boletim nº23
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boletim nº23
Boletim 23 IMPRESSO janeiro fevereiro março 2013 E MAIS CAMINHADA EM CAPIVARI - MG HAJA CALCÁRIO EM ARCOS - MG ESCALADAS EM SÃO JOÃO DA MATA - MG E EM ITATIAIA - RJ. PALESTRA SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS Editorial por Eustaquio Junior Mais um ano que começa e com ele a certeza de boas aventuras. Neste numero veremos a caminhada a capivari em MG com belíssimas fotos do Frederico Bruno. Teremos também uma viagem a Arcos, promissora nova fronteira da escalada mineira com o Rafael Gribel, (ultimamente nosso maior colaborador sempre pronto a compartilhar suas aventuras que nos informam e inspiram). Está também chegando a época de renovar nossos quadros da diretoria. Gente nova entrando, sempre faz bem ao clube, afinal manter um clube como o CEM funcionando não é uma corrida de 100 metros rasos. Está mais para uma maratona de 42 km. Presidente Giselle Saraiva de Melo Vice presidente Gustavo Carrozzino Secretaria Larissa Lopez Corrêa Editor do boletim Eustáquio Macedo Melo JR Diretor técnico Guilherme Corrêa Diretor Social Eustáquio Macedo Melo JR Tesoureiro Frederico Bruno Soares Boletim nº 23 Um verdadeiro trabalho de equipe em que a cada volta o bastão é passado a outro companheiro da equipe. Se chegarmos ao final chegaremos juntos como uma vitoria de todos. Se não ficaremos pelo caminho. Mas qual é o final? Bem… Não existe bem um final. Como na vida o mais importante que o final ou pódio, é a corrida e os amigos com quem corremos pelo caminho. Uns mais rápidos, outros mais lentos, mas todos juntos na sagrada luta do viver nosso de cada dia. Os que quiserem participar dos quadros da diretoria fiquem atentos. O período de renovação será em meados de Maio e Junho. Reuniões Sociais toda quinta feira, as 19:30. Endereço da sede própria Av: N. Senhora do Carmo Nº 221, Loja 224. Condomínio Carmo Sion, Savassi, Belo Horizonte, MG contatos: sitedocem.org.br Centro Excursionista Mineiro 2 CAPIVARI - MG Por Frederico Bruno Aproximava-se o feriado de 7 de setembro e eu ainda não tinha ideia de onde ir. Então, a Nataja mencionou a cidade de Capivari, localizada a cerca de 220km de Belo Horizonte. Lá está o Parque Estadual do Pico do Itambé, um dos locais pretendidos. Pus-me, então, a pesquisar na internet sobre rotas, estradas, distâncias e previsão do tempo. Confesso que olhar a previsão é sempre útil, apesar de às vezes acontecer exatamente o oposto do que os meteorologistas prevêem. Fato é que em 6 de abril deste ano (feriado de sexta-feira da paixão) fomos, eu, Maira, uma amiga e dois amigos para a cachoeira Congonhas, no Cipó. Fiz questão de não verificar os sites de previsão do tempo, pois, anteriormente chegamos a cancelar dois passeios por causa de chuvas fortes previstas que, caprichosamente, não chegaram nem a se formar no horizonte. Resultado: peguei a maior chuva de raios da história (digo, da minha história de caminhadas). Descargas elétricas atingiam o solo, vindas de todas as direções e com intervalos curtos entre elas. Passamos o maior aperto. Estávamos assustados, embora não deixássemos transparecer. Encharcados (apenas eu estava de anoraque, mas, era tanta chuva que ele simplesmente cedeu ao aguaceiro) e nos sentindo virtualmente como pára-raios ambulantes, não havia muito o que fazer, a não ser tentar andar o mais abaixados possível, manter distância segura uns dos outros (para no caso de uma descarga atingir o grupo, alguém sobreviver) e rezar. Contudo, bastava um raio tocar o solo a 500m do grupo para nos aglomerarmos novamente. Foi um ‘perrengue’! Mas, voltando a Capivari... Boletim nº 23 A Nataja já havia estado lá, logo, entrou em contato com D. Maria, moradora do local, para reservar os quartos onde ficaríamos. No vilarejo, aos pés do Pico do Itambé, algumas famílias hospedam os turistas em suas casas, modelo chamado Receptivo Familiar, ajudando a complementar suas rendas. Seriam três pernoites, ou seja, ficaríamos de quinta a domingo (6 a 9 de setembro). Arrumadas as mochilas e apetrechos ‘montanhísticos’, partimos, Frederico Bruno, Nataja Vidal e Leandro Godinho, rumo a Capivari. Saímos de BH na quinta-feira, início da tarde. A viagem transcorreu tranquilamente, ao som uma trilha sonora feita praticamente sob medida para as belas paisagens da estrada. Quanto mais ao norte seguíamos, mais espetaculares ficavam os morros ao longo do trajeto. A luz do crepúsculo contribuía ainda mais para a beleza cênica do cenário ao nosso redor. Os demais ‘cemenses’ escaladores, a esta altura, já teriam parado o carro no acostamento e saído