JORNALECOS 1 2016 - Agrupamento de Escolas de Mirandela

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JORNALECOS 1 2016 - Agrupamento de Escolas de Mirandela
Ano 10 – nº 1 – janeiro - 2016
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Editorial
O professor líder
O conceito de liderança relacionado à
área empresarial coloca o líder como aquele
que assume um grupo de profissionais e os
conduz à conquista dos objetivos e metas de
uma dada empresa. Desta forma, o professor
líder seria aquele que é capaz, não apenas de
liderar os seus alunos, mas também de
liderar os seus colegas, adaptando a sua
capacidade de liderança às necessidades da
escola e às características do grupo de
professores.
Do ponto de vista da gestão democrática,
Feliz Ano Novo
e tendo em conta a quantidade e o tamanho dos desafios que a escola
enfrenta quotidianamente, torna-se necessário que essas atribuições
não fiquem centralizadas apenas no corpo administrativo da escola,
mas que sejam compartilhadas com aqueles professores que
apresentam capacidade de liderança junto dos seus colegas. Uma das
características fundamentais que compõe essa capacidade de liderança
é a visão do professor. Como diz Maxwell (2008), um líder é aquele
que é capaz de ver as possibilidades de uma situação, enquanto
outros só conseguem ver as dificuldades. Sendo assim, a primeira
característica que coloca um professor na posição de líder é a sua
atitude perante os desafios que se apresentam na escola. Enquanto
uma boa parte dos seus colegas reagem aos problemas a partir dos
seus velhos padrões de resposta, o professor líder toma iniciativas
proactivas, vendo possibilidades onde os outros veem empecilhos. Para
além disso, é capaz de encontrar meios de ação, enquanto os demais
apresentam justificativas para não agir, e propõe soluções inovadoras
em vez dos mesmos procedimentos de sempre que, muitas vezes,
acabam sendo ineficazes.
Investir no desenvolvimento de professores líderes e prover
suporte às suas ações tem-se mostrado, nalguns países, um percurso
bastante promissor, não só para gerar um novo clima organizacional
dentro da escola, mas também para garantir um grau de maior eficácia
da equipa pedagógica na realização da sua tarefa primordial - a
melhoria no nível das aprendizagens dos alunos. Como afirma Harmitt
(2007): "Investir nos professores líderes como promotores de mudança
pode ser mais um dos possíveis caminhos para tirar a escola dos
fundamentos arcaicos em que se encontra ancorada."
O diretor do AEM: Vítor Esteves
EVENTOS
02- Semana da diferença
02- Dia nacional da luta contra a sida
03- Atividade de Natal
BIBLIOTECA
03- Da necessidade de ler
04- Mês Internacional da Biblioteca Escolar
04- Halloween
05- Dia mundial da alimentação
05- Dia mundial da diabetes
06- Concurso “CONTOS DE NATAL”
NOTICIANDO
06- O Futuro das Alterações Climáticas
06- Clube da Europa
07- Dia da Alimentação
07- Halloween – dia das bruxas
EXPRESSÕES
08- No mesmo Lar… /Vento… /¡Hola!
08- A Europa e o Mundo – Cidadania
08 - Estranhas as eleições em Port.! - Cidadania
09- Somos só mais uma espécie… - Cidadania
09- A Filosofia no dia-a-dia / Comunicação
09 -CONT(R)A CORRENTE
VIAGENS PELO TEMPO
10 - Restauração da independência portuguesa
Ficha técnica: Profs. Antonieta; Marcelino; Mª José Miranda;
Mariana Correia
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EVENTOS
JE
A SEMANA DA DIFERENÇA
A doçura da diferença
Prf. Educação Especial Ana Paula Ramos
Em Carvalhais - no âmbito da Semana da Diferença - os alunos da EB1JI de Abreiro e JI dos Avidagos.
Prof. Ana Paula Ramos
DIA NACIONAL DA LUTA CONTRA A SIDA
Realizou-se no passado
dia 1 de Dezembro um evento
para assinalar O Dia Mundial da
Luta contra a SIDA, envolvendo a
Ucc a Coordenadora da saúde
escolar, as professoras Natália
Carvalho e Isabel Sarmento do
agrupamento, os alunos dos
Cursos profissionais de técnico
auxiliar de saúde dos 1º e 2º anos
e técnico de gestão ambiental e a
associação de estudantes.
