Full text - Sociedade Brasileira de Cefaleia

Transcrição

Full text - Sociedade Brasileira de Cefaleia
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Resumos
Síndrome Cluster-TIC em criança com excelente resposta terapêutica à termocoagulação
por radiofrequência
Regina Coeli de Carvalho Porto Carneiro1,2, Paulo Roberto Lacerda Leal1, Gerardo Cristino de Menezes Neto1,
Luzia Julia Porto Carneiro2, Francisca Tayna Andrade Tavares2, Jessyka Ingryd de Souza Lima2,
Felipe Camara Barros Pinto2, Mariana Lima de Souza2, Joao Jose Freitas de Carvalho3
2
1
SCMS - Santa Casa de Misericórdia de Sobral – CE
INTA - Instituto Superior de Teologia Aplicada – Sobral, CE; 3HGF – Hospital Geral de Fortaleza – CE
Objetivos: A síndrome Cluster-Tic é caracterizada pela coexistência de cefaleia em salvas e neuralgia do trigêmeo. É afecção
incomum ainda não descrita em crianças.
Relato do Caso: Relatamos o caso de AACC, 10 anos, sexo masculino, que desde os 5 anos de idade passou a apresentar
episódios recorrentes de dor na metade inferior da hemiface direita com duração média de 20 minutos, intensa, associada a
lacrimejamento, rinorreia, vermelhidão na hemiface (que atinge a orelha ipsilateral) e grande inquietação. A essas crises se
associaram, meses depois, episódios de dores na mesma hemiface, de curta duração, em choques repetidos, na topografia de
V2 e V3, deflagrados por mastigação, fala e escovação dos dentes ou toques sutis na asa do nariz. Fez uso de vários
medicamentos (incluindo verapamil e carbamazepina) com alívio temporário e incompleto das dores. Exames de neuroimagem
descartaram causa secundária para a neuralgia, em especial compressão vascular de raízes trigeminais. Após discussão do
caso com a neurocirurgia, decidiu-se pela termocoagulação por radiofrequência (T-RF) através de punção radioguiada pelo
forame oval (sequência de três lesões de 60ºC por tempo médio de um minuto/lesão). O paciente foi acordado nos intervalos
entre as lesões para avaliar se o território termocoagulado correspondia ao dermátomo doloroso e verificar a presença do
reflexo corneano. O procedimento foi considerado encerrado ao observar-se hipoestesia no território neurálgico. Houve
imediato e completo desaparecimento da dor, que persiste após um ano mesmo com a descontinuação de todos os medicamentos.
A hipoestesia facial persistiu até o terceiro mês pós-operatório e desapareceu espontaneamente.
Conclusão: A termocoagulação por radiofrequência pode ser alternativa terapêutica em pacientes com síndrome cluster-tic
refratária mesmo em idades não habituais, como crianças.
Palavras
alavras-- chave: Cluster; Criança; Termocoagulação
Presença de cefaleia como causa primária em incidentes com mergulho no período
de 2001 a 2009
Marcos Antonio Inacio de Oliveira Filho1, Louana Cassiano Silva Lima1, Marcelo Moraes Valença1
1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
Objetivos: Identificar a frequência absoluta e a frequência relativa de casos de cefaleia reportados à DAN Internacional
como fonte primária de incidentes com mergulho no período de 2001 a 2009.
Métodos: O site da DAN Internacional tem relatórios de incidentes com mergulho ao redor do mundo separados por ano, em
formato PDF e de livre acesso. Estes documentos foram baixados e avaliados quanto à frequência de cefaleia como queixa
primária no incidente.
Resultados: Os dados referentes ao número de casos reportados, frequência absoluta e frequência relativa de casos de
cefaleia encontram-se descritos na Tabela 1. No Gráfico 1 encontra-se o comportamento da variável número de casos ao
longo dos anos'. A prática do mergulho autônomo em profundidades superiores a 18 m para pessoas com migranea(1) é
contraindicada. Tensão antes de mergulhar pode estar ligada a diversos fatores como medo da fauna marinha, pouca experiência
de mergulho ou mesmo insegurança quanto ao equipamento utilizado,(2,3) e que poderia funcionar como agente causador do
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
115
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
episódio de cefaleia. Vale ressaltar que a prevalência de cefaleia no Brasil de 15,2%(4) é maior que os valores observados na
Tabela 1, que são valores mundiais.
Conclusão: Baseando-se nos dados obtidos, sugere-se que não há relação causal clara entre o mergulho autônomo e crises
de cefaleia capazes de contraindicar a prática desta atividade, desde que seguidas as regras para prática segura do mergulho.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Mergulho; Causa primária
Má-formação de Arnold Chiari Tipo I - volume e medidas de fossa posterior e
tronco encefálico
Marcos Antonio Inacio de Oliveira Filho1, Louana Cassiano Silva Lima1, Marcelo Moraes Valença1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
1
Objetivos: Identificar possíveis diferenças anatômicas da má-formação de Arnold Chiari Tipo I em uma paciente e comparar
com os dados de uma paciente sem a doença.
Métodos: Após realização de exame de Ressonância Magnética de cabeça sem contraste em uma paciente saudável e em
uma paciente com má-formação de Chiari Tipo I calcularam-se o volume do tronco cerebral e da fossa posterior, largura do
tronco cerebral, tamanho da herniação tonsilar, profundidade da fossa posterior, altura do cerebelo e diâmetro do canal
medular. Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa da UFPE. A participação de ambas as pacientes foi
voluntária e, após a explicação do objetivo da pesquisa, foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados: Paciente 1, do sexo feminino, 52 anos de idade com diagnóstico de cefaleia precipitada por Valsalva, cefaleia da
gargalhada e cefaleia de esforço. Paciente 2, com idade de 43 anos e sem diagnóstico de cefaleia ou má-formação de Chiari.
Os dados referentes aos volumes e medidas lineares encontram-se descritos na Tabela 1. Estes dados estão em conformidade
com outros estudos nos quais foi calculado o volume da fossa posterior,(1) sendo o uso de neuroimagens amplamente utilizado
na área médica com fins de diagnóstico e tratamento.(2)
Conclusão: Baseando-se nos dados obtidos no presente estudo sugere-se que há características anatômicas bem delimitadas
na má-formação de Arnold Chiari tipo I que podem ser utilizadas para diagnóstico mais precoce e auxílio no tratamento da
referida doença. Ressalta-se também a necessidade de estudos com amostras maiores para que se possa obter medidas mais
fidedignas.
Palavras
alavras-- chave
chave: Chiari tipo I; Volume; Cefaleia
Associação entre cefaleia e sintomas de transtornos alimentares em adolescentes
Dayzene da Silva Freitas1, Débora Wanderley Bezerra e Silva1, Mariana Luiza da Silva Queiroz1,
Gabriela Almeida da SIlva1, Maria Cristina Falcão Raposo1, Louana Cassiano da Silva Lima1, Hugo André de
Lima Martins1, Rosana Christine Cavalcanti Ximenes1, Marcelo Moraes Valença1, Daniella Araújo de Oliveira1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
1
Objetivos: Caracterizar a associação entre cefaleias primárias e sintomas de transtornos alimentares em adolescentes.
Métodos
Métodos:: Estudo transversal e analítico realizado com 376 adolescentes (idade de 13±2 anos, 240 do sexo feminino),
matriculados em escolas públicas estaduais do Recife, nos anos de 2013 e 2014. Os sintomas de transtornos alimentares
foram identificados utilizando o Eating Attitudes Test (EAT-26) e o Teste de Avaliação Bulímica de Edimburgh (BITE). A
presença e a caracterização da cefaleia foram verificadas por meio de um questionário, baseado nos critérios da ICHD-III,
versão beta, 2013.
Resultados: Cefaleia nos últimos 30 dias esteve presente em 241/376 (64,1%) adolescentes, dos quais 225/376 (59,8%)
apresentaram dores de cabeça que preenchiam critérios para migrânea, 16/376 (4,3%) para cefaleia do tipo tensional e 135/
376 (35,9%) sem cefaleia. Na escala EAT-26, 86/376 (22,9%) adolescentes apresentaram sintomas indicativos de transtorno
alimentar (EAT positivo). Não houve diferença na frequência dos sintomas entre os sexos [59/240 (24,6%) meninas e 27/136
(19,9%) meninos, p=0,294; X2]. Não houve associação entre queixa de cefaleia nos últimos 30 dias e sintomas de transtorno
alimentar na EAT [apresentaram cefaleia 57/86 (66,3%) estudantes com EAT positivo vs. 184/290 (63,4%) com EAT negativo,
p=0,631; X2]. Apresentaram bulimia nervosa (BITE positivo) 131/376 (34,8%) adolescentes, sem diferença entre os sexos [91/
240 (37,9%) meninas vs. 40/136 (29,4%) meninos, p=0,096; X2]. Na escala BITE houve associação entre ocorrência de
cefaleia nos últimos 30 dias e a presença de sintomas de bulimia nervosa (p=0,027), bem como a sua gravidade (p=0,008)
116
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
nos adolescentes que apresentaram escores elevados dos sintomas e comportamentos bulímicos.
Conclusão: Cefaleia pode estar associada aos sintomas de bulimia nervosa (BITE positivo) em adolescentes que apresentam
um comportamento de compulsão alimentar de grande intensidade.
Palavras
alavras-- chave: Adolescente; Bulimia; Cefaleia; Transtorno da alimentação
Cefaleia e analgesia no pós-operatório de craniotomia
Miriam Geisa Virgens Menezes, Maria do Carmo de Oliveira Ribeiro, Carlos Umberto Pereira,
Ana Maria Calil Sallum, Mariângela Silva Nunes, José Antonio Barreto Alves
UFS – Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, Sergipe, Brasil
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, Brasil
Objetivos: Identificar o tipo de dor mais prevalente em pacientes no pós-operatório de craniotomia e avaliar o uso da
analgesia nesse grupo de pacientes.
Métodos: A casuística foi constituída de 55 pacientes submetidos à craniotomia. Os pacientes foram avaliados do primeiro
ao sétimo dia pós-operatório. Os dados foram armazenados e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS),
versão 17.0. As variáveis analisadas foram o gênero, dados sociodemográficos, avaliação da presença da dor, local da dor,
intensidade do fenômeno doloroso, uso da analgesia, profissionais que registraram a dor nos prontuários dos pacientes e
presença da insônia.
Resultados: Os resultados revelaram que a cefaleia foi a principal dor relatada pelos pacientes, presente do primeiro ao
sétimo dia pós-cirurgia. Foi possível perceber que em alguns casos havia inexistência da prescrição de analgésicos e mesmo
o grupo de pacientes que utilizou analgésicos, esses medicamentos não foram eficazes para o alívio da cefaleia. O modelo
final de regressão logística revelou que a insônia (OR=10.6)
Conclusão: A cefaleia foi à principal queixa de dor no pós-operatório de craniotomia e a sua intensidade variou de leve a
intensa, a analgesia utilizada não foi eficaz para o controle da cefaleia pós-cirúrgica. O manejo adequado da cefaleia póscraniotomia pela equipe multidisciplinar pode contribuir com a recuperação neurológica mais precoce dos pacientes submetidos
à craniotomia e deve fazer parte da assistência pós-cirúrgica, com vistas à recuperação precoce e um atendimento humanizado.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Analgesia; Craniotomia
Enxaqueca oftalmoplégica (EO): mais um diagnóstico, ou outro sinal da migrânea?
Edgard Vasconcellos Ikehara1, José Eduardo Gomes de Vasconcellos1
1
UMC – Universidade de Mogi das Cruzes – SP
Objetivos: Enxaqueca oftalmoplégica (EO) é entidade rara que apresenta crises recorrentes de dores de cabeça com
características da enxaqueca associada a paresia de um ou mais nervos cranianos (comumente o oculomotor), na ausência de
quaisquer lesões intracranianas demonstráveis.(1) A seguir descrevemos um caso de paciente com enxaqueca complicada há
muito anos que subitamente apresentou plegia ocular.
Métodos: Jovem, 24 anos, masculino, estudante de medicina, com enxaqueca hemicraniana com aura visual e motora há 14
anos. Crises de um a dois dias de duração, dores excruciantes, náuseas e vômitos que não retrocedem com uso oral de aines,
analgésicos e triptanos, sendo imperativo hospitalização para aborto das mesmas (duas a tres vezes ao ano). Uso profilático
irregular de flunarizina, topiramato e ácido valproico. Atualmente, utiliza ácido valproico e venlafaxina. Última crise de mesma
característica e evolução ocorrera há duas semanas. Estava no período de ressaca com fotofobia, porém sem dores quando
apresentou, pela primeira vez, plegia do olho esquerdo e dilatação pupilar, internando-se em hospital capacitado. Sem outras
evidências neurológicas aos exames clínico e físico. Líquor, CT, MRI, angiorressonância arteriovenosa cerebral e carotídea sem
alterações. Oftlamoplegia regrediu espontaneamente após duas horas da internação. Alta hospitalar após 4 dias.
Resultados: Discussão: Até 1988, a Sociedade Americana de Cefaleia (IHA) inseria a EO como variante da exaqueca,(2)
porém características clinicas, entre outras, dissociação temporal do quadro oftalmoplégico e fase dolorosa, fizeram com que
a IHS, em 2004, incluisse EO em um novo capitulo "Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial".(1) Outros autores(3,4)
discutem um papel inflamatório e desmielinizante no nervo craniano nas EO corroborando na dissociação (enxaqueca e EO).
