O que é HAC? - VESP Especialidades Veterinárias
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O que é HAC? - VESP Especialidades Veterinárias
01/10/2013 O que é HAC? HAC resulta da produção ou administração crônica de glicocorticóides, levando a alterações clinicas e bioquímicas. “Hiperadrenocorticismo em cães: diagnóstico e tratamento” Profa. Mestre Leila Taranti Veterinária da equipe NAYA Endocrinologia & VESP Docente Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista (FESB) [email protected] 1 2 Regulação e liberação dos glicocorticóides Fisiologia glândula adrenal Hormônio liberador de corticotropina Hormônio adrenocorticotrópico glicococorticóides 4 3 Tipos de HAC http://bioquimicadoscorticoides.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html Qual a origem do hiperadrenocorticismo? Tumor adrenal • • • • • HACAD : 10 – 15% HACHD: 85-90% HAC iatrogênico – oral, tópico, inalado HAC atípico HAC Food Dependent: pós alimentação – horm TGI- podem ativar receptores adrenais • HAC ectópico: neo produz subst ACTH like Excesso cortisol exógeno Tumor hipófise iatrogênico 5 6 1 01/10/2013 Epidemiologia • Predisposição racial Poodle Teckel Beagle Labrador Maltês Yorkshire Boxer 7 8 Não adianta disfarçar....vc ainda é um Poodle!!!!! Epidemiologia • Predisposição etária: HAC hipofisário: 7-9 anos (2-16 anos) HAC adrenocortical: 11-12 anos ( 6-16 anos) • Predisposição sexual Fêmeas – 60% dos casos 9 10 Manifestações clínicas Manifestações clínicas • • • • Poliúria Polidipsia Polifagia Abdomem abaulado (flacidez mm + obesidade viceral) • Obesidade visceral • Obesidade 11 • • • • • • • • Hepatomegalia Taquipnéia Alopecia Atrofia cutânea Calcinose cutânea Telangiectasia Infecção urinária recorrente Tromboembolismo pulmonar 12 2 01/10/2013 13 Fonte: arquivo pessoal 14 Fonte: arquivo pessoal Toby, Poodle, macho, 9a O que posso encontrar nos exames complementares???? 16 15 Toby, Poodle, macho, 9a • • • • • • • Isoformas da fosfatase alcalina Glicemia: 130mg/dL (ref. até 99) Densidade urinária: 1014 (ref. >1020) Pressão arterial: 185 mmHg (até 150) Colesterol: 414 (ref. 135-270) Triglicérides: 486 (ref. até 100) Alt: 174 (ref. até 102) FA: 3940 U/l (ref. 20-156) FA óssea – cães em crescimento FA hepática – cães adultos FA corticosteróide – 10 a 30% da FA de adultos normais HAC – 80% da FA 17 18 3 01/10/2013 Exames complementares • Ultrassonografia Fígado Adrenal – tamanho variável conforme porte animal 1 adrenal aumentada (assimétrica, irregular) – neoplasia Ambas adrenais aumentadas – HAC hipofisário 19 Diagnóstico o Relação cortisol/creatinina urinária Ultrassonografia: tamanho normal adrenais (avaliação polo caudal) Peso animal GAD GAE < 5 kg 0,53 0,47 6-10 kg 0,54 0,54 11-20 kg 0,58 0,62 >20 kg 0,75 0,71 20 Diagnóstico: relação cortisol/creatinina urinária o Cortisol basal o Teste de supressão com a dexametasona o Baixa dose o Alta dose o Teste de estimulação com ACTH o ACTH endógeno Técnica: RIE Teste não diferencia HAC adrenal do hipofisário Indicado para descartar HAC Falsos positivos: Relação aumentada: HAC ou qq doença que leve a PU/PD. o Painel androgênico 21 22 Diagnóstico: cortisol basal Diagnóstico: teste de supressão com dexametasona Técnica: RIE Sem significado diagnóstico!!!! Falso positivo: Estresse, doenças crônicas, uso de: hidrocortisona, cortisona, prednisona, prednisolona e metilprednisolona (reação cruzada em ensaios) Falso negativo: Administração crônica de glicocorticóides Congelamento/descongelamento, hemólise, lipemia: não alteram as concentrações de cortisol. 23 Técnica: RIE 1º escolha para diagn de HAC endógeno! HACAD. Sensibilidade: 85-100% (até 15% resultado neg em animal + ) Falso negativo: doença recente Especificidade: 73% (27% resultado + em animal s/ doença) Falso positivo (5%): Estresse agudo Doenças graves não adrenais Uso de fenobarbital - depuração dexa – não suprime adrenal! 