PT Fantoches O PROCESSO DE RECICLAGEM + CD MP3

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PT Fantoches O PROCESSO DE RECICLAGEM + CD MP3
PT
Fantoches O PROCESSO DE RECICLAGEM + CD MP3
Ref. 64005
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Ref. 64005
Fantoches O PROCESSO DE RECICLAGEM
PT
CONTEÚDO
Conjunto de 6 fantoches (2 dos quais são reversíveis com duas caras diferentes), com um CD ÁUDIO
MP3 que contém uma gravação completa de 2 contos que se debruçam sobre a importância da reciclagem,
apresentando alguns processos de reciclagem e mostrando como se transformam os produtos que
reciclamos. O CD MP3 inclui um guião com os textos dos contos, um guia pedagógico e desenhos para
colorir.
A duração aproximada de cada conto é de 10 minutos. O CD dispõe de vários idiomas visando a
aprendizagem de outras línguas. O CD permite ao professor representar os contos sem necessidade de
narrá-los, bastando para isso pôr a tocar o CD ÁUDIO e mover os títeres e seguir as instruções do guia! É
muito simples e prático!
INSTRUÇÕES DE USO E DECORAÇÃO
No guia, todas as indicações referentes ao espaço incluem a parte posterior do teatro e a parte de trás do
fantoche, de frente para o público.
No guia, os diálogos das personagens que surgem em cena pelo lado direito do palco e que são para colocar
na mão direita, descrevem-se no texto do lado direito.
A melhor forma de sujeitar os títeres, para obter o máximo aproveitamento do movimento, é colocar o dedo
polegar num dos seus braços, os dedos médio e indicador na cabeça, e os dedos anelar e mínimo no outro
braço. Os movimentos dos títeres permitem expressar diversas emoções. Por exemplo:
-
com os braços: aplaude-se, cumprimenta-se, acaricia-se, expressa-se alegria e excitação mediante
movimentos rápidos, chora-se tapando a cara com os braços, etc.
com a cabeça: fala-se, anui-se, etc.
com o corpo: nega-se através de movimentos
Recomenda-se ler atentamente cada conto incluído no guia, assim como ouvir a representação do conto no
CD ÁUDIO MP3, e fazer um ensaio com os títeres antes de levar à cena o conto.
A representação pode também ser feita sem o CD, lendo os textos do guia.
Cenário:
-
De noite, uma rua escura com postes de iluminação que iluminam os diversos contentores coloridos
que se vêem em primeiro plano.
OBJECTIVOS PSICO-PEDAGÓGICOS
-
Consciencialização da necessidade do cuidado e do respeito pelo ambiente.
Sensibilização para uma prática de recolha selectiva de resíduos domésticos que facilita a posterior
reciclagem ou eliminação do lixo.
Conhecimento dos diferentes tipos de resíduos domésticos.
Classificação dos resíduos domésticos consoante o tipo de contentor em que devem ser depositados
para a recolha e posterior reciclagem.
PT
ACTIVIDADES
1. Ficar a saber em que se transformam os resíduos que reciclamos:
- Imprimir, fotocopiar e recortar as 5 fichas (A5) para colorir. Distribuir as 5 fichas pelos alunos para
que as pintem. O professor irá mostrar uma das marionetas e pedirá aos alunos que apresentem a
ficha que mostra em que objecto se pode reciclar essa marioneta:
- Lata: bicicleta
- Garrafa de plástico: bola de plástico
- Garrafa de vidro: vários frascos de vidro
- Caixa de cartão: livro
- Cenoura: adubo
2. Classificar os resíduos consoante a origem ou material: (pedir aos alunos que tragam de casa recortes
de revistas de resíduos e embalagens)
- Resíduos orgânicos: restos de frutas, legumes, carne, peixe, ovos, etc.
- Papel: sacos, jornais, revistas, etc.
- Cartão: caixas de bolachas e outros produtos, caixas de ovos, etc.
- Embalagens de plástico: sacos, garrafas de água, embalagens de produtos de limpeza, embalagens
de iogurtes, embalagens de outros alimentos, etc.
- Embalagens metálicas: latas de bebidas e conservas, etc.
- Embalagens Tetrabrik.
- Vidro: boiões de vidro, garrafas de vidro, etc.
- Pilhas e baterias.
