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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • JULHO DE 2006
A Liahona
MATÉRIA DA CAPA:
O Testemunho do
Profeta sobre a
Trindade, p. 2
Chamada para
o Fracasso? p. 26
Menina-Moça É
Prefeita por um
Dia, p. 44
O Próximo Passo:
Moças, p. A10
Julho de 2006 Vol. 59 Nº. 7
A LIAHONA 26987 059
Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley,
Thomas S. Monson, James E. Faust
Quórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf,
David A. Bednar
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Yoshihiko Kikuchi
Diretor Gerente: David L. Frischknecht
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A Liahona:
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tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita.
(A periodicidade varia de uma língua para outra.)
A LIAHONA, JULHO DE 2006
P A R A O S A D U LT O S
2
14
20
25
30
32
36
40
48
Mensagem da Primeira Presidência: Nestes Três Creio
Presidente Gordon B. Hinckley
Com Asas de Águia Élder Dieter F. Uchtdorf
O Canto dos Justos
Mensagem das Professoras Visitantes:
Fortalecer a Família
A Plenitude do Evangelho: Despojar-nos
do Homem Natural
Camboja — Terra de Paz em Construção
Marissa A. Widdison
Romper os Grilhões do Pecado
Élder H. Ross Workman
Vozes da Igreja
Vá Ver os Meninos Mary Rich Goodwin
Fiel à Minha Decisão Yazmin Ojeda
A Bênção Joel R. Bryan
Comentários
36 Romper
os Grilhões
do Pecado
IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR
Estas idéias podem ajudá-lo
a usar esta edição d’A Liahona
para reforçar seu ensino
tanto na sala de aula
como em casa.
“De Navio, Carrinho de
Mão ou Tênis”,
página 10:
Com toda a família,
façam de conta que
são exploradores e
desenhem um mapa que represente a jornada de uma pessoa
pela vida. Nos depoimentos dos
jovens portugueses, encontre
algumas qualidades pessoais e
princípios do evangelho que nos
ajudem a percorrer o caminho
em segurança. Anote-os no mapa.
Testifique-lhes que podemos
traçar destemidamente um
curso que nos conduzirá a
Jesus Cristo.
“Com Asas de Águia”,
página 14: Peça aos membros da família que façam
aviões de papel e tentem fazê-los voar. Fale
sobre o que seria necessário
para construir um avião de verdade. Leia a história dos irmãos
Wright e identifique os três requisitos para um vôo bem-sucedido.
Designe membros da família para
ler o artigo e indicar como esses
três princípios podem aplicar-se
a nossa própria vida.
PA R A O S J O V E N S
9
10
24
26
44
O A M I G O — PA R A A S C R I A N Ç A S
Mensagens Instantâneas
Sorrisos Apesar das Provações
María Luisa González Haro
De Navio, Carrinho de Mão ou Tênis
Adam C. Olson
Pôster: Apoio Mútuo
Apesar dos Gritos, Latidos
e da Chuva
Katharina Betz
Birch
Prefeita por Um Dia
Paul VanDenBerghe
A2
A4
A6
A8
A10
A13
26 Apesar dos Gritos,
A14
Latidos e da Chuva
A16
Ao procurar o anel CTR escondido
nesta edição, lembre-se sempre
de fazer suas orações.
Vinde ao Profeta Escutar: Pautem Sua Vida pela Fé
Presidente Thomas S. Monson
Tempo de Compartilhar: O Pai Celestial Ouve
e Responde às Orações Linda Magleby
Da Vida do Presidente
Wilford Woodruff: Este
É o Lugar
Minha Irmã,
Meu Exemplo
Shanna Butler
Bem-vindas
às Moças
Kimberly Webb
Caixa Dominical:
O Lápis que Gira
A10 Bem-vindas
às Moças
De um Amigo para
Outro: Abençoados pelo Sacerdócio
Élder Douglas L. Callister
Testemunha Especial: Adivinhe Quem É
NA CAPA
João Batista Batiza Jesus, de Greg Olsen. Reprodução proibida.
CAPA DE O AMIGO
Fotografia: Miriam Oliveira Versiani Nery, com a utilização de modelos.
TÓPICOS DESTA EDIÇÃO
“Romper os Grilhões do Pecado”,
página 36: Leia a seção “A Escravidão
Espiritual” e fale de coisas específicas que conduzem à escravidão
espiritual. Escreva as respostas em
tiras de papel e faça com elas uma
corrente. Leia os dois últimos parágrafos do artigo e discuta maneiras
pelas quais o Salvador pode ajudar
a romper os grilhões do pecado.
Rasgue as argolas da corrente de
papel e fale sobre como podemos
permanecer livres da escravidão
espiritual.
“Minha Irmã, Meu Exemplo”,
página A8: Discuta o que significa
ser honesto. Leia a citação do
Presidente James E. Faust. Sem
esquecer as histórias do artigo,
distribua folhas com outros
relatos que contenham exemplos
de honestidade e desonestidade.
Permita que cada membro da
família leia uma história ou a
dramatize e discuta as bênçãos
decorrentes da honestidade.
“Abençoados pelo Sacerdócio”,
página A14: Mostre objetos de
valor, tanto material como espiritual. Peça aos familiares que
escolham qual é o mais precioso.
Leia o artigo. Volte a apontar os
objetos e discuta por que têm
valor. Testifique da necessidade
de darmos prioridade às coisas
de importância espiritual.
A=O Amigo
Honestidade, A8
Arbítrio, 14, 30, 36
Inspiração, 40
Atitude, 9, 14, 26
Jesus Cristo, 2, 30, 36
Autodomínio, 14, 30
Moças, A10
Ajuda Humanitária, 32
Mutual, 24, A10
Bênção do Sacerdócio, 9,
Noite Familiar, 1
32, 42, A14
Obediência, A8
Caixa Dominical, A13
Obra missionária, 26, 32
Camboja, 32
Oração, 14, A4
Educação, 44
Padrões, 44
Ensino Familiar, 8, 42
Pai Celestial, 2, 14
Espírito Santo, 2, 14
Pecado, 36
Estudo das escrituras, 14
Pioneiros, A6
Exemplo, 10, 41, 42, A8
Professoras visitantes, 25
Expiação, 30
Progresso Pessoal, A10
Fé, A2
Provações, 9, 20
Finanças, 25
Sacrifício, 36
Hinos, 20
Sociedade de Socorro, 25
História da família, 32
Templo, 25, 41
Homem natural, 30
Trindade, 2
FUNDO © ARTBEATS
“CREMOS EM
DEUS,
O PA I E T E R N O ( . . . ) ”
Creio sem hesitação nem reservas em Deus, o Pai Eterno.
Ele é o grande Criador, o governante do universo.
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
Nestes Três
Creio
PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY
DO PÓ, UM PLANETA NASCEU, CORTESIA DA NASA/JPL – CALTECH
T
odos os membros da Igreja certamente
conhecem a primeira regra de fé. Ela
ocupa uma posição central em nossa
religião. É significativo que, ao fixar os elementos básicos de nossa doutrina, o Profeta
Joseph tenha escolhido como os primeiros:
“Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu
Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo.”
(Regras de Fé 1:1)
A importância conferida a essa declaração harmoniza-se com outra afirmação do
Profeta:
“O primeiro princípio do evangelho
consiste em conhecer com certeza o caráter
de Deus” (History of the Church, volume 6,
p. 305).
Essas declarações de enorme relevância
e abrangência coadunam-se com as palavras do Senhor em Sua grandiosa oração
intercessória:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam,
a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).
Lembro-me de ler um panfleto há alguns
anos redigido por um crítico, um inimigo
da Igreja cujo desejo era abalar a fé dos fracos e menos esclarecidos. O folheto retomava falácias que vinham sendo repetidas
por mais de um século. Ele alegava explicar
as crenças que nós, os membros de A Igreja
de Jesus de Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, nutrimos.
Sem querer entrar em conflito com os
amigos de outras religiões, muitos dos quais
conheço bem e muito respeito e estimo, aproveito esta oportunidade para definir minha
posição sobre este que é o mais importante
de todos os assuntos teológicos.
Creio sem hesitação nem reservas em
Deus, o Pai Eterno. Ele é meu Pai, o Pai de
meu espírito e o Pai do espírito de todos
os homens. Ele é nosso grande Criador, o
governante do universo. Ele dirigiu a criação
desta Terra em que vivemos. O homem foi
criado à Sua imagem. Conhece-nos pessoalmente. É um ser real e distinto. Ele possui
um “corpo de carne e ossos tão tangível
como o do homem” (D&C 130:22).
À Sua Imagem
No relato da criação da Terra, aprendemos: “E disse Deus: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26).
Poderia haver declaração mais clara e
explícita? O fato de o homem ter sido criado
à imagem de Deus constituiria um rebaixamento para Ele, como afirmam alguns?
Muito pelo contrário, isso deveria suscitar
no coração de todos os homens e mulheres
Eles são seres
distintos, mas unos
em propósito e
empenho. Associam-se
para levar a efeito o
grandioso e divino
plano de salvação e
exaltação dos filhos
de Deus.
A L I A H O N A JULHO DE 2006
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J
4
FOTOGRAFIA: WELDEN C. ANDERSEN, COM UTILIZAÇÃO DE MODELOS; JOÃO BATISTA BATIZANDO JESUS, DE GREG OLSEN, REPRODUÇÃO PROIBIDA
todo o coração, poder, mente e força. Sua sabedoria é
uma maior auto-estima, como filhos de Deus. As palavras
maior que a de todos os homens. Seu poder é superior
de Paulo aos santos em Corinto aplicam-se a nós hoje
ao da natureza, pois Ele é o Criador Onipotente. Seu
tanto quanto aos destinatários originais da epístola. Ele
amor excede o de qualquer pessoa, pois estende-se a
ensinou:
todos os Seus filhos, e Sua obra e glória é levar a efeito
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o
a imortalidade e vida eterna de Seus filhos de todas as
Espírito de Deus habita em vós?
gerações. (Ver Moisés 1:39.)
Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”
(I Coríntios 3:16–17).
Nosso Pai Todo-Poderoso
Lembro-me de uma ocasião, há mais de 70 anos,
Ele “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
quando eu era missionário e estava discursando numa
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
reunião ao ar livre no Hyde Park, em Londres.
mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Ao apresentar minha mensagem, um homem
Ele é o Todo-Poderoso perante o qual me
interrompeu-me bruscamente para indagar:
ajoelho com respeito e reverência. É a Ele que
“Por que não seguem a doutrina bíblica que
busco com temor e tremor. É a Ele que adoro
ensina em João: ‘Deus é Espírito’?”
e dou honra, louvor e glória. Ele é meu Pai
Abri minha Bíblia no versículo citado e li-o
Celestial, que me convidou a buscá-Lo em orainteiramente para ele:
ção, comunicar-me com Ele, e com a promessa
“Deus é Espírito, e importa que os que o
segura de que me ouvirá e responderá.
adoram o adorem em espírito e em verdade”
Agradeço-Lhe pela luz, conhecimento e
esus disse
(João 4:24).
compreensão que concedeu a Seus filhos.
que aqueles
Eu disse: “Claro que Deus é espírito,
que O tinham Agradeço-Lhe por Sua voz, que proclamou
assim como você, e é a união do espírito e
verdades eternas com poder e promessas
visto também
do corpo que faz de você um ser vivo, assim
grandiosas. Agradeço-Lhe por Sua declaração
tinham visto o
como eu”.
Pai. Será que não no batismo de Seu Filho Amado nas águas do
Cada um de nós é um ser dual, com uma
Jordão, quando Sua voz foi ouvida dizendo:
se poderia dizer
entidade espiritual e outra física. Todos conhe- o mesmo de um
“Este é o meu Filho amado, em quem me
cemos a realidade da morte, quando o corpo
filho que se parece comprazo” (Mateus 3:17).
perece, e todos sabemos também que o espíAgradeço-Lhe por Sua declaração semecom o pai?
rito continua a viver como um ser individual e,
lhante no Monte da Transfiguração, quando
um dia, no plano divino possibilitado pelo sacrifício do
Se dirigiu novamente a Jesus, Seus apóstolos e também
Filho de Deus, haverá a reunião do corpo com o espírito.
anjos, quando “seis dias depois, tomou Jesus consigo a
O fato de Jesus declarar que Deus é um espírito não nega
Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em
o fato de Ele ter um corpo, assim como se eu afirmar que
particular a um alto monte,
sou um espírito não estou excluindo a existência de meu
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplancorpo.
deceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas
Não comparo meu corpo com o Dele quanto ao reficomo a luz.
namento, capacidade, beleza e esplendor. O corpo Dele
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando
é eterno, o meu é mortal. Mas isso apenas aumenta
com ele.
minha reverência por Ele. Adoro-O “em espírito e em
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom
verdade”. Considero-O minha fortaleza. Oro a Ele para
é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos,
receber sabedoria superior à minha. Procuro amá-Lo de
um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
( . . . ) E E M S E U F I L H O,
JESUS CRISTO
(...)
Quando Jesus foi batizado por João Batista no Rio Jordão, a
voz de Seu Pai foi ouvida declarando a filiação divina de Jesus, e
o Espírito Santo manifestou-Se na forma de uma pomba.
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E, estando ele ainda a falar, eis que uma
nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu
uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho,
em quem me comprazo; escutai-o” (Mateus
17:1–5).
Agradeço-Lhe por Sua voz ter sido ouvida
novamente quando o Senhor ressurreto foi
apresentado ao povo do Hemisfério
Ocidental com a voz de Deus declarando:
“Eis aqui meu Filho Amado, em quem me
comprazo e em quem glorifiquei meu nome”
(3 Néfi 11:7).
Causa-me assombro, reverência e gratidão
o fato de o Pai ter aparecido nesta dispensação e declarado, ao apresentar o Senhor ressurreto a alguém que O buscara em oração:
ESPÍRITO SANTO ”
(Regras de Fé 1:1)
Seu Primogênito
Creio no Senhor Jesus Cristo, o Filho
do Deus eterno e vivo. Creio Nele como o
Primogênito do Pai e o Unigênito do Pai na
carne. Creio Nele como ser individual, separado e distinto de Seu Pai. Creio na declaração de João, que iniciou seu evangelho com
estas palavras majestosas:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. (...)
E o Verbo se fez carne, e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:1–2, 14).
Creio que Ele nasceu de Maria na linhagem de Davi, como o Messias prometido,
O Espírito Santo é o Testificador da Verdade, capaz
de ensinar aos homens coisas que eles não
conseguem ensinar uns aos outros.
que de fato foi o Unigênito do Pai e
que Seu nascimento cumpriu a
grandiosa declaração profética de
Isaías:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o
principado está sobre os seus
ombros, e se chamará o seu
nome: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Creio que em Sua vida mortal
Ele foi o único homem perfeito a
pisar na Terra. Creio que em Suas
palavras se encontram luz e verdade
que, se observadas, salvarão o mundo
PINTURA DE MICHAEL T. MALM
(...) E NO
“Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!” (Joseph
Smith — História 1:17).
e trarão exaltação à humanidade. Creio que em Seu
sacerdócio repousa a autoridade divina: o poder para
abençoar, para curar, para administrar os assuntos
terrenos de Deus, para ligar no céu o que for ligado
na Terra.
Creio que, ao realizar o sacrifício expiatório e oferecer Sua vida no monte do Calvário, Ele expiou os pecados da humanidade, aliviando-nos do fardo do pecado
caso abandonemos o mal e O sigamos. Creio na realidade e poder de Sua Ressurreição. Creio na graça de
Deus manifestada em Seu sacrifício e redenção e creio
que por meio de Sua Expiação, sem nenhuma exigência
de nossa parte, é oferecido a cada um de nós o dom da
ressurreição dos mortos. Creio ainda que, por meio
desse sacrifício, é concedida a todos os homens e
mulheres, todos os filhos e filhas de Deus, a oportunidade de alcançar a vida eterna e a exaltação no reino
de nosso Pai, caso demos ouvido e obedeçamos a
Seus mandamentos.
na ocasião em que, como Senhor ressurreto, convidou
os discípulos desanimados: “Vinde, comei. (…)
(...) [Jesus] tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe” (João 21:12–13).
As escrituras falam de outras pessoas a quem Ele Se
mostrou e com quem falou, como o Filho de Deus vivo
e ressurreto.
Da mesma forma, Ele apareceu nesta dispensação, e
aqueles que O viram declararam:
“E agora, depois dos muitos testemunhos que se prestaram dele, este é o testemunho, último de todos, que nós
damos dele: Que ele vive!
Porque o vimos, sim, à direita de Deus; e ouvimos a voz
testificando que ele é o Unigênito do Pai —
Que por ele e por meio dele e dele os mundos são e
foram criados; e seus habitantes são filhos e filhas gerados
para Deus” (D&C 76:22–24).
Esse é o Cristo em quem creio e de quem testifico.
O Espírito Santo
Divino Salvador e Redentor
Jamais houve na Terra um homem tão grandioso.
Nenhuma outra pessoa fez um sacrifício comparável
ou concedeu bênção semelhante. Ele é o Salvador e o
Redentor do mundo. Creio Nele. Declaro Sua divindade
sem a menor sombra de dúvida. Amo-o. Pronuncio Seu
nome com respeito e reverência. Adoro-O como adoro
Seu Pai, em espírito e em verdade. Agradeço-Lhe e ajoelho-me diante de Seus pés, mãos e lado feridos, assombrado com o amor que Ele me oferece.
Graças sejam dadas a Deus por Seu Filho Amado,
que estendeu o braço há tanto tempo e disse a cada
um de nós:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que
sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso
para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”
(Mateus 11:28–30).
Ele vive, as primícias da Ressurreição. Sei que Ele
vive hoje de modo tão real, certo e individual quanto
Esse conhecimento vem das escrituras e esse testemunho, do poder do Espírito Santo. É um dom, sagrado
e maravilhoso, concedido por revelação do terceiro
membro da Trindade. Creio no Espírito Santo como
personagem de espírito que ocupa um lugar ao lado do
Pai e do Filho. Esses são os três Seres que compõem a
Trindade.
A importância desse papel fica evidente nas palavras
do Senhor, que disse:
“Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens;
mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos
homens.
E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do
homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século
nem no futuro” (Mateus 12:31–32).
O fato de o Espírito Santo ser reconhecido no meridiano dos tempos como membro da Trindade fica evidente na conversa entre Pedro e Ananias, quando este
último reteve parte do dinheiro ganho com a venda de
um terreno.
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás
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o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo (...)?
(...) Não mentiste aos homens, mas a Deus” (Atos 5:3–4).
O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade, o
Consolador prometido pelo Salvador, que ensinaria a Seus
seguidores todas as coisas e faria com que recordassem
todas as coisas ditas por Ele (ver João 14:26).
O Espírito Santo é o Testificador da Verdade, capaz
de ensinar aos homens coisas que eles não conseguem
ensinar uns aos outros. Nas palavras grandiosas e desafiadoras de Morôni, é-nos prometido um conhecimento da
veracidade do Livro de Mórmon “pelo poder do Espírito
Santo”. E em seguida, Morôni declara: “E pelo poder do
Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas”
(Morôni 10:4–5).
Creio que esse poder e dom está a nosso alcance
hoje em dia.
Três Seres Distintos
Assim, creio em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho,
Jesus Cristo, e no Espírito Santo.
Fui batizado no nome desses três. Fui casado em nome
dos três. Não tenho dúvidas sobre a Sua existência real
como seres separados e distintos. Essa individualidade
ficou evidente quando Jesus foi batizado por João Batista
no Rio Jordão. Na água, estava o Filho de Deus. A voz de
Seu Pai foi ouvida declarando a filiação divina de Jesus, e
o Espírito Santo manifestou-Se na forma de uma pomba
(ver Mateus 3:16–17).
Sei que Jesus afirmou que aqueles que O tinham visto
também tinham visto o Pai. Será que não se poderia dizer
o mesmo de um filho que se parece com o pai?
Quando Jesus orou ao Pai, certamente não estava
orando para Si mesmo!
