boletim nº23

Transcrição

boletim nº23
Boletim 23
IMPRESSO
janeiro fevereiro março
2013
E MAIS
CAMINHADA EM CAPIVARI - MG
HAJA CALCÁRIO EM ARCOS - MG
ESCALADAS
EM
SÃO JOÃO DA
MATA - MG
E EM
ITATIAIA - RJ.
PALESTRA
SOBRE
ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Editorial
por Eustaquio Junior
Mais um ano que começa e
com ele a certeza de boas aventuras.
Neste numero veremos a caminhada a capivari em MG com belíssimas fotos do Frederico Bruno.
Teremos também uma viagem a
Arcos, promissora nova fronteira da
escalada mineira com o Rafael Gribel, (ultimamente nosso maior colaborador sempre pronto a compartilhar suas aventuras que nos informam e inspiram).
Está também chegando a época de
renovar nossos quadros da diretoria.
Gente nova entrando, sempre faz
bem ao clube, afinal manter um
clube como o CEM funcionando
não é uma corrida de 100 metros
rasos.
Está mais para uma maratona de
42 km.
Presidente
Giselle Saraiva de Melo
Vice presidente
Gustavo Carrozzino
Secretaria
Larissa Lopez Corrêa
Editor do boletim
Eustáquio Macedo Melo JR
Diretor técnico
Guilherme Corrêa
Diretor Social
Eustáquio Macedo Melo JR
Tesoureiro
Frederico Bruno Soares
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Um verdadeiro trabalho de equipe
em que a cada volta o bastão é
passado a outro companheiro da
equipe.
Se chegarmos ao final chegaremos
juntos como uma vitoria de todos.
Se não ficaremos pelo caminho.
Mas qual é o final?
Bem… Não existe bem um final.
Como na vida o mais importante
que o final ou pódio, é a corrida e
os amigos com quem corremos
pelo caminho.
Uns mais rápidos, outros mais lentos, mas todos juntos na sagrada
luta do viver nosso de cada dia.
Os que quiserem participar dos
quadros da diretoria fiquem atentos. O período de renovação será
em meados de Maio e Junho.
Reuniões Sociais
toda quinta feira, as 19:30.
Endereço da sede própria
Av: N. Senhora do Carmo
Nº 221, Loja 224.
Condomínio Carmo Sion,
Savassi, Belo Horizonte, MG
contatos: sitedocem.org.br
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CAPIVARI - MG
Por Frederico Bruno
Aproximava-se o feriado de 7 de setembro e eu ainda não tinha ideia de onde ir. Então, a
Nataja mencionou a cidade de Capivari, localizada
a cerca de 220km de Belo Horizonte. Lá está o
Parque Estadual do Pico do Itambé, um dos locais
pretendidos. Pus-me, então, a pesquisar na internet sobre rotas, estradas, distâncias e previsão do
tempo.
Confesso que olhar a previsão é sempre útil, apesar de às vezes acontecer exatamente o oposto do
que os meteorologistas prevêem. Fato é que em 6
de abril deste ano (feriado de sexta-feira da paixão) fomos, eu, Maira, uma amiga e dois amigos
para a cachoeira Congonhas, no Cipó. Fiz questão
de não verificar os sites de previsão do tempo,
pois, anteriormente chegamos a cancelar dois
passeios por causa de chuvas fortes previstas que,
caprichosamente, não chegaram nem a se formar
no horizonte. Resultado: peguei a maior chuva de
raios da história (digo, da minha história de caminhadas). Descargas elétricas atingiam o solo,
vindas de todas as direções e com intervalos curtos entre elas. Passamos o maior aperto. Estávamos assustados, embora não deixássemos transparecer. Encharcados (apenas eu estava de anoraque, mas, era tanta chuva
que ele simplesmente
cedeu ao aguaceiro) e nos
sentindo virtualmente
como pára-raios ambulantes, não havia muito o que
fazer, a não ser tentar
andar o mais abaixados
possível, manter distância
segura uns dos outros
(para no caso de uma
descarga atingir o grupo,
alguém sobreviver) e rezar. Contudo, bastava um
raio tocar o solo a 500m
do grupo para nos aglomerarmos novamente. Foi um
‘perrengue’! Mas, voltando
a Capivari...
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A Nataja já havia estado lá, logo, entrou em contato com D. Maria, moradora do local, para reservar
os quartos onde ficaríamos. No vilarejo, aos pés
do Pico do Itambé, algumas famílias hospedam os
turistas em suas casas, modelo chamado Receptivo Familiar, ajudando a complementar suas rendas. Seriam três pernoites, ou seja, ficaríamos de
quinta a domingo (6 a 9 de setembro). Arrumadas
as mochilas e apetrechos ‘montanhísticos’, partimos, Frederico Bruno, Nataja Vidal e Leandro
Godinho, rumo a Capivari. Saímos de BH na quinta-feira, início da tarde. A viagem transcorreu tranquilamente, ao som uma trilha sonora feita praticamente sob medida para as belas paisagens da
estrada. Quanto mais ao norte seguíamos, mais
espetaculares ficavam os morros ao longo do trajeto. A luz do crepúsculo contribuía ainda mais para
a beleza cênica do cenário ao nosso redor. Os
demais ‘cemenses’ escaladores, a esta altura, já
teriam parado o carro no acostamento e saído com
suas cordas, cadeirinhas e mosquetões rumo aos
paredões de rocha. A região lembra muito a Serra
do Cipó. Também pudera, ambas pertencem à
Cadeia do Espinhaço, com suas riquíssimas diver-
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sidade ecológica, cursos d’água e formações rochosas.