Tendo como objetivo a
Promoção e Educação para a
Saúde, os alunos foram
alertados para os
comportamentos de risco e
importância da prevenção na
luta contra as doenças
sexualmente transmissíveis.
Foi construído um mural no
polivalente da escola, no qual
foram afixados laços vermelhos com mensagens dos alunos envolvidos.
Entendendo tratar-se de uma atividade para todos os alunos, foi-lhes
solicitada uma mensagem, escrita por eles no mural, com a atribuição de um
balão vermelho.
O balanço da atividade foi bastante positivo, uma vez que foi visível um
espírito de União e partilha entre todos os intervenientes.
Profª Helena Matos
EVENTOS
JE
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Atividade de Natal - “Decoração de Natal dos Espaços Escolares da Escola Luciano Cordeiro”
A magia, as cores e a alegria que caracterizam a
época Natalícia, estão bem patentes na dedicação, empenho
e criatividade expressa pelos alunos na realização dos
trabalhos, alusivos a esta quadra.
Imagens dos trabalhos em execução dos alunos do
5ºC, 5ºG, 5ºH, 6ºA, 6ºB, 6ºE e 6ºF.
Profª Ermelinda Vieira
JE
BIBLIOTECA
JE
DA NECESSIDADE DE LER
“Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo”- Wittengstein
Porque é que lemos? Porque é que devemos ler?
Lemos por prazer, para passar o tempo ou, como afirma o crítico norteamericano Harold Bloom, lemos porque “buscamos um personagem mais original
do que nós próprios”. Também lemos, simplesmente, porque somos obrigados a
isso. De facto, a obrigatoriedade imprime na leitura um sentido de dever que, por
vezes, colide com o deleite que se pode obter de um livro. Outras vezes, esta
obrigatoriedade é o início de uma longa amizade com os livros.
Deixemos para mais tarde a máxima radical do senhor americano de que
“só devemos ler o que de melhor foi escrito”, mas sim, devemos ler livros bem
escritos, com os quais possamos aprender algo mas, acima de tudo, devemos
escolher livros que gostamos de ler.
Os benefícios da leitura são imensos e podemos afirmar, seguramente, que
quem lê, escreve melhor, fala melhor e tem uma menor probabilidade de dar erros
do que quem nunca o faz regularmente. Quando pronunciamos uma simples frase,
no lugar mais banal, revelamos muito acerca do nosso mundo pessoal.
Ler não faz mal a ninguém, não te põe doente, nem há registo de que
alguém tenha sucumbido fatalmente à leitura (exceto em “O Nome da Rosa”).
Atreve-te e vem à tua Biblioteca Escolar!
O prof. bibliotecário, Luís Miguel Duarte
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BIBLIOTECA
JE
Mês Internacional da Biblioteca Escolar 2015
Ao longo do Mês Internacional da Biblioteca Escolar 2015, promovemos a Formação de novos utilizadores com as turmas
do 7º ano. Esta atividade consistiu numa visita guiada à BE, tendo sido explanadas as normas de utilização da Biblioteca, a sua
organização e os serviços que oferece. Os alunos foram ainda convidados a redigirem, individualmente ou em pares, frases sobre o
valor da biblioteca, no Twitter da BE. Eis algumas frases:
O prof. bibliotecário Luís Miguel Duarte
Halloween
No dia 29 e 30 de outubro na
BE da Escola Luciano Cordeiro
realizou-se uma exposição e
concurso de abóboras em
colaboração com os docentes de
inglês comemorando-se desta
forma o Halloween.
A profª. bibliotecária, Sandrina Fernandes
JE
BIBLIOTECA
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COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA
ALIMENTAÇÃO
A turma do 11ºB, sob a orientação da
Professora Natália Sousa, elaborou, na BE da Escola
Secundária, cartazes alusivos ao Dia Mundial da
Alimentação, que se comemorou no dia 16 de
outubro. Os alunos ilustraram, nos seus trabalhos, os
maus hábitos alimentares, os distúrbios alimentares
mais frequentes e a alimentação saudável.
