este subprojeto: A história da alfabetização nas cartilhas escolares:
práticas pedagógicas, produção e circulação em Minas Gerais. (1834-1997)é desenvolvido no Centro de
Alfabetização Leitura e Escrita/CEALE, que abriga dois dos mais importantes acervos para a pesquisa em sua
área no Brasil: um banco de teses sobre alfabetização e um considerável número de cartilhas/livros escolares dos
séculos XIX e XX e XXI. Os objetivos desse subprojeto são: contribuir para a produção de uma história do
ensino de língua materna no Brasil e para o desenvolvimento de pesquisa de fundo histórico em alfabetização;
resgatar a história da alfabetização em Minas Gerais, particularmente as práticas pedagógicas voltadas para o
ensino da leitura e da escrita; levantar e analisar qualitativamente as cartilhas que circularam no estado de
Minas Gerais, no período de 1834 a 1997. A pesquisa coleta dados a partir de 1834, ano em que o governo
decreta a Primeira Lei orgânica do ensino, repassando às Províncias a responsabilidade pela instrução, isto é,
nesse ano ocorre uma descentralização administrativa na condução das políticas de educação, com a delegação
de poderes da esfera do Império para as Províncias materializadas no controle curricular, na compra, indicação e
distribuição das cartilhas em cada região do País. Por outro lado, o recorte em 1997, justifica-se por haver um
corpus organizado no acervo no CEALE que, mediante a política do PNLD para1998, passa a ter catalogadas e
arquivadas as cartilhas que foram apresentadas para apreciação e pareceres, a partir desse período. A história da
alfabetização, da leitura e do livro no Brasil precisa ser construída através de diversas fontes, uma delas pode ser
o livro didático. Os primeiros livros de alfabetização, sobretudo as cartilhas, são representativos das práticas e
ideários pedagógicos, assim como das práticas editoriais e, historicamente, vêm se constituindo como primeira
via de acesso à cultura do impresso, uma vez que em nossa sociedade grandes parcelas da população vieram
constituindo suas “bibliotecas” e seus modos de ler a partir da escola. Uma abordagem histórica das cartilhas
vem responder também a uma necessidade de construir mais organicamente uma história do livro e da leitura e
das práticas editoriais em Minas Gerais, uma vez que trata-se de impressos que passam por um ciclo de
produção, circulação e divulgação dependente de necessidades pedagógicas, mas também comerciais/culturais e,
além disso, partilham de similitudes com outros impressos ou oferecem-se como contraponto a outros impressos
que circularam ou circulam em determinado período, devido a algumas especificidades de uso. Para o
desenvolvimento desta pesquisa buscaremos subsídios no âmbito da História Cultural, principalmente nos
trabalhos realizados por Roger Chartier, Antonio Vinao Frago, Harvey Graff, Alain Chopin. Esses estudos têm
trazido novos aportes teóricos para a história da leitura e sua perspectiva teórico-metodológica possibilita-nos
re-interpretar a cultura escolar como um processo de construção compreendendo-a como estabelecida na
confluência de saberes, práticas e sujeitos historicamente situados. E assim, esta pesquisa pretende-se de um
lado, analisar comparativamente os impressos, construindo-se um repertório geral com todos os livros
encontrados. Serão levantadas também algumas categorias representativas que possam ajudar a construir um
catálogo analítico, com destaque para algumas obras mais utilizadas em determinada época. Essa análise será
feita cruzando-se os dados do impresso com alguns períodos históricos da Educação mineira, da produção
editorial brasileira/mineira e dos métodos de alfabetização. De outro lado, a pesquisa bibliográfica será utilizada
para recuperar elementos que possam ajudar a reconstituir e explicitar as práticas pedagógicas e editoriais de
determinados momentos históricos da Educação em Minas, desde o final do século XIX, no cruzamento com
outras fontes, tais como cadernos de alunos e professores, provas de avaliação oficiais, procurando entender os
efeitos produzidos pela alfabetização, em diferentes contextos, com o uso dos cartilhas.
TRABALHO COMPLETO
O objetivo geral da pesquisa "Cartilhas escolares: ideários, práticas pedagógicas e
editoriais construção de repertórios analíticos e de conhecimento sobre a história da
alfabetização e das cartilhas (MG/RS/MT, 1834-1997)" é compreender a história da
alfabetização em Minas Gerais/Mato Grosso e Rio Grande do Sul, particularmente a
546
produção voltada para o ensino da leitura e da escrita, no nível primário – no período situado
entre 1834 e 1997.
Especialmente para esta comunicação buscaremos discutir alguns pressupostos teóricometodológicos no campo da história da alfabetização assim como a constituição de um grupo de
pesquisadores que pretende aprofundar aspectos da história regional de alfabetização em três
estados distintos e, em segundo lugar problematizar um conjunto de fontes relativas ao estado de
Minas Gerais, que possibilitam compreender aspectos da política de produção, circulação de
cartilhas e ideários de alfabetização presentes no Estado.
Breve revisão teórico-metodológica
A história da alfabetização, da leitura e do livro no Brasil precisa ser construída
através de diversas fontes, uma delas pode ser o livro didático. Os primeiros livros de
alfabetização, sobretudo as cartilhas, são representativos das práticas e ideários pedagógicos,
assim como das práticas editoriais e, historicamente, vêm se constituindo como primeira via
de acesso à cultura do impresso, uma vez que em nossa sociedade grandes parcelas da
população vieram constituindo suas “bibliotecas” e seus modos de ler a partir da escola.
