Fruticultura.

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Fruticultura.
Fruticultura.
1- INTRODUÇÃO
O plantio de espécies frutíferas é uma boa opção de diversificação
para as propriedades agrícolas, pois além de rentável, contribui para
melhorar a qualidade de alimentação do agricultor e sua família, com
utilização da fruta “in natura” e industrializada.
Ao produzir seu próprio alimento, o homem deixa de adquiri-lo de outros e,
com isso, diminui sua despesa. O que sobrar do consumo familiar pode ser
vendido, tornando uma fonte de renda. A disponibilidade de frutas
produzidas no próprio pomar motiva o hábito de consumi-las regulamente e
em quantidade suficiente, resultando em suprimento de minerais e
vitaminas que o corpo humano necessita e que é fornecido pelas frutas,
conforme Quadro 1.
2- PLANEJAMENTO DO POMAR
2.1 Clima
O sucesso de um pomar doméstico ou comercial está diretamente
ligado à escolha da variedade, qualidade da muda e aos cuidados no
plantio.
Como as diversas espécies e variedades frutíferas têm diferentes
exigências climáticas, é importante que o agricultor, antes de implantar o
pomar, consulte um técnico da área, para adequar as espécies a serem
plantadas ao clima da região.
O clima tem grande importância na fruticultura, pois determina as
espécies frutíferas a serem plantadas. Algumas espécies necessitam de
clima tropical (quente), outras de clima subtropical (meio quente) e existem
aquelas que se adaptam melhor ao clima temperado (frio).
2.2 Solo
De maneira geral, as características físicas (estrutura, profundidade,
etc.) são consideradas mais importantes que as químicas, por serem de mais
difícil modificação, pois são necessários vários anos para a formação de um
solo. As condições químicas, pela aplicação de fertilizantes, são de
correção mais fácil e barata.
Para conhecer o solo, é fundamental que amostras dele retiradas
sejam analisadas em laboratórios especializados.
2.3 Escolha do local
O local para plantio de um pomar doméstico deve preencher certos
requisitos que permitam a obtenção de plantas produtivas, sadias e
duradouras:
 O terreno deve ser de preferência plano ou levemente inclinado;
 O solo deve ser profundo, bem drenado e livre de cascalho;
 Existência de água potável nas proximidades.
 O terreno deve ser cercado para evitar a entrada de animais.
2.4 Espécies
Escolher espécies e variedades de maior aceitação e de maior
aproveitamento. As frutas mais recomendadas são aquelas preferidas pela
família e que podem ser utilizadas, tanto para consumo ao natural, como na
forma de geléias, compotas, sucos etc. Seguem algumas sugestões de
espécies e variedades:
 Abacateiro: Pollock (B), Geada (B), Simmonds (A) Os precoces;
Fortuna (A), Collinson (A) e Quintal (B) - meia estação; Ouro Verde
(B), Prince (B), Margarida (B) e Wagner (A) tardias.
 Abacaxizeiros: Pérola (mais doce) e Smooth Cayenne ou Caiena ou
Liso (mais ácido), Jupi, Primavera etc.
 Ameixeiras: Carmesin, Kelsey Paulista, Gema de Ouro, Centenária e
Januária.
 Anonáceas: Pinha, Graviola, Ata, Atemóia, Jaca.
 Bananeiras: Prata comum, Prata Anã, Mysore, Nanicão, Marmelo,
Terra e Maçã.
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Caquizeiros: Fuyu, Taubaté, Rama Forte e Jirô.
Caramboleira: Comum.
Cidreira: Este grupo deve representar 40% da área do pomar, com
destaque para as laranjeiras tardias (Pêra Rio, Natal e Valência).
Coqueiro: Anão, Híbrido e Gigante.
Figueira: Roxo de Valinhos.
Goiabeiras: IAC-4, Ogawa nº 3, Kumagai, Pedro Sato, Paluma.
Jabuticabeira: Sabará e Paulista.
Laranjeiras: Parnásia, Campista, Serra D’água (Ilha), Seleta, Baia,
Baianinha, Pêra Rio, Valência, Lima Verde ou Tardia, Natal,
Sanguínea etc.
Limas doces: Lima da Pérsia e de Umbigo
Limoeiros e Limas ácidas: Siciliano, Tahiti, Galego, Cravo.
Macadâmias: IAC 4-20 e IAC 5-10.
Macieiras: Brasil, Rainha, Ana, Gala.
Mamoeiros: Sunrise Solo (papaya ou amazônia), Tainung 1 e 2
(mamão baiano) e tipos comuns (polpa amarela).
Mangueiras: Bourbon, Coração de Boi e Espada - precoces; Haden 2
H e Tommy Atkins, Santa Cruz - meia estação; Keitt, Pavão, Ouro,
Ubá – tardias, Sabina.
Maracujazeiros: Amarelo (suco), Roxo (suco), maracujá-doce
(consumo in natura).
Marmeleiro: Portugal.
Mexeriqueira: Rio.
Nespereira: Mizuho e Precoce de Itaquera.
Pereiras: Pêra D’água, Smith, Tenra, Triunfo.
Pequizeiro: Comum
Pessegueiro: Ouro Mel, Aurora, Diamante, Biuti, Talismã, Tropical,
Jóia.
Tangerineiras: Cravo, Ponkan, Dancy, Murcotte.
Videiras: niagara branca e rosada, Isabel, Itália, Thompson.
Outras espécies, nativas, sub-exploradas.
De acordo com as preferências, existe uma grande relação de
frutíferas neste grupo, que poderão completar o pomar. Muitas são
excelentes para a produção de sucos, sorvetes, geléias, doces, etc., como
por exemplo: abieiro, acerola, araçazeiro, cabeludinha, cainiteiro, cajámanga, caramboleira, gravioleira, grumixameira, jabuticabeira, jaqueira,
kiwizeiro, lichieira, nogueira pecã, pinha, pitangueira, pitombeira,
romãzeira, sapotizeiro, sirigueleira, tamarindeiro, uvaieira.
2.5 Experiência Local
Considerar a experiência de fruticultores e vizinhos que já
plantaram ou possuem pomares.
2.6 Possibilidades de aproveitamento das sobras
Efetuar um levantamento regional das possibilidades de venda do
excesso da produção, junto a vizinhos, mercearias, mercados e indústrias.
