Fevereiro - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
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Fevereiro - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
ISSN 1645-9032 Número 15 APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO: Medicina Física e de Reabilitação l 15 de Fevereiro de 2005 SUPLEMENTO: l Mensal Arte na Urgência ENFERMAGEM: Tratado de Bolonha e suas Propostas Novos Protocolos celebrados pelo HSFX À semelhança do que tem vindo alunos daquela Escola, em ambiente a ser feito nesta casa, o Hospital de de trabalho de Farmácia Hospitalar, São Francisco Xavier (HSFX) celebrou durante o ano lectivo de 2004/2005. recentemente novos protocolos com Enquanto que com a Escola diferentes instituições. As entidades Superior de Tecnologia e Saúde de envolvidas foram a Santa Casa da Lisboa celebrou-se um acordo para a Misericórdia de Oeiras, a Egas Moniz realização, durante o ano lectivo de - Cooperativa de Ensino, CRL, e a Escola 2004/2005, de dois turnos de estágios Superior de Tecnologia e Saúde de profissionais de alunos de Dietética. Lisboa. O Protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Oeiras, celebrado a 7 de Janeiro deste ano, teve como finalidade a cedência de 12 camas para internamento hospitalar, de doentes provenientes da área de Medicina do HSFX. No que diz respeito à Egas Moniz - Cooperativa de Ensino, CRL, efectuou-se um acordo específico adicional ao Protocolo anteriormente celebrado, para a realização de três turnos de estágio de A Ponte ficha técnica 2 Propriedade Hospital de São Francisco Xavier, S.A., Estrada do Forte do Alto do Duque, 1449 - 005, Lisboa Codex Telefone: 21 300 03 00 Telefax 21 301 75 33 Director António Teixeira Edição Nuno Miguel Mota Redacção Isabel Marcus, Isabel Teodoro e Thereza Vasconcellos Capa Luís Campos Fotografia Thereza Vasconcellos, Nuno Miguel Mota Distribuição Serviços Gerais Concepção Gráfica Paulo Reis Impressão Grafivedras – Torres Vedras Tiragem 2 000 exemplares ISSN 1645-9032 Distribuição gratuita Depósito Legal 207196/04 SITE www.hsfx.pt O HSFX, S.A., tem preocupações ambientais: esta publicação é impressa em papel reciclado editorial Dr. António Teixeira Director de “A Ponte” A Ponte Quando se iniciou a publicação do jornal do nosso hospital, fizemo-lo de forma cautelosa sabendo, antecipadamente, que não seria tarefa fácil chegar todos os meses a “casa” dos nossos leitores. Éramos poucos mas era grande a motivação e, por isso, pusemos mãos-à-obra. A Ponte começou com oito páginas e assim se manteve até ao número do primeiro aniversário. A partir de então as colaborações recebidas permitiram-nos passar para as doze páginas. Assumimos agora o compromisso de manter o novo formato. É mais um passo e um desafio que, estamos certos, será vencido. Esperamos poder continuar com as indispensáveis colaborações, que não estão limitadas a trabalhadores do Hospital. A divulgação dos Serviços do Hospital é retomada neste número. Desta vez com a colaboração do Director do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Dr. Fernando Pinheiro. Da sua leitura não só se fica a conhecer mais um serviço do Hospital, mas também o que se espera do seu desenvolvimento futuro, para melhor atendermos os nossos utentes. Trata-se de um relevante serviço para os nossos utentes e que, a breve prazo, ganhará maior relevo com o alargamento da sua actividade, proporcionado pela disponibilidade do novo e excelente edifício, a partir do primeiro semestre do corrente ano. No Hospital de São Francisco Xavier o dia-a-dia é feito de momentos de dor mas também de esperança e alegria. A humanização dos espaços procura minorar o sofrimento dos doentes e tornar mais agradáveis os locais de permanência e de trabalho. Com esta edição damos a conhecer, aos nossos leitores, um suplemento alusivo à iniciativa de tornar o Serviço de Urgência num “espaço” mais acolhedor, através da exposição (nas suas paredes) de quadros de diversos autores. Como refere o Director do Serviço, as questões do ambiente podem fazer a diferença. A Urgência do HSFX está diferente graças à colaboração dos autores das obras expostas que, pela disponibilidade demonstrada, contribuem para que o Serviço se torne mais humanizado, mais bonito e mais agradável para os doentes e profissionais, merecendo aqui uma palavra de gratidão. Na sociedade global, a melhoria de conhecimentos assume especial relevo e tem merecido especial atenção nas iniciativas promovidas no âmbito da UE, designadamente no domínio da formação profissional. No dia 17 de Janeiro, profissionais de enfermagem do Hospital participaram num encontro dobre a Declaração de Bolonha, promovido pela Ordem dos Enfermeiros. Procurando que as reflexões apresentadas naquele encontro, em torno da reestruturação do Curso Superior de Enfermagem, cheguem