com suas cordas, cadeirinhas e mosquetões rumo aos paredões de rocha. A região lembra muito a Serra do Cipó. Também pudera, ambas pertencem à Cadeia do Espinhaço, com suas riquíssimas diver- Centro Excursionista Mineiro 3 sidade ecológica, cursos d’água e formações rochosas. O céu já havia escurecido, revelando um mar de estrelas em meio à escuridão da estrada, sem cidades ou luzes por perto. Eram tantos pontinhos brilhantes no alto de nossas cabeças que apenas com o uso de cartas astronômicas seria possível discernir estrelas, planetas e constelações naquele céu incrível. Chegamos, após um último trecho percorrido em estrada de chão, ao vilarejo de Capivari. Nos alojamos e, depois de mais uma observação astronômica, fomos dormir. O dia seguinte prometia. Algumas horas antes de acordarmos oficialmente, fomos despertados pela cantoria dos galos (não eram nem 5h da manhã). Parecia haver um principal, e todos os outros o seguiam, inclusive o último a cantar, este completamente desafinado. Terminada a apresentação dormimos novamente. Poucos minutos antes de os relógios nos despertarem, nova cantoria. Percebi que deveríamos nos acostumar com aquilo. Levantamos e tomamos um bom café da manhã, preparado pela Maria. Muito simpáticos, ela, suas três filhas e o marido Genésio nos ofereceram bons momentos de prosa ao lado do fogão à lenha. Genésio, funcionário e guia do Parque, aonde iríamos no dia seguinte, conhecia muitíssimo bem cada trilha, pedra e mato da região do Pico do Itambé. Contudo, não poderia nos guiar, pois, os horários em que permaneceria no interior do parque naqueles dias o impediriam. Nos indicaram, então, outra guia, a Noeli. Chegou na casa logo cedo e, após nosso café, já estávamos prontos para caminhar. Partimos com destino a duas cachoeiras da região. Poderíamos ir de carro até determinado trecho, de onde seguiríamos a pé, mas, começamos a caminhar ali mesmo, da porta da casa da Maria. Seguimos, logo após deixar o vilarejo, por uma estrada que dá acesso aos principais atrativos do lugar. O céu, naquele início de manhã, estava completamente nublado, chegando a garoar em determinados momentos, mas, nada que atrapalhasse ou nos desanimasse da empreitada. Pouco mais de 1h de caminhada e deixamos a estrada principal, seguindo por uma trilha margeando uma cerca. Mais uns 20min e chegamos à cachoeira do Tempo Perdido, uma das mais bonitas que vi. Segundo a história local, seu nome deve-se a um fato ocorrido tempos atrás. Moradores resolveram caçar uma onça que rondava as cercanias; decidiram, então, ficar de tocaia próximos a esta cachoeira à espera do felino, pois, era sabido que habitualmente passava por ali. Esperaram por um bom tempo e nada de onça. Chegaram a conclusão que foi tempo perdido ter ficado ali, batizando assim o local. Ficamos sabendo depois que, outro dia, uma das turistas que estava entra as pedras na cachoeira viu uma onça passar com um filhote! Nossa guia sugeriu que visitássemos a Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 4 outra cachoeira antes, pois, na volta, passaríamos por ali novamente. Concordamos e seguimos. A trilha, bem tranquila e aprazível, era diversificada, apresentando trechos de cascalho, areia, lajes de pedra, matas ciliares e áreas abertas semelhantes a uma caatinga. Depois de uns 40min de caminhada chegamos, por volta de 11h, à cachoeira do Amaral, muito bonita. Fizemos um lanche, conversamos e, com apoio do tripé, eu e Nataja nos pusemos a fotografar. Acabamos não entrando na água: garoava e não havia indício algum do aparecimento do Sol por aquelas horas. Ficamos ali um tempo e, em torno de 12:30h já estávamos na cachoeira do Tempo Perdido. Mais uma sessão de fotos, momentos de contemplação com lanche e partimos. Chegando na casa um belo almoço nos esperava. Comida simples, mas, deliciosa. Foi difícil não repetir! Com o ‘tanque cheio’ e energias repostas aproveitamos aquele belo final de tarde, onde o Sol resolveu dar as caras. Leandro saiu para fazer um reconhecimento (fotográfico) do lugarejo; Nataja mostrava para uma das filhas da Maria as imagens recém captadas na tela de sua máquina; eu tirava fotos das outras crianças andando de bicicleta na grande área gramada entre as casas e o Fred, um simpático cachorro, brincava ao lado e, por vezes, me chamava com a pata para participar de suas estripulias (como se soubesse que éramos xarás). O Sol se pôs, voltamos à casa, proseamos mais um pouco ao lado do fogão, jantamos, proseamos, nos agasalhamos e fomos apreciar aquele céu absurdamente estrelado com o auxílio de um potente binóculo apoiado num tripé. Fomos, depois disso tudo, dormir