Guia Escola em Ação - Educartec

Transcrição

Guia Escola em Ação - Educartec
Implementação:
Parcerias:
Breve descrição
do projeto
Implementado em Macaé, o projeto Escola em Ação é fruto da parceria entre a Odebrecht
Óleo e Gás (OOG), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) no Brasil e a Secretaria de Educação de Macaé (SEMED). Iniciou em 2007, com
a abertura de escolas municipais aos finais de semana para a oferta de atividades de
cultura, esporte, lazer e qualificação para jovens e comunidades do entorno das escolas.
Envolvendo a iniciativa pública, privada e o terceiro setor, o projeto destaca-se pelo
seu sistema de gestão participativa, pela sua capacidade de mobilização social e pelos
resultados de participação comunitária, que levou à ampliação das suas ações, que estão
estruturadas em 3 programas:
Abrindo Espaços (Oficinas)
Qualificação Profissional
Caia na Rede (Inclusão Digital)
O projeto é ainda uma experiência bem sucedida de trabalho com voluntários
comunitários e empresariais que, juntos, atuam na realização de oficinas e cursos de
diversas modalidades, e contribuem para a inclusão social, digital e produtiva de crianças,
jovens e adultos.
O Projeto
07
Implementado em escolas da rede municipal
de Macaé, localizadas em comunidades
periféricas com altos índices de violência,
desigualdade e desemprego.
Cenário
10
Criar uma estratégia de atuação social que
contribua para o ambiente de Macaé, tendo
como foco a sustentabilidade.
Histórico
12
Em 2004 iniciou-se o mapeamento da região
de Macaé em busca de projetos que pudessem
ser apoiados pela Odebrecht.
Crenças, Princípios e Valores
14
Todas as ações previstas na implementação do
projeto Escola em Ação estão pautadas nos
Quatro Pilares da Educação.
Programa Caia na Rede
29
Mobilização
35
17
37
Oficinas aos finais de semana ministradas por
voluntários comunitários e empresariais.
45
Um dos eixos estruturantes do projeto Escola
em Ação é a mobilização social e comunitária
das localidades beneficiadas.
Para a gestão eficaz do projeto, diversos atores
estão envolvidos, com papéis específicos.
Monitoramento e Avaliação
48
Os principais números que envolvem o Projeto
Escola em Ação.
50
são índices importantes de medição contínua
do impacto que as atividades têm na vida das
pessoas e das comunidades envolvidas.
Indicadores
Programa de Qualificação Profissional
25
Tanto voluntários empresariais quanto
comunitários podem aderir ao projeto
Gestão
Programa Abrindo Espaços
19
Um dos eixos estruturantes do Projeto Escola em
Ação é a mobilização social e comunitária das
populações beneficiadas.
Voluntariado
Os Programas
O projeto Escola em Ação é composto por três
programas distintos e complementares:
programa Abrindo Espaços, Qualificação
Profissional e Caia na Rede.
Atua na organização de centros comunitários
de tecnologia para promover a inclusão digital e
contribuir com o processo educacional da região.
O Projeto em Números
52
são índices importantes de medição contínua
do impacto que as atividades têm na vida das
pessoas e das comunidades envolvidas.
Parcerias
61
Os maiores recursos de uma rede de
desenvolvimento local estão nela mesmo e no
seu capital humano.
55
A escola
tem papel fundamental na
construção de uma sociedade sustentável
e no engajamento das comunidades na
construção de seu presente e futuro.
72
Mensagem Final
73
Referências Bibliográficas
74
Ficha Técnica
75
Relação de Anexos
Estratégia de Sustentabilidade
O Projeto
Apresentação
O projeto Escola em Ação é inspirado na metodologia criada pela Organização das Nações Unidas para
e de empresas locais, que ministram oficinas. Essa interação tem promovido uma rica troca de
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil para o programa Abrindo Espaços: Educação e
experiências entre pessoas e histórias culturalmente distantes.
Cultura para a Paz. Esta metodologia prevê a abertura das escolas públicas aos finais de semana, de
Por meio de pesquisas participativas são identificadas as demandas das comunidades, valorizando,
forma que os jovens e suas comunidades possam participar de atividades de esporte, cultura, lazer e
assim, suas características e potencialidades. Como exemplos, podem ser citadas as atividades de:
formação inicial para o trabalho, como oportunidades educativas e de inserção social.
futsal, hóquei, teatro, dança de rua, inglês, cursos de caldeiraria, pintura industrial e elétrica, além
de alfabetização digital e muitos outros.
O encontro da Odebrecht Óleo e Gás com a UNESCO e a Secretaria Municipal Especial de Educação
de Macaé permitiu a implementação do projeto “Escola em Ação” neste município, com o objetivo
Baseado no voluntariado empresarial e comunitário, o projeto promove troca de conhecimento
de ampliar a participação comunitária no espaço escolar, transformando a escola em local de trocas,
humano e profissional, resgata a autoestima da população, valorizando os saberes populares;
encontros e fator de desenvolvimento humano e social.
oferece oportunidades de inserção profissional e instiga a população a buscar na educação e no
aprimoramento de seus conhecimentos a construção de um projeto profissional e de vida.
O projeto é implementado em escolas da rede municipal de Macaé localizadas em comunidades
08
periféricas com altos índices de violência, desigualdade e desemprego, carentes de locais destinados
A parceria entre os setores privado, governamental e o terceiro setor, integra conhecimentos e
às atividades de lazer, recreação e esportes, atuando como um dinamizador social.
experiências próprias que, juntas, resultam numa solução de desenvolvimento local e sustentável.
Nas escolas selecionadas são ofertadas, em horário noturno e aos finais de semana, oficinas e
cursos de diversas modalidades, com a participação voluntária de membros das comunidades
09
Cenário
A partir de 1970, Macaé e região experimentaram um desenvolvimento fora do comum: as grandes
empresas de petróleo se instalaram no município e a região passou a ser vista como um lugar próspero.
Famílias inteiras migraram para Macaé, oriundas de todas as regiões do país – especialmente do
Nordeste – em busca de melhores condições de vida.
RIO DE JANEIRO
Na contramão desse progresso, um grande número de pessoas teve suas expectativas de trabalho
e crescimento frustradas, pois o mercado de petróleo demanda qualificações específicas. A falta de
MACAÉ
planejamento provocou um crescimento desordenado e a proliferação de favelas com alto índice de
pobreza e abandono. Gera-se, então:
Falsa expectativa de empregos rápidos;
Crise de identidade e processo de marginalização;
Desestruturação familiar;
Processo de favelização;
Dificuldade de acesso aos serviços
públicos de saúde e educação;
Defasagem entre a demanda e a
oferta no mercado de trabalho;
Poucas oportunidades de educação formal,
em especial de nível médio para os jovens.
Macaé em Números
População: 169.725 habitantes, sendo 13.000 estrangeiros, a maioria americanos;
Salário dos estrangeiros: entre 5.000 e 20.000 dólares por mês;
Renda: o PIB per capita é de R$ 120.602 por ano, superior ao da média brasileira;
Petróleo: o município centraliza a produção da bacia de Campos, responsável por
mais de 80% do petróleo e por 45% de todo gás natural produzido no país;
3.189 empresas prestadoras de serviço e 2.514 empresas de comércio.
10
Fontes: Prefeitura de Macaé - Disponível em www.macae.rj.gov.br/municipio/dados.asp - Consultada em 21.01.2010
11
Histórico
Em 2004, iniciou-se o mapeamento da região de Macaé em busca de projetos que pudessem ser apoiados
pela Odebrecht Óleo e Gás e percebeu-se a carência de propostas com conceitos de sustentabilidade.
Nesta busca, a organização encontrou no Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz, da
UNESCO, e na articulação com a Secretaria Municipal Especial de Educação de Macaé a oportunidade de
ação diferenciada.
O programa “Abrindo Espaços” baseou-se em uma série de pesquisas desenvolvidas pela UNESCO sobre
juventude, violência e cidadania, evidenciando que, nos finais de semana, há um aumento significativo
de envolvimento de jovens em situação de violência, sobretudo por falta de opções de lazer, esporte e
cultura. Tais pesquisas revelam, ainda, que os jovens de baixa renda temem o futuro tanto por causa da
exclusão social, quanto por sua inadequação ao mercado de trabalho.
A estratégia proposta pela UNESCO, para superar estes desafios, foi a abertura das escolas públicas para
as comunidades do entorno, implementando diversas oficinas de cunho educacional, cultural e esportivo,
durante os finais de semana.
Ao trazer a metodologia para Macaé, a Odebrecht Óleo e Gás, sensível à demanda local, buscou na
experiência acumulada pela UNESCO e na articulação com a Secretaria Municipal Especial de Educação
de Macaé a oportunidade para desenvolver um projeto inovador, cujas ações possam ser replicadas em
localidades afetadas por fenômenos de acelerado processo de transformação sócioeconômico cultural.