2.7 Sugestões para formação de um pomar
As sugestões a seguir podem ser utilizadas para a formação de um
pomar doméstico em área de 5.000 m² (0,5 ha):
QUADRO 2: Sugestões para formação de um pomar
Espécie
Número Área/planta Área Total
de plantas
m²
m²
Citros (Laranjeiras)
50
20
1.000
Citros (Tangerineiras)
20
20
400
Citros (Limoeiros)
10
20
200
Citros (Outras)
10
20
200
Abacateiros
4
80
320
Abacaxizeiros
100
---
Bananeiras
20
12
240
Caquizeiros
4
40
160
Figueiras
4
20
80
Fruta do Conde (Pinha)
2
80
160
Goiabeiras
6
20
120
Jabuticabeiras
2
80
160
Macieiras
4
40
160
Mamoeiros
20
Mangueiras
4
80
320
Maracujazeiros
10
12
120
Marmeleiros
2
20
40
---
Nespereira
Amarela)
(Ameixa
2
40
80
Pessegueiros
5
20
100
Pereiras
4
20
80
Videiras
20
12
240
Outras (porte médio)
4
40
160
Outras (porte alto)
2
80
160
Perdas em estradas
carreadores, 10%.
e
500
Observações:
 Considerando-se um espaçamento básico de 5 m entre ruas e 4 m
entre plantas, com variações para 5 x 8 m e 10 x 8 m, dependendo do
porte da espécie; desta forma a marcação e estética do pomar ficam
facilitadas.

Sugestões de espaçamento para:
Bananeira: 4 m entre ruas e 3 m entre covas
Maracujazeiro: 3 m entre ruas e 4 m entre plantas
Abacaxizeiros: entre as outras espécies de frutíferas, dentro da rua de
plantio a 30-40 cm uma muda da outra.
3- PREPARO DO TERRENO
As operações de preparo do terreno são as seguintes:
3.1 Limpeza
Limpar o terreno para facilitar as operações de calagem, aração e
gradagem; em terrenos anteriormente cultivados, retire a vegetação nativa
ou restos de culturas que não possam ser incorporados ao solo.
3.2 Retirada de amostra para análise
A retirada de amostra para analise, deve ser feita conforme os
seguintes passos:
1- A coleta do solo deve ser feita em vários pontos da área, caminhando-se
em zigue zague, utilizando enxadão, cavadeira de boca de lobo ou trado.
2- A profundidade deve ser de: 0 a 20cm e 20 a 40cm.
3 - Devem ser retiradas 10 amostras simples de cada área, sendo colocadas
em um balde e misturadas para que forme uma amostra composta,
representativa da área.
4- Deste balde retira-se 500 gramas da mistura e coloque em um saco
plástico limpo.
5- Identifique as amostras com uma etiqueta com os seguintes dados:
- Nome do Proprietário e Propriedade;
- Profundidade de coleta;
- Localização;
- Culturas a serem implantadas.
6- Envie as amostras ao laboratório.
3.3 Calagem
A calagem é a aplicação do calcário ao solo. Ela corrige a acidez,
permitindo que as plantas aproveitem melhores os nutrientes nele existentes
e os adicionados por meio das adubações, segundo as seguintes
orientações:
 Utilizar preferencialmente calcário dolomítico;
 A quantidade exata do calcário a ser utilizada depende dos resultados
da análise de solo;
 Distribui o calcário uniformemente em toda a área com no mínimo
60 dias de antecedência ao plantio;
 Incorporar metade do calcário antes da aração e a outra metade
depois da aração seguida de gradagem;
 Dependendo da análise de solo, muitas fruteiras exigem a colocação
de calcário na cova.
3.4 Aração e gradagem


A aração deve ser realizada com no mínimo 60 dias de antecedência
ao plantio e numa profundidade de um palmo (20 a 25 cm);
São recomendados duas gradagens: a primeira logo após a aração
para incorporar o calcário e a segunda pouco antes da marcação das
covas, visando eliminar ervas daninhas e facilitar a abertura das
covas.
4- AQUISIÇÃO DAS MUDAS
Uma vez selecionadas as espécies e variedades a serem plantadas, o
agricultor deve procurar viveiristas credenciados, e comprar mudas
fiscalizadas. Estas mudas devem conter uma identificação que apresente o
nome, endereço e número de registro do viveirista e nome da espécie e
variedade de copa e porta-enxerto, quando for o caso.
As mudas de frutíferas devem apresentar um padrão, dado pela
altura, diâmetro do caule, número de ramos, tipo de enxertia, tipo de
embalagem, estado vegetativo.
Estes padrões são definidos por legislação própria, regulamentada
para cada espécie, pelas comissões estaduais de sementes e mudas. É
importante que o agricultor ou o responsável técnico pelo pomar, conheçam
estes padrões, o que permitirá selecionar mudas padronizadas e de boa
qualidade.
Ao adquirir as mudas, escolher aquelas que apresentam as seguintes
características:
 Raízes fortes e sadias;
 Local de enxerto bem cicatrizado;
 Ramificação de formação da planta bem distribuída;
 Não apresentar caule torto ou bifurcado.
5 -TRANSPORTE DAS MUDAS
As mudas devem ser transportadas do viveiro para a propriedade
rural de maneira adequada, para assim evitar ferimentos e protegê-las
contra o vento.
6 -ESPAÇAMENTO
A determinação da distância adequada entre as plantas é de
fundamental importância para se aproveitar ao máximo a área e explorar a
planta pelo maior tempo possível. O espaçamento varia de acordo com
espécie, variedade, clima, tipo de solo, emprego de mecanização, tamanho
da área, finalidade do pomar, bem como com o sistema de condução
adotado.
No quadro abaixo, sugere-se o menor e o maior espaçamento, entre
plantas e entre linhas de plantio, bem como a variação da área necessária
para cada planta. Recomenda-se que o espaçamento entre plantas seja
menor do que o espaçamento entre as linhas.
QUADRO 3: Sugestão de espaçamento para diversas espécies frutíferas.