O céu já havia escurecido, revelando um mar de
estrelas em meio à escuridão da estrada, sem
cidades ou luzes por perto. Eram tantos pontinhos
brilhantes no alto de nossas cabeças que apenas
com o uso de cartas astronômicas seria possível
discernir estrelas, planetas e constelações naquele
céu incrível. Chegamos, após um último trecho
percorrido em estrada de chão, ao vilarejo de Capivari. Nos alojamos e, depois de mais uma observação astronômica, fomos dormir. O dia seguinte
prometia.
Algumas horas antes de acordarmos oficialmente,
fomos despertados pela cantoria dos galos (não
eram nem 5h da manhã). Parecia haver um principal, e todos os outros o
seguiam, inclusive o último a cantar,
este completamente desafinado. Terminada a apresentação dormimos
novamente. Poucos minutos antes de
os relógios nos despertarem, nova
cantoria. Percebi que deveríamos nos
acostumar com aquilo. Levantamos e
tomamos um bom café da manhã,
preparado pela Maria. Muito simpáticos, ela, suas três filhas e o marido
Genésio nos ofereceram bons momentos de prosa ao lado do fogão à lenha.
Genésio, funcionário e guia do Parque,
aonde iríamos no dia seguinte, conhecia
muitíssimo bem cada trilha, pedra e mato
da região do Pico do Itambé. Contudo, não poderia
nos guiar, pois, os horários em que permaneceria
no interior do parque naqueles dias o impediriam.
Nos indicaram, então, outra guia, a Noeli. Chegou
na casa logo cedo e, após nosso café, já estávamos prontos para caminhar. Partimos com destino
a duas cachoeiras da região. Poderíamos ir de
carro até determinado trecho, de onde seguiríamos
a pé, mas, começamos a caminhar ali mesmo, da
porta da casa da Maria. Seguimos, logo após deixar o vilarejo, por uma estrada que dá acesso aos
principais atrativos do lugar. O céu, naquele início
de manhã, estava completamente nublado, chegando a garoar em determinados momentos, mas,
nada que atrapalhasse ou nos desanimasse da
empreitada. Pouco mais de 1h de caminhada e
deixamos a estrada principal, seguindo por uma
trilha margeando uma cerca. Mais uns 20min
e chegamos à cachoeira do Tempo Perdido,
uma das mais bonitas que vi. Segundo a
história local, seu nome deve-se a um fato
ocorrido tempos atrás. Moradores resolveram caçar uma onça que rondava as cercanias; decidiram, então, ficar de tocaia
próximos a esta cachoeira à espera do
felino, pois, era sabido que habitualmente
passava por ali. Esperaram por um bom
tempo e nada de onça. Chegaram a conclusão que foi tempo perdido ter ficado ali,
batizando assim o local. Ficamos sabendo
depois que, outro dia, uma das turistas que
estava entra as pedras na cachoeira viu
uma onça passar com um filhote!
Nossa guia sugeriu que visitássemos a
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outra cachoeira antes, pois,
na volta, passaríamos por
ali novamente. Concordamos e seguimos. A trilha,
bem tranquila e aprazível,
era diversificada, apresentando trechos de cascalho,
areia, lajes de pedra, matas
ciliares e áreas abertas
semelhantes a uma caatinga. Depois de uns 40min de
caminhada chegamos, por
volta de 11h, à cachoeira do
Amaral, muito bonita. Fizemos um lanche, conversamos e, com apoio do tripé,
eu e Nataja nos pusemos a
fotografar. Acabamos não entrando na água: garoava e não havia indício algum do aparecimento
do Sol por aquelas horas. Ficamos ali um tempo e,
em torno de 12:30h já estávamos na cachoeira do
Tempo Perdido. Mais uma sessão de fotos, momentos de contemplação com lanche e partimos. Chegando na casa um belo almoço nos esperava. Comida simples, mas, deliciosa. Foi difícil não repetir!
Com o ‘tanque cheio’ e energias repostas aproveitamos aquele belo final de tarde, onde o Sol resolveu dar as caras. Leandro saiu para fazer um reconhecimento (fotográfico) do lugarejo; Nataja mostrava para uma das filhas da Maria as imagens
recém captadas na tela de sua máquina; eu tirava
fotos das outras crianças andando de bicicleta na
grande área gramada entre as casas e o Fred, um
simpático cachorro, brincava ao lado e, por vezes,
me chamava com a pata para participar de suas
estripulias (como se soubesse que éramos xarás).