A metodologia Abrindo Espaços visa:
Redução da exposição dos jovens em situações de violência;
Inclusão social;
Retorno à escola;
Maior envolvimento dos membros da comunidade na vida escolar e em questões que afetam a
comunidade de forma geral;
Promoção de uma cultura de paz.
Em 2007 iniciou-se efetivamente o projeto, chamado de Escola em Ação. Com o objetivo de ampliar
a participação comunitária nos espaços escolares, criar oportunidades de desenvolvimento humano,
social e profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade social, foi reconhecido como uma
12
estratégia para a reversão do quadro de violência e consolidação de valores democráticos, tendo como
foco principal os jovens.
Crenças, Princípios e Valores
Quando falamos em crenças, nos referimos a comportamentos e ações por meio dos quais esperamos
atingir determinados objetivos. Ao falarmos de valores, nos referimos àquilo que acreditamos
profundamente e que permeiam todas as ações envolvidas no projeto.
Todas as ações previstas na implementação do projeto Escola em Ação estão pautadas nos Quatro Pilares
da Educação, segundo o Relatório Delors (Educação: um tesouro a descobrir - Relatório para a UNESCO
da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI). Tal Relatório pode ser concebido como
princípio organizador de processos contemporâneos para a construção de competências e habilidades,
que pressupõe que, para dar resposta ao conjunto de suas missões, a educação deve organizar-se em
torno de quatro pilares de aprendizagem:
Aprender
a fazer
relaciona-se ao
investimento nas
competências
pessoais, para
que as pessoas
tenham as
habilidades
necessárias para
acompanhar
a evolução de
sociedades
marcadas pelo
avanço do
conhecimento.
Aprender
a conviver
é um dos maiores
desafios da
educação, já que
a maior parte
da história da
humanidade
é marcada por
guerras e disputas
decorrentes
da tradição de
se administrar
conflitos por meio
da violência.
Aprender
a ser
refere-se ao
conceito de
educação ao
longo da vida em
seu sentido mais
amplo, visando o
desenvolvimento
humano tanto
no aspecto
pessoal quanto
profissional.
Aprender
a conhecer
Estimula o prazer
de compreender,
de conhecer,
descobrir e
construir o
conhecimento.
Crenças
Os Programas
Abrir as escolas aos finais de semana e ofertar atividades de qualificação profissional nos horários noturnos:
A seguir, descreveremos os 3 programas organizados em Macaé no âmbito do projeto Escola em Ação:
Fortalece o
diálogo entre
jovens, escola
e comunidade;
Promove o
protagonismo
comunitário,
a sensação de
pertencimento,
uma cultura de paz,
conscientizando os
jovens participantes
e a comunidade
em geral sobre
a importância
do exercício da
cidadania para o
desenvolvimento
integral, pessoal e
comunitário;
Contribui para a
consolidação e
fomento de ações
educativas e
profissionalizantes
nas comunidades,
capacitando jovens
para o início de
suas atividades
profissionais;
Estabelece relação e
parcerias intersetoriais
(setor público, privado
e organizações
sociais), visando o
desenvolvimento local
e a sustentabilidade do
projeto.
Princípios
Como princípios que devem nortear as ações e comportamentos de todos os envolvidos no projeto, podemos citar:
Adotar sempre uma atitude transparente quanto aos procedimentos e reais motivações de
suas práticas de investimento social;
Procurar disseminar esses conceitos e práticas, inspirando outros, principalmente por meio de seu próprio exemplo;
Colaborar para manter uma relação produtiva entre as partes envolvidas, tendo por base o respeito, o
compromisso e a confiança, privilegiando o processo de negociação em caso de conflitos;
Proceder de modo cooperativo, buscando colaborar dentro das possibilidades, interesses e princípios éticos;
Não buscar relações que privilegiem interesses corporativos, em detrimento do bem comum;
Agir de maneira clara, com transparência quanto aos objetivos e interesses envolvidos.
Valores
Protagonismo juvenil e comunitário;
Promoção da cidadania, do senso crítico e da autonomia (conhecer, fortalecer e incorporar as demandas locais);
Interação entre diferentes atores sociais, culturalmente distantes;
Gestão participativa;
16
Voluntariado comunitário e empresarial;
Sustentabilidade.
Programa Abrindo Espaços (Oficinas aos finais de semana)
Programa de Qualificação (Cursos de qualificação profissional)
Programa Caia na Rede (Inclusão sóciodigital)
1
Programa Abrindo Espaços
(Oficinas aos finais de semana)
Descrição
O
programa Abrindo Espaços foi o primeiro do projeto Escola em Ação. Totalmente alinhado
à metodologia Abrindo Espaços da UNESCO, tem como objetivo ofertar aos jovens e suas
comunidades atividades de esporte, cultura, lazer e qualificação, aos finais de semana e à noite, com
o apoio de voluntariado comunitário e empresarial.
Espera-se, com essas atividades, estimular o sentimento de pertencimento, criar oportunidades de
desenvolvimento humano, melhorar a autoestima dos participantes, mobilizar a comunidade para
buscar melhores oportunidades e promover uma cultura de paz.
Nos primeiros 2 anos o projeto foi implementado em 4 escolas de Macaé: Escola Municipal Engenho
da Praia, Escola Municipal Balneário Lagomar, Colégio Municipal Botafogo e Escola Municipal Eraldo
Mussi.
Metodologia
A metodologia do programa de oficinas é participativa. O primeiro passo é a escola selecionada demonstrar
vontade, envolvimento e crença na capacidade de transformação que a metodologia oferece. A partir de
então, os gestores escolares aceitam o convite da Secretaria Municipal Especial de Educação de Macaé,
solicitando a realização do projeto, cessão de infraestrutura e da governabilidade da ação.
Cultura
Artes / Flauta / Teatro / Capoeira / Coreografia / Dança de rua
Estabelecida a parceria, é constituída uma equipe executora formada por representantes da gestão escolar
Esporte
etapa de participação, desta vez envolvendo a comunidade local, que é convidada a responder uma pesquisa
Jiu-jitsu / Futsal masculino e feminino / Hóquei
para identificar demandas e talentos locais. Os resultados levam à organização dos próximos passos com
Lazer
o objetivo de divulgar e mobilizar a comunidade para participar das atividades, inclusive como voluntários
comunitários, na execução das oficinas.
A equipe da UGP e a equipe local, juntas, mobilizam e qualificam voluntários, providenciam os recursos
necessários para as oficinas e promovem a abertura da escola. Periodicamente, privilegiando a metodologia
participativa, são promovidos encontros de avaliação que, com suporte dos indicadores do projeto,
permitem um alinhamento metodológico, orientações pedagógicas e redefinição de estratégias em busca
Oficinas
e da comunidade local. Com apoio da Unidade Gestora do Projeto (UGP), essa equipe promove mais uma
Recreação infantil
Qualificação / Artesanato
Educação ambiental / Inglês / Primeiros socorros / Culinária / Manicure / Pedicure / Miçangas /
Biscuit / Crochê / Tricô / Pintura em tecido / Bonecas e bolsas / Mosaico / Vagonite / Bordado /
Fuxico / Ponto Cruz / Tapeçaria
de melhorias contínuas no processo, quando aplicável.
Como resultado, temos diferentes oficinas ofertadas à comunidade com apoio de voluntários
20
comunitários e corporativos, que compartilham suas experiências de vida. Até o segundo semestre de
2009 foram implementadas 84 oficinas em diferentes áreas do conhecimento, como demonstra a tabela:
No primeiro ano de projeto foram envolvidos 27 voluntários empresarias e 33 comunitários. Estes
recebem formação continuada pelo programa de Voluntariado do projeto Escola em Ação e são
engajados no projeto – entre eles, funcionários de empresas, pais de alunos, lideranças comunitárias
e professores.
21
Integrando Realidades
A aula mais concorrida em uma das escolas é a de Inglês. Às nove horas da manhã de sábado, a
sala de aula fica repleta de crianças e adolescentes. A maioria aprendendo o good morning pela
primeira vez!
A professora responsável pela oficina ministrou aulas em cursos de inglês renomados na cidade do
Rio de Janeiro. Ela diz que a mesma dedicação que tinha nos cursos remunerados, ela apresenta no
projeto. “A primeira coisa que vem à minha mente quando eu penso no projeto é conseguir passar
o meu melhor em termos de conhecimento, carinho e atenção”.
O que é também mais relevante nesta história é saber que a comunidade onde a professora é
voluntária é de difícil acesso - uma das mais pobres de Macaé, o que dificulta a adesão de novos
voluntários naquela escola. Diante deste fato, desejamos que mais pessoas conscientes, como a
professora de inglês, possam se juntar ao projeto para o fortalecimento da comunidade.
O pequeno grande aprendiz
Quem foi que disse que criança não tem nada para ensinar? Esse realmente não foi o caso de um
aluno de uma das escolas parceiras do projeto Escola em Ação. Marcos Vinícius, 11 anos, estudante
da escola e morador da comunidade do entorno, ao saber que o projeto estava à procura de
voluntários, não se inibiu e pediu a ficha de inscrição. Não de participante, mas a de educador
voluntário, se oferecendo a ministrar oficinas de miçangas.
