revista da fonoaudiologia - 2ª região edição 61
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revista da fonoaudiologia - 2ª região edição 61
20 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Lançamentos ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Novos títulos na Coleção CEFAC Dois novos livros, lançados pela Pulso objetiva, facilitando o relacionamento entre os Editorial durante o Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, em outubro de 2004, aumenta- clínicos e os pacientes e, possivelmente, melhorando a relação entre eles. ram a Coleção CEFAC - Conhecimentos Essenciais para Atender Bem em Fonoaudiologia. O segundo, “Linguagem e Paralisia Cerebral”, de autoria da fonoaudióloga Yasmin O primeiro é “Fonoaudiologia e Ortodontia/Ortopedia Facial”, de autoria da fonoaudió- Frazão, oferece uma reflexão sobre o papel da linguagem na clínica com crianças acometidas loga Irene Marchesan e da ortodontista/ ortopedista facial Nelly Sanseverino, que de paralisia cerebral, nos seus diversos níveis de gravidade. Originariamente uma tese de preenche uma importante lacuna na área da Motricidade Oral e também da Ortodontia/ mestrado, as relações entre linguagem e paralisia cerebral são retomadas neste livro, a Ortopedia Facial e responde as dúvidas sobre o trabalho conjunto destas duas profissões. As partir do conceito de interpretação na relação criança-adulto, em que este último é reconheci- questões são respondidas de forma clara e do como uma instância interpretativa. Compilação das Teses e Dissertações da Fonoaudiologia Brasileira Este projeto reúne em dois CDs todas as minação. O volume 1 reúne 23 Dissertações de Teses e Dissertações (Mestrado, Doutorado e Livre-Docência) depositadas na Pró-Fono, com Mestrado, seis Teses de Doutorado e uma de Livre-Docência. O volume 2 acrescenta 21 sistemas de buscas por títulos, assuntos ou autores, facilitando a localização de trabalhos Dissertações de Mestrado, sete Teses de Doutorado e duas Teses de Livre-Docência. até então de difícil acesso, visibilidade e disse- Informações em www.profono.com.br. Programa de Intervenção Fonoaudiológica em Famílias de Crianças Surdas (Piffcs) O Laboratório de Audiologia Educacional do intervenção. Outra inovação foi a integração de Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em parceria com surdos adultos usuários fluentes da Língua Brasileira de Sinais na equipe profissional. a University of London e a City University de Londres, desenvolveu um Programa de Interven- A organização e sistematização coube à fga. Ida Lichtig, professora, pesquisadora e coorde- ção Fonoaudiológica em Famílias de Crianças Surdas (Piffcs), visando a melhoria da comunica- nadora do Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Audiologia Educacional do Curso de ção destas crianças com suas famílias ouvintes. De forma pioneira, o Piffcs teve como fundamento Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculda- uma abordagem bilíngüe, em 10 sessões de de de Medicina da Universidade de São Paulo. Mensagem inserida pelo CRFa 2a. Região em painéis eletrônicos na cidade de S.Paulo, por ocasião do Dia do Trabalho 2 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 60 - MARÇO/ABRIL 2005 EDITORIAL Conselho Regional de Fonoaudiologia do Estado de São Paulo - 2ª. Região 7º Colegiado Presidente Sílvia Tavares de Oliveira Vice-Presldente Anamy CecÍlia César Vizeu Diretora-Secretária Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida Diretora-Tesoureira Ana Léia Safro Berenstein Conselheiros • Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu • Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa • Cristina Lemos Barbosa Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza Reggi • Fernando Caggiano Júnior • Lica Arakawa Sugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva • Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis • Sandra Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida • Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa • Yara Aparecida Bohlsen • Rua Dona Germaine Burchard, 331 CEP 05002-061 - São Paulo Fone/Fax: (011) 3873-3788 Site: www.fonosp.org.br Delegacia Regional da Baixada Santista Rua Mato Grosso, 380 – cj. 01 CEP 11055-010 - Santos Fone: (13) 3221-4647 - Fax (13) 3224-4908 E-mail: [email protected] Delegada: Isabel Gonçalves Delegacia Regional de Marília Rua Bahia, 165 - 4 o. andar, sala 43 CEP 17501-080 Marília Fone/fax: (14) 3413-6417 E-mail: [email protected] Delegada: Fabiana Martins Delegacia Regional de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 1001 - cj. 1303 CEP 14015-130 - Ribeirão Preto Fone: (16) 632-2555 / Fax: (16) 3941-4220 E-mail. [email protected] Delegada: Ana Camilla Bianchi Pizarro Departamentos: Geral: [email protected] Cadastro/perfil: [email protected] Departamento Pessoal: [email protected] Contabilidade: [email protected] Eventos: [email protected] Fiscalização: [email protected] Jurídico: [email protected] Registros/Tesouraria: [email protected] Secretaria: [email protected] Supervisão: [email protected] Comissões: Divulgação: [email protected] Educação: [email protected] Ética: [email protected] Legislação e Normas: legislaçã[email protected] Licitação: [email protected] Ouvidoria: [email protected] Saúde: [email protected] Convênios Médicos: convê[email protected] Tomada de Contas: [email protected] A Fonoaudiologia, nos últimos anos, tem se aproximado muito das causas sociais. É importante observar a atuação dos fonoaudiólogos nestas causas, contribuindo para o bem da comunidade. Exemplo disso é a ONG Vez da Voz, fundada há um ano por iniciativa da fga. Cláudia Cotes. Mas, é necessário que se tenha claro que ações sociais não necessariamente estão vinculadas ao trabalho profissional não remunerado. Para que esta discussão pudesse ser compartilhada com todos os fonoaudiólogos, o Conselho Regional de Fonoaudiologia 2a Região realizou o I Fórum sobre o Voluntariado, para que a questão do trabalho voluntário pudesse ser melhor definida. Muitas dúvidas chegam diariamente ao Conselho sobre este assunto, o que nos motivou a propor uma discussão com os profissionais e com outros setores da sociedade. Nesta edição, você poderá encontrar um resumo dos acontecimentos. Nesta e nas próximas edições da Revista, levaremos ao seu conhecimento trabalhos fonoaudiológicos que estão sendo realizados em benefício da comunidade e que visam divulgar a Fonoaudiologia para aqueles que ainda não a conhecem. É momento, também, como mencionado na edição anterior, de identificarmos novos campos de atuação do fonoaudiólogo, mostrando profissionais empreendedores, que através do seu esforço, e pautados na ética, conseguiram um bom desempenho na profissão que abraçaram. Muito se fala sobre a dificuldade de inserção do fonoaudiólogo no mercado de trabalho. Conhecendo profissionais que se destacam na profissão, podemos perceber que nenhum sucesso se faz sem trabalho, e trabalho árduo. São profissionais que nos incentivam a não desistir, pois existe um mercado promissor aguardando fonoaudiólogos imbuídos de espírito empreendedor, dispostos a buscar o novo e a descobrir novas demandas de trabalho. Aconteceu, no mês de abril, o 20o Encontro Internacional de Audiologia. N° 61 – MAIO/JUNHO 2005 ISSN – 1679-3048 Tiragem: 12.200 exemplares Comissão de Divulgação Márcia Regina da Silva - Presidente Diva Esteves Roberta Alvarenga Reis Cristina Lemos Barbosa Furia Luciana Pereira dos Santos Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira Editor e jornalista responsável: Elisiario Emanuel do Couto MTb 8.226 Produção Editorial e Gráfica: Insert Consultores em Comunicação Ltda. Tel. (11) 5547-0948 / e-mail: [email protected] Redação: Rua Dona Germaine Burchard, 331 CEP 05002-061 - São Paulo, SP Fone/Fax: (011) 3873-3788 E-mail: [email protected] Impressão: Prol Editora Gráfica Para anunciar ligue: (11) 3873-3788 As opiniões emitidas em matérias assinadas, bem como na publicidade veiculada nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores. Os textos desta edição poderão ser reproduzidos, desde que mencionada a fonte. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 O Conselho parabeniza a ABA pela organização do Congresso, e os fonoaudiólogos que participaram deste evento, buscando novos conhecimentos para melhor atender a comunidade. É desta forma que a fonoaudiologia conquistará maior força e intensificará a sua projeção junto a outras profissões da área da Saúde. Gostaria de aproveitar o momento e convidar a todos para acessar o nosso site, que está sendo reformulado para melhor atender o profissional nas suas necessidades. Mande sugestões para modificações e novas inserções. FOTO: RUBENS GAZETA REVISTA DA É importante ouvir o que você tem a nos dizer para que possamos atendê-lo cada vez com mais qualidade. Silvia Tavares de Oliveira Presidente do CRFa 2a Região REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 3 AASI Atendimento e venda combinam? provocaria questionamentos. E não ter sido uma das primeiras, senão a cada dia mais acessível, o perfil de atendimento oferecido pelo fonoau- “Com o advento da tecnologia, estava pensando somente na relação entre profissionais e pacientes. “Penso primeira a montar, no início dos anos 80, um consultório independente diólogo mudou e é comum vermos nossa prática associada à comercializa- também nas relações com as indústrias e fornecedores desses materiais nessa área, sem vínculo específico com uma empresa. Ela se recorda que, há ção de produtos e materiais. Hoje é comum escutarmos e usarmos a que introduzimos em nossa rotina. Sem contar a própria ‘venda’ dos 25 anos atrás, iniciou sua vida profissional em uma empresa fabricante de palavra ‘cliente’ para caracterizar nosso ‘consumidor’. Há necessidade de serviços, que passou por uma adequação pela vasta oferta de profissionais AASI e, na época, ainda não havia um profissional qualificado para esse tipo estarmos preparados para essa fase, onde em alguns casos não somente no mercado e também pela forma como a economia do país evoluiu”. de trabalho. “Era muito comum encontrar próteses auditivas comerci- ‘tratamos’ o nosso paciente (cliente), mas também temos com ele, e com O posicionamento deste fonoaudiólogo não é isolado, de alguém que alizadas em conjunto com aparelhos dedicados a beleza ou estética, e por empresas do setor, uma relação de comércio muito estreita”. atua na representação de uma empresa de AASI. Ele revela uma questão que vendedores sem nenhuma outra preocupação senão a do fechamento do Quando