Conclusão: EO é entidade clíinica rara controvérsia e improvável que seja uma variante da enxaqueca.
Palavras
alavras-- chave: Enxaqueca; Oftalmoplégica; Aura; Fotofobia; Paresias
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
117
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Cefaleia e alterações estomatognáticas em pacientes após craniotomia: estudo clínico
e algométrico
Carlos Michell Tôrres Santos2, Pábula Thais Rodrigues de Lima Tôrres2,
Leonardo Yung dos Santos Maciel1,2, Carlos Umberto Pereira1, Mauricio Lima Poderoso Neto1,2,
Jader Pereira de Farias Neto1, Marcelo Mendonça Mota2
1
UFS – Universidade Federal de Sergipe – São Cristóvão, SE; 2FASE – Faculdade Estácio de Sergipe – Aracaju, SE
Objetivos: Avaliar clinicamente o sistema estomatognático em pacientes submetidos a craniotomia pterional e a incidência
e impacto da cefaleia na vida dessas pessoas.
Métodos: Um total de 15 pacientes foram submetidos a craniotomia pterional e tiveram sua disfunção temporomandibular
(DTM) avaliada através dos critérios diagnósticos de pesquisa em DTM, após foi realizada a mensuração do limiar de dor à
pressão dos músculos mastigatórios, aplicação da versão brasileira do questionário McGill e teste de impacto de cefaleia,
versão 6 no pré-operatório e 60, 120 e 180 dias após a cirurgia. A análise estatística foi realizada através do teste do quiquadrado, ANOVA para medidas repetidas, seguida pelo pós-teste de Dunnet ou teste de Friedman seguido do pós-teste de
Dunn de acordo com a necessidade.
Resultados: Este estudo preliminar mostrou que, apesar da boa recuperação pós-operatória apresentada pelos pacientes, a
maioria dos indivíduos submetidos a craniotomia pterional teve a abertura da boca limitada ao longo do estudo. O número de
indivíduos que referiram dor à palpação da articulação temporomandibular aumentou significativamente aos 60 dias após a
cirurgia. Os limiares de dor à pressão para o músculo temporal anterior reduziu significativamente em 120 dias após a cirurgia
e o impacto da dor de cabeça diminuiu gradualmente durante o estudo.
Conclusão: Pacientes submetidos a craniotomia pterional apresentaram piora na percepção álgica à palpação no músculo
temporal e da articulação temporomandibular; também se observou limitação da abertura da boca. No entanto, a cefaleia
mostrou redução gradual do seu impacto na vida dos entrevistados
Palavras
alavras-- chave: Craniotomia; Articulação Temporomandibular; Cefaleia
Plantas medicinais e suplementos na profilaxia das crises de migrânea:
Um estudo de revisão
Elisama Andrade Miranda1, Ana Patrícia Pascoal Queiroz1,2
1
UNIME – Unime Salvador, BA; 2UNEB – Universidade do Estado da Bahia – Salvador, BA
Objetivos: Discutir os resultados presentes na literatura acerca da profilaxia não convencional para as crises de migrânea,
tendo como base duas plantas medicinais e três suplementos dietéticos.
Métodos: Realizou-se uma revisão de literatura em fontes bibliográficas e nas bases de dados Medline/ PubMed, Science Direct
Elsevier e EBSCO HOST. As palavras-chave utilizadas foram "migraine"; "migraine and supplements", "pathophysiology of migraine",
"Petasites hybridus" e "Tanacetum parthenium". Foram selecionados os textos registrados nas produções dos últimos 16 anos.
Resultados: A migrânea é uma doença prevalente e incapacitante, caracterizada por crises recorrentes de cefaleia intensa,
que podem ser acompanhadas por náuseas, vômito, apetite por alimentos específicos, hiperosmia, foto e fonofobia.
Internacionalmente, classifica-se em diversos subtipos, sendo a migrânea com aura e a migrânea sem aura, os principais. Os
pacientes que sofrem desta patologia têm sua qualidade de vida afetada em diversos âmbitos, assim, sabendo-se da gravidade
das crises, e dos efeitos na vida do indivíduo, a prevenção seria a alternativa mais indicada; no entanto, os medicamentos
utilizados para profilaxia medicamentosa são responsáveis por muitos efeitos adversos. As plantas medicinais com estudos
mais expressivos são Petasites hybridus e Tanacetum parthenium; os ensaios clínicos revelam dados otimistas para P. hybridus,
porém, para T. parthenium as divergências são muito fortes com relação a sua eficácia e segurança. Os suplementos mais
estudados, coenzima Q10, riboflavina e magnésio têm evidenciado, através dos ensaios, um potencial benéfico.
Conclusão: Embora vários pesquisadores tenham direcionado seus esforços na tentativa de encontrar alternativas terapêuticas
eficazes e seguras que possam atuar na profilaxia da migrânea, é importante enfatizar a necessidade de estudos mais
representativos para todas as opções aqui mencionadas, para que, dessa forma, os dados sejam extrapolados e a população
possa ser beneficiada por esta modalidade terapêutica alternativa.
Palavras
alavras-- chave: Migraine; Prophylaxys of migraine; Migraine and supplements; Tanacetum parthenium; Petasites hybridus
118
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headaches and osmophobia
Kamila Nazaré Ribas Leal1, Karine Sobral Marques1, Rinailda Cascia Santos Torres1,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho1,2
1
UPE – Universidade de Pernambuco, Recife, PE; 2UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE
Objectives: 1 – to investigate the prevalence of osmophobia among primary headache cases; 2 – to evaluate the association
between osmophobia and the characteristics of patients and their headaches, and in relation to the presence of symptoms of
depression and anxiety; 3 – and to assess the usefulness of this symptom for diagnosing migraine.
Methods: This was a cross-sectional study. Patients who consecutively sought medical attendance in a primary care unit were
asked about headaches over the last 12 months. Semi-structured interview, the Headache Impact Test (HIT-6) and the Hospital
Anxiety and Depression Scale (HADS) were used.
Results: 322 sought the primary care unit, 235 (73%) had headaches, 147 patients had had migraines (53.1% with osmophobia)
and 87, tension-type headaches (11.5% with osmophobia). Among the migraine patients, the older individuals and those with
anxiety, greater impact from headaches, auras and phonophobia presented significantly more osmophobia. Among the patients
with tension-type headaches, those with phonophobia had significantly more osmophobia. The sensitivity and specificity of
osmophobia for migraine were 53.1% and 87.5%. The positive predictive value and negative predictive value were 87.6%
and 52.7%.
Conclusion: We found high prevalence of osmophobia among our migraine patients, and this complaint is useful in making
the diagnosis of migraine.
Keywords: Headache; Odors; Osmophobia
Fatores relacionados ao maior impacto da migrânea em crianças e adolescentes
José Napoleão Godoy Araújo1, Emerson Wesley Cordeiro de Freitas1, Ellen Daphyne Ribeiro Braga1,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho2,3
1
FPS – Faculdade Pernambucana de Saúde – Recife, PE; 2UPE – Universidade de Pernambuco – Recife, PE;
3
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
Objetivos: Avaliar que características do indivíduo ou da migrânea estão relacionadas com o maior impacto da migrânea
em crianças e adolescentes.
Métodos: Estudo transversal. Crianças e adolescentes atendidos consecutivamente no Ambulatório de Neurologia Infantil do
Hospital Universitário Oswaldo Cruz com diagnóstico de migrânea foram incluídas. Foram utilizados questionário semiestruturado
e o questionário Pediatric Migraine Disability Assessment (PEDMIDAS). Considerou-se pontuação acima de 30 do PEDMIDAS
como repercussão moderada a grave.
Resultados: Foram entrevistados 67 pacientes; 44,8% eram do sexo feminino; a idade média foi de 11 anos (DP= 2). O tempo
médio de cefaleia foi de 3,7 anos (DP= 2,7 anos). A frequência média de cefaleia em três meses foi de 23 dias (DP= 22). Em 55%
dos casos, a crise tinha duração de mais de 4 horas; em 76% a cefaleia era de forte intensidade; em 94%, a dor piorava aos
exercícios. Em 69% dos casos foi relatada aura; em 87%, fonofobia; em 84%, fotofobia; em 41,8%, osmofobia; em 67%,
náuseas; em 40%, vômitos. Em 22,4% das crianças, a cefaleia tinha uma repercussão moderada a grave. Não houve
associação entre a faixa etária (p= 0,86; Qui-quadrado), o gênero (p= 0,45; Qui-quadrado), presença de aura (p= 0,66,
Qui-quadrado), anos de cefaleia (p= 0,77; Qui-quadrado), frequência de cefaleia (p= 0,08, Qui-quadrado), duração da
crise (p= 0,45; Qui-quadrado), intensidade da crise (p= 0,49; Fisher), piora da cefaleia com exercícios físicos (p= 0,27; Quiquadrado), presença de náuseas (p= 0,09; Qui-quadrado), vômitos (p= 0,53; Qui-quadrado), fotofobia (p= 0,71; Fisher),
fonofobia (p= 0,38; Qui-quadrado), ou osmofobia (p= 0,87, Qui-quadrado) com a repercussão da cefaleia.
Conclusão: Vinte e dois por cento das crianças atendidas no ambulatório de neuropediatria por migrânea tem moderada a
grave repercussão da cefaleia. Nenhuma das características sociodemográficas ou relacionadas à cefaleia estiveram associadas
a esta repercussão.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Migrânea; Qualidade de vida
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
119
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Processamento auditivo central em crianças e adultos com migrânea: um estudo
comparativo e controlado
Larissa Mendonça Agessi1, Deusvenir de Souza Carvalho1, Liliane Desgualdo Pereira1, Thais Rodrigues Villa1
1
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – São Paulo, SP
Objetivos: Avaliar o processamento auditivo central em crianças e adultos com migrânea e controles sem cefaleia.
Métodos: Foram avaliados 14 crianças e 15 adultos com migrânea, diagnosticados segundo os critérios da International
Headache Society (ICHD-III BETA, 2013), e 14 crianças e 15 adultos controles. Grupo migrânea infantil: 10 meninas, idade
média de 10,64 anos, média de 2,5 dias de cefaleia/mês e média de tempo de doença de 3,36 anos. Grupo controle
infantil: 9 meninas, idade média de 10,50 anos. Grupo migrânea adulto: 14 mulheres, idade média de 29,5 anos, média
de 7,5 dias de cefaleia/ mês e media de tempo de doença de 12,5 anos. Grupo controle adulto: 14 mulheres, idade média
de 29,1 anos. Os procedimentos realizados foram: anamnese, audiometria e testes do Processamento auditivo central (Para
crianças e adultos: teste Gaps-in-noise, teste padrão de duração; Para crianças: Lista de sentenças sintéticas com mensagem
competitiva ipsilateral- SSI- MCI; Para adultos: teste dicótico de dígitos). Os critérios de exclusão foram: doenças psiquiátricas,
outras doenças neurológicas, trauma craniano, perda auditiva, uso de medicamentos ototóxicos, preventivos para migrânea
ou que afetem o sistema nervoso central. Uso de álcool e drogas.
Resultados: Crianças com migrânea apresentaram maior dificuldade nas habilidades de figura-fundo e ordenação temporal,
e os adultos nas habilidades de ordenação e resolução temporal, quando comparados aos controles
Conclusão: Funções do processamento auditivo envolvem estruturas anatômicas como tronco cerebral, córtex e neurotransmissores. Aspectos neuroquímicos envolvidos na fisiopatologia da migrânea e das funções auditivas podem predispor
indivíduos com migrânea a déficits do processamento auditivo, com prejuízos nas habilidades de reconhecer, discriminar e
compreender as informações auditivas, bem como déficits de atenção e memória auditivas.
Palavras
alavras-- chave: Migrânea; Processamento auditivo central; Adultos; Crianças
Myofascial trigger points as triggers of Cluster Headache: report of two cases
Ana Luiza N. Cunha1, Fabíola Dach1, Karen dos Santos Ferreira1, Roberto Satler Cetlin1, José Geraldo Speciali1
HCFMRP-USP – Hospital das Clínicas da FMRP-USP – São Paulo, SP
1
Objective: To describe two patients whose Cluster Headaches (CH) were triggered by myofascial trigger points.
Methods: Case description: Results: Case 1- male, 35 years old, with history of Episodic CH for 10 years. After a
complete remission for one year, the new cluster period started two months before the consultation. The pain occurred
daily, usually at night, lasted 30 minutes and was triggered by physical exercise, such as playing tennis. He was treated
with verapamil 80 mg 8/8 h and prednisone 40 mg for 5 days without improvement. On examination there were trigger
points in trapezius, splenius capitis and splenius cervicis muscles (at right). After blocking these points with lidocaine,
there CH attacks remitted completely. Case 2- male, 31 years old, with history of CH for 14 years, with long periods of
remission. He has already been treated with verapamil, lithium, valproic acid, prednisone and naratriptan successfully. In
October 2013 the CH attacks started again. On examination a trigger point in the right trapezius muscle was found. No
other specific medication for CH improved the pain except the blockage of that myofascial trigger point with lidocaine plus
resting the affected muscle.
Conclusion: Studies regarding myofascial trigger points in CH are still scarce. In our patients, anesthetic blockage of these
myofascial trigger points resulted in complete remission of pain, which corroborates to our hypothesis that these myofascial
points may have a role in the trigeminal activation. Thus, we suggest the full examination of the head and neck muscles for
all patients with CH.
