JORNALECOS 1 2016 - Agrupamento de Escolas de Mirandela
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JORNALECOS 1 2016 - Agrupamento de Escolas de Mirandela
Ano 10 – nº 1 – janeiro - 2016 0.50 € Editorial O professor líder O conceito de liderança relacionado à área empresarial coloca o líder como aquele que assume um grupo de profissionais e os conduz à conquista dos objetivos e metas de uma dada empresa. Desta forma, o professor líder seria aquele que é capaz, não apenas de liderar os seus alunos, mas também de liderar os seus colegas, adaptando a sua capacidade de liderança às necessidades da escola e às características do grupo de professores. Do ponto de vista da gestão democrática, Feliz Ano Novo e tendo em conta a quantidade e o tamanho dos desafios que a escola enfrenta quotidianamente, torna-se necessário que essas atribuições não fiquem centralizadas apenas no corpo administrativo da escola, mas que sejam compartilhadas com aqueles professores que apresentam capacidade de liderança junto dos seus colegas. Uma das características fundamentais que compõe essa capacidade de liderança é a visão do professor. Como diz Maxwell (2008), um líder é aquele que é capaz de ver as possibilidades de uma situação, enquanto outros só conseguem ver as dificuldades. Sendo assim, a primeira característica que coloca um professor na posição de líder é a sua atitude perante os desafios que se apresentam na escola. Enquanto uma boa parte dos seus colegas reagem aos problemas a partir dos seus velhos padrões de resposta, o professor líder toma iniciativas proactivas, vendo possibilidades onde os outros veem empecilhos. Para além disso, é capaz de encontrar meios de ação, enquanto os demais apresentam justificativas para não agir, e propõe soluções inovadoras em vez dos mesmos procedimentos de sempre que, muitas vezes, acabam sendo ineficazes. Investir no desenvolvimento de professores líderes e prover suporte às suas ações tem-se mostrado, nalguns países, um percurso bastante promissor, não só para gerar um novo clima organizacional dentro da escola, mas também para garantir um grau de maior eficácia da equipa pedagógica na realização da sua tarefa primordial - a melhoria no nível das aprendizagens dos alunos. Como afirma Harmitt (2007): "Investir nos professores líderes como promotores de mudança pode ser mais um dos possíveis caminhos para tirar a escola dos fundamentos arcaicos em que se encontra ancorada." O diretor do AEM: Vítor Esteves EVENTOS 02- Semana da diferença 02- Dia nacional da luta contra a sida 03- Atividade de Natal BIBLIOTECA 03- Da necessidade de ler 04- Mês Internacional da Biblioteca Escolar 04- Halloween 05- Dia mundial da alimentação 05- Dia mundial da diabetes 06- Concurso “CONTOS DE NATAL” NOTICIANDO 06- O Futuro das Alterações Climáticas 06- Clube da Europa 07- Dia da Alimentação 07- Halloween – dia das bruxas EXPRESSÕES 08- No mesmo Lar… /Vento… /¡Hola! 08- A Europa e o Mundo – Cidadania 08 - Estranhas as eleições em Port.! - Cidadania 09- Somos só mais uma espécie… - Cidadania 09- A Filosofia no dia-a-dia / Comunicação 09 -CONT(R)A CORRENTE VIAGENS PELO TEMPO 10 - Restauração da independência portuguesa Ficha técnica: Profs. Antonieta; Marcelino; Mª José Miranda; Mariana Correia 2 EVENTOS JE A SEMANA DA DIFERENÇA A doçura da diferença Prf. Educação Especial Ana Paula Ramos Em Carvalhais - no âmbito da Semana da Diferença - os alunos da EB1JI de Abreiro e JI dos Avidagos. Prof. Ana Paula Ramos DIA NACIONAL DA LUTA CONTRA A SIDA Realizou-se no passado dia 1 de Dezembro um evento para assinalar O Dia Mundial da Luta contra a SIDA, envolvendo a Ucc a Coordenadora da saúde escolar, as professoras Natália Carvalho e Isabel Sarmento do agrupamento, os alunos dos Cursos profissionais de técnico auxiliar de saúde dos 1º e 2º anos