ultra chemical episódio um
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ultra chemical episódio um
ULTRA CHEMICAL EPISÓDIO UM Escrito por: Gustavo Borges e Felipe Oliveira Arte por: Gustavo Borges Um último obstáculo antes do feriadão de São João: prova de matemática. Gustavo e seus amigos, Renan, Felipe e Vitor estavam ansiosos para que desse o horário da saída. Como tinham estudado, Gustavo e Felipe conseguiram terminar a prova sem complicações, diferente de Renan e Vitor, que não estudaram nem prestaram atenção na aula. - Oh Felipe. – Dizia Vitor num tom amedrontado. - Oi. – Falou Felipe com um ar glorioso e superior. - Passa uma pesca ai pra mim. Tô com dificuldade na questão cinco. - Me deixa ver aqui. – Dizia Felipe cantarolando baixinho, para que o professor Clóvis não visse. – Foi mal, não fiz essa não. - Aff velho. Eu tô vendo aqui que tem alguma coisa escrita. - São os cálculos que eu fiz que não me levaram a lugar nenhum. Vitor queria continuar interrogando Felipe até ter a resposta da questão cinco, mas Clóvis se aproximou para observá-los e ele acabou tendo que desistir de perguntar. Faltavam dois minutos para terminar o horário de prova. Gustavo contava os segundos. Felipe dava uma revisada rápida em sua prova. Vitor ainda tinha esperanças de Clóvis ir embora e ele pegar pesca de Felipe. Já Renan assistia televisão pelo celular embaixo da mesa. Estava passando Os Simpsons e ele se controlava para não dar risada das burrices de Homer. Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim O sinal finalmente bateu e todos os alunos foram embora correndo. A turma se reuniu e já estavam planejando ir passar o São João na Costa do Sauípe, onde iria ocorrer uma grande queima de fogos no último dia de recesso. Mas suas famílias acabaram fazendo outros programas para o feriado. Gustavo e sua família iam para Subaúma, um interior minúsculo no fim da Linha Verde, mas com pessoas agradáveis que faziam de lá um lugar afável, porém vazio. Felipe ia pra Jiribatuba, uma cidade na ilha, calma em alguns tempos e agitada em dias de festa, também tinha varias praias para se divertir com a família e amigos. Renan e Vitor iam ficar em Salvador mesmo. A viagem para Subaúma foi demorada, e Gustavo ficava inquieto dentro do carro. Seu pai ia impaciente dirigindo, enquanto que sua mãe tentava a todo custo controlar seu irmãozinho rebelde. - Oh mãe, acalma ele ai. - Filho, eu estou tentando de tudo, mas seu irmão tá daquele jeito. - Tira ele da cadeirinha, faz qualquer arte com ele ai. Não tem blitz por aqui não. Depois de três horas de viagem, chegaram ao sítio da avó de Gustavo. Ele lembra que em sua infância gostava muito de acordar bem cedo e sair de casa com a brisa da manhã batendo no seu rosto, enquanto ele corria em direção ao balanço de árvore. A viagem de Felipe não foi mais agradável que a de Gustavo. Ele teve que esperar cinco horas na fila do Ferry Boat, e pra piorar, ele acabou pegando o pinheiro, que na opinião dele, era (e é) o pior Ferry de Todos. Felipe saio de casa uma da tarde e chegou na ilha umas sete e meia. - Quer horror! - Disse Felipe - Eu odeio o pinheiro, definitivamente odeio o pinheiro! Em Salvador, Renan e Vitor marcaram para ir ao cinema. O São João podia até estar bem agitado na capital, mas a Costa do Sauípe é que iria ferver. - Iai Renan, a gente vai assistir que filme? - Rapaz, bora assistir Pânico 4. - Aff velho, borá assistir Velozes e Furiosos 5. - Não, tô sem saco. - Ok, bora assistir Pânico 4. - Ih, olha quem vem lá! Toparam com Lucas, antigo colega deles que infelizmente tinha mudado para outra escola e eles não viam a muito tempo. Foi uma festa, eles combinaram de assistir o mesmo filme, porém o encontro não vai sair como esperado. Gustavo foi de bicicleta até a praça local. A pé seriam quarenta e cinco minutos de ida, mas de bicicleta foram apenas dez. Ele encontrou alguns amigos e todos foram até a praia. A situação não era comum. Estava fazendo sol, enquanto que o noticiário tinha previsto que iria cair uma chuva daquelas, que prende menino em casa e o faz jogar vídeo game o dia inteirinho e só parar pra comer e tomar banho, e olha lá, porque tem alguns que nem banho tomam. Mas isso não afetou o dia dos meninos, que tomaram banho de praia até dizer chega. Em Jiribatuba, o dia estava bom, mas chuvoso, mesmo assim, quando a chuva baixou um pouco, a família não foi impedida de ir a praia, a praia do Bom Jardim pra ser mais exato, pois lá era a melhor praia e ficava sem muita gente, ao contrario de outra praia próxima dali, que ficava cheia rapidamente - Um pedaço do céu. - Dizia a avó de Felipe - Aqui é uma maravilha. - Concordo