E quem foi que disse que as crianças não podem aprender com outras crianças? A oficina de Marcos
é um sucesso. As crianças participam, gostam e aprendem a transformar miçangas em chaveiros,
bonecas e bijuterias bonitas de se ver.
22
Que as miçangas de Marcos Vinícius sejam espelho e incentivo para que outros alunos também se
disponham a participar, mantendo sempre abertos os portões da escola para os talentos locais.
Histórias Reais
Histórias Reais
Ainda segundo a voluntária, o grande diferencial do projeto é ser realizado dentro da própria
comunidade, fato que permite a ela conhecer outra realidade, valorizar o que a comunidade tem
de bom e mostrar aos alunos que duas realidades diferentes podem se integrar.
2
Programa de Qualificação
Profissional
(Cursos de qualificação profissional)
Descrição
Metodologia
O
Programa de Qualificação Profissional surgiu a partir de uma demanda da comunidade, por meio
da pesquisa de interesse realizada pelo Escola em Ação com a população do entorno das primeiras
escolas que aderiram ao projeto. A oportunidade emergiu da parceria entre o projeto Escola em Ação
e o Consórcio ODEBEI Plangás. O início das atividades aconteceu em 2007, com a oferta de cursos de
qualificação profissional nas áreas de Construção Civil, Caldeiraria, Pintura Industrial e Elétrica Industrial.
A metodologia é adequada às características dos participantes das turmas, que têm a oportunidade de
fazer e refazer as tarefas e desafios propostos de forma orientada, dinâmica e divertida. Errar faz parte
do processo de aprendizagem. Os cursos favorecem o aprendizado, permitindo aos alunos realizar as
atividades, analisar o resultado em relação aos erros e acertos, corrigir as falhas e aprimorar os pontos
necessários. É um momento de aprendizagem no qual “tudo” é valorizado e utilizado para o crescimento
e desenvolvimento dos jovens.
Os cursos ofertados são os mais requisitados pela comunidade e tem com objetivo mitigar os problemas
relacionados ao grande número de jovens que, sem qualificação profissional específica e com defasagem
escolar, ficam impossibilitados de ingressar no mercado de trabalho.
Exposição oral, aplicação de dinâmicas de grupo, atividades individuais e coletivas, discussões de textos,
apresentações de vídeos, aulas práticas e teóricas, palestras com profissionais das áreas específicas e visitas
em ambiente real de trabalho também são explorados em diferentes momentos ao longo dos cursos.
As aulas são apresentas como eixo condutor da valorização das experiências dos jovens, de seus
conhecimentos prévios e necessidades. Os conteúdos são desenvolvidos de forma integrada, através de
planejamento pedagógico, com atividades complementares. Com esse enfoque, pretende-se aproveitar ao
máximo o potencial de cada um e, ao mesmo tempo, trazer informações que enriqueçam a sua prática.
CURSOS
Construção
Civil,
Caldeiraria,
Pintura
Industrial e
Elétrica
Industrial
MATERIAL
DIDÁTICO
Apostilas sobre
os conteúdos
específicos,
apostilas
de Português,
Segurança no
Trabalho, Meio
Ambiente e
Cidadania
METODOLOGIA
Aulas teóricas
e práticas nas
instalações da escola
ou de empresas
parceiras, atividades
individuais, em
grupo, vídeos
e palestras
CARGA
HORÁRIA
200 a 230 horas
INSTRUTORES
Especialistas
contratados que
passam por uma
capacitação pelo
projeto Escola
em Ação para
conhecer seus
objetivos e a
realidade do
público-alvo
As atividades práticas são realizadas nas escolas, utilizando a própria estrutura interna para o aprendizado de
algumas técnicas como, por exemplo, revisão das instalações elétricas, pintura, troca de pisos, construção de
paredes e muros. Para algumas atividades como, por exemplo, caldeiraria, é necessário montar pequenas
oficinas para as aulas práticas.
Os cursos, de uma forma geral, apresentam carga horária que variam entre 200 e 230 horas, divididas em
três módulos.
PÚBLICO-ALVO
Pessoas da
comunidade do
entorno, que
necessitem de
capacitação para
iniciar sua vida
produtiva,
especialmente os
jovens
Módulo 1 (Comum a todos os cursos, chamado Nivelamento): é voltado para o aprendizado de conteúdos
básicos como, Cidadania, Língua Portuguesa, Matemática e Metrologia Básica.
Módulo 2 (Qualidade, Segurança e Meio Ambiente): visa trabalhar a importância da qualidade do serviço
prestado, da segurança do trabalho, meio ambiente e saúde, além das legislações responsáveis por
esses temas. Aborda ainda conhecimentos relevantes e aplicáveis ao ambiente de trabalho e também ao
ambiente familiar e comunitário.
Módulo 3 (Profissionalizante): voltado à prática das atividades, através do aprendizado de conhecimentos
específicos. Nele são oferecidas aulas que compreendem o conteúdo ligado ao dia a dia da profissão.
Qualificação em Números (em 2 anos de projeto)
Nos dois primeiros anos o Programa de Qualificação Profissional formou 402 jovens em Macaé, sendo que
88 deles conseguiram ingressar no mercado de trabalho. Isso mostra um case de sucesso que envolve mais
um parceiro estratégico: o consórcio ODEBEI, responsável pela contratação dos instrutores e reprodução
do material didático. Enfatiza, mais uma vez, que as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento do
programa que, por sua vez, promove a melhoria da autoestima dos jovens, a coragem para ter e perseguir
seus sonhos, que levam a oportunidades de desenvolvimento pessoal e coletivo, inclusive colocando o
Brasil em uma posição diferenciada: um país capaz de responder às novas demandas com apoio de seus
cidadãos.
402
Jovens
formados
88
Atuando no
mercado de trabalho
27
3
Programa Caia na Rede
(Inclusão sociodigital)
Descrição
Metodologia
O
programa Caia na Rede nasceu como parte da Rede de Conhecimento da Odebrecht, que se
dedica às equipes dos vários canteiros de obras, promovendo a inclusão digital, aumentando
o acesso à informação, investindo na capacitação e interação de milhares de pessoas.
O programa utiliza os mesmos instrumentos de mobilização social do projeto Escola em Ação e suas
Em sua primeira etapa, o programa Caia na Rede vem gerando resultados importantes para a
empresa e para os trabalhadores. O projeto piloto, realizado com o Consórcio PRA-1, em São
Roque do Paraguaçu (BA), incluiu digitalmente, em menos de 1 ano, quase 50% de seus 2.000
alojados, além de alunos e professores das escolas municipais da região.
uma pessoa do quadro institucional como responsável e com dedicação exclusiva para o centro de
Em 2009, o programa foi contemplado com o envolvimento de outras empresas que voluntariamente
aderiram ao projeto, agregando valor. Atualmente, a parceria com a Microsoft Brasil fornece
diversos conteúdos formativos e informativos, e a parceira com as empresas DELL e IBM fornece
os computadores necessários à implantação da proposta educacional à população, que podem
servir, inclusive, ao projeto de extensão à pesquisa escolar, podendo funcionar nas bibliotecas das
escolas.
Para se tornar tutor, o candidato deve ser indicado por representantes da comunidade e realizar o
O programa Caia na Rede consiste na montagem de centros com computadores, impressoras,
internet em local apropriado (sala de aula, centro comunitário e ou laboratório de informática), com
o objetivo de promover a inclusão digital e contribuir para o processo de pesquisa e educação dos
alunos, além da inclusão digital de funcionários e professores das escolas.
internet e uso de recursos de produtividade. Explora também informações sobre segurança,
No projeto Escola em Ação essa estrutura está sendo montada nas bibliotecas de escolas públicas
municipais, com o apoio de mais um parceiro estratégico: a Secretaria de Ciência e Tecnologia. A
escolha da biblioteca como espaço para montar o centro de informática tem o propósito de integrar
e otimizar estes dois ambientes, promovendo um espaço multimídia e revitalizando a biblioteca
como um lugar de atividades culturais e de inclusão digital.
de forma autônoma, outros recursos disponibilizados pela Microsoft, como o Currículo Educacional
O programa Caia na Rede em Macaé tem como público-alvo pessoas das comunidades do entorno das
escolas, professores, funcionários e alunos, integrantes de empresas locais e jovens que participam
do programa de Qualificação Profissional.
ações são planejadas, acompanhadas e monitoradas pela sua equipe técnica. Conta, portanto, com
uma coordenação local, e a parceria com a Secretaria Municipal Especial de Educação disponibiliza
informática e a biblioteca.
O programa funciona com apoio de tutores voluntários, que devem se cadastrar no programa.
treinamento especial em e-learning para tutores voluntários, vinculado aos programas de formação
básica da Microsoft, obtendo assim uma credencial de tutoria.