3. Relacionar os resíduos consoante o contentor em que devem ser depositados:
- Explicar aos alunos quais são os contentores de recolha selectiva de resíduos existentes no
município.
- Explicar que tipo de lixo deve ser depositado em cada contentor (de acordo com a cor).
- Fazer alguns murais com os diferentes tipos de contentores que existem no município.
- Distribuir os recortes de revistas que os alunos trouxeram e colá-los no contentor correspondente.
PT
Os novos amigos de Jacinta, a lata que tilinta
PRIMEIRA CENA
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
Mão esquerda
IVO, a garrafa de vidro
(IVO surge da esquerda, movendo-se lentamente. JACINTA está imóvel e mostra ao público o seu lado sem cara)
IVO: Ui, que escuro que está aqui! Parece que ainda não veio ninguém. Vou voltar para o meu contentor porque estar
aqui sozinho mete muito medo.
(IVO dirige-se ao seu contentor, mas como não vê bem, choca com a lata de atum. Ouve-se um “tlim”.)
IVO: Ai! Que susto! Fui contra uma lata…? De certeza que já me riscou e, daqui a mais, vou partir-me em mil
vidrinhos pequeninos, (lamentando-se) e todos irão me calcar… e irão cortar-se… e irão magoar-se…
(Nesse instante Jacinta vira-se e mostra a sua cara ao público)
JACINTA: Olá! Quem és tu?
IVO: (tremendo) Aaaaaai! Uma lata de atum que fala! (Sai depressa e muito assustado de cena)
JACINTA: Olha, parece que o assustei. Estou tão aborrecida por estar aqui sozinha! Se pelo menos
alguém me pudesse explicar o que estou aqui a fazer…
(JACINTA desaparece de cena)
(Música)
SEGUNDA CENA
Mão esquerda
IVO, a garrafa de vidro
Mão direita
SIMÃO, a caixa de cartão
IVO: SIMÃO, caixa de cartão, ainda bem que te encontro! Não vais acreditar no que me aconteceu!
SIMÃO: (Surge da direita, interrompendo e a exclamar, chateado) Então, IVO, garrafa de vidro, vais
contar-me de uma vez? Não tenho a noite toda para estar aqui a ouvir as tuas maluquices.
IVO: (Tremendo) Ai, SIMÃO, caixa de cartão, não fales assim comigo que me assustas! Não vês que sou de vidro e
muito frágil!
SIMÃO: Está beeem (baixando a voz) Queres contar-me o que te aconteceu, por favor?
IVO: Assim está muito melhor! Olha, saí do contentor, como todas as noites, para me encontrar com os nossos
amigos: MIGUEL, a embalagem de gel, DONA ALBERTINA, a bela cenourinha e BAPTISTA, a camisola
desportista… e encontrei uma lata de atum que fala!
SIMÃO: (Já a perder a paciência) Então, meu caro amigo. Tu és uma garrafa de vidro que fala e eu
sou uma caixa de cartão que fala… Porque é que não pode haver uma lata de atum que fale?
IVO: Ena! Tens razão… Bem, a questão é que alguém a atirou ao chão e agora ela não sabe em que contentor tem de
viver. Vens comigo buscá-la e levá-la até ao seu contentor, o contentor das embalagens?
SIMÃO: Para esses assuntos, é melhor falares com MIGUEL, a embalagem de gel. Ele é o habitante
mais sábio e antigo de todos os contentores do parque.
Para além disso, IVO, garrafa de vidro, voltaste a entrar no meu contentor, o de cartão. Já sabes que
cada um de nós tem de estar no seu contentor para podermos ser reciclados. Tu no contentor de vidro e
eu no contentor de cartão.
IVO: (Triste) Sim, já sei, SIMÃO, caixa de cartão, mas o meu contentor está cheio de vidros partidos e o teu é muito
mais confortável, pois está cheio de cartões e assim não me parto. Sou tããããão frágil…
SIMÃO: Tenho pena, IVO, garrafa de vidro, mas respondo-te como te responderia MIGUEL, a
embalagem de gel: “Se em algo bonito te queres reciclar, no teu contentor tens de estar”.
(Saem ambos de cena)
(Música)
PT
TERCEIRA CENA
Mão esquerda
MIGUEL, a embalagem de gel
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
(Surgem JACINTA da direita e MIGUEL da esquerda)
MIGUEL: Olá pequena lata de atum! Disseram-me que andas um pouco perdida e só.