O Sol se pôs, voltamos à casa, proseamos mais um
pouco ao lado do fogão, jantamos, proseamos, nos
agasalhamos e fomos apreciar aquele céu absurdamente estrelado com o auxílio de um potente
binóculo apoiado num tripé. Fomos, depois disso
tudo, dormir cedo, visto que no dia seguinte subiríamos o Pico do Itambé, guiados pela simpática
Noeli.
Antes das cinco da manhã, os galos e o galo desafinado fechando a cantoria. Dormimos mais um
pouco, até os despertadores nos acordarem; levantamos e tomamos outro bom café da manhã, com
direito a pães, biscoitos de polvilho, frutas (não
tinha abacaxi, puro), suco e, claro, um excelente
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café. Preparamos um lanche mais reforçado para
levar, enchemos os cantis, nos aprontamos e saímos por volta de 7:30h da manhã. Seguimos pela
mesma estrada do dia anterior, até certo trecho
onde entramos à direita e seguimos, então, por
outro caminho. Após alguns minutos de estrada,
subimos alguns metros e paramos o carro ao lado
de uma casinha simples, vizinha ao parque e início
de nossa caminhada. Pusemo-nos a andar.
A trilha era sensacional, com diferentes tipos de
terreno, vegetação e graus de dificuldade. No início, trecho mais fácil, impusemos um bom ritmo
(não paramos nem para tirar foto). Após cerca de
1h de caminhada começou um trecho de subida
mais íngreme e, portanto, diminuímos naturalmente
o ritmo. Parávamos em alguns momentos apenas o
tempo suficiente para nos hidratar e apreciar o
visual. Vencida esta parte mais íngreme, fizemos
uma parada com direito a pequeno lanche e fotos.
Seguimos por uma área menos acidentada e com
declividade menor que a anterior. Ao final desta
parte, já próximo à base propriamente dita do
cume, é que começaria pra valer a subida até o
Pico. E toca pra cima numa escalaminhada, com
algumas passagens entre pedras onde tínhamos
que tirar as mochilas e nos contorcer para passar
pelos estreitos vãos formados entre elas. Quem
estivesse com a circunferência abdominal elevada,
teria que procurar outra rota de subida ou chegar lá
em cima de helicóptero. Subimos e subimos. Pouco
antes de chegar ao platô que forma o topo da montanha, uma placa de madeira indicava o pico numa
direção e água na outra. Nataja, um pouco cansada
devido ao árduo esforço da subida, ficou sentada
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em uma pedra enquanto Leandro, eu e nossa guia
seguimos esta trilha. Seguimos por entre grandes
pedras inclinadas até chegar no que parecia uma
caverna, cuja entrada era uma descida bem íngreme e nos levava a uma nascente. Lá encontramos funcionários do parque, que também abasteciam seus cantis. Desceram pelas pedras escorregadias, um local bastante úmido, enquanto fiquei
na parte de cima, a fim de poder pegar os cantis
cheios arremessados pelo pessoal logo abaixo e
ajudar na subida. A seguir nos encontramos com a
Nataja e seguimos. Mais alguns passos e chegamos. Foram 3:30h de subida, desde o carro até ali,
o topo do Pico do Itambé. Do alto de seus 2.055m
de altura, ponto culminante da Cadeia do Espinhaço, a visão abrange 360°. O topo é, em si, um platô
levemente inclinado. Há uma área no meio mais
aplainada; entre esta e as bordas há uma leve
inclinação, com algumas lajes de pedra; a partir daí
cai de forma mais abrupta, formando as encostas
da montanha. A vegetação do topo é composta de
gramíneas, pequenos arbustos e flores, como num
jardim bem cuidado. Nas encostas predominam
espécies de porte médio. Há ali uma construção
com muitas antenas em cima. Está abandonada e
bem castigada pelo tempo. Contudo, serve de
abrigo contra as intempéries àqueles que pernoitam lá em cima com suas barracas. Logo ao lado
deste existe uma casinha, cujas dimensões mal
comportam o beliche, que serve de abrigo aos
guardas-parque. Não há banheiros lá em cima!
No topo, quase ao lado da construção, encontramos uma parte mais plana no chão com pequenas
elevações ao redor, perfeito para prepararmos
nosso lanche, que por sinal foi excelente! Reabastecidas as energias, cada um iniciou sua exploração do local. No início havia uns poucos além de
nós, no entanto, o número aumentou com a chegada de um grupo grande, de umas dez pessoas,
mas, nada que pudesse tirar nosso sossego. Ficamos mais de duas horas lá em cima e, após
sessão de fotos, interações com a natureza e cochilos sobre a pedra, iniciamos a descida, tão
agradável quanto foi a subida. Descemos, descemos, descemos. Já na parte baixa do parque, nossa guia Noeli indicou uma cachoeirinha logo à
frente na trilha. Seguimos por uma matinha fechada e chegamos à queda, com seu pequeno e
agradável poço entre as pedras. Praticamente
arremessamos mochilas, roupas e botas ao chão e
entramos. Foi providencial aquela água. Depois de
um bom banho de cachoeira, algumas fotos e um
pequeno lanche, seguimos novamente. Chegamos
ao carro cerca de 3:30h depois de deixarmos o
topo do Pico do Itambé, cansados, mas, muito
satisfeitos. A sensação de estar naquele local singular fez valer cada passo que foi dado para atingir
o cimo da montanha e depois descer tudo de volta.
