Jornal Notícias de Beja 09.12.2004

Transcrição

Jornal Notícias de Beja 09.12.2004
9 de Dezembro de 2004
9
DEZEMBRO
2004
SEMANÁRIO REGIONALISTA
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXVI – N.º 3818
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Em Fevereiro de 2005
Legislativas antecipadas
“Mistérios”
do Natal
neste País
à beira mar plantado
Nestes dias de Advento, que, supostamente, em países de tradição cristã, como Portugal, são de azáfama e preparação
próxima para a Festa da família e para a celebração religiosa do
Mistério do Verbo Incarnado, a nossa atenção está a ser desviada
para outros “mistérios” terrenos, opacos e insondáveis, que
baralham as nossas categorias mentais e afectam gravemente a
nossa credibilidade política, a nossa maturidade cívica e a nossa
auto-estima.
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O Presidente da República,
Jorge Sampaio, anunciou, no
dia 30 de Novembro, que vai
dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas. O
PSD manifestou a sua discordância com a decisão, que, no
entanto, mereceu os aplausos
dos partidos da Oposição.
A decisão de Jorge Sampaio,
justificada pelo Palácio de
Belém com a “apreciação
política global” que o Presidente fez da actual situação no
país, ocorre apenas dois dias
depois de uma nova crise no
Governo, aberta com a demissão do ministro do Desporto,
Henrique Chaves, e quatro
meses e meio após o executivo
liderado por Pedro Santana
Lopes ter tomado posse. Na
sequência desta decisão, as
décima primeiras Legislativas
em 29 anos de democracia – e
quintas legislativas antecipadas
- terão lugar no início de 2005,
previsivelmente em Fevereiro.
Em menos de um ano, entre
Fevereiro de 2005 e Janeiro
de 2006, os cerca de 10
milhões de eleitores portugueses serão assim chamados
às urnas quatro vezes, face à
realização de um referendo
sobre questões europeias relacionado com a assinatura do
Tratado da Constituição, provavelmente em Abril, às eleições autárquicas, que deverão
ter lugar entre 14 de Setembro
e 14 de Outubro, e, por fim, à
eleição de um novo Presidente
da República, em Janeiro de
2006. A Assembleia da República continua em actividade até
o Presidente assinar o decreto
para a sua dissolução, o que só
poderá acontecer depois de
ouvidos os partidos políticos e
o Conselho de Estado.
O Governo, por sua vez mantém-se em funções até à tomada de posse do novo
Executivo.
Opinião
As más razões
No Orçamento para 2005 esboça-se
um combate, mais decidido do que
até aqui, à evasão fiscal. É certo que
algumas propostas iniciais foram
depois amaciadas – por exemplo,
no levantamento do sigilo bancário
ou na avaliação indirecta da matéria
tributável (por sinais exteriores de
riqueza). Mas o que ainda lá está
chega para incomodar muita gente,
Cáritas adere
à iniciativa
“10 milhões
de estrelas”
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que -por motivos óbvios - preferiu
o ataque indirecto, agitando questões macroeconómicas para, no
fundo, afastar outras medidas.
Veremos até quando terão conseguido adiar uma luta eficaz contra a
fuga aos impostos. Aí está um bom
teste ao próximo Governo, seja ele
qual for.
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Laicismo europeu
Contra a tradição judaico-cristã da
sua matriz cultural, o laxismo, o
hedonismo e o relativismo ético e
moral vêm fazendo caminho na vida
dos povos da Europa, numa tendência demagógica de fractura com
os mais elementares padrões e
referências da civilização ocidental.
Tome-se como exemplo o direito
básico às crenças religiosas, garan-
tido há mais de 50 anos, tanto pela
Declaração Universal como pela
Convenção Europeia dos Direitos
do Homem, que ainda recentemente
foi posto em causa pelo Parlamento
Europeu, ao recusar para membro
da Comissão o italiano Buttiglioni,
por causa das suas convicções
morais e religiosas de católico
alinhado com o Vaticano!
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Visita Pastoral
do nosso Bispo a Serpa
No domingo, dia 5, voltei a Serpa,
acompanhado de D. Manuel
Falcão, para celebrar a Eucaristia
dominical de encerramento da
Visita Pastoral. Igreja cheia, muita
gente de pé, escuteiros fardados a
rigor e um acólito, o Leopoldo, mais
alto que qualquer dos celebrantes.
Na homilia agradeci o acolhimento
durante os dias da Visita Pastoral,
lembrando que quem acolhe os
apóstolos é ao próprio Cristo que
acolhe e não ficará sem recompensa, mas alertando também para
a necessidade de missão e de
aprofundamento da vida cristã em
Serpa, pois, embora quase toda a
gente seja baptizada em criança e
tenha funeral religioso, no entanto,
entre o nascimento e a morte desenvolve-se a vida cristã, numa relação
contínua entre os dons de Deus e a
liberdade humana.
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IGREJA
2 – Notícias de Beja
9 de Dezembro de 2004
Ética testemunhal
A Eucaristia não é apenas celebração. Há-de ser também vivência
É que existe uma tão estreita
aliança entre sacramento e existência que a existência deve ser
trazida para o sacramento e o
sacramento deve ser levado para a
existência.
Não é isso, porém, o que se verifica.
Muitas vezes, respira-se pouca
vida na Eucaristia e respira-se
pouca Eucaristia na vida. Ou seja,
em vez da integração mútua,
abrimos uma barreira recíproca,
estabelecendo pólos de fricção e
cavando zonas de ruptura.
Já Luigi Giussani lastimava «a
divisão entre a fé e a vida». Daí
que a Igreja reze, na Liturgia das
Horas, «para que se viva o que
sacramentalmente se celebra», É
que ela está firmemente persuadida
de que só através desta vivência
se ultrapassará a indiferença que
se sente entre culto e cultura e o
divórcio que se nota entre templo
e tempo.
Há, de facto, uma dupla dificuldade
que urge vencer: a dificuldade em
celebrar a vida e a dificuldade em
viver a celebração. A primeira
traduz-se no decréscimo da participação e na sua reduzida qualidade, mais conexa com uma assistência que com uma autêntica
participação. A segunda revela-se
na resistência a envolver a Missa
na missão.
O capítulo quarto da Carta Apostólica «Mane nobiscum, Domine»
considera a Eucaristia precisamente como «principio e projecto
de missão». «O fim da Missa –
adverte João Paulo II – constitui
um mandato, que há-de levar o
cristão a empenhar-se na propagação do Evangelho e na animação
cristã da sociedade». Só que, para
muitos, o «ide em paz» continua a
ser visto como despedida e não
como envio. Esquecemos que o
encontro com Cristo -prossegue o
Santo Padre - «não é um talento
para enterrar, mas para fazer frutificar em obras e palavras».
É por tudo isto que se impõe
desencadear uma «ética testemunhal», que não dispense ninguém
de implicar a celebração na vida e
de transformar a sociedade em
função dos valores veiculados pela
Eucaristia. Trata-se de uma transformação englobante, que não se
limita à conversão da pessoa, mas
que requer mudanças nas estruturas sociais, económicas e políticas.
A missão – assegura o Papa – é
justamente «levar Cristo, deforma
credível aos ambientes da vida, do
trabalho, do cansaço, do sofrimento, fazendo com que o espírito
do Evangelho se torne fermento na
história e “projecto” de relações
humanas marcadas pela solidariedade e pela paz».
Eis, portanto, aqui as bases de uma
sólida «cultura da Eucaristia»
concebida como «caminho para
intensificar uma cultura do diálogo» que nada tem de alienante.
Esta cultura torna-se solidariedade
para com todos e faz-se serviço aos
mais pobres. Com efeito, «o cristão
que participa na Eucaristia aprende
a ser promotor de comunhão, de
paz, de solidariedade, em todas as
circunstâncias da vida». As tragédias do nosso tempo «desafiam
ainda mais fortemente os cristãos a
viverem a Eucaristia como uma
grande escola de paz, onde se
Bispos franceses denunciam restrições à
liberdade religiosa no país
O presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), arcebispo JeanPierre Ricard, denunciou as dificuldades encontradas pela Igreja Católica,
desde que é aplicada a lei que interdita os símbolos religiosos ostensivo
nas escolas públicas. “O medo de um islamismo militante tem sido
acompanhado de uma vontade de restringir as expressões da liberdade
religiosa para todas as religiões”, declarou D. Ricard na abertura da
assembleia plenária de Outono da CEF.
O prelado criticou ainda os partidários de uma “secularização completa da
sociedade” e da expressão “escola pública, santuário da República, em
que as religiões ficam à porta”.