Espécie
Abacate
Abacaxi
Espaçamento (metros)
Entre plantas
Entre linhas
8,0 a 10,0
8,0 a 10,0
0,3 a 0,5
0,80 a 1,20
Área necessária
por planta (m2)
64 a 100
0,24 a 0,6
Banana
Carambola
Citros
Coco
Figo
Fruta do Conde
Goiaba
Graviola
Jabuticaba
Jaca
Lichia
Espécie
Maça
Macadâmia
Mamão
Manga
Maracujá
Marmelo
Nectarina
Noz pecã
Pêra
Pêssego
Pitanga
Romã
Tamarindo
Uva
1,5 a 2
3a4
3,0 a 5,0
4,0 a 5,0
4,0 a 7,0
7,0 a 10,0
8,0 a 10,0
6,0 a 10,0
2,5 a 4,0
3,0 a 4,0
4,0 a 5,0
4,0 a 6,0
5,0 a 6,0
5,0 a 6,0
4,0 a 6,0
5,0 a 8,0
7 a 10
7,0 a 10,0
8,0 a 10,0
10,0
7,0 a 8,0
8,0 a 10
Espaçamento (metros)
Entre plantas
Entre linhas
4,0 a 6,0
5,0 a 6,0
6,0 a 8,0
7,0 a 8,0
2,0 a 4,0
3,0 a 5,0
8,0 a 10,0
8,0 a 10,0
2,0 a 3,0
4,0 a 5,0
4,0 a 6,0
5,0 a 7,0
5,0 a 6,0
6,0 a 8,0
8,0 a 10,0
8,0 a 10,0
5,0 a 6,0
5,0 a 7,0
5,0 a 6,0
6,0 a 8,0
4,0 a 5,0
4,0 a 5,0
4,0 a 5,0
5,0 a 6,0
8,0 a 10,0
8,0 a 10,0
2,0 a 3,0
3,0 a 4,0
4,5 a 8
12 a 20
28 a 70
48 a 100
7,5 a 16,0
16 a 30
25 a 36
20 a 48
49 a 100
80 a 100
50 a 100
Área necessária
por planta (m2)
20 a 36
42 a 64
6 a 20
64 a 100
8 a 15
20 a 42
30 a 48
64 a 100
25 a 42
30 a 48
20 a 25
20 a 30
64 a 100
6 a 12
7- LOCAÇÃO DO POMAR
Em terrenos inclinados, recomenda-se sempre o plantio em curvas
de nível. O plantio em curvas de nível é indispensável para prevenir a
erosão do solo. As curvas de níveis são demarcadas com aparelhos como:
nível de mangueira, trapézio de cavalete, nível de precisão.
Em solos com declividade acentuada, recomenda-se a construção
de terraços, com a finalidade de impedir a descida da enxurrada,
permitindo, assim, a entrada da água no solo ou a sua drenagem para fora
do terreno.
O plantio das mudas no campo deve ser feito em covas ou em
sucos, sendo o plantio em covas indicado para terrenos mais acidentados e,
fruteiras, que necessitam de maiores espaçamentos como as mangueiras,
laranjeiras, coqueiros etc.
8 -ABERTURA DAS COVAS
As covas podem ser abertas mecanicamente ou manualmente. As
dimensões das covas dependem da espécie frutífera e do tipo de solo,
podendo variar de 40 x 40 x 40 cm a 60 X 60 X 60 cm.
Na abertura da cova, deve-se proceder à retirada da camada de solo da
superfície até 20 a 30 cm de profundidade, colocando-se em um lado da
cova e a camada mais profunda (subsolo) de outro lado (foto abaixo).
As covas devem ser preparadas com antecedência de 30 a 90 dias do
plantio.
9- ADUBAÇÃO DE PLANTIO
A adubação de plantio deve ser feita de acordo com os resultados da
análise de solo e da recomendação para cada espécie frutífera. Em cada
cova, colocam-se 20 litros de esterco curtido. Essa quantidade dependerá
do tipo de esterco utilizado (de granja, de curral ou composto orgânico).
Preparar as covas para plantio efetuando a mistura da terra de cima com os
adubos, enchendo a cova.
Na falta da análise de solo, seguem abaixo algumas sugestões de
adubação apresentadas no Quadro 4.
QUADRO 4: Sugestões de Adubação de plantio (na cova) para algumas
árvores frutíferas
ADUBOS (g/cova)
FRUTEIRAS
Superfosfato
simples
Fosfato de
Araxá
Cloreto de
Potássio
Abacateiro
Acerola
Ameixeiras e
Pessegueiros
Bananeira
Caquizeiro
Caramboleira
Figueira
Goiabeira
Gravioleira
500
300
400
2.000
1.000
2.000
50
100
200
Após
pegamento
Sulfato de
Amônio
50
50
50
600
500
300
400
400
300
2.000
1.000
500
1.500
1.500
500
200
300
100
100
50
100
100
100
50
50
100
50
Jabuticabeira
Jambeiro
Laranjeira,
Limoeiro e
Tangerina
Macieira
Mamoeiro
Mangueira
Maracujazeiro
Marmeleiro
Nectarineira
Nespereira
Nogueira Pecã
Pereira
Pinha
Pitangueira
Videira
400
200
400
1.000
1.000
2.000
200
100
50
50
50
50
400
200
100
250
600
400
300
150
300
100
300
150
2.000
800
800
1.300
2.000
2.000
1.500
700
1.500
500
1.000
700
150
50
50
100
200
100
50
50
150
100
200
50
100
50
150
50
50
50
50
50
50
50
50
10- PLANTIO DA MUDA
As mudas devem ser distribuídas junto às covas ou aos sulcos, de
acordo com a capacidade diária de plantio. A retirada no ato do plantio
deve ser feita com cuidado, para evitar o destorroamento do torrão.
Havendo enrolamento do sistema radicular, deve-se cortar por volta de 1 a
2 cm do fundo do recipiente, para eliminar possíveis raízes defeituosas,
além de se fazer um corte longitudinal em toda extensão da embalagem.
Com o auxílio de um enxadão ou uma cavadeira, abri-se uma coveta
no centro da cova com dimensões suficientes para colocar a muda. A muda
deve ser colocada na coveta com cuidado, para que o torrão não desfaça.
Coloque terra ao redor do torrão (foto 1) e comprima o solo para evitar
formação de bolsas de ar. (foto 2)
A muda deve ser plantada de tal forma que o colo da planta permaneça ao
nível do solo (Foto 3). Para plantio realizado em covas ou em sucos
recentemente preparados, o colo da muda deve ficar cerca de 5 cm acima
do nível do solo , já que haverá acomodação natural do mesmo.
