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FILIADO À CUT Nº 884 01/09/2011 A 15/09/2011 CORREIO INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES BANCÁRIO Campanha Salarial está nas ruas: começam as negociações Fotos Sérgio Cardoso A Campanha Salarial 2011 dos bancários ganhou as ruas e as negociações já começaram. Mas na primeira reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada no dia 30 de agosto, não houve avanços. Em Vitória, o lançamento da Campanha aconteceu no dia 26. Atores vestidos de vampiros simbolizaram os banqueiros, latifundiários e as grandes indústrias, que sugam o sangue dos trabalhadores. Página 5 Bancários do Banestes denunciam pressão e retaliações na Superintendência Regional Sul Festa do Dia do Bancário reúne centenas de pessoas Página 3 Grito dos Excluídos: dívida pública está entre os temas em debate no dia 7 de setembro Página 8 Página 7 www.bancarios-es.org.br Artigo Que el pueblo mande! Dilma privilegia bancos e arrocha aposentados CORREIO Garantir o lucro do setor financeiro e dos banqueiros, praticando arrocho contra os trabalhadores. Essa é a fórmula do Governo Dilma para enfrentar a crise, um “frankstein” que está sendo adotado pelos demais governos neoliberais pelo mundo afora e que já causa intensos protestos e conflitos sociais pelo globo. Dilma começou o governo reduzindo a menos de 1% o ganho real do salário mínimo. Em agosto, a presidenta vetou o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que assegurava recursos para os reajustes superiores à inflação dos benefícios da Previdência Social, deixando 10 milhões de aposentados a ver navios. Com as medidas, a presidenta sinaliza que o Orçamento de 2012 imporá mais um ano de arrocho para os trabalhadores. Depois de oito anos de Governo Lula incentivando o consumo e o endividamento desenfreado, estimulando inclusive a adoção de empréstimos consignados, Dilma penaliza ainda mais a população brasileira, que, endividada, não tem como honrar seus compromissos. Com um saldo devedor de quase R$ 3 trilhões, somadas as dívidas externa e interna do país, os cofres da União também estão em apuros. Mas ao invés de tentar sanar o problema, com a realização de uma auditoria da dívida pública, o governo federal investe em outra fórmula. Corta recursos das políticas públicas e dos investimentos sociais para entregar ao grande capital. Quem ganha com isso? Os grandes bancos, que dependem do endividamento, da cobrança de altas taxas de juros e, principalmente, da benevolência do governo federal para continuarem sua escalada de lucros. BANCÁRIO Coordenador Geral: Jessé Gomes de Alvarenga Diretor de Imprensa: Júlio César Passos Informativo do Sindicato dos Editoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92-ES Bancários do Espírito Santo e Lara Abib (MTb 2669-ES) Rua Wilson Freitas, 93, Centro, Editoração: Jorge Luiz - MTb 041/96 Vitória/ES - 29016-340 Impressão: Gráfica Espírito Santo Tel: (27) 3331-9999 E.mail: [email protected] Colatina (3722-2647), Cachoeiro Tiragem: 10.000 exemplares (3522-7975) e Linhares (3371-0092) Distribuição gratuita www.bancarios-es.org.br 2 Espírito Santo A luta pela recuperação da educação pública no Chile tomou proporções internacionais. Manifestações com mais de 100 mil jovens têm ocupado as ruas das principais cidades chilenas. Além da radicalidade, outra marca da luta estudantil no Chile tem sido o grande apoio popular, que demonstra a insatisfação com o modelo neoliberal implantado durante a ditadura militar de Augusto Pinochet e aprofundado nos governos de La Concertación. A educação chilena, assim como outras áreas sociais, é profundamente mercantilizada. A privatização ocorre em todos os níveis de ensino, o que produz um verdadeiro apartheid educativo. A educação pública, tanto nos colégios quanto nas universidades, é paga pelas famílias, com financiamento quase nulo do Estado. A mensalidade de um curso superior em uma universidade pública, por exemplo, equivale a quase