As regiões ultraperiféricas : regiões da Europa, de trunfos e de
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As regiões ultraperiféricas : regiões da Europa, de trunfos e de
KN-31-12-704-PT-C AS REGIÕES ULTRAPERIFÉRICAS REGIÕES R EGIÕES DA DA EUROPA, EUROPA DE TTRU DE TRUNFOS E DE OPORTUNIDADES OR ID DA ADE A Açores Madeira São Martinho Ilhas Canárias Guadalupe Martinica Guiana Reunião Política regional Comissão Europeia Europe Direct é um serviço que responde às suas perguntas sobre a União Europeia. As Regiões Ultraperiféricas Regiões da Europa, de trunfos e de oportunidades Linha telefónica gratuita (*): 00 800 6 7 8 9 10 11 (*) Alguns operadores de telefonia móvel não permitem o acesso aos números iniciados por 00 800 ou cobram estas chamadas. 2012 — 40 p. — 18,5 × 23 cm ISBN 978-92-79-24955-6 doi:10.2776/6353 Comissão Europeia, Direcção-Geral da Política Regional Comunicação, Informação e Relações com Países Terceiros Raphaël Goulet Avenue de Tervueren 41, B – 1040 Bruxelas E-mail: [email protected] Internet: http://ec.europa.eu/regional_policy/index_en.htm Publicação impressa em francês, inglês, espanhol e português e disponível em: http://ec.europa.eu/regional_policy/activity/outermost/index_pt.cfm As opiniões expressas nesta publicação são da responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Comissão Europeia. COMO OBTER PUBLICAÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA? © Copyrights: Capa: iStockphoto – Shutterstock, página 7: iStockphoto – CE, página 8: CE, página 9: CE, página 10: CE, página 11: iStockphoto, CE, página 12: CE, página 13: CE, página 14: iStockphoto , página 15: iStockphoto, página 16: CE, página 17: CE, página 19: iStockphoto – Shutterstock, página 20: CE, página 21: CNES, página 25: iStockphoto, página 26: CE, página 27: CE, página 29: iStockphoto, página 30: CE, página 31: CE, página 33: iStockphoto, página 34: M. David Chane, página 35: CE, página 37: iStockphoto, página 38: CE, página 39: CE. Fontes estatísticas: Eurostat 2011 (São-Martinho: INSEE) Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu). Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação. Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2012 ISBN 978-92-79-24955-6 doi:10.2776/6353 © União Europeia, 2012 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Printed in Belgium IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO (ECF) Publicações gratuitas: tWJB&6#PPLTIPQIUUQCPPLTIPQFVSPQBFV tOBTSFQSFTFOUBÎÜFTPVEFMFHBÎÜFTEB6OJÍP&VSPQFJB Pode obter os respectivos contactos em: http://ec.europa.eu ou enviando um fax para: +352 2929-42758. Publicações pagas: tWJB&6#PPLTIPQIUUQCPPLTIPQFVSPQBFV Assinaturas pagas (por exemplo, as séries anuais do Jornal Oficial da União Europeia, as colectâneas da jurisprudência do Tribunal de Justiça): tBUSBWÏTEFVNEPTBHFOUFTEFWFOEBTEP4FSWJÎPEBT1VCMJDBÎÜFTEB6OJÍP&VSPQFJB (http://publications.europa.eu/others/agents/index_pt.htm). REGIÕES ULTRAPERIFÉRICAS* REGIÕES DA EUROPA, DE TRUNFOS E DE OPORTUNIDADES * RUP ÍNDICE Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Açores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Ilhas Canárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Guadalupe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Guiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Madeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Martinica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Reunião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 São-Martinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 As RUP em números . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3 A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S PREFÁCIO Compostas por dois arquipélagos (os Açores e as Ilhas Canárias), por dois grupos de ilhas (Madeira e Guadalupe), por três ilhas separadas (Reunião, Martinica e Saint-Martin) e por uma região continental (Guiana Francesa), as Regiões Ultraperiféricas são territórios europeus afastados do continente e que incluem particularidades geoeconómicas muito específicas e extraordinárias condições naturais. Situadas nos Oceanos Atlântico e Índico, no Mar das Caraíbas e na selva Amazónica, as regiões ultraperiféricas são territórios com caraterísticas naturais únicas e com locais ideais para a investigação e a experimentação numa série de áreas, como o desenvolvimento de energias renováveis, a astrofísica ou a minimização dos efeitos das alterações climáticas. A sua excecional biodiversidade e ecossistemas marinhos apresentam um grande potencial para a inovação, enquanto a sua localização geográfica as transforma em postos avançados da Europa no mundo. A União Europeia reconhece tanto os trunfos como as limitações das regiões ultraperiféricas e ajuda-as a ultrapassar os obstáculos ao desenvolvimento do seu potencial endógeno. Os fundos europeus destinam-se a apoiar os seus esforços de modernização de setores tradicionais e a respetiva diversificação para novos sectores, de modo a melhorar a sua competitividade, reduzir o desemprego e promover um crescimento mais inclusivo. Esta publicação dá uma visão geral sobre a situação geopolítica, social e económica destas regiões e sobre como é que estas podem contribuir para o desenvolvimento europeu no seu conjunto. Fornece, igualmente, informações sobre alguns projetos, cofinanciados pela União Europeia, para estimular o investimento numa série de áreas com vista a contribuir para o seu desenvolvimento. As regiões ultraperiféricas têm grande potencial e, trabalhando em conjunto, devemos assegurar que estas aproveitam as oportunidades que lhes são apresentadas. Os objetivos de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, fixados na Estratégia Europa 2020, devem ser os objetivos de todas as regiões europeias, longe ou perto, e a minha política irá ajudar as regiões ultraperiféricas e alcançá-los. Johannes HAHN Comissário da Política Regional INTRODUÇÃO 4 AS REGIÕES ULTRAPERIFÉRICAS: REGIÕES DA EUROPA, DE TRUNFOS E DE OPORTUNIDADES Atualmente, a UE tem oito regiões ultraperiféricas (RUP) que são parte integrante do seu território: Guadalupe, Guiana, Martinica, Saint-Martin, Reunião (França); Ilhas Canárias (Espanha); Açores e Madeira (Portugal). Ao contrário dos países e territórios ultramarinos (PTU), que dispõem de um estatuto de associação com os seus Estados-Membros (Dinamarca, França, Países Baixos e Reino Unido), os direitos e as obrigações que advêm dos Tratados europeus aplicam-se plenamente às RUP. No entanto, o artigo 349.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE (TFUE) reconhece, em relação ao resto da UE, as especificidades das RUP que podem ter um impacto negativo no seu desenvolvimento económico e social: o afastamento, a insularidade, o relevo e clima adversos, a dependência em relação a apenas algumas produções locais… Este artigo permite adotar medidas específicas adaptadas às realidades das RUP, respeitando os Tratados europeus e tendo em conta as características e limitações particulares destas regiões. Para além das limitações e dificuldades próprias, as RUP têm também potencialidades e trunfos únicos que podem trazer benefícios para a União Europeia. Representam uma presença territorial europeia em zonas estratégicas do globo e possuem características geográficas e geológicas excecionais que as tornam laboratórios privilegiados para a investigação e a inovação em setores do futuro: a biodiversidade e os ecossistemas terrestres e marinhos, a farmacologia, as energias renováveis e as ciências do espaço, por exemplo. AS RUP E AS POLÍTICAS DA UE Todas as políticas comunitárias se aplicam às RUP. A política de coesão é um instrumento central da sua estratégia de desenvolvimento regional, oferecendo um apoio importante para a convergência com os objetivos da UE 2020 e para a modernização e diversificação das suas atividades económicas. O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), que inclui uma alocação financeira adicional aplicável às RUP e às regiões pouco povoadas da Finlândia e da Suécia com vista à compensação dos custos suplementares, o Fundo de Coesão (para as RUP portuguesas) e o Fundo Social Europeu (FSE) são instrumentos cruciais que apoiam a estruturação dos investimentos públicos e privados nessas regiões. As RUP beneficiam igualmente de diversos instrumentos financeiros e de dispositivos específicos criados no âmbito da pesca (Fundo Europeu das Pescas – FEP) e da agricultura (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Sustentável – FEADER e Programa de Opções Específicas para o Afastamento e Insularidade – POSEI). a O Programa POSEI, criado em 2001, fornece apoios à produção, à transformação e à comercialização dos produtos agrícolas das RUP, constituindo o primeiro pilar da política comum no domínio da agricultura para estas regiões. a O POSEI «Pescas» é um regime de compensação dos custos suplementares associados ao escoamento de determinados produtos da pesca provenientes das RUP. As RUP estão muito envolvidas nos programas de cooperação territorial cofinanciados pelo FEDER que, para elas, são um instrumento essencial para reforçar a sua integração regional. Quatro programas de cooperação transnacional e transfronteiriça são destinados a estas regiões para o período 2007-2013: a o programa «MAC» que reúne a Madeira, os Açores, as Canárias e os países vizinhos da África Ocidental; a o programa «INTERREG – Caraíbas» entre a Martinica, a Guadalupe, São Martinho, a Guiana e os Estados da região das Caraíbas; a o programa «Oceano Índico» que associa a Reunião e os Estados vizinhos do oceano Índico; a o programa «Amazónia» entre a Guiana, o Suriname e os Estados amazónicos do Nordeste do Brasil (Amapa, Para e Amazonas). Para além disso, o 7.º Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento (7 PCRDT) prevê disposições específicas para apoiar o potencial das RUP e melhorar o seu acesso ao Espaço Europeu de Investigação. Graças à sua posição geográfica excecional, estas regiões poderiam acolher centros de investigação orientados para as energias renováveis, o espaço, INTRODUÇÃO A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S a agricultura, o mar ou a biodiversidade. No período 20142020, estas atividades serão abrangidas pela política de coesão. Neste domínio, o conceito de especialização inteligente será reforçado e serão previstas medidas para permitir aos investidores e inovadores das RUP alcançarem a excelência. Medidas complementares no âmbito do programa «Horizonte 2020» terão como objetivo alargar a participação das RUP a todo o programa. No que respeita à política de auxílios estatais, as especificidades das RUP são também reconhecidas para lhes garantir um ambiente adequado para o desenvolvimento das PME e TBP. Assim, o artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do TFUE permite a aplicação nas RUP de taxas de auxílios superiores, independentemente do nível do respetivo PIB. Em matéria de fiscalidade, as RUP beneficiam de exonerações ou de disposições específicas adaptadas à realidade local. Outras políticas comunitárias são objeto de adaptações particulares para as RUP: transportes, energia, novas tecnologias da informação e comunicação, relações comerciais com os países terceiros. AS RUP EM MOVIMENTO… O artigo 355.º, n.º 6 do TFUE permite ao Conselho Europeu, por iniciativa do Estado-Membro em questão, adotar uma decisão que altere o estatuto em relação à União de um país ou território ultramarino (PTU) dinamarquês, francês ou neerlandês. Com base neste artigo do TFUE, Maiote, que pertence atualmente aos países e territórios ultramarinos (PTU) e se tornou num departamento francês em março de 2011, poderá tornar-se numa RUP em 2014. A França apresentou um pedido de alteração de estatuto junto do Conselho Europeu que deverá tomar uma decisão por unanimidade. O mesmo processo poderá aplicar-se às Antilhas Holandesas e à ilha de Aruba que manifestaram o seu interesse em aceder ao estatuto de RUP. PARCERIA PERMANENTE… Dentro da Comissão Europeia, a unidade «Coordenação das Questões ligadas às Regiões Ultraperiféricas» da DG REGIO promove um Grupo Interserviços RUP que trata da coordenação das políticas que têm um impacto nestes territórios. Esta estrutura oferece às RUP uma maior visibilidade, nomeadamente através da consideração das suas limitações específicas e da valorização dos seus trunfos. Esta abordagem é completada por uma parceria ativa e uma ação concertada entre os serviços da Comissão, o Parlamento Europeu, os Estados-Membros e as RUP. A Conferência de Presidentes das RUP reúne-se anualmente na presença da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, na região que detém a presidência rotativa. Desde 2010, é organizado de dois em dois anos em Bruxelas um Fórum das RUP, com a presença dos representantes do mundo político, das instituições europeias, das RUP, dos Estados-Membros, dos socioprofissionais, dos académicos e do setor privado. 5 AÇORES ESTADOMEMBRO | Portugal TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Arquipélago situado no norte do Oceano Atlântico, a cerca de 1 500 km a oeste de Lisboa e 3 600 km a leste da América do Norte O arquipélago dos Açores, de origem vulcânica, caracteriza-se pelas suas paisagens verdes, pela sua costa escarpada e pelo seu relevo montanhoso. A montanha do Pico, situada na ilha do Pico (2 351 m) é o ponto mais alto de Portugal. A superfície marítima situada dentro do limite de 200 milhas náuticas dos Açores é de 954 496 km2. As 9 ilhas estão repartidas por três grupos geográficos naturais que se estendem por 600 km: SUPERFÍCIE | 2 322 km2 (17,1 no Corvo e 744,6 em São Miguel) POPULAÇÃO | 245 811 habitantes (430 no Corvo e 137 830 em São Miguel) DENSIDADE | 105,9 habitantes/km2 (25,1 no Corvo e 185,1 em São Miguel) CAPITAL ADMINISTRATIVA/CIDADES PRINCIPAIS | Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta a o grupo oriental: as ilhas de São Miguel (a maior) e Santa Maria; a o grupo central: as ilhas Terceira, Graciosa, Faial, São Jorge e Pico; a o grupo ocidental: as ilhas Flores e Corvo (a mais pequena). Os Açores têm um clima mesotérmico húmido com características oceânicas. A temperatura média no verão é de 24 °C e no inverno de 14 °C, sendo mais amena do que a temperatura média de outras regiões situadas na mesma latitude. A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S ATIVIDADES ECONÓMICAS As atividades tradicionais dos Açores são a criação de gado para a produção de leite (mais de 30 % da produção portuguesa de leite) e carne, a pesca e a indústria agroalimentar (queijo, leite, manteiga, conservas de peixe, chá, ananás e vinho). O turismo é também uma importante atividade económica, bem como os serviços em geral. As atividades de ponta do arquipélago incluem a oceanografia e o crescimento azul, as tecnologias espaciais e a biotecnologia. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO Desde 1976, os Açores têm o estatuto de região autónoma de Portugal, tendo um Governo e um Parlamento Regional próprios com amplas competências políticas e legislativas. A sede da Presidência do Governo está situada em Ponta Delgada (São Miguel) e a do Parlamento na Horta (Faial). UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES A Universidade dos Açores, criada em 1976, tem mais de 6 000 estudantes, repartidos pelos seus polos de São Miguel, Terceira e Faial. As áreas de excelência e de reconhecimento internacional da Universidade dos Açores são, nomeadamente, a pesca e a oceanografia, com especial destaque para o estudo de fontes hidrotermais no fundo do mar, vulcanologia, sismologia, climatologia e biotecnologia. Os Açores têm estado na vanguarda em termos de utilização de recursos energéticos endógenos. Nos anos 80, construiu-se a primeira central geotérmica em São Miguel e o primeiro parque eólico em Santa Maria. Nos anos 90, foi criado um projeto experimental para a produção de energia a partir das ondas, com a construção da Central de Coluna de Água Oscilante (CAO) na ilha do Pico. A energia geotérmica é a maior fonte de energia renovável dos Açores, tendo representado, em 2011, 22,1 % da produção de eletricidade, numa produção total a partir de fontes renováveis de 30 %. Na ilha de Santa Maria, encontra-se uma das primeiras bases ESTRACK da AEE (Agência Espacial Europeia) com capacidade para rastrear lançadores. Na ilha da Graciosa, encontra-se uma estação de infrassons integrada no Sistema Internacional de Monitorização (SIM) e incluída na Organização do Tratado sobre a Proibição Total de Ensaios Nucleares (CTBTO), e uma Estação para Medição da Radiação Atmosférica (MRA), sendo uma das 5 centrais do mundo que está a desenvolver um projeto para o estudo de modelos climáticos globais através do desenvolvimento e teste da radiação e da formação de nuvens. 7 AÇORES 8 ESTAÇÃO NO CIMO DE UMA COLINA RASTREIA DADOS DE FOGUETÕES E SATÉLITES EUROPEUS PERFIL DO PROJETO PROJETO | Rastreio de Satélites de Santa Maria BENEFICIÁRIO | Direção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – Pró-Convergência TOTAL | 1 037 500 EUR Cofinanciamento da UE: 881 900 EUR PERÍODO | 10/10/2008 – 31/12/2009 CONTEXTO Os Açores são um ponto de paragem histórico para os viajantes entre a Europa e outros continentes. O arquipélago mantém ainda hoje a sua importância graças a uma localização-chave no Oceano Atlântico, a cerca de 1 500 km a oeste de Lisboa. A Agência Espacial Europeia (ESA) não hesitou em escolher Santa Maria, uma das nove ilhas do arquipélago, para instalar uma nova estação de rastreio espacial em terra para a sua rede de estações de rastreio ESTRACK. A estação é operada a nível local, ao abrigo de um contrato, por um consórcio de parceiros industriais portugueses. DESCRIÇÃO DO PROJETO A nova estação situa-se no Monte das Flores, a 210 m de altitude, com um excelente campo de visão sobre o Oceano Atlântico. É composta por uma antena parabólica de 5,5 m instalada sobre uma plataforma de betão, equipamento de telecomunicações, um sistema de energia garantida, sistema de para-raios e infraestrutura de apoio. Com a sua capacidade de autorrastreio, a antena consegue detetar telemetria em tempo real a partir de foguetões que se desloquem a 28 000 km/hora. Os dados são encaminhados para o ESOC, o Centro de Operações Espaciais da ESA, em Darmstadt, na Alemanha. A funcionar desde janeiro de 2008, a estação de Santa Maria acompanha o lançamento do Ariane e do Soyuz – lançados do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa – sobre grande parte do Oceano Atlântico. As suas atividades incluíram três Veículos de Transferência Automatizados (ATV) em missões de reabastecimento à Estação Espacial Internacional. Para estas missões, a estação conta com uma equipa central de seis pessoas mais pessoal de apoio técnico. Com a nova capacidade de receção de banda X (8 025-8 400 MHz), esta pode também transmitir dados científicos dos satélites de observação terrestre, como o ERS2 e o Envisat da ESA e o canadiano Radarsat. «Presta, também, apoio aos lançamentos do Galileo, para o sistema global de posicionamento de satélites da UE e vários projetos europeus de monitorização do ambiente. Entre estes últimos conta-se o CleanSeaNet, com deteção por satélite de derramamento de petróleo, e o Mariss, o Serviço de Segurança Marítima», explica José Contente, Secretário Regional para a Ciência, Tecnologia e Equipamentos do Governo Regional dos Açores. Mais informações: www.proconvergencia.azores.gov.pt AÇORES A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S À PROCURA DO ANANÁS PERFEITO PERFIL DO PROJETO PROJETO | Cultura do Ananás dos Açores: Investigação, Desenvolvimento e Aplicação de Tecnologias e Práticas Promotoras da Competitividade e Qualidade da Produção BENEFICIÁRIO | INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 1 658 900 EUR Cofinanciamento da UE: 1 410 100 EUR PERÍODO | 01/02/2009 – 30/06/2013 variáveis como a água, a luz e o aquecimento dentro do clima de estufa. CONTEXTO Os Açores começaram a cultivar ananás na década de 1860, no âmbito das novas culturas destinadas a substituir a laranja, cuja colheita estava em declínio. Famoso pelos seus aromas e doçura, a variedade local (Ananas comosus L. Merr) depressa se tornou popular em toda a Europa. É cultivado em estufas de vidro, de modo a manter a temperatura e a humidade corretas, e sem a utilização de fertilizantes químicos. Todavia, nos últimos 20 anos, a produção deste fruto diminuiu nas ilhas devido à crescente concorrência de ananases mais baratos, cultivados noutras partes, e às dificuldades