Aí percebi que minhas caminhadas frequentes
durante a semana com peso na mochila (8 kg)
deram resultado!
No dia seguinte, domingo, infelizmente nosso último, acordamos um pouco mais tarde. É claro que
antes ocorreu a tradicional
cantoria dos galos lá
pelas 5h da manhã!
Partimos de carro
rumo à cachoeira dos
Coqueiros, sendo
dentre as visitadas, a
mais distante e de
acesso mais difícil (é
aconselhável um carro
com tração). No caminho, passando por
paisagens belíssimas
e diferentes, muito
cascalho, pedras e
areia nos declives. Já
previmos que a volta
exigiria bastante do
carro. Chegamos a
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uma fazenda, no meio do nada, estacionamos sob a
sombra de uma grande árvore e, após breve prosa
com um dos funcionários dali, atravessamos o curral
e fomos adiante. Descemos por uma trilha entre
rochas, atravessamos uma matinha e finalmente
chegamos à cachoeira. Provavelmente a mais bela
da viagem. Deixamos mochilas e roupas em uma
pedra ao lado da margem e entramos na água. Em
determinado momento estava eu a fotografar quando
ouço nossa guia Noeli, aos gritos: “cuidado, sai daí, a
cobra!” Serpenteava pela margem, já saindo da água
e indo, presumimos logo, na direção da pedra em
que estavam nossas coisas. Rapidamente tiramos
tudo de lá e levamos para o outro lado, uma prainha
de areias brancas, atravessando com a água na
altura da coxa. Voltamos à margem onde a cobra
estava e ficamos observando de uma distância segura. Mas, não tão segura para a Noeli, que dizia: “cuidado, não chega perto não que ela avoa, essa cobra
avoa!” Percebemos tratar-se de espécie venenosa
(era uma jararacuçu de 1,50m!). Consegui tirar apenas duas fotos dela. Ficamos ali vigiando seu deslocamento para, na volta, não toparmos com ela novamente. Logo, já estávamos na água. Lanchamos,
tiramos fotos, uns cochilaram e partimos. O próximo
destino era a cachoeira do Tempo Perdido. Assim
que deixamos a fazenda, na primeira curva em aclive
com cascalho e areia, desceram do carro para que
pudesse vencer o trecho. Após três tentativas, com
ajuda do Leandro, Nataja e Noeli, finalmente subiu.
O mesmo se repetiu mais
umas duas vezes na estrada, até chegarmos à parte
mais plana, onde não
houve mais problemas.
Aproveitamos bastante a
Tempo Perdido (o dia
estava ensolarado). Capivari parece ter resistido de
forma bem organizada ao
turismo predatório (Milho
Verde, a poucos quilômetros dali, atrai muito mais
turistas) e suas quase
desconhecidas e belas
cachoeiras mantêm-se
bem preservadas.
olhos verdes, cuja idade é uma incógnita. Todos no
vilarejo parecem ter olhos verdes ou cor de mel! Nos
convidou para entrar e tomar um café. Aceitamos. As
portas eram baixas e irregulares e batemos todos
com a cabeça em alguma delas. Um dedo de prosa
na cozinha, decorada com vários pedaços de carne
dependurados em varais, fotos, café e partimos.
Chegando à casa de D. Maria e Genésio, almoçamos (como era boa a comida que ela fazia!) e fomos
curtir aquele resto de tarde, sem nenhuma pressa de
voltar a BH. Eu e Nataja fomos tirar mais algumas
fotos (no meu caso foram três rolos de filme) até o
Sol se esconder no horizonte. Decidimos, contrariados, juntar as coisas e retornar à nossa cidade, era
necessário. Na viagem de volta, mais um céu surpreendentemente estrelado. Chegamos tarde da
noite de domingo.
Devo dizer que foi uma das melhores viagens que
fiz. Superou as expectativas. Foram boas as companhias da Nataja e do Leandro; nossa guia Noeli, sem
a qual não conheceríamos as belíssimas cachoeiras
e o Pico do Itambé; assim como a prosa ao lado do
fogão à lenha, onde se sentavam Genésio, suas
filhas e Maria, muito simpática toda a família. Tenho
a certeza de que voltaremos lá (uma prancheta oficial do CEM ao Pico do Itambé, com direito a pernoite
lá em cima seria fantástico!). Desde quando deixamos o vilarejo, rumo a BH, já estávamos saudosos
do passeio.
Voltando na trilha passamos na casa de Dona
Anita, uma senhora de
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ESCALADAS EM SÃO JOÃO DA MATA
por Eduardo Zanetti
Olá, pessoal!
Neste feriado fui para o interior e volto com boas
novas aos amigos da escalada.
