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RODRIGO CISNEROS BARROS VIEIRA
PREPAROS MINIMAMENTE INVASIVOS PARA LAMINADOS CERÂMICOS
PORTO VELHO – RO
2016
RODRIGO CISNEROS BARROS VIEIRA
PREPAROS MINIMAMENTE INVASIVOS PARA LAMINADOS CERÂMICOS
Artigo
apresentado
no
curso
de
graduação
em
Odontologia
pela
Faculdade São Lucas 2016, como
requisito parcial para obtenção do título
de cirurgião dentista.
Orientador: Profº Esp. Everton Quirino
Azuma.
PORTO VELHO – RO
2016
2
PREPAROS MINIMAMENTE INVASIVOS PARA LAMINADOS CERAMICOS¹
Rodrigo Cisneros Barros Vieira²
RESUMO: Laminados cerâmicos são componentes protéticos que recobrem a face vestibular do
dente, podendo modificar espessura, cor e forma, causando um grande efeito na odontologia estética.
Para se ter um tratamento com qualidade, a confecção correta dos preparos dentais é de grande
importância para que se possa ter sucesso na instalação dos laminados cerâmicos. Preparos
minimamente invasivos são preparos mais conservadores que mantém estruturas do dente como o
esmalte dental que tem uma maior adesividade com o laminado cerâmico se comparado a outros
preparos. Para que se possa realizar um preparo conservador, o profissional deverá estar atento a
todas as etapas no qual se incluem um planejamento correto. A técnica do mock-up auxilia o
profissional para que ele saiba a quantidade necessária que irá ser desgastada. O presente estudo
visa discorrer sobre os preparos minimamente invasivos para laminados cerâmicos e as técnicas que
facilitam esse procedimento. Foi realizado um levantamento da literatura sobre os vários tipos de
preparos minimamente invasivos que podem auxiliar o profissional durante o preparo. Conclui-se que
com um correto planejamento, consegue-se manter a estrutura dental, e atráves dos variados
preparos, realizar um desgaste necessário sem comprometer a estrutura dental.
PALAVRAS CHAVE: Prótese Dentária, Estética Dentária, Porcelana Dentária, Odontologia.
ABSTRACT: Ceramic Veneers are abutments overlying the labial surface of the tooth and can modify
thickness, color and shape, causing a large effect on cosmetic dentistry. To get a treatment with
quality, accurate fabrication of dental preparations is of great importance so that one can succeed in
the installation of ceramic laminates. Minimally invasive preparations are preparations which maintains
more conservative tooth structures and tooth enamel which has a higher adhesiveness with the
ceramic laminate compared to the other preparations. In order to realize a conservative preparation,
the professional should be aware of all the steps which include correct planning. The mock-up
technique assists the practitioner to let him know the required amount that will be worn. This study
aims to discuss the minimally invasive preparation for ceramic laminates and techniques that facilitate
this procedure. A survey of the literature was performed on the various types of minimally invasive
preparations that can help the professional during preparation. It is concluded that with proper
planning, it is possible to maintain the tooth structure, and through the varied preparations, perform a
necessary wear without compromising the dental structure.
KEYWORDS: Dental Prosthesis, Dental Aesthetic, Dental Porcelain, Dentistry
1. INTRODUÇÃO
A grande busca por uma estética dental alavancou muito nos últimos anos a
odontologia restauradora fazendo com que novos materiais e novas técnicas fossem
________________________
Artigo apresentado no curso de Odontologia pela faculdade São lucas 2016, como pré requisito para conclusão do curso, sob
orientação do professor especialista em prótese dentária
Everton Quirino Azuma; Graduado em Odontologia pela
Universidade do Oeste Paulista; Especialista em prótese dentária pela ABO-RO. [email protected]
²Acadêmico
do curso de Odontologia pela Faculdade São Lucas; [email protected].
3
pesquisados e desenvolvidos. Com isso, atualmente a odontologia oferece
vários tipos de tratamentos, dentre eles os preparos conservadores com um
desgaste mínimo ou inexistente somado a técnicas adesivas, atingindo a estimada
durabilidade, além disso, o total contentamento do paciente. (Ahmad I, 2008).
