Música - Maria Mendes

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Música - Maria Mendes
Product: OGloboSegundoCaderno
4
PubDate: 26-02-2013 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_D User: Asimon Time: 02-25-2013
l O GLOBO
15:59 Color: C
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M
l Segundo Caderno l
Terça-feira 26 .2 .2013
SEGUNDA ARTES VISUAIS TERÇA MÚSICA QUARTA ARTES CÊNICAS QUINTA CINEMA SEXTA TRANSCULTURA
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Música
BERNARDO ARAUJO, CARLOS ALBUQUERQUE, LEONARDO LICHOTE E SILVIO ESSINGER
Um novo Rod Stewart
Em seu primeiro álbum solo depois do fim do Simply Red, Mick Hucknall não surpreende
nos clássicos do r&b, mas se sai bem como ‘crooner’ nas faixas para a dança a dois
Disco
Crítica
“American soul”
Mick Hucknall
Cotação: Regular
D
SILVIO ESSINGER
[email protected]
o alto de seus 50
milhões de discos com o Simply Red, o vocalista Mick Hucknall é o rei daquilo que se poderia chamar de
blue-eyed soul: adaptações brancas do
pop negro dos anos 1960 e 1970, que
podem tanto render trabalhos de alta
criatividade (Todd Rundgren, Hall &
Oates) quanto aquele mesmo de sempre para o rádio (o caso do SR e de algumas produções de Rod Stewart). Em
seu segundo disco solo, o inglês Hucknall foi atrás de boas músicas daqueles
discos com
capas surradas. E fez um
álbum que fica no meio do
caminho entre a pura reverência e os
vícios da antiga banda.
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9 minutos com
Antonio Carlos
Não que ele tenha virado uma Joss
Stone — uma voz bem mais capacitada
que a de Hucknall para encarar as velharias do r&b. A postura do líder do
Simply Red em “American soul” é a de
crooner, aquele que vai atacar um hit de
Otis Redding (“That’s how strong my
love is”) ou um de Etta James (“I’d rather go blind”) sem sair do salto. O formato de sua voz se adapta melhor a
canções como “I only have eyes for
you” (The Flamingos) e “It’s impossible” (Perry Como), de uma época em
que os casais dançavam juntos embalados por vozes sem sobressaltos.
Não há muito o que destacar no disco. Depois de versões definitivas dos
Animals, Nina Simone, Santa Esmeralda e Elvis Costello, “Don’t let me be misunderstood” ressurge absolutamente
sem graça e sem sangue. “The girl that
radiates that charm” (hit do cantor Arthur Alexander em 1960) ganha tratamento retrô e fica parecendo um lado B
de Amy Winehouse. E até mesmo a
possível ousadia do disco, que era incluir “Hope there’s someone”, música
de 2005 do artista cult inglês Antony
Hegarty (do Antony and The Johnsons),
acaba virando a faixa mais maçante de
todo o disco, digna dos mais preguiçosos discos do Simply Red.
Lançado lá fora no fim do ano passado, “American soul” está longe de ser o
recomeço de carreira que Hucknall
anuncia no encarte (é o primeiro solo
desde o fim da banda). Se muito, é o
nascimento de um novo Rod Stewart. l
De ‘Você abusou’
a Jorge Amado
A dupla Antonio Carlos & Jocafi mostrará
seus sucessos — o que inclui o maior de
todos, “Você abusou” — dia 28, no Rival.
Ao lado deles, canções menos óbvias de
seu repertório e clássicos da MPB.
Como será o show do Rival?
Terá um pouco do show “Antonio Carlos
& Jocafi cantam Jorge Amado” (disco de
1996), que faremos em Lisboa, baseado
no universo do escritor. Cantaremos ainda clássicos de Cartola, Vinicius, Dona
Ivone, Chico, além de sucessos nossos,
claro, como “Você abusou” e “Desacato”.
l
l Stevie Wonder adora “Você abusou” e
cantou-a no Rock in Rio de 2011. A interpretação dele é a sua favorita?
Ele é um gênio, é fantástico vê-lo cantar
“Você abusou”. Elis, num programa de TV
que fizemos juntos, também fez uma interpretação maravilhosa. E gosto demais
da de Celia Cruz.
DIVULGAÇÃO
|
Depois de quatro anos dedicado
a outros projetos, o compositor,
cantor, produtor e mentor do
cultuado grupo Nine Inch Nails,
Trent Reznor, anunciou no site
da banda sua volta aos palcos
para uma extensa turnê que
começará pelos EUA este ano e
deve ganhar o mundo em 2014.
