A íntegra da revista Financeiro está disponível em arquivo pdf, cuja

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A íntegra da revista Financeiro está disponível em arquivo pdf, cuja
financeiro
financeiro
55 anos
arevistadocrédito
edição
79
fev
mar
fevereiro/março 2013 edição 79
A digitalização
da Justiça
EM ENTREVISTA
EXCLUSIVA À
FINANCEIRO,
FLÁVIO CROCCE
CAETANO,
SECRETÁRIO
DE REFORMA
DO JUDICIÁRIO,
DISCORRE
SOBRE O
GRANDE
PROJETO QUE
ESTÁ SENDO
INICIADO E
TEM COMO
OBJETIVO
TORNAR A
JUSTIÇA MAIS
RÁPIDA E
EFICIENTE
ESPECIAL TECNOLOGIA FACILITA A VIDA DOS CORRENTISTAS DE BANCOS
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conteúdofinanceiro
8
48
52
34
8
Páginas Azuis
46
Entrevista com Carlos Wizard Martins, autor do
de Reforma do Judiciário, aborda projeto que tem como
livro “Desperte o Milionário que Há em Você”
objetivo tornar a Justiça mais rápida e eficiente
20
Entrevista
Mercado de Veículos
48
fala sobre o Projeto Fronteiras Sinivem
Especial Tecnologia
Com o avanço da tecnologia, clientes de bancos
Vida Pessoal
Rogério Monteiro, diretor do BNP Paribas,
apresenta sua coleção de carros antigos
Jaime Scalco, sócio-diretor da Compuletra,
26
Cultura
Na entrevista do mês, Flávio Crocce Caetano, secretário
52
Happy Hour
Carnes de qualidade, ambiente
sofisticado e uma carta de vinhos
são destaques do Varanda Grill
trocam as filas das agências pelo mundo digital
34
42
Compliance
Basileia III tem como principal foco
artigos
fortalecer os bancos e evitar crises financeiras
24 Carlos Henrique Almeida Consumo
Educação Financeira
38 Almir Carrion Automação
40 Breno Costa Gestão de Risco
Programa “Mais do que dinheiro” do HSBC
56 Alberto Borges Matias Análise e Perspectivas
beneficia 3,8 mil crianças brasileiras
66 Nicola Tingas Última Palavra
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 3
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expediente
financeiro
ISSN 1809-8843
Publicação da Acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento
Rua Líbero Badaró, 425 – 28o andar – São Paulo – SP
Tel: (11) 3107–7177 Fax: (11) 3106–6082 – www.acrefi.org.br
Presidente
Érico Sodré Quirino Ferreira
Vice-Presidentes
Aquiles Diniz, Bartholomeu Ribeiro, Carlos Alberto Samogin, Cláudio Messias Ferro,
Décio Carbonari de Almeida, Élcio Azevedo, Elias de Souza, Felicitas Renner, Luis Félix Cardamone e Luis Otávio Matias
Secretário
Sérgio Cipovicci
Tesoureiro
Alexandre Teixeira
Diretores Regionais
Ciro Pitangueira de Avelino, José Agnelo Seger, Leonardo Dadauto,
Luiz Carlos do Nascimento, Paulo Dalla Nora, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Pedro da Costa Carvalho e Sebastião Cunha
Diretores-Executivos
João Carlos de Souza Caritá Júnior, Mara Lygia Prado e Rubens Bution
Montadoras
Edson Froes, Edson Ueda, Eduardo Varella, Felipe César Rodrigues Ferreira,
Gunnar Murilo, Joelcyr Carmello e Nelson Aguiar
Diretores Conselheiros
José Carlos Alves, Victor Loyola e Wanderley Vettore
Conselho Consultivo
Alkindar de Toledo Ramos, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos);
Décio Carbonari de Almeida, Flávio Antonio Meneghetti, Ilídio Gonçalves dos Santos, Júlio Avelar,
Miguel José Ribeiro de Oliveira, Ricardo Loureiro e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)
Conselho Fiscal
Domingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos)
Geraldo Lima Wandalsen e Marcus André de Oliveira (suplentes)
Diretor Superintendente
Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
Controller
Carlos Alberto Marcondes Machado
Economista-Chefe
Nicola Tingas
Auditoria
Pricewaterhousecoopers
Assessoria Contábil
Silveira & Lavorini Contabilidade
Assessoria de imprensa
Tamer Comunicação Empresarial
Rua Novo Horizonte, 311 – Pacaembu – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3125–2244 – CEP 01244-020 – www.gpadrao.com.br
Publisher
Roberto Meir
REDAÇÃO
Editora
Gisele Donato
Editora-assistente
Juliana Jadon
Fotografia
Douglas Luccena
Arte
Projeto e designer gráfico Artma Design Gráfico
designer Érika Bernal
Revisora Dora Wild
Publicidade
Diretora Comercial – Fabiana Zuanon – [email protected]
Gerente Comercial – Marco Góes – [email protected]
Gerente de Negócios – Adriana Próspero – [email protected]
Impressão IBEP Gráfica Ltda.
4 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
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editorial
O
sentimento dos agentes econômicos
em relação a 2013 mostra-se bem mais animador do que aquele que prevaleceu no ano passado.
As estimativas para a economia, de maneira geral, e para o crédito, em particular, são positivas e
os primeiros meses mostram que o cenário está mesmo mais favorável, depois de um período de
incertezas.Como exemplo, os investimentos certamente vão crescer este ano, ainda que seja pela
realização da Copa das Confederações, uma espécie de prévia da Copa do Mundo de 2014. Esses
aportes vão muito além da construção e reforma dos Estados, abrangendo estradas, aeroportos,
telecomunicações etc. E não se pode esquecer que a Copa se avizinha, o que significa que os
investimentos continuarão aquecidos. Da parte do crédito também temos boas notícias.
Depois de ter crescido mais de 16% em 2012, para R$ 2,4 trilhões (mais de metade do PIB),
a previsão do Banco Central é que teremos nova alta expressiva este ano, na casa de 14%. É
verdade que esses índices ficam abaixo do crescimento de 2010 (20,6%) e de 2011 (19%), mas
essa constatação, que a princípio poderia trazer preocupação, é muito positiva. O crédito deve
crescer de forma sustentável, como está acontecendo, e não de maneira desenfreada (o que não
O otimismo está de volta
Foto: Flávio Roberto Guarnieri
seria positivo para ninguém).Com crédito em alta e mais investimentos, as previsões de
crescimento do PIB também autorizam o otimismo. Depois do crescimento na casa de 1% em
2012, o País deve fechar este ano com uma elevação bem mais expressiva – talvez abaixo dos 4%
previstos inicialmente pelo governo, mas com certeza muito acima do índice do ano passado.
Além disso, depois de eleitos os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, o
ambiente político mostra-se mais tranquilo, o que é importante quando se recorda que teremos
eleições presidenciais e para governadores, além de legislativas, em 2014. Deve-se lembrar
também que em 2013 não deve haver, até onde é possível enxergar, a incerteza causada pelo
julgamento do que ficou conhecido como “mensalão”, que tomou grande parte da agenda
política no ano passado.Embasado por essas evidências, é possível prever que este ano vai ser de
retomada, ainda que não seja prudente falar em euforia. Claro que, quando se fala em previsões,
é importante lembrar sempre a frase do grande economista brasileiro e professor da Universidade
de Princeton José Alexandre Scheinkman, que, quando perguntado sobre estimativas, afirma:
“Sou o único economista do mundo que não erra previsões, porque não as faço”. Todos sabemos
que o imponderável está sempre à espreita e pode transformar completamente, de uma hora para
a outra, o que até então era tido como líquido e certo. No entanto, feitas essas ressalvas, não dá
para negar que este é um ano de otimismo. E que deveremos chegar a dezembro comemorando
um período de boas novas, com previsões de um 2014 ainda melhor.
Érico Sodré Quirino Ferreira
Presidente da Acrefi
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nossasassociadas
ACFI – Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
BMW Financeira S.A. CFI
Agiplan Financeira S.A. CFI
BV Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco A.J. Renner S.A.
Caixa Econômica Federal
Banco Bonsucesso S.A.
Caruana S.A. – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Bradesco Financiamentos S.A.
Cetelem Brasil S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco do Brasil S.A.
Credi Capixaba S.A . – Soc. Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Cacique S.A.
Credifibra S.A. CFI
Banco Carrefour S.A.
Dacasa Financeira S.A. – Socied. de Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Cifra S.A.
Finamax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Citibank S.A.
Financeira Alfa S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco Citicard S.A.
Financeira BRB
Banco Daycoval S.A.
Herval Financeira S.A. CFI
Banco De Lage Landen Financial Services Brasil S.A.
HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo
Banco Ficsa S.A.
Kredilig S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Fidis S.A.
Lecca – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Gerador S.A.
Mercantil do Brasil Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco GMAC S.A.
Midway S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Honda S.A.
Múltipla CFI S.A.
Banco Intermedium S.A.
Negresco S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco Itaú S.A.
Omni S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Itaucard S.A.
Parati Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Panamericano S.A.
Pernambucanas Financiadora S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco PSA Finance Brasil S.A.
Portocred S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Rodobens S.A.
Portoseg S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Safra S.A.
Santana S.A – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Santander Brasil S.A.
Sax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Semear S.A.
Socinal S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Toyota do Brasil S.A.
Sorocred – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Volkswagen S.A.
Sul Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Yamaha Motor do Brasil S.A.
Todescredi S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil) S.A.
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entrevistadomês
A digitalização
da Justiça
Em entrevista exclusiva à
Financeiro, Flávio Crocce Caetano,
secretário de Reforma do
Judiciário, discorre sobre o grande
projeto que está sendo iniciado e
tem como objetivo tornar a Justiça
mais rápida e eficiente
Por Gisele Donato
A Justiça brasileira está prestes a entrar na era digital. A Secretaria de Reforma do Judiciário está iniciando um projeto que vai contar com o Atlas do Acesso à Justiça,
um portal que vai englobar todas as instituições que compõem o sistema Judiciário, como o Ministério Público, Justiça do Trabalho, Defensoria do Estado
e da União e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O objetivo é que o
cidadão consiga localizar os serviços e instituições de Justiça que estão mais
próximos dele.
A reestruturação da Defensoria é um dos grandes desafios do projeto. “Para
isso, já conseguimos R$ 300 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), o que dá por Estado de R$ 8 a R$ 14 milhões”,
enfatiza o secretário de Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano. Para o
secretário, o fato de o Brasil ter um corpo jurídico bem formado, um Judiciário
independente e leis consideradas exemplares, faz do País um dos mais atrativos
para os investidores estrangeiros, entre os membros do BRICs.
Ex-chefe de gabinete do ministro da Justiça, Caetano é advogado, professor de direito administrativo e direitos humanos da PUC/SP, universidade
pela qual é mestre em direito administrativo e doutorando em direito constitucional. Confira a seguir entrevista com o secretário, que aponta os principais
entraves na modernização da Justiça brasileira.
Revista Financeiro Qual a
importância do mapeamento do
Atlas do Acesso à Justiça no Brasil,
criado pelo Ministério da Justiça, por
meio da Secretaria de Reforma do Judiciário, na reformulação do sistema?
Flávio Crocce Caetano A
ideia do Atlas é fazer um amplo mapeamento sobre todas as instituições
que compõem o sistema de Justiça,
um mapeamento nacional, de juízes,
comarcas, tribunais e tribunais superiores, onde houver sedes do Ministério Público, Justiça do Trabalho,
Defensoria do Estado e da União e
onde existam seções e subseções da
Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB). Com isso, imaginamos que
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Fotos: Divulgação
Financeiro Como a “Cartilha dos Direitos Fundamentais Básicos do Cidadão” pretende vencer os obstáculos que impedem que a Justiça chegue a maior parte
dos brasileiros?
Caetano Teremos nesse mesmo portal noções básicas de cidadania sobre os mais diversos ramos da vida
cotidiana. Então, dúvidas que a pessoa tenha sobre a área
do consumidor, da saúde, da previdência, da educação,
tudo isso com perguntas e respostas básicas. Podemos
dizer que é uma espécie de cartilha de cidadania que é
uma segunda função do Atlas.
Financeiro Qual o cronograma para a realização
do Atlas?
Caetano É um projeto muito amplo. Pretendemos lançar o portal em
outubro deste ano, a segunda etapa
em fevereiro de 2014 e a terceira em
junho de 2014. A Secretaria já fez um
contrato com a Universidade de Brasília, que é responsável pelo aparato
técnico do Atlas e agora a fase atual
é de firmar termos de parceria com
os diversos órgãos do sistema de
Justiça para que nos forneçam a base
de dados. E, além da base de dados
judicial, vamos integrar também um
cadastro dos cartórios extrajudiciais
(de notas, de protesto, de títulos);
portanto, todos os cartórios farão
parte do Atlas de Acesso à Justiça. O
cidadão terá acesso a tudo relacionado à Justiça e também aos cartórios.
‘‘
Um Sistema
de Justiça
tecnicamente
preparado
e que julgue
com rapidez e
eficiência traz
um ambiente
propício para
a segurança
jurídica do mundo
dos negócios e
das operações
financeiras
‘‘
onde quer que esteja o cidadão, ele vai conseguir, por
meio desse Atlas da Justiça, que será um portal da internet, localizar quais os serviços e instituições de Justiça
que estão mais próximos dele.
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entrevistadomês
Financeiro Além do Atlas, quais suas outras prioridades e trabalhos desenvolvidos na Secretaria?
Caetano Nossa segunda prioridade é a Conferência
Nacional de Acesso à Justiça, que faremos pela primeira
vez. Essa conferência será precedida de cinco encontros regionais. No primeiro semestre, de março a julho,
serão realizadas as regionais e em novembro desse ano,
a grande conferência nacional. O
objetivo é discutir uma proposta de
política nacional de acesso à Justiça,
que englobe fundamentalmente
Durante um tempo
dois pontos principais da política
vamos ter de
nacional, que de um lado fortaleça
conviver com o
uma rede de acesso à Justiça, engloeletrônico e com o
papel. Como isso é bando defensoria pública, universidades, ONGs, advocacia dativa e
cultural e depende
de infraestrutura,
pro bono (trabalho voluntário). E,
a digitalização
de outro, possa aprimorar a aplicanão se faz em um
ção dos meios extrajudiciais de soestalar de dedos.
lução de conflitos, que são quatro:
Normalmente
negociação, conciliação, mediação
demora uma
e arbitragem. Com isso, contaremos
década, prazo que
com a presença de representantes
o Brasil conseguiu
do Poder Judiciário, do Ministério
em relação à
Público, da advocacia pública e prideclaração do
vada, da defensoria e sociedade civil.
Imposto de Renda
Nossa ideia é que em cada regional
e o processo
reunamos cerca de 300 pessoas e a
eleitoral, que
conferência nacional 1.500 pessoas.
hoje são 100%
‘‘
‘‘
eletrônicos
Financeiro Como ter um sistema mais rápido e eficiente, em uma
época em que a tecnologia está cada
vez mais presente na vida do brasileiro e a informação
chega em tempo real?
Caetano Nosso terceiro grande projeto é exatamente o aprimoramento da infraestrutura da Justiça, como
no caso da Defensoria, em que aplicaremos recursos na
capacitação de defensores e servidores e na compra de
equipamentos de informática. A estrutura é muito frágil,
precisamos fortalecer o Disque129 (número da Defensoria) para que o cidadão tenha acesso à informação de
seu processo e tire dúvidas sobre o seus direitos, com um
atendimento 24 horas on-line. Esse é nosso grande
desafio na Defensoria. E, para isso, já conseguimos
R$ 300 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que dá por Estado de R$ 8 a R$ 14 milhões, um dinheiro que dá para
equipar as defensorias. Os Estados estão aderindo para
cumprir as formalidades. O dinheiro já está liberado.
Financeiro A automatização dos processos do Judiciário será um dos pontos fortes dessa reforma?
Caetano Estamos com outro plano em que os recursos públicos ainda não foram aprovados pelo BNDES
para financiar dois objetivos principais em relação aos
tribunais estaduais e comarcas estaduais. O primeiro
é o processo eletrônico, para que a gente consiga atingir 100% de processo eletrônico nos tribunais e em
todas as comarcas. Sendo que o grande desafio é que
o processo eletrônico não seja excludente, porque há
muitos lugares onde as pessoas sequer conhecem o
computador. O processo eletrônico não pode ser trazido de forma a excluir o acesso à Justiça. Temos de ter
todo o cuidado para introduzir o processo eletrônico
sem impossibilitar que a população mais carente tenha acesso à Justiça. Durante um tempo vamos ter que
conviver com o eletrônico e com o papel para depois
termos só o eletrônico. Como isso é cultural e depende de infraestrutura, não se faz em um estalar de dedos.
Normalmente demora uma década, prazo que o Brasil
conseguiu em relação à declaração do Imposto de Renda e as eleições, que são 100% eletrônicas. Mas nos dois
casos começaram timidamente até alcançar a totalidade. É um processo demorado, mas que tem de ser feito.
O segundo objetivo é instalar em todos os tribunais e
comarcas com mais de cem mil habitantes (depois podemos ampliar) os centros de conciliação e mediação.
Financeiro Qual a importância da implantação da
Escola Nacional de Mediação e Conciliação na formação de novos conciliadores e mediadores?
Caetano Lançada recentemente, a Escola Nacional
de Mediação e Conciliação é nosso quarto grande projeto. Foi criada pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria da Reforma do Judiciário, tendo como parceiro
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o Conselho Nacional de Justiça,
para ministrar cursos de capacitação e formar conciliadores e mediadores. A escola é voltada não
só para os integrantes do sistema de
Justiça, como juízes, promotores, defensores, advogados, mas também
para estudantes, professores de direito e, indo além, para representantes e
prepostos de empresas privadas.
desses métodos de conciliação e mediação. Quanto mais
implementarmos isso, teremos de um lado as pessoas
mais satisfeitas, porque terão uma solução muito rápida,
efetiva e buscada por ambas as partes. Essa é a chamada
Justiça de solução, porque as partes é que buscam a solução. E, de outro lado, nós teremos um descongestionamento do Judiciário, por conta da retirada de uma grande
massa de processos que não precisava ir para ele. Hoje,
a taxa de congestionamento do Judiciário é de 74%, ou
seja, só se consegue dar vazão a 25% daquilo que entra e
do que é seu estoque.
Financeiro Quais os maiores desafios para essa reestruturação do Judiciário?