ao conhecimento do maior número de profissionais e leitores interessados, damo-las a conhecer com a colaboração da Enfermeira Clara Carvalho. Os almoços do Conselho de Administração com trabalhadores têm prosseguido quinzenalmente. Apesar de nem sempre os trabalhadores sorteados poderem participar por razões de trabalho e/ou da sua vida particular. Como refere a Enfermeira Ana Paula Real, tais “almoços” não deixam de ser “conversas inacabadas”. Os seus “aplausos” e os seus “reparos” aqui ficam. Cabe aos participantes avaliar do seu interesse. Julgamos que tem valido a pena. Estamos de acordo de que o tempo não permite que as conversas sejam acabadas. O melhor reconhecimento da dedicação e profissionalismo dos trabalhadores do Hospital são os testemunhos que, quase diariamente, são dirigidos à Instituição. É disso exemplo a mensagem que com gosto publicamos nas Cartas ao Hospital. 3 Medicina Física e de Reabilitação Crescer para melhor servir O Serviço de Medicina Sales Luís e a Prof. Ana Física e de ReabiAleixo, nunca foi possível litação foi um dos obter esse espaço. últimos Serviços A criação do Serviço é, de Acção Médica a serem portanto, o culminar de uma criados no Hospital de São luta que se vinha desenvolFrancisco Xavier (HSFX). O vendo desde a abertura do seu aparecimento resulta FERNANDO PINHEIRO Hospital, há 17 anos. do Regulamento Interno O facto de não dispormos Director do Serviço de Medicina Física aprovado na sequência da de área física para tratae Reabilitação transformação do Hospital mento de doentes fez com em Sociedade Anónima. que ao longo dos anos nos Quando foi criado, não estava sequer tenhamos dedicado ao tratamento do prevista a existência de Medicina Física doente internado. Temos hoje, relae de Reabilitação, e a nossa entrada tivamente a essa assistência, uma ocorreu após negociação do Prof. experiência, uma organização e uma Sales Luís com a Faculdade de Ciências qualidade que não tem seguramente Médicas. paralelo em qualquer outro Hospital. Rapidamente todos os Serviços de Prestamos assistência desde o ano Internamento se aperceberam da indis- de 1989, durante os fins-de-semana e pensabilidade da área de Reabilitação feriados, aos doentes mais urgentes. no Hospital e da necessidade da atri- Fomos provavelmente o primeiro dos buição de um espaço para tratamento hospitais portugueses a programar dos doentes. Apesar dessa consciência este tipo de assistência. e do apoio efectivo dos sucessivos A precocidade da resposta às soliConselhos de Administração, de que citações dos diversos Serviços é uma destaco o Dr. Carlos Santos, o Prof. das pedras de toque da nossa actuação. A Ponte ACTOS TERAPÊUTICOS 4 Evolução da prestação de Actos Terapêuticos Mais de 99% dos pedidos são atendidos nas primeiras 24 horas após o pedido. Este é um Indicador de Qualidade que consideramos de grande importância e, provavelmente, ainda somos o único hospital com esta capacidade. Ao longo dos anos crescemos, quer em número de Técnicos, quer de Médicos, tendo-se chegado ao momento actual com 10 Fisioterapeutas e 4 Médicos Fisiatras. Dispomos de uma Secretária Administrativa em tempo parcial. Por outro lado, não dispomos ainda de Terapeutas Ocupacionais e de Terapeutas da Fala, pelo que a nossa actuação está amputada de áreas essenciais à obtenção de cuidados verdadeiramente diferenciados. Com a dispersão geográfica das camas do Serviço de Medicina (CLISA, HOJA, Hospital Militar de Belém e antiga Maternidade de Oeiras) foi sendo necessário adaptarmo-nos a novas necessidades, com apoio a essas novas enfermarias. A assistência a doentes internados em locais tão diversos, e geograficamente tão distantes, só “Mais de 99% dos pedidos são atendidos nas primeiras 24 horas” A Consulta de Pé é uma consulta de carácter geral, mas especialmente vocacionada para o Pé Diabético. Nessa vertente é única na nossa área. No nosso País, neste momento, apenas existem consultas similares nos Hospitais Garcia de Orta, em Almada, e de Santo António, no Porto. Há ainda uma Consulta de Pé Diabético na Associação dos Diabéticos de Portugal. É uma consulta de grande diferenciação, complementada com realização de Podometria Computorizada. A sua visibilidade aumentará consideravelmente com a mudança para o novo edifício. A Consulta de Mesoterapia iniciou-se em Dezembro de 2003, e tem grande potencial de crescimento, podendo contribuir decisivamente para a eliminação de listas de espera para tratamentos ambulatórios de Medicina Física e de Reabilitação. Para isso é necessário, junto dos Centros de Saúde, promover a sua divulgação. Contamos, nesse sentido, com o desenvolvimento do Plano de Acção elaborado para o Ambulatório do Hospital. O serviço é ainda responsável pela atribuição de Ajudas Técnicas aos doentes que acorrem ao Hospital. Temos disposto de