Os cartazes foram expostos na Escola Secundária
e puderam ser vistos, pela restante comunidade, nas I
Jornadas da Rede Social que se realizaram no Auditório
Centro Cultural de Mirandela, nos dias 15 e 16 de
outubro.
Os trabalhos elaborados pelos alunos podem ser
consultados aqui:
http://www.photosnack.com/trabalhos/diamundialdaali
mentacao2015.html
Na BE da Escola de Torre de Dona Chama
também foi comemorado o dia mundial da
alimentação, em articulação com o grupo de educação
pré-escolar e ciências naturais. Na atividade Contos(s)
Contigo foi trabalhado o conto tradicional o Caldo de
Pedra, sendo dramatizado por alguns do 6ºA para
todas as turmas da escola. Houve, ainda, a confeção e
degustação de uma sopa de legumes, para a qual os
alunos do pré-escolar trouxeram os ingredientes. Nesse dia a fruta também esteve presente
à hora do lanche e 1 livro = 1 peça de fruta na BE.
Na BE da Escola Luciano Cordeiro, este dia foi assinalado com a oferta de uma peça de fruta e com atividades musicais
dinamizadas pela professora Filomena Gomes.
Os profes. bibliotecários
COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA DIABETES
A turma do Curso Profissional de Técnico
Auxiliar de Saúde, orientada pela professora Helena
Matos, elaborou, na Biblioteca Escolar, posters em
formato digital, para comemorar o Dia Mundial da
Diabetes, que se assinalou no dia 14 de novembro.
Os trabalhos abordam os sinais e sintomas
da diabetes, as implicações da doença a nível social, os fatores de risco e a importância da prevenção, nomeadamente através do
exercício físico e dos hábitos alimentares.
Foi também promovida, na BE, uma Ação de Sensibilização, conduzida pelas Enfermeiras da UCC, com o intuito de avaliar o
risco da diabetes junto dos alunos do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde (AS1 e AS2)
Os trabalhos elaborados pelos alunos podem ser vistos aqui: http://issuu.com/lmod/docs/doc1/1
O prof. bibliotecário, Luís Miguel Duarte
BIBLIOTECA
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JE
CONCURSO “CONTOS DE NATAL”
Com o intuito de desenvolver a expressão escrita e a criatividade, a
Biblioteca da Escola Secundária e o Departamento de Línguas promoveram o
concurso "Conto de Natal". Participaram 13 alunos, das turmas 7ºB, 7ºC, 7ºE,
9ºB e 9ºG, orientados pelos docentes Amélia Padrão, Fátima Colmeais, Graça
Morais e Júlio Rocha.
Foram oferecidos livros a todos os participantes, tendo sido
atribuídas as seguintes menções:
1º Lugar - Beatriz Rocha, 9ºB
2º Lugar - Inês Esteves, 7ºE
3º Lugar - Beatriz Gomes, 9ºG
e-Book:
http://www.calameo.com/read/
004125944c123f211449f
Parabéns a todos os participantes, não só pelo empenho que demonstraram, mas pela qualidade e originalidade dos
contos redigidos.
O prof. bibliotecário Luís Miguel Duarte e a Coord. de departamento Fátima Colmeais.
NOTICIANDO
O Futuro das Alterações Climáticas
Este problema discute-se em Paris na Cimeira
do Clima, durante duas semanas com início a 30 de
novembro.
Nesta
Cimeira
são
tratados
várias
preocupações relacionadas com as alterações climáticas,
nomeadamente, o degelo dos glaciares, vagas de calor e
de frio, secas mais prolongadas e chuvas mais
concentradas.
O Degelo dos Glaciares apresenta várias
consequências. Em Portugal, o litoral irá mudar. A linha
costeira portuguesa, como a conhecemos não será igual em 2100. Talvez as arribas do sudoeste
alentejano se mantenham, mas as praias do Algarve, da Costa da Caparica ou de Aveiro estão, por isso,
em perigo.
Os glaciares dos continentes vão derreter entre 15% e 55%, e o nível médio do mar subirá entre 26 e 55 centímetros. Esta
subida pode pôr em causa a existência de algumas ilhas e até países, como, por exemplo, os Países Baixos.