Atualmente o programa Caia na Rede disponibiliza o curso Alfabetização Digital da Microsoft
(http://www.mseducacao.com.br/alfabetizacaodigital), que traz noções básicas de computação,
privacidade no computador e estilos de vida digitais.
Com esse conhecimento básico, ofertado com apoio dos tutores voluntários, os jovens poderão explorar,
disponível em http://www.microsoft.com/brasil/educacao/curso/legal.mspx.
O Currículo Educacional aprofunda alguns conteúdos
abordados no curso Alfabetização Digital e oferece novas
capacitações em tecnologias, que aproximam o estudante
do know-how tecnológico das empresas, como forma de
apoiar e potencializar a inclusão digital.
31
Com uma metodologia flexível, o projeto Escola em Ação está estruturado
para envolver diferentes programas, que, integrados e implementados sob
uma única base de valores, possam atender às diferentes demandas das
comunidades onde atua.
MOBILIZAÇÃO
Mobilização Social e Comunitária
Voluntariado
Um dos eixos estruturantes do projeto Escola em Ação é a mobilização social e comunitária das
A maior riqueza de uma empresa é o seu capital social: a diversidade de habilidades e competências
populações beneficiadas.
reunidas em uma área de atuação específica. Estas podem ainda ser canalizadas para uma causa social,
através de um programa de voluntariado empresarial.
A mobilização social somente é possível quando a comunidade entende, escolhe, decide e age
com um mesmo objetivo, buscando cotidianamente resultados para um propósito comum. Esse
O voluntariado empresarial traz ganhos para a empresa, promovendo o fortalecimento da cultura
alinhamento de corresponsabilidade traz continuidade ao processo de mobilização social que todo
corporativa, criando vínculos entre os funcionários, melhorando o clima organizacional e a sua imagem.
projeto social precisa ter para garantir sua sustentabilidade.
Para os funcionários e para a comunidade é uma oportunidade de colaborar na construção de uma
sociedade mais saudável, fortalecida e organizada.
Para que as ações de mobilização social do projeto Escola em Ação façam sentido e promovam uma
gestão participativa, na qual todos tenham papéis e responsabilidades bem definidos, estimulamos
Aprender
as sete aprendizagens básicas para convivência social, que são elas:
O projeto Escola em Ação cria diversas oportunidades de atuação, promovendo a construção coletiva do
conhecimento e seu compartilhamento. Assim como a Odebrecht, outras empresas podem vir a participar
do projeto, estimulando seus colaboradores a se envolver nas atividades promovidas pelo projeto.
Um ponto alto do projeto é o voluntariado comunitário. Reconhecer as competências existentes na
a não agredir o semelhante: fundamento de todo modelo de convivência social
a comunicar-se: base da autoafirmação pessoal ou do grupo
a interagir: base dos modelos de relação social
a decidir em grupo: base da política e da economia
a cuidar de si: base dos modelos de saúde e seguridade social
a cuidar do entorno: fundamento da sobrevivência
O estreitamento dos laços com a comunidade, através da comunicação permanente e da sua
participação ativa em todas as etapas do projeto, tem sido uma importante estratégia para conquistar
sua confiança e para que ela se sinta dona do projeto.
Meios e linguagens adequadas também são utilizados para convidar e informar, permanentemente,
comunidade e promover oportunidades para que elas aflorem, contribui para que eles percebam que
têm potencial. Membros da comunidade compartilham seus conhecimentos promovendo diversas
oficinas, entre elas: culinária, ponto cruz, produção de bijuterias com miçangas, dança e futebol. A
integração destes dois grupos tão distintos de voluntários promove importantes oportunidades de troca
de experiências e solidariedade, mostrando que juntos são capazes de construir um mundo melhor.
“Comunidades saudáveis são basicamente lugares em
que as capacidades de seus moradores são identificadas,
valorizadas e usadas.” (John L. McKninght e John P. Kretzmann)
Para aderir ao projeto Escola em Ação como voluntário empresarial ou comunitário é necessário procurar
a Unidade Gestora do Projeto (UGP) e preencher o Formulário de Inscrição de Voluntários. Os novos
membros são integrados ao projeto depois de passar por uma formação, que tem como objetivo alinhá-los
com as diretrizes do projeto e conhecer o que já vem sendo feito pela comunidade. Nesta oportunidade,
também é feita uma discussão sobre os papéis e responsabilidades, a construção do planejamento das
o maior número de pessoas do entorno para as atividades culturais, esportivas, educativas e de lazer
atividades em que se envolverá, a definição dos recursos necessários e o estabelecimento de um termo de
que acontecem na escola.
compromisso, no qual é enfatizada a necessidade de ser profissional, ético e comprometido. Ao final da
formação, os voluntários levam o Manual de Atuação para Voluntários, e assinam o Termo de Adesão ao
Parcerias locais com indivíduos e organizações, envolvendo líderes comunitários, divulgação das
Trabalho Voluntário.
atividades na mídia local com antecedência, reuniões com os pais dos alunos e com as associações
36
de moradores, distribuição de panfletos e cartazes nas escolas e no comércio local do bairro,
uso de carro de som e divulgação “boca a boca”, são importantes ferramentas de mobilização e
engajamento.
É possível a atuação do voluntariado dentro dos programas Abrindo Espaços, Caia na Rede e de
Qualificação Profissional como tutores/oficineiros, contribuindo diretamente para a capacitação
de jovens e da comunidade atendida. As temáticas podem ser desde as mais específicas e de
37
infantil, narração de histórias, música, línguas estrangeiras etc.
Princípios do Voluntariado
É importante que todos os atores envolvidos nas ações voluntárias tenham claro que o caminho para
Assim como as empresas parceiras, os voluntários envolvidos no projeto também devem observar
alguns princípios:
qualificação profissional às mais abrangentes - como história da arte, culinária, artesanato, recreação
a construção de uma sociedade democrática, na qual exista uma ordem social e a vida digna seja
possível a todos, não depende apenas do governo, das empresas ou das organizações da sociedade
civil, mas sim, de cada pessoa, responsável e capaz de provocar e construir mudanças.
“Os voluntários são uns dos nossos parceiros mais
importantes. Estes jovens são os líderes de amanhã e
também têm um papel principal no desenvolvimento de
suas comunidades. Esperamos que seus bons trabalhos
floresçam em compromissos vitalícios que beneficiarão
todas as pessoas do mundo.” (Kofi Annan, ex-Secretário Geral das Nações Unidas.)
Com os beneficiários
Atuar com eficiência, profissionalismo e humanidade nas tarefas que está envolvido.
Prestar ajuda gratuita e desinteressada sem esperar, nem aceitar, de forma alguma, qualquer tipo de
compensação material ou afetiva.
Reconhecer, respeitar e defender de maneira ativa a dignidade pessoal e humana de cada um dos
beneficiários, conhecendo e aceitando a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Manter em absoluto sigilo e discrição os dados relativos aos beneficiários.
Criar um clima de respeito mútuo, de igualdade e fraternidade, evitando cair em posturas
paternalistas.
Informar os beneficiários da superação pessoal e autonomia.
Informar os beneficiários, de maneira objetiva, tendo em conta suas necessidades e circunstâncias
pessoais.
Denunciar qualquer violação dos direitos humanos.
Potencializar o desenvolvimento integral do beneficiário: compreendendo suas origens, informando-o
com amabilidade e sincera generosidade sobre como possa buscar seu próprio desenvolvimento, sendo
paciente na hora de esperar resultados das ações realizadas.
36
Com o Projeto
Conhecer e seguir as normas e métodos de trabalho.
Comprometer-se de modo consciente, livre e responsável:
- Cumprindo cada um dos compromissos assumidos com pontualidade, no tempo hábil e de maneira estrita;
- Realizando com profissionalismo as tarefas assumidas;
- Realizando cada uma dessas tarefas com espírito de colaboração;
- Participando de atividades de formação e capacitação necessárias para melhorar a qualidade do serviço prestado;
- Informando-se, antes de comprometer-se, sobre as tarefas e responsabilidades que serão assumidas, considerando se dispõe de tempo e energia para dar-lhes sequência;
Em caso de renúncia, comunicá-la antecipadamente para evitar prejuízos aos beneficiários, conforme
dispõe o Termo de Adesão ao Serviço Voluntário.
Manter uma atitude de cooperação com a equipe responsável pela gestão do projeto.
Participar de forma inovadora em todas as atividades do projeto, mostrando novas ideias e maneiras de
aprimorá-las.
Dar sustentabilidade às ações implementadas ou ampliar o apoio a um maior número de pessoas.
Denunciar possíveis irregularidades aos responsáveis pela gestão do projeto.
Contribuir para a construção de melhorias nos programas Abrindo Espaços, Qualificação Profissional e
Caia na Rede.
Informar ao gestor do projeto sobre as demandas não atendidas dos beneficiários e sobre possíveis
deficiências na execução do projeto.