e técnico de gestão ambiental e a associação de estudantes. Tendo como objetivo a Promoção e Educação para a Saúde, os alunos foram alertados para os comportamentos de risco e importância da prevenção na luta contra as doenças sexualmente transmissíveis. Foi construído um mural no polivalente da escola, no qual foram afixados laços vermelhos com mensagens dos alunos envolvidos. Entendendo tratar-se de uma atividade para todos os alunos, foi-lhes solicitada uma mensagem, escrita por eles no mural, com a atribuição de um balão vermelho. O balanço da atividade foi bastante positivo, uma vez que foi visível um espírito de União e partilha entre todos os intervenientes. Profª Helena Matos EVENTOS JE 3 Atividade de Natal - “Decoração de Natal dos Espaços Escolares da Escola Luciano Cordeiro” A magia, as cores e a alegria que caracterizam a época Natalícia, estão bem patentes na dedicação, empenho e criatividade expressa pelos alunos na realização dos trabalhos, alusivos a esta quadra. Imagens dos trabalhos em execução dos alunos do 5ºC, 5ºG, 5ºH, 6ºA, 6ºB, 6ºE e 6ºF. Profª Ermelinda Vieira JE BIBLIOTECA JE DA NECESSIDADE DE LER “Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo”- Wittengstein Porque é que lemos? Porque é que devemos ler? Lemos por prazer, para passar o tempo ou, como afirma o crítico norteamericano Harold Bloom, lemos porque “buscamos um personagem mais original do que nós próprios”. Também lemos, simplesmente, porque somos obrigados a isso. De facto, a obrigatoriedade imprime na leitura um sentido de dever que, por vezes, colide com o deleite que se pode obter de um livro. Outras vezes, esta obrigatoriedade é o início de uma longa amizade com os livros. Deixemos para mais tarde a máxima radical do senhor americano de que “só devemos ler o que de melhor foi escrito”, mas sim, devemos ler livros bem escritos, com os quais possamos aprender algo mas, acima de tudo, devemos escolher livros que gostamos de ler. Os benefícios da leitura são imensos e podemos afirmar, seguramente, que quem lê, escreve melhor, fala melhor e tem uma menor probabilidade de dar erros do que quem nunca o faz regularmente. Quando pronunciamos uma simples frase, no lugar mais banal, revelamos muito acerca do nosso mundo pessoal. Ler não faz mal a ninguém, não te põe doente, nem há registo de que alguém tenha sucumbido fatalmente à leitura (exceto em “O Nome da Rosa”). Atreve-te e vem à tua Biblioteca Escolar! O prof. bibliotecário, Luís Miguel Duarte 4 BIBLIOTECA JE Mês Internacional da Biblioteca Escolar 2015 Ao longo do Mês Internacional da Biblioteca Escolar 2015, promovemos a Formação de novos utilizadores com as turmas do 7º ano. Esta atividade consistiu numa visita guiada à BE, tendo sido explanadas as normas de utilização da Biblioteca, a sua organização e os serviços que oferece. Os alunos foram ainda convidados a redigirem, individualmente ou em pares, frases sobre o valor da biblioteca, no Twitter da BE. Eis algumas frases: O prof. bibliotecário Luís Miguel Duarte Halloween No dia 29 e 30 de outubro na BE da Escola Luciano Cordeiro realizou-se uma exposição e concurso de abóboras em colaboração com os docentes de inglês comemorando-se desta forma o Halloween. A profª. bibliotecária, Sandrina Fernandes JE BIBLIOTECA 5 COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO A turma do 11ºB, sob a orientação da Professora Natália Sousa, elaborou, na BE da Escola Secundária, cartazes alusivos ao Dia Mundial da Alimentação, que se comemorou no dia 16 de outubro. Os alunos ilustraram, nos seus trabalhos, os maus hábitos alimentares, os distúrbios alimentares mais frequentes e a alimentação saudável. Os cartazes foram expostos na Escola Secundária e puderam ser vistos, pela restante comunidade, nas I Jornadas da Rede Social que se realizaram no Auditório