Paróquias espanholas recolhem assinaturas em
favor da disciplina de Religião
Mais de 20 mil paróquias espanholas estão a recolher assinaturas em
favor da disciplina de Religião nas escolas públicas, esperando contar
com o apoio de 2 milhões de pessoas.
A maioria dos professores de Religião, cerca de 14 mil, e católicos dessas
paróquias estão a colaborar com esta campanha, que tem o objectivo de
apresentar ao primeiro ministro Zapatero a recusa das suas propostas,
que pretendem tomar a disciplina opcional, não avaliável e sem alternativa
no horário. De acordo com o jornal católico espanhol La Razón, 80% dos
alunos escolhe frequentar a disciplina de Religião católica.
formem homens e mulheres geradores de diálogo comunhão».
Esta comunhão gera necessariamente um «impulso para um impulso para um compromisso real na
edificação duma sociedade mais
equitativa e fraterna». Já S. Paulo
afirma vigorosamente que não é
lícita uma celebração eucarística
onde não resplandeça a caridade
testemunhada pela partilha concreta com os mais pobres 1 Cor 11,1722.27-34).
Quem, por isso, recebe o alimento
tem a obrigação de se fazer. Ele
mesmo, alimento.
O Sumo Pontífice pensa concretamente «no drama da fome que
atormenta centenas de milhões de
seres humanos, nas doenças que
flagelam os países em vias de
desenvolvimento, na solidão dos
idosos, nas dificuldades dos desempregados, nas desgraças dos
imigrantes».
Que não haja ilusões: «É do amor
mútuo e, em particular, da solicitude
por quem passa necessidade, que
seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo.
(cf Jo 35)».
E é sob este critério que «será
comprovada a autenticidade das
nossas celebrações eucarísticas».
João Teixeira
Domingo III
do Advento
Ano A
9 de Dezembro de 2004
A alegria, que perpassa através do Advento e impregna os textos
litúrgicos, nasce desta certeza consoladora: Deus, após o pecado,
não abandona o homem, as encarnou e tornou-Se presente na história
humana e na existência de cada homem, abrindo assim um novo
caminho à humanidade.
Esta alegria, por sabermos que Deus está próximo do homem com o
Nascimento do Salvador, trazendo a todos, particularmente aos mais
pobres e deserdados a esperança da felicidade plena, deve ser a atitude
fundamental do cristão.
I Leitura
Is 2, 1-5
O texto desta leitura refere-se, em primeiro lugar, ao regresso do exílio
do povo de Deus e descreve a atitude espiritual desses momentos numa
explosão de alegria. As imagens que aparecem ao longo do texto são
comparações; mas Jesus realizou algumas delas à letra e, a terceira
leitura de hoje refere-as expressamente, mostrando assim que o
verdadeiro regresso do exílio à pátria é Ele quem o realiza, em nosso
favor, ao levar-nos consigo e em Si ao Pai.
Leitura do Livro de Isaías
Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida,
cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lheá dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Saron. Verão a
glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos
fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos corações
perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem
para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvarvos». Então
se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos.
Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de
alegria. Voltarão os que o Senhor libertar, hão-de chegar a Sião com
brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão
o prazer e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos.
Salmo Responsarial
Salmo 121 (122)
Refrão: Vinde, Senhor, e salvai-nos.
II Leitura
Col 1, 12-20
Dentro de toda a história da salvação, a vida de cada um de nós é uma
gota de água no oceano ou um instante no meio de todo esse tempo. A
hora da última vinda do Senhor, a pôr o ponto final nessa história e a
consumá-la para todos os homens e para cada um deles, há-de ser
aguardada na paciência e na fidelidade de cada momento, porque o
Senhor virá.
Sacerdote sul-africano lança novas
denúncias sobre o tráfico de
pessoas em Moçambique
Um sacerdote sul-africano lançou
novas denúncias sobre o tráfico de
pessoas em Moçambique, uma
semana depois de os religiosos da
Congregação dos Servos de Maria
responsáveis pela denúncia do
tráfico de órgãos e pessoas na
Província moçambicana de Nampula, terem referido que, noutras
zonas de Moçambique, continuam
os desaparecimentos. O Pe. Jean Lc
Scour assegurou que “as pessoas
chegam à África do Sul vindas de
outros países, em especial de
Moçambique”. ‘Precisamos de mais
tempo para investigar, mas em
cidades como Joanesburgo e Durban é possível ver chegar pessoas
atraídas por falsas promessas de
emprego, que vêm a ser vendidas”,
revela. O Pe. Jea Lc Scour passou
por Lisboa para participar no Seminário “A Luta contra a Escravatura
e a sua Abolição”, promovido pela
Fundação Pro Dignitate, em cooperação com as Nações Unidas.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor
espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva
temporã e a tardia. Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos
corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis uns
dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta.
Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas,
que falaram em nome do senhor.
Evangelho
Lc 23, 35-43
O sonho de Isaías, descrito na primeira leitura, aparece nesta leitura
realizado por Jesus. E Ele que, finalmente, vem anunciar a Boa Nova
do seu mistério Pascal, em que todos somos chamados a participar.
Assim, o fim dos tempos e a sua última vinda já está, em certo modo, a
realizar-se. Mas é preciso aguardar, na fidelidade e na vigilância, que
ela se realize completamente.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo
e mandou-Lhe dizer pelos discípulos: «És Tu Aquele que há-de vir, ou
devemos esperar outro?». Jesus respondeulhes: «Ide contar a João o
que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são
curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é
anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em
Mim motivo de escândalo». Quando os mensageiros partiram, Jesus
começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma
cana agitada pelo vento? Então que fôstes ver? Um homem vestido com
roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontramse nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim - Eu volo digo - e mais que profeta. E dele que está escrito: “Vou enviar à tua
frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho”. Em verdade vos
digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que
João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».
OPINIÃO
9 de Dezembro de 2004
Advento e laicismo
cultural europeu
O Advento convida os católicos à
meditação e à penitência como meio
de preparação da festa do Natal. É,
pois este, um tempo litúrgico
especialmente adequado à reflexão
sobre a mensagem de paz, esperança e de amor corporizada no
nascimento de Cristo. E, também, à
vigilância activa que ajude a evitar
os perigos e a resolver os conflitos
que afligem o mundo hodierno.
Ora, um dos males que vem corroendo a civilização europeia é de
raiz cultural e filosófica e traduz-se
na negação da dimensão espiritual
do homem e dos princípios morais
e éticos que lhe estão associados.
Na linha dos filósofos do século
XVIII e dos pensadores políticos
do liberalismo dos séculos XIX e
XX, foi-se criando a convicção
(errada) de que, à medida que
aumentassem a liberdade e os
conhecimentos científicos, as
crenças religiosas tenderiam a
enfraquecer ou até a desaparecer,
enquanto a democracia se deixaria
imbuir por uma ortodoxia moral, de
tipo relativista, despida de qualquer
concepção substantiva que não a
da simples tolerância.
Porém, como os factos mais recentes dos finais do século passado e
do princípio deste terceiro milénio
demonstram, o fenómeno religioso,
com evidentes conotações políticas, eclodiu em várias e extensas
partes do Mundo, com inusitado
vigor, do Islão à América Latina,
passando pela Ásia, África e índia.
E isto apesar dos enormes progressos técnicos e científicos
entretanto verificados e dos esforços do Ocidente no desenvolvimento de uma cultura de tolerância religiosa e cívica e no
fomento de regimes políticos livres
e democráticos.
Por isso, impõe-se a constatação
óbvia de que, em todos os tempos
e lugares, a dimensão espiritual do
homem e, consequentemente, das
sociedades por ele formadas justifica o papel e a importância
essenciais da religião na vida e
governo dos povos.
Assim sendo, nesta aldeia globalizada dos nossos dias, tenho como
indubitável que só o diálogo ecuménico, o conhecimento recíproco
e a tolerância inter-religiosa poderão representar o caminho seguro
para que a humanidade possa
aspirar aos desígnios divinos de
paz e compreensão mundiais.
Com este espírito, parece evidente
que os valores religiosos e morais
não só não são incompatíveis com
a liberdade e a democracia, como
devem ser incentivados e fomentados pelo poder político, sem
prejuízo da salvaguarda do princípio fundamental da laicidade do
Estado: “A Deus o que é de Deus,
a César o que é de César”.
Todavia, não tem sido este o
entendimento da cultura europeia
pós-moderna Ao fanatismo religioso, passou a responder-se com a
inimizade pelas religiões, mesmo
por aquelas que, como o Cristianismo, pregam os ideais do humanismo, da tolerância e da liberdade
e se redimiram dos excessos do
passado longínquo.