Realizar todas as suas atividades de maneira gratuita e visando o bem comum.
40
Direção da Escola e Comunidade:
A busca por voluntários nunca foi um problema para a direção de uma das escolas parceiras do
projeto Escola em Ação. Seu conhecimento a respeito de pessoas habilidosas, o bom relacionamento
com os moradores da região e a permanente abertura para o diálogo ou para manifestações
culturais locais no espaço escolar resultou em um projeto não apenas para a comunidade, mas
sim, realizado com ela.
Histórias Reais
Respeitar o projeto sem utilizá-lo em benefício próprio:
- Mantendo sigilo e discrição;
- Fazendo uso responsável dos bens que o projeto coloca à sua disposição;
- Utilizando devidamente qualquer tipo de crédito ou material impresso e publicitário que o projeto lhe propicie;
- Interrompendo a colaboração quando assim for solicitado.
Devido ao empenho e ao desejo de ver a comunidade participando ativamente do projeto,
a direção da escola buscou, de diversas maneiras, envolver os moradores em todos os campos
do projeto Escola em Ação. O coordenador local escolhido é membro legitimado e reconhecido
pela comunidade; muitos são os voluntários comunitários convidados a compartilhar seus
conhecimentos nas oficinas e tantos outros são os jovens do entorno encorajados, pela escola, a
realizar também atividades ali.
O projeto nessa escola é composto pelas mãos habilidosas dos moradores da comunidade, que
trocam a cada semana conhecimentos com os voluntários da Odebrecht. O que nos leva a crer que
o engajamento da direção escolar e seu estímulo à participação comunitária são duas peças que se
encaixam perfeitamente quando falamos dos sucessos do projeto Escola em Ação. Basta cada um
estender suas mãos e buscar a melhor forma de entrelaçá-las.
41
O Projeto é da Comunidade
A iniciativa voluntária da escola em participar do projeto Escola em Ação é, inegavelmente, um
começo positivo. A escolha para a coordenação local de uma pessoa igualmente comprometida
é referência – tanto para a comunidade escolar quanto para a população local – e resultam em
uma fórmula de sucesso.
Juntamente com essa pessoa, veio seu marido para ser voluntário, seus filhos para participar das
atividades e também sua outra e grandiosa família: a comunidade onde ela mora desde criança.
Crianças, jovens e adultos de todas as idades e regiões do país, lotam as oficinas aos finais de
semana, onde voluntários comunitários compartilham suas mais diversas habilidades. O projeto
Escola em Ação é o retrato da comunidade onde está inserido.
A Descoberta
Desde o início do projeto, em 2007, um jovem funcionário da Odebrecht se dispôs a ser voluntário
do projeto Escola em Ação. Esta era sua primeira experiência voluntária! Com bastante receio,
ele se perguntava se seria capaz de ensinar e entreter os alunos.
Há dois anos comandando as oficinas de inglês, o voluntário não pensa em desistir. Sua presença
é garantida todos os sábados na escola. Ele já trouxe um amigo para compor o quadro de
voluntários e frequentemente, traz sua namorada para acompanhar o desenvolvimento de seu
trabalho. Sinal de que se orgulha do que faz!
Além disso, hoje ele sonha em ser pai, pois descobriu um talento até então não explorado: o de
saber lidar com e gostar de crianças!
Histórias Reais
Esse foi o caso de uma escola parceira. Ela fez a escolha certa: convidou uma pessoa engajada
socialmente e reconhecida na comunidade para assumir um cargo estratégico no projeto Escola
em Ação: o de coordenador local.
GESTÃO
Sistema de Gestão
46
Comitê Gestor
Formado pelos fundadores do projeto em parceria com
outras empresas e instituições que aportam conhecimento e
recursos humanos, participando ativamente do projeto.
Responsável por planejar as ações, buscar e manter parceiros
estratégicos, analisar resultados de monitoramento e
avaliação do projeto, atuando sempre com foco na sua
sustentabilidade, certificação dos números do projeto e
acompanhamento do orçamento.
UGP - Unidade
Gestora do Projeto
Tem papel central na execução do projeto, sendo responsável
pelo planejamento das atividades, coleta de dados,
acompanhamento e monitoramento das ações, articulação e
mobilização comunitária, além das atividades administrativas
do projeto.
Coordenação Local
(Na Escola)
Formada por membros da escola e pessoas da comunidade
local. É responsável, principalmente, por promover
a mobilização comunitária, pelo planejamento e
acompanhamento das ações na escola, pela comunicação
e divulgação do projeto na comunidade, pela logística
e distribuição dos materiais das oficinas, além de ser
responsável pela abertura e fechamento da escola para as
atividades.
Voluntários
Comunitários
Membros da comunidade - como alunos, professores,
funcionários e pais - que compartilham seus saberes,
realizando oficinas aos finais de semana ou atuando como
monitores nos cursos de inserção digital.
Voluntários
Empresariais
Funcionários de empresas parceiras, que compartilham seus
saberes realizando oficinas e atividades aos finais de semana
ou atuando como monitores nos cursos de inserção digital.
Instrutores
Especialistas contratados responsáveis por ministrar os
módulos dos cursos de qualificação profissional.
Autonomia das Escolas
Muitas iniciativas partem da própria direção das escolas envolvidas, reforçando a prática da gestão
autônoma. Um exemplo aconteceu numa das escolas que tomou a iniciativa de manter um caderno
especificamente para o Escola em Ação, sempre organizado e atualizado, onde constam as
informações sobre o que acontece no projeto.
Este passou a ser um importante documento de compartilhamento de informações entre os membros
da escola, de documentação e avaliação das atividades. É nele que a coordenação local registra as
oficinas realizadas, o número de pessoas presentes em cada uma delas, os problemas ocorridos, os
sucessos, as reuniões de avaliação e também onde são guardadas as fotos das atividades.
Portanto, mesmo que exista a equipe de gestão do projeto, mecanismos e estratégias são criados
pelas escolas para um bom desenvolvimento das atividades do projeto.
Bela iniciativa!
Histórias Reais
Para a gestão eficaz do projeto, diversos atores estão envolvidos, com papéis específicos, descritos a seguir:
47
Monitoramento e Avaliação
O projeto Escola em Ação prevê um sistema integrado de monitoramento e avaliação que tem
seus resultados divulgados para todos os parceiros. Ele permite que o projeto seja acompanhado
de modo processual, possibilitando modificações em suas estratégias – quando necessário –
reforço de ações, remodelagem de outras, além de avaliar os resultados obtidos, ou seja, é uma
oportunidade de aprendizado contínuo, possibilitando melhores resultados futuros.
Para o monitoramento e avaliação, existem algumas práticas instituídas pela equipe do projeto.
elaborado pela equipe do projeto juntamente com as equipes de cada escola e tem como finalidade
o planejamento anual das ações em cada escola. Nele, estão registradas e acordadas entre toda a
equipe as ações a serem desenvolvidas durante o ano, os resultados previstos, os responsáveis por
cada processo, o sistema de comunicação, os prazos e o orçamento aprovado.
Bimensalmente, a coordenação do projeto se reúne com as equipes escolares e com a equipe
gestora para acompanhamento do Plano de Ação. Neste momento, ocorre ratificação de ações
planejadas ou mudanças de estratégias.
Além do Plano de Ação, os indicadores do projeto são acompanhados através de relatórios
trimestrais e anuais, onde registra-se como está o projeto em relação a cada um deles. Esta prática
também funciona como norteador das ações futuras.
Para que o monitoramento e a avaliação reflitam o status do projeto, devem ser realizados com
Mudança de Estratégia
O interesse e desejo da comunidade é um dos princípios do projeto Escola em Ação. Para isso, antes
do projeto começar, é realizada uma pesquisa, com o intuito de saber em quais oficinas a comunidade
gostaria de participar.
Em uma das escolas, porém, as pesquisas que eram enviadas aos pais pelos alunos, não eram
respondidas.
Histórias Reais
Uma delas, de importância destacada, é o Plano de Ação. O Plano de Ação é um documento
Por experiência e conhecimento da comunidade na qual trabalha, a escola chegou à conclusão de
que as pesquisas não eram respondidas pelo simples fato de que um grande número de pessoas não
sabia ler.
bastante zelo e empenho por todos os envolvidos. É importante que cada escola identifique quais
as formas mais adequadas para verificar e garantir o sucesso do projeto no seu ambiente.
48
Para solucionar o problema, a escola estabeleceu outra estratégia para ouvir a comunidade. Marcou
reuniões de pais para ouvir os interesses dos participantes.
Problema resolvido, comunidade atendida e oficinas lotadas: esse foi o resultado da nova
estratégia.