o dobro do salário mínimo. Porém, não é somente a grave situação educacional que impulsiona os estudantes chilenos. O descontentamento histórico com o modelo neoliberal e o descrédito em relação aos governos fazem com que a luta estudantil seja a expressão da vontade popular de reconstruir o país. A reivindicação da nacionalização do cobre e da defesa da Patagônia em meio às pautas pela educação demonstram o anseio pela recuperação da soberania chilena. Por isso, movimentos populares e sindicatos estão com os jovens nas ruas, não apenas pela educação pública, mas pela recuperação do próprio Chile. Confirmam-se as palavras de Salvador Allende de que se abrirão as alamedas por onde passará o homem livre para construir uma sociedade melhor. Das terras andinas, correm novamente ventos para que “El pueblo mande”! Luciana Silvestre Girelli, jornalista e mestre em Política Social pela Ufes, presente nas manifestações. CEF I O Sindicato entrou na Justiça reivindicando o reconhecimento da natureza salarial do CTVA. CEF II A ação pede a integração do CTVA no adicional de função e na contribuição para a FUNCEF. CEF III A ação coletiva beneficia todos os bancários detentores de função, filiados ou não ao Sindicato. Superintendência Sul Bancários do Banestes sofrem com ação de gestor O Sindicato vem recebendo denúncias de que gerentes do Banestes subordinados à Superintendência Regional Sul estão sendo obrigados a bater o ponto ao final do expediente e depois voltar ao trabalho, evitando assim o pagamento de horas extras. Essa é mais uma ação resultante do modelo de gestão adotada pelo superintendente José Francisco da Silva. Transferências arbitrárias de trabalhadores, pressão constante e retaliações são práticas comuns na Regional Sul. “Essa forma de gestão de pessoas é um resquício da política adotada pela administração Penedo (Roberto Penedo, ex-presidente do Banestes) e precisa ser extirpada do banco. É necessário mudar o perfil da Superintendência, priorizando um modelo democrático de gestão e de respeito aos direitos dos trabalhadores. Quanto aos casos de burla no sistema de ponto, encaminharemos uma denúncia formal à Superintendência Regional do Trabalho (SRT)”, afirma Jessé Alvarenga, coordenador geral do Sindicato. As queixas a respeito da postura de José Francisco vêm desde 2005, quando ele ainda era gerente na agência do Banestes de Vila Velha. À época, o gestor colocou 15 dos 40 funcionários da unidade à disposição do setor de Recursos Humanos, o que gerou sobrecarga de serviço entre os bancários. O dirigente sindical de Cachoeiro de Itapemirim e funcionário do Banestes, Marco Antônio de Oliveira, também sofreu nas mãos de José Francisco. Em junho do ano passado, ele foi transferido arbitrariamete de sua agência de origem, no bairro BNH, para a unidade de Itaoca, que fica a 25 quilômetros de Cachoeiro. A decisão foi revertida judicialmente pelo Sindicato, com base no artigo 543 da CLT, que veda a transferência de dirigente sindical a lugar que dificulte o desempenho de suas atribuições. Sérgio Cardoso Com rachaduras e goteiras Agência BB Jardim da Penha funciona precariamente Rachaduras no teto, goteiras, tapetes molhados e baldes por todos os lados. Foi assim que bancários e clientes encontraram a agência do Banco do Brasil em Jardim da Penha no dia 23 de agosto. A bateria de caixas ficou parcialmente fechada e houve triagem no autoatendimento. Mas os transtornos não foram causados somente pelas chuvas. O problema se arrasta desde a inauguração da unidade. “A agência tem um problema de desnível e já tinha racha- duras no teto. O ambiente úmido favorece os ácaros, mofo e as doenças respiratórias. Muitos bancários desenvolveram, no decorrer do tempo, rinites, sinusites e alergias”, ressalta Maristela Corrêa, diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários, De acordo com Maristela, o Banco do Brasil foi alertado inúmeras vezes sobre os problemas na agência. O Sindicato também já enviou denúncia à Superintendência