Depois de 4 dias embrenhando pela região do sul
de minas, passando por algumas nascentes, pé de
serra e boas trilhas eis que na sexta feira da paixão
nada havia para fazer. Em uma rápida passada de
olhos pelo Facebook vejo um amigo comentando
sobre a gravação de um programa para o seu canal
no youtube, fato que envolveria um dia de escalada
em rocha na cidade de São João da Mata, a cerca
de 70 quilômetros da casa de meus pais. De pronto
combinamos para dali a uma hora de nos encontrar
na praça central da cidade e seguir rumo campo
aberto.
Nessa empreitada quem encabeçou a expedição foi
o Gustavo "Casca Grossa" Piancastelli, amigo do
meu amigo, e com quem confirmei minha ida nesse
dia. Gente finíssima! Muito capaz, solícito e realmente casca grossa.
Chegamos em São João da Mata por volta de
13h30, o Piancastelli, dois sobrinhos da esposa
dele, eu e os meus amigos que iriam produzir o
vídeo, Abel e Fábio. A cidade conta com menos de
3 mil habitantes em sua área urbana e é terra que
foi habitada por indígenas até o início do século
XVIII.
Da entrada da cidade até o ponto onde paramos os
veículos são menos de 2km, divididos entre calçamento de blocos e estrada de chão, com sinalização indicando para onde deveríamos seguir, a Pedra do Navio. A trilha que leva até a base da pedra,
nosso ponto de escalada, tem duração de aproximadamente 15 minutos e segue contornando a
base da formação granítica, passando por um cafezal, um bananal e uma parte de mata nativa. Um
tanto úmida, com baixo nível de dificuldade, apesar
de estreita e íngreme em alguns pontos. A Pedra do
Navio faz parte de um Parque de mesmo nome e e
é ponto também de salto de asa delta e paraglider,
além de contar com algumas cachoeiras. O ponto
culminante da serra é o Pico Agudo que beira os
1300m acima do nível do mar.
No início da trilha deparamos com uma pedra redonda de uns 8 metros de altura muito boa para
boulder. O Pian cravou lá em cima uma chapeleta e
um grampo e quando foi realmente conquistar a via
que parecia ser mamão com açúcar, veio a surpresa mais grata do dia: uma via curta muito graduada.
Presentão para os calangos de plantão.
metros de extensão o visual lá em cima prometia
ser dos melhores. A programação inicial previa o
Gustavo Piancastelli guiando e um dos sobrinhos
da esposa dele por último, comigo no meio nas
duas cordas. Fiz a seg. dele até o final da primeira
cordada e ele, lá de cima faria a minha. Abortei a
missão de encontrá-lo lá em cima, não tive perna
pra vencer um lance de pouca agarra bastante
exposto. Subiu o nosso outro companheiro, leve,
diferentemente do urso que vos narra.
Ao final da primeira cordada, um platô se evidencia,
precedido de um belo lance negativo, o crux daquela via, que naquele dia seria conquistado pelo Pian
de forma livre. Ao ver o malucão lá em cima, só
pude ouvir: 8A! 8B!
Não foi nesse dia que nossos amigos ganharam o
topo da via, pois já estávamos próximos das 18h e
o sol baixava. Numa próxima espero estar mais
bem preparado e subir ao menos até o crux. É uma
via de sexto grau.
Na volta, como todo bom mateiro, paramos para
tomar um guaraná e comer um peixe frito num botecão de roça bem na divisa da estrada de chão
com a de calçamento. Os donos do estabelecimento ficaram de cabelos em pé com a malucada de
seis que ali aportava, toda estropiada, suada e
vidrados nas telas das pequenas filmadoras digitais
que tanto trabalharam nesta tarde. O espanto do
pessoal é visível, já que a região é nulamente explorada para a prática da escalada. Eram seres do
pântano surgindo em plena sexta feira da paixão
numa cidade que estava inteiramente voltada ao
culto da igreja em praça pública. Pelo que vi estimo
ainda umas cinco dezenas de vias a serem
conquistadas.
Realmente vale muito a pena um final de semana
ou feriado na região. Também existem boas vias
em outra cidade muito próxima, Serrania; Alfenas
também tem uma pedreira desativada bastante
grampeada. Lembrando também da proximidade da
região com o ótimo parque de escalada de São
Thomé das Letras e os belíssimos cânions da região de Capitólio/Furnas, que merecem capítulo a
parte.
Os vídeos estão sendo editados e logo poderão ser
vistos no site do cascagrossa na internet.
Saudações, muita luz a todos.
Seguimos a trilha até a base da via que estava
programada para o dia. Com pouco mais de 100
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HAJA CALCÁRIO EM ARCOS
por Rafael Gribel
Segunda-Feira, 21 de Janeiro de 2013
Calcário a se perder de vista, alguns com mais
de 70 metros de altura!!!
Fim de semana chegou e como a Flávia conseguiu a alforria do fim de semana no trabalho,
resolvemos ir para algum lugar um pouco mais
longe e ainda não conhecido. Local escolhido:
Rastro de São Pedro, em Arcos, tido como um
dos locais com maior potencial para escalada
esportiva do país devido a enorme quantidade
de rocha calcária.