24 4 01/10/2013 Diagnóstico: teste de supressão com dexametasona baixa dose Diagnóstico: teste de supressão com dexametasona baixa dose • Como interpretar? Coletar cortisol basal Aplicar dexametasona: Dose: Cão: 0,01mg/kg/iv Gato: 0,1 mg/kg/iv Coletar cortisol após 4h e 8h Cortisol 8h pós dexa: ≥ 1,4 µg/dL = Hipercortisolismo endógeno (HAC hipofisário ou adrenal) < 1,0 µg/dL = normal 1,0 à 1,4 µg/dL = sob suspeita!!!! 25 26 Diagnóstico: teste de supressão com dexametasona baixa dose Diagnóstico: teste de estimulação com ACTH Cortisol 4h pós dexa: Supressão cortisol 4h pós dexa < 1,4 µg/dL cortisol 4h < 50% do cortisol basal Ausência de supressão: 100% dos casos HAC adrenal 40% dos casos HAC hipofisário • Indicações: Diferencia HAC iatrogênico de HAC natural Não diferencia HAC adrenal do hipofisário Confirmação de diagnóstico de hipoadrenocorticismo Monitorar tratamento HAC cortisol 4h pós dexa > 1,4 µg/dL – adrenal ou hipófisário cortisol 4h pós dexa < 1,4 µg/dL - hipofisário 27 28 Diagnóstico: teste de estimulação com ACTH Diagnóstico: teste de estimulação com ACTH • Teste de estimulação com ACTH Especificidade: 82-91% (9-18% + em animal s/doença) Sensibilidade: 60-85% (15-40% neg em animal +) Falso negativo: Adrenais no HAC sofre dessensibilização pelo estímulo crônico do ACTH. Baixa sensibilidade! Não pode ser usado para descartar a doença! 29 • Como é feito???? Coletar cortisol basal Administrar 5 µg/kg/IV de ACTH sintético (Synacthen® 250µg/ml) - 0,02ml/Kg Coletar cortisol após 60min Em gatos: 125 µg/gato/IV Coletar cortisol após 60 e 90min 30 5 01/10/2013 Diagnóstico: teste de estimulação com ACTH – interpretação do resultado PÓS ACTH DIAGNÓSTICO > 22 µg/dL HAC ENDÓGENO 17 µg/dL à 21 µg/dL SUSPEITO 5 – 16 µg/dL Normal Quando escolher teste estimulação com ACTH ou supressão com dexametasona? ESTIMULAÇÃO ACTH HAC IATROGÊNICO SUPRESSÃO DEXAMETASONA NEOPLASIA ADRENAL HIPOADRENOCORTICISMO DIABETES MELLITUS MONITORIZAÇÃO HAC < 5 µg/dL HAC IATROGÊNICO < 2 µg/dL USO FENOBARBITAL HIPOADRENO 32 31 Diagnóstico: diferenciar HAC adrenal do hipofisário Determinação de ACTH endógeno Amostra muito instável – rápido processamento Valores > 15pg/ml – HAC hipófise-dependente Valores < 10pg/ml – HAC adrenal-dependente Diagnóstico: painel androgênico • Indicações: HAC atípico Alopecia X Identificar se macho ou fêmea, castrado ou não • O que ele dosa? Aldosterona Androstenediona 17 – OHP Progesterona Cortisol Estradiol testosterona Basal e pós ACTH 33 34 Tratamento Tratamento: Cetoconazol • Cetoconazol Inibidor da esteroidogênese 25% animais não respondem ao ttt 25% animais não toleram a medicação • L- deprinil • Mitotano (op’DDD) 1º semana 5 mg/Kg/dia 2º semana 10 mg/Kg/dia 3º semana em diante 15 mg/Kg/dia • Trilostano • Adrenalectomia 35 36 6 01/10/2013 Tratamento: L-Deprinil Inibidor da monoamina oxidase – controle ACTH Medicamento de eleição em humanos Pq não é eficaz em cães??? Tratamento: Mitotano op’DDD (inseticida DDT) Lisodren® 500 mg Quimioterápico: tropismo pela glândula adrenal Efeito citotóxico sobre córtex adrenal: necrose e atrofia Necrose seletiva e não seletiva Zona glomerulosa (aldosterona!!!) 37 38 Tratamento: Mitotano Tratamento: Mitotano • INDUÇÃO: • INDUÇÃO: Monitorização intensiva! 25mg/kg/bid com alimentos gordurosos Durante quanto tempo????? Até animal diminuir apetite e/ou sede, tenha vômito e/ou diarréia e/ou apatia 7-10 dias.... Proprietário deve ser cuidadoso Indução inadequada compromete a fase de manutenção Intolerância ao mitotano: geralmente nos primeiros 3 dias – vômitos! 