em se encontrar mão-de-obra local com a especialização adequada. DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto Ananás dos Açores é liderado pelo INOVA, situado na ilha de São Miguel, e junta parceiros dos Açores e de Portugal continental. O objetivo é ajudar os produtores locais a cultivarem mais ananás e a obterem frutos de maior qualidade através da utilização de tecnologias e de práticas de cultivo melhoradas com base em conhecimentos científicos. Os estudos abrangem a fisiologia da planta, a produção in vitro e a propagação das plântulas de ananás, teste de diferentes substratos orgânicos, mais o efeito da adaptação de O ananás tem um ciclo de produção de dois anos, pelo que os promissores resultados preliminares do projeto ainda têm de ser sustentados pela produção de frutos daí resultante. Todavia, os parceiros já concluíram que o uso de substratos orgânicos mais ricos aumenta o desenvolvimento vegetativo da planta, ao mesmo tempo que a subida das temperaturas antes da floração pode produzir ananases maiores e mais doces. «Ao otimizar as condições de crescimento e as práticas de cultivo, nós esperamos obter o melhor fruto possível e alcançar um nível de qualidade padrão», afirma o professor Duarte Ponte. Os resultados desta investigação irão assegurar que o Ananás dos Açores continue a ser uma atração turística (este fruto não é cultivado em nenhuma outra região da Europa) e farão com que o fruto continue a ser um importante setor económico para as ilhas. O projeto estuda, também, vias para acrescentar valor, através da criação de novos produtos derivados do ananás, como sumos e compotas, em alturas de excesso de produção. Mais informações: www.inovacores.pt 9 ILHAS CANÁRIAS ESTADOMEMBRO | Espanha TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | As ilhas Canárias são um arquipélago atlântico composto por sete ilhas, situado a noroeste do Saara. O arquipélago das Canárias é composto por sete ilhas principais e diversas ilhotas, e estende-se por 450 km. Geograficamente, o arquipélago faz parte da Macaronésia, uma zona de origem vulcânica situada a noroeste da costa africana. As Canárias encontram-se a 2 000 km de Madrid. SUPERFÍCIE | 7 447 km2 POPULAÇÃO | 2 100 229 habitantes DENSIDADE | 282 hab./km² CAPITAL ADMINISTRATIVA | Santa Cruz de Tenerife e Las Palmas de Gran Canaria, em alternância. O relevo é muito variado. O Teide (3 718 m de altitude), em Tenerife, é o ponto mais alto de Espanha. A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 11 A fraca pluviosidade e a topografia próprias a estas ilhas traduzem-se por alguns pontos de água, mas pela inexistência de rios. As ilhas mais expostas à influência do oceano e às chuvas são La Palma, La Gomera e El Hierro. Temperatura média anual de 20 °C (com fracas oscilações), salvo em zonas montanhosas, onde é inferior. ATIVIDADES ECONÓMICAS As atividades tradicionais das Canárias são a produção de banana, de tomate, de batata, a criação de gado, a pesca, a piscicultura, a produção de plantas e de flores, a vinicultura, a indústria agroalimentar, assim como a energia e a dessalinização da água do mar. As atividades de ponta são a investigação e o desenvolvimento no domínio da biomedicina, a astronomia e o turismo. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO As Canárias fazem parte do sistema espanhol de comunidades autónomas no seio na monarquia parlamentar. As Canárias têm um Governo independente e um Parlamento próprios com 60 membros. As Canárias estão divididas em duas províncias: Las Palmas e Santa Cruz de Tenerife. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES A Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) é especializada na área da saúde, oceanografia, aquicultura, tecnologias da informação e da comunicação. A Universidade de La Laguna (ULL) é especializada no domínio das ciências humanas e sociais, engenharia biomédica, saúde, energia e ambiente. ILHAS CANÁRIAS 12 MELHORAR A GESTÃO E A SEGURANÇA DE EMERGÊNCIAS PERFIL DO PROJETO PROJETO | Red de Emergencias y Seguridad de Canarias (RESCAN) BENEFICIÁRIO | As autoridades públicas das Ilhas Canárias envolvidas nos serviços de segurança e emergências locais (Polícia, bombeiros, ambulâncias, emergência vulcânica, etc.) FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 11 199 500 EUR Cofinanciamento da UE: 7 448 000 EUR PERÍODO | 01/07/2010 – 30/10/2014 CONTEXTO Em situações de emergência ou de catástrofes naturais, quando a ajuda é urgente, as Ilhas Canárias podem ser negativamente afetadas devido à sua localização relativamente remota. A população e as infraestruturas estão, também, espalhadas por seis das oito ilhas do arquipélago, o que tem o potencial para complicar o fornecimento de assistência por ar ou mar por parte das organizações governamentais (estatais, regionais ou da ilha). O projeto RESCAN teve por objetivo aumentar a coordenação dos serviços de segurança e emergência em toda a região, através da introdução de uma rede áudio digital móvel. Baseado nas radiocomunicações digitais com recursos partilhados, nomeadamente no TETRA (Terrestrial Trunk Radio), este projeto fornece um único canal de comunicações aberto a todas as forças de emergência e de segurança da região – cerca de 30, no total. Uma empresa comum, constituída pela Teltronic, Técnicas Competitivas e Sampol, trata do fornecimento, instalação e manutenção da rede. DESCRIÇÃO DO PROJETO Sendo essencialmente uma rede virtual privada, o novo sistema oferece telefonia vocal e dados a todos os utilizadores autorizados tanto nas suas atividades diárias como em situações de emergência. Esta trabalha perfeitamente em conjunto com as redes públicas de comunicações existentes, tanto nacionais como europeias, mas mesmo assim é rápida e totalmente segura. Comunicações e coordenação melhoradas beneficiam tanto os cidadãos do arquipélago como a polícia, os bombeiros, os serviços de ambulância e os serviços associados. As mensagens difundidas através da rede também podem ser codificadas. A rede de rádio móvel serve mais de 7 000 terminais espalhados por mais de 10 000 grupos de comunicação. Também cobre 96 % do território, 90 % das águas interiores das Ilhas Canárias e 98 % da população. Um Centro de Controlo de Comunicações e dois centros de atendimento telefónico mantêm a rede a funcionar 24 sobre 24 horas, todos os dias do ano. Além disso, os centros de serviço também operam em sete ilhas. «O sistema RESCAN é vital para a coesão das Ilhas Canárias», salienta o gestor do projeto, Telesforo Martín. «Este melhora as comunicações para todos os serviços regionais, aumenta a respetiva capacidade de interação com os cidadãos em todo o arquipélago e melhora as capacidades tecnológicas locais». Por exemplo, as novas funções do sistema permitem que os serviços de emergência e de segurança acedam a mapas digitais e a aplicações em tempo real que podem ajudar a salvar vidas. Mais informações: www.gobcan.es/dgse/ temas/rescan.html ILHAS CANÁRIAS A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 13 PROMOVER A EXCELÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO MARINHA PERFIL DO PROJETO PROJETO | Projeto Estruturante em Ciências Marinhas (EXMAR) BENEFICIÁRIO | Instituto Marinho das Ilhas Canárias, Universidade de La Laguna, Universidade de Las Palmas de Gran Canária FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 973 200 EUR Cofinanciamento da UE: 827 200 EUR PERÍODO | 01/11/2008 – 30/04/2013 CONTEXTO A economia das Ilhas Canárias é altamente dependente do mar, tanto direta como indiretamente. Os principais setores incluem o transporte marítimo, a aquacultura e as pescas, o turismo e a agricultura. Para os ajudar a crescer de forma bem-sucedida e sustentável, esta comunidade autónoma espanhola e região ultraperiférica europeia lançou o projeto EXMAR. O objetivo é criar um espaço abrangente para a investigação de excelência em ciências marinhas, em particular para a investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação entre grupos de investigação. Isto deverá desencadear benefícios científicos, ambientais e socioeconómicos a nível local. O projeto é um de vários Projetos Estruturantes (Projectos Estructurantes) focados no desenvolvimento da economia do conhecimento das Ilhas Canárias. DESCRIÇÃO DO PROJETO Ao abrigo do projeto, várias equipas de ciências marinhas têm trabalhado em quatro áreas principais: aquacultura, biodiversidade e recursos marinhos, poluição e oceanografia. Os principais desafios incluem a descoberta de novas ou de melhores vias para lidar com o impacto do desenvolvimento turístico nas ilhas, combater a poluição como as algas tóxicas e garantir a sustentabilidade das pescas e de outros recursos marinhos. As equipas esperam conseguir isto através, por exemplo, do desenvolvimento e realização de objetivos científicos, da construção de uma capacidade de investigação mais eficiente e produtiva e através da transferência de tecnologias e inovação. De acordo com Andrea Brito, coordenadora do projeto, «nos últimos dois anos, um dos principais objetivos foi alcançado: a promoção, nas Ilhas Canárias, de um sistema sinergético entre os grupos de investigação marinha e destacar as suas capacidades junto das empresas de modo a facilitar a transferência de conhecimentos e tecnologia. Vinte e seis grupos de investigação de quatro instituições já se juntaram ao projeto». O projeto está ocupado a conseguir um navio de investigação marinha bem como laboratórios e equipamento oceanográfico que possam ser usados por todas as instituições participantes. Novos colaboradores, com conhecimentos marinhos, estão a ser recrutados para colmatar as falhas existentes no projeto. Uma melhor coordenação entre os parceiros também irá incentivar a investigação em ciências marinhas na ilha, ao mesmo tempo que promoverá um intercâmbio e uma cooperação com instituições mais longínquas. Mais informações: http://agencia.itccanarias.org/ es/actuaciones/2010/actuacion_proyectos_ estructurantes/ sub_pe_exmar.jsp GUADALUPE ESTADOMEMBRO | França TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Arquipélago situado no arco das Pequenas Antilhas, entre o Oceano Atlântico e o mar das Caraíbas Situada no coração do arco das Antilhas-Caraíbas, entre o mar das Caraíbas e o Oceano Atlântico, a Guadalupe é a maior ilha das Antilhas francesas. O arquipélago da Guadalupe é constituído por cinco grupos de ilhas. A Basse-Terre (a oeste) e a Grande-Terre (a leste) formam em conjunto a Guadalupe «continental», apesar de separadas por um A Guadalupe encontra-se a 6 800 km de Paris. SUPERFÍCIE | 1 705 km2 POPULAÇÃO | 448 961 habitantes DENSIDADE | 263,3 hab./km2 CAPITAL ADMINISTRATIVA | Basse-Terre A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 15 Além da indústria agroalimentar, o turismo e os serviços são outros dois setores de atividade principais da Guadalupe. As energias renováveis e a investigação aplicada (CIRAD, INRA, UAG, etc.) são reconhecidas como sendo setores de futuro. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO Departamento Ultramarino (DOM) desde a entrada em vigor da lei de 19 de março de 1946, a Guadalupe está administrativamente dividida em duas partes (Basse-Terre e Pointe-à-Pitre). Também região monodepartamental desde 1982, distingue-se pela existência de dois executivos (um conselho geral e um conselho regional). estreito canal de mar (o «Rivière salée»). À volta deste pedaço de terra em forma de borboleta no meio do mar, agrupam-se o arquipélago das Saintes (Terre-de-Haut e Terre-de-Bas) e as suas vizinhas, as ilhas La Désirade e Marie-Galante. A Guadalupe é um dos mais importantes destinos de férias das Caraíbas. Caracteriza-se por um relevo acidentado, oferecendo paisagens de uma grande diversidade (montanhas, rios, praias de areia branca, de areia preta, etc.) apesar da reduzida superfície do seu território. A Basse-Terre, mais elevada, está coberta por uma floresta muito densa, dominada pelo vulcão La Soufrière (1 467 metros de altitude), ainda em atividade. É nesta ilha que se encontra o 7.º parque nacional francês. A Grande-Terre é, pelo contrário, um planalto calcário de baixa altitude, com uma vegetação totalmente oposta. O arquipélago goza de um clima tropical temperado pelas influências marítimas e pelos ventos alísios. A temperatura média anual é de 26 °C. Devido às suas características geológicas, a Guadalupe está classificada em zona sísmica 5, de acordo com o quadro sísmico francês. ATIVIDADES ECONÓMICAS A economia da Guadalupe assenta sobretudo na agricultura, na indústria e no turismo. Entre as atividades tradicionais está a exportação da banana, do açúcar, do rum e do melão. A produção do melão é um bom exemplo de diversificação bem-sucedida. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES É na Guadalupe que se encontra a sede da Universidade das Antilhas e da Guiana (UAG Campus de Fouillole e SaintClaude). O polo da Guadalupe reúne, nomeadamente, as faculdades de ciências e de medicina. GUADALUPE 16 DA MEDICINA TRADICIONAL À QUÍMICA VERDE PERFIL DO PROJETO PROJETO | Phytobôkaz BENEFICIÁRIO | Phytobôkaz FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola (FEOGA) e Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) TOTAL | FEOGA 233 866 EUR FEADER 260 264 EUR PERÍODO | 2007-2008 (FEOGA) e 2010-2012 (FEADER) A cadeia de abastecimento de plantas medicinais e aromáticas é assegurada por agricultores selecionados no âmbito de uma convenção celebrada entre a Associação para a Promoção e o Desenvolvimento das Plantas Aromáticas e Medicinais da Guadalupe e a Câmara Agrícola da Guadalupe. Foi assinado um acordo com o Grupo Farmacêutico da Guadalupe com vista à distribuição dos produtos do laboratório pelas farmácias dos Departamentos Franceses da América. DESCRIÇÃO DO PROJETO O laboratório Phytobôkaz beneficiou de financiamentos dos Fundos de Coesão Europeus para vários projetos: a instalação da unidade de produção (2007), um estudo de viabilidade sobre a utilização das ceras da cana-de-açúcar (2008) e a criação de uma unidade de valorização de produtos de saúde derivados da banana (2010-2012). CONTEXTO Paul Bourgeois, fitoquímico, e Henry Joseph, farmacêutico e doutorado em farmacognosia, criam o laboratório Phytobôkaz em 2005. Têm como objetivo conceber, fabricar, produzir e comercializar produtos ligados ao bem-estar e à saúde provenientes de plantas da medicina tradicional da Guadalupe. Para além do interesse do público em relação às medicinas naturais, o laboratório insere-se na tendência de desenvolvimento da química verde, que assenta na exploração dos recursos vegetais, especialmente abundantes e diversificados nas regiões tropicais. Estes trabalhos permitiram o desenvolvimento da gama atual do laboratório, composta por seis produtos: a Banuline (prebiótico intestinal), o Bioven (pernas pesadas e circulação), o óleo de Galba (pele e cabelo), o Rumago (dores articulares e musculares), o Ti-Trezo (celulite) e o Virapic (defesas naturais). «Pretendemos distinguir-nos através da valorização da biodiversidade da nossa região», explica Henry Joseph. «A nossa atividade está estreitamente ligada à pesquisa e ao desenvolvimento, nomeadamente através do financiamento de teses de doutoramento que constituem um apoio para as nossas futuras atividades.» Mais informações: www.phytobokaz.fr/ GUADALUPE A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S ENERGIA GEOLÓGICA PROFUNDA PERFIL DO PROJETO PROJETO | Projeto geotérmico de Guadalupe BENEFICIÁRIO | Géothermie Bouillante FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 3 644 300 EUR Cofinanciamento da UE: 620 000 EUR PERÍODO | 08/10/2008 – 28/02/2011 17 DESCRIÇÃO DO PROJETO O objetivo agora é aumentar a produção energética total destas unidades. Isto pode envolver a perfuração de novos poços, voltar a injetar água no solo e/ou utilizar outras fontes de água. Recentemente, a sobre-exploração na segunda unidade de produção levou a uma queda gradual de pressão no reservatório geotérmico. Um novo projeto, parcialmente financiado pela UE e gerido pela empresa Géothermie Bouillante, propõe-se responder a estes desafios. Após vários estudos em 2009, no ano seguinte deu-se início ao trabalho de voltar a injetar água geotérmica no subsolo. Isto deverá permitir, por exemplo, que ambas as unidades de produção de eletricidade voltem a operar, após o encerramento forçado da unidade número um. O envelhecido equipamento desta última está também a ser renovado, de modo a que a unidade se possa manter em funcionamento até 2018 ou 2020. A energia geotérmica tem vários benefícios para a ilha, especialmente porque lhe confere um certo grau de independência energética. É, também, uma fonte de energia com baixo teor de carbono que tem um baixo nível de poluição associado, produz eletricidade de forma mais barata que as unidades alimentadas a gasóleo e cria postos de trabalho local na construção e na manutenção. Outras ilhas caribenhas vizinhas com uma geologia semelhante estão a considerar seguir o exemplo do sucesso geotérmico de Guadalupe. CONTEXTO Guadalupe tem falta de recursos próprios de energia fóssil, o que dá origem a dispendiosas importações de combustível. Todavia, desde 1986 que esta ilha das Caraíbas produz eletricidade com sucesso a partir de água aquecida por rochas vulcânicas situadas entre 320 e 340 metros de profundidade, na Ilha de Basse-Terre. Bouillante, uma pequena aldeia situada no oeste da ilha, alberga atualmente quatro poços que exploram esta valiosa fonte de energia. Contudo, apenas a água quente recolhida pelos poços um e dois é usada para alimentar as unidades de produção geotérmicas à superfície. O segundo entrou em funcionamento em 2005. Em conjunto, eles produzem 15 MW, cobrindo seis por cento das necessidades elétricas da ilha. «Além dos desafios de alcançar independência energética e desenvolvimento sustentável, o projeto geotérmico de Guadalupe também quer ser uma plataforma de excelência para a energia geotérmica europeia nas Caraíbas», afirmou Lucile Rossin, Diretora do Departamento Europeu do Secretariado Geral de Assuntos Regionais de Guadalupe. Mais informações: www.brgm.fr/AgendaNews/ dcenewsFile?ID=99 GUIANA ESTADOMEMBRO | França TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | A Guiana está situada a nordeste do continente sul-americano, sendo rodeada pelo Oceano Atlântico a norte, o Suriname a oeste e o Brasil a sul e a leste. Integra-se no Planalto das Guianas, que se estende desde a Venezuela até ao Brasil. Globalmente, a região apresenta-se como sendo uma parte de um planalto continental muito antigo que se estende desde o Estado de Amapá (Brasil) até à Venezuela, passando pelo Suriname e pela República Cooperativa da Guiana. A Guiana encontra-se a 7 500 km de Paris. SUPERFÍCIE | 83 846 km² POPULAÇÃO | 236 250 habitantes DENSIDADE | 2,81 hab./km² PARTICULARIDADE | A grande maioria da população concentra-se no litoral e ao longo dos grandes rios fronteiriços, enquanto o interior do território é pouco povoado e constitui um enclave. CAPITAL ADMINISTRATIVA | Caiena Uma faixa litoral de baixa altitude, constituída por sedimentos recentes, estende-se ao longo da costa, tendo uma largura variável. Esta zona está originalmente ocupada por savanas, florestas e, pontualmente junto ao mar, por mangais. No interior, o relevo em planaltos leva à formação de cascatas e rápidos, sendo o relevo geralmente composto por pequenas colinas. À exceção da faixa litoral, o país está coberto por uma densa floresta virgem (94 %). O planalto é atravessado por largos rios que marcam o litoral guianense. A sua situação junto do Equador confere à Guiana um clima equatorial húmido: duas estações secas (fevereiro/março e agosto/novembro) que alternam com duas estações de chuvas (dezembro/janeiro e abril/julho). A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 19 ATIVIDADES ECONÓMICAS A atividade económica na Guiana desenvolveu-se na faixa litoral onde se encontram as maiores cidades (Caiena, Kourou, Saint-Laurent-du-Maroni, Remire-Montjoly e Matoury). Está atualmente estruturada em volta dos setores tradicionais ainda existentes (agricultura, pesca, etc.) que se associam a uma importante atividade terciária. Para além disso, desde os anos 70, o Centro Espacial Guianense (Centre Spatial Guyanais) tem desenvolvido uma atividade de investigação e desenvolvimento assente nas tecnologias de ponta. Hoje em dia, os desafios do desenvolvimento económico da Guiana articulam-se em volta do desenvolvimento e da estruturação de vários setores importantes, nomeadamente a valorização da biodiversidade, a emergência do setor madeira-energia ou, ainda, o reforço do setor mineiro (setor aurífero e exploração petrolífera offshore). A criação de uma assembleia única (resultante da fusão do conselho geral e do conselho regional) foi votada a 24 de janeiro de 2010, na sequência de um referendo local. A reforma tornar-se-á efetiva em 2014. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO A Guiana é um departamento francês ultramarino (DOM) desde a entrada em vigor da lei de 19 de março de 1946. Esta região monodepartamental sobrepõe atualmente duas coletividades importantes (Região e Departamento) num mesmo perímetro geográfico. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES O polo guianense da Universidade das Antilhas e da Guiana oferece a maioria das formações superiores da Guiana (IESG-IUT). No domínio da investigação, é membro das principais Unidades Mistas de Investigação (UMI) existentes no território. A Guiana recebe equipas de investigação oriundas dos principais organismos nacionais (CNRS-IRD-CIRAD-BRGM -IFREMER). No âmbito da Estratégia Regional de Inovação (ERI), os principais intervenientes do território neste domínio trabalham em concertação num plano concreto de ações em torno de duas temáticas principais: os biorrecursos e as teletecnologias. Entre os parceiros da ERI encontra-se, em particular, o Centro Espacial Guianense para o setor das empresas e o Guyane Technopole para o acompanhamento. GUIANA 20 SIMULAR O IMPACTO DOS CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO NA FLORESTA TROPICAL PERFIL DO PROJETO PROJETO | Simulador destinado a explorar o impacto ambiental dos cenários de desenvolvimento da Guiana (GUYASIM) BENEFICIÁRIO | Centro Internacional de Investigação Agronómica para o Desenvolvimento (CIRAD), Unidade Mista de Investigação «Ecologia das Florestas das Guianas» FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 853 506 EUR Cofinanciamento da UE: 495 033 EUR PERÍODO | 30/04/2011 – 31/12/2013 atenuação das alterações climáticas. Para obter compromissos positivos entre estes dois caminhos, as autoridades da Guiana precisam de um instrumento para testar as várias opções de desenvolvimento que têm à sua disposição. DESCRIÇÃO DO PROJETO O GUYASIM é um programa informático de simulação que permitirá aos decisores justificarem as suas escolhas em matéria de ordenamento do território através de uma abordagem objetiva e quantificada. Em função dos vários cenários de desenvolvimento considerados, permitirá quantificar a evolução dos serviços ambientais do ecossistema florestal: o armazenamento de carbono, a erosão ou a manutenção da biodiversidade, bem como o funcionamento do solo. Este programa de simulação integrará os resultados e conhecimentos em matéria de espacialização dos serviços ecossistémicos da floresta guianense, de opções de desenvolvimento socioeconómicas e de impacto das alterações climáticas no ecossistema florestal guianense. CONTEXTO Como preservar a floresta amazónica e, simultaneamente, satisfazer as necessidades de um dos mais fortes crescimentos demográficos da União Europeia? Os decisores da Guiana devem, assim, combinar dois objetivos, a priori, antagónicos: por um lado, desenvolver o seu território através do ordenamento florestal e, por outro lado, preservar os serviços ambientais da floresta, nomeadamente em matéria de «Para concretizar a integração destes conhecimentos» explica Vivien Rossi, investigador no CIRAD e responsável pelo projeto, «conseguimos obter a colaboração dos estudantes da Universidade das Antilhas e da Guiana, nomeadamente os que frequentam o novo Mestrado em Ecologia das Florestas Tropicais.» É importante referir que, no âmbito dos mecanismos REDD+ que visam retribuir os países cujas florestas contribuem para a atenuação das alterações climáticas, o GUYASIM permitirá quantificar os serviços prestados pelo ecossistema guianense, oferecendo assim uma base para avaliar a retribuição financeira da Guiana. Mais informações: www.ecofog.gf/spip.php?article429 GUIANA A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S MELHORAR A GESTÃO DO AMBIENTE AMAZÓNICO GRAÇAS ÀS IMAGENS POR SATÉLITE PERFIL DO PROJETO PROJETO | Cartografia dinâmica dos territórios amazónicos – dos satélites aos atores (CARTAM-SAT) BENEFICIÁRIO | Instituto de Investigação para o Desenvolvimento, Unidade Mista de Investigação «ESPACE-DEV» FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 593 883 EUR Cofinanciamento da UE: 365 238 EUR PERÍODO | 17/11/2010 – 17/11/2012 CONTEXTO O território da Guiana enfrenta numerosos problemas espaciais: assoreamento e erosão do litoral, urbanização desenfreada, intensificação da agricultura, desenvolvimento da exploração mineira (legal e clandestina), alterações climáticas, etc. É crucial assimilar melhor estas problemáticas para prever a sua evolução. Para este efeito, foi criado um programa de monitorização por satélite do ambiente amazónico (http://www.seas-guyane.org). Este programa gera um fluxo importante de imagens (uma centena de imagens por dia na área de receção), o que permite, por exemplo, aliviar o problema da nebulosidade tropical. No entanto, devido à falta de tecnologias e métodos adaptados ao processamento de grandes quantidades de imagens, este fluxo é muito subaproveitado. DESCRIÇÃO DO PROJETO O CARTAM-SAT visa desenvolver métodos automáticos de armazenamento, catalogação, processamento e interpretação de imagens por satélite, com vista a criar, de forma automática e inteligente, uma cartografia dinâmica do território da Guiana. Trata-se de um programa pluridisciplinar que 21 associa a informática, a matemática aplicada e a ciência do ambiente. «Permitiu, em especial, contratar e formar jovens engenheiros e investigadores de doutoramento e pós-doutoramento,» refere Frédérique Seyler, responsável pelo projeto. O objetivo final do projeto é fornecer e atualizar os mapas temáticos destinados aos gestores do território. Mais informações: www.espace.ird.fr/index. php?option=com_content&view=article&id=154:ince ndie-et-biodiversite-des-ecosystemes-de-nouvelles-caledonie&catid=49&Itemid=71 22 Açores Madeira São Martinho Ilhas Canárias Guadalupe Martinica Guiana A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S Reunião 23 MADEIRA ESTADOMEMBRO | Portugal TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Arquipélago atlântico situado 900 km a sudoeste de Portugal (a 1 000 km de Lisboa) e 550 km a oeste da costa africana (Agadir) O arquipélago é composto por duas ilhas principais – a Madeira e Porto Santo – e por dois grupos de ilhas desabitadas: as Desertas (protegidas desde 1990, constituem uma reserva natural) e as Selvagens (selecionadas para serem Património Mundial da UNESCO). SUPERFÍCIE | 801 km2 POPULAÇÃO | 247 568 habitantes DENSIDADE | 309 hab./km2 CAPITAL ADMINISTRATIVA | Funchal O arquipélago possui um relevo muito diversificado. A ilha da Madeira tem uma topografia muito acidentada e o ponto mais alto é o Pico Ruivo (1 861 m de altitude). Por sua vez, a ilha de Porto Santo tem uma topografia oposta. Muito plana, com uma tira de areia dourada de 9 km, continua, hoje em dia, a ser um local ainda relativamente preservado do turismo. As ilhas Desertas têm um relevo escarpado, ao contrário das ilhas Selvagens. Relativamente ao clima, a Madeira goza de uma temperatura média anual que varia entre os 17 °C e os 22 °C. A taxa de pluviosidade pode ser elevada, principalmente na costa norte. A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 25 Porto Santo escapa a esta cintura nebulosa, pelo que o nível de pluviosidade é muito inferior ao da ilha da Madeira. As ilhas Desertas e as ilhas Selvagens têm um clima árido. ATIVIDADES ECONÓMICAS A economia da Madeira assenta em atividades tradicionais, como a agricultura (bananas destinadas ao mercado local e nacional, flores e vinho), a pesca artesanal, a produção de bordados, tapeçaria e cestaria. Por fim, o turismo constitui a maior fonte de receitas da economia da Madeira. A zona franca da Madeira desempenha um papel muito importante na diversificação e modernização da economia madeirense. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO Estatuto político-administrativo A Madeira é, desde 1976, uma região autónoma da República Portuguesa, com um Parlamento e Governo próprios. A sede do Governo Regional está situada no Funchal. A região está subdividida em onze municípios. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES O arquipélago tem uma universidade, a Universidade da Madeira. Aqui se encontra igualmente um observatório de astronomia, bem como o Centro de Ciências Biológicas e Geológicas (Centro de Estudos da Macaronésia) e o Centro de Ciências Matemáticas. O Centro de Ciências e Tecnologias da Madeira (CITMA) é o organismo de apoio às atividades de investigação e desenvolvimento (I&D). Por fim, o Madeira Tecnopolo é um polo tecnológico especializado em tecnologias da informação e da comunicação, bem como no domínio ambiental. MADEIRA 26 SOLUÇÃO SIMPLES PARA UM PROBLEMA DE DESPERDÍCIOS CRESCENTE PERFIL DO PROJETO PROJETO | Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) da Meia Serra BENEFICIÁRIO | Valor Ambiente, S.A. FINANCIAMENTO | Fundo de Coesão da UE TOTAL | 153 000 000 EUR Cofinanciamento da UE: 102 100 000 EUR PERÍODO | 01/03/2007 – 01/10/2008 ver uma estação de tratamento de resíduos já existente na Meia Serra. Situada no município de Santa Cruz, no centro-leste da ilha, esta estação foi o primeiro sistema integrado para o tratamento e eliminação de resíduos sólidos municipais quando ficou pronta, em 1991. DESCRIÇÃO DO PROJETO A Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) da Meia Serra desenvolve e prolonga as instalações já existentes no local. A estação de tratamento de resíduos foi alargada de modo a incluir um incinerador de resíduos urbanos (Instalação de Incineração de Resíduos Sólidos Urbanos – IIRSU), tendo sido instalado um sistema de compostagem para resíduos sólidos municipais. Foi também adicionado um incinerador para os resíduos hospitalares e dos matadouros (Instalação de Incineração de Resíduos Hospitalares e de Matadouro – IIRHM). Outras novas instalações incluem uma estação de tratamento de águas residuais e um novo aterro (Aterros Sanitários – AS). Os