Alguém afirmou que a Natureza não precisa das pessoas, mas as pessoas precisam da Natureza. Cabe a cada um de nós
salvar essa Natureza que nos sustenta…
profª. Esmeralda Brilhante
CLUBE DA EUROPA
No dia 02 de Dezembro de 2015 foi inaugurado na
biblioteca da escola secundaria de Mirandela o espaço
dedicado ao Clube da Europa do agrupamento de escolas de
Mirandela. O Sr. Diretor Vítor Esteves juntamente com o grupo
de professores aderentes ao clube fez a abertura solene do
espaço, que a partir de agora toda
a comunidade escolar pode utilizar
com o apoio incondicional da
biblioteca.
Esta era uma ambição à
muito esperada. Apesar de nos
anos anteriores se realizarem
atividades relacionadas com a
Europa e a União Europeia pelo
grupo
de
Geografia,
nomeadamente a comemoração do
Dia da Europa – 9 de Maio na
Escola Secundária e na Escola Luciano Cordeiro, com a efetiva
criação de um espaço próprio na biblioteca da escola e a
adesão dos professores do grupo de geografia, juntamente com
o apoio do Centro de Informação Europeia - Europe Direct do
I.P.B., pode o agrupamento desenvolver um maior apoio e
divulgação da informação sobre a Europa.
A partir de agora toda a comunidade educativa pode
usufruir de um espaço próprio dedicado à Europa que se irá
desenvolver gradualmente, no sentido de dar resposta por um
lado à procura por parte dos professores e alunos e à
divulgação da informação pertinente e atual sobre a evolução
do espaço da União Europeia a que
pertencemos.
Com as transformações e
evolução do espaço da União
europeia em constante mutação é
cada vez mais pertinente conhecer
este espaço e toda a informação e
diretrizes que são emanadas das
instituições da União Europeia a
que cada vez mais partilhamos e
dependemos.
A partir de agora o Clube
da Europa irá trabalhar com o objetivo de proporcionar apoio e
divulgação sobre o espaço europeu a toda a comunidade
educativa, proporcionando momentos de iteração com
concursos e atividades, e em particular como temos vindo a
fazer com a comemoração do Dia da Europa – dia 9 de maio.
O coordenador do Clube da Europa prof. José Silva
NOTICIANDO
JE
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Dia da Alimentação
No início da semana decidimos e planeámos com as
professoras o que iríamos fazer para o Dia Mundial da
Alimentação. Ao longo da semana conversamos e fizemos alguns
trabalhos sobre a Alimentação Saudável, aprendemos canções,
ouvimos músicas, histórias... e assim relembramos mais uma vez
quais os alimentos saudáveis que deveríamos introduzir na nossa
alimentação.
No dia 16 de Outubro festejámos o Dia da Alimentação
com várias atividades e um delicioso lanche saudável.
Experimentamos alguns alimentos que não estávamos
habituados a comer.
Pela manhã realizámos dois jogos: o do “bowling” com
identificação de alimentos saudáveis e o “Á descoberta dos
sabores”.
Fizemos um sumo natural com frutas e legumes.
Por fim, fomos lanchar. A mesa estava muito colorida com as frutas e os legumes que
trouxemos de casa e que tinham sido transformados em flores e animais lindos e deliciosos.
Todos comemos muito e de tudo: pimentos, chuchu, alface, cenoura crú, tomate,
papaia, kivi…. e muito… …
A responsável da EBJI de Carvalhais prof. Isabel Martins
- HALLOWEEN – DIA DAS BRUXAS –
O CALDEIRÃO COM A
POÇÃO MÁGICA
OS FANTASMAS
ASSUSTADORES
OS MORCEGOS NEGROS
Escola EB1 de S. Pedro de
Vale do Conde – articulação
com a prof. De inglês
- Profªs Nely Andrade e Arminda
Alves.
Alunos: Liliana, Inês, João, Válter,
Luciana, Diogo, Tiago, Joaquim
EXPRESSÕES
No mesmo Lar…
Vivemos todos na mesma casa
Uns nos PED, outros nos PD
Os dos PED não têm nada
Há desigualdades, para quê?
O IDG e o IPM
Não deviam existir
Mas, reinam nos países pobres
E os ricos, ficam-se a rir…
Os países da OPEP
Enriquecem cada vez mais
Mas, só os líderes ficam ricos
Porque o povo,
Não sabe para onde o dinheiro vai!