39 40 Tratamento: Mitotano Tratamento: Mitotano • INDUÇÃO: Após 5-7 dias de indução- diminuiu apetite, sede, vomito, diarréia.... Fazer teste de estimulação com ACTH (pós ACTH): • Mitotano – MANUTENÇÃO 25mg/Kg/bid - 1x semana Início 7 dias após término da indução CORTISOL > 5 µg/dL CORTISOL 2-5 µg/dL CORTISOL< 2 µg/dL Controle em 30 dias: teste de estimulação ACTH Manter indução Pausa de 7 dias Repetir teste em 7 dias Iniciar manutenção 41 Suplementar prednisona Na e K : Suplementar fludro Ideal pós-ACTH: 2,0 à 5,0 µg/dL 42 7 01/10/2013 Tratamento: Mitotano Tratamento: Trilostano • Mitotano – MANUTENÇÃO • Teste estimulação com ACTH após 30 dias: Cortisol < 2 µg/dL Cortisol 2-5 µg/dL Hipoadreno parcial ou ins. adrenal Cortisol 5-17 µg/dL Manter dose Repetir teste em 2 meses para 75mg/Kg/ semana. Repete teste em 2m • Trilostane • Vetoryl®, Modrenal® Cortisol > 17 µg/dL Reinduzir! Repetir teste em 10d inibidor da enzima 3-Beta-hidroxiesteróide desidrogenase Inibe a conversão da pregnenolona em progesterona Tratamento mais seguro para HAC Dose: 0,5 - 3mg/kg/BID – junto com comida! 2 – 6mg/kg/SID (inicia com 2-3mg/kg) Tb pode causar intolerância 44 43 Tratamento: Trilostano • Trilostano: CORTISOL ALDOSTERONA ANDRÓGENOS 45 46 Tratamento: Trilostano Tratamento: Trilostano • Trilostano • Trilostano Efeitos colaterais: Uso contínuo! Após iniciar ttt, realiza teste estimulação com ACTH em 30 dias. Sintomas gastroentéricos Fármaco? Hipocortisolismo? Se não mudar dose, repete teste a cada 60 dias Hipercalemia associada ou não ao hipocortisolismo Se mudar dose, repete em 30 dias 47 48 8 01/10/2013 Tratamento: Trilostano • Monitorização Tratamento: Trilostano • Como realizar o teste de monitorização do tratamento? Teste de estimulação com ACTH 8h – trilostano 11h – coleta cortisol basal + aplicação ACTH 12h – coleta cortisol pós-ACTH 3 h após a administração do trilostano MITOTANO: qq horário do dia! 49 50 Tratamento: Trilostano • Manutenção do ttt com Trilostano • Pós ACTH Cortisol < 2 µg/dL Cortisol 2-5 µg/dL Cortisol > 5 µg/dL Hipoadreno parcial ou ins. adrenal Manter dose Repetir teste em 2 meses dose Repete teste em 30d Monitorando o tratamento • • • • • • • • 52 51 Tratamento: Adrenalectomia indicação: neoplasia adrenal profissional experiente ACTH endogeno/tomografia crânio Tomografia abdominal pré-cirúrgica Localização massa Aderência grandes vasos 53 Teste estimulação com ACTH Na e K Glicemia Colesterol Triglicérides Urina Ultrassonografia abdominal PA!!!!! Complicações do HAC • • • • • • • • • Hipertensão Diabetes mellitus Cetoacidose diabética Pielonefrite/ glomerulopatias Calculos de oxalato de cálcio ICC – secundário a hipertensão Sinais do SNC: macrotumor hipofisário Pancreatite – secundário a hiperlipidemia Tromboembolismo hemorragia intra ocular descolamento de retina 54 9 01/10/2013 Caso clínico: Dolly, Labrador, fêmea, 11 anos Meus casos complicados..... 55 Caso clínico: Dolly, Labrador, fêmea, 11 anos Caso clínico: Dolly, Labrador, fêmea, 11 anos • Apatia há 10 dias, anorexia há 2 dias, êmese – Pressão arterial: 85 mmHg (ref. 120mmHg) – Colesterol: 294 (ref. até 270) – Creat: 0,9 (ref. 0.5-1.4) / uréia: 61 (ref. 21-60) – Hg – sem alterações • Exame físico: t. 38,4°C; hidratação normal Caso clínico: Dolly, Labrador, fêmea, 11 anos • Teste de estimulação com ACTH: – Cortisol basal: 0,41 – Cortisol pós ACTH: 0,69 (ref. < 2 = hipoadreno!!!!) • O que fazer???? Caso clínico: Dolly, Labrador, fêmea, 11 anos • Aplicação insulina: não era constante devido a anorexia! Estava sem insulina há mais de 12 horas.... 17U /13U NPH, quando comia... • Glicemia: 384mg/dL – CAD???? • Beta-hidroxibutirato: 0,6 ANIMAL DIABÉTICO!!!!!! 10 01/10/2013 O que foi feito? • Indicado: – Fluidoterapia NaCl 0,9% iv – Hidrocortisona- 5mg/kg/tid – Prescrito: prednisolona 0,2mg/kg/sid – NPH: 15U/BID – Coletado sódio e potássio O que foi feito? • Prop. refere grande melhora do quadro. • Prescrito fludrocortisona: 0,01mg/kg/bid • Ajuste da dose da insulina: atualmente com 18U/bid NPH. Na: 128 K: 8 Relação Na/K: 16!!!! 11
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