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FILIADO À CUT
Nº 884
01/09/2011
A 15/09/2011
CORREIO
INFORMATIVO DO
SINDICATO DOS
BANCÁRIOS DO ES
BANCÁRIO
Campanha Salarial está nas
ruas: começam as negociações
Fotos Sérgio Cardoso
A Campanha Salarial 2011
dos bancários ganhou as ruas e as
negociações já começaram. Mas na
primeira reunião entre o Comando
Nacional dos Bancários e a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban),
realizada no dia 30 de agosto, não
houve avanços.
Em Vitória, o lançamento da
Campanha aconteceu no dia 26. Atores
vestidos de vampiros simbolizaram os
banqueiros, latifundiários e as grandes
indústrias, que sugam o sangue dos
trabalhadores.
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Bancários do Banestes
denunciam pressão e
retaliações na
Superintendência Regional Sul
Festa do Dia do Bancário reúne centenas de pessoas
Página 3
Grito dos Excluídos: dívida
pública está entre os
temas em debate no dia
7 de setembro
Página 8
Página 7
www.bancarios-es.org.br
Artigo
Que el pueblo mande!
Dilma privilegia bancos
e arrocha aposentados
CORREIO
Garantir o lucro do setor financeiro e dos banqueiros, praticando arrocho contra os trabalhadores. Essa é
a fórmula do Governo Dilma para enfrentar a crise, um “frankstein” que está
sendo adotado pelos demais governos
neoliberais pelo mundo afora e que já
causa intensos protestos e conflitos sociais pelo globo.
Dilma começou o governo reduzindo a menos de 1% o ganho real do
salário mínimo. Em agosto, a presidenta vetou o artigo da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) que assegurava
recursos para os reajustes superiores à
inflação dos benefícios da Previdência
Social, deixando 10 milhões de aposentados a ver navios.
Com as medidas, a presidenta
sinaliza que o Orçamento de 2012 imporá mais um ano de arrocho para os
trabalhadores. Depois de oito anos de
Governo Lula incentivando o consumo
e o endividamento desenfreado, estimulando inclusive a adoção de empréstimos consignados, Dilma penaliza
ainda mais a população brasileira, que,
endividada, não tem como honrar seus
compromissos.
Com um saldo devedor de quase R$ 3 trilhões, somadas as dívidas
externa e interna do país, os cofres da
União também estão em apuros. Mas
ao invés de tentar sanar o problema,
com a realização de uma auditoria
da dívida pública, o governo federal
investe em outra fórmula. Corta recursos das políticas públicas e dos investimentos sociais para entregar ao
grande capital.
Quem ganha com isso? Os grandes bancos, que dependem do endividamento, da cobrança de altas taxas de
juros e, principalmente, da benevolência do governo federal para continuarem sua escalada de lucros.
BANCÁRIO
Coordenador Geral: Jessé Gomes de
Alvarenga
Diretor de Imprensa: Júlio César Passos
Informativo do Sindicato dos
Editoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92-ES
Bancários do Espírito Santo
e Lara Abib (MTb 2669-ES)
Rua Wilson Freitas, 93, Centro,
Editoração: Jorge Luiz - MTb 041/96
Vitória/ES - 29016-340
Impressão: Gráfica Espírito Santo
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Colatina (3722-2647), Cachoeiro
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(3522-7975) e Linhares (3371-0092) Distribuição gratuita
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2
Espírito Santo
A luta pela recuperação da
educação pública no Chile tomou
proporções internacionais. Manifestações com mais de 100 mil jovens
têm ocupado as ruas das principais
cidades chilenas. Além da radicalidade, outra marca da luta estudantil
no Chile tem sido o grande apoio popular, que demonstra a insatisfação
com o modelo neoliberal implantado
durante a ditadura militar de Augusto
Pinochet e aprofundado nos governos
de La Concertación.
A educação chilena, assim como
outras áreas sociais, é profundamente
mercantilizada. A privatização ocorre
em todos os níveis de ensino, o que produz um verdadeiro apartheid educativo.
A educação pública, tanto nos colégios
quanto nas universidades, é paga pelas
famílias, com financiamento quase nulo
do Estado. A mensalidade de um curso
superior em uma universidade pública,
por exemplo, equivale a quase o dobro
do salário mínimo.