cedo, visto que no dia seguinte subiríamos o Pico do Itambé, guiados pela simpática Noeli. Antes das cinco da manhã, os galos e o galo desafinado fechando a cantoria. Dormimos mais um pouco, até os despertadores nos acordarem; levantamos e tomamos outro bom café da manhã, com direito a pães, biscoitos de polvilho, frutas (não tinha abacaxi, puro), suco e, claro, um excelente Boletim nº 23 café. Preparamos um lanche mais reforçado para levar, enchemos os cantis, nos aprontamos e saímos por volta de 7:30h da manhã. Seguimos pela mesma estrada do dia anterior, até certo trecho onde entramos à direita e seguimos, então, por outro caminho. Após alguns minutos de estrada, subimos alguns metros e paramos o carro ao lado de uma casinha simples, vizinha ao parque e início de nossa caminhada. Pusemo-nos a andar. A trilha era sensacional, com diferentes tipos de terreno, vegetação e graus de dificuldade. No início, trecho mais fácil, impusemos um bom ritmo (não paramos nem para tirar foto). Após cerca de 1h de caminhada começou um trecho de subida mais íngreme e, portanto, diminuímos naturalmente o ritmo. Parávamos em alguns momentos apenas o tempo suficiente para nos hidratar e apreciar o visual. Vencida esta parte mais íngreme, fizemos uma parada com direito a pequeno lanche e fotos. Seguimos por uma área menos acidentada e com declividade menor que a anterior. Ao final desta parte, já próximo à base propriamente dita do cume, é que começaria pra valer a subida até o Pico. E toca pra cima numa escalaminhada, com algumas passagens entre pedras onde tínhamos que tirar as mochilas e nos contorcer para passar pelos estreitos vãos formados entre elas. Quem estivesse com a circunferência abdominal elevada, teria que procurar outra rota de subida ou chegar lá em cima de helicóptero. Subimos e subimos. Pouco antes de chegar ao platô que forma o topo da montanha, uma placa de madeira indicava o pico numa direção e água na outra. Nataja, um pouco cansada devido ao árduo esforço da subida, ficou sentada Centro Excursionista Mineiro 5 em uma pedra enquanto Leandro, eu e nossa guia seguimos esta trilha. Seguimos por entre grandes pedras inclinadas até chegar no que parecia uma caverna, cuja entrada era uma descida bem íngreme e nos levava a uma nascente. Lá encontramos funcionários do parque, que também abasteciam seus cantis. Desceram pelas pedras escorregadias, um local bastante úmido, enquanto fiquei na parte de cima, a fim de poder pegar os cantis cheios arremessados pelo pessoal logo abaixo e ajudar na subida. A seguir nos encontramos com a Nataja e seguimos. Mais alguns passos e chegamos. Foram 3:30h de subida, desde o carro até ali, o topo do Pico do Itambé. Do alto de seus 2.055m de altura, ponto culminante da Cadeia do Espinhaço, a visão abrange 360°. O topo é, em si, um platô levemente inclinado. Há uma área no meio mais aplainada; entre esta e as bordas há uma leve inclinação, com algumas lajes de pedra; a partir daí cai de forma mais abrupta, formando as encostas da montanha. A vegetação do topo é composta de gramíneas, pequenos arbustos e flores, como num jardim bem cuidado. Nas encostas predominam espécies de porte médio. Há ali uma construção com muitas antenas em cima. Está abandonada e bem castigada pelo tempo. Contudo, serve de abrigo contra as intempéries àqueles que pernoitam lá em cima com suas barracas. Logo ao lado deste existe uma casinha, cujas dimensões mal comportam o beliche, que serve de abrigo aos guardas-parque. Não há banheiros lá em cima! No topo, quase ao lado da construção, encontramos uma parte mais plana no chão com pequenas elevações ao redor, perfeito para prepararmos nosso lanche, que por sinal foi excelente! Reabastecidas as energias, cada um iniciou sua exploração do local. No início havia uns poucos além de nós, no entanto, o número aumentou com a chegada de um grupo grande, de umas dez pessoas, mas, nada que pudesse tirar nosso sossego. Ficamos mais de duas horas lá em cima e, após sessão de fotos, interações com a natureza e cochilos sobre a pedra, iniciamos a descida, tão agradável quanto foi a subida. Descemos, descemos, descemos. Já na parte baixa do parque, nossa guia Noeli indicou uma cachoeirinha logo à frente na trilha. Seguimos por uma matinha fechada e chegamos à queda, com seu pequeno e agradável poço entre as pedras. Praticamente arremessamos mochilas, roupas e botas ao chão e entramos. Foi providencial aquela água. Depois de um bom banho de cachoeira, algumas fotos e um pequeno lanche, seguimos novamente. Chegamos ao carro cerca de 3:30h depois de deixarmos o topo do Pico do Itambé, cansados, mas, muito