Keywords: Cluster headache; Myofascial trigger point; Lidocaine
120
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
A associação entre hipovitaminose D e a enxaqueca: um estudo transversal
Carlos Alberto da Silva de Jesus1, Mário Fernando Prieto Peres1,2
2
1
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo – São Paulo, SP;
IIEPAE-HIAE - Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – São Paulo, SP
Introdução: A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, que atua como hormônio, envolvida na regulação do crescimento
e metabolismo celular, resistência à insulina, disfunção endotelial, modulação da função imunológica e redução da inflamação.
A hipovitaminose D tem sido associada a vários patologias, incluindo hipertensão arterial, diabetes mellitus, depressão,
esclerose múltipla, síndrome metabólica e câncer. Portadores de síndromes dolorosas crônicas tais como a dor músculoesquelética, cefaleia e fibromialgia apresentaram baixos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D (25-OHD), mas há pouca
informação disponível sobre a enxaqueca.
Objetivo: Avaliar a associação da hipovitaminose D com a enxaqueca episódica e crônica.
Métodos: Pacientes com diagnóstico de enxaqueca e controles foram recrutados em ambulatório especializado de julho de
2011 a janeiro de 2013. Nossa amostra foi constituída por 342 indivíduos que concordaram em participar e assinaram um
termo de consentimento informado. Eles foram divididos em três grupos: 88 controles sem histórico de cefaleia (grupo
controle); 145 pacientes com enxaqueca episódica (grupo enxaqueca episódica); e 109 pacientes com enxaqueca crônica
(grupo enxaqueca crônica). Utilizamos os critérios de 2004 da International Headache Society (IHS) e sua revisão de 2006
para a classificação da enxaqueca. Os níveis séricos de 25-OHD foram medidos por imunoensaio quimioluminescente de
micropartículas
Resultados: Os pacientes com enxaqueca crônica apresentaram níveis de 25-OHD significantemente menores (média
23,1 ng/ml, mediana 21,6 ng/ml e dp 10,4 ng/ml) em relação àqueles com enxaqueca episódica (média 27,0 ng/ml,
mediana 25,7 ng/ml e dp 11,1 ng/ml) e controles (média 28,2 ng/ml, mediana 30,3 ng/ml e dp 6,6 ng/ml). Não houve
diferença significante entre o grupo de enxaqueca episódica em relação ao grupo controle.
Conclusão: A hipovitaminose D está associada à enxaqueca crônica e deve ser avaliada neste grupo de pacientes.
Palavras
alavras-- chave
chave:: Cefaleia; Enxaqueca; Enxaqueca crônica; Vitamina D; 25-hidroxivitamina D
Post-traumatic headache in patients followed at the Neurosurgery Service of the
Hospital Governador Celso Ramos, Florianopolis, SC
Luiz Paulo Queiroz1,2, Maria Luiza Perdoná Bem1
1
HGCR – Serviço de Neurologia do Hospital Governador Celso Ramos – Florianópolis, SC
2
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, SC
Objective: To evaluate the relevance and characteristics of Post-Traumatic Headache (PTH) in patients with head trauma,
followed by the Neurosurgery Service of the HGCR, Florianopolis,SC, and to verify the relationship of PTH with the presence
of pre-existing headache and with the severity of the traumatic head injury (THI).
Methods: Between May 2013 and October 2013, 45 patients seen in consultation post-THI were interviewed. The structured
questionnaire consisted of items about the characteristics and intensity of the THI, the presence of pre-existing headache, and
the characteristics of the pre-existing headache and of the PTH.
Results: Pre-existing headache was present in 42% of the patients. After the THI, 75% complained of headache. THI
increased 4.23 times the risk of having a PTH.
Conclusion: PTH is very frequent in patients who had a THI, regardless of having or not a pre-existing headache. Contrary
to the usually reported in the literature, the great majority of our patients had a moderate to severe head trauma. Many PTH
patients described a headache that resembles primary headaches. Headaches are usually very frequent and severe, especially
if patients had lost their conscience for ?30 minutes.
Keywords: Headache; Post-traumatic headache; Traumatic head injury
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
121
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Limiares audiométricos em crianças com migrânea e controles sem cefaleia: um
estudo comparativo
Larissa Mendonça Agessi1, Deusvenir de Souza Carvalho1, Liliane Desgualdo Pereira1, Thais Rodrigues Villa1
1
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – São Paulo, SP
Objetivos: Comparar os limiares audiométricos em crianças com migrânea e controles sem cefaleia.
Métodos: Foram avaliadas 14 crianças com migrânea com e sem aura, diagnosticadas segundo os critérios da International
Headache Society (ICHD-II, 2013), e 14 crianças sem história de cefaleia. Idade entre 8 a 12 anos. Critérios de exclusão:
outras doenças neurológicas e otoneurológicas, exposição a ruído, antecedentes de trauma acústico, uso de drogas ototóxicas
e otites de repetição. Uso atual de profiláticos para migrânea ou outros medicamentos com ação no sistema nervoso central.
Avaliação: anamnese e audiometria tonal e vocal realizada por profissional fonoaudiólogo
Resultados: A idade média do grupo migrânea foi 10,64 anos (DP±1,39), e controles sem cefaleia 10,5 anos (DP±1,34).
O grupo migrânea teve média de 2,5 dias de cefaleia /mês e média de tempo de doença de 3,36 anos. Apesar de todos os
avaliados apresentarem limiares auditivos dentro da normalidade, houve diferença significante nas frequências de 250, 500,
3000, 6000 e tendência à significância na frequência de 8000 Hertz.
Conclusão: Estudos anteriores identificaram perda auditiva flutuante em frequências graves em pacientes com migrânea. A
migrânea também já foi identificada como causa de perda súbita de audição. O presente estudo demonstrou uma diferença
significativa dos limiares auditivos entre crianças migrânea e controles sem cefaleia. A literatura ainda é escassa sobre as
alterações auditivas em pacientes com migrânea com e sem aura, e em crianças não existem estudos sobre esse tema.
Palavras
alavras-- chave: Audiometria; Migrânea; Crianças; Audição
Familial hemiplegic migraine with prolonged aura: a case report
Theoharis Efcarpidis Sfakianakis1, Mariana Sant´Ana1, Larissa Mendonça Agessi1,
Deusvenir de Souza Carvalho1, Thais Rodrigues Villa1
1
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – São Paulo, SP
Objective: To report a family with FHM according to The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition
(beta version) criteria that presented multiple aura and prolonged hemiplegic aura.
Methods: Case Report: Patient I: 13 years old girl. First FHM attack began at 12 years-old and continued every month.
These hemiplegic attacks were preceded by unilateral pulsatile headache with flashing lights (lasting 20 minutes) and vertigo
(lasting 10 minutes) accompanied by photophobia and phonophobia. In all crises, right-sided hemiplegia and hemi paresthesia
lasted 3 days. Cerebral magnetic resonance image (MRI) was normal. Patient II (patient's I father): 36-years old, with FHM
attacks since 7 years-old, and presenting 2 attacks per year. The hemiplegic attacks were usually preceded by typical
migraine headache with dysarthria and one episode of anomic aphasia. The hemiplegic attacks could occur spontaneously
during rest or exercise lasting 5 minutes. Brain MRI was normal. Patient III (patient's I brother): 15-years old, with FHM attacks
starting at 2 years-old. The hemiplegic attacks were preceded by typical migraine headache and occurred once a year,
lasting 3 days. Brain MRI was normal.
Conclusion: Familial Hemiplegic migraine (FHM) is a rare form of migraine with involvement of motor aura due to
defective mutations in neuronal and glial ion channel transporters genes. We report a family who displays symptoms of
prolonged hemiplegic aura, associated with others aura types, along with atypical short-lasting migraine headache episodes.
In migraine with aura, the symptoms of neurological deficit reflecting cerebral cortex or brain stem dysfunction rarely persists
for more than few hours and it is rarely described in the literature. Future studies may elucidate the mechanisms underlying
prolonged aura symptoms in FHM patients.
Keywords: Migranea; Genetica; Aura
122
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome (PRES): The pitfalls in diagnosis
Thais Alves Ribeiro1, Cinthia Daiane Barbosa1, Mônica Mendonça Vieira Marcolino1,2,
Nabila Triântala Bellezzia de Salles1, Fábia Coelho de Araujo1, Amanda de Melo Oliveira1,
Lorhayne Afonso Azevedo1, Carla Gianna Leal Melo1, Murilo Pereira Reis1, Allisson Airan Portela Guerra2
UNIRG – Fundação UNIRG, Centro Universitário UNIRG
HRPG – Hospital Regional Público de Gurupi – Tocantins
1
2
Objectives: Case report of a rare, curable and little known syndrome.
Methods: Patient RMC, 66 years old, female, with chronic hypertension and rheumatoid arthritis, in use of Leflunomide 20 mg
for less than 30 days, presenting a sudden, intense headache associated with tightness in the occipital region, radiating to the
neck, which does not lessen with analgesia and blood pressure of 240x130 mmHg. Evolving with refractory hypertension after
48 hours despite the use of numerous antihypertensive drugs and blurred vision, patient was admitted to the Intensive Care Unit
presenting drowsiness, isochoric pupils, motor force preserved without focal neurological deficits and manifesting tonic-clonic
seizures along with signs of intracranial hypertension. The MRI performed hours before the ICU admission showed subarachnoid
hemorrhage and edema of the white matter in bilateral parietal-occipital region, compatible with the diagnosis of PRES. Due to
the early intervention and proper case conduction, with management of hypertension and removal of the causal factor
(immunosuppressive), the patient became hemodynamically stable, requiring a re-evaluation to decrease the doses of
antihypertensive medication and also evolved with improvement of vision and headache without any neurological sequelae,
confirmed on clinical observation and neuroimaging performed 13 days after hospital discharge.
Conclusion: MRI was fundamental in associating the clinical presentation to the recent use of immunosuppressive drug,
causing a positive impact on diagnostic conclusion, since the pathology could have been masked by controlling the blood
pressure, leading to a different diagnosis and worse prognosis, death for example. We conclude that the current knowledge of
PRES, a misleading term as it is not always reversible, suggests that early diagnosis and control of blood pressure elevations can
prevent irreversible brain damage.
Keywords: Hipertension; Magnetic resonance imaging; Pitfalls; Posterior reversible encephalopathy; Syndrome
Os modelos leigos e a cronificação da enxaqueca: uma análise de 91 casos
João José Freitas de Carvalho1, Felipe Araújo Rocha1
1
HGF – Hospital Geral de Fortaleza – CE
Objetivos: Nesse trabalho procuramos identificar as razões pelas quais pacientes com crise recorrentes de enxaqueca não
procuram precocemente o tratamento para as duas dores.
Métodos: Foram entrevistados pacientes com o diagnóstico de enxaqueca atendidos em ambulatório terciário de cefaleia de
julho a agosto de 2014.
Resultados: Foram entrevistados 91 pacientes com idade média de 41 (±11,5) anos sendo 93% mulheres. Um terço
apresentavam enxaqueca sem e com aura e os demais apenas enxaqueca sem aura. A idade média no início das crises foi 15
(± 5,2) anos e no primeiro ano a frequência média era de 3 crises por mês sendo que em apenas 7,3% dos casos a enxaqueca
se manifestava mais de 15 dias no mês. Ao procurar o médico pela primeira vez (em média 11 anos depois) a frequência
média já era de 08 crises por mês sendo que em 40% dos casos a dor já se manifestava mais de 15 dias no mês. A presença
de aura antecipou a procura ao médico em 07 meses mas a existência de modelos explicativos (sobretudo aqueles sobrescritos
por médicos) atrasou em quase 03 anos a procura por atendimento. Estresse, menstruação, problemas visuais, alimentos e
exposição a luz foram os modelos explicativos mais comuns entre pacientes e médicos. Aproximadamente dois terços das
pacientes (66%) não sabiam o que era enxaqueca e apenas 43% acreditaram no diagnóstico apenas com a palavra do
médico. As demais só acreditaram após realizar um exame complementar.
Conclusão: A desinformação de pacientes e médicos faz prosperar modelos explicativos leigos para as crises recorrentes de
dor de cabeça na enxaqueca o que retarda ainda mais a procura por auxílio médico o que contribui decisivamente para a
cronificação.
Palavras
alavras-- chave: Enxaqueca; Cefaleia; Cronificação
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
123
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Características anatômicas na má-formação de Arnold Chiari Tipo I – Relato de
um caso
Marcos Antonio Inacio de Oliveira Filho1, Louana Cassiano Silva Lima1, Marcelo Moraes Valença1
1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
Objetivos: Identificar possíveis características anatômicas da má-formação de Arnold Chiari Tipo I em uma paciente com
diagnóstico da referida doença.
Métodos: Foi realizado exame de Ressonância Magnética de Cabeça Sem Contraste em uma paciente e posteriormente
calculou-se volume do tronco cerebral e da fossa posterior, largura do tronco cerebral, tamanho da herniação tonsilar,
profundidade da fossa posterior, altura do cerebelo e diâmetro do canal medular. Esta pesquisa foi submetida e aprovado pela
Comissão de Ética em Pesquisa da UFPE com o nº do CAAE: 0470.0.172.000-11. A participação da paciente foi voluntária
e após a explicação do objetivo da pesquisa, foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Resultados: Paciente do sexo feminino, 52 anos de idade com diagnóstico de cefaleia de valsalva, cefaleia de gargalhada e
cefaleia de esforço. Os dados referentes aos volumes e medidas lineares encontram-se descritos na Tabela 1. Observa-se que
os valores são semelhantes aos obtidos em outros estudos com cálculo de volume da fossa posterior(1), sendo o uso de
neuroimagens amplamente utilizado na área médica com fins de diagnóstico e tratamento (2). Tabela 1 - Medidas volumétricas
e Medidas lineares de paciente com Chiari Tipo I.