Centro Cultural de Mirandela, nos dias 15 e 16 de outubro. Os trabalhos elaborados pelos alunos podem ser consultados aqui: http://www.photosnack.com/trabalhos/diamundialdaali mentacao2015.html Na BE da Escola de Torre de Dona Chama também foi comemorado o dia mundial da alimentação, em articulação com o grupo de educação pré-escolar e ciências naturais. Na atividade Contos(s) Contigo foi trabalhado o conto tradicional o Caldo de Pedra, sendo dramatizado por alguns do 6ºA para todas as turmas da escola. Houve, ainda, a confeção e degustação de uma sopa de legumes, para a qual os alunos do pré-escolar trouxeram os ingredientes. Nesse dia a fruta também esteve presente à hora do lanche e 1 livro = 1 peça de fruta na BE. Na BE da Escola Luciano Cordeiro, este dia foi assinalado com a oferta de uma peça de fruta e com atividades musicais dinamizadas pela professora Filomena Gomes. Os profes. bibliotecários COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA DIABETES A turma do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde, orientada pela professora Helena Matos, elaborou, na Biblioteca Escolar, posters em formato digital, para comemorar o Dia Mundial da Diabetes, que se assinalou no dia 14 de novembro. Os trabalhos abordam os sinais e sintomas da diabetes, as implicações da doença a nível social, os fatores de risco e a importância da prevenção, nomeadamente através do exercício físico e dos hábitos alimentares. Foi também promovida, na BE, uma Ação de Sensibilização, conduzida pelas Enfermeiras da UCC, com o intuito de avaliar o risco da diabetes junto dos alunos do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde (AS1 e AS2) Os trabalhos elaborados pelos alunos podem ser vistos aqui: http://issuu.com/lmod/docs/doc1/1 O prof. bibliotecário, Luís Miguel Duarte BIBLIOTECA 6 JE CONCURSO “CONTOS DE NATAL” Com o intuito de desenvolver a expressão escrita e a criatividade, a Biblioteca da Escola Secundária e o Departamento de Línguas promoveram o concurso "Conto de Natal". Participaram 13 alunos, das turmas 7ºB, 7ºC, 7ºE, 9ºB e 9ºG, orientados pelos docentes Amélia Padrão, Fátima Colmeais, Graça Morais e Júlio Rocha. Foram oferecidos livros a todos os participantes, tendo sido atribuídas as seguintes menções: 1º Lugar - Beatriz Rocha, 9ºB 2º Lugar - Inês Esteves, 7ºE 3º Lugar - Beatriz Gomes, 9ºG e-Book: http://www.calameo.com/read/ 004125944c123f211449f Parabéns a todos os participantes, não só pelo empenho que demonstraram, mas pela qualidade e originalidade dos contos redigidos. O prof. bibliotecário Luís Miguel Duarte e a Coord. de departamento Fátima Colmeais. NOTICIANDO O Futuro das Alterações Climáticas Este problema discute-se em Paris na Cimeira do Clima, durante duas semanas com início a 30 de novembro. Nesta Cimeira são tratados várias preocupações relacionadas com as alterações climáticas, nomeadamente, o degelo dos glaciares, vagas de calor e de frio, secas mais prolongadas e chuvas mais concentradas. O Degelo dos Glaciares apresenta várias consequências. Em Portugal, o litoral irá mudar. A linha costeira portuguesa, como a conhecemos não será igual em 2100. Talvez as arribas do sudoeste alentejano se mantenham, mas as praias do Algarve, da Costa da Caparica ou de Aveiro estão, por isso, em perigo. Os glaciares dos continentes vão derreter entre 15% e 55%, e o nível médio do mar subirá entre 26 e 55 centímetros. Esta subida pode pôr em causa a existência de algumas ilhas e até países, como, por exemplo, os Países Baixos. Alguém afirmou que a Natureza não precisa das pessoas, mas as pessoas precisam da Natureza. Cabe a cada um de nós salvar essa Natureza que nos sustenta… profª. Esmeralda Brilhante CLUBE DA EUROPA No dia 02 de Dezembro de 2015 foi inaugurado na biblioteca da escola secundaria de Mirandela o espaço dedicado