Família SCHMITT - R odrigo T respach

Imigrantes Philipp Peter SCHMITT e
(1797-1855) Wilhelm SCHMITT (1822-1887)
Dados compilados por Rodrigo Trespach
www.rodrigotrespach.com
Obs: Para saber mais sobre a família Schmitt, ver o livro O Lavrador e o Sapateiro,
EdiPUCRS, 2013.
Philipp Peter Schmitt, o “Comandante Schmitt”1, chegou à São Leopoldo em 15 de janeiro
de 1826, como lavrador evangélico. Realizou a viagem Rio de Janeiro-Porto Alegre no
bergantim Carolina, o barco costeiro “rondado pela fome e pela morte”, onde figurava
como chefe de família número 27. Com ele estavam a esposa Elisabeth G. Justin e os três
filhos: Christoph, Elisabeth e Appolonia (C-333, página 40). Havia ainda o pequeno
Valentin, que não consta no C-333 porque veio a falecer logo após a chegada.2
Estabelecidos na colônia o casal teve ainda mais três filhos, todos do sexo feminino, Maria
Madalena, Barbara e Felipina Rosina.
Por sua vez Wilhelm Schmitt chegou a São Leopoldo em 6 de setembro de 1853,
como solteiro. Conforme o C-333, página 239, como sapateiro, segundo Müller como
militar a serviço do Império Brasileiro na guerra contra Oribe e Rosas.
A documentação existente no Brasil, de administração pública e religiosa, a história
oral recebida e publicada, tem agora novos subsídios para montagem do quebra-cabeça.
São dados dos arquivos de Alzey, Renânia-Palatinado (Rheinland-Pfalz), que agora
apresento de forma inédita.
Os Schmitt eram evangélicos, mas não podemos afirmar se luteranos ou
reformados já que os livros de registros civis consultados em Flonheim (hoje Uffhofen;
entre 1798 e 1875) e Bornheim (1798-1875) não atentam para esse detalhe.
Os dados que seguem, servem para elucidar e melhorar o entendimento das
relações de parentesco entre os imigrantes, principal motivo da publicação deste livro.
Genealogia dos Schmitt:
I - NIKOLAUS SCHMITT ∞ com MARIA ANGELIKA DORSCHHEIMER, pais de:
II - CHRISTOPH SCHMITT, lavrador e Handarbeiter (trabalhador manual), residente na
Backgasse 47, Bornheim, Alzey-Worms, Renânia-Palatinado, *1758 Wonsheim, Wöllstein,
Cf. MÜLLER (1992, p. 60) Philipp Peter Schmitt teria sido um dos líderes da primeira leva de
imigrantes chegada ao Vale do Três Forquilhas, tendo daí recebido a alcunha de “Comandante
Schmitt”.
2
O C-333 foi escrito algum tempo depois da chegada dos imigrantes. É provável que Hillebrand ao
escrever o documento não mencionou Valentin Schmitt porque o mesmo havia falecido em
21.02.1826, pouco mais de 1 mês depois da família ter chegado a São Leopoldo, ou mesmo por
omissão da família.
1
Alzey-Worms, Renânia-Palatinado, †24.10.1828 Bornheim, ∞ I com MARIA CATHARINA
SCHMAHL, †16.4.1795 Bornheim; ∞ II com JOHANNA MAGDALENA BARTH,
†24.3.1814 Bornheim, filha de Michael Barth. Do casamento I com Maria Catharina
Schmahl pai, entre outros de Johann Konrad Schmitt, que tem descendência no Brasil:
F – (1) - JOHANN KONRAD SCHMITT, sapateiro e lavrador, residente em Bornheim,
*5.06.1786 Bornheim †30.05.1861 Bornheim, ∞ 18.4.1808 Bornheim com SIBILIA
CHRISTINA HALBERSTADT, *22.10.1785 Uffhofen, Flonheim, Alzey-Land, AlzeyWorms, Renânia-Palatinado, †20.4.1846 Bornheim, filha de Kaspar Halberstadt (*1740
†24.11.1819 Uffhofen) e Philippina Weber (†24.4.1800 Uffhofen), neta paterna de Adolf
Halberstadt e Barbara Stumpf.