Contra a tradição judaico-cristã da
sua matriz cultural, o laxismo, o
hedonismo e o relativismo ético e
moral vêm fazendo caminho na vida
dos povos da Europa, numa tendência demagógica de fractura com
os mais elementares padrões e
referências da civilização ocidental.
Tome-se como exemplo o direito
básico às crenças religiosas, garantido há mais de 50 anos, tanto pela
Declaração Universal como pela
Convenção Europeia dos Direitos
do Homem, que ainda recentemente
foi posto em causa pelo Parlamento
Europeu, ao recusar para membro
da Comissão o italiano Buttiglioni,
por causa das suas convicções
morais e religiosas de católico
alinhado com o Vaticano!
erafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda.
S- Sinos
- Órgãos
- Relógios de Torre
Importação
Comércio e Indústria
Rua Andrade Corvo, 78
4704 - 522 BRAGA
Tel. 253 605 770 Fax 253 605 779
Notícias de Beja – 3
Registado
Em nome da laicidade, alguns países
europeus recusaram a inclusão, no
preâmbulo do Tratado Constitucional Europeu, da referência ao
Cristianismo como matriz histórica
da cultura e identidade europeias,
renegando, assim, uma das mais
impressivas fontes dos seus valores humanistas!
E em nome da liberdade, vai-se
legalizando o aborto e a eutanásia,
enquanto se tende a consagrar em
letra de lei a identificação da família
e do casamento à união de
homossexuais!
É sobre esta perigosa tendência do
autoritarismo cultural das elites
políticas da esquerda europeia que
é preciso reflectir e agir seguindo o
exemplo da Conferência Mundial
das Mulheres Parlamentares para a
Protecção de Crianças e Jovens
que, há dias, em Roma, concluiu
pela necessidade de “definir e
defender uma visão da família como
unidade fundamental para o desenvolvimento equilibrado dos filhos
e de exigir aos Estados o desenvolvimento de políticas públicas de
protecção e defesa da família.
Que neste Natal de 2004 o Menino
Jesus renasça nos corações dos
cristãos portugueses e dos europeus e lhes dê ânimo e força para
publicamente proclamarem a sua fé
e agirem em conformidade com a
reflexão que sobre ela são convidados a fazer, são os votos sinceros,
que proponho à consideração dos
meus estimados leitores.
António Pedras
As más razões
No Parlamento acontece hoje algo insólito. Será debatido e aprovado o
Orçamento para 2005, apresentado por um Governo que está de saída. Ora
um dos motivos dessa saída terá sido a sua política orçamental,
nomeadamente este Orçamento, por abrandar o ritmo de redução do défice
estrutural das contas do Estado. Não tem lógica política esta aprovação
do OE.
O Orçamento foi muito criticado, até nesta coluna. Vários empresários de
peso bramaram contra ele. Suspeito, porém, que boa parte da hostilidade
à política orçamental de Bagão Félix tenha menos a ver com uma justificada
preocupação com o persistente desequilíbrio das contas públicas do que
com outras razões - más razões.
No Orçamento para 2005 esboça-se um combate, mais decidido do que até
aqui, à evasão fiscal. É certo que algumas propostas iniciais foram depois
amaciadas – por exemplo, no levantamento do sigilo bancário ou na
avaliação indirecta da matéria tributável (por sinais exteriores de riqueza).
Mas o que ainda lá está chega para incomodar muita gente, que -por
motivos óbvios - preferiu o ataque indirecto, agitando questões
macroeconómicas para, no fundo, afastar outras medidas. Veremos até
quando terão conseguido adiar uma luta eficaz contra a fuga aos impostos.
Aí está um bom teste ao próximo Governo, seja ele qual for.
Por outro lado, um ministro das Finanças percebeu finalmente que o
sistemático atraso no pagamento das dívidas do Estado é um factor de
desmoralização, encoraja a fuga aos impostos e acaba por aumentar a
despesa pública. Por isso apresentou um Orçamento Rectificativo para
2004, já aprovado. No entanto, não se ouviram do lado empresarial grandes
elogios a este esforço para tornar o Estado pessoa de bem. Talvez por
haver quem se governe com a imoralidade dos atrasos.
Francisco Sarsfield Cabral,
Director de Informação da Rádio Renascença
“Diário de Notícias” 6/12/2004
É tempo de darmos as mãos
É
tempo
de
Natal
Descobrir um caminho novo
E nunca ficarmos sós
No meio do nosso povo
É tempo de voltar a ser
Homem-criança-crescida
Poisar a arma do mal
E sermos flores da vida
É tempo de fazer a paz
Num mundo que não tem fim
Enquanto formos capazes
Assis Portugal
De pensar na vida assim.
Dr. Rui Miguel Conduto
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NACIONAL
4 – Notícias de Beja
9 de Dezembro de 2004
“Mistérios” do Natal...
Nestes dias de Advento, que,
supostamente, em países de tradição cristã, como Portugal, são de
azáfama e preparação próxima para
a Festa da família e para a celebração
religiosa do Mistério do Verbo
Incarnado, a nossa atenção está a
ser desviada para outros “mistérios” terrenos, opacos e insondáveis, que baralham as nossas
categorias mentais e afectam gravemente a nossa credibilidade política, a nossa maturidade cívica e a
nossa auto-estima.
Não nos referimos ao “mistério” da
imbecilidade colectiva, manifestada
no voyeurismo doentio de algumas
pretensas “celebridades” a conviver bestialmente, em Quintas,
com os irracionais, nem à alienação
e alucinação provocadas por certas
fenómenos desportivos e pseudoreligiosos, que redundam, quase
sempre, em despersonalização
degradante ou agressividade desmedida e ruidosa.
Falamos do que toda a gente fala,
dos espectáculos, para maiores e
vacinados, que são vistos em
directo e, a todas as horas, em doses
industriais, e comentados, quase
sempre de forma vesga, unilateral e
facciosa, pelos analistas sabichões, com assento nas redacções
televisivas e imprensa escrita, ou
por escribas ocasionais, mandatados (e bem pagos) pelos seus
patrões, sejam empresários, no
sentido estrito do termo, sejam
políticos ou centrais ideológicas,
que se movimentam no escuro.
Sejamos claros e deixemo-nos de
discursos redondos: “mistérios”
complicados e enigmáticos, trapalhadas, como agora é moda dizer,
neste Advento, em Portugal, são os
factos Casa Pia, Apito Dourado e
crise política, com eleições antecipadas à vista.
Os dois primeiros arrastam-se, há
meses, com muitos capítulos repletos de densidade dramática,
muitas surpresas, muitas cenas
hard-core e o pressentimento generalizado, no cidadão comum, de que
tudo aquilo é balão que se vai
esvaziar em breve. Em português
mais corrente: que tudo fica em
águas de bacalhau, porque, justiça,
essa, só existe para os pequeninos,
os que não têm dinheiro nem bons
advogados, para os livrarem das
teias da lei.
Com a procissão da Casa Pia e de
alguns apitos dourados ainda na
praça, eis-nos confrontados com o
“mistério” de uma dissolução da
Assembleia da República, a catedral
da Democracia, dissolução só
anunciada, e ainda não explicada.
E com estes ingredientes picantes:
os conselheiros presidenciais de
Belém dizem que sim, que deve ser
lançada a “bomba atómica”; os
conselheiros oficiais da República,
democraticamente escolhidos –
Partidos Políticos e Conselho de
Estado – vão ser chamados apenas,
sublinhe-se, apenas, dia 10, para
assistirem à retirada dos fios da
“incubadora” do menino (não é o
Menino Jesus …) e participarem no
funeral do dito, melhor, da dita
coligação maioritária, coerente e
coesa; a Assembleia da República
“ferida de morte”, segundo o seu
Presidente, é aconselhada a fingir
que está em plenitude de funções
para aprovar um Orçamento, que
algumas forças da Oposição, que
produto.
Entretanto, é também público e
notório que o Presidente da Assembleia da República, soube, pela
Comunicação Social, da dissolução
da mesma Assembleia, porque o
Presidente da República “se esqueceu” de o avisar e que, pelo
menos, um partido político já sabia
da dissolução, que ia acontecer
dentro de horas e que, ironia das
ironias, o próprio Primeiro-Ministro
é que fez em Belém o anúncio da
dissolução à saída da audiência em
que ia apresentar a nome do novo
ministro para remodelação do
Governo, conforme estava
...neste País
à beira mar plantado
já pensam ser governo dentro de
meses, fingem não querer e não
aprovaram; os empresários (alguns,
que se movem bem em águas
turvas) contestam o tal Orçamento,
que pode tocar nos seus privilégios (evasão e fraude fiscais),
mas acham preferível, apesar de
tudo, ter este Orçamento que não
ter nenhum, e o malfadado Orçamento, em teoria, o instrumento
“maldito” que ditaria a morte do
Governo, lá foi aprovado com a
certeza declarada ou tácita de que
é um bom Orçamento, com a complacência hipócrita de habitantes
de Belém e discípulos de S. Bento.
