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MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
COORDENAÇÃO GERAL DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
INFORME TÉCNICO
CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE
Brasília
2013
2
1. Introdução
O Ministério da Saúde, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde,
realizará no período de 08 a 21 de Junho a Campanha Nacional de Vacinação contra a
Poliomielite do ano de 2013.
A população alvo a ser vacinada é de 12.909.095 crianças a partir dos 6 meses até os
menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias), com meta mínima a
atingir de 95% deste grupo, o que corresponde a 12.263.640 crianças.
Está prevista a distribuição de aproximadamente 19,4 milhões de doses da vacina oral
poliomielite (VOP), além do repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
para os fundos da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
estimados em aproximadamente R$ 18,6 milhões, de acordo com a Portaria nº 2.803, de 6 de
dezembro de 2012, que aprova os critérios para o financiamento de Campanhas de Vacinação
anuais.
O Brasil realiza em 2013 o 34º ano de Campanhas Nacionais de Vacinação contra a
Poliomielite e o 24º ano sem a doença no país, estando livre do poliovírus desde 1990, e
assim deve se manter até a concreta certificação mundial da erradicação deste agente
infeccioso. Dessa forma, esta estratégia tem como objetivo garantir a não reintrodução da
doença no território brasileiro, com a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais
contra a poliomielite, tanto nas ações de rotina, como nas campanhas de vacinação e a
adequada Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA).
Este Informe apresenta as diretrizes e orientações técnicas e operacionais para
organização da campanha, e fundamenta a necessidade dessa estratégia de vacinação,
subsidiando o processo de trabalho das equipes estaduais, municipais, Distrito Federal e outros
órgãos interessados na capacitação dos recursos humanos envolvidos, bem como na
orientação das ações da comunicação e mobilização social.
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2. Situação Epidemiológica da Polimielite no mundo
No cenário global da poliomielite, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)
demonstram que entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença, e na
sua maioria, decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos ou de
países que restabeleceram a transmissão (transmissão sustentada por mais de um ano de
circulação), a saber: a) países endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão; b) países que
restabeleceram a transmissão: Angola, Chade e República do Congo c) países com ocorrência
de casos devido a importações: Mali, Niger, Gabão, Costa do Marfim, Congo, CAR, China,
Guiné, Kenia e Índia (Quadro 1).
Em 2012 foram registrados 223 casos, sendo que 217 (97,3%) foram nos países
endêmicos e, 6 (2,7%) nos não endêmicos. Neste ano de 2012, observou-se uma redução de
36,9% no número de casos de poliomielite no mundo quando comparado ao mesmo período de
2011, de 604, para 223 casos. No ano de 2013, até o dia 12 de março, foram registrados 10
casos, sendo 05 no Paquistão, 04 na Nigéria e 01 no Afeganistão.
Quadro 1. Casos de Poliomielite Selvagem no Mundo (Países endêmicos e não endêmicos).
Destaca‐se, diante deste quadro mundial, a necessidade de unir esforços para atingir a
meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manutenção do país livre da
doença. Considerando que, mesmo tendo alcançado bons resultados em relação às metas
nacionais e estaduais preconizadas, as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas
no país, o que leva a formação de bolsões de pessoas suscetíveis à doença, possibilitando
assim a reintrodução dos poliovírus, no país, favorecido pelo fluxo de viajantes.
Diante de tais circunstâncias, e com a proximidade de grandes eventos de massa que
serão realizados no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações,
Copa do Mundo e Olimpíadas, é importante informar aos profissionais, autoridades e gestores
em saúde, sobre os riscos de reintrodução do poliovírus selvagem, e a necessidade da
Notificação e Investigação imediata de todo caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA).