usou a palavra ‘comércio’ em palestra que proferiu no final ainda está marcada – bem menos hoje do que no passado, mas ainda existen- negócio”. Ao montar seu consultório, insatisfeita em ficar limitada a apenas de 2004 em Happy Hour Cultural realizado na Delegacia do CRFa em te – por preconceitos e questionamentos. a um fabricante ou de encaminhamentos que nem sempre atendiam as Ribeirão Preto, o fonoaudiólogo Alan Aristides de Queiroz, representante de uma empresa de AASI em São José do Rio Preto (SP) certamente sabia que Em três décadas, mudanças... A fonoaudióloga Úrsula Mafria Telles de Vitto, de São Paulo (SP), acredita 4 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO necessidades de seu paciente, passou a comercializar as próteses auditivas. A fonoaudióloga Silvana Zanette Mouco, de Campinas (SP), preferiu EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 em apenas um fornecedor quando, há 19 anos, detectou a necessidade, no atendimento que oferecia, de garantir uma atuação mais abrangente, com a definição, adaptação e acompanhamento de uso da prótese auditiva mais FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT adotar outro caminho e se concentrar na...” A fga. Úrsula não vê razão nisso. “É um preconceito, talvez por influência de código de ética de outra profissão de Saúde, e que já foi modificado, dando autonomia para atuar nesta área. Este é um campo de trabalho muito importante para o fonoaudiólo- adequada ao paciente que era encaminhado pelo otorrinolaringologista. go, inclusive dentro das empresas. Nunca deixo de ressaltar que peço “Minha opção por apenas um fabricante baseou-se na idoneidade, na ajuda desses profissionais com muita freqüência, porque eles falam a minha tecnologia e na maior gama de opções disponibilizada e não me arrependo linguagem”. Antiético? Nos anos 40, o dessa decisão”. Se o leque de empresas que preenchia esses requisitos era Fga. Kátia de Almeida, de São Paulo (foto acima), fgo. Alan Aristides de Queiroz, de São José do Rio Preto (foto central) e fga. Úrsula Mafria Telles de Vitto, de São Paulo (foto inferior) e ainda a fga. Silvana Zanette Mouco, de Campinas, adotam linhas de pensamento que convergem para a comercialização ética de aparelhos. menor quando adotou essa decisão, hoje a fga. Silvana constata que existem no mercado brasileiro muitos fabricantes que atendem esses requisitos, eliminando a necessidade de uma carteira de fornecedores mais conjunto delas, todas as fonoaudiólogas ouvidas são unânimes em enfatizar a necessidade de analisar a condição auditiva de cada paciente e de observar a condição financeira de cada um deles. “Enquanto profissional – enfatiza a fga. Úrsula - tenho a obrigação de atender o meu paciente no que ele necessita, tanto sob o ponto de vista da adequação em si, como em relação às condições de compra. De nada adianta adaptar um aparelho que é inviável economicamente para ele. Quando se vai a um dentista, o paciente não discute abertamente os preços com ele? E depois do tratamento, com certeza, não vai ficar dizendo que o dentista lhe vendeu uma prótese, mas sim que efetuou um tratamento...” “No entanto, ainda nos dias de hoje, parece que qualquer coisa que envolva a parte comercial não combiEDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Quer a opção seja por uma única empresa fornecedora ou por um FOTO: DELEGACIA DO CRFa EM RIBEIRÃO PRETO ampla. Comitê de Ética da American Speech and Hearing Association –ASHA decidiu que a venda por audiologistas de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) ou prótese auditiva feria a ética e que o transgressor poderia ser expulso da organização. O audiologista tinha autorização para selecionar, pesquisar preço e prescrever uma prótese auditiva, mas não de vendê-la. Somente nos anos 70 a ASHA decidiu que não era mais crime vender próteses auditivas. Ainda assim, de acordo com reportagem da revista Hearing Review, reproduzida em um site de uma empresa de AASI no Brasil, a indústria de aparelhos de amplificação sonora individual, nos Estados Unidos, só consegue vender para 22% de possíveis usuários desse produto.”E os outras 78% das pessoas que poderiam ter uma qualidade de vida melhor com o uso desses pequenos objetos? Por que não adquirem?”, pergunta a revista. “Em outros tempos, estas mudanças seriam vistas como agressivas e antiéticas, mas se tivermos coragem e informação, poderemos trabalhar de forma digna e correta em todas as esferas dessa fonoaudiologia ‘comercial’ ”, assegura o fgo. Alan. REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 5 “Nossa profis- fga. Úrsula nota mudanças significati- acompanhando o paciente e fazendo a são está acompanhando os vas. “Ainda existem algumas restrições e preconceitos, alguns velados, outros adaptação, tenho que ser remunerada por aquilo que eu faço, mas sem ceder anseios do mundo, e o que nem tanto, mas nunca tive nenhum desconforto com os meus clientes, às tentações de ganhos monetários em função dessa atuação”. temos a fazer é cumprir nosso porque a seriedade e a forma ética com que atuo acabam transparecendo. papel na sociedade, Reconheço, no entanto, que muitas fonoaudiólogas ainda não têm o outro lado da questão é o fonoaudiólogo que é empregado de uma atuando em todos os segmentos onde, por competência, por mérito e por envolvimento com a parte comercial por considerá-la desgastante ou com empresa que comercializa esses aparelhos, com salário e comissões direito podemos estar”. O artigo da revista norte-americana tem a mesma encargos tributários muitos altos”. Este é um mercado muito para efetuar o trabalho de seleção e adaptação das próteses. “O fato de conclusão: “os profissionais que tratarem seus pacientes de forma particular. “Em todos os países do mundo quem normalmente efetua estar na clínica fazendo o mesmo trabalho que este outro profissional competente e respeitosa com certeza serão vistos como profissionais, no este trabalho são os fonoaudiólogos com especialização em audiologia, está fazendo dentro da empresa, não me faz mais capaz do que ele”. O sentido mais amplo da palavra, e não como vendedores interessados em em suas próprias clínicas ou consultórios”, diz a fga. Kátia de cuidado especial, lembrado pela fga. Kátia de Almeida é que, nesse lucrar com seus pacientes”. Almeida. “A comercialização do aparelho acaba sendo a conseqüência ambiente empresarial, o fonoaudiólogo também não pode colocar os de todo o trabalho que de seleção e adaptação”. interesses comerciais à frente dos interesses do paciente. Se colocar os A fga. dra. Kátia de Almeida (de São Paulo, SP) é outro exemplo de profissional que trilhou caminho semelhante. Hoje a fonoaudióloga Uma atuação que traz benefícios Dentro da empresa... Um interesses comerciais à frente, ele pode incorrer em infração ética. E divide seu tempo entre a coordenadação do curso de Fonoaudiologia da para o paciente, na visão da fga. Úrsula. “Sem o fonoaudiólogo com Santa Casa de São Paulo e uma importante clínica na capital paulista, mas esse amplo espectro de atenção, o paciente não encontrava um profissio- relembra que começou sua atuação profissional em uma empresa de AASI nal que atendesse todas as suas necessidades e o deixasse confiante. “Até os anos 90 só trabalhei em empresas”, relembra a fga. Kátia. De (ou prótese auditiva, termo que defende em seus livros). “Durante os anos Todos nós sabemos que o problema de um paciente com deficiência auditiva 1990 para cá fui para o meio acadêmico. Em 77, quando sai da faculdade, em que permaneci vinculada a empresas de prótese auditiva, ouvia com fre- não termina com a entrega do aparelho. Pelo contrário, está apenas me lembro que nunca tinha visto um aparelho de amplificação sonora e hoje qüência críticas de que um profissional de saúde nunca poderia trabalhar começando, pois ele vai usar esse aparelho por muitos anos e há temos disciplinas que são dadas em terceiro e quarto anos, na faculdade em uma área comercial. Este é, no entanto, um excelente campo de traba- necessidade de um acompanhamento do profissional”. onde sou coordenadora. Os alunos examinam, atuam, trabalham, tem lho para o fonoaudiólogo especialista em audiologia. Minha credibilidade “Eu não sou remunerada e nem devo ser remunerada pelo que o outro contato, adaptam aparelhos e saem da faculdade sabendo exatamente onde como profissional não foi construída na área acadêmica mas justamente fez”, ressalva a fga. Kátia. “Não posso querer ganhar alguma coisa em cima podem atuar e como é essa atuação, dentro da empresa ou em clinicas... É durante a atuação nessas empresas”. do trabalho do outro mas posso, sim, ser remunerada por algo que tenha uma formação consistente do ponto de vista teórico e uma base consisten- Mudanças... Em relação ao quadro do início da década de 80, a feito, diretamente. Se estou usando todo o equipamento de minha clínica, te sob o ponto de vista ético”. 6 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO não é porque está trabalhando em uma empresa que deixa de responder ao Conselho por questões éticas...” “No passado, o fonoaudiólogo EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 não era preparado para trabalhar de comissões e, em algumas empre- comissionando sobre o faturamento com essas questões comerciais”, reconhece. “No entanto, esta atuação sas, do cumprimento de cotas. Aí pode estar o grande problema, se geral e não individualmente. Como profissional, tenho que colocar os dentro da empresa é muito importante e esse profissional merece ser você se seduzir pelas questões financeiras. Não é o trabalho em si, interesses do paciente à frente dos comerciais. É aí que a coisa pode remunerado por isso. É até uma salvaguarda para o próprio deficien- mas as pressões sofridas, maiores ou menores. Para contornar esta começar a ficar delicada...” Para os profissionais ouvidos te auditivo. E mais: não consigo enxergar outro profissional para essa situação, as empresas conceituadas têm procurado fazer um trabalho pela Revista da Fonoaudiologia, quanto mais às claras essas questões função. Os salários não são maravilhosos e todos eles vivem em função bastante sério, remunerando melhor os seus profissionais e forem discutidas e decididas, menos problemas serão enfrentados. Voluntariado: visão equivocada é questionada em Fórum do CRFa Grande parte dos fonoaudiólogos ainda possuem visão equivocada sobre o trabalho voluntário, pois atuam por várias horas semanais voluntariamente, com a pretensão de uma futura contratação, não tendo a consciência de que esta atuação é prejudicial