Eles são seres distintos, mas unos em propósito e
empenho. Associam-se para levar a efeito o grandioso e
divino plano de salvação e exaltação dos filhos de Deus.
Em Sua bela e tocante prece no jardim antes de Sua traição, Cristo orou ao Pai a respeito dos apóstolos, a quem
Ele amava, dizendo:
“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim,
8
e eu em ti; que também eles sejam um em nós”
(João 17:20–21).
É essa união perfeita entre o Pai, o Filho e o Espírito
Santo que liga esses três seres na unidade da divina
Trindade.
E o maior dos milagres e a maior das maravilhas é que
Eles Se interessam por nós e que somos motivo de grande
preocupação para Eles. E estão ao alcance de todos nós.
Aproximamo-nos do Pai por meio do Filho. Ele é nosso
intercessor diante do trono de Deus. Como é maravilhoso
podermos comunicar-nos com o Pai em nome do Filho.
Presto testemunho dessas verdades grandiosas e sublimes. Faço-o pelo dom e poder do Espírito Santo, no
sagrado nome de Jesus Cristo. ■
I D É I A S PA R A O S M E S T R E S
FAMILIARES
Depois de estudar a mensagem em espírito de oração,
escolha um método de ensino que estimule a participação
dos ouvintes. Seguem-se alguns exemplos:
1. Peça aos membros da família que repitam a primeira
regra de fé. Discuta a natureza e o papel divino de cada
membro da Trindade. Relate a experiência missionária do
Presidente Hinckley sobre a natureza de Deus. Convide diferentes pessoas da família a prestarem seu próprio testemunho a respeito de um membro da Trindade.
2. Antes de sua visita, prepare três tiras de papel: em
cada uma, escreva uma palavra, expressão ou escritura do
artigo que faz referência a um membro da Trindade. Durante
a visita, leia-as e peça aos membros da família que identifiquem qual membro da Trindade é citado em cada descrição.
Fale do testemunho do Presidente Hinckley acerca de cada
personagem.
3. Leia os comentários do Presidente Hinckley sobre a
natureza pessoal de Deus. Peça à família que fale de ocasiões em que tenha sentido uma união semelhante. Discuta
maneiras pelas quais eles podem aprofundar seu testemunho sobre os membros da Trindade.
MENSAGENS INSTANTÂNEAS
SORRISOS
APESAR DAS
PROVAÇÕES
M A R Í A LU I S A G O N Z Á L E Z H A R O
Q
ILUSTRAÇÃO: KEITH LARSON
uando eu tinha 17 anos, saí de
casa em Guadalajara, México,
para estudar no Benemérito
de las Américas, instituição da Igreja
para os jovens no México. Eu estava
muito feliz lá, embora minhas condições de saúde não fossem as melhores. Sempre havia pessoas dispostas
a ajudar-me e incentivar-me, mas
minha enfermidade continuava a
piorar e eu não sabia o que havia de
errado comigo. Por fim, consegui
uma dispensa de uma semana da
escola para voltar para casa e fazer
alguns exames.
Quando cheguei a casa, sofri
paralisia facial total. Fui hospitalizada
em estado grave com falência renal.
Não me lembro do que aconteceu
nas duas semanas seguintes.
Minha mãe disse-me que
eu não conseguia enxergar,
ouvir ou comer nada. Fui
desenganada pelos médicos, pois meus sinais
vitais não davam
nenhuma esperança
de sobrevivência.
Minha mãe telefonou ao bispo, que
veio e me deu uma bênção. Senti o
poder do sacerdócio e comecei a
recuperar-me. Fiquei em cadeira de
rodas por algum tempo, mas não conseguia erguer a cabeça e nem ver ou
ouvir. Com a ajuda dos membros de
minha ala e seus jejuns e orações,
continuei a melhorar. Comecei a fazer
hemodiálise. Minha mãe doou-me
um rim e os médicos fizeram o transplante. Contudo, cinco meses depois
meu organismo rejeitou o órgão e
hoje estou novamente fazendo hemodiálise. Estou na lista de espera para
outro transplante renal.
Apesar dessas provações, o Pai
Celestial deu-me a oportunidade de
formar-me no seminário e concluir
meu Progresso Pessoal, o que me
trouxe imensa satisfação. Sei que
ainda vou demorar muito a recobrar
a saúde, mas sou grata ao Senhor
por esta experiência, pois fortaleceu
meu testemunho, que continua a
crescer a cada dia. Acho que todos
nós temos provações diferentes
a sobrepujar antes de
alcançar nosso galardão eterno. “E dou
a fraqueza aos homens a fim de que
sejam humildes; (...) então farei com
que as coisas fracas se tornem fortes
para eles” (Éter 12:27).
Acima de qualquer coisa, o que
desejo é poder regressar à presença
de meu Pai Celestial. Sei que conseguirei se for fiel e obediente. Às
vezes não é fácil aceitar a vontade do
Senhor, mas tento enfrentar minhas
tribulações com um sorriso e recordar que não estamos aqui na Terra
por muito tempo em comparação à
eternidade.
Quando desanimo, penso
no hino “Conta as
Bênçãos” (Hinos,
57) e então me
sinto feliz de
novo. Esse hino
traz-me paz e
gratidão. Lembrome das pessoas
que me amam,
incluindo um
Pai Celestial
amoroso que
me abençoou
com forças. ■
Assim como os exploradores do passado,
representados no Monumento aos
Descobrimentos ao fundo, Leandro Pedro
e seus amigos em Portugal (detalhe) são
gratos pela oportunidade de tornar-se os
líderes da Igreja de amanhã, preparando-se por meio da fidelidade hoje.
Leandro Pedro, Guilherme Abreu,
Francisco Silva, Catiana Silva
10
e Teresa Silva.
De Navio, Carrinho
de Mão ou Tênis
Jovens inspirados em Portugal
estão traçando uma rota para
Cristo e também dando um
bom exemplo.
A DA M C . O L S O N
Revistas da Igreja
FOTOGRAFIAS: ADAM C. OLSON; ILUSTRAÇÕES: SCOTT GREER
L
eandro Pedro, de 16 anos, já ouviu muitas histórias na Escola Dominical sobre
a fé dos pioneiros que atravessaram as
planícies. Ele sempre admirou a coragem que
tiveram para caminhar rumo ao desconhecido. Isso o faz lembrar-se de alguns homens
que desempenharam um papel-chave na história de seu próprio país, Portugal.
Antes de os pioneiros poderem atravessar
as vastas e desabitadas planícies da América
do Norte, rotas para o Novo Mundo tiveram
de ser descobertas por exploradores corajosos como Cristóvão Colombo, Américo
Vespúcio e Fernão de Magalhães durante a
Era dos Descobrimentos, no fim do século
XV e início do século XVI. Muitos desses
exploradores receberam treinamento de
navegação em Portugal ou foram patrocinados pelo governo português.
Leandro e seus amigos da Estaca Lisboa
Portugal contemplam, no estuário do rio Tejo,
o Oceano Atlântico. Foi perto desse ponto, no
Monumento aos Descobrimentos, que muitos
desses grandes exploradores navegaram rumo
a águas desconhecidas que, segundo as crenças de muitos da época, acabavam por levar o
homem à beira da Terra ou esquentavam cada
vez mais, até fazer o mar ferver.
Contudo, assim como os pioneiros, esses
exploradores eram destemidos.
“Havia perigos”, diz Guilherme Abreu, de
13 anos. “Eles precisavam de muita coragem.”
“Nem todos acreditavam que eles teriam
sucesso”, concorda Catiana Silva, de 14 anos.
“Os exploradores foram à frente e os
outros os seguiram”, prossegue Leandro.
“Eles tinham um propósito e os demais os
acompanharam em seus sonhos.”
O mesmo se deu com os pioneiros de
1847. O mesmo se repete com os jovens da
Igreja hoje.
Exploradores Modernos
Num mundo cheio de riscos, onde tantos
navegam às cegas pelos mares da vida sem
bússola nem mapa, quem mostrará o
caminho? Quem serão os bravos exploradores com visão?
“Seremos nós”, responde Guilherme,
referindo-se aos jovens da Igreja. “Temos a fé
dos exploradores. Procuramos. Exploramos.
A L I A H O N A JULHO DE 2006 11
CORAGEM PARA
LIDERAR
Encontramos a palavra do Senhor.”
Esses jovens portugueses compreendem que a coragem e fé que possuem
inspirarão outras pessoas a segui-los.
“Nossa família nos seguirá por meio de
nosso exemplo”, crê Teresa Silva, de 15 anos.
“Nossos amigos nos seguirão”, diz
Guilherme.
E dentro de poucos anos, os jovens de
hoje serão os líderes da Igreja de amanhã.
“Precisamos preparar-nos para ser o
futuro”, afirma Catiana.
Mares Perigosos
A atividade de um explorador no século
XV não era a mais segura do mundo – tanto
no Velho quanto no Novo. Era preciso coragem. Muitos sofriam com as más condições
de nutrição, deparavam-se com motins na
tripulação, sobreviviam a naufrágios ou eram
mortos em terras desconhecidas.
O mundo de hoje também apresenta perigos. A influência de Satanás costuma intensificar as tempestades da vida.
“Por onde quer que passemos, sempre há
algum perigo à nossa espreita”, diz Catiana.
Ela e seus amigos sugeriram vários instrumentos importantes nos quais todos os exploradores jovens devem basear-se para navegar
em meio às tempestades da vida. A oração e
o estudo das escrituras estão no topo da lista.
“Devemos seguir o profeta”, acrescenta
Leandro.
“Também precisamos ser corajosos”,
afirma Francisco Silva, de 14 anos, ao olhar
os muitos exploradores representados
no Monumento aos Descobrimentos.
“Nem sempre é fácil permanecermos
fiéis a nossas crenças quando os amigos zombam de nós.”
Mas o que teria acontecido se Colombo
houvesse se preocupado mais em ser aceito
do que em agir segundo suas convicções?
12
“Deus os abençoe, meus
queridos jovens amigos.
Vocês são a melhor geração que já tivemos.
Vocês conhecem melhor
o evangelho. São mais fiéis em seus deveres. São mais fortes para enfrentar as
tentações que virão. Vivam de acordo
com seus padrões. Oro para que tenham
a orientação e proteção do Senhor. Ele
nunca os deixará sozinhos. Ele irá consolá-los. Ele irá sustê-los. Ele irá abençoálos, magnificá-los e tornar sua recompensa
agradável e bela. E vocês verão que seu
exemplo atrairá outros que serão encorajados por sua força.”
Presidente Gordon B. Hinckley, “Um Estandarte
para as Nações, uma Luz para o Mundo”,
A Liahona, novembro de 2003, p. 84.
A Terra Prometida
O profeta Néfi, do Livro de Mórmon, anteviu a Era dos Descobrimentos, que foi inspirada por Deus:
“E olhei e vi entre os gentios um homem
que estava separado da semente de meus
irmãos pelas muitas águas; e vi que o Espírito
de Deus desceu e inspirou o homem; e indo
esse homem pelas muitas águas, chegou até
a semente de meus irmãos que estava na
terra da promissão.
E aconteceu que vi o Espírito de Deus
inspirar outros gentios; e eles saíram do
cativeiro, atravessando as muitas águas”
(1 Néfi 13:12–13).
Esses exploradores ajudaram a preparar
o caminho da Restauração do evangelho.
Faziam parte do plano de Deus para pôr
o rapaz de 14 anos certo no lugar certo
no momento certo. As conseqüências
são as bênçãos e promessas desfrutadas
pelos membros da Igreja de todo o
mundo por causa da Restauração do
evangelho por intermédio do Profeta
Joseph Smith.
Leandro e seus amigos sentem também que foram inspirados pelo Espírito, que os impele a traçar uma rota
segura, tendo fé em Cristo, rumo a outra terra prometida
— uma terra cheia “do conhecimento do Senhor, como
as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9) e que, além disso,
EXPLORADORES PORTUGUESES
DETALHE DE CRISTO COM MENINO, DE CARL HEINRICH BLOCH
V
ários exploradores famosos tinham laços com Portugal
durante o período a que os historiadores chamam de Era
dos Descobrimentos. Alguns eram portugueses, outros
estudaram navegação em Portugal ou navegaram sob a bandeira
portuguesa. Entre eles, podemos citar:
Cristóvão Colombo — A famosa viagem desse célebre
explorador italiano que ligou os hemisférios oriental e ocidental
nos tempos modernos teve como base o aprendizado adquirido
ao viver em Portugal.
Américo Vespúcio — Ao navegar sob bandeira portuguesa,
esse cartógrafo italiano mostrou que as Américas (denominação baseada em seu próprio nome) eram continentes e não
ilhas.
Fernão de Magalhães — Esse explorador português esteve
à frente da primeira circunavegação do globo terrestre, passando pelo estreito de Magalhães, na extremidade meridional
da América do Sul.
lhes permitirá voltar a viver com Deus.
“Se formos fiéis, haverá mais pessoas humildes e justas”, diz Leandro.
“Se formos fiéis”, conclui Guilherme, “alcançaremos a
vida eterna.”
É uma rota que o Salvador ajudará qualquer pessoa a
seguir, seja a bordo de um navio, puxando um carrinho
de mão ou usando tênis. ■
Bartolomeu Dias — Esse explorador português foi o primeiro europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança na extremidade sul da África em busca de uma rota marítima para o
Extremo Oriente.
Vasco da Gama — Também português, apoiou-se no
sucesso de Bartolomeu Dias e foi o primeiro europeu a chegar
ao Extremo Oriente por via marítima.
Pedro Álvares Cabral — Esse explorador português estabeleceu o processo de colonização portuguesa no que viria a
tornar-se o Brasil.
Hoje, uma nova geração de exploradores está crescendo
entre os mais de 37.000 membros da Igreja que vivem em
Portugal. A Missão Portugal Lisboa foi criada em 1974 com
quatro missionários transferidos do Brasil. A Missão Portugal
Porto foi criada em 1987 e a Missão Cabo Verde Praia foi formada em 2002, cobrindo os Açores e a Ilha da Madeira, territórios portugueses. A Estaca Lisboa Portugal, a primeira das
seis estacas do país, foi criada em junho de 1981.
A LIAHONA JULHO DE 2006 13
Com Asas de
Águia
É L D E R D I E T E R F. U C H T D O R F
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Os irmãos Wright
perceberam que uma
máquina voadora
viável precisaria
de um piloto para
controlá-la, asas para
produzir sustentação
e um motor para
mantê-la no ar.
Princípios semelhantes
aplicam-se a sua
própria jornada pela
existência mortal,
rumo ao destino
da vida eterna.
14
sempre que
se propunham a realizar um projeto, dedicavam-se
ao máximo e trabalhavam em equipe.
Os irmãos Wright comprometeram-se a
fazer o que ninguém jamais conseguira antes.
Despenderam o tempo necessário na preparação. Foram fiéis e perspicazes o bastante para
apreciar e incorporar os avanços feitos pelas
pessoas do passado. E enfrentaram o problema linha sobre linha, preceito sobre preceito. Perceberam que havia três requisitos
principais para uma máquina voadora viável:
primeiro, o piloto precisa ser capaz de controlar a aeronave; segundo, as asas têm que
ILUSTRAÇÃO: DAVID MEIKLE; FOTOGRAFIAS HISTÓRICAS
GENTILMENTE CEDIDAS PELA BIBLIOTECA DO CONGRESSO,
DIVISÃO DE GRAVURAS E FOTOGRAFIAS; FOTOGRAFIAS: ROBERT
CASEY E WELDEN C. ANDERSEN, COM UTILIZAÇÃO DE MODELOS
E
m 17 de dezembro de 1903, um sonho
da humanidade realizou-se quando
Wilbur e Orville Wright realizaram o
primeiro vôo controlado e motorizado. A distância voada foi de 37 metros — cerca da
metade do comprimento de um Boeing 747
— e a duração foi de apenas 12 segundos.
Isso é menos que o tempo necessário para
galgar os degraus que levam à cabine do
piloto num 747. Pelos padrões atuais, foi um
vôo curtíssimo, mas naquela época foi uma
proeza que poucos acreditavam ser possível
um dia.
Wilbur e Orville tinham pais que haviam
incentivado a instrução, a religiosidade e
os valores familiares. Ambos os irmãos tiveram várias doenças e problemas na família.
Passaram por períodos difíceis de provação,
perplexidade e até desespero, sem certeza
de terem sucesso. Tentaram diferentes atividades profissionais, como artes gráficas, conserto e fabricação de bicicletas e, por fim, a
invenção de aviões. No decorrer de sua vida,
produzir sustentação; terceiro, ela deve ser
motorizada a fim de permanecer no ar.1
Eles tinham definido suas metas e trabalharam
com diligência para atingi-las, uma por uma.
Leonardo da Vinci afirmou: “Alguém cujo olhar
está voltado para as estrelas não recua”.2
Princípios e requisitos semelhantes aplicam-se
a sua própria jornada pela existência mortal em direção
à meta da vida eterna. Vocês precisam aprender e seguir
princípios divinos ao prepararem-se para subir com asas
de águia.
Primeiro: É Preciso Aprender a Controlar-se
Somente quando adquirirem a compreensão espiritual
de quem são é que vocês poderão aprender a controlar a
si mesmos. Ao aprenderem a dominar a si próprios, assumirão o controle de sua vida. Se quiserem transformar o
mundo, primeiro têm de mudar a si mesmos.
O Presidente Spencer W.
Kimball (1895–1985) gostava
de citar um autor conhecido:
“A maior batalha da vida é travada nas câmaras silenciosas da
alma. Uma vitória no interior
do coração humano vale cem
conquistas nos campos de
batalha do mundo. Alcançar o
autodomínio é a melhor garanOs princípios divinos
tia de que vocês dominarão as
precisam ser aprendidos
demais situações. Conheçam a
e seguidos em sua prepasi mesmos. A coroa do caráter
ração para subir com
é o autocontrole”.3
Ouçam e sigam os conseasas de águia.
lhos dos profetas, videntes e
reveladores, que os ajudarão a alcançar o verdadeiro autodomínio. Escutem e apliquem os sussurros do Espírito. O
Espírito influenciará sua consciência e os ajudará a aperfeiçoar-se à medida que se empenharem em pequenos gestos de autodomínio –– como controlar seus pensamentos,
palavras e atos — o que conduzirá ao autodomínio de
todo o seu ser, mente, corpo e espírito. Lembrem-se de
que a ira é a raiz de inúmeros perigos.
Suas escolhas refletem seu autodomínio. Elas os levarão a seu destino eterno se forem feitas sob a direção
e o controle divinos. Permaneçam moralmente puros.
Mantenham a mente e o coração puros. Seus pensamentos
A L I A H O N A JULHO DE 2006 15
banais, vazias ou irrefletidas, mas comunicações cheias do
profundo desejo de unidade com o Pai Celestial.
A oração, se feita com fé, é aceitável a Deus em todas
as ocasiões. Se em algum momento vocês sentirem que
não conseguem orar, essa é a situação
em que definitivamente devem orar.
Néfi ensinou com simplicidade: “Se désseis ouvidos ao Espírito [de Deus]
que ensina o homem a orar, saberíeis
que deveis orar; porque o espírito mau (...) ensina-lhe
que não deve orar” (2 Néfi 32:8).
O Presidente Harold B. Lee (1899–1973)
afirmou: “A oração sincera do coração justo
Segundo: Sua Atitude Determinará Sua
a aerodi- abre para qualquer pessoa a porta da sabedonâmica, a
Altitude
ria e força divinas naquilo que ela busca em
Os irmãos Wright sabiam que, além de man- gravidade e o atrito
retidão”.5
A obediência garante resposta para noster a aeronave sob controle, precisavam produ- opõem-se à sustentazir uma força de sustentação suficiente para
ção. Esse mesmo prin- sas orações. Lemos no Novo Testamento:
manter a máquina voadora no ar. Os dicionácípio fundamental faz “E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a
receberemos, porque guardamos os seus
rios descrevem essa sustentação no contexto
parte integrante do
mandamentos, e fazemos o que é agradável
aerodinâmico como: força que carrega ou
plano de salvação
à sua vista” (I João 3:22).
dirige algo de uma posição mais baixa para
desde o início.