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3. Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas e Poliomielite (PFA/Pólio) no
Brasil
O principal objetivo da Vigilância Epidemiológica é manter o Brasil livre da circulação do
poliovirus selvagem, para isso monitora-se a ocorrência de casos de paralisia flácida aguda
(PFA) em menores de 15 anos de idade e avalia-se o desempenho operacional do Sistema
de Vigilância Epidemiológica das PFA no país (VE PFA/Pólio). Dessa forma, todo caso de
PFA, em menores de quinze anos, ou suspeita de poliomielite em indivíduo de qualquer idade
procedente de países com circulação de poliovirus selvagem nos últimos 30 dias, deve ser:
notificado e investigado imediatamente; digitado no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN); coletado uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para
isolamento viral e esclarecimento do diagnóstico; e encerrado no SINAN em até 60 dias após a
notificação.
A qualidade da VE PFA é avaliada com base nos seguintes indicadores de desempenho
operacional: 1) Taxa de notificação, 2) Investigação epidemiológica em até 48 horas; 3) Coleta
de uma amostra oportuna de fezes e 4) Proporção de notificação semanal negativa‐positiva.
Exceto p a r a a taxa de notificação que a meta é de no mínimo 1 caso/100.000 < 15 anos, para
os demais indicadores a meta mínima esperada é de 80% (Quadro 2).
Garantir a qualidade da vigilância e, principalmente, do diagnóstico seguro e oportuno
das PFA no Brasil constitui um desafio a ser enfrentado de forma integrada e articulada pelos
profissionais de saúde, técnicos e gestores do SUS em todos os níveis do sistema. Para isto, a
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, tem investido continuamente para
tornar a vigilância das PFA cada vez mais sensível e especifica, capacitando e atualizando
profissionais que atuam no setor, aperfeiçoando os registros, as investigações, e as conclusões
de cada caso.
5
Quadro 2. Indicadores de Qualidade da Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas
Agudas/Poliomielite, por Estado e Região, Brasil-2012.
Unidades
Federadas
População
0 a 14 anos
Brasil
46.740.845
RO
Nº de
Casos
Esperados
Nº de
Casos
Notificação
Notificados
Negativa
Coleta
Investigação Adequada
Taxa de
48 horas
de Fezes Notificação
467
502
96
98
74
1,1
432.108
4
18
99
100
83
4,2
AC
255.771
3
7
90
100
100
2,7
AM
1.190.959
12
13
97
90
85
1,1
RR
155.105
2
0
98
0
0
0,0
PA
2.432.182
24
15
92
100
73
0,6
AP
231.570
2
4
100
100
50
1,7
TO
407.680
4
5
98
100
60
1,2
NO
5.105.375
51
62
95
98
82
1,2
MA
2.077.399
20
20
97
100
85
1,0
PI
841.259
8
7
99
100
86
0,8
CE
2.228.026
22
18
96
100
100
0,8
RN
800.951
8
14
97
100
100
1,7
PB
964.867
10
19
98
83
89
2,0
PE
2.292.039
23
24
98
100
58
1,0
AL
923.057
9
10
100
100
100
1,1
SE
567.620
6
14
99
100
93
2,5
BA
3.630.380
36
37
100
92
68
1,0
NE
14.325.598
143
163
99
95
83
1,1
MG
4.451.989
44
44
95
100
84
1,0
ES
826.449
8
7
91
89
86
0,8
RJ
3.438.204
34
29
99
100
43
0,8
SP
9.000.894
90
88
99
100
61
1,0
SE
17.717.536
177
168
93
97
82
0,9
PR
2.422.086
24
12
84
100
75
0,5
SC
1.391.568
14
16
98
100
75
1,1
RS
2.245.808
22
28
94
100
79
1,2
SU
6.059.462
60
56
93
100
79
0,9
MS
625.870
6
8
96
100
63
1,3
MT
800.716
8
9
100
100
56
1,1
GO
1.479.242
15
12
97
100
92
0,8
DF
627.046
6
16
100
100
69
2,6
CO
3.532.874
35
45
97
Fonte: ISIS/URI/CGDT/DEVEP/SVS/MS
*Vermelho = UF que não atingiram a meta mínima de 1/100.000 hab. < 15 anos
100
84
1,3
Data: 20/03/2013
6
4. O Brasil e a estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a
poliomielite.