Conclusão: Baseando-se nos dados obtidos no presente estudo sugere-se que há características anatômicas bem delimitadas
na má-formação de Arnold Chiari tipo I que podem ser utilizadas para diagnóstico mais precoce e auxílio no tratamento da
referida doença.
Palavras
alavras-- chave: Chiari Tipo I; Anatomia; Características
Clinical profile of Brazilian patients with trigeminal autonomic headaches: what is
the importance of imaging studies in typical cases?
Eduardo de Paula Estephan1, Ida Fortini1, Antonio César Galvão1, Eustáquio Arouca1,
Simone Wartsmann Torezan1
1
HC-FMUSP – Hospital das Clínicas de São Paulo – SP
Objectives: It is recommended to perform neuroimaging in cases of trigeminal autonomic cephalalgias (TAC), even when
typical. However, there is little evidence supporting these recommendations, coming from small retrospective series of cases.
Methods: Classification (according to the third edition, beta version, of The International Classification of Headache Disorders)
and clinical characterization of headaches presented by 295 patients, of which 68 (23.05%) met the criteria for TAH and
underwent chart review to check imaging tests that were performed.
Results: Of the 68 patients with TAC, 39 (57.35%) are cluster headache (CH) or probable CH. Eight (11.76%) patients meet
the criteria for hemicrania continua (HC) or probable HC, 6 (8.82%) for SUNCT or probable SUNCT, 4 (5.88%) for paroxysmal
hemicrania (PH) or probable PH. Twelve (17.64%) patients were classified as atypical TAC (ATAC). Among CH, 2 (5.12%) cases
had relevant image findings, being one neurovascular contact (without necessity of intervention) and another a dental implant
invading the maxillary sinus (that had been approached and did not altered the disease course). Between ATAC there were 5
cases (41.66%) with image findings, with three nonsurgical small benign tumors, 1 neurovascular contact (without necessity of
intervention) and one case of mycetoma. Among the cases of HC and HP no relevant image changes were found. Among
SUNCT patients, there was 1 case (20%) with pansinusopathy, one with neurovascular contact (without necessity of intervention),
one case with empty sella and one with a pituitary adenoma.
Conclusion: This study provides a clue against the recommendation of imaging test for all cases of CH, but not for other forms
of TAC. However more studies with greater statistical power are necessary to test this hypothesis.
Keywords: Trigeminal autonomic headaches; Imaging headache; Cluster headache; Headache; SUNCT
124
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Cefaleia por uso excessivo de medicamentos: uma revisão da literatura
Ariane Maria Fonseca Miranda1, Ana Patricia Pascoal Queiroz1
1
UNEB – Universidade do Estado da Bahia – Salvador, BA
Objetivos: Apresentar os aspectos clínicos e farmacoterapêuticos relacionados à cefaleia por uso excessivo de medicamentos
(CEM).
Métodos: Investigação qualitativa, exploratória e bibliográfica realizada nos bancos de dados PubMed, Cochrane, MEDLINE
e Science Direct, nos idiomas inglês, espanhol e português, dos artigos publicados nos últimos 12 anos.
Resultados: A cefaleia resultante do consumo excessivo de medicamentos ocorre diariamente ou quase diariamente, com
intensidade variável, podendo ser deflagrada pelo menor esforço físico ou mental. Os sintomas mais comuns associados são
náuseas, astenia, agitação, ansiedade e irritação. O distúrbio do sono é uma característica presente, sendo a cefaleia previsível
durante a madrugada uma das particularidades mais surpreendentes, acometendo até 46% dos pacientes. O manejo
farmacológico correto é fundamental para a melhora do quadro clínico. No tratamento dos pacientes com CEM, a desintoxicação
é de fundamental importância e muitos autores destacam esta etapa como imprescindível. O tratamento suporte de transição
pode ser de grande valia, reduzindo o quadro de abstinência que acomete o paciente, a fim de evitar a utilização de outro
medicamento indutor da CEM, após a etapa de desintoxicação. Já o tratamento medicamentoso profilático a ser utilizado,
caso necessário, deve estar de acordo com a cefaleia primária de base. As abordagens não farmacológicas, tais como, terapia
cognitivo-comportamental, terapia de relaxamento, biofeedback são ferramentas importantes evitar recaídas.
Conclusão: Todos os medicamentos utilizados para alívio sintomático de uma cefaleia primária podem resultar numa CEM,
dependendo apenas da frequência, regularidade e tempo de uso. O manejo farmacológico correto é fundamental para a
melhora do quadro clínico do paciente e o tratamento não farmacológico amplia as possibilidades de resultados satisfatórios.
Palavras
alavras-- chave: Medication overuse headache; Chronic daily headache; Rebound headache
Cefaleia na terceira idade: até onde vai a propedêutica e a investigação
laboratorial?
Marcelo Jose M. N. Assis1, Fernanda S. G. Rodrigues1, Claudio R. Figueiredo Cruvinel1,
Jose Guilherme Schwann Júnior1, Alex Eduardo Silva1, Renata Cristina Franzon Bonatti1
1
UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba, MG
Objetivos: Cefaléias secundárias com sinais de alarme devem ser investigadas com propedêutica, guiada pela clínica.
Material e método: Relato de caso de paciente com cefaleia inédita na terceira idade.
Relato de Caso: Paciente de 67 anos sem história prévia de cefaleia, foi admitido ao nosso serviço com queixa de cefaleia
em região occipital há 10 dias, associada a um episódio de febre não aferida e confusão mental por cerca de quatro horas.
A cefaleia iniciou após esforço físico e estava associada a piora do quadro de tontura pré-existente, piorando com ortostatismo.
Na avaliação inicial não apresentou nenhuma alteração ao exame clinico geral, neurológico e cefaliátrico. Foi submetido
inicialmente a Tomografia Computadorizada de crânio, US doppler de carótidas e vertebrais e angiotomografia para afastar
dissecção de artérias cervicais e intracranianas, sendo todos normais. Foi submetido a investigação com líquido cefalorraquidiano
(LCR) que foi sugestiva de meningite asséptica: 84 células (predomínio linfocitário) e hiperproteinorraquia (172 mg). Paciente
evoluiu com resolução espontânea do quadro em 15 dias permanecendo em seguimento ambulatorial.
Conclusão: Cefaleias de início recente nesta faixa etária devem ser investigadas. No presente caso o paciente apresentava
história de cefaleia após esforço físico sendo investigado para doença cerebrovascular, inclusive dissecção de arterial, com
toda propedêutica complementar. Apesar da ausência de sinais meníngeos, o LCR e a evolução clínica confirmaram a suspeita
de meningite asséptica.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Idosos; Investigação laboratorial
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
125
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Prevalência de cefaleia em uma Unidade de Diálise
Mauro Eduardo Jurno1,2, Marcio Heitor Stelmo Silva1, Pimentel Andre Luiz1, Aline Passos Moraes1,
Carlos Eduardo Messinger Salomão1, Felipe Henriques Carvalho Soares1,
Kellen Silva Sousa1, Tatiana Cunha de Moraes1
1
FAME/FUNJOB – Faculdade de Medicina de Barbacena, MG
FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG
2
Objetivos: Avaliar a prevalência da cefaleia e os sintomas a ela relacionados em pacientes submetidos à terapia renal
substitutiva. Classificar as cefaleias apresentadas pelos pacientes estudados que não são decorrentes da diálise.
Métodos: O presente estudo é um estudo de corte transversal, que avaliou a prevalência de cefaleias em pacientes submetidos
à hemodiálise. O estudo foi constituído em um senso dos pacientes renais crônicos submetidos a essa terapia em uma clínica
de diálise, de uma cidade de médio porte de Minas Gerais, no período de maio a agosto do ano de 2014. Foi realizada uma
entrevista, e o diagnóstico da cefaleia, quando presente, foi baseado na terceira edição da Classificação Internacional de
Cefaleias, que foi aplicado pelos autores do presente estudo, objetivando-se obter dados sobre a ocorrência e classificação de
cefaleias nos pacientes pesquisados.
Resultados: O estudo foi composto por 152 pacientes, dos quais 77 eram do sexo masculino e 75 do sexo feminino, sendo
que a idade variou de 19 a 90 anos. Do total de pacientes entrevistados, 91(59,8%) negaram apresentar cefaleia, enquanto
que 61 (40,1%) afirmaram apresentar tal condição. Desses, 22 (14,5%) relataram que os episódios iniciaram-se após o início
do tratamento hemodialítico, enquanto 39 (25,7%) disseram já possuí-los anteriormente. Dos 61 pacientes que apresentaram
cefaleia, 25 (16,5%) foram diagnosticados com cefaleia do tipo tensional (CTT), 15 (9,9%) com cefaleia da diálise, 10 (6,6%)
com migrânea sem aura, 6 (4%) com cefaleia da diálise e CTT associadas, 3 (2%) com migrânea com aura e 2 (1,3%) com
cefaleia da diálise e migrânea sem aura associadas.
Conclusão: O estudo mostrou prevalência importante de cefaleia nos pacientes submetidos a hemodiálise.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Diálise; Prevalência
Chronic daily headache and neuroticism profile: a comparative study
Maria Aparecida Junqueira Zampieri1,2,3, Waldir Antonio Tognola1, José Carlos Busto Galego1
FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP
UNORP – Centro Universitário do Norte Paulista – São José do Rio Preto, SP
3
CicloPsicoPesquisa – Ciclo de Mutação Psicoterapia e Pesquisa – São José do Rio Preto, SP
1
2
Objective: There are controversial associations between headaches and psychopathology. We proposed in this study to design
a profile of neuroticism, a term that groups variables related to negative personality traits, in patients with chronic daily headache
(CDH) when compared to episodic migraine (EM) patients, applying the Factorial Scale of Emotional Adjustment/Neuroticism
(NFS).
Methods: One hundred adult patients with chronic daily headaches and forty with episodic migraines answered the Factorial
Scale of Emotional Adjustment/Neuroticism.
Results: Psychiatric comorbidities (p = 0.006) were more common in chronic daily headache patients fre-quently with three or
more disorders (p = 0.0002) including: dependent personality disorder (p = 0.0001), reduced anxiety, concentration and
production (p = 0.0008), depression and apathy (p < 0.0001), suicidal ideation (p = 0.0008) and despair (p < 0.0001) even
without depression (p < 0.0001). Patients with episodic migraines tended to have excessive independence and avoidant
personality disorder (p = 0.0005), impaired self-criticism, motivation, perception, and decision making (p = 0.0001) and
awareness for the unexpected (p < 0.0001).
Conclusion: When these two groups are compared, patients with CCD tends to have dependent personality dis-order, low
production and concentration ability, anxiety, depression, suicidal ideation and hopeless-ness, superimposing two or more
psychological disorders. These factors should be combined for a better resolution in the treatment of CCD.
Keywords: Headaches disorders; Migraine; Psychology
126
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Translado no perfil psicológico de apego neurótico na migranea episódica e crônica
Maria Aparecida Junqueira Zampieri1,2,3, Waldir Antonio Tognola1, José Carlos Busto Galego1
2
1
FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP
CicloPsicoPesquisa – Ciclo de Mutação Psicoterapia e Pesquisa – São José do Rio Preto, SP
3
UNORP – Centro Universitário do Norte Paulista – São José do Rio Preto, SP
Objetivos: Objetivou-se averiguar associações entre frequência da migrânea e neuroticismo, comparando portadores de migrânea
crônica (MC) e episódica (ME), descrevendo um possível estilo relacional de apego na personalidade típica a essa população.
Métodos: Estudo comparativo com 120 pacientes de ambulatório de cefaleia acima de 17 anos de idade e diagnóstico de
migrânea, distribuídos em dois grupos conforme a frequência da dor. Todos os participantes, previamente consultados pelo
neurologista, após formalizar o aceite à participação na pesquisa responderam a uma entrevista e a Escala Fatorial de
Neuroticismo (EFN), aplicada por uma mesma psicóloga.
Resultados: Dos 80 pacientes portadores de MC (43,9 ± 13,7 anos) e 40 com ME (37,15 ± 13 anos), 86,7% eram do sexo
feminino e 70% dos pacientes crônicos faziam uso abusivo de analgésico. Embora quase 90% da amostra apresentasse
indícios de neuroticismo, os migranosos crônicos superpunham dois (p = 0,039) ou mais (p< 0,0001). Já os pacientes com
ME tenderam a uma excessiva independência e Transtorno de Personalidade de Esquiva (p = 0,0001), declínio em autocrítica,
motivação, atenção, percepção e atitudes para resolver seus problemas, mostrando-se pouco alertas frente a situações novas
e inesperadas (p
Conclusão: Os perfis psicológicos revelaram tendências opostas no âmbito perceptual, relacional e estratégias de enfrentamento.
Na ME ocorreu mais desligamento afetivo, individualismo, frieza e esquiva, mais típicos de um estilo de apego inseguroevitante, voltado para dentro. Já na MC, revelaram ansiosa expectativa dependente, vitimada e depressiva, acentuada
desesperança e inclinação suicida, mais típico de um apego inseguro-ansioso/ambivalente, voltado para fora.