Porém, não é somente a grave
situação educacional que impulsiona
os estudantes chilenos. O descontentamento histórico com o modelo
neoliberal e o descrédito em relação
aos governos fazem com que a luta
estudantil seja a expressão da vontade popular de reconstruir o país. A
reivindicação da nacionalização do
cobre e da defesa da Patagônia em
meio às pautas pela educação demonstram o anseio pela recuperação
da soberania chilena.
Por isso, movimentos populares e
sindicatos estão com os jovens nas ruas,
não apenas pela educação pública,
mas pela recuperação do próprio Chile.
Confirmam-se as palavras de Salvador
Allende de que se abrirão as alamedas
por onde passará o homem livre para
construir uma sociedade melhor. Das
terras andinas, correm novamente ventos para que “El pueblo mande”!
Luciana Silvestre Girelli, jornalista
e mestre em Política Social pela Ufes,
presente nas manifestações.
CEF I
O Sindicato entrou na
Justiça reivindicando
o reconhecimento da
natureza salarial do
CTVA.
CEF II
A ação pede a
integração do CTVA no
adicional de função e
na contribuição para a
FUNCEF.
CEF III
A ação coletiva
beneficia todos os
bancários detentores
de função, filiados ou
não ao Sindicato.
Superintendência Sul
Bancários do Banestes
sofrem com ação de gestor
O
Sindicato vem recebendo denúncias de que
gerentes do Banestes subordinados à Superintendência
Regional Sul estão sendo obrigados a bater o ponto ao final
do expediente e depois voltar ao
trabalho, evitando assim o pagamento de horas extras. Essa
é mais uma ação resultante do
modelo de gestão adotada pelo
superintendente José Francisco
da Silva. Transferências arbitrárias de trabalhadores, pressão
constante e retaliações são práticas comuns na Regional Sul.
“Essa forma de gestão
de pessoas é um resquício da
política adotada pela administração Penedo (Roberto Penedo,
ex-presidente do Banestes) e precisa ser
extirpada do banco. É necessário mudar
o perfil da Superintendência, priorizando
um modelo democrático de gestão e de
respeito aos direitos dos trabalhadores.
Quanto aos casos de burla no sistema de
ponto, encaminharemos uma denúncia
formal à Superintendência Regional do
Trabalho (SRT)”, afirma Jessé Alvarenga,
coordenador geral do Sindicato.
As queixas a respeito da postura
de José Francisco vêm desde
2005, quando ele ainda era gerente na agência do Banestes
de Vila Velha. À época, o gestor
colocou 15 dos 40 funcionários
da unidade à disposição do
setor de Recursos Humanos, o
que gerou sobrecarga de serviço entre os bancários.
O dirigente sindical de
Cachoeiro de Itapemirim e funcionário do Banestes, Marco
Antônio de Oliveira, também
sofreu nas mãos de José Francisco. Em junho do ano passado, ele foi transferido arbitrariamete de sua agência de
origem, no bairro BNH, para a
unidade de Itaoca, que fica a
25 quilômetros de Cachoeiro.
A decisão foi revertida judicialmente
pelo Sindicato, com base no artigo 543
da CLT, que veda a transferência de dirigente sindical a lugar que dificulte o
desempenho de suas atribuições.
Sérgio Cardoso
Com rachaduras e goteiras
Agência BB Jardim da Penha funciona precariamente
Rachaduras no teto, goteiras, tapetes
molhados e baldes por todos os lados. Foi
assim que bancários e clientes encontraram
a agência do Banco do Brasil em Jardim da
Penha no dia 23 de agosto. A bateria de caixas ficou parcialmente fechada e houve triagem no autoatendimento.
Mas os transtornos não foram causados
somente pelas chuvas. O problema se arrasta
desde a inauguração da unidade. “A agência
tem um problema de desnível e já tinha racha-
duras no teto. O ambiente úmido favorece os
ácaros, mofo e as doenças respiratórias. Muitos
bancários desenvolveram, no decorrer do tempo, rinites, sinusites e alergias”, ressalta Maristela Corrêa, diretora de Saúde e Condições de
Trabalho do Sindicato dos Bancários,
De acordo com Maristela, o Banco do
Brasil foi alertado inúmeras vezes sobre os
problemas na agência. O Sindicato também
já enviou denúncia à Superintendência Regional do Trabalho (SRT).