à classe, na medida em que inúmeras vagas de emprego deixam de ser oferecidas. Esta foi a conclusão do debate que se seguiu às palestras de Anísia Cravo Villas Boas Sukadolnik, do Centro do Voluntariado de São Paulo e Sylvia Esteves Torre, consultora em Organizações do Terceiro Setor, convidadas do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª. Região para o I Fórum do Voluntariado, realizado em 6 de maio na Casa do Fonoaudiólogo, na capital reembolso de despesas, caso existam. Para Sylvia “o voluntário do século 21 é um empreendedor social, que identifica necessidades, busca e oferece soluções”. As áreas de atuação mais comuns no trabalho voluntário estão voltadas para saúde, educação, assistência social (creches, casa de idosos, trabalho com moradores de rua etc.), meio ambiente, cultura e artes e cidadania. A representante do Centro do Voluntariado de São Paulo expôs a missão da entidade: incentivar e consolidar a cultura e o trabalho voluntário na cidade de São Paulo, promovendo o exercício consciente da solidariedade e da cidadania. “Entende-se que o paulista. voluntário deva ser um agente transformador na sociedade. Suas ações apóiam-se na solidariedade e “O trabalho voluntário não pode ser exigido como contrapartida de algum benefício, nem prejudicar a suas motivações se dão com base em valores de participação, doando parte de seu tempo, trabalho e vida pessoal e profissional do voluntário e jamais deve suprir a função do Estado”, enfatizou a consultora talento, de maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário”, sinteti- Sylvia, em sua apresentação. zou Sylvia Torre. O serviço voluntário não gera vínculo empregatí- Um novo padrão de voluntariado começou a cio, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Esta premissa está estabelecida na Lei surgir na década de 90, com a mudança no comportamento do cidadão e do mundo empresarial, substituin- nº 9.608/98, que regulamenta o serviço voluntário e também estabelece que a entidade e o prestador de do assistencialismo pela promoção da cidadania e o amadorismo pela profissionalização. A conclusão é de serviço voluntário firmem um Termo de Adesão de Voluntário, estipulando as condições de trabalho e o Anisia Sukadolnik: “o voluntário deve ser comprometido com a causa a que se propõe cumprir”. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 7 A Sociedade Internacional de SOCIEDADE INTERNACIONAL DE AUDIOLOGIA Audiologia (ISA - International Society of Audiology) é uma das mais antigas Congresso em 2010 será no Brasil sociedades da área e congrega todos os países que tem como meta o desenvolvimento da audiologia, desde a prevenção, avaliação e diagnóstico até a reabilitação de Ieda Chaves P. Russo integra o comitê executivo da entidade como a única representante da América do Sul (o atual presidente é o professor australiano Bill Noble). O nome da dra. Ieda Russo foi indicado no congresso internacional problemas de saúde auditiva. A ISA atende uma demanda muito grande de fonoaudiólogos em busca de aperfeiçoamento e de conhecimentos na área de audiologia”. A gratificação é tanto do ponto de o respeito a nossa formação, que realmente é de excelência”, destaca a dra. Ieda. A sede da ISA localiza-se em Genebra, na Suíça e sua secretaria geral, em Rotterdam, na Holanda. “Nos reunimos uma vez por ano, sempre próximo de um congresso. No ano passado foi em Creta, mos notar a valorização daqueles mate- durante o sexto congresso da Federação Européia e vamos nos reunir novamente riais que têm na língua inglesa o seu primeiro idioma”. na Suécia, em junho próximo, para preparar o congresso de 2006, em O trabalho desenvolvido pela dra. Ieda Russo nos últimos anos está facilitan- Innsbruck, na Áustria. Fga. Dra. Ieda Russo do o acesso de profissionais brasileiros que necessitam publicar no exterior (uma vista pessoal como profissional. “Quando vou a eventos da ISA estou falando em exigência da CAPES, por exemplo). “Se a informação estiver disponível apenas em nome de uma profissão que possui quase 400 doutores em nosso país. E, ao repre- português, certamente estará relegada a um plano muito reduzido e necessitamos sentar a ISA no Brasil, conseguimos que a Associação Brasileira de Audiologia fosse ter visibilidade para mostrar lá fora o que os profissionais brasileiros estão fazendo”. filiada a essa sociedade internacional. Foi uma conquista extraordinária, porque A ISA publica uma das mais importantes revistas da área. Até pouco tempo apenas uma sociedade em cada país tem esse direito”. chamava-se Audiology, e hoje adota o nome de International Journal of Audiology, como A fonoaudióloga brasileira, doutora em distúrbios da comunicação, destaca a valorização da ISA para as pesquisas e relatórios científicos oriundos de países em desenvolvimento. “Acho extremamente positiva essa postura, porque quando se publica um trabalho científico, costuma- A revista científica da ISA já publicou trabalho da dra. Ieda Russo e também da dra. Renata Motta Mamede Carvallo, da não tem nenhuma publicação no International Journal of Audiology, o que demonstra um envolvimento internacional desde 1991, particularmente na American sociação é, basicamente, o de auxiliar os países a desenvolverem soluções para os bém distribui material da Hearing International, com sede na Tailândia. fizemos no último congresso internacional de audiologia, mostrou que muitos países realizado na Argentina em 1998 e foi uma grata surpresa para ela. “Embora já tivesse Academy of Audiology, esta indicação foi muito gratificante, pois o objetivo da as- com notícias sobre o que ocorre na área de audiologia no mundo. A Sociedade tam- USP. “Enquanto o Brasil já possui dois textos publicados, uma estimativa que FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT indivíduos com perda de audição. Membro da ISA desde 1997, a fonoaudióloga dra. bimestral, a ISA edita o jornal AudiNews, resultado da fusão da revista com a Scandinavian Audiology e a a revista da British Society of Audiology. Uma fonoaudióloga brasileira, a dra Thaís C. Morata, ex-aluna da dra. Ieda e residente em Cincinatti, nos Estados Unidos, integra o Conselho Editorial dessa revista . Além desta revista 8 - REVISTA REVISTA DA DA FONOAUDIOLOGIA FONOAUDIOLOGIA -- 2ª 2ª REGIÃO REGIÃO O Brasil será sede do congresso em 2010. Eles ocorrem em uma alternância entre Ásia, Europa, África e Américas. “Trazê-lo para São Paulo foi uma grande conquista para a fonoaudiologia brasileira, pois ganhamos da candidatura dos Estados Unidos”, rejubila-se a fonoaudióloga. A exigência básica para se associar a ISA é ser fonoaudiólogo e comprovar que possui o titulo de especialista em Audiologia e atua na área. A taxa anual de associação é de 65 dólares e dá direito as publicações, além de descontos nos congressos bienais, workshops e seminários. Membros da Associação Brasileira de Audiologia tem desconto nos eventos promovidos pela ISA. Informações mais detalhadas podem ser solicitadas através do e-mail da dra. Ieda Russo ([email protected]) ou no site www.isa-audiology.org . EDIÇÃO EDIÇÃO 61 61 -- MAIO/JUNHO MAIO/JUNHO 2005 2005 FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Vozes do Trabalho: Seminário discute disfonia relacionado ao trabalho, desde os primeiros passos em 1997. “Com a os sindicatos como parceiros nesta luta”. Brasileira de Fonoaudiologia, o Seminário Nacional Vozes do Trabalho reuniu união de SBFa, sindicato, CEREST e da própria PUC-SP na elaboração e ajuste O Seminário Nacional Vozes do Trabalho foi aberto por Alice Penna de no dia 15 de abril, no Auditório Vermelho do Centro de Convenções Rebouças, do documento, creio que finalmente chegou o momento de passá-lo para Azevedo Bernardi, em nome do CEREST e contou com as presenças do dr. Carlos em São Paulo, uma platéia atenta e interessada que lotou o auditório para discutir as questões relacionadas com o outra instância, com o envolvimento também de representantes do Ministério do Trabalho e do INSS. Avançamos Edurdo Gabas, superintendente do INSS em São Paulo e do dr. Koshiro Otani, Coordenador do Programa de Saúde do distúrbio da voz relacionado ao trabalho. Esta discussão teve início em muito e sentimos a necessidade de uma participação interdisciplinar – Trabalhador da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. A mesa de aber- 1997, através de seminários organizados pelo GT da Voz da de fonoaudiólogos, fisioterapeutas, tura também foi composta pela fga. Suzana P.P. Giannini, PUC-SP e culminou com a elaboração, em 2004, de documento sobre a disfonia pelo CEREST-SP, que deverá dar origem a FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Organizado pelo CEREST com o apoio do Comitê de Voz da Sociedade da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e pela fga. Thelma Costa, do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região. O evento teve o uma Instrução Normativa sobre a apoio oficial do CRFa 2a. Região. abordagem dos procedimentos Os debates, giraram em torno dos A fga. Thelma Costa, uma das palestrantes (ao microfone) representou o CRFa 2a. Região administrativos e critérios de notificação dos distúrbios da voz relacionados ao periciais para avaliação de incapacidade terapeutas ocupacionais, psicólogos, laborativa. No seminário agora realizado, a médicos, profissionais da área do direito... – e, principalmente, do tra- trabalho, aspectos referentes ao uso da voz relacionado ao trabalho e suas fga. Léslie Piccolloto Ferreira, presidente do Comitê da Voz da SBFa e docente da balhador. Este é o momento do trabalhador levantar sua bandeira e conseqüências, a atenção à saúde vocal na RENAST e a prática clínica nos PUC/SP, fez o resgate histórico das discussões sobre o distúrbio da voz dizer ‘nós temos direito e nós queremos’ e para isso precisamos trazer distúrbios da voz relacionados ao trabalho. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9 FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Dia da Voz 2005: amigos em todo lugar Durante todo o mês de abril e particularmente no dia 16, em que se comemora mundialmente o Dia da Voz, os fono- educativas voltadas para a conscientização Renato Teixeira; a banda Gargamel; o vocal e suas implicações na comunicação, na saúde e na cultura. grupo Emoção Sincera, formado por Carmen Queiroz, Cássio Junqueira e audiólogos orientaram a população sobre a importância da voz e os cuidados para a SÃO PAULO Edmilson Capelupi; Maria Alvim & Rick Udler e Páscoa da Conceição foram os des- manutenção de uma voz saudável, através de ações adaptadas às características e Dois corais, o da USP, sob a regência de Sandra Espiresz e da PUC-SP, regido por necessidades de cada região e clientela. A iniciativa foi da Sociedade Brasileira de São Paulo - Ibirapuera taques das comemorações do Dia da Voz desenvolvidas na capital paulista direta- São Paulo - Ibirapuera Fonoaudiologia (SBFa), através do seu Comitê de Voz, com o apoio do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região e do Conselho Federal de Fonoaudiologia. O objetivo da campanha de 2005 – que adotou como tema “Seja amigo da sua voz!” - foi o de alertar a população com ações 10 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 mente pela Sociedade Brasileira de Fono- ambos localizados na zona leste da cidade audiologia, através de seu Comitê da Voz. No dia 16 de abril estes artistas se de São Paulo, o evento no dia 16 de abril teve como objetivo oferecer à população casas de repouso da região para estimular os idosos a usarem suas vozes em ativida- apresentaram sob a marquise do Parque do Ibirapuera, em S.Paulo, em uma programa- também teste de diabetes, emissão de documentos e carteiras do estudante e des lúdicas, ao mesmo tempo em que concediam entrevistas em programas de ção ininterrupta das 11 às 15 horas, que também contou com Oficina de Voz e palestras sobre saúde, entre outras atividades. No estande da Fonoaudiologia, rádio e TV da cidade. Foram distribuídos folders e afixados cartazes oficiais da SBFa, orientações práticas, com o envolvimento ativo de crianças e adultos que freqüentam coordenado pelas fonoaudiólogas Daniela Damaso, Laís Guarnieri e Danyelle em vários pontos do município, sob coordenação da profa. Maria Lúcia S. esse local de lazer e que foram atraídos pela programação. Barriccelli, foram realizadas orientações, avaliação fonoaudiológica através de Dragone. Ainda em São Paulo e sob o patrocínio da Faculdade de Fonoaudiologia da protocolo de triagem e distribuição de folhetos informativos cedidos pelo PUC-SP e do GT-Voz foi realizado show da cantora revelação Fabiana Cozza no dia 13 Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região. Cerca de 100 pessoas foram de abril, no Teatro TUCA, com entrada franca. encaminhadas para avaliação mais completa em instituições de ensino Nos dias 13e 14 de abril, nas instalações do CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clinica, foram efetuadas palestras, discussões, vivência vocal e orientações, sob a coordenação da fga. Márcia R. de Toledo e a participação das fgas. Kênia I. Ferreira, Kelly H. Ueda, Lilia Regina Ribeiro e Simone M. Ventura. A divulgação foi feita no bairro, em padarias, escolas, academias, farmácias e mercados. Os participantes das palestras foram em sua maioria homens e profissionais da voz (professores, advogados, jornalistas, operador es de telemarketing e cantores, entre outros) e foram abordados os aspectos de anatomia e da fisiologia do aparelho fonador e os cuidados com a voz. Nos Colégios São Miguel Arcanjo e Externato Nossa Senhora do Carmo, São Paulo - Ibirapuera EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 Grupos de alunos visitaram asilos e FERNANDÓPOLIS O curso de Fonoaudiologia das Faculdades Integradas de Fernandópolis realizou várias atividades no município durante a Semana da Voz. A coordenadora do curso, Mara Mércia Belúcio Buosi, (clínica-escola), hospitais públicos e e/ou entidades que não cobram pelo atendimento ou o fazem por um valor simbólico. As alterações com maior incidência foram na área da motricidade orofacial, seguido de problemas de linguagem e voz. Em seqüência às palestras foram realizadas práticas de respiração, de projeção vocal e de soltura da musculatura cervical e realizadas orientações especificas, divulgou a importância da voz aos professores da FEF, por meio de banners com orientações para o dia-a-dia desses profissionais e a professora e fonoaudióloga Cristina Ide Fujinaga e as estágiárias do 4o ano concederam entrevistas a emissoras de rádio, esclarecendo a população a respeito da importância da voz e os cuidados necessários para manter a saúde vocal. Com o objetivo de divulgar a importância do uso adequado da voz nos de acordo com a queixa de cada participante. cursos de formação de professores, a professora e fonoaudióloga Ana Lúcia Rios, ARARAQUARA Alunos do terceiro ano do Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário abordou em palestra realizada aos alunos e professores do CEFAM de Fernandópolis de Araraquara – UNIARA foram os responsáveis pela escolha do tema “Cante, os conceitos básicos sobre a produção vocal e os principais cuidados com a voz renove sua voz”, em que foi calcada toda a programação da Campanha da Voz de aplicados à docência. Além disso também foram realizadas oficinas com os agentes 2005. comunitários de saúde do PSF CAIC. São Paulo - S.Miguel Arcanjo e N.S. Carmo São Paulo - Ibirapuera REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 11 Araraquara Fernandópolis Fernandópolis Pomílio estiveram diretamente envolvidas JUNDIAÍ Triagens fonoaudiológicas e otorrinolaringológicas, orientações sobre a importância da voz e sugestões para sua conservação foram realizadas em Jundiaí no dia 16 de abril, tendo como público alvo a população em geral. Estas ações tiveram MARÍLIA nessa programação, que também incluiu distribuição de folders explicativos e Com o apoio das secretarias entrevistas em emissoras de TV e jornais locais. municipais de Ensino e de Higiene e Saúde de Marília, do curso de Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista e de profissionais voluntários, ações de MACATUBA Sob a coordenação da fonoaudióloga o apoio da ATEAL – Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem Anna Maria Sagin Bornello, o Dia da Voz foi comemorado na cidade de Macatuba (local dos eventos), Faculdade de Medicina de Jundiaí, Secretaria Municipal de Saúde, com palestras aos professores da rede municipal, apresentação de coral para Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Associação Brasileira de Otorrinolaringolo- professores e alunos e peça teatral sobre orientação vocal, para os alunos. gia e das empresas CAS Produtos Médicos, Audibel, Widex e GN Resound. Durante a semana os professores realizaram aquecimento e desaquecimento Em paralelo foram realizadas nos dias 12, 15 e 19 de abril, pela ATEAL, vocal e foram oferecidas maçãs e garrafas de água com mensagens sobre o uso da promoção à saúde voltadas a funcionários e usuários das Unidades Básicas de Saúde e do Programa de Saúde da Família foram desenvolvidas na semana de 11 a 16 de abril. Esta foi uma das várias ações em Marília em comemoração ao Dia da Voz que contaram com o envolvimento da Delegacia do CRFa em Marília, através da delegada, fga. Fabiana Marins, e da subdelegada, fga. Cristiane Gomes. No dia 11, professoras da UNESP palestras educativas e preventivas em escolas particulares, escolas de música, voz, para ampliar a conscientização dos professores. Os funcionários das creches programaram atividades educativas (palestras participativas e ilustrativas, com curso de magistério e na Faculdade de Educação Física (ESEF), com orientações também receberam orientações sobre a voz através de palestras. atividades lúdicas antes e depois das orientações) nas EMEIs, com a cola- sobre higiene vocal e atitudes a serem tomadas aos primeiros sinais de disfonia. Faixas espalhadas pela cidade, sobre a importância da saúde vocal e texto boração dos estudantes dos cursos de Fonoaudiologia As fonoaudiólogas Aline Tafarelo Vargas, Karin de A.B. Nivoloni e Mariza C. A. publicado no jornal local complementaram as ações desenvolvidas. No dia 14 de abril foram distribuídos folders e dadas orientações à Jundiai Jundiai 12 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO Macatuba EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 Marília Ourinhos população em supermercados da cidade, informações sobre a importância dos por alunos dos cursos de Fonoaudiologia e fonoaudiólogas voluntárias. Esta ação foi cuidados com a voz pela mídia impressa, rádio e TV. repetida no dia 16 no Terminal Urbano Rodoviário pelos estudantes de Fonoau- Na quarta feira, dia 13, os 32 coordenadores da Diretoria de Ensino diologia, em companhia de fonoaudiólogas da Secretaria Municipal de Higiene e Regional de Ourinhos se reuniram para ouvir a palestra “Conversando sobre a voz Saúde. A programação em Marília também do professor” e a voz da cantora Solange Joana Miguel. Na sexta feira, dia 15, a contemplou a realização de um fórum sobre “Voz e Expressividade”, no dia 14, população lotou os quase 600 lugares do teatro municipal Miguel Cury para assistir com a participação de fonoaudiólogos de diferentes áreas de atuação da voz e uma palestra, no dia 17, na Associação Comer- a palestra “Cuidados com a Voz” e o coral da Escola Municipal de Música A semana de atividades foi encer- cial e Industrial de Marília, para os comerciantes associados. Uma segunda palestra, rada no sábado com a performance “Nos Tempos das Ondas do Rádio”, pelos alunos atitudes e comportamentos. A Câmara Municipal de Santa na Ordem dos Advogados do Brasil, estava agendada para a semana seguinte. do circo-escola SOARTE e um bate-papo com profissionais da voz sobre o uso e Branca aprovou moção de parabenização, apresentada pelo vereador Jonas Alves de exigências da voz nas diferentes profissões. A programação em Ourinhos teve o Souza. OURINHOS Chavantes. A campanha em Ourinhos ocorreu durante toda a semana de 11 a 16 de abril, patrocínio da Prefeitura Municipal de Ourinhos, Secretaria da Saúde, Secretaria com palestras para professores, coordenadores de ensino e psicopedagogos e da Cultura, SAE, SOARTE, Diretoria Regional de Ensino de Ourinhos, Colégio distribuição de folders em locais estratégicos da cidade. Também foram veiculadas Objetivo, GSP Planet Idiomas, Cerâmica Brasil e Vidal – Corretora de Seguros de Marília Ourinhos EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 SANTA BRANCA A apresentação de teatro de fantoches para crianças na faixa etária de 4 a 12 anos e de programa em emissora de rádio local com orientações sobre os cuidados da voz marcaram a Semana da Voz em Santa Branca. A peça teatral – O Mágico de Oz - foi apresentada pelo Grupo de Teatro Pastorzinhos de Fátima da Catequese, em adaptação da fga. Isabel C. Viola, com o objetivo de oferecer situações que propiciassem o aprendizado de ■ Acesse o site do CRFa 2a. Região, em http://www.fonosp.org.br para informações mais amplas sobre estas e outras comemorações do Dia da Voz em