Uma abordagem histórica das cartilhas vem responder também a uma necessidade de
construir mais organicamente uma história do livro, da leitura e das práticas editoriais no
Brasil, uma vez que trata-se de impressos que passam por um ciclo de produção, circulação e
divulgação dependente de necessidades pedagógicas, mas também comerciais/culturais.
Além disso, quais seriam as explicações sobre uso e permanência de determinado livro
em cada região? Dependeriam de uma política de divulgação e distribuição das editoras? De
necessidades pedagógicas? Sua circulação e uso estariam dependentes de outros livros, no
mesmo período? Teriam as cartilhas existência isolada?
Respondendo a uma necessidade de estudos mais aprofundados que tomem como
objeto de pesquisa o material didático e suas características como impresso e como produto
editorial - mais especificamente o livro/cartilha destinados à aprendizagem da leitura e da
escrita - e a carência de pesquisas sobre os ideários e práticas no campo de estudos sobre
alfabetização, numa perspectiva histórica, é que esta pesquisa tem como objetivo começar a
desvendar, a partir do impresso, essa problemática pouco explorada historicamente e tão
controvertida atualmente, ou seja, as cartilhas.
Como já foi bem colocado por Pfromm Neto et al (1974), Bittencourt (1993) e
Magnani (1997)1 não é tarefa fácil ao pesquisador que se proponha a conhecer e a analisar a
evolução do livro didático no Brasil, mais difícil ainda, quando se trata de “colocar as mãos”
sobre as cartilhas utilizadas na instrução brasileira.
Nesse sentido, a proposta dessa pesquisa é a de analisar propostas de alfabetização,
projetos editoriais e cartilhas produzidas e/ou utilizadas em alguns Estados brasileiros (no
caso, inicialmente, em MG, RS e MT), a partir de 1834 até meados da década de 90, do século
XX. Desta forma a pesquisa pretende analisar aspectos nacionais e regionais, mas com o foco
nas diferenciações ou redes de influências de determinada Província/Estado e os aspectos da
alfabetização no Brasil. Isso porque não há como discutir aspectos gerais que caracterizam a
1 Pfromm Neto, Samuel et al. Cartilhas, gramáticas, livro texto. In: O livro na Educação. Rio de Janeiro,
Primor/Mec,1974.(p.153-221) BITTENCOURT, Circe Maria F. Livro didático e conhecimento histórico: uma
história do saber escolar. São Paulo, Departamento de História da Fac,. De Filos. Letras e C. Humanas da
USP,1993. (Tese de doutorado) MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Os sentidos da alfabetização: a
“questão dos métodos” e a constituição de um objeto de estudo (São Paulo - 1876/1994). Presidente Prudente,
Unesp, 1997. (Tese de Livre-Docência).
547
educação primária no Brasil, sem considerar que cada região pode ter construído políticas e
práticas específicas. (Vidal e Gvirtz, 1998)
Essas escolhas pelo recorte temporal justificam-se por alguns motivos, entre os quais,
a vinculação de nosso interesse à compreensão do papel dos Estados na condução das
políticas públicas dos livros didáticos e de alfabetização. A partir de 1834, ocorre uma
descentralização administrativa na condução das políticas de educação, com a delegação de
poderes da esfera do Império para as Províncias. Assim, as políticas do período podem estar
materializadas no controle curricular, na compra, indicação e distribuição das cartilhas em
cada região do País. Por outro lado, o recorte em 1997, justifica-se por haver um corpus
organizado no acervo no CEALE que, mediante a política do PNLD para 1998, passa a ter
catalogadas e arquivadas as cartilhas que foram apresentadas para apreciação e pareceres, a
partir desse período. Além disso, em torno desse acervo PNLD\98 já foram realizadas
algumas pesquisas.2 Além disso, podemos afirmar que, até os anos 90, as cartilhas
materializam e dão visibilidade a propostas metodológicas bem definidas, contrapondo-se a
meados da década de 90 em que, com o advento da alfabetização construtivista, viveu-se o
fenômeno da “não-cartilha” ou de uma certa “ desmetodização” – referida a uma idéia de
método antes existente nas cartilhas - que gerou uma invisibilidade metodológica, tanto nas
tematizações sobre inovações na área, quanto na própria organização das cartilhas (Frade,
2003).
É preciso esclarecer que o tema proposto exige limitações de várias naturezas: a
primeira, refere-se à delimitação temporal que o próprio material impõe, isto é, o tempo é
limitado em função da época de produção, circulação e apropriação das cartilhas a serem
analisadas. A segunda é o mapeamento e análise da produção didática nacional e, nesse
sentido, não serão analisadas as cartilhas, cujas editoras não sejam brasileiras.3
Uma pesquisa dessa natureza torna-se necessária não só pelas possibilidades de se
conhecer os primeiros materiais didáticos destinados a alfabetização da população brasileira,
bem como procurar desvendar a história da alfabetização e nessa pesquisa, em especial, nos
três estados brasileiros através das cartilhas que mais se destacaram, esboçar um estudo sobre
as metodologias utilizadas, a autoria e a divulgação dessas cartilhas no processo de
escolarização e instrução do Brasil.