Regional do Trabalho (SRT). GOTEIRAS NO TETO: CONDIÇÕES DE TRABALHO PRECÁRIAS 3 BANDES I Robson Luiz Avelino Pereira e Ivaldo Rosa Albano são os novos delegados sindicais no Bandes. BANDES II A eleição ocorreu no dia 30 de agosto. Antônio Augusto Rodrigues e Eliana M. de Mesquita são suplentes. Campanha Salarial 2011 Minuta específica é entregue ao Banestes A Tempo na fila de banco tem limite! Queremos a contratação de mais bancários! QUANDO VOCÊ LIGAR PARA O SINDICATO, DISQUE 3331 E O RAMAL DESEJADO. CONFIRA: Ramal ............... Órgão 9955.................. Administração 9956.................. Administração 9951.................. Coordenação de Políticas Permanentes 9975.................. Centro Sindical 9953.................. Informática 9959.................. Relações Sindicais 9990.................. Relações Sindicais 9965.................. Relações Sociais 9957.................. Esportes 9962.................. Sala dos diretores suplentes 9960.................. Finanças 9961.................. Finanças 9971.................. Imprensa 9972.................. Imprensa 9988.................. Jurídico 9989.................. Jurídico 9996.................. Coordenação Geral 9991.................. Secretaria (4º andar) 9992.................. Secretaria (4º andar) 9997.................. Recepção 9998.................. Recepção 9977.................. Cultura 9978.................. Formação 9980.................. Saúde 9968.................. Saúde 9967.................. Secretaria Geral 9954.................. Assuntos Socioeconômicos 9993.................. Fax 4 Sérgio Cardoso minuta de reivindicações específicas dos bancários do Banestes foi entregue ao diretor administrativo do banco, Bruno Curty Vivas, no dia 26 de agosto. Ele informou que repassaria o documento ao presidente do BRUNO CURTY RECEBE A MINUTA DOS BANESTIANOS Banestes, Bruno Negris, prevendo negociações para o início conseguirmos avançar nas negociações”, ressaltou também Idelmar Casagrande, de setembro. A entrega foi feita por uma comis- representante do Espírito Santo no Cosão formada pelos diretores do Sindicato mando Nacional dos Bancários. A minuta do Banestes incluiu cláudos Bancários e por representantes dos movimentos sociais após a caminhada sulas como a reposição das perdas ocorpelas ruas do Centro de Vitória que mar- ridas no período de setembro de 1994 a cou o lançamento da Campanha Salarial agosto de 2011; revisão e reformulação da Estrutura de Cargos e Remuneração 2011 no Espírito Santo. O coordenador geral do Sindicato, (ERC), visando à correção de distorções Jessé Alvarenga, reafirmou a expectativa existentes e o pagamento retroativo de dos bancários do Banestes na retomada todas as verbas devidas; suspensão da das negociações específicas. “Estamos há implantação de qualquer processo de anos sem assinar Acordo Coletivo e ques- terceirização; garantia da eleição de um tões importantes precisam ser tratadas. Es- diretor representante (DIREP) dos empregados com assento na Diretoria Executiva; peramos avançar agora”, afirmou. “O Banestes é o único banco públi- seleção interna; aumento da contribuição co que não tem acordo específico no Bra- do banco para a Fundação Baneses (15%); sil. Apostamos na seriedade e no compro- o retorno da contribuição patronal para os misso dessa nova direção do banco para aposentados na Banescaixa, entre outras. Bandes - A minuta dos bancários do Bandes também seria entregue durante o lançamento da Campanha Salarial 2011. No entanto, devido ao falecimento de João Vitor Oliveira Balestrassi, filho do presidente do banco, Guerino Balestrassi, ocorrido no dia 23 de agosto, o ato de entrega foi adiado para 31 de agosto. LUCRO DOS BANCOS I Com R$ 24,9 bilhões, o setor bancário foi o que mais lucrou no primeiro semeste deste ano. LUCRO DOS BANCOS II O valor do lucro corresponde a um aumento de 19% em relação ao primeiro semestre de 2010. LUCRO DOS BANCOS III Os dados foram divulgados no dia 29 de agosto, pela