Manual de la Biodiversidad Autóctona Manual da Biodiversidade

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Manual de la Biodiversidad Autóctona Manual da Biodiversidade
Manual da
Biodiversidade
Autóctone
Manual de la
Biodiversidad
Autóctona
Invertimos en su futuro
AECT DUERO - DOURO
Frontera_Natural
Unión Europea
FEDER
www.duero-douro.com • www.fronteiranatural.eu
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Telf: +34 923 141 409 • Fax: +34 923 090 433
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Unión Europea
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AECT DUERO - DOURO
Invertimos en su futuro
Manual da
Biodiversidade
Autóctone
Edita
AECT Duero - Douro
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Frontera_Natural
Unión Europea
FEDER
AECT DUERO - DOURO
Invertimos en su futuro
AECT DUERO-DOURO
O Agrupamento Europeu de Cooperação
lucrativos e tem por objecto e finalidade o
Territorial Duero-Douro, com sede na
fomento e o desenvolvimento entre os seus
localidade
salmantina de Trabanca, foi
membros; a cooperação transfronteiriça,
oficialmente criado na Assembleia Geral
transnacional e inter-regional com o fim
Constitutiva do dia 14 de Março de 2009,
exclusivo de reforçar a coesão económica e
onde 187 entidades ratificaram o Convenio e
social.
os Estatutos que regem o AECT DueroDouro, após a prévia aprovação do Governo
Pertencem ao AECT 187 entidades
español através de ordem Ministerial
públicas todas elas situadas na NUTS III :
publicada no BOE a 7 de Março de 2009,
Alto Trás-os-Montes, Douro, Beira Interior
Ordem APU/554/2009 de 11 de Fevereiro,
Norte, em Portugal, e nas Províncias de
pela que se autoriza a participação de
Salamanca e Zamora, em Espanha. Pelo que
determinados municipios espanhóis das
participa nesta união praticamente a
províncias de Salamanca e Zamora e da
totalidade das localidades da fronteira
Associação de Municipios para a Cooperação
hispano-lusa, abarcando toda a fronteira de
e o Desenvolvimento, assim como por
Castilla y León com Portugal.
determinados
municípios
e
freguesias
portuguesas e a Associação de Freguesias de
Portugal, no
Agrupamento Europeu de
Cooperação Territorial Duero-Douro.
O territótio de actuação do
Duero-Douro
é
compreendendo
um
muito
total
de
AECT
vasto,
52.314
habitantes em Espanha.
É uma entidade de carácter público, com
personalidade
tendo
Estamos perante uma entidade que gere
capacidade plena para actuar, sem fins
jurídica
própria,
o territó rio de forma conjunta e que abrange
3
áreas como a cultura, a área social o
Concretamente no artigo 19 prevê-se a
ambiente, o desenvolvimento local, as infra-
existencia de 6 Conselhos Sectoriais, que
estruturas, o emprego, a educação, entre
são os seguintes:
muitos outros.
a)
Conselho
Igualdade
No convénio assinado por todos os
membros
define-se
como
objetivo
fundamental do Agrupamento o reforçar da
para
a
Oportunidades,
Desenvolvimento Económico, Investigação,
Inovação e Desenvolvimento.
b)
Conselho
coesão económica e social. O que atinge
Desenvolvimento
muitas outras sub-dimensões, tais como a
Tecnologias,
execução dos programas ou projectos de
Emprego.
cooperação territorial co-financiados pela
Sectorial
de
c)
Sectorial
Local,
Educação,
Conselho
para
Novas
Formação
Sectorial
o
para
e
o
Comunidade, em particular pelo Fundo de
Ambiente, Desenvolvimento Sustentável,
Coesão; ou gerir as competências e
Agricultura e Pecuária.
atribuições das entidades territoriais que o
integram. Desenvolvendo acções em varias
áreas
(Igualdade
de
Desenvolvimento
Oportunidades,
Económico,
Desenvolvimento Local, Transporte público
acessível a todos os cidadãos. Novas
Tecnologias,
especialmente
as
d)
Conselho Sectorial para a Saúde,
Serviços Sociais e Acção Social.
e)
Conselho
Sectorial
para
o
Turismo, Cultura, Património, Desportos,
Lazer e Tempos Livres.
f)
Conselho Sectorial para
da
Administração
Infomação e Comunicação, Ambiente,
Comunicações.
Local,
Transportes
a
e
Desenvolvimento Sustentável, Educação,
Formação e Emprego. Saúde, Serviços
Nas disposições reguladoras, Convenio e
Sociais e Acção Social Turismo, Cultura e
Estatutos, do AECT Duero-Douro, a
Património.
protecção
Administração
local
ambiental, bem como o
Investigação, inovação e desenvolvimento
desenvolvimento sustentável do território
Transportes e Comunicações Desportos,
são dois dos objectivos prioritários no
Lazer e Tempos Livres ).
trabalho deste Agrupamento.
Todas as actuações do AECT DueroDouro se enquadram no âmbito de actuação
dos 6 Conselhos Sectoriais previstos nos
artigos
19
a
22
dos
Estatutos
do
Agrupamento Europeu de Cooperação
Territorial Duero-Douro.
4
FRONTEIRA NATURAL
O
AECT
desenvolver
Duero-Douro
o
Projecto
está
a
denominado
sua qualidade de vida e dando início à
fixação da população no meio rural.
Recuperação Integral e sustentável da
Fronteira: “Fronteira_Natural”, candidatado
Concretamente,
por esta entidade ao Programa Operacional
FRONTEIRA_NATURAL
de Cooperação Transfronteiriça Espanha-
alcançar um modelo de gestão ambiental
Portugal 2007-2013, subvencionado com
transfronteiriça que permita a recuperação
uma ajuda FEDER, com o total de
da identidade territorial, a eliminação de 100
800.000€.
pontos
críticos,
a
pretende
gestão
ambiental
duradoura e o envolvimento dos actores
O
objectivo
deste
projecto
é
a
socio-económicos.
Neste
sentido,
foi
Recuperação, conservação e valorização do
elaborado um Inventário do Uso Público de
património
no
Espécies que enriquecem a Biodiversidade
estabelecimento de uma política pública
Autóctone do território do Agrupamento
comum que encoraje a gestão conjunta do
Europeu de Cooperação Territorial Duero-
território, contribuindo assim para o
Douro, como meio de sensibilização e
desenvolvimento sustentável do mundo rural
conscienzalização sobre a importância da
transfronteiriço
conservação e restauração ambiental deste
natural
com
através
base
duma
gestão
integrada do meio ambiente. Este projeto
espaço fronteiriço.
baseia-se nos três pilares básicos da
sustentabilidade:
O objetivo do Guia será mostrar a riqueza
- Restauração de áreas degradadas,
de espécies existentes e a sua importância
principalmente pelo homem, bem como o
na cadeia trófica
acondicionamento
e
manutenção
e na ecologia dos
dos
ecossistemas presentes, fazendo especial
mesmos como método de prevenção de
referência às que se encontrem sob algum
riscos ambientais e melhoria da qualidade
tipo de protecção ou as que, além do seu
ambiental desses territórios.
papel biológico também contribuem, de
- Promover o emprego nas zonas rurais e
o dinamismo económico da fronteira.
- Fortalecer o eixo Social, através da
alguma forma, para a utilização dos seres
humanos, seja como medicamento ou como
matéria-prima.
valorização da identidade ambiental de um
território rico em biodiversidade, evitando
assim a perda de uma ligação entre
população e território, melhorando assim a
5
Área geográfica
de intervenção
Com o rio Douro Internacional como ponto
de união, a área de intervenção do Agrupamento
Beira Interior Norte (concelhos do Sabugal e
Almeida), do lado português.
Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro,
ocupa cerca de 9000 km2, e inclui 178 entidades
Inclui, portanto, a zona Norte fronteiriça -
públicas Espanholas e Portuguesas, ao longo de
Castilla y León y Centro - Castilla y León desde
356 km de uma fronteira compartilhada. Neste
o Sistema Central como limite sul, até à Sierra
espaço estão incluídos 107 municípios das
de la Cabrera, no Norte. Terra de Pan limita a
províncias
zona leste, até à Serra de Bornes, na parte
de
Sanabria/Carballeda,
Zamora
(Concelhos
Aliste/Alba,
Los
ocidental.
Arribes/Sayago, Campos/Pan) e Salamanca
(Concelhos Ledesma, Vitigudino, La Fuente de
O projecto FRONTEIRA_NATURAL será
San Esteban e Ciudad Rodrigo ) do lado
desenvolvido em todas as entidades locais que
espanhol; oito Câmaras Municipais e 69 freguesia
fazem parte do Agrupamento Europeu de
do NUTS III do Alto Trás-os-Montes (concelhos
Cooperação Territorial Duero-Douro, pois, além
de Vinhais, Vimioso, Miranda de Douro e
de serem membros do Agrupamento partilham
Mogadouro), Douro (Torre de Moncorvo, Freixo
necessidades comuns, que devem ser abordadas
de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa) e
no seu conjunto.
7
Porto
Robleda - Cervantes
Pías
Lubián
Requejo
Mombuey
Pedralba Puebla de
Sanabria
de la
Pradería
Manzanal
de Arriba
Hermisende
Villardeciervos
Figueruela
de Arriba
Insto. Pol. de
Bragança
Mahide
Vinhais
San Vicente
de la Cabeza
Viñas
Riofrío de
Aliste
Villafáfila
Ferreruela
de Tábara
Rabanales
Rábano
de Aliste Alcañices
TRÁS-OS-MONTES
Samir de
los Caños Fonfría
Carbajales
de Alba
Montamarta
Malva
Videmala
Vimioso
San Pedro de la
Nave - Almendra
Pino del Oro
Villalcampo
C.M / J.F
Miranda do Douro
ZAMORA
Muelas del Pan
Palaçoulo
São Martinho do Peso
Torregamones
Muga de
Sayago
Villaseco
del Pan
Almaraz
de Duero
Sendim
Bermillo
C.M / J.F.
de Sayago
Mogadouro
Urrós
Vila de Ala
Bemposta
Vale do
Adeganha
Porco
Peredo da
Felgar
Bemposta
Salce
Meirinhos
Castedo Cardanha
Almeida
Vilarinho dos Ventozelo
Roelos
de Sayago
Villarino
Galegos
de Sayago
Mayalde
de los Aires
Larinho
Bruçó
Almendra
Lousa
Carviçais
Aldeadávila
Carbellino
Lagoaça
Sardón de
de la Ribera
los Frailes
C.M / J.F.
Mazouco
Mós
Seixas Santo Amaro
Moraleja
Torre de Moncorvo
La Vídola
Masueco
de Sayago
Monleras
Felgueiras
Numão Murça
Açoreira
El Manzano
Mieza
Maçores
Villaseco de
Freixo de C.M / J.F. Vila Nova
Cabeza del Caballo
Peredo dos
los Reyes
C.M / J.F.
Numão
de Foz Côa
Castelhanos Freixo de
Vilvestre
Custóias
Muxagata
Espada à Cinta
Urros
Villasbuenas
Sebadelhe
Cedovim
Horta
Chãs
Saldeana
San Pedro
Castelo
Bermellar
del Valle
Vitigudino
Villaseco
Melhor
de los Gamitos
Cerralbo
Lumbrales
Encina de
Cipérez
San Silvestre
Asoc. de Municipios
para la Coop.