No plantio de muda de raiz nua (sem torrão), deve-se evitar o
dobramento das raízes, adotando-se, também, os cuidados recomendados
para enchimento da cova ou suco, com antecedência de 60 dias. (Foto 5)
Para plantio de estacas diretamente na cova (ex: figueira),
recomenda-se que 2/3 da estaca fiquem enterrados mantendo-se, pelo
menos, 2 gemas acima do nível do solo. Deve-se fazer boa compactação do
solo ao redor da estaca. (Foto 6 e 7)
A operação de plantio se completa com o estaqueamento e
tutoramento (foto 8) da muda bem como com o preparo de uma espécie de
“bacia” ao redor desta (foto 9 e 10), utilizando-se terra raspada da
superfície. O preparo da bacia é importante para conter a água de irrigação
junto a muda. A irrigação deve ser feita com mangueira ou regador sem
crivo, colocando-se entre 20 e 30 litros de água por cova de forma a se
eliminar todos os espaços vazios, fazendo com que haja um perfeito
contato do solo com as raízes. Esta irrigação inicial deve ser feita estando
chovendo ou não.
11 TRATOS CULTURAIS
11.1 Cobertura Morta
Procede-se a cobertura da cova com capim seco sem semente ou
material similar, com objetivo de manter umidade no solo e diminuir a
necessidade de irrigação.
11.2 Capinas
Deve-se manter o pomar limpo, sem ervas daninhas, principalmente
no período seco. Pode-se fazer o coroamento, próximo à planta, e roçar o
mato entre as linhas.
A capina deve ser feita bem superficialmente para evitar danos às
raízes da planta, e o mato próximo às plantas deve ser retirado com as mãos
para evitar ferimentos à planta ou, até mesmo, eliminação da sua parte
aérea.
A capina mecânica é recomendada no controle das plantas
daninhas, somente nas entrelinhas de plantio, em áreas mecanizáveis.
O controle químico é feito por meio de herbicidas. Há vários tipos
de herbicidas, cuja utilização depende do tipo de mato mais comum na
área. Existem herbicidas específicos para as plantas de folhas estreitas e
largas, e outros que controlam estes dois tipos de plantas.
11.3 Irrigação
Em período de estiagem prolongada (seca), as plantas devem ser
irrigadas, e a quantidade de água vai depender do tipo de fruteira, bem
como da intensidade da seca. Irrigar preferencialmente no período da tarde
ou à noite.
Na fruticultura, os sistemas de irrigação mais utilizados são: aspersão
convencional, micro-aspersão e gotejamento.
Os sistemas de irrigação por micro-aspersão sob copa e gotejamento
são bastante utilizados por proporcionarem maior economia de água e por
não molharem a parte aérea (copa) das plantas, o que reduz o ataque de
doenças.
11.4 Adubação de formação e frutificação
As plantas de pomar devem receber adubação anual, conforme a
recomendação da análise do solo. Algumas sugestões são apresentadas no
quadro 5.
Adubação de cobertura
QUADRO 5: Sugestões de Adubação
Fruteiras
Abacateiro
Aceloreira
Adubos
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Quantidade (gramas/planta) e época
Plantas em formação Plantas em Produção
Período das chuvas
Período das chuvas
Início Meio Final Início Meio Final
200
200
300
250
300
100
200
700
700
700
250
300
100
200
200
200
Sulfato de
100
Amônio
Fórmula:
200
300
600
10-10-10
Bananeira
Sulfato de
300
Amônio
Fórmula: 1.000 1.000 1.000
12-16-12
Caquizeiro
Sulfato de
Amônio
100
Fórmula:
300
300
300
12-16-12
Caramboleira Sulfato de
100
Amônio
Fórmula:
200
200
200
10-10-10
Figueira
Sulfato de
200
100
Amônio
Fórmula: 4- 300
300
300
14-8
Sulfato de
300
Goiabeira
Amônio
Fórmula: 4- 500
400
400
14-8
Fórmula 10
-10-10
Gravioleira
Sulfato de
100
Amônio
Fórmula:
100
100
200
10-10-10
Jabuticabeira Sulfato de
100
Amônio
Fórmula:
200
200
200
10-10-10
Jambeiro
Sulfato de
100
Amônio
Fórmula:
100
200
200
10-10-10
Laranjeira
Sulfato de
200
Limoeiro
Amônio
Tangerineira Fórmula: 4- 1000 500
700
14-8
Amexeira e
Pessegueiro
200
400
500
1.000
500
500
300
400
300
400
500
700
700
300
200
300
500
500
300
400
200
500
200
300
100
150
200
200
500
200
300
300
Macieira
Mamoeiro
Mangueira
Maracujazeiro
Marmeleiro
Nectarineira
Nespereira
Nogueira
Pecã
Pereira
Pinha
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
12-6-12
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-6-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-6-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
1.000 1.500
250
300
1.000
300
300
250
300
200
400
400
1.100
1.500
1.000
800
1.000
500
1.000
500
1.000
500
1.000
400
800
700
1.000
200
200
100
200
350
1.000
250
700
800
150
400
100
400
500
100
250
250
300
300
600
150
250
300
500
300
400
200
300
100
100
500
200
150
200
400
300
100
300
500
200
100
350
500
100
100
300
500
500
200
200
200
200
Pitangueira
Videira
Sulfato de
Amônio
Fórmula:
10-10-10
Sulfato de
Amônio
Fórmula: 414-8
Fórmula: 46-25
100
100
150
150
200
200
300
100
150
150
200
200
300
300
400
600
200
200
500
11.5 Espaldeiramento
O espaldeiramento é necessário para a sustentação da planta e a
distribuição de ramos. Ex: maracujazeiro e videira.
11.6 Abertura de copa
A abertura de copa visa a dar melhor conformação e arquitetura à
planta, permitindo maior arejamento e melhor iluminação da copa, além de
facilitar os tratos culturais e a colheita. Ex: goiabeira e pessegueiro.
11.7 Quebra de dormência
A quebra de dormência antecipa e uniformiza a brotação e floração.
Ex: Videira, pessegueiro e caquizeiro.