49
Indicadores
Os indicadores do projeto são índices importantes de medição do impacto que as atividades têm
na vida das pessoas e das comunidades envolvidas. Eles são levantados por meio de avaliações
trimestrais, semestrais e anuais e colaboram para o monitoramento das ações e para a melhoria
contínua dos processos. São eles:
O número de participantes, idade, sexo e origem
A qualidade do ambiente físico
A capacidade acolhedora
As parcerias estabelecidas
As novas oportunidades de empregabilidade apresentadas aos jovens
As novas oportunidades de geração de renda para a comunidade
Os índices de violência dentro e no entorno das escolas
50
Quantitativos
Qualitativos
Evolução do número de participação de jovens
e suas famílias nas atividades promovidas pelo
projeto
Participação de jovens e da comunidade nos
conselhos escolares e organizações juvenis
Número de oficinas e cursos de qualificação
promovidos pelo projeto
Número de pessoas qualificadas pelo projeto
Inserção de jovens e participantes dos cursos de
qualificação no mercado de trabalho local
Número de voluntários envolvidos nas
diversas atividades do projeto: empresariais e
comunitários
Registros de depredações, brigas e tráfico,
dentro e nos arredores da escola
Registros de eventos para reforma ou
reorganização do ambiente escolar com
foco na promoção da melhoria contínua para
atendimento do jovem e da comunidade
Coordenação local implementada e
capacitada e liderança desta equipe nas
atividades do projeto
Capacidade de estabelecer novas parcerias
institucionais e comunitárias
O relacionamento dos voluntários e instrutores com os jovens e a comunidade
Número de jovens concluintes dos cursos de
qualificação e inclusão digital
Organização de grupos produtivos e de
geração de renda
Estes indicadores estão em sintonia com os 8 Objetivos do Milênio definidos pela ONU em 2000, que
são a agenda do Planeta, da Humanidade, do Brasil, de cada um de nós.
Frequência de eventos, atividades culturais e
palestras educativas realizadas na escola
Atividades culturais promovidas nos centros
de informática/bibliotecas
Número de parceiros públicos, privados, redes
e outros
Número de inserções na mídia local e regional
51
O Projeto em Números
Resultados quantitativos dos dois primeiros anos de projeto.
envolvidas diretamente nas
da comunidade
4.590 pessoas
1.918 pessoas
atividades culturais e de lazer
participando das oficinas
84 oficinas organizadas neste período
empresariais
27 voluntários
participando ativamente
30% dos jovens empregados
33 voluntários da comunidade
instalados em
4 escolas para o Caia na Rede.
36 mulheres capacitadas em confeitagem de bolo 32 computadores
reformadas, para atender as
formados nos cursos de qualificação
293 jovens
03 escolas
necessidades das oficinas
profissional e 160 jovens em formação no
segundo semestre de 2009
Resultados qualitativos dos dois primeiros anos de projeto.
52
Baixas taxas de absenteísmo e evasão nos
cursos de profissionalização, evidenciando que
muitos jovens: passam a ter interesse pelos
estudos; participam com dedicação das aulas e
demonstram prazer por frequentar o ambiente
escolar; demonstram esperança de iniciar uma
vida produtiva, compartilhando valores como a
solidariedade em grupo.
Maior interesse dos jovens pela aprendizagem e
manutenção de algumas oficinas em longo prazo:
composição de times de esporte que passaram a
participar de campeonatos; oficina de música que
passou a se apresentar em eventos locais; formação
de grupos produtivos de artesanato que iniciaram a
produção e venda de manufatos, com o objetivo de
profissionalização.
Apoio na recuperação da estrutura física da escola
como construção de quadras, pinturas, consertos
de instalações, reformas de bibliotecas etc.
Maior participação dos pais na vida escolar dos
filhos, maior comunicação e confiança entre
professores e família.
Implementação de um sistema de Governança,
envolvendo os diversos setores (governo, setor
privado e terceiro setor), permitindo que o projeto
seja visualizado e legitimado para se transformar
em política pública no município.
Sistematização da metodologia do projeto,
consolidando a possibilidade de ter uma
Tecnologia Social que pode ser aplicada em
outros ambientes (Tecnologia Social Escola em
Ação).
Ação Beija-Flor: Mobilização comunitária,
resultando em ações de coleta seletiva de lixo,
limpeza e embelezamento da escola e seus
arredores, cultivo de mudas compartilhando o
trabalho e a responsabilidade pela manutenção
com toda a comunidade escolar.
Educação Ambiental e prevenção à violência:
palestras e ações envolvendo a comunidade.
Integração Familiar: pais e filhos participando das
atividades das oficinas experimentando a troca de
saberes e o convívio familiar.
ESTRATÉGIA DE
SUSTENTABILIDADE
Participação Comunitária
O Relatório Brundtland, elaborado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, nos traz a seguinte definição para desenvolvimento sustentável: “aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem às suas necessidades”, ou seja: o compromisso das instituições em promover ações de
longo prazo com respeito ao meio ambiente e a sociedade.
O projeto Escola em Ação entende que a escola tem papel fundamental na construção de uma
sociedade sustentável e no engajamento das comunidades como protagonistas dos seus destinos
e responsáveis pela construção de seu presente e futuro. Entende também que é na escola onde se
pode mobilizar a comunidade para otimizar potencialidades e oportunidades de ações sustentáveis,
de forma que a comunidade se aproprie destas ações, evitando assim sua descontinuidade.
Para isso, o projeto está focado no desenvolvimento local e estimula o empreendedorismo
e o protagonismo comunitário, capacitando e auxiliando a comunidade a buscar soluções e
oportunidades no longo prazo. A equipe do projeto e o Comitê Gestor atuam como incentivadores
de um processo de construção de mudanças no presente, que terão impacto no futuro, permitindo
que este seja construído com a participação ativa dos membros das comunidades envolvidas.
Alguns pontos são observados desde a implementação do projeto, visando a sua
sustentabilidade:
1. Os Programas
Cada ação desenvolvida no projeto deve ser planejada e constantemente avaliada, de
forma que tenha um objetivo futuro e traga benefícios para seus participantes e/ou para a
comunidade como um todo.
O foco está no desenho de oficinas e na implementação de ações que possam se sustentar
ao longo do tempo e que possam contribuir para o processo educacional da população
(especialmente das crianças e dos jovens) e/ou preparar seus participantes para geração de
renda futura, a saber:
50
O estímulo à organização de grupos produtivos (cooperativas) a partir de algumas oficinas, como por exemplo, artesanato e reciclagem;
A organização e capacitação de algumas equipes de esporte e sua preparação para a vida profissional, com ênfase na busca de patrocínios;
A organização de um banco de talentos com os jovens que participam dos cursos
de qualificação profissional e a divulgação deste trabalho para inserção no
mercado de trabalho local, através de parcerias com empresas.
Este método de trabalho visa o surgimento de outras oficinas e ações a partir da própria
comunidade escolar ou do entorno, que com sua capacidade de mobilização, fará com que
elas aconteçam, independentemente da equipe do projeto.
57
2. Aspecto Financeiro
Algumas estratégias estão planejadas para que o projeto seja sustentável do ponto de vista
financeiro, entre elas:
A preparação do projeto em conformidade com a legislação vigente para que ele
possa receber recursos oriundos de incentivo fiscal, tendo em vista que tem ações
voltadas para a garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes,
sendo legítimo candidato à utilização de recursos do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente;
A articulação de uma rede de Responsabilidade Social Empresarial em Macaé, focada
no desenvolvimento local, que possa aportar recursos para o projeto e/ou contribuir
com voluntários, materiais e outros;
Convênios com instituições como SESI, SENAI, SEBRAE, SINE, FAT e outras, para
que ações voltadas para o trabalho possam acompanhar as demandas locais e
estejam articuladas com as necessidades empresariais do município, garantindo
assim seus resultados.
A parceria entre os setores público, privado e o terceiro setor constitui a base de
sustentabilidade do projeto Escola em Ação. Desde sua implementação, o projeto trabalha
com o conceito de Governança, que prevê a participação dos diversos setores da sociedade
em seu desenvolvimento, de forma a garantir sua sustentabilidade no tempo. Esta estratégia
proporciona ao projeto a autonomia necessária para que a comunidade se aproprie dele
e faça com que tenha continuidade, a partir de uma atuação apartidária e desligada de
interesses empresariais ou de qualquer natureza.
Está prevista a organização do trabalho coordenado por uma instituição do terceiro setor,
com foco na gestão local e no fortalecimento das organizações sociais envolvidas, por
meio de formação contínua da equipe, tendo como base a tecnologia social testada e
sistematizada neste material.
Para a sustentabilidade do projeto no longo prazo, o foco da equipe é a criação de uma
rede de Responsabilidade Social Empresarial em Macaé, contando com a participação de
diversas empresas ali instaladas, de forma que cada uma tenha objetivos e papéis definidos
claramente, alinhados às suas políticas de responsabilidade social. Esta visão estratégica
foi construída com base na crença de que os projetos que têm melhores resultados, são
desenvolvidos através de parcerias. Quando as ações são desenvolvidas coletivamente,
58
ganha a sociedade, que usufrui de ações duradouras; ganham as empresas, que impulsionam
e participam de iniciativas eficazes; ganha o cidadão, que amplia suas possibilidades de
desenvolvimento, capacitados para exercer seus deveres e proteger seus direitos. Dessa
forma, as boas iniciativas prevalecem.