Villavieja
y el Desarrollo Local
de Yeltes
Remondes
Paradela
DOURO
Bañobárez
BEIRA INTERIOR
NORTE
Universidad de
Salamanca
SALAMANCA
El Cubo de
Don Sancho
San Felices
de los Gallegos
Fuentespreadas
Boada
Martín de Yeltes
Saelices el Chico
Lomba
Gallegos de
Argañán
Assoc. de
Freineda
Freg. da
Ribeira de Assoc. de
Cadelos
Freg. da
Espeja
Cerdeira
Raia e do Côa
Vale das Éguas
Ituero de
Vilar Maior
El Bodón
Azaba
Vila do Touro
Pena Lobo Baraçal
Quintas de
São Bartolomeu
Aldeia
Nave da Ponte
Vila Boa Forcalhos
Alfaiates
Águas
Belas
Rendo
Soito
C. M.
Sortelha Sabugal
Quadrazais
Malcata
Moita
Stº Estêvão
Bendada
Fóios
Escurial de
la Sierra
Serradilla
del Arroyo
La Encina
Agallas
Monsagro
Herguijuela de
Ciudad Rodrigo
Fuenteguinaldo
Robleda
Aldeia
Velha
Morasverdes
El Sahugo
Villasrubias
Peñaparda
Navasfrías
El Payo
N
W
E
Duero
Douro
A
S
8
E
C
T
Caracterização
Biofísica
Dinâmicas ambientais
O território do AECT é um verdadeiro
grande
de
ambiental
corredor
biodiversidade que inclui uma variedade
de ecossistemas naturais. Actualmente,
mais de 380.000ha estão protegidos sob a
forma de parques, reservas e outras áreas
aqueles
especialmente
protegidas,
pertencentes à Rede Natura 2000, facto
que levou à existência de mais de 5.000
hectares que têm alguma ferramenta de
protecção transfronteiriça (PORN / PRUG
/ POAP). Isto representa cerca de 42,5% do
território, com alguma proteção.
O tramo internacional do Duero/Douro
articula um ambiente natural bi-nacional
espetacular, moldado pelo canhão de
profundidade escavado pelo rio, uma
verdadeira garganta geológica que, em
alguns lugares tem vales superiores a 500
m de profundidade e abriga a uma variada
e única avifauna Rupícola - especialmente
cegonha-preta e águias de Bonelli, objeto
de conservação da comunidade de
vigilância da fronteira. Seu principal
afluente do lado espanhol é o rio Tormes,
com uma extensão aproximada de 15 km,
começando na Barragem de Almendra até
à sua foz no Douro.
espécies
destas
além
Para
emblemáticas, existem outros mais
abundantes, por exemplo, o Parque Natural
de Montesinho, criado em 30 de agosto de
1989, abriga a maior concentração de lobo
ibérico em Portugal, mas também é
freqüente o cervo,raposa, gato selvagem,
texugos e lontras, e outras espécies
cinegáticas. As enormes florestas de
carvalho, pinheiro negro são um dos
principais activos da região e em harmonia
com os castanheiros, contribuem para o
equilíbrio da floresta. O Parque Natural del
Lago de Sanabria (1978) é um excelente
exemplo da morfologia glaciar em
Espanha. A Sierra da Culebra, declarada
Reserva Nacional de Caça, em 1973,
abriga espécies como o lobo, mas também
nas suaves colinas abundam espécies de
caça grossa, como veados, corços e javalis.
Como se pode verificar, num território
tão vasto, há grandes diferenças de uma
região para outra e cada uma é
caracterizada por diferentes zonas:
• zonas escarpadas de forte aptidão
florestal, como os espaços naturais de
Montesinho, Sanabria e Culebra que
mantêm vivas as formas de ocupação
humana compatível com a preservação e
valorização dos recursos endógenos.
Predominam terrenos baldios com vocação
florestal e pastoril e pastagens
permanentes.
• Planícies do Nordeste Trasmontano-
9
Zamorano, onde a paisagem para a linha de
primavera são relativamente húmidos, o
crista de colinas, vales e cabeceiras de
que provoca uma elevada eficácia das
bacias hidrográficas
chuvas.
Duero
/
Douro.
secundárias do
Terras
debilmente
povoadas com solos pobres de uso
cerealista.
A continentalidade aumenta de oeste
para leste, o que determina a vegetação
• Arribas do Douro, espaço natural
transfronteiriço
que
define,
potencial, com destaque para grandes áreas
com
de mato, as formações de árvore de
morfologia de desfiladeiro de granito, a
Quercíneas (Q. rotundifolia em áreas mais
transição do vale medio
secas, e Q. faginea nas áreas mais
para o vale
inferior do rio, com uma atmosfera de
húmidas).
maior influência mediterrânica. Isto levou
ao desenvolvimento de uma produção
O clima no AECT -é mediterrâneo
agrícola singular - azeitonas, uvas,
continental
amêndoas - em socalcos para evitar a
precipitação, ligeiramente acima de 400
encosta íngreme.
mm.
semi-árido
com
baixa
• território de Salamanca, mais simples,
onde a ocupação florestal é menor,
As temperaturas
são extremas: no
destacando principalmente pastagens e
inverno as mínimas podem baixar aos -10
culturas forrageiras tipo lameiros, com um
º C (mínima absoluta de -15,6 ° C),
peso importante (ovinos e bovinos).
encontra-se
na
região
mediterrânica, caracterizada pela
secura estival, pelo menos dois
meses. Em concreto e seguindo a
classificação de Rivas-Martínez,
podemos incluir todo o nosso
território
da
Província
Carpeto-Ibero-leonesa,
dentro
dominada
pela bacia do rio Douro.
A precipitação é principalmente
Precipitaciones (total 383 mm)
O território do AECT DueroDouro,
70
120
60
100
50
80
40
60
30
40
20
20
10
0
0
E F M A M J
J
A S O N D
procedente do Atlântico, com chuvas
de inverno tardias. O Inverno e a
10
Infografía AECT
Temperaturas (media 11.7 ºC)
Climatología de la
AECT Duero - Douro
Climatología
enquanto que no verão pode chegar aos 40
exercida pela rede fluvial. Neste sentido,
º C (máxima absoluta de 45,4 º C).
consideramos duas grandes superfícies
altas:
superior,
desenvolvidas
pelo
O vento predominante é SW. Na
acúmulo de diferentes litologias, e outra,
maioria dos meses, o inverno é a época
um pouco menor. Nessas áreas a rede
mais ventosa.
actual encaixa-se no Douro com a
formação de uma série de terraços
escalonados e morfologia da superfície.
Geologia e morfologia do terreno
Dominam na zona as rochas Cambriano
siliciosas e pré-cambrianas, sobressaindo a
ardósia complexo xisto-grauváquico e
Os materiais terciários e quaternários da
zona são exclusivamente continentais.
granitos hercínicos. Há áreas significativas
de rochas básicas e ultrabásicas e
afloramentos.
Do ponto de vista morfológico, grande
parte da área do AECT constitui uma
peneplanície evoluída, já que desde o
MATERIAIS ORIGINAIS
NEÓGENO
QUATERNÁRIO
Calizas, margas
blancas,
arenas, arcillas y
margas
Indiferenciado
Mesozóico até ao presente agiram os
efeitos da erosão, destruindo a área
emersa,
até
fazer
aflorar
materiais
constituintes principalmente de rochas
ígneas
(granitos
granodiorito
e
de
vários
sienitos
Segundo o Atlas Digital de Comarcas
de Suelos e para a zona objecto do presente
projecto, os solos predominantes, são:
tipos,
enclaves),
acompanhada de rochas metamórficas.
SOLOS DOMINANTES
ORDEN
SUBORDEN
GRUPO
Inceptisol
Umbrept
Xerochrept,
Xerorthent,
Xeropsamment
Destacar nesta peneplanície o perfil
topográfico
produzido
pelo
encaixe
profundo do rio Douro e a sua rede de
afluentes (Huebra, Tormes, Agata e Esla
Uces) que, sequem falhas tardihercínicas e
No território do AECT Duero-Douro
as grandes articulações existentes nos
também existem vários lugares de interesse
desfiladeiros.
Geológico, como os que se seguem:
.- Lago de Sanabria.
Zona de Geomorfologia formada pela
.- Leito e vale do Rio Tera.
acção erosiva durante o Quaternário,
11
12
Rios e Ribeiras
foram construídas na zona as represas
O território do AECT Duero-Douro tem
espanholas de Aldeadávila, Almendra,
uma complexa rede hidrográfica em que as
Castro, Ricobayo, Saucelle e Villalcampo e
margens dos rios
Douro e Águeda
as portuguesas de Bemposta, Miranda e
funcionam como fronteira natural entre
Picote, estas barragens são conhecidas
Espanha e Portugal ao longo de mais de
como
150 kilómetros.
infraestruturas hidroeléctricas com maior
Saltos
do
Douro,
e
são
as
produção da Península Ibérica.
A precipitação nesta área é muito dispar,
em função da época do ano, no inverno e
Esta
primavera são abundantes, permitindo que
hidrológica
surjam pequenos charcos e riachos por
consideravelmente os hábitats naturais,
grande parte do territorio, que confluem em
afectando gravemente comunidades de
outros rios maiores, enquanto que no
flora e fauna, embora continue, como se
período estival a precipitação é escassa e
mostra adiante, a albergar uma grande
grande
quantidade de plantas e animais de grande
parte
secundária
da
dispõe
rede
de
hidrográfica
muito
pouco,
pressão
da
sobre
zona
a
estrutura
deteriorou
riqueza ambiental.
chegando inclusivamente a secar.
Espaços protegidos.
As grandes depressões que se formam
No quadro seguinte é possível observar
nesta regiões, são lugares propícios para a
as principais zonas protegidas dentro da
construção de barragens e represas. Por isso
área do AECT:
Espaços Naturais Protegidos no AECT Duero-Douro
ESPAÑA
Área / Espaço
Lugar de Interesse Zona de Especial Reserva Natural Espaço Natural Parque Natural
Comunitario
Protecção para as
Aves
Arribes del Duero
Campo de Aliste
Campo de Argañán
Campo de Azaba
Cañones del Duero
El Rebollar
Lago de Sanabria
Lagunas de Villafáfila
Las Batuecas – Sierra de Francia
Llanuras del Guareña
Riberas del Río Manzanas
Riberas del Río Tera y afluentes
Riberas del Río Tormes y afluentes
Riberas del Río Tuela y afluentes
Riberas del Río Huebra, Yeltes, Uces y afluentes
Riberas del Río Águeda y afluentes
Riberas del Río Aliste y afluentes
Sierra de la Culebra
Tierras del Pan
13
Lugar de Interesse Zona de Especial Reserva Natural Espaço Natural Parque Natural
Comunitario
Protecção para as
Aves
PORTUGAL
Área / Espaço
Douro Internacional
Montesinho
Serra de Malcata
Minas de Santo Adrião
Río Sabor e Maças
Vale do Côa
Mogais
PLANOS DE ORDENAMENTO DO
Espanha e POAP Montesinho, Serra
TERRITÓRIO
Malcata e Douro Internacional em Portugal.