empreiteiros procederam ainda à selagem do antigo aterro, construíram redes de monitorização da qualidade ambiental, adicionaram estações de transferência (no leste e no oeste da Madeira e em Porto Santo), instalaram equipamento de triagem dos resíduos recicláveis e lançaram campanhas de sensibilização ambiental. CONTEXTO A eliminação de resíduos sólidos municipais pode ser um grande problema, principalmente em ilhas com uma capacidade de aterros limitada. Na última década, a Madeira construiu três novas estações (uma das quais na ilha de Porto Santo) destinadas a criar uma solução integrada de gestão dos resíduos gerados em ambas as ilhas – desde a recolha, à triagem, reciclagem e tratamento. O maior componente deste sistema foi um projeto destinado a desenvol- Graças à nova ETRS, a Madeira e o Porto Santo responderam aos desafios colocados pelos resíduos sólidos municipais em total cumprimento pelas diretrizes nacionais e da UE sobre a sua eliminação segura. O incinerador pode receber até 128 000 toneladas/ano de resíduos sólidos municipais e através do sistema de recuperação de energia produz até oito megawatts de eletricidade – cobrindo cerca de 4 % das necessidades elétricas da região e 15 % do consumo doméstico. «A solução deste projeto para a recuperação e eliminação de resíduos, num só local, está bem integrada com a triagem dos resíduos e o seu transporte para instalações de reciclagem em Portugal continental», afirma um membro do Conselho de Administração da Valor Ambiente. «Isto é benéfico para o ambiente, para a saúde pública e para a qualidade de vida das pessoas na Região Autónoma da Madeira.» Mais informações: www.valorambiente.pt/ etrs-meia-serra MADEIRA A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 27 FOCO NA TRADIÇÃO BALEEIRA E NA CONSERVAÇÃO DE CETÁCEOS PERFIL DO PROJETO PROJETO | «Baleia 3D» na Madeira BENEFICIÁRIO | Município de Machico FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 2 300 000 EUR Cofinanciamento da UE: 1 800 000 EUR PERÍODO | 2009–2013 CONTEXTO A atividade baleeira desempenhou em tempos um papel fundamental na economia madeirense, mas foi interrompida em 1981 por questões internacionais relacionadas com a conservação da espécie. Hoje em dia, milhares de pessoas visitam a ilha para admirar estas magníficas criaturas protegidas a nadar livremente no seu habitat natural. Os visitantes podem, também, aprender mais sobre os cetáceos – mamíferos marinhos – e a história local a eles associada no Museu da Baleia da Madeira, na aldeia de pescadores do Caniçal. O museu foi transferido para um edifício novo e maior e os seus equipamentos, exposições e ciência beneficiam do projeto a quatro anos Baleia 3D. DESCRIÇÃO DO PROJETO O Baleia 3D pretende melhorar os quatro aspetos mais importantes do museu: as exposições, a investigação científica, a educação e o lado comercial. O maior destaque vai para o conteúdo digital que está a ser desenvolvido – em cinco línguas – para criar uma rota inovadora para os visitantes do museu. Este conteúdo inclui 11 filmes novos, exibidos na Sala Baleeira ou na Sala dos Cetáceos. Utilizando projetores de alta tecnologia, os filmes focam-se em todos os aspetos da história baleeira da Madeira até ao estudo dos cetáceos. Sete dos filmes são exibidos na estereoscópica 3D, de modo a revelarem detalhes invulgares da evolução, anatomia e vida subaquática dos animais. O projeto instalou, igualmente, mais de 10 quiosques digitais, que oferecem mais informações sobre as baleias e os golfinhos, bem como um sistema de guia áudio (que abrange as exposições e respetivo contexto) em português, inglês, alemão, francês e espanhol. A equipa do museu continua, também, a adquirir, conservar e restaurar mais objetos históricos relacionados com a atividade baleeira local e o mar. Estes serão integrados na exposição permanente ou numa exposição temporária que irá visitar vários locais a nível nacional e internacional. «O projeto Baleia 3D cria as condições tecnológicas necessárias para que o museu da baleia possa ser uma porta aberta ao conhecimento e uma janela para o mar», afirma o Dr. Luís Freitas, Diretor do Museu. O projeto destaca de forma respeitosa o passado da ilha, ao mesmo tempo que sensibiliza as pessoas para os cetáceos e para os atuais esforços de conservação da espécie. Espera-se que estes resultados aumentem o impacto cultural e económico do museu e que abram caminho a frutíferas parcerias internacionais de investigação científica sobre os cetáceos. Mais informações: www.museudabaleia.org MARTINICA ESTADOMEMBRO | França TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Mar das Caraíbas (Oceano Atlântico) Com um relevo variado e acidentado, a Martinica é uma terra de contrastes. A Martinica encontra-se a 6 850 km de Paris. SUPERFÍCIE | 1 128 km² POPULAÇÃO | 395 953 habitantes DENSIDADE | 351 hab./km² CAPITAL ADMINISTRATIVA | Fort-de-France A zona norte, montanhosa e húmida, é dominada pela Montanha Pelée, com 1 400 m de altitude. O sul, menos acidentado, apresenta em alternância planícies e morros arredondados. A costa é muito escarpada e existem inúmeras baías e pequenos golfos. A Martinica possui 48 ilhéus, ecossistemas frágeis e reservas de espécies vegetais. O clima é tropical, quente e húmido, temperado pelos ventos alísios. A temperatura média anual do arquipélago é de 26 °C. A Martinica, tal como as outras ilhas das Pequenas Antilhas, está exposta aos fenómenos ciclónicos e sísmicos. A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 29 comunicação (TIC) oferecem saídas profissionais aos jovens cada vez mais qualificados. O turismo, a hotelaria e o setor dos cruzeiros, depois de confrontados com uma crise, estão a modernizar-se para captarem melhor os fluxos mundiais de turistas oriundos da UE e da América do Norte. A estratégia económica atual envolve preparar o relançamento de alguns setores, nomeadamente o setor agroalimentar, com base nas novas infraestruturas (zonas de atividades, porto, aeroporto, etc.) e na investigação. ATIVIDADES ECONÓMICAS A Martinica é uma economia agroexportadora confrontada com uma difícil mutação das suas estruturas produtivas. As atividades tradicionais registam evoluções: apesar da ajuda da UE, a banana, primeiro produto agrícola de exportação da ilha, tem cada vez mais dificuldades em enfrentar a concorrência internacional deste setor globalizado; apesar de uma fiscalidade penalizadora, a exportação de rum mantém-se nos mercados franco-europeus graças a selos como o DOC; a última refinaria de açúcar da ilha (SAEM Galion) é preservada graças à ação das coletividades. Outros setores, como a indústria agroalimentar, o artesanato, o setor da construção e das obras públicas, os serviços e algumas unidades de ponta, criam valor acrescentado comercial no PIB. Os setores novos e inovadores, como a biodiversidade, o setor terciário superior, as tecnologias da informação e da ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO Tal como em França, a Martinica têm quatro níveis de gestão: 1) Região; 2) Departamento; 3) Comunidades de Aglomeração e de Municípios; e 4) Municípios. Esta região monodepartamental é composta por 4 municípios: Saint Pierre (Norte das Caraíbas); Trinité (Norte do Atlântico); Fortde-France (centro) e Le Marin (sul). Na sequência da dinâmica criada pela descentralização em 1981, os habitantes da Martinica reivindicam uma evolução institucional de forma a melhorar a sua participação no desenvolvimento regional e da sua identidade. O processo foi iniciado pela Lei de Orientação para o Ultramar (LOOM) adotada em 2000. A evolução acabou por se concretizar, após os referendos de 2010, com a lei de 27 de julho de 2011. Tal como a Guiana, prevê a criação, em 2014, de uma coletividade única que substituirá o conselho geral e o conselho regional, reunindo as suas competências. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES A Martinica tem o campus universitário das Antilhas-Guiana onde se encontram, nomeadamente, as faculdades de direito e de economia; o Centro Internacional de Investigação, de Intercâmbios e de Cooperação das Caraíbas e das Américas (CIRECCA); assim como os Grupos de Estudos e de Investigação em Espaço Crioulo e Francófono (GEREC-F). Existe também um Centro Hospitalar Universitário (CHU). MARTINICA 30 UMA FÁBRICA PARA RECICLAR OS RESÍDUOS PLÁSTICOS LOCAIS PERFIL DO PROJETO PROJETO | Reciclagem de plásticos provenientes da recolha seletiva BENEFICIÁRIO | Sociedade Industrial de Reciclagem e Produção (SIDREP) FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 8 960 233,40 EUR Cofinanciamento da UE: 4 480 116,70 EUR PERÍODO | 2012 CONTEXTO O principal entrave à industrialização das regiões ultraperiféricas é conhecido: trata-se do afastamento, principalmente em relação às fontes de matéria-prima, mas também em relação ao escoamento dos produtos acabados, dado que a procura local é limitada e a dos vizinhos imediatos, frequentemente inexistente por motivos económicos. Devido à sua natureza, um projeto destinado a reciclar os resíduos plásticos poderia atenuar este duplo afastamento. Atualmente, devido à falta de valorização, a recolha dos produtos em polietileno tereftalato (PET) na Martinica representa menos de 10 % da massa existente e toda a zona caribenha procura canais de escoamento para esta fonte de poluição. O recurso é assim importante, próximo e explorável. Quanto ao escoamento, a procura local e mundial dos industriais da embalagem é real. DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto tem como objetivo ajudar a SIDREP a instalar uma unidade de transformação de matérias plásticas provenientes das recolhas de resíduos. A sua função é transformar as garrafas PET em subprodutos de duas qualidades. Os produtos de primeira qualidade (granulados) podem ser utilizados no fabrico de novas garrafas. Os produtos de segunda qualidade (palhetas) destinam-se ao fabrico de embalagens não alimentares. A capacidade da linha de produção é de 600 kg por hora, sendo a capacidade anual de 4 000 toneladas. «Este projeto vai ao encontro de três interesses», explica Christian Torres, responsável pelo projeto: «a recuperação e a reciclagem de plásticos não utilizados, a redução da poluição urbana e a criação de emprego, dos quais 8 empregos diretos.» Os compradores