Final da Idade do Bronze (1100-800 ANE

Transcrição

Final da Idade do Bronze (1100-800 ANE
Curso
Guardiões do
Conhecimento
Parte Um
2. A origem dos Celtas – Final da Idade do Bronze
(1100-800 ANE – “Campos de Urna”)
Material escrito por Alexei Kondratiev e seus voluntários.
Traduzido e adaptado por Gabriel Louzada.
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Curso Guardiões do Conhecimento – Alexei Kondratiev
Introdução
Essa parte foi feita para dar ao estudante um senso da história Celta e o desenvolvimento
cronológico da cultura Celta. Está dividido em uma introdução e uma série de seções tratando de
períodos históricos diferentes. Cada seção tem um texto introdutório para orientação geral; cada
seção está suplementada com uma bibliografia para pesquisas e algumas questões avaliativas
(redações em sua maioria).
A origem dos Celtas – Final da Idade do
Bronze (1100-800 ANE – “Campos de Urna”)
Aparentemente, os Indo-Europeus adentraram a Europa através de vários movimentos
distintos, mas uma cultura que veio para dominar a Europa Central e Oriental depois de 3000 ANE é
quase certo aquela que eventualmente surgiu dos grupos Indo-Europeus principais conhecidos na
história da Europa. Essa cultura às vezes é chamada de Cultura do Machado (por causa das armas
encontradas nos túmulos) assim como a Cultura da Cerâmica Cordada (por causa do seu estilo de
cerâmica característico). No curso da Era do Bronze essa cultura começou a se dividir em culturas
regionais isoladas. Uma dessas se desenvolveu na Europa Central, numa área que, grosseiramente,
coincide com o sul da Alemanha. Agora está claro que isso marca a primeira aparição dos Celtas como
um grupo étnico distinto. Isso se dá quando sua linguagem (que chamamos de Céltico Antigo) se
diferenciou de dialetos Indo-Europeus relacionados, criando uma nova comunidade linguística e
cultural.
Na medida em que se pode dizer dos registros arqueológicos, esses Celtas mais antigos
continuaram típicos Indo-Europeus. Eles deram uma grande importância para seus guerreiros e
reverenciavam o cavalo, junto com outros símbolos que os Celtas posteriores associariam com o rei
sagrado - o líder político que também instituía um propósito religioso ao ligar seu povo com a deusa
da Terra. Nessa época eles abandonaram suas práticas funerárias originais (enterro sob montes
elevados de terra) e adotaram a cremação, colocando as cinzas dos seus mortos em urnas que eram
enterradas juntas em cemitérios. Por causa desse feito característico, arqueólogos normalmente se
referem a esse período da pré-história Céltica como "Cultura dos Campos de Urna".
Por volta do século 12 ANE, muitos levantes políticos entre as culturas urbanas do
Mediterrâneo completamente perturbou os padrões tradicionais de viagens e tratados no mundo
Ocidental. Por mais que os tratados fossem entre os próprios povos do Mediterrâneo, sempre houve
uma demanda por produtos do norte de Europa - âmbar, peles, escravos, animais selvagens - e
especialmente por alguns ingredientes necessários da tecnologia da Era do Bronze - como cloreto de
estanho - que era raro de chegar, a não ser pelo litoral do Atlântico. Os Celtas rapidamente pegaram a
oportunidade de controlar a maior parte dos tratados nortistas e sulistas na Europa. Eles
estabilizaram assentamentos de negociação no oeste através do que, mais tarde, se tornou a Gália,
almejando estabilizar rotas de negociação confiáveis para as áreas ricas em metais ao longo da costa
do Atlântico. Essas áreas foram por muito tempo habitadas por uma cultura distinta e poderosa (e
provavelmente não Indo-Europeu) "Atlântica", que nos deixou monumentos impressionantes como o
Hi Brasil – Um Diário Pagão
Traduzido e adaptado por Gabriel Louzada
Newgrange, Avebury, Carnac, etc. (e, depois, o mais famoso deles, Stonehenge). Essa cultura ocupou a
Península Armoricana (atual Bretanha), Irlanda, e Grã-Bretanha com todas as suas ilhas até o norte
em Orkney e Shetland. Através de alianças comerciais, colonização parcial, e casamentos mistos, os
Celtas implantaram sua identidade cultural e linguística nessa região, provavelmente por volta de 900
ANE. A forma Céltica que envolveu a área "Atlântica" era quase que certamente Goidelica (a ancestral
dos idiomas Gaélicos modernos), mas ao longo dos próximos mil anos outras formas Célticas vieram a
predominar na maior parte dessa região, com a Goidelica sobrevivendo somente na Irlanda.
Foi também no final de Era do Bronze que os Celtas começaram a se assentar na Espanha. A
linguagem que envolveu sua comunidade, Celtibera, foi escrita no sistema curioso (parte alfabeto,
parte silabário) usado pelos seus vizinhos, os não Indo-Europeus Iberos. Por volta da mesma época,
colônias Celtas foram estabilizadas na maior parte do Norte da Itália, logo ao sul dos Alpes. Sua
linguagem se tornou o Lepôntico, que foi escrito num alfabeto emprestado dos Etruscos. Esses Celtas
Lepônticos (a quem os arqueólogos se referem como a "Cultura Golasecca") se tornaram uma
importante ligação comercial entre a área central Celta na Europa Central e os mercados
Mediterrâneos mais ao sul.
Sítios Arqueológicos Importantes
_Riegsee (sul da Alemanha)
_InnsbrŸck/Wilten (Áustria)
Artefatos Importantes
Carruagem votiva de Acholshausen (Alemanha)
Carruagem votiva de Bujornu (Romênia)
Fíbula com cortinas de Medvedze (Hungria)
Sugestão de leitura básica:
Cunliffe "Os Antigos Celtas" pp. 39-44
Exercícios
1. Usando evidências de vários sítios arqueológicos, descreva as características básicas de um
cemitério dos Campos de Urna.
O que a continuação das práticas de inumação lado a lado com a cremação sugere?
2. Usando evidências de vários sítios arqueológicos, descreva um assentamento típico do período dos
Campos de Urnas.
3. Comente quaisquer temas notáveis ou padrões que aparecem nos artefatos do período.
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