Os
Planos
de
Ordenamento
dos
Recursos Naturais são outros Instrumentos
RED NATURA 2000
de Planeamento previstos na Lei 10/1998
A Rede Natura 2000 é uma rede de
sobre Ordenamento do Território da
espaços naturais de elevado valor ecológico
Comunidade de Castilla e León, bem como
a nível da União Europeia, estabelecido nos
os Planos de Ordenamento de Áreas
termos da Directiva 92/43/CEE, relativa à
Protegidas em Portugal, que devido às suas
preservação dos habitats naturais, da fauna
características especiais são objecto de
e da flora selvagens (conhecida como a
regulamentação
sobre
Directiva "Habitats") de 1992. Também
conservação de áreas naturais e a vida
inclui áreas designadas ao abrigo da
selvagem.
Directiva
específica
79/409/CEE
relativa
à
conservação das aves selvagens (Directiva
A Lei 8 / 1991 de 10 de Maio, Áreas
Aves) de 1979. Esta rede visa assegurar a
Naturais da Comunidade de Castilla y León,
sobrevivência a longo prazo das espécies e
prevê no artigo 22 º que a declaração de
habitats na Europa mais valiosos e
áreas naturais protegidas requerem uma
ameaçados.
preparação prévia e aprovação do Plano em
causa Gestão de Recursos Naturais. Tal
A Rede Natura 2000, instituída pela
são
Directiva 92/43/CEE Conservação dos
regulamentados pelo Decreto-Lei 151/95 de
Habitats Naturais, da Fauna e da Flora
24 de Junho.
Selvagens, é o compromisso maior de
como
em
Portugal,
o
POAP
conservação até ao momento em todo o
Atualmente, dentro da área em causa
mundo. Esta afirmação não ocorre apenas
encontram-se aprovados ou em fase de
pela grande variedade de elementos naturais
aprovação, unicamente o
PORN das
que se destinam a preservar, 218 diferentes
Lagunas de Villafáfila, Lago de Sanabria,
tipos de habitats, 195 taxons de aves, 315
Batuecas - Sierra de Francia e Rebollar,
espécies de fauna e flora 572, nem mesmo
14
pela grande área que incluía até à data, mais
O território do AECT Duero-Douro que
de 48 milhões de hectares classificados
se apresenta protegido através da rede
como Sítio de Importância Comunitária
Natura 2000 é caracterizado, em termos
(SIC) e mais de 37 milhões como Zona de
gerais, por ecossistemas de rios, que
Protecção Especial para as Aves (ZPE) mas
geralmente
deve ser acrescentado que tal preservação
deterioração, áreas de peneplanície, de
deve ser feito para garantir a manutenção
média montanha e estepes.
sofrem
uma
significativa
dos níveis de qualidade de vida dos cidadãos
da
União
Europeia
e
alcançar
um
desenvolvimento compatível.
Com este vasto território demonstra-se o
ambiente natural rico que apresenta e,
portanto, a importância de proteger e
O Agrupamento Europeu de Cooperação
preservar da melhor maneira possível, para
Territorial Duero-Douro compreende cerca
assegurar a sobrevivência a longo prazo das
de 9.000 km2, dos quais cerca de 4.000
espécies e habitats mais ameaçados da
(3825) fazem parte da Rede Natura 2000. As
Europa, contribuindo para deter a perda de
áreas naturais que estão aninhadas nesta área
biodiversidade
correspondem a 23 Sítios de Interesse
negativo das actividades humanas e,
Comunitário (SIC) e 17 Zonas de Protecção
portanto,
Especial para as aves (ZEPAs).
biológicos, estéticos e genéticos.
causada
destacar
os
pelo
seus
impacto
aspectos
15
LUGARES
DE
IMPORTÂNCIA
COMUNITARIA
Conservação (ZEC), no seu território,
aplicando medidas de conservação ou a
A Directiva 92/43/CEE do Conselho,
sua recuperação adequada. As ZEC são
de 21 de Maio de 1992 sobre a
parte de uma rede ecológica europeia
Conservação dos Habitats Naturais e da
denominada Natura 2000, que inclui os
Fauna e da Flora Selvagens é a principal
habitats de maior preocupação e ZEPAs.
disposição comunitária em prol da
Real Decreto 1997/1995 de 07 de
biodiversidade.
é
dezembro, a transposição desta directiva
a
para a legislação espanhola, que define a
contribuir
O
seu
para
objectivo
assegurar
biodiversidade através da conservação
responsabilidade
dos habitats naturais e da flora e da fauna
autónomas na designação dos pontos de
selvagens do território europeu, tendo em
referência.
das
comunidades
conta as necessidades de informação
científica, económica, social, cultural e
Dentro do campo de actuação do
regional e cumprir o objectivo global de
AECT Duero-Douro encontramos uma
desenvolvimento sustentável.
extensa rede de LIC, um total de 23, que
definem os diferentes habitats, muitos
Para este efeito, os Estados devem
estabelecer
Zonas
Especiais
de
deles ligados aos valores ambientais do
território objecto de actuação:
Lugares de Importância Comunitaria (LIC)
CÓD. EUROPEO
ES4150064
ES4150085
ES4150087
ES4150096
ES4190033
ES4190074
ES4190102
ES4190132
ES4190133
ES4190146
ES4150098
ES0000202
ES4150032
ES4190105
ES4150107
ES4190067
ES4190131
PTCON0022
PTCON0002
PTCON0004
PTCON0042
PTCON0021
PTCON0023
16
NOMBRE
Riberas de los Ríos Huebra, Yeltes, Uces y afluentes
Riberas del Río Tormes y afluentes
Riberas del Río Águeda y afluentes
Arribes del Duero
Sierra de la Culebra
Riberas del Río Aliste y afluentes
Cañones del Duero
Riberas del Río Manzanas y afluentes
Campo de Aliste
Lagunas de Villafáfila
Campo de Argañán
Campo de Azaba
El Rebollar
Lago de Sanabria
Las Batuecas – Sierra de Francia
Riberas del Río Tera y afluentes
Riberas del Río Tuela y afluentes
Douro Internacional
Montesinhos
Serra de Malcata
Minas de Santo Adrião
Río Sabor e Maças
Morais
PAÍS
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
ZONAS DE ESPECIAL PROTECÇÃO
para a conservação de espécies de aves
PARA AS AVES
listadas no Anexo I (175 espécies). A
A Directiva 79/409/CEE relativa à
legislação estabelece a obrigação de manter
conservação das aves, conhecida como
os territórios mais apropriados em número e
Directiva "Aves" exige que todos os
tamanho para assegurar a sobrevivência de
Estados-Membros da União Europeia
certas aves, as ZEPA.
classifiquem como Zonas de Protecção
Especial para as Aves (ZEPA) os territórios
mais apropriados em número e tamanho
Dentro da área de actuaçao do AECT
Duero-Douro encontram-se 17 ZEPAs:
Zonas de Especial Protecção para as Aves (Zepa)
CÓD. EUROPEO
ES0000118
ES0000247
ES4150087
ES0000206
ES0000358
ES0000209
ES0000208
ES0000004
ES0000218
ES0000202
ES4190009
ES4150005
PTZPE0038
PTCON0002
PTZPE0038
PTZPE0037
PTZPE0039
NOMBRE
Arribes del Duero
Riberas de los Ríos Huebra, Yeltes, Uces y afluentes
Riberas del Río Águeda y afluentes
Cañones del Duero
Campo de Aliste
Tierra del Pan
Llanuras del Guareña
Lagunas de Villafáfila
Campo de Argañán
Campo de Azaba
Lago de Sanabria
Las Batuecas – Sierra de Francia
Douro Internacional
Montesinhos
Serra de Malcata
Río Sabor e Maças
Vale do Côa
PAÍS
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
ESPAÑA
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
PORTUGAL
17
ZONAS HÚMIDAS CATALOGADAS
Decreto 194/1994 de 25 de Agosto, que
aprova a lista de Zonas Húmidas de Castilla
Conservação da Natureza e Biodiversidade
ou pela Rede de Reservas. No território
deste projecto não existe nenhuma.
e León, e oferece a sua protecção. Decreto
125/2001 de 25 de agosto que altera o
Decreto 194/1996 aprova a ampliação do
Vegetação
Estamos
perante
uma
vegetação
catálogo. Na zona de Portugal, essas áreas
tipicamente mediterrânica, reflexo das
são reguladas pelo Decreto Lei n º 101/80 de
influencias climáticas e da variação
9 de Outubro.
altitudinal, muito acentuada entre as colinas
e os vales encaixados no rio Douro, neste
As Zonas Húmidas catalogadas que se
território do noroeste da Península Ibérica.
encontram incluídas no campo de actuação
E possível observar uma clara diferença
são:
entre a vegetação localizada nas áreas mais
ZONAS HÚMIDAS CATALOGADAS
CÓDIGO
SA-01
SA-04
NOME
Laguna de Boada
Laguna de la Zarza
Ambas dos situadas en la parte española.
MICRO-RESERVAS DE FLORA
elevadas, coincidentes com a escala
bioclimática supra- mediterrânica e o fundo
dos vales com as escalas bioclimáticas meso
e supra- mediterrânica. Cabe destacar a
presença de vários zimbros no Parque
Natural Douro Internacional, considerados
como una vegetação relíquia, que formam
Com o decreto 63/2007 de 14 de Junho,
comunidades vegetais endémicas, a nivel de
também se criou a figura de protecção,
Portugal, de grande beleza paisagística de
chamada " Micro-Reserva de Flora" em
com
Castilla y León, embora não oficialmente
ecossistemas locais.
um
papel
fundamental
nos
implementada, é feito um esboço das áreas
que possam estar dentro do âmbito de
Comunidades
desenvolvimento
representativas:
do
FRONTEIRA_NATURAL
Projecto
do
AECT
Duero-Douro:
- Arribes del Duero - Playa del Rostro
vegetais
mais
• Montados de Quercus Rotundifolia:
Os montados (Quercus Rotundifolia) são,
sem dúvida, as formações vegetais com
(Aldeadávila de la Ribera).
maior representatividade na área de estudo,
- Turberas de Mayalde.
com distribuição generalizada em todo o
território, embora prefira as zonas mais
Em Portugal já foi implementada esta
abrigadas e de difícil acesso onde a
figura, que é gerida sob o Decreto-Lei 19/93
agricultura não consegue instalar-se ou já foi
23 de Janeiro, ou pelo Instituto de
abandonada.
18
• Os montados de Sobro de Quercus
preferencialmente em rochas das Arribas
do Douro e seus afluentes.
Sober
Com menor representatividade que os
montados, os sobreiros encontram-se, na sua
maioria,
num
estado
de
• Bosques hidrófilos
degradação
Nas margens dos rios e ribeiras, do Río
progressiva, devido à acção dos incêndios
Douro dominan comunidades onde vivem
florestais e outros factores externos ao
amieiros (Alnus glutinosa), salgueiros (Salix
ecossistema natural. As formações maiores
salvifolia), freixos (Fraxinus angustifolia) e
localizam-se tanto nas áreas termófilas como
também Agreira (Celtis australis). Os
nas mesófilas.
bosques de agreira são menos abundantes,
e estão confinados a linhas de água mais
• Os carvalhais de Quercus Pirenaica
escavadas
e
sombrias.