GOTEIRAS NO TETO: CONDIÇÕES
DE TRABALHO PRECÁRIAS
3
BANDES I
Robson Luiz Avelino
Pereira e Ivaldo Rosa
Albano são os novos
delegados sindicais
no Bandes.
BANDES II
A eleição ocorreu no dia
30 de agosto. Antônio
Augusto Rodrigues e
Eliana M. de Mesquita
são suplentes.
Campanha Salarial 2011
Minuta específica é
entregue ao Banestes
A
Tempo na fila de
banco tem limite!
Queremos a contratação
de mais bancários!
QUANDO VOCÊ LIGAR
PARA O SINDICATO,
DISQUE 3331 E O
RAMAL DESEJADO.
CONFIRA:
Ramal ............... Órgão
9955.................. Administração
9956.................. Administração
9951.................. Coordenação de
Políticas Permanentes
9975.................. Centro Sindical
9953.................. Informática
9959.................. Relações Sindicais
9990.................. Relações Sindicais
9965.................. Relações Sociais
9957.................. Esportes
9962.................. Sala dos diretores suplentes
9960.................. Finanças
9961.................. Finanças
9971.................. Imprensa
9972.................. Imprensa
9988.................. Jurídico
9989.................. Jurídico
9996.................. Coordenação Geral
9991.................. Secretaria (4º andar)
9992.................. Secretaria (4º andar)
9997.................. Recepção
9998.................. Recepção
9977.................. Cultura
9978.................. Formação
9980.................. Saúde
9968.................. Saúde
9967.................. Secretaria Geral
9954.................. Assuntos
Socioeconômicos
9993.................. Fax
4
Sérgio Cardoso
minuta de reivindicações
específicas
dos bancários do Banestes foi entregue
ao diretor administrativo do banco,
Bruno Curty Vivas,
no dia 26 de agosto.
Ele informou que repassaria o documento ao presidente do
BRUNO CURTY RECEBE A MINUTA DOS BANESTIANOS
Banestes, Bruno Negris, prevendo negociações para o início conseguirmos avançar nas negociações”,
ressaltou também Idelmar Casagrande,
de setembro.
A entrega foi feita por uma comis- representante do Espírito Santo no Cosão formada pelos diretores do Sindicato mando Nacional dos Bancários.
A minuta do Banestes incluiu cláudos Bancários e por representantes dos
movimentos sociais após a caminhada sulas como a reposição das perdas ocorpelas ruas do Centro de Vitória que mar- ridas no período de setembro de 1994 a
cou o lançamento da Campanha Salarial agosto de 2011; revisão e reformulação
da Estrutura de Cargos e Remuneração
2011 no Espírito Santo.
O coordenador geral do Sindicato, (ERC), visando à correção de distorções
Jessé Alvarenga, reafirmou a expectativa existentes e o pagamento retroativo de
dos bancários do Banestes na retomada todas as verbas devidas; suspensão da
das negociações específicas. “Estamos há implantação de qualquer processo de
anos sem assinar Acordo Coletivo e ques- terceirização; garantia da eleição de um
tões importantes precisam ser tratadas. Es- diretor representante (DIREP) dos empregados com assento na Diretoria Executiva;
peramos avançar agora”, afirmou.
“O Banestes é o único banco públi- seleção interna; aumento da contribuição
co que não tem acordo específico no Bra- do banco para a Fundação Baneses (15%);
sil. Apostamos na seriedade e no compro- o retorno da contribuição patronal para os
misso dessa nova direção do banco para aposentados na Banescaixa, entre outras.
Bandes -
A minuta dos bancários do Bandes também seria entregue
durante o lançamento da Campanha Salarial 2011. No entanto, devido ao
falecimento de João Vitor Oliveira Balestrassi, filho do presidente do banco,
Guerino Balestrassi, ocorrido no dia 23 de agosto, o ato de entrega foi adiado para 31 de agosto.
LUCRO DOS BANCOS I
Com R$ 24,9 bilhões,
o setor bancário foi
o que mais lucrou
no primeiro semeste
deste ano.
LUCRO DOS BANCOS II
O valor do lucro
corresponde a um
aumento de 19% em
relação ao primeiro
semestre de 2010.
LUCRO DOS BANCOS III
Os dados foram
divulgados no
dia 29 de agosto,
pela Economática
Consultoria.