JACINTA: Olha, não te assustaste ao ver-me! Pensei que era uma velha lata oxidada e que já
ninguém queria falar comigo.
MIGUEL: (Ri-se) Ha, ha, ha! Isso são coisas do IVO, a garrafa de vidro, que é um pouco medroso. Desculpa, não
me apresentei. Eu sou o MIGUEL, a embalagem de gel, o mais antigo deste lugar.
JACINTA: Eu chamo-me JACINTA, a lata que tilinta, e não sei muito bem o que faço por aqui… se
nem sequer estou caducada. Vê, vê a minha data de validade.
MIGUEL: (Aproxima-se e olha para a tampa) Certo, mas… Não te sentes mais leve?
JACINTA: Sim, é verdade. Agora que o dizes… peso menos.
MIGUEL: Não te preocupes. Todos nós passamos por isso no início, mas depois habituas-te. O que aconteceu foi
que comeram o alimento que trazias dentro de ti. Eu antes era uma embalagem cheia de gel e graças a mim houve uns
meninos que desfrutaram de banhos espectaculares com enormes bolas de sabão… mas, claro, depois de gastar todo o
gel, acabei no contentor.
JACINTA: Ahhh!... agora compreendo! Mas o que faço aqui no chão?
MIGUEL: O que aconteceu foi que os teus antigos donos não te colocaram no contentor correcto.
JACINTA: E qual é o meu contentor? Eu quero ir! Tem lá mais latas como eu?
MIGUEL: (Ri-se) Ha, ha, ha! Claro! Tu vais para o contentor das embalagens, onde vivemos todos nós que somos
de plástico como eu, as latas como tu e as embalagens Tetra Pak. É muito importante permanecermos juntos no nosso
contentor até sermos reciclados.
JACINTA: Reciclados? E isso significa o quê?
MIGUEL: Seremos transformados em coisas novas e viveremos uma nova vida. Não te parece bem?
Anda, JACINTA, lata que tilinta, vou apresentar-te a uns amigos. Todas as noites saímos dos nossos contentores e
vamos dar um passeio e contar histórias. Queres vir?
JACINTA: (Salta de alegria) Siiiim!
MIGUEL: Combinado! Vou já chamar uma senhora do contentor de resíduos orgânicos… Todos juntos: DONA
ALBERTINA, a bela cenourinha!
(MIGUEL sai de cena)
(Música)
QUARTA CENA
Mão esquerda
DONA ALBERTINA, a bela cenourinha
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
(Surge da esquerda a DONA ALBERTINA movendo-se lentamente ao ritmo da música)
DONA ALBERTINA: Olá querida.
JACINTA: Ah, que cenourinha tão bonita! Que elegante!
DONA ALBERTINA: Que latinha tão amável! E não me conheceste nos meus melhores anos. Vou contar-te a
minha história: Até parece mal ser eu a dizer, mas estás diante de... tadaaa! a cenourinha vencedora da última feira de
hortaliças.
JACINTA: Que horror!... Mas uma cenoura tão bonita… Porque acabou no lixo? Porque é que não a
comeram?
DONA ALBERTINA: Oh minha querida… isso foi horrível…! Eu estava bem fresquinha à espera no frigorífico
junto das outras cenouras. Todos sabiam que ia ser eu a elegida para a refeição daquele dia. Mas, foi então que…
(Muda para um tom mais sério) Os meus donos compraram uma gigantesca couve-flor e a colocaram na nossa
gaveta, tapando-me a saída e esmagando-me. E esqueceram-se de mim! Quando por fim me encontraram, já tinha
rugas e acabei por ser colocada no contentor de resíduos orgânicos.
JACINTA: Vai-me perdoar, DONA ALBERTINA, bela cenourinha, mas creio que teve muita sorte.
Aqui tem um montão de amigos. E, além disso, segundo o que me contou MIGUEL, a embalagem de
gel, se estivermos no contentor correcto seremos todos reciclados em coisas muito bonitas.