Saímos eu, a Flavinha e a Mimosa (cachorra)
na sexta à noite, e paramos o carro por volta
das 11 e meia da noite para acampar já no
Rastro de São Pedro. Como chegamos a noite, não tínhamos visto nada ainda e quando o
sol apareceu pudemos ter uma noção da incrível beleza do lugar. Formações e mais formações rochosas gigantescas para todo lado que
se olha!!! É o paraíso da escalada esportiva!!!
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Passada a bestificação inicial, fomos dar uma
volta pra conhecer as vias e achar um lugar
melhor pra acampar, já que na noite anterior
acampamos em qualquer lugar por causa do
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mas não conseguimos muito bem localizar a
maioria delas. Então entramos meio pelo
olhômetro mesmo. No sábado fizemos 5 vias:
um 6º, 2 6ºsup, um 5ºsup (com a primeira
proteção móvel que a Flavinha entrou sacando!!!) e um 7a. Essa última, um 7a chamado
Café da Manhã, uma belíssima parede vertical de quase 20 metros.
Já cansados no final do dia, abrimos uma
garrafa de vinho, comemos um risoto de tomate com linguiça calabresa e fomos dormir
com as galinhas assim que o sol se pôs.
sono. Nessa época de chuvas, a região alaga
toda (acredito eu) devido aos túneis de calcário que devem dominar o subsolo da região.
Com isso, ao lado do local onde normalmente
se acampa lá estava passando um agradável
riozinho com uma generoso piscina natural de
água bem clara. Nos instalamos ali então.
Enquanto a cachorra se divertia horrores na
lama, correndo no pasto pra todo lado, eu e a
Flávia começamos as escaladas. A rocha lá
em alguns locais parece muito com a da Lapinha e em outros locais parece muito com a
do Cipó. No geral, há muitas vias de 6o grau
até 7a, e dá pra divertir um bocado. E quanto
à altura, há de tudo, vias de 10 a quase 30
metros. Tínhamos uma lista das vias do local,
Dia seguinte, acordamos com os primeiros
raios do sol, e escalamos mais 3 vias: três 6º,
e eu repeti a via Café da Manhã pra voltar
com a cadena.
Já no meio da tarde, com os braços bem cansados, levamos tudo de volta para o carro e
pegamos a estrada de volta.
O único inconveniente do local é ouvir as explosões das mineradores ao redor, inclusive
durante a madrugada. Realmente olhar para
aqueles belíssimos maciços rochosos comidos pela metade, e saber que 70% de tudo
aquilo que vemos será explodido para virar
cimento e pia de cozinha, dá um aperto no
coração e faz repensar o nosso real papel no
planeta.
“TEMPIN RUIMZIN” NO ITATIAIA
Por Rafael Gribel
Quarta-feira, 27 de março de 2013
Feriado em Contagem na sexta ( aniversário da
cidade), resolvi fazer a tradicional ida anual ao
Itatiaia e aproveitar que o parque provavelmente
estaria vazio por ser um fim de semana comum.
Combinei com o Guilherme da Das Pedras, e reservamos o abrigo Rebouças com bastante antecedência. De última hora, o Dagó (vulgo José Roberto) do CEM resolveu ir e juntamos os três no
Kazinho
rumo à Itatiaia.
Dessa vez o objetivo principal era a via Chaminé
Idalício no Prateleiras. Uma chaminé que sai do
chão e vai até o cume, de aproximadamente 60
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10
metros com um trechinho inicial em artificial fixo. A
previsão do tempo não era das melhores mas,
como ficaríamos no abrigo dessa vez, resolvemos
arriscar.
Saímos de BH na quinta-feira por volta das 8 e
meia e já pegamos um congestionamento monstro
no Anel. Saímos quebrando pro meio do Barreiro
pra desviar do transito e com um pouco de atraso
conseguimos pegar a Fernão Dias rumo ao sul de
minas. Chegamos na portaria do parque às 3:40 da
madruga, e um simpático guarda-parque nos lembrou que somente poderíamos entrar a partir das
7:00. Tudo bem então. Embolamos nós 3 no Ka e
tentamos alguma coisa parecida com dormir, enlatados, até às 7:00.
Com tempo bom, descemos todos felizes em direção ao abrigo Rebouças e quando chegamos no
abrigo, um pessoal de SJDR ainda não tinha liberado. Deixamos nossas mochilas na varanda do
abrigo e debaixo de um sol muito agradável pegamos a trilha para o Prateleiras. Aí o tempo ruim
começou a dar as caras. A neblina subiu bonito e
quando chegamos ao Prateleiras a visibilidade não
era das melhores. Demos uma apalpada na pedra
e parecia que estava bem seca, então resolvemos
tocar pra cima na Chaminé Idalício.
Eu sonhava com essa via há uns 3 anos desde que
vi um pessoal de Pouso Alegre fazendo ela então
me prontifiquei de imediato para guiá-la. A primeira
enfiada inicia em um artificial fixo levemente negativo bem tranquilo e termina na entrada da chaminé
onde há uma pedra entalada. O lance mais difícil é
a subida dessa chaminé e o domínio dessa pedra
pelo lado de fora, com a última proteção há uns
bons 3 ou 4 metros abaixo. Entalei um camalot na
pedra entalada e criei coragem pra fazer o lance e
dominar a pedra. Ali é a P1. De segundos vieram o
Guilherme e depois o Dagó.