Palavras
alavras-- chave: Transtornos de enxaqueca; Psicologia; Apego inseguro
A eficácia do treinamento físico na melhora da frequência das crises e intensidade da
dor em pacientes com migrânea: uma revisão sistemática
Mariana Luiza da Silva Queiroz1, Beatriz Correa Tinoco1, Caroline Palácio da Silva1,
Daniella Araújo de Oliveira1
1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
Objetivos: Avaliar a eficácia do treinamento físico aeróbico e resistido na redução da frequência e intensidade das crises de
migrânea.
Métodos: Foi realizada uma busca sistemática, constituída por artigos previamente selecionados com os seguintes critérios de
inclusão: ensaios clínicos randomizados e quasi randomizados que utilizaram como tratamento para migrânea treinamento
resistido ou aeróbio ou combinado com frequência mínima de 2x por semana, duração mínima de 30 minutos com intensidade
baixa, moderada ou alta, com grupo apenas controle, relaxamento, ou grupo controle composto por pacientes que utilizavam
medicação profilática. A estratégia de busca foi realizada por dois avaliadores independentes, baseadas na procura por
artigos publicados em revistas indexadas nas bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, Cochrane, CINAHL, Scopus e Web
of science. Os descritores utilizados para busca seguiram a descrição dos termos MeSH/Decs, sendo eles: 'Migraine Disorders',
'exercise', 'exercise aerobic', 'resistance training' e 'sports'. Para análise do risco de vieses dos estudos foi utilizado o "Cochrane
Colaboration Reviewers Handbook" (versão 5.1.0).
Resultados: Dos 652 artigos inicialmente selecionados pela busca eletrônica nas bases de dados, 617 foram excluídos pelo título.
Dos 35 estudos restantes, 12 foram eliminados por duplicidade, e 1 por apresentar desenho inadequado de estudo. Foram selecionados
22 estudos para uma análise mais detalhada do resumo, sendo 18 removidos. Os 4 artigos retidos foram lidos na íntegra, dos
quais 1 foi excluídos por não preencher os critérios de elegibilidade. No total 3 estudos foram incluídos na síntese qualitativa
Conclusão: A atividade física mostra-se uma ferramenta promissora para profilaxia da migrânea, entretanto a presente
revisão sistemática foi inconclusiva, pois os estudos analisados apresentaram altos risco de viés. Sugere-se o delineamento de
ensaios clínicos controlados e randomizados de forma adequada, com maior rigor metodológico, com mascaramento dos
avaliadores, e protocolos descritos de maneira mais detalhada e reprodutível.
Palavras
alavras-- chave: Migrânea; Treinamento físico; Prevenção
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
127
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Impacto da solicitação de exames complementares na investigação diagnóstica da
migrânea
Mauro Eduardo Jurno1,2, Aline Alves Matoso1, Bernardo Lisboa de Felipe1, Emanuelle Ferreira Barreto1,
Maria Carolina Moreira Martins da Costa1, Mariana Gomes da Costa Souza1
FAME/FUNJOB – Faculdade de Medicina de Barbacena, MG
FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG
1
2
Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar em pacientes portadores de migranea qual a frequência de realização de
exames de tomografia cerebral computadorizada.
Materiais e Métodos: O estudo baseou-se na aplicação do questionário Migranea-ID para os portadores de cefaleia que
procuraram um serviço de imagem realizaram tomografia cerebral computadorizada.
Resultados e Discussão: O estudo em questão optou por um método simples de rastreio o Migraine-ID. Levando-se em
conta os pacientes que tinham como queixa a palavra "cefaleia" e que responderam as três perguntas do questionário, essa
pesquisa encontrou 61,45% com diagnóstico positivo para migrânea. Em relação ao total de tomografias cerebrais
computadorizadas realizadas pelos pacientes, ou seja, 87,3% da amostra, não tiveram alteração nesse exame. Pode-se dizer
que o diagnóstico correto da migrânea depende de uma boa história clínica baseada nos critérios diagnósticos da SIC, um
exame clínico e neurológico normais.Há de se salientar que a solicitação de exames de neuroimagem para investigação de
enxaqueca foi desnecessária
Conclusão: O presente estudo demonstrou que 102 pacientes, (61,45%) foram diagnosticados como migranosos através do
Migraine-ID. Estes indivíduos apresentaram um elevado índice de normalidade nas tomografias de encéfalo. Em relação aos
exames laboratoriais, a literatura aponta que não há relação entre alterações laboratoriais de rotina e o diagnóstico de
migrânea.
Palavras
alavras-- chave: Migrânea; Migranea-ID; Cefaleia; Tomografia cerebral
Lúpus eritematoso sistêmico e pseudotumor cerebral: uma associação rara
Paula Ramona Silva de Maria1, Manoel WilKley Gomes de Sousa1, Monalisa da Silveira Dias1,
Thais Augusta da Costa Martins1, Andre Gustavo Fonseca Ferreira1, Carlos Bernardo Tauil1
1
HBDF – Hospital de Base do Distrito Federal – Brasília, DF
Objetivos: Pseudotumor cerebral ou hipertensão intracraniana idiopática é uma síndrome caracterizada por hipertensão
intracraniana, na ausência de lesões intracranianas expansivas, hidrocefalia, trombose dos seios venosos, e anormalidades
bioquímicas ou celulares do líquor cefalorraquidiano. Há associação com diversas enfermidades e alguns fármacos. Entre
essas enfermidades, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) pode ser relacionado, porém a associação é uma condição rara, e
o Pseudotumor Cerebral não é comumente descrito na literatura médica como uma manifestação neuropsiquiátrica do LES.
Métodos: Descrição de relato de caso acompanhado no serviço e revisão de literatura.
Resultados: Trata-se de paciente feminina, 15 anos, com quadro cefaleia, turvação visual, papiledema grave (figura 1),
com tomografia computadorizada de crânio sem contraste normal. Realizada punção lombar, com pressão de abertura de
43 cm H2O (31,6mmHg). A investigação com exames de imagem - angiorrressonância de vasos intracranianos e ressonância
magnética de crânio (Figura 2) - não encontrou alguma anormalidade, foi então diagnosticado pseudotumor cerebral. O
tratamento com acetazolamida e a retirada de 20 ml de líquor levou a melhora dos sintomas. Durante a investigação, a
presença de lesões de pele, que a paciente estava tratando como farmacodermia após uso de amoxicilina, associado a uma
anemia, que a mesma estava tratando como anemia ferropriva, além de linfopenia, complemento C3 e C4 reduzidos,
anticorpo anti-Sm e Fator antinúcleo reagentes. O diagnóstico de LES ficou evidente, apesar da apresentação atípica dos
sintomas e da forma rara de apresentação da doença como pseudotumor cerebral.
Conclusão: Pseudotumor cerebral como manifestação neuropsiquiátrica do LES é pouco descrita na literatura médica
apresenta importância no diagnóstico diferencial das colagenases. Porém o mecanismo fisiopatológico ainda é desconhecido
e várias teorias tentam explicar a relação entre as duas condições clínicas sem comprovação até o momento.
Palavras
alavras-- chave: Pseudotumor cerebral; Lúpus eritematoso sistêmico; Cefaleia; Papiledema, Hipertensão intracraniana
128
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Prevalence of medication overuse headache in a tertiary hospital in northeast Brazil
James Felipe Tomaz de Morais1,2, Daviany Oliveira Lima1, Camila Benevides Aires1, Cleiton C Rodrigues Silva3,
Daniele Santana de Vasconcelos1, Brunna Thaís Luckwu de Lucena1, Ricardo Dias de Castro1,
Ana Karine Farias da Trindade Coelho Pereira1, Isabella Araújo Mota2
2
1
UFPB – Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, PB
HULW/UFPB – Hospital Universitário Lauro Wanderley – João Pessoa, PB
3
FCMPB – Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – João Pessoa, PB
Objetivos: Verify the prevalence of medication overuse headache among patients with primary headaches.
Métodos: This study was approved by local Human Research Ethics Committee. The investigation was placed in a neurology
ambulatory of a tertiary hospital in northeast of Brazil. All patients gave informed consent. Data collection was performed
prospectively and consisted in detailed examination of primary headache based in diagnostic criteria of International Classification
of Headache Disorders, II Edition. Data was analysed with descriptive and inferential techniques and Chi-square test using the
software Statistical Package for Social Sciences (version 21, SPSS Inc., Chicago, IL, USA).
Resultados: Were selected via random numbers the first 21 cases of most common primary headache types (migraine and
tension-type headache). Forty-four patients with migraine and TTH composed the sample, being 59,5% male. Migraine was
diagnosed in 52,9% of female patients and TTH in 52% of male. In the total sample, 54,8% obtained diagnosis of medication
overuse headache (MOH). MOH was more frequent in patients of female gender (68%), with statistically significant difference
compared to male ones (p < 0.05).
Conclusão: Medication overuse headache is a prevalent condition in patients in a tertiary-care in northeast of Brazil. Female
patients are most affected by medication overuse headache than male (p < 0.05). Further research should analyse the
characteristics involved in a controlled sample of female patients.
Palavras
alavras-- chave: Prevalence study; Medication overuse headache; Chronic headache due to medication overu; University
hospital
Aspectos clínicos e linhas de tratamento para a cefaleia cervicogênica: Revisão de
literatura
Tâmara da Silva Santana1, Ana Patricia Pascoal Queiroz1
1
UNEB – Universidade do Estado da Bahia – Salvador, BA
Objetivos: Apresentar os achados na literatura referentes aos aspectos clínicos da cefaleia cervicogênica e suas linhas de
tratamento.
Métodos: Foi realizada revisão bibliográfica através das bases de dados Medline e Lilacs dos artigos publicados nos últimos
7 anos. As palavras-chaves da pesquisa foram: "cervicogenic headache" e "aspects clinical", " cervicogenic headache" e "
treatment", "cervicogenic headache" e "pharmacotherapy". Dos 72 artigos encontrados, 29 foram selecionados por atenderem
aos critérios de inclusão do estudo.
Resultados: Embora subdiagnosticada e subtratada estima-se que a cefaleia cervicogênica (CCG) atinja cerca de 15 a 20%
da população portadora de cefaleia, causando um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados. Considerada
como uma cefaleia secundária, que emerge de uma disfunção musculoesquelética da coluna cervical, a CCG é caracterizada
por dor de cabeça unilateral, com sinais e sintomas de envolvimento do pescoço, tais como, redução da amplitude dos
movimentos, dor desencadeada pela pressão externa sobre a cervical superior, propagação da dor ou de algum tipo de
sensação para o ombro e braço ipsilaterais. Ainda são relatadas alterações visuais, auditivas, náuseas, êmese e fotofobia. As
linhas de tratamento para esta condição vão desde a abordagem farmacoterapeutica à cirúrgica, sendo a ultima a menos
utilizada. A Fisioterapia é uma opção de tratamento viável para pacientes com CCG a fim de recuperar a função e diminuir a
probabilidade dos sintomas voltarem.
Conclusão: Os estudos feitos sobre a CCG, com foco em aspectos clínicos e linhas de tratamento, sugerem que embora já
tenha sido demonstrado que alguns testes podem diferencia-la de outras cefaleias, esta não possui critério diagnóstico muito
bem esclarecido, além disso faltam testes e medidas objetivas que leve a sua determinação. Os resultados deste trabalho
revelam ainda, que a busca por seus aspectos clínicos é de grande importância, pois, pode ajudar a determinar o diagnóstico
diferencial e uma perspectiva de tratamento.
Palavras
alavras-- chave: Aspectos clínicos; Cefaleia cervicogênica; Fisioterapia; Tratamento
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
129
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Participação da fisioterapia na equipe multidisciplinar de um centro especializado
no tratamento de cefaleias – Relato de experiência
Ana Izabela Sobral de Oliveira1, Lidiane L. Florencio1, Gabriela F. Carvalho1, Maria Claudia Gonçalves1,
Fabiola Dach1, Débora Bevilaqua Grossi1
USP – Universidade de São Paulo – SP
1
Objetivos: Relatar a experiência da inclusão da fisioterapia na equipe multidisciplinar de um centro especializado no tratamento
de cefaleias.
Métodos: O Ambulatório de Cefaleias e Algias Craniofaciais é composto por três neurologistas, oito médicos residente em
neurologia, um psicólogo, um dentista, cinco fisioterapeutas e oito graduandos em fisioterapia e realiza em média 40 atendimentos
semanalmente. Os fisioterapeutas acompanham as consultas e quando solicitados participam da avaliação e orientação dos
pacientes quanto ao autocuidado no manejo da dor, adaptações posturais e realização de relaxamento com alongamento
cervical. Quando necessário alguns deles são encaminhados para o acompanhamento no Serviço de Fisioterapia em Cefaleia
e Disfunção Temporomandibular (DTM), principalmente aqueles com comprometimento miofascial, migrânea ou outras cefaleias
associadas à dor cervical, cefaleia cervicogênica, DTM com componente muscular ou restrição ao uso de medicação. O
atendimento acontece semanalmente durante 50 minutos e tem por objetivo diminuir a quantidade de aferências nociceptivas
oriundas da região craniocervical com técnicas de terapia manual, relaxamento, fortalecimento e reeducação postural.