plenamente, aqui é calmo, muito calmo e com a água quentinha, bom demais. Quando acabaram de se divertir, eles voltaram pra casa e fizeram o que geralmente faziam no São João, ligavam o som numa altura atordoante pra quem não é acostumado e começavam o churrasco em família no quintal. Os três foram até a sala do cinema. Lucas acabou sentando uma fileira depois de Vitor e Renan, e até o meio do filme estava tudo correndo bem. - Oh Lucas, para de balançar a perna ai. - Oh vey, eu não tô balançando não. - Tá sim. - Tô nada. - Vai tomar pau na saída, viu? Quando o filme acabou, os três brigaram ao sair da sala do cinema, e quando foram pegos pela segurança, foram explusos do shopping. Gustavo voltou pra casa. Ele teve um bom dia como há algum tempo já não tinha tido. Chegou em casa, tomou um bom banho de ducha, tomou um café com pão fresquinho, bolo e Nescau com leite de vaca tirado algumas horas atrás. Depois disso, deitou-se na cama, trocou os canais e deixou em O Máskara. Mais ou menos no meio do filme, ele não resistiu e acabou dormindo. Voltou a acordar no outro dia, às dez horas da manhã, quebrado e com sono ainda. A noite em Jiribatuba acabara de começar e então todos foram pra a frente da casa, fazer o que gostavam, alguns bebiam cerveja em quanto conversavam, outros apenas conversavam e outros davam um passeio pela praça olhando a vida dos outros. Esse era o caso de Felipe, que não resistia a um fuxico. Quando a novela começou todos se despediram e os que estavam hospedados na casa, entraram, tomaram banho e foram se deitar e assistir a novela até pegar num sono. No dia seguinte, estava bastante claro e não parecia que ia chover, essa foi a alegria de todos, pois o dia parecia que iria ser excelente. Ao chegar em casa, Renan tomou uma bronca de sua mãe e como resultado levou um castigo e ficou sem celular, sem computador e ainda só saia de casa se fosse com seu irmão. Renan e seu irmão eram o caso típico, ficavam sempre brigando. Às vezes chegava a ser ridículo, pois o irmão de Renan era mais ou menos dez anos mais velho. Foi pro quarto e deitou-se na cama um pouco. A mesma coisa foi com Vitor, que revoltado foi pra rua encontrar seus amigos para pichar muros. Depois de tomar um café balanceado, Gustavo ainda estava com um pouco de preguiça e por isso não foi até a praça encontrar com seus amigos. Chegou no cajueiro atrás do balanço e o encontrou aos cacos. Decidido a recuperar um pouco de sua infância, pegou algumas ferramentas e reconstruiu o balanço que ele adorava, um pouco melhorado. Felipe acordou um pouco tarde, como de costume, tomou o seu café da manha normalmente, dois pães com queijo e presunto e um copo cheio de café com leite, esse dia, seria mais monótono, pois o dia inteiro ele iria comer churrasco, acarajé (que sua avó fazia com muito gosto e muito gostoso) e abara com vatapá, caruru, entre muitas outras guloseimas, no quintal ele fazia o que mais gostava, ouvia a conversa dos outros ao redor em quanto comia uns tira-gostos preparados pela sua família. Renan aproveitava o seu castigo, para não dizer o contrário. Chegou à sala e topou com seu irmão. - Ei Zé Ruela – Dizia o irmão de Renan rindo. – quer ir ao cinema hoje de novo? - Quero. – Falava Renan animado, mas desconfiado. - Ih rapaz, pena que eu não vou poder te levar. Vitor levou outra bronca dos seus pais por ter fugido de casa para pichar muros. Como punição teve que desistir de tudo e ficar ajudando nas tarefas de casa o final de semana todo. - Nossa! você reconstruiu o balanço? – Pergunta o avô de Gustavo. - Deu um trabalhinho, mas aí está. Depois de se balançar um pouco, ele foi até a estrada, pra explorar um pouco. No caminho até o matagal, ele acabou sendo atingido por um clarão e foi levado aos céus. Felipe saiu um pouco pra tomar ar fresco, em vez de fumaça de churrasco, quando saiu ele foi pra debaixo da arvora ali em frente, na praça, Jiribatuba estava estranhamente deserta naquele momento, então, um grande clarão, o cegou e o levou para os céus. Renan foi ordenado pelo seu pai a ir ao mercado comprar algumas pequenas. O que aconteceu foi inesperado. Na volta pra casa, Renan fora seqüestrado pelo temido carro preto sem placa, que seqüestrava jovens para fazer com eles coisas hediondas, segundo o noticiário. Ele foi levado pelos bandidos até um terreno baldio, e, do nada, um clarão fez os seqüestradores apagarem, e Renan subiu aos céus, até desaparecer. A mesma coisa aconteceu com Vitor, enquanto estava em um beco pichando. Gustavo acordou em um local com paredes cromadas e viu se dentro de um cilindro de dois metros de altura e, do lado, outros quatro tubos um pouco foscos.