E, pasme-se, tudo isto conhecido e
apadrinhado por uma Comunicação
Social que se arroga de isenta e
séria, mas que, descaradamente, há
muito se desmascarou porque é, na
generalidade, vergonhosamente
alinhada, anti-poder, sempre disponível para fazer campanhas de
difamação e mentir, porque isso lhe
traz dividendos, sobretudo na
tesouraria Quanto mais mentiras e
mais escândalos, mais se vende o
combinado.
E, caricatura suprema, 24 horas
antes, o Presidente tinha prometido
ao Primeiro-Ministro, por três vezes,
que não havia dissolução. Chamase a isto uma Democracia de pernas
para o ar.
Por isso, o pacato cidadão, que
assiste pasmado a este espectáculo
indecoroso, que nada entende de
politiquices e só deseja dinheiro no
bolso, saúde no corpo e segurança
nas ruas, cai numa onda de pessimismo e de descrença no futuro
do país, interiorizando e proclamando este princípio da cultura
popular: “Não vale a pena, são
todos iguais.” E os políticos, com
valor real, com currículo profissional, com espírito de missão e
amor à causa pública, pensam duas
vezes, quando convidados para
servir o País em funções governativas e dizem, compreensivelmente: não quero entrar nesta
arena de combate, onde todos os
dias posso ser enxovalhado, onde
não ganho nem honra nem dinheiro
e donde posso sair, ao fim de
alguns meses, com o estigma de
incompetente e trapaceiro.
É fácil fazer o apelo retórico e
calculista: avancem os homens
competentes, a boa moeda expulsa
a má moeda, Portugal precisa de
gente com espírito de missão.
Quem pode, nas actuais circunstâncias, com a vida partidária tão
“desinteressante”, seguir estes
cânticos de sereia e oferecer-se para
ser degolado por um qualquer
Herodes que apareça por aí, nas
ruas, nas altas instâncias públicas
ou nos jornais?
Em tempo de Advento cristão, vale
a pena confrontar a nossa vida
social e política com o grande
pregador, precursor do Messias
verdadeiro, figura típica e central
na liturgia da Igreja, nestes dias,
que foi João Baptista. “Raça de
víboras”, chamava ele aos fariseus
que o abordavam, nas margens do
Jordão, com falas mansas e atitudes
hipocritamente democráticas. Estamos certos de que se viesse hoje
ao mundo, o Profeta havia de
desmascarar muitos hipócritas que
por aí se passeiam com cara de
anjinhos e pastores ingénuos, a
começar pelos “arautos” da mentira
instalados na Comunicação Social,
e exortaria a todos a testemunharem,
como ele, a verdade, com palavras
corajosas, atitudes transparentes,
e, sobretudo, coerência de vida.
Está-se mesmo a ver a sorte deste
João Batista, em Portugal, em
Dezembro de 2004: não chegava ao
Natal, porque os políticos, os
poderosos, os defensores do
liberalismo de costumes (aborto,
uniões de facto, divórcio, eutanásia, etc, etc) decretavam-lhe logo
a sentença: fora de lei, proibição
absoluta de falar, politicamente
incorrecto, fascista-direitista, sem
passaporte de cidadania, nesta
sociedade que só presta culto às
divindades laicas servidas por
acólitos endinheirados.
Nesta confusão em que vivemos,
quando muitos se interrogam até
se Portugal, como nação, será
mesmo viável, com convicção,
coerência e frontalidade, apoiada
na força da fé, aquela fé transcendente no verdadeiro Messias,
que um dia julgará a todos, mesmo
os cínicos, os mentirosos, os laicos,
os ídolos de pés de barro, que hoje
nos amedrontam, saibamos manter
a dignidade, lutar pela justiça,
proclamar a Verdade, mesmo que
isso nos custe a cabeça como
sucedeu a João Batista.
Vêm aí eleições – três no espaço de
um ano! Vai haver festança e
fartança, pelo menos de promessas. Haja Deus e valha-nos Santo
Expedito!
Alberto Batista
Médicos pouco sensibilizados para assistência espiritual
O presidente da Comissão Nacional
da Pastoral da Saúde, padre Vítor
Feytor Pinto, defendeu, em Fátima,
maior formação de médicos e
enfermeiros para integrarem a
assistência espiritual na terapêutica
dos doentes.
No entanto, o novo Plano Nacional
de Saúde (PNS), que está em vigor
até 2014, inclui a assistência espi-
ritual e religiosa como uma acção
terapêutica junto dos doentes.
Opinião semelhante manifestou o
presidente da Comissão Episcopal
da Acção Social e Caritativa, D. José
Alves, salientando a importância
deste serviço. «Não se pode curar
o corpo sem curar o espírito numa
perspectiva antropológica global»
salientou.
Ministro quer Igreja
mais activa nas
estruturas da saúde
O ministro da Saúde, Luís Filipe
Pereira, apelou, no dia 30 de Novembro, em Fátima, à sociedade
civil, em particular as organizações
católicas, para reforçar o seu papel
em áreas como os cuidados continuados.
«É uma tarefa que compete ao
Estado mas não podemos excluir a
sociedade civil», disse o ministro
durante o 18.º Encontro Nacional
da Pastoral da Saúde.
De acordo com o recém aprovado
Plano Nacional de Saúde (PNS),
verificaram-se «mudanças estruturais na estratégia da saúde» que
visam «dar melhores cuidados de
saúde aos cidadãos».
Mas para isso, considerou Luís
Filipe Pereira, será necessário
reforçar as parcerias com a sociedade civil em áreas como os cuidados continuados ou o apoio a
idosos.
Filipe Pereira considerou «fundamental» a participação das organizações católicas, como as Misericórdias, com a tutela, já que o
«papel histórico da Igreja Católica»
tem de ser valorizado nos dias de
hoje.
«O Estado tem o dever constitucional de garantir cuidados de
saúde à população» mas «não tem
que o prover na totalidade», salientou, defendendo a participação
de estruturas externas em acções
concretas.
O novo PNS classifica ainda o
apoio espiritual e religioso como
uma dimensão terapêutica das
estruturas da saúde, reforçando a
ligação com os vários credos e
agentes de apoio espiritual dos
utentes.
Além da «dimensão curativa das
pessoas», há «outra dimensão que
é transversal a todas as religiões: é
dar apoio espiritual a quem
requeira», sublinhou Luís Filipe
Pereira, prometendo o reforço da
ligação com as estruturas religiosas
existentes nas unidades de saúde.
Prática de
medicina construtiva
Na cerimónia oficial de abertura do
encontro, que contou com mais de
800 participantes foi lido um texto
do Cardeal Lozano Barrágan, presidente do Conselho Pontifício para
a Pastoral da Saúde, que contestou
as tentativas de criar uma nova
ética no sector, que ignora os
valores cristãos e humanos.
Numa reflexão sobre os novos
avanços na medicina na área genética, o cardeal mexicano rejeitou a
ideia de que a «ética cristã está já
obsoleta perante o «pluralismo
actual» e a «novidade sempre
crescente das ciências e técnicas
de saúde».
IGREJA
9 de Dezembro de 2004
Notícias de Beja – 5
A Igreja de Beja em marcha
Encontro do Clero e Dia diocesano
de Catequistas
Na diocese de Beja é costume
aproveitar o feriado nacional do dia
1 de Dezembro para a realização de
vários encontros de formação. Já
tradicional é o encontro do clero,
que este ano teve a colaboração de
D. Manuel Madureira Dias, bispo
emérito do Algarve, para connosco
aprofundar a teologia e a pastoral
dos sacramentos de iniciação
cristã. Foram horas preciosas de
aprofundamento doutrinal. A parte
da manhã contou também com a
presença de D. Manuel Falcão,
bispo emérito de Beja, que, de tarde,
esteve ocupado na hemodiálise.
Noutras instalações do Centro
pastoral de Beja estiveram catequistas em jornada de formação,
orientado pelo Pe. Pedro Rodrigues, pároco de Mértola. Presentes
cerca de 50 catequistas, sobretudo
dos arciprestados mais perto de
Beja.
Visita Pastoral a Serpa
No dia 3, fui novamente até Serpa,
para visitar a escola do 1º ciclo e a
pré-primária de Santa Iria. De tarde
continuei a visitar doentes e idosos
no centro da cidade de Serpa e,
depois, os doentes internados no
hospital, provenientes das freguesias da margem esquerda do Gua-
diana, desde Barrancos até Mértola. O dia terminou na igreja
paroquial do Salvador com a novena da Imaculada Conceição e a
celebração da Eucaristia.