Caetano O problema é infraestrutura de um lado e
cultura de outro. O desafio é mudar normas processuais,
porque o Brasil vive hoje em um emaranhado de possibilidades de interposição de recursos dos processos, tanto
civil, como penal e trabalhista. São ações intermináveis. A
média de duração de um processo no Brasil, hoje, é de
dez anos. Uma Justiça que demora em média dez anos
para julgar algo é uma Justiça falha. Porque a Justiça deve
ser sempre contemporânea aos fatos. A Justiça deve ser
no momento em que acontece o problema e não dez
anos depois quando a vida das pessoas já mudou e outras
‘‘
Tivemos um
diagnóstico com
base em números
do Conselho
Nacional de
Justiça, que
mostra que o Brasil
tem 90 milhões de
processos, desses
51% pertencem
a governos
(federal, estaduais
e municipais),
38% a bancos
e instituições
financeiras, 6%
empresas de
telefonia e o resto
diluído pela grande
massa de pessoas
‘‘
Financeiro Quando essa reforma trará soluções concretas para os
milhões de processos em tramitação
na Justiça atualmente?
Caetano Tivemos um diagnóstico com base em números do
Conselho Nacional de Justiça, que
mostra que o Brasil tem 90 milhões
de processos, desses 51% pertencem
a governos (federal, estaduais e municipais), 38% a bancos e instituições
financeiras, 6% empresas de telefonia
e o resto diluído pela grande massa
de pessoas. Temos três grandes grupos que levam questões à Justiça ou
que são demandados (tanto no polo
passivo quanto no polo ativo). E por
que levam? Porque tem a cultura do
litígio, ou seja, qualquer conflito deve
ser levado à Justiça para que seja resolvido. Quando, na verdade, a Justiça existe para resolver conflitos em
que não haja a possibilidade de um
consenso. O que se constata é que
quando são aplicados previamente
métodos de conciliação e de mediação – 90% das causas de família –, as
pessoas chegam a um consenso sem
precisar do Poder Judiciário. Ou seja,
só deve ir para a Justiça aquilo que
realmente seja um litígio, há conflitos plenamente resolvíveis, por meio
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entrevistadomês
nem mais estão vivas para ter o resultado de uma sentença. Esse é um grande
desafio, diminuir o tempo médio do processo. À frente da Secretaria, há pouco
mais de um ano, conseguimos fazer esse diagnóstico sobre o Sistema de Justiça, que aponta três problemas: demora do julgamento, excesso de processos
– 90 milhões, quase um processo a cada duas pessoas – e a falta de acesso à
Justiça. Muita gente que não conhece seus direitos, não sabe como ir à Justiça
ou não confia que na Justiça seu problema vai ser resolvido.
Financeiro Como o setor financeiro pode colaborar com a reforma
do Judiciário?
Caetano Já tivemos duas reuniões com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e com a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) e vimos das duas entidades uma vontade
enorme de colaborar com esse projeto, que é um projeto mais amplo de reforma do Judiciário, porque um Sistema de Justiça tecnicamente preparado e que
julgue com rapidez e eficiência traz um ambiente propício para a segurança
jurídica do mundo dos negócios e das operações financeiras. E essa segurança
jurídica deve ser buscada para todos os ramos da sociedade e nós acreditamos
e estamos numa fase avançada de conversas com a Acrefi e com a Febraban
para que celebrem conosco primeiro um termo de parceria para colaborarem com a nossa escola nacional de
mediação e conciliação, temos cursos específicos para os
grupos econômicos que compõem, tanto a Acrefi como
a Febraban, e de outro lado temos também criado um
Hoje, a taxa de
congestionamento grupo de trabalho para tratar quais as principais teses discutidas perante o Poder Judiciário e que envolvam o sedo Judiciário é de
74%, ou seja, só se tor e que mereçam uma solução consensuada e de forma
consegue dar vazão coletiva. Não interessa às instituições financeiras como
a 25% daquilo que não interessa ao cidadão ter um processo eternizado, não
interessa nem ao credor e nem ao devedor. Porque isso
entra e do que é
traz um campo de incerteza e de insegurança que não
seu estoque
interessa a ninguém.
‘‘
‘‘
Financeiro Como o senhor avalia o sistema Judiciário brasileiro em relação aos demais países que compõem o BRICs? O Brasil é
atraente para os investidores ou a morosidade do sistema acaba os afastando?
Caetano Saiu uma pesquisa recente que o Brasil é o 14º entre os países
emergentes em termos de atrativos. Quando se faz um recorte sobre o sistema
de Justiça, os investidores estrangeiros falam que o Brasil tem alguns ganhos
competitivos em relação aos demais membros do BRICs (grupo formado
por cinco países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Por
exemplo, tem um pessoal capacitado, os recursos humanos são bons, são
bem formados, juízes, defensores,
advogados e defensores, disputam
recursos concursos públicos rígidos, portanto têm boa capacidade
técnica. Segundo ponto favorável
ao Brasil, além de ter um corpo jurídico bem formado, são independentes, compõem um poder que é
independente em relação ao outro.
Não há dependência do Judiciário
ao Legislativo ou ao Executivo. É
um poder independente. Terceiro
ponto, o Brasil tem um arcabouço
jurídico, tem ordenamento jurídico,
tem constituição, tem códigos, tem
leis, algumas consideradas exemplares. Então, o Brasil tem a base
jurídica. Claro que são necessárias
adequações, mas existe a base jurídica. O problema hoje quando se olha
o Sistema de Justiça é de gestão e
quando se fala gestão é uma demora
excessiva no julgamento dos processos que demonstra de um lado
que nós temos um déficit de gestão,
porque o Brasil não tem um número
baixo de juízes. Não é verdade que o
Brasil tem um número baixo de juízes, nem de servidores, mas há uma
má alocação de recursos humanos,
mas o Judiciário ainda está em uma
fase de adaptação à mentalidade de
planejamento estratégico. Nós não
temos carreiras dentro do Judiciário,
que são carreiras administrativas, fica
muito sob a responsabilidade do
juiz, e aí há uma sobrecarga, quando
o juiz deve julgar e administrar.
Financeiro Quais carreiras poderiam ser criadas para que o juiz
fique menos sobrecarregado?
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mediação, para assim diminuirmos
o número de processos. Todos
precisam ser capacitados para isso,
inclusive o juiz.
‘‘
Nós não temos
carreiras
administrativas
dentro do Judiciário,
que fica muito sob
a responsabilidade
do juiz e aí há uma
sobrecarga
‘‘
Caetano O ideal seria ter duas carreiras administrativas para auxiliar o juiz na administração. Deveria ser
criado o cargo de gestor de política judiciária, alguém
que pensaria planejamento estratégico, indicadores de
metas do Poder Judiciário; e administrador judicial,
que seria responsável pela administração do cartório,
do foro e do tribunal. Então seria um corpo permanente de funcionários que auxiliariam o juiz na administração, tanto do prédio quanto do funcionamento
do trabalho judicional. Atualmente, o juiz possui assessores, mas que não têm essa qualificação. Ele se vale de
analistas, escrivães, oficiais de Justiça, todos têm suas
tarefas dentro de um cartório, dentro de um tribunal,
mas me parece que se acrescentássemos essas duas carreiras, nós teríamos um ganho na parte administrativa
das comarcas, dos foros e dos tribunais. Temos de um
lado a parte de gestão, de recursos humanos e de uma
melhor capacitação; a segunda que envolve o processo
eletrônico e a terceira, traz a cultura de conciliação e da
Financeiro Quais os maiores
desafios de estar à frente da Secretaria de Reforma do Judiciário?
Caetano Nosso próximo desafio é o de firmarmos um terceiro
pacto republicano entre os poderes. Já foram firmados dois: um no
primeiro mandato do presidente
Lula, em 2005, um no segundo, em
2009, e é chegada a hora de firmarmos um terceiro pacto, um pacto
que envolva o Poder Executivo,
o Poder Judiciário, o Ministério
Público e o Poder Legislativo, em
âmbito federal. Esse pacto deve ter
dois grandes objetivos. O primeiro de projetos que tenham como
finalidade a duração razoável do
processo, que hoje é um princípio
constitucional, o processo não
deve ter uma demora excessiva. E
em segundo lugar, iniciativas que
fortaleçam as instituições de Justiça, como a Defensoria Pública, que
hoje ainda não está presente em
todo o País, que fortaleçam a magistratura, é chegada a hora de se
aprovar uma nova Lei Orgânica
da Magistratura e não se esqueça
que não podemos enfraquecer o
Ministério Publico e nem a Advocacia, então, os quatro pilares
da Justiça devem ser observados
e fortalecidos, em cada um deles
há algo para melhorar. Sendo
que hoje o enfoque maior é dado
para a Defensoria Pública e para
a magistratura. f
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notasmercado
EDUCAÇÃO
BB ultrapassa a marca de
R$ 9 bilhões na carteira de Fies
4ª
O Banco do Brasil superou o volume de R$ 9 bilhões
em operações com o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies), com mais de 253 mil estudantes atendidos.
Em janeiro de 2013, foram 21.820 operações do Fies
contratadas no BB, desempenho 50% maior do que o
obtido no mesmo período do ano anterior.
Atuando como agente financeiro do programa há
pouco mais de dois anos, o BB já efetua cerca de metade
das novas inscrições. Durante todo o ano de 2012, foram
formalizados mais de 180 mil contratos, o que supera o
resultado de 2011 em mais de 290%.
é a posição que o Brasil
ocupa no ranking de países
que mais intervêm no câmbio.
O País caiu no ranking, pois no
ano passado ocupava a segunda
posição; Suíça e Japão são os
países que mais intervêm.
IMPOSTO
US$ 11 bilhões
é o valor de mercado da empresa
criada a partir da fusão da AMR Corp
e da US Airways. A fusão vai criar a
maior companhia aérea do mundo
em volume de passageiros e ajudar
a American e a US Air a competirem
melhor com a United Continental
e com a Delta Air Lines.
11,8%
é a porcentagem de inadimplência no
comércio varejista registrada em janeiro
em relação ao mesmo período do ano
passado, segundo a Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CDNL).
0,29%
é a variação de inflação
registrada pelo Índice Geral
de Preços (IGP–10) em
fevereiro. Segundo dados
divulgados pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV),
em 12 meses, acumula
alta de 8,06%.
Impostômetro alcança R$ 200
bilhões no acumulado de 2013
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) alcançou
até, a segunda semana de fevereiro, a soma de R$ 200 bilhões em impostos
federais, estaduais e municipais pagos por todos brasileiros desde o
1º dia do ano. O painel chegou aos R$ 200 bilhões este ano, com seis dias
de antecedência na comparação com o mesmo período do ano passado.
Para o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais
do Estado de São Paulo (Facesp) Rogério Amato, “apesar das desonerações
concedidas pelo governo e do ritmo moderado da economia, os números
continuam impressionantes. A expectativa é de que haja uma melhoria no controle
do gasto corrente para viabilizar os estímulos e a retomada da produção”.
INTERNET
Fusões e
aquisições
de empresas
de internet
crescem 124%
As fusões e aquisições envolvendo
empresas de internet (também conhecidas
como “ponto com”) totalizaram
56 transações em 2012, sendo o terceiro
segmento que mais concentrou operações
no período. Os dados constam da Pesquisa de
Fusões e Aquisições realizada trimestralmente
pela KPMG. Vale destacar que o ranking
inclui 43 segmentos de negócios.
O que mais impressiona não é somente
estar entre os setores que lideram o ranking,
mas, principalmente, o crescimento em
relação ao ano anterior, que atingiu 124% (na
comparação entre as 56 operações de 2012
e as 25 do ano imediatamente anterior). Mais
uma vez, o destaque fica no investimento das
empresas estrangeiras comprando empresas
brasileiras (CB1), que representaram 55,3%
das operações (31 transações desse tipo).
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CRÉDITO
Juros de
empréstimo
pessoal e cheque
especial
permanecem
estáveis
Segundo levantamento do
Procon–SP, os juros médios do
cheque especial e do empréstimo
pessoal ficaram estáveis pelo
quarto mês seguido em fevereiro.
Considerando os cinco bancos
pesquisados pela entidade, a taxa
média para o empréstimo pessoal
está em 5,35% ao mês. Já para o
cheque especial, a média está em
7,92% ao mês.
Quando comparados aos níveis
praticados pelos bancos no mesmo
período do ano passado, as taxas
mostram redução de 9% para o
empréstimo pessoal e de 17%
para a linha de cheque especial.
Os porcentuais revelam o impacto
da queda na taxa dos juros básicos
no ano passado e da cruzada para
reduzir o custo financeiro do País
deflagrada pelos bancos públicos.
JUROS
Cresce
demanda do
consumidor
por crédito
em janeiro
De acordo com a Serasa
Experian, a demanda do consumidor
brasileiro por crédito aumentou
12,3% em janeiro na comparação
com o mesmo mês do ano
passado. Em relação a dezembro, a
quantidade de pessoas que procurou
crédito também subiu, em 2,2%.
Dentre as regiões do País, a Sul
apurou o maior crescimento mensal
na procura por crédito no mês
passado, de 6,9%. O Sudeste
teve alta de 1,9%, enquanto o
Centro-Oeste registrou incremento de
4,3%. Nordeste e Norte registraram
queda na demanda por crédito, de
1,4% e 1%, respectivamente, em
janeiro ante dezembro
BALANÇA
Balança comercial inicia fevereiro
com déficit de US$ 741 milhões
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (Secex), as exportações brasileiras somaram US$ 4,99 bilhões nos seis
primeiros dias úteis de fevereiro (média diária de US$ 833 milhões, ou 12,2%
a menos que a média obtida em igual mês do ano passado) e as importações
atingiram US$ 5,73 bilhões (média diária de US$ 956 milhões, ou 11,3% a
mais). Com isso, a balança comercial iniciou fevereiro com déficit de US$ 741
milhões, dando continuidade ao fraco desempenho de janeiro, quando o déficit
foi US$ 4,03 bilhões, o pior resultado mensal de toda a história do comércio
exterior brasileiro. A Secex registrou queda nos embarques das três categorias
de produtos no início de fevereiro, comparado a igual período de 2012. Enquanto
isso, o Brasil gastou mais com as importações de combustíveis e lubrificantes
(65,2%), cereais e produtos de moagem (60,1%), adubos e fertilizantes (54,5%),
aeronaves e partes (24,3%), químicos orgânicos e inorgânicos (20,4%) e
instrumentos de ótica e de precisão (10,2%).
4,5%
é a porcentagem de
economia de energia
registrada durante o
horário de verão. De
acordo com o balanço
do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS),
foram economizados
2.477 megawatts (MW) no
período de pico –
entre 18 e 21 horas.
1,98%
do total de cheques movimentados
em janeiro de 2013 foi devolvido
(por falta de fundos). De acordo com a
Boa Vista Serviços, administradora do
Serviço Central de Proteção ao Crédito
(SCPC), foi a maior proporção para o
mês desde janeiro de 2009.
1,5%
é a taxa do fundo de investimento
atrelado ao ouro, lançado pela
Caixa Econômica Federal, o Caixa FI
Ouro Multimercado LP. O produto é
destinado a pessoas físicas e jurídicas,
consideradas investidores qualificados.
1,5%
é a porcentagem de queda da
inadimplência dos consumidores
brasileiros em janeiro, de acordo
com a Serasa Experian, na comparação
com janeiro de 2012; no entanto,
houve alta de 12,9%.
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notasmercado
CONSUMO
COMPRA
Pesquisa aponta que o Brasil
é o segundo país onde mais se
consome produtos eletrônicos
De acordo com pesquisa da Accenture, com 11 mil pessoas de 11 países,
os consumidores de mercados emergentes lideram as intenções de compra
de eletrônicos. A China está em primeiro lugar com gastos estimados em
US$ 1,489 por pessoa. Os chineses são seguidos de perto pelos brasileiros
(1,323), Índia (1,289) e Rússia (1,225), respectivamente. Nos últimos 12
meses a média de gasto do brasileiro era de US$ 1,080 – uma evolução de
22,5%. De acordo com o estudo, os produtos que lideram a intenção de
compra (chamados de Big 4) em 2013 são: smartphone (41%), PC (36%),
HD TV (33%) e tablet (23%). No Brasil, smartphones e HDTVs respondem
– cada um – por 54% da intenção de compra.
Para Marcelo Fortes, líder da área de mídia e tecnologia da Accenture,
a demanda por tecnologias no setor de eletrônicos continua alta. “Com a
evolução dos dispositivos para aparelhos cada vez mais multifuncionais e a
vontade dos consumidores em experimentar novidades, as empresas têm
uma grande oportunidade para inovar e entregar modelos de aparelhos,
formatos de aplicativos e serviços na nuvem que incorporam o uso da
tecnologia na vida dos consumidores.”
Cai intenção de
consumo entre
famílias com
renda superior
a 10 salários
De acordo com o Índice de Intenção
de Consumo das Famílias (ICF), apurado
pela Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (Fecomercio–SP), as famílias
paulistanas estavam menos propícias
ao consumo em janeiro. O indicador
registrou redução de 3,4% em relação a
dezembro e atingiu o menor valor para o
mês de janeiro desde 2010, com 136,7
pontos, resultado principalmente da
insatisfação do grupo que ganha mais de
dez salários mínimos.
Essas famílias tiveram o menor nível
de satisfação desde o início da série em
2010, com 131,3 pontos, queda de 8,5%
em relação a dezembro. A redução entre
as pessoas com renda inferior a dez
salários mínimos foi de 1,5%, atingindo
138,5 pontos. É a quarta vez na história
do ICF que as famílias com renda
superior a dez salários mínimos estão
mais insatisfeitas do que as demais.
Mesmo com a queda, o indicador
ainda permanece dentro do campo
de satisfação elevada que, segundo a
metodologia da pesquisa, avalia em uma
escala que varia de zero a 200 pontos e
denota otimismo quando acima dos cem.
FAZENDA
Empresas poderão identificar
Notas Fiscais Eletrônicas
emitidas contra seu CNPJ
As empresas poderão identificar as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e)
emitidas contra seu CNPJ em qualquer Estado brasileiro. A Secretaria da
Fazenda do Estado de São Paulo desenvolveu software que permite acesso
à relação de NF-e emitidas para o seu número de cadastro. A medida traz
segurança aos destinatários de NF-e, que podem acompanhar o fluxo
comercial, detectar indícios de fraudes ou simulações que envolvam o uso
indevido de seu CNPJ e sinalizar ao Fisco se reconhece ou não determinada
operação. O Aplicativo de Manifestação do Destinatário é gratuito e está
disponível para os contribuintes no site da Secretaria da Fazenda. Essa
funcionalidade é de uso livre e voluntário pelas empresas e traz a vantagem
de indicar a ocorrência da operação e evitar cancelamentos indevidos da
NF-e por erro ou fraude. A nova ferramenta simplificará também o trabalho
de escrituração fiscal, pois centralizará as informações num único aplicativo.