DONA ALBERTINA: Tens razão, querida. Sou uma queixinhas. Estou muito bem aqui. Todos me tratam como uma
verdadeira rainha e dentro do meu contentor fiz grandes amizades. Lá tenho umas aboborinhas simpatiquíssimas e
umas costeletas de cordeiro vistosas e com ossos e tudo…
JACINTA: Eu quero conhecê-los todos! Posso ir viver para o seu contentor?
DONA ALBERTINA: Não, tu deves ir para o contentor de embalagens com o MIGUEL, a embalagem de gel. Mas
não te preocupes, pois todas as noites nos encontramos durante algum tempo fora do contentor. Vemo-nos por aqui,
querida JACINTA, lata que tilinta.
(DONA ALBERTINA sai de cena)
(Música)
PT
QUINTA CENA
Mão esquerda
SIMÃO, a caixa de cartão
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
(Surge SIMÃO da esquerda, com a sua cara de chateado)
SIMÃO: Imagino que tu sejas a lata nova de que todos falam.
JACINTA: Sim, chamo-me JACINTA, a lata que tilinta. Muito pra…
SIMÃO: E eu sou o SIMÃO, a caixa de cartão, mas chega de apresentações. Já é muito tarde e está na hora de
regressares ao teu contentor.
JACINTA: É que me atiraram aqui para o chão…
SIMÃO: (Resmunga) Estes humanos são um desastre! Não os suporto!
JACINTA: E posso perguntar porque não gostas deles?
SIMÃO: Então, porque hei-de gostar deles? Olha para eles aí sentados… (Dirige-se aos meninos) São uns malagradecidos.
JACINTA: (Dirige-se aos meninos) Mas então? Estão a ouvi-lo? Vocês são uns meninos muito bem
comportados, não são? Vês, SIMÃO, caixa de cartão?
SIMÃO: Sim, claro, tal como o menino com o qual eu vivia. Eu tinha um presente fantástico para ele: um
espectacular carro telecomandado! Estava ansioso que chegasse ao seu dia de aniversário para ver a sua cara de
felicidade. E sabes o que aconteceu? Quando chegou a hora, quase nem olhou para mim, rasgou a mina parte de cima,
tirou o carro e, a mim, atirou-me para o chão. Fiquei esquecido e abandonado debaixo da cama até que a mãe dele me
trouxe para o contentor de cartão.
JACINTA: Ah, SIMÃO, caixa de cartão, agora já percebo porque andas sempre tão chateado!
SIMÃO: Isso é o que me diz o MIGUEL, a embalagem de gel. Diz que tenho de compreender o menino… que o que
ele queria era apenas brincar com o seu carro… Bah! Se depois nem sequer brincou! Passava horas a fio a jogar
videojogos. Enfim! Vou voltar para o meu contentor, pois já é tarde e tu devias fazer o mesmo.
JACINTA: Sim, vou só procurar o MIGUEL, a embalagem de gel, para que me acompanhe.
(Saem ambos de cena)
(Música)
SEXTA CENA
Mão esquerda
BAPTISTA, a camisola desportista
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
(Surgem JACINTA da direita e BAPTISTA da esquerda). BAPTISTA anda de um lado para o outro, enquanto
JACINTA permanece imóvel)
JACINTA: Olá! Como te chamas? Eu sou a JACINTA, a lata que tilinta. Sou nova aqui.
BAPTISTA: Olá! (Continua a mexer-se de um lado para o outro)
JACINTA: Por favor, podes parar um pouco?
BAPTISTA: Desculpa, desculpa, é que eu estou sempre a correr, a saltar, a jogar, a brincar… Chamo-me
BAPTISTA, a camisola desportista, e vivo no contentor da roupa usada para ser reutilizada.
JACINTA: E porque vives lá? O que te aconteceu?
BAPTISTA: Vivo com outras roupas que as pessoas já não usam, ou porque já não lhes servem ou porque se rompeu
de tanto usar. Antes de chegar aqui, era a camisola de um menino muito desportista, que andava sempre a correr.
Jogava futebol, jogava basquetebol, fazia corridas… comigo esse menino ganhou muitas medalhas e troféus. Mas
como se alimentava muito bem e como fazia muito desporto, cresceu e cresceu e eu acabei por não lhe servir mais. E
aqui estou eu, a viver com trapos velhos, camisas e sapatos… mas sabes uma coisa? Eles são um pouco aborrecidos.
Eu prefiro andar a correr por aí.