Espera‐se mundialmente, que as campanhas periódicas de vacinação, junto com a
vacinação de rotina, continuem a assegurar a imunidade na população e minimize o risco de
ocorrência de um surto, sendo que a chave do sucesso será o continuado empenho de todos
os envolvidos, cujo apoio tem sido imprescindível na interrupção da cadeia de transmissão da
poliomielite.
No Brasil as ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) com a vacina oral
poliomielite (VOP), vacina inativada poliomielite (VIP) e da Vigilância Epidemiológica das
paralisias flácidas agudas (PFA), atualmente, estão voltadas para a manutenção do país livre
do poliovirus selvagem. Essas ações são necessárias devido à existência do risco de
reintrodução da infecção no Brasil em função da possibilidade de importação de casos
provenientes de países endêmicos e daqueles que restabeleceram a transmissão. Assim como,
pela ocorrência de surtos de poliovírus derivado vacinal (PVDV) em áreas de baixas e
heterogêneas coberturas vacinais.
O Brasil serviu de exemplo para outros países ao adotar, a partir do ano de 1980, a
estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite em duas etapas,
vacinando crianças menores de cinco anos de idade independentemente do estado vacinal
anterior. Até 2011, o país realizou duas etapas da campanha, nos meses de junho e agosto,
apresentando excelentes resultados ao longo dos anos, alcançando as metas estabelecidas
para cada etapa.
Conforme dados disponíveis relativos ao período de 2002 a 2012 (Tabela 1), verificouse um bom desempenho no país no tocante às coberturas vacinais por etapa, a exemplo do
que ocorreu em todo o período desde que foram implantadas as campanhas. Foram verificadas
coberturas vacinais em geral, acima da meta (95%) em todos os anos, destacando-se que
apenas na 1ª etapa dos anos de 2005, 2006 e 2009 ficou com valores abaixo de 95%.
A homogeneidade de CV no mesmo período, medida pela proporção de municípios com
coberturas adequadas (≥95%) variou de 61,98% na 1ª etapa de 2010 a 90,72% na 2ª etapa de
2011. Foram mais homogêneas no ano de 2011 quando 88,7% e 90,72% dos municípios
atingiram coberturas vacinais ≥95% na primeira e segunda etapa a campanha respectivamente
(Tabela 1).
A partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha Nacional
com vacina Poliomielite, ocorrendo no mês de Junho.
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Tabela 1 - Número de doses e coberturas vacinais, e homogeneidade de coberturas em campanhas de vacinaçãonacional contra
poliomielite em menores de cinco anos de idade, Brasil, 2002 a 2012
doses e coberturas por etapa
1ª etapa
homogeneidade de coberturas
2ª etapa
1ª etapa
2ª etapa
Anos
Número de
doses
aplicadas
Cobertura
vacinal
Número de
No de municipios
Cobertura
doses
com cobertura
vacinal
aplicadas
vacinal ≥ 95%
%
No de municipios
com cobertura
vacinal ≥ 95%
%
2002
16.828.472
100,70
16.706.362
99,90
4.607
82,84
4.694
84,41
2003
16.792.599
99,89
16.679.283
99,22
4.655
83,71
4.737
85,18
2004
16.489.247
97,28
16.489.380
97,28
4.259
76,53
4.361
78,36
2005
16.397.934
94,50
16.540.230
95,32
3.744
67,28
3.936
70,72
2006
16.126.323
94,90
16.289.363
95,86
3.562
64,00
3.685
66,21
2007
16.079.786
100,84
15.941.552
99,97
4.423
79,48
4.376
78,63
2008
15.522.157
99,18
14.883.257
95,09
3.951
71,01
3.647
65,55
2009
15.028.995
97,34
15.116.210
97,90
4.022
72,27
4.083
73,37
2010
14.295.965
92,38
14.743.488
95,27
3.449
61,98
3.836
68,93
2011
14.186.318
100,27
99,68
4.939
88,76
5.049
90,72
2012
14.004.200
98,99
4.665
83,83
_
_
14.102.506
_
_
Fonte:Sistema de Informação de Avaliacao do Programa de Imunizações (SIAPI) e http://pni.datasus.gov.br
Nota: coberturas vacinais adequadas ≥ 95% para a vacina poliomielite a partir de 2008 n= 5.565
5. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite em 2013
5.1. Objetivo e Meta
O objetivo da Campanha é manter o Brasil na condição de país certificado
internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva por
meio da disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, tendo como meta a vacinação de
crianças entre 6 meses e menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29
dias).