11.8 Indução à floração
A indução à floração antecipa, uniformiza e permite o
escalonamento da produção. Ex: abacaxizeiro e mangueira.
11.9 Raleio de Frutos
O raleio visa eliminar o excesso de frutos, objetivando melhorar a
qualidade dos frutos remanescentes. Ex: tangerineira, pessegueiro e
goiabeira.
11.10 Ensacamento dos frutos
O ensacamento de frutos auxilia no controle de pragas e doenças e
os protege contra queimadura de sol. Ex: goiabeira e pessegueiro.
11.11 Polinização artificial das flores
A polinização artificial garante a fecundação e fertilização das
flores, possibilitando o maior vingamento de frutos. Ex: maracujazeiro e
gravioleira.
11.12 Escoramento de ramos e plantas
O escoramento tem a finalidade de evitar a quebra de ramos com
excesso de produção bem como o tombamento de plantas.
11.13 Desfolha
A desfolha é uma técnica utilizada para limpeza da planta, com
objetivo de melhorar a aeração, a iluminação e, conseqüentemente, a
sanidade do pomar. Ex: bananeira.
12 -PODAS
A poda tem como finalidade dar formato à planta e estimular a
produção. Para realizar a poda, o fruticultor deve conhecer o hábito de
frutificação de cada fruteira, bem como os tipos de podas existentes.
Assim, serão tecidos comentários sobre as podas de formação, frutificação
e limpeza.
Basicamente, a poda, pode ser executada em duas épocas. No
inverno, é chamada de poda em seco e recomendada para frutíferas que
perdem as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira,
figueira. Mas o inverno é uma referência muito teórica e pode induzir
alguns erros. Existe um momento ótimo para iniciá-la. É quando os
primeiros botões florais surgirem nas pontas dos ramos, indicando que a
seiva começou a circular de novo pela planta. Se a poda for feita antes,
estimulará a brotação na hora errada. Se efetuada depois, forçará as
brotações vegetativas, exigindo mais tarde uma nova poda.
A poda verde ou de verão, por outro lado, é realizada quando a
planta está vegetando e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação e a
coloração dos frutos e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno.
É também executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes)
como as cítricas, abacateiro, mangueira.
Por ocasião da poda seca ou de inverno, deve-se considerar a
localização do pomar, as condições climáticas e o perigo de geadas tardias
antes da operação. A poda deve ser iniciada pelos cultivares precoces,
passando as de brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões
sujeitas a geadas tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo
possível, até mesmo quando as plantas já apresentaram uma considerável
brotação, normalmente as de ponteiros.
12.1 Poda de Formação
É a poda que consiste em dar à planta a sua estrutura inicial, sendo
realizada normalmente até o terceiro ano pós-plantio. Praticamente, todas
as plantas frutíferas necessitam deste tipo de poda.
12.2 Poda de Frutificação
É a poda que tem como finalidade manter o equilíbrio da produção,
através de desponte ou desbaste de ramos, bem como a eliminação de
ramos “ladrões”, que são galhos que sobem verticalmente de tamanho
indefinido e não-produtivos.
A intensidade dessa poda depende da espécie, da idade, do vigor, do
número de pernadas/ ramificações existentes e do sistema de condução da
planta. Não são todas as fruteiras que necessitam deste tipo de poda.
Geralmente as plantas de clima temperado necessitam desse tipo de
poda, dentre elas destacamos: figueira, macieira, marmeleiro, pessegueiro e
videira.
12.3 Poda de limpeza
É a poda que se realiza logo depois da colheita, tendo por finalidade
retirar da planta os galhos secos, quebrados ou mal colocados. Após essa
poda, geralmente se faz um tratamento químico das partes cortadas, para
evitar o aparecimento de doenças.
Geralmente todas as fruteiras necessitam desse tipo de poda.
Lembre-se de que uma poda mal feita prejudica a planta com sérias
conseqüências para a formação da produção. É preferível não fazê-la a
fazê-la erradamente.
12.4 Encurtamento
Consiste em diminuir o tamanho dos ramos mais promissores, de
modo reduza assim a quantidade de frutos a serem produzidos. Ou no caso
do pessegueiro, forçar a brotação de gemas que irão produzir os ramos de
substituição dos que estão no ano produzindo, preparando assim a planta
para a próxima safra. Esse encurtamento reduz de 1/3 a 2/3 o tamanho
normal do ramo.
12.5 Instrumentos para poda
Inúmeros são os instrumentos e ferramentas utilizadas na execução
das diferentes modalidades de poda. Até mesmo o machado, a foice e a
serra grande ou trançadeira podem, algumas vezes, entrar na relação das
ferramentas do podador.
Não existe bom podador sem boa ferramenta, isto é apropriada,
limpa, afiada e lubrificada. Não considerando os casos especiais e raros,
três ferramentas são indispensáveis ao podador: tesoura de poda, serrote de
podar (reto e curvo) e a decotadeira. Existem também instrumentos
especializados como tesouras para desbaste de cachos de uva, alicate para
incisão anelar, entre outros mais.
Um corte ideal e preciso, realizado de uma só vez, deve observar
uma inclinação de 45 graus aproximadamente, no sentido oposto ao da
gema mais próxima, o que evita o acúmulo de água, onde pode causar o
apodrecimento do ramo e aparecimento de fungos. Cortes de espessura
maior que 3,0 cm devem ser protegidos com pastas cicatrizantes à base de
cobre.
Na supressão de galhos grossos, feitos naturalmente com o serrote,
o corte deve ser bem rente à base do galho e bem inclinado.
"Ainda que executada pelo mais genial podador, a pode não socorre
às deficiências alimentares do solo, não contrabalanceia a influência da
umidade e de outras condições adversas do meio, não dispensa o controle
fitossanitário dos pomares, não elimina problemas de polinização, mas
ajuda o fruticultor a resolver certas questões, proporcionando à planta
porte, disposição dos ramos e equilíbrio vegetativo adequados a uma vida
vegetal mais fecunda”.
13- CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
O controle de pragas e doenças deve ser realizado com o uso de
mudas sadias, variedades resistentes, tratos culturais adequados, controle
biológico, controle químico e utilização conjunta dessas técnicas (manejo
integrado).
As espécies frutíferas são atacadas por diversas pragas e doenças,
sendo algumas de maior importância e outras de importância secundária.