ao Clube da Europa do agrupamento de escolas de Mirandela. O Sr. Diretor Vítor Esteves juntamente com o grupo de professores aderentes ao clube fez a abertura solene do espaço, que a partir de agora toda a comunidade escolar pode utilizar com o apoio incondicional da biblioteca. Esta era uma ambição à muito esperada. Apesar de nos anos anteriores se realizarem atividades relacionadas com a Europa e a União Europeia pelo grupo de Geografia, nomeadamente a comemoração do Dia da Europa – 9 de Maio na Escola Secundária e na Escola Luciano Cordeiro, com a efetiva criação de um espaço próprio na biblioteca da escola e a adesão dos professores do grupo de geografia, juntamente com o apoio do Centro de Informação Europeia - Europe Direct do I.P.B., pode o agrupamento desenvolver um maior apoio e divulgação da informação sobre a Europa. A partir de agora toda a comunidade educativa pode usufruir de um espaço próprio dedicado à Europa que se irá desenvolver gradualmente, no sentido de dar resposta por um lado à procura por parte dos professores e alunos e à divulgação da informação pertinente e atual sobre a evolução do espaço da União Europeia a que pertencemos. Com as transformações e evolução do espaço da União europeia em constante mutação é cada vez mais pertinente conhecer este espaço e toda a informação e diretrizes que são emanadas das instituições da União Europeia a que cada vez mais partilhamos e dependemos. A partir de agora o Clube da Europa irá trabalhar com o objetivo de proporcionar apoio e divulgação sobre o espaço europeu a toda a comunidade educativa, proporcionando momentos de iteração com concursos e atividades, e em particular como temos vindo a fazer com a comemoração do Dia da Europa – dia 9 de maio. O coordenador do Clube da Europa prof. José Silva NOTICIANDO JE 7 Dia da Alimentação No início da semana decidimos e planeámos com as professoras o que iríamos fazer para o Dia Mundial da Alimentação. Ao longo da semana conversamos e fizemos alguns trabalhos sobre a Alimentação Saudável, aprendemos canções, ouvimos músicas, histórias... e assim relembramos mais uma vez quais os alimentos saudáveis que deveríamos introduzir na nossa alimentação. No dia 16 de Outubro festejámos o Dia da Alimentação com várias atividades e um delicioso lanche saudável. Experimentamos alguns alimentos que não estávamos habituados a comer. Pela manhã realizámos dois jogos: o do “bowling” com identificação de alimentos saudáveis e o “Á descoberta dos sabores”. Fizemos um sumo natural com frutas e legumes. Por fim, fomos lanchar. A mesa estava muito colorida com as frutas e os legumes que trouxemos de casa e que tinham sido transformados em flores e animais lindos e deliciosos. Todos comemos muito e de tudo: pimentos, chuchu, alface, cenoura crú, tomate, papaia, kivi…. e muito… … A responsável da EBJI de Carvalhais prof. Isabel Martins - HALLOWEEN – DIA DAS BRUXAS – O CALDEIRÃO COM A POÇÃO MÁGICA OS FANTASMAS ASSUSTADORES OS MORCEGOS NEGROS Escola EB1 de S. Pedro de Vale do Conde – articulação com a prof. De inglês - Profªs Nely Andrade e Arminda Alves. Alunos: Liliana, Inês, João, Válter, Luciana, Diogo, Tiago, Joaquim EXPRESSÕES No mesmo Lar… Vivemos todos na mesma casa Uns nos PED, outros nos PD Os dos PED não têm nada Há desigualdades, para quê? O IDG e o IPM Não deviam existir Mas, reinam nos países pobres E os ricos, ficam-se a rir… Os países da OPEP Enriquecem cada vez mais Mas, só os líderes ficam ricos Porque o povo, Não sabe para onde o dinheiro vai! Vivemos assim no mundo, Cheio de desigualdades. Uma população que sonha ter Um IDH elevado E outra que sonha ter um, de felicidade, Igual ao dos pobres… Beatriz Gomes 9ºG Vento… ¡Hola! De onde vem o vento? Pergunto eu à Natureza. Esse espírito que sopra, Porque não leva a tristeza? Será que vem do