de palhetas e granulados caribenhos e europeus já manifestaram o seu interesse, nomeadamente a empresa Matières Plastiques Martiniquaises, um fabricante local de pré-formas. Mais informações: www.SIDREP.com (Site em construção) MARTINICA A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 31 AUMENTAR A PRODUÇÃO LOCAL DE SUMOS DE FRUTA PERFIL DO PROJETO PROJETO | Criação de um ateliê moderno de processamento de fruta BENEFICIÁRIO | Sas Denel e asbl Vergers et Jardins Tropicaux FINANCIAMENTO | Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) TOTAL | 793 300 EUR Cofinanciamento da UE: 402 986 EUR PERÍODO | 2011-2014 ram uma plantação de 100 ha de pomares, essencialmente goiabeiras. No entanto, esta produção é insuficiente para satisfazer as necessidades da ilha e da fábrica dado que a produção local representa apenas 38 % da cobertura de mercado. DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto de modernização da fábrica pretende duplicar a sua capacidade de produção, permitindo-lhe processar 1 800 toneladas de fruta por ano. No entanto, este aumento não é possível sem uma melhoria a jusante da produtividade do setor local. CONTEXTO Neste domínio, é necessário ajudar os arboricultores da Vergers et Jardins Tropicaux a aumentarem e diversificarem a produção frutícola de forma a satisfazer a crescente procura do mercado da Martinica e, mais especificamente, da fábrica Denel. Para tal, deve aumentar-se a superfície cultivada e permitir-se que os arboricultores adquiram um saber-fazer técnico orientado para frutos diferentes da goiaba, nomeadamente o maracujá, a cajá-manga, a carambola, o cunquate… Filial do grupo Antilles-Glaces, a fábrica Denel, em Gros-Morne, processa a fruta tropical para a transformar em sumo, compota e puré. Com atividade desde 1932, emprega 48 pessoas e processa 900 toneladas de fruta por ano. Produz com marcas próprias, trabalhando também por conta de terceiros, nomeadamente distribuidores europeus. «Este projeto irá permitir-nos reduzir progressivamente as importações de purés de fruta», explica Philippe Vourch, diretor de zona na Denel e responsável pelo projeto. «Para além disso, terá como vantagem contribuir para tornar as explorações agrícolas perenes, favorecendo a criação de novas áreas destinadas à arboricultura frutícola.» O abastecimento de fruta local realiza-se através da cooperativa Ananas Martinique (para os ananases) e da associação Vergers et Jardins Tropicaux (principalmente para a goiaba). Esta associação reúne 22 arboricultores que explo- Mais informações: www.denelmartinique.com REUNIÃO ESTADOMEMBRO | França TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Situada no Oceano Índico, a cerca de 800 km a leste de Madagáscar e 200 km a oeste da ilha Maurícia, a ilha da Reunião forma o arquipélago das Mascarenhas, juntamente com as ilhas Maurícia e Rodrigues. A Reunião tem uma costa de 210 km, essencialmente rochosa e com aluviais, à exceção de 25 km de praia de areia branca coralina e de 14 km de areia preta, situadas a oeste e a sul. A Reunião situa-se a 9 400 km de Paris. SUPERFÍCIE | 2 503,7 km² POPULAÇÃO 2011 | 839 480 habitantes DENSIDADE | 335 hab./km² CAPITAL ADMINISTRATIVA | Saint-Denis A ilha caracteriza-se por um relevo escarpado e pela existência de um dos vulcões mais ativos do mundo: o Piton de la Fournaise (2 631 m de altitude). A Reunião tem um clima tropical temperado pela influência dos ventos alísios. A existência de montanhas altas resulta em grandes diferenças microclimáticas ao nível das precipitações entre a costa oriental, chuvosa e exposta ao vento, e a costa ocidental, bastante seca (visto estar protegida pelo relevo); em termos de temperaturas, o clima é quente junto ao mar e as zonas altas são relativamente frescas. A temperatura média anual varia entre os 21 °C e os 32 °C ao nível do mar e entre os 12 °C e os 22 °C em zonas montanhosas. A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 33 A Reunião está situada na rota dos ciclones (o período mais ativo estende-se de janeiro a março). ATIVIDADES ECONÓMICAS As atividades tradicionais da Reunião são a agricultura (essencialmente cana-de-açúcar, carne e leite), a pesca, a indústria de substituição de importações e o setor da construção e das obras públicas. As atividades de ponta incluem o turismo, a indústria agroalimentar, a investigação biomédica, as tecnologias relativas à cultura de microalgas, bem como a indústria da energia solar. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO A Reunião é uma Região Ultramarina (ROM). O território está dividido em 4 municípios: Saint-Denis, Saint-Benoît, Saint-Paul e Saint-Pierre. Esta região monodepartamental está dotada de um conselho geral e de um conselho regional. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES As suas principais áreas universitárias são o direito, a economia e a gestão, as letras e as ciências humanas, bem como as ciências, as tecnologias e a saúde. Em 2009, 15 321 estudantes estavam inscritos no ensino superior. REUNIÃO 34 O SATÉLITE AO SERVIÇO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DA COOPERAÇÃO REGIONAL PERFIL DO PROJETO PROJETO | Estação de Teledeteção de Monitorização do Ambiente Assistida por Satélite no Oceano Índico (SEAS-OI) BENEFICIÁRIO | Conselho Regional da Reunião FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 10 190 000 EUR Cofinanciamento da UE: 6 000 000 EUR PERÍODO | 2008-2014. CONTEXTO Como em todos os territórios insulares, a gestão do espaço e o ordenamento do território estão a ganhar uma importância crucial devido ao crescimento demográfico, ao desenvolvimento agrícola, à urbanização, às catástrofes naturais… A observação e a monitorização por satélite tornaram-se instrumentos indispensáveis para apoiar as decisões e para a gestão quotidiana dos territórios terrestres e oceânicos. É neste contexto que a Região Reunião iniciou a construção de uma estação de receção e de processamento de imagens por satélite. DESCRIÇÃO DO PROJETO A SEAS-OI pretende criar um polo de excelência em matéria de teledeteção a partir de uma estação de receção e processamento de imagens por satélite de alta resolução que abranja todo o sudoeste do oceano Índico. Devem ser processados dois tipos de imagens: imagens por radar (RADARSAT-2 e ENVISAT) e imagens óticas (SPOT-4 e SPOT-5). As imagens por radar estão particularmente adaptadas à monitorização das zonas marítimas. As imagens óticas oferecem uma resolução que pode alcançar uma precisão de 2,5 m, permitindo assim inúmeras aplicações em matéria de imagens e cartografia terrestres. Estas serão orientadas para responder às problemáticas regionais em termos de ordenamento do território, de gestão dos meios naturais terrestres, de monitorização marítima, de monitorização epidemiológica, de preservação da biodiversidade, de acompanhamento de indicadores climáticos e de gestão dos riscos naturais. «A estação está implantada no TECHSUD, nas instalações do Instituto Universitário de Tecnologia de Saint-Pierre», explica Pierre Tessier, responsável pelo projeto na Região Reunião. «A Universidade da Reunião abriu, aliás, um mestrado internacional em “Teledeteção e Riscos Naturais” com vista a formar quadros superiores da Reunião e dos países da região do oceano Índico.» Assim, a SEAS-OI constitui uma oportunidade para desenvolver ações de cooperação regional com os países ACP desta área do oceano Índico. Mais informações: http://teledetection.univ-reunion.fr/tcc/ http://www.espace.ird.fr/ REUNIÃO A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S SOFISTICADO CICLOTRÃO SALVA VIDAS E APOIA A INVESTIGAÇÃO PERFIL DO PROJETO PROJETO | Investigação do Ciclotrão Reunião Oceano Índico (CYROI) BENEFICIÁRIO | Grupo de interesse público no Ciclotrão Reunião Oceano Índico (CYROI) FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 20 000 000 EUR Cofinanciamento da UE: 12 000 000 EUR PERÍODO | 01/01/2005 – 31/12/2008 CONTEXTO A França lançou um plano nacional contra o cancro em 2003. Este previa o desenvolvimento de 60 aparelhos PET (Tomografia de Emissão de Positrões) destinados a detetar o cancro na sua fase inicial. A região de saúde de Reunião/ Maiote (população 900 000) não se qualificava para a receção de um destes aparelhos, uma vez que a sua população ficava abaixo do limiar oficial de um milhão de habitantes. Por conseguinte, a Universidade de Reunião juntou forças com o Centro Hospitalar Regional com vista a criar o Ciclotrão Reunião Oceano Índico (CYROI). Com o cofinanciamento da UE, este grupo de interesse público comprou um ciclotrão 35 para uso em imagiologia médica bem como em investigação de alta tecnologia. DESCRIÇÃO DO PROJETO O CYROI é uma plataforma tecnológica que inclui edifícios e equipamento e que está disponível a empresas ou laboratórios públicos de Reunião e do Oceano Índico, bem como aos da Europa e do resto do mundo. A sua peça central é um ciclotrão, uma máquina compacta que produz feixes de iões acelerados para uso em investigação e medicina nuclear. Aberta em 2008, em São Dinis, o CYROI acolhe quatro tipos de atividade: produção radiofarmacêutica, investigação médica fundamental, desenvolvimento biotecnológico e económico de empresas em fase de arranque e formação e cooperação científica. O ciclotrão produz 18-FDG, um radiofármaco que é injetado nos pacientes para detetar tumores malignos. Em virtude disto, perto de 1 500 pessoas de Reunião ou de Maiote podem ser diagnosticadas com cancro a nível local, em vez de terem de se deslocar à França continental para receberem cuidados de saúde. A plataforma está, igualmente, equipada para uma ampla variedade de investigação biomédica, incluindo doenças metabólicas, infeciosas e emergentes e para a promoção da biodiversidade terrestre e marítima – diversidade pela qual esta região é mundialmente famosa. O Centro de Investigação e Monitorização Científica de Doenças Infeciosas no Oceano Índico (CRVOI) também está associado a esta plataforma. «Esta ferramenta sublinhou a perícia e as competências em investigação biomédica de Reunião, bem como da França e da Europa, no Oceano Índico», afirma Maya Cesari, Diretora Científica do CYROI. Mais informações: www.cyroi.fr SÃO MARTINHO ESTADOMEMBRO | França TOPOGRAFIA/CLIMA LOCALIZAÇÃO | Mar das Caraíbas (Oceano Atlântico). A parte norte da ilha é a maior e a mais montanhosa (pequenos morros). A quase ilha das Terres-Basses, composta por um planalto e pelas três Mornes Rouges, está ligada pelo cordão litoral de areia chamado Sandy Ground. São Martinho situa-se a 6 700 km de Paris. SUPERFÍCIE* | 51 km² POPULAÇÃO* | 37 461 habitantes DENSIDADE* | 734 hab./km2 CAPITAL ADMINISTRATIVA | Marigot A Pointe des Canonniers é o ponto mais ocidental dos territórios da União Europeia (UE). O clima é tropical, temperado pelas influências marítimas e pelos ventos alísios. A temperatura média anual é de 26 °C. Tal como as outras ilhas, São Martinho está exposta a uma forte atividade sísmica. * parte francesa da ilha A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 37 ATIVIDADES ECONÓMICAS A economia de São Martinho assenta: a nas atividades tradicionais, ou seja, o comércio, o setor da construção e das obras públicas, e os serviços; a nas atividades de ponta, nomeadamente o turismo de luxo, o turismo náutico e o turismo gastronómico. ESTATUTO POLÍTICOADMINISTRATIVO A organização política desta ilha está dividida entre a parte francesa, a norte (São Martinho), e a parte holandesa, a sul (Sint Maarten). São Martinho é uma Coletividade Ultramarina (COM) francesa desde 15 de julho de 2007. Até essa data, dependia administrativamente do Departamento Ultramarino (DOM) da Guadalupe do qual era o 3.