5.2. Estratégia
Embora na campanha seja utilizada a vacina oral poliomielite (VOP), o PNI recomenda
as Coordenações Estaduais de Imunizações disponibilizarem a vacina inativada poliomielite
(VIP) durante esta campanha de vacinação, para crianças que estiverem iniciando o esquema
contra a poliomielite, bem como naquelas que coincidentemente estejam na época de receber
alguma dose do esquema (esquema sequencial ou indicação do CRIE), evitando a perda de
oportunidade de vacinação (Quadro 3). Na impossibilidade de disponibilizar a VIP agendar para
a rotina.
8
Quadro 3. Situação vacinal e conduta a ser adotada na campanha nacional de vacinação contra a
poliomielite de 2013.
Criança entre 6 meses e menor de 5 anos de idade.
Situação
Conduta
Observação
Registro
Não vacinada
Vacinar com VIP e Não fazer VOP
Registrar somente na rotina no
agendar a próxima
esquema sequencial VIP/VOP
dose
Com apenas uma
Vacinar com VIP e
Não fazer VOP na
Registrar somente na rotina no
dose de VIP (D1)
agendar próxima
campanha
esquema sequencial VIP/VOP.
dose com VOP
Com duas doses de
Vacinar com VOP
Validar a dose na
Registrar na campanha e no
VIP (D1 e D2)
rotina se tiver
SIAPI, para o caso de validar a
intervalo entre as
dose na rotina
doses ≥ 30 dias
Com duas doses de
Administrar VOP
Se tiver no momento Registrar na campanha e no
VIP (D1 e D2) e (D3)
de reforço validar a SIAPI, para o caso de validar a
de VOP
dose na rotina
dose na rotina.
Com uma ou mais
Administrar VOP
Observar intervalo e
Registrar na campanha e no
doses da VOP
se tem indicação de
SIAPI, para o caso de validar a
validar na rotina
dose na rotina
Por indicação clínica Não administrar
Continuar esquema
Não registrar na campanha
iniciou esquema com VOP
com VIP
registrar no SIAPI
VIP
6. A vacina oral poliomielite
A vacina induz boa imunidade intestinal e humoral. Confere proteção contra os três
sorotipos do poliovirus 1, 2 e 3, e sua eficácia é em torno de 90% a 95% com a administração
de três doses. Para uma imunidade longa, frente aos tipos de poliovirus, faz‐se necessário
completar o esquema básico de três doses, ou seja, 2 doses de VIP (D1 e D2) e 1 dose de VOP
(D3), sendo necessário uma dose de reforço (VOP) após o termino do esquema básico. Assim,
praticamente 100% dos vacinados terão proteção garantida.
A administração da vacina oral poliomielite é bem aceita pela população e possibilita a
imunização dos contatos das pessoas vacinadas, em razão da disseminação do poliovirus no
ambiente, viabilizando a eliminação da doença causada pelo poliovirus selvagem.
A vacina a ser utilizada na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi
produzida e embalada em bisnaga com aplicador e tampa rosqueável pelo laboratório Bio‐
Manguinhos/FIOCRUZ/RJ.