Pais, entre outros (11 filhos), de:
N8- WILHELM SCHMITT, imigrante de 6.9.1853 São Leopoldo, sapateiro e
residente em Bornheim, mestre-sapateiro e agricultor em Três Forquilhas, RS,
Brasil, *17.10.1822 Bornheim, † antes de 1887 Três Forquilhas, ∞ 1855 Três
Forquilhas com BÁRBARA SCHMITT, evangélica luterana, *30.5.1829, †15.10.1909
Três Forquilhas, filha de Philipp Peter Schmitt (1797-1855) e Elisabeth Gertruda
Justin (1793-1859); os noivos eram primos em segundo grau, pois os pais eram
meio-irmãos.
B1 – Cristovão Schmitt, *22.3.1856 Três Forquilhas e ali †18.6.1924, ∞
15.8.1885 Três Forquilhas com Antonieta Voges *9.1.1864, †17.2.1917 Três
Forquilhas, filha de Adolfo Felipe Voges (1835-1912) e Guilhermina Wetter
(1836-1879);
B2 – Elisabete Schmitt, *5.11.1858 Três Forquilhas e ali †31.10.1908, ∞
5.7.1878 Três Forquilhas com Pedro Feck, *5.6.1845, †13.7.1921 Três
Forquilhas, filho de Catharina Feck;
B3 – Filipina “Bininha” Rosina Schmitt, *13.2.1861 Três Forquilhas e ali
†29.7.1935, ∞ 20.1.1883 Três Forquilhas com Carlos Frederico Voges
Sobrinho, *9.2.1862 Três Forquilhas, †13.6.1953 Itati, filho de Adolfo Felipe
Voges e Guilhermina Wetter, citados acima. Bininha Schmitt e Carlos
Frederico Voges Sobrinho são bisavós de Dóris Voges Bobsin, esposa do
Pastor Elio E. Müller;
B4 – Catarina Bárbara Schmitt, *14.3.1863 Três Forquilhas e ali †2.8.1893, ∞
6.5.1887 Três Forquilhas com Frederico Voges, *7.5.1865 Três Forquilhas e
ali †19.10.1949, filho de Adolfo Felipe Voges e Guilhermina Wetter, citados
acima. Ele ∞ II 16.4.1895 Leopoldina Justin (1879-1953);
B5 – Guilherme Schmitt, *14.12.1865 Três Forquilhas e ali †16.5.1925, ∞
12.10.1888 Três Forquilhas com Margareta Schwartzhaupt, *19.12.1866
Três Forquilhas, filha de Jacó Schwartzhaupt e Catarina Bárbara Feck;
B6 – Pedro Schmitt, *16.12.1869 Três Forquilhas.
Detalhe do registro de casamento de Philipp Peter Schmitt e Elisabeth G.
Justin, em 1819, Bornheim. Archiv der Verbandsgemeinde Alzey-Land,
Alzey, Standesregister Bornheim, 1798 - 1875. Foto: Gerd Braun.
Do ∞ II com Johanna Magdalena Barth pai, entre outros de Philipp Peter Schmitt,
imigrante, que tem descendência no Brasil:
F – (2) – PHILIPP PETER SCHMITT, imigrante de 15.1.1826 São Leopoldo, agricultor,
evangélico, o “Comandante Schmitt”, *5.12.1797 Bornheim, †1855 Três Forquilhas, ∞
2.8.1819 Bornheim com ELISABETH GERTRUDA JUSTIN, imigrante, evangélica
luterana, *30.5.1793 Heimersheim, Alzey, Alzey-Worms, Renânia-Palatinado, † Três
Forquilhas (viva em 1859), filha de Johann Valentin Justin e Maria Magdalena Grün, vide
verbete JUSTIN. Pais de (primeira geração, todos batizados como evangélicos luteranos):
N1 - CHRISTOPH SCHMITT, imigrante, evangélico luterano, *19.12.1819
Bornheim, sem mais notícias;
N2 - ELISABETH SCHMITT, imigrante, evangélica luterana, *5.6.1821 Bornheim,
†12.10.1898 Três Forquilhas, ∞ Três Forquilhas com PETER PAUL KÖNIG, *1822
Gemünden, Baviera Renana (n.i.)3, † Três Forquilhas, filho de Johann Paul König e
Catharina Amália Wanson;
N3 - APPOLONIA SCHMITT, imigrante, evangélica luterana, *23.3.1823
Bornheim;
N4- VALENTIN SCHMITT, imigrante, *11.6.1825 Bornheim, †21.2.1826 São
Leopoldo;
N5 - MARIA MADALENA SCHMITT, evangélica luterana, *26.4.1827, †7.9.1911
Três Forquilhas, ∞ 1849 Três Forquilhas com JOHANN PETER JACOBY, *1819
Leimbach (n.i), Alemanha, †6.5.1898 Três Forquilhas, filho de Johann Peter Jacoby
e Maria Elisabeth Lemenstein;
Não identificada, mas, há uma Gemünden am Main, Main-Spessart, na Baviera (Bayern), fronteira
com Hessen, distante cerca.100 km de Frankfurt a.M. Há uma Gemünden também em Woha,
Waldeck-Frankenberg, Hessen, mas está nunca pertenceu a Baviera.