Uma
destas
Estas formações encontram-se dispersas
populações localiza-se a norte da barragem
pelo planalto (acima dos 650 metros de
de Aldeadávila, nas margens escarpadas do
altitude), subsistindo como bosques isolados
rio Douro e é considerada uma das maiores
ou mais frequentemente como vedação
da Europa em estado natural.
natural entre as parcelas de cultivo.
• Matagais pré-florestais
• Os Zimbros de Juniperus oxycedrus
As comunidades arbustivas que constituem
Embora muitas vezes estejam em menor
normalmente
abundância pela supremacía do Carvalho,
substituição dos bosques climácicos, são os
existem algumas populações praticamente
da giesta de flores amarelas, a giesta negra
mono específicas desta espécie que
(Cytisus scoparius), o vassouro (Cytisus
atingem uma extensão considerável. Estas
striatus) e, ocasionalmente, em zonas de
formações representam autênticas relíquias
maior altitude, aparece a giesta branca
paisagísticas,
(Genista
além
de
serem
uma
a
florida
primeira
ssp.
etapa
de
polygaliphylla).
maravilha florística deste território. A sua
Aparecem inclusivamente as chamadas
presença é mais notória nas áreas mais
escovas (Retama sphaerocarpa), que, de vez
termófilas
em cuando, ocupam as bordas dos bosques
e
encontrando-se
vales
escarpados,
implantados,
de matagal de carvalho.
19
catálogo de
espÉcies
FAUNA
O nosso território constitui uma das
às aves. A boa preservação dos hábitats,
maiores reservas faunísticas de toda a
tanto nos vales como nas planícies, torna
Europa.
condições
possível a existência de um grande
ambientais do ecossistema do Parque
número de exemplares e a localização de
Natural Arribes del Duero e Douro
importantes populações reprodutoras de
Internacional levaram a que esta zona fosse
várias espécies ameaçadas. Estima-se que,
incluida na Rede de Espaços Naturais
das
Europeus (Red Natura 2000). Estes dois
nidificam aqui. Por isso, a região foi
grandes Parques Naturais contam com
declarada, a nivel europeu, como ZEPA
aproximadamente 400.000 ha., distribuidas
(Zona de Especial Protecção para as
entre
Aves).
as
As
particulares
provincias
espanholas
de
206
espécies
catalogadas,
129
Salamanca e Zamora, e, em Portugal,
Bragança
e
Guarda,
constituindo,
De entre as espécies mais representativas
definitivamente, uma das superficies
e, que habitam de forma mais habitual, o
naturais mais extensas de toda a Europa.
espaço fronteiriço de influência do
Agrupamento
Europeu de Cooperação
A região abriga um grande número de
Territorial Duero-Douro, apresentam-se as
espécies catalogadas como em perigo de
fichas identificativas de cada espécie
extinção, especialmente no que se refere
correspondente.
21
Aves
Como já foi mencionado anteriormente, o
por: Mergulhão pequeno (Ruficollis
território objecto de actuação tem alguns
Tachybaptus),
enclaves
(Cristatus
de
especial
interesse
mergulhão
Podiceps),
de
crista
mergulhão
de
aquáticas,
pescoço preto (Nigricollis Podiceps),
vegetação ciliar e rochoso. Outras áreas
Ouriço comum (Minutus Isobrychus),
têm protecção de duas ZEPA nas Arribes,
garça noite (Nycticorax nycticorax)
de importância declarada para a cegonha-
Squacco (Ralloides Ardeola), Garça-
preta e vários tramos fluviais em Zamora
vaqueira (Bubulcus ibis), Garça Branca
e Salamanca. Destacamos também a
(Egretta garzetta), Garça-real (Ardea
abundância de garças.
inérea), garça-vermelha (Ardea purpurea),
especialmente
de
aves
Frisada (Anas strepera), manequinha Assim, as escarpas que formam as Arribes
comum (Anas crecca), pato-real (Anas
del Duero / Douro são um bom habitat
platyrhynchos), arrábio (Anas acuta),
para espécies de interesse, como a águia-
marreco
real e, Bonelli abutres e corujas.
trombeteiro d'agua (Clypeata Anas),
(Querquedula
Anas),
pato
galinha de água (Aythya ferina), águia Em relação às aves que nidificam na bacia
sapeira (Aeruginosus Circus), frango
hidrográfica vivem 210 das 270 espécies
d´água (Rallus aquaticus), Galinha-d'água
que regularmente procriam em Espanha
(Gallinula chloropus), galeirão – común
peninsular (Martí e Del Moral, 2003).
(Fulica atra), pernilongo (Himantopus
Cerca de 47 espécies estão ligadas a
himantopus),
ambientes aquáticos, uma lista composta
Recurvirostra), borrelho – pequeno -de -
22
alfaiate
(Avosetta
23
coleira (Charadrius dubius), borrelho – de
Todas as garças estao protegidas na
– coleira - interrompida (Charadrius
Comunidad de Castilla y León.
alexandrinus), abibe (Vanellus Vanellus),
Perna Vermelha Comum (Tringa totanus),
O Decreto 83/1995 de 11 de Maio, aprova
maçarico – das- rochas (Hypoleucos
o Plano de Recuperação da Cegonha-preta
Actitis), guincho - comun (Ridibundus
e estabelece medidas para a sua protecção
Larus), trinta – réis – de bico - preto
na Comunidade de Castilla y León. O
(Nilotica Gelochelidon), gaivina – dos -
âmbito
pauis (Chlidonias hybridus), gaivina preta
FRONTERA_NATURAL,
(Chlidonias niger), Guarda Rios / Martín
Duero-Douro, coincide em algumas zonas
Pescador (Alcedo atthis), andorinha – das
com este Plano de Recuperação e no troço
- barreiras (Riparia riparia), alvéola -
entre Zamora e a fronteira com Portugal e
amarela (Motacilla flava), melro – d´água
os seus afluentes, onde se localizam as
(Cinclus Cinclus), rouxinol bravo (Cettia
áreas críticas das estradas SA-01 a SA-06
Cetti), felosa - unicolor (Luscinioides
e ZA-01 a ZA-05.
da
actuação
do
do
projecto
AECT
Locustella), rouxinol pequeno – dos Acrocephalus),
Nos Arribes há uma presença de cerca de
bigotudo (Biarmicus Panurus), pendolino
11-13 casais, especialmente de Ciconia
(Pendulinus Remiz) e escrevedeira – dos
nigra, nas margens das barragens de
- caniços (Emberiza schoeniclus).
Aldeadávila de la Ribera e Fermoselle
caniços
(Scirpaceus
(embora estas não pertençam ao AECT
As garças são encontrados ao longo do
mas ao território circundante).
curso do rio Douro, em especial a garça
cinzenta (Ardea inérea) e a garça -
Na área das encostas das Arribes destaça-
nocturna (Nycticorax nycticorax).
se a valiosa presença de espécies
predadoras, tais como a águia-real (Aquila
Há também a garça – breca - pequena
chrysaetos), Águia - de - Bonelli (fasciatus
(Egretta garzetta) e uma representação
Hieraetus), a butre - foukeiro (Gyps fulvus),
muito baixa de garça – vermelha (Ardea
o falcão-peregrino (Falco peregrinus) e
purpurea). Todas as garças estão protegidas
Abutre do Egipto (Neophron pernopterus),
na Comunidade de Castilla y León.
que tem uma grande população.
A cegonha-preta (Ciconia nigra), aparece
De referir também a presença de algumas
nas listas de aves em extinção (Decreto
corujas como a mocho – dos - banhadas
439/1990 de 30 de Maio), tendo no rio
(Asio flammeus), mocho - galigo (Athene
Douro locais de alimentação e procriação.
noctua) e o bufo-real (Bubo bubo).
24
Águia Real
(Aquila chrysaetos)
Descrição: É a maior ave de rapina da
inacessíveia e não apresentarem grande
Península Ibérica atingindo uma envergadura
acção antrópica.
de 230 cm. De aspecto robusto com cabeça
proeminente, asas grandes e cauda longa. A
Biologia: Passa a vida com o mesmo
plumagem é castanho escuro e torna-se mais
companheiro.
clara com a idade. Os juvenis são castanho
acasalamento, o macho e a fêmea executam
chocolate com manchas brancas em algumas
complexas danças em voo, simulando ataques
partes do dorso e cauda. Os adultos também
entre si. Apesar de serem silenciosas, nesta
têm manchas
Durante
a
época
de
douradas na cabeça e no
época emitem ruídos agudos. No território de
pescoço. As garras são fortes e afiadas e o
fronteira natural nidificam sobretudo em
bico curto curvado.
paredes rochosas. Fazem uma postura de 2
ovos, geralmente. Alimenta-se de mamíferos,
Hábitat: Tem preferencia por zonas
aves, reptéis, anfibios e peixes. No entanto, a
escarpadas com algum relevo e formações
sua dieta baseia-se substancialmente em
rochosas próprias da zona das Arribas e do
lebres e coelhos. Em épocas de escassez não
Parque Douro Internacional, embora também
desdenha as carcaças.
ocupe zonas planas, se estas forem
Curiosidades: É uma águia sumamente
agressiva. Detém uma visão privilegiada e é
capaz de ver lebres a 2 km de distância. Voa
em círculos, como os falcões. Devido ao tom
dourado da cabeça é conhecida como “Águia
Dourada”. Em alguns sítios os pastores
também lhe chamam “ A loira”.
25
Águia Perdigueira
(Hieratus fasciatus)
Descrição: Águia de tamanho médio e
macho procura alimento. Este consiste,
aspecto poderoso, com uma envergadura de
sobretudo, de perdizes, pombas, aves de
170 cm. Apresenta cor castanha no dorso e
rapina de pequeno tamanho, coelhos, ratos
tem uma franja negra no extremo da cauda.
etc., que ataca enquanto comem no solo.
Apresenta garras fortes e patas emplumadas
Quando anda em busca de alimento
até
costumam fazê-lo em pares.
ao
pé.
A
característica
mais
representativa para identificar esta espécie é
o peito, branco e com manchas escuras a
Curiosidades: A águia perdigueira é uma
modo de lágrimas. Em vo observam-se nas
ave sedentária, somente alguns jovens
asas duas franjas de cor diferentes, a
migram, e mantém vários ninhos dentro do
superior escura e a inferior branca.
seu território. Ao longo dos anos vai-os
utilizando sucessivamente.
Hábitat: Presente nas escarpas rochosas de
Arribes del Duero e do Parque Douro
Internacional (com 11 casais registados),
frequentemente próximos às colónias de
abutre leonado (Gyps fulvus).