uma verba, atribuída anualmente pelo Secretariado Nacional de Reabilitação, que utilizamos criteriosamente e nos tem permitido ser dos Hospitais, a nível nacional, que melhor respondem às necessidades dos doentes, quer em diversidade da atribuição de Ajudas Técnicas, quer da rapidez com que a atribuição é concretizada. Somos, por exemplo, o único Hospital que disponibiliza gratuitamente próteses mamárias e o respectivo soutien a doentes mastectomizadas; e, quando necessário, a prótese capilar a doentes submetidos a tratamentos de quimioterapia. Conseguimos que essa ajuda seja disponibilizada no próprio dia. É uma situação ímpar no País e é um A Ponte tem sido possível com uma enorme capacidade de adaptação, tanto dos Médicos, como dos Técnicos, que sempre demonstraram uma disponibilidade permanente e total dedicação. São, sem dúvida, credores do respeito e admiração de todo o Hospital. O número de Actos Terapêuticos efectuados pelos Técnicos do Serviço tem evoluído de acordo com o Quadro de Técnicos atribuídos ao Serviço, embora sempre acima do que lhes seria naturalmente exigido. Só pelo sentido profissional, quer de Médicos, quer de Técnicos, é muito rara a existência de Lista de Espera para início de tratamento. Apesar de a frequência das Consultas estar dependente de pedidos do interior do próprio Hospital, sem acesso do exterior, tivemos a preocupação de criar, para cada Médico, um período de Consulta Externa. Apareceram assim sucessivamente as Consultas de Ajudas Técnicas, Perturbações do Desenvolvimento e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Apenas quando criámos as Consultas de Pé e de Mesoterapia, já abertas directamente aos Centros de Saúde, o volume de Consultas passou a ter algum significado. 5 CRESCER PARA MELHOR SERVIR bom indicador do respeito que nos merecem os utentes que acorrem ao nosso Serviço. Formação e Investigação Científica A Formação e a Investigação Científica são duas áreas essenciais em qualquer Serviço de Acção Médica. Uma e outra contribuem decisivamente para a manutenção e o desen- Vamos candidatar-nos à atribuição de idoneidade formativa, na área da Medicina Física e de Reabilitação, de modo a podermos usufruir do dinamismo que o Internato Complementar sempre provoca. Desenvolvimento e planos para o Futuro O futuro do Serviço está, mais do que o de qualquer outro, dependente da instalação no novo edifício. É nele que, finalmente, existe uma área espe- CONSULTAS A Ponte Evolução do número de Consultas Externas 6 volvimento da qualidade dos Serviços, sobretudo num Hospital Central que deseja ser considerado no top qualitativo dos Hospitais Portugueses. Desenvolvemos trabalhos importantes na área dos AVC’s. Dispomos hoje de uma base de dados que é uma das maiores e mais completas existentes em Portugal. O manancial de informação de que dispõe é uma garantia da qualidade e diversidade da investigação que possibilitará. Dispomos ainda na Biblioteca do Hospital de diversas publicações relacionadas com as diversas áreas profissionais que integram o Serviço, cujo enriquecimento deverá continuar a ser estimulado. Vamos continuar a colaborar activamente com as Escolas Superiores de Tecnologias da Saúde, oferecendo a possibilidade aos seus alunos de realizarem Estágios de Formação no nosso Serviço. cífica para tratamento de doentes. A Rede de Referenciação Hospitalar, aprovada em 2002 pela Direcção Geral da Saúde, veio definir a situação dos Serviços de Medicina Física e de Reabilitação no País. Nessa Rede o nosso Serviço é um dos 13 que, a nível nacional, são classificados na Plataforma A, correspondendo à plataforma diferenciada do diagnóstico e do tratamento de Medicina Física e de Reabilitação. Esse facto veio criar novas responsabilidades, de que realçamos: 1. A obrigatoriedade de dispormos de Internamento próprio de Medicina Física e de Reabilitação. 2. A área mínima do Serviço de 1000 m2. 3. O redimensionamento dos Recursos Humanos disponíveis. Pensamos que a classificação do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação na Plataforma A é prestigiante e importante para o Hospital. No entanto, é necessário assegurar as condições exigidas para justificar essa classificação, não só a nível das condições já referidas, mas também quanto à organização funcional, que o documento também clarifica. Nesse sentido, o apoio empenhado do Conselho de Administração tem sido permanente. Para continuarmos a evoluir necessitamos de fazer “crescer” a nossa organização interna. É essa a nossa aposta actual. Tendo em vista esse desenvolvimento, no 2º semestre de 2004, foi realizado, pelo Gabinete de Planeamento e Informação de Gestão, um estudo de viabilidade económica, para decisão do modelo de desenvolvimento do Serviço. O estudo prevê a criação de uma Unidade de Internamento de Medicina Física