Resultados: Desde fevereiro de 2009, a avaliação fisioterapêutica foi solicitada para 303 pacientes e até agosto de 2014
foram realizados 2262 atendimentos. Além disso, no setor multidisciplinar, os pacientes foram recrutados para pesquisas
clínicas que resultaram em 12 artigos completos em revistas cientificas, 46 resumos publicados em anais de congressos
nacionais e 12 em internacionais, 9 trabalhos de iniciação cientifica, três dissertações de mestrado, uma tese de doutorado e
um pós-doutorado. Atualmente quatro projetos estão em andamento com quatro alunos de pós-graduação e oito alunos de
graduação envolvidos.
Conclusão: A interação multidisciplinar no setor especializado em cefaleia é de grande importância, sendo a presença do
fisioterapeuta benéfica para a melhora do tratamento clínico do paciente e de cunho cientifico, contribuindo para a produção
do conhecimento sobre a condição clínica do paciente e de novos métodos de tratamento para os portadores de cefaleia.
Palavras
alavras-- chave: Relato de experiência; Cefaleia; Fisioterapia
Associação entre dor cervical crônica e retificação da coluna cervical em
indivíduos com migrânea
Gabriela Natália Ferracini1, Thaís Cristina Chaves1, Ana Bárbara Rodrigues1, Ana Izabela Sobral de Oliveira1,
Fabíola Dach1, Débora Bevilaqua Grossi1, José Geraldo Speciali1
USP – Universidade de São Paulo – SP
1
Objetivos: Avaliar a associação entre dor cervical crônica e retificação da coluna cervical em pacientes com migrânea.
Métodos: A amostra foi composta de 50 adultos com idade média de 34.1 anos (IC 31.1-37.1), com diagnóstico de
migrânea sem aura de acordo com a 2? edição da Classificação Internacional das cefaleias. Foram selecionados de um
ambulatório terciário de cefaleia e apresentavam pelo menos 3 crises de migrânea por mês e dor cervical com episódios de dor
há pelo menos 3 meses. Foram excluídos aqueles com história de lesão cervical, fibromialgia, hérnia discal e os que tivessem
recebido tratamento fisioterapêutico no último ano. A lordose fisiológica da cervical foi analisada por radiografia, através do
ângulo Cobb, obtido por meio da intersecção das linhas do plano do platô vertebral superior de C7 e do platô inferior de C2,
medido por meio do software K-Pacs®. O valor normal médio é de 36?, e quanto menor o ângulo mais retificado está a
coluna. Foi utilizado o teste de correlação de Spearman por meio do software SPSS®.
Resultados: Os indivíduos com migrânea tinham 12 (IC 9.4 - 14.6) dias de dor/mês, com intensidade de 7.5 (IC 7.0 - 8.0)
na escala numérica de dor. Destes, 39 apresentaram dor cervical, há 6.9 anos (IC 4.5 - 9.2), com frequência de 17.1 dias de
dor/mês (IC 13.4 - 20.9) e intensidade de 6.6 na escala de dor (IC 6.1 - 7.1). A média do ângulo foi de 25? (IC 20-29).
Identificou-se correlações negativas e fracas do ângulo de Cobb com a intensidade da cefaleia (r:-0.30; p=0.03), da dor
cervical (r: -0.33; p=0.02), e com o tempo de dor cervical (r:-0.27; p=0.02).
Conclusão: O relato de dor cervical crônica em indivíduos com migrânea está associado à retificação da coluna cervical.
Palavras
alavras-- chave: Postura; Migrânea; Dor cervical
130
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Avaliação do limiar de dor por pressão dos músculos cervicais em pacientes com
cefaleia
Maria Carolina Giantomassi1, Mariana Benatto1, Lidiane Florêncio1, Débora Grossi1
USP – Universidade de São Paulo – SP
1
Objetivos: Comparar os valores do LDP dos músculos cervicais, trapézio superior, esternocleidomastóideo, suboccipital,
elevador da escápula e escaleno anterior de pacientes com cefaleias de um serviço terciário de atendimento com um grupo
controle.
Métodos: Foram selecionados, no período de 6 meses, 65 pacientes com cefaleia e 66 indivíduos para o grupo controle. Os
voluntários foram avaliados sentados utilizando um dinamômetro manual digital, aplicando uma pressão perpendicularmente
às superfícies anatômicas, avaliadas com velocidade constante de aproximadamente 1,0 kg/cm²/s repetidas duas vezes, nos
5 músculos, bilateralmente, em uma sequência aleatória.
Resultados: O grupo com cefaleia incluiu pessoas com média de idade de 37 anos (DP= 11,92), de IMC= 25,83 (DP=5,47),
com média de frequência de dor de 10 dias (DP=9,32) ao mês e de intensidade forte (EVA=8). Em contrapartida, o grupo
controle incluiu pessoas com média de idade de 27 anos (DP=9,27), de IMC = 25,22 (DP= 4,58) que não apresentavam
queixas de dor de cabeça. Entre os 65 pacientes com cefaleia, 51 apresentaram migrânea, 6 cefaleia do tipo tensional (CTT),
1 cefaleia cervicogênica (CC), 5 pacientes com provável migrânea e 2 com cefaleia em salvas. A média dos valores de LDP de
cada músculo está demonstrada na Figura 1. Ao observar o LDP dos músculos avaliados dentro do grupo de cefaleia, o menor
valor encontrado é do músculo escaleno anterior e o maior valor é do músculo trapézio.
Conclusão: Pacientes com cefaleia, tanto primária como secundária, apresentam um LDP menor nos músculos cervicais em
relação sujeitos sem cefaleia confirmando a hipótese de que a presença da cefaleia está associada a uma hipersensibilidade
dessa região.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Limiar de dor por pressão; Músculos cervicais
Severidade da alodinia cutânea em migranosos e migranosos crônicos
Mariana Tedeschi Benatto1, Lidiane Lima Florencio1, Débora Bevilaqua Grossi1
1
USP – Universidade de São Paulo – SP
Objetivos: Os objetivos do presente estudo foram avaliar a presença e classificar a severidade da alodinia cutânea em
ambos os grupos e verificar em quais domínios, térmico e mecânico, os grupos migrânea e migrânea crônica apresentaram
maiores pontuações.
Métodos: A severidade da alodinia cutânea foi avaliada por meio do questionário 12 item Allodynia Symptom Checklist/
Brasil (ASC-12/Brasil)¹ em voluntários alfabetizados, com idade entre 18 e 55 anos, diagnosticados com migrânea
(N=80) e migrânea crônica (N=80). Foram excluídos aqueles que apresentaram diagnóstico concomitante de outras
cefaleias, fibromialgia, neuralgia do trigêmeo e outras doenças sistêmicas que proporcionassem neuropatia periférica
sensitiva, além daqueles que não concordaram em participar.
Resultados: Nossos resultados demonstram que dos 160 participantes, 93,12% eram do sexo feminino e a alodinia
cutânea foi observada em 139 voluntários. O sintoma acometeu 81,3% do grupo migrânea e 92,5% do grupo migrânea
crônica (p=0.03). Observou-se ainda maiores pontuações do grupo migrânea crônica na pontuação geral do ASC12/Brasil e nos domínio mecânico, estático e dinâmico. Todavia, quando verificada diferenças entre os grupos na
severidade da alodinia, nenhuma se mostrou significativa e ambos os grupos apresentaram maior frequência para a
classificação severa, sendo de 40% no grupo migrânea e 47,5% no grupo migrânea crônica.
Conclusão: De acordo com a análise dos nossos resultados, concluímos que a presença da migrânea, sendo ela
crônica ou episódica, é suficiente para desenvolver alodinia cutânea. Contudo, a alodinia é mais prevalente no grupo
migrânea crônica.
Palavras
alavras-- chave: Alodinia cutânea; ASC-12/Brasil; Migrânea; Sensibilização central
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
131
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Análise do limiar de sensibilidade pressórica à dor em pontos de acupuntura e na
região trigeminal entre indivíduos com e sem cefaleia
Gabriela Almeida da Silva1, Mariana Luiza da Silva Queiroz1, Dayzene da Silva Freitas1, Giselle Cristine
Pereira Santos1, Daniela Cardoso Toscano1, Ana Cláudia Maciel Silva1, Eduardo José Nepomuceno
Montenegro1, Joaquim José de Souza Costa Neto1, Marcelo Moraes Valença1, Daniella Araújo de Oliveira1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco – Recife, PE
1
Objetivos: Comparar os limiares de sensibilidade dolorosa em acupontos utilizados para o tratamento da cefaleia e nos
ramos do nervo trigêmeo, entre mulheres com e sem cefaleia.
Métodos: Trata-se de um estudo piloto observacional, realizado no período entre março a julho de 2014. A população foi
composta de 17 mulheres com idade entre 18 e 35 anos (23,41±3,44), IMC entre 18,5 e 24,9kg/m² (21,68±4,33), ciclo
menstrual entre 21-35 dias, sendo o grupo controle (n=6), cefaleia do tipo tensional episódica frequente (n=4), e migrânea
sem aura (n=7). O diagnóstico clínico da cefaleia foi realizado por um neurologista de acordo com os critérios da
sociedade internacional de cefaleia (ICHD-III, 2013). Foram adotados como critérios de exclusão: uso de medicamentos
analgésicos ou antiinflamatórios nas últimas 24 horas anteriores à coleta dos dados. As avaliações foram realizadas
durante o período interictal. O algômetro (Wagner Force Dial) foi utilizado para graduar o limiar de dor à pressão nos
pontos de acupuntura VG20 (Baihui), IG4 (Hegu), P7 (Lieque), F3 (Taichong), VB20 (Fengchi), e nos ramos oftálmico (V1),
maxilar (V2) e mandibular (V3) do nervo trigêmeo. Foram realizadas 4 avaliações de acordo com as fases do ciclo menstrual:
menstrual, periovulatória, lútea e pré-menstrual. Para análise estatística foi utilizado o teste Kruskal-Wallis.
Resultados: Os grupos cefaleia do tipo tensional e migrânea sem aura apresentaram em média menor limiar de sensibilidade
dolorosa em relação ao grupo controle. Houve diferença significativa na fase pré-menstrual nos pontos IG4 direito (p=0,033),
IG4 esquerdo (p=0,030), P7 direito (p=0,012), P7 esquerdo (p=0,13) F3 direito (p=0,025), VB20 direito (p=0,015),
VB20 esquerdo (p=0,017). O ramo V3 esquerdo apresentou diferença significativa entre os grupos (p=0,040).
Conclusão: Houve diminuição do limiar pressórico doloroso significativo na cefaleia do tipo tensional e na migrânea em
relação ao grupo controle.
Palavras
alavras-- chave: Headache; Migraine disorders; Pain threshold; Tension-Type headache
Prevalence of epistaxis in children with migraine
Renata Cristina Franzon Bonatti1, Caroline Pereira1, Thiago Pereira Faria1,
Hélio Vitor Paim Júnior1, Alfredo Leboreiro Fernandez1
1
UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba, MG
Objective: Our aim was to perform a transversal epidemiological study of patients consulted in outpatient units of secondary
and tertiary care in Childhood Neurology and in a private childhood neurology outpatient consultation unit in order to
determine the prevalence of epistaxis in patients up to 20 years of age, with the diagnosis of migraine according to the
protocol of the Headache Classification Committee of the International Headache Society 2004.
Methods: About 1900 medical pediatric files were assessed, of which 112 had a diagnosis of migraine. A systematic
revision of the 112 patient medical files with the diagnosis of migraine in the time interval between 2006 and 2014 was
performed.
Results: A prevalence of 36,6% (41 out of 112) of epistaxis in patients with migraine was found. There was a prevalence of
66,66% (62 out of 93) of patients which also reported abdominal pain, and a prevalence of 65,71% (6 out of 70) of the
patients, which reported lower limb pain. Among the patients with epistaxis, 10 (24,39%) subjects reported sinusitis and 17
(41.46%), rhinitis, while, in the patients without epistaxis, 22 (30.98%) subjects with sinusitis and 20 (28.16%) subjects wi.h
rhinitis were found.
Conclusion: Our results show a statistically significant prevalence of epistaxis in children and adolescents with migraine.
When we analysed the group with migraine and epistaxis we noted that there is not a greater number of otorrhinolaryngologic
symptoms compared with patients without epistaxis, which further supports our findings.
Palavras - chave: Migraine; Epitaxis; Children
132
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Correlação entre cinesiofobia, depressão e catastrofização em pacientes com
disfunção temporomandibular (DTM)
Aroldo Aguiar1, Dèbora Belivaqua Grossi1, Mariana Romano Lira1, Roberta Rodrigues Lemes Silva1,
Cesar Bataglion1, Thais Cristina Chaves1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – SP
1
Introdução: A Disfunção Temporomandibular (DTM) pode estar associada a alterações psicossociais, especialmente nos
pacientes com quadros crônicos. A cinesiofobia, medo de movimento, é uma destas alterações do espectro psicossocial que
pode levar incapacidade nos pacientes com DTM. Entretanto, não há trabalhos que tenham verificado a presença de cinesiofobia
e suas associações com outros aspectos psicossociais, como depressão e catastrofização, também presentes nos pacientes com
DTM.
Objetivo: Correlacionar os sintomas de cinesiofobia, depressão e catastrofização em pacientes com DTM.