céu? Será que vem do mar? Será o Adamastor, Que agora quer voar? Será que é ele Que arrasta o Sol, Que nunca se quer ir deitar… Ou será que desperta a Lua, Que não se quer levantar? Eu só sei que o vento, Gosta muito de dançar. Dança com as folhas, com as flores… Levemente, a balançar… Realmente, não sei… O que será o tal de “Vento”. Como não se vê, mas sente-se, Talvez, queira ser um sentimento! Beatriz Gomes 9ºG Me llamo Lara, tengo 12 años, soy portuguesa y vivo en Mirandela. Yo soy de estatura mediana, tengo el pelo castaño y los ojos marrones. Soy alegre, divertida, obstinada, habladora, pero no muy sociable. Me gusta estar sola en casa, en Internet o viendo la televisión, me encanta cocinar y de mayor quiero ser periodista. ¡Adiós! Lara Coelho, 12 anos , 7b EXPRESSÕES 8 JE A Europa e o Mundo - Cidadania Afinal, Camões estava enganado! Na sua obra mais conhecida, Luís Vaz de Camões aborda os Descobrimentos Portugueses, referindo-se ao continente europeu como a “soberba Europa”. A meu ver, este renascentista estava enganado, a Europa não é um continente fantástico, é apenas um simples continente tal como os outros cinco. A ilusão de um continente idílico, onde a justiça é cega e não há pobreza, leva muitas pessoas de países em guerra a emigrarem, muitas vezes em condições sub-humanas, para o continente europeu na esperança de encontrar uma vida melhor, sem guerra e com trabalho garantido. Quando chegam ao nosso “fantástico” continente, a grande custo: em barcos de borracha lotados de gente que, por vezes, afundam provocando um grande número de vítimas mortais (às vezes, mediáticas como foi o caso do menino de quatro anos que deu à costa na Turquia) deparam-se com uma realidade chocante: a Europa não os quer acolher, pois existe uma ideia feita de que todas as pessoas oriundas dos países de guerra são terroristas e que “os refugiados vão destruir a nossa tradicional cultura cristã”. Os refugiados não nos vão prejudicar, pelo contrário, podem-nos beneficiar acabando com a baixa natalidade e com o envelhecimento europeu. Agora, pergunto: porque é que há tanta aversão aos refugiados, que apenas querem ter condições de vida dignas? Eles não são terroristas. Os demónios com armas não andam em barcos de borracha lotados de pessoas, muitas das quais são crianças e grávidas. Andam em aviões e jatos luxuosos cheios de objetos bélicos. Os europeus, em vez de terem receio dos refugiados, deviam ter medo deles próprios, pois são os europeus que, muitas vezes, abandonam o seu país para se juntarem aos maiores grupos terroristas do mundo como o Estado Islâmico e Al-Qaeda. Falemos agora de um assunto muito pouco criticado: as Monarquias europeias. Na Europa existem diversos países com reis e rainhas, tal como nos séculos passados. Porém, estes monarcas não governam os seus países, apenas têm um estatuto de realeza e possuem algumas regalias políticas. Na minha opinião, estes monarcas não deviam aparecer com tanta frequência nos meios de comunicação e ter regalias económicas. Deviam aparecer nos livros de História e nos documentários que frequentemente são transmitidos nos televisores. A nossa Europa não é soberba, tal como dizia Camões, continua a tentar a tentar preservar a sua hegemonia em relação aos outros continentes, sem se preocupar com a dignidade do ser humano. Inês Lourenço, 9ºG Quão estranhas são as eleições em Portugal! (crónica) - Cidadania No passado dia quatro de outubro, os portugueses foram mais uma vez votar. Para eleger o quê? E quem? O primeiro-ministro ou os deputados para a Assembleia da República? A questão surgiu-me porque, quando perguntei aos meus avós em quem votaram, eles responderam que votaram numa pessoa para esta ser eleita como primeiroministro de Portugal. É claro que qualquer eleitor diria que foi votar para eleger o