e de Reabilitação com 17 camas e o desenvolvimento do Ambulatório com incremento da Consulta Externa, e espaço existente no novo edifício para tratamento de cerca de 200 doentes por dia. O Projecto foi aprovado pelo o Conselho de Administração, em Outubro de 2004. O modelo previsto vai contribuir decisivamente para transformar o Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital num dos principais Serviços da Especialidade em Portugal. Primeiro, porque vai disponibilizar 17 camas de Internamento, área em que o país está extremamente carenciado (existem 279 e deveriam existir cerca de 2000 camas), e em particular a região da Grande Lisboa, onde o SNS dispõe apenas de 20 camas de Medicina Física e de Reabilitação. Segundo, porque estão previstos para o Ambulatório do Serviço projectos de grande importância, alguns mesmo originais em Portugal, como sejam apoio aos Centros de Saúde, com deslocação de um Médico Fisiatra aos Centros para consultoria em algumas patologias como AVC, Reumatismos Degenerativos e Patologia Respiratória; Hospital de Dia do Doente com sequelas de AVC; Clínica do Idoso e Clínica do doente com AVC; e Unidade de Dor Vertebral não Traumática. Ao lado destes projectos estão previstos outros que, não sendo originais, são igualmente importantes, como o Desenvolvimento da Consulta Integrada de Pé Diabético (em articulação com os Serviços de Medicina e de Cirurgia) ou a Implementação da Reabilitação Cardíaca (Fase II). Toda a actividade vai exigir, de acordo com o Projecto, uma produtividade muito elevada, que será obtida com um número de Médicos e de Técnicos bem inferior aos rácios dos restantes Hospitais do SNS. Este é o nosso compromisso. No apoio ao Internamento temos uma experiência, organização e qualidade que não têm paralelo em outro Hospital Além disso, a oferta de tratamento ambulatório a cerca de 200 doentes por dia vai, pela qualidade elevada que a nós próprios vamos exigir, influenciar o nível do atendimento das Unidades Convencionadas da nossa área geográfica. Pretendemos tornar-nos Padrão de Qualidade desse atendimento. Vamos, naturalmente, continuar a assegurar a assistência aos doentes internados nos moldes actuais, assegurar o tratamento ambulatório dos doentes provenientes dos Serviços de Internamento e das Consultas Externas do Hospital e dar resposta, na medida em que a dimensão do Serviço o permita, às solicitações de tratamento ambulatório a doentes provenientes dos Centros de Saúde. Propomo-nos adoptar medidas que possibilitem aumentar o atendimento a utentes dos subsistemas (não-ARS) para lá dos habituais 20%. Para isso contamos com algumas das propostas referidas para o Ambulatório. Com este foco VAMOS construir um Serviço que, no futuro, seja a referência dos Serviços de Reabilitação. Professor Sales Luís Agradecimento a um Amigo raízes. Construímos vários projectos de Cuidados Continuados e todos acabaram por ficar no papel. Curiosamente, alguns anos mais tarde, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, implementou um projecto muito semelhante aos nossos. Construímos finalmente um bonito projecto de Doutoramento que, por falta de condições de exequibilidade (sempre o dinheiro), nunca conseguiu passar disso mesmo – de um projecto. Quando com honestidade e clareza lhe pedi independência, foi com total abertura e empenho que compreendeu as minhas ambições e abriu o caminho que levaria, mais tarde, à criação do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Claro que nem sempre estivemos de acordo. No entanto, até essas situações foram enriquecedoras, porque sempre assumidas com frontalidade. Com o Professor Sales Luís ganhei um enorme capital de que me venho servindo ao longo dos anos. Ganhei os ensinamentos permanentes, a imagem de grande perseverança, o amigo respeitado, o sempre conciliador, continuamente em busca de consensos, odiando as roturas desnecessárias. Obrigado PROFESSOR. FERNANDO PINHEIRO Director do Serviço de Medicina Física e Reabilitação A Ponte Quando iniciei funções no Hospital de São Francisco Xavier, em 1987, o Professor Sales Luís era o Director do Serviço de Medicina Interna e, simultaneamente, o Director da Urgência. Eu era um simples Assistente Eventual. Não o conhecia pessoalmente, mas a simples menção do seu nome já me impunha respeito. Era o Mestre, o dono da verdade, distante e intocável. Lembro-me perfeitamente da recepção que me dispensou e que me mostrou como a imagem estava distante da realidade. Acompanhou-me numa visita guiada ao Hospital e de seguida integrou-me no seu Serviço. Fiquei na dependência funcional do Serviço de Medicina e passámos a ter uma relação muito próxima. Foi um relacionamento sempre fácil, baseado na verdade e na lealdade, com respeito mútuo e que veio a transformar-se numa amizade crescentemente mais forte. O