O Profeta Joseph Smith aprendeu em uma
uma mais elevada; força que ergue um objeto
revelação que lhe foi concedida em Kirtland em 1831:
a um novo nível ou altitude; força que age na direção
“Aquele que pede em Espírito pede de acordo com a vonascendente, opondo-se à ação da gravidade.
tade de Deus; portanto é feito como pede” (D&C 46:30).
O Salmista fixa metas ainda mais elevadas: “A ti, Senhor,
A fim de elevarem, melhorarem e desenvolverem seu
levanto a minha alma” (Salmos 25:1) e: “Levantarei os
relacionamento com Deus como filhos espirituais Dele,
meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro”
(Salmos 121:1). Ele convida vocês a voar com as águias, em vocês têm a oportunidade única de conversar com a fonte
suprema de sabedoria e compaixão do universo.
vez de ciscar com as galinhas.
As orações diárias, simples, porém sinceras e eficazes,
Erguer os olhos ao Deus do céu é um processo de
ajudarão vocês a elevar sua vida a um patamar espiritual
desenvolvimento de sua própria espiritualidade pessoal. É
superior. Em suas preces, vocês louvam a Deus, dão
um desejo de viver em harmonia com o Pai; o Filho, nosso
Salvador; e o Espírito Santo. É também a capacidade de ser graças a Ele, confessam suas fraquezas, fazem pedidos
segundo suas necessidades e expressam devoção proverdadeiramente “submisso, manso, humilde, paciente,
funda ao Pai Celestial. Ao fazerem isso em nome de Jesus
cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o
Cristo, o Redentor, vocês envidam um esforço espiritual
Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma
que resulta em maior inspiração, revelação e retidão —
criança se submete a seu pai” (Mosias 3:19).
Oração sincera. Com a atitude correta — que, a propóe não hipocrisia — e trazem a luz do céu para clarear
sito, também é necessária para produzir a sustentação para sua vida.
o vôo do avião — vocês conseguirão comunicar-se de
Tudo isso me faz lembrar de minha vida profissional
modo eficaz com o Pai Celestial, em vez de apenas pronun- como comandante numa companhia aérea: decolar em
ciar orações. Serão capazes de orar de sorte que as palaum dia chuvoso de um aeroporto mal iluminado, alçar vôo
vras atravessem o teto da casa e não sejam repetições
entre nuvens sombrias, espessas e ameaçadoras e depois,
determinarão seus atos. Controlem seus pensamentos.
Não se submetam à tentação. Aristóteles afirmou: “Da
mesma forma que temos o poder de agir, temos o poder
de não agir”.4
Com sabedoria, controlem e escolham cuidadosamente o que vocês permitirão que entre em
sua casa ou escritório por meio
do computador ou da televisão.
Optem por ler materiais, ver filmes e programas de televisão e buscar outras formas
de entretenimento que tragam pensamentos bons e edificantes em vez de desejos nocivos.
N
16
subitamente, ao atravessá-las e ganhar altitude, chegar à luz do sol e navegar num céu
azul sem fim, sentindo-me livre, em segurança e finalmente em casa. Mas essa sensação maravilhosa representa apenas uma
pequena parte do que podemos vivenciar
com nossas orações diárias.
Oposição e arbítrio. Uma palavra de
advertência: em aerodinâmica, a gravidade
e o atrito agem em oposição à sustentação. Esse mesmo princípio fundamental
faz parte integrante do plano de salvação
desde o início. Conforme Leí explicou:
“Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11; grifo
do autor). E como o anjo ensinou ao rei
Benjamim: “Porque o homem natural é inimigo de Deus (...) a não ser que ceda ao
influxo do Santo Espírito” (Mosias 3:19;
grifo do autor).
Isso nos leva ao grandioso dom de Deus
a Seus filhos: o arbítrio.
Leí ensinou essa doutrina de suma
importância a seus filhos. Ele disse: “O
Senhor Deus concedeu, portanto, que o
homem agisse por si mesmo. (...) E são
livres para escolher a liberdade e a vida
eterna por meio do grande Mediador de
todos os homens, ou para escolherem o
cativeiro e a morte, de
acordo com o cativeiro e o poder do diabo;
pois ele procura tornar todos os homens
tão miseráveis como ele próprio” (2 Néfi
2:16, 27).
Vocês têm o arbítrio e a liberdade de
escolha. Mas na verdade, o arbítrio não é
livre no sentido de gratuito. O arbítrio tem
seu preço. Precisam arcar com as conseqüências de suas escolhas.
O arbítrio humano foi comprado com
o preço do sofrimento de Cristo. O poder
da Expiação de Cristo anula os efeitos
do pecado com a condição do arrependimento sincero. Por meio da Expiação universal e infinita do Salvador, todos foram
redimidos da Queda e tornaram-se eternamente livres para agir por si mesmos
(ver 2 Néfi 2:26).
O arbítrio é uma questão espiritual. Sem
conhecimento das alternativas, vocês não
poderiam escolher. O arbítrio é tão importante em sua vida que
vocês não só podem
escolher a obediência
ou a rebeldia, mas precisam fazê-lo. Nesta
vida, vocês não podem
permanecer neutros;
não podem abster-se
do ato de receber ou
rejeitar a luz de Deus.
Ao aprenderem a
C
omo comandante numa
companhia aérea,
lembro-me de atravessar nuvens
escuras, chegar à
luz do sol e navegar num céu azul
sem fim, sentindome livre, em segurança e finalmente
em casa. Mas essa
sensação maravilhosa representa
apenas uma
pequena parte
do que podemos
vivenciar com
nossas orações
diárias.
A
ssim
como os
aviões necessitam
da força de um
motor para voar,
vocês precisam
seguir a fonte verdadeira e completa de poder
a sua disposição
para ajudá-los a
alçar vôo e cumprir o propósito
de sua criação.
Trata-se do poder
de Deus.
18
usar o dom do arbítrio para tomar decisões corretas, vocês aumentarão sua
sustentação e altitude espirituais. Logo
reconhecerão também outra fonte grandiosa de verdade espiritual: a palavra
escrita de Deus.
Banquetear-se com a palavra. Elevar o
olhar para o céu exige uma atitude positiva.
Com essa postura, surge o desejo de banquetearmo-nos “com a palavra de Cristo”
(2 Néfi 31:20) e não só folhearmos esporadicamente as escrituras ou as palavras dos
profetas.
Banquetear-se inclui examinar, refletir,
perguntar, orar e viver de acordo com a
palavra de Deus. Leiam as santas escrituras como se elas tivessem sido escritas
para vocês — pois de fato o foram. Néfi
disse: “Eis que as palavras de Cristo vos
dirão todas as coisas que deveis fazer”
(2 Néfi 32:3).
Uma escritura marcante do Novo
Testamento, Tiago 1:5, desencadeou o
maravilhoso processo que culminou com a
Restauração de todas as coisas. Posso pedirlhes que reservem tempo para banquetearse com a palavra de Deus? Ela está a nosso
alcance 24 horas por dia e sete dias por
semana, mas não deve ser tratada como um
produto de consumo rápido e descartável.
Jesus pedia aos ouvintes que fossem para
casa e meditassem sobre o que lhes
ensinara (ver 3 Néfi 17:3). O ato de
ponderar, banquetear-se e meditar
os ajudará a saber “em que fonte
procurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26).
Orar e banquetear-se com a palavra de Deus são dois elementos de
uma atitude voltada para o céu que
também contribuirá para aumentar
sua ética profissional e sua disposição de servir e edificar as pessoas.
Isso os ajudará a desempenhar suas
responsabilidades da Igreja com o desejo
de magnificar seus chamados, sem tentar
engrandecer-se perante as pessoas. Com
essa atitude divina, vocês se preocuparão
mais com a maneira pela qual servem
em vez de o cargo onde servem. O rei
Benjamim ensinou: “E eis que vos digo estas
coisas para que aprendais sabedoria; para
que saibais que, quando estais a serviço de
vosso próximo, estais somente a serviço de
vosso Deus” (Mosias 2:17). E fazemos isso
“[levantando] as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados” (Hebreus 12:12).
Terceiro: Vocês Precisam Encontrar
a Verdadeira Fonte do Poder Divino
e Confiar Nele
Os irmãos Wright precisavam de um motor
para fazer seu avião voar. Sem isso, não haveria sustentação ou propulsão para permitir o
vôo — na realidade, não haveria avião.
Vocês dispõem de uma fonte verdadeira e
completa de poder para ajudá-los a cumprir o
propósito de sua criação. Trata-se do poder de Deus, que
e honesta: ‘Pai, quero tomar a melhor decisão. Quero fazer
exerce uma influência sutil e amorosa na vida de Seus
o que é correto. Isto é o que acho que devo fazer; mostrafilhos, elevando-os e dando-lhes sustentação. Manifesta-se
me se é o curso certo’. Ao fazerem isso, vocês poderão
como a Luz de Cristo, o Espírito de Cristo, o Espírito de
sentir um ardor no peito, caso a decisão seja correta. (...)
Deus, o Espírito Santo e o dom do Espírito Santo.
Quando vocês aprenderem a andar pelo Espírito, nunca
O Espírito Santo é chamado de Consolador.
cometerão erros”.8
O Profeta Joseph Smith referia-se aos susA origem latina da palavra “conforto”, próxima
surros do Espírito como repentinas “correntes
de consolo, é com fortis, que transmite a idéia
de idéias“.9
de força na união. À medida que o Espírito
O Espírito Santo os tornará independentes.
Santo visitar o seu espírito, vocês se tornarão
Espírito
Se vocês aprenderem a ter o Espírito Santo
mais fortes do que seriam sozinhos. Ao receSanto será o como companheiro constante, todas as outras
berem o Espírito Santo, recebem vigor, força,
vento sob suas asas, coisas necessárias se ajustarão. Por meio de sua
paz e consolo.
semeando em seu
retidão pessoal, o Espírito de Deus os guiará
O Profeta Joseph Smith ensinou: “Existe
coração a firme
para que aprendam a controlar-se, melhorar sua
uma diferença entre o Espírito Santo e o dom
altitude, alcançar patamares espirituais mais
do Espírito Santo. Cornélio recebeu o Espírito convicção da divinelevados e achar a verdadeira fonte do poder
Santo antes de ser batizado, que para ele foi o dade do Senhor
Jesus Cristo.
divino e confiar nela.
poder persuasivo de Deus sobre a veracidade
do Evangelho; mas só poderia receber o dom
do Espírito Santo depois de ser batizado. Se ele não tivesse O Vento Sob Suas Asas
Para retomarmos a metáfora do vôo de uma aeronave,
tomado sobre si esse sinal ou ordenança, o Espírito Santo
muitas coisas são necessárias para fazer um avião voar em
que o convencera da verdade de Deus ter-se-ia apartado
segurança, mas a mais importante, como eu costumava
dele. Antes de obedecer a essas ordenanças e receber o
dizer, é o “vento sob as asas”. Sem ele, não há sustentação,
dom do Espírito Santo pela imposição de mãos, segundo
ascensão nem vôo rumo à imensidão azul ou a destinos
a ordem de Deus, ele não poderia ter curado enfermos
6
belos e longínquos.
ou expulsado o espírito mau de um homem”.
O Élder Parley P. Pratt (1807–1857), do Quórum dos
O Espírito Santo será o vento sob suas asas, semeando
Doze Apóstolos, ensinou que o Espírito Santo “inspira
em seu coração a firme convicção da divindade do Senhor
virtude, gentileza, bondade, ternura, cortesia e caridade.
Jesus Cristo e Seu lugar no plano eterno de Deus, seu Pai
Desenvolve beleza nas pessoas, tanto física como moral.
Eterno. Por meio do Espírito Santo, conhecerão seu lugar
Contribui para a saúde, o vigor, o ânimo e o entrosanesse plano e seu destino divino e eterno. Vocês se conmento social. Melhora e revigora todas as faculdades do
verterão ao Senhor, Seu evangelho e Sua Igreja e jamais
homem físico e intelectual. Fortalece, reanima e tonifica
se afastarão. ■
os nervos. Em suma, é (...) medula para os ossos, alegria
De um discurso proferido num devocional da Universidade
Brigham Young em 11 de novembro de 2003.
para o coração, luz para os olhos, música para os ouvidos
7
e vida para todo o ser”.
NOTAS
.mit.edu/Aristotle/nicomachaen
1. Ver Tom D. Crouch, The
O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), primeiro
.3.iii.html.)
Bishop’s Boys: A Life of Wilbur
conselheiro na Primeira Presidência, incentivou-nos: “Vocês
5. Stand Ye in Holy Places (1974),
and Orville Wright (1989),
p. 318.
p. 166.
podem tomar decisões corretas em todas as áreas de sua
6. History of the Church, volume
2. The Notebooks of Leonardo
vida se aprenderem a seguir a orientação do Espírito Santo.
4, p. 555.
da Vinci, ed. Irma A. Richter
7. Key to the Science of Theology,
(1980), p. 261.
Podem fazer isso caso se disciplinem para sujeitar seus pró9a ed. (1965), p. 101.
3. The Miracle of Forgiveness
prios sentimentos aos sussurros do Espírito. Examinem seus
8. Conference Report, outubro
(1969), p. 235.
de 1961, pp. 60–61.
4. Nicomachean Ethics, trans.
problemas e tomem decisões em espírito de oração. Então,
9. History of the Church,
W. D. Ross, volume 3, capítulo
levem essas resoluções e digam a Ele, numa súplica simples
volume 3, p. 381.
5 (ver Internet, http://classics
O
A L I A H O N A JULHO DE 2006 19
O Canto dos
Um Alicerce de Fé na Selva
Os anos de 1998 e 1999 foram um período
de acontecimentos terríveis no Congo. Fugi
de minha cidadezinha por causa da guerra e
passei mais de sete meses vagando pela selva
com um grupo de pessoas de minha cidade.
Não tínhamos como voltar para casa.
Todas as noites, nosso grupo reunia-se para orar e cantar, e uma pessoa de cada vez propunha um hino. Quando
chegou minha vez, sugeri “Que Firme Alicerce” (Hinos,
42). Embora ninguém mais conhecesse esse hino, senti
que correspondia exatamente a nossas preocupações.
Cantei “Que Firme Alicerce” muitas vezes naqueles sete
meses. Isso me trazia consolo em meus momentos de solidão e sofrimento, quando a vida era tão difícil devido às
doenças e à fome na selva. Eu cantava sozinho, mas a letra
e a melodia penetravam os ouvidos e coração dos outros:
“Na vida ou na morte, no fausto ou na dor, / Quer pobres
ou ricos tereis o seu amor. / No mar ou na terra, em todo
lugar, / De todo perigo (...) vos há de livrar”. Por causa dessas palavras, algumas pessoas manifestaram interesse em
aprender mais sobre a Igreja.
Um dos homens de nosso grupo era o líder de uma
igreja em nosso país. Depois de voltarmos a nossa cidade,
ele disse-me que queria conhecer o evangelho melhor.
Atendi a seu pedido, seguindo o exemplo dado por Alma
em Mosias 18. (Ver os vv. 8–10.) Por fim, ele filiou-se à
Igreja.
O hino “Que Firme Alicerce” tocou-me a alma e
trouxe-me grande alegria e consolo enquanto eu estava
longe da civilização e dá-me grande alegria hoje quando
20
vejo que contribuiu para a conversão de um
bom irmão.
Thierry Alexis Toko, República do Congo
Os Hinos Reconfortam-me a Alma
Os hinos sagrados traziam-me paz
mesmo antes de tornar-me membro da
Igreja. Converti-me ao evangelho muito
antes de ser batizada, pois meus pais exigiram que eu esperasse a idade de 18 anos,
a maioridade legal. Sentia-me grata pela
preocupação deles comigo, mas era uma
situação difícil. Eu sonhava em ter uma família
santo dos últimos dias que estudasse as escrituras em
conjunto, realizasse a noite familiar e na qual os membros
prestassem testemunho uns aos outros. Eu gostaria que
minha mãe me perguntasse sobre meu Progresso Pessoal
das Moças, em vez de ridicularizar-me por não tomar chá.
Eu queria que meu pai compreendesse que meu desejo
de unir-me à verdadeira Igreja de Deus era sincero, não
fanático. Ao enfrentar as críticas, percebi que as tribulações
eram um teste de minha fé. Ainda assim, meu coração
estava pesado.
Frustrada e exausta, assisti a uma conferência de estaca
apenas 43 dias antes de completar 18 anos. Assim que me
sentei no salão onde se desenrolava a reunião, senti imediatamente o Espírito. Naquele instante, encontrei meu
refúgio. Entre dois discursos inspiradores, os missionários
de tempo integral cantaram “Amai-vos Uns aos Outros”
(Hinos, 197), primeiro em inglês e depois em chinês. Não
compreendi a letra em inglês e mal conhecia os dois missionários, mas fui profundamente tocada. O hino parecia
descrever A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, na qual os membros verdadeiramente se amavam
e se importavam uns com os outros. Quando eu estava
na Igreja, sentia-me em casa; as pessoas amavam-me e
apoiavam-me.
FOTOGRAFIAS: JOHN LUKE; ILUSTRAÇÃO: GREGG THORKELSON
Membros da Igreja contam
como os hinos lhes trouxeram paz e coragem ao coração em momentos difíceis.
Justos
Hoje sou membro da Igreja e ainda enfrento dificuldades semelhantes às do passado. Contudo, quando me
sinto triste e solitária, canto hinos, e isso consola meu
coração. Os hinos saciam meu coração sedento e alimentam minha alma faminta. Trazem paz em momentos de
exaustão e dão-me coragem para seguir avante. Fazem-me
perceber que Deus sabe quem eu sou e me ama.
Wen Siuan Wei, Taiwan
Os Hinos Levaram-me ao Batismo
Em 28 de outubro de 2000, mudei-me para uma
casa que ficava atrás de uma capela santo dos últimos
dias. Ao arrumar minhas coisas em minha primeira
noite lá, vi que havia movimento na Igreja. Como
não estava acostumada a tanto ruído à noite, no início
fiquei incomodada. Então, uma senhora da Igreja
veio a minha casa e convidou-me para a
A L I A H O N A JULHO DE 2006 21
atividade daquela noite. Como eu pertencia a outra religião, recusei e disse que não queria misturar minhas crenças. Durante a atividade, ouvi os membros da Igreja cantar
hinos e achei as músicas muito belas.
No domingo, levantei-me cedo e fui a minha igreja, mas
quando voltei para casa, vi que a capela
estava cheia de gente e, mais uma vez, ouvi
hinos. As músicas eram lindas e senti algo
tocar-me profundamente o coração. À
tarde, havia novamente pessoas na capela.
Dessa vez, desliguei a televisão e prestei
atenção à música que vinha de lá.
Enquanto eles cantavam, fiquei perto da
janela. Senti algo especial, uma enorme paz
no coração. Eu queria sair para o jardim a
fim de estar mais perto deles. Minhas emoções eram tão fortes que comecei a chorar.
Minha filha e eu saímos. Um homem da
Igreja aproximou-se, olhou para mim e convidou-nos para assistir a um batismo. Inicialmente recusei,
mas depois senti que deveria entrar. Chamei minha filha,
mas ela não queria acompanhar-me. Mesmo assim, não
resisti. Por fim, minha filha também veio e assistimos ao
batismo. Emocionei-me e senti-me tocada pelo Espírito. Em
10 de dezembro de 2000, eu e minha filha fomos batizadas
na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Os hinos mudaram minha vida. Eu era uma pessoa profundamente triste e hoje sou feliz. Sou grata pelos hinos
que louvam e exprimem amor ao Senhor. Eles ajudaramme a chegar ao batismo.
Certa noite, por volta das 3 h da manhã, nosso telefone
tocou. Quando atendi, no início não entendi o que dizia
a mulher do outro lado da linha. Ela estava transtornada,
mas eu não fazia idéia de como ajudar ou o que dizer.