Em virtude da evolução de materiais e técnicas na odontologia, é possível a
elaboração de variadas peças protéticas com espessuras mínimas, conhecidas
também como laminados cerâmicos, com formas de preparos modificados das
técnicas clássicas tradicionais. (Spear C. F, 2008)
Uma grande variedade de tratamento para dentes anteriores estão
acessíveis. Dentes com fraturas, hipoplasia ou com más formações, por exemplo,
podem ser tratados e obterem uma forma correta e harmoniosa. Para poder corrigir
essas imperfeições, ao longo de anos, as coroas totais eram indicadas nestas
situações. Porém atualmente este tipo de tratamento é conceituado como invasivo,
pois o mesmo necessita que se realize amplo desgaste na estrutura dental.
(Stappert CF, 2007).
Sabe-se que os tratamentos conservadores são muito desejados, porém
certos dentes não podem ser tratados com esse procedimento, pois os mesmos
podem apresentar restaurações extensas envolvendo face proximal, podem estar
mal posicionadas na arcada, apresentar um grau de escurecimento, apresentarem
desgaste ou fraturas. (Rouse J.S., 1997; Spear F, 2008)
Os
procedimentos
minimamente
invasivos
dependem
também
das
propriedades dos sistemas cerâmicos disponíveis que têm grande valor estético e
alta resistência, devido à presença de leucita, dissilicato de lítio e a zircônia.
(Anusavice KJ, 2005).
Os procedimentos menos invasivos têm se apresentado como uma opção de
tratamento com grande sucesso para se restabelecer uma estética dental agradável,
e também, restabelecer a função mastigatória. (Kina S, 2007).
Existem várias vantagens relevantes para que se mantenha conservada a
estrutura do dente. Entre elas temos a não necessidade do procedimento
anestésico, ausência de sensibilidade pós-operatória, conservação de esmalte que
agregado a sistemas adesivos nos lâminados cerâmicos mantém maior adesividade
ao dente e a grande aceitação do tratamento entre os pacientes. (Malcmacher L,
2005)
4
Soares et al (2014), afirmam que um dos fatores que mais colaboram para a
adesividade do laminado, é o nível do preparo que deve ficar restrito somente ao
esmalte do dente. O preparo em nível de esmalte, além de ser mais conservador
gera uma grande adesão, pois esse tipo de união nesta parte do dente é muito maior
do que se fosse realizada na dentina quando se usa um sistema adesivo comum.
Embora os preparos menos invasivos apresentarem grandes vantagens,
principalmente em manter a estrutura do dente, eles tem uma grande influencia na
durabilidade do laminado cerâmico instalado. O preparo do dente pode determinar o
perímetro evidente e a espessura do material da cerâmica. (Pini NP, 2012).
Os preparos não invasivos ou minimamente invasivos não são recentes.
Pelo menos 30 anos atrás esse tipo de procedimento já era utilizado. Entretanto, não
existe um sistema de classificação que qualifica o tipo de preparo para laminados
cerâmicos. (Lesage BP, 2009).
Alguns laminados em certos casos clínicos podem ter a espessura de 0,3 a
0,7 mm, sendo que após o preparo o volume de esmalte pode permanecer de 95% a
100%, não havendo exposição da dentina. (Lesage BP, 2009; Radz GM, 2011; Wells
DJ, 2010).
É sabido que o tratamento que envolve os laminados cerâmicos está em
alta, sendo progressivamente realizado por profissionais e procurado pelos
pacientes, pois se trata de um tratamento confiável, indolor, com grande poder
estético, e apresenta alta durabilidade se planejado e executado corretamente.
(Beier US, 2012).
O presente trabalho tem o objetivo de analisar através de uma revisão de
literatura os preparos minimamente invasivos para laminados cerâmicos e técnicas
para facilitar este tipo de procedimento.
2. DESENVOLVIMENTO
A definição de preparos minimamente invasivos é definida quando o preparo
fica somente em nível de esmalte ou dentina. Muita das vezes, esse procedimento é
realizado com pontas diamantadas de fina granulação. (Soares et al, 2014).
2.1 Tipos de preparo dental para laminado cerâmico.
5
Beier et al (2012), observaram que as restaurações indiretas, como os
laminados cerâmicos, vem sendo exercida e muito procurada pelos pacientes. Por
causa dessa grande ascendência desse tratamento, foi feita uma revisão sobre os
tipos de preparos para laminados cerâmicos.