Professor Sales Luís foi sempre o apoio de que tantas vezes necessitei e a fonte de estabilidade que me permitiu ir progressivamente estruturando e organizando o “Meu Serviço”. Juntos construímos muitos castelos, uns com pés para andar, outros... nem tanto. Mas também isso acaba por preencher a nossa vida. Construímos vários projectos de Serviço. Construímos um Núcleo de Estudos da Doença Cérebro-vascular, que ganhou 7 Tratado de Bolonha Novas Propostas para A Ponte E 8 ste artigo surge no físico, mental e social de um seguimento de um indivíduo, de uma pessoa? encontro promovido Para ela própria e para os pela Ordem dos enfermeiros? E o que fica Enfermeiros, cujo tema para ambos? incidia sobre a Declaração Aliada a esta complexide Bolonha e Formação dade, todos sabemos que os em Enfermagem. O evento, contextos emergentes das CLARA CARVALHO aberto à comunidade dos sociedades plurais colocam Enfermeira enfermeiros, decorreu no novos desafios em matéria de Auditório do Hospital Júlio de Matos Saúde e há muito que esta deixou de em Lisboa, no dia 17 de Janeiro. ser a ausência de doença, abrangendo Na mesa, foram apresentadas duas não só o domínio físico, como o social, propostas de estruturação do Curso cultural, espiritual, etc. Neste sentido, Superior de Enfermagem – uma pela emergem como “novas patologias” os Ordem dos Enfermeiros e outra pelo problemas relacionados com estilos de Conselho Coordenador dos Institutos vida, com a mudança no cenário dos Superiores Politécnicos (CCISP). cuidados em que a pessoa é agente de Sugerimos, como fio condutor, decisão, com a competência colectiva uma introdução conceptual da Enferdas equipas de saúde (cada vez mais magem e uma breve alusão à história alargadas), os desafios da sociedade da Declaração de Bolonha, também de informação e o eco da globalização designado por Processo de Bolonha, bem como a alocação justa de recursos, e seus objectivos principais para a apenas para enumerar alguns. área da formação. Posteriormente, Conscientes desta real conjectura, de forma sucinta, destacar-se-ão as os enfermeiros, enquanto comunidade propostas apresentadas pelos dois profissional e científica, assumem intervenientes, não sendo nossa que o desafio da qualidade em Saúde intenção avaliar qualquer uma passa pela formação, nas suas diversas delas. Por fim, deixamos em aberto vertentes, formação esta “que permite algumas questões que sirvam de a assunção das mais elevadas responsamote à reflexão, para que possamos, bilidades nas áreas da concepção, orgaem conjunto, abordar esta mesma nização e prestação dos cuidados de temática no âmbito de uma sessão saúde proporcionados à população”. clínica de enfermagem. Atendendo a que a formação inicial é A Organização Mundial de Saúde uma fase crucial de todo este processo, indica que a “missão primordial do enfermeiro na sociedade é de ajudar os indivíduos, famílias e grupos a determinarem e a alcançarem o seu potencial no “O Processo de Bolonha campo físico, mental e social, fazendo-o visa a construção no contexto do meio em que vivem e trabalham”. Se tentássemos desmontar de um espaço europeu esta definição, deparar-nos-íamos com problemas complexos (e não complicompetitivo e atractivo cados!) sobretudo no que diz respeito ao significado do conteúdo. A título de para docentes e alunos” exemplo, o que representa o potencial a Enfermagem como área de conhecimento, está envolvida na discussão do Processo de Bolonha integrando um Grupo de Coordenação, designado pela Sra. Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, tendo a Ordem dos Enfermeiros, por exigência estatutária, emitido também o seu parecer. Embora Portugal não tenha operacionalizado o Processo, ou seja, as universidades pautam ainda o ensino pela metodologia que vinham aplicando, não significa que a comunidade científica não acerte o compasso no sentido de uma reforma do ensino superior consentânea com Bolonha. Num trabalho intitulado “A Educação encerra um tesouro”, Jacques Delors afirmava que as novas tecnologias produziam uma verdadeira revolução que afectava tanto as actividades relacionadas com a produção e o trabalho, como as actividades ligadas à educação e à formação. Outra característica enunciada, com a qual também lidamos diariamente, é que os conhecimentos adquiridos na etapa de formação inicial, têm um período de caducidade. Logo, a necessidade de uma actualização constante e a mobilização de todas as áreas do saber. É neste contexto que surge o desafio lançado pelo designado Processo de Bolonha, que corresponde ao propósito da construção do espaço europeu do ensino superior, competitivo e atractivo para docentes e alunos europeus e de países terceiros, visando a construção dum espaço que promova a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de diplomados. As suas linhas de