Iniciei uma prece silenciosa. Ao orar, reconheci que era
a voz daquela irmã menos ativa que conhecêramos recentemente. Embora eu não conseguisse compreendê-la completamente, senti
que ela estava sentindo solidão e precisava
saber que era amada. Mas como eu poderia
dizer-lhe isso? Não conseguia achar palavras
em inglês, muito menos em coreano.
De repente, lembrei-me de que tinha
memorizado a letra do hino “Sou um Filho de
Deus” (Hinos, 193) em coreano. Depois que
a irmã parou de falar, perguntei pausadamente se poderíamos entoar esse hino juntas. Ela concordou. Quando cantamos, tive
uma sensação maravilhosa de paz e consolo. Era como se
o Pai Celestial estivesse abraçando nós duas, lembrandonos de seu amor por nós e dando-nos a certeza de que
estaria sempre do nosso lado quando precisássemos Dele.
Depois de terminarmos de cantar, a irmã disse-me
que estava melhor e desejou-me boa noite. Voltei para
o quarto, impressionada com o Espírito que ainda reinava em meu coração. Senti-me imensamente grata por
saber que quando um filho de Deus pede ajuda numa
noite escura, o Pai Celestial está sempre a postos para
responder.
Diantha Smith, Utah, EUA
Carmelinda Pereira da Silva, Brasil
Um Espírito de Paz em meio a Turbulências
Um Filho de Deus
Servi como missionária em Seul, Coréia, e acabara de
ser transferida para uma nova área. Eu achava a cidade de
vários milhões de habitantes assustadora, e minha fluência
no coreano ainda deixava muito a desejar, mas eu sabia
que estava onde o Senhor desejava.
Certo dia, eu e minha companheira tivemos a bênção
de conhecer um membro que não freqüentava a Igreja
havia anos. O pai dela falecera recentemente e ela precisava muito de consolo espiritual e emocional. Fomos
visitá-la em sua casa, mas não consegui entender quase
nada da conversa.
22
Minha família entrou para a Igreja em 1977, quando
eu tinha 11 anos de idade. Naquela época, uma violenta
guerra civil acabara de eclodir em nosso país natal, El
Salvador. A crise política era grave, e havia constantes confrontos armados entre o exército e os rebeldes, o que forçou o governo a fixar um toque de recolher às 18 h para
todos os cidadãos. Não havia liberdade de reunião nem de
expressão, e sentíamo-nos ameaçados tanto pelo exército
como pelos rebeldes.
Esses acontecimentos levaram muitas pessoas a procurar meios de emigrar para qualquer lugar que conseguissem. Minha família não constituía exceção. Meu pai aceitou
uma proposta de trabalho na Venezuela na esperança de
tirar-nos do perigo. Durante algum tempo, minha mãe
ficou sozinha com as crianças, como chefe da casa.
A guerra foi um período difícil para a Igreja. O mesmo
vôo que levou meu pai para a Venezuela transportou os
últimos 15 missionários para fora de El Salvador. Isso significava o fim de qualquer chance para a população de receber os mensageiros do evangelho de Jesus Cristo por
muito tempo.
No fim de 1979, nós e outros membros da Igreja, principalmente os jovens, começamos a fazer a obra missionária
por nossa própria conta. Organizamos pequenos corais e
cantávamos nas ruas para dar esperança ao povo. Ao fazermos isso, travamos contato com muitas pessoas que se
interessaram em aprender sobre o evangelho.
Ao mesmo tempo, aprendemos a viver em condições
perigosas. Sempre que havia confrontos ou explosões, jogávamo-nos no chão e esperávamos que tudo logo voltasse à
normalidade. Nossa mãe cobria-nos com colchões para
proteger-nos. O que nos trouxe paz naqueles momentos
difíceis foram os hinos. Deitados no chão, segurávamos
o hinário e nossa mãe incentivava-nos a cantar “Vinde,
Ó Santos” (Hinos, 20), “Que Firme Alicerce” (42), “Que
Manhã Maravilhosa” (12), “No Monte a Bandeira” (4), “Ó
Meu Pai” (177), “Assombro Me Causa” (112) e muitos
outros hinos que nos consolavam em nossas adversidades. Naquela época, chorávamos muito por causa
da tensão, mas ao entoar os hinos, ganhávamos
coragem para enfrentar a terrível situação.
Algum tempo depois, nosso pai conseguiu
levar-nos para a Venezuela, onde começamos uma
nova vida. Agradecemos ao Pai Celestial por manternos juntos e com vida. Por meio dessa experiência,
aprendi que os hinos convidam um espírito de paz
em momentos difíceis. ■
Ana Gloria Hernández de Abzuela, Venezuela
A L I A H O N A JULHO DE 2006 23
SEM VOCÊ,
NÃO É A
MESMA COISA.
(Ver D&C 84:110.)
24
FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND, COM UTILIZAÇÃO DE MODELOS
APOIO
MÚTUO
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Fortalecer a Família
Em espírito de oração,
leia a mensagem a
seguir e escolha as
escrituras e ensinamentos que melhor atendam às
necessidades das irmãs que você
visita. Fale de suas experiências e
de seu testemunho e incentive as
irmãs a fazerem o mesmo.
Bênçãos de pertencer à Sociedade
de Socorro: A Sociedade de Socorro
promove o viver previdente, a administração sábia do lar e a participação
no trabalho do templo e de história
da família para ajudar cada irmã a
honrar seu legado.
Bonnie D. Parkin, presidente geral
da Sociedade de Socorro: “Minha asso-
ciação à Sociedade de Socorro me
renovou, fortaleceu e fez com que
me comprometesse a ser melhor
esposa e mãe e melhor filha de Deus.
Meu coração cresceu no entendimento do evangelho e no amor pelo
Salvador e pelo que Ele fez por mim.
Assim, a vocês, queridas irmãs, eu
digo: Compareçam à Sociedade de
Socorro! Ela encherá seu lar de
amor e caridade, e nutrirá e fortalecerá tanto vocês como sua família”
(“Como a Sociedade de Socorro
Abençoa Sua Vida?”, A Liahona,
novembro de 2004, p. 35).
Como a Administração Sábia do Lar
Fortalece nossa Família?
D&C 93:43, 50: “Terás que pôr em
ordem tua casa. (...) Sejam mais diligentes e interessados em casa”.
Provérbios 31:10, 13, 25, 27: “Mulher
virtuosa quem a achará? O seu valor
muito excede ao de rubis. (...)
[Ela] trabalha de boa vontade com
suas mãos. (...)
A força e a honra são seu vestido,
e se alegrará com o dia futuro. (...)
Está atenta ao andamento da casa.”
Presidente Gordon B. Hinckley:
“Rogo-lhes que sejam comedidos
em suas despesas, controlem-se
no que se refere a compras, que
evitem ao máximo as dívidas, que
as paguem assim que possível e
se livrem da servidão.
(...) Se já pagaram suas dívidas, se
têm uma reserva, mesmo que seja
pequena, mesmo que chegue a tempestade, terão abrigo (...) e paz no
coração” (“Para os Rapazes e para
os Homens”, A Liahona, janeiro de
1999, p. 66).
De que Forma a Adoração no Templo
e o Trabalho de História da Família
Fortalecem nossa Família?
Presidente Ezra Taft Benson
(1899–1994): “O templo traz-nos cons-
tantemente à lembrança o fato de que
Deus deseja que a família seja eterna.
(...) Freqüentem o templo (...) a fim
de terem direito às bênçãos mais elevadas do sacerdócio. (...)
(...) Quando forem ao templo e
realizarem as ordenanças da casa do
Senhor, receberão certas bênçãos:
Receberão o Espírito de Elias, que
voltará seu coração para seu cônjuge,
seus filhos e seus antepassados.
Amarão sua família com um amor
ILUSTRAÇÃO: SHANNON CHRISTENSEN
mais profundo do que jamais amaram antes” (“What I Hope You
Will Teach Your Children about
the Temple”, Tambuli, abril–maio
de 1985, pp. 2, 6).
Presidente Howard W. Hunter
(1907–1995):
“Freqüentem o templo com a maior regularidade
que as circunstâncias permitam.
Mantenham uma fotografia do
templo exposta no lar para que
seus filhos a vejam. Ensinem-lhes
os propósitos da Casa do Senhor.
Incentive-os desde a tenra infância
a prepararem-se para ir lá.
(...) Coletem informações sobre
a história de sua família e
preparem o nome de seus
antepassados para as ordenanças sagradas realizadas
somente no templo. Essa
pesquisa familiar é
essencial para o trabalho do templo, e as
pessoas que o realizarem certamente
serão abençoadas”
(“Exceeding Great
and Precious Promises”,
Ensign, novembro de
1994, p. 8). ■
Apesar dos Gritos,
Latidos
e da CHUVA
Eu ouvira meus amigos
contar histórias extraordinárias sobre sua missão.
Então por que eu estava tão infeliz?
“P
or que você não me disse
como é horrível?”, escrevi ao Élder
Newman, um de meus instrutores no Centro
de Treinamento Missionário. Quando cheguei ao campo
missionário há 20 anos, foi dificílimo, e odiei as primeiras
semanas. Eu estava disposta a ir até o fim da missão, pois
não era de desistir no meio do caminho, mas jamais poderia
dizer a alguém que tinham sido os melhores 18 meses da
minha vida.
O Élder Newman respondeu: “Lamento que você se
sinta assim, Síster Betz. Na verdade, eu e o Élder Bradford
tentamos avisar todos vocês. Sempre tentamos, mas ninguém quer acreditar. Não se preocupe. As coisas vão
melhorar. E quando chegar a hora de voltar para casa,
você ficará feliz por ter servido em uma missão”.
Assumi a resolução de tornar minha experiência a
melhor possível. Afinal de contas, eu tinha certeza de que
o Pai Celestial queria que eu fosse à missão, e eu não podia
negar o Espírito que sentira ao buscá-Lo e apresentar-Lhe
minha decisão de servir. Muitos de meus amigos tinham
servido ou estavam servindo como missionários e pareciam compreender coisas no evangelho que, por algum
motivo, estavam fora de meu alcance. Todos os meus amigos missionários contavam histórias extraordinárias de
pessoas cuja vida fora tocada pelo evangelho e de milagres
26
que eles testemunhavam diariamente.
Todos diziam que servir em uma missão era a
melhor coisa que já tinham feito, e suas experiências
tinham-me ajudado a tomar a decisão de servir.
Contudo, lá estava eu no norte da Alemanha com dificuldade para adaptar-me ao novo fuso horário, a uma
companheira sênior quase tão inexperiente quanto eu e
a baixas temperaturas em junho, em pleno verão boreal.
Estávamos sempre encharcadas, pois pegávamos chuva
pelo menos duas vezes por dia. Nossa aparência levava a
crer que percorrêramos extensos pântanos e lamaçais. O
fato de andarmos de bicicleta não melhorava em nada a
situação. Morávamos no topo de uma das poucas colinas
existentes no norte da Alemanha e parecia que nossos
pesquisadores moravam todos no alto de outra. Contudo,
muito mais desanimador era minha consciência de ainda
não ter aprendido a reconhecer a sutil influência do
Espírito. Isso muito me preocupava, e eu achava que
estava fadada ao fracasso como missionária. E nem fazia
dois meses que eu chegara à Alemanha.
Contudo, o incrível foi descobrir que o Élder Newman
tinha razão. As coisas de fato melhoraram. Nenhuma das
dificuldades desapareceu, mas aprendi a reconhecer e
apreciar os bons momentos.
Houve, por exemplo, a viagem de volta de minha
ILUSTRAÇÃO: SCOTT SNOW
KAT H A R I N A B E T Z B I R C H
A L I A H O N A JULHO DE 2006 27
segunda conferência de zona. Trocamos de trem e, ao
conversarmos distraidamente com uma senhora sobre
o novo Templo de Freiberg, percebi que fizéramos uma
parada numa cidade que não estava prevista. Demo-nos
conta de que pegáramos o trem errado e logo saltamos.
Infelizmente, o próximo trem na direção certa só
passaria duas horas depois e nossa conexão posterior só poderia ser feita bem mais tarde. Ao esperarmos naquela estação ferroviária, tivemos
tempo para ler “O Messias Inconveniente”, um
artigo do Élder Jeffrey R. Holland, na época presidente da Universidade Brigham Young, que constava da Ensign que acabáramos de receber. Suas
observações pareciam ter sido feitas sob medida
para mim:
“Assim, peço-lhes que sejam pacientes nas coisas do
Espírito. Talvez sua vida seja diferente da minha, mas
duvido muito. (...) Minha missão não foi fácil. (...)
(...) Todos, com exceção de uns raros privilegiados,
precisarão realizar a obra de Deus de maneira modesta e
em circunstâncias prosaicas. À medida que vocês se empenharem para conhecê-Lo e saber que Ele os conhece; à
proporção que investirem seu tempo e enfrentarem as
inconveniências em seu serviço discreto e humilde, vocês
de fato verão cumprir-se a seguinte escritura: ‘Aos seus
anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos’
(Mateus 4:6). Pode ser que isso não ocorra de imediato;
é bem provável que não, mas há um propósito para essa
demora. Dêem valor a seus fardos espirituais, pois Deus se
comunicará com vocês por meio deles e usará vocês para
fazer a obra Dele caso os carreguem a contento” (Tambuli,
março de 1989, 23; Ensign, fevereiro de 1984, p. 70).
Minha experiência no campo missionário ajudou-me a
compreender essas palavras, e o Espírito prestou-me um
testemunho contundente, penetrante e consolador dessas
verdades naquela solitária estação de trem.
Já estava ficando tarde, certa noite em que eu e a Síster
Gubler batíamos nas portas de um grande prédio de apartamentos. Ficamos meio surpresas quando uma senhora
idosa convidou-nos para entrar, mas nós duas sentimos seu
grande sofrimento. Quando nos sentamos em sua sala
escura, ela contou-nos a história da morte de seu marido e
do desprezo que lhe reservavam seus enteados. Sabíamos
que ela precisava urgentemente sentir o amor do Pai
Celestial por ela. Pedi a Bíblia dela e li as seguintes belas
palavras: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim;
(...) e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o
28
meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29–30).
O Espírito entrou na sala. À medida que lágrimas banhavam
o rosto de nós três, eu e minha companheira prestamos testemunho a ela de que o Pai Celestial conhecia sua dor e a
amava. Pelo menos uma conversão ocorreu naqueles
momentos breves e preciosos: a minha.
Gradualmente, percebi que minha percepção
estava mudando. As pessoas continuaram a gritar
conosco, os cachorros continuaram a latir para
nós, continuamos a molhar-nos na chuva, a
ver palestras serem canceladas sem aviso prévio e a ser ignoradas; minha mochila ficou
ainda mais pesada; minhas roupas desgastavam-se a cada dia; e a responsabilidade de tocar
a vida de milhares de pessoas às vezes parecia um
peso insuportável. Contudo, as grosserias magoavam-me
cada vez menos, as dores e penas diminuíam e a vida ficava
cada vez mais luminosa à medida que meu testemunho se
fortalecia. Senti mudanças acontecerem dentro de mim e
daqueles a quem ensinávamos o evangelho.
Havia Uwe, um ambientalista jovem e idealista que
ouviu o plano de salvação e soube que a mensagem era
verdadeira. Ele percorreu oito quilômetros de bicicleta
para ir à Igreja num domingo de manhã em resposta a
nosso convite, ainda que não houvesse espaço nos bancos
da capela para suas pernas longas e enfiadas numa calça de
couro. Quando ele orou de joelhos pela primeira vez, sentimos a paz que entrou em seu coração e vimos seu semblante transformar-se.
Um médico e sua esposa tentavam opor-se a tudo o que
lhes ensinávamos, mas de alguma forma não conseguiam.
Embora não tenham aceitado o evangelho restaurado de
Jesus Cristo naquela época, permitiram com prazer que
seus filhos visitassem o ramo em Glückstadt para as reuniões dominicais e outras atividades.
Certo dia, quando eu e minha nova companheira, a Síster
Neumann, estávamos ensinando uma jovem adorável, seu
namorado, Tom, veio visitá-la. Ela já nos avisara que ele não
queria que ela continuasse as palestras. Tom viu nossas bicicletas em frente à casa e sabia que estávamos lá naquela
manhã, assim decidiu esperar na rua até sairmos. Enquanto
aguardava, sua curiosidade aumentou e ele pensou em cada
vez mais perguntas que poderia fazer-nos. Por fim, seu interesse foi maior que suas reservas, e ele entrou para pôrnos à prova. Depois de explicarmos brevemente
os princípios básicos do evangelho e esboçarmos a Apostasia e a Restauração,
marcamos uma data para começarmos a
ensiná-lo: na noite seguinte. Ele foi batizado
dez semanas depois. Senti uma alegria tão
grande que me disporia a servir como missionária por mais 10 anos se pudesse.
Astrid e Jennifer, irmãs, encontraram a
Igreja antes de serem encontradas pelos
missionários. O interesse de Jennifer surgiu
quando ouviu falar da Igreja numa aula de
religião na escola, o que a levou a fazer algumas pesquisas. Na biblioteca local, achou
edições traduzidas para o alemão do Livro
de Mórmon e A Igreja Restaurada, de
William E. Berrett. Ela e Astrid leram essas
obras juntas. Consultaram a lista telefônica
de Bremen para ver se encontravam um
endereço dessa igreja “americana”, sem
acreditar inicialmente que de fato achariam
algo. Tiveram a feliz surpresa de verificar
que havia uma capela em sua própria
cidade. Escreveram para lá perguntando
como poderiam filiar-se a essa Igreja restaurada de Jesus Cristo. É claro que tivemos
um prazer enorme em ajudar.
Os Oehlers, os Kaldeweys, a dona Sirisko,
o senhor Lange, o senhor Todt e milhares de
outras pessoas pararam para conversar ou
ouvir, ainda que por alguns momentos —
às vezes mais — a fim de podermos
prestar testemunho e plantar uma
semente do evangelho. Nesta vida,
nunca verei os frutos que a maioria
dessas sementes produzirão, mas os
Claassens foram batizados depois
que fui transferida de sua
cidade, e a dona Mahnke
adquiriu um testemunho e
filiou-se à Igreja muito depois de minha desobrigação da missão.
O Élder Newman tinha razão. Quando chegou a hora de deixar a Alemanha, meu coração se expandira a ponto de encerrar um
mundo totalmente novo cheio de pessoas,
idéias, tradições e costumes — sem falar nas
impressões espirituais — que ficarão gravados nele para sempre. Aprendi a amar, a doar
e a sofrer por pessoas que antes eu considerava meros estranhos.
Depois que voltei para casa, ao trabalhar
com os missionários no CTM, tentei ajudá-los
a ver que, embora houvesse bênçãos grandiosas reservadas para eles, a missão
às vezes seria penosa. Eles
nunca entendiam muito
bem. Na verdade, eu nem
esperava isso deles — essa
consciência viria bem
depois. ■
“Dêem valor a seus
fardos espirituais,
pois Deus se comunicará com vocês
por meio deles.” Ao
ler essas palavras
numa solitária estação de trem, o
Espírito prestou-me
testemunho de sua
veracidade.
A L I A H O N A JULHO DE 2006 29
A PLENITUDE DO EVANGELHO
Despojar-nos do
Homem Natural
Continuação de uma série em que
se examinam doutrinas ímpares de
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.
D
urante séculos, filósofos e teólogos vêm debatendo
a questão da natureza humana. Ao longo dos anos,
três filosofias gerais predominaram: que as pessoas
são fundamentalmente boas, que são intrinsecamente más
e que são neutras (uma página branca a ser preenchida).
Podemos ser gratos ao fato de o evangelho restaurado de
Jesus Cristo revelar a verdadeira natureza do homem e
conferir propósito, significado e direção ao desafio da vida
de despojar-nos do “homem natural” (Mosias 3:19).
Uma Natureza Dual
Por causa da Queda de Adão e Eva, “toda a humanidade se transformou num povo perdido e decaído”
30
(Alma 12:22). O rei Benjamim ensinou que o homem
decaído ou “natural é inimigo de Deus e tem-no sido
desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não
ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se
do homem natural e torne-se santo pela expiação de
Cristo, o Senhor” (Mosias 3:19).