Nessa perspectiva de pesquisa a construção de acervos regionais e nacionais constituise num primeiro passo para mapear a existência das cartilhas em determinada época.
Entretanto, não basta que se construam acervos, se os dados sobre os livros não são cruzados
entre si, com outras fontes e descritos analiticamente. Esses dados dizem respeito ao conteúdo
e à forma do impresso, seus autores, seus recursos expressivos, sua proposta didática,
algumas das condições de sua produção, circulação, divulgação, entre outras.
Em torno desse conjunto de interesses foi articulado um grupo de coordenadores do
CEALE (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita), do Centro de Estudos e Investigações
em História da Educação (CEIHE), criado em 2000 e ligado à Faculdade de Educação da
UFPel e do Núcleo de Pesquisas em Educação, ligado ao Departamento de Educação do
Campus de Rondonópolis-MT, que tem em comum a sua formação no Programa de PósGraduação da Faculdade de Educação da UFMG; a interlocução em torno da áreas da História
da Educação e Educação e Linguagem, bem como os projetos de pesquisa desenvolvidos em
conjunto no CEALE .
2 Pesquisa integrada CEALE apresentada na 21ª Reunião da ANPED/1998, por Frade, Isabel & Silva, Ceres;
Evangelista,Aracy & Rocha,Gladys; Gomes,Maria de Fátima & Macedo, Maria do Socorro.
3 As cartilhas que vieram de Portugal no século XVIII serão tomadas para contraste e, se localizadas, serão
repertoriadas, tendo em vista a sua influência na alfabetização brasileira, no início da escolarização das práticas
de leitura e escrita.
548
A coordenação geral da pesquisa, assim como a coordenação da equipe mineira é
proposta por membros do CEALE, criado pela Faculdade de Educação da UFMG, em 1990,
com o objetivo de integrar suas atividades de pesquisa, documentação e ação educativa
voltadas para a alfabetização e a leitura e escrita. Na área da documentação, o Centro criou,
integrado à Biblioteca da FAE/UFMG, seu Setor de Documentação, que desenvolve projetos
dirigidos para o monitoramento e a aquisição e tratamento da produção científica nacional e
internacional sobre as temáticas de seu interesse, assim como para o levantamento, a
aquisição e o tratamento de fontes para o estudo histórico das práticas escolares de ensino da
leitura escrita, particularmente da produção editorial brasileira destinada ao ensino da leitura e
da escrita ou nele utilizada (cartilhas, livros didáticos, gramáticas e antologias), do século
XIX aos dias de hoje.
A articulação de pesquisadores dos três estados (MG, RS e MT) em torno desse
projeto de pesquisa tem como intenção contribuir para que se tenha um esboço do “estado do
conhecimento” sobre a produção de cartilhas brasileiras. Estas parcerias poderão enriquecer a
pesquisa em vários sentidos, entre eles destacamos: o mapeamento e constituição de acervos,
o contraste e semelhanças, assim como a circulação de práticas entre as regiões.
Tendo em vista algumas hipóteses de cruzamento de dados anunciados anteriormente,
reforçamos que um campo teórico que se constitui num território comum entre os grupos de
pesquisadores é a História Cultural, que pode evidenciar aspectos da produção, da circulação
e da apropriação de modelos e materiais pedagógicos.
Aspectos relativos à História da Alfabetização em Minas Gerais
Antes de procedermos a análise de aspectos regionais apresentaremos uma visão geral
dos acervos mineiros que repertoriamos:
Exemplares repertoriados por acervo4
Acervo
CEALE
CRP/SEE/MG5
Total
Cartilhas e \pré-livros
99
87
186
Manuais
44
38
72
Total
143
125
268
A pesquisa em diferentes acervos permite-nos construir uma série de dados e
cruzamentos entre os aspectos regionais e nacionais. O repertório de mais de 268 exemplares
nacionais de que dispomos permite verificar a posição de Minas Gerais em relação a um
discurso e prática de alfabetização nacionais, uma vez que os índices onomástico, por
editoras, por títulos e por metodologia, produzidos mediante fichas analíticas, evidenciaram
os seguintes aspectos: décadas em que houve maior intensidade de produção mineira de
cartilhas, editoras mineiras em relação a editoras nacionais, indícios de uma rede de
intelectuais mineiros que se agrupou em torno da adesão aos métodos analíticos e edições
conjuntas com outros estados, entre outras relações.
A seguir, apresentamos uma tabela com exemplares repertoriados por década:
Exemplares repertoriados/Décadas
4 Ainda estão sendo catalogados os exemplares da biblioteca do Instituto de Educação de Minas Gerais e o da
Fundação Amae.
5 O Acervo do Centro de Referência do Professor/SEE/MG encontra-se na Biblioteca do Professor e no Museu
da Escola no referido Centro.
549
Exemplares/Década
Número de Exemplares
1870
1
1880
1
1890
2
1900
1
1910
2
1920
3
1930
0
1940
5
1950
23
1960
69
1970
45
1980
47
1990
18
Total
217
Exemplares S/D
51
Total Geral
268
Esta tabela já permite evidenciar um conjunto de interrogações sobre aspectos teórico
metodológicos da pesquisa histórica sobre cartilhas. O primeiro conjunto de perguntas referese ao universo material dos exemplares repertoriados que, inicialmente, nos faz relativizar a
interpretação dos dados. Apesar de recortamos o período de 1834 para iniciação da coleta de
dados, a tabela abaixo evidencia um limite temporal inicial em 1870. Cabe indagar: isso se
deve à natureza da constituição do acervo, uma vez que ele é constituído de doações, compras
em sebos e doações, sobretudo da biblioteca pessoal da professora Lúcia Casasanta?