Economática Consultoria. Campanha Salarial 2011 Começa a Campanha: negociações não avançam A Campanha Salarial 2011 dos bancários ganhou as ruas, e as negociações já começaram. Mas na primeira reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada no dia 30 de agosto, não houve avanços. Segundo Idelmar Casagrande, representante do Espírito Santo e da Intersindical no Comando Nacional, a Fenaban negou as cláusulas sobre garantia de emprego, alegando que cada banco decide a hora de aumentar ou diminuir o quadro funcional. Também não aceitou seguir a Convenção 158 da OIT, que impede as demissões imotivadas. Apesar de os banqueiros negarem a alta rotatividade nos bancos, a Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada pelo Dieese /Contraf com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que no primeiro semestre deste ano aconteceram 30.537 admissões e 18.559 desligamentos. Na primeira reunião também foi iniciado o debate sobre os correspondentes bancários. Mas a Fenaban não quer discutir o tema. Os banqueiros alegam que o serviço terceirizado é uma opção para os clientes. “Nós rebatemos, dizendo que os clientes e usuários estão sendo impedidos de pagar contas e fazer outras operações nas agências, o que é um absurdo. Além disso, os correspondentes significam a precarização das relações de trabalho” afirmou Idelmar Casagrande. A Fenaban disse desconhecer qualquer segregação nas agências, e ficou de apurar com os bancos essa denúncia. Sérgio Cardoso TEATRO E PROTESTOS NO LANÇAMENTO DA CAMPANHA EM VITÓRIA Lançamento da Campanha em Vitória contou com participação de camponeses e trabalhadores urbanos Só a união de todos os trabalhadores conseguirá reverter o quadro de exploração e de desigualdade social imposto pelo capital financeiro. Essa foi a tônica do ato de lançamento da Campanha Salarial 2011 dos bancários, que aconteceu no dia 26 de agosto, no Centro de Vitória. A atividade, que fez parte do calendário da Jornada Nacional de Lutas no ES, contou com a presença dos trabalhadores do campo e da cidade. Atores vestidos de vampiros simbolizaram os banqueiros, latifundiários e as grandes indústrias, que sugam o sangue dos trabalhadores. Também foram levados para as ruas personagens representando os bancá- rios, empregados de correspondentes bancários, trabalhdores urbanos e rurais. Por meio do teatro, o Sindicato evidenciou os desafios da classe trabalhadora, que precisa estar unida para enfrentar o capital financeiro. A caminhada começou na Praça Oito e foi até o Banestes Pallas Center. O agente financeiro Marcos Salazar, 51 anos, era um dos que passava na rua durante a manifestação. “Lá no Chile, as pessoas estão indo às ruas e as coisas estão acontecendo. Aqui no Brasil, parece que a maioria se acomodou. Esses atos são importantes porque fazem a gente parar um pouco para refletir”, declarou. 5 FÁBIO NUNES Autora dos livros “Reflexões im-pertinentes” e “O Brasil e o capital-imperialismo - Teoria e História”, a professora aposentada da Universidade Federal Fluminense e doutora em Filosofia pela Universidade de Paris, Virgínia Fontes, fala sobre a crise mundial. Diálogo Virgínia Fontes O caminho é a superação do capitalismo As crises que acontecem pelo lista, mais eles se aproximam do miolo da datários como China, Índia e Brasil. Isto é, mundo têm um substrato comum? crise. Os sinais não são só de alegria. favorece as burguesias locais e os capitais Há uma sequência de interpretaMas, em vários locais, o povo daqueles países que estão implantados ções mais sérias sobre a crise. Não é essa está fazendo as lutas... nesses novos retardatários. Isso significaria que dá no jornal da Rede Globo, porque Sim, politicamente a gente tem as- uma capacidade brasileira de direcionar essa não interpreta nada. Uma é a do Is- sistido lutas que são muito interessantes. politicamente a reprodução desses capitván Mészáros, que é uma referência im- Em primeiro lugar as explosões no entorno tais. Teremos em Dilma uma condutora