2.1.1 Preparo tradicional para laminado cerâmico.
O tamanho desde tipo de preparo não chega a alcançar o contato proximal,
e sua realização é fácil e rápida, preservando bastante a estrutura do dente, com o
objetivo de preservar todo o limite da restauração indireta no esmalte do dente.
Abaixo da junção cemento esmalte, a 0.5 mm, situa-se o término. Sendo que este é
do padrão chanfro, tendo assim uma diminuição vestibular de 0,2 a 0,3 mm em seu
terço cervical, 0,5 mm em seu terço médio e 0,5 a 0,7 mm em seu terço incisal.
(Edelhoff D., Sorensen J.A, 2002; Magne P, 2002; Rouse J.S, 1997).
2.1.2 Preparo Full Veneer.
O termo full veneer poderá ser utilizado quando o tipo de preparo segue
pela face mesial ou distal abrindo o contato proximal até face palatina ou lingual,
fazendo com que a margem da restauração fique escondida e aumentando assim a
retenção, e diminuindo a incisal de 1,5 mm a 2,0 mm. A forma deste preparo fica
alternada entre um preparo para laminado clássico e um preparo para coroa total
metal free. (Crispin BJ, 1994; Rouse JS, 1997).
2.1.3 Preparo guiado pela superfície dental pré-existente.
Nos casos em que os dentes apresentam uma diferença em sua tonalidade
e que não tiveram sucesso em seu clareamento, e que também apresentem uma
forma aceitável, aplica-se este tipo de preparo, pois o objetivo deste é desgastar um
nível regular de estrutura na face vestibular. Esse método pode ser executado com
pontas diamantadas normais e também os guias de silicone que são produzidos
antes do preparo (Brunton P.A, 2000; Magne P, 2004). Porém Magne P. (2004),
relata que quando a quantidade de esmalte presente no dente é fina, e o desgaste
for baseado na superfície do dente, pode-se correr o risco de expor certo volume de
dentina, causando assim sensibilidade e futuramente podendo causar problemas
com o laminado.
6
2.2
Classificação para os preparos minimamente invasivos.
Lesage (2009) propôs um sistema de classificação para os preparos dentais
de laminados cerâmicos. Esse sistema foi criado para que não haja um espaço de
dúvidas entre preparos convencionais para laminados cerâmicos e os preparos
minimamente invasivos, e também, para que haja maior comunicação com pacientes
e colegas de profissão. Dúvidas relacionadas a acabamento, linhas de desgaste do
dente e outros, poderiam ter fim com esse sistema de classificação.
2.2.1 Classe I
É classificado como não-preparo ou também preparo menos invasivo para
laminados, sendo que este pode apresentar uma pequena margem, que pode ser
vista através de uma lupa. Nesta classificação, o volume do esmalte dental
permanece entre 90% e 95% após o desgaste. Este tipo de preparo é facilmente
confeccionado se empregado com um guia de preparo (mock-up). Um desgaste de
0,5 mm é feito na face vestibular do dente. E atráves do guia confeccionado se
obtém a profundidade de desgaste, sendo que o cirurgião dentista deve considerar a
remoção do esmalte aprismático, colocando assim uma linha quase que invisível,
para auxiliar o ceramista na determinação da margem. (Lesage BP, 2009; Calamia
Jr, 2007).
Preparo Classe I
Fonte: https://parkell.cdeworld.com/courses/5006-Establishing_a_Classification_System_and_Criteria_for_Veneer_Preparations
2.2.2 Classe II
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Esta classe de preparo se refere aos minimamente invasivos ou menos
invasivos modificados. Esta classificação mostra uma quantidade de esmalte entre
80% a 95%, 10% a 20% de dentina exposta e um desgaste de 0,5 mm na face
vestibular. Nesta classificação, também se utiliza o guia de preparo para obter o
desgaste correto no dente. (Brunton PA, 2000).
Preparo Classe II
Fonte: https://parkell.cdeworld.com/courses/5006-Establishing_a_Classification_System_and_Criteria_for_Veneer_Preparations
2.2.3 Classe III
É uma classificação de preparo conservador. Sua característica é a
presença do volume de esmalte que fica em torno de 60% a 80%. Em relação a
exposição de dentina, se tem a porcentagem de 20% a 40%. Sua redução no
desgaste é de 0,5mm a 1,0 mm. O material restaurador ganha mais espaço e a
margem gengival irá envolver a dentina. (Brunton Pa, 2000).