Vivemos assim no mundo,
Cheio de desigualdades.
Uma população que sonha ter
Um IDH elevado
E outra que sonha ter um, de felicidade,
Igual ao dos pobres…
Beatriz Gomes 9ºG
Vento…
¡Hola!
De onde vem o vento?
Pergunto eu à Natureza.
Esse espírito que sopra,
Porque não leva a tristeza?
Será que vem do céu?
Será que vem do mar?
Será o Adamastor,
Que agora quer voar?
Será que é ele
Que arrasta o Sol,
Que nunca se quer ir deitar…
Ou será que desperta a Lua,
Que não se quer levantar?
Eu só sei que o vento,
Gosta muito de dançar.
Dança com as folhas, com as flores…
Levemente, a balançar…
Realmente, não sei…
O que será o tal de “Vento”.
Como não se vê, mas sente-se,
Talvez, queira ser um sentimento!
Beatriz Gomes 9ºG
Me llamo Lara, tengo 12 años, soy
portuguesa y vivo en Mirandela.
Yo soy de estatura mediana, tengo el
pelo castaño y los ojos marrones.
Soy alegre, divertida, obstinada,
habladora, pero no muy sociable.
Me gusta estar sola en casa, en
Internet o viendo la televisión, me
encanta cocinar y de mayor quiero ser
periodista.
¡Adiós!
Lara Coelho, 12 anos , 7b
EXPRESSÕES
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JE
A Europa e o Mundo - Cidadania
Afinal, Camões estava enganado!
Na sua obra mais conhecida, Luís Vaz de Camões
aborda os Descobrimentos Portugueses, referindo-se ao
continente europeu como a “soberba Europa”. A meu ver,
este renascentista estava enganado, a Europa não é um
continente fantástico, é apenas um simples continente tal
como os outros cinco.
A ilusão de um continente idílico, onde a
justiça é cega e não há pobreza, leva
muitas pessoas de países em guerra a
emigrarem, muitas vezes em condições
sub-humanas, para o continente
europeu na esperança de
encontrar uma vida melhor,
sem guerra e com trabalho
garantido.
Quando chegam ao
nosso “fantástico” continente, a
grande custo: em barcos de borracha
lotados de gente que, por vezes,
afundam provocando um grande número de
vítimas mortais (às vezes, mediáticas como foi o caso do
menino de quatro anos que deu à costa na Turquia)
deparam-se com uma realidade chocante: a Europa não os
quer acolher, pois existe uma ideia feita de que todas as
pessoas oriundas dos países de guerra são terroristas e que
“os refugiados vão destruir a nossa tradicional cultura
cristã”. Os refugiados não nos vão prejudicar, pelo contrário,
podem-nos beneficiar acabando com a baixa natalidade e
com o envelhecimento europeu.
Agora, pergunto: porque é que há tanta aversão
aos refugiados, que apenas querem ter condições de vida
dignas? Eles não são terroristas. Os demónios com armas
não andam em barcos de borracha lotados de pessoas,
muitas das quais são crianças e grávidas. Andam em aviões e
jatos luxuosos cheios de objetos bélicos.
Os europeus, em vez de terem receio
dos refugiados, deviam ter medo
deles próprios, pois são os
europeus que, muitas vezes,
abandonam o seu país para se
juntarem aos maiores grupos terroristas do
mundo como o Estado Islâmico e Al-Qaeda.
Falemos agora de um assunto
muito pouco criticado: as Monarquias
europeias. Na Europa existem diversos países com
reis e rainhas, tal como nos séculos passados. Porém, estes
monarcas não governam os seus países, apenas têm um
estatuto de realeza e possuem algumas regalias políticas.
Na minha opinião, estes monarcas não deviam
aparecer com tanta frequência nos meios de comunicação e
ter regalias económicas. Deviam aparecer nos livros de
História e nos documentários que frequentemente são
transmitidos nos televisores.
A nossa Europa não é soberba, tal como dizia
Camões, continua a tentar a tentar preservar a sua
hegemonia em relação aos outros continentes, sem se
preocupar com a dignidade do ser humano.