O Presidente David O. McKay (1873–1970) ensinou
que, por causa da Queda, temos uma natureza dual: “Uma
parte dela está ligada à vida terrena ou animal; a outra, à
divindade. A menos que um homem se dê por satisfeito
com o que designamos como mundo animal, com o que
o mundo animal lhe tem a oferecer, cedendo sem esforço
aos caprichos de seus apetites e paixões e deslizando cada
vez mais nos domínios da permissividade, ele deve, por
meio do autodomínio, erguer-se e buscar os deleites intelectuais, morais e espirituais que dependerão das escolhas
que ele fizer todos os dias, ou melhor, em todos os
momentos de sua vida”.1
como freqüentar as reuniões dominicais, servir
Nosso espírito vem da presença de Deus,
no templo e estudar as escrituras.
e “todo espírito de homem era inocente
no princípio” (D&C 93:38). Nosso corpo
físico também é um dom de Deus. Um
Modificar nossa Natureza
recisamos de
motivo pelo qual queríamos vir a esta Terra
O alimento e o exercício espirituais podem
alimento e
era o desejo de tornar-nos mais semelhantes
fortalecer-nos em nosso empenho de goverexercício
ao Pai Celestial, que tem um corpo físico.
nar o corpo, mas essa meta torna-se muito
espirituais para
Conseqüentemente, um de nossos desafios
mais fácil se o corpo puder ser santificado de
controlar o corpo e
na mortalidade é aprender a administrar e
seu estado corrupto ou “natural”. (Ver Morôni
mantê-lo sujeito à
usar nosso corpo a contento, bem como cui- vontade de Deus.
10:32—33.) Essa santificação vem por meio
dar dele. Se pudermos governar as tendênde Cristo e do ministério do Espírito Santo.
cias naturais da carne, nos ergueremos rumo ao tipo de
O Élder Parley P. Pratt (1807–1857), do Quórum dos
vida espiritual descrita pelo Presidente McKay. Contudo,
Doze Apóstolos, ensinou que “o dom do Espírito Santo
se permitirmos que o “homem natural” tome as rédeas,
(...) aviva todas as faculdades intelectuais, aumenta,
nos veremos em posição de inimizade com Deus e Seus
expande, amplia e purifica todas as paixões e afetos e
propósitos. (Ver Mosias 3:19.)
adapta-os, pelo dom da sabedoria, a seu uso lícito”.3 As
paixões não são intrinsecamente más. Nas pessoas justas,
as paixões podem ser um meio de promover grandiosas
A Batalha
obras de retidão.
O Élder Melvin J. Ballard (1873–1939), do Quórum dos
Portanto, a mensagem do evangelho é que não
Doze Apóstolos, ensinou que “todos os ataques empreenprecisamos entregar-nos a nossas fraquezas e desejos
didos pelo inimigo de nossa alma para aprisionar-nos visada carne. As boas novas do evangelho ensinam que,
rão à carne, pois ela é composta de terra não redimida, e
por meio da Expiação de nosso Salvador e do uso adeele tem poder sobre os elementos da Terra. Sua estratégia
baseia-se nos desejos, apetites e ambições da carne. Toda a quado do arbítrio, podemos passar por uma mudança
fundamental em nossa natureza. O Presidente Ezra Taft
ajuda que recebermos do Senhor para socorrer-nos nessa
Benson (1899–1994) ensinou que o mundo tenta “molluta virá por meio do espírito que habita este corpo mordar o comportamento humano, mas Cristo pode mudar
tal. Assim, essas duas forças de peso estão agindo sobre
a natureza humana”.4 De fato, como declarou Pedro,
nós por esses dois canais.
(...) Se desejarem um espírito forte que domine o
pelo poder do Senhor podemos ser “participantes da
corpo, devem certificar-se de que seu espírito receba
natureza divina, havendo escapado da corrupção, que
alimento espiritual e exercício espiritual. (...)
pela concupiscência há no mundo”. (Ver II Pedro 1:3—
Os homens ou mulheres que não receberem alimento
4.) Por meio da Expiação de Cristo, o ser humano pode
nem exercício espiritual acabarão por enfraquecerem-se
despojar-se do homem natural e tornar-se santo, “subespiritualmente e a carne prevalecerá. Já os que obtiverem
misso, manso, humilde, paciente [e] cheio de amor”
tanto alimento como exercício espiritual controlarão esse
(Mosias 3:19). ■
corpo e o manterão sujeito à vontade de Deus.”2
NOTAS
O Élder Ballard identificou várias formas de alimento e
1. Gospel Ideals (1953), pp. 347–348.
2. “The Struggle for the Soul”, Tambuli, setembro de 1984, p. 37.
exercício espirituais: orar, tomar o sacramento e servir ao
3. Key to the Science of Theology, 9a ed. (1965), p. 101.
4. “Born of God”, Ensign, novembro de 1985, p. 6.
próximo. As escrituras e os profetas mostram-nos outras,
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA © GETTY IMAGES; À DIREITA: FOTOGRAFIA: JAVIER CORONATI, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; FOTOGRAFIA DE FUNDO © DYNAMIC GRAPHICS
P
A L I A H O N A JULHO DE 2006 31
Camboja
Terra de Paz em Construção
Em 1994, o Camboja abriu as portas
para os missionários de proselitismo,
que hoje contam com o apoio entusiasta de mais de 6.000 membros.
MARISSA A. WIDDISON
Revistas da Igreja
D
esde o reconhecimento oficial da Igreja pelo
governo cambojano em 1994, histórias de fé, coragem e conversão (como as de Kun) passaram a
integrar o legado pioneiro desse país. A vida de inúmeras
pessoas é modificada diariamente e os missionários continuam a trabalhar lado a lado nesse país asiático tropical.
Em 1994, o Élder Donald Dobson e a Síster Scharlene
Dobson foram transferidos de seu trabalho na Índia para
servirem como os primeiros missionários do Camboja. Em
27 de março desse mesmo ano, foi realizada num hotel a
primeira reunião da Igreja no Camboja, com uma participação de seis membros e nove pesquisadores. Em 9 de
32
maio de 1994, a irmã Pahl
Mao tornou-se o primeiro
membro batizado no país.
Dois anos depois, em maio
de 1996, o Presidente Gordon B. Hinckley visitou o
Camboja e dedicou-o para a pregação do evangelho
orando de pé numa colina com vista para o rio Mekong.
A obra começava oficialmente!
Estender uma Mão Amiga: Ajuda Humanitária
Em 1993, Larry R. White estava servindo como presidente da Missão Tailândia Bangcoc quando ouviu um
relato favorável do progresso religioso no Camboja.
Acompanhado do Élder John K. Carmack, dos Setenta, e
do irmão Vichit Ith, membro residente em Bangcoc, foi ao
Camboja consultar representantes governamentais sobre a
possibilidade de iniciar o trabalho missionário e programas
humanitários. Foi concedida autorização para a realização
de projetos humanitários.
Desde essa época, muitos missionários humanitários
serviram no país. Recentemente, o Élder Robert Scholes e
a Síster Virginia Scholes serviram como diretores nacionais
da Latter-day Saint Charities, uma organização filantrópica
patrocinada pela Igreja que costuma trabalhar em conjunto
B O J A
M
A
C
FOTOGRAFIA: CHHOUR MALY E DAVID L. FRISCHKNECHT, CORTESIA DE RACHEL PACE E JUSTIN JOHNS; FOTOGRAFIA DE PÁSSARO © CORBIS IMAGES; MAPA: THOMAS S. CHILD
Phnom Penh
com governos locais e entidades civis para auxiliar pessoas necessitadas em países do
mundo inteiro. Eles compreendem que o
poder do serviço caritativo pode derrubar barreiras, desfazer diferenças políticas e conferir credibilidade ao nome
da Igreja.
Quando o Élder e a Síster Scholes
ouviram que anualmente mais de 500
cidadãos cambojanos são mutilados,
feridos ou mortos devido a minas terrestres não identificadas, decidiram fazer algo
para ajudar as vítimas. Uniram esforços com
a Wheelchair Foundation e a Cruz Vermelha
cambojana para participar de um projeto que
denominaram “Combinação Tríplice”, que deu
a muitas vítimas de minas terrestres, bem
como outros deficientes físicos, cadeiras de
rodas novas.
História da Família: Um Valor em Comum
Numa cultura em que o culto aos antepassados faz
parte das tradições, não é de admirar que os cambojanos
se interessem pelo trabalho genealógico da Igreja. Os
missionários idosos Élder Michael Frame e Síster Donna
Frame organizaram e ministraram vários seminários de história da família em Phnom Penh, a capital do Camboja. Nos
últimos anos, centenas de homens e mulheres assistiram a
esses eventos, custeados pela Latter-day Saint Charities e
ministrados por missionários humanitários.
“Há muitos cambojanos que sobreviveram aos horrores
da era Pol Pot, quando muitos arquivos foram destruídos”,
conta a Síster Frame. “Queremos ajudar as famílias a registrar sua própria história para que seus filhos e netos possam lê-las. Desejamos mostrar como é fácil registrar um
gráfico de história da família.”
Pessoas interessadas vieram de toda a cidade de Phnom
Penh para assistir às aulas de história da família e receberam
informações preciosas sobre o registro de histórias familiares, instruções sobre como entrevistar pais e avós e coletar
Página ao lado: Populares atravessam uma ponte sobre o
rio Mekong; santos dos últimos dias usam bonecos para mostrar a importância da saúde; um riquixá percorre as ruas de
Phnom Penh; uma capela da Igreja em Phnom Penh. Acima:
famílias e missionários reunidos para um batismo; barcos no
rio Mekong.
A LIAHONA JULHO DE 2006 33
dados importantes e interessantes sobre os antepassados. Depois de testemunharem longos anos de conflitos
políticos, muitas pessoas, compreensivelmente, estão
interessadas em preservar informações familiares para
a posteridade.
Abaixo, da esquerda para a
direita: As Sísteres Sodalys
Sean e Rachel Pace; o irmão
Eng Bun Huoch; a irmã Chea
Sam Nang; jovens missionárias e pessoas da comunidade
O Proselitismo no Camboja
Graças ao trabalho dos missionários humanitários e dos élderes e sísteres de proselitismo,
milhares de cambojanos aceitaram o evangelho.
Num dia de preparação na Missão Camboja Phnom
Penh, o Élder Trent Nielson, de Mesa, Arizona, estava vendo
seus companheiros missionários começarem uma partida
de futebol. Como o campo ficava ao lado de uma escola, a
atividade dos élderes atraiu a atenção de alguns adolescentes locais, que se aproximaram do Élder Nielsen e perguntaram por que tantos americanos estavam jogando futebol
no Camboja. Ele explicou que eles eram todos missionários, professores do evangelho de Jesus Cristo. Os jovens
queriam saber qual era a remuneração desses professores.
Quando ouviram que os missionários arcavam com suas
próprias despesas, ficaram pasmos. Por que alguém faria
algo assim?
Logo a curiosidade dos rapazes levou a instigantes
perguntas espirituais, e eles ficaram fascinados com a
mensagem dos missionários. Pouco tempo depois,
o Élder Nielson estava ensinando dez jovens no gramado de um campo de futebol sobre a Restauração
do evangelho.
34
ajudam na limpeza após um
incêndio em Phnom Penh.
O membro do grupo
que inicialmente se mostrara
mais hostil foi o que acabou
por manifestar maior interesse pelo evangelho. Ele e outros
pediram um Livro de Mórmon. O Élder Nielson percebeu
que não tinha um número suficiente de exemplares para
dar a cada rapaz interessado, assim foi buscar mais nas bolsas dos missionários que estavam jogando futebol. Antes de
o grupo partir, o Élder Nielson disse-lhes como poderiam
obter mais informações sobre a Igreja.
Missionárias e Membros Cambojanos
A chegada das primeiras missionárias foi comemorada
em Phnom Penh como sinal de maturidade na extraordinária expansão da Igreja na área. As Sísteres Megan Jones,
Kirsten Downing e Rachel Pace chegaram à capital em 21
de agosto de 2003. Em seu primeiro dia, essas missionárias
foram fazer proselitismo no Mercado Central, a feira mais
freqüentada da cidade. Estavam um pouco tensas, mas as
companheiras — as primeiras missionárias cambojanas, as
Sísteres Sokhom Suon, Molis Soun e Sodalys Sean — sentiam-se à vontade, pois estavam em terreno familiar.
A familiaridade geográfica é apenas um exemplo de como
TRABALHAR
COM FÉ
“A Igreja cresceu
em todo o mundo
de forma que
o número de
membros fora
da América do Norte excede o da
América do Norte. Tornamo-nos
uma grande família internacional,
espalhada por 160 nações. (...)
Grande é nossa esperança e
forte a nossa fé. (...)
Repito agora o que disse 10
anos atrás, vamos ‘[tomar] mais
consciência (...), [vejamos] mais
além e [ampliemos] nossa visão
para melhor compreender e
entender a grandiosa missão da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias em relação ao
milênio’.”
que a lançou violentamente contra o
os missionários nativos fazem uma
asfalto. Ninguém quis tocá-la antes de
contribuição valiosa à obra. Os missioidentificá-la, e como ela estava seminários cambojanos também parecem
consciente, não conseguiu responder
apreciar a oportunidade de servir em
às perguntas das pessoas aglomerasua pátria e levam um entusiasmo condas a sua volta. Ela ficou deitada na
tagiante a todos os lugares por onde
rua, sem atendimento, por quase
passam.
duas horas.
“Quero dizer a todos os membros
No hospital, um médico examinou
da Igreja que adorei minha missão”,
seus ferimentos e disse que os ossos
disse o membro cambojano Eng Bun
da perna direita tinham sido “estilhaHuoch, que foi batizado em 25 de
çados”. Sua intenção era amputar
outubro de 1998. Ele serviu como
imediatamente a perna logo acima do
missionário em Phnom Penh dois
joelho ou, na melhor das hipóteses,
anos depois. “Servir numa missão não
tentar, com o uso de placas e parafué fácil, mas vale a pena. Faltam-me
sos, restituir a estrutura óssea natural.
palavras para descrever como foi uma
A família de Sam ficou arrasada e teleexperiência importante e proveitosa
Presidente Gordon B. Hinckley,
fonou para o presidente de ramo Un
em minha vida. Em minha missão de
“Comentários de Abertura”,
Son e o casal missionário Élder LaVon
dois anos, aprendi técnicas de lideA Liahona, maio de 2005, pp. 4–6.
Day e Síster Marianne Day. Esses líderança e ensino e a ser um melhor
res pediram aos médicos que não
amigo, filho e membro.”
tomassem nenhuma medida antes
Depois de voltar para casa em 17
da chegada deles.
de julho de 2002, o Élder Huoch conDepois de chegarem ao hospital, o
seguiu um emprego que lhe permitiu
Presidente Son e o Élder Day deram
melhorar sua qualidade de vida. Seu
uma bênção a Sam. Apesar de inicialtestemunho estava fortalecido e ele
sentia-se mais preparado para lidar com os desafios da vida. mente protestar, o médico concordou em adiar um pouco
a cirurgia. Nesse ínterim, examinou as últimas radiografias
“Agradeço ao Senhor por Ele ter trazido o evangelho ao
e viu algo em que não conseguia acreditar: a perna não
Camboja antes de eu ultrapassar a idade de servir numa
apresentava nenhuma fratura ou sinal de traumatismo! O
missão”, regozija-se. “Eu ficaria muito triste se perdesse a
único ferimento real era o rompimento de um músculo e
oportunidade de realizar esta obra maravilhosa.”
Graças aos missionários — tanto élderes como sísteres, um enorme corte, que ele costurou com vários pontos. O
médico parecia não ter explicação para a mudança repencambojanos e estrangeiros — a obra está avançando a
tina no estado de saúde de Sam.
cada dia.
Com algumas outras intervenções cirúrgicas e transplantes de pele, Sam recobrará o uso completo da perna.
Abençoados pelo Poder do Sacerdócio
O poder do sacerdócio é uma influência estabilizadora
na vida dos recém-conversos cambojanos à medida que
Camboja: Rumo a uma Vida Tranqüila
amadurecem no evangelho. Muitas pessoas, como Sam
O Camboja é um país pequeno, mas em seu povo reina
Nang, receberam milagres médicos que continuam a forum forte espírito. Ao empenharem-se para promover a paz
talecer-lhes a fé.
nessa região antes devastada pela guerra, os missionários e
Bem cedo certa manhã, Sam estava a caminho do trabasantos cambojanos preparam o caminho para que as geralho de motocicleta e foi atingida por um enorme caminhão ções futuras prosperem no evangelho. ■
A LIAHONA JULHO DE 2006 35
ÉLDER H. ROSS WORKMAN
Dos Setenta
A
Sacrificar o objeto
do desejo ou paixão
é a chave para
libertarmo-nos do
cativeiro.
abominável prática da escravidão existiu em várias civilizações no decorrer
da história do mundo. Ficamos estarrecidos ao ver homens, mulheres e crianças
reduzidas à condição de mercadorias a serem
vendidas, compradas ou submetidas a tratamento degradante para servir aos interesses e
lucros de outrem. Indignamo-nos ao ler descrições da desumanidade do homem para
com seus semelhantes nesse tipo de relato
e ficamos horrorizados ao ouvirmos falar de
casos de escravidão que persistem ainda
hoje em algumas partes do mundo.
Então como é que muitas pessoas abrem
mão conscientemente de sua liberdade e submetem a si mesmas e seus entes queridos
ao cativeiro do mestre cujo único objetivo é
torná-las “tão miseráveis como ele próprio”?
(2 Néfi 2:27)
A Escravidão Espiritual
Muitos pensam na escravidão apenas
como a sujeição a alguém. O cativeiro físico é
de fato terrível, mas seus efeitos podem não
durar eternamente. O maior cativeiro é estar
submetido ao pai das mentiras — uma forma
de escravidão muito mais devastadora e que
tem o potencial de durar mais tempo. O mais
surpreendente é que esse cativeiro espiritual
resulta de escolhas pessoais, quando alguém
se entrega voluntariamente a desejos e paixões desenfreados. Uma pessoa pode ser
36
cativa do pecado ou da busca de honras do
mundo como a fama, o poder político ou a
posição social. Uma pessoa pode também
estar em cativeiro devido à preocupação
obsessiva com atividades como esportes,
música ou outras diversões.
Uma causa particularmente insidiosa de
cativeiro é a tradição. Existem tradições em
todas as culturas. Em alguns países, as tradições tribais exercem uma influência enorme.
Algumas dessas tradições são maravilhosas,
preservando a cultura e definindo a ordem
social. Já outras são contrárias ao evangelho
e ao governo do sacerdócio e, se seguidas
cegamente, resultam em escravidão.
Até mesmo tradições individuais e familiares podem levar ao cativeiro espiritual. As tradições que forem contrárias aos princípios do
evangelho ofendem ao Espírito e, se perpetuadas, prejudicam a capacidade da pessoa de ser
guiada pelo Espírito a fim de reconhecer as
escolhas justas que aumentariam a liberdade.
Vejamos, por exemplo, as tradições familiares
relacionadas à observância do Dia do Senhor.
Como sua família se sente quando um grande
evento esportivo entra em conflito com as responsabilidades da Igreja? Ceder a influências
iníquas diminui nossa liberdade e aumenta o
perigo da escravidão.
Pouco a Pouco
A liberdade de escolhermos tudo o que é
necessário é um dom concedido por Deus
a Seus filhos. Assim, podemos escolher a
FOTOGRAFIAS: CANDELARIA ATALAYA
Romper os
Grilhões do Pecado
liberdade e a vida eterna por meio de Cristo ou optar
pelo cativeiro e a morte segundo o poder do inimigo
(ver 2 Néfi 2:27). Sempre ouvimos que somos livres para
escolher qualquer curso que desejarmos, mas não para
evitar as conseqüências dessa decisão.
O cativeiro espiritual raramente resulta de uma única
escolha ou acontecimento. O que costuma acontecer
é entregarmo-nos pouco a pouco, até que se torna
dificílimo readquirirmos a liberdade.