Além de Reznor, estarão no NIN
o guitarrista experimental
Adrian Belew e o baixista Eric
Avery, ex-Jane’s Addiction.
90 anos de Isaurinha
A cantora Isaurinha Garcia,
morta em 1993, completaria 90
anos hoje. Seu neto, o produtor
Rick Garcia, prepara uma série
de homenagens. Além da
reestreia do musical “Isaurinha
— personalíssima”, estão no
forno uma biografia, uma caixa
com três CDs da Sony (outra está
em negociação com a EMI) e um
filme em inglês (coprodução
com os Estados Unidos) sobre
ela e Walter Wanderley, com
quem foi casada.
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Clássico
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LUIZ PAULO HORTA
[email protected]
Wagneriana
O
Sem alma. Cantor se arrisca em sucessos de Otis Redding e Etta James
aOutros Lançamentos
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l Há um próximo disco nos planos?
Fizemos “Chico Santos Assis”, inspirado no
Rio São Francisco, para ser encartado num
livro meu. Mas quero
lançá-lo sozinho também. (L.L.) l
DIVULGAÇÃO
Acordes
A volta do NIN
|
“Screaming for vengeance” Judas Priest
“Love songs” Destiny’s Child
Cotação: Ótimo
Cotação: Regular
O clássico do heavy
metal ganha edição
especial de 30 anos,
com músicas extras e
um DVD com um show
da banda inglesa em
1983. Tudo lindo, mas
já bastaria o disco
original, com “Electric
eye”, “You’ve got another thing coming”,
“Devil’s child” e outras pérolas. (B.A.)
Superestimado por ser
o grupo onde surgiu
Beyoncé, o Destiny’s
Child ressurge com as
mesmas afinação
impecável e falta de
personalidade nessa
morna compilação de
baladas. O único
despertar do disco é a inédita “Nuclear”,
produzida por Pharrel Williams (C.A.)
“Along the road” Maria Mendes
“A fim de onda” Luê
Cotação: Ótimo
Cotação: Bom
Portuguesa, a cantora
premiada por Quincy
Jones estreia em disco
mostrando que tem
jazz para dar e vender.
Acompanhada por
músicos holandeses,
Maria Mendes
descobre novidades
em “Come rain or come shine” e até no
“Chorinho pra ele”, de Hermeto Pascoal. (S.E.)
Uma voz doce conduz
o álbum de estreia da
cantora paraense. O
ponto forte desse disco,
feito entre Belém e São
Paulo, porém, está nas
composições. A faixa
título é parceria de Luê
com Arnaldo Antunes e
o produtor Betão Aguiar, mas ainda há outras
de Felipe Cordeiro e de André Carvalho. (S.E.)
“Jamba” Andrea Dutra
“Straight out of hell” Helloween
Cotação: Bom
Cotação: Bom
A união de samba com
jazz, base do CD, não é
exatamente original.
Mas, na voz e na
divisão da cantora, a
mistura soa real e sem
elegância afetada de
“valorização do samba”.
Seja em clássicos de
Vinicius e Caetano, em pepitas de Monarco e
Ratinho ou em canções próprias. (L.L.)
A veterana banda do
metal alemão volta em
boa forma, misturando
cada vez mais seu
estilo melódico às
levadas mais agressivas
do thrash, tudo com a
excelência
instrumental de
sempre. Destaque para “World of war”,
“Asshole” e a faixa-título. (B.A.)
Ano Wagner (bicentenário de nascimento) é uma
grande data. Por todo o
mundo, acontecem coisas. Dia 14
de março, a ABL apresenta o programa “Conversando com Wagner”. Uma história ainda por contar é a da quase vinda do compositor alemão ao Brasil. O ano era
1857, quando Wagner, compondo o “Tristão” aos 44 anos de idade, ainda estava banido da Alemanha, por sua participação nos
tumultos de 1848. Sem recursos,
ele ia de porta em porta em busca
de patrocinadores. É quando ele
recebe mensagem de um certo
Eduardo Ferreira França, que ele
não sabia ser filho do ministro do
Exterior do Brasil. O missivista
informava do interesse do imperador do Brasil pela obra de Wagner (D. Pedro II informadíssimo!)
e sondava a possibilidade de tê-lo
no Rio de Janeiro, onde a ópera
italiana ia de vento em popa. O
único trabalho seria traduzir as
obras de Wagner para o italiano
— o que, na época, não tinha nada de mais. Wagner ficou realmente interessado. Depois, sua
vida tomou novos rumos. Mas ficou a amizade com D. Pedro,
que, anos depois, estaria presente na inauguração do teatro de
Bayreuth.