6.1. Forma Farmacêutica e Apresentação
A vacina poliomielite é trivalente. Contém uma solução de vírus atenuados da
poliomielite dos tipos 1, 2 e 3. Cada dose de 0,1ml (*) contém:
poliovirus atenuados tipo 1: 1 milhão CCID50 (**);
poliovirus atenuados tipo 2: 100 mil CCID50 (**);
poliovirus atenuados tipo 3: 600 mil CCID50 (**)
(*) Cada dose corresponde a 02 (duas) gotas;
(**) CCID: dose infectante em cultura de células
Excipientes: Cloreto de Magnésio, Estreptomicina, Eritromicina, Polissorbato 80,
L‐Arginina e Água destilada.
9
6.2. Cuidados na utilização da vacina oral poliomielite
Para utilização correta da vacina oral poliomielite (VOP) o trabalhador de saúde
envolvido na vacinação deve ler com atenção o que está descrito no memento terapêutico/
Bio‐ Manguinhos/FIOCRUZ e nas normas do PNI. Alerta‐se, para evitar o contato da bisnaga
conta‐gotas com a boca da criança, impedindo a contaminação pela saliva no ato da vacinação.
6.3. Validade e conservação
A vacina pode ser armazenada e transportada em temperatura de –20ºC ou +2°C a
+8°C. Após o degelo, esta vacina deve ser mantida entre +2°C a +8°C e protegida da luz,
condição esta que manterá a validade por um período de 3 meses, por um período não
superior ao prazo de validade indicado no rótulo, que deve ser rigorosamente obedecido. Não
recongelar o produto após seu descongelamento.
Após abertura da bisnaga, a vacina poliomielite deve ser utilizada no prazo máximo de
5 dias desde que mantidas as condições recomendadas de assepsia e conservação mantendo
a temperatura de +2°C a +8°C. Na campanha, esse procedimento deve ser adotado em
relação aos postos que funcionam em unidades de saúde.
Para os postos móveis ou de instalação temporária, recomenda‐se que as doses
remanescentes das bisnagas abertas não sejam utilizadas. No final do dia, as bisnagas
abertas devem ser devolvidas à unidade de saúde de referência, acondicionadas em
recipientes rígidos, resistentes a perfurações, ruptura, vazamento, com tampa e devidamente
identificadas, de forma a garantir o transporte seguro, sendo de responsabilidade do serviço de
saúde o tratamento (conforme a Resolução RDC da ANVISA n° 306 de 7 de dezembro de
2004) e o destino final dos resíduos gerados pelas atividades de vacinação (de acordo com a
Resolução CONAMA no 358 de 2005).
6.4. Contraindicações
Não há contraindicações absolutas a administração da vacina oral poliomielite,
evitando‐se, entretanto, a vacinação de crianças nas seguintes situações:
• crianças portadoras de infecções agudas, com febre acima de 38ºC;
• crianças com hipersensibilidade conhecida a algum componente da vacina, a
exemplo da estreptomicina ou eritromicina;
• crianças que, no passado, tenham apresentado qualquer reação anormal a esta
vacina;
• crianças imunologicamente deficientes devido a tratamento com imunossupressores
ou de outra forma adquirida ou com deficiência imunológica congênita;
• crianças com história de paralisia flácida associada à vacina, após dose anterior
da vacina poliomielite oral.
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6.5. Evento adverso
A vacina oral poliomielite é extremamente segura, sendo raras as reações
associadas a sua administração. O evento adverso informado como associado à vacina
produzida a partir dos poliovirus atenuados e a poliomielite pós‐vacinal ou poliomielite
associada ao vírus vacinal, caracteriza‐se pelo desenvolvimento de paralisia flácida aguda
(PFA) idêntica a infecção com o vírus selvagem, podendo, também, determinar sequelas
motoras definitivas.