Campanha Salarial 2011
Começa a Campanha:
negociações não avançam
A
Campanha Salarial 2011 dos bancários ganhou as ruas, e as negociações já começaram. Mas na primeira reunião entre o Comando Nacional
dos Bancários e a Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban), realizada no dia 30 de
agosto, não houve avanços.
Segundo Idelmar Casagrande, representante do Espírito Santo e da Intersindical no Comando Nacional, a Fenaban
negou as cláusulas sobre garantia de emprego, alegando que cada banco decide
a hora de aumentar ou diminuir o quadro
funcional. Também não aceitou seguir a
Convenção 158 da OIT, que impede as demissões imotivadas.
Apesar de os banqueiros negarem a
alta rotatividade nos bancos, a Pesquisa de
Emprego Bancário, elaborada pelo Dieese
/Contraf com base nos dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que no primeiro semestre
deste ano aconteceram 30.537 admissões
e 18.559 desligamentos.
Na primeira reunião também foi
iniciado o debate sobre os correspondentes bancários. Mas a Fenaban não quer
discutir o tema. Os banqueiros alegam
que o serviço terceirizado é uma opção
para os clientes. “Nós rebatemos, dizendo que os clientes e usuários estão sendo
impedidos de pagar contas e fazer outras
operações nas agências, o que é um absurdo. Além disso, os correspondentes
significam a precarização das relações de
trabalho” afirmou Idelmar Casagrande. A
Fenaban disse desconhecer qualquer segregação nas agências, e ficou de apurar
com os bancos essa denúncia.
Sérgio Cardoso
TEATRO E PROTESTOS NO LANÇAMENTO DA CAMPANHA EM VITÓRIA
Lançamento da Campanha em Vitória contou com
participação de camponeses e trabalhadores urbanos
Só a união de todos os trabalhadores conseguirá reverter o quadro de
exploração e de desigualdade social
imposto pelo capital financeiro. Essa foi
a tônica do ato de lançamento da Campanha Salarial 2011 dos bancários, que
aconteceu no dia 26 de agosto, no Centro de Vitória. A atividade, que fez parte
do calendário da Jornada Nacional de
Lutas no ES, contou com a presença dos
trabalhadores do campo e da cidade.
Atores vestidos de vampiros
simbolizaram os banqueiros, latifundiários e as grandes indústrias, que
sugam o sangue dos trabalhadores.
Também foram levados para as ruas
personagens representando os bancá-
rios, empregados de correspondentes
bancários, trabalhdores urbanos e
rurais. Por meio do teatro, o Sindicato
evidenciou os desafios da classe trabalhadora, que precisa estar unida para
enfrentar o capital financeiro.
A caminhada começou na Praça Oito e foi até o Banestes Pallas Center. O agente financeiro Marcos Salazar, 51 anos, era um dos que passava
na rua durante a manifestação. “Lá no
Chile, as pessoas estão indo às ruas e
as coisas estão acontecendo. Aqui no
Brasil, parece que a maioria se acomodou. Esses atos são importantes
porque fazem a gente parar um pouco
para refletir”, declarou.
5
FÁBIO NUNES
Autora dos livros “Reflexões im-pertinentes”
e “O Brasil e o capital-imperialismo - Teoria
e História”, a professora aposentada da
Universidade Federal Fluminense e doutora em
Filosofia pela Universidade de Paris, Virgínia
Fontes, fala sobre a crise mundial.
Diálogo
Virgínia Fontes
O caminho é a superação
do capitalismo
As crises que acontecem pelo lista, mais eles se aproximam do miolo da datários como China, Índia e Brasil. Isto é,
mundo têm um substrato comum?
crise. Os sinais não são só de alegria.
favorece as burguesias locais e os capitais
Há uma sequência de interpretaMas, em vários locais, o povo daqueles países que estão implantados
ções mais sérias sobre a crise. Não é essa está fazendo as lutas...
nesses novos retardatários. Isso significaria
que dá no jornal da Rede Globo, porque
Sim, politicamente a gente tem as- uma capacidade brasileira de direcionar
essa não interpreta nada. Uma é a do Is- sistido lutas que são muito interessantes. politicamente a reprodução desses capitván Mészáros, que é uma referência im- Em primeiro lugar as explosões no entorno tais. Teremos em Dilma uma condutora da
portante da esquerda hoje. Ele diz que do Mediterrâneo. O noticiário que a gen- reprodução do grande capital nacional?