Inês Lourenço, 9ºG
Quão estranhas são as eleições em Portugal! (crónica) - Cidadania
No passado dia quatro de outubro, os portugueses
foram mais uma vez votar. Para eleger o quê? E quem? O
primeiro-ministro ou os deputados para a Assembleia da
República?
A questão surgiu-me porque, quando perguntei
aos meus avós em quem votaram, eles responderam que
votaram numa pessoa para esta ser eleita como primeiroministro de Portugal.
É claro que qualquer eleitor diria
que foi votar para eleger o primeiroministro, ou seja, para eleger uma
pessoa. Parece-me que surge aqui uma
contradição! Nestas eleições foram
eleitos os deputados para a
Assembleia da República, e agora eu
pergunto-me: Então afinal os
portugueses elegeram quem? Os
deputados para a Assembleia da
República ou o primeiro-ministro?
Por cada distrito do
país foram eleitos um certo
número destes deputados, de
acordo com a votação das pessoas, e
não o primeiro-ministro.
Verifiquei também que alguns eleitores não
sabem o nome dos deputados que elegeram no seu distrito,
no entanto, sabem o nome da pessoa que desejam que
venha a ser primeiro-ministro.
Além disso, se iam eleger os deputados para a
Assembleia da República, porque é que na campanha
eleitoral aparecem rostos? Porque é que, por exemplo, no
distrito de Bragança, durante a campanha eleitoral, não
aparecem os rostos dos deputados deste círculo eleitoral?
Por que é que as pessoas votam para eleger algo e pensam
que estão a eleger outra coisa? Não nos podemos esquecer,
também, que quem chama um partido para formar governo
é o presidente da república.
Considero ainda pertinente
salientar que grande parte dos
eleitores que foram votar
não leram o programa
eleitoral de cada partido,
ou seja, votaram sem saber
o que iam aprovar!
Eu não fui votar
porque sou menor de dezoito
anos, mas gostaria que os
adultos, ao praticarem este
direito e dever cívicos, estivessem
mais informados!.
Carlos João de Resende Galvão 9ºG
JE
EXPRESSÕES
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Somos só mais uma espécie… - Cidadania
Humanos, os únicos seres vivos do Universo,
pensamos nós!
Eu sei, sou apenas uma estudante -que até nem
estuda muito-, mas vou-me considerar estudante, só com o
oitavo ano feito, mas sempre tive a ideia de que nós,
humanos, pensamos que somos os únicos seres vivos do
Universo.
Sim, já toda a gente sabe que somos “os
racionais”, os que sabem tudo, os intelectuais. Mas porque
ninguém pensa: “Pois, nós somos os mais inteligentes, no
nosso planeta, mas ninguém sabe onde começa ou acaba o
universo, nem sabem se tem fim! E, certamente, em tantos
anos-luz não somos os únicos seres vivos.
Além disso, há os animais e as plantas, que deviam
estar no topo da hierarquia, mas ninguém se lembra deles.
Até o rei de Espanha foi caçar elefantes para África! (sim, um
rei, aquela pessoa com muita cultura geral, cheio de dinheiro
que governa um país…)
E também há “madames” que pagam os olhos da
cara só para terem um casaco de pele verdadeira, (vejam só
"A Filosofia no dia-a-dia"
a inteligência, quer dizer há pele artificial a cinco euros na
feira, e elas pagam um balúrdio e matam uma chita, um
leopardo, uma zebra… enfim)
Bem, e para finalizar a pouca vergonha que escrevi
aqui (“Olha agora esta, põe-se a falar mal da nossa espécie e
só com o oitavo ano, deve achar que é esperta”) queria dizer
que devíamos ser mais humildes, seguir o exemplo dos
animais - só caçar quando se tem fome - e pensem que
somos apenas uma minúscula bola de cotão num palácio
gigante. Porque somos só mais uma espécie, assim como
foram os dinossauros e outras antes de nós!
Só espero que no futuro apareça outro Gil Vicente
que escreva outro auto, mas neste só poderá haver um
pequeno barco a remos com destino para o Inferno, e um
grande cruzeiro rumo ao céu! Seria uma evidência de que o
ser humano se «tinha convertido» e tornado a espécie que
respeita as outras espécies.
Beatriz Gomes, 9ºG- Cidadania!