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panoramacetip
Ano da qualidade
Em 2012, bancos e financeiras foram mais
seletivos no financiamento de veículos. O tema
foi abordado pela Cetip em evento na Acrefi
Em 2012 o volume total de
financiamentos de veículos leves
novos teve aumento de 8% sobre
2011, segundo a Cetip
R$ 22,6 mil, enquanto que em 2012 foi de R$ 19,9
mil. Os veículos fabricados até 1998 representam 85%
da base. Já o volume total de financiamentos de veículos leves usados teve queda de 10% versus 2011.
Incentivos
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no ano passado foi um incentivo importante para os consumidores comprarem mais veículos à
vista, de acordo com o executivo da Cetip.
Geralmente no final de ano o mercado automotivo se aquece por conta do pagamento do 13° salário
e outros benefícios. Como consequência, o último
trimestre de 2012 teve um aumento no volume de
financiamentos em cerca de 4%, segundo a Cetip. A
venda financiada de veículos automotores em todo o
País cresceu 7% em dezembro em relação a novembro,
somando 604,7 mil unidades.
Fotos: Shutterstock/Divulgação
No ano passado, a cautela imperou na oferta de financiamentos de veículos automotores. Como resultado, a
qualidade das carteiras dessa área foi maior. “Com um
ambiente mais seletivo e um risco menor, consequentemente a qualidade das carteiras das instituições é maior”,
explica Cristiano Dantas, gerente comercial da unidade
de financiamentos da Cetip, em palestra na Associação
Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e
Investimento (Acrefi).
O ticket médio de financiamentos diminui, o que
demonstra que os clientes deram entradas maiores na
compra de carros. Em 2011 esse montante foi de
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Em veículos leves novos houve aumento de 18%
em dezembro sobre o mês anterior, somando 218,3 mil
unidades. Com relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento é de 9%. No acumulado do ano, o
volume total de financiamentos de veículos leves novos
teve aumento de 8% versus 2011.
Montadoras e bancos criaram subsídios para o pagamento do bem em 24 vezes sem juros, o que impulsionou
o prazo médio dos financiamentos para baixo – em 2011,
o prazo médio era de 40 meses, já em 2012, de 24. f
Cristiano
Dantas,
da Cetip
“Com um
ambiente mais
seletivo e
um risco
menor,
a qualidade
das carteiras
das instituições
é maior”
Financiamentos por segmento %
total
5,3
0,5
novos
6,1
0,4
usados
4,5
3,1
0,5
15
25,6
79,2
68
91,9
A venda
financiada
de veículos
automotores
cresceu
7% em
dezembro
em relação a
novembro
Autos leves
Motos
Pesados
(dez/2012)
Fonte: Cetip
Outros
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 19
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mercadodeveículos
Radar financeiro
Projeto Fronteiras Sinivem é alternativa na localização de
veículos com mandado de busca e apreensão. A tecnologia
também pode ser utilizada por bancos e financeiras na
identificação de perfis de clientes e na mitigação de risco
Com o avanço da tecnologia, o crime organizado pode estar com
os dias contados. Um veículo roubado, com placa
clonada, adulterada ou com parcelas em atraso que passa
por uma fronteira já pode ser identificado em tempo real.
Um sistema fotografa e reconhece o automóvel, placa,
modelo, cor e cruza essas informações com as bases do
governo. Se alguém tiver alguma queixa sobre esse carro,
um policial será informado, seja por meio de um computador ou smartphone, e tomará as medidas necessárias.
A ação faz parte do Projeto Fronteiras Sinivem (Sistema Integrado Nacional de Identificação de Veículos em
Movimento), que iniciou recentemente uma parceria
junto a Associação Nacional das Instituições de Crédito,
Financiamento e Investimento (Acrefi). Algumas das associadas testam o serviço na localização de veículos com
mandado de busca e apreensão. Todavia esse recurso
também pode ajudar na identificação de perfis de clientes e mitigação dos riscos na concessão de financiamentos automotivos. O mercado de seguros já utiliza essa
ferramenta há alguns anos de maneira eficaz.
A fornecedora de tecnologia da informação Compuletra é responsável por instalar o sistema e fazê-lo operar 24 horas por dia e sete dias por semana. De acordo
com Jaime Scalco, sócio-diretor da empresa e diretor
do Projeto Fronteiras Sinivem, quanto mais tecnologia
implantada nas estradas, mais delitos serão derrubados.
Cada detalhe do projeto acontece com a orientação do
governo federal.
O objetivo de Scalco é o de ampliar o projeto,
torná-lo conhecido e conquistar parcerias. Atualmente,
são apenas dez pontos cobertos em todo o Brasil, um número muito pequeno para a dimensão do solo nacional,
segundo o executivo. Acompanhe entrevista com Scalco.
q
20 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
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Financeiro Explique o projeto Fronteiras Sinivem.
Jaime Scalco Esse projeto começou com uma iniciativa do mercado segurador em 2001 para diminuir o
sinistro de roubo, furto e fraude. Conforme foi evoluindo, observamos que possuía outras utilidades, servindo também para sanar uma série de outros problemas.
No início de 2003, o projeto ficou de pé e começou a
andar. Ele combate, por exemplo, o crime organizado,
ajuda na segurança pública e, consequentemente, baixa índices e quebra a cadeia do crime. É a máxima que
aprendemos com a polícia: o veículo está na base
Para identificar
da matriz criminal. Um
o veículo, o sistema
automóvel roubado é utifotografa e
lizado no tráfico, no assalreconhece a placa,
to a bancos e em diversas
o modelo e a cor
outras atividades irregulares. Com a frota controlada é possível quebrar a cadeia criminal e melhorar os
índices de segurança pública no Brasil.
Financeiro Cite exemplos de como esse sistema funciona na prática.
Scalco Para identificar o veículo, o sistema
fotografa e reconhece a placa, o modelo e a
cor. Em uma fração de segundos transforma a imagem em informações
e cruza os dados obtidos com
as bases do governo federal.
Identifica, por exemplo,
o número do Registro
Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e verifica se existe
alguma queixa contra esse carro.
Imediatamente, o policial recebe a
informação, seja por meio de um telefone móvel ou computador e faz a
abordagem. Os papéis de cada agente atuante no projeto são bem definidos. O nosso é o de instalar, desinstalar e deixar o sistema funcionando
ininterruptamente. Só colocamos a
tecnologia à disposição e, a partir disso, os órgãos responsáveis adotam as
medidas necessárias. Tudo acontece
automaticamente.
Financeiro Como o mercado de
seguros utiliza essa ferramenta de maneira eficaz?
Scalco O mercado segurador
pode analisar o perfil de cliente. O
segurado informa, por exemplo, que
é médico e que só usa o carro para ir
ao trabalho. No entanto o veículo é
fotografado diversas vezes em alguma
fronteira do País. Essa situação aponta
que há algo errado e que deve ser observado pela seguradora.
Financeiro Qual a importância desse projeto para o mercado
financeiro?
Scalco Recentemente essa ferramenta começou a ser vista como algo
que pode auxiliar o mercado financeiro na localização de veículos com
mandado de busca e apreensão. Em
uma situação em que o carro foi financiado, por exemplo, e o comprador
não pagou todas as parcelas, a financeira precisa retomá-lo. No entanto,
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 21
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mercadodeveículos
em muitos casos, o veículo continua
rodando e sendo gasto. Por isso, começamos um projeto piloto junto
à Acrefi e algumas das principais
associadas para a localização. Teve
início em outubro e irá durar até abril.
Fizemos algumas localizações com
sucesso. O desafio atual é o de ajustar
os sistemas de informação judiciais de
mandado de busca e apreensão.
Financeiro Qual o objetivo da
parceria com a Acrefi?
Scalco É lograr sucesso e mostrar
ao mercado financeiro que existe
No primeiro momento,
privilegiamos as
fronteiras do Brasil, com
a meta de não deixar os
veículos saírem do país
de maneira irregular ou
entrar itens proibidos
mais essa ferramenta para ajudar. O que nos motivou e nos
mostrou que o uso pode ser eficaz também nesse setor é
que o crime organizado estava financiando veículos em determinada região do País, com pagamento de uma ou duas
parcelas e, posteriormente, utilizando os carros para realizar
furtos em outro Estado. Conseguimos sensibilizar as autoridades para quebrar essa cadeia criminal.
Financeiro Qual a abrangência do Fronteiras
Sinivem?
Scalco No primeiro momento, privilegiamos as fronteiras do Brasil, com a meta de não deixar os veículos saírem
do país de maneira irregular ou entrar itens proibidos. Atualmente, contempla também lugares internos como a Via
Dutra, Itapecerica da Serra, a Rodovia Regis Bittencourt.
Possui uma abrangência nacional, mas com uma capilaridade muito pequena. Hoje, se não houver tecnologia para
ajudar, não é possível controlar nada.
Financeiro Quais as expectativas de crescimento?
Scalco Acreditamos que entre dois e quatro anos, outros órgãos tanto públicos, quanto privados, vão incrementar e interligar as informações dessa base.
O uso da tecnologia no mercado segurador
Veículos segurados 11.408.221
Mais de 400 mil são furtados por ano no Brasil.
Desses, em torno de 50% são recuperados
120 mil pessoas são indenizadas pelas seguradoras por ano
R$ 3,2 bilhões de indenizações de R/F de veículos
Fonte: Projeto Fronteiras
Financeiro Esse projeto engloba qualquer mercado
que nele enxergar alguma oportunidade?
Scalco Essa é a premissa. Uma das iniciativas que temos
é trazer mais parceiros e outros segmentos públicos e privados que tenham interesse.
Financeiro Em que fase está a adoção dessa tecnologia
no Brasil comparada a outros países?
Scalco Existem os projetos inglês, australiano e chileno.
O inglês começou um pouco depois do nosso. Enquanto
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Em números
10 pontos estratégicos de monitoramento
24 horas, sete dias por semana em tempo real
95% de índice de leitura
100% análise de imagem
Fotos: Shutterstock/Divulgação
Jaime Scalco,
do Fronteiras
Sinivem
“Se não houver
tecnologia
para ajudar,
não é possível
controlar nada”
o Fronteiras Sinivem possui dez anos, o desenvolvido
na Inglaterra tem sete anos. Entretanto o projeto inglês
evoluiu mais rápido. Para efeito comparativo, a nossa
iniciativa possui apenas dez pontos de presença em rodovias junto ao governo federal, enquanto que o inglês
possui 1,5 mil. Estamos comparando uma ilha ao nosso
País. Dessa maneira, dá para perceber o quanto estamos
atrasados na evolução desse mapeamento. Levando em
conta o tamanho da Inglaterra e o do Brasil, deveríamos
ter 15 mil pontos. Ainda conseguimos enxergar uma fração ínfima da frota. É preciso avançar com mais parceiros,
investimentos e divulgação da tecnologia.
Financeiro Quais são os principais entraves para o desenvolvimento do Projeto Fronteiras Sinivem?
Scalco Acredito que a visão estratégica e a formação cultural das instituições ainda impedem essa evolução, além
de, é claro, da amplitude do território brasileiro. f
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 23
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artigoconsumo
artigoconsumo
por Carlos Henrique
de Almeida
Um estudo da Serasa Experian com
base em mais de um milhão de consultas ao
banco de dados da companhia identificou
quatro grupos etários e seus respectivos
comportamentos na busca por crédito e
serviços. São eles: veteranos, nascidos até
1945; baby boomers, de 1946 a 1965; geração X, de 1966 a 1977; e geração Y, a partir
de 1978. A análise considerou o segmento
financeiro, de varejo, telefonia, seguradoras,
serviços básicos e outros.
No topo da lista de consumo, entre
todas as gerações pesquisadas, está a tomada de crédito junto a bancos e financeiras.
Comparando-se a geração mais idosa, os
veteranos, com a geração presente, a Y,
percebe-se como diferem em suas relações
de consumo, crédito e serviços. Enquanto
21,2% das propostas dos veteranos são com
seguros, 22% das dos jovens da geração Y
são com serviços de telefonia.
A explicação para comportamentos
tão distintos encontra-se na trajetória de
cada geração. Os veteranos, por exemplo,
têm uma visão mais patrimonialista. Pensam no que vão deixar para os filhos e não
são fortes consumidores, pois poupam.
Advêm de uma época em que o crédito
era restrito e, portanto, para eles é fundamental assegurar conquistas. A geração Y,
consumista e conectada tecnologicamente, concentra as propostas de contratação
em serviços de telefonia.
É interessante notar como a geração
baby boomer é próxima dos hábitos dos
veteranos. Na geração X, o consumo e a
tecnologia dão seus primeiros passos. As
pessoas dessa geração valorizam a sofisticação e formam a transição para a geração
atual, a Y.
Esses são alguns dos destaques do
amplo estudo. Seu maior valor é revelar a
importância de conhecer e fazer a abordagem correta do consumidor que está se
financiando no crédito para a aquisição de
produtos e serviços. Neste momento de
inadimplência alta, de redução dos juros
e de estímulos ao consumo, saber com
quem se negocia é determinante para a
rentabilidade das empresas. f
Carlos Henrique de Almeida é
economista da Serasa Experian
Artigo enviado em janeiro de 2013
As diferentes
gerações e o crédito
24 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
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especialtecnologiabancária
Cada vez mais
conectados
Faz meses que Gláucia Resende Pereira, professora de administração, não entra em uma agência bancária. Seu
iPad e seu iPhone são dois grandes aliados nos momentos em que precisa efetuar uma transação bancária. Com
aplicativos dos três bancos em que é correntista, baixados
nos aparelhos, ela consegue rapidamente acessar a conta
corrente, efetuar transferências, consultar fundos, simular
investimentos – com gráficos e tabelas ilustrativas –, além
de realizar diversas outras operações. Para ela é muito
mais conveniente. “Não perco tempo no trajeto até uma
agência bancária ou em filas. Hoje, com as ferramentas
disponíveis, realizo a transação financeira que preciso em
qualquer lugar”, diz.
Para ampliar o uso dos canais remotos – internet
banking, terminais de autoatendimento e qualquer outro
tipo de acesso que dispense a necessidade de estar em uma
agência bancária – e oferecer novas soluções tecnológicas,
as instituições financeiras não medem esforços. Em 2011,
os investimentos e despesas dos bancos com Tecnologia
da Informação (TI) tiveram um crescimento de 11%,
atingindo R$ 18 bilhões e se consolidando o setor como
o principal usuário de TI no Brasil. Os dados são da última pesquisa “O setor bancário em números”, da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban).
Essa tendência indica um processo importante de
transformação no papel do atendimento aos clientes, passando de transacional para uma prestação de serviços mais
ampla e consultoria financeira profunda e qualificada.
O mobile banking, canal preferido da professora, apresentou crescimento exponencial nos últimos quatro anos.
Fotos: Shutterstock/Douglas Luccena/Divulgação
Por Juliana Jadon
Com o avanço
da tecnologia,
a maioria
dos clientes
de bancos
trocou a fila
das agências
por uma tela
– computador,
tablet, celular.
Em 2011, as
operações
de internet
banking
representaram
24% do total,
um crescimento
de 20% sobre
o ano anterior.
A conveniência
está em
primeiro lugar
na relação
entre bancos
e correntistas
26 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
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Era praticamente inexistente em 2008 e passou de mais de
três milhões de contas correntes em 2011. Esse cenário
também é impulsionado pela venda de smartphones no
País, que obteve crescimento anual de 88% desde 2009,
com projeções de aumento para os próximos anos.
Clientes como Gláucia fizeram com que as transações
por meio do internet banking atingissem 24% do total do
setor em 2011, um crescimento de 20% em relação ao
ano anterior. Esse já é o principal meio de realizar movimentações financeiras. Como canal mais utilizado, o Itaú
Unibanco obteve um crescimento médio mensal de transações de 159% nos últimos quatro anos.
Em contrapartida, segundo a Febraban, as transações
financeiras feitas em agências diminuíram sua participação
– passando de 12,6% em 2007 para 10,9% em 2011. Diante desse cenário, os bancos estão em uma corrida tecnológica e os clientes ávidos por mais conveniência.
Em qualquer lugar
As instituições financeiras hoje querem acompanhar
o cliente onde ele estiver. No Bradesco, cerca de 550 pro-
dutos e serviços podem ser acessados remotamente, por
meio da internet.
Para acompanhar a evolução do cliente e criar novidades, o banco investiu nos últimos anos mais de R$ 20
bilhões em tecnologia. “Somente no acumulado de 2011,
foram destinados R$ 4,1 bilhões para essa área”, aponta
Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco.
Já o Itaú Unibanco reformulou em outubro do ano
passado seu portal. Ele está mais intuitivo e tem o objetivo de aumentar a facilidade na navegação. A mudança
vem fundamentada em sugestões dos próprios clientes e
está sendo feita em fases. “Quem buscar nosso site para
tirar dúvidas conseguirá fazer isso de forma muito mais
rápida e objetiva”, conta Fernando Chacon, diretor-executivo do Itaú Unibanco.
Gláucia
Resende
Pereira,
professora de
administração
“Não perco
tempo no
trajeto até
a agência
bancária ou em
filas. Hoje, com
as ferramentas
disponibilizadas
pelos bancos,
realizo qualquer
transação
financeira que
preciso em
qualquer lugar”
Na tela da TV
Em dezembro passado, o Bradesco avançou mais uma
casa na questão da tecnologia bancária. O correntista da
instituição financeira já pode acessar a conta corrente, fazer
previsões de investimentos, ter acesso aos telefones úteis,
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especialtecnologiabancária
acompanhar o mercado financeiro
e de ações e utilizar outras diversas
funcionalidades sentado no sofá da
sala de estar, com o controle remoto
em mãos. Basta, para isso, estar conectado ao aplicativo do banco, por
meio da TV.
O aplicativo, que pode ser baixado por meio do Google Play, disponibiliza 150 produtos e serviços.
Cerca de 700 mil pessoas já tinham
baixado o aplicativo uma semana
após seu lançamento.
A aposta do banco em tecnologia é de longa data. Em 1996, o
Bradesco criou o primeiro internet
banking do Brasil. De lá para cá
muita coisa evoluiu. Em 2012, o
banco alcançou pela primeira vez
a marca de quatro bilhões de transações realizadas pelos clientes por
meio da internet no acumulado de
Participação no total
de transações bancárias (em % – 2011)
3% Outras
5% Correspondentes
7% Origem externa
Internet banking 24%
11% Caixas das agências
Atendimento
avançado
Na agência–
conceito do
Bradesco, um
robô presta
o primeiro
atendimento
ao cliente
um ano. Somente no último mês de
novembro foram realizadas 320 milhões de transações por esse canal.