Biologia: Nidifica em árvores e em escarpas
rochodas
aproveitando
saliências
ou
cavidades naturais para se resguardar das
condições climáticas. A sua postura, no final
do Inverno, inclui, normalmente, 2 ovos que
a fêmea se encarrega de incubar, enquanto o
26
Grifo
(Gyps fulvus)
Descrição: é uma das maiores aves que
vales dos rios Huebra, Tormes, Águeda e
habita nas nossas terras, com
Douro.
uma
envergadura alar de 260–280 cm. A sua
plumagem é, fundamentalmente, castanho
Biologia: Distribuem-se em grandes colónias
claro com a cauda negra. O pescoço e a
instalando os seus ninhos em gretas ou
cabeça estão desprovidos de plumas
saliências de escarpas. É um animal
grandes, no seu lugar aparece uma
exclusivamente necrófago, que se alimenta de
plumagem curta esbranquiçada. A base do
animais mortos, preferindo as vísceras. A corte
pescoço é adornada por uma gola de plumas,
é feita em voo, e põem um único ovo que
cuja coloração varia com a idade, os
incubam durante aproximadamente 50 dias.
indivíduos jovens têm-nas castanho claro e
os adultos brancas. Em voo observam-se
Curiosidades: A ausencia de plumas na
duas cores nas asas, a superior parda como
cabeça e no pescoço não é casual.
o dorso e a inferior preta. Plana com as asas
Costumam meter a cabeça den tro do
totalmente estendidas aproveitando as
cadáver para aceder às vísceras, manchando-
correntes do ar.
se de sangue. Têm uma visão privilegiada
que usam para localizar carcaças do ar, no
escarpas
entanto, na maioria das vezes não são os
inacessíveis. Toleram bem os ambientes
grifos que encontram os cadáveres, mas sim
humanizados, e inclusivamente existe uma
os corvos e pequenos abutres. Então os
tendência para se estabelecerem em áreas
grifos descrevem amplos círculos no ar para
transformadas, pois têm um maior acesso a
avisar os outros que não tardam em
alimento. Existem cerca de
concentrar-se
Hábitat:
Localizam-se
em
250 casais
repartidos em seis colónias distribuidas nos
e
descer
para
comer,
dispersando os pequenos necrófagos.
27
Abutre do Egipto
(Neophron percnopterus)
Descrição: O abutre do Egipsto é um
ocasionalmente, em árvores, embora não
pequeño abutre, com uma envergadura alar
seja comum. Constrói-os com paus e ramos
de 160–170 cm, sendo o menor de todos os
de diferentes tamanhos que preenche com
abutres que habitam a Península. Tem uma
todo o tipo de materiais. A postura é em
plumagem branco cremoso excepto na parte
Abril e consta de 2 ovos, geralmente. É uma
posterior das asas que é preta. A cara é
ave omnívora e a sua dieta inclui carcaças,
rugosa e de cor amarelo alaranjada. Os
excrementos, caracóis, rãs, ovos de outras
individuos jovens são muito diferentes dos
aves e inclusivamente crias.
adultos, apresentando tons acastanhados em
toda a plumagem. A cauda é curta e em
Curiosidades: É uma ave muito inteligente,
forma de cunha. A grandes distâncias pode
de facto, é capaz de usas pedras para partir
confundir-se com uma cegonha.
ovos. Pode defender-se a pé e temu m andar
parecido com o dos galos. Na zona de Arribes,
Hábitat: Ligados a medos rochosos.
Geralmente
podemos
localizá-los
em
barrancos fluviais da zona e nas grandes
escarpas existentes nos cursos fluviais da
zona.
Biologia: Ave migratória. Passa o inverno
em África e regressa à Península para
procriar entre os meses de abril ou maio.
Instala os seus ninhos nas saliências ou
cavidades
28
das
paredes
rochosas
e,
esta ave é conhecida como “Blanquillo”.
Falcão Peregrino
(Falco peregrinus)
Descrição: Ave de rapina pequena, com
1m.,
com clareiras ou rochedos. O bosque aberto
aproximadamente. O dorso é cinzento e a
da comarca de Vitigudino e Ledesma
base da cauda de um cinzento mais pálido.
permite que aí possam habitar entre 10 e 20
O peito é branco e mostra um desenho da
casais.
uma
envergadura
alar
de
lugares abertos, como estepes, bosques
mesma cor que o dorso. A coroa e o bigode
são pretos e a parte superior do bico e o
Biologia: Não fazem ninho, aproveitam
rebordo
amárelo
algum que tenha sido feito por outra ave de
chamativo. A silhueta em voo assemelha-se
rapina o simplesmente depositam os seus
a uma âncora e pode reconhecer-se, também,
ovos numa cavidade ou saliência nos
pelas asas pontiagudas e pela cauda estreita.
rochedos. Põem 3 ou 4 ovos entre março e
dos
olhos
de
um
abril, embora nem todos venham a eclodir.
Hábitat: Devido à sua forma de caçar e ao
A sua alimentação baseia-se em aves de
tipo de presas que procura, precisa de
pequeno ou médio porte, com uma certa
preferencia por pombas.
Curiosidades: É a ave preferida dos
falcoeiros, a sua espectacularidade radica na
sua técnica de caça de aves em voo, já que
este
falcão
raramente
caça
animais
terrestres. Pode ultrapasar os 200 km/h em
voo picado, lançando-se sobre as presas com
uma força tal que o impacto as deixa
atordoadas, ou as mata.
29
Bufo Real
(Bubo bubo)
Descrição: Ave de rapina nocturna de grande
paredes rochosas e não constrói ninho, cria ao
tamanho, a maior da Europa com um tamanho
abrigo das rochas ou em cavidades ou
de 75 cm. e uma envergadura de 180 cm.,
saliências naturais. A postura inclui 2 a 3
aproximadamente. A sua plumagem é parda
ovos, que são incubados pela fêmea enquanto
com manchas escuras na cabeça e dorso. A
o macho canta nas proximidades. É um
garganta é branca, tal como a zona em volta
grande caçador e alimenta-se de grandes
dos olhos e do bico. Uma característica
presas como coelhos, lebres e aves, embora
importante da sua fisonomia são os seus
não rejeite pequenos roedores e répteis.
grandes olhos alaranjados e brilhantes
e
mechas de plumas na parte superior da cabeça
Curiosidades: Apesar do seu grande tamaño,
que vulgarmente conhecemos como “orelhas”.
tem um voo ágil e silencioso. É o mais
As patas estão emplumadas até aos dedos, de
nocturno de todos os bufos e durante o dia
onde sobressaiem fortes garras pretas.
permanece oculto em ramos de árvores,
fendas nas rochas ou mesmo no solo. A sua
Hábitat: Zonas escarpadas dos vales fluviais
coloração e o desenho da plumagem tornam
do Douro, Tormes, Huebra e Águeda.
difícil encontrá-lo.
Biologia: É sedentário, exceptuando os
individuos jovens que se dispersam durante o
seu primeiro outono buscando em busca de
lugar para se instalar. Na época de
acasalamento o macho canta para defender o
seu território ao entardecer o casal eleva-se
planando a grande
30
altura. Nidifica em
Cegonha Negra
(Ciconia nigra)
Descrição: Distingue-se da cegonha branca,
Biologia: De hábitos solitários, é muito
ou comum (Ciconia ciconia), lém do seu
menos conhecida do que a ceghonha branca.
emnor tamaño, pela sua plumagem preta
Instala os seus ninhos em saliências e fendas
lustrosa com nuances verdes e roxas no
nas rochas. Para a sua construção utiliza
dorso, cabeça e pescoço. O ventre é branco
ramos e ervas, juntando terra, se for
e o bico e as patas de cor vermelho forte. Os
necesário. Faz a postura entre abril e junho,
individuos jovens aresentam tonalidades
pondo entre 3 a 5 ovos. A sua alimentação
acastanhadas no dorso e bico e patas entre
baseia-se
cinzento e verde azeitona.
(peixes, cobras de água, rãs...) e insectos
como
Hábitat: Geralmente, em rochedos e
em
pequenos
escaravelhos
invertebrados
e
libélulas.
Ocasionalmente, come matéria vegetal.
penhascos dos rios em zonas pouco
transitadas e inacessíveis, localizadas perto
do rio Douro e seus afluentes.
Curiosidades: A cegonha preta está
catalogada como “Espécie em perigo de
extinção” no Catálogo Nacional de Espécies
Ameaçadas (Real Decreto 439/1990, de 30
de março). Parte de Arribes del Duero foi
designada como área crítica para a cegonha
preta. O que inclui uma série de limitações,
ou mesmo proibições para evitar impactos
negativos em processoa tão relevantes como
a alimentação e reprodução da espécie. É
uma ave assustadiça, que tolera mal a
presença humana.
31
Gralha-de-bico-vermelho
(Pyrrhocorax pyrrhocorax)
Descrição: Tamanho aproximado de 40 cm.
bagas e sementes. A familia permanece
A plumagem é preta com iridiscências azuis.
unida durante muito tempo, apesar de os
Distingue-se de outros corvos pelas patas e
juvenis já saberem voar sem os cuidados
bico avermelhados. Além disso, o bico é
dos progenitores. Fora da época de
grande e curvado para baixo. As patas pretas
procriação, forma bandos que se reúnem
e bico alaranjado distinguem os jovens dos
para dormir nos rochedos ou para patrulhar
adultos.
os campos em busca de alimento.
Hábitat: Rochedos e muros ou paredes em
Curiosidades: É um hábil planador, durante
ruínas, tanto nos campos como nas aldeias
a época de cortejo realiza impressionantes
da nossa área geográfica. Pode ser observada
acrobacias em voo. Lança-se em voo picado
em todas as aldeias do oeste salmantino,
com as asas quase fechadas ou voltando-se
especialmente nas pontes sobre os rios ou
sobre o dorso no ar.
nas represas.
Biologia: Sedentária. Nidifica em grandes
colónias nas paredes rochosas, fazendo os
ninhos em buracos ou fendas. Parece que a
união entre casais se dá muito cedo e dura
toda a vida. Põe entre 3 a 6 ovos,
ocupando-se exclusivamente a fêmea da
sua incubação. A alimentação fica a cargo
dos
dois
progenitores
principalmente, de insectos,
32
e
consta,
caracóis,
Melro-azul
(Monticola solitarius)
Descrição: Ave de pequeno tamanho,
terrenos planos. Ocasionalmente pode
aproximadamente 20 cm. A plumagem é
construir ninho nas casas velhas ou
diferente em machos e fêmeas. Os
paredes em ruínas das nossas aldeias.
machos apresentam uma plumagem
acinzentada azulada no corpo e cinza
Biologia: A sua alimentação baseia-se
ardósia nas asas e cauda, enquanto que
em bagas, insectos, lagartixas e outros
as fêmeas têm o peito riscado e cor
animais pequenos. Para construir o ninho
pardo-azulada. O bico é preto, comprido
escolhem pequenas cavidades ou buracos
e fino em ambos os sexos.
nas rochas, onde depositam 4 ou 5 ovos
azuis, por vezes com pintas vermelhas.
Hábitat: De hábitos solitários, pode
As crias são alimentadas pelos dois
observar-se em rochedos, evitando os
adultos, abandonando o ninho aos 16-18
dias após a eclosão dos ovos.
Os jovens melros-azuis migram em
busca de lugar para se instalarem. No
entanto, os adultos são totalmente
sedentários.
Curiosidades: Constrói o ninho com
ervas secas e raízes. Quando a estrutura
está consolidada, cobre o interior com
erva mais fina. É uma ave de hábitos e
não prescinde do seu banho diário em
charcos ou riachos de fraca corrente.