No Sábado e no domingo foram as
celebrações festivas nas várias
igrejas e lugares. Primeiro em Santa
Iria, numa igreja histórica, com
frescos meio descobertos por baixo
de múltiplas caiações. Encheu-se a
igreja, praticamente só com senhoras e crianças, que cantaram entusiasticamente apoiadas por uma
parte do coro do Salvador.
Depois da celebração dialoguei
durante algum tempo com as pessoas, que insistentemente pediam
ajuda para a conservação e beneficiação da sua linda igreja, pois a
comunidade local é pobre, a maior
parte pessoas idosas com reformas
mínimas.
A segunda celebração foi em Vale
dos Mortos, já na fronteira com o
concelho de Mértola. Aí a capela é
nova e, apesar de não ser paróquia
nem freguesia, o lugar conta com
capela, casa mortuária, cemitério e
um salão de festas e centro de
convívio, onde a população se
juntou depois da Missa para
conviver e falar com o Bispo.
Aí me comprometi a, no dia 6 de
Janeiro, voltar a um lugar vizinho,
Vale do Poço, para visitar a escola
e celebrar na capela inaugurada no
dia de Santo António do corrente
ano. O dia terminou com a celebração da Eucaristia das comunidades
neo-catecumenais, numa dependência da igreja de Santa Maria.
No domingo, dia 5, voltei a Serpa,
acompanhado de D. Manuel Falcão,
para celebrar a Eucaristia dominical
de encerramento da Visita Pastoral.
Igreja cheia, muita gente de pé,
escuteiros fardados a rigor e um
acólito, o Leopoldo, mais alto que
qualquer dos celebrantes. Na
homilia agradeci o acolhimento
durante os dias da Visita Pastoral,
lembrando que quem acolhe os
apóstolos é ao próprio Cristo que
acolhe e não ficará sem recompensa, mas alertando também para
a necessidade de missão e de
aprofundamento da vida cristã em
Serpa, pois, embora quase toda a
gente seja baptizada em criança e
tenha funeral religioso, no entanto,
entre o nascimento e a morte desenvolve-se a vida cristã, numa relação
contínua entre os dons de Deus e a
liberdade humana.
Durante a Eucaristia foram instituídos três novos ministros extraordinários da Eucaristia, para distribuírem a Comunhão aos muitos
doentes e idosos, que já não podem
ir à igreja paroquial.
Depois da celebração fez-se um
almoço partilhado no salão da Casa
do Povo, aberto a toda a gente.
Durante o almoço, os guitarristas
que acompanham todas as celebrações paroquiais, deram um concerto de música alentejana, que
envolveu toda a gente.
De regresso a Beja, ainda passámos
pelo monte do sobrinho do Pe. José
Carvalho, todo servido por energias alternativas, eólica, solar e
lenha e aí nos foi servido um café,
num ambiente idílico e tranquilo,
vocacionado para o turismo rural
ecológico.
Santa Bárbara e os mineiros da
Somincor
No dia 4, Sábado de manhã, fui até
às minas da Somincor, em Neves
Corvo, para aí celebrar com os
trabalhadores e funcionários da
Somincor a sua padroeira, Santa
Bárbara. Depois da Eucaristia,
foram dados prémios e medalhas a
filhos de mineiros, a frequentar
cursos universitários com bons
resultados e agraciar trabalhadores
da firma com 10 e 20 anos de casa.
Nos tempos difíceis que correm,
com tanta a gente a queixar-se de
dificuldades económicas, a Somincor, agora pertencente maioritariamente a um grupo do Canadá,
comunicou ter tido um ano bom e
por isso pagou aos cerca de 700
trabalhadores dois salários mensais
extra.
Agenda dos próximos dias
No dia 9 reúnem-se uma vez mais
os párocos e vigários paroquiais da
cidade de Beja, para definirem
algumas acções de pastoral interparoquial. No dia 12 é a vez de S.
João de Negrilhos festejar os 50
anos de sacerdócio do seu pároco,
Pe. Olavo Dijkstra, completados e
celebrados no dia 8, em Ervidel.
Na semana de 12 a 19 de Dezembro
o Bispo faz a Visita Pastoral às
paróquias de Vila Nova de S. Bento
e Vila Verde de Ficalho.
No dia 18 de Dezembro, em Beja,
nas Portas de Mértola, faz-se uma
cerimónia alusiva aos Dez Milhões
de Estrelas.
No dia 20 o Instituto de Nossa
Senhora de Fátima de Milfontes
celebra a festa de Natal dos professores e funcionários, com Eucaristia presidida pelo Bispo e jantar
de convívio. A Missa do Nascimento de Serpa, popularmente
chamada do Galo, às 24,00 horas
do dia 24, será presidida pelo Bispo,
com acompanhamento da Banda e
do Grupo Coral.
No dia 25, ao meio-dia, o Bispo
preside à celebração da Sé.
† António Vitalino, Bispo de Beja
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
Catequistas da Diocese de Beja
em jornadas de reflexão
Centrado na doutrina central da
Vida da Igreja, a Eucaristia, que
neste Ano Pastoral, o Papa João
Paulo II deseja ver aprofundada,
vivida e anunciada, realizou-se no
passado dia 1 de Dezembro, no
Centro Pastoral, o Dia Diocesano
do Catequista.
Compareceram à chamada quase
meia centena de catequistas vindas
de Moura, Odemira, Aljustrel,
Castro Verde, Santa Bárbara dos
Padrões, Mértola, Sines, Santiago
do Cacém, Montes Velhos, Selmes,
Albernoa, Santiago Maior e S. João
Baptista, sendo o grupo mais
numeroso de Aljustrel e Mértola,
com um total de 15 catequistas.
Um dia cheio e intensamente vivido
por todos os participantes.
Orientou a oração e a reflexão o
Senhor Padre Pedro, um dos participantes no Congresso Eucarístico
de Guadalajara, México, no passado mês de Outubro.A Eucaristia
esteve sempre presente nesta
reunião magna de catequistas.
Após o acolhimento e apresentação
dos participantes, o encontro teve
início, na Capela, com a adoração,
a Jesus Eucaristia.
Sintonizando com o tempo litúrgico
que a Igreja vive, a reflexão, por
grupos, fez-se a partir do prólogo
do Evangelho de S. João, procurando descobrir, as luzes e sombras
do nosso mundo e propostas
concretas para que as nossas
comunidades cristãs vivam a sua
vocação de “Filhos da Luz” e
ofereçam ao mundo os frutos dessa
Luz: Bondade, Santidade e Verdade.
Após o almoço partilhado tivemos
a preciosa colaboração do Senhor
Padre Cartageno que veio ensaiar
alguns cânticos de Advento e
Natal, especialmente preparados
para a Catequese e para a Eucaristia
com crianças.
De seguida a reflexão centrou-se no
itinerário eucarístico dos discípulos
de Emaús:
Caminhantes na sua situação
existencial, escutam atentos a
Palavra de Deus e a sua explicação,
tornam-se próximos do Outro que
caminha com eles, partilham o pão
e recebem o Dom Maior, Jesus
Cristo, que se torna presente na
fracção do Pão.
Impulsionados com esta presença,
vão ao encontro dos outros levar a
alegria da experiência de Jesus
Ressuscitado. Aí a sua Fé é confirmada e consolidada com a experiência de Fé dos irmãos.
A fechar com selo de ouro, a
celebração da Eucaristia, na qual
foram entregues os certificados de
participação nos Curso de Iniciação Catequética, realizados no ano
transacto nos Arciprestados de
Beja, Almodôvar e Santiago do
Cacém e uma lembrança para recordar e prolongar este dia e
sobretudo a realidade nele vivida:
A Eucaristia.
Aproveitamos a oportunidade, para
lembrar aos Catequistas dos Arciprestados de Moura, Cuba, Almodôvar e Beja, a necessidade e
urgência do envio da inscrição para
a Acção de Formação dos Catequistas, orientada pela Irmã Isolinda, até ao dia 31 de Dezembro.
9 de Dezembro de 2004
Dez milhões de estrelas,
um gesto de paz
Num mundo dilacerado pela guerra,
é mais do que necessário actuarmos
em conjunto para promovermos a
paz, a solidariedade e a reconciliação. Só unidos e com gestos
concretos teremos capacidade para
nos opormos à violência.