São Paulo, no ano de2005. ■ Ourinhos REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 13 Cefaquinho, pioneiro ent fonoaudiólogos e está voltada para atendimento da população com de Fonoaudiologia - Cefac Assistencial, sejam pacientes, sejam fonoaudiólo- distúrbios de comunicação, sistematizando o trabalho com uma população gos, a tratam como “Cefaquinho”, por sua origem na iniciativa dos diretores que já vínhamos atendendo a longo tempo, de maneira informal”. do CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica, os fono- O início efetivo de atendimento ocorreu em março de 2000, após a audiólogos Jaime Luiz Zorzi e Irene Queiroz Marchesan, de criar uma reforma em uma casa na rua Aimberê. Zorzi relata que, “desde o início das alternativa viável de atendimento para uma população sem acesso aos atividades, até dezembro de 2004, a ONG já atendeu mais de 1.300 serviços privados de saúde na área da fonoaudiologia. pacientes para avaliação, diagnóstico e tratamento dos distúrbios de comuni- O “Cefaquinho” é, de acordo com o fgo. Jaime Zorzi, a primeira ONG cação, abrangendo os setores de voz, linguagem, gagueira, motricidade oral, tipicamente de fonoaudiologia. “Foi fundada em novembro de 1999 por psicologia, otorrinolaringologia, neurologia, ortodontia e serviço social. FOTO: CEFAC Grande parte dos que gravitam em torno da Sociedade Clínica-Escola Também já atendeu cerca de 4.000 pacientes para avaliações auditivas encaminhados pela rede pública de postos de saúde, sem qualquer custo”. Como apoio, a Clínica-Escola conta com o espaço de consultórios do prédio do CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica onde estão instalados os equipamentos para avaliação audiológica e que está situado a poucos metros da ClínicaEscola. O CEFAC Clínica -Escola conta em sua sede com oito salas para atendimento ambulatorial em fonoterapia, psicologia, neurologia, otorrinolaringologia e ortodontia, trabalhos de orientação e prevenção, com possibilidade de atendimento ambulatorial de 70 pacientes por dia. “Se considerarmos um atendimento médio de seis meses por paciente (o que corresponde a uma média de 20 sessões) e 11 meses de trabalho por ano, chega-se, facilmente, a até 700 pacientes em fonoterapia, por ano”. “Quando criamos a ONG, procuramos ‘casar’ o atendimento da população que não tem possibilidade de acesso aos serviços de Fonoaudiologia com um centro de formação para os profissionais que preparamos em nível de especialização. O corpo fixo é de oito fonoaudiólogos, todos remunerados e, hoje, por 10 bolsistas – 14 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 SEGUNDA REPORTAGEM DE UMA SÉRIE FOTOS: CEFAC ntre as ONGs de fonoaudiólogos alunos da nossa especialização – que têm um desconto na mensalidade e, em troca, prestam atendimento. Além destes, contamos com os professores nove - em trabalho voluntário e os alunos do CEFAC, que cumprem a carga horária prática de 100 horas dos cursos de especialização, na observação, avaliação e acompanhamento da terapia. Contamos ainda com a colaboração de otorrinolaringologistas, neuropediatras e ortodontistas, em uma concentração de esforços que vem trazendo excelentes resultados”. Em relação ao trabalho voluntário, Jaime Zorzi o utiliza, mas o objetivo é essas pessoas “não doarem seu tempo e seu serviço, mas sim serem remuneradas dentro do possível. Com o trabalho voluntário, ficamos na dependência das possibilidades de quem é voluntário e com isso não podemos contar com a regularidade e com o tempo prolongado”. A Sociedade Clínica-Escola de Fonoaudiologia - Cefac Assistencial funciona no modelo mais típico das ONGs, efetuando uma seleção dos pacientes. Inicialmente é efetuada uma triagem social, que define se o paciente pagará ou não alguma taxa pelo atendimento, em função da sua disponibilidade de renda. “Toda a ONG tende a buscar uma autosustentação e esta forma de prestação EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 15 veis à população, é uma das maneiras de torná-la sustentável e cobrir os custos operacionais”, justifica o fonoaudiólogo. Anteriormente, os pacientes provinham de encaminhamentos de postos de saúde, hospitais FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT de serviços, com pagamentos acessí- lembra, com orgulho, que já recebeu profissionais da Argentina, Portugal, Peru, Chile e Venezuela. “Neste segundo semestre deverá chegar um novo grupo, de Portugal, para um programa de formação de 15 dias”.. públicos, clínicas universitárias, escolas e por indicação de outros O fonoaudiólogo lamenta o excesso de burocracia que ainda existe pacientes ou de profissionais à frente de hospitais ou ambulatórios. Com o para a criação de uma ONG. “O Estado não garante os serviços fonoaudiológi- tempo, o boca-a-boca cresceu e surpreendeu os dirigentes da ONG. cos e não é uma entidade ou associação privada ou sem fins lucrativos que “Hoje temos gente que vem de municípios distantes, de todas as Fgo. Jaime Luiz Zorzi deveria estar preocupada com isso, embora a gente esteja. Não é coisa tão faixas etárias, que ouviram falar do serviço que prestamos...” os parceiros, teremos a oferecer algo já funcionando e um modelo que simples se obter recursos ou gerenciar alguma coisa, mas eu não voltaria Ainda não existem parcerias com o Estado e com empresas mas o deu certo. É bem diferente de vender um projeto no papel para um finan- atrás. Quando pensamos na estruturação de uma ONG, tínhamos um objetivo, a médio e longo prazo, é estabelecer esses acordos. “Somos ciador...” Se as parcerias ainda não projeto de atendimento social e, em nosso caso, também de formação uma ONG sem uma instituição universitária por trás, da qual sería- existem, a Clínica-Escola já está se tornando um centro de referência internacional. O fgo. Jaime Zorzi profissional, ao qual agregamos o de publicação de trabalhos científicos. E mos um braço. Quando procurarmos fomos em frente”. Prestação de serviços em perspectiva tripla O Cefac Clínica-Escola tem como perspectiva a prestação de serviços que, além de suprirem a demanda, favoreçam também a formação continuada e o desenvolvimento científico dos profissionais da área. Atendimentos estes que sejam: (1) inclusivos dos diferentes segmentos da população com distúrbios da comunicação, especialmente aqueles com maiores dificuldades econômicas de acesso ao diagnóstico e atendimento terapêutico e preventivo; (2) estimuladores de pesquisas aplicadas às diferentes disciplinas interrelacionadas: fonoaudiologia, educação, psicologia, medicina e odontolo- gia; e (3) geradores de procedimentos preventivos. de seus recursos vocais e de oratória. A atuação institucional do Um outro aspecto relevante da atuação institucional é o da prevenção CEFAC Clínica – Escola foi estruturada com os seguintes objetivos estratégi- dos distúrbios da linguagem e aprendizagem escolar e da formação de cos e interligados: ■ Oferecer atendimento professores, dirigido às escolas, atingindo profissionais da rede de educativo, preventivo e terapêutico às pessoas e familiares de portadores de educação infantil e ensino fundamental. Esse trabalho visa, por um lado, distúrbios de comunicação e orofaciais provenientes dos diferentes segmen- desenvolver procedimentos metodológicos/programáticos que possam tos sócio-econômicos; ■ Desenvolver programas de otimizar os processos de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral e prevenção, diagnóstico e tratamento de escolares com distúrbios de escrita, minimizando as dificuldades de aprendizagem e, por outro, capaci- linguagem oral e escrita; ■ Capacitar profissionais da tar os professores para o uso adequado educação com otimização de recursos 16 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 pedagógicos para facilitar a aprendiza- volvimento de recursos econômicos e sentido, como é o caso das deficiências gem da linguagem oral e escrita, diminuindo e minimizando a incidên- humanos. Embora não haja uma estatística mentais, auditivas, paralisias cerebrais, síndromes e outras alterações cia de distúrbios da aprendizagem e realização de programas de saúde oficial, estima-se uma incidência mínima de 10 a 15% de portadores de neurológicas. Entretanto, estes valores podem ser maiores conside- vocal do professor; ■ Promover pesquisas científi- distúrbios de comunicação, levando-se em conta que a grande maioria da rando-se que muitos distúrbios da comunicação estão presentes em cas relacionadas aos distúrbios da comunicação e orofaciais; população de deficientes físicos e mentais, calculada nessa porcenta- pessoas que não estão incluídas nestas categorias tradicionais de gem, apresenta limitações neste deficiências. ■ Implementar a área de desen- Dois formatos, um objetivo De acordo com Sylvia Esteves Torre, vice-presidente de parceria, através de projeto e licitação. A OSIP será o do IFAO – Instituto do Terceiro Setor, de Itajubá (MG) e consultora em profisisionalização de administração de braço estendido do orgão que não tem condições de exercer aquele papel e o relatório de suas atividades é enca- ONGs, essas entidades precisam pensar seriamente em uma estruturação profissional, gerenciadas como uma empresa, minhado ao Ministério Público”, coloca a consultora. “A OSIP é uma criação recente, menos engessada, embora com fins não econômicos, sejam elas estruturadas como associações ou como OSIPs – Organizações Sociais de para evitar o processo burocrático, embora a associação ainda transmita maior credibilidade pelas condições Interesse Público. Estes são os dois formatos institucionais para a constituição de uma organização sem fins lucrativos. estabelecidas para sua criação e funcionamento. A OSIP, em seu estatuto, registra as finalidades como uma carta de “A maior parte são associações”, assegura. Para efeito de registro, as associações necessitam intenção e, em seguida parte para a ação”. Para Sylvia Torre, “nas associações, este comprometimento é total porque três anos de existência para pleitear o registro. “Em compensação, esta forma de estruturação apresenta necessita prestar contas das atividades anteriores e mais o plano de atividade futura, para continuar obtendo a várias vantagens, como isenção de taxas patronais, INSS, CPMF, IR... Já como OSIP é possivel requerer seu registro certificação”. O que mais preocupa Sylvia é o que chama de no Ministério da Justiça apenas com a apresentação do que está se propondo. Em contrapartida, não está bem “balanço social”, o resultado das ações que interferem no exercício da cidadania. “As ações não podem ser