A Paralisia Associada ao Vírus Vacinal (PAVV) é uma doença aguda febril que
causa deficiência motora flácida, de intensidade variável, geralmente assimétrica. A paralisia
pode surgir entre o 4º e o 40º dia depois da vacinação no caso do próprio vacinado. No caso
do comunicante do vacinado a paralisia surge entre o 4º e 85º dia. Essa situação ocorre em
razão de uma mutação sofrida pelo vírus vacinal, tornando‐o capaz de provocar a doença.
Esse mecanismo de transformação da cepa vacinal em patogênica e denominado de reversão.
A ocorrência da paralisia associada à vacina, no entanto, é muito rara. No Brasil entre
1989 e 2012, foram registrados 46 casos de poliomielite associada à vacina oral, todos em
crianças, com taxa de 1 caso para cada 1,6 milhões de doses administradas e com predomínio
na primeira dose (Fonte: COVER/CGDT/DEVEP-SVS/MS). Em estudos publicados, o risco
estimado para a primeira dose variou de um caso para 1,2 milhões a 2,4 milhões de doses
administradas e, considerando todas as doses, variou de um caso para 3,6 milhões a 13
milhões de doses administradas.
7. Imunobiológicos e recursos para a campanha
Para a campanha está prevista a distribuição de aproximadamente 19,4 milhões de
doses da vacina oral poliomielite.
Para apoiar a operacionalização da Campanha o Ministério da Saúde está investindo
um total de R$ 32,3 milhões sendo R$ 13,7 milhões com a aquisição dos imunobiológicos, e
R$ 18,6 milhões com transferência fundo a fundo para as Secretarias Estaduais ‐ SES e
Municipais de Saúde ‐ SMS por meio da Portaria nº 2.803, de 6 de dezembro de 2012.
Também são investidos recursos das SES e SMS para a realização da vacinação,
possibilitando o funcionamento de aproximadamente 115 mil postos de vacinação, com o
envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 42 mil veículos (terrestre,
marítimos e fluviais).
8. Registro de doses aplicadas na Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite
(Atualizar)
Para o ano 2013, será mantido o registro das doses administradas na campanha de
vacinação contra a poliomielite por sala de vacina e por idade: 6meses <1 ano; 1ano; 2
anos; 3 anos e 4 anos no site http://pni.datasus.gov.br.
Ressalta-se que doses administradas na campanha em crianças que receberam a
última dose no intervalo de trinta dias ou mais deve ser validada na rotina, portanto devem ser
registradas tanto na campanha,como também na rotina (SIAPI).
NÃO REGISTRAR DOSE DE VIP em nenhuma circunstancia como
DOSE DE “CAMPANHA”.
Neste ano, a lista de salas de vacinas conterá mais uma coluna contemplando a
11
informação do TIPO DE SALA DE VACINA, conforme cadastro no SIAPI (Estabelecimentos de
Saúde cadastrados na tabela do API por código conforme tipo de sala de vacina).
Esta informação detalhada possibilitará a avaliação de doses aplicadas em salas de
vacinas específicas para população atendida durante a campanha em clínicas privadas
(Cód.2), população privada de liberdade (Cód. 9), população indígena (Cód. 10) e população
de quilombolas e assentados (Cód.11).
Este ano é de fundamental importância divulgar a necessidade de apresentar o cartão
de vacina para avaliar a situação vacinal da criança considerando a importância do esquema
sequencial. Entretanto, é necessário interrogar se houve perda do cartão, e SOMENTE neste
caso, a criança será considerada não vacinada e deverá iniciar o esquema sequencial.
Modelo (sugestão) de boletim de doses aplicadas para registro de campanha.
Os postos de vacinação deverão dispor de boletim diário de doses
aplicadas da vacina poliomielite na rotina para registros das doses
administradas na campanha que poderão ser validades como dose de
rotina.
Municípios com o SIPNI (sistema nominal) implantado em salas de vacinas poderão
digitar as doses de campanha no sistema selecionando a estratégia CAMPANHAS. O registro
será feito individualmente com a possibilidade também de validar as doses para rotina,
considerando que o sistema permite o registro por tipo de dose conforme tabela interna,
contemplando na estratégia CAMPANHAS as doses D1, D2, D3, REF, D (dose).