E ainda, segundo Cavalcanti, a
cada piscar de olhos, 3,5 mil pessoas
usam o aplicativo da instituição de
mobilidade no celular. Em dezembro, o Bradesco atingiu a marca de
50 milhões de transações mensais
por meio desse dispositivo.
A conveniência é premissa. “No
Google, temos o conceito das quatro
telas: computador, tablete, celular e
TV. O Bradesco é o primeiro banco a disponibilizar esse serviço aos
clientes no Brasil”, conclui Hugo Assis, executivo responsável pela indústria financeira no Google.
Estratégias lançadas
13% Cartões
Origem interna 23%
14% Autoatendimento
Fonte: Febraban
O Itaú Unibanco fechou o ano
de 2012 com um total de 3,9 milhões de downloads das ferramentas disponíveis para acesso móvel.
O resultado significa um boom no
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Em 1994, havia 32 mil terminais
de autoatendimento (ATMs)
no Brasil. Em 2011, esse número
foi multiplicado por quase
seis vezes, somando 182 mil
equipamentos instalados
uso dos aplicativos, sendo que em
janeiro do ano passado eram 1,1
milhão de baixados. Somente no
ano que passou, foram 2,8 milhões
de novos downloads.
“Experimentamos um bom
crescimento no uso das ferramentas
de mobile banking. Os clientes percebem a facilidade e a conveniência
que esse canal proporciona. Estimamos que esse será o segundo maior
canal de transações do banco em
alguns anos, atrás somente da internet”, conta Ricardo Guerra, diretor
de canais digitais do Itaú Unibanco.
Foi em julho de 2010 que a instituição lançou o seu primeiro aplicativo
para iPad. Ao longo do tempo, as
ferramentas existentes foram aperfeiçoadas. O cliente Itaú Unibanco
também pode se cadastrar para receber o código do iToken via SMS e
operações via internet sem a necessidade de portar aparelho.
Um serviço recentemente lançado nesse canal é a contratação do
seguro viagem por meio de smartphones. O cliente consegue simular
os tipos de coberturas disponíveis e
fazer a contratação na hora. Ao confirmar a opção desejada, a cobertura
é imediata. Está disponível para aparelhos com o sistema BlackBerry,
Android ou IOS (iPhone). Atualmente, mais de 20% das vendas de
seguro viagem são feitas pela internet. Essa facilidade foi lançada em
janeiro de 2012.
Agências-conceito
As apostas dos bancos na tecnologia não param por aí. Alguns deles
criaram no ano passado agências
conceito com a ideia de apresentar
as tecnologias e novas maneiras de
usar produtos e serviços financeiros.
Diversos dispositivos do espaço do
Luca Cavalcanti, do Bradesco, e
Hugo Assis, do Google
Parceria viabiliza acesso à conta
bancária por meio da TV
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especialtecnologiabancária
Projeções mostram que
os bancos brasileiros
vão aumentar o nível de
despesas e investimentos
em tecnologia em 42%
até 2015. O número é
2,5 vezes maior que o
ritmo de crescimento da
média global estimado em
18% no mesmo período
Bradesco, no Shopping JK, em São
Paulo (SP), já irão ser multiplicados
para a rede bancária da instituição.
O Itaú Unibanco não ficou atrás.
Colocou uma agência no Shopping
Villa Lobos, também na capital, com
layout diferenciado e inspirado na
concepção visual de uma loja. O
espaço é aberto e confortável para
realizar negócios.
A mão é a senha
No início deste ano, Gláucia experimentou uma nova tecnologia.
Cadastrou sua mão como forma de
autenticação para acessar a conta bancária em um terminal de autoatendimento. Em 2009, o Bradesco adotou
de maneira pioneira a biometria nesses equipamentos. O setor bancário
segue a mesma tendência. Desde o
final do ano passado, os clientes do
Itaú Unibanco podem efetuar saques em caixas eletrônicos até um determinado valor sem uso do cartão da conta,
por meio dessa tecnologia.
Além disso, nas operações com cartão, o uso da biometria dá mais agilidade à operação. Com ela, o cartão
da conta é necessário somente na identificação inicial do
cliente. A ampliação da tecnologia nos terminais bancários aumenta a segurança dos clientes e a confiabilidade
das transações. “Com esses novos procedimentos, nossos clientes passam a acessar seus dados e informações de
forma mais rápida e segura”, explica Luiz Veloso, diretor
de produtos para pessoa física do Itaú Unibanco.
Futurista
Layout
diferenciado
da agência
do Itaú
Unibanco
é inspirado
na concepção
visual de
uma loja. A
ideia é que o
espaço seja
convidativo
e confortável
para realizar
negócios
Mobile banking
Encostar o celular em uma maquininha POS e pagar
a conta sem a necessidade do uso de um cartão poderá
ser realidade dentro de alguns anos
no Brasil. De acordo com Raul MoAcesso global
reira, diretor da Associação Brasileira
das Empresas de Cartões de Crédito
A penetração do internet banking nas contas correntes ativas
e Serviços (Abecs), e do Banco do
no Brasil (46%) está em patamar comparável a dos países
Brasil, estima-se que cerca de mil
desenvolvidos como Alemanha (50%), Estados Unidos (54%) e
Reino Unido (56%). Isso demonstra que o País já apresenta uma
máquinas estão preparadas para
maturidade no uso do internet banking.
receber esse tipo de tecnologia. No
Fonte: Febraban
entanto a ampliação do uso dessa
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Fernando Chacon, do Itaú
Unibanco “Quem buscar nosso
site para tirar dúvidas, fazer isso
de forma rápida e objetiva”
ferramenta ainda depende de definições mais claras do
próprio segmento de aplicações e dispositivos móveis.
Ainda há um grande entrave para essa evolução. No
Brasil, os celulares não possuem a tecnologia Near field
Communication (NFC) – que possibilita esse tipo operação – embarcada. A mudança é gradual, as empresas de
celulares devem começar a fabricar aparelhos com essa
tecnologia, por meio de parcerias.
Segundo Moreira, para a indústria de cartões essa mudança
representa uma evolução. A Abecs
acredita que a nova tecnologia de
pagamento só vira para trazer valor agregado.
Novo patamar
O papel das agências bancárias
está mudando. O cliente que, assim
como Gláucia, acessa os aplicativos
bancários por meio de dispositivos
móveis vai até agência somente
para sacar dinheiro, resolver algum problema ou conversar com
o atendimento. O gerente passa a
representar um consultor financeiro. A população caminha para ter
cada vez mais esse perfil. Segundo
a Febraban, a estimativa de uso
Raul Moreira, da Abecs
“A tecnologia de
pagamento móvel irá
trazer valor agregado para
o mercado de cartões”
O Itaú Unibanco
fechou o ano
de 2012 com
um total de
3,9 milhões de
downloads das
ferramentas
disponíveis para
acesso móvel
do mobile banking pode chegar a
patamares comparáveis ao internet banking em número de contas
correntes habilitadas nos próximos
sete anos. Moreira, da Abecs, acredita que o Brasil é um país avançado comparado a outros na adoção
de tecnologia bancária. Para ele, a
sociedade brasileira aceita muito
bem esse tipo de conveniência, por
isso, no avanço de cada degrau tecnológico, investimentos por parte
dos bancos não vão faltar.
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especialtecnologiabancária
Pagamento por celular
Ainda existem alguns entraves na adoção do
mobile banking. Confira a opinião do especialista
no tema Jefferson Denti, consultor da Deloitte:
Financeiro Como você avalia o uso dos aplicativos
financeiros móveis no Brasil? Compare com outros países.
Jefferson Denti Ainda tímido na adoção, porém
apresenta motivação e crescentes investimentos por parte do setor financeiro. Diferentemente de outros países
da África e Ásia, onde existia um forte motivador social,
no Brasil esse motivador está relacionado à capacidade
de geração de novos negócios e também na redução de
custos. Se compararmos com os Estados Unidos, o uso
de smartphones e a dinâmica de mercado ajudam o crescimento de aplicativos financeiros. No Brasil, precisamos
transpor essa barreira dos aparelhos e da flexibilidade da
rede. Muitos conceitos são testados e em breve teremos
novidades no mercado. As instituições encontram os
meios necessários para viabilizar projetos dessa natureza.
Financeiro Quais as principais barreiras enfrentadas
por bancos e clientes no cenário da mobilidade?
Denti As diversas tecnologias em diferentes aparelhos, a
regulamentação não definida, os custos de implementação
da tecnologia (terminais, chip, aparelhos), as questões de
segurança da informação, a dependência de diversos agentes da cadeia para entrega de valor ao cliente, a disponibilidade e velocidade de rede de telefonia, a interoperabilidade
entre as diferentes operadoras. Alguns países conseguem
superar essas barreiras por meio de implementação de modelos de negócio colaborativos entre bancos, operadores
de telefonia, empresas de pagamento e varejo.
Financeiro Quais as expectativas com o uso da mobilidade para serviços financeiros? Acredita que ainda existam entraves culturais?
Denti No Brasil, a aceitação pode ser excelente, mas
não pode ser focada no público não bancarizado. Tem de
capturar o potencial de geração de novos negócios para os
bancos. Essa captura se dará por meio de maior integração
das plataformas de negócios e com uso de ferramentas
analíticas. Com o banco enxergando o cliente de forma
única e realizando ofertas que vão além de serviços financeiros, como, por exemplo, conversão de moeda virtual,
programas de fidelidade etc. Barreiras culturais existem e
continuarão existindo com essa troca de paradigma, tanto
do lado do cliente como das organizações financeiras. Para
as instituições financeiras, muito vai mudar no modelo de
negócio: novo conceito de agência, mix entre produtos financeiros e não financeiros, integração maior com internet
e telefonia, mídias sociais, cloud computing, entre outras.
Financeiro Quais os modelos de aplicativos financeiros que podem dar certo no Brasil, em sua opinião?
Denti O brasileiro é um early adopter de tecnologia,
em vista dos 50 milhões de usuários de internet. No Brasil e no mundo, alguns aplicativos mais tradicionais são de
pagamento móvel e de oferta de crédito ao cliente. Porém
já existem soluções mais inovadoras em aplicativos financeiros em games, em mobile para compra em lojas de conveniência, educação financeira, bancos com atendimento
por intermédio de mídias sociais, wikis e assim por diante.
O limite está na criatividade e no apetite de cada banco em
expandir negócios e fidelizar clientes. f
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compliance
Medidas
necessárias
Acrefi e PricewaterhouseCoopers
debatem Basileia III.
Regulamentação, ainda em
momento de ajustes no Brasil, tem
como principal foco fortalecer os
bancos e evitar crises financeiras
Um sistema financeiro mais estável é o principal objetivo de
Basileia III, acordo que exige dos bancos o aumento
das reservas de capital para se protegerem em momentos conturbados da economia. O tema foi apresentado
por Marcelo Baldin, gerente sênior da unidade de risco
e compliance da PricewaterhouseCoopers (PwC), em
evento da Acrefi, em São Paulo (SP).
O cronograma de adesão dessa fase da norma internacional no Brasil é gradual – começou em 1º de janeiro deste ano e se encerra em 1º de janeiro de 2019.
Todavia muito do que se fala sobre a norma ainda está
em debate pelo Banco Central do Brasil, que analisa as
Funções de Basileia III
Nível 1 Elementos que demonstrem capacidade efetiva de absorver
perdas durante o funcionamento de uma instituição financeira
Nível 2 Recursos capazes de absorver perdas em caso
de ser constatada a inviabilidade do funcionamento de uma
instituição financeira
Fonte: PwC
maneiras mais viáveis da implementação em todo o
sistema financeiro nacional.
No País, de acordo com o executivo da PwC, os elementos de Basileia III são capazes de absorver perdas em
caso de ser constatada a inviabilidade da operação de uma
instituição. “Basileia III traz uma série de medidas que tentam evitar situações como as que ocorreram na crise de
2008, quando bancos como Lehman Brothers e Washington Mutual fecharam suas portas”, aponta Baldin.
As novas regras, ressalta ele, tentam melhorar a qualidade de capital e o nível de liquidez dos bancos e instituições financeiras. “Toda a instituição bancária, por natureza, tem processos robustos que podem suprir quaisquer
condições de mercado e atender às métricas que, se cumpridas, podem gerar uma segurança maior”, diz.
Fotos: Shutterstock/Divulgação
Por Juliana Jadon
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Adesão global
Principais propostas
Com mais exigências que os acordos anteriores, Basileia III
tem como meta fortalecer o sistema financeiro global. Confira
suas metas:
1. Elevar a qualidade, a consistência e a transparência
da base de capital
2. Reduzir a prociclicalidade por meio de parcelas
adicionais de capital
3. Endereçar o risco sistêmico
4. Complementar o requerimento de capital baseado em risco com
um índice de alavancagem
5. Aprimorar a cobertura dos riscos por meio do fortalecimento
das exigências de capital para riscos de crédito de contraparte
existente em derivativos, operações de recompra e outros
6. Introduzir novos padrões de gestão de liquidez, incluindo testes
de estresse para os índices propostos
Fonte: PwC
Alguns países ainda estão se adequando à norma
anterior. De acordo com Baldin, quem está na vanguarda da implementação de Basileia II é o mercado chinês.
O executivo lembra que nos Estados Unidos a composição das regras é divergente do Brasil. Existem duas
regulamentações. A primeira voltada para os médios e
grandes bancos e a segunda voltada para pequenos, em
que as exigências são mais adequadas a sua realidade e
visam a comprometer menos as instituições menores.
No entanto ele considera esse o mercado onde a
implementação de Basileia é a mais atrasada, pois adiou
a implementação da versão mais atualizada da regra. “A
maneira como cada banco deverá operar no mundo depende muito de como o órgão regulador de cada mercado considera que as normas devem ser atendidas.”
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compliance
Impactos
Não há dúvida de que para o mercado
financeiro Basileia III é um processo contínuo de aprendizado em relação às regras a
serem aderidas de maneira clara. No entanto, de acordo com o levantamento PricewaterhouseCoopers, essa regulamentação também terá efeitos colaterais na
economia. Afinal, os bancos e financeiras
são o principal instrumento de alavancagem.
A exigência de 1% de aumento na relação de capital requerido geraria uma redução de 0,19% de redução no PIB depois de
quatro anos e meio. No mesmo período, a
exigência de 25% no aumento da retenção
de ativos líquidos, somada a extensão dos
vencimentos dos bancos, pode gerar aumento de 0,14% nos spreads de crédito e o
declínio de 0,08% do PIB. f
Marcelo Baldin, da
PricewaterhouseCoopers
“As métricas de Basileia III,
se cumpridas, podem gerar
uma segurança maior ao
sistema financeiro”
Índices e metas de capital de Basileia III
Nova definição de
capital e maior
transparência
l Nível 1 consiste principalmente de ações ordinárias
Novas proteções
contracíclicas
l Capital de conservação: absorção de perdas no setor
e lucros acumulados
l Acrescenta, continua ou modifica diversas deduções do nível 1
l Elimina gradativamente os instrumentos híbridos de capital
l Eliminação do capital nível 3
bancário em um ambiente de estresse financeiro e econômico
l Capital contracíclico: extensão do capital de conservação
durante períodos de crescimento de crédito associado ao
acúmulo de risco sistêmico
Introdução
de índice de
alavancagem
l Bancos não devem emprestar mais de 33 vezes o seu capital
l O objetivo é limitar a alavancagem do setor bancário
e introduzir garantias adicionais contra o risco
do modelo e de mensuração
Para o
mercado
financeiro,
Basileia III é
um processo
contínuo de
aprendizado
em relação
às regras
a serem
aderidas
de maneira
clara
Fonte: PwC
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artigoautomação
por Almir Carrion
Com o assédio dos bancos de grande porte
no Brasil ao mercado de crédito consignado, as
instituições de pequeno e médio porte deverão
se estabelecer em novos setores para evitar a
concorrência e dilapidação dos resultados. Essas
instituições focaram durante longo período em
consignado, com uma operação enxuta e enquadrada nessa realidade, sem back office de crédito
e um setor de crédito propriamente dito.
Nesse novo cenário, muita coisa deverá ser
recriada e remontada, forçando as instituições
menores a entrar em novas modalidades de crédito, como veículos, crédito pessoal e Crédito
Direto ao Consumidor (CDC), mas, principalmente, obrigando-as a se adequarem às necessidades dessas modalidades.
É inimaginável o ingresso ou retorno com
oferta nos produtos acima citados sem o investimento em ferramentas de automação e refinamento da concessão de crédito, além de outras
soluções de maior eficiência operacional, que
proporcionem a redução dos altos custos com
Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED)
e head count que inviabilizariam tal ingresso. A
era dos robôs de extração/inclusão de dados, e
mecanismos de liquidação diferente da TED são
coisas do passado.
O alento a essas instituições é que a indústria de software para o segmento financeiro
avançou no atendimento a essas necessidades
nos últimos anos, além de tornar essas tecnologias mais acessíveis com a adoção do modelo
SaaS (software como serviço) na modalidade
de contratação, fato que reduziu o custo e tempo de implantação gritantemente.
Dessa forma, opções antes disponíveis somente para instituições de grande porte, como
modelagem de score personalizado por produto e comercializado no modelo SaaS, esteira
completa de decisão, workflow, front-end entre
outras facilidades, estão disponíveis para comercialização hoje para instituições com qualquer volume.
Portanto o cenário desafiador poderá ser facilmente navegado por instituições que combinarem estratégias de produto bem definidas com
a adoção de vanguarda tecnológica que suporte
essas estratégias. f
Almir Carrion é diretor de
assuntos institucionais da C&M Software
Artigo enviado em janeiro de 2013
Mercado exige mais eficiência
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artigogestãoderisco
Perspectivas do Crédito
por Breno Costa
O ano de 2012 foi bastante desafiador no que
tange a receitas, perdas e crescimento do mercado
de crédito em geral. Mas o que nos aguarda para
2013? Nossa abordagem visa a utilizar a pesquisa da Febraban, realizada com as principais instituições financeiras do País, acerca da expectativa
delas com relação à economia ao crédito no que
tange o crescimento econômico, inflação, crescimento do crédito e da inadimplência. Nessa
abordagem também trazemos para cada uma das
variáveis estudadas qual era a expectativa do mercado para o ano seguinte. Dessa forma, podemos
calibrar nossas próprias expectativas às do mercado. Vejamos cada variável em detalhes.
A expectativa de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) para esse ano de 2013 é de
3,1%. Resultado melhor que os obtidos em 2011
e 2012, mas comparado com os anos de 2006 a
2008 estamos bastante aquém do patamar esperado para uma economia em desenvolvimento.
Os anos de 2009 e 2010 estão bastante afetados
pela crise financeira e pela recuperação que veio a
seguir, mas o fato é que desde 2011 não conseguimos taxas de crescimento relevantes.