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NESCHLING
John Neschling está de volta, como diretor artístico do Teatro
Municipal de São Paulo. Estreou
neste sábado, regendo Wagner,
Camargo Guarnieri e Verdi. Sob o
seu comando, o TMSP fará sete
óperas em 2013, quase todas com
dez récitas cada, e a orquestra do
Teatro realizará 26 concertos. Isso numa cidade em que a grande
obra de Neschling — todo o pro
jeto relacionado com a Sala São
Paulo — anda a pleno vapor, com
uma sensacional temporada
2013. Que inveja!
aAgenda
Hoje
Amanhã
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O Festival do Ritmo, no Espaço
Sesc (2547- 0156) recebe o grupo
Os Ritmistas, formado por Dany
Roland, Domenico Lancellotti e
Stephane San Juan, às 20h. Eles
convidam Jorge Mautner.
l Agnaldo Timóteo canta a cidade
em “Rio, post card of Brazil”, no
Teatro Net Rio (2147-8060), às 21h.
l O saxofonista Danilo Sina é a
atração da Noite Jazzmania do
Studio RJ (2523-1204), às 21h30m.
l Claudia Ventura e Rodrigo
Alzuguir homenageiam Wilson
Batista no Casarão Ameno Resedá
(2556-2427), às 20h30m.
Marcos Sacramento e Zé Paulo
Becker mostram as músicas de
seu disco em parceria, “Todo
mundo quer amar”, no Solar de
Botafogo (2543-5411), às 21h30m.
Quinta, dia 28
A dupla baiana Antonio Carlos &
Jocafi, do clássico “Você abusou”,
antecipa no Teatro Rival
(2240-4469) o show que levará à
Europa, em março. Veja entrevista
nesta página.
l O pianista e maestro Ricardo
Leão é a atração da noite MPB
Instrumental, às 21h, na Miranda
l
(2239-0305), com participação de
Marcos Valle e Ricardo Silveira.
l Marcelo Bonfá, ex-baterista da
Legião Urbana, lembra clássicos
da antiga banda e mostra as
composições de sua carreira solo
no Studio RJ, às 22h.
Sexta, dia 1º
O grupo de heavy metal gótico
italiano Lacuna Coil se apresenta
no Circo Voador (2533-0354), às
22h, com abertura do Painside.
l O guitarrista Tim Reynolds,
famoso por sua parceria com a
Dave Matthews Band, toca com
seu trio na Miranda, às 22h.
l
l Margareth Menezes volta ao
Teatro Rival com o show “Para Gil
e Caetano”, às 19h30m, retornando
no sábado.
Edu Krieger comemora o
aniversário do Rio no Casarão
Ameno Resedá, às 22h, em show
repleto de clássicos da MPB.
Sábado, dia 2
Jards Macalé comemora 70
anos no Circo Voador, às 22h, com
a banda Let’s Play That, Adriana
Calcanhotto e Thaís Gulin.
l Leny Andrade e Roberto
Menescal são as atrações do Rio
Bossa Nova Festival, na Miranda,
l
com sessões às 19h30m e às 22h.
João Bosco é a atração de
abertura do Sesi In Jazz Festival,
na praça do Largo do Machado, às
18h, de graça. Informações pelo
número 2511-5947.
l João Cavalcante, cantor do
Casuarina, mostra as músicas de
seu primeiro disco solo, “Placebo”,
no Studio RJ, às 22h.
l
Domingo, dia 3
O bandolinista Hamilton de
Holanda recebe o percussionista
Marcos Suzano e a cantora
Mariene de Castro no Circo Voador,
às 20h.
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Baixe lá
http://biquinicavadao.uol.com.
br/rodagigante/
Todos os beijos do
Biquini Cavadão
O grupo carioca adianta “Entre
mais e mais beijos”, primeiro
single de seu novo disco, “Roda
gigante”, em clipe dirigido por
Leonardo Liberti. A música é
marcada pela interpretação do
cantor Bruno Gouveia e pelo
violão de Carlos Coelho.

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