da portante da esquerda hoje. Ele diz que do Mediterrâneo. O noticiário que a gen- reprodução do grande capital nacional? o capitalismo entrou numa fase de crise te assiste na televisão, tanto aqui quanto Não tenho clareza. O Lula foi. A segunda permanente. E é permanente pela pro- o internacional, separa as duas metades hipótese é de a crise entrar e devastar, a fundidade, pela proximidade das crises, do Mediterrâneo. Mas o mundo árabe e o mais provável. Aí chegam crises e as lutas, e também porque não há nenhuma saída mundo europeu estão unidos em volta do porque tem pouco tempo que a grande a não ser superando o capitalismo. Outros Mediterrâneo e as manifestações que co- parte da população recebe um gotejamenatuam com uma visão ainda mais próxima meçaram do lado árabe chegaram do lado to que garante o mínimo de sua existência. da análise do Marx, de que essa é mais europeu, na Grécia, na Espanha, em Portu- Retirar isso seria catastrófico. Essa semana uma das crises estruturais do capio governo já anunciou que talismo. Mas, com certeza absoluta, “temos que ser responsáveis “Só numa sociedade que supere não são coisas separadas, embora o com o orçamento”. Eu não o capitalismo, que supere a disparador da crise americana seja necessidade do capital se valorizar sei até que ponto existe a cadiferente da européia. Nos Estados pacidade de convencimento acima de qualquer coisa, a gente Unidos foi a crise dos créditos que o para segurar a população. Eu vai ser plenamente humano” sistema bancário não sustentou por acredito que essa população conta do volume podre de capital reaja. em circulação; enquanto a crise européia gal. Não são homogêneas essas lutas. Um Qual é o papel dos movimentos é uma crise da dívida dos estados. parte delas é contra a ditadura implemen- sociais e sindical nessa conjuntura? O que você acha das duas teses? tada por longo período no mundo árabe. A primeira coisa é que nosso Eu acho a tese do Mészáros muito Na Espanha, os indignados espanhóis es- norte não se modifica, ele é anticarica. Entretanto, eu vou com cautela na tão dizendo o quê? “A gente quer a demo- pital. Só numa sociedade que supere ideia de uma crise permanente porque cracia verdadeira. O parlamento não nos o capitalismo, que supere a necessinós estamos assistindo, nos últimos dez representa”. Da mesma forma, em Lon- dade do capital se valorizar acima de anos ou vinte, ao lado da perspectiva de dres, eles dizem: “Vocês têm que enxergar qualquer coisa, a gente vai ser plecrise nos países centrais, uma expansão o problema que nós somos”. namente humano. Então, esse norte do capitalismo impressionante tanto para E qual é a sua previsão para o não pode ser negociável, como aqui a Ásia, quanto para a América Latina; Brasil? no Brasil negociaram muito recenteprincipalmente para China, Índia e Brasil. Eu não sou futuróloga (risos), mas mente. Nossas lideranças que comPor outro lado, quanto mais esses países há dois cenários que seriam os principais. partilhavam esse norte ou esse sul, se seguem o mesmo padrão de concentração No primeiro, a crise dos EUA e a européia a gente preferir, trocaram de bússola e de capitais e expansão do capital imperia- favorecem a emergência de novos retar- resolveram circular leste a oeste. 6 Fotos: Sérgio Cardoso Eu fui! Antônio João Marchetti (Banestes Praia do Suá) e a filha Paula da Cunha Marchetti (Banestes Central): “A festa está ótima”. O DIA ESTAVA IDEAL PARA UMA FESTA. NA SEQUÊNCIA DAS FOTOS, O CANTINHO DA FOTOGRAFIA, RECREAÇÃO INFANTIL, MÚSICA E CUSTOMIZAÇÃO DE ABADÁ. Dia do Bancário Confraternização reúne mais de 600 pessoas U m dia de sol, muito samba e integração. Assim foi a festa em comemoração ao Dia do Bancário, que aconteceu no dia 28 de agosto, no Clube da Associação do Pessoal da CEF, em Bicanga, Serra. Mais de seiscentas pessoas, entre sindicalizados e convidados, da Grande Vitória e interior do Estado, compareceram. A aposentada do Banestes Marilsa Fadini, que veio de Colatina para