primeiroministro, ou seja, para eleger uma pessoa. Parece-me que surge aqui uma contradição! Nestas eleições foram eleitos os deputados para a Assembleia da República, e agora eu pergunto-me: Então afinal os portugueses elegeram quem? Os deputados para a Assembleia da República ou o primeiro-ministro? Por cada distrito do país foram eleitos um certo número destes deputados, de acordo com a votação das pessoas, e não o primeiro-ministro. Verifiquei também que alguns eleitores não sabem o nome dos deputados que elegeram no seu distrito, no entanto, sabem o nome da pessoa que desejam que venha a ser primeiro-ministro. Além disso, se iam eleger os deputados para a Assembleia da República, porque é que na campanha eleitoral aparecem rostos? Porque é que, por exemplo, no distrito de Bragança, durante a campanha eleitoral, não aparecem os rostos dos deputados deste círculo eleitoral? Por que é que as pessoas votam para eleger algo e pensam que estão a eleger outra coisa? Não nos podemos esquecer, também, que quem chama um partido para formar governo é o presidente da república. Considero ainda pertinente salientar que grande parte dos eleitores que foram votar não leram o programa eleitoral de cada partido, ou seja, votaram sem saber o que iam aprovar! Eu não fui votar porque sou menor de dezoito anos, mas gostaria que os adultos, ao praticarem este direito e dever cívicos, estivessem mais informados!. Carlos João de Resende Galvão 9ºG JE EXPRESSÕES 9 Somos só mais uma espécie… - Cidadania Humanos, os únicos seres vivos do Universo, pensamos nós! Eu sei, sou apenas uma estudante -que até nem estuda muito-, mas vou-me considerar estudante, só com o oitavo ano feito, mas sempre tive a ideia de que nós, humanos, pensamos que somos os únicos seres vivos do Universo. Sim, já toda a gente sabe que somos “os racionais”, os que sabem tudo, os intelectuais. Mas porque ninguém pensa: “Pois, nós somos os mais inteligentes, no nosso planeta, mas ninguém sabe onde começa ou acaba o universo, nem sabem se tem fim! E, certamente, em tantos anos-luz não somos os únicos seres vivos. Além disso, há os animais e as plantas, que deviam estar no topo da hierarquia, mas ninguém se lembra deles. Até o rei de Espanha foi caçar elefantes para África! (sim, um rei, aquela pessoa com muita cultura geral, cheio de dinheiro que governa um país…) E também há “madames” que pagam os olhos da cara só para terem um casaco de pele verdadeira, (vejam só "A Filosofia no dia-a-dia" a inteligência, quer dizer há pele artificial a cinco euros na feira, e elas pagam um balúrdio e matam uma chita, um leopardo, uma zebra… enfim) Bem, e para finalizar a pouca vergonha que escrevi aqui (“Olha agora esta, põe-se a falar mal da nossa espécie e só com o oitavo ano, deve achar que é esperta”) queria dizer que devíamos ser mais humildes, seguir o exemplo dos animais - só caçar quando se tem fome - e pensem que somos apenas uma minúscula bola de cotão num palácio gigante. Porque somos só mais uma espécie, assim como foram os dinossauros e outras antes de nós! Só espero que no futuro apareça outro Gil Vicente que escreva outro auto, mas neste só poderá haver um pequeno barco a remos com destino para o Inferno, e um grande cruzeiro rumo ao céu! Seria uma evidência de que o ser humano se «tinha convertido» e tornado a espécie que respeita as outras espécies. Beatriz Gomes, 9ºG- Cidadania! - “Comunicação” Síntese de trabalhos apresentados pelos alunos das turmas A e C de 10º ano, onde se Valoriza predominantemente a imagem como forma de apelo - "A Filosofia no dia-a-dia" -. O cartaz foi marco para o Dia da Filosofia. CONT(R)ACORRENTE Democracia, ignorância e egoísmo Diz-se que as democracias mais prósperas tendem a apresentar melhores governantes. Repare-se que foi lá que se enraizaram os mais elevados níveis