Neste Natal, contrariando as tendências consumistas que desvirtuam o seu verdadeiro sentido,
a Cáritas lança um desafio a todos
os cidadãos, independentemente
das suas convicções religiosas ou
políticas:
VAMOS JUNTOS ACENDER
UMAVELA,
SÍMBOLO DO NOSSO DESEJO
DE PAZ PARA O MUNDO
“10 Milhões de Estrelas “ teve a
sua origem em França, tendo atingido uma dimensão mundial em
2003, ano em que Portugal também
aderiu através da Cáritas.
O objectivo desta operação é
motivar cada cidadão para a aquisição de uma vela que, quando
acesa (dia 18 de Dezembro em
manifestação pública e dia 24 por
iniciativa de cada pessoa ou família), simbolize a sua adesão à
causa da Paz.
NESTE NATAL ……. SEJA
SOLIDÁRIO !!!
Das verbas recolhidas pela campanha, 25% serão aplicadas através
da Cáritas Portuguesa num projecto
de apoio a crianças no Haiti. Os
restantes 75% angariados pela
Cáritas de Beja irão reverter a favor
da Fundação Manuel Gerardo, que
acolhe meninas, cujas famílias não
têm possibilidade de as ter junto
de si.
BEJA
PORTAS DE MÉRTOLA
DIA 18 DE DEZEMBRO –17.00
PROGRAMA
Venda de velas e Festa com a
participação de crianças:
Teatro - ATL Santa Maria – 2º e 3º
ciclo – Centro Social Cultural e
Recreativo do Bairro da Esperança;
Dança Cigana – ATL Carrocel da
Criança / Projecto de animação
Infantil e Comunitário do Bairro da
Esperança; Cântico de Natal –
crianças de nacionalidade ucraniana; Cântico Natal – Centro
Social do Salvador; Hino 10
Milhões de Estrelas – Colégio N.
Sra. Conceição
Maria José Cardoso
PUB
Cartório Notarial de Serpa
Extracto
Certifico para efeitos de publicação que, no
dia 22 de Novembro de, 2004, lavrada a fls.
62 do livro de notas n.º 112-D deste Cartório,
foi efectuada uma escritura de Justificação,
pela qual José Francisco Machado, NU
144.770.458 e mulher Ana Abril dos
Santos Baião, NIF 158.884.370, casados
no regime da comunhão geral, naturais da
freguesia de Vila Nova de S. 3ento, concelho
de Serpa, residentes nessa freguesia na Rua
Brigadeiro Tiago Pedro Martins, número 2,
alegam que são donos e legítimos
possuidores, com exclusão de outrém, do
prédio urbano de rés-do-chão e quintal, com
a superfície coberta de sessenta e três
vírgula sessenta e cinco metros quadrados,
tendo o quintal a área de cinco vírgula
cinquenta e cinco metros quadrados,
destinado a habitação, sito na Rua Brigadeiro
Tiago Pedro Martins, número 2, freguesia de
Vila Nova de S. Bento, concelho de Serpa,
inscrito na matriz, em nome do justificante
marido sob o artigo 982, pendente de
alteração, com o valor Patrimonial de 214,86
€, a que atribuem igual valor, não descrito na
Conservatória do Registo Predial de Serpa.
Que o identificado imóvel veio à sua posse
por o haverem adquirido, por compra
meramente verbal a Manuel José, Torrão,
viúvo, já falecido, residente que foi na aludida
freguesia de Vila Nova de S. Bento, em dia e
mês que ignoram do ano de mil novecentos
e oitenta e dois, não tendo sido celebrada a
respectiva escritura. Porém, desde aquele
ano e sem interrupção, os justificantes
entraram na posse do identificado imóvel,
habitando-o e usufruindo todas as suas
utilidades e suportando os respectivos
Precisa-se licenciado em contabilidade
ou gestão de empresas
impostos e encargos, tendo adquirido e
mantido a sua posse sem a menor oposição
de quem quer que fosse e com conhecimento
de toda a gente, agindo sempre por forma
correspondente ao exercício do direito de
propriedade, tendo por isso uma posse
pública, Pacífica, contínua e de boa fé, que
dura há mais de vinte anos, pelo que o
adquiriram por usucapião, não tendo, todavia,
dado o modo de aquisição, documento algum
que lhes permita fazer a prova do seu direito
de propriedade
Que, desta forma, justificam a aquisição do
aludido imóvel por usucapião
Está conforme o original
Cartório Notarial de Serpa, vinte e dois de
Novembro de dois mil e quatro.
O 1.º ajudante,
(Vítor Manuel Soares)
Empresa do ramo automóvel Concessionário de
marca com sede em Beja, admite estagiário/a - jovem
licenciado/a em contabilidade e ou gestão de empresas.
Capacidade de análise e motivação para o sector
automóvel. Apoio e formação do importador em gestão
administrativa, contabilidade analítica, gestão de
stock´s, peças e oficina. Planeamento e gestão
orçamental. Entrada imediata (Janeiro de 2005).
Contrato de trabalho a prazo, renovável de acordo com
o desempenho e aptidões demonstradas.
Marcar entrevista pelo T.m. 91 663 1694
REGIONAL
9 de Dezembro de 2004
Ao festejar 27 anos
Cooperativa “Lar para Todos”
inaugurou mais 20 habitações
A Cooperativa de Habitação Económica “Lar para Todos” (Chelt)
inaugurou, no dia 27 de Novembro,
mais 20 habitações no Bairro Social,
em Beja, ao comemorar o seu 27.º
aniversário.
Um investimento de um milhão e
200 mil euros, e tres lotes , nas ruas
Salvador Allende, Pablo Neru-da e
Dr. Marques da Costa.
“Enquanto Cooperativa, o nosso
papel é cooperar, dar as mãos e fazer
com que a cooperativa e as pessoas se sintam interligadas e o
nosso objectivo seja cada vez mais
concretizado - construir habitações
para pessoas com algumas carências”, disse na ocasião, o Presidente
da Cooperativa Adriano Nascimento. Falando de outros projectos
da Chelt, lembrou que, na área de
reabilitação, a cooperativa já fez um
edifício de seis fogos na Rua da
Casa Pia.
Ao mesmo tempo, a cooperativa
está a reabilitar uma outra casa na
Rua dos Infantes, com uma loja para
a Rua do Touro.
Novo loteamento junto à Quinta d’El-Rei terá 441 apartamentos e moradias
Vai arrancar em breve na zona
Nordeste de Beja um novo loteamento habitacional, uma parceria
entre a Câmara Municipal, a Cooperativa de Habitação Económica
“Lar para Todos” e cinco privados.
Trata-se do Plano de Pormenor de
Ligação do Bairro do Pelame à
Quinta d’El Rei, que inclui no total
dois lotes de comércio, três lotes
de equi-pamento, 32 lotes de habitação plurifamiliar e 153 lotes de
habitação unifamiliar, num total de
441 fogos. O presidente da Cooperativa “Lar para Todos”, Adriano
Nascimento, revela que em reunião
com os ser-viços técnicos da
Câmara de Beja foi já divulgado
todo o plano para aquela zona e a
forma como se vai fazer o seu
desenvolvimento.
O plano será executado entre 2006
e 2009. O ano de 2005 será para
elaborar os projectos e fazer todos
os acertos necessários, obter
alvarás e cumprir outras formalidades. Da parte da “Lar para
Todos”, o terreno adqui-rido dá
para 90 apartamentos e 41 moradias
– é a sua 12.º fase de construção,
mas através de um protocolo que
vai estabelecer com a Câmara “será
cedido mais terreno, devendo a
cooperativa liderar o processo de
construção, em toda aquela área,
que poderá albergar, em breve,
cerca de mil pessoas.
Policiamento de
proximidade em Beja
Na senda das actividades de policiamento de proximidade o Serviço
de Policiamento de Proximidade da
PSP do Distrito de Beja vai organizar, no próximo dia 11 de Dezembro de 2004, o II Encontro
Desportivo Beja I vs. Beja II, evento
direccionado às crianças e adolescentes dos referidos bairros, na
perspectiva de melhorar a inserção
social mesmos e incrementar o
gosto pela actividade desportiva.
Pela sua saúde e pela
saúde dos outros, não
fume. Dizem os médicos
que o tabaco mata
Cartório Notarial de Serpa
Extracto
Certifico para efeitos de publicação que no
dia 22 de Novembro de 2004, lavrada a fls.