participar do evento, destacou que esse momento de integração antecedendo a Campanha Salarial é muito importante. “Se a gente cair em campo, juntos, nós teremos conquistas. Já fiz muita greve. Temos que lutar pelo que queremos”, reforçou. Ao som de Rogerinho do Cavaco e Grupo, os bancários sambaram e curtiram um churrasco, com muita animação. “Foi além das nossas expectativas. Bancários, familiares e amigos compareceram em peso. Agora estamos preparando as festas em Nova Venécia, no próximo sábado, dia 3 de setembro, e em São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim, no dia 17”, diz a diretora de Cultura do Sindicato, Lia Ragazzi. A Rádio Olho da Rua realizou intervenções durante toda a programação, com perguntas para os bancários sobre tópicos da Campanha Salarial 2011 e marcos das lutas da categoria. Valdo Aloquio (BB Lagoa do Meio, em Linhares): ”A integração começou no ônibus. É um espaço perfeito para conversar sobre a Campanha Salarial”. Janete Cândido Silveira (CEF Laranjeiras): “É a primeira vez que eu venho à festa dos bancários. Está muito animada”. 7 CORREIO BANCÁRIO Grito dos Excluídos Dívida pública: não sobram recursos para áreas sociais “O modelo econômico (adotado no Brasil) garante a transferência de recursos públicos para o setor financeiro”. A afirmação é de Maria Lúcia Fattorelli, auditora fiscal da Receita Federal e coordenadora da ONG “Auditoria Cidadã da Dívida”, que veio a Vitória no dia 27 de agosto participar de um seminário de preparação para o Grito dos Excluídos 2011. O evento aconteceu na Escola Maria Ortiz e foi organizado por integrantes dos movimentos populares, das pastorais sociais e das entidades sindicais, entre elas o Sindicato dos Bancários/ES. Fattorelli fez um panorama da dívida pública no mundo, ressaltando a necessidade de questionar o sistema que permite que a dívida pública seja um instrumento de desvio dos recursos que deveriam ir para áreas sociais, mas vão para os bolsos dos banqueiros e dos organismos internacionais. “O instrumento do endividamento público foi usurpado pelo setor financeiro, mas no âmbito nacional, o governo não Guilherme Ferrari A DÍVIDA PÚBLICA FOI TEMA DE DEBATE PREPARATÓRIO PARA O GRITO DOS EXCLUÍDOS admite a crise da dívida. Entretanto, há no país muita carga tributária, juros elevados, contingenciamento de gastos sociais, reformas neoliberais, congelamento de salários do setor público, ausência de retornos em bens e serviços. Todos esses aspectos conformam o modelo econômico e garantem a transferência de recursos públicos para o setor financeiro privado e internacional”, observou Fatorelli. Para a economista e educadora popular da Escola Nacional Florestan Fernandes, Roberta Traspadini, que também falou no seminário, “como não são destinados recursos públicos para as áreas sociais, o investimento privado assume uma tarefa que é do Estado e lucra duplamente com a miséria do povo”. Caminhada do Grito será no dia 7, em São Pedro 8 Com o lema “Pela vida, grita a terra... Por direitos, todos nós!”, a 17ª edição do Grito dos Excluídos será realizada no dia 7 de setembro, na Grande São Pedro, em Vitória. A concentração será às 8 horas, na Rua Jonael Sócrates Medeiros, próximo ao antigo supermercado Rede Show, em São Pedro V. A caminhada será organizada em alas, com os temas meio ambiente, juventude, direitos sociais e direitos econômicos. O Sindicato dos Bancários estará participando dessa última ala, denunciando o modelo econômico que suga o sangue dos trabalhadores. Na avaliação de Carlos Pereira de Araújo, secretário geral do Sindicato dos Bancários/ES, o seminário sobre a dívida pública ajudou nessa discussão. “Saímos da atividade com a certeza de que a humanidade tem que fazer uma opção: ou salva a si mesma, ou salva os bancos. A ideia agora é envolver todos os setores da sociedade no debate, inclusive construir um fórum permanente para investigação da dívida pública estadual”, afirma.
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