13.1 Principais Pragas
Entre as pragas mais comuns estão: Moscas-das-frutas, Pulgões,
Cochonilhas, Brocas do Caule, Ácaros e Lagartas. Vejamos no quadro
abaixo as principais pragas, seu reconhecimento e controle:
QUADRO 6: Principais pragas, seu reconhecimento e controle:
Pragas
Reconhecimento
Pequenos insetos sugadores
de coloração preta ou verdeescura brilhante vivem em
Pulgões
colônias, atacando as folhas,
hastes, flores e
principalmente os brotos,
causando o enrolamento das
folhas.
Pequenos insetos recobertos
por escamas ou carapaças
com aspecto de vírgulas,
Cochonilhas
cabeça de prego, farinha,
etc. e de coloração
pardacenta ou branca, que
sugam a seiva
enfraquecendo a planta.
Perfuram os frutos desde o
início da maturação até a
colheita. Nos frutos verdes
Moscas-das-frutas
causam a mancha-parda e
nos maduros, as podridões.
Controle
Pulverização com
inseticidas caseiros e/
ou inseticidas
fosforados sistêmicos.
Eliminação das partes
afetadas. Pulverizações
com inseticidas
fosforados sistêmicos e
óleo mineral.
Tratamento de inverno.
Uso de frascos caçamoscas. Eliminar frutos
atacados. Uso de iscas
atrativas envenenadas.
Provocam queda acentuada
de frutos.
Logo que começa a
Atacam os ramos e troncos,
perfurando-os. O lenho é o surgir a serragem sobre
o solo, injetar no
alimento da larva, e as
orifício de entrada da
Brocas-do-tronco e
serragens, oriundas do
larva uma solução
ramos
processo de mastigação são
inseticida, querosene ou
expelidas por buracos ou
gasolina, fechando logo
“janelas” construídas ao
em seguida com barro
longo do tronco.
ou cera.
Pontuações, bronzeamento,
Pulverizações com
Ácaros
engruvinhamento e queda
acaricidas específicos,
das folhas. Atraso no
visando à página
crescimento.
inferior da folha. Devese molhar bem as
folhas.
Cortam as folhas
Pulverização com
Formigas
paralisando o crescimento
acaricidas específicos
das plantas.
visando à página
inferior da folha. Devese molhar bem as
folhas.
Folhas perfuradas e, quando
Vaquinhas
novas podem ser totalmente
Aplicar inseticidas
destruídas.
O local da postura não
Inicia-se com frutos
acompanha o
ainda verdes do
Gorgulho
desenvolvimento do
tamanho de uma
restante do fruto, ficando
azeitona. Pulverizar
enegrecido. A larva penetra
com inseticidas
no fruto e se alimenta da
organofosforados.
semente, ficando parte das
sementes e polpa destruídas Ensacar os frutos ainda
verdes.
e enegrecidas.
Causam danos em ramos,
Lagartas
brotos, folhas e troncos,
Inseticidas específicos
perfurando, roendo ou
mastigando.
As larvas penetram e
destroem internamente o
Seleção e tratamento
Moleque ou
tecido da planta,
das mudas. Uso de
Broca-dabananeira
prejudicando seu
desenvolvimento. Fazem
galerias no rizoma. As
folhas amarelecem, os
cachos ficam pequenos, e as
plantas ficam sujeitas ao
tombamento.
Pulgão
Cochonilha
Mosca da fruta
Broca do tronco
Acaro
iscas envenenadas
(pedaços de
pseudocaule).
Vaquinha
Gorgulho
Lagarta
Formiga
Broca da bananeira
13.2 Principais Doenças
Entre as doenças mais freqüentes nas frutíferas estão: Varíola,
Ferrugem, Fumagina, Gomose, Mal de Sigatoka, Antracnose e Virose.
As plantas frutíferas podem ser atacadas por diversas doenças e as
mais comuns estão relacionadas no quadro abaixo:
QUADRO 7: Doenças mais comuns em plantas frutíferas
Doença
Reconhecimento
Controle
Ataca ramos, folhas, flores
O controle é
Plantas
Atacadas
Abacate
preventivo com
e frutos. As folhas
Mamão
pulverizações
apresentam manchas
Manga
iniciadas antes do
escuras de tamanho e
Maracujá
florescimento e
contornos irregulares,
prosseguindo até
formando áreas
Antracnose
alguns dias antes da
necrosadas. As
colheita.
inflorescências apresentam
flores enegrecidas e caem.
Nos frutos, surgem lesões
irregulares envolvendo a
casca com manchas pardas
deprimidas que atingem a
polpa. Surge
principalmente no período
chuvoso.
Rotação de culturas. Ameixa
Aparecem pústulas
Fiscalização na
Figo
arredondadas, recobertas
lavoura. Erradicar e
Goiaba
Ferrugem
de massa pulverulenta
destruir as plantas Jabuticaba
amarela ou parda na
atacadas.
página inferior das folhas e
nos frutos.
Doença de natureza
vascular. Inicialmente
Rotação de culturas.
apresenta murcha das
Fiscalização na
folhas nas extremidades
lavoura. Erradicar e Maracujá
Fusariose
dos ramos, que
destruir as plantas
posteriormente se
atacadas.
generaliza por toda a
planta vindo em
conseqüência um
amarelecimento e posterior
secamento de toda a parte
aérea produzindo um
aborto de flores e não
vingamento de frutos.
Plantio alto, capinas
cuidadosas, evitando
ferir o tronco e
O fungo ataca os troncos,
raízes. Promover
Gomose
raízes e ramos das árvores.
Na região afetada, a casca maior arejamento do Abacate
Citrus
tronco ao nível do
se rompe e deixa escorrer
Mamão
solo. Em árvores
um líquido de coloração
afetadas, raspar a
parda. Formação de goma
Mal-dopanamá
Oídio
Verrugose
parte doente e
no fendilhamento da casca.
pincelar a ferida
Quando há um ataque em
com pasta
toda a periferia do tronco,
bordalesa. Evitar
a planta morre por
excesso de umidade,
estrangulamento.
adubo orgânico e
nitrogenado.
