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22 GLOBO Terça-feira _2 de Agosto de 2011. Diário de Notícias NATO diz que não há condições para intervir na Síria Mortos. 142 mortos é o balanço da ofensiva lançada domingo pelo regime de Al-Assad. ONU reuniu-se ontem de emergência PATRÍCIA VIEGAS O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico deixou o aviso, o secretário-geraldaNATO reforçou aideialogo emseguida: acomunidade internacional não está com disposição para embarcar num confronto militarcomo regime sírio de Bachar al-Assad, à semelhança do que fez com o de Muammar Kadhafi na Líbia. Isto apesarde condenaramorte de civis emcidades como Hama, de ter convocado uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU e instaurado novas sanções contrao regime sírio. “Não é uma hipótese visível, mesmo que fôssemos favoráveis, algo que não somos porque não há apoio da Liga Árabe a uma intervenção como havia no caso da Líbiae porisso não existe perspectiva de uma acção militar com legitimidade morale legal”, declarou William Hague à BBC Radio 4, su- 66.º ANIVERSÁRIO Bachar al-Assad felicita o seu Exército › O Presidente da Síria, Bachar al-Assad, felicitou ontem os militares do seu país por ocasião do 66.º aniversário da criação do Exército militar da Síria. “Saúdo cada soldado e felicito-o por ocasião do 66.º aniversário da criação do Exército árabe sírio (...) que defende os seus direitos face aos planos agressivos que nos visam hoje e amanhã.Vocês representam o orgulho e a firmeza (...) A Síria recusa as conspirações e os conspiradores”, disse Al-Assad, numa alocução citada pela Sana. blinhando que os britânicos defendem um aumento da pressão sobre o regime de Al-Assad – por parte dos ocidentais, dos árabes e também da Turquia. “Na Líbia, conduzimos uma operação baseada num mandato da ONU, temos o apoio dos países da região. Estas duas condições não estão reunidas naSíria”, disse ao MidiLibreAnders Fogh Rasmussen. 142 pessoas morreram desde domingo na ofensiva do Exército, que visou adiantar-se ao início do mês do Ramadão. Hama, palco de um massacre em 1982, foi o principal alvo de há dois dias. Ontem as tropas começaram air para Al-Bukamal e Deirez-Zoor.“Asituação é muito má e há pouca comidae medicamentos”, contou uma testemunha de Deir ez-Zoor à televisão Al-Jazeera. Asituação na Síria foi debatida ontemànoite pelos membros permanentes e não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, entre os quais Portugal, que, segundo um comunicado do MNE, “apoiou a realização de consultas urgentes paraanalisarasituação”. A UE aprovou por seu lado novo pacote de sanções ao regime sírio. “Bashar al-Assad não tem receio de uma intervenção militar estrangeiranaSíria. E mesmo que tivesse, não agiriade outraforma, pois são muitas décadas de autoconfiançado regime”, disse ontem ao DN BarahMikhail, investigador séniordo thinktankFRIDE. O especialistaemMédio Oriente enumeraas razões paraque não haja uma intervenção militar internacionalnaSíriacomo naLíbia. “Americanos e europeus vivem umagrave crise financeirae as coisas correram mal na Líbia. ASíria não tem petróleo e tem vizinhos como o Líbano e o Iraque. Barack Obama e Nicolas Sarkozypretendem ser reeleitos em 2012 e não queremabrirumanovafrente que afecte asuacredibilidade.” Imagens de vídeo, divulgadas pela Reuters, mostram tanques e feridos na cidade de Hama DESCUBRA AS DIFERENÇAS SÍRIA Regime Revolta LÍBIA Filho de Hafez al-Assad, Bashar sucedeu ao pai em 2000. Lidera um regime de partido único, o Baas, criado em 1946. Chegado ao poder em 1969, através de um golpe de Estado, é o líder inspirador de um regime autoritário a resistir às bombas da NATO. Inspirados pelas revoltas tunisina e egípcia, os sírios começam a contestar o regime nas ruas a 15 de Março. Os protestos esmagados pelas tropas de Kadhafi a 15 de Fevereiro deram lugar a uma guerra civil com rebeldes. Economia Tem algum petróleo e gás natural. EUA sobre- Tem as maiores reservas de petróleo de África : 47 mil milhões de barris. França, Reino Unido e vivem a susto da falência. UE está afogada EUA assumem ofensiva apesar da crise. numa grave crise financeira e económica. Sociedade A população é de maioria sunita (74%). O Presidente Al-Assad e a elite do regime e do partido Baas são muçulmanos alauitas. Há cerca de 140 tribos e clãs na Líbia. A Qadhadhfa apoia Kadhafi, a Zuwayya os rebeldes, a Warfala divide-se. Comunidade internacional Rússia e China bloqueiam resolução da ONU a condenar repressão na Síria. Comunidade internacional descarta intervenção militar. ONU aprova a resolução 1973. Zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Kadhafi acusado pelo TPI e rebeldes do CNT reconhecidos. Aliados Além de russos e chineses, a Síria conta ainda Actualmente, apenas a Venezuela levanta a voz com o apoio da Turquia. Além disso tem o apoio para criticar a ofensiva contra Kadhafi. E o Zimbabwe oferece-se para dar-lhe asilo. do Irão, do Hezbollah e do Hamas. Vizinhos A Síria faz fronteira com o Líbano, o Iraque, Israel, Jordânia, Turquia e Israel. Qualquer intervenção teria impacto nos países vizinhos. Faz fronteira com o Egipto, Tunísia, Argélia, Níger, Sudão e Chade. O impacto regional da actual intervenção é limitado.
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