No entanto, estas salas de vacinas e/ou o município deverão também repassar os
dados de doses aplicadas ao site da campanha para consolidação nacional por sala de vacina.
Poderão utilizar o modelo de boletim da proposta “B” para a soma das doses aplicadas.
12
Entrada e envio de dados
O site disponibilizará a página para registro dos dados a partir do dia 03 de junho e
deverá permanecer até o dia 05 de julho de 2013 acessando o link http://pni.datasus.gov.br
No site acessar o “menu” SERVIÇOS / ENVIAR DADOS DA CAMPANHA DE POLIO,
incluir USUÁRIO (código do IBGE) e SENHA (fornecida pela equipe da coordenação do
Estado).
13
Consulta de dados
Durante todo o período os dados serão disponibilizados em tempo real (online) com
consultas a diversos relatórios consolidados, permitidas por sala de vacina, município,
regional de saúde, unidade federada, região e Brasil. Estes devem ser consultados no
propósito de avaliar o desempenho da campanha e intervir oportunamente.
14
Referências
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Epidemiológica. Brasília, 2009. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Dados
informativos e estatísticos do SIPNI. Brasília, 2010.
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Procedimentos para Vacinação. Brasília, 2001.
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15
Sites recomendados
www.anvisa.gov.br (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
www.cdc.gov/vaccines/programs/global (CDC)
www.fda.gov (Food and Drug Administration)
www.gavialliance.org (Gavi Alliance)
www.gatesfoundation.org/Pages/home.aspx (Bill & Melinda Gates foundation)
www.paho.org (Panamerican Health Organization)
www.polioeradication.org (Global Polio Eradication Initiative)
www.polioplace.org/history/collections (Polioplace ‐ A serviceof Post‐Polio Health International)
www.post‐polio.org (Post‐Polio Health International)
www.saude.gov.br/svs (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS)
http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/home
www.unicef.org (UNICEF)
www.vaccinealliance.org www.cdc.gov (Centers Diseases Control)
www.who.int (Organização Mundial de Saúde)
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EXPEDIENTE
Ministro da Saúde
Alexandre Padilha
Secretário de Vigilância em Saúde
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Diretor Adjunto do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques
Coordenadora da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações
Carla Magda A.S. Domingues
Coordenadora Substituta da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações
Nair Florentina de Menezes
Coordenador da Coordenação Geral das Doenças Transmissíveis
José Ricardo Pio Marins
Elaboração
Ana Carolina Cunha Marreiros – CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Antonia Maria da Silva Teixeira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Luana Alves d’Almeida- CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Karla Calvette Costa – CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Maria Cristina Willemann - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Nair Florentina de Menezes - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Paulo Ricardo Brites Esteves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Regina Célia Mendes dos Santos Silva ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Regina Célia Silva Oliveira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Samia Abdul Samad ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Sandra Maria Deotti Carvalho ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Sirlene de Fátima Pereira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Zirlei Maria de Matos - UVRI/CGDT/DEVIT/SVS/MS
Colaboração
Cristiane Pereira de Barros - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Erik Vaz da Silva Leocadio - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Karla Rosane de Alarcão - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Mara El-Corab Moreira de Oliveira – CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Marcelo Pinheiro Chaves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Walquiria Gonçalves dos Santos Teles - CGPNI/DEVIT/SVS/MS
Sugestões, Dúvidas e Colaborações
Endereço: SCS Quadra 04, bloco A, 4º andar
Brasília/DF. CEP 70.304-000
Fones: 61 3213-8296/ 8297. Fax: 61 3213-8385
Endereço eletrônico: [email protected]
Nos estados: Coordenações Estaduais de Imunizações/Secretarias Estaduais de Saúde
Nos municípios: Secretarias Municipais de Saúde, Postos de Vacinação, Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais.
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