- “Comunicação”
Síntese de trabalhos apresentados pelos alunos das turmas A e C de 10º ano, onde se Valoriza
predominantemente a imagem como forma de apelo
- "A Filosofia no dia-a-dia" -.
O cartaz foi marco para o Dia da Filosofia.
CONT(R)ACORRENTE
Democracia, ignorância e egoísmo
Diz-se que as democracias mais prósperas tendem a apresentar melhores
governantes. Repare-se que foi lá que se enraizaram os mais elevados níveis de
instrução e os mais baixos níveis de corrupção. Mero acaso, ou existirá alguma
relação?
Não há sistemas perfeitos, e até a democracia – habitualmente associada à
liberdade – nos pode oprimir de várias formas.
Vivemos numa sociedade em que há excesso de informação (tantas vezes
deturpada e/ou estéril !) e escassez de conhecimento, sendo muitos aqueles que,
dizendo o que sabem, não sabem o que dizem. Neste contexto, e tendo todos os
votos o mesmo valor, nada nos garante que sejam eleitos os mais competentes (se é
que os mais competentes se candidatam...). Gera-se, assim, uma espécie de
“pescadinha de rabo na boca”, tornando persistente a relação entre a falta de
competências, e até de probidade, de muitos eleitos e a de muitos eleitores. Por
outras palavras: de certo modo, cada povo colhe de acordo com aquilo que semeia!
Para mim, a democracia só se revelará fecunda quando (continua)
“Jogo de palavras” Disciplina
de Comunicação do Curso
Profis. de Auxiliar de Saúde (1º e 2º
anos)
EXPRESSÕES
10
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(continuação) os cidadãos para ela estiverem preparados (não pretendendo generalizar, há estudos
realizados com jovens e com menos jovens que denotam uma atitude e uma ignorância
confrangedoras...). Vota-se pensando demasiado no presente e em nós próprios. No entanto, as
coisas são como são, e não como gostaríamos que fossem, não se compadecendo, pois, com as
nossas preferências e/ou ilusões. Quanto aos políticos, eles sabem que ser isento não é,
propriamente, a melhor forma de se tornar popular e, portanto, de ser eleito...
O voto, ao manifestar e delegar a nossa vontade, constitui um instrumento/acto de grande
importância que nos torna co-responsáveis pela construção do futuro colectivo.
A instrução e a observação permanente dos acontecimentos são fundamentais na tomada
de decisões. Além disso, impõe-se uma visão global e uma inabalável exigência ética para superar
algumas doenças quase incuráveis de muitas democracias (por vezes, mais parecendo
demonocracias).
E não é de esperar que outros venham fazer a parte que a cada um de nós compete!
Mário Pinto (ex-professor)
NOTA: O autor não aderiu ao novo acordo ortográfico.
VIAGENS PELO TEMPO
Nos tempos da … RESTAURAÇÃO da INDEPENDÊNCIA PORTUGUESA - 1, de dezembro, de 1640
No dia 1 de Dezembro de 1640, termina o período de 60
anos em que o Reino de Portugal, foi governado pela
dinastia de origem austríaca dos Habsburgos, com o fim do
reinado de D.Filipe III ( Felipe IV em Espanha).
Esta dinastia ficou conhecida como Filipina, por todos os
monarcas se chamarem Filipe.
Quando em 1578, sob o comando do rei D. Sebastião,
Portugal foi derrotado na batalha de Alcácer Quibir, ficou
sem rei ou sucessor ao trono. Durante dois anos o trono foi
ocupado pelo Cardeal-Rei D. Henrique, mas os direitos de
Filipe II de Castela (primo de D. Sebastião e portanto neto de D. João III) por um lado e, o
seu dinheiro por outro, levaram a que grande parte da nobreza portuguesa aceitasse o
domínio de um rei estrangeiro.
Nas cortes de Tomar em 1581, D. Filipe I, (Felipe-II em Castela) prestou juramento
Revolta de «Els Segadors»: A independência da
como rei de Portugal, mas o seu neto, Filipe-III (Felipe-IV de Castela) não cumpriu as
Catalunha no Verão de 1640 serviu de catalizador para
obrigações que o seu avô havia jurado. Como tal, em 1640 os nobres portugueses, muitos
que Portugal também se separasse dos Habsburgos
espanhóis
deles desiludidos com o não cumprimento das promessas, decidem revoltar-se. Nesta
época, a monarquia hispânica estava envolvida na chamada guerra dos trinta anos.