Preparo Classe III
Fonte: https://parkell.cdeworld.com/courses/5006-Establishing_a_Classification_System_and_Criteria_for_Veneer_Preparations
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2.2.3 Classe IV
É um preparo convencional all-ceramic. Nesta classificação o volume de
esmalte fica em torno de 50%. A redução deste preparo fica em torno de 01 mm ou
mais. Sua margem periférica consiste entre 50% a 70%. Este tipo de preparo tornouse uma técnica mundialmente conhecida para a instalação de facetas completas.
(Rouse Js, 1997; Chun YH, 2010).
Preparo Classe IV
Fonte: https://parkell.cdeworld.com/courses/5006-Establishing_a_Classification_System_and_Criteria_for_Veneer_Preparations
2.3 Estudos sobre os preparos
Fradeani (2005) relatou em um estudo que as falhas dos laminados
cerâmicos instalados, estavam ligadas diretamente pelo preparo incorreto do dente.
A maioria das falhas eram falhas na adesividade do laminado cerâmico. Ao
observar, viu que os preparos eram demasiadamente profundos, chegando a expor
dentina. Outras falhas como fraturas e infiltração foram constatadas.
Munck (2005), relata que a força de adesão não é só obtida pelo tipo de
preparo, mas também é afetada pela qualidade e tipo do adesivo.
Quanto menos o cirurgião dentista adentrar na estrutura do dente, será
menor as chances de romper a barreira da junção cemento esmalte e demais
estruturas. Sempre que possível, deve-se terminar a margem supragengival e
preservar o cíngulo e cristas marginais. (McLaren EA, 2009; Magne P, (2004).
Lesage (2009) ressalta que apesar de pesquisas e os variados tipos de
materiais, a prática clínica é o instrumento mais importante para que se possa
determinar um plano correto para qualquer tratamento menos invasivo.
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2.4 Indicação e Contra Indicação
2.4.1 Indicação
Soares et al (2014), relatam que os casos mais indicados para se realizar
um preparo convencional, ou preparo minimamente invasivo são quando os
pacientes apresentam dentes com alta resistência a clareamento, dentes com
alteração morfológica (conóides, microdontia e distemas), e também quando há
necessidade de aumentar o comprimento do mesmo na incisal. Outras indicações
para esse tipo de preparo são dentes que apresentam hipoplasia, hipocalcificação,
fluorose. (Strassler HE, 2007).
2.4.2 Contra Indicação
As contra indicações mais comuns para os preparos minimamente invasivos
são dentes com grande alteração de cor, esmalte dental insuficiente para dar
retenção,
grandes
diastemas,
pacientes
com
bruxismo
e
dentes
muito
comprometidos. (Cho GC, Donovan TE, Chee WW, 1998)
2.5 Planejamento do Preparo Minimamente Invasivo
Para facilitar na quantidade mínima do desgaste que irá ser realizado, um
bom planejamento é indispensável. Para a realização desta etapa do tratamento,
podem-se utilizar fotografias dos elementos dentais do paciente, obtendo assim um
registro virtual que poderá ser utilizado em um estudo virtual. Isto também servirá de
guia para o mock-up. (Soares et al, 2014).
O mock-up intra oral auxilia muito o profissional durante as etapas de
planejamento. Esse procedimento visa uma maior conservação do esmalte durante
o preparo e uma grande visão da adesividade e estética do laminado, pois ele
também mostra uma pré-visualização de como ficará o tratamento quando
concluído. (Andrade O.S. et al, 2004; Fradeani M et al, 2005).
Magne e Belser (2004) também afirmam que a técnica do mock-up tem
grande poder no planejamento do tratamento, pois o mesmo mostra informações se
haverá possibilidade de se instalar laminados cerâmicos com mínimo desgaste ou
nenhum desgaste.
3. MÉTODOS
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O presente estudo é caracterizado como revisão de literatura. Foram feitas buscas
da literatura pelos bancos de dados: Google, PubMed e Lilacs. Sendo encontrados
artigos entre os anos de 1994 e 2014. Foram utilizadas as palavras chaves: Prótese
Dentária, Estética Dentária, Porcelana Dentária, Odontologia.