60 do livro de notas n.º 112-D, deste Cartório,
foi efectuada uma escritura de Justificação,
pela qual António Correia Oliveira Ferreira,
NIF 135.404.975, que outorga por si e como
procurador de sua mulher Manuela
Cataplana dos Santos Pepe, NIF
131.304.100, casados no Regime da
comunhão de adquiridos, naturais, ele da
freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho
de Serpa, freguesia onde residem na Rua
dos Moinhos e ela da freguesia de Guardão,
concelho de Tondela, alega que são donos e
legítimos possuidores, com exclusão de
outrem, do prédio rústico de cultura arvense,
com a área de cinco mil seiscentos e vinte e
cinco centíares, denominado “ Montarazes
“, sito na freguesia de Vila Verde de Ficalho,
concelho de Serpa, confrontando do norte,
sul, nascente e poente com o justificante
marido, inscrito na matriz, em nome do
justificante marido sob o artigo 103, secção
H, com o valor patrimonial de 9,566, não
descrito na Conservatória do Registo Predial
de Serpa, a que atribuem o valor de
quinhentos euros. Que o identificado imóvel
Veio à Sua posse, por o haverem adquirido
por compra meramente verbal, por volta do
ano de mil novecentos e setenta e quatro, a
Sebastião Oliveira Nogueira e mulher Teresa
Luís, residentes que foram na aludida
freguesia de Vila Verde de Ficalho, não tendo
sido celebrada a respectiva escritura. Porém,
desde aquele ano os sem interrupção, os
justificantes entraram na posse do referido
imóvel, cultivando-o e usufruindo todas as
suas utilidades e suportando os respectivos
impostos e encargos, tendo adquirido e
mantido a sua posse sem a menor oposição
de quem quer que fosse e com conhecimento
de toda a gente, agindo sempre por forma
correspondente ao exercício do direito de
propriedade, tendo por isso uma posse
pública, pacífica, contínua e de boa fé, que
dura há mais de vinte anos, pelo que o
adquiriram por usucapião, não tendo, todavia,
dado o modo de aquisição, documento algum
que lhes permita fazer a prova do seu direito
de propriedade.
Que, desta forma, justifica a aquisição do
indicado imóvel por usucapião
Está conforme o original
Cartório Notarial de Serpa, vinte e dois de
Novembro de dois mil quatro,
O 1.º ajudante
Vítor Manuel Soares
Notícias de Beja – 7
Novo Parque de
Estacionamento em Beja
O novo parque de estacionamento subterrâneo da Avenida Miguel
Fernandes, em Beja, com capacidade para 189 lugares, abriu ao público no
passado dia 1 de Dezembro.
Este parque estará aberto durante 24 horas por dia, dando resposta à falta
de estacionamento na Praça da República.
Segundo deliberação do executivo municipal, aprovada em Setembro, o
primeiro mês de utilização do parque será gratuito para todos os seus
utilizadores.
A partir do próximo mês de Janeiro, o tarifário a cobrar pela autarquia,
entidade que gere o parque de estacionamento, será o seguinte – Taxa
horária das 9h às 19h: 1.ª meia hora – gratuita; 2.ª meia hora – 0,25 €, 2.ª hora
– 0,55 €; 3.ª’ hora - 0,60 €; 4.ª hora e seguintes – 0,62 €. Taxa horária das 19h
às 9h: 1.ª hora – 0,45 €; 2.ª hora – 0,62 €. Taxas de estacionamento periódico
sem reserva de espaço: mensal – 73,12 €; nocturna – 45,71 €; residente –
29,25 € (zonas 1, 2, 6 e 7).
O número de lugares para assinantes e residentes deve corresponder à
capacidade aproximada de 50% do parque e devem ser reservados no piso
2. Os residentes com direito a uma taxa reduzida no parque são os moradores
das zonas 1, 2, 6 e 7.
À semelhança do que acontece no parque de estacionamento da Casa da
Cultura, a autarquia bejense dará a possibilidade aos comerciantes das
zonas 1, 2, 6 e 7 de poderem estacionar no parque mediante o pagamento
de uma taxa mensal semelhante à existente para os residentes, no valor de
29,25 €, desde que adquiram previamente o mínimo de 100 módulos de
estacionamento, pelo valor de 25 €, que poderão oferecer aos seus clientes.
OPTOMETRIA
ÓPTICA OCULAR
CONTACTOLOGIA
Sede: Rua da Infantaria 17, nº 3 (junto ao Correio) 7800-470
Beja
Filial: Largo D. Nuno Álvares Pereira, nº 5 Ou à PSP)
7800-018 Beja
Apartado 93 7801-902 Beja
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Respostas às questões da última página
1. Bíblia. A mãe chamava-se Ana e os reis Saul e David. 2. Linguagem.
Vela pode ser: pequeno círio, vela de barco ou de moinho, vigília ou
trabalho nocturno e, na gíria popular, corpo sem roupa. 3. Geografia
histórica. Babel fica no Iraque, a cerca de 100 km ao sul de Bagdade; era
a antiga capital da região da Babilónia, onde estiveram deportados os
judeus durante 40 anos, ficando símbolo de lugar de tormentos
09
DEZEMBRO
2004
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ÚLTIMA PÁGINA
Espaço
Ludo-Cultural
Curiosidades de Natal
- Para a Igreja Católica latina,
segundo o calendário tradicional,
o Natal ocorre no Advento (do
latim, adventus, “chegada”), o qual
se inicia no quarto domingo antes
do Natal.
- O calendário litúrgico ortodoxo,
difere na celebração do nascimento
de Jesus, este fixa-o a 6 de janeiro.
Até ao ano de 353 o nascimento de
Jesus era celebrado a 6 de Janeiro.
O dia 25 de Dezembro foi escolhido
no Ocidente a fim de suplantar as
festas pagãs dedicadas ao solstício
de Inverno. Foi em meados do
século IV d.C. que se começou a
festejar o nascimento do Menino
Jesus, tendo o Papa Júlio I fixado a
data no dia 25 de Dezembro, já que
se desconhece a verdadeira data do
Seu nascimento.
- Apesar de ser uma festa cristã, o
Natal, com o passar do tempo,
converteu-se numa festa familiar
com tradições pagãs, em parte germânicas e em parte romanas.
- A palavra
“presépio” significa “um lugar
onde se recolhe o
gado; abrigo de
animais = curral”.
- Foi sob influência firanciscana,
que se espalhou,
a partir do séc. XI
11 o costume de,
em toda a cristandade, se construírem presépios, já
que estes reconstituíam a cena do
nascimento de Jesus.
- A árvore de Natal surge no século
XVI, e era um ritual do final da Idade
Média que simbolizava a árvore do
paraíso, sendo hoje enfeitada com
luzes símbolo de Cristo, Luz do
Mundo.
- As cores de Natal resultam de uma
tradição que remonta aos festivais
do solsticio. As civilizações pagãs,
durante o solstício de Inverno,
tinham por hábito decorar as casas
com verdura que, segundo elas,
tinham poderes mágicos.
O verde é a cor das verdunas que
tem uma grande importância na
decoração. O vermelho apareceu
por causa do azevinho, um arbusto
que se dá ao longo do Inverno e
cobrindo-se de bagas vermelhas.
- O azevinho entre os Romanos era
trocado como presente e, nos
nossos dias, tornou-se a principal
planta do Natal.
- É costume pendurar no lado de
fora da porta uma coroa durante os
doze dias do Natal. O uso de coroas
remonta à Roma antiga e para as
tornar mais atraentes, tornou-se
costume enrolar esses ramos numa
coroa. Os romanos exibiam essas
coroas nas portas para aumentar as
possibilidades de todos os da casa
terem saúde no ano seguinte.
- O uso de velas no Natal, remonta
às festas chamadas de Saturnais,
nas quais os romanos acendiam
velas para pedirem que o Sol
brilhasse de novo (solsticio de
Inverno). O cristianismo absorveu
esse costume e tornou-o sagrado à
sua maneira, dizendo que, dado que
Cristo era a Luz do Mundo, a chama
da vela simboliza a sua influência.
- A figura do Pai Natal baseia-se
em S. Nicolau, padroeiro da Rússia,
da Grécia, dos marinheiros e das
crianças. O S. Nicolau era conhecido por oferecer generosos presentes aos mais pobres.
A única coisa que se sabe sobre a
vida de S. Nicolau é que este
nasceu, dizem uns, no ano de 280
d.C e outros, em 350 d.C., em Patara,
foi bispo da Igreja Católica, de Mira
na Licia, que se situa no sudoeste
da Ásia Menor, (hoje, Turquia) no
século IV d.C. -Foi Clement Clark
Moore, um professor de literatura
grega em Nova Iorque (1823) que,
graças a um poema seu intitulado
“Uma visita de S. Nicolau” deu grande popularidade
ao Pai Natal, que
era transportado
por um trenó e
puxado
por
renas.