Circunscritos a essa materialidade, que outras relações e perguntas podem ser feitas em torno
do que caracteriza o conjunto de dados levantados? Em uma breve comparação com acervo
trabalhado por Antonio Augusto Batista et al (2002) relacionado a livros nacionais destinados
ao desenvolvimento da leitura, percebe-se uma coincidência: é apenas no último quartel do
século XIX, exatamente no ano de 1870 que aparece um livro de leitura. O mesmo ocorre
para as cartilhas que mapeamos. Isso indicia para futuras pesquisas que investiguem a própria
produção nacional de livros, uma vez que é muito presente em vários discursos (Lajolo,
Mortatti, Pfromm Neto) a incipiência de uma produção brasileira, o que levava à utilização de
vários materiais portugueses e mesmo aqueles de uso social tais como processos, catecismos,
entre outros, adaptados às necessidades de uma leitura escolar. Também não poderíamos
deixar de observar que o baixo número de títulos levantados na década de 90 não significa
uma queda na produção específica do período, uma vez que falta repertoriar livros inscritos
no PNLD/1996 que totalizam mais de 50 títulos e verificar a longevidade de livros que já
circulavam em décadas anteriores ou a novidade desse corpus em relação ao que já temos
repertoriado.
Por outro lado, o que pode representar o aumento de exemplares, a partir da décadas
de 50 até 90, do século XX? Esse aumento pode estar ligado ao desenvolvimento da própria
indústria editorial brasileira, especialmente aquela ligada à produção de livros didáticos, à
550
expansão da escola pública e a uma intensificação de uma produção pedagógica de autores
brasileiros, entre outros. No entanto, caberia perguntar: se fôssemos comparar a produção por
Estado, haveria um processo de regionalização em quais estados? Este desdobramento
regional estaria atrelado a capacidade da indústria editorial de cada região? À hegemonia de
um pensamento, de um grupo ou de instituições formadoras? O caso de Minas Gerais nos faz
levantar algumas hipóteses que trataremos mais adiante.
A tabela seguinte permite inferir o poder de cada Estado no conjunto da produção
nacional. Constata-se uma hegemonia do Estado de São Paulo, presente na indústria editorial
até o momento atual e outros fenômenos internos ao campo pedagógico. Seria a produção
pedagógica do estado mais significativa, per si, ou haveria naquele estado, um campo fértil
para os negócios do livro, inclusive para captar autores oriundos de outros estados? Mesmo
neste contexto, Minas Gerais aparece, em nosso acervo, em 2o lugar. Caberia perguntar: em
que época? Com quais autores? Com quais métodos? Em que situação de circulação de
ideário pedagógico?
Títulos/Editoras/Cidades
Estados e ou Cidades
São Paulo
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
Porto Alegre
Localização em mais de um Estado
Localidade não citada
Outras localidades
Total
Títulos Repertoriados
56
20
13
04
33
34
09
175
Consultando os dados bibliográficos de editoras poderíamos fazer outras
problematizações em torno da parceria em diferentes Estados , uma vez que temos sucursais
de editoras Nacionais em Minas Gerais e mesmo a junção de editoras na publicação de
determinados livros.
Uma produção editorial especificamente mineira pode ser inferida pela presença, em
nossos índices, de 09 editoras mineiras e da Secretaria de Estado de Minas Gerais que não
sendo editora, subsidiou integralmente uma publicação.
Embora não seja objeto focalizado neste texto, não podemos deixar de mencionar que
há uma série de relações entre algumas editoras, o que nos remete a perguntas relacionadas
aos vínculos entre títulos e histórias de edição. Sabemos, por exemplo, que A Grafiquinha
Ltda, transformou-se em Editora Vega e que havia em seu corpo editorial professores do
Instituto de Educação e de membros ligados ao Programa PABAEE (Programa de Assistência
Brasileiro/americana ao Ensino Elementar), que possibilitou uma série de circunstâncias
propícias à publicação do livro "O Circo do Carequinha" de Maria Serafina de Freitas. As
circunstâncias de sua produção fazem supor que houve, na época, possibilidades de relação
entre pesquisas desenvolvidas no PABAEE e produção de livro didático, assim como
melhores condições de divulgação e uso. (Rodrigues e Vaz, 1980).
Os dados sobre autoria e sobre adesão a determinada metodologia é que vão trazer
outras evidências, demonstrando que há uma rede de influências e pertencimentos
institucionais que podem explicar a produção de cartilhas em MG. A tabela abaixo,
demonstra uma relativa supremacia de uma produção mineira de pré-livros, decorrente de
uma abordagem analítica para o ensino da leitura e da escrita, que se faz presente como
tendência em livros mineiros editados, desde a década de 30, por editoras nacionais e vai
aparecer na produção de casas editoras mineiras da década de 50 até 90, mas com
predominância apenas até a década de 70, onde começam a ser editados livros que se
551
baseiam em outras metodologias sintéticas ou ecléticas. É preciso esclarecer que os manuais
que seguem a marcha sintética e eclética, em geral, não trazem no título da obra a expressão
pré-livro.