JACINTA: Mas que vida tão interessante! Ó BAPTISTA, camisola desportista… Podes acompanharme até ao meu contentor, por favor? É que eu acho que eu vou ter um problema. Como eu sou muito
pequena e a entrada para o contentor está tão lá em cima, não vou conseguir entrar…
BAPTISTA: Problemas? Com o BAPTISTA, a camisola desportista, não existem problemas! Salta e sobe para os
meus ombros. Vou contar até três: (Ouve-se o barulho dos tambores) um, dois…dois e meio e… três! Vamos!
(JACINTA salta para cima do BAPTISTA)
(Saem ambos de cena)
(Música)
PT
SÉTIMA CENA
Mão esquerda
MIGUEL, a embalagem de gel
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
(JACINTA surge da direita)
JACINTA: Grande salto! Se não fosse o BAPTISTA, a camisola desportista, não conseguiria chegar
até aqui.
(MIGUEL surge da esquerda)
MIGUEL: Olá, JACINTA, lata que tilinta. Bem-vinda ao teu novo lar, o contentor de embalagens.
JACINTA: Olá, MIGUEL, embalagem de gel. Que emoção! Já conheci imensa gente: a DONA
ALBERTINA, a bela cenourinha, que é elegantíssima; SIMÃO, a caixa de cartão, que é um pouco
resmungão e BAPTISTA, a camisola desportista, que é um autêntico vendaval…
MIGUEL: (Ri-se) Ha, ha, ha! Estou a ver que gostaste e que aprendeste de onde vem cada um de nós e a que
contentor pertencemos.
JACINTA: Tens razão! Foi um dia muito emocionante… Estou cansadíssima.
MIGUEL: Então vamos descansar e lembra-te que… se em algo bonito te queres reciclar…
JACINTA: …no teu contentor tens de estar.
E agora repitam vocês, meninos… Vamos, não tenham vergonha! Repitam comigo:
“SE EM ALGO BONITO TE QUERES RECICLAR, NO TEU CONTENTOR TENS DE ESTAR”.
(JACINTA deita-se para dormir e MIGUEL aproxima-se e dá-lhe um beijo)
(Música)
FIM
PT
O fabuloso destino de JACINTA e seus amigos
PRIMEIRA CENA
Mão esquerda
DONA ALBERTINA, a bela cenourinha
Mão direita
IVO, a garrafa de vidro
DESENHO DE GARRAFAS DE VIDRO
(IVO com cara sorridente)
DONA ALBERTINA: Boa noite, IVO, garrafa de vidro… Sempre tão pontual!
IVO: Não é correcto fazer uma senhora esperar.
(IVO com cara de medo)
IVO: Certo é que…andamos todos um pouco nervosos no meu contentor, parece que vêm nos buscar
amanhã.
DONA ALBERTINA: E porque acham isso?
IVO: Porque no nosso contentor já não cabe nem mais uma garrafa. Para além disso, alguém deixou
no nosso contentor uns cartões.
DONA ALBERTINA: Oh, não! O cartão não deve misturar-se com o vidro, isso não é bom para a reciclagem.
IVO: Reciclagem? É isso que me mete medo… É quando nos separam, nos partem e nos fundem no
fogo para fazer uma garrafa diferente? Nem quero imaginar!
DONA ALBERTINA: (Ri-se) Ha, ha, ha! Que exagerado! Isso é só por pouco tempo, depois irás tornar-te numa
garrafa nova, bonita e reluzente como sempre.
IVO: Acha mesmo que sou uma garrafa bonita?
DONA ALBERTINA: IVO, garrafa de vidro, és a garrafa mais bonita e amorosa que alguma vez conheci e eu vou
ter muitas saudades tuas.
IVO: Oh, DONA ALBERTINA, bela cenourinha, muito obrigado! Você é tão bonita e elegante… não
sabia que pensava isso de mim. Alguma vez imaginou se um dia eu me tornar num grande frasco de
vidro, forte e resistente, e você numa cenourinha de conserva? Assim estaríamos sempre juntos.
DONA ALBERTINA: (Ri-se) He, he. Que garrafinha tão amável! Pode ser que um dia destes o destino nos volte a
unir. Desejo-te muita sorte, IVO, garrafa de vidro... MUAK!