Fazer plantios em
Amarelecimento
solos não
progressivo, indo das
folhas mais velhas para as infectados. Utilizar
mudas sadias de
mais novas.
touceiras que não
Posteriormente, essas
tenham apresentado
murcham, secam e
a doença. Controle
quebram-se junto ao
sistemático da broca
pseudocaule, dando
da bananeira.
aspecto de guarda-chuva
fechado. Em bananeiras Inspeções periódicas
no bananal para
atacadas, cortes mostram
detectar possíveis
pontuações de coloração
focos da doença.
pardo-avermelhadas no
Eliminar as plantas
início, tornando-se
atacadas. Usar
enegrecidas em estágios
variedades
mais avançados.
resistentes.
Desinfecção de
equipamentos.
Apresenta-se sob a forma
de um pó brancoacizentado, que se deposita Pulverizações com
nas superfícies dos órgãos produtos a base de
enxofre
atacados, causando a
queda das folhas, flores e
frutos.
Doença fúngica que ataca
os frutos no início do
Pulverizações com
desenvolvimento,
fungicidas.
apresentando lesões
corticosas irregulares e
salientes, de coloração
amarela e marrom clara.
Banana
Abacate
Maçã
Mamão
Manga
Abacate
Laranja
Manga
14- FUNGICIDAS RECOMENDADOS PARA CONTROLE DE
DOENÇAS
14.1 Calda bordalesa 1%
Para se preparar à calda, utilizar:
 1 kg de sulfato de cobre
 1 kg de cal virgem
 100 litros de água.
Modo de Preparar: Para se ter uma calda bordalesa a 1%, usam-se as
quantidades indicadas acima. O sulfato de cobre, bem triturado, é colocado
dentro de um saco de pano ralo, amarrado em uma vara atravessada sobre
uma tinta de madeira, contendo 50 litros d’água, de modo a apenas
mergulhar na água. Dentro de aproximadamente uma hora, o sulfato de
cobre está dissolvido.
Em outra tina, com capacidade superior a 50 litros, põe-se a cal
virgem, que é apagada aos poucos, em pequenas quantidades, até formar
uma pasta consistente. Em seguida, junta-se água até completar 50 litros.
Em um terceiro recipiente de 100 litros, juntam-se as duas soluções
simultaneamente, sempre em pequena quantidade, agitando-se a mistura,
enquanto vai sendo preparada.
A calda bordalesa deve ficar neutra. Para verificar, mergulhar na
solução, durante meio minuto, uma lâmina de canivete bem limpa e, ao
retirá-la da solução, observar se houve formação de ferrugem sobre a
lâmina, o que indica acidez. Se isso acontecer, juntar mais um pouco da
solução de água e cal, até que não mais se processe a reação.
Para pulverização, a calda deve ser passada através de uma peneira
ou filtro, para evitar impurezas e entupimento de bicos. A aplicação da
calda deve ser feita no mesmo dia de seu preparo.
Para o preparo e aplicação da calda bordalesa, não pode ser usado
vasilhame de ferro.
14.2 Pasta bordalesa
Para se preparar à pasta, utilizar:
 l kg de sulfato de cobre
 2 kg de cal virgem
 10 litros de água
Modo de preparar: Utilizar o mesmo processo da preparação da calda
bordalesa, tomando-se o cuidado de observar as quantidades dos
ingredientes. A aplicação é feita, utilizando-se de broxas.
14.3 Calda viçosa
É uma alternativa para o controle de doenças de plantas. Age
também como adubo foliar e tem como base a calda bordalesa enriquecida
com sais minerais, destacando-se o cobre, zinco, magnésio, boro e
nitrogênio.
A composição básica para a preparação de 10 litros de calda viçosa
é:
 50 gramas de sulfato de cobre
 10 a 20 gramas de sulfato de zinco
 80 gramas de sulfato de magnésio
 10 a 20 gramas de ácido bórico
 40 gramas de uréia
 75 gramas de cal hidratada
A cal é a mesma que se utiliza para pintura de paredes, desde que seja
nova. Os sais minerais não podem estar úmidos.
A preparação deve ser seguida dos seguintes cuidados:
1. Colocar metade da água num recipiente e nele preparar a água de cal.
2. Colocar a outra metade em outro recipiente e dissolver os sais minerais.
3. No terceiro recipiente, colocar o volume de água de cal já preparada,
correspondente à 4-metade do volume desejado da calda.
4. Lançar aos poucos sobre a água a solução de sais, sob constante
agitação. A calda assim preparada fica com pH entre 7,5 e 8,5 (usar papel
indicador de pH), apresentando uma coloração azul característica. Usar
recipientes de plástico, amianto, madeira ou alvenaria que não são atacados
por sais.
Preparar a quantidade que vai ser utilizada no mesmo dia. Não
guardar sobras.
Esquema de preparo da calda Viçosa
A calda viçosa é indicada para controle de: figo, uva, laranja , pêra ,
maçã, banana, maracujá e goiaba.
Para cultura da banana, deve-se acrescentar 30 gramas de cloreto de
potássio para cada 10 litros de calda.
A calda não tem ação curativa, por isso deve ser aplicada
preventivamente.
15- INSETICIDAS RECOMENDADOS PARA CONTROLE DE
PRAGAS
15.1 Água de fumo
Utilizada no controle de pulgões, cochonilhas, lagartas c pulgões.
Para se preparar a solução, utilizar:
 10 cm de fumo de corda
 l litro de água
Modo de preparar: picar o fumo e deixar de molho dentro de l litro d'água,
por um dia. Para ser usada, a calda deve ser coada em pano fino: na
pulverização, empregar l litro dessa calda para 10 litros de água. Para
aumentar a aderência, acrescentar 50 g de sabão comum aos 10 litros de
calda diluída. Esta calda fermenta rapidamente e, portanto, deve ser usada
logo após estar preparada.
15.2 Água de sabão
Utilizada no controle de pulgões, lagartas, cochonilhas e piolhos.
Para preparar a solução, utilizar:
 50 gramas de sabão comum (uma colher de sopa)
 5 litros de água
Modo de preparar: misturar em 5 litros d'água quente as 50 gramas de
sabão raspado e agitar bem até dissolver o sabão. Deixar esfriar e
pulverizar sobre as plantas.
15.3 Solução de querosene e sabão
Utilizada no controle da cochonilha farinhenta.