A perspectiva para os anos de 2011 e 2012
foram otimista com relação ao ocorrido um ano
depois. As expectativas de crescimento vêm sendo revisadas para baixo a cada pesquisa. Portanto
a expectativa do mercado de crescimento de 3,1%
pode estar um pouco otimista.
A inflação (medida pelo IPCA de 12 meses)
vem tendo expectativas também otimistas. Nos
últimos três anos, o mercado sempre esperou uma
inflação mais baixa cerca de um ponto a 0,5 ponto.
A expectativa é de recuo dos patamares atuais ao
longo desse ano para 5,7%.
No caso do crescimento do crédito total do
mercado brasileiro, percebemos um cenário oposto. O crescimento esperado e o realizado andam
bastante em linha ao longo dos anos até com algumas surpresas positivas. Nesse caso essa variável
tem um controle maior das instituições financeiras
(público que opina nessa pesquisa da Febraban).
Observamos que para 2013 as expectativas
são de crescimento à mesma taxa do ano passado (16% ao ano), o que representa uma acomodação da desaceleração, ou seja, não teremos
nem uma continuidade das quedas nas taxas de
crescimento do mercado de crédito, nem tão
pouco uma retomada do crescimento às taxas
observadas anteriormente.
Outro ponto que vale destacar é a relativização desse crescimento com relação ao PIB.
Estamos falando de um crescimento na ordem
de cinco vezes maior, o que evidência que a expectativa do mercado é de continuidade do crescimento da relação crédito/PIB.
Analisando esse crescimento nos três grupos
que o compõe: recursos direcionados, recursos
livres pessoa jurídica e recursos livres pessoa física, podemos observar as três linhas em patamares muito próximos de expectativa de crescimento para 2013, respectivamente, temos 17,8%,
16,1% e 15,1%.
Artigo enviado em fevereiro de 2013
no Mercado Brasileiro
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Já a expectativa para a inadimplência é de melhoria do atual incômodo patamar. Incômodo, pois observamos que a média do ano de 2012 (6,4%) foi a
pior desde 2005.
No entanto, as expectativas (ou desejos) são
de uma queda ao longo de 2013 (média de 5,3%) e
um retorno aos patamares médios. No entanto, PF
já adiantamos que as projeções pelo menos para os
próximos três meses são de conservação dos patamares. No caso de PJ, observamos o mesmo patamar de
inadimplência pelos últimos 15 ou 18 meses e não
dá sinais também de recuperação. Salvo termos uma
movimentação sensível dos critérios de concessão de
crédito e dos processos de cobrança, dificilmente veremos o patamar da pesquisa ser realizado em 2013.
A expectativa de crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB)
para esse ano de 2013 é de
3,1%. Resultado melhor que
os obtidos em 2011 e 2012
Os dados colhidos pela Febraban e demonstrados
nas análises deste texto, mostram que o ano de 2013
não se desenha como promissor ou como um ano de
recuperação do “tempo perdido” em 2012. Essas expectativas mais contidas denotam a cutela que o mercado
vem tratando o tema crédito. Sinais de tempos mais maduros, mas também de menores retornos.
Artigo enviado em fevereiro de 2013
Breno Costa é sócio consultor e
economista da GoOn
f
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educaçãofinanceira
educaçãofinanceira
Programa
global do HSBC
beneficia 3,8 mil
crianças no Brasil
com lições
sobre finanças
Aprendizado
para o futuro
Por Juliana Jadon
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Fotos: Shutterstock/Divulgação
Para a analista de sistemas do HSBC Paula Pereira o trabalho
não se traduz somente nos afazeres que possui dentro da instituição. Em sala de aula, a moça
de 31 anos também tem o papel de ensinar crianças e
adolescentes da periferia de Curitiba (PR) a sonharem
e conquistarem um futuro financeiro melhor.
Paula, com cinco anos de atuação no grupo financeiro, é uma entre 280 colaboradores do HSBC Brasil que participam voluntariamente do programa de
educação financeira “Mais do que Dinheiro”, do inglês
“More than Money”. A iniciativa é global e coloca o
Brasil como um dos países prioritários na difusão desse
programa. Conta ainda com uma parceria com a Junior
Achievement, associação sem fins lucrativos especializada em negócios, economia e empreendedorismo.
“A ideia é a de atuar na formação da criança e do
jovem da comunidade, que logo irá se bancarizar e se
tornar um profissional atuante no mercado de trabalho.
Nesse momento, ele deverá estar preparado, com uma
boa cultura de como administrar o orçamento”, aponta Cláudia Malschitzky, diretora-executiva do Instituto
HSBC Solidariedade (IHS) e superintendente de sustentabilidade do banco.
Já foram destinados U$ 3,4 milhões em três anos para
a ação em 15 países. O custo de cada um dos programas é
de US$ 30 mil. O resultado é mensurado com números.
Quase 3,8 mil estudantes brasileiros já foram beneficiados
com a iniciativa, desde o início das atividades em 2009.
Os próprios funcionários da instituição que, assim
como Paula, se candidatam a participar, são treinados pela
Junior Achievement e vão até as escolas nas capitais São
Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro para multiplicar o que
aprenderam. A inscrição é simples e pode ser feita no portal
de sustentabilidade do banco. Neste ano, o programa deverá chegar também a escolas no interior de São Paulo.
Atendimento qualificado
O HSBC, aponta a superintendente de sustentabilidade, é um banco que figura um relacionamento
de longo prazo com os clientes. Todavia, para que esse
ciclo de vida seja extenso, é preciso que os correntistas
saibam utilizar os produtos e serviços financeiros com
consciência. Por isso, a ideia de Cláudia e dos gestores
Paula Pereira,
do HSBC
“Quando o
curso termina
o que fica é
a sensação
de que foi
feito um bom
trabalho e a
vontade de dar
continuidade a
esse programa”
do HSBC foi a de ensinar primeiramente os colaboradores e os alunos
das escolas de comunidades – locais que mais carecem de educação.
A meta do banco é divulgar a
ação e engajar no programa de educação financeira 85 colaboradores e
mil estudantes por ano. Anualmente, a companhia supera o objetivo,
chegando a uma média de cem
novos funcionários participantes.
Além disso, neste ano a instituição
quer preparar todos os funcionários para que tenham o tema na
ponta da língua. A empresa já efetuou mais de 40 mil treinamentos.
O programa “Mais do
que Dinheiro” conta com
280 funcionários do HSBC
Brasil, que participam
voluntariamente da
iniciativa. Quase
3,8 mil estudantes
de escolas públicas
já foram beneficiados,
desde o início das
atividades em 2009
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educaçãofinanceira
Cidadania
Em portal de
voluntariado
do HSBC,
colaboradores
se candidatam
a participar
do programa
de educação
financeira e
se informam
sobre outras
ações sociais
da instituição
O objetivo é que o atendimento da rede de agências e
de toda a área administrativa esteja qualificado a falar
sobre educação financeira.
Ensino lúdico
Por meio de um tabuleiro, que funciona como
um jogo da vida financeiro, crianças e jovens aprendem a ter iniciativas que podem contribuir para uma
boa situação financeira no futuro. De acordo com a
Programa casa indicada pelo dado, o aluno escolhe, por exemplo, se vai comprar um brinquedo ou guardar o diglobal
nheiro que possui, no intuito de adquirir um bem de
PARCERIA
valor mais elevado. “Não damos o peixe. Ensinamos
Junior
Achievement
a pescar”, diz a voluntária Paula.
Mundial
No final do jogo, a soma de despesas e ganhos
APLICAÇÃO
15 países, entre é feita. Quem terminar com mais dinheiro obtém o
eles o Brasil
melhor desempenho e escolha. A mesma brincadeiRECURSO
ra é realizada de maneira mais complexa em outra
US$ 3,4 milhões
aula. Nessa etapa, os alunos aprendem a pensar como
foram gastos
empresários e fazem o papel de pessoa jurídica.
em três anos
Ensino global
No Brasil, já foram 2,6 milhões de alunos beneficiados e cem
mil voluntários envolvidos nas atividades da Junior Achievement.
Os programas educativos são aplicados junto aos jovens por meio
de parcerias com escolas e voluntários dispostos a compartilhar
suas experiências e conhecimentos com estudantes de diferentes
faixas etárias.
Globalmente, dez milhões de jovens ao ano participam dos
projetos da entidade, consolidando a formação de uma cultura
empreendedora ao redor do mundo, dentro de uma perspectiva
ética e responsável. Os trabalhos reúnem assuntos de economia
e negócios para alunos entre o quinto e sétimo anos do ensino
fundamental. Enfatiza conteúdos de estudos sociais ao mesmo
tempo em que trabalha matemática, leitura e escrita.
Cláudia Malschitzky, do HSBC “A situação
mais delicada que o setor econômico sofre
é a inadimplência. A base e a solução para
esse cenário são a educação financeira”
Paula ministrou o curso pela primeira vez no ano passado para alunos da quinta série. Geralmente, dois funcionários do HSBC vão juntos a uma escola dar as aulas.
Segundo ela, o banco e a instituição parceira concedem
todas as ferramentas e as condições necessárias para os
colaboradores participarem das iniciativas sociais.
A sala de aula era agitada e para conter a euforia a
moça ofereceu um dos tabuleiros como prêmio ao grupo de alunos que se comportasse melhor. Isso faz com
que os alunos se empenhem a ganhar o item.
No final das aulas, tanto os alunos quanto os voluntários recebem um certificado de participação no curso.
O resultado da iniciativa é mensurado com atividades
e exercícios e sempre é positivo. Para Paula, no entanto,
a participação no programa não pode ser calculada. Ela
se sente melhor enquanto cidadã e também por atuar
em uma instituição que apoia essa nobre causa. A moça
indica aos colegas da instituição a participação. “Quando o curso termina o que fica é a sensação de que foi
feito um bom trabalho e a vontade de dar continuidade
a esse projeto”, conta.
O ganho desse ensino é para toda a sociedade. “A
situação mais delicada que o setor econômico sofre é a
inadimplência. A base e a solução para esse cenário são a
educação financeira”, conclui Cláudia, do HSBC. f
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cultura
Segredos
do ouro
Carlos Wizard Martins,
autor do livro “Desperte
o Milionário que Há em
Você” e dono da Multi
Holding - detentor de
dez empresas, ensina a
empreender com sucesso
Por Juliana Jadon
Financeiro Fale sobre o livro
“Desperte o Milionário que Há
em Você”.
Carlos Wizard Martins O
Brasil vive seu melhor momento econômico. A cada dia temos 30 novos
milionários no país. Isso significa que
no final de fevereiro teremos quase
900 novos milionários. Parte da população está ciente desse cenário. No
entanto a maioria das pessoas não
sabe. O meu objetivo em lançar o
livro é uma forma de divulgar e difundir as oportunidades que temos no
mercado e quais os passos que a pessoa precisa seguir para que possa tirar
proveito desse momento favorável e
atingir uma boa condição financeira.
Financeiro Como a sua trajetória
pessoal ajudou na criação dessa obra?
Wizard Martins Alguns autores de livros de empreendedorismo e
educação financeira falam de técnicas,
teorias e conceito. O meu é puramente uma trajetória de um professor de
inglês que há algum tempo dava aula
para poucos alunos, posteriormente
abriu uma escola, transformando-a
em uma atividade empresarial, líder
mundial no seu setor com um faturamento milionário.
Financeiro Você diz que tão
importante quanto o cenário econômico é a postura mental. Explique esse conceito.
Wizard Martins A atitude mental e a postura da pessoa, em minha
opinião, são mais importantes do que
o cenário econômico. Em períodos
e contextos de oportunidades, assim
como o que estamos vivendo, as fortunas costumam trocar de mãos e ir
para as pessoas que estão preparadas
e ávidas por uma oportunidade de
negócios para empreender. Mesmo
em um mercado desfavorável, com a
atitude mental correta, é possível encontrar oportunidades.
Fotos: Divulgação
Carlos Wizard Martins é um empreendedor nato.
Ele não guarda o segredo do crescimento de sua rede de empresas
somente para si. Nos últimos cinco
anos, ele ajudou a formar mais de
cem milionários no País, situação que
o motivou a escrever o livro “Desperte o Milionário que Há em Você”.
Após seis meses de lançamento, já
são 70 mil exemplares da obra vendidos no Brasil e um projeto de levar o
conhecimento para outros países. A
publicação já está sendo traduzida em
três outras línguas: inglês, espanhol e
chinês. Acompanhe a entrevista com
o executivo, que revela alguns dos elementos do sucesso.
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Financeiro O brasileiro possui
vocação para empreender?
Wizard Martins Acredito que
o brasileiro tem esse talento, sendo
muito criativo, comunicativo e expansionista. Isso explica o porquê de o
País ser hoje um dos líderes mundiais
no setor de franquias no mundo, ocupando a terceira posição em número
de empreendedores que atuam nesse
setor. É um reconhecimento de que
temos essa inclinação e facilidade para
o empreendedorismo.
Financeiro Quando decidiu escrever o livro?
Wizard Martins Nos últimos
cinco anos, ajudei a formar mais de
cem milionários no País. São pessoas
que tem escolas como a Wizard, o
Yázigi, Skill, Microlins, entre outras.
Por meio dos princípios que praticamos, deram largada com poucos recursos e ao longo de um curto espaço
de tempo fizeram fortunas. Por isso
tive essa determinação para escrever.
É um trabalho recente. Está há seis
meses no mercado, mas semanalmente está entre os livros mais vendidos no Brasil. Escrevi também outras
obras como “O Desejo de Vencer”,
“Como Sonhar e Realizar os seus Sonhos” e também tenho uma coleção
de pensamentos motivacionais. O
livro “Desperte o Milionário que Há
em Você” atingiu 70 mil exemplares
em seis meses, o que para o contexto
brasileiro é um excelente resultado.
Financeiro Pretende traduzir o
livro para outras línguas?
Wizard Martins A obra está
sendo traduzida para espanhol, inglês
e chinês. Já estive sete vezes na China
e tenho inclusive uma unidade da
Wizard por lá. Uma das metas neste
ano é lançar o livro em outros países.
Primeiro para a América Latina.
Financeiro Quais os principais
erros cometidos pelos empreendedores que os impedem de conquistar
mercado?
Wizard Martins Um dos conceitos que explico é que a pessoa
precisa dominar aquela atividade,
aquele serviço ou produto que vai representar. Às vezes, a pessoa não tem
a experiência, não pesquisou e cai de
paraquedas. O conselho é identificar
um talento, uma habilidade natural,
porque dominando a área, a pessoa
vai trabalhar com prazer e satisfação.
Outro elemento que pode fazer a
atividade comercial não prosperar,
é achar que terá uma fila de clientes
batendo na porta logo no início. Cada
negócio possui um período de maturação, que é variável. É preciso ter
consciência, paciência e disciplina.
Financeiro Como você vê o papel
do crédito no empreendedorismo?
Wizard Martins É um elemento de expansão do negócio
depois que já foi testado e não no
período em que o negócio ainda
está em fase experimental.
Financeiro Uma pesquisa do
Serviço Brasileiro de Apoio as Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que 43% das pessoas sonham em
ter o próprio negócio. O que falta para
esse sonho deslanchar?
Wizard Martins Uma série de
fatores. Em primeiro lugar, a pessoa
fica entre deixar o conforto finan-
ceiro em que se encontra e aceitar uma situação de risco,
onde não há garantia ou segurança.
Financeiro Onde estão as oportunidades de empreender?
Wizard MartinsNo Brasil, o setor de serviços é
muito carente. Não importa se é alimentação, prestação de
serviços de limpeza, educação. O serviço precisa ser mais
rápido do que a concorrência oferece, com qualidade superior e preço justo. Essa combinação é metade do caminho
para alcançar o sucesso. A população, em geral, paga mais
caro por um serviço mais rápido e melhor.
Financeiro Quais os melhores investimentos?
Wizard Martins O mercado possui vários produtos. Analisamos, medimos a projeção e comparamos. Eu
recomendo investir, a partir do momento em que a saúde
financeira da empresa esteja em uma situação equilibrada.
Considero-me um apaixonado pelo sistema de franquias.
Acho que é forma mais segura e rentável de um empreendedor ter um negócio rentável e de sucesso. Já tem tradição,
marketing e modelo de negócios.
Financeiro Cite um momento da sua vida em
que uma decisão foi importante para a evolução dos
seus negócios.
Wizard Martins Meus filhos mais velhos estudaram
nos Estados Unidos e quando retornaram, em 2004, me
disseram que o mercado de educação era muito maior do
que eu imaginava, que os mercados estavam se consolidando, formando grupos e tínhamos a oportunidade de comprar outras empresas. Formamos um grande grupo educacional. Na ocasião resisti, pois já éramos líderes de mercado.
Quando aceitei a sugestão, liberei R$ 1 milhão para fazerem
a aquisição de uma pequena rede de ensino. Eles compraram e foi uma operação bem-sucedida. A última compra
que fizemos foi a do Yázigi, por R$ 100 milhões. f
Elementos do sucesso
70 mil exemplares
da obra foram vendidos
nos últimos seis meses
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vidapessoal
Emoldurado na parede da sala de Rogério Monteiro, diretor jurídico do BNP Paribas, está um Aston Martin DB5, carro
de James Bond que estreou nos cinemas em 1964 no filme “007 contra Goldfinger”. A imagem do Bondcar diz
muito sobre a sua personalidade. Desde criança Monteiro gosta de carros. Nos finais de semana se dedicava
com prazer a cuidar dos veículos do pai, lavando-os e os
deixando bem polidos. Durante muito tempo não teve
condições de dar continuidade a essa brincadeira até que,
aos 41 anos, decidiu comprar um carro antigo.
O escolhido foi um Fusca 62, na cor azul pavão, cuja
reforma e o garimpo de peças foram relativamente fáceis,
segundo Monteiro. O executivo gostou dessa atividade
e hoje possui dez carros antigos. Não se considera um
colecionador devido ao número de automóveis que possui – no Brasil existem colecionadores com mais de 50
carros antigos –, mas se diz um amante deles. “A diferença
entre os brinquedos de uma criança e de um adulto são
os valores”, aponta.
O segundo carro adquirido foi um Fusca 1961, em
bom estado geral, de acordo com o executivo. Nele,
poucos ajustes e peças eram necessários. Logo passou
para o próximo e maior desafio. Após oito meses de
pesquisa, comprou um Studebaker Champion 1951,
visto até então somente em fotos. Sua aparência não era
boa – vermelho com a capota branca – e o interior, conta Monteiro, lamentável.