33
Andorinhão Real
(Apus melba)
Descrição: É o maior de todas as espécies
ampliando-os. Em Maio põem de 2 a 3
de andorinhão, chegando a tingir os 60 cm.
ovos. As crias nascem 18-21 dias depois
de envergadura alar. Tem cor pardo escuro
fazendo um grande alvoroço no ninho.
com o ventre branco e uma franja escura
Depois do verão os andorinhões emigram
sob a garganta. A cauda é curta e
para África, regressando à Península em
ligeiramente arqueada e as asas muito
Março ou Abril.
grandes em relação ao tamanho do resto do
corpo. Em voo assemelha-se a um arco com
Curiosidades: Devido à sua grande
envergadura alar, nunca pousa no chão,
a sua flecha.
pois não poderia voltar a levantar voo. Por
Hábitat: Fundamentalmente em escarpas
adversidades climatológicas, os adultos
rochosas. No territorio de “Fronteira
podem ver-se obrigados a abandonar as
Natural” a população está muito repartida
crias por um período aproximado de duas
por toda a sua extensão.
semanas. Nestes casos, as crias diminuem
o seu ritmo metabólico até que os adultos
Biologa: Alimenta-se, exclusivamente, de
insectos pequenos que tenham sido
arrastados pelo vento. Procriam em
colónias, às vezes com centenas de casais.
Os ninhos são construídos com elementos
que encontram suspensos no ar, como
pequenos ramos, plumas ou pêlos, que
unem com saliva. Utilizam estes ninhos
várias
34
vezes,
remodelando-os
ou
regressem ao ninho.
Mergulhão-de-crista
(Podiceps cristatus)
Descrição: Ave inconfundível devido à sua
casal. Constroiem um ninho flutuante
espectacular plumagem. Ten um grande
entre os canaviais ou outro tipo de
tamanho (46 a 56 cm.), pescoço comprido,
vegetação aquática com materias vegetais
cabeça esbelta com bico largo e asas
como erva, plantas aquáticas secas ou
pequenas e estreitas. A plumagem é pardo-
semi podres, rammos secos, etc. A ninha
acinzentada no dorso e esbranquiçada no
da tem entre 3-5 ovos brancos que
ventre e parte dianteira do pescoço. Durante
escurecem com as ervas aquáticas. As
a época de acasalamento desenvolvem uma
crias tornam-se independentes às 10 ou
plumagem muito característica na cabeça:
11 semanas.
na parte superior surge uma crista dupla de
O mergulhão-de-crista é um grande
cor preta e em volta da cabeça um conjunto
mergulhador e submerge com frequência
de
avermelhadas
busca de alimento. Em época de criação
denominado gola. Os individuos jovens
plumas
castanho
submerge com as crias no dorso. A sua dieta
apresentam franjas pretas na cabeça.
consta,
basicamente,
de
peixes
e
invertebrados aquáticos, além de algas e
Hábitat: Ocupa ecossistemas aquáticos,
ervas.
rios, pantanos e charcas com juncais. O
aproveitamento da zona de Vitigudino e
Curiosidades: Na primavera o casal de
Ledesma levou à construção de inúmeras
mergulhões-de-crista executa elegantes
charcas que facilitam a presençam desta
danças na água como parte do cortejo
espécie.
nupcial. Juntam os peitos e entrelaçam o
pescoço nadando juntos, arranjam a
Biologia: Ave sedentária na Península
plumagem um do outro ou balançam as
Ibérica. É observado sozinho ou em
cabeças mostrando a gola erecta.
35
Galeirão
(Fulica atra)
Descrição: Ave de hábitos aquáticos e tamanho
folhas ou sementes de plantas aquáticas. Em
similar a um pato. O seu traço mais singular é
menor medida, também comem insectos,
a presença de uma placa frontal branca por cima
caracóis, ou ovos de outras espécies. Na época
do bico que sobressai sobre a plumagem
do cio são frequentes as lutas entre machos e as
completamente preta. As patas são verdes com
danças de cortejo para encontrar par. O ninho
a tíbia laranja e os pés azulados com
que elaboram é, normalmente, flutuante, a 25
membranas entre os dedos. Também se pode
ou 30 cm da água. O macho é o responsável por
reconhecer pela forma de mexer a cabeça
carregar os materiais para a sua construção e a
enquanto nada ou anda, lembrando uma
fêmea faz o entrelaçado.
galinha. Os individuos jovens são ligeiramente
Próximos do ninho principal fabricam outras
diferentes, apresentando uma plumagem mais
plataformas que lhes serven, entre outras coisas,
clara e o peito branco. Além disso, carecem da
para vigiar o parceiro durante a incubação, feita
placa frontal dos adultos e o bico é amarelo, em
pelos dois progenitores. No tratamento das
vez de branco rosado.
crias participam tanto o macho como a fêmea,
ocupando-se cada um de metade da ninhada, se
Hábitat: É um habitante frequente de charcas,
for necessário, para uma melhor protecção.
lagoas, pântanos e margens de grandes rios
como o Douro, sempre e quando haja vegetação
Curiosidades: São aves muito agressivas e não
abundante nas margens.
hesitam em atacar outras aves maiores para
disputar alimento ou para se defenderem.
Biologia: Reúnem-se em grandes grupos,
Quando estão na agua e se sentem ameaçadas
sobretudo, fora da época de reprodução. São
por algum predador batem fortemente as asas e
mergulhadores
os pés formando enormes salpicos e
hábeis
e
submergem-se
frequentemente para procurar brotos tenros,
36
afugentando o predador.
Garça-Real
(Ardea cinerea)
Descrição: De aspecto similar a uma
partir de ramos secos, forrando-os com
cegonha, com o corpo estilizado
e
pequenos paus, juncos ou ervas. Estes
pescoço e patas compridas, atinge uma
ninhos podem ser utilizados durante anos
altura de 90 cm. A plumagem é,
sucessivos. Cada postura varia entre 3 a 5
predominantemente,
prateada,
ovos. Alimentam-se de peixes e anfíbios
e
partes
que arponeiam com o seu bico em forma
inferiores que são mais esbranquiçadas.O
de adaga. Também comem gafanhotos e
bico é amarelo, cónico e pontiagudo e
insectos que encontram nos lameiros e em
mede cerca de 11 cm. Durante a época de
terras de cultivo.Voam com o pescoço
cio desenvolvem duas plumas pretas e
encolhido em forma de S e as asas
compridas na nuca.
arqueadas.
Hábitat: Ave de gostos aquáticos que
Curiosidades: Durante a época de cio, os
excepto
cabeça,
cinza
pescoço
ocupa as bordas de águas rasas e caudais
machos
dos rios. Também é comum vê-la em
fêmeas dos ninhos velhos, incitando à
terras agrícolas, com pequenas charcas
construção de um novo. Recolhem ramos
dispersas. É fácil observar os seus ninhos
das árvores e monstram-nos às fêmeas
nas margenms dos nossos rios.
que se aproximam aos poucos, ganhando
assim
chaman
a
sua
insistentemente
confiança.
Uma
as
vez
Biología: Ave hibernante que cria em
concluído o cortejo o macho faz soar as
núcleos
da
suas mandíbulas de 20 a 40 vezes. É fácil
Península. Geralmente, fá-lo em grupos
não notar a sua presença quando
localizando os seus ninhos na parte alta
descansam quietas na água ou junto à
das árvores ou em canaviais. Elabora-os a
vegetação.
determinados
no
oeste
37
Guarda-rios
(Alcedo atthis)
Descrição: Ave de pequeno tamanho que,
escarpadas onde escava buracos de até um
normalmente, alcança os 16 cm de
metro de comprimento.. Estes
longitude. Tem um bico muito grande em
terminam numa cámara larga e circular
buracos
relação ao tamanho do corpo, curto e
onde depositam os seus ovos. Para aí levam
atarracado. A plumagem é muito chamativa
ossos e espinhas de peixe deixadas por
com tonalidades azul-esverdeadas no dorso
outros animais. Faz de duas a 2 a 3 posturas
e vermelho-alaranjadas na parte inferior do
por ano.
corpo. Apresenta, também, uma mancha
branca em ambos os lados do pescoço e
Curiosidades: É difícil de observar, em
debaixo do bico. A plumagem dos juvens é
parte devido ao seu carácter desconfiado. O
parecida à dos adultos, mas com cores muito
voo é rápido com batidas de asas alternadas
mais esbatidas.
com curtas planagens. Engole os peixes que
caça inteiros, começando sempre pela
Hábitat: Margens de rios e riachos com
águas claras. Também frequenta charcas e
pequeñas valas.
Biologia: Ave sedentária que aproveita os
ramos de salgueiros ou amieiros meio
submersos para poisar. Daí vigia as suas
presas, pequenos peixes, larvas de insectos
ou girinos que caça mergulhando a grande
velocidade. Procria em margens de rios com
alguma vegetação e ladeiras um pouco
38
cabeça.
Papa-figos
(Oriolus oriolus)
Descrição: De tamanho similar a um tordo,
ocupando os ramos altos, onde passam
é um dos pássaros mais chamativos que
despercebidas.
habitam a nossa região. Apresenta um claro
dimorfismo sexual, sendo os machos
Biologia: Ave migratoria que chega à
amarelos com as asas e caudas negras
Península em Abril ou Maio procedente de
enquanto que as fêmeas são verde-
África. Permanece na Península durante o
amareladas, e cinzento por baixo, com as
verão, temporada que ocupa na criação das
asas e cauda pardas. Ambos têm uma
crias. Constrói um ninho muito peculiar
mancha preta entre os olhos e o bico, embora
em forma de cesta suspendido dos ramos
muito mais visívil nos machos. O bico é
altos das árvores, onde deposita de 3 a 5
comprido e de cor-de-rosa forte.
ovos. Apesar do contraste das suas cores,
é uma ave
difícil de localizar entre a
Hábitat: Tem preferencia por árvores
espessa folhagem. No entanto, pode-se
próximas às margens dos nossos rios,
ouvir o seu canto, um som aflautado como
“dilioliu” ou “didlio”. A sua alimentação
consta, fundamentalmente, de bagas,
aranhas ou insectos como escaravelhos e
borboletas.
Curiosidades: O seu nome científico deriva
do latim e significa “plumas de ouro”. É
uma ave muito agressiva e não hesita em
atacar qualquer pássaro que ronde o seu
território.
39
Alcaravão
(Burhinus oedicnemus)
Descrição: Ave terrestre de tamanho
repente, correnm para elas para depois
médio. Passa despercebido na paisagem
pararem e lançarem paus e pedras por cima
debido à sua coloração críptica, com
dos seus ombros. Nidifica no solo, pondo,
plumagem riscada e tonalidades pardas.
normalmente,
Destacam-se os seus olhos grandes e
amarelados com manchas ou pintas
amarelos, e as suas patas compridas
escuras, camuflando-se tão bem que se
adaptadas à corrida.
confundem com pedras.
Hábitat: Frequenta terrenos abeertos e
árvores
ou
ovos,
brancos
ou
Curiosidades: As crias de alcaravão são
arbustos
nidífugas, quer dizer, acompanham a mãe
disseminados, como é o caso da devesa
mal saiem do ovo. Esta estratégia é muito
salmantina; também em pastos e terras de
utilizada por animais que nidificam em
cultivo.
lugares muito acessíveis aos predadores.