acção apontam, ainda segundo a mesma fonte, para o seguinte: 1. Adopção dum sistema de graus comparável e legível; 2. Adopção dum sistema de ensino superior fundamentalmente baseado em dois ciclos; 3. Estabelecimento de um sistema de créditos; 4. Promoção da mobilidade; 5. Promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade; 6. Promoção da dimensão europeia no ensino superior; 7. Promoção da aprendizagem ao longo da vida; 8. Maior envolvimento dos estudantes na gestão das Instituições de ensino superior; As propostas aventadas do primeiro grupo foram as seguintes: 1. A formação de enfermagem ser assente em dois ciclos de formação. O primeiro com a duração de 8 semestres e o segundo com a duração de 4 semestres: • Cursos pós-graduados de especialização não conferentes de grau académico, com a duração de 2 ou 3 semestres; • Cursos pós-graduados de especialização com trabalho de investigação 9. Promoção da atractibilidade do espaço europeu do ensino superior. Depreende-se, portanto, que o conhecimento é uma construção e não uma aprendizagem. Consonante com esta máxima, a Enfermagem tem desenvolvido um trabalho acompanhando o Processo de Bolonha. E foi o que aconteceu no dia 17 de Janeiro, aquando da realização de um acção de reflexão e de debate em conjunto com os representantes do CCISP para a área de Enfermagem e a Ordem dos Enfermeiros. (mestrado profissionalizante), de 4 semestres; • Cursos de mestrado em Enfermagem (4 semestres) 2. Os níveis de exigência de acesso ao segundo ciclo passam pela conclusão do primeiro ciclo de formação e dois anos de prática profissional. 3. O nível de exigência para doutoramento é o mestrado. A Ordem dos Enfermeiros recomenda a formação inicial em Enfermagem de um só ciclo para acesso ao exercício da profissão. O ciclo propõe-se ser longo e com a duração de 5 anos, e o último ano de formação inicial corresponder a um estágio curricular e profissionalizante. Este estágio permitirá o desenvolvimento das competências adquiridas, o que pressupõe o desenvolvimento de actividade profissional tutelada, com a necessária autorização por parte da Ordem dos Enfermeiros. Como apresentado no início, não é nossa intenção avaliar qualquer uma das propostas. Antes, levantar algumas questões que, por certo, todos vamos fazendo e a todos diz respeito: 1. A crer na proposta do CCISP, como ficará salvaguardada a autonomia da profissão? 2. Que estrutura contribuirá para os cursos pós-graduados? Os locais onde se desenvolvem os ensinos clínicos? Quem fará a tutoria dos respectivos cursos? As escolas? Ambos, em modelo de parceria ou sob forma de outro modelo? 3. Numa fase de carência de enfermeiros, em que é emergente a assumpção dos cuidados de enfermagem serem apenas prestados por enfermeiros, estaremos disponíveis para alongar o tempo do curso de base, conforme propõe a Ordem? 4. Podendo a acreditação de um curso ser académica ou profissional, quem faz essa mesma acreditação? 5. Que subsídios propõem Bolonha e os organismos oficiais para a regulamentação do ensino de enfermagem, quando surgem, a cada dia que passa, novos estabelecimentos a ministrar o Curso Superior de Enfermagem? Estas são, por ventura, algumas questões com as quais nos deparamos e que carecem de resposta. Numa postura de responsabilidade, a todos pertence a reflexão e o contributo perante o compromisso para com a profissão. Este artigo é um pequeno ensaio disso mesmo. A Ponte Formação Académica 9 “Gente que cuida de gente” Conversas inacabadas com... o Conselho de Administração Esta é uma conversa que responde a uma sugestão dos nossos gestores para “escrever uma coisinha” para o nosso jornal, e à qual dei este título sugestionada pelo livro que lia no momento, “Conversas Inacabadas com Deus”. A Ponte E 10 m Outubro passado fui convidada para amigos e colegas e decidimos que eu seria o um almoço com três elementos do vector de transporte da mensagem que queria Conselho de Administração, almoço fazer passar aos nossos gestores – a falta de esse que se enquadra na abertura aproximação entre gestores e colaboradores, de espaços informais de convívio com os incluindo nestes últimos os prestadores de colaboradores da empresa e os actores da cuidados. gestão/administração do nosso hospital. Tornava-se para mim imperioso saber/conhecer Aceitei de bom grado o convite, primeirae intervir no contexto da vida profissional, já que ANA PAULA REAL mente porque sou naif no acreditar dos objecse assim não for podemos correr o risco de nos Enfermeira tivos que sustentam estas intenções, depois rotinizarmos às tarefas que nos foram confiadas, porque também eu, quero participar activamente na sem nos tornarmos seres reflexivos e participantes do Vida desta instituição e, acima de tudo, quero conhecer processo de mudança. quem são “os nossos governantes”. O almoço começou lento, em clima ameno, sem Tenho um papel privilegiado nesta organização, sobressaltos, gargalhadas estridentes ou devaneios já que sou um dos prestadores directos de cuidados gastronómicos; os anfitriões aproximaram-se do discurso de saúde e orgulho-me de pertencer ao grupo dos de cada um dos convivas, no entanto o tema Hospital profissionais que mais directamente se relacionam parecia distante e de difícil abordagem. A dado momento quer com o cliente, quer com a população em geral alguém pergunta “Meus senhores, permitam-me que – sou enfermeira. vos coloque uma questão: É fácil gerir um hospital?”