Autores Mineiros* e a produção mineira de Cartilhas
Título
Joãozinho e Maria – prélivro
Autor
JORGE, Helena
Metodologia
Método Global
As mais belas histórias
pré-livro
Meninos travessos prélivro
Era uma vez um
cachorrinho fujão prélivro
O Circo do Carequinha (
pré-livro)
Brincadeiras do Jujuba (
pré-livro)
Brincadeiras do Jujuba (
pré-livro)
Método fônico gestual o
Pica Pau
Acorda Dorminhoca
Lúcia Casasanta
Método Global
Maria Yvone de Araújo
Método Global
Editora
Estabelecimento
Gráfico Santa
Maria
Editora do Brasil
em Minas Gerais
Editora Vigília
Elisa Barbosa
Método Global
Editora Lemi
70
Maria Serafina de Freitas
Método Global
60
Elisa Barbosa
Método Global
A Grafiquinha
Editora Ltda
Editora Lemi
Elisa Barbosa
Método Global
Editora Vigília
90
Maria Magdalena Lana
Gastelois
Teresinha Mendes, Stael
Carvalho e Maria A
Siqueira
Maria S. C. Ribeiro, Zélia
de O. N Lessa, Elza R. de
Sousa
Avani Avelar Lanza e
Maria M. Garcia
Iêda dias da Silva
Fônico/Sintético
Editora Lemi S/A 70
Método Sintético
Editora Mãos
Unidas
80
Método silábico
Editora Lê
80
Método Sintético
silabação
Método Global
Editora O
Lutador Ltda
Editora Vigília
80
Método sintético
Ludo- Genético
palavração
Ed. Dimensão
Editora
Dimensão
Pa- ta- ti, pa ta ta
Vivina e Fafau
O Barquinho Amarelo
pré-livro
No mundo das letras
O jogo das Palavras,
Maria Helena S. Vidigal
Zélia Almeida Siqueira
Década
50
60
60
70
70
90
90
*A autora mineira Magdala Lisboa Bacha produziu pela Livraria Agir Editora (RJ/SP/BH) o título “Surpresas e mais surpresas: o presente”.
No acervo temos a 6a edição de 1961 e a 87a em 1973.
O crescimento da produção editorial de manuais didáticos de autoria de mineiras,
extrapola as montanhas de Minas e esses são utilizados em vários estados brasileiros. Na
tentativa de explicar esse crescimento, apontamos dois fatores: o sucesso editorial e
metodológico de O Livro de Lili, um dos livros que inaugura este rede de relações e a
atuação de uma professora: Lúcia Casasanta, como principal divulgadora do método global
entre suas alunas da antiga Escola de Aperfeiçoamento, posteriormente Curso de
Administração do Instituto de Educação de Minas Gerais e atualmente, Curso de Pedagogia
da Universidade Estadual de Minas Gerais.
Alguns desdobramentos do Livro de Lili podem ser destacados pelas influências que
exerceu na produção mineira, em termos metodológicos e mesmo na forma retórica. As
influências O livro de Lili,, assim como as semelhanças podem ser constatadas, por exemplo,
no pré-livro O circo do Carequinha, de Maria Serafina de Freitas. Em torno da temática do
circo, a autora desenvolve onze historietas, tal como faz Anita Fonseca em O livro de Lili.
Outro exemplo é o pré-livro da coleção Meninos travessos, de Maria Yvonne Atalécio de
552
Araújo. Em torno dos personagens Fernando, Benedito e Silvinha, a autora vai apresentando
pequenas historietas, sempre segundo os pressupostos do método global.
E no ano de 1954, a própria Lúcia Casasanta lança o seu pré-livro, Os três
porquinhos. O sucesso de Os três porquinhos e, portanto, da proposta metodológica de
Casasanta pode ser verificado nos Relatórios emitidos pela FAE(Fundação de Assistência ao
Educando) /MEC, na década de 80: entre as dez cartilhas mais distribuídas no Brasil pelo
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o pré-livro da Coleção As mais belas histórias
era um dos mais requisitados pelas escolas brasileiras. Não temos dados quantitativos, pois a
única informação obtida junto à Editora do Brasil, responsável pela publicação da coleção
didática de Lúcia Casasanta, foi a de que o pré-livro foi editado ininterruptamente até o ano de
1994. A partir dessa data, deixou de ser editado, como aconteceu também com várias outras
cartilhas.
No entanto é preciso destacar uma certa virada de tendência a partir da década de 70 e
fazer outras perguntas: estariam os autores dos métodos sintéticos rompendo com uma certa
rede e com uma tendência hegemônica em MG? Partilhariam esses autores de outra rede de
influência? A produção de cartilhas sintéticas ou ecléticas viria como contraponto a um certo
fracasso ou esgotamento das metodologias analíticas?
Em busca de novas fontes: O Arquivo Público Mineiro
Em função de diversas lacunas percebidas pelo limite do acesso a exemplares
conservados, buscou-se a ampliação e cruzamento de dados. O outro conjunto de fontes que
pesquisamos no Arquivo Público Mineiro vem acrescentar outras contribuições para a
construção de uma história da alfabetização em Minas Gerais. Trata-se de um conjunto de
documentos relacionados a pedidos, remessas e alguns relatórios de inspetores, desde 1890
até 1925. Nesses documentos foi possível vislumbrar a coexistência de uma produção local
com a circulação de manuais nacionais constantes em outras pesquisas, tais como a Cartilha
Analítica de Arnaldo Barreto e a Cartilha Nacional de Hilário Ribeiro.