áridos
com
2
Biologia: Os hábitos do alcaravão são
crepusculares ou nocturnos, permanecendo
durante o dia camuflado e imóvil no solo.
A sua dieta alimentar é muito variada e
consta de gafanhotos, répteis, caracóis e
inclusivamente aves juvenis ou pequenos
mamíferos. Durante a época de cio (marçomaio)
realiza
uma
corte
bastante
complexa. Os machos dançam para as
fêmeas com as asas e caudas abertas, de
40
Peneireiro-das-torres ou
Francelho (Falco naumanni)
Descrição: Pequena ave de rapina com cerca
em março ou abril. Normalmente nidifica em
de 30 cm e de aspecto similar ao peneireiro
colônias sobre as ruínas rochosas de paredes
vulgar (Falco tinnuculus), mas de menor
e edifícios, dividindo o espaço com gralhas,
tamanho. O macho tem a cabeça e as asas
corvos e pardais. No início do cio e durante
cinzento-azulado, enquanto que o dorso e
aproximadamente 10 dias, o macho captura
vermelho oxidado. A fêmea assemelha-se à do
pequenos roedores que passeia pelo poiso para
peneireiro vulgar, com tons pardos riscados no
atrair a fêmea. Imediatamente após aceitar o
dorso e brancos no ventre. Em ambos os sexos
presente, fêmeas e machos lançam-se para o
as garras são brancas e o bico curto e forte.
ar voando "asa com asa". A fêmea aceita esses
presentes, a fim de ter reservas e energia para
Hábitat: Encontra-se tanto en zonas
a formação dos ovos. O conjunto inclui 4 a 5
urbanizadas como em penhascos e campos
ovos brancos ou rosa com manchas castanhas-
abertos, esquivando-se em florestas e bosques.
avermelhadas. Os peneireiros alimentam-se
80% de lagostas e besouros, mas os lagartos,
Biologia: Ave migratória, passa o Outono e
rãs ratos também fazem parte da sua dieta
inverno em África retornando para esta área
diária.
Curiosidades: Costuma vigiar do ar ou de
algum poste as suas presas. Quando a localiza,
sai a voar planando e depois paira no ar,
mantendo o corpo quieto, agitando levemente
as asas, dando a sensação de estar pendurado
no céu. Depois lança-se em picado com as
asas dobradas.
41
Abelharuco
(Merops apiaster)
Descrição: Ave de tamanho ligeiramente
com
em solos planos ou pouco inclinados. Para
aproximadamente 28 cm. de longitude, mas
construir o ninho, escavam um túnel no
com o corpo mais estiilizado. Apresenta uma
solo, que conduz a uma cámara onde
plumagem muito vistosa, com cores
depositam os ovos. Normalmente, põem
castanhas e creme no dorso, azuis na parte
entre 4 e 8 ovos. Alimenta-se de grandes
inferior e tonalidades amarelas no pescoço.
insectos, que captura em voo.
inferior
ao
de
uma
rola,
rios e mesmo dos caminos ou directamente
A cauda é esverdeada e destaca-se por ter
duas plumas no centro, maiores que as
Curiosidades: É frequentemente avistado
outras. Do bico até à parte superior da
sobre ramos ou postes de luz. Voa a grandes
cabeça tem uma espécie de franja preta. O
alturas
bico é preto e ligeiramente curvado para
continuos chamamentos que emite. Raposas
baixo. Em voo assemelha-se a uma
e cobras são predadores habituais dos seus
andorinha, chamando a atenção a forma
ovos e crias.
triangular das suas asas.
Hábitat: Ocupa terrenos desocupados ou
com cobertura vegetal pouco densa, como o
monte
baixo
da
planície
do
oeste
salmantino.
Biologia: É uma ave gregária que se desloca
em grandes grupos. Nidifica em colónias
aproveitando as encostas nas ladeiras dos
42
e é fácilmente detectado pelos
Toutinegra-do-mato
(Sylvia undata)
Descrição: Ave de pequeno tamanho, de
Hábitat: Zonas de matagal e bosques claros
cerca de 12.5 cm. de longitude. Apresenta
com mato.
um dorso de cor cinzento escuro, ventre
bordeaux com manchas brancas na garganta,
Biologia: Ave sedentária. Na época do cio o
e cauda comprida e erguida. A fêmea é anis
macho constrói ninhos que não são
parda durante a época de procriação. Um
definitivos e usa-os para chamar a atenção
traço peculiar desta ave é a cor vermelho-
da fêmea. Muitas vezes nem se podem
alaranjada dos seus olhos, que se pode
chamar de ninhos, pois são apenas pequenos
distinguir
montes de raminhos. O verdadeiro ninho é
bem
apesar
movimentos que realiza.
dos
rápidos
construído pela fêmea perto do solo em
moitas ou arbustos impenetráveis. Por fora
costuma ter teias de aranha e no interior erva
e outros materiais brandos como plumas, lã
ou pêlo. Põem entre 3 a 6 ovos brancos ou
esverdeados com manchas de um pardo
azeitona, cinzento ou pardo-avermelhado.
Alimenta-se de insectos, aranhas e frutos.
Curiosidades: Em Abril, pode-se avistar os
machos de toutinegra revolteando com as
asas e cauda abertas. Quando pousa infla as
plumas da cabeça, fazendo com que esta
pareça exageradamente grande em relação
ao resto do corpo.
43
Cotovia - montesina
(Galerida theklae)
Descrição: Ave pequena, aproximadamente
Curiosidades: Durante muito tempo, a
17 cm. de longitude. Muito similar à
cotovía-escura e a cotovía comum foram
cotovia-de-poupa
cristata),
consideradas a mesma espécie, pois as
apresenta
(Galerita
mesmas
diferenças entre elas podem ser muito
tonalidades. Tem uma coloração críptica,
praticamente
as
subjectivas para quem não seja experto,
imitando as cores do solo onde vive.
como o tamanho, grossura do bico,
Geralmente, as cores da plumagem são
comprimento da crita ou a intensidade do
ocres, terra e castanhos com um desenho
riscado do peito. É uma ave pouco
riscado branco no peito. As suas asas são
desconfiada
curtas e estreitas e o bico relativamente
relativamente perto sem que se assuste e fuja,
comprido e fino. O seu traço amis singular
inclusivamente nos lugares de passagem.
é a presença de uma crista que normalmente
trás levantada.
Hábitat: Habita zonas pedregosas, ladeiras
ou terrenos por cultivar; preferencialmente
em zonas planas.
Biologia: É sedentária. Cria no solo e faz os
ninhos com erva seca, raízes ou pequenos
paus. Põe entre 3 a 5 ovos brancoacinzentados ou amarelados. A sua dieta
básica consiste em insectos e sementes que
encontra em solos secos e arenosos.
44
e
pode
ser
observada
Mamíferos
A presença de mamíferos na área de
de Castilla y Leon, conhecido como: Área
actuação é soberba, contando com cerca de
I, Zona II e Zona III, com base na
90% das espécies presentes da Península
capacidade de suporte das espécies, a
Ibérica (Palomo e Gisbert, 2002).
disponibilidade das presas e do risco
potencial de conflito com o gado doméstico.
Algumas espécies ligadas a habitats
A área dos territórios do programa
pantanosos
operacional de desenvolvimento estão
são:
Toupeira-de-água
(Galemys
pyrenaicus)
(anomalus
Neomys),
Abelharuco
incluídas nestas três áreas.
morcego-rato
orelhudo costeira (Myotis daubentonii),
Na zona Portuguesa, a protecção do lobo
arminho
ibérico é regulado pela Lei n º 90/88 (DR n.
europeia
(Mustela
(Mustela
erminea)
lutreola),
doninha
vison
º 187, Série I, 1988/08/13).
europeia(Mustela vison), lontra-europeia
(Lutra lutra), ratazana de água (sapidus
Também digno de nota é o Plano de Acção
Arvicola) e rato-de-cabrera (Microtus
para a conservação do lince ibérico em
cabrerae).
Portugal, que atinge o território do AECT
Duero-Douro na Serra da Malcata, regulado
Sobre os planos de Conservação de
pelo DR n º 12697/2008 Office n. º 87, II
mamíferos destacar a conservação e gestão
Série 2008/06/05.
do lobo (Canis lupus) em Castilla y León,
aprovada pelo Decreto 28/2008, de 03 de
Em resumo, o território do AECT Duero-
abril, cujo alcance se estende a toda a
Douro é uma região de máxima riqueza de
comunidade
mamíferos, reduto da diversidade no
autónoma.
Este
plano
identifica três áreas de gestão no território
contexto da União Europeia.
45
Geneta
(Genetta)
Descrição: Mamífero de patas curtas e
normalmente 2 ou 3, que passarão as três
corpo comprido que pode atingir 1 metro de
primeiras semanas de vida neste refúgio. A
longitude. A cabeça também é comprida e
sua
ostenta na parte superior orelhas grandes
fundamentalmente,
arredondadas, muito úteis para detectar sons
mamíferos, aves e insectos, embora em
emitidos por possíveis presas durante a
certas ocasiões possa caçar coelhos. No
noite. O pêlo do corpo é cinzento-amarelado
outono complementan a sua dieta com
com manchas pretas no dorso, enquanto que
frutos.
alimentação
baseia-se,
em
pequenos
a cauda comprida temu m desenho anelado
preto em toda a sua longitude. Possui 5
Curiosidades: Têm glándulas no ânus,
dedos, tanto nas patas anteriores como
cujas secreções eram utilizadas para o
posteriores, masnormalmente, só deixa 4
fabrico de perfumes e medicamentos. A
deles impressos na sua pegada.
geneta também é conhecida como gato árabe
pela sua possível introdução na Península
Hábitat: A sua presença é habitual em todas
pelos árabes durante a invasão muçulmana.
as aldeias do oeste salmantino, onde ocupa
Acredita-se também que na altura a geneta
zonas de bosque, fundamentalmente com
era para os árabes quilo que hoje é para nós
carvalhos ou azinheiras, próximos a riachos.
o gato doméstico. Em parte do território de
“Fronteira Natural”, a geneta é também
Biologia: É um animal de hábitos nocturnos
conhecida como gato algario. Embora não
e costumes solitários, exceptuando a época
possamos considerar esta espécie como
de reprodução, em que se torna mais
ameaçada, observou-se uma diminuição da
sociável. Não constróiem tocas, aproveitam
sua população, devido, fundamentalmente,
buracos nas árvores onde têm as suas crias,
a serem vítimas de caça ilegal.
46
Gato Montez
(Felis silvestris)
Descrição: Mamífero muito similar ao gato
Sempre que possível, foge dos lugares
doméstico, embora de maior tamanho. Tem
frequentados pelo homem.
aspecto robusto, cabeça amis larga e focinho
mais curto que o anterior. A pelagem é sempre
Biologia: É um animal solitário e de hábitos
pardo-cinza com listas pretas longitudinais em
esquivos, principalmente crepusculares e
todo o corpo, expecto a garganta e sob a cauda
noturnos. A época de acasalamento vai de
mostrando manchas brancas. A cauda é curta e
dezembro a fevereiro, em que o macho marca o
grossa, como o corpo, é riscada até à ponta.
seu território esfregando as glândulas anais
Normalmente os machos são maiores que as
contra a vegetação, expulsando assim os
fêmeas.
intrusos. A fêmea, por outro lado, mia mostrando
receptividade e também marca o seu território
Hábitat: Frequenta grandes áreas de vegetação
com urina, fezes e secreções glandulares. Têm
arbustiva e pastagens abundantes perto de áreas
uma ninhada por ano, que consiste de 1 a 5 crias.
habitadas pela sua presa favorita, o coelho.