Para preparar a solução, utilizar:
 l litro de querosene
 400 gramas de sabão em pedra
 l litro de água
Modo de preparar: colocar em uma vasilha a água e o sabão cortado em
fatias. Levar ao fogo c deixar ferver, mexendo sempre. Retirar a solução,
afastando-a do fogo, e acrescentar o querosene, batendo até virar uma
pasta.
Essa solução deverá ser usada no máximo até 2 dias após o preparo. Para
pulverização, diluir l litro da solução inseticida em 9 litros de água.
Material utilizado: câmara-de-ar velha, plástico de saco de adubo, papelão
parafinado ou qualquer outro material similar.
Como fazer:

Corta-se um disco com aproximadamente 12 centímetros de
diâmetro. No centro, faz-se um furo mais ou menos do diâmetro dos
caules das mudas, na altura de aproximadamente 30 centímetros do
solo. Corta-se o anel assim formado, de modo a poder sobrepor as

duas partes e formar um cone (Figura A – cone para proteção de
formiga).
Assenta-se o cone com a base virada para baixo, no caule da muda,
mais ou menos uns 30 centímetros do chão, e, com um grampeador
de papel, fio de arame ou barbante, unir as duas extremidades, para
fechar o cone, e amarrar com uma tira de borracha, para fixar ao
tronco. As formigas-cortadeiras não conseguem atravessar o cone,
deixando de atacar as plantas providas com este dispositivo (Figura
B - cone de proteção contra formiga).
15.4 Pasta para pincelamento de tronco
Utilizada para prevenção de ataque de brocas e cochonilhas. É usada
no tratamento de inverno (período frio c seco do ano), pincelando o tronco
e base dos ramos principais.
Para preparar a pasta, utilizar:
 1,0 kg de enxofre

2,0 kg de cal hidratada

0,5 kg de sal de cozinha
 Inseticida fosforado (dosagem especificada na bula)
 15,0 l de água
16- CONTROLE DE FORMIGAS
16.1 Cone para proteção contra formigas
Cone para controle de formiga
16.2 Sacos plásticos com iscas para formiga
Material:


saquinhos plásticos de polietileno, de preferência finos, como os
usados para mudas de café;
isca granulada comercial para combater a formiga-saúva.
Modo de usar:


Colocar dentro de cada saquinho plástico 30 a 100 gramas de isca
granulada e amarrá-lo com barbante ou similar.
Distribuí-los aos campeiros ou responsáveis pela bateção de pasto,
que, ao encontrar o formigueiro, deixarão uma quantidade de
saquinhos se derramar, na dosagem do produto utilizado como isca.
Encontrando o saquinho plástico com a isca, a formiga vai furá-lo o
suficiente para retirar uma isca de cada vez, levando-a para o interior
de seu formigueiro.
Vantagens: l) Pode ser usado no período chuvoso, sem risco de prejuízo
(perda do produto) causado pela umidade. 2) Elimina a possibilidade de
intoxicação de empregados.
17 -CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS
17. l Garrafa caça-mosca
Usada para controlar moscas-das-frutas. Consiste na utilização de
garrafas de plástico, que são cortadas na sua parte mediana.
São feitas diversas "janelas" com 2 cm no sentido horizontal e 5 cm
na vertical. A isca envenenada é colocada na garrafa, através das janelas.
Para preparar a isca envenenada, usar uma colherinha (café) dos produtos
Malatol ou Dipterex e duas colheres de sopa de açúcar e água suficiente
para formar uma pasta.
A garrafa, fechada na parte superior para evitar a entrada de água da chuva,
é pendurada na planta, na proporção de uma para cada dez plantas do
pomar.
Garrafa caça-mosca
18- COLHEITA
O ponto ideal de colheita varia com a espécie frutífera, o destino da
produção (industria ou mesa) e a distância do mercado consumidor.
A identificação é feita pela observação do seu tamanho, coloração,
composição química e queda natural dos frutos.
No ato da colheita deve-se tomar alguns cuidados como: não
arrancar os frutos das plantas, mas cortá-los com tesoura apropriada ou
destacá-los com uma leve torção, evitar as pancadas que ferem os frutos e
causam apodrecimento e não colocar os frutos amontoados uns sobre os
outros para evitar machucá-los. Os frutos devem ser devidamente
acondicionados nas caixas de colheita. Os frutos como limões devem ser
colhidos secos, ou seja, sem gota de orvalho, chuva ou irrigação na sua
superfície, para evitar manchas que deprecie sua qualidade.
Após a colheita os frutos devem ser colocados em locais
sombreados, ventilados, limpos e forrados ate o seu transporte para o local
de preparo.
Ao chegar ao local de preparo os frutos são limpos, selecionados,
classificados, tratados e embalados. A limpeza dos frutos pode ser realizada
por imersão ou pulverização de água, escovamento e ventilação.
Para frutos sensíveis, como figo, pêssego, acerola e uvaia, a limpeza
não é recomendável, de moda a evitar danos. Nestes casos, os frutos são
colhidos selecionados e, em seguida, acondicionados em embalagens
apropriadas.
No processo de seleção, deve-se retirar os frutos mal formados, fora
do padrão, queimados pelo sol e atacados por pragas e doenças.
A embalagem utilizada pode ser de diversos materiais (madeira,
plástico, papelão e isopor), tipos e tamanhos, devendo ser escolhida de
acordo com o fruto e a exigência do mercado a que se destina.
19- COMERCIALIZAÇÃO
Para efetuar uma adequada comercialização, é necessário bom
conhecimento do mercado do seu produto.
O produtor deve buscar informações sobre demanda, formas de
comercialização, variações de preços ao longo do ano e possíveis
compradores.
Os possíveis canais de comercialização para os produtos frutícolas
são supermercados, sacolões, centrais de abastecimento, feiras livres e
agroindústrias.
As associações de produtores e cooperativos facilitam a
comercialização da produção, porque trabalham com maior volume de
produtos e mantêm fornecimento constante aos clientes.
Uma alternativa para o aproveitamento do excesso de produção nos picos de
safra e de frutos fora do padrão para comercialização ao natural é a transformação deles
em sucos, doces, polpas, frutos desidratados, bebidos fermentadas, iogurtes e geléias.
20- EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS USADAS NO POMAR
21 -BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E. Fruticultura:
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