satisfeitos. A sensação de estar naquele local singular fez valer cada passo que foi dado para atingir o cimo da montanha e depois descer tudo de volta. Aí percebi que minhas caminhadas frequentes durante a semana com peso na mochila (8 kg) deram resultado! No dia seguinte, domingo, infelizmente nosso último, acordamos um pouco mais tarde. É claro que antes ocorreu a tradicional cantoria dos galos lá pelas 5h da manhã! Partimos de carro rumo à cachoeira dos Coqueiros, sendo dentre as visitadas, a mais distante e de acesso mais difícil (é aconselhável um carro com tração). No caminho, passando por paisagens belíssimas e diferentes, muito cascalho, pedras e areia nos declives. Já previmos que a volta exigiria bastante do carro. Chegamos a Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 6 uma fazenda, no meio do nada, estacionamos sob a sombra de uma grande árvore e, após breve prosa com um dos funcionários dali, atravessamos o curral e fomos adiante. Descemos por uma trilha entre rochas, atravessamos uma matinha e finalmente chegamos à cachoeira. Provavelmente a mais bela da viagem. Deixamos mochilas e roupas em uma pedra ao lado da margem e entramos na água. Em determinado momento estava eu a fotografar quando ouço nossa guia Noeli, aos gritos: “cuidado, sai daí, a cobra!” Serpenteava pela margem, já saindo da água e indo, presumimos logo, na direção da pedra em que estavam nossas coisas. Rapidamente tiramos tudo de lá e levamos para o outro lado, uma prainha de areias brancas, atravessando com a água na altura da coxa. Voltamos à margem onde a cobra estava e ficamos observando de uma distância segura. Mas, não tão segura para a Noeli, que dizia: “cuidado, não chega perto não que ela avoa, essa cobra avoa!” Percebemos tratar-se de espécie venenosa (era uma jararacuçu de 1,50m!). Consegui tirar apenas duas fotos dela. Ficamos ali vigiando seu deslocamento para, na volta, não toparmos com ela novamente. Logo, já estávamos na água. Lanchamos, tiramos fotos, uns cochilaram e partimos. O próximo destino era a cachoeira do Tempo Perdido. Assim que deixamos a fazenda, na primeira curva em aclive com cascalho e areia, desceram do carro para que pudesse vencer o trecho. Após três tentativas, com ajuda do Leandro, Nataja e Noeli, finalmente subiu. O mesmo se repetiu mais umas duas vezes na estrada, até chegarmos à parte mais plana, onde não houve mais problemas. Aproveitamos bastante a Tempo Perdido (o dia estava ensolarado). Capivari parece ter resistido de forma bem organizada ao turismo predatório (Milho Verde, a poucos quilômetros dali, atrai muito mais turistas) e suas quase desconhecidas e belas cachoeiras mantêm-se bem preservadas. olhos verdes, cuja idade é uma incógnita. Todos no vilarejo parecem ter olhos verdes ou cor de mel! Nos convidou para entrar e tomar um café. Aceitamos. As portas eram baixas e irregulares e batemos todos com a cabeça em alguma delas. Um dedo de prosa na cozinha, decorada com vários pedaços de carne dependurados em varais, fotos, café e partimos. Chegando à casa de D. Maria e Genésio, almoçamos (como era boa a comida que ela fazia!) e fomos curtir aquele resto de tarde, sem nenhuma pressa de voltar a BH. Eu e Nataja fomos tirar mais algumas fotos (no meu caso foram três rolos de filme) até o Sol se esconder no horizonte. Decidimos, contrariados, juntar as coisas e retornar à nossa cidade, era necessário. Na viagem de volta, mais um céu surpreendentemente estrelado. Chegamos tarde da noite de domingo. Devo dizer que foi uma das melhores viagens que fiz. Superou as expectativas. Foram boas as companhias da Nataja e do Leandro; nossa guia Noeli, sem a qual não conheceríamos as belíssimas cachoeiras e o Pico do Itambé; assim como a prosa ao lado do fogão à lenha, onde se sentavam Genésio, suas filhas e Maria, muito simpática toda a família. Tenho a certeza de que voltaremos lá (uma prancheta oficial do CEM ao Pico do Itambé, com direito a pernoite lá em cima seria fantástico!). Desde quando deixamos o vilarejo, rumo a BH, já estávamos saudosos do passeio. Voltando na trilha passamos na casa de Dona Anita, uma senhora de Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 7 ESCALADAS EM SÃO JOÃO DA MATA por Eduardo Zanetti Olá, pessoal! Neste feriado fui para o interior e volto com boas novas aos amigos da escalada. Depois de 4 dias embrenhando pela região do sul de minas, passando por algumas nascentes, pé de serra e boas trilhas eis que na sexta feira da paixão nada havia para fazer. Em uma rápida passada de olhos pelo Facebook vejo um amigo comentando sobre a gravação de um programa para o seu canal no youtube, fato