Aí na P1 começamos a ter noção do tamanho da
encrenca. A parte de dentro da chaminé estava
bem escorregadia, cheia de lodo, e o tempo continuava a piorar com um vento frio de tremer os
dentes. Já tava na m... mesmo, resolvi continuar
guiando o trecho molhado. Depois de alguns camalots em pedras entaladas no fundo da chaminé,
consegui utilizar as técnicas do sapinho e da minhoca pra subir uns 10 metros e chegar na próxima
proteção fixa, onde fizemos a P2.
(não há fotos de durante a escalada porque os
jumentos aqui largaram as máquinas nas mochilas
na base da via)
Após a P2, vinha o trecho mais molhado da via.
Uma chaminé um pouco mais fácil que a anterior,
com bons pés de oposição, mas que escorria água
pelas paredes e com nenhuma possibilidade de
proteção móvel. Nesse momento, criei umas 2
bolas a mais e resolvi
tentar subir a chaminé
encharcada. Preguei o
pé na parede de um
lado e as costas no
outro e fui subindo
devagar uns 5 metros
até chegar em uma
laca entalada onde
consegui colocar 2
camalots. UFA! daí
pra cima foi mais um
trechinho de chaminé,
e por último um trecho
de escalada em face
com boas agarras,
que teria sido feita em
face se não fosse o
lodo abundante. Novamente preguei os pés
de um lado e as costas do outro e, na melhor técnica da minhoca do dia, cheguei ao final da via. O
Guilherme e o Dagó vieram logo em seguida e foi
só o tempo de rabiscarmos alguma coisa no livro
de cume e começar o rapel no meio da névoa que
dominava a paisagem.
chegada no Prateleiras com muita
neblina
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área comum do abrigo com duas
mesinhas e um fogão à gás
Sábado acordamos cedo com a barulheira alheia e,
animados pelo tempo bonito que se apresentava,
partimos rápido para o Agulhas Negras para o segundo objetivo principal da viagem: a via Normal do
Agulhas.
rapel do Prateleiras...
vista da primeira enfiada
da Chaminé Idaliício...
Durante o rapel até apareceram resquícios de tempo aberto onde pudemos ver um pouco mais do
lindíssimo vale que fica à frente do Prateleiras, mas
nada que nos animasse demais. Descemos os 3 e
por volta das 19:30, já escuro, chegamos de volta
ao abrigo.
represa e abrigo Rebouças ao fundo
A noite foi de bons jantares. Por volta das 11 e
meia tivemos nosso sono interrompido por 6 carinhas de Itamonte que iam fazer a travessia Ruy
Braga e entraram falando bem alto e nos incomodando. Dia seguinte eles continuaram com a barulheira e seguiram para a travessia. Só mais tarde
fomos descobrir que eles não poderiam ter entrado
no abrigo e os guarda-parques estavam atrás deles. Sempre tem uns desses né.
Começamos bem a caminhada e quanto mais
avançávamos mais o tempo fechava. Quando chegamos no ponto de bifurcação entre a Normal e a
via Pontão, a chuva começou a cair mais forte.
Achamos uma pedra negativa e nos abrigamos
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nela esperando a chuva passar. Nesse momento
chegaram um grupo de 7 pessoas (5 homens e 2
mulheres), a maioria de camiseta de algodão cavada, bermuda e alguns de sapatênis, completamente
encharcados da chuva. Depois de esperar algum
tempo pra ver se a chuva parava, resolvemos descer, enquanto o grupo decidia se continuaria ou
não.
Para não perder o dia, sugeri fazermos a caminhada para o cume da Pedra do Altar. Trilha tranquila e
pouco íngreme que nos levou em menos de uma
hora ao topo. Que vista linda do lugar!!! Dá pra se
ver o parque quase todo desse ponto. Agulhas
Negras de um lado, Prateleiras e Couto do outro!!!
Valeu a caminhada e no final não perdemos o dia.
Asa de Hermes à esquerda e Agulhas Negras vistos da Pedra do Altar
No final do dia, o tempo abriu completamente de
novo, nos presenteando com essa bela imagem da
lua nascendo logo acima do Agulhas Negras e
inclusive nos animando a tomar um banho no riozinho represado próximo ao abrigo.
sapinho flamenguista na trilha, símbolo do Itatiaia
Domingo, último dia, acordamos um pouco mais
tarde, enrolamos mais que o normal no café da
manhã e saímos do abrigo em direção ao estacionamento por volta das 9:30. Pelo horário desistimos
de escalar alguma coisa, e então decidimos fazer a
caminhada para o cume do Couto. De mochilas
leves, e com a trilha bem marcada e tranquila, em
pouco mais de uma hora estávamos no cume do
Couto. Novamente, apesar do tempo fechado e
nublado, belíssimo visual de todo o vale do parque,
com Pedra do Altar e Agulhas Negras ao fundo!
cume da Pedra do Altar
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PALESTRA DA FUNED SOBRE
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Por Larissa Corrêa e Guilherme Corrêa
No dia 03 de abril tivemos a palestra sobre Animais Peçonhentos com a Thaís
na sede do CEM. A Thaís é funcionária da
FUNED e realiza essas palestras de forma
gratuita para disseminar a educação, preservação e orientação sobre animais peçonhentos e não peçonhentos dos quais muitas vezes nos deparamos nas caminhadas,
escaladas e acampamentos.