Música Para Além dos Muros da Escola
Tudo começou, em 2007, como uma simples oficina de flauta para crianças. Porém, as atividades
se transformaram em um encontro de muitos instrumentos e vozes.
Estamos nos referindo ao grupo de musicalização que foi criado pelo projeto Escola em Ação.
O grupo, formado por crianças e jovens, é responsável pela apresentação e divulgação dos
resultados do projeto Escola em Ação em diversos locais de Macaé. Os jovens já se apresentaram
em empresas, feiras e eventos sociais, cantando e tocando músicas brasileiras clássicas.
Fato que evidencia os frutos do trabalho de todos os integrantes do projeto, crescendo para
além dos muros da escola.
Histórias Reais
3. Gestão
PARCERIAS
Responsabilidade Social
Empresarial
Compromisso e Código de Ética
As práticas de investimento social são de natureza distinta e não devem ser confundidas nem
usadas como ferramentas de comercialização de bens tangíveis e intangíveis (fins lucrativos), por
Com o amadurecimento gradativo do conceito de cidadania corporativa, as empresas percebem que
parte da empresa, como são, por exemplo, marketing, promoção de vendas ou patrocínio, bem
sua atuação deve ir além dos seus muros: A empresa precisa estar integrada com a sociedade civil e com
como políticas e procedimentos de recursos humanos, que objetivam o desenvolvimento e o bem-
o governo, de forma que atue promovendo ações que permitam a redução das desigualdades sociais
estar da própria força de trabalho.
e o desenvolvimento e crescimento coletivo. Atualmente, sabe-se que a verdadeira sustentabilidade
Não serão aceitas parcerias com os seguintes objetivos: políticos, interesse pessoal e religiosos.
está embasada na articulação política e empresarial, com apoio de companhias e governo local, na
Algumas premissas devem ser observadas para as parcerias, cujas atividades têm como objetivo
qual se privilegia a gestão participativa e a mobilização social.
o desenvolvimento local:
Entendida não mais como filantropia ou assistencialismo, a responsabilidade social empresarial
Ser verdadeiro
promove ações nas quais a comunidade atua não apenas como receptora, mas sim, como
protagonista e mobilizadora, integrando o projeto como um parceiro fundamental para o seu sucesso
e sustentabilidade. Às empresas, cabe o desafio de ampliar a gestão, oferecendo oportunidades para
que outras companhias integrem as ações, acabando com o vínculo de dependência que existia no
início da década.
As sociedades já estão reconhecendo a responsabilidade social empresarial como um valor
permanente, que se relaciona diretamente com os valores, a cultura e as estratégias específicas das
empresas. Entendem como um compromisso ético das empresas com os diversos atores sociais
Respeitar a necessidade de mudar para crescer
Respeitar a diversidade
Identificar o objetivo superior e comum
Envolver e motivar mentes, conquistando antes os corações
Estabelecer equilíbrios
participantes da cadeia produtiva.
Influenciar e ser influenciado
Ser receptivo a novas ideias
Valorizar opiniões, ainda que contrárias
62
Criar disciplina, respeito e confiança
63
Parceiros em Ação
A Importância das Parcerias
Soluções práticas e inovadoras são essenciais para superar as dificuldades de frequentar
um curso noturno de qualificação profissional oferecido pelo projeto Escola em Ação.
Ações sociais que objetivam produzir resultados eficazes para a melhoria da qualidade de vida de uma
Histórias Reais
Para incrementar o aprendizado, estimular a participação considerando que os alunos vêm
para o curso direto do trabalho, a escola firmou uma parceria com a empresa responsável
pela merenda escolar, que passou a oferecer lanche também para os participantes do
curso de qualificação.
Dessa forma, a escola entendeu que a ampliação das parcerias já existentes e a busca
permanente por novas é uma importante estratégia, capaz de solucionar problemas,
garantir a sustentabilidade do projeto e valorizar suas ações.
comunidade devem ser realizadas em sistema de cooperação entre os três setores: governo, empresas
e organizações da sociedade civil de interesse público.
Após desenvolver uma pesquisa detalhada das empresas privadas locais, realizar atividades de articulação,
contatos e propostas de parceria.
Promover campanhas de mobilização empresarial e de pessoas físicas que queiram se engajar no projeto.
Submeter o projeto a editais de empresas públicas, privadas e de instituições financiadoras de ações
sociais.
Divulgar o projeto na mídia local e regional, bem como apresentá-lo em congressos e eventos locais.
No Projeto Escola em Ação estão previstas diversas possibilidades de parceria envolvendo outras
empresas, instituições, redes sociais e órgãos públicos locais. A forma de participação deve ser
estudada e negociada de modo que esteja harmonicamente relacionada com as crenças, valores,
estratégias e recursos disponíveis pelos parceiros. Mais informações estão disponíveis no item
“Critérios para Parcerias”.
As parcerias objetivam, acima de tudo, o desenvolvimento da comunidade atendida nas quatro dimensões
previstas: social, política, econômica e ambiental. Os resultados são alcançados somente quando as
ações são fundamentadas na DISCIPLINA que gera o RESPEITO e sobre o qual se constrói a CONFIANÇA.
Apenas parceiros que se respeitam podem interagir em ambiente de liberdade, responsabilidade e
confiança, praticar a descentralização, a delegação planejada e a PARCERIA, e partilhar os resultados
que geram em conjunto.
“A parceria entre o setor público, a iniciativa privada e a
comunidade está possibilitando a descoberta de talentos
tanto das comunidades quanto das empresas, contribuindo
para o fortalecimento da escola como lugar privilegiado
para a formação e socialização de jovens, crianças e suas
famílias.”
(Diretor de Escola)
Critérios para Parcerias
Consolidação das Parcerias
No projeto Escola em Ação é de fundamental importância a concretização de parcerias com instituições
Todos os parceiros deverão assinar o Termo de Cooperação, formalizando sua participação no projeto
das regiões onde o projeto tem seu foco prioritário, a fim de criar maior sinergia e colaboração entre
no âmbito financeiro ou qualquer outro.
comunidades afins, garantindo a otimização dos recursos, reduzindo custos e facilitando a logística.
A parceria se concretiza por meio da manifestação de interesse em estabelecê-la, conforme anexo 8.
Áreas de Interesse para parcerias são: Educação, Cultura e Lazer, Qualificação Profissional e Inclusão
Definidos os critérios, dá-se a assinatura do Termo de Cooperação que se estabelece entre o Comitê
Digital.
Gestor e o novo parceiro, conforme demonstra o Anexo 9.
As organizações interessadas poderão se envolver da seguinte forma:
Quando o parceiro desejar finalizar o apoio ao projeto, deverá informar por escrito, garantindo, dessa
forma, comunicação adequada com os públicos envolvidos (stakeholders), conforme descrito no Anexo
Apoio financeiro
à execução do
projeto.
Investimento
em turmas de
Qualificação
Profissional
(modalidades
no ANEXO 5) ou
oferta de trabalho
para jovens
qualificados
pelo projeto.
A contratação
pode ser feita,
atendendo a Lei
de Aprendizagem
do Governo
Federal
Participação
por meio de um
programa de
voluntariado
corporativo, com
critérios e metas
da quantidade de
voluntários préestabelecidos.
Doação de
materiais e/
ou serviços
(materiais
para oficinas,
materiais
gráficos, recursos
para participação
em palestras e
eventos)etc.
10.
Os objetivos e metas do projeto podem ser mensurados dentro do Programa de Responsabilidade
Social da organização e ser incluídos no seu Balanço Social anual.
Para auxiliar nesta tarefa, a equipe do projeto emite, anualmente, o Relatório do Projeto, que visa
comunicar à sociedade e aos parceiros os resultados alcançados, contemplando os seguintes pontos:
Relato sucinto das atividades
Localidade e extensão do projeto
Beneficiários
Investimento feito no projeto
Resultados alcançados
Parcerias estabelecidas
Retorno de imagem (imprensa) quando houver
Resultados no Voluntariado
67
Classificação das Parcerias
Dependendo da contribuição e da parceria estabelecida, as instituições parceiras serão classificadas em:
Organização Membro (Integrante do Comitê Gestor):
Cota fixa mensal de investimento financeiro e capital humano para participação
ativa no projeto. O valor da participação financeira, para um novo membro, deve
ser proporcional ao total do orçamento do projeto para o ano vigente, dividido
pelos membros do comitê gestor, que será acrescida ao orçamento total do
projeto. Por exemplo, se temos atualmente 4 membros no comitê gestor e um
orçamento de R$ 100.000,00, a entrada de um novo parceiro está condicionada a
um aporte direto de R$ 25.000,00. Com isso, o orçamento total do projeto passa a
ser R$ 125.000,00. Este aporte direto não contabiliza outros investimentos, como
por exemplo, salários de pessoas envolvidas na gestão do projeto.