º município, juntamente com São Bartolomeu, que também tem hoje o estatuto de COM. UNIVERSIDADES/ESPECIALIDADES A rede escolar de São Martinho limita-se aos estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário. SÃO MARTINHO 38 UMA INFRAESTRUTURA DEDICADA À CULTURA PERFIL DO PROJETO PROJETO | Criação de um equipamento público para acolher os Arquivos do Território, um auditório e uma mediateca BENEFICIÁRIO | Coletividade Ultramarina de São Martinho FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 9 845 698 EUR Cofinanciamento da UE: 3 151 351 EUR PERÍODO | 2011-2012 DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto consiste em criar uma vasta infraestrutura inteiramente dedicada à sua vocação cultural e de conservação patrimonial. O edifício inclui três andares com cerca de 1 600 m² cada. Foi concebido para acolher os Arquivos do Território, um auditório e, no último andar, uma mediateca. Trata-se, assim, de permitir à antiga biblioteca ir além da sua anterior vocação, propondo outros meios de comunicação aos seus utilizadores. O novo edifício foi concebido numa perspetiva de economia de energia: o telhado está equipado com painéis solares e a fachada possui sistemas de proteção para reduzir o impacto dos raios solares e, logo, os custos do ar condicionado. «O local de implantação não foi escolhido por acaso», afirma Afif Lazrak, secretário-geral da prefeitura e responsável pelo projeto. «O objetivo da mediateca é tornar-se um centro de atividade e de atração num bairro desfavorecido onde existem muitos alojamentos sociais.» Mais informações: www.saint-barth-saint-martin. pref.gouv.fr CONTEXTO A atual biblioteca de São Martinho situa-se em instalações antigas e demasiado pequenas para receber mais de 20 000 visitantes por ano, dos quais mais de 80 % são alunos do ensino primário ou secundário. Nestas condições, torna-se difícil para esta infraestrutura cumprir as suas outras missões culturais e educativas, nomea-damente a de permitir aos jovens descobrirem e familiarizarem-se com as novas tecnologias da informação, assim como o exige a política nacional de educação e ensino. SÃO MARTINHO A S R E G I Õ E S U LT R A P E R I F É R I C A S R E G I Õ E S D A E U R O PA , D E T R U N F O S E D E O P O R T U N I D A D E S 39 UM LABORATÓRIO DE LÍNGUAS LIGADO AO RESTO DO MUNDO PERFIL DO PROJETO PROJETO | Espaço Multimédia (GRETA São Martinho e São Bartolomeu) BENEFICIÁRIO | Coletividade Ultramarina de São Martinho FINANCIAMENTO | Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) TOTAL | 169 213 EUR Cofinanciamento da UE: 152 292 EUR PERÍODO | 2012 Por isso, este laboratório deve poder bene-ficiar de uma ligação eficaz com o resto do mundo para permitir aos estudantes pro-curarem os professores onde estes se encontram. DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto GRETA tem como objetivo instalar um laboratório de línguas dotado de equipamento eficaz em matéria de tecnologias da informação e da comunicação. Consiste, assim, em criar e colocar em funcionamento um verdadeiro espaço mul-timédia dedicado à aprendizagem das línguas: trinta postos de trabalho (dos quais dois acessíveis a pessoas com deficiência), um quadro interativo, duas câmaras, dois vídeo-projetores, um acesso prioritário à Internet e, claro, todos os programas de aprendizagem em laboratório de línguas. CONTEXTO Durante a sua movimentada história, São Martinho recebeu a presença de várias comunidades que falavam línguas diferentes: francês, inglês, espanhol, neerlandês, crioulo… Esta situação, bem como a vocação altamente turística do local fazem de São Martinho uma ilha onde o multilinguismo é uma necessidade. A aprendizagem das línguas no âmbito do ensino secundário e superior é, assim, um elemento cru-cial da política educativa. Um laboratório de línguas revela-se mais do que necessário para o êxito destas formações. No entanto, este laboratório deve poder atenuar outro inconveniente associado à insularidade e à reduzida dimensão da coletividade: a falta de professores, principalmente para as formações superiores que exigem competências superiores. A contratação de um técnico especializado é indispensável para assegurar a manu-tenção e o bom funcionamento deste equipamento. Este espaço não estará reservado apenas às formações superiores: «O GRETA assinou uma convenção com o Lycée des Iles du Nord para que os alunos desta escola secundária possam utilizar este espaço», explica Afif Lazrak, secretário-geral da prefeitura e responsável pelo projeto. Mais informações: www.saint-barth-saint-martin. pref.gouv.fr 40 AS RUP EM NÚMEROS AS ESTATÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS Açores Ilhas Canárias Guadalupe Guiana Madeira Martinica Reunião São Martinho* População (2011) PIB/hab (UE=100) (2009) Desemprego (2010) Desemprego jovem (15 aos 24 anos) (2010) Desemprego entre as mulheres (2010) 245 811 2 100 229 448 961 236 250 247 568 395 953 839 480 75,2 87,3 65,9 52,8 104,9 71,8 66,8 6,9 28,7 23,8 21 7,4 21 28,9 17,1 51,7 55,1 42,6 17,3 59 54,7 7,1 28,1 26 24,9 6,2 22,2 30 Fontes: Eurostat (2009-2011) MONTANTE DAS SUBVENÇÕES EUROPEIAS 20072013 EM MILHARES DE EUROS Açores Ilhas Canárias Guadalupe Guiana Madeira Martinica Reunião Totais FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) FSE (Fundo Social Europeu) FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural) 966 300 1 019 300 542 700 305 100 320 500 417 100 1 014 300 4 585 300 190 000 117 300 185 200 100 000 125 400 97 800 516 900 1 332 600 294 000 154 000 142 000 76 500 179 000 103 200 329 400 1 278 100 * São Martinho, região ultraperiférica (RUP) de pleno direito desde 1 de dezembro de 2009, ainda não tem estatísticas socioeconómicas Eurostat separadas das estatísticas da Guadalupe (ilha à qual estava anteriormente ligada). Para o período de 2007-2013, acrescenta-se a dotação do POSEI (Programa de Opções Específicas para o Afastamento e Insularidade) de um montante de 4 162 milhões de euros, bem como uma dotação de 100,8 milhões de euros ao abrigo do FEP** (Fundo Europeu das Pescas), distribuídas às RUP por intermédio dos Estados-Membros. ** Montante indicativo. . Comissão Europeia Europe Direct é um serviço que responde às suas perguntas sobre a União Europeia. As Regiões Ultraperiféricas Regiões da Europa, de trunfos e de oportunidades Linha telefónica gratuita (*): 00 800 6 7 8 9 10 11 (*) Alguns operadores de telefonia móvel não permitem o acesso aos números iniciados por 00 800 ou cobram estas chamadas. 2012 — 40 p. — 18,5 × 23 cm ISBN 978-92-79-24955-6 doi:10.2776/6353 Comissão Europeia, Direcção-Geral da Política Regional Comunicação, Informação e Relações com Países Terceiros Raphaël Goulet Avenue de Tervueren 41, B – 1040 Bruxelas E-mail: [email protected] Internet: http://ec.europa.eu/regional_policy/index_en.htm Publicação impressa em francês, inglês, espanhol e português e disponível em: http://ec.europa.eu/regional_policy/activity/outermost/index_pt.cfm As opiniões expressas nesta publicação são da responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Comissão Europeia. COMO OBTER PUBLICAÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA? © Copyrights: Capa: iStockphoto – Shutterstock, página 7: iStockphoto – CE, página 8: CE, página 9: CE, página 10: CE, página 11: iStockphoto, CE, página 12: CE, página 13: CE, página 14: iStockphoto , página 15: iStockphoto, página 16: CE, página 17: CE, página 19: iStockphoto – Shutterstock, página 20: CE, página 21: CNES, página 25: iStockphoto, página 26: CE, página 27: CE, página 29: iStockphoto, página 30: CE, página 31: CE, página 33: iStockphoto, página 34: M. David Chane, página 35: CE, página 37: iStockphoto, página 38: CE, página 39: CE. Fontes estatísticas: Eurostat 2011 (São-Martinho: INSEE) Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu). Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação. Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2012 ISBN 978-92-79-24955-6 doi:10.2776/6353 © União Europeia, 2012 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Printed in Belgium IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO (ECF) Publicações gratuitas: tWJB&6#PPLTIPQIUUQCPPLTIPQFVSPQBFV tOBTSFQSFTFOUBÎÜFTPVEFMFHBÎÜFTEB6OJÍP&VSPQFJB Pode obter os respectivos contactos em: http://ec.europa.eu ou enviando um fax para: +352 2929-42758. Publicações pagas: tWJB&6#PPLTIPQIUUQCPPLTIPQFVSPQBFV Assinaturas pagas (por exemplo, as séries anuais do Jornal Oficial da União Europeia, as colectâneas da jurisprudência do Tribunal de Justiça): tBUSBWÏTEFVNEPTBHFOUFTEFWFOEBTEP4FSWJÎPEBT1VCMJDBÎÜFTEB6OJÍP&VSPQFJB (http://publications.europa.eu/others/agents/index_pt.htm). KN-31-12-704-PT-C AS REGIÕES ULTRAPERIFÉRICAS REGIÕES R EGIÕES DA DA EUROPA, EUROPA DE TTRU DE TRUNFOS E DE OPORTUNIDADES OR ID DA ADE A Açores Madeira São Martinho Ilhas Canárias Guadalupe Martinica Guiana Reunião Política regional