de instrução e os mais baixos níveis de corrupção. Mero acaso, ou existirá alguma relação? Não há sistemas perfeitos, e até a democracia – habitualmente associada à liberdade – nos pode oprimir de várias formas. Vivemos numa sociedade em que há excesso de informação (tantas vezes deturpada e/ou estéril !) e escassez de conhecimento, sendo muitos aqueles que, dizendo o que sabem, não sabem o que dizem. Neste contexto, e tendo todos os votos o mesmo valor, nada nos garante que sejam eleitos os mais competentes (se é que os mais competentes se candidatam...). Gera-se, assim, uma espécie de “pescadinha de rabo na boca”, tornando persistente a relação entre a falta de competências, e até de probidade, de muitos eleitos e a de muitos eleitores. Por outras palavras: de certo modo, cada povo colhe de acordo com aquilo que semeia! Para mim, a democracia só se revelará fecunda quando (continua) “Jogo de palavras” Disciplina de Comunicação do Curso Profis. de Auxiliar de Saúde (1º e 2º anos) EXPRESSÕES 10 JE (continuação) os cidadãos para ela estiverem preparados (não pretendendo generalizar, há estudos realizados com jovens e com menos jovens que denotam uma atitude e uma ignorância confrangedoras...). Vota-se pensando demasiado no presente e em nós próprios. No entanto, as coisas são como são, e não como gostaríamos que fossem, não se compadecendo, pois, com as nossas preferências e/ou ilusões. Quanto aos políticos, eles sabem que ser isento não é, propriamente, a melhor forma de se tornar popular e, portanto, de ser eleito... O voto, ao manifestar e delegar a nossa vontade, constitui um instrumento/acto de grande importância que nos torna co-responsáveis pela construção do futuro colectivo. A instrução e a observação permanente dos acontecimentos são fundamentais na tomada de decisões. Além disso, impõe-se uma visão global e uma inabalável exigência ética para superar algumas doenças quase incuráveis de muitas democracias (por vezes, mais parecendo demonocracias). E não é de esperar que outros venham fazer a parte que a cada um de nós compete! Mário Pinto (ex-professor) NOTA: O autor não aderiu ao novo acordo ortográfico. VIAGENS PELO TEMPO Nos tempos da … RESTAURAÇÃO da INDEPENDÊNCIA PORTUGUESA - 1, de dezembro, de 1640 No dia 1 de Dezembro de 1640, termina o período de 60 anos em que o Reino de Portugal, foi governado pela dinastia de origem austríaca dos Habsburgos, com o fim do reinado de D.Filipe III ( Felipe IV em Espanha). Esta dinastia ficou conhecida como Filipina, por todos os monarcas se chamarem Filipe. Quando em 1578, sob o comando do rei D. Sebastião, Portugal foi derrotado na batalha de Alcácer Quibir, ficou sem rei ou sucessor ao trono. Durante dois anos o trono foi ocupado pelo Cardeal-Rei D. Henrique, mas os direitos de Filipe II de Castela (primo de D. Sebastião e portanto neto de D. João III) por um lado e, o seu dinheiro por outro, levaram a que grande parte da nobreza portuguesa aceitasse o domínio de um rei estrangeiro. Nas cortes de Tomar em 1581, D. Filipe I, (Felipe-II em Castela) prestou juramento Revolta de «Els Segadors»: A independência da como rei de Portugal, mas o seu neto, Filipe-III (Felipe-IV de Castela) não cumpriu as Catalunha no Verão de 1640 serviu de catalizador para obrigações que o seu avô havia jurado. Como tal, em 1640 os nobres portugueses, muitos que Portugal também se separasse dos Habsburgos espanhóis deles desiludidos com o não cumprimento das promessas, decidem revoltar-se. Nesta época, a monarquia hispânica estava envolvida na chamada guerra dos trinta anos. Estava ainda a suportar um aumento de tensão, entre a coroa dos Habsburgos e a burguesia catalã o que levou a uma revolta condutora à separação do condado da Catalunha, com a ajuda de França, no Verão de 1640. Para debelar a revolta da Catalunha, Felipe