o capitalismo entrou numa fase de crise te assiste na televisão, tanto aqui quanto Não tenho clareza. O Lula foi. A segunda
permanente. E é permanente pela pro- o internacional, separa as duas metades hipótese é de a crise entrar e devastar, a
fundidade, pela proximidade das crises, do Mediterrâneo. Mas o mundo árabe e o mais provável. Aí chegam crises e as lutas,
e também porque não há nenhuma saída mundo europeu estão unidos em volta do porque tem pouco tempo que a grande
a não ser superando o capitalismo. Outros Mediterrâneo e as manifestações que co- parte da população recebe um gotejamenatuam com uma visão ainda mais próxima meçaram do lado árabe chegaram do lado to que garante o mínimo de sua existência.
da análise do Marx, de que essa é mais europeu, na Grécia, na Espanha, em Portu- Retirar isso seria catastrófico. Essa semana
uma das crises estruturais do capio governo já anunciou que
talismo. Mas, com certeza absoluta,
“temos que ser responsáveis
“Só numa sociedade que supere
não são coisas separadas, embora o
com o orçamento”. Eu não
o capitalismo, que supere a
disparador da crise americana seja
necessidade do capital se valorizar sei até que ponto existe a cadiferente da européia. Nos Estados
pacidade de convencimento
acima de qualquer coisa, a gente
Unidos foi a crise dos créditos que o
para segurar a população. Eu
vai ser plenamente humano”
sistema bancário não sustentou por
acredito que essa população
conta do volume podre de capital
reaja.
em circulação; enquanto a crise européia gal. Não são homogêneas essas lutas. Um
Qual é o papel dos movimentos
é uma crise da dívida dos estados.
parte delas é contra a ditadura implemen- sociais e sindical nessa conjuntura?
O que você acha das duas teses? tada por longo período no mundo árabe.
A primeira coisa é que nosso
Eu acho a tese do Mészáros muito Na Espanha, os indignados espanhóis es- norte não se modifica, ele é anticarica. Entretanto, eu vou com cautela na tão dizendo o quê? “A gente quer a demo- pital. Só numa sociedade que supere
ideia de uma crise permanente porque cracia verdadeira. O parlamento não nos o capitalismo, que supere a necessinós estamos assistindo, nos últimos dez representa”. Da mesma forma, em Lon- dade do capital se valorizar acima de
anos ou vinte, ao lado da perspectiva de dres, eles dizem: “Vocês têm que enxergar qualquer coisa, a gente vai ser plecrise nos países centrais, uma expansão o problema que nós somos”.
namente humano. Então, esse norte
do capitalismo impressionante tanto para
E qual é a sua previsão para o não pode ser negociável, como aqui
a Ásia, quanto para a América Latina; Brasil?
no Brasil negociaram muito recenteprincipalmente para China, Índia e Brasil.
Eu não sou futuróloga (risos), mas mente. Nossas lideranças que comPor outro lado, quanto mais esses países há dois cenários que seriam os principais. partilhavam esse norte ou esse sul, se
seguem o mesmo padrão de concentração No primeiro, a crise dos EUA e a européia a gente preferir, trocaram de bússola e
de capitais e expansão do capital imperia- favorecem a emergência de novos retar- resolveram circular leste a oeste.
6
Fotos: Sérgio Cardoso
Eu fui!
Antônio João
Marchetti (Banestes
Praia do Suá) e a
filha Paula da
Cunha Marchetti
(Banestes Central):
“A festa está ótima”.
O DIA ESTAVA IDEAL PARA UMA FESTA. NA SEQUÊNCIA DAS FOTOS, O CANTINHO
DA FOTOGRAFIA, RECREAÇÃO INFANTIL, MÚSICA E CUSTOMIZAÇÃO DE ABADÁ.
Dia do Bancário
Confraternização reúne
mais de 600 pessoas
U
m dia de sol, muito samba e integração. Assim foi a festa em
comemoração ao Dia do Bancário, que aconteceu no dia 28 de agosto,
no Clube da Associação do Pessoal da
CEF, em Bicanga, Serra. Mais de seiscentas pessoas, entre sindicalizados e
convidados, da Grande Vitória e interior
do Estado, compareceram.