Antes da aquisição vieram as ponderações racionais: quanto será o custo da reforma? Conseguiria um
bom valor na revenda? Há outros iguais no Brasil? Mas a
frente do automóvel, semelhante a de um avião, o deixou
deslumbrado. Ele acreditava que seria uma reforma fácil
e que as peças seriam encontradas na internet. Achava
que iria se divertir. Afinal, comprou a “jabiraca” ou “jabi”,
como a esposa chamou na época. “Se for racional, nunca
vai comprar um carro antigo”, aponta.
Quando o carro chegou, era muito pior do que ele
esperava. A reforma durou oito anos para ser concluída.
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Antigos e
requintados
Rogério Monteiro,
diretor jurídico do BNP
Paribas, mostra sua
coleção de carros
Por Juliana Jadon
“Tudo que podia ter dado errado com aquele carro, deu.
Foi uma aventura típica de ‘Senhor dos Aneis’, mas valeu.
Hoje estou muito feliz com a conclusão.”
Atualmente o Studebaker Champion 1951 é o
carro preferido de Monteiro. Pelo carinho com ele,
em especial, colocou direção hidráulica, ar-condicionado e freio hidráulico, diferente do modelo original. Sua ideia era ter nesse veículo todo o conforto
e segurança para utilizá-lo a qualquer momento. Já os
demais automóveis de Monteiro são puristas, onde
todos os componentes são originais e seguem a linha
da época de fabricação.
Cereja do bolo
Para Monteiro, uma das maneiras de sair do lugar
comum, da preocupação do dia a dia, e relaxar é fuçar
nos carros. Colecionadores de carros antigos, em geral,
gostam de garimpar, procurar peças originais, mas o caminho para achá-las e tê-las em mãos, não é fácil.
A maioria dos itens é encontrada
em portais internacionais, nos quais
o único contato do comprador com
o produto geralmente é uma foto. O
tempo da entrega entre um item e o
valor do frete varia. Logicamente, em
peças maiores o gasto com a entrega
costuma ser mais elevado e a chegada mais demorada.
Neste ano, Monteiro comprou
um motor para seu segundo Studebaker, que demorou oito meses
para chegar. Foi a maior peça que
importou. Todavia, existem veículos
com peças mais fáceis de encontrar.
Segundo ele, os carros antigos da
Ford, como Mustang ou Thunderbird, por exemplo, possuem todas as
peças disponíveis no mercado. Seria
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vidapessoal
Brincadeira
de adulto
Dez veículos
antigos
compõem a
coleção de
Monteiro.
Alguns deles
chegam a ser
avaliados em
R$ 260 mil
va ansioso pela parte que faltava. Com a imagem terminada, ia ao jornaleiro e trocava pelo item que representava a figura. “Encontrar a peça que falta é como achar a
cereja do bolo”, coloca.
Veículos originais
Os veículos de colecionador com mais de 30 anos, que possuem um
porcentual de originalidade de 80% e estado de conservação de 70%,
podem ser pleiteados junto à federação internacional a emitirem a
placa preta, que mostra que é um carro de coleção. Esses veículos,
conta Monteiro, obtêm algumas vantagens em termos de impostos e
possuem livre trânsito em todo o território nacional, mas, por outro
lado, é difícil e custoso fazer o seguro desse bem
Motor para a vida
Diariamente, quando vê uma oportunidade, o diretor vai trabalhar com um dos carros. “O mercado financeiro requer muita dedicação e fuçar em carros antigos e
vê-los serem recuperados me traz benefícios”, assegura.
Monteiro está satisfeito com a coleção que possui,
mas, como é detalhista, o trabalho dele não termina por
aqui. Ele assegura que vê qualquer defeito, mesmo que
mínimo, com facilidade.
Há quem veja oportunidades financeiras na brincadeira dele. Reformar carros antigos e depois vendê-los
pode ser um bom negócio no longo prazo. No momento de ofertar o bem no mercado, ele aconselha a colocar
o preço e esperar. Em algum momento aparecerá um
comprador. “Hoje a busca por carros antigos é maior e os
preços são mais salgados do que de carros novos”, conta.
Atualmente, alguns dos brinquedos de Monteiro
chegam a ser avaliados em R$ 260 mil. O Thunderbird
1955 é um dos mais valiosos. Já o sentimento e o carinho
que o executivo possui com seus automóveis não têm
preço. “O projeto agora é manter os carros e usá-los sempre que puder”, finaliza. f
Fotos: Douglas Luccena
possível montar um veículo Ford antigo nos dias de hoje.
Mas a graça, para ele, está em encontrar o que é raro e
compartilhar a conquista com os amigos e grupos com
afinidade nesse ramo. Uma dessas raridades foi o achado
do painel de Studebaker 1951, ainda com aparência de
novo, na caixa e funcionando.
Outro entrave para os colecionadores é a mão de
obra especializada de carros antigos. É cara e nem sempre
é a melhor. Por isso, é preciso encontrar pessoas que entendam e participem de clubes.
A sensação de finalizar, para ele, compensa. Ele
compara o que sente com um momento do tempo de
criança. Quando montava álbuns de figurinhas, espera-
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Preferido
Rogério Monteiro,
do BNP Paribas,
e seu Studebaker
Champion 1951.
Reforma do
veículo, que
lembra a frente
de um avião,
levou oito anos
para ser concluída
Dicas
Monteiro escreveu páginas e mais
páginas sobre “a saga da reforma
do Studebaker Champion 1951”.
Confira algumas das dicas para
antigomobilistas principiantes:
l Honestidade é fundamental.
Mas nesse ramo de carros
antigos, um mecânico honesto
é ouro
l Nunca deixe de relacionar as
peças do carro e fotografar seus
detalhes antes de entregá-lo
a um mecânico
l Arrume tempo para
acompanhar a reforma, visitando
a oficina sempre que possível
l Nunca permita a aplicação
de tinta, fundo ou proteção,
sem que você veja
l Antes de qualquer decisão,
pergunte sobre tudo. Converse
com amigos e com especialistas.
Certas decisões não voltam atrás
l É preciso ser paciente no
garimpo das peças e cuidadoso
no trato com os mecânicos
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happyhour
Churrasco
aprimorado
Boa carne, ambiente sofisticado e uma
carta de vinhos de destaque geram a receita
de sucesso do Varanda Grill, restaurante que
figura entre os melhores do País
Por Juliana Jadon
O corte, a maneira como é feita, a origem, o tempero, entre outros fatores ditam
o sabor e a maciez de uma carne. Sylvio Lazzarini, diretor-geral do
restaurante Varanda Grill, sabe bem disso. Desde a inauguração, o foco é
ser a melhor casa de carnes do Brasil. Esse trabalho é reconhecido, ano a
ano, por críticos e frequentadores. Exemplo desse prestígio é o prêmio de
melhor casa de carnes, realizado pela edição “Comer & Beber” da revista
“Veja São Paulo”, que o restaurante ganha desde 2009.
Lazzarini foi criador de gado até 1996, quando decidiu vender a participação em quatro fazendas de criação intensiva situadas em Goiás, São Paulo e
Minas Gerais. Ele diz que precisava
conhecer a outra ponta da cadeia,
que era o comércio varejista e os
restaurantes. Para isso, viajou no
primeiro momento para os Estados
Unidos, França e Itália, no segundo,
para Argentina e Uruguai. “Acredito
que a boa carne depende do processo de criação do gado, que inclui condições ambientais, alimentação, seleção genética, técnicas
de manejo, entre outros fatores”,
pontua o especialista.
No mesmo ano surgiu a ideia
de reunir em um cardápio só as
três principais escolas de churrasco
global: a argentina, a brasileira e a
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Ocasiões especiais
Para eventos, o Varanda Grill conta com espaços e salões
reservados, o que garante a privacidade. O maior espaço possui
capacidade para cem pessoas com entrada, bar independente e
estrutura para apresentações em audiovisual. Os cardápios são
oferecidos de acordo com cada ocasião.
Fotos: Douglas Luccena
Grelhado dos
pescadores
Prato traz
camarão, polvo,
lula, lagosta e peixe,
acompanhado
de risoto
de camarões
norte-americana e abriu a primeira unidade do Varanda
Grill nos Jardins, em São Paulo. Dessa empreitada participam dez sócios, sendo oito minoritários, que representam 20% do capital. “O incentivo veio da necessidade de
comprovar que o Brasil possui uma pecuária de grande
nível e, consequentemente, carnes de qualidade. Esse foi
o grande desafio”, conta.
O Varanda Grill se tornou referência em carnes de
qualidade, pois o especialista busca oferecer o que há de
melhor. “Gostamos de inovar, como aconteceu quando
trouxemos pela primeira vez ao Brasil o kobe beef, carne
oriunda do gado japonês wagyu e considerada a melhor
do mundo”, conta Lazzarini.
O carré de cordeiro também é uma das pedidas de
destaque. A carne advém de um cruzamento entre duas
raças: a merilo (espanhola) e a ile de France (francesa). É
criado e abatido no Uruguai.
Vinhos
O Varanda Grill conta ainda com uma equipe de sommeliers e
com uma carta de vinhos diversificada. São cerca de 625 rótulos
– entre tintos, brancos, espumantes e de sobremesa – de mais de
92 diferentes regiões, trazidos por mais de 25 importadoras.
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happyhour
Premiações
O restaurante Varanda Grill possui um
longo histórico de reconhecimentos.
Confira as conquistas de 2012:
l Melhor restaurante de carnes
de São Paulo – “Veja São Paulo”,
edição especial “Comer e Beber”
l Melhor carta de vinhos de São Paulo – “Época
São Paulo”, edição especial “Comer e Beber”
l Melhor restaurante de carnes
do Brasil – “Guia 4 Rodas”
Sylvio Lazzarini,
do Varanda
Grill “Acredito
que a boa carne
depende do
processo de
criação do
gado, que inclui
condições
ambientais,
alimentação,
seleção genética,
técnicas de
manejo, entre
outros fatores”
O Varanda Grill também conta com um cardápio de
pescados e frutos do mar. Nessa linha, Lazzarini recomenda o grelhado dos pescadores, que traz camarão, polvo, lula,
lagosta e peixe, acompanhado de risoto de camarões.
Além disso, o local oferece um ambiente sofisticado
e uma boa carta de vinhos (ver quadro). A casa recebe
clientes de todas as idades e perfis distintos, como executivos, casais e famílias.
restaurante que leva o mesmo nome no requintado
Shopping JK Iguatemi, em São Paulo.
O empreendedor também é um dos proprietários
da distribuidora de carnes Intermezzo Gourmet, que
fornece iguarias para alta gastronomia brasileira. A
meta do executivo para os próximos anos é a de expandir a rede de atuação e continuar a trazer novidades para a sua cozinha. f
SERVIÇO
ALMOÇO E JANTAR DE SEGUNDA A DOMINGO
O VALOR DOS PRATOS, ATÉ O FECHAMENTO
DESTA MATÉRIA, VARIA ENTRE R$ 52 E R$ 85
Diversificação
Varanda Jardins
Rua General Mena Barreto, 793,
Jardim Paulista – São Paulo (SP)
Contato: 3152–6777
Lazzarini é pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e suas conquistas não terminam no
restaurante. Além da unidade nos Jardins, possui outro
Varanda JK Iguatemi
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041,
Itaim Bibi – Shopping Center JK Iguatemi – Piso 2
Contato: 3887–8870
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análiseeperspectivas
Prévia de uma análise
financeira do segmento
de crédito, financiamento
e investimento no Brasil
O mercado de crédito passa por um período
de grandes transformações desde o início da crise
financeira em 2008, que se intensificou com o agravamento da crise europeia de 2012. Um dos focos da
crise, bancos e instituições financeiras ainda sofrem
com a quebra de confiança e adequações ao novo
cenário encontrado. Apesar de o Sistema Financeiro
Nacional (SFN) não ter sofrido profundamente com
os efeitos das crises externas,
Por prof. dr. Alberto Borges Matias é notório que tais acontecicom colaboração de Renata Karoline Polo mentos de alguma forma surtam consequências. Somada
a essa situação, o governo brasileiro promoveu no
ano de 2012 mudanças significativas nos mecanismos pertencentes aos mercados de crédito. A baixa
consecutiva da taxa Selic e o apoio dos bancos públicos na redução dos juros bancários, seguido pelos
bancos privados, resultaram em uma reconfiguração
das instituições no País.
Dentre as várias instituições que compõem
o SFN, neste artigo será apresentada uma análise
prévia sobre as atuantes no segmento de crédito,
financiamento e investimento. Os dados correspondem a demonstrativos financeiros do primeiro
semestre dos anos de 2010 a 2012 e a compilação
foi feita pela mediana de uma amostra significativa.
Contas do ativo, passivo, demonstrativos de resultado e indicadores financeiros específicos foram
selecionadas, conforme tabela 1.
As principais variações de contas, utilizando
a análise horizontal, foram:
As operações de crédito apresentaram um crescimento menor de 2011/2012, 8,97%, no comparativo
com 2010/2011, que registrou variação de 23,78%.
Os depósitos (conta de passivo) apresentaram comportamento semelhante, com variação de 9,03% no
período 2010/2011 e crescimento menor de 4,10%,
em 2011/2012. Na mesma tendência, o patrimônio
líquido obteve variação de 10,05% em 2010/2011, e
de 7,20%, em 2011/2012.
As receitas de intermediação financeira, que
já haviam apresentado crescimento de 9,11%,
2010/2011, registraram crescimento maior em
2011/2012, 16%. Registrou-se também o crescimento das despesas de intermediação financeira
que em 2010/2011 foi de 8,91%, passando no período 2011/2012 para 32,51%. Esse resultado, em
particular, confirma a recente discussão empreendida por alguns especialistas sobre um possível erro
no cálculo do PIB do setor financeiro.
A provisão para crédito de liquidação duvidosa
foi a conta com maior variação na análise, cresceu
0,47% de 2010/2011, e 59,44% entre 2011/2012.
As possíveis causas desse resultado podem ser previamente identificadas pelo significativo crescimento
das operações de crédito no período anterior e suas
consequências nos atrasos e perdas de pagamentos
no período seguinte.
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Por fim, o resultado operacional apresentou melhora, variou -24,91%, em 2010/2011, e entre 2011/2012
registrou -5,39%.
As principais variações de contas, utilizando a análise vertical, foram:
A conta de operações de crédito – passando de 70%,
2010/2011, para 62,40%, 2011/2012. Também a conta de
depósitos, passando de 63,81%, 2010/2011, para 55,08%,
2011/2012. E, por fim, o resultado operacional com
11,10%, 2010/2011, e 7,88%, 2011/2012.
As principais variações nos indicadores foram:
A conta de rentabilidade líquida anual do patrimônio
líquido apresentou mediana de 11,54% entre o 2010 e
2011. Já no período que compreende os anos de 2011 e
2012 foi de 8,32%
Grande foco das discussões políticas do ano de 2012,
o indicador de spread apresentou redução mediana. De
2010 para 2011 registrava 7,40%, já entre 2011 e 2012 o
indicador registrou 5,4%. Na análise do spread cabe considerar o comportamento de operações de crédito, receitas
Análise horizontal
2011/2012 (mediana – 1º sem.)
23,8%
9,0%
10,0%
9,1%
8,9%
0,5%
-24,9%
9,0%
4,1%
7,2%
16,0%
32,5%
59,4%
-5,4%
2010/2011 (mediana – 1º sem.)
2011/2012 (mediana – 1º sem.)
70,0%
63,8%
16,9%
95,1%
57,8%
14,4%
11,1%
62,4%
55,1%
14,0%
93,5%
60,1%
15,4%
7,9%
2010/2011 (mediana – 1º sem.)
2011/2012 (mediana – 1º sem.)
11,5%
7,4%
6,6%
3,3%
8,3%
5,1%
7,2%
3,6%
Op. de crédito/ativo total
Depósitos/passivo total
PL/passivo total
Receita de intermediação/receita líquida
Despesa de intermediação/receita líquida
Provisão/receita líquida
Resultado operacional/receita líquida
Indicadores/índices
ELABORAÇÃO:
Alberto Borges Matias –Diretor
presidente do INEPAD. Professor titular do
Departamento de Administração da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo no campus de
Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças,
atuando nos programas de graduação, pósgraduação e MBAs da Universidade
APOIO:
João Gabriel Sehn – Pesquisador do Centro
de Pesquisas do Inepad – Núcleo CEPEFIN.
Graduando em economia empresarial e
controladoria pela Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade
de São Paulo no Campus de Ribeirão Preto
2010/2011 (mediana – 1º sem.)
Operações de crédito (CP + LP)
Depósitos
Patrimônio líquido
Receitas de intermediação financeira
Despesa de intermediação financeira
Provisão para crédito de liq. duvidosa
Resultado operacional
Análise vertical
e despesas, no qual, apesar do aumento das receitas de intermediação, o volume de operações não conseguiu contrabalancear as despesas.
Confirmando o comportamento das provisões, o
indicador de inadimplência passou de 6,60% no período 2010/2011 para 7,24% no período 2011/2012. Já
o indicador de insolvência passou de 3,27% no período
2012/2011 para 3,61% em 2011/2012. f
Rentabilidade anual líquida do PL final (%)
Spread (%)
Inadimplência (%)
Insolvência (%)
Elaborado pelo Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 57
Finan79_artigo INEPAD.indd 57
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bancodedadosinepad
Taxas médias: geral
Data
Aplicações
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
nov/11
38,47
-1,1
10,32
-0,3
28,15
-0,7
dez/11
37,05
-1,4
10,18
-0,1
26,87
-1,3
jan/12
38,00
1,0
10,20
0,0
27,80
0,9
fev/12
38,10
0,1
9,70
-0,5
28,40
0,6
mar/12
37,30
-0,8
9,30
-0,4
28,00
-0,4
abr/12
35,30
-2,0
8,80
-0,5
26,50
-1,5
mai/12
32,86
-2,44
8,22
-0,58
24,64
-1,86
jun/12
31,00
-1,9
7,94
-0,3
23,12
-1,5
jul/12
30,70
-0,30
7,70
-0,2
24,64
1,5
ago/12
30,10
-0,6
7,60
-0,1
23,12
-1,5
set/12
29,90
-0,2
7,60
0,0
22,30
-0,8
out/12
29,30
-0,6
7,30
-0,3
22,00
-0,3
nov/12
28,90
-0,40
7,30
0,00
21,6
-0,4
0,7
-3,0
0,0
-6,9
-1,1
Captações
Var. p.p.