IV, de Espanha, manda que se mobilize a nobreza dos restantes reinos, especialmente a portuguesa, com o objectivo de atacar os catalães. A ordem de mobilização chega em 24 de Agosto de 1640, e todos, mesmo D.João, Duque de Bragança deveriam comparecer perante o rei. Em Portugal os nobres recusam-se e pressionam o mais rico e influente representante da nobreza - o Duque de Bragança, o neto de Catarina de Bragança (a pretendente ao trono que em 1580, tinha mais legitimidade na sucessão), quando Filipe II de Castela tomou o lugar de rei, após ter subornado grande parte da nobreza portuguesa. O Duque, de 36 anos de idade, na verdade, tinha pouco a ganhar com uma revolta contra Filipe III, pois afinal era o O rei Filipe III de Portugal, que homem mais rico de toda a Península Ibérica (além de duque de governava o país a partir de Madrid, e o seu primeiro ministro, Bragança era também duque de Barcelos e de Guimarães, o castelhano Conde-Duque de marquês de Valença e de Vila Viçosa, conde de Ourém, Arraiolos Olivares e de Neiva, possuindo uma quantidade enorme de propriedades e senhorios. Calcula-se que o numero total de pessoas sob a dependência directa do duque de Bragança e seus súbditos fosse de aproximadamente 100.000). Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, entram no palácio real cerca de 40 nobres portugueses, conhecidos pelos «conjurados», que rapidamente controlam a guarda. Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executamno, e obrigam pela força a duquesa de Mântua a ordenar a rendição das forças Miguel Vasconcelos é atirado pela janela do paço. A expressão defenestrado ou fiéis ao monarca Habsburgo no castelo de São Jorge e nas fortalezas que atirado pela janela é normalmente defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a torre de Belém. utilizada para referir traidores favoráveis Quando a meio da manhã o povo de Lisboa tem conhecimento do sucedido a Espanha, embora noutros países já o duque de Bragança era Rei de Portugal. também encontremos a expressão, como Embora guiada e conduzida pela nobreza portuguesa, a revolução tem uma forma de matar usurpadores. aceitação total. Em todo o país quando se conhece a boa nova, da destituição da duquesa de Mântua e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. As várias cidades do país declaram o seu apoio a D. João IV em poucos dias. Os nobres portugueses que se encontravam em Madrid dividem-se em dois grupos.Enquanto uma parte junta os seus haveres e volta para Portugal, outra parte acabará por preferir as vantagens e o dinheiro que a sua presença na corte madrilena lhes davam, não retornando a Portugal e mesmo lutando contra a independência do seu próprio O Duque de Bragança sucedeu a país. Filipe III como D. João IV. A casa de Bragança substituiu a casa de A situação de Portugal em 1640, era de absoluta miséria. No entanto, contra todas as expectativas, o país Habsburgo no trono em Lisboa. Com resistiu. ele começa a 4ª dinastia. Portugal encontrava-se completamente sozinho, com os países católicos a apoiarem o governo de Madrid, com o Papa a não reconhecer Portugal, e com os países protestantes nada interessados na paz com Portugal, estando muito mais interessados em atacar as possessões que ainda eram legalmente portuguesas. Mesmo arruinado, esfomeado, decadente, o país conseguiu reunir forças para enfrentar exércitos muito superiores. Todos os territórios portugueses se declaram ao lado de D. João IV exceto Ceuta. A Restauração da Independência a 1 de Dezembro de 1640, continua a ser um símbolo da firme vontade dos portugueses, de manter a sua independência. A expressão «de Espanha nem bom vento nem bom casamento» ainda hoje lembra aos portugueses, as desvantagens resultantes das uniões com o seu poderoso vizinho. www.areamilitar.net (adaptado)