Organização Contribuinte:
Investimento em uma ou mais oficinas do projeto, sendo responsável pelo
fornecimento de todos os recursos necessários para a realização e/ou melhoria
da oficina. Contribuição com equipamentos e/ou materiais necessários para
a infraestrutura da escola e/ou do projeto (pintura, manutenção, instalações,
mobiliário etc.). Investimento em um ou mais cursos de qualificação profissional,
contemplando materiais didáticos, pagamento dos instrutores e apoio ao evento
de formatura com a possibilidade de gerar oportunidade de trabalho para os jovens.
Organização Amiga:
Contratação de jovens qualificados pelo projeto.
Participação por meio de um programa de Voluntariado Corporativo.
Implementação do Programa Tributo ao Futuro.
Organização Colaboradora:
Parceira em Programas e Eventos: Apoio pontual em determinados eventos
e programas que fortaleçam o projeto Escola em Ação (por exemplo, feiras e
congressos de Responsabilidade Social).
Apoio em Campanhas do Projeto: a empresa divulga em seu mural informativo e
68
se compromete a utilizar suas ferramentas de comunicação interna para difundir o
conceito do projeto, suas necessidades e ações pontuais.
Todas as demais oportunidades para estabelecimento de parceria com o projeto Escola em Ação devem ser manifestadas de acordo com os critérios para
seleção de parceiros descritos no próximo tópico deste documento. Mais informações podem ser obtidas com a coordenação do projeto pelo telefone
(21) 2772-4955 - Ramal: 227 ou pelo e-mail [email protected]
Benefícios para os Parceiros
Investimentos em projetos sociais não devem ser vistos como ferramentas de comercialização de
bens tangíveis e intangíveis por parte das empresas. No entanto, a comunicação das parcerias é
de extrema relevância para chancelar o trabalho desenvolvido, instigando o interesse de novos
parceiros, bem como propicia o reconhecimento do projeto pela comunidade e pelos colaboradores
das empresas envolvidas.
As divulgações das parcerias seguirão os seguintes critérios:
Organização Membro (Integrante do Comitê Gestor)
Divulgação da logomarca em todos os materiais institucionais, didáticos e de
comunicação, citação em releases e reportagens veiculadas na imprensa.
Organização Contribuinte
Logomarca nos materiais de comunicação e didáticos referentes ao investimento
realizado, nome citado nos materiais institucionais e nos releases ou reportagens
específicas veiculadas na imprensa. Por exemplo: uma empresa que apoia um curso
de qualificação profissional de caldeiraria, terá seu nome em reportagens que saírem
na mídia e a logomarca no banner na sala de aula e nas apostilas do curso.
Organização Amiga
Citação no relatório anual do projeto e em reportagens referentes à sua atuação.
Organização Colaboradora
Citação no relatório anual do projeto e como apoiadora nos materiais de comunicação
do evento. Exemplo: em cartazes que divulgam o projeto no mural da empresa
colaboradora, seu nome aparecerá em um campo especial como apoiadora.
71
Referências Bibliográficas
Mensagem Final
Abrindo Espaços: múltiplos olhares / Candido Alberto Gomes. – Brasília: UNESCO, Fundação Vale, 2008.
O empresário tem uma importante função social e deve exercê-la na plenitude. O que explica e
justifica sua função social é sua capacidade de coordenar e integrar a produção de riquezas, na
medida em que transforma continuamente sua criatividade e a de suas equipes em inovações, e
estas em resultados sempre melhores e maiores.
O empresário tem que ser capaz de avaliar as circunstâncias, modificar as condições econômicas
preexistentes e inovar, gerando novas condições econômicas. O empresário não veio ao mundo
para contemplá-lo, mas para transformá-lo. E, exercer sua responsabilidade social empresarial
72
Abrindo Espaços: educação e cultura para a paz / Marlova Jovchelovitch Noleto. – Brasília: UNESCO, Fundação Vale, 2008.
77 p. – (Série saber e fazer;1).
Abrindo espaços: guia passo a passo para a implantação do Programa Abrindo Espaços: educação e cultura para
a paz. – Brasília: UNESCO, Fundação Vale, 2008. 93 p. – (Série saber e fazer; 3).
Abrindo espaços: educação e cultura para a paz / Marlova Jovchelovitch Noleto. -- 4.ed. rev. – Brasília : UNESCO, Fundação Vale, 2008.
109 p.
Avaliação diagnóstica “Marco Zero Zero” do Programa de Qualificação Profissional da Vale – São Paulo: Instituto Crescer para a
Cidadania, 2008.
junto às comunidades do entorno, faz parte deste processo em busca de um país mais igualitário,
Construindo saberes : referências conceituais e metodologia do Programa
onde as oportunidades são para todos.
Mais educação, menos violência: caminhos inovadores do programa de abertura das escolas públicas nos fins de semana / Marcos
Rolim. – Brasília : UNESCO, Fundação Vale, 2008. 101 p.
“Em um cenário caracterizado
por sociedades abertas
e economia globalizada,
precisamos enfatizar as formas
de aprendizagem e pensamento
crítico que capacitem
indivíduos a compreender as
transformações de seu ambiente,
a criar conhecimento e a formar
seus próprios destinos. Nós
precisamos responder aos
novos desafios promovendo
aprendizagem em todos os
aspectos da vida, em todas as
instituições da sociedade, de
fato, criando ambientes, onde
viver seja aprender.”
(Afirmação de Amã, UNESCO, 1996)
Dias de paz: a abertura das escolas paulistas para a comunidade /Gabriela Athias. -- 2.ed. – Brasília: UNESCO, Fundação Vale, 2008.
p137
Fortalecendo competências: formação continuada para o Programa Abrindo Espaços: educação e cultura para a paz / Marlova
Jovchelovitch Noleto. – Brasília: UNESCO, Fundação Vale, 2008.87 p. – (Série saber e fazer; 2). 224 p.
Guia de implementação do Programa de Qualificação Profissional da Vale – São Paulo: Instituto Crescer para a Cidadania, 2008.
Jovens urbanos – sistematização de uma metodologia/coordenação Wagner Antonio Santos. - São Paulo: CENPEC, 2008.
Paz, como se faz? Semeando cultura de paz nas escolas / Lia Diskin e Laura Gorresio Roizman. 4. ed. — Brasília: UNESCO, Associação
Palas Athena, Fundação Vale, 2008. 108 p.
Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação/Antonio Carlos Gomes da Costa. – Salvador: Fundação Odebrecht,
2000.
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. O Relatório
está publicado em forma de livro no Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo,
1999).
REVISTA OBRECHT INFORMA edição especial – dezembro 2008
REVISTA PROCON SP maio/junho 2007.
INSTITUTO ETHOS. Como as empresas podem implementar programas de voluntariado, 2001.
A empresa a comunidade: um passo a passo para estimular sua participação social / Carla Duprat. - São Paulo: Global; Porto Alegre,
RS: IDIS – Instituto para o Desenvolvimento Social, 2005.
Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação / José Bernardo Toro e Nisia Maria Duarte - Belo Horizonte:
Autêntica, 2007.
Comunidade: foco na filantropia e investimento social privado / Marcos Kisil – São Paulo: Global; Porto Alegre, RS : IDIS – Instituto para
o Desenvolvimento Social, 2005.
Sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilares_da_Educa%C3%A7%C3%A3o
http://www.brasilia.unesco.org/
http://www.fundacaoodebrecht.org.br/
http://www.tributoaofuturo.org.br/index.php
73
Relação de Anexos
ANEXO 1: Declaração Universal dos Direitos Humanos
ANEXO 2: Modelo de Relatório Financeiro (Instituto Crescer)
ANEXO 3: Programa de Voluntariado Corporativo
ANEXO 4: Formulário para Doação de Recursos ao Projeto Escola em Ação
ANEXO 5: Descrição dos Cursos de Qualificação Profissional
ANEXO 6: Doação ao FIA (Fundo da Criança e do Adolescente)
ANEXO 7: Tributo ao Futuro
ANEXO 8: Formulário de Adesão de Parceiros
ANEXO 9: Formulário de Encerramento de Parceria
Ficha Técnica
ANEXO 10: Termo de Adesão de Voluntários
ANEXO 11: Relatório Price Waterhouse Coopers
Coordenação Técnica/Editorial
Alessandra Magagnin
Beatriz Maria Coelho
Luciana Maria Allan
Ludmila Marques Lavigne
Marlova Noleto
Rita Ippolito
Elaboração de Conteúdo
Carolina Figueiredo
Fabiana Prianti
Isabela Helena De Marchi
Michele Damasco
Revisão
Renata Silva Santos
Rita de Sousa
Imagens
Moscow
Roberto Rosa
Projeto Gráfico / Criax Comunicação Organizacional
Cesar Passaretti
Christiano Vital
Fábio Stefanini Jor
67
74
Apoio Empresarial
Miguel de Almeida Gradin
colar bolsa
75