Métodos: Foram avaliadas 29 mulheres (37,07; IC95%: 33,37-40,78), com diagnóstico de DTM de acordo com o RDC/
TMD¹, pacientes da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-FORP-USP. A Tampa Scale for Kinesiophobia específica para
DTM (TSK-TMD)² foi utilizada para avaliação da Cinesiofobia. A TSK-TMD versão português³ contém 18 questões, com escores
variando entre 17-68 pontos. Para avaliação da depressão foi utilizado o Questionário sobre a saúde do paciente (PHQ-8)
versão português brasileiro4com variação de pontuação entre 0-24 pontos. E para avaliação da catastrofização foi utilizada
a Escala de Pensamentos Catastróficos sobre dor (EPCD) versão adaptada para o português contendo 13 itens (0-45 pontos).
Para análise estatística foi utilizado o teste de correlação de Spearman (p0,30 = fraca, 0,40>R>0,60 = correlação moderada
0,70>R>0,90 = correlação forte, R=1, correlação perfeita.
Resultados: Foram verificadas correlações moderadas e positivas entre cinesiofobia e depressão (R = 0,50), entre cinesiofobia
e catastrofização (R = 0,65) e depressão e catastrofização (R = 0,66).
Conclusão: Estes resultados demonstram que cinesiofobia, catastrofização e depressão devam ser avaliados conjuntamente
nos pacientes com DTM. É possível que a identificação destes aspectos auxiliem na determinação do prognóstico de
estratégias de intervenção, uma vez que a cinesiofobia pode ser um forte preditor de incapacidade em pacientes com dores
crônicas.
Palavras
alavras-- chave: Catastrofização; Cinesiofobia; Depressão; Disfunção temporomandibular
O uso da artrocentese de agulha em ipsilon no tratamento dos deslocamentos do
disco sem redução
Eduardo Grossmann1
1
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS
Objetivos: Avaliar a eficácia do emprego da artrocentse de uma única agulha em forma de Ipsilon em pacientes com
deslocamento do disco sem redução da articulação temporomandibular.
Métodos: Uma técnica de punção única, com um dispositivo manufaturado, foi utilizada para avaliar a eficácia do mesmo
em pacientes com deslocamento do disco sem redução. Esse estudo envolveu 20 pacientes com idade variando entre 22 - 61
anos com uma média de idade de 33,4 anos. Todos foram avaliados clínica e por ressonância magnética nuclear antes e após
a terapêutica. Esses foram acompanhados por um período de 3 a 24 meses. Foram quantificados, antes e após o tratamento,
a dor, a distância interincisal, a deflexão, comparando os dados pré e pós-operatórios. Para análise estatística foi empregado
o teste "t de Student".
Resultados: A maioria dos pacientes relatou uma redução da dor em sua totalidade, apenas em 2 pacientes não houve
grande modificação do quadro álgico. Houve uma melhora clinicamente significativa na abertura da boca, deflexão e na dor
(p<.0,001). A média da abertura bucal inicial antes da artrocentese era 28,83 mm e após o tratamento foi para 41,56 mm.
A média da dor articular inicial era, segundo a escala analógica visual (EVA), 7,8 e após a artrocentese passou para 1,1.
As médias da lateralidade e protrusiva inicial eram, respectivamente, 3,2 e 4,1mm. Após a artrocentese obteve-se como
médias 6,8 e 7,1.
Conclusão: A artrocentese com agulha única é um procedimento minimamente invasivo, simples, barato e altamente eficiente
que pode ser realizada sob anestesia local.
Palavras
alavras-- chave: Artrocentese; ATM; Deslocamento do disco; Agulha
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
133
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Is medication overuse headache related to temporomandibular disorders?
James Felipe Tomaz de Morais1,2, Cleiton C Rodrigues Silva3, Camila Benevides Aires1,
Daviany Oliveira Lima1, Isabella Araújo Mota2, Giorvan Anderson dos Santos Alves1,
Ana Karine Farias da Trindade Coelho Pereira1, Luciana Barbosa de Sousa Lucena1,2
1
UFPB – Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa, PB
HULW/UFPB – Hospital Universitário Lauro Wanderley – João Pessoa, PB
3
FCMPB – Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – João Pessoa, PB
2
Objective: Verify the presence of temporomandibular disorder (TMD) in patients with and without medication overuse headache
(MOH).
Methods: This study was approved by Human Research Ethics Committee. A cross-sectional research was conducted with a
random sample of patients at a tertiary ambulatory of neurology in northeast of Brazil. Primary headache diagnostic was
performed based on International Classification of Headache Disorders II Edition (ICDH-II) criteria and the TMD was measured
using Fonseca's questionnaire for TMD. Analyses were performed using the software Statistical Package for Social Sciences
(version 21, SPSS Inc., Chicago, IL, USA). For all tests the confidence interval adopted was 95%.
Results: Were selected via random numbers 42 patients with primary headaches attended at ambulatory of neurology in a
tertiary-care center in northeast Brazil; 59.5% of them was male. Related to primary headaches, MOH was observed in 54.8%
of the sample. Statistical analysis revealed that >6 signs and symptoms of TMD was related to the clinical status of 78.3% of
those with MOH when comparing the presence or absence of both variables (p = 0.001). For the observed phenomenon were
also measured associations between variables using Fisher's exact test and odds-ratio, evidencing that the chance of exposure
to TMD in cases of MOH was 10.08 times higher comparing to those without MOH (p = 0.001).
Conclusion: MOH is a prevalent condition in patients with primary headaches who seek for specialized care (54.8%). In a
tertiary ambulatory, the risk of patients with MOH of having TMD associated to its clinical status is 10 times higher than those
without MOH, indicating the relevance of investigation of its signals and symptoms or its referral to a TMD specialist. This study
was limited to patients attended in a tertiary hospital, without control group. Further research should control such variables.
Keywords: Temporomandibular disorders; Primary headaches; Medication overuse headache; Chronic headache due to
medication overu
O emprego da ressonância magnética nuclear na avaliação de alterações
artrogênicas da articulação temporomandibular
Eduardo Grossmann1
1
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS
Objetivos: Descrever as diferentes alterações artrogênicas da articulação temporomandibular e correlacioná-las com suas
imagens, através do exame de ressonância magnética nuclear.
Métodos: Utilizou-se um banco de dados de uma amostra de 2000 pacientes pertencentes ao Centro de Dor e Deformidade
Orofacial que apresentavam sinais e/ou sintomas clínicos de disfunção temporomandibular, submetidos, ao exame de ressonância
magnética nuclear entre março de 2000 a fevereiro de 2014. As imagens foram obtidas a partir de um aparelho de campo
magnético de 1,5 tesla. Foram realizadas sequências com ponderações T1 e T2. no plano sagital oblíquo, em máxima
intercuspidação e abertura bucal máxima. Paralelamente ao eixo da cabeça mandibular, foram obtidas imagens de cada ATM
no plano coronal oblíquo (T1,T2), em máxima intercuspidação habitual.
Resultados: Obtiveram-se diferentes imagens patológicas envolvendo o disco articular,a cabeça da mandíbula, ou ambos.
Citem-se como exemplos deslocamento do disco com e sem redução; aderência, efusão e processos degenerativos.
Conclusão: Tal exame de imagem é o padrão ouro para avaliação das alterações da articulação temporomandibular. É uma
modalidade de exame que não emprega radiação ionizante, possibilita avaliar as estruturas de tecido mole, intermediário e
duro da articulação temporomandibular em diferentes planos. Pode ser indicada quando há dificuldades clínicas em se
estabelecer a etiologia de uma dor facial, assim como para evoluir diferentes formas de terapia, conservadora e/ou invasivas
relacionadas a patologias da articulação temporomandibular propriamente ditas.
Palavras
alavras-- chave: Articulação temporomandibular; Disco articular; Ressonância magnética nuclear
134
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Avaliação da qualidade de vida em pacientes com cefaleia e disfunção
temporomandibular em tratamento em centro de neurologia de atenção terciária
Marcelo Serafim1, Gustavo Dagostim1, Daniel Bonotto1, Pedro André Kowacs1, Paulo Afonso Cunali1
1
UFPR – Universidade Federal do Paraná – Curitiba, PR
Objetivos: Conhecer a prevalência de disfunção temporomandibular (DTM) em pacientes em tratamento para cefaleia em
centro de atenção terciária de neurologia. Comparar a qualidade de vida dos pacientes com e sem DTM.
Métodos: Foram avaliados 52 pacientes que estavam em tratamento para cefaleia em ambulatório de atenção terciária em
neurologia com aplicação do índice de qualidade de vida SF-36. Esse questionário produz um perfil de oito dimensões de
avaliação de qualidade de vida por meio de 36 perguntas. Para diagnóstico de DTM foi utilizado o questionário para triagem
de DTM da Academia Americana de Dor Orofacial e realizado exame físico baseado no eixo I do índice Research Diagnostic
Criteria for Tempromandibular Disorders (RDC/TMD), por examinador capacitado.
Resultados: A prevalência de DTM em pacientes com cefaleia foi de 59.6%. Observou-se que os pacientes com a comorbidade
de DTM apresentaram diferença estatisticamente significativa nos seguintes quesitos de qualidade de vida: limitações físicas
(p=0,002), limitações emocionais (p=0,02) e dor (p=0,002).
Conclusão: O diagnóstico de DTM em pacientes com cefaleia foi frequente. A presença da comorbidade de DTM em
pacientes com cefaleia parece contribuir para piorar a qualidade de vida desses indivíduos. A avaliação multidisciplinar em
centros de atenção terciária de cefaleia pode ser útil para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras
alavras-- chave: Cefaleia; Disfunção temporomandibular; Qualidade de vida
Disfunção temporomandibular e alterações da coluna cervical: Há relações
radiográficas mensuráveis?
Maurício Poderoso1, Jader Pereira de Farias Neto1, Leonardo Yung dos Santos Maciel1,
Leonardo Rigoldi Bonjardim1
1
UFS – Universidade Federal de Sergipe – São Cristóvão, SE
Objetivo: Comparar os ângulos craniocervicais e a disfunção temporomandibular (DTM).
Métodos: A amostra foi composta por adultos jovens, de ambos os sexos, com idade variando entre 18 e 30 anos.
Diagnóstico da DTM foi baseado nos critérios clínicos dos Critérios Diagnósticos de Pesquisa em DTM (RDC / TMD),
associados a sintomas autorrelatados de DTM. Para a análise radiológica medimos três ângulos e duas distâncias da região
crânio-cervical.
Resultados: Dos 56 indivíduos, apenas 23 completaram todas as etapas da pesquisa, que foram divididos em dois
grupos: (1) Grupo TMD livre - composto por 11 indivíduos; (2) Grupo TMD - constituído de 12 indivíduos. O diagnóstico
clínico mais comum de DTM foi artralgia (75,0%), seguido de dor miofascial sem abertura limitada da boca (58,4%). Entre
os sintomas autorrelatados de DTM, os mais frequentes foram facial (83,4%) e pescoço (66,6%) dor. De medição radiológica,
apenas ângulo plano atlas (APA) (p = 0,026) e a distância tradução anterior (Tz C (2) C (7)) (p = 0,045) apresentaram
diferença estatística entre os grupos DTM (APA = 16,7 +/- 1,63; Tz C (2) C (7) = 28,7 +/- 2,58) e sem DTM (APA = 21,64
+/- 1,24; Tz C (2) C (7) = 19,82 +/- 3,29).
Conclusão: pode-se verificar que os pacientes com DTM sintomáticos apresentaram uma flexão da primeira vértebra
cervical associado a uma anteriorização da coluna cervical (hiperlordose).
Palavras
alavras-- chave: Síndrome da disfunção da articulação tem; Postura craniocervical; Radiografia
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
135
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Aplicação da TENS por eletrodos de carbono ou por agulhas de acupuntura
interferem na anti-hiperalgesia?
Maurício Lima Poderoso Neto1, Leonardo Yung dos Santos Maciel1, Jader Pereira de Farias Neto1
1
UFS – Universidade Federal de Sergipe – São Cristóvão, SE
Objetivos: Objetivou analisar se as aplicações com eletrodos de carbono ou por agulhas de acupuntura em diferentes
localizações interfeririam na anti-hiperalgesia promovida pela TENS de baixa frequência em um modelo de dor inflamatória.
Métodos: Utilizando-se caolina e carragenina (3%), induziu-se a osteoartrite, modelo de dor inflamatória, em joelhos de
ratos. Foram utilizados 25 ratos machos da linhagem Wistar, divididos de acordo com a localização dos eletrodos em 5 grupos
(n=5, em cada grupo), sendo eles: dermátomo ipsilateral, dermátomo contralateral, região paravertebral, pontos de acupuntura
(Bp6 e E36) e controle. Em todos os grupos, foram mensurados antes e pós a aplicação da corrente a hiperalgesia térmica, a
hiperalgesia mecânica secundária e o edema da articulação do joelho. A TENS foi aplicada com a frequência de estimulação
de 4 Hz, duração de pulso (100 µs), intensidade sensorial por 20 minutos durante 5 dias consecutivos. Para medidas entre
grupos foram utilizados o teste de Kruskal-wallis e ANOVA seguido pelo post hoc teste de Tukey. Para medidas intra grupos
foram utilizados os testes de Wilcoxon Matched Pairs e teste t. Os valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
Resultados: Após a aplicação da TENS com os eletrodos posicionados no dermátomo ipsilateral, dermátomo contralateral, na
paravertebral e em pontos de acupuntura, observou-se uma redução significativa na hiperalgesia térmica e na hiperalgesia mecânica
quando comparado ao grupo controle e ao pré-tratamento em cada grupo. A intensidade de estimulação foi significativamente
inferior no dermátomo contralateral em comparação aos demais locais de aplicação dos eletrodos. Os dados de latência, limiar
mecânico e de intensidade mostram uma tendência a tolerância aos efeitos da TENS a partir do quinto de sua aplicação.