A natureza dos dados não possibilita uma leitura muito precisa das relações entre
pedido, remessas e circulação. É também difícil verificar a relação entre pedidos e número de
alunos matriculados que estivessem em período de alfabetização inicial. Os números
solicitados aparecem por localidade e mesmo contando com dados das estatísticas escolares
mineiras, talvez não seja possível verificar a relevância dos números pedidos com relação ao
número de livros necessários para cada escola do interior. No entanto os dados revelam que
houve uma produção local expressiva, no início dos anos 10, do autor Arthur Joviano (1907)
e no início da década de 20, da autora Ana Cintra (1922). Todos dois fogem ao estereótipo
dos métodos sintéticos hegemônicos naquele momento e parte das motivações para a
produção de cartilhas analíticas pode ser explicada pela determinação das diretrizes
metodológicas da reforma de João Pinheiro, em 1906, no sentido de que não se usassem mais
os silabários, mas o método de sentenciação.
Outras fontes bibliográficas6 indiciam que outro autor mineiro João Lúcio se distingue
dos anteriores porque, além de ter sido autor de uma coleção de série graduada composta de
04 volumes, produziu também a cartilha silábica O livro de Zezé. Pelas indicações de
remessas e pedidos verifica-se sua ampla utilização e supõe-se que tenha circulado a partir
do inicio década de 20. Até o momento não nos foi possível acesso a um exemplar e, segundo
afirmações da professora Lúcia Casasanta, esta cartilha é representativa da marcha sintética.
6 Segundo dados do catálogo da exposição Ler, escrever e contar. A história da Educação em Minas Gerais,
produzido em 2002 pela SEE/MG.
553
Percebe-se que Minas Gerais não foge das polêmicas existentes em torno da adesão ou
resistência aos métodos analíticos e sintéticos, verificando-se similitudes entre os movimentos
presentes em outros estados, tais como São Paulo (Mortatti, 2000).
Se por um lado, esta polêmica em torno dos métodos sintéticos x analíticos ainda
permaneceu em outros Estados, destaca-se em Minas uma certa hegemonia em torno dos
métodos analíticos, com ênfase no método global de contos, que se utiliza de histórias
clássicas supostamente já conhecidas pelos professores e pequenos leitores e no método de
historietas, baseado em histórias desconhecidas e desvendadas a cada lição, pelos aprendizes.
Conforme foi mencionado, houve uma construção social deste ideário, explicada pela
existência de uma série de circunstâncias políticas, institucionais e pessoais. Sobre as
circunstâncias políticas, convém ressaltar que, na esteira das reformas anteriores, aparece a
reforma de Francisco Campos, de 1927 que apresenta claramente os pressupostos
decrolyanos. Conforme Maciel (2002) o programa de ensino da época traz uma adaptação do
método Decroly, a título de sugestões de atividades para os professores. A autora ainda
acrescenta que as idéias decrolyanas também estão muito presentes nas salas de aula, nos
materiais pedagógicos, no planejamento escolar (p.14)
Sobre as circunstâncias institucionais e pessoais é clara a vinculação da formação de
diversos autores ao Curso de Administração do Instituto da Educação. Em conseqüência,
vislumbramos uma outra condição de manutenção do ideário de alfabetização, que é fruto de
um conjunto de influências exercidas pela professora Lúcia Casasanta, desde a década de 30
até a década de 90.
Finalmente, a década de 90 apresenta outras rupturas e fenômenos que precisam ser
melhor analisados e melhor compreendidos, sem perder sua dimensão histórica. Um desses
fatores que promove determinada ruptura está na esteira do paradigma “construtivista” que
influencia a produção de “livros de alfabetização”, a partir do final da década de 90. Além
disso, temos também algumas restrições materiais impostas pelo Programa Nacional do Livro
Didático ( PNLD/98), relativas à impossibilidade de aquisição, pelo MEC, de materiais
complementares como cartazes, livros de atividades e outros “satélites” que acompanhavam
pré-livros. Assim, tanto as cartilhas dos métodos sintéticos, quanto os pré-livros do método
global campeões de vendagem passam a não constar nos guias, para escolha dos professores
alfabetizadores. 7
Se de certa forma, as cartilhas analisadas marcaram época na história da alfabetização
no Brasil., novamente, o “novo” paradigma de ensino-aprendizagem que coloca o aluno como
centro do processo de aprendizagem e o professor como mediador entre o aluno e o objeto de
conhecimento, traz como uma das conseqüências as discussões sobre o “poder” atribuído aos
livros didáticos, em geral. No centro dessas discussões certamente se destaca o peso exercido
pelos pareceristas que participaram das análises dos livros didáticos realizadas no âmbito do
PNLD/MEC. No ano de 1997, de um total de 42 títulos de livros para a alfabetização, doze
foram aprovados, mas nenhum foi recomendado com distinção.(PNDL/1998).
