20140607 Meia de Rock AO #30

Transcrição

20140607 Meia de Rock AO #30
24 Sábado
AÇORIANO ORIENTAL
SÁBADO, 7 DE JUNHO DE 2014
COORDENAÇÃO HUGO GONÇALVES, JOÃO CORDEIRO E LÁZARO RAPOSO
DIREITOS RESERVADOS
“The
Heavyest
Four” - Os
pilares do
death metal
Playlist com
peso redobrado
esta semana
Conheça as raízes
do movimento death
metal e as quatro
bandas mais
representativas deste
género musical
JOSÉ F. ANDRADE
[email protected]
Se a semana passada havíamos falado em “The Big Four”, esta semana duplicamos o peso e falamos em “The Heavyest Four”.
Falamos agora não de thrash metal, mas de death metal.
Ora bem, quem são então “The
Heavyest Four”? Nada mais, nada
menos que os quatro principais
pilares de um estilo que começou
a despontar no início da década
Depois das sugestões deixadas
na edição da semana passada,
com alguns dos álbuns de trash
metal mais importantes de sempre, aqui ficam sugestões para relembrar ou conhecer melhor o
mundo do death metal.
DEATH
“Leprosy”, “Scream Bloody Gore”
e “Symbolic”
MORBID ANGEL
“Blessed Are The Sick”, “Altars Of
Madness” e “Covenant”
OBITUARY
“Slowly We Roth”, “World Demise”, “Cause Of Death”
DEICIDE
“Once Upon The Cross”, “Legion”
e “Serpents Of The Light”
A polémica fez parte da carreira dos Deicide
de 90, em termos de popularidade, mas que já ameaçava desde
meados da década de 80. Death,
Deicide, Morbid Angel e Obituary são o quarteto em revisão
esta semana.
De salientar que estes quatro nomes são apenas válidos para os Estados Unidos, uma vez que no velho continente a tempestade viria
ligeiramente mais tarde.
A incursão começa obviamente pelos Death, considerados por
todos como os principais impulsionadores do movimento. A banda de Chuck Schuldiner foi realmente aquela que, não só criou o
estilo, como também o inovou, com
arranjos melódicos, coisa que até
então não era usual. Os Death só
foram arredados da cena pesada
após a morte prematura do seu líder, a 13 de Dezembro de 2001.
Na lista, seguem os Morbid Angel, liderados por David Vincent
(voz e baixo) e Trey Azagthoth
(guitarra).
De resto, pode dizer-se que foi
esta a banda que juntou o lado satânico ao Death Metal, em conjunto com os Deicide, de quem
falamos à frente.
A abordagem sonora dos Morbid Angel diferenciava-se da dos
restantes, pelo cruzamento constante de ‘blastbeats’ nos seus temas, conjuntamente com partes
mais arrastadas e por vezes pouco dissonantes.
Os Obituary escreveram algumas das melhores páginas desta
vertente.
Diferentes de tudo e de todos, a
originalidade, quer ao nível vocal,
quer instrumental, fez do colectivo liderado pelos irmãos John e
Donald Tardy um dos expoentes
máximos da cena.
Para terminar, resta dizer que
os Obituary foram das poucas
bandas do género a lançar alertas
(através da música) no que respeita ao meio ambiente, sendo o
álbum “World Demise” um grande exemplo.
Terminamos a ronda com a banda que mais polémica gerou ao longo dos anos. Falamos dos Deicide,
quarteto liderado por Glen Benton. Lembre-se que muitas das
bandas de black metal que surgiram na década de 2000, diziamse fortemente influenciadas não
só pela banda em questão, mas
principalmente pelo seu mentor.
Death metal ultra rápido, aliado a barreiras demolidoras de
‘riffs’, fizeram dos Deicide, um
must nesta vertente.
Prana cantam “O Amor e Outros Azares”
DIREITOS RESERVADOS
JOÃO CORDEIRO
[email protected]
Há dias atrás, vasculhando o Spotify à procura de uma determinada banda portuguesa – cujo o
nome continuo a não conseguir
lembrar-me – o termo de pesquisa “naco” leva-me a “O Amor e Outros Azares”, disco de 2014 dos
Prana. É caso para dizer que há
‘azares’ que vêm por bem.
Curioso, provo o “Naco” que me
caiu no prato. Se os primeiros segundos não fossem já suficientes
para me agarrar de imediato, os
dois primeiros versos fariam o resto: “Não estou a pedir que te dispas, mas era bom que o teu vestido enfeitasse o chão”.
Com expectativas elevadas, deixo o “Naco” e entro pela “Porta”,
tema que abre o disco. Surge outra peça de vestuário, mas mantém-se o nível de criatividade lírica: “A minha dignidade está de
calças na mão”. É tão bom ouvir
canções inteligentes, com humor
e ironia em doses recomendadas,
sem que deixem de ser emotivas.
“Da miscelânea de gostos e influências que tinham, foram
moldando e esculpindo o som até
se encontrarem”, lê-se na página
de Facebook dos Prana. “O Amor
e Outros Azares” mostra isso
mesmo: influências muito distintas, mas todas de bom gosto,
diga-se. A mais óbvia é Ornatos
Violeta, banda que desbravou
Trio do Porto mostra muita maturidade musical em novo disco
um caminho seguido por muitos.
Não será, por isso, de estranhar
a participação ao vivo, como convidado, de Elísio Donas, teclas
dos Ornatos.
Entre o lançamento do primeiro EP “1”, em 2008, e este “O Amor
e Outros Azares”, passando pelo
álbum “Trapo Trapézio” (2011), os
Prana deram passos de gigante na
sua evolução e são já uma certeza
da música nacional.
É inacreditável que uma banda com esta qualidade tenha apenas três datas confirmadas até
Outubro…
Só não estarão nos melhores
palcos em breve se muita gente estiver distraída. Demasiado distraída.

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