(aproxima-se e dá-lhe um beijo)
(IVO volta a mostrar ao público a sua cara de alegria)
IVO: He, he, he...
(IVO sai pela direita)
(Música)
DONA ALBERTINA: (Dirige-se ao público) Querem saber o que aconteceu ao IVO, a garrafa de vidro? Passados
poucos dias converteram-no em muitos frasquinhos de vidro.
(Da direita surge a ficha com o desenho dos frasquinhos)
DONA ALBERTINA: Assim, a sua simpatia espalhou-se por muitos lares… e, quem sabe, se procurares bem nos
frascos de vidro que tens em casa, talvez possam ter um pouco de IVO, a garrafa de vidro.
(Música)
SEGUNDA CENA
Mão esquerda
MIGUEL, a embalagem de gel
Mão direita
SIMÃO, a caixa de cartão
DESENHO DO CONTO
(SIMÃO surge da direita)
SIMÃO: Estes humanos enlouqueceram! Colocaram no meu contentor umas caixas de televisão
enormes e não as dobraram! Agora não cabe mais nada no contentor.
(MIGUEL surge da esquerda)
MIGUEL: Ouvi alguém a resmungar e pensei: “De certeza que é o meu amigo SIMÃO, a caixa de cartão”. Estás
preocupado porque está chegar a hora da reciclagem?
SIMÃO: Pois claro que sim! Vão esmagar-me e fazer de mim uma massa viscosa para depois eu me
tornar noutra caixa para guardar um brinquedo e, mais um vez, ser desprezado por um menino. (A
olhar para o público)
MIGUEL: Ah! Vejo que não gostavas de ser novamente um caixa de brinquedo. Mas pensa, o que há mais no teu
contentor?
SIMÃO: Então… deixa-me pensar… Tem caixas de sapatos, caixas de lápis de cores, peças soltas de
um puzzle, livros infantis… muitas coisas. Coisas espectaculares!
(SIMÃO muda para a sua cara alegre)
PT
MIGUEL: Os meninos gostam de livros de historinhas. Não é verdade, meninos? (Para o público)
SIMÃO: (Entusiasmado) Então… Estás a tentar dizer-me que…
MIGUEL: Que pode ser que te reciclem na capa de um livro de contos fantástico que vai fazer muitas crianças
felizes.
SIMÃO: É verdade, não tinha pensado nisso! Viva a reciclagem e o cartão! Que grande ideia!
MIGUEL: (Para o público) Meninos, vocês gostavam que o SIMÃO, a caixa de cartão, se tornasse numa historinha
divertida?
SIMÃO: Que bom, MIGUEL, embalagem de gel. Já estou muito mais contente. Muito obrigado.
MIGUEL: De nada, SIMÃO, caixa de cartão. Voltaremos a encontrar-nos por aqui. Boa sorte!
(SIMÃO sai de cena)
(Música)
MIGUEL: (Para o público) Querem saber o que aconteceu ao SIMÃO, a caixa de cartão, quando foi reciclado?
Tornaram-no num conto espectacular que muitos meninos gostaram e nunca mais voltou a sentir-se desprezado por
eles… Agora adora os meninos!
(Da direita surge a ficha com o desenho do conto)
(MIGUEL e a ficha desaparecem de cena. Música)
TERCEIRA CENA
Mão esquerda
DONA ALBERTINA, a bela cenourinha
Mão direita
JACINTA, a lata que tilinta
DESENHO DA BICICLETA
(JACINTA dorme, está atrás, à direita do cenário e ouve-se um ligeiro roncar. No mesmo instante aparece DONA
ALBERTINA da esquerda)
JACINTA: ZZZZZZZZ, ZZZZZZZZZ (roncar ligeiro)
DONA ALBERTINA: Ah! Parece que JACINTA, a lata que tilinta, adormeceu fora do seu contentor. (Sussurrando)
Vou tentar não fazer barulho para não a acordar. Tentem por favor estar em silêncio para que ela possa descansar.
Imaginem que são estátuas e que não se podem mexer nem falar. Vamos, vamos, todos juntos!
(Voz OFF de um menino que espirra): Atchim!
(JACINTA e DONA ALBERTINA dão um salto de susto)
DONA ALBERTINA: Hortaliças! Estou toda despenteada!
JACINTA: Que maneira de acordar! Quase que ficava oxidada do susto.