Na tradição anglo-saxónica
existem oito renas: Dasher,
Dancer, Prancer,
Vixen, Comet,
Cupid, Donder,
Blitze,
- Antigamente o
Pai Natal vestiase de formas muito
variadas,
sendo, normalmente, os fatos de
cores garridas e na cabeça usava
um barrete ou uma coroa de azevinho.
O uso do vermelho e branco das
roupas do Pai Natal se deve ao
facto de, no início do século
passado, a empresa Coca-Cola
durante as suas campanhas de
Inverno ter usado a figura de S.
Nicolau para promover a bebida,
vestindo a um actor que representava o bispo, um fato vermelho,
de calças e túnica e, na cabeça um
barrete também ele vermelho, com
um debruado a branco e um pompom na ponta, e que as duas cores
foram escolhidas, porque eram as
mesmas que a Coca-Cola era
comercializada.
- Os frutos secos que colocamos à
mesa no Natal têm uma ligação
muito forte e particular com o
solstício do Inverno que, na antiga
Roma, eram um presente habitual
durante às celebrações porque
cada tipo de fruto seco tinha um
significado especial.
As avelãs evitavam a fome, as
nozes rela-cionavam-se com a
abundância e prosperidade, as
amêndoas prote-giam as pessoas
dos efeitos da bebida.
- Em Portugal, a ementa muda de
província para província, mas
sendo o bacalhau participa em
todas as mesas.
Entre os doces, a preferência vai
para as rabanadas e a aletria, o bolorei, as filhós, os mexidos, a roupa
velha, os sonhos e sopa dourada.
9 de Dezembro de 2004
Recordar é viver
O que segue foi respigado de
números antigos do Notícias de
Beja.
Há 75 anos (1929). O jornal traz o
movimento do Hospital da Misericórdia de Beja e a lista das ofertas
em dinheiro e géneros para o
sustento do pessoal e dos doentes
durante um mês.
No dia 1 de Novembro estavam 66
doentes internados; ao longo do
mês entraram mais 32, saíram curados ou melhorados 27 e faleceram
8.
Quanto às ofertas, além de quantias em dinheiro, da ordem das
dezenas de escudos cada, contavam-se ovos, pães, galinhas, lenha,
vinho, etc. Era assim antigamente!
Há 50 anos (1954). O jornal dedica
grande espaço às celebrações em
Beja da festa da Imaculada Conceição que encerraram o Ano
Mariano.
No dia 8 foi ordenado sacerdote,
com especial dispensa de interstícios concedida pelo Santo Padre,
o diácono Gaudêncio Manuel
Fernandes. O tríduo preparatório foi
pregado pelo Dr. Leite Rainho. Na
tarde desse dia, à solene procissão
com a imagem de N. Senhora que
se venera na Sé associaram-se
diversas peregrinações de terras da
Diocese com as respectivas imagens da SS. Virgem. À passagem
pelo largo do Carmo, o Prelado
procedeu à bênção e colocação da
primeira pedra do monumento a N.
Senhora da Conceição. À noite, em
sessão solene, falou o poeta
Miguel Trigueiros.
Há 25 anos (1979). 1. O CAJI
(Centro de Acolhimento à Juventude Inquieta) celebrou o 4.º aniversário com missa, almoço partilhado
e tempo de reflexão moderado pela
Irmã Lina FFM, em que participaram
50 jovens e 15 pais.
2. João Paulo II visitou a Turquia
3. O mesmo Papa, em sessão da
Academia Pontifícia das Ciências,
propôs a reabilitação completa de
Galileu.
Enciclopédia
A UCRÂNIA é uma das repúblicas
federadas na União Soviética
(URSS) que se tornaram independentes em 1991, ano do derrube
do Muro de Berlim e da dissolução
da URSS. É um grande país, tanto
na área (603.700 km2, 6,5 vezes a
área de Portugal) como em população (52 milhões de habitantes (5,2
vezes a de Portugal).
A sua história nacional data do séc.
XII (como a portuguesa), quando
da fundação do Estado e de sua
capital (Kiev) pelos Vikings,
embora ao longo do séculos os
Ucranianos dependessem da
Polónia, da Áustria e da Rússia. Em
1917 o país proclamou a independência, mas foi logo integrado na
URSS.
É um dos maiores produtores de
trigo da Europa, e grande exportador de minérios (ferro manganês,
hulha...) O comércio com o exterior
faz-se principalmente pelo Mar
Negro, com o qual tem mais de 2.000
km de costa.
A forte emigração dos últimos anos
para países ricos da Europa, na
procura de melhores condições de
vida, tem sustido o crescimento
demográfico da Ucrânia, aliás
também devido a fraca natalidade.
Com um nível cultural relativamente
elevado, os emigrantes ucranianos
adaptam-se facilmente aos novos
ambientes de trabalho e de vida.
No país, 72 % dos habitantes são
ucranianos, 23 % russos e os
restantes de várias etnias.
Do ponto de vista religioso, a população é maioritariamente cristã, com
predominância dos ortodoxos.
Os católicos encontram-se enquadrados em 7 dioceses de rito bizantino, 6 de rito latino e uma de rito
arménio.
Os ucranianos imigrados em
Portugal aprendem rapidamente o
português (apesar da sua língua
eslava) e enquadram-se facilmente
nos trabalhos agrícolas, de construção civil e outros.
E, apesar dos anos de cultura
marxista, revelam boa abertura às
Igrejas Ortodoxa e Católica quando
vão ao seu encontro.
Coisas e loisas
1. Calamidades naturais. Revela
um relatório da Cruz Vermelha
Internacional que o ano de 2003 foi
um daqueles em que maior número
de pessoas morreram devido a
desastres naturais, cerca de 75 mil,
das quais 26 mil no terramoto do
Irão e 31 mil, sobretudos idosos,
na onda de calor na Europa. Além
dos mortos, foram afectadas por
tais desastres (secas, cheias,
tremores de terra, tempestades...)
255 milhões de pessoas.
Tais de-sastres causaram prejuízos
avaliados em cerca de 50 mil
milhões de euros (10 mil milhões de
contos).
No relatório chama-se a atenção
para a necessidade de acompanhar
as pessoas idosas nas épocas de
grandes calores e de grandes frios,
ao verificar que são sobretudos as
pessoas carecidas de enquadramento familiar ou comunitário as
que mais estão sujeitas ao perigo
de morte.
No caso de ondas de calor, podem
salvar-se vidas levando aos idosos
doentes abandonados água
potável, e no caso de ondas de frio,
assegurando-lhes um ambiente
minimamente aquecido.
2. MICROCRÉDITO. AONU agendou para 2005 o Ano Internacional
do Microcrédito.
Trata-se duma experiência, iniciada
no Extremo Oriente que tem
permitido a milhares de pessoas
caídas na pobreza a refazerem a sua
vida.
Em Portugal mais de 350 pessoas
desempregadas conseguiram pelo
recurso ao microcrédito refazer a
sua vida económica.
A Associação Nacional de Direito
ao Crédito (fundada há 5 anos)
proporciona a pessoas sem crédito
nos bancos pequenos empréstimos
a baixos juros desde que nelas se
encontrem condições mínimas para
começarem ou recomeçarem uma
actividade económica que lhes
assegurem os necessários meios de
vida.
Entre nós realizou-se em princípios
do mês passado uma conferência
nacional sobre o micro-crédito,
para que foi convidado o Presidente
da República.
Além do lançamento da ideia, teve
em vista a preparação com tempo
do referido Ano Internacional.
Veja se sabe
1. Bíblia. Samuel, graças à piedade
de sua mãe, veio a ser o primeiro
profeta do Antigo Testamento, a
quem coube consagrar os dois
primeiros reis de Israel.
Como se chamava sua mãe? Quais
os dois reis por ele consagrados?
2. Linguagem. Quais os três ou
quatro sentido diversos da palavra
vela?
3. Geografia histórica. Em qual dos
actuais países fica Babel, a antiga
capital da Babilónia, região frequentemente citada na Bíblia?
(Ver respostas na penúltima página)
Bom humor
1. Sonhadores. «O meu sonho é vir
a ganhar 5 mil euros por mês, como
o meu pai.» «E teu pai ganha tudo
isso por mês?» «Não, mas também
tem esse sonho...»
2. Espertinho. «Vê lá, consegui
compor o puzzle ao fim dum dia...»
«E que tem isso de extraordinário?»
«É que na caixa está escrito: De três
a seis anos.»
3. Não o podiam ver. Numa casa de
recolhimento de cegos, o director
foi agredido pelos próprios cegos.
A comunicação social soube e
mandou uma jornalista que perguntou a um dos funcionários:
«Porque é que agrediram o director?»
Resposta: «Naturalmente porque o
não podiam ver...»
Manuel Falcão