4. DISCUSSÃO
Os
preparos
minimamente
invasivos
estão
complementando
os
procedimentos da estética dental. Podem proporcionar várias formações estéticas
com um pequeno e leve desgaste. (Kina S et al, 2007; Ahmad I, 2008)
Ainda não há um sistema de classificação dos preparos utilizados pelos
profissionais. Lesage (2009) ressaltou que havia uma necessidade de se criar um
sistema de classificação para este tipo de preparo. Afirmou também que com essa
classificação, os diagnósticos, a comunicação entre profissionais da área,
concordância e entendimento da parte do paciente ficariam mais amplos, facilitando
o tratamento e todos os procedimentos que o envolvem. Assim como na prótese
dentária, na periodontia e outras áreas temos classificações que facilitam os
diagnósticos e tratamentos, foi criada uma classificação para os preparos
minimamente invasivos.
Segundo Lesage (2009), os preparos foram classificados em classe I, classe
II, classe III e classe IV. Cada classificação tem uma espessura de desgaste a ser
realizado no dente. Também é de grande importância em cada divisão dessa
classificação, o volume do esmalte dental que é mantido, e também o grau de
porcentagem da exposição de dentina durante o preparo. Contudo, Magne (2014)
afirma que quando certa quantidade de esmalte dental é fina e o preparo for
baseado na superfície do dente, corre-se o risco de expor uma grande quantidade
grande de dentina, e possivelmente provocando um grau de sensibilidade alto e
problema na adesividade do laminado.
Já Beier et al (2012), relatou em uma publicação, alguns tipos de preparos
para laminados cerâmicos. O preparo tradicional para laminados é de simples e fácil
realização e tem como o principal objetivo de manter bastante a estrutura do dente.
O preparo full veneer é utilizado quando se há necessidade de passar das faces
proximais até chegar à face palatina ou lingual cobrindo a linha da restauração.
Porém McLaren (2009), afirma que em seu estudo, que o profissional deve invadir o
mínimo possível da estrutura dentária evitando assim romper a junção cemento
esmalte, e preservando ao máximo o cíngulo e cristas marginais.
11
Em seu estudo, Fradeani M (2005), afirma que as falhas ocorridas nos
laminados cerâmicos instalados, tinha grande ligação com a forma dos preparos
realizados nos dentes, sendo que a maior falha era a falta de adesividade do dente
com a peça protética. Porém Munck (2005) ressalta que a força da adesividade não
é só obtida através do preparo, mas também do adesivo que se utiliza para este
tratamento.
As indicações mais comuns para que se possa realizar um preparo
minimamente invasivo são dentes que tem formas e tamanhos irregulares, presença
de diastema e alteração de cor. (Soares et.al, (2014).
Porém existem contra indicações que dificultam esse tipo de preparo. A
presença insuficiente de esmalte, sabendo que a adesão do laminado depende da
presença de esmalte na superfície do dente. Pacientes que são portadores de
hábitos parafuncionais também são contra indicados para preparos menos
invasivos. (Cho GC, Donovan TE, Chee WW, 1998; Glidewell Laboratories, 2009).
Para que se possa ter um correto planejamento para desgastar a quantidade
correta no preparo, o mock-up é indispensável. Soares et al (2014) relatam que
existem várias formas para que se realize um planejamento de qualidade, dentre
elas a fotografia, e o planejamento virtual. Andrade O.S. et al, (2010) & Fradeani M
et al, (2010), afirmam que o mock-up intra oral orienta muito o cirurgião dentista
durante o planejamento do caso. Magne & Belser (2013), complementam, dizendo
que a técnica do mock-up é de grande valia.
Lesage (2009) afirma que a experiência clínica vivida pelo profissional é um
dos fatores de grande importância para que o profissional possa realizar um plano
de tratamento correto e sem erros.
5. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que atráves de um planejamento pela técnica do mock-up,
consegue-se realizar um preparo minimamente invasivo e preservar a estrutura do
dente, adquirindo uma boa adesividade do laminado cerâmico. A técnica para
realizar o preparo varia muito, dependendo de cada profissional, sendo assim é
necessário mais estudos para criar e estabelecer uma classificação de preparos
minimamente invasivos. O planejamento para cada paciente auxiliará o profissional
a realizar o desgaste correto para que não haja problemas com o componente
12
protético, onde o mock-up exerce a grande função para que se realize o desgaste
necessário.
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