Estava ainda a suportar um aumento de tensão, entre a coroa dos Habsburgos e a burguesia catalã o que levou a uma revolta condutora à
separação do condado da Catalunha, com a ajuda de França, no Verão de 1640. Para debelar a revolta da Catalunha, Felipe IV, de Espanha, manda
que se mobilize a nobreza dos restantes reinos, especialmente a portuguesa, com o objectivo de atacar os catalães.
A ordem de mobilização chega em 24 de Agosto de 1640, e todos, mesmo D.João, Duque de Bragança
deveriam comparecer perante o rei.
Em Portugal os nobres recusam-se e pressionam o mais rico e influente representante da nobreza - o
Duque de Bragança, o neto de Catarina de Bragança (a pretendente ao trono que em 1580, tinha mais
legitimidade na sucessão), quando Filipe II de Castela tomou o lugar de rei, após ter subornado grande parte
da nobreza portuguesa.
O Duque, de 36 anos de idade, na verdade, tinha pouco a
ganhar com uma revolta contra Filipe III, pois afinal era o
O rei Filipe III de Portugal, que
homem mais rico de toda a Península Ibérica (além de duque de
governava o país a partir de
Madrid, e o seu primeiro ministro,
Bragança era também duque de Barcelos e de Guimarães,
o castelhano Conde-Duque de
marquês de Valença e de Vila Viçosa, conde de Ourém, Arraiolos
Olivares
e de Neiva, possuindo uma quantidade enorme de propriedades
e senhorios. Calcula-se que o numero total de pessoas sob a dependência directa do duque de
Bragança e seus súbditos fosse de aproximadamente 100.000).
Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, entram no palácio real cerca de 40 nobres
portugueses, conhecidos pelos «conjurados», que rapidamente controlam a guarda. Procuram o
secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executamno, e obrigam pela força a duquesa de Mântua a ordenar a rendição das forças
Miguel Vasconcelos é atirado pela janela
do paço. A expressão defenestrado ou
fiéis ao monarca Habsburgo no castelo de São Jorge e nas fortalezas que
atirado pela janela é normalmente
defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a torre de Belém.
utilizada para referir traidores favoráveis
Quando a meio da manhã o povo de Lisboa tem conhecimento do sucedido
a Espanha, embora noutros países
já o duque de Bragança era Rei de Portugal.
também encontremos a expressão, como
Embora guiada e conduzida pela nobreza portuguesa, a revolução tem uma
forma de matar usurpadores.
aceitação total. Em todo o país quando se conhece a boa nova, da destituição
da duquesa de Mântua e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. As várias cidades do país
declaram o seu apoio a D. João IV em poucos dias.
Os nobres portugueses que se encontravam em Madrid dividem-se em dois grupos.Enquanto uma parte junta os seus
haveres e volta para Portugal, outra parte acabará por preferir as vantagens e o dinheiro que a sua presença na corte
madrilena lhes davam, não retornando a Portugal e mesmo lutando contra a independência do seu próprio
O Duque de Bragança sucedeu a
país.
Filipe III como D. João IV. A casa de
Bragança substituiu a casa de
A situação de Portugal em 1640, era de absoluta miséria. No entanto, contra todas as expectativas, o país
Habsburgo no trono em Lisboa. Com
resistiu.
ele começa a 4ª dinastia.
Portugal encontrava-se completamente sozinho, com os países católicos a apoiarem o governo de Madrid,
com o Papa a não reconhecer Portugal, e com os países protestantes nada interessados na paz com
Portugal, estando muito mais interessados em atacar as possessões que ainda eram legalmente portuguesas.
Mesmo arruinado, esfomeado, decadente, o país conseguiu reunir forças para enfrentar exércitos muito superiores.
Todos os territórios portugueses se declaram ao lado de D. João IV exceto Ceuta.
A Restauração da Independência a 1 de Dezembro de 1640, continua a ser um símbolo da firme vontade dos portugueses, de manter a sua
independência.
A expressão «de Espanha nem bom vento nem bom casamento» ainda hoje lembra aos portugueses, as desvantagens
resultantes das uniões com o seu poderoso vizinho.
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