3
N6 - BÁRBARA SCHMITT, evangélica luterana, *30.5.1829 Três Forquilhas e ali
†15.10.1909, ∞ 1856 Três Forquilhas com WILHELM SCHMITT, imigrante de
6.9.1853 São Leopoldo, mestre-sapateiro e agricultor, *17.10.1822 Bornheim, †
antes de 1887 Três Forquilhas, filho de Johann Konrad Schmitt (1786-1861) e Sibila
Christina Halberstadt (1785-1846); os noivos eram primos em segundo grau, pois os
pais eram meio-irmãos, pais de seis filhos, vide N8 de F1 acima;
N7 - FILIPINA “FILISBINA” ROSINA SCHMITT, evangélica luterana, *12.11.1832
Três Forquilhas e ali †27.10.1913, ∞ I Três Forquilhas com CARLOS JACOBY,
*30.7.1829 Três Forquilhas e ali †19.2.1879, filho de Peter Jacoby (1790-1878) e
Barbara Helbig; ∞ II 16.10.1882 Três Forquilhas com ADOLFO FELIPE VOGES,
viúvo de Guilhermina Wetter, *8.8.1835, †7.7.1912 Três Forquilhas, filho do Pastor
Carl Leopold Voges e Elisabeth Diefenthäler. Adolfo Felipe Voges é trisavô de
Dóris Voges Bobsin, esposa do Pasto Elio E. Müller;
Fontes dos dados genealógicos: Na Alemanha, os livros da Igreja Luterana de Alzey entre
1686 e 1798, no Standesamtsarchiv der Stadtverwaltung; livro de registros civis de
Flonheim (Uffhofen), entre 1798 e 1820, no Archiv der Verbandsgemeinde Alzey-Land;
livro de registros civis de Bornheim entre 1798 e 1875, no Archiv der Verbandsgemeinde
Alzey-Land; livros de registros civis de Heimersheim entre 1798 e 1814, no Archiv der
evangelischen Pfarrei in Albig; livros de registros civis de Heimersheim entre 1815 e 1875,
no Standesamtsarchiv der Stadtverwaltung Alzey; arquivo particular de Gerd Braun, de
Heimersheim. As fontes no Brasil são os livros da Igreja Luterana do Vale do Três
Forquilhas, tradução de Gaspar H. Stemmer; arquivo particular de Elio E. Müller.
Bibliografia consultada:
FISCHER, Jacy Waldyr. Registro de terras de alemães na Freguesia de São Domingos das
Torres (1854-1865). In: Três Cachoeiras – marcas do tempo. ELY, Nilza Huyer (org.). Porto
Alegre: Est Edições, 2004.
____. Registro de terras de alemães - Freguesia de Conceição da Serra (Osório) (18551867). In: Arroio do Sal – marcas do tempo. ELY, Nilza Huyer (org.). Porto Alegre: Est
Edições , 2007.
HUNSCHE, Carlos Henrique. O ano de 1826 da Imigração e Colonização Alemã no Rio
Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Metrópole, 1977.
LEMOS, Juvêncio Saldanha. Os Mercenários do Imperador – A primeira corrente
imigratória alemã no Brasil (1824-1830). Porto Alegre: Palmarinca, 1993.
MÜLLER, Elio Eugênio. Três Forquilhas (1826-1899). 1.ª fase, a formação da Colônia.
Curitiba: Editora Fonte, 1992.
____. Três Forquilhas (1900-1949). 2.ª fase, do Império à República. Curitiba: Italprint
Gráfica Editora Ltda., 1993.
ROSA, Gilson Justino. Imigrantes alemães 1824-1853 (Códice C-333). Porto Alegre: EST,
2005.
STEMMER, Gaspar Henrique & PETRY, Hugo Egon. Os cemitérios das comunidades do
vale: genealogia, antropologia e arte. In: Raízes de Terra de Areia, 1999, p. 272 a 318.
WOORTMANN. Ellen F. Herdeiros, parentes e compadres – Colonos do Sul e Sitiantes do
Nordeste. São Paulo/Brasília: Hucitec/EDUNB, 1995.