Conclusão: Os achados sugerem que o efeito analgésico promovido pela TENS não depende do local de aplicação dos
eletrodos, sugerindo ação da TENS no sistema nervoso central.
Palavras
alavras-- chave: Acupuntura; TENS; Eletrodos; Dor inflamátória
Alterações estomatognáticas após uma craniotomia: uma investigação clínica
mastigatória e eletromiográfica
Carlos Michell Tôrres Santos1, Carlos Umberto Pereira2, Pábula Thais Rodrigues de Lima Tôrres1, Jader Pereira de
Farias Neto2, Marcelo Mendonça Mota1, Mauricio Lima Poderoso Neto2,1, Leonardo Yung dos Santos Maciel2,1
1
FASE – Faculdade Estácio; 2UFS – Universidade Federal de Sergipe
Objetivos: Avaliar a funcionalidade do sistema estomatognático em pacientes submetidos a craniotomia pterional através da
avaliação clínica dos sinais e dos sintomas auto-relatados de DTM, performance mastigatória e eletromiografia dos músculos
mastigatórios.
Métodos: Um total de 15 pacientes submetidos a craniotomia pterional foram avaliados quanto aos índices de funcionalidade
muscular, articular e temporomandibular, utilizara um questionário avaliativo para o relato dos sintomas de disfunção
temporomandibular. Realizou-se a análise do diâmetro geométrico médio das partículas mastigadas e eletromiografia dos
músculos masseter e temporal anterior durante o repouso da mandíbula e na mastigação habitual no pré-operatório e 60, 120
e 180 dias após a cirurgia. A análise estatística foi realizada através do teste do qui-quadrado, ANOVA para medidas
repetidas, seguida pelo pós-teste de Dunnet ou teste de Friedman seguido do pós-teste de Dunn.
Resultados: Este estudo preliminar mostrou que apesar da boa recuperação pós-operatória apresentada pelos pacientes,
a maioria dos indivíduos submetidos a craniotomia pterional, relataram dificuldade significativa para abrir a boca 60 dias
após a cirurgia, piora significativa nos índices funcionais e articulares em 60 e 120 dias após a cirurgia, aumento de
severidade da disfunção temporomandibular 60 dias após a cirurgia e um aumento gradual do diâmetro geométrico médio
das partículas mastigadas, além de aumento de dor a palpação na musculatura investigada, mas nenhuma alteração
eletromiográfica em músculos masseter e temporal.
Conclusão: Pacientes submetidos a craniotomia pterional apresentaram dificuldade na abertura de boca, piora na funcionalidade
da articulação temporomandibular, resposta álgica à palpação nos músculos mastigatórios, aumento da severidade da disfunção
temporomandibular e diminuição gradual da capacidade mastigatória, mesmo não mostrando sinais de assimetria
eletromiográfica em masseter e temporal anterior no lado operado em relação ao lado oposto.
Palavras
alavras-- chave: Craniotomia; Articulação temporomandibular; Eletromiografia; Mastigação
136
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Temporomandibular disorders in patients with primary headaches
James Felipe Tomaz de Morais1, Cleiton Santos Rodrigues da Silva2, Camila Benevides Aires1,
Daviany Oliveira Lima1, Jaims Franklin Ribeiro Soares1, Luciana Barbosa de Sousa Lucena1,
Isabella Araújo Mota3, Giorvan Anderson dos Santos Alves1
UFPB – Universidade Federal da Paraíba; 2FCMPB – Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba,
3
HULW/UFPB – Hospital Universitário Lauro Wanderley
1
Objectives: Observe the prevalence of signs and symptoms of temporomandibular disorders (TMD) in patients with primary
headaches types.
Methods: After authorization by the Ethics Committee, this cross-sectional study was conducted with a random sample of
patients at a tertiary hospital in Northeast of Brazil. Patients attended in a neurology ambulatory were invited for being screened
for orofacial pain and TMD using Fosenca's questionnaire for TMD. Due to recent modifications suggests in that questionnaire,
TMD was considered in those with more than 5 signs or symptoms. Primary headache diagnosis was based on International
Classification of Headache Disorders, II Edition. Pearson Chi-square test and odds ratio (OR) analyses were performed using the
software Statistical Package for Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, IL, USA).
Results: The analysis consisted of patients with migraine and tension-type headache (TTH); other primary headache types were
not included due to lower number of patients attended with these conditions. Secondary headaches associations, even likely
cases, were excluded. 42 patients were selected via random numbers (59.5% male and mean age of 31 y/o), 21 with migraine
and 21 with TTH. Total prevalence of >6 TMD signs and symptoms in this sample was 54.8%, in which 31,8% were patients with
TTH and 71,4% with migraine (p= .030; OR= 4,1). Among headaches subtypes, TMD was probable in 63.6% of patients with
chronic TTH and 77,8% of those with migraine without aura (p= .01 for each subtype).
Conclusion: There is a high prevalence of signs and symptoms of TMD in this population of patients with primary headaches
(54,8%). TMD seems to be more frequent in patients with migraine (p=.030), in special those migraineurs without aura (p=.01).
These results suggest orofacial disorders as an important component of investigation in some patients with primary headaches.
Keywords: Primary headaches; Temporomandibular disorders; Orofacial pain
Técnica do agulhamento seco no músculo temporal para o controle da dor miofascial
– relato de caso
Esli Souza Costa1, Antônio Sérgio Guimarães1
1
SLMANDIC – Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic – SP
Objetivos: A dor miofascial é uma das principais causas de dor não dental na região orofacial. Agulhamento seco é definido
como a penetração de uma agulha através da pele, sem a introdução de qualquer droga. Quando realizada corretamente, a
técnica de agulhamento seco pode conduzir à eliminação imediata ou tardia da dor. O objetivo do presente estudo é demonstrar
o benefício a curto prazo do uso da técnica do agulhamento seco realizado no musculo temporal, mensurado por meio de
critérios subjetivos.
Métodos
Métodos: Os PMGs são identificados exame clínico por palpação , empregando a técnica de palpação plana, no caso do
músculo temporal. Uma vez localizada a banda tensa, é feita a assepsia da pele e o clínico pinça o ponto gatilho entre os
dedos. A agulha é inserida numa profundidade entre 1 a 2 cm, com direção variável, sempre num ângulo de 90 em relação
a calota craniana com um movimento relativamente lento de lancetagem constante para dentro e fora do musculo. O objetivo
principal neste momento é obter uma resposta de contração reflexa e involuntária das fibras musculares de uma banda tensa
(resposta contratil local).Este relato de caso clínico apresenta uma paciente C.A.V de 34 anos, gênero feminino, secretária há
02 anos. Dor, constante do tipo cansada, de intensidade 07, com dor miofascial no músculo temporal bilateral e presença de
ponto gatilho. Após realizado o procedimento de agulhamento seco, foi utilizado TENS, e termoterapia por aproximadamente
20 minutos. Dois dias depois, a paciente relatou melhora significativa do quadro e eliminação da dor.
Resultados: Melhora da sintomatologia dolorosa geral do quadro, apresentando leve dormência no local da realização do
agulhamento.
Conclusão: A conduta terapêutica empregada foi determinante para remissão da sintomatologia dolorosa a curto prazo.
Palavras
alavras-- chave: Agulhamento seco; Dor miofascial; Temporal
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
137
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Dor temporomandibular de origem artrogênica, ou miogênica?
Eduardo Grossmann1
1
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS
Objetivos: Descrever um caso caracterizado por uma dor no lado direito da face e na articulação temporomandibular (ATM)
homolateral, agravado pela movimentação da mandíbula e por alterações de temperatura ambiental.
Métodos: Paciente do gênero masculino, 25 anos, procurou atendimento devido à dor pré-auricular, e na face lado direito de
caráter contínuo e constante agravada pela movimentação mandibular e mudança de temperatura. Realizou-se anamnese,
exame físico e de ressonância magnética nuclear das ATM em ponderações T1, T2 e DP. Tal exame de imagem demonstrou a
presença de uma estrutura diminuta, cerca de 5-7 mm, com hipersinal, compatível com uma âncora, com um disco deslocado
sem redução. Ao exame clínico identificaram-se a presença de áreas hipersensíveis (pontos-gatilho miofaciais) localizadas no
masseter profundo, esternocleidomastoideo médio e temporal, todos à direita. A hipótese diagnóstica foi de síndrome miofascial.
Foi realizada uma abordagem clínica com a confecção de um dispositivo interoclusal de cobertura total,temopolimerizável,
com contato simultâneo e bilateral(DIO), associado ao agulhamento seco desses pontos, uma sessão semanal de 25 minutos,
totalizando 15 sessões de tratamento.
Resultados: Decorridos 72 meses de acompanhamento, o paciente permanece assintomático.
Conclusão: A combinação de terapias clínicas como agulhamento seco e DIO parecem prover um ótimo resultado em um
paciente com disfunção temporomandibular miogênica, embora o mesmo tenha se submetido a tratamento cirúrgico da ATM
com ancoragem do disco e esse permaneça deslocado sem redução.
Palavras
alavras-- chaves: ATM, DTM, ANCORA
Comparative study of classic arthrocentesis versus canula techiqued in management
of disc displacement of temporomandibular Joint
Eduardo Grossmann1, Liogi Iwaki Filho2
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2UEM – Universidade Estadual de Maringá
1
Objectives: The aim of this study was to compare the effectiveness of two-needle arthrocentesis versus double-needle canula
techique performed in patients with disc displacement of temporomandibular joint (TMJ).
Methods: 20 patients with TMJ disc displacement were randomly assigned to both techniques: the two-needle or the doubleneedle canula. Those patients were followed up for 12 months after the treatment. Several outcome parameters, such as pain at rest,
maximum pain on chewing, limitation in jaw function and jaw range of motion were recorded at multiple follow up assessments.
Results: Both treatment groups demonstrated significant improvement in almost all outcome variables and comparing both
techniques mentioned above, there was no statistical difference in the results between them.
Conclusion: We can conclude from these study that after the correct application of these techquines, regardless of which one
was used, a normalization of the articulatory physiology was achieved. By using MRI there has been found three situations: the
disc stays in its initial position, or the mandibular condyle moves to a more anterior position, below the articular tubercle, or
both, disc and mandibular condyle move to a more anterior position beyond the articular tubercle. The two techniques may be
equally used in further studies and compared with other protocols to detect the most suitable approach in the disc changes.
Keywords: TMJ; Arthrocentesis; Disc displacement
Dor orofacial em pacientes esquizofrênicos – relato de caso
Nathalie Santiago Mendonça1, Maurício Kosminsky1
1
FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde
Objetivos: A Organização Mundial da Saúde antevê elevação da prevalência de transtornos mentais na presente década. Relatos
de dor orofacial em pacientes esquizofrênicos com frequência são acompanhados de descrença em relação as suas queixas.
Métodos: Objetivo: Descrever um paciente com ambas as condições clínicas. Caso: Paciente referiu dor em região
parotideomassetérica bilateral iniciada há 4 anos. Apresentou durante anamnese uma alternância de dados consistentes e
138
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / IX CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
inconsistentes. Incluiu descrição precisa da evolução dos seus sintomas e dificuldade em informar as características de sua dor.
As diversas tentativas de controlar os sintomas fracassaram, por ter sido informado que: "nem ele sabia dizer como era sua
própria dor". Ao exame físico, cargas de pequena magnitude aplicadas em qualquer segmento cefálico promoveram contração
de diversos grupos musculares associados à expressão facial da dor. Nas consultas subsequentes foram descritas queixas
álgicas em diversas regiões do corpo, ausentes na consulta inicial.
Resultados: Discussão: A relação da esquizofrenia com a dor tem sido pouco discutida. A história relatada era compatível
com Desordem Temporomandibular (DTM), incluindo dor exacerbada pela mastigação, fonação e estresse emocional. A
literatura descreve na esquizofrenia uma inabilidade de expressar verbalmente sua dor, bem como distinguir, as expressões
faciais de dor em outras pessoas. Outro ponto a ser analisado são drogas empregadas no controle de doenças mentais as
quais podem contribuir para o surgimento de sintomas associados à DTM.
Conclusão: Pacientes esquizofrênicos podem descrever seus sintomas de forma imprecisa, dificultando a coleta de dados
semiológicos. A abordagem deve ser diferenciada, objetivando identificar as diversas dimensões da dor, incluindo seus
componentes somático e psiquiátrico.
Palavras
alavras-- chave: Esquizofrenia; Desordem temporomandibular; Dor orofacial
xxxx
Sociedade Brasileira de Cefaléia
Filiada à Sociedade Internacional de Cefaléia
Ficha Atualização Cadastral
Membros da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Nome
CPF
CRM/CRO
Especialidade
UF de Registro
Endereço
Complemento
Bairro
CEP
Cidade
UF
Telefone R
es.
Res.
Celular
Telefone
elefone Com.
FA X
E-mail
Site
Padrinhos de associação
Nome
Nome
Resumo do currículo
Enviar ficha cadastral para: [email protected]
Telefone: + 55 (41) 9222-7910
Headache Medicine, v.5, n.4, p.115-139, Oct./Nov./Dec. 2014
139