que envolveria um dia de escalada em rocha na cidade de São João da Mata, a cerca de 70 quilômetros da casa de meus pais. De pronto combinamos para dali a uma hora de nos encontrar na praça central da cidade e seguir rumo campo aberto. Nessa empreitada quem encabeçou a expedição foi o Gustavo "Casca Grossa" Piancastelli, amigo do meu amigo, e com quem confirmei minha ida nesse dia. Gente finíssima! Muito capaz, solícito e realmente casca grossa. Chegamos em São João da Mata por volta de 13h30, o Piancastelli, dois sobrinhos da esposa dele, eu e os meus amigos que iriam produzir o vídeo, Abel e Fábio. A cidade conta com menos de 3 mil habitantes em sua área urbana e é terra que foi habitada por indígenas até o início do século XVIII. Da entrada da cidade até o ponto onde paramos os veículos são menos de 2km, divididos entre calçamento de blocos e estrada de chão, com sinalização indicando para onde deveríamos seguir, a Pedra do Navio. A trilha que leva até a base da pedra, nosso ponto de escalada, tem duração de aproximadamente 15 minutos e segue contornando a base da formação granítica, passando por um cafezal, um bananal e uma parte de mata nativa. Um tanto úmida, com baixo nível de dificuldade, apesar de estreita e íngreme em alguns pontos. A Pedra do Navio faz parte de um Parque de mesmo nome e e é ponto também de salto de asa delta e paraglider, além de contar com algumas cachoeiras. O ponto culminante da serra é o Pico Agudo que beira os 1300m acima do nível do mar. No início da trilha deparamos com uma pedra redonda de uns 8 metros de altura muito boa para boulder. O Pian cravou lá em cima uma chapeleta e um grampo e quando foi realmente conquistar a via que parecia ser mamão com açúcar, veio a surpresa mais grata do dia: uma via curta muito graduada. Presentão para os calangos de plantão. metros de extensão o visual lá em cima prometia ser dos melhores. A programação inicial previa o Gustavo Piancastelli guiando e um dos sobrinhos da esposa dele por último, comigo no meio nas duas cordas. Fiz a seg. dele até o final da primeira cordada e ele, lá de cima faria a minha. Abortei a missão de encontrá-lo lá em cima, não tive perna pra vencer um lance de pouca agarra bastante exposto. Subiu o nosso outro companheiro, leve, diferentemente do urso que vos narra. Ao final da primeira cordada, um platô se evidencia, precedido de um belo lance negativo, o crux daquela via, que naquele dia seria conquistado pelo Pian de forma livre. Ao ver o malucão lá em cima, só pude ouvir: 8A! 8B! Não foi nesse dia que nossos amigos ganharam o topo da via, pois já estávamos próximos das 18h e o sol baixava. Numa próxima espero estar mais bem preparado e subir ao menos até o crux. É uma via de sexto grau. Na volta, como todo bom mateiro, paramos para tomar um guaraná e comer um peixe frito num botecão de roça bem na divisa da estrada de chão com a de calçamento. Os donos do estabelecimento ficaram de cabelos em pé com a malucada de seis que ali aportava, toda estropiada, suada e vidrados nas telas das pequenas filmadoras digitais que tanto trabalharam nesta tarde. O espanto do pessoal é visível, já que a região é nulamente explorada para a prática da escalada. Eram seres do pântano surgindo em plena sexta feira da paixão numa cidade que estava inteiramente voltada ao culto da igreja em praça pública. Pelo que vi estimo ainda umas cinco dezenas de vias a serem conquistadas. Realmente vale muito a pena um final de semana ou feriado na região. Também existem boas vias em outra cidade muito próxima, Serrania; Alfenas também tem uma pedreira desativada bastante grampeada. Lembrando também da proximidade da região com o ótimo parque de escalada de São Thomé das Letras e os belíssimos cânions da região de Capitólio/Furnas, que merecem capítulo a parte. Os vídeos estão sendo editados e logo poderão ser vistos no site do cascagrossa na internet. Saudações, muita luz a todos. Seguimos a trilha até a base da via que estava programada para o dia. Com pouco mais de 100 Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 8 HAJA CALCÁRIO EM ARCOS por Rafael Gribel Segunda-Feira, 21 de Janeiro de 2013 Calcário a se perder de vista, alguns com mais de 70 metros de altura!!! Fim de semana chegou e como a Flávia conseguiu a alforria do fim de semana no trabalho, resolvemos ir para algum lugar um pouco mais longe e ainda não conhecido. Local escolhido: Rastro de São Pedro, em Arcos, tido como um dos locais com maior potencial para escalada esportiva do país devido a enorme quantidade de rocha calcária. Saímos eu, a Flavinha e a Mimosa (cachorra) na sexta à noite, e paramos