Variação nov/nov
-9,6
Fonte: BC/Inepad
Taxas médias: pessoa física
Data
Spread
Var. p.p.
nov/11
44,73
-2,4
10,06
-0,4
34,67
-2,0
dez/11
43,75
-1,0
10,07
0,0
33,68
-1,0
jan/12
45,10
1,4
10,20
0,1
34,90
1,2
fev/12
45,40
0,3
9,60
-0,6
35,80
0,9
mar/12
44,40
-1,0
9,30
-0,3
35,10
-0,7
abr/12
42,10
-2,3
8,90
-0,4
33,20
-1,9
mai/12
38,84
-3,3
8,27
-0,6
30,57
-2,6
jun/12
36,47
-2,4
8,00
-0,3
28,47
-2,1
jul/12
36,20
-0,3
7,80
-0,2
28,40
-0,1
ago/12
35,60
-0,6
7,90
0,1
27,70
-0,7
set/12
35,80
0,2
7,90
0,0
27,90
0,2
out/12
35,40
-0,4
7,60
-0,3
27,80
-0,1
nov/12
34,80
-0,6
7,50
-0,1
27,30
-0,5
-9,9
1,8
-2,6
0,3
-7,4
1,5
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
Variação nov/nov
Aplicações
Var. p.p.
Fonte: BC/Inepad
Taxas médias: pessoa jurídica
Data
Var. p.p.
Captações
nov/11
29,79
0,0
10,57
-0,2
19,22
0,3
dez/11
28,23
-1,6
10,28
-0,3
17,95
-1,3
jan/12
28,70
0,5
10,20
-0,1
18,50
0,5
fev/12
28,60
-0,1
9,80
-0,4
18,80
0,3
mar/12
27,70
-0,9
9,30
-0,5
18,40
-0,4
abr/12
26,30
-1,4
8,80
-0,5
17,50
-0,9
mai/12
24,95
-1,4
8,18
-0,6
16,77
-0,7
jun/12
23,77
-1,2
7,88
-0,3
15,89
-0,9
jul/12
23,60
-0,2
7,60
-0,3
16,00
0,1
ago/12
23,10
-0,5
7,40
-0,2
15,70
-0,3
set/12
22,60
-0,5
7,30
-0,1
15,30
-0,4
out/12
22,10
-0,5
7,10
-0,2
15,00
-0,3
nov/12
21,70
-0,4
7,00
-0,1
14,70
-0,3
-8,1
-0,4
-3,6
0,1
-4,5
-0,6
Variação nov/nov
Aplicações
Fonte: BC/Inepad
58 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
Finan79_INEPAD tabelas.indd 58
2/21/13 10:04 PM
Crédito consignado
Spread financeiro
R$ milhões
45%
190.000
40%
185.000
35%
180.000
28,0%
27,0%
26,0%
175.000
30%
170.000
25%
25,0%
165.000
20%
24,0%
160.000
15%
155.000
Aplicações
23,0%
22,0%
Captações
nov/12
set/12
Consignado
out/12
ago/12
jul/12
jun/12
mai/12
abr/12
fev/12
mar/12
jan/12
dez/11
21,0%
nov/11
nov/12
out/12
set/12
ago/12
jul/12
jun/12
mai/12
abr/12
mar/12
0
140.000
fev/12
145.000
jan/12
5%
dez/11
150.000
nov/11
10%
Taxa de juros % a.a.
Fonte: BC/Inepad
VOLUME
PREFIXADOS –
DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA
RECURSOS LIVRES (R$ MILHÕES)
Mês/Ano
Cheque
Especial
Variação
em %
Crédito
Pessoal
Variação
em %
Financiamento
Imobiliário
Variação
em %
Cartão de
Crédito
Variação
em %
nov/11
20.972,07
-2,5%
241.596,96
1,4%
43,1
3,4%
36.433,21
0,4%
dez/11
18.882,41
-10,0%
241.653,11
0,0%
44,8
3,8%
35.637,97
-2,2%
jan/12
21.176,51
12,1%
244.757,84
1,3%
45,0
0,4%
36.756,87
3,1%
fev/12
22.012,75
3,9%
248.146,64
1,4%
46,8
4,1%
37.654,62
2,4%
mar/12
21.830,06
-0,8%
250.979,63
1,1%
45,4
-3,1%
37.374,42
-0,7%
abr/12
22.766,31
4,3%
255.260,22
1,7%
47,1
3,8%
37.653,60
0,7%
mai/12
21.891,63
-3,8%
260.152,16
1,9%
46,3
-1,7%
37.024,24
-1,7%
jun/12
21.193,06
-3,2%
265.355,75
2,0%
46,0
-0,7%
37.149,52
0,3%
jul/12
21.311,37
0,6%
267.862,89
0,9%
45,6
-0,9%
37.425,18
0,7%
ago/12
21.054,08
-1,2%
272.027,40
1,6%
44,9
-1,6%
37.421,80
0,0%
set/12
20.690,82
-1,7%
271.602,24
-0,2%
44,2
-1,4%
37.310,91
-0,3%
out/12
21.204,41
2,5%
275.335,07
1,4%
43,7
-1,3%
37.176,47
-0,4%
nov/12
20.561,95
-3,0%
277.997,86
1,0%
43,6
-0,2%
37.580,97
1,1%
Variação
em %
Total
Variação
em %
Fonte: BC/Inepad
VOLUME
DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA
PREFIXADOS/CONTINUAÇÃO –
RECURSOS LIVRES (R$ MILHÕES)
AQUISIÇÃO
Mês/Ano
Veículos
Variação
em %
Outros
Variação
em %
Total
Variação
em %
Outros
nov/11
170.554,47
1,1%
9.179,58
1,8%
179.734,04
1,2%
7.386,58
1,1%
486.166
1,1%
dez/11
173.301,89
1,6%
9.348,56
1,8%
182.650,45
1,6%
7.769,86
5,2%
486.639
0,1%
jan/12
174.680,92
0,8%
9.291,31
-0,6%
183.972,22
0,7%
7.800,39
0,4%
494.509
1,6%
fev/12
176.191,48
0,9%
9.442,44
1,6%
185.633,92
0,9%
7.540,76
-3,3%
501.036
1,3%
mar/12
177.546,16
0,8%
9.339,87
-1,1%
186.886,02
0,7%
7.648,83
1,4%
504.764
0,7%
abr/12
178.076,90
0,3%
9.206,31
-1,4%
187.283,21
0,2%
7.823,74
2,3%
510.834
1,2%
mai/12
178.494,29
0,2%
9.326,84
1,3%
187.821,14
0,3%
8.139,16
4,0%
515.075
0,8%
jun/12
182.153,66
2,1%
9.244,58
-0,9%
191.398,24
1,9%
8.250,35
1,4%
523.393
1,6%
jul/12
183.913,74
1,0%
9.142,04
-1,1%
193.055,77
0,9%
8.355,71
1,3%
528.057
0,9%
ago/12
186.132,77
1,2%
9.344,74
2,2%
195.477,51
1,3%
8.469,08
1,4%
534.495
1,2%
set/12
186.393,41
0,1%
9.416,36
0,8%
195.809,77
0,2%
8.602,53
1,6%
534.061
-0,1%
out/12
186.310,26
0,0%
9.602,49
2,0%
195.912,75
0,1%
11.008,78
28,0%
540.681
1,2%
nov/12
186.379,80
0,0%
9.708,42
1,1%
196.088,22
0,1%
11.482,65
4,3%
543.755
0,6%
Fonte: BC/Inepad
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 59
Finan79_INEPAD tabelas.indd 59
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bancodedadosinepad
VOLUME
DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO
–
CRÉDITO CONSIGNADO (R$
CONSIGNADO
Mês/Ano
Crédito
Pessoal*
Públicos
Privados
nov/11
271.256
135.984
22.595
158.579
115.559
dez/11
271.810
135.836
22.792
158.628
115.333
jan/12
275.388
137.849
23.134
160.983
fev/12
279.185
139.863
23.920
mar/12
283.058
141.625
abr/12
287.790
mai/12
% CONSIGNADO***
MILHÕES)
CONCENTRAÇÃO DO
CONSIGNADO
TAXA DE JUROS % A.A.
Estimativa INEPAD
Consignado
Pessoal
Diferença
58.5%
72,9%
27,2%
48,6%
21,4%
58.4%
72,7%
27,0%
48,2%
21,2%
116.174
58.5%
72,2%
27,5%
50,3%
22,8%
163.783
118.299
58.7%
72,2%
27,6%
50,6%
23,0%
24.451
166.076
119.449
58.7%
71,9%
27,1%
48,8%
21,7%
143.796
24.909
168.705
121.342
58.6%
71,9%
25,9%
44,7%
18,8%
292.964
146.913
25.287
172.200
124.005
58.8%
72,0%
25,3%
41,4%
16,1%
jun/12
298.228
149.160
26.078
175.238
125.270
58.8%
71,5%
24,6%
39,6%
15,0%
jul/12
301.035
150.985
26.658
177.643
127.048
59.0%
71,5%
24,6%
39,9%
15,3%
ago/12
306.169
153.523
27.385
180.908
129.302
59.1%
71,5%
23,6%
39,4%
15,8%
set/12
307.519
153.360
28.407
181.767
130.354
59.1%
71,7%
23,8%
39,7%
15,9%
out/12
311.330
155.505
29.310
184.815
132.557
59.4%
71,7%
23,5%
39,1%
15,6%
nov/12
Variação
nov/nov
314.650
157.055
29.848
186.904
134.460
59.4%
71,9%
23,5%
38,0%
14,5%
16,00%
15,50%
32,10%
17,86%
16,36%
1,61%
-1,28%
-13,68%
-21,81%
-32,17%
Total
Amostra**
Fonte: BC/Inepad
* Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito ** Pesquisa com 13 das maiores instituições que operam com crédito pessoal *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal
INADIMPLÊNCIA –
Mês/Ano
OPERAÇÕES PREFIXADAS
% Sobre
Com atraso
–
CRÉDITO PESSOAL (R$
% Sobre
Com atraso
MIL)
% Sobre
Saldo total
Variação
em %
5,40%
241.596.963
1,43%
5,45%
241.653.105
0,02%
13.774.887
5,63%
244.757.839
1,28%
2,58%
13.941.885
5,62%
248.146.635
1,38%
6.393.418
2,55%
13.263.639
5,28%
250.979.631
1,14%
2,52%
6.657.244
2,61%
13.914.798
5,45%
255.260.224
1,71%
6.375.340
2,45%
6.621.515
2,55%
14.802.116
5,69%
260.152.159
1,92%
237.782.075
5.805.571
2,19%
6.621.516
2,50%
14.802.117
5,58%
265.355.751
2,00%
jul/12
239.123.083
6.003.783
2,24%
6.994.273
2,61%
15.741.752
5,88%
267.862.891
0,94%
ago/12
243.157.599
5.822.853
2,14%
6.752.405
2,48%
16.294.543
5,99%
272.027.399
1,55%
set/12
242.237.413
6.160.128
2,27%
6.938.320
2,55%
16.266.383
5,99%
271.602.244
-0,16%
out/12
245.139.500
6.126.544
2,23%
7.172.139
2,60%
16.896.883
6,14%
275.335.066
1,37%
nov/12
247.713.148
6.177.153
2,22%
6.861.903
2,47%
17.245.658
6,20%
277.997.862
0,97%
Saldo sem
atraso
Com atraso
de 30 dias
saldo da carteira
de 31 a 90 dias
saldo da carteira
maior 90 dias
nov/11
217.550.528
5.050.272
2,09%
5.940.290
2,46%
13.055.873
dez/11
218.121.588
4.742.796
1,96%
5.621.166
2,33%
13.167.555
jan/12
219.312.227
5.670.345
2,32%
6.000.380
2,45%
fev/12
221.943.486
5.848.687
2,36%
6.412.577
mar/12
225.408.614
5.913.960
2,36%
abr/12
228.253.823
6.434.358
mai/12
232.353.188
jun/12
saldo da carteira
carteira-Brasil
Fonte: BC/Inepad
INADIMPLÊNCIA –
Mês/Ano
OPERAÇÕES PREFIXADAS
% Sobre
–
AQUISIÇÃO DE BENS
% Sobre
Com atraso
VEÍCULOS (R$
Variação
em %
4,89%
170.554.465
1,12%
5,01%
173.301.894
1,61%
9.181.932
5,26%
174.680.916
0,80%
5,03%
9.718.168
5,52%
176.191.480
0,86%
8.890.296
5,01%
10.116.427
5,70%
177.546.157
0,77%
3,30%
9.321.380
5,23%
10.433.499
5,86%
178.076.901
0,30%
6.040.597
3,38%
9.168.149
5,14%
10.885.690
6,10%
178.494.293
0,23%
156.624.704
5.740.064
3,15%
8.852.142
4,86%
10.936.746
6,00%
182.153.656
2,05%
jul/12
158.302.956
5.925.590
3,22%
8.673.636
4,72%
11.011.554
5,99%
183.913.736
0,97%
ago/12
160.792.538
6.131.662
3,29%
8.275.364
4,45%
10.933.209
5,87%
186.132.773
1,21%
set/12
160.695.372
5.859.420
3,14%
8.640.875
4,64%
11.197.737
6,01%
186.393.405
0,14%
out/12
161.267.367
5.757.377
3,09%
8.360.135
4,49%
10.925.381
5,86%
186.310.260
-0,04%
nov/12
161.995.244
5.384.781
2,89%
8.472.163
4,55%
10.527.611
5,65%
186.379.799
0,04%
Saldo sem
atraso
de 15 a30 dias
saldo da carteira
de 31 a 90 dias
saldo da carteira
maior 90 dias
nov/11
147.989.270
5.841.417
3,42%
8.388.009
4,92%
8.335.769
dez/11
151.409.644
5.470.180
3,16%
7.747.212
4,47%
8.674.858
jan/12
151.295.533
5.944.994
3,40%
8.258.457
4,73%
fev/12
151.730.673
5.875.155
3,33%
8.867.484
mar/12
152.189.861
6.349.573
3,58%
abr/12
152.441.130
5.880.893
mai/12
152.399.857
jun/12
% Sobre
MIL)
Saldo total
Com atraso
Com atraso
–
saldo da carteira
carteira-Brasil
Fonte: BC/Inepad
60 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
Finan79_INEPAD tabelas.indd 60
2/21/13 10:04 PM
INADIMPLÊNCIA –
Mês/Ano
OPERAÇÕES PREFIXADAS
Com atraso
% Sobre
Saldo sem
atraso
de 15 a 30 dias
saldo da carteira
nov/11
7.166.439
322.619
3,51%
dez/11
7.398.461
293.299
3,14%
jan/12
7.281.585
354.078
fev/12
7.395.159
mar/12
7.280.027
abr/12
mai/12
–
AQUISIÇÃO DE BENS
Com atraso
% Sobre
–
Com atraso
OUTROS (R$
% Sobre
MIL)
Saldo total
Variação
em %
saldo da carteira
maior 90 dias
saldo da carteira
422.377
4,60%
1.268.141
13,81%
9.179.576
353.421
3,78%
1.303.375
13,94%
9.348.556
1,84%
3,81%
347.253
3,74%
1.308.392
14,08%
9.291.308
-0,61%
347.599
3,68%
411.438
4,36%
1.288.245
13,64%
9.442.441
1,63%
357.302
3,83%
492.722
5,28%
1.209.814
12,95%
9.339.865
-1,09%
7.132.293
348.564
3,79%
486.542
5,28%
1.238.906
13,46%
9.206.306
-1,43%
7.235.833
329.259
3,53%
464.977
4,99%
1.296.776
13,90%
9.326.844
1,31%
jun/12
7.176.905
310.846
3,36%
453.064
4,90%
1.303.769
14,10%
9.244.584
-0,88%
jul/12
7.111.907
307.859
3,37%
421.582
4,61%
1.300.690
14,23%
9.142.038
-1,11%
ago/12
7.366.086
292.641
3,13%
401.493
4,30%
1.284.521
13,75%
9.344.741
2,22%
set/12
7.463.659
294.394
3,13%
403.609
4,29%
1.254.701
13,32%
9.416.363
0,77%
out/12
7.599.594
302.781
3,15%
458.566
4,78%
1.241.553
12,93%
9.602.494
1,98%
nov/12
7.813.992
308.006
3,17%
410.371
4,23%
1.176.050
12,11%
9.708.419
1,10%
de 31 a 90 dias
carteira-Brasil
1,85%
Fonte: BC/Inepad
INADIMPLÊNCIA –
Mês/Ano
OPERAÇÕES PREFIXADAS
% Sobre
–
OUTRAS AQUISIÇÕES (R$
saldo da carteira
carteira-Brasil
Saldo total
Variação
em %
691.743
9,36%
1.468.126
19,88%
7.386.579
1,13%
915.590
11,78%
1.392.790
17,93%
7.769.857
5,19%
5,34%
659.418
8,45%
1.679.400
21,53%
7.800.394
0,39%
408.896
5,42%
674.097
8,94%
1.674.445
22,21%
7.540.758
-3,33%
4.790.733
398.775
5,21%
723.609
9,46%
1.735.716
22,69%
7.648.833
1,43%
4.871.860
410.234
5,24%
735.997
9,41%
1.805.651
23,08%
7.823.743
2,29%
mai/12
5.062.140
386.074
4,74%
662.663
8,14%
2.028.284
24,92%
8.139.161
4,03%
jun/12
5.348.052
390.441
4,73%
719.354
8,72%
1.792.499
21,73%
8.250.346
1,37%
jul/12
5.418.793
438.061
5,24%
681.941
8,16%
1.816.910
21,74%
8.355.705
1,28%
ago/12
5.558.268
416.627
4,92%
652.736
7,71%
1.841.446
21,74%
8.469.076
1,36%
set/12
5.612.939
441.155
5,13%
739.122
8,59%
1.809.318
21,03%
8.602.534
1,58%
out/12
8.197.258
404.991
3,68%
705.316
6,41%
1.701.217
15,45%
11.008.782
27,97%
nov/12
8.545.006
419.976
3,66%
719.670
6,27%
1.797.996
15,66%
11.482.648
4,30%
saldo da carteira
nov/11
4.917.007
309.703
4,19%
dez/11
5.135.116
326.361
4,20%
jan/12
5.045.000
416.576
fev/12
4.783.320
mar/12
abr/12
de 31 a 90 dias
% Sobre
MIL)
maior 90 dias
de 15 a 30 dias
Com atraso
Com atraso
saldo da carteira
Com atraso
Saldo sem
atraso
% Sobre
Fonte: BC/Inepad
INADIMPLÊNCIA –
Com atraso de
mais de 90 dias
17.245.658
Atraso de
até 30 dias
6.177.153
21%
55%
24%
Atraso de
31 a 90 dias
6.861.903
INADIMPLÊNCIA –
AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS
Com atraso
maior que 90 dias
10.527.611
Com atraso de
15 a 30 dias
5.384.781
Com atraso de
31 a 90 dias
8.472.163
Finan79_INEPAD tabelas.indd 61
INADIMPLÊNCIA –
CRÉDITO PESSOAL
22%
Com atraso maior
que 90 dias
1.176.050
Com atraso
de 15 a 30 dias
308.006
Com atraso
de 31 a 90 dias
410.371
INADIMPLÊNCIA –
35%
15%
63%
Com atraso
de 31 a 90 dias
719.670
22%
OUTRAS
Com atraso maior
que 90 dias
1.797.996
Com atraso
de 15 a 30 dias
419.976
43%
AQUISIÇÃO DE BENS
13%
62%
25%
2/21/13 10:05 PM
bancodedadosinepad
TAXA
DE DESEMPREGO
SP
Var. %
-0,6%
5,0%
-0,01
4,7%
-0,5%
4,7%
0,00
jan/12
5,5%
0,8%
5,5%
0,01
fev/12
5,7%
0,2%
6,1%
0,01
mar/12
6,2%
0,5%
6,5%
0,00
0,00
Data
Brasil
nov/11
5,2%
dez/11
Var. % – Brasil
10%
1,0%
9%
0,8%
8%
0,6%
7%
0,4%
6%
0,2%
5%
abr/12
6,0%
-0,2%
6,5%
mai/12
5,8%
-0,2%
6,2%
0,00
jun/12
5,9%
0,1%
6,5%
0,00
3%
jul/12
5,4%
-0,5%
5,70%
-0,01
2%
ago/12
5,3%
-0,1%
5,80%
0,00
1%
-0,6%
set/12
5,4%
0,1%
6,50%
0,01
0
-0,8%
out/12
5,3%
-0,1%
5,90%
-0,01
nov/12
4,9%
-0,4%
5,50%
0,00
0,0%
4%
-0,2%
Brasil
nov/12
out/12
set/12
ago/12
jul/12
jun/12
mai/12
abr/12
mar/12
fev/12
jan/12
dez/11
nov/11
-0,4%
São Paulo
Var.p.p.