pontuais. definido quem fiscaliza essas organizações, ao contrário da associação, que possui uma normatização centraliza- É necessário detectar, por exemplo, qual o efeito que modificou um adolescente para ser protagonista de sua dora bem clara, de cobrança das ações. Por exemplo, para as associações é obrigatório o envio de relatórios de própria história, que possibilitou a sua melhoria de vida. O empresário, ao subsidiar um projeto, tem também o direito atividades do ano anterior e o planejamento para o ano corrente aos diversos orgãos públicos (CNAS, INSS entre de estar cobrando o resultado do investimento que realizou, que normalmente estaria repassando para o governo”. outros), para obter as vantagens e benefícios previstos para uma associação”. Para Sylvia, é perfeitamente possível trabalhar com voluntários. “No entanto, a parte organizacional deve A estrutura da OSIP é menos exigente do que de uma associação e permite parcerias tanto com empresas contar com pessoas registradas e remuneradas. O voluntário tem que ser treinado para disponibilizar o talento dele públicas como privadas. “Se existir uma demanda que um orgão público não supre, pode se estabelecer um termo para um bem comum. Ele tem que servir a entidade e não a entidade servir a ele” EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 17 Enade avalia 24 cursos de Fonoaudiologia de São Paulo O Ministério da Educação componente específico da área, dos em instituições estaduais e munici- divulgou em 11 de maio o resultado do primeiro Exame Nacional de Desempe- ingressantes no componente específico e o de ingressantes e concluintes na pais. nho dos Estudantes (Enade). A prova foi aplicada em novembro de 2004, em formação geral. Os dois primeiros itens tiveram peso de 75% na nota Enade podem ser acessados na página do INEP, em http://www.inep.gov.br/ 2.184 cursos em 13 áreas concentradas em saúde e ciências agrárias, entre final e, o último, de 25%. Dos cursos com conceitos superiores, 28,4% são superior/enade/. Os arquivos estão disponíveis no site para download, no eles o de Fonoaudiologia. No Estado de São Paulo foram de instituições federais e 52,2% de instituições privadas. O restante está formato .pdf e em planilhas no formato .xls avaliados 24 cursos de Fonoaudiologia (veja quadro). Deixaram de ser avaliados os cursos oferecidos pela USP – Universidade de São Paulo em São Paulo, Bauru e Ribeirão Preto e pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, em Campinas, que não aderiram ao sistema instituído pelo governo federal. As instituições envolvidas e os conceitos obtidos estão no quadro divulgado nesta página. Os cursos com a indicação SC (sem conceito) não tiveram alunos participantes em uma das fases do exame, no ingresso ou na conclusão do curso. Criado para substituir o antigo Provão, o Enade,em lugar de avaliar os formandos de cada área todos os anos, se propõe a analisar o resultado dos estudantes por uma amostra dos formandos e dos alunos do primeiro ano, a cada três anos. Os dois grupos foram submetidos à mesma prova, possibilitando, segundo o MEC, avaliar o desempenho como um todo, desde a entrada até a saída do estudante do curso de graduação. O antigo Provão avaliava todos os concluintes dos cursos superiores. Os conceitos, divididos de 1 a 5, de acordo com as notas, foram calculados com base em três itens: o desempenho dos concluintes no Os resultados completos do Cursos de Fonoaudiologia avaliados no Estado de S.Paulo Instituição Município Conceito Centro Universitário das FaculdadesMetropolitanas Unidas São Paulo Centro Universitário de Araraquara Centro Universitário de Votuporanga Araraquara Votuporanga Centro Universitário do Norte Paulista Centro Universitário Lusíada S. José do Rio Preto Santos 2 4 Centro Universitário Nossa S. do Patrocínio Centro Universitário São Camilo Itu São Paulo 2 3 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo São Paulo SC Faculdades Integradas de Fernandópolis Faculdades Integradas Teresa d’Ávila Fernandópolis Lorena 3 3 Pontifícia Universidade Católica de Campinas Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Campinas São Paulo 3 4 Universidade Bandeirante de São Paulo Universidade de Franca São Paulo Franca SC SC Universidade de Marília Universidade de Mogi das Cruzes Marília Mogi das Cruzes 3 SC Universidade de Ribeirão Preto Universidade do Oeste Paulista Ribeirão Preto 3 Presidente Prudente 3 Universidade do Sagrado Coração Universidade Estadual Paulista Bauru 3 Júlio de Mesquita Neto Universidade Federal de São Paulo Marília São Paulo 4 2 Universidade Guarulhos Universidade Metodista de Piracicaba Guarulhos Piracicaba SC 3 Universidade Metodista de São Paulo S.Bernardo do Campo 3 3 SC 3 Fonte: INEP 18 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 FOTO: CRFa 2a. REGIÃOFOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Encontro Internacional de Audiologia: 914 inscritos e 124 palestrantes tópicos abordados estiveram vincula- honorário da ABA. Sua esposa, a fga. Brasileira de Audiologia, o 20º. EIA – Encontro Internacional de Audiologia dos à avaliação audiológica pediátrica, política de saúde em audição, reabilita- dra. Maria Cecília Bevillacqua, ausente por motivos pessoais, também recebeu ocupou a arena, teatro e mezanino do TUCA, em S.Paulo, de 21 a 24 de abril ção aural, eletrofisiologia, emissões otoacústicas, triagem auditiva neona- homenagem. A Academia Brasileira de Audio- último e reuniu quase mil participantes, provenientes de praticamente tal universal, avaliação vestibular e reabilitação, perda de audição por logia é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que foi fundada em novem- todas as regiões do Brasil e também da Argentina, Paraguai e Costa Rica. A ruído e AASI. Na abertura oficial do encontro, bro de 2001 com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos. coordenação geral do evento esteve a cargo da profa. dra. Altair Cadrobbi feita pela presidente da ABA, dra. Maria Angelina Nardi Martinez, o dr. Para esse fim conta com a cooperação e o apoio de diversas instituições Pupo e da profa. dra. Beatriz C. A. Caiuby Novaes. Orozimbo Alves Costa Filho foi homenageado como primeiro membro internacionais da área da audiologia. A segunda gestão da ABA, presi- O congresso contou com 914 inscritos, dos quais 353 associados da Academia Brasileira de Audiologia. Também participaram 109 alunos associados da ABA, 136 alunos não associados, 163 profissionais não FOTO: CRFa 2a. REGIÃO Organizado pela Academia dida pela profa. dra. Maria Angelina Nardi Martinez, da PUC-SP, foi iniciada em 2003 e teve encerrado o mandato logo após o congresso. A dra. Eliane Schochat, da USP-SP, é a presidente da terceira gestão(2005/2007) da entidade. associados, 124 palestrantes e 29 associados de outras entidades. Entre Também integram a nova diretoria as dras. Adriane Mortari Moret (HRACe os palestrantes, quatro vieram do exterior: os doutores Mário A. Svirsky FOB/USP, Bauru), Beatriz Caiubi Novaes (PUC-SP), Cecília Martinelli e Judith Gravel (dos Estados Unidos), Richard Seewald (do Canadá) e Harvey Iório (UNIFESP – EPM, São Paulo), Kátia Almeida (Santa Casa, São Paulo) e Dillon (da Austrália).Os principais Lilian Jacob (Tuiuti, Curitiba). A Academia Brasileira de Audiologia (ABA) está em novo endereço desde 22 de dezembro de 2004, em sede própria: rua Itapeva, 202 - conjunto 61, em São Paulo. O telefone da ABA é: (0 ** 11) 3253-8711. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 19 FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT informativo sobre a Fonoaudiologia. Um das ações mais importantes nesse dia foi o denominado “Espaço da Comunicação”, onde a ONG Vez da Voz, dirigida pela fonoaudióloga Cláudia Cotes, criou condições para a interação entre crianças com e sem deficiência, com o ensino de Libras, Braille e cuidados com a voz, além de brincadeiras e desenhos. Em todo o shopping center estavam disponíveis, ao lado dos seguranças e no balcão de informações, intérpretes da língua brasileira de sinais (Libras) ligados à Feneis-SP - Federação Nacional Vez da Voz promove dia de inclusão social de Educação e Integração dos Surdos. Os restaurantes fizeram cardápios em Braille. O Instituto Maurício de Sousa e a Editora Globo doaram 800 gibis com histórias de Dorinha, uma menina cega, Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da PUC-SP) e Fundação e Da Roda, um garoto cadeirante. Ao lado do estande, um telão exibiu o filme data, cegos, surdos, cadeirantes, portadores da Síndrome de Down e Dorina Nowill para Cegos pudessem montar seus balcões, divulgar sua causa da Turma da Mônica “Cine-Gibi” (o primeiro DVD infantil brasileiro com outros deficientes tiveram seu dia de inclusão social com um evento realizado e apresentar o trabalho que desenvolvem e de seus pacientes. A exposição opção de tradução em Libras), disponibilizado gratuitamente pela Paramount no dia 14 de maio, das 10 às 22 horas, no Shopping Center Penha, na zona “Vencedores”, com fotos de Érico Hiller, da ADD - Associação Desportiva para Pictures, e outros vídeos produzidos pela Vez da Voz. leste da cidade de São Paulo. O espaço foi cedido para que a Deficientes tendo com o tema atletas deficientes, foi inaugurada no dia do Atividades educativas, lúdicas e artísticas com crianças e adultos, ONG Vez da Voz, em conjunto com outras instituições voltadas para o evento e deverá ali permanecer nos corredores do shopping por mais 15 deficientes ou não, tomaram conta da praça de alimentação do shopping em atendimento de deficientes, como AACD (Associação de Assistência à Criança dias. O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª. Região apoiou o evento com dois turnos, às 12h e às 16h. Entre as apresentações, a de capoeira envolveu Deficiente), Apae-SP, Derdic (Divisão de distribuição de sacolas e material crianças portadoras de deficiências FOTOS: ELISIARIO E.COUTO / INSERT Idealizado e coordenado pela ONG Vez da Voz, que comemorou um ano na 20 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 físicas, integrantes do setor de reabilita- Saiu na imprensa... ção desportiva da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Dança O evento recebeu, entre outras visitas, a de Aline Oliveira Mores, assessora da Coordenadoria de Projetos Sociais da Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo. Parceria com o grupo SONAE. A fga. Cláudia Cotes relata que o grupo Sonae, parceiro da ONG e proprietário do Shopping Center Penha, quer investir em atividades voltadas à inclusão de deficientes em todos os shoppings