Certa vez, um rapaz suplicou-me ajuda. Ele
viciara-se em pornografia, que acessava em
casa no computador. Isso lhe causava um
sentimento de culpa tão forte que não
se sentia à vontade para ir à Igreja ou
cumprir suas designações do sacerdócio. Isso teve efeitos negativos em
sua vida social. Ele sentia-se tentado a passar horas e horas sozinho em frente ao computador
olhando o que, como veio a
reconhecer depois, só
O
cativeiro
espiritual
raramente
resulta de uma única
escolha ou acontecimento. O que costuma acontecer é
entregarmo-nos
pouco a pouco, até
que se torna dificílimo readquirirmos
a liberdade.
A LIAHONA JULHO DE 2006 37
Um Exemplo de Sacrifício: os Casais
Missionários
Os casais que estiverem em boas condições
físicas e financeiras são instados a fazer o sacrifício de servir numa missão de tempo integral.
É claro que a saúde frágil, recursos financeiros
insuficientes e outras circunstâncias podem
inviabilizar a missão. Contudo, uma análise
cuidadosa dos motivos de um casal para não
servir pode revelar o risco de estar aprisionado pelos desejos do mundo. A preocupação com a casa, carros ou barcos; a obsessão
com investimentos; planos de viagens; o
38
desejo de aproveitar
de uma casa de veraneio; e
obstáculos semelhantes levam à
pergunta: vocês se sentem livres
para escolher uma missão? Se não,
por quê? Decidiram deixar-se escravizar pelas coisas do mundo?
Vejamos as escolhas feitas por um
casal fiel. Pouco tempo depois de comprarem uma fazenda para passarem sua aposentadoria, sentiram-se compelidos a aceitar um
chamado missionário. Foram designados para
servir numa cidadezinha longe de outras unidades da Igreja. Construíram sua própria
casa, cavaram seu próprio poço, supriam
todas as suas necessidades pessoais e faziam
proselitismo de bicicleta. Embora as condições de vida fossem extremamente difíceis,
eles tiveram um sucesso maravilhoso ao ensinar, treinar os membros locais e trazer conversos para o evangelho.
No curso de sua missão, esse casal recebeu uma carta de um membro da família contando que sua fazenda fora arrombada e
todas as ferramentas e máquinas agrícolas
tinham sido roubadas. O familiar pedia-lhes
que voltassem para casa e tentassem reparar
os estragos e cuidar da propriedade, que era
vital para eles. O presidente da missão deulhes liberdade para fazê-lo. Ao refletir sobre
a escolha à sua frente, o casal resolveu ficar.
Eles não se sentiam escravizados por seus
bens materiais. Tinham a liberdade de escolher o serviço do Senhor e assim o fizeram.
A Lição de Balaão
Uma história que me intriga bastante no
Velho Testamento é a do profeta Balaão, que
nos ensina muito sobre a escravidão e a liberdade. Balaão era um profeta israelita que
morava perto da fronteira de Moabe na época
em que Moisés estava conduzindo os filhos
de Israel pelo deserto. Balaque, o rei moabita,
temendo a incursão dos filhos de Israel que
À ESQUERDA: ABRAÃO LEVANDO ISAQUE PARA SER SACRIFICADO, DE DEL PARSON; À DIREITA: CRISTO E O MANCEBO RICO, DE HEINRICH HOFMANN, CORTESIA DE C. HARRISON CONROY CO.
O
Senhor exige
sacrifícios
para testar
os fiéis. Ele pediu
a Abraão que sacrificasse seu filho
Isaque. Ordenou
ao mancebo rico:
“Vai, vende tudo
que tens e dá-o
aos pobres”.
lhe trouxe frustração e desespero. Era como
se tivesse sido acorrentado por um mestre
cujo único objetivo era fazê-lo infeliz.
Ele não decidira repentinamente deixar-se
escravizar pela tela do computador. Na verdade, decidira em certo momento que olhar
imagens destrutivas “apenas uma vez” não
faria mal e satisfaria uma “curiosidade”. “Uma
vez” tornou-se duas e em seguida várias
vezes, até virar um forte vício que debilitou
sua liberdade de escolha. Só depois de estar
acorrentado por essa dependência é que ele
reconheceu que se submetera espontaneamente ao cativeiro.
Caso estejamos sucumbindo à escravidão
espiritual, talvez não reconheçamos de imediato a perda crescente de liberdade em
nossa vida. Contudo, quanto maior for o cativeiro espiritual que vivenciarmos, escolhermos ou permitirmos, menor liberdade de
escolha sentiremos em questões de importância espiritual.
Alguns tentam explicar a escravidão espiritual como algo que lhes foge ao controle.
Mas lhes foge mesmo? Em geral, a liberdade
de escolha pode ser medida pela disposição
de sacrificar aquilo que constitui o objeto de
desejo ou paixão. Assim, o sacrifício é um
parâmetro, um guia e a chave para libertarnos da escravidão.
estavam transitando pela península
do Sinai, pediu a Balaão que os
amaldiçoasse. Balaão buscou a vontade do Senhor quanto ao assunto.
Em resposta, o Senhor instruiu-o: “[Não] amaldiçoarás
a este povo, porquanto é bendito” (Números 22:12).
Quando Balaão deu a conhecer a resposta do Senhor,
os ministros do rei tentaram Balaão com promessas ainda
maiores de presentes: grandes riquezas e honras do mundo.
Embora Balaão inicialmente tivesse se recusado a opor-se
à vontade de Deus, o rei moabita procurou seduzi-lo com
bens materiais, posições de destaque e influência política.
Pouco a pouco, Balaão fez concessões em seu chamado
divino à medida que aumentava sua vontade de receber as
honras do rei. Por fim, inflamou-se tanto em seu desejo de
ganhar as coisas prometidas pelo rei que conspirou para
lançar uma praga sobre os filhos de Israel. (Ver Números
31:16.) Ele fez escolhas que o tornaram escravo de sua sede
das riquezas e do poder prometidos pelo rei. Ao agir assim,
perdeu a vida pela espada de Israel — assim como a liberdade espiritual que outrora tivera (ver Números 31:8).
O Exemplo de Cristo
Algumas pessoas sentem que estão na escravidão por
causa de sua pobreza. A pobreza pode de fato ser restritiva, limitando algumas das escolhas que uma pessoa pode
fazer. Contudo, a pobreza não é uma causa de escravidão
no sentido espiritual.
O Jesus mortal tinha poucos bens e dependia dos
outros para comer e manter-se. No entanto, não estava na
escravidão. Sua disposição de sacrificar tudo o que o Pai
Celestial exigia e de guardar todos os Seus mandamentos
trazia-lhe a suprema liberdade.
O Senhor exige sacrifícios
para testar os fiéis. Ele pediu a
Abraão que sacrificasse seu filho
Isaque. Ordenou ao mancebo
rico: “Vai, vende tudo que tens
e dá-o aos pobres” (Mateus
19:21). O Profeta Joseph Smith
e os santos pioneiros fizeram
grandes sacrifícios para estabelecer a Igreja “no cume dos
montes” (Isaías 2:2). O Senhor
pede a nós também que façamos sacrifícios.
O profeta Leí, em seu último discurso registrado a seus
filhos, suplicou-lhes: “Quisera que (...) sacudísseis as pavorosas correntes que vos prendem, que são as correntes
que prendem os filhos dos homens, de modo que são
levados cativos ao eterno abismo da miséria e da dor”
(2 Néfi 1:13). Suas palavras assemelham-se à mensagem
do Salvador: “Todo aquele que comete pecado é servo
do pecado” (João 8:34).
E como uma pessoa pode “[sacudir] as pavorosas correntes” da escravidão espiritual? Ao purificarmos nosso
coração e voltarmo-nos para o Salvador com a firme determinação de cumprir Seus mandamentos, Ele aumentará
nossa força pelo poder de Sua graça. Então, cada decisão
justa que tomarmos pode conduzir a outras escolhas corretas no futuro. A luta para escaparmos do cativeiro espiritual e recobrarmos nossa liberdade nem sempre é um
processo fácil; de fato, pode levar-nos ao fogo do ourives.
Contudo, devido à Expiação e ao grandioso dom do arrependimento, foi-nos prometido: “Ainda que vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como
a neve” (Isaías 1:18).
O Salvador prometeu: “Se vós permanecerdes na minha
palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8:31–32)
Ponhamos em prática em nossa vida esses princípios que
sabemos ser verdadeiros. Em vez de submetermo-nos
ao cativeiro, façamos escolhas justas e “[permaneçamos]
na (...) palavra” do Salvador. Então, seremos verdadeiramente livres. ■
A LIAHONA JULHO DE 2006 39
Vá Ver os Meninos
Mary Rich Goodwin
N
ossa casa em Manti, Utah, era
pequena e nossa família muito
unida. Nossos filhos, Stewart
e Chandler, sempre brincavam juntos
e dividiam um quarto. O quarto era
pequeno, e eles pareciam não se
importar de dormir juntos numa cama
de solteiro, cada um ocupando uma
das extremidades. Os dedos de seus
pés mal chegavam à metade da cama,
e muitas vezes ouvíamos os sons de
risadas quando eles encostavam nos
pés um do outro.
Eles logo cresceram e não cabiam
mais na cama, então visitamos várias
lojas e decidimos comprar um beliche. Eles ficaram empolgadíssimos
quando meu marido, Rex, montou as
novas camas. Ele colocou uma tábua
no alto da cama de cima para impedir que Stewart, de quatro anos,
caísse. Chandler era mais novo e
menor e ficou na cama de baixo.
Depois da oração familiar, eles
subiram, muito contentes, na
nova cama, e ouvimos seus risos
e cochichos mesmo depois de
fecharmos a porta. Algum tempo
depois, eles adormeceram, e a
casa ficou em silêncio.
As tarefas domésticas, como
a louça e a roupa suja, mantiveram-me ocupada no restante da
noite, e apertei com força as mãos
do Rex quando fizemos nossa
oração noturna. Por fim, deitamo-nos, exaustos depois do
longo dia de trabalho. Acho que,
40
em questão de segundos, caí num sono
profundo.
Por volta das 2h da
manhã, acordei, abri os olhos,
olhei o relógio e
estava prestes a
epois da
voltar a dormir
oração
quando ouvi uma
familiar,
voz muito suave:
os meninos subi“Vá ver os meniram no beliche
nos”. Olhei para
novo, e ouvimos
o Rex para ver se
seus risos e cochiestava acordado,
chos mesmo com
a porta fechada.
D
ILUSTRAÇÃO: SAM LAWLOR
VOZES DA IGREJA
mas dormia profundamente. Fechei
os olhos de novo, mas tornei a
ouvir: “Vá ver os meninos”. Meu
corpo estava tão cansado que eu
nem tinha certeza de estar acordada
e mais uma vez fechei os olhos para
voltar a dormir, quando ouvi a voz
pela terceira vez: “Vá ver os meninos”. Minha mente encheu-se de
histórias que eu ouvira sobre a voz
mansa e delicada. Eu não conseguia
imaginar por que eu deveria ir ver as
crianças, mas por fim saí da cama e
fui até o seu quarto.
Atravessei o corredor escuro e
passei pela cozinha. Tudo estava
calmo. Andei pela sala e finalmente
cheguei ao quarto dos meninos.
Ouvi um tênue choro. Quando abri
a porta com o cuidado de não fazer
ruído, olhei para o beliche novo e,
horrorizada, vi o Chandler pendurado na cama de cima. Seu corpinho
magro deslizara pela brecha entre o
colchão e a tábua protetora, e sua
cabeça ficara presa. Seu corpo estava
pendurado para fora da cama, flácido. Como seu rosto estava coberto
pelo colchão, isso abafava os gritos
que ele conseguia emitir. O Stewart
estava dormindo profundamente
na cama de baixo, sem se dar conta
dos apuros do irmão. Eles deviam
ter trocado de cama depois de os
pormos para dormir naquela noite.
Sem tardar, tirei Chandler pela
brecha e abracei-o com força. Seus
olhos assustados e rasos d’água
encontraram os meus. Dei-me conta
de que ele escapara da morte por
um triz. Embalei-o até dormir e coloquei-o na cama de baixo, ao lado
do irmão. A imagem de Chandler
pendurado no alto do beliche não
me saía da mente. Eu sabia que ele
não teria sobrevivido por mais do
que alguns minutos.
Ao ver meus dois filhos dormindo,
senti o Espírito protetor do Senhor
em meu coração e percebi que vivera
um milagre naquela noite. Depois de
voltar para o meu quarto, ajoelhei-me
e agradeci ao Pai Celestial pelos sussurros insistentes que eu ouvira e
pela segurança de nossa família. ■
Fiel à Minha
Decisão
Yazmin Ojeda
E
u tinha 11 anos de idade
quando conheci a
Igreja. Desde o
momento em que entrei
numa capela pela primeira
vez, senti um espírito maravilhoso. Continuei a freqüentar por vários meses e nesse
meio tempo fiz 12 anos e
comecei o programa de
Progresso Pessoal nas Moças.
Dois meses depois, em 14 de
agosto de 1994, fui batizada.
Os membros da ala ficaram surpresos ao verem
uma menina de 12 anos ser batizada sozinha, sem os pais. Como
isso acontecera? Eu pedira permissão a meu pai para ser batizada e
ele respondera: “Você é uma moça
inteligente e saberá que decisão
deve tomar”. Eu já decidira no
coração que jamais me privaria
do sentimento maravilhoso que
me acompanhava desde que eu
travara contato com o evangelho
verdadeiro.
Na escola secundária, vivi anos
maravilhosos e difíceis ao mesmo
tempo, pois durante a adolescência os jovens anseiam pelo apoio
dos pais. Não era fácil ser o único
membro da Igreja em casa quando
meus pais faziam coisas que iam
de encontro aos ensinamentos do
evangelho. Mas eu lembrava-me
sempre do que Néfi dissera: “Se (...)
perseverardes até o fim, eis que
assim diz o Pai: Tereis vida eterna”
(2 Néfi 31:20).
Anos depois, meus irmãos mais
novos foram batizados, mas meus
pais não. Os missionários conversaram com eles, mas eles não queriam
Q
uando o
Presidente Hinckley
visitou nossa ilha e
incentivou-nos a freqüentar
o templo, tomei a firme decisão de que me casaria para
a eternidade.
A LIAHONA JULHO DE 2006 41
converter-se. Fiquei triste com essa
decisão, mas eu sabia que dera um
bom exemplo.
Aos 16 anos de idade, viajei para
o Templo em Orlando, Flórida, e foi
uma das experiências mais belas de
minha vida. Fui sozinha e tive a oportunidade de ser batizada por meus
antepassados. Dois anos depois,
quando recebi meu Certificado de
Reconhecimento das Moças, mal
conseguia conter a alegria. Eu sentia
que o Pai Celestial estava satisfeito
comigo.
Quando o Presidente Gordon B.
Hinckley visitou nossa bela ilha de
Porto Rico e discursou para os membros, tive o privilégio de cantar no
coro. Ele incentivou-nos a freqüentar
o templo na ilha vizinha da República
Dominicana. Assim fiz, e nesse templo tomei a firme decisão de que me
casaria para a eternidade com um exmissionário.
Atingi essa meta ao conhecer um
portador digno do sacerdócio que
fizera missão. Fomos selados no
Templo da República Dominicana
para o tempo e a eternidade. Hoje
temos um filhinho e estou servindo
na presidência das Moças da estaca.
Meus pais ainda não são membros,
mas fico satisfeita com o exemplo
que lhes dou. Procuro concentrarme nas qualidades deles e esquecer
suas imperfeições.
Sei que pertenço à Igreja verdadeira e que Jesus Cristo é meu
Salvador. Meu sonho, e oro por isso,
é ser selada um dia a meus pais e
irmãos. Amo este evangelho que
trouxe tanta alegria e esperança a
minha vida. ■
42
A Bênção
Joel R. Bryan
E
van Payne era o dono e
gerente de um posto de gasolina e oficina em Thousand
Oaks, Califórnia. Era muito alegre e
sorridente e sempre se lembrava do
nome das pessoas. Conhecia todos os
clientes, bem como os filhos e carros
deles. Evan trabalhava infatigavelmente, seis dias por semana, e procurava genuinamente ajudar as pessoas.
Oferecia trabalho a adolescentes que
tinham problemas familiares ou estavam preparando-se para a missão ou
voltando dela. Ficava no posto até
tarde da noite ou chegava muito cedo
de manhã para atender a um cliente.
Quase todos na cidade conheciam
Evan Payne e gostavam dele.
Evan também tinha uma agenda
cheia no lar e na Igreja. Ele e sua
esposa, Becky, tinham cinco filhos,
de 7 a 13 anos. Ele servira duas vezes
como conselheiro no bispado, bispo
e no momento era conselheiro na
presidência da estaca.
O Evan era jovem, atlético, feliz e
extrovertido. Tinha cabelo castanho
escuro e um rosto bonito. Adorava
esquiar e jogar beisebol e basquete.
Assim, mal pude acreditar quando me
disseram que estava com leucemia.
Nos meses que se seguiram ao
diagnóstico, houve vários jejuns na
família, ala e estaca. Evan passou por
quimioterapia e radioterapia. Como
o câncer não regrediu, seus irmãos
fizeram testes para verificar se poderiam servir de doadores de medula
óssea. Nenhum deles era compatível. Ele e Becky colocaram todos os
negócios em dia e prepararam-se
para o pior, mas apesar do sofrimento, Evan permanecia otimista
e positivo. Continuava a trabalhar
quase todos os dias, embora seu
sofrimento fosse visível.
Certo dia, o telefone de meu escritório tocou. “Joel”, disse Evan, “quais
são seus planos para hoje à noite?
Gostaria que me acompanhasse para
dar uma bênção a um membro de
sua ala. Estaria disponível?”
“Claro”, respondi. “Quem vamos
abençoar?”
“Sally Carlisle. (O nome foi alterado.) É uma irmã idosa de San Diego.
Ela está na cidade visitando a filha,
Joan Wilson, que não está ativa na
Igreja. Eu deveria levar o mestre familiar dos Wilson, mas não sei quem é,
e ela precisa da bênção com urgência.
Pode vir buscar-me?”
De repente, senti um aperto no
coração e uma enorme culpa. Por
vários meses eu fora designado
como mestre familiar da família
Wilson, mas nem sequer telefonara
para eles. Em várias ocasiões, eu planejara telefonar ou fazer uma visita,
mas a cada vez racionalizava e achava
um pretexto para adiar. Eu não cumprira meu dever. Eu disse a Evan que
o buscaria às 19 h.
Durante o trajeto de carro, Evan
explicou que os Wilson eram fregueses de seu posto de gasolina havia
muitos anos. Joan fora criada na
Igreja, mas se afastara no início da fase
adulta. Casara-se com Mike Wilson,
que não era membro da Igreja, e eles
tinham criado os quatro meninos na
religião de Mike. Evan explicou que
daríamos uma bênção à mãe de Joan,
que estava com uma forte gripe. Joan
telefonara para Evan no posto e solicitara sua presença. Ele era o único
membro da Igreja que ela conhecia.
Quando chegamos à casa dos
Wilson, Joan recebeu-nos à porta,
mas logo pediu licença, retirou-se e
deixou-nos a sós com sua mãe. Sally
explicou o quanto gostaria que a filha
voltasse para a Igreja e como orava
para que o
Mike e a Joan viessem a receber as
bênçãos do evangelho. Depois de
conversarmos por alguns minutos,
ungi-a e o Evan abençoou-a. Foi uma
bênção simples de saúde e consolo.
Ao levar o Evan de volta para casa,
senti-me agradecido por ter presenciado aquela bênção do sacerdócio.
Fiquei grato também por conhecer
a família Wilson e passar aqueles
momentos com Evan Payne, que
faleceu poucos meses depois.
Nos anos seguintes, visitei a família
Wilson com regularidade. Eles recebiam-me bem e lembravam-se de mim
como o amigo do Evan. Inicialmente,
falávamos apenas sobre o Evan e
como fora uma influência positiva em
nossa comunidade. Continuei como
mestre familiar dos Wilson durante
15 anos e tentei ser como o Evan e
ajudar em tudo que eu podia. O Mike
e a Joan tornaram-se bons amigos
meus e abençoaram minha vida.