Fonte: IBGE/Inepad
MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
Var. %
4,50%
3,14%
0,00
4,00%
0,00
3,15%
0,00
1,90%
0,00
3,40%
0,08
fev/12
2,00%
0,05
3,30%
-0,03
mar/12
2,10%
0,05
3,80%
0,15
2,50%
abr/12
2,00%
-0,05
3,70%
-0,03
2,00%
mai/12
2,00%
0,00
3,70%
0,00
1,50%
jun/12
2,00%
0,00
3,70%
0,00
jul/12
1,90%
-0,05
3,60%
-0,03
ago/12
2,00%
0,05
3,90%
0,08
0,50%
set/12
2,00%
0,00
3,80%
-0,03
0,00%
out/12
2,10%
0,05
4,00%
0,05
nov/12
2,00%
-0,05
3,80%
-0,05
3,50%
3,00%
SP
nov/12
out/12
set/12
1,00%
ago/12
jan/12
jul/12
1,90%
jun/12
dez/11
mai/12
-0,05
abr/12
1,90%
mar/12
nov/11
SP
fev/12
Var. % – Brasil
jan/12
Brasil
dez/11
Data
nov/11
RENDIMENTO
Brasil
Fonte: IBGE/Inepad
CRÉDITO PESSOAL
Data
Volume
Taxa de
juros
Data
Volume
Taxa de
juros
Data
Volume
Taxa de
juros
jan/09
132.282,85
3,80
mai/10
180.849,11
3,03
set/11
235.550,20
3,42
fev/09
134.308,50
3,69
jun/10
183.608,92
2,97
out/11
238.200,69
3,56
mar/09
137.284,08
3,48
jul/10
186.715,25
2,98
nov/11
241.596,96
3,36
abr/09
141.064,96
3,37
ago/10
191.025,56
2,97
dez/11
241.653,11
3,33
mai/09
145.457,84
3,24
set/10
194.474,73
2,94
jan/12
244.757,84
3,45
jun/09
147.804,50
3,18
out/10
197.645,23
3,06
fev/12
248.146,64
3,47
jul/09
150.852,21
3,13
nov/10
201.482,21
2,97
mar/12
250.979,63
3,37
ago/09
154.003,98
3,10
dez/10
202.377,26
3,09
abr/12
255.260,22
3,13
set/09
156,472,41
3,13
jan/11
206.767,09
3,34
mai/12
260.152,16
2,93
out/09
159.967,04
3,19
fev/11
209.078,62
3,32
jun/12
265.355,75
2,82
nov/09
161.497,41
3,06
mar/11
212.600,86
3,28
jul/12
267.862,89
2,84
dez/09
162.263,33
3,11
abr/11
216.453,86
3,43
ago/12
272.027,40
2,81
jan/10
164.926,16
3,13
mai/11
220.807,56
3,42
set/12
271.602,24
2,82
fev/10
167.772,83
3,07
jun/11
225.067,57
3,38
out/12
275.335,07
2,79
mar/10
172.371,66
3,01
jul/11
229.084,55
3,36
nov/12
277.997,86
2,72
abr/10
176.505,45
3,02
ago/11
232.571,36
3,41
Fonte: IBGE/Inepad
62 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
Finan79_INEPAD tabelas.indd 62
2/21/13 10:05 PM
PREVISÕES
ECONÔMICAS
Ano de 2013
Previsão 31/12/2012
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
0,99
-0,19
-0,3
1,8
-2,32
3,28
3,83
3,29
3,25
3,12
3,2
3,97
3,41
3,24
3,35
Taxa de Câmbio R$/US$
Saldo Comercial US$ bilhões
(2012/2012)
1 semana antes 07/01
Previsão 18/01
Ano de 2013
IPCA % a.a.
IGP–DI % a.a.
Selic Taxa anual
7,36
8,08
5,48
2,08
247,03
1 semana antes 07/01
7,32
5,45
5,51
2,07
262,36
Previsão 18/01
7,36
5,31
5,65
2,08
262,37
Pevisão 31/12/2012
(2012/2012)
Fonte: BC-Focus/Inepad
ATIVIDADE
ECONÔMICA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Var. p.p.
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
nov/11
82,70
-0,60
dez/11
79,40
-3,30
nov/11
126,65
-0,74%
dez/11
126,88
jan/12
80,00
0,18%
0,60
jan/12
126,08
-0,63%
fev/12
mar/12
80,10
0,10
fev/12
126,06
-0,02%
81,30
1,20
mar/12
125,51
-0,44%
abr/12
80,60
-0,70
abr/12
125,64
0,10%
mai/12
81,90
1,30
mai/12
124,80
-0,67%
jun/12
80,80
-1,10
jun/12
124,40
-0,32%
jul/12
81,40
0,60
jul/12
124,27
-0,10%
ago/12
82,10
0,70
ago/12
125,20
0,75%
set/12
82,20
0,10
set/12
125,64
0,35%
out/12
83,00
0,80
out/12
126,09
0,36%
nov/12
82,80
-0,20
nov/12
125,60
-0,39%
Variação nov/nov
0,12%
Variação nov/nov
-0,83%
Data
Data
Fonte: CNI/Inepad
Fonte: IBGE/Inepad
PRODUÇÃO X
CAPACIDADE
Capacidade (%)
Produção (índice)
85
133
84
129
83
82
125
81
121
80
117
79
78
113
77
109
76
105
Fonte: Inepad/CNI/IBGE
Taxa da utilização da capacidade instalada
nov/12
out/12
set/12
ago/12
jul/12
jun/12
mai/12
abr/12
mar/12
fev/12
jan/12
dez/11
nov/11
75
Índice de produção física média móvel trimestral
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 63
Finan79_INEPAD tabelas.indd 63
2/21/13 10:05 PM
bancodedadosinepad
IPCA MENSAL
BALANÇA
0,90%
COMERCIAL (US$
MILHÕES)
25.000
0,80%
20.000
0,70%
0,60%
15.000
0,50%
0,40%
10.000
0,30%
0,20%
5.000
0,10%
IPCA
M.M 12 meses
Exportações
Fonte: Inepad/MDIC
dez/12
out/12
ago/12
jun/12
fev/12
dez/11
dez/12
out/12
ago/12
jun/12
abr/12
fev/12
dez/11
Fonte: Inepad/IBGE
abr/12
0
0,00%
Importações
PRODUÇÃO – AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS. MISTOS.
VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS (EM UNIDADES)
Data
Produção
Média Trim.
Var. Mensal
dez/11
262.000
267.367
-12.500
-4,55%
jan/12
211.764
249.421
-50.236
-19,17%
fev/12
217.848
230.537
6.084
2,87%
350.000
mar/12
308.500
246.037
90.652
41,61%
300.000
abr/12
260.800
262.383
-47.700
-15,46%
mai/12
280.800
283.367
20.000
7,67%
jun/12
273.600
271.733
-7.200
-2,56%
jul/12
297.800
284.067
24.200
8,85%
150.000
ago/12
329.300
300.233
31.500
10,58%
100.000
set/12
282.540
303.213
-46.760
-14,2%
50.000
out/12
318.701
310.180
36.161
12,8%
nov/12
301.679
300.973
-17.022
-5,3%
dez/12
259.364
293.248
-42.315
Var. Mensal (%)
PRODUÇÃO –
250.000
200.000
set/12
out/12
nov/12
dez/12
set/12
out/12
nov/12
dez/12
jul/12
jul/12
ago/12
jun/12
jun/12
ago/12
mai/12
mai/12
abr/12
mar/12
fev/12
-14,0%
jan/12
dez/11
0
-1,01%
Variação dez/dez
AUTOMÓVEIS LEVES E PESADOS
Unidades
Fonte: Anfavea/Inepad
EXPORTAÇÃO
UNIDADES)
48.403
51.867
-6.547
-11,91%
jan/12
33.075
45.476
-15.328
-31,67%
fev/12
36.461
39.313
3.386
10,24%
mar/12
42.225
37.254
5.764
15,81%
abr/12
48.700
42.462
6.475
15,33%
mai/12
26.700
39.208
-22.000
-45,17%
jun/12
36.000
37.133
9.300
34,83%
jul/12
29.700
30.800
-6.300
-17,50%
ago/12
42.900
36.200
13.200
44,44%
set/12
27.194
33.265
-15.706
-36,61%
out/12
41.797
37.297
14.603
53,70%
nov/12
36.536
35.176
-5.261
-12,59%
dez/12
41.194
39.842
4.658
Variação dez/dez
12,75%
-14,89%
Unidades
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
abr/12
Var. Mensal (%)
dez/11
mar/12
Var. Mensal
fev/12
Média Trim.
jan/12
Exportações
Data
dez/11
DE
AUTOVEÍCULOS MONTADOS (EM
Exportações
Média Trimestral
Fonte: Anfavea/Inepad
64 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
Finan79_INEPAD tabelas.indd 64
2/21/13 10:05 PM
LICENCIAMENTO
DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (EM
UNIDADES)
Total
1000cc
% no Total
+1000cc a 2000cc
% no total
+2000cc
% no total
dez/11
251.606
110.860
40,4%
137.344
54,6%
3.402
1,4%
jan/12
196.654
86.608
56,4%
107.608
54,7%
2.438
1,2%
fev/12
185.483
78.953
46,7%
104.784
56,5%
1.746
0,9%
mar/12
220.172
88445
35,9%
129.404
58,8%
2.323
1,1%
abr/12
189.232
73014
46,7%
114.158
60,3%
2.060
1,1%
mai/12
210.216
85432
34,7%
122.532
58,3%
2.233
1,1%
jun/12
275.929
120194
31,0%
153.905
55,8%
1.830
0,7%
jul/12
281.420
117366
42,7%
162.179
57,6%
1.875
0,7%
ago/12
326.914
133660
35,9%
191.167
58,5%
2.087
0,6%
set/12
214.351
90205
62,4%
122.402
57,1%
1.744
0,8%
out/12
250.598
105244
36,0%
143.910
57,4%
1.444
0,6%
nov/12
233.279
97.802
45,1%
134.278
57,6%
1.199
0,5%
dez/12
267.302
111.103
36,6%
155.168
58,0%
1.031
0,4%
Data
Fonte: Anfavea/Inepad
LICENCIAMENTO
POR CATEGORIA
–
AUTOMÓVEIS
Unidades
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
1000cc
Fonte: Anfavea/INEPAD
TAXA
DE JUROS PREFIXADOS
–
PESSOA FÍSICA (R$
CRÉDITO PESSOAL
+ 1000cc a 2000cc
dez/12
+ 2000cc
MILHÕES)
AQUISIÇÃO DE BENS – VEÍCULOS
AQUISIÇÃO DE BENS – OUTROS
TAXA DE JUROS
TAXA DE JUROS
TAXA DE JUROS
nov/12
out /12
set/12
ago/12
jul/12
jun/12
mai/12
abr/12
mar/12
fev/12
dez/11
jan/12
0
%
a.a.
Variação
p.p.
55,50
-2,30
Mês/
ano
Saldo total
R$ milhões
%
a.m.
Variação
p.p.
%
a.a.
Variação
p.p.
Saldo total
R$ milhões
%
a.m.
Variação
p.p.
%
a.a.
Variação
p.p.
Saldo total
R$ milhões
nov/11
241.597
3,36
-0,21
48,60
-3,60
170.554
2,03
-0,08
27,20
-1,20
9.180
3,75 -0,13
dez/11
241.653
3,33
-0,02
48,20
-0,40
173.302
1,96
-0,07
26,20
-1,00
9.349
4,31
jan/12
244.758
3,45
0,12
50,30
2,10
174.681
2,00
0,04
26,80
0,60
9.291
4,11 -0,20
62,10
-3,80
fev/12
248.147
3,47
0,02
50,60
0,30
176.191
2,01
0,01
27,00
0,20
9.442
3,90 -0,21
58,30
-3,80
mar/12
250.980
3,37
-0,10
48,80
-1,80
177.546
1,98
-0,03
26,50
-0,50
9.340
4,10
0,19
61,90
3,60
abr/12
255.260
3,13
-0,24
44,70
-4,10
178.077
1,94
-0,03
26,00
-0,50
9.206
4,17
0,07
63,30
1,40
mai/12
260.152
2,93
-0,20
41,41
-3,29
178.494
1,77
-0,17
23,43
-2,57
9.327
3,98 -0,19
59,75
-3,55
jun/12
265.356
2,82
-0,11
39,58
-1,83
182.154
1,58
-0,19
20,66
-2,77
9.245
4,02
0,04
60,50
0,75
jul/12
267.863
2,84
0,02
39,94
0,36
183.914
1,60
0,02
20,95
0,29
9.142
3,92 -0,11
58,56
-1,94
ago/12
272.027
2,81
-0,03
39,43
-0,51
186.133
1,57
-0,03
20,52
-0,43
9.345
3,94
0,03
59,06
0,50
set/12
271.602
2,82
0,01
39,65
0,22
186.393
1,59
0,03
20,90
0,38
9.416
3,85 -0,09
57,44
-1,62
out/12
275.335
2,79
-0,03
39,09
-0,56
186.310
1,58
-0,02
20,68
-0,22
9.602
3,78 -0,08
56,03
-1,41
nov/12
277.998
2,72
-0,07
38,02
-1,07
186.380
1,56
-0,02
20,43
-0,25
9.708
3,90
0,13
58,33
2,30
%
a.m.
Variação
p.p.
0,56
65,90 10,40
Fonte: BC/Inepad
fevereiro/março 2013 FINANCEIRO 65
Finan79_INEPAD tabelas.indd 65
2/21/13 10:05 PM
palavrafinal
Por Nicola Tingas
As expectativas divulgadas por financeiras e
bancos apontam na direção da melhora da oferta
e demanda de crédito ao consumo em 2013. Contudo a intensidade ainda é incerta. Há fatores que
limitam um maior otimismo, mas não impedem
uma retomada mais forte, principalmente no segundo semestre do ano.
A intensidade de retomada do Produto Interno
Bruto (PIB) condiciona o consumo e sua alavancagem por meio do crédito. Estamos no primeiro
trimestre e ainda não temos clareza sobre o ritmo
de retomada do crescimento do PIB brasileiro. Há
sinais de retomada em comparação aos últimos dois
anos, quando o ritmo de crescimento do PIB foi
decrescente. Ainda não há evidência de “propulsão”
suficiente para atingir um “cenário de PIB alto” de
3,5% ou mais em 2013 (detalhes na edição 78 da
Financeiro). As revisões de expectativas de início de
ano trouxeram as projeções de crescimento do PIB
2013 para um patamar menor, próximo a 3% no ano.
Há incerteza sobre o padrão de distribuição
desse crescimento. Não há evidências de que essa
retomada econômica será bem distribuída em todos
setores da economia ou se ainda será situada com
maior intensidade em setores como agricultura e
serviços. Assim a incerteza e gradualismo da recuperação econômica limitarão a propensão a investir
dos empresários. Esse ambiente limita a confiança
das famílias em relação ao incremento de oferta de
emprego e melhoria de renda e consumo.
As famílias têm um “orçamento doméstico” bem
mais restrito para atender às iniciativas ou aos dese-
jos de consumo. Isso ocorre devido à perda de poder
aquisitivo advindo da permanência de um patamar
elevado de inflação para padrões internacionais e pela
crescente elevação do ônus tributário (direto e indireto) em seu orçamento, em anos recentes. Tudo isso
resultou em elevado grupo de famílias inadimplentes.
A demanda por crédito de consumo tem sido menos
intensa e cautelosa.
A oferta de crédito de consumo, por parte dos bancos e financeiras, tem sido limitada e cautelosa desde o
agravamento do quadro de inadimplência. O alto risco
de inadimplência limita a concessão de crédito devido
ao alto potencial de perda patrimonial decorrente. De
fato, as perdas são expressivas, como atestam os balanços deste início de ano, como no ano passado.
Esse processo cria condições para a retomada
das operações de crédito ao consumo com maior
equilíbrio para ambas as partes, tomador e financiador. As famílias estão modificando seu comportamento, passaram a tomar crédito com maior critério
e melhor consciência de sua real condição financeira,
melhorando sua capacidade de pagamento. À medida que os bancos conseguiram melhorar os critérios
de concessão de crédito, melhoraram também a qualidade e adimplência das novas operações de crédito.
Com a queda da inadimplência, absorção e recrudescimento dos prejuízos em balanço, há uma
expectativa de que provavelmente no segundo semestre deverá ocorrer uma retomada em ritmo mais
acentuado da demanda e da oferta de crédito, reforçando assim a contribuição da demanda de consumo na composição do PIB 2013. f
Nicola Tingas
é economista-chefe da Acrefi
Foto: Divulgação/Artigo enviado em fevereiro de 2013
Crédito ao consumo em
66 FINANCEIRO fevereiro/março 2013
Finan79_palavra final.indd 66
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