o carro por volta das 11 e meia da noite para acampar já no Rastro de São Pedro. Como chegamos a noite, não tínhamos visto nada ainda e quando o sol apareceu pudemos ter uma noção da incrível beleza do lugar. Formações e mais formações rochosas gigantescas para todo lado que se olha!!! É o paraíso da escalada esportiva!!! Boletim nº 23 Passada a bestificação inicial, fomos dar uma volta pra conhecer as vias e achar um lugar melhor pra acampar, já que na noite anterior acampamos em qualquer lugar por causa do Centro Excursionista Mineiro 9 mas não conseguimos muito bem localizar a maioria delas. Então entramos meio pelo olhômetro mesmo. No sábado fizemos 5 vias: um 6º, 2 6ºsup, um 5ºsup (com a primeira proteção móvel que a Flavinha entrou sacando!!!) e um 7a. Essa última, um 7a chamado Café da Manhã, uma belíssima parede vertical de quase 20 metros. Já cansados no final do dia, abrimos uma garrafa de vinho, comemos um risoto de tomate com linguiça calabresa e fomos dormir com as galinhas assim que o sol se pôs. sono. Nessa época de chuvas, a região alaga toda (acredito eu) devido aos túneis de calcário que devem dominar o subsolo da região. Com isso, ao lado do local onde normalmente se acampa lá estava passando um agradável riozinho com uma generoso piscina natural de água bem clara. Nos instalamos ali então. Enquanto a cachorra se divertia horrores na lama, correndo no pasto pra todo lado, eu e a Flávia começamos as escaladas. A rocha lá em alguns locais parece muito com a da Lapinha e em outros locais parece muito com a do Cipó. No geral, há muitas vias de 6o grau até 7a, e dá pra divertir um bocado. E quanto à altura, há de tudo, vias de 10 a quase 30 metros. Tínhamos uma lista das vias do local, Dia seguinte, acordamos com os primeiros raios do sol, e escalamos mais 3 vias: três 6º, e eu repeti a via Café da Manhã pra voltar com a cadena. Já no meio da tarde, com os braços bem cansados, levamos tudo de volta para o carro e pegamos a estrada de volta. O único inconveniente do local é ouvir as explosões das mineradores ao redor, inclusive durante a madrugada. Realmente olhar para aqueles belíssimos maciços rochosos comidos pela metade, e saber que 70% de tudo aquilo que vemos será explodido para virar cimento e pia de cozinha, dá um aperto no coração e faz repensar o nosso real papel no planeta. “TEMPIN RUIMZIN” NO ITATIAIA Por Rafael Gribel Quarta-feira, 27 de março de 2013 Feriado em Contagem na sexta ( aniversário da cidade), resolvi fazer a tradicional ida anual ao Itatiaia e aproveitar que o parque provavelmente estaria vazio por ser um fim de semana comum. Combinei com o Guilherme da Das Pedras, e reservamos o abrigo Rebouças com bastante antecedência. De última hora, o Dagó (vulgo José Roberto) do CEM resolveu ir e juntamos os três no Kazinho rumo à Itatiaia. Dessa vez o objetivo principal era a via Chaminé Idalício no Prateleiras. Uma chaminé que sai do chão e vai até o cume, de aproximadamente 60 Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 10 metros com um trechinho inicial em artificial fixo. A previsão do tempo não era das melhores mas, como ficaríamos no abrigo dessa vez, resolvemos arriscar. Saímos de BH na quinta-feira por volta das 8 e meia e já pegamos um congestionamento monstro no Anel. Saímos quebrando pro meio do Barreiro pra desviar do transito e com um pouco de atraso conseguimos pegar a Fernão Dias rumo ao sul de minas. Chegamos na portaria do parque às 3:40 da madruga, e um simpático guarda-parque nos lembrou que somente poderíamos entrar a partir das 7:00. Tudo bem então. Embolamos nós 3 no Ka e tentamos alguma coisa parecida com dormir, enlatados, até às 7:00. Com tempo bom, descemos todos felizes em direção ao abrigo Rebouças e quando chegamos no abrigo, um pessoal de SJDR ainda não tinha liberado. Deixamos nossas mochilas na varanda do abrigo e debaixo de um sol muito agradável pegamos a trilha para o Prateleiras. Aí o tempo ruim começou a dar as caras. A neblina subiu bonito e quando chegamos ao Prateleiras a visibilidade não era das melhores. Demos uma apalpada na pedra e parecia que estava bem seca, então resolvemos tocar pra cima na Chaminé Idalício. Eu sonhava com essa via há uns 3 anos desde que vi um pessoal de Pouso Alegre fazendo ela então me prontifiquei de imediato para guiá-la. A primeira enfiada inicia em um artificial fixo levemente negativo bem tranquilo e termina na entrada da chaminé onde há uma pedra entalada. O lance mais difícil é a subida dessa chaminé e o domínio dessa pedra pelo lado de fora, com a última proteção há uns bons 3 ou 4 metros abaixo. Entalei um camalot na pedra