Esta palestra fez parte da programação do
Em caso de acidentes em locais de difícil
acesso e muitas horas de caminhada é possível acionar o Corpo de Bombeiro (193),
pois acidentes com serpentes são considerados graves e de prioridade máxima.
Segue um quadro com os sintomas e efeitos
colaterais que podemos ter em caso de acidentes com as serpentes mais encontradas
em nossa região:
Acidente Botrópico - Soro Antibotrópico
Cobra: Jararaca
15 primeiros minutos:
Inchaço e dor local
Dores generalizadas
A partir de duas horas:
Destruição dos tecidos
Necrose
Hemorragias
CBM (Curso Básico de Montanhismo) que
neste ano acontece em novo formato, exclusivamente para os associados do clube.
A sede estava cheia com uma participação
considerável de membros do clube. A palestra foi bastante informativa se concentrando
nos acidentes com as serpentes.
Uma dica antes de sairmos para nossas
atividades é pesquisar sobre quais hospitais
próximos dos locais onde pretendemos ir,
ministram o soro anti-ofídico.
Próximo de BH, temos como referência o
Pronto Socorro João XXIII.
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Acidente Crotálico - Soro Anticrotálico
Cobra: Cascavél
Primeira e Segunda hora:
Paralisia muscular
Depois da segunda hora:
Dores musculares
Alterações visuais
Hemorragias - pelos poros e pela pele
Insuficiência renal
Acidente Elapídico - Soro Antielapídico
Cobra: Coral verdadeira
Primeira e Segunda hora:
Paralisia muscular
Dificuldade de falar e caminhar
Depois da segunda hora:
Parada respiratória
Parada cardíaca
Boas caminhadas!
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CONVOCAÇÃO PARA
ELEIÇÃO DA NOVA DIRETORIA
Será realizada no dia 23de maio as eleições da diretoria 2013/14
Aqueles que quiserem participar podem montar chapa para concorrer as vagas abertas. Neste momento será apresentada prestação de
contas pela chapa vigente e definição da data para nova eleição.
Serão preenchidas as vagas de presidente, vice presidente, secretaria, tesoureiro, diretor técnico, diretor de eventos e três membros para
o conselho fiscal.
DEMONSTRATIVO FINANCEIRO
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UM CLUBE E UM IPÊ
Por Eustáquio Junior
O Centro Excursionista mineiro
para mim em algum momentos é como uma
arvore.
Uma arvore plantada a beira de uma trilha,
no caminho que leva a base de uma bela
montanha: que precisa de atenção, carinho
e de alguém que lhe leve água, fertilizantes
e cuidados.
Ele não nasceu pronto e não se faz do dia
para a noite. É necessários ainda algum
tempo para que ele cresça e cumpra prontamente com seu papel de promover de maneira consistente o montanhismo mineiro.
Como uma arvore a beira da trilha ele passa
por alguns períodos difíceis, onde suas folhas caem e seu tronco fica seco. Tão seco
que algum lenhador desatento poderia lhe
derrubar apenas pelo valor de sua lenha.
Vem alguns incêndios e ao queimarem seu
hábitat lhe tiram um pouco da vontade para
viver.
Mas nossa árvore resiste.
O que talvez poucos sabem é que ela tem
raízes fortes. Foi plantada com carinho e ela
cresce cada vez que um de nos, ao caminhar pela trilha lhe traz um pouco de água.
Ou lhe dedica um tempo para revirar a terra
a sua volta para que suas raízes possam ir
mais fundo e ficarem mais fortes.
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Alguns de nos estão indo a montanha e
sempre se lembram de regar a arvore.
Outros a regaram menos, mas a regam
sempre e quando é possível.
Alguns ainda vão ir a montanha pela primeira vez e precisamos lhes ensinar qual é a
nossa arvore, para que quando não estejamos mais por aqui ela não morra de sede.
Afinal é debaixo dela que nos reunimos para
contar historias, trocar experiências e celebramos a vida.
A boa noticia é que mais pessoas ultimamente estão se importando com a nossa
arvore.
Graças a elas nossa arvore está ficando
mais forte a cada dia que passa.
A arvore sabe disso, e é grata a todos que
de alguma forma colaboraram para que ela
chegasse até aqui.
Depois de um período de seca ela se prepara para a uma temporada vigorosa que
como um ipê amarelo florido alegrara a vida
daqueles eu puderem velo.
Ali...
Plantado timidamente a beira da trilha no
caminho do cume de ume bela montanha.
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