Embora a Joan não tenha voltado
à atividade e Mike não tenha entrado
para a Igreja, sempre serei grato por
seu amor e amizade. Eu estava servindo como bispo quando a Joan
faleceu. Na época de sua morte, o
Mike fez uma grande doação ao
fundo missionário da ala. Esse
dinheiro permitiu-nos ajudar um
missionário da ala que se filiara
à Igreja quando adolescente e não
contava com auxílio financeiro da
família para servir. A contribuição
do Mike tocou indiretamente a
vida de muitos conversos que esse
jovem élder ensinou.
Embora eu tenha certeza
ngi a irmã
de que a intenção do Evan
Carlisle e
não era dar-me lições de
o Evan abenmoral naquela noite há tançoou-a. Ao levá-lo
tos anos, aprendi que realide volta para casa,
zar a obra do Senhor não é
senti-me grato por
um fardo. Tento, como o
passar aqueles
Evan, interessar-me verdamomentos com
deiramente pelos filhos do
Evan Payne.
Pai Celestial e preocupar-me
com eles. E, como mestre
familiar, procuro ser tão
fiel quanto o Evan e agir
segundo a vontade do
Salvador. ■
U
A LIAHONA JULHO DE 2006 43
PA U L VA N D E N B E R G H E
Revistas da Igreja
PREFEITA PO R
Imagine que você é um jovem santo dos últimos dias que
mora em Trujillo, Peru. Agora imagine que é o prefeito.
FOTOGRAFIAS: PAUL VANDENBERGHE, CORTESIA DO JORNAL EL HERALDO, TRUJILLO, PERU
Um jornal local publicou um artigo sobre
Amy Arreátegui Pozo.
Nas fotografias da
reportagem (página
oposta), Amy reúne-se
com o verdadeiro prefeito de Trujillo e consulta a agenda de seu
dia como prefeita.
44
É
difícil fazer escolhas certas aos 15 anos
de idade. Mas quando suas decisões afetam a vida de centenas de milhares de
pessoas, a pressão torna-se ainda maior. Essa
foi a situação com a qual se deparou Amy
Arreátegui Pozo ao ser escolhida entre 123
alunos para ser a prefeita de Trujillo, Peru, a
terceira maior cidade do país. Prefeita por
um dia, para sermos mais claros.
Quando Amy era Menina-Moça na Ala
Mousserat, Estaca Trujillo Peru Laureles,
freqüentava uma escola secundária chamada Academia de Engenharia. “Uma de
minhas metas”, conta, “era tornar-me a
prefeita estudantil [algo como presidente
do grêmio estudantil] da escola, e realizeia. Era meu sonho. Minha meta seguinte
era vencer o concurso ‘Prefeito por um
Dia’, e aqui estou. Finalmente consegui.
O que me ajudou a ganhar foi minha
autoconfiança.”
É claro que o fato de mostrar que tinha
várias idéias excelentes para melhorar as
escolas e bairros da cidade também contribuiu. Foi muito trabalhoso levantar idéias
para o concurso, mas triá-las e decidir
quais incluir foi muito fácil. Para isso, Amy
usou um método no qual aprendeu a confiar — um método que lhe proporcionou
a confiança mencionada. É o processo de
pedir e receber respostas por meio da
oração.
“Sempre orem ao Pai Celestial ao tomarem
uma decisão e assim sempre farão a escolha
correta”, diz Amy. Esse é um dos motivos
pelos quais ela conseguiu desempenhar
tão bem a responsabilidade quando a
Cidade de Trujillo emitiu o decreto que
a reconhecia como “prefeita por um dia”.
A câmara de vereadores reuniu-se para
respaldar suas atividades durante suas 24
horas como prefeita. Todos os contratos,
decisões e autorizações teriam valor legal.
Prefeita por um Dia
Amy chegou à prefeitura às 7h30,
antes mesmo que o Prefeito José
Murgia Zannier, prefeito de Trujillo há
mais de 10 anos. Depois de ser
empossada oficialmente, reuniu-se
com o Prefeito Murgia para consultar a agenda do dia e coordenar
alguns detalhes. Assim começou
seu dia atarefado como prefeita.
No veículo oficial da prefeitura, Amy fez uma visita para
inspecionar um parque onde
a cidade pretendia edificar
um centro esportivo e
recreativo. Em seguida,
visitou uma escola pública,
onde se reuniu com o
diretor e verificou o
andamento da construção de duas salas
de aula.
UM D IA
A LIAHONA JULHO DE 2006 45
De volta à prefeitura, Amy reuniu-se com um
representante da defensoria pública e com o diretor da Creche San José. Sem tardar, Amy decidiu
mandar um grupo de operários à creche para
fazerem alguns consertos necessários. Ela recebeu ainda visitas de várias outras escolas em
busca de fundos.
Numa entrevista coletiva, Amy lançou
seu programa de liderança juvenil chamado
“Um Desafio para o Futuro”. Desde a criação desse programa, líderes adolescentes
de mais de 100 escolas da cidade se reúnem mensalmente com autoridades
governamentais para tratar das necessidades da educação.
Em seguida, Amy presidiu uma sessão na câmara de vereadores, abrindo
os trabalhos e lendo a lista de presença. Também plantou uma árvore
na reinauguração de um parque
municipal reformado e ouviu as
reivindicações dos moradores
da área. À noite, assistiu a um
evento cultural numa das praças
da cidade.
Foi um dia carregado para
Amy, uma jovem descrita por
um dos jornais locais como
“notável na inteligência,
sobriedade, eloqüência e
capacidade de liderança,
mas, acima de tudo, em
suas metas e objetivos
arrojados”.
Educação e
Prioridades
A experiência de
Amy ao servir como
prefeita por um
dia abriu-lhe os
46
olhos para as muitas necessidades da
comunidade. Uma dessas, a educação, já
era um dos focos dos planos e programas
de Amy. Contudo, ela tem consciência de
que embora a escola seja fundamental, há
outros aspectos importantes de nossa vida
que devem ter primazia sobre a educação
secular.
“Sinto que aqui em Trujillo, que é considerada a capital cultural do Peru, muitos
deixam a Igreja de lado e dão mais atenção
aos estudos”, diz Amy. “Há muitos jovens
da Igreja que não vão para a missão para
darem continuidade aos estudos na universidade ou que param de ir ao instituto e às
reuniões da Igreja.”
Assim, ao mesmo tempo em que estuda
com afinco na escola e pretende ser psicóloga, Amy também se dedica a fundo a
seu chamado como professora na Escola
Dominical e a seu progresso espiritual pessoal. Ela compreende que há um tempo
para tudo: para os estudos, para a Igreja
e para os amigos, familiares e diversões.
É uma questão de perspectiva e prioridade. Amy explica: “O profeta deseja que
os jovens obtenham o máximo de instrução
possível, e o Senhor sempre preparará o
caminho para isso, assim não precisamos
sair da Igreja para fazer algo de natureza
secular. Embora seja importante terminar
os estudos, ainda mais importante é
cumprir os mandamentos de nosso Pai
Celestial”.
Princípios Acima dos Amigos
Os jovens do Peru enfrentam muitas das
mesmas dificuldades que a juventude do
mundo todo. As tentações para seguirem os
caminhos do mundo são chamativas: pornografia, imoralidade e desonestidade.
“A moda e todas as tendências, como
a música, também constituem um problema, pois a maioria de nós está cercada
de não-membros, então às vezes é fácil
sermos influenciados por nossos amigos
e não nossos princípios”, diz Amy. Ela
salienta que não devemos ceder às pressões das pessoas que gostariam que
rebaixássemos nossos padrões. “Outro
problema”, cita ela, “é que quando um
jovem entra para a Igreja, às vezes perde
amigos.”
Amy sente-se abençoada por ter achado
amigos e força entre seus familiares, membros da ala e colegas no seminário. Eles
sempre estiveram a seu lado para apoiá-la
e incentivá-la a seguir o Senhor.
A
fotografia do
jornal (página
oposta) mostra
Amy reinaugurando
um parque municipal
que passara por
reformas. Detalhe:
Amy (no centro, à
frente) de pé com
amigos do seminário.
Confiança nas Decisões
Agora que Amy sentiu na pele como é
governar Trujillo, quais são seus planos para
o futuro? “Vou começar como prefeita na
escola”, explica, “e depois talvez prefeita de
uma unidade local e depois prefeita de um
distrito e por fim a primeira mulher presidente do Peru.”
Amy diz que falta a muitos jovens a
confiança para traçar metas e alcançá-las,
pois não compreendem por que estão aqui
na Terra e o que devem fazer na vida. Ao
construir sua vida em torno do evangelho,
Amy adquiriu a confiança necessária para
ter êxito em qualquer coisa que almejar
em retidão.
“Aproximo-me do Pai Celestial ao orar e
pedir Sua confirmação em qualquer decisão
que preciso tomar”, diz ela. “É muito especial para mim sentir Seu Espírito e saber que
aprova minhas escolhas. Ao contar com Seu
endosso, sinto que as coisas sempre terminarão bem.” ■
A LIAHONA JULHO DE 2006 47
COMENTÁRIOS
Uma Fonte de Conhecimento
A Liahona na Internet
A Liahona é uma fonte de conhecimento para mim e ajuda-me a
superar as dificuldades do cotidiano.
A entrevista com o Élder Henry B.
Eyring intitulada “Uma Conversa a
respeito do Estudo das Escrituras”,
na edição de julho de 2005, foi
sensacional. Graças a esse artigo,
aprendi a usar as escrituras de
modo mais eficaz.
Sou muito grato pela revista
A Liahona e por seu conteúdo. Sintome ainda mais agradecido por poder
acessá-la na Internet e assim lê-la
onde quer que eu esteja. De vez em
quando, leio A Liahona na Internet
e isso me ajuda muito. Eu gostaria de
ver o Livro de Mórmon inteiro disponível na Internet e, se possível, todas
as escrituras em espanhol. Seria uma
bênção lê-las em qualquer lugar.
José Carrasco Benites, Peru
Um Recurso Importante
Desde que me filiei à Igreja, adoro
ler A Liahona em tonganês. Ela tornou-se um importante recurso para
mim à medida que minha compreensão do evangelho aumentou. Sou professor do instituto e gosto de usar A
Liahona para preparar minhas aulas,
discursos e pensamentos espirituais.
Em geral, dou especial atenção às
mensagens da Primeira Presidência.
Os princípios e doutrinas do evangelho que elas ensinam tornam-se uma
luz para minha vida. Ao ler A Liahona
diligentemente e estudar as escrituras,
sinto um poder divino e a orientação
do Espírito Santo, o que me ajuda a
permanecer no caminho estreito e
apertado nesta jornada perigosa.
Também gosto de ler notícias sobre os
membros da Igreja de outros países.
Saiatua ‘Ie’ula Fa’apoi, Nova Zelândia
48
Nota do redator: A Liahona está
disponível na Internet em 12 idiomas.
Vá a www.lds.org e clique no mapamúndi. Em seguida, selecione um
idioma. As escrituras em espanhol
agora estão também disponíveis
em www.lds.org.
Segue abaixo um pôster em
potencial sem título nem texto.
Ajude-nos a transformar essa
fotografia num pôster. Que verdade do evangelho essa fotografia pode ilustrar? Escreva um
título curto e criativo (de 1 a 6
palavras) para a parte superior
do pôster e um texto para a
parte inferior. Você pode até
inserir uma referência das escrituras. Consulte edições anteriores e a página 24 desta edição
para ver exemplos de pôsteres.
Precisamos de suas idéias
antes de 15 de agosto de 2006.
Envie-as para:
Liahona Poster
50 E. North Temple St. Rm. 2420
Salt Lake City, UT
84150-3220, USA
Ou por e-mail para:
[email protected]
PLANEJAR COM
ANTECEDÊNCIA
Você é um recém-converso ou
conhece alguém que seja?
Não perca a edição de outubro
de 2006 da revista A Liahona. Ela
se destinará especialmente aos
membros novos da Igreja e poderá
ser oferecida pelos demais leitores
a seus amigos recém-conversos.
FOTOGRAFIA: DAVID TIPLING © GETTY IMAGES
Sandro Everaldo Ponte Machado, Brasil
AJUDE A
CRIAR UM
PÔSTER
PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S • J U L H O D E 2 0 0 6
OAmigo
VINDE AO
PROFETA ESCUTAR
Pautem Sua
Vida pela Fé
P R E S I D E N T E T H O M A S S. M O N S O N
instrutor, que abriu um grande e belo sorriso samoano. Em seu idioma, fez o anúncio às crianças. Elas manifestaram radiantes
m meio à confusão de nossa época,
sua aprovação.
a fé segura torna-se uma âncora
O professor então revelou-me o motivo
em nossa vida. Se buscarmos o
de sua alegria e a das crianças. Ele disse:
Pai Celestial em oração pessoal e familiar,
“Quando soubemos que um membro do
desenvolveremos o que o grande estadista
Quórum dos Doze Apóstolos viria visitaringlês William E. Gladstone descreveu
nos aqui em Samoa, tão longe da sede da
como a maior necessidade do mundo:
Igreja, eu disse às crianças que se orassem
“Uma fé viva num Deus pessoal”.
O Presidente
com sinceridade e intento e exercessem fé
Onde quer que estejamos, nosso Pai
Monson ensinou
como nos relatos antigos da Bíblia, o apósCelestial pode ouvir e responder às oraque, se vivermos
tolo visitaria nossa pequena vila de Sauniatu
ções feitas com fé.
com fé, o Espírito
e, por meio de sua fé, seria inspirado a cumHá muitos anos, em minha primeira visita
Santo estará
primentar cada uma delas com um aperto
à aldeia de Sauniatu, em Samoa, eu e minha
conosco.
de mão”.
esposa tivemos uma reunião com um grande
Não pude conter as lágrimas quando aqueles menigrupo de criancinhas—quase 200 no total. Ao fim de
nos e meninas maravilhosos andavam timidamente até
nossa mensagem para essas crianças tímidas, porém linnós e sussurravam com ternura o doce cumprimento
das, sugeri ao professor samoano que encerrássemos a
samoano: “Talofa lava”. Fora uma profunda expressão
reunião.
de fé.
Quando ele anunciou o último hino, senti-me comSe vocês, queridos e jovens amigos, pautarem
pelido a cumprimentar pessoalmente cada uma daquesua vida pela fé, merecerão a companhia do Espírito
las crianças. Vi no relógio que não teria tempo para tal
Santo. Terão “um perfeito esplendor de esperança”
privilégio, pois tínhamos um vôo marcado para fora
(2 Néfi 31:20). ●
do país, assim ignorei a impressão recebida. Antes da
última oração, senti mais uma vez que devia apertar
De “O Farol do Senhor: Mensagem para os Jovens da Igreja”,
a mão de cada criança. Comuniquei esse desejo ao
A Liahona, maio de 2001, pp. 2–7.
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
A2
FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY; ILUSTRAÇÃO: PAUL MANN
E
Cole
Dobre
Dobre
O Pai Celestial
Ouve e
Responde
às Orações
Dobre
Nota: Caso não queira arrancar as páginas da revista, faça uma fotocópia desta atividade, copie-a à mão ou imprima-a da Internet
no site www.lds.org. Para a versão em inglês, clique em “Gospel Library”. Para os demais idiomas, clique no mapa-múndi.
TEMPO DE
COMPARTILHAR
O Pai Celestial Ouve
e Responde às Orações
“Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela
mão e dará resposta a tuas orações” (D&C 112:10).
L I N DA M A G L E B Y
O Pai Celestial ama-nos e deseja que oremos
a Ele. Podemos orar a qualquer momento
e em qualquer lugar. Ele ouve e responde
a nossas preces.
Charlotte Clark tinha apenas seis anos de idade
quando sua família saiu de Nauvoo, Illinois, e viajou
para o Oeste, rumo ao Vale do Lago Salgado. Era uma
caminhada extremamente longa. Charlotte andou tanto
que logo gastou seu único par de sapatos. Todas as noites, quando se ajoelhava para orar, Charlotte pedia um
par de sapatos ao Pai Celestial.
Certo dia, Charlotte e sua irmã estavam colhendo
frutas quando Charlote avistou um par de sapatos. Ela
e a irmã correram até a mãe e o pai e disseram: “O Pai
Celestial enviou-me sapatos, e cabem perfeitamente!”
O pai de Charlotte ficou preocupado, pois os sapatos
podiam pertencer a alguém que os perdera. Ele disse
a Charlotte que se os sapatos fossem de alguém de sua
companhia de carroções, seria preciso devolvê-los. A
família de Charlotte mostrou os sapatos a todos, mas
ninguém se apresentou como dono. A oração de
Charlotte foi respondida.
O Pai Celestial atende a nossas orações. As respostas
nem sempre chegam da forma esperada, mas Ele responderá da maneira que for melhor para nós. Podemos
orar a Ele a qualquer momento, em qualquer lugar.
ILUSTRAÇÃO: DILLEEN MARSH
§
Atividade
Para lembrar-se das partes da oração, recorte as
formas da página A4 nas linhas pretas cheias. Dobre
nas linhas pontilhadas e cole a forma maior para fazer
um tubo achatado. Na tira estreita, escreva nas linhas
algumas coisas pelas quais você é grato e algumas
bênçãos que pede ao orar. Deslize a tira estreita para
dentro da parte dobrada. Você pode deixar esse lembrete sobre o travesseiro para não se esquecer de orar
antes de dormir. À noite, coloque-o ao lado da cama
para lembrar-se de orar pela manhã.
Idéias para o Tempo de Compartilhar
1. Use a leitura dramática (ver Ensino, Não Há Maior
Chamado [1999], p. 177) para contar a história de Daniel.
Antes da Primária, prepare um roteiro simples empregando
como guia Daniel 6. Use palavras tiradas diretamente das
escrituras para narrar os fatos. Os participantes incluem
um narrador, Daniel, o rei Dario, vários presidentes e
príncipes e leões. Os presidentes e príncipes poderiam, por
exemplo, ler o versículo 8: “Agora, pois, ó rei, confirma a
proibição, e assina o edito”. Daniel diria o que está escrito
no versículo 22: “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a
boca dos leões”. Discuta como as escrituras registram a história de outras pessoas cujas orações foram respondidas.
Separe a Primária em grupos e dê a cada um deles uma
referência das escrituras sobre pessoas cujas orações foram
respondidas, como Ana (I Samuel 1:8–20), Zacarias (Lucas
1:5–13), Néfi (1 Néfi 17:8–10), Enos (Enos 1:1–6) e Alma, o
Pai (Mosias 27:8–14). Peça às crianças que leiam as histórias e depois contem ao grupo como o Pai Celestial respondeu às orações. Testifique-lhes que o Pai Celestial ouve e
responde às orações hoje.
2. Convide duas ou três pessoas da ala para vestirem-se
como pioneiros e contarem histórias verídicas sobre como
o Pai Celestial respondeu às orações dos pioneiros. Conte
histórias na primeira pessoa (ver Ensino, Não Há Maior
Chamado, pp. 165, 179). Use relatos de sua própria família
ou conte a história de Charlotte Clark, contida nesta
página. Preste testemunho de que o Pai Celestial atenderá
a suas orações. ●
O AMIGO JULHO DE 2006
A5
DA VIDA DO PRESIDENTE WILFORD WOODRUFF
Este É o Lugar
Em 1847, os pioneiros santos dos últimos dias estavam viajando pelo
que hoje constitui os Estados Unidos para encontrar a terra prometida
no Oeste.
Os santos não sabiam exatamente para
onde iriam. Brigham Young era o presidente do Quórum dos Doze Apóstolos
na época. Era o único que sabia onde o
Senhor desejava estabelecer Sião. Mas
ele estava muito doente.
Em 24 de julho de 1847, o Élder Woodruff
conduzia a parelha de cavalos que levava
o carroção rumo ao Vale do Lago Salgado.
O Presidente Young ia deitado atrás.
Pai Celestial, por favor
abençoa o Presidente Young
para que ele saiba para onde
levar os santos.