de sua rede. A primeira delas, em São Paulo, foi esta no Shopping Center Penha, na zona leste de São Paulo. Em seguida haverá ações no shopping Pátio Brasília, no Distrito Federal (previsto para junho), no Shopping Boa Vista, em Santo Amaro (na zona sul paulistana) e no Franca Shopping, no interior de São Paulo, no segundo semestre. Foi justamente em um shopping center do grupo Sonae – o do Parque Dom Pedro, em Campinas - que o Vez da Voz teve início, há um ano. Outra unidade do grupo, o Tivoli, em Santa Bárbara d’Oeste, também já recebeu as atividades da ONG. O grupo Sonae, de origem portuguesa, mantém no Brasil, além dos shoppings, as redes de supermercados Big, Mercadorama e Maxxi e atua em países como Grécia, Alemanha, Itália, Áustria e Espanha, além de Portugal. Ser[a justamente em Portugal que as Rede Mundial de Televisão As comemorações do Dia da Voz e as FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT com adolescentes surdas foi apresentada pela Derdic. questões que afetam a voz foram os temas abordados no programa do dia 12 de abril pelas fonoaudiólogas Léslie Piccolloto Ferreira, em nome do Comitê da Voz da SBFa e Maria Juliana Amatuzzi de Oliveira Algodoal, em nome do CRFa – 2ª. Região. O programa, com uma hora de duração, é apresentado por Enildo Viana e retransmitido pelo satélite Brasilsat 3, por diversas retransmissoras em todo o país e pelo sistema de TV por assinatura. EPTV, Canal 25 e TV Século 21 A fonoaudióloga Cláudia Cotes, de Campinas participou de três programas de televisão sobre o Dia da Voz. Na EPTV, afiliada da rede Globo com geração de imagens para Ribeirão Preto, São Carlos e Varginha, falou sobre a expressividade da fala e os cuidados com a voz, no programa “Receita da Casa”, transmitido no dia 15 de abril às 12:30 horas. No programa transmitido pelo canal 25, a cabo, no dia 14 de abril às 15:30 horas, a fga. Cláudia Cotes discorreu durante meia hora sobre os cuidados com a voz e o projeto da ONG Vez da Voz. A fonaaudióloga ainda participou de reportagem na TV Século 21, com cobertura nacional, sobre a voz e seus cuidados. Rádio Brasil 2000 e Rádio 89 Nova Brasil Por ocasião do Dia da Voz, a emissora Brasil 2000 colocou no ar vinheta com a voz da fga. Maruska Freire Rameck com chamada para a campanha. A mesma vinheta foi também repetida na rádio 89 Nova Brasil, no mesmo dia Rádio CBN A fga. Maruska Freire Rameck foi entrevistada pela rádio CBN no dia 16 de abril sobre os eventos que a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, em conjunto com o CRFa realizavam em comemoração ao Dia da Voz, com ênfase no programação do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Rádio Atlântica AM, TV Mar e Diário Oficial do Município de Santos O Dia da Voz foi divulgado pelas fonoaudiólogas que atuam no serviço público em Santos em entrevistas das fgas. Leniza de Abreu e Simone Carvalho de Oliveira na Rádio Atlântica AM no dia 16 de abril e da fga. Fernanda Garcia da Cruz no Jornal Mar em Manchete da TV Mar. O Diário Oficial do município de 14 de abril também estampou matéria sobre o tema. atividades do Vez da Voz deverão ser também desenvolvidas, com o auxílio da Rádio Jovem Pan bailarina Keyla Ferrari, integrante da equipe Vez da Voz e presidente da ONG 22:30 horas, conduzido por Thiago Gardinali na Rádio Joven Pan AM, a fga. Irene Marchesan abordou as alterações de fala em indivíduos adultos. O programa contou Cedai (Centro de Dança Integrado), que ensina dança para deficientes. com muitas perguntas de pessoas que se sentiam prejudicadas pela maneira como falavam e sobre as possibilidades de correção na idade em que se encontravam. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 No programa de entrevistas “Radio ao vivo” do dia 5 de maio, das 22 até as REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 21 Política de educação inclusiva é adotada em Jandira Fga. Lilian Cristina Cotrim O município de Jandira, nas proximidades da capital paulista, nos Diante da grande demanda e do número ainda reduzido de profissio- Os temas abordados na Reunião Geral foram o desenvolvimento pré- últimos anos vem adotando medidas em direção a uma política de educação nais por área, a equipe da AISE optou por proporcionar informações relacio- natal, o esenvolvimento global (0-3, 4-6 e 6 a 12 anos) e atividade pedagó- inclusiva para sua rede escolar. Em meados de 2003, a Diretoria de nadas à questões da educação inclusiva, beneficiando indiretamente os gica, tanto na Educação Infantil como no Ensino Fundamental Educação realizou uma série de estudos e planejamentos, que resultou professores e alunos da rede escolar do nosso município. Na Reunião de Subgrupo, abordou-se deficiência física, deficiên- na criação da AISE – Assessoria Institucional Sócio Educacional. Este Decidiu-se por fazer dois tipos de reuniões. A primeira, abordando cias múltiplas, Síndrome de Down, deficiência visual, atraso do desenvol- Número de alunos matriculados vimento neuro-psicomotor, deficiência mental e paralisia cerebral na rede municipal de ensino de Jandira em 2005 A formação teve um total de 58 horas, dividido em 43 horas (presenci- departamento tem como foco tratar as questões relacionadas ao processo de ensino aprendizagem voltados à inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Educação Infantil ais) e 15 horas em atividades programadas, que será utilizada pelos Formada por uma equipe multidisciplinar, composta por Pré-escola Creche fonoaudiólogo, pedagogo, psicopedagogo e psicólogo, a AISE objetiva Total desenvolver ações formativas junto aos educadores e gestores, orientações Ensino Fundamental 1a. a 4ª. séries 6.145 va, com o tema: “Educação e Diversidade? Educação é Diversidade”, estendi- aos pais, acompanhamento educacional às crianças e procedimentos mais Escola Especial EJA 94 356 do a todos os profissionais da rede municipal e a alguns setores interessa- amplos no âmbito institucional. A análise de estudo dos casos de Fonte: DME/PMJ, 2005 3.110 730 participantes como formação continuada do plano de carreira. 10.453 A equipe também promoveu em 2004 o II Fórum de Educação Inclusi- dos da comunidade. O encontro contou com a presença das fgas. alunos inclusos na rede e a leitura de 190 relatórios com descrições das aspectos de desenvolvimento global, Nastienka Presto Ojevan, da prefeitura municipal de Osasco e da profa. queixas pedagógicas, fundamentou um programa de formação - “Facilitadores denominada como Reunião Geral e outra contendo aspectos mais específi- dra. Maria Teresa Carvalheiro, da prefeitura municipal de Mogi-Mirim. da Inclusão” - dirigido aos Coordenadores Pedagógicos da Rede. cos ligados às deficiências mais encontradas na rede municipal, Neste ano de 2005, a equipe da AISE planeja aumentar o alcance de O programa foi desenvolvido através de reuniões semanais com os denominada Reunião de Subgrupo. As 25 unidades escolares foram divididas sua atuação, através do acompanhamento mais próximo junto aos coordenadores pedagógicos da rede, expondo temas sobre o desenvolvi- em grupos de acordo com as características de seus casos de inclusão. educadores da rede municipal, e do desenvolvimento de projetos que mento da criança e sobre necessidades especiais específicas. A equipe AISE é formada pela fga. Lilian Cristina Cotrim, psicóloga Alice Cristiane Pitteri, psicopedagoga Maria Donizetti Augusto e pedagogo Oséias Fernandes Martins, sob coordenação de Nádia Martins da Costa. O Diretor da Educação é Paulo Fernandes Cubaquini 22 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO envolvam toda a equipe escolar e a comunidade de pais de alunos. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● eventos ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Congresso da SBFa em 2005 será em Santos O XIII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, promovido pela SBFa Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, será realizado em 2005 na cidade de Santos, entre os dias 28 e 30 de setembro, no Mendes Convention Center. No dia 27 serão realizadas reuniões da Executiva Nacional de Estudantes, Nacional de Docentes e de Coordenadores de Pós-Graduação de stricto sensu e lato sensu. O último congresso realizado no Estado de S. Paulo foi em 1999. No de 2005, a temática oficial será “Pesquisa em Fonoaudiologia no Brasil: diversidade teórico-metodológica”, tema que pretende provocar discussões sobre a formação profissional, ações e pesquisas desenvolvidas. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 Neste ano, a Comissão Organizadora introduziu algumas modificações no congresso, com a finalidade de dinamizar as discussões. Uma delas foi a substituição dos fóruns por seminários de estudos avançados em Fonoaudiologia, que ocorrerão por adesão e não mais por convite. Estão também previstos estudos de casos e mesas redondas, organizadas pelos diversos comitês da SBFa. Novos critérios de premiação dos trabalhos apresentados foram também estabelecidos, para tornar o processo mais igualitário. Para isso foram criadas quatro categorias: pesquisa, dissertação, tese e trabalho de iniciação científica e de conclusão de cursos de graduação e de especialização O site oficial do congresso, onde poderão ser obtidas informações detalha- das do evento, deve ser acessado em http:// www.alvoeventos.com.br/ fono.html. VI Congresso Nacional da Rede Unida De 2 a 5 de julho de 2005 será realizado, em Belo Horizonte, no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, o VI Congresso Nacional da Rede Unida. É aguardada a participação de cerca de 1.800 pessoas, entre professores, profissionais da área da saúde, lideranças comunitárias e estudantes universitários, provenientes de todos os estados brasileiros. No mesmo período, também será realizada a I Mostra de Produção de Saúde da Família de Minas Gerais, o II Fórum Nacional de Redes em Saúde e a Reunião de Pólos de Educação Permanente em Saúde. O congresso coincide com os 20 anos da Rede. Informações : av. Pasteur, 70 – 3o andar, CEP 30150-290 Belo Horizonte/MG, fone: (0xx31) 3222-7266 / fax: (0xx31) 3222-7288, e-mail [email protected] ou no site www.ufmg.br/ redeunida. REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 23 ATO MÉDICO Comissão de Orientação e Fiscalização Mantenha seu endereço atualizado A Comissão de Orientação e Endereços desatualizados geram Fiscalização tem constatado, durante as visitas fiscalizatórias, que inúmeros custos desnecessários ao Conselho, pois inúmeras correspondências são devolvi- endereços que constam no sistema estão desatualizados. das, visitas