A aposentada do Banestes Marilsa
Fadini, que veio de Colatina para participar do evento, destacou que esse momento de integração antecedendo a Campanha Salarial é muito importante. “Se a
gente cair em campo, juntos, nós teremos
conquistas. Já fiz muita greve. Temos que
lutar pelo que queremos”, reforçou.
Ao som de Rogerinho do Cavaco e
Grupo, os bancários sambaram e curtiram
um churrasco, com muita animação. “Foi
além das nossas expectativas. Bancários,
familiares e amigos compareceram em
peso. Agora estamos preparando as festas
em Nova Venécia, no próximo sábado, dia
3 de setembro, e em São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim, no dia 17”, diz a diretora de Cultura do Sindicato, Lia Ragazzi.
A Rádio Olho da Rua realizou intervenções durante toda a programação, com
perguntas para os bancários sobre tópicos
da Campanha Salarial 2011 e marcos das
lutas da categoria.
Valdo Aloquio
(BB Lagoa do Meio,
em Linhares):
”A integração
começou no ônibus.
É um espaço perfeito
para conversar sobre
a Campanha Salarial”.
Janete Cândido
Silveira
(CEF Laranjeiras):
“É a primeira vez
que eu venho à festa
dos bancários. Está
muito animada”.
7
CORREIO
BANCÁRIO
Grito dos Excluídos
Dívida pública: não sobram
recursos para áreas sociais
“O
modelo econômico (adotado no Brasil) garante a
transferência de recursos
públicos para o setor financeiro”. A
afirmação é de Maria Lúcia Fattorelli,
auditora fiscal da Receita Federal e
coordenadora da ONG “Auditoria Cidadã da Dívida”, que veio a Vitória
no dia 27 de agosto participar de um
seminário de preparação para o Grito
dos Excluídos 2011. O evento aconteceu na Escola Maria Ortiz e foi organizado por integrantes dos movimentos
populares, das pastorais sociais e das
entidades sindicais, entre elas o Sindicato dos Bancários/ES.
Fattorelli fez um panorama da
dívida pública no mundo, ressaltando a
necessidade de questionar o sistema que
permite que a dívida pública seja um
instrumento de desvio dos recursos que
deveriam ir para áreas sociais, mas vão
para os bolsos dos banqueiros e dos organismos internacionais.
“O instrumento do endividamento
público foi usurpado pelo setor financeiro,
mas no âmbito nacional, o governo não
Guilherme Ferrari
A DÍVIDA PÚBLICA FOI TEMA DE DEBATE PREPARATÓRIO
PARA O GRITO DOS EXCLUÍDOS
admite a crise da dívida. Entretanto, há
no país muita carga tributária, juros elevados, contingenciamento de gastos sociais, reformas neoliberais, congelamento
de salários do setor público, ausência de
retornos em bens e serviços. Todos esses
aspectos conformam o modelo econômico
e garantem a transferência de recursos
públicos para o setor financeiro privado e
internacional”, observou Fatorelli.
Para a economista e educadora
popular da Escola Nacional Florestan Fernandes, Roberta Traspadini, que também
falou no seminário, “como não são destinados recursos públicos para as áreas sociais, o investimento privado assume uma
tarefa que é do Estado e lucra duplamente
com a miséria do povo”.
Caminhada do Grito será no dia 7, em São Pedro
8
Com o lema “Pela vida, grita a terra... Por direitos, todos nós!”, a 17ª edição
do Grito dos Excluídos será realizada no
dia 7 de setembro, na Grande São Pedro,
em Vitória. A concentração será às 8 horas, na Rua Jonael Sócrates Medeiros, próximo ao antigo supermercado Rede Show,
em São Pedro V.
A caminhada será organizada em
alas, com os temas meio ambiente, juventude, direitos sociais e direitos econômicos. O Sindicato dos Bancários estará participando dessa última ala, denunciando
o modelo econômico que suga o sangue
dos trabalhadores.
Na avaliação de Carlos Pereira de
Araújo, secretário geral do Sindicato dos
Bancários/ES, o seminário sobre a dívida
pública ajudou nessa discussão. “Saímos
da atividade com a certeza de que a humanidade tem que fazer uma opção: ou
salva a si mesma, ou salva os bancos. A
ideia agora é envolver todos os setores da
sociedade no debate, inclusive construir
um fórum permanente para investigação
da dívida pública estadual”, afirma.

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