. Não transportei comigo a mala de cartão, até porque Quebra-se o gelo e os nossos gestores iniciaram um ainda que partisse com pouca bagagem discurso que na verdade, de alguma sobre gestão/organização da empresa, forma, me preencheu... A vida da sabia que a missão estava confinada a duas instituição atravessa uma fase de escassas horas de “prazer prandial”, e onde grandes mudanças, ou melhor dizendo, “É urgente que as intenções dos organizadores poder-sea saúde vagueia por mares nunca -iam dissipar por entre risos tímidos ou os nossos gestores antes navegados, e os gestores e os eructações escabrosas de algum conviva colaboradores desta empresa pouco habituado a estas lides... arriscam-se a não chegar a bom porto ‘cuidem’ de nós” Na véspera fiz uma reflexão aprofun(mas isso só o poderemos saber daqui dada sobre o hospital, reuni com a família, a algum tempo...). Na verdade os nossos gestores, ainda que não querendo imiscuir-se por assuntos tão sensíveis, revelaram algumas das dificuldades sentidas na operacionalização da “missão” de informar; canais de informação distorcidos pela rotatividade dos profissionais ao longo das 24 horas; falta de espaços para informar, para além dos formais; desconhecimento da organização do Hospital. Faltou, acima de tudo, “espaço” para dialogar sobre questões que se prendem com os problemas reais que cada um dos grupos profissionais ali representados (auxiliares de acção médica, enfermeiros e representante da igreja católica) vive diariamente, o que me parece pouco motivador para os participantes. Fui assim testemunha de uma tentativa de aproximação aos colaboradores, que permite, talvez, conhecer o sentir daqueles que Cuidam. No entanto, como estamos pouco habituados à participação em Plano de Contingência Mais camas hospitalares Continuamos a assistir a uma afluência aos serviços hospitalares que exige medidas de excepção. Tal como em anos anteriores, esperava-se um aumento do número de doentes no Inverno, mas não por período de tempo tão prolongado. No nosso hospital, as três primeiras semanas de Fevereiro registam um aumento médio diário de 30%, no número de doentes internados. O “A saúde vagueia por mares nunca antes navegados” maior número de doentes é de pessoas de idade mais avançada e, consequentemente, de mais difícil recuperação, o que não surpreende face ao envelhecimento da população. Para minorar os inconvenientes que a actividades desta índole, este “almoço de trabalho” pautou-se por algum distanciamento entre os diferentes intervenientes, e sobretudo pelo pouco à vontade da “Conversa” entre convivas. Pena é que estes espaços sejam tão reduzidos (custem dinheiro a todos nós), estejam limitados a um restrito número de convidados e que deles não conheçamos as “reflexões” que a administração deles retira... Creio que todos gostaríamos de conhecer o que sentem os gestores do nosso hospital ao “Cuidarem” desta instituição, quais as suas maiores preocupações, se os objectivos preconizados pelos governo estão a ser atingidos, e já agora se estes almoços-convívio respondem ao propósito a que se propõem (já que é disso que estamos a falar). Não gostaria de terminar esta “nossa” conversa sem deixar duas questões que se prendem com algumas preocupações de todos nós, prestadores de cuidados de saúde: O utente tem vindo a ser beneficiado em todo este processo de mudança? Caminhamos num trilho em que a melhoria da qualidade dos cuidados, serve de pano de fundo a todo o nosso trabalho? A filosofia que serve de matriz para a Enfermagem, de Wanda Horta, “gente que cuida de gente”, talvez possa ser alargada a todos os outros profissionais da nossa instituição, e assim sendo é urgente que os nossos gestores “Cuidem” de nós... situação acarreta, com indesejáveis dificuldades para os doentes e profissionais, o Hospital de São Francisco Xavier adoptou, em 2004, um Plano de Contingência, com recurso a outras instituições, no total de 34 camas. Face ao persistente aumento de doentes que afluem à urgência, e à falta de camas de internamento, tivemos ainda que recorrer a enfermarias no Hospital do Montijo, (29 camas), ainda assim insuficientes. A situação causa naturais transtornos, em primeiro lugar