de fiscalização são infrutíferas e contatos telefônicos desnecessários No ato de requerimento de inscrição profissional junto a este órgão, são realizados, na tentativa de contatar o profissional. o Fonoaudiólogo assina um termo de ciência, comprometendo-se a “procurar Além disso, o próprio profissional é prejudicado, pois pode deixar de rece- orientação junto ao departamento de registros do Conselho ou Delegacia ber pacientes em seu consultório, uma vez que os mesmos contatam o Conse- Regional, sempre que houver atualização de dados referentes aos endereços lho a procura de um profissional e os dados comerciais destes nem sempre estão residencial e comercial, para assim manter o cadastro sempre atualizado”. corretos . Comunique sempre qualquer alteração em seus dados cadastrais! Veja, no site do CRFa 2a. região, em http://www.fonosp.org.br, a relação dos profissionais com informações desatualizadas ERRATA Vapt Vupt, por enquanto, só em São Paulo... O atendimento Vapt-Vupt implanta- Marília, Ribeirão Preto e Santos - ainda do pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª. Região, noticiado na última edição não foi possível a adoção desse mesmo processo de agilização, em razão da da Revista da Fonoaudiologia, por enquanto é válido apenas em sua sede, em necessidade de adequação da estrutura física e de pessoal dessas unidades para São Paulo. Nas delegacias regionais – em essa prestação de serviço. A expectativa é a de que, em breve, elas também estarão sendo habilitadas para fornecer a mesma agilidade de atendimento que hoje é oferecida na sede. 24 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO Entrega de assinaturas aguarda audiência pública A entrega das 500 mil novas assinaturas coletadas contra o teor do Projeto de Lei do Ato Médico que tramita no Senado Federal – totalizando um milhão de assinaturas - aguarda o agendamento, pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal (CAS), da primeira Audiência Pública. A realização das Audiências Públicas para debater o Projeto de Lei 025/2002 é uma promessa da senadora Lucia Vânia, relatora do projeto na Comissão de Assuntos Sociais, feita às 13 categorias profissionais da área da saúde ( Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional e Técnicos em Radiologia), para tornar público o debate sobre o projeto de lei, de maneira idônea, sob o espírito da interdisciplinaridade e da democracia. Esta garantia de realização de audiência foi reafirmada em audiência concedida a representantes das profissionais de saúde, entre elas a presidente do CFFa, Maria Thereza Mendonça Carneiro de Rezende, no dia 27 de abril último. Na ocasião a senadora garantiu que o esboço de um novo substitutivo está sendo delineado por sua assessoria. Na ocasião, a Comissão Nacional contra o Projeto de Lei 025/2002 entregou ao gabinete da senadora um dossiê, composto por manifestos, publicações e moções nacionais contra o Projeto. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 Fonoaudióloga brasileira é homenageada pela IAOM A fonoaudióloga dra. Irene Marchesan será agraciada com o Prêmio Richard H. Barrett, concedido pela IAOM – International Association of Orofacial Miology por sua contribuição de pesquisa na área de motricidade orofacial, de acordo com comunicado oficial de Anita Werinfield, presidente da entidade. A entrega da premiação ocorrerá por ocasião da convenção que a associação realizará em Vancouver, no Canadá, em 17 de junho próximo. Na ocasião será lido um pequeno currículo das contribuições da fonoaudióloga brasileira para a área. O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª. Região cumprimenta a homenageada pela premiação, que reafirma o estágio alcançado pela fonoaudiologia brasileira e seu reconhecimento internacional. Novo mandato A diretoria do CRFa 2a. Região Comissão de Ética Outro dia me vi muito decepcionada com uma colega de profissão que, gentilmente, de verdade, fez um questionamento público acerca de um trabalho que venho desenvolvendo, voluntariamente, pela Fonoaudiologia brasileira. Há anos participo ativamente de todas as ações em que consigo tempo de participar, na tentativa de colaborar para que nossa profissão cresça e amadureça a cada dia. Como exemplo, cito as inúmeras assinaturas que consegui contra o ato médico e minha presença em todas as reuniões em que se discutiu a questão das especialidades, para citar duas mais recentes. Acontece que essa colega veio questionar a ausência dos fonoaudiólogos e a pouca mobilização em um assunto específico em que venho atuando desde 1999, o que me entristeceu profundamente porque me levou a pensar na pouca participação que o fonoaudiólogo tem, de forma geral, nas ações que são políticas. Penso que os fonoaudiólogos devem participar sempre que solicitados, como uma forma de se posicionar. Nem sempre sou favorável, mas vou aos eventos que posso e me posiciono, faço minha voz ser ouvida. Não fico encastelada em meu trabalho pensando só em ganhar dinheiro e enriquecer, mesmo porque não adianta nada se a profissão acabar. Acho que as ações de responsabilidade social que tantos de nós fazemos, alguns brilhantemente, devem se iniciar por nossa profissão, nosso espaço e, depois para outras áreas. Nossa profissão precisa de profissionais que atuem por ela e não cada um por si! É importante participar das ações propostas por nossos Conselhos Regional e Federal e pela nossa sociedade científica, sem falar no Sindicato! ■■■ As colocações feitas pela fonoaudióloga no texto acima reproduzido, infelizmente são uma realidade e uma constante na Fonoaudiologia. Este Conselho promove inúmeras atividades políticas e sociais importantes para a consolidação da profissão e raramente conta com a participação dos fonoaudiólogos. Parece que o fonoaudiólogo ainda não se deu conta de quão importante é sua participação para a obtenção dos objetivos propostos. A frase “A união faz a força” é apenas um ditado popular sem nenhum reflexo para a foi reeleita pelo 7o. Colegiado, em reunião plenária realizada em 1o de nossa profissão. Se consultarmos o nosso Código de Ética veremos que está prevista a abril deste ano. O mandato da diretoria é de um ano, com possibilida- participação política do fonoaudiólogo. No artigo 4, inciso III está escrito: que constituem princípios éticos da de de reeleição, dentro do período de gestão do Colegiado. Veja relação de Fonoaudiologia “a propugnação da harmonia da classe”. Mais à frente, no artigo 5, inciso V, ao abordar os direitos dos profissionais, componentes no expediente desta revista, na página 3. a “liberdade de opinião e de manifestação de movimentos que visem a defesa da classe”. EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 25 Receba em seu e-mail informações sobre ofertas de emprego e FOTO: CRFa 2a. REGIÃO Notícias por e-mail. Cadastre-se abertura de concursos, clipping das notícias de interesse do fonoaudiólogo, eventos programados – cursos, congressos, seminários, encontros e palestras, inclusive as ligadas ao Happy Hour Cultural promovido pelo CRFa 2a. Região. Para receber todas essas informações o procedimento é muito simples: acesse o site do CRFa 2ª. Região em http://www.fonosp.org.br e clique na opção “Cadastre-se” no menu horizontal superior. Este cadastramento não está limitado ao profissional fonoaudiólogo. Acadêmicos de Fonoaudiologia, outros profissionais de saúde e pessoas interessadas na profissão CRFa novamente presente na Feira do Vestibular Realizado em São Paulo, bianualmente desde 1992, a Fevest - Feira do Vestibular tem o objetivo de auxiliar os estudantes do ensino médio e vestibulandos a escolherem, com maior nível de segurança, o curso e a faculdade mais adequados para o desenvolvimento de seus estudos. podem se cadastrar livremente. A mostra já proporcionou o contato de 350 mil jovens com faculdades e Guia do Fonoaudiólogo. O cadastramento de empresas e profis- universidades de todo o país. Atividades lúdicas, aplicação de exames sionais da área de Fonoaudiologia foi reaberto (há necessidade de novo simulados, oficinas de orientação, apresentações culturais, distribuição cadastramento). Com ele será possível identificar profissionais (pessoa física de material informativo e palestras de orientação integram o evento. ou pessoa jurídica) envolvidos com as diversas áreas de Fonoaudiologia, suas O CRFa 2a. Região tem participado dessa mostra nos últimos anos e áreas de atuação e todas as informações necessárias para o contato. novamente compareceu no realizado de 13 a 16 de abril , no ExpoMart, em 26 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO São Paulo, com estande (onde distribuiu material informativo, exibiu vídeo institucional e esclareceu dúvidas de todos os interessados) e com palestra, na manhã do dia 14 de abril, ministrada pela fga. Renata Luciane Megale, fiscal do CRFa 2ª. Região, sobre o perfil da profissão, suas áreas de atuação e formas de ingresso. Na participação deste ano, o CRFa contou com o apoio de docentes e alunos de quatro cursos de Fonoaudiologia – os oferecidos pela PUC-SP, Santa Casa, Universidade Metodista e Fatea, este último de Lorena – que colaboraram de forma dedicada e entusiasta no atendimento ao grande número de estudantes que compareceu ao local nos quatro dias do evento. . EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 Classificados Para anunciar, ligue (0 ** 11) 3873-3788 VENDO Vectonistagmógrafo Digital+Estimulador Visual+Otocalorímetro a Ar (Neurograff), cadeira pendular (Yoshi).Tel: (11) 98421942 (11) 4033-3371 Regina NASCIMENTO CONTABILIDADE - Abertura de empresas - Contabilidade/Folha de Pagamento - Inscrição de Autônomos - Adm. de condomínios Tel.: (11) 3255-1429 Perdas e roubos Alcione Maria Chiarelli Bellotti (CRFa 13.638)comunica a perda de sua cédula de identidade profissional. Roberta Chaib de Souza Coelho (CRFa 14.306), comunica a perda de seu carimbo profissional em 18/04/2005 ALUGAM-SE SALAS Em clínica com infra-estrutura completa, ótimo padrão, prédio novo. Integral ou períodos. Aclimação, 20m do metrô Vergueiro. Tel 3271-7007 - Elizabeth FONOAUDIÓLOGO LIVROS; BRINQUEDOS, SOFTWARE, ACESSÓRIOS PARA AUDIOLOGIA E TERAPIAS E CLASSIFICADOS GRÁTIS. Visite: www.otofono.com.br Envie um email para [email protected] FACILITANDO A TECNOLOGIA Oferecemos orientação e manutenção em micros, notebooks, redes e internet. Desde 1994. Fone (11) 5506-0080 [email protected] ANUNCIE GRATIS www.otofono.com.br envie seu email [email protected] EDIÇÃO 61 - MAIO/JUNHO 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 27