DONA ALBERTINA: Estou muito despenteada, querida?
JACINTA: Nada, continua bonita e elegante como sempre.
DONA ALBERTINA: Oh, mas que latinha tão simpática! Sabes que mais? Vou dar-te um beijinho mesmo
cheirando tu a peixe: muak, muak. Mas… porque estavas a dormir ao ar livre?
JACINTA: Saí por uns instantes do meu contentor e estava à espera que saísse mais alguém, mas
adormeci.
DONA ALBERTINA: Aconteceu alguma coisa no teu contentor para saíres?
JACINTA: São todos muito simpáticos, mas eu não gosto de estar fechada.
DONA ALBERTINA: Compreendo-te perfeitamente. Quando eu estava plantada na horta, quase que não me podia
mexer e ao meu lado tinha umas verduras muito fofoqueiras. Mas aqui… aqui gosto de todos.
JACINTA: Gostava de saber em que me vão reciclar! Gostava que me reciclassem em algo bonito,
que pudesse correr e saltar por todo o lado…
DONA ALBERTINA: Querida, existem mil e uma possibilidades diferentes. Podes ser parte de um carro, uma
ferramenta, um relógio, um trompete, um guarda-sol… Tantas coisas bonitas!
JACINTA: Por todos os metais do mundo! Não tinha pensado nisso. Isso muda tudo. Vou já ao meu
contentor contar isso a umas latas de milho que estão tão perdidas como eu. Muito obrigada, DONA
ALBERTINA, bela cenourinha!
(JACINTA vai-se embora)
(Música)
DONA ALBERTINA: Sabem que mais, meninos… Poucos dias depois levaram a Jacinta, a lata que tilinta, para ser
reciclada. Querem saber no que é que a transformaram? Numa bicicleta novinha em folha que percorreu montes,
estradas, praias… Meio mundo! E nunca, nunca mais voltou a estar fechada.
(Da direita surge a ficha com o desenho da bicicleta)
(A cenoura olha para a ficha e depois para o público. Saem ambas de cena)
(Música)
PT
QUARTA CENA
Mão direita
BAPTISTA, a camisola desportista
Mão esquerda
MIGUEL, a embalagem de gel
(Surgem BAPTISTA da direita, um pouco cabisbaixo, e MIGUEL da esquerda)
MIGUEL: Ena BAPTISTA, camisola desportista! Penso que é muito raro não te ver a saltar alegremente de um lado
para o outro.
BAPTISTA: Ah…! Olá MIGUEL, embalagem de gel.
MIGUEL: Ui, ui, ui! Parece que me trocaram o BAPTISTA, a camisola desportista, por uma camisola séria e
aborrecida…
BAPTISTA: Não, não é isso. É que ando um pouco preocupado porque está a chegar a hora de uma
outra família me acolher, me lavar e me entregar a um outro menino.
MIGUEL: Não me digas que uma camisola tão valente como tu tem medo de um pouco de água e de sabão, é isso?
BAPTISTA: Não, não… Eu até gosto de dar voltas na máquina de lavar (Começa a girar como se
estivesse a centrifugar)
MIGUEL: (Alterado) Então, pode saber-se o que se passa contigo?
BAPTISTA: É que não quero ir parar a um menino mal comportado. Há meninos que não obedecem
aos seus pais, que dizem palavrões, mentiras, que se pegam com outros meninos… e não quero que
apontam o dedo e digam: “Olha, ali vai uma camisola rufia e mal-educada”.
MIGUEL: Não sei, BAPTISTA, camisola desportista, talvez estejas a ser um pouco pessimista.
BAPTISTA: Pessi… quê?
MIGUEL: “PE-SSI-MIS-TA”. É alguém que vê sempre o lado negativo das coisas, que pensa que tudo lhe corre
mal.
BAPTISTA: Olha a quantidade de palavras que tu conheces! A única coisa que eu peço é para ser a
camisola de um menino que se porte bem com os outros.
MIGUEL: Isso seria fantástico. Mas eu até acho que tu gostavas de algo mais.
BAPTISTA: Sim, poderia ser um menino que gostasse de jogar, saltar, correr, nadar, pedalar, brincar,
chutar, voar, navegar, remar, surfar… Enfim, vamos ver se vou ter sorte com o próximo menino que
me usar!