Élder Woodruff,
preciso continuar a
viagem para o Oeste.
Mas está doente
demais!
ILUSTRAÇÃO: SAL VELLUTO E EUGENIO MATTOZZI
Que
nada! Basta que
me coloque no fundo
do seu carroção.
A6
Assim que viu o vale desértico do Grande
Lago Salgado, o Presidente Young pediu
ao Élder Woodruff que parasse.
Este é o lugar certo;
pois o Senhor já o mostrou
a mim numa visão.
Vinte e dois anos depois,
o Élder Woodruff recordou esse acontecimento
ao escrever em seu
diário.
Hoje participei da
comemoração do Dia dos
Pioneiros. Atualmente, somos
mais de 100.000 almas. Vejam
quanto Deus já fez!
Adaptado de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Wilford Woodruff (2004), pp. 146–150.
O AMIGO JULHO DE 2006
A7
“Cumpri todas as promessas que fizestes uns aos outros” (D&C 136:20).
Minha Irmã,
Meu Exemplo
SHANNA BUTLER
Revistas da Igreja
Baseado numa história verídica
A8
à praia com alguns amigos e seus pais. Minha mãe deulhe as mesmas instruções que me dera anos antes: vá
e divirta-se, mas não nade. Quando minha irmã chegou
à praia, os pais de seus amigos disseram-lhe que podia
nadar. Eles não contariam para sua mãe, então não
havia mal algum.
Ainda que achasse que minha mãe jamais saberia,
minha irmã disse aos pais dos amigos que não iria
nadar, pois sua mãe proibira e ela queria ser obediente.
Os adultos tentaram convencê-la que não havia problema, mas ainda assim ela se recusou, pois sabia que
devia fazer o que é certo, e eles estavam tentando
induzi-la a um erro.
O dia de minha irmã na praia foi tão quente quando
o meu na piscina, e ela queria nadar tanto quanto eu.
Mas minha irmã mais nova tornou-se meu grande exemplo ao optar por honrar nossos pais e obedecer a eles.
Quando minha mãe me contou essa história sobre
minha irmã, confessei-lhe que mentira no passado. Ela
ficou grata por eu ter finalmente dito a verdade. Ela
estava orgulhosa de minha irmãzinha, que escolhera
obedecer, e eu também. ●
ILUSTRAÇÃO: STEVE KROPP; FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY
Q
uando eu tinha cerca de oito anos, morei na
Jamaica. As temperaturas podem ser bem altas
naquele país. Fiquei muito animada quando um
dia minha tia convidou-me para ir com ela e meu primo à
casa de um amigo que tinha piscina. Uma piscina refrescante num dia ensolarado parecia uma excelente idéia.
Minha mãe disse que eu poderia ir, mas não devia
nadar, pois ela não sabia quem estaria lá para cuidar de
nós. Garanti-lhe que só colocaria os pés na água, para
refrescar-me.
Quando chegamos à casa, meu primo pulou imediatamente na piscina. Alguns de nossos amigos que
estavam lá também começaram a nadar. Todos insistiram para que eu entrasse na piscina e finalmente cedi.
Estava muito calor e achei que minha mãe não iria
saber, pois minha tia não contaria para ela.
Eu sabia que não era certo pedir a minha tia que guardasse segredos para minha mãe, mas assim mesmo brinquei um pouco com meus amigos na piscina. O tempo
todo, fiquei com medo do que aconteceria se minha
mãe descobrisse minha desobediência. Quando voltei
para casa, meu cabelo estava um pouco úmido, embora
eu tivesse tentado ao máximo mantê-lo fora da água.
Minha mãe perguntou-me se eu nadara, e eu menti.
Disse-lhe que não. Senti-me péssima por causa disso
durante muito tempo, mas não queria problemas.
Alguns anos depois, quando minha irmã, Briélan,
estava com sete anos de idade, foi convidada para ir
“A honestidade é uma parte importante do caráter.
(...) A honestidade começa quando somos jovens.”
Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro na
Primeira Presidência, “Buscamos Estas Coisas”, A
Liahona, julho de 1998, pp. 48—51.
Bem-vindas
às Moças
K I M B E R LY W E B B
Revistas da Igreja
Mensagem especial para as meninas de 11 anos.
M
utual. Progresso Pessoal. Tema das Moças.
Já ouviram essas palavras antes? Se forem
meninas prestes a completar 12 anos de idade,
logo as ouvirão constantemente. Pedimos à irmã Susan
W. Tanner, presidente geral das Moças, e à sua segunda
conselheira, a irmã Elaine S.
Dalton, que nos contassem tudo o que vocês precisam saber sobre o
ingresso na Organização
das Moças.
A primeira coisa?
“Amamos vocês!” diz a
irmã Tanner. “Vocês são
tão doces, belas e animadas! Desejam fazer o bem
em sua vida. Ficamos contentes com sua entrada na
Organização das Moças e estamos de braços abertos
para recebê-las e ajudá-las a sentirem-se em casa.”
Seu Primeiro Domingo nas Moças
Finalmente vocês completaram 12 anos! O
que vai ser diferente nesse domingo? Em vez
de irem para o tempo de compartilhar, vão
participar da reunião das Moças. A irmã
Tanner conta: “Lá, haverá pessoas amorosas
para recebê-las: líderes das Moças que vêm
observando seu progresso e que lhes darão
calorosas boas-vindas, uma presidência de
classe das Abelhinhas e outras amigas”.
Abelhinha é uma jovem de 12 ou 13
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anos de idade—em outras palavras, vocês! As jovens de
14 a 15 anos são chamadas Meninas-Moças, e as de 16 a
18, Lauréis.
Embora a organização das Moças seja diferente da
Primária, não há nada a temer. “Vocês foram preparadas com amor na Primária e estão prontas”, garante a
irmã Dalton. “Vocês têm as bases de um forte testemunho, e ele continuará a crescer à medida que vocês
progredirem nas Moças”.
O Tema e os Valores das Moças
“Somos filhas de um Pai Celestial que nos ama e nós
O amamos.”
Vocês ouviram a mesma mensagem na Primária,
explica a irmã Tanner, ao aprenderem a cantar “Sou um
Filho de Deus” (Músicas para Crianças,
pp. 2–3). Mas não se trata de uma nova
estrofe do hino—é a primeira frase do
tema das Moças.
“É muito importante que essa mensagem entre em seu coração”, ressalta
a irmã Tanner. “Se vocês tiverem um
firme testemunho de que são filhas
espirituais amadas por Ele, isso afetará tudo em que vocês pensarem
e sua maneira de reagir diante de
todas as dificuldades da vida. Isso
lhes dará coragem.”
A irmã Dalton acrescenta: “Se vocês
souberem quem são, terão força, desejo
e comprometimento para servirem de
testemunha de Deus. Isso é de suma importância nestes últimos dias”.
Pertencer às Moças pode ajudá-las a prepararem-se para o futuro, ao aprenderem sobre os sete
valores que constam do tema: fé, natureza divina, valor
individual, conhecimento, escolhas e responsabilidades,
boas obras e integridade.
Ao se levantarem para recitar o tema, não se preocupem se ainda não souberem as palavras de cor. Em
pouco tempo, não só as memorizarão, mas também
desejarão viver de acordo com elas.
FOTOGRAFIAS: MIRIAM OLIVEIRA VERSIANI NERY, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
Progresso Pessoal
“Adoro o nome Progresso Pessoal, pois corresponde
exatamente ao que é”, diz a irmã Tanner. “O plano do
Pai Celestial consiste em fazer com que cada um de nós
progrida no decorrer da vida.”
Assim como o programa Fé em Deus, da Primária, o
Progresso Pessoal é uma maneira de “aproximá-las do
Pai Celestial. Vocês terão a oportunidade de praticar a
obediência aos mandamentos e aos convênios assumidos”, diz a irmã Tanner. Contudo, o Progresso Pessoal é
diferente de Fé em Deus porque as metas estão divididas em sete categorias—que correspondem aos sete
valores das Moças.
A irmã Dalton salienta: “Ao trabalharem em seu
Progresso Pessoal, vocês usarão as escrituras, e elas
as ajudarão a sentir o Espírito”. Vocês começarão a
compreender melhor as escrituras, seu próprio potencial infinito e seus convênios batismais. Assim, estarão
preparadas para fazer convênios no templo.
“É por isso que o livro de Progresso Pessoal tem o
templo na capa”, observa a irmã Tanner. “Isso as ajuda a
lembrarem-se de que o Progresso Pessoal é uma forma
de preparação.”
Atividades e Serões
A noite de atividades, ou Mutual, é realizada semanalmente. Em geral, vocês se reunirão com as moças ou
apenas a classe das Abelhinhas, mas uma vez por mês a
atividade contará também com a presença dos rapazes.
Pode ser que vocês participem de um evento cultural,
prestem serviço, aprendam a fazer algo ou pratiquem
algum esporte—com divertimento garantido!
Pertencer às Moças também pode dar-lhes a oportunidade de participar de serões, conferências de jovens e
outras reuniões. Todos os anos, assistirão a uma sessão
especial transmitida ao mundo inteiro, da mesma forma
que a conferência geral. É a reunião geral das Moças, no
O AMIGO JULHO DE 2006
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sábado que antecede a conferência geral de abril. Nela,
ouvirão conselhos de nossos profetas e líderes especialmente destinados a vocês.
Acampamento
“Esse é o momento em que vocês terão a chance de
deixar o resto do mundo para trás e entrar no belo
mundo criado pelo Pai Celestial e sentir o amor Dele
por vocês”, explica a irmã Tanner. Além de se divertirem
muito ao ar livre, terão “a sensação maravilhosa de pertencer à família eterna do Pai Celestial”. Vocês andarão,
cantarão, rirão, aprenderão e farão objetos artesanais;
mas muitas jovens concordam que a reunião de testemunho é a melhor parte de todas.
Esperem, Isso Não É Tudo!
Vocês não só receberão muitas bênçãos ao pertencerem às Moças; também doarão muito de si mesmas.
A irmã Dalton diz: “Nas Moças, vocês poderão desenvolver mais os seus talentos e usá-los também para
abençoar o próximo. Vocês podem preparar-se agora
para as Moças com seus próprios talentos”. Se estudarem piano, por exemplo, poderão ser convidadas a
tocar nas reuniões de abertura das Moças ou Mutual.
Vocês poderão até receber seu primeiro chamado
nas Moças. Cada classe, se for grande o bastante, tem
uma presidente, duas conselheiras e uma secretária. A
irmã Dalton comenta: “A presidência de classe se preocupará com vocês e fará tudo a seu alcance para que se
sintam felizes e sejam informadas de todas as atividades. Ao observarem-nas, prestem bem atenção, pois
um dia vocês poderão ser chamadas
para integrar uma
presidência de
classe. Nesse
papel, aprenderão qualidades de
A12
liderança que as ajudarão ao
longo de toda a sua vida”.
Outra maneira de contribuir é manterem sempre o
ânimo. A irmã Tanner diz:
“Tragam seu entusiasmo ao
entrarem para as Moças!
Visitei um grupo de Moças
com cerca de sete jovens. A
mais novinha sempre levantava a mão quando havia uma
pergunta e tinha boas idéias.
Pensei: ‘Ela não tem medo!’”
Não tenham medo de
serem vocês mesmas e receberão ainda mais.
Quando concluírem
o programa de
Progresso Pessoal,
receberão este
medalhão. O
Progresso Pessoal
é uma maneira
de preparar-se
para o templo.
Uma Moça Onde Quer
Que Esteja
Talvez sua ala ou ramo seja pequeno demais para que
sua classe tenha uma presidência. Talvez morem longe
e não tenham como participar das atividades semanais.
Mas ainda assim vocês podem participar das Moças!
Mesmo que sejam a única moça de sua ala ou ramo,
podem recitar o tema semanalmente. Podem aprender
a viver de acordo com os valores da organização e trabalhar em seu Progresso Pessoal.
A irmã Tanner conclui: “Onde quer que estejam e
sejam quais forem suas circunstâncias, vocês são moças de A
Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.
Sempre podem progredir na esfera pessoal para chegarem
ao templo e virem
a Cristo”.
É esse o
propósito
das Moças. ●
CAIXA DOMINICAL
Conte uma de
suas histórias
favoritas das
escrituras.
ILUSTRAÇÃO: SHAUNA MOONEY KAWASAKI; ABAIXO: IMAGEM DE UM LÁPIS © NOVA DEVELOPMENT
Cante um de seus
hinos preferidos
da Primária
com os demais
participantes.
Instruções
O Lápis
que Gira
1. Recorte cada quadrado.
2. Coloque os quadrados num saco de papel, feche-o e
agite-o para misturar as peças.
3. Peça aos participantes que se sentem em círculo no chão.
4. Coloque um lápis no centro do círculo e escolha um
participante para girar o lápis. Quando o lápis parar, a pessoa para quem ele apontar deve tirar um quadrado do saco
de papel e responder à pergunta que ele contiver ou fazer
o que ele indicar. Então, é a vez dela de girar o lápis.
✄
Este é um jogo divertido para a noite familiar ou
pode ser acrescentado em sua Caixa Dominical.
(Ver A Liahona, junho de 2006, p. A16)
Diga uma
maneira de
preparar-se para
ser um missionário
de tempo integral
algum dia.
Dê um abraço
no papai ou
na mamãe.
Mostre o que
deve fazer
durante uma
oração.
Fale de algo
bom que alguém
fez para você.
Conte uma
experiência que
você teve ao
tentar ser como
Jesus.
Diga três coisas
pelas quais você
é grato.
Por que tomamos
o sacramento?
Diga três coisas
que você pode
fazer no Dia
do Senhor.
Explique por que
comemoramos
o Natal.
O que você está
aprendendo
na Primária
ou na Escola
Dominical?
Diga algo de que
você gosta na
pessoa sentada
a sua frente.
Por que
comemoramos
a Páscoa?
Diga uma
coisa que o
profeta pediu que
fizéssemos.
Diga um milagre
realizado por
Jesus.
Quem visitou
Joseph Smith no
Bosque Sagrado?
Qual é o nome
de nosso profeta
atual?
Diga por que
somos batizados.
Diga uma
maneira de
honrar seus pais.
Nota: Caso não queira arrancar as páginas da revista, faça uma fotocópia desta atividade, copie-a à mão ou imprima-a da Internet
no site www.lds.org. Para a versão em inglês, clique em “Gospel Library”. Para os demais idiomas, clique no mapa-múndi.
O AMIGO JULHO DE 2006
A13
DE UM AMIGO
PARA OUTRO
Abençoados pelo
D
De uma entrevista
concedida pelo
Élder Douglas L.
Callister, dos
Setenta, a
Marissa A.
Widdison, das
Revistas da
Igreja.
A14
urante o tempo em que eu e
minha esposa servimos na Europa
Oriental, moramos na Rússia. Certo
dia, passamos uma hora no Hermitage,
famoso museu de São Petersburgo. O
guia advertiu-nos: “Tenham cuidado para
não tocar em nenhum desses importantes
tesouros, pois no Hermitage encontra-se
a grande riqueza da Rússia”.
O dia seguinte era domingo e durante
a reunião sacramental uma menina foi
confirmada membro da Igreja. Quando
eu e outros portadores do Sacerdócio de
Melquisedeque estávamos em volta dela
e impusemos as mãos sobre sua cabeça,
veio-me à mente o seguinte pensamento:
“As riquezas da Rússia não estão no
Hermitage, mas são suas crianças. Como
portadores do sacerdócio, temos autorização para aproximar-nos,
impor as mãos sobre sua
cabeça e abençoá-las”.
Há alguns anos, nosso
filho mais novo teve um
sério tumor ósseo nas costas. Quando foi
hospitalizado para ser operado, ouvi os
médicos conversarem sobre sua situação.
Diziam que era provável que nada
pudesse ser feito para salvar a vida de
nosso menino.
Quando fui ao quarto de meu filho,
tentei incentivá-lo. Tranqüilizei-o dizendo
que estava recebendo o melhor tratamento médico existente. Ele comentou:
“Pai, não estou contando com os médicos, mas com minha bênção. O Senhor
impôs as mãos sobre minha cabeça e
abençoou-me. E tenho fé no cumprimento da bênção”.
Meu filho foi curado. Sua vida é um
exemplo do poder de uma bênção do
sacerdócio. Uma das lições que aprendi
em meu serviço na Igreja é que nosso
Pai Celestial ama as criancinhas. Adora abençoá-las e,
com freqüência, abençoaas por meio de Seus servos
do sacerdócio. ●
ILUSTRADO POR ROBERT MCKAY; À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE CRAIG DIMOND, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
“Ele (...) pegou as criancinhas, uma a uma, e abençoou-as” (3 Néfi 17:21).
Sacerdócio
TESTEMUNHA
ESPECIAL
2
3
4
?
Os membros
do Quórum dos
Doze Apóstolos são
chamados como
profetas, videntes
e reveladores para
serem testemunhas
especiais de Jesus
Cristo. Têm a responsabilidade de
testificar Dele ao
mundo inteiro.
5
Reposta: o Élder Joseph B. Wirthlin
A16
FOTOGRAFIAS: CRAIG DIMOND, © PHOTODISC, © GETTY IMAGES, E CORTESIA DA FAMÍLIA WIRTHLIN
1
Como filho mais velho da família, deu um bom exemplo a suas
duas irmãs e dois irmãos. Era bondoso,
prestativo e bom aluno.
Uma de suas histórias favoritas das
escrituras é a do nascimento do
Salvador.
Ele sempre gostou de estudar, desde
o jardim de infância até a faculdade.
Gostava de muitas disciplinas diferentes,
mas sua predileta era História.
Seus pais ensinaram-lhe sobre as bênçãos resultantes do trabalho. Quando
criança e jovem, estava sempre ocupado
trabalhando na horta e cuidando dos coelhos, galinhas e cachorros da família.
Ele e a esposa, Elisa, casaram-se no
Templo de Salt Lake. Ela disse que
ele era “bondoso e gentil” e que gostava
É
Consegue adivinhar
quem é? Leia as pistas
sobre este membro do
Quórum dos Doze
Apóstolos. A resposta
encontra-se abaixo.
M
AD
I
E
Q
H
UE
N
I
V
“da espiritualidade
dele”.
Ele serviu como
missionário na
Alemanha, Áustria e
Suíça.
À mesa do jantar aos
domingos, ele perguntava aos filhos o que tinham aprendido na Escola Dominical. Eles falavam
de suas aulas e ele aprofundava os
assuntos usando as escrituras.
Ele e a esposa tiveram sete filhas
e um filho.
6
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Palavras de Sabedoria
“Temos as escrituras que
revelam a palavra de Deus
à humanidade em todas as épocas. Ao banquetearmo-nos com as
palavras de Deus, abrimos a mente
para as verdades eternas e o coração
aos serenos sussurros do Santo Espírito.”
(“Um Passo de Cada Vez”, A Liahona,
janeiro de 2002, p. 29)
L I A H O N A JANUARY 2005
F16
REPRODUÇÃO PROIBIDA
Na Tempestade, de Byron Pixton
Neste sesquicentenário dos pioneiros de carrinhos de mão, recordamos as 10 companhias de carrinhos de mão que saíram da cidade de Iowa,
no Iowa, e Florence, no Nebraska, para o Vale do Lago Salgado entre 1856 e 1860. Embora a maioria dessas companhias tenha viajado mais de
1.600 quilômetros sem maiores dificuldades, duas foram surpreendidas por fortes nevascas extemporâneas no Wyoming, onde muitos morreram.
“Creio em Deus, o Pai
Eterno, e em Seu Filho,
Jesus Cristo, e no Espírito
Santo. (...) Não tenho
dúvidas sobre a realidade e
individualidade Deles. Essa
individualidade ficou evidente quando Jesus foi
batizado por João Batista no rio Jordão. Na água,
estava o Filho de Deus. A voz de Seu Pai foi
ouvida declarando a filiação divina de Jesus, e o
Espírito Santo manifestou-Se na forma de uma
pomba.” Ver Presidente Gordon B. Hinckley,
“Nestes Três Creio”, p. 2.

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