Peaches: uma mulher e uma máquina

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Peaches: uma mulher e uma máquina
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Peaches: uma mulher e uma máquina
Contributed by Rodrigo Rimon para DW-WORLD / Deutsche Welle
Wednesday, 19 July 2006
Last Updated Wednesday, 19 July 2006
A cantora e performer canadense Peaches promete muita sujeira na pista: no terceiro álbum "Impeach my Bush", ela
redefine seu potencial polÃ-tico sem perder a vulgaridade que lhe serve de arma contra a opressão sexual.
Capa do novo álbum
'Impeach My Bush'
A cantora e performer canadense Peaches promete muita sujeira na pista: no terceiro álbum "Impeach my Bush", ela
redefine seu potencial polÃ-tico sem perder a vulgaridade que lhe serve de arma contra a opressão sexual.
A canadense Merrill Nisker acaba de lançar seu terceiro álbum. O que, na verdade, não seria notÃ-cia para uma coluna
especializada em música alemã, não fosse o fato de Peaches, como é conhecida na cena musical, viver há intensos
seis anos em Berlim.
Ela já foi professora em uma escola no Canadá antes de se mudar para a capital alemã e começar a fazer música.
Não demorou para que fosse descoberta pelo selo berlinense Kitty-Yo, um dos alicerces da cena alternativa alemã. Ela
queria, na verdade, era ser diretora de teatro – o que ninguém duvida ao assistir a um de seus shows, que são incrÃ-veis
performances.
Hoje aos 39 anos, Peaches é uma absoluta self-made woman. Ela mesma compõe suas músicas e escreve as letras,
embora muitas poderiam ser apenas diálogos de filmes pornôs. No palco, vale o lema "one woman, one machine": só
ela e sua groovebox, em Ã-ntima proximidade ao público: afinal, nem toda cantora depila a perna e as axilas diante da
platéia. Ser fã de Peaches tem lá suas vantagens...ou desvantagens!
Na capa do primeiro álbum,
só o essencial... Seu álbum de estréia, The Teaches of Peaches (2000), em cuja capa vê-se apenas sua calcinha de
látex rosa, foi uma revelação na cena alternativa berlinense e logo chamou a atenção de gente da altura de
Madonna, por exemplo, que (reza a lenda) até faz ginástica ouvindo Peaches.
Suas primeiras composições eram radicalmente minimalistas: batidas eletrônicas simples servindo de suporte para uma
guitarra rÃ-tmica com tom de protesto e versos rimados e repetidos à exaustão. Uma mistura explosiva de eletropunk,
rock e um pouquinho de funk.
Vulgaridade como arma
Peaches fala invariavelmente de sexo. Mas todo mundo fala de sexo: rappers americanos falam de sexo, tablóides de
direita falam de sexo, revistas pornográficas e apresentadores de tevê também. Mas ela não fala como eles. Ela vira o
sexo de cabeça para baixo, inverte os papéis e questiona o tanto de autoridade que a sexualidade traz implÃ-cita.
Capacidade máxima no London Astoria em 2004
Para o jornal Die Tageszeitung (Taz), Peaches "recapitula todos os clichês sexuais, sem desmascará-los, mas virando
do avesso as relações entre os sexos. Suas performances Â-Â-– com dildos e aparatos sexuais, biquinis indiscretos e
muita pele nua, sangue artificial e suor de verdade – expõem a imagem dos voyeurs sem assustá-los.
Como uma tela de projeções, Peaches reflete fantasias tanto masculinas como femininas. Seu mérito foi reconciliar os
gêneros em sua pessoa e encontrar o equilÃ-brio entre seus medos e vontades, entre arte e caricatura. Justamente uma
bissexual veio cumprir a promessa do rock'n'roll".
Na capa do segundo álbum, Fatherfucker (2004), para o qual gravou um dueto com Iggy Pop ("Kick It"), Peaches
aparece com uma sugestiva barba falsa. Em um outro videoclipe filmado em um banheiro masculino, Peaches vai
ficando mais e mais peluda enquanto dança entre mictórios.
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Neste disco, ela abusou das guitarras e do vocal gritado, soando às vezes como uma mistura de Gretchen e AC/DC. Até
dançarinas a acompanharam na turnê, que acabou virando show de abertura de Marilyn Manson nos paÃ-ses de
lÃ-ngua alemã.
Sex sells... nem sempre
O retorno da mulher barbada Mas também sexo pode ser entediante, e Peaches sabe disso. Para o terceiro
álbum, Impeach My Bush (2206), ela reformulou o potencial polÃ-tico que sua música sempre embutiu e definiu mais
claramente sua mensagem. Embora do encontro de cúpula do G8 ela só guarde o G, aqui ela foi direto ao Ponto: "I´d
rather f*** who I want than kill who I'm told to".
A música também amadureceu. Pela primeira vez, Peaches gravou com instrumentos tradicionais e ousou até trocar o
ambiente cru que marcava suas produções anteriores por um estúdio em Los Angeles onde se trancou por dois meses
e meio.
Quem veio para ajudar foi Mickey Petralia, produtor do Beck, e convidados ilustres como Josh Homme, do Queens of
the Stone Age, e Samantha Maloney, ex-baterista do Hole. Até sua Ã-dolo Joan Jett contribuiu com um dueto. Para
aproxima turnê, ela promete se apresentar com uma banda.
Rodrigo Rimon
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