Uma nova ordem de fatores envolvendo instituições de pesquisa e ensino, editoras,
intelectuais e professores, vai determinar um outro modelo de “livro de alfabetização”. Esse
livro que vem surgindo não é cartilha, nem pré-livro e apresenta poucas distinções, se
comparado com os livros para o desenvolvimento da leitura. Assim, podemos perguntar se
existe, no momento atual, um modelo de livro específico para alfabetizar ou se estamos
rompendo com uma idéia de suporte especial para esse fim. É necessário um trabalho de
pesquisa que possibilite ampliar a compreensão sobre esse movimento pedagógico e editorial.
7 Pesquisa apresentada por FRADE, Isabel (2002) no 13o INPLA “Escolha de livros de alfabetização: entre os
modelos legítimos de leitura e os imperativos da prática pedagógica” desvenda a demanda dos professores por
livros que explicitem as metodologias conhecidas anteriormente, questionando os critérios atuais do PNLD
para livros recomendados.
554
Podemos concluir que há relações complexas entre os diversos agentes/agências que
produzem e consomem os livros da alfabetização. Autores de cartilhas, assim como idéias
sobre métodos e tendências de alfabetização alteram rumos da produção editorial. Esses
autores podem estar ligados a movimentos institucionais, a grupos de influência intelectual,
ocupar posições nas redes oficiais e criar condições especiais de edição de seus livros. Sua
produção pode se constituir em fórmulas ou modelos editoriais que determinarão a produção
em dado momento. Uma concepção de livro para alfabetizar e de leitura, divulgada e
implementada por professores, pode produzir permanências de edições ou rupturas
significativas. Pode fazer com que determinado livro circule com maior amplitude pelo país
ou seja um fenômeno regional forte ou efêmero.
Para finalizar, gostaríamos de ressaltar que os limites e possibilidades de pesquisa em
acervos só se tornam mais claros na medida em que vamos produzindo novos dados e
reflexões, que nos levam a problematizar fontes. Daí a necessidade de construir um guia de
fontes, tendo em vista a quase inexistência de pesquisas na área.
Pesquisas integradas que possam se especializar e, ao mesmo tempo, cruzar dados
estatísticos com dados sobre legislação e produção e uso de material didático em
alfabetização também são necessárias.
As pesquisas comparadas entre estados ou países podem nos levar a interrogar sobre
circulações de idéias e a vislumbrar especificidades que cada história local pode indiciar. As
pesquisas comparadas também ajudam na produção de novas perguntas, assim como nos dá
uma visibilidade quanto às diferenças, semelhanças e apropriações de ideários em diferentes
espaços e tempos históricos.
Por outro lado, estamos apenas mapeando algumas possibilidades de pesquisa no
campo. Entre outras facetas, pode-se aprofundar no estudo de materiais auxiliares para o
ensino escolar da leitura e escrita, assim como aqueles utilizados para alfabetização de jovens
e adultos e numa alfabetização doméstica ou religiosa.
555
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
AMÂNCIO, Lazara Nanci de Barros. Cartilhas, para quê? Cuiabá-MT:EdUFMT, INEP, 2002.
________. Ensino de leitura na escola primária no Mato Grosso: contribuição para o estudo
de aspectos de um discurso institucional no início do século XX. Marília-SP, 2000.Tese de
doutorado.Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP.
BATISTA, Antonio e GALVÃO, Ana Maria
letramento(s). Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
(org.). Leitura : práticas, impressos,
BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Paleógrafos ou livros de leitura manuscrita: elementos
para
o
estudo
do
gênero.
Projeto
Memória
da
Leitura.
On
line,
www.unicamp.br/iel/memoria/ensaios.2002
BATISTA, Antonio Augusto, GALVÃO, Ana Maria e KINKLE, Karina.Livros escolares de
leitura: uma morfologia (1866-1956). Revista Brasileira de Educação. Autores Associados.
Mai/jun/jul/ag. 2002. P. 27/47
BITENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livro didático e conhecimento histórico: uma
história do saber escolar. São Paulo: Departamento de História da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 1993. Tese (Doutorado em
História).
CARVALHO, Silvia. A. S. O ensino da leitura e da escrita: o imaginário republicano (18901920) . São Paulo: PUC/SP. 1998.
CEALE. Trajetória e perspectivas em pesquisa e ação educacional. Belo Horizonte: CEALE,
2000.
CHARTIER, Roger.Textos, impressos, leituras. In: A história cultural: entre práticas e
representações. Trad. de M. Galhardo. Lisboa; Rio de Janeiro: Difel; Bertrand Brasil, 1990. p.
121-39.
______. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e
XVIII. Tradução Mary del Priore. Brasília: Universidade de Brasília, 1994.
______. (coord.) As utilizações do objeto impresso. Algés: Portugal: Difel, 1998.
CHOPPIN, Alain. Manuels scolaires : histoire et actualité. Paris : Hachette, 1992.
FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Imprensa Pedagógica: um estudo de três revistas
mineiras destinadas a professores. Belo Horizonte. Faculdade de Educação, 2000 (Tese,
doutorado).
FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva.Escolha de livros de alfabetização: dialogando com
permanências históricas e com modelos atuais de inovação. Revista História da Educação.
Universidade Federal de Pelotas. 2o trimestre/ 2003 . No prelo.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (sua história). São Paulo: T. A Queiroz: Edusp,
1985.
556
LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1996.
MACIEL, Francisca I. P. Alfabetização em Minas Gerais: adesão e resistência ao método
global. In FARIA, Luciano M. e PEIXOTO, Ana Maria Casasanta (orgs.) Lições de Minas:
70 anos de Secretaria de Educação. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de
Minas Gerais, 2000.