MIGUEL: Vais ver que sim. Para além disso, a maioria dos meninos são bem-comportados. Olha para todos os que
nos vieram ver hoje. Vocês não se comportam extremamente bem?
BAPTISTA: Ah! Sim, parecem todos muito bem-comportados (Para o público). Gostavam que eu
fosse a vossa camisola?
MIGUEL: Olha! Eles gostaram de ti! Podes voltar descansado para o teu contentor.
BAPTISTA: Adeus meninos!
(BAPTISTA vai-se embora. Música)
MIGUEL: Pois é meninos. O BAPTISTA, a camisola desportista, teve muuuita sorte. Pouco tempo depois, tornou-se
na camisola de uma menina bonita que fazia muito desporto e que também lia imensos livros e contos. E BAPTISTA,
a camisola desportista, tornou-se rapidamente na sua camisola preferida.
(Música)
QUINTA CENA
Mão esquerda
MIGUEL, a embalagem de gel
FICHA DE DESENHO DE ADUBO E CENOURAS
Mão direita
DONA ALBERTINA, a bela cenourinha
FICHA DE BOLA DE CORES
DONA ALBERTINA: Olá MIGUEL, embalagem de gel. Estou um pouco preocupada, parece que os
nossos amigos estão um pouco inquietos com esta coisa da reciclagem.
MIGUEL: É natural. Para eles é a primeira vez. A mim já me reciclaram tantas vezes que já perdi a conta. Antes de
ser uma embalagem de gel, fui uma garrafa de água e antes disso um prato de plástico e, em pequeno, fui um cubo
para jogar na praia… Pergunto-me o que serei a seguir.
DONA ALBERTINA: Também me pergunto o que vai ser de mim, tenho sido tão bonita!
MIGUEL: As hortaliças e restantes alimentos são transformados em adubo, que é uma terra especial que se coloca
na terra para que as verduras cresçam saudáveis e fortes. Graças a ti crescerão tomates, cabaças, pimentos…
DONA ALBERTINA: Então… achas que vou ajudar a crescer cenourinhas novas e bonitas? E com
folhas frescas e verdes?
MIGUEL: Claro que sim!
DONA ALBERTINA: E tu, MIGUEL, embalagem de gel, o que gostavas de ser desta vez depois de
reciclado?
MIGUEL: Gostava que fosse algo com o que os meninos pudessem jogar, gosto taaaanto deles…
PT
DONA ALBERTINA: Ainda que haja alguns que são um pouco teimosos e que não querem comer
verduras e hortaliças. Com tantas vitaminas que temos, deixam-nos de lado no prato! É preciso comer
de tudo para estar bem alimentado… (para o público) Menos guloseimas e mais verduras! Bem, eu
vou para o meu contentor pois quero arranjar-me e estar bonita para quando nos vierem reciclar. Ai,
que emoção!
MIGUEL: (Ri) Ha, ha, tu nunca mudarás, DONA ALBERTINA, bela cenourinha. Foi um prazer passar estes dias
contigo. Dá-me um forte abraço.
(Abraçam-se)
DONA ALBERTINA: Nunca te esquecerei, MIGUEL, embalagem de gel.
(DONA ALBERTINA vai-se embora)
(Música)
(Voz OFF de JACINTA):
Então, meninos! Suponho que queiram saber em que foram reciclados a DONA ALBERTINA, a bela
cenourinha, e MIGUEL, a embalagem de gel...
A DONA ALBERTINA, a nossa querida cenourinha, transformou-se em adubo juntamente com outras
hortaliças. Esse adubo foi colocado numa horta onde cresceram belíssimas cenourinhas, tão bonitas e
elegantes como ela.
(É mostrada a ficha com o desenho do adubo e as cenourinhas na mão esquerda)
Quanto a MIGUEL, a embalagem de gel, desta vez foi reciclado numa bola de cores com a qual
muitos meninos brincaram na praia.
(É mostrada a ficha com o desenho da bola na mão direita)
Bem, meninos, espero que tenham gostado de estar aqui connosco. Chegou a hora de nos despedirmos.
Não se esqueçam que ao reciclar estão a ajudar a que o nosso planeta seja um lugar melhor. E agora…
repitam comigo: Se em algo bonito te queres reciclar, no teu contentor tens de estar!... Adeus!
(Música)
FIM