entalada e criei coragem pra fazer o lance e dominar a pedra. Ali é a P1. De segundos vieram o Guilherme e depois o Dagó. Aí na P1 começamos a ter noção do tamanho da encrenca. A parte de dentro da chaminé estava bem escorregadia, cheia de lodo, e o tempo continuava a piorar com um vento frio de tremer os dentes. Já tava na m... mesmo, resolvi continuar guiando o trecho molhado. Depois de alguns camalots em pedras entaladas no fundo da chaminé, consegui utilizar as técnicas do sapinho e da minhoca pra subir uns 10 metros e chegar na próxima proteção fixa, onde fizemos a P2. (não há fotos de durante a escalada porque os jumentos aqui largaram as máquinas nas mochilas na base da via) Após a P2, vinha o trecho mais molhado da via. Uma chaminé um pouco mais fácil que a anterior, com bons pés de oposição, mas que escorria água pelas paredes e com nenhuma possibilidade de proteção móvel. Nesse momento, criei umas 2 bolas a mais e resolvi tentar subir a chaminé encharcada. Preguei o pé na parede de um lado e as costas no outro e fui subindo devagar uns 5 metros até chegar em uma laca entalada onde consegui colocar 2 camalots. UFA! daí pra cima foi mais um trechinho de chaminé, e por último um trecho de escalada em face com boas agarras, que teria sido feita em face se não fosse o lodo abundante. Novamente preguei os pés de um lado e as costas do outro e, na melhor técnica da minhoca do dia, cheguei ao final da via. O Guilherme e o Dagó vieram logo em seguida e foi só o tempo de rabiscarmos alguma coisa no livro de cume e começar o rapel no meio da névoa que dominava a paisagem. chegada no Prateleiras com muita neblina Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 11 área comum do abrigo com duas mesinhas e um fogão à gás Sábado acordamos cedo com a barulheira alheia e, animados pelo tempo bonito que se apresentava, partimos rápido para o Agulhas Negras para o segundo objetivo principal da viagem: a via Normal do Agulhas. rapel do Prateleiras... vista da primeira enfiada da Chaminé Idaliício... Durante o rapel até apareceram resquícios de tempo aberto onde pudemos ver um pouco mais do lindíssimo vale que fica à frente do Prateleiras, mas nada que nos animasse demais. Descemos os 3 e por volta das 19:30, já escuro, chegamos de volta ao abrigo. represa e abrigo Rebouças ao fundo A noite foi de bons jantares. Por volta das 11 e meia tivemos nosso sono interrompido por 6 carinhas de Itamonte que iam fazer a travessia Ruy Braga e entraram falando bem alto e nos incomodando. Dia seguinte eles continuaram com a barulheira e seguiram para a travessia. Só mais tarde fomos descobrir que eles não poderiam ter entrado no abrigo e os guarda-parques estavam atrás deles. Sempre tem uns desses né. Começamos bem a caminhada e quanto mais avançávamos mais o tempo fechava. Quando chegamos no ponto de bifurcação entre a Normal e a via Pontão, a chuva começou a cair mais forte. Achamos uma pedra negativa e nos abrigamos Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 12 nela esperando a chuva passar. Nesse momento chegaram um grupo de 7 pessoas (5 homens e 2 mulheres), a maioria de camiseta de algodão cavada, bermuda e alguns de sapatênis, completamente encharcados da chuva. Depois de esperar algum tempo pra ver se a chuva parava, resolvemos descer, enquanto o grupo decidia se continuaria ou não. Para não perder o dia, sugeri fazermos a caminhada para o cume da Pedra do Altar. Trilha tranquila e pouco íngreme que nos levou em menos de uma hora ao topo. Que vista linda do lugar!!! Dá pra se ver o parque quase todo desse ponto. Agulhas Negras de um lado, Prateleiras e Couto do outro!!! Valeu a caminhada e no final não perdemos o dia. Asa de Hermes à esquerda e Agulhas Negras vistos da Pedra do Altar No final do dia, o tempo abriu completamente de novo, nos presenteando com essa bela imagem da lua nascendo logo acima do Agulhas Negras e inclusive nos animando a tomar um banho no riozinho represado próximo ao abrigo. sapinho flamenguista na trilha, símbolo do Itatiaia Domingo, último dia, acordamos um pouco mais tarde, enrolamos mais que o normal no café da manhã e saímos do abrigo em direção ao estacionamento por volta das 9:30. Pelo horário desistimos de escalar alguma coisa, e então decidimos fazer a caminhada para o cume do Couto. De mochilas leves, e com a trilha bem marcada e tranquila, em pouco mais de uma hora estávamos no cume do Couto. Novamente, apesar do tempo fechado e nublado, belíssimo visual de todo o vale do parque, com Pedra do Altar e Agulhas Negras ao fundo! cume da Pedra do Altar Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 13 