MACIEL, Francisca I. P. Ler, escrever e contar... a história da alfabetização em Minas Gerais.
Belo Horizonte: SEE/MG.2002.(Catálogo de exposição)
MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Os sentidos da alfabetização: a questão dos métodos
e a constituição do objeto de estudo ( São Paulo 1876-1994). Presidente Prudente, UNESP,
1997 (Tese de livre docência).
NÓVOA, António (dir.) A imprensa de Educação e Ensino. Repertório Analítico (séculos
XIX-XX) Lisboa: Ministério da Educação/Instituto de Inovação Educacional. 1994.
PEREIRA, Amarildo Gomes. O livro didático na educação brasileira: um estudo
exploratório do processo de elaboração e implementação de um política para o livro didático
no Brasil. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 1995. Dissertação (mestrado
em Educação).
PFROMM NETO, Samuel et al. Cartilhas, gramáticas, livro texto. In: O livro na Educação.
Rio de Janeiro, Primor/Mec,1974
SOARES, Magda e MACIEL, Francisca. Alfabetização no Brasil, o estado do conhecimento.
Brasília, Comped/Inep.
RODRIGUES, Maria Mazzarelo e VAZ, Paulo Bernardo.Veja: essai de bilan de dix ans
d’experience editoriale au Bresil. La place de la petite entreprise dans le marché du livre
brésilien. Université Paris/Nord – XIII. Villetaneuse. 1980.
VIDAL, Diana e GVIRTZ, Silvina. O ensino da escrita e a conformação da modernidade
escolar. Revista Brasileira de Educação. n. 8. Mai/jun/ago. 1998.
Referências dos Manuais escolares
ARAÚJO, Maria Yvone A. de. Meninos travessos (Manual do Professor). 4ª ed. Belo
Horizonte: Editora Vigília Ltda, 1967.
BACHA, Magdala Lisboa. Manual para o Professor do Pré-livro : O presente. 6ªed. Rio de
Janeiro: Livraria Agir Editora, 1961.
BACHA, Magdala Lisboa. O presente Pré-livro. 87ªed. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora,
1961.
BARBOSA, Elisa. Era uma vez um cachorrinho fujão (pré-livro). 13ª ed. Belo Horizonte:
Editora Lemi S/A, 1975.
557
BARBOSA, Elisa de Oliveira. Brincadeiras do Jujuba (pré-livro). 12ª ed. Belo Horizonte:
Editora Vigília 1990.
BARBOSA, Elisa de Oliveira. Brincadeiras do Jujuba (pré-livro). 14ª ed. Belo Horizonte:
Editora Lemi, 1979.
BARRETO, Arnaldo de Oliveira. Cartilha Analytica. 22ª ed. Belo Horizonte: Livraria
Francisco Alves, 1923.
CASASANTA, Lúcia Monteiro. As mais belas histórias (pré-livro). Belo Horizonte: Editora
do Brasil em Minas Gerais, 1966.
Cintra, Anna. Lições Para o Ensino Completo de Leitura. 3ª ed. Belo Horizonte: Imprensa
Oficial do Estado de Minas Geraes, 1922.
FONSECA, Anita. O Livro de Lili. 19ªed. Belo Horizonte: Livraria Francisco Alves, s/d.
FONSECA, Anita. O Livro de Lili. 87ªed. São Paulo: Editora do Brasil S/A, s/d.
FREITAS, Maria Serafina de. O Circo do Carequinha. 2ªed. Belo Horizonte: A Grafiquinha
Editora Ltda, 1966.
GASTELOIS, Maria Magdalena Lana. Pré-livro método fônico gestual: o Pica Pau (manual
do professor). Belo Horizonte: Editora Lemi S/A 1977
JORGE, Helena. Joãozinho e Maria. 5ª ed. Belo Horizonte: Estabelecimento Gráfico Santa
Maria S/a, 1957.
JOVIANO, Arthur. Primeira Leitura Méthodo para ensinar a Ler. 1ª ed. Belo Horizonte:
Imprensa Oficial do Estado de Minas Geraes, 1907.
LANZA, Avani Avelar Xavier; GARCIA, Maria Mello. Vivina
Horizonte: Editora O Lutador, 1985.
e Fafau. 2ª ed. Belo
LUCIO, João. O Livro de Zezé.
MENDES, Teresinha; CARVALHO, Stael; SIQUEIRA, Maria Augusta. Acorda Dorminhoca.
Belo Horizonte: Editora Mãos Unidas, 1986.
RIBEIRO, Maria S. C.; LESSA, Zélia de O. N; SOUSA, Elza R. de. Pa- ta- ti, pa ta ta. Belo
Horizonte: Editora Lê, 1989.
RIBEIRO, Hilário. Cartilha Nacional novo primeiro livro. 246ª ed. Belo Horizonte: Livraria
Francisco Alves, 1959.
SILVA, Iêda dias da. O Barquinho Amarelo (pré-livro). 3ª ed. Belo Horizonte: Editora
Vigília. 1972.
SIQUEIRA, Zélia Almeida. O jogo das Palavras. Belo Horizonte: Editora Dimensão, s/d.
VIDIGAL, Maria Helena de Souza. No mundo das letras. Belo Horizonte: Editora Dimensão.
1993