aos doentes, depois ao hospital e seus colaboradores, com custos elevados. Estamos certos, porém, de que adoptamos a melhor solução possível. Dirigentes e profissionais tudo têm feito para que os doentes continuem a ser tratados com qualidade. Aos doentes internados no Hospital do Montijo é prestada a assistência adequada e, para minorar as dificuldades das visitas, o HSFX, com o apoio das Câmaras Municipais de Lisboa e Oeiras, proporciona diariamente transporte aos familiares que ali se queiram deslocar. A Ponte CARTAS AO HOSPITAL 12 Muito é dito sobre médicos, enfermeiros e, ainda mais, sobre as instituições pelas quais esses profissionais praticam o seu ofício. Uma vasta gama de comentários, por vezes, impregnando uma espécie de magia paralela a esses, tendem a rechaçar os seus quotidianos. (…) Como homem participante de uma comunidade instituída e usuário dos serviços públicos de saúde, tenho de reconhecer as enormes melhorias que podem ser notadas aqui e ali.(…) O capítulo mais especial a que me quero dedicar foi aquele em que “ajudei a escrever”: após lobectomia superior direita em Fevereiro de 2004; ou aquele em que tive a honra dolorosa de ser um dos milhares de “actores-coadjuvantes”: baixa em 27 de Dezembro 2004, com Derrame Pleural base direita e respectiva Toracotomia para drenagem, a 6 de Janeiro. Infelizmente, neste ‘mister’, poucos são ainda os registos feitos nas Escolas de Medicina. Pesarosamente, nesta vertente, poucos, ou quase nulos, são os artigos jornalísticos divulgados pela media. Esta parte diz respeito a uma forma de Missão Emocional, à qual pouco se ocupam, tanto uma instituição, quanto a outra: o difícil mecanismo e a exaustiva dinâmica do “fazer por amor”, da abnegação diária sem hora de terminar, de todos os profissionais que se dedicam à Medicina e a todos os que trabalham nos seus demais campos de actuação... Pessoas – como todas as outras – que, relegando a planos secundários as suas próprias vidas, os seus problemas, algumas vezes até as suas dores, doam-se de forma brilhante e essencial ao restabelecimento de cada paciente... a fraternidade com que caminham entre os leitos de, senão de dores, de imensas preocupações com o momento próximo a ser vivido. É de uma dignidade humana de venerar... (…) É vital que se diga/bendiga sobre a assumida postura “terapêutico-sacerdotal” dos Doutores Pais Ruivo (Pneumologista) e Sena Lino (Cirurgião) que, segundo os 90 anos de minha mãe, são os meus “Anjos da Guarda”… Além das decisões médicas, receitam vida, ânimo e certeza, em doses de amor ao próximo e sapiência(…) A cada dia há um amanhecer diferente e, a cada momento, a cada turno, a cada procedimento feito, é a vida quem está a ser incentivada a restabelecer-se. Em suma, seres “iluminados”, pessoas de bem com a Vida! Na ordem de nós, humanos, há somente duas possibilidades de estabelecer-se laços afectivos: na dor e na alegria. E, justamente neste ambiente, via de regra, de sofrimento, acham-se ‘mescladas’ com uma força veloz e surpreendente, ambas condições. É no “vai e vem” de macas entre sectores de diagnósticos; é na transferência de um pavilhão para outro; é na administração de medicamentos nas horas em que as dores fazem viver o minuto seguinte quase uma tortura; é na humildade sublime daqueles paramédicos com o cuidar da higienização e confortabilidade do paciente; é o de entrar, um dia após o outro, nos quartos e ser mensageiro de boas novas: a recuperação avizinha-se! Eu, o ser humano assustado, inseguro, diante de um surpreendente e nebuloso diagnóstico, dei entrada no Hospital de São Francisco Xavier, na manhã do dia 27 de Dezembro de 2004. Quero aqui, não agradecer, porque o que se passou naquele momento crucial da minha vida, e por todos os 29 dias seguintes, é impossível de ser reunido em simples palavras, ou, por quaisquer menções, por mais honrosas que pudesse eu dispor. Prefiro deixar a todos (para não cometer injustiças nenhumas!), às vezes rostos sem nomes, mas corações únicos, um olhar silencioso e eternamente enternecido. Sejam eles da Instituição Hospitalar; da Equipa de Cirurgia que me acompanhou; da Imagiologia (grande espírito de equipa!); do Laboratório de Análises Clínicas; da Unidade de Cuidados Intensivos; de todos os profissionais de Enfermagem da Medicina do 1º piso, na pessoa do Enfermeiro-Chefe João; da Dra. Cristina (Assistente do Dr. Pais Ruivo) sempre presente, e um “xi” muito especial à Dra. Rita Perez (Anestesista) pela segurança que me transmitiu. Sabendo e deixando a certeza de que todos vós também o sabem que, após este episódio, estaremos, eu e todos aqueles que empurraram-me para “vitória”, entrelaçados como elos: um conjunto de força inquebrantável para uma verdadeira e maravilhosa “corrente para a vida”! JOSÉ MANUEL GONÇALVES ALVES Lisboa, 30 de Janeiro de 2005