PALESTRA DA FUNED SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS Por Larissa Corrêa e Guilherme Corrêa No dia 03 de abril tivemos a palestra sobre Animais Peçonhentos com a Thaís na sede do CEM. A Thaís é funcionária da FUNED e realiza essas palestras de forma gratuita para disseminar a educação, preservação e orientação sobre animais peçonhentos e não peçonhentos dos quais muitas vezes nos deparamos nas caminhadas, escaladas e acampamentos. Esta palestra fez parte da programação do Em caso de acidentes em locais de difícil acesso e muitas horas de caminhada é possível acionar o Corpo de Bombeiro (193), pois acidentes com serpentes são considerados graves e de prioridade máxima. Segue um quadro com os sintomas e efeitos colaterais que podemos ter em caso de acidentes com as serpentes mais encontradas em nossa região: Acidente Botrópico - Soro Antibotrópico Cobra: Jararaca 15 primeiros minutos: Inchaço e dor local Dores generalizadas A partir de duas horas: Destruição dos tecidos Necrose Hemorragias CBM (Curso Básico de Montanhismo) que neste ano acontece em novo formato, exclusivamente para os associados do clube. A sede estava cheia com uma participação considerável de membros do clube. A palestra foi bastante informativa se concentrando nos acidentes com as serpentes. Uma dica antes de sairmos para nossas atividades é pesquisar sobre quais hospitais próximos dos locais onde pretendemos ir, ministram o soro anti-ofídico. Próximo de BH, temos como referência o Pronto Socorro João XXIII. Boletim nº 23 Acidente Crotálico - Soro Anticrotálico Cobra: Cascavél Primeira e Segunda hora: Paralisia muscular Depois da segunda hora: Dores musculares Alterações visuais Hemorragias - pelos poros e pela pele Insuficiência renal Acidente Elapídico - Soro Antielapídico Cobra: Coral verdadeira Primeira e Segunda hora: Paralisia muscular Dificuldade de falar e caminhar Depois da segunda hora: Parada respiratória Parada cardíaca Boas caminhadas! Centro Excursionista Mineiro 14 CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÃO DA NOVA DIRETORIA Será realizada no dia 23de maio as eleições da diretoria 2013/14 Aqueles que quiserem participar podem montar chapa para concorrer as vagas abertas. Neste momento será apresentada prestação de contas pela chapa vigente e definição da data para nova eleição. Serão preenchidas as vagas de presidente, vice presidente, secretaria, tesoureiro, diretor técnico, diretor de eventos e três membros para o conselho fiscal. DEMONSTRATIVO FINANCEIRO Boletim nº 23 Centro Excursionista Mineiro 15 UM CLUBE E UM IPÊ Por Eustáquio Junior O Centro Excursionista mineiro para mim em algum momentos é como uma arvore. Uma arvore plantada a beira de uma trilha, no caminho que leva a base de uma bela montanha: que precisa de atenção, carinho e de alguém que lhe leve água, fertilizantes e cuidados. Ele não nasceu pronto e não se faz do dia para a noite. É necessários ainda algum tempo para que ele cresça e cumpra prontamente com seu papel de promover de maneira consistente o montanhismo mineiro. Como uma arvore a beira da trilha ele passa por alguns períodos difíceis, onde suas folhas caem e seu tronco fica seco. Tão seco que algum lenhador desatento poderia lhe derrubar apenas pelo valor de sua lenha. Vem alguns incêndios e ao queimarem seu hábitat lhe tiram um pouco da vontade para viver. Mas nossa árvore resiste. O que talvez poucos sabem é que ela tem raízes fortes. Foi plantada com carinho e ela cresce cada vez que um de nos, ao caminhar pela trilha lhe traz um pouco de água. Ou lhe dedica um tempo para revirar a terra a sua volta para que suas raízes possam ir mais fundo e ficarem mais fortes. Boletim nº 23 Alguns de nos estão indo a montanha e sempre se lembram de regar a arvore. Outros a regaram menos, mas a regam sempre e quando é possível. Alguns ainda vão ir a montanha pela primeira vez e precisamos lhes ensinar qual é a nossa arvore, para que quando não estejamos mais por aqui ela não morra de sede. Afinal é debaixo dela que nos reunimos para contar historias, trocar experiências e celebramos a vida. A boa noticia é que mais pessoas ultimamente estão se importando com a nossa arvore. Graças a elas nossa arvore está ficando mais forte a cada dia que passa. A arvore sabe disso, e é grata a todos que de alguma forma colaboraram para que ela chegasse até aqui. Depois de um período de seca ela se prepara para a uma temporada vigorosa que como um ipê amarelo florido alegrara a vida daqueles eu puderem velo. Ali... Plantado timidamente a beira da trilha no caminho do cume de ume bela montanha. Centro Excursionista Mineiro 16