São independentes aos4-5 meses, depois
dispersam-se à procura de um território onde
assentar. A sua dieta é baseada em roedores,
pequenos pássaros e, especialmente coelhos.
Curiosidades: O gato montez é catalogado
como uma espécie de "interesse especial". A
diminuição das respectivas populações deve-se
a vários fatores, entre os quais a perda de
habitat, declínio das populações de coelho ou
de hibridação com gatos domésticos.
47
Jabali
(Sus scrofa)
Descrição: Mamífero similar ao porco
Biología:
Animal
de
hábitos
doméstico. A sua cabeça é alongada e mais
fundamentalmente nocturnos. Durante o
ou menos cónica, no caso da fêmea o
dia repousa no chão, em lugares escavados
focinho é mais prolongado e as presas são
ou removidos por ele. A temporada de
menos desenvolvidas. Os olhos são muito
acasalamento
pequenos e pouco desenvolvidos. A falta
Dezembro e tem uma ninhada por ano, que
de visão é compensada por um grande
geralmente em 3-4 leitões. Os machos são
senso de audição e olfato. As pernas são
solitários, enquanto as fêmeas se agrupam
curtas e fortes e terminam em dois dedos
em rebanhos com as suas crias. O javali é
com garras que deixam uma pegada
omnívoro, alimentando-se de frutas e
característica. A pelagem é cinza escuro ou
raízes, répteis, ovos ou crias de aves que
preto com pêlo comprido e duro, com
nidificam no chão.
é
entre
Novembro
e
cerca de 10 cm. As crias são castanhas com
3 ou 4 faixas amarelas longitudinais em
Curiosidades: Emite dois tipos de sons:
cada lado do corpo, o que lhes permite
grunhidos e assobios. Gosta de chafurdar na
misturar-se.
lama e, em seguida, esfregar-se contra as
árvores para eliminar os parasitas da sua
Hábitat: Adapta-se bem a qualquer
território,
mas
prefere
florestas
de
carvalhos ou arbustos de folha caduca com
a abundância de abrigo durante o dia.
Também precisa de acesso a locais com
riachos ou lagoas para beber e para
chafurdar na lama.
48
pele e pêlo.
Raposa
(Vulpes vulpes)
Descrição:
É
considerado
um
dos
vegetação ou em tocas, ocultas ou
mamíferos mais abundantes no mundo.
localizadas em locais abrigados das rochas.
Apresenta um corpo delgado e alongado.
Cria uma vez por ano uma ninhada de 3 a 8
Tem um focinho longo e estreito e na parte
crias, às vezes até 12, mas não é frequente.
superior da cabeça grandes orelhas
É um animal oportunista, e embora tenha
triangulares. A pelagem é muito espessa,
uma predilecção por carne, também se
principalmente na cauda e castanho-
alimentam de frutas, ovos e carniça. Entre
avermelhada, excepto a barriga e ponta da
as suas presas estão ratazanas, ratos e
cauda que são brancos. Os pés são pretos e
pássaros.
têm cinco dedos nas patas anteriores e
quatro nas traseiras, todos com unhas não-
Curiosidades: São ágeis e muito rápidas,
retráteis.
atingindo facilmente 45 km / h. Também
podem nadar com facilidade e subir a
Hábitat: Mostra uma grande capacidade de
árvores, se necessário. Actualmente, as
se adaptar a diferentes meios, tanto na
populações
peneplanície como nas ravinas dos rios.
abundantes e esta espécie é considerada
Predomina, no entanto, em áreas onde a
como cinegética, estando presente em
vegetação é abundante, embora seja
quase todos os coutos de caça de
factível a sua proximidade com as zonas
Salamanca. Deixa uma marca no chão com
urbanas,
quatro dedos e uma pequena almofada. O
onde
pode
alimentar-se
facilmente.
de
raposa
são
bastante
quinto nunca fica marcado pois está
localizado um pouco alto em comparação
Biologia: Mantém-se activa à noite,
com os outros. Tem um senso de olfacto
enquanto de dia permanece escondida na
altamente desenvolvido.
49
Texugo
(Meles meles)
Descrição
:
Mamífero
de
hábitos
nocturnos e tamanho médio que pode
encontrado em áreas abertas de pasto ou de
cultivo.
atingir, tipicamente, os 70-80 cm. de
comprimento. Tem um aspecto robusto
Biologia: é um animal muito territorial e,
apesar das suas pernas curtas. A cabeça é
geralmente, marca o seu território com
cónica e termina num nariz proeminente,
fezes depositadas num buraco cavado para
móvel e músculoso que usa para remover
si mesmo que deixa ao ar. Cava a sua
o solo em busca de comida. Esta tarefa
própria toca, que tem várias divisões. Paire
envolve também as unhas longas e afiadas
uma vez por ano uma ninhada de 02/06
com que escava o solo sem qualquer
crias, que, uma vez desmamadas, são
dificuldade. A pelagem do corpo é grossa,
distribuídas numa única unidade conhecida
cinzento-acastanhada, exceto as pernas que
como cama ou berço. É um animal
são pretas e a cabeça branca com duas
omnívoro e, portanto, tem uma dieta muito
listras pretas que começam a partir do
variada: insectos, minhocas, pequenos
focinho até as orelhas e o tornam
mamíferos, frutos ou raízes.
inconfundível com outro animal. Outro
aspecto a destacar são as suas pernas, com
Curiosidades: É um animal
a planta da pata acolchoado que deixam
agressivo, que não hesita em enfrentar
muito
uma marca característica.
qualquer animal estranho à sua colónia. Se
se sentir ameaçado, pode até expelir
Hábitat: Adapta-se uma grande variedade
violentamente secreções anais contra o seu
de ambientes, mas prefere bosques de
agressor. Podemos detectar a sua presença
folha caduca e mistos, onde pode passar
pelas marcas deixadas nos troncos das
mais
árvores para afiar as unhas.
50
despercebido.
Raramente,
é
Lontra
(Lutra lutra)
Descrição: Mamífero de hábitos aquáticos
tornam-se menos evasivas e podem ser
com corpo delgado e aplanado que termina
facilmente vistas. Alimentam-se de animais
numa grande cauda cónica e robusta. As
que vivem ou frequentam o ambiente
pernas são curtas e os dedos dos pés estão
aquático, incluindo peixes, crustáceos, ratos
unidos
de água. Às vezes também comem frutas.
por
membranas
interdigitais,
adaptacção muito útil ao ambiente em que
vivem, servindo para nadar mais rápido. A
Curiosidades: Costumam deixar os seus
pelagem é lisa, castanha nas costas e
excrementos sobre pedras no rio ou nas
ligeiramente mais clara na barriga e parte
bordas, juntamente com os restos dos seus
inferior do pescoço.
alimentos,
conchas,
ossos,
espinhas.
Encontramos, além disso, a sua presença
Hábitat: Vive em rios e represas, rodeados
através das pegadas que deixam na margem,
por algum tipo de vegetação, onde há
onde o solo é mole. Estas são características
abundância de peixes e águas
de boa
por terem a impressão de 5 dedos com unhas
qualidade. Por esta razão, é considerada um
e a membrana interdigital entre eles. Devido
bom indicador da saúde de um rio. Os rios na
ao grande impacto que o homem tem
área: Huebra, Yeltes, Agueda, Uces, Tormes
produzido em rios e outros ambientes
e
aquáticos (poluição, construção de barragens
Douro
mantêm
uma
abundância
relativamente alta deste mamífero.
...), tem havido um declínio das suas
populações, o que levou à sua inclusão no
Biologia: Reproduz-se em qualquer época do
Livro Vermelho dos Vertebrados Espanhol
ano e instala as suas tocas na beira da água
(ICONA 92) com a categoria de vulnerável.
em cavernas naturais ou tocas abandonadas
Infelizmente, continuam a ser caçadas, apesar
onde tem 2-3 crias. Durante esse período,
de serem uma espécie protegida.
51
Leirão-dos-pomares
(Eliomys quercinus)
Descrição: Pequenos mamíferos roedores
animais. Cria uma ninhada por ano, que
que raramente ultrapassam os 25 cm. de
consiste entre 4 ou 5 crias nascidas no curso
comprimento (incluindo a cauda). As
de 4 semanas. É um animal omnívoro e
características que distinguem esta espécie
alimenta-se tanto de pequenos animais,
de outras são por um lado, a cauda,
caracóis, aranhas, gafanhotos, como de
enegrecida
plantas, principalmente frutas e grãos de
e
coberta
de
pêlos,
especialmente na ponta, e em segundo
cereais.
lugar, as manchas pretas sobre os olhos que
fazem lembrar uma máscara. A restante
Curiosidades: Tem muitos predadores
pelagem é castanha clara nas costas e
naturais, entre os quais estão a maioria das
branca no ventre. Também tem orelhas
aves de rapina. Estas actuam controlando a
grandes que move tentando encontrar algum
população, já que um aumento excessivo no
sinal de perigo.
número de indivíduos comprometeria as
colheitas de cereais, de que este pequeno
Hábitat: Adapta-se a qualquer tipo de
animal se abastece para passar os períodos
floresta, desde matas ribeirinhas a florestas
de hibernação. O fato de hibernarem no
caducifólias ou de carvalho. Além disso,
Inverno trouxe-lhes a
pode ser encontrado em áreas de arbustos
sonolentos, não é em vão que isto se tem
baixos, rochas e matas costeiras.
refletido na cultura popular em expressões
reputação de
como "dormir como um leirão." Uma
Biologia: É um animal noturno, exceto na
estratégia defensiva curiosa do leirão é
época de reprodução em que pode ser visto
desfazer-se de parte da cauda quando se vê
ao anoitecer. De Abril a Maio hiberna em
atacado por um predador, livrando-se, em
tocas subterrâneas abandonadas por outros
muitos casos, de ser caçado.
52
Murcego-de-ferradura
(Rhinolophus hipposideros)
Descrição: Pequeno morcego de cerca de
têm cordas vocais e músculos da laringe
70 mm. de comprimento com uma
fortes. No entanto, ao contrário de outros
envergadura de 250 mm. Além do seu
morcegos, os pequenos de ferradura
tamanho pequeno, é reconhecido pelas
emitem sons pelo nariz, em vez de pela
peculiares dobras nasais em forma de
boca. Descansa pendurado no teto,
ferradura
envolvendo todo o corpo com as asas para
e
as
orelhas
pouco
desenvolvidas.
evitar a perda de água, porque devem
manter uma humidade constante. Pairem
Hábitat: Ocupa zonas quentes procurando
uma única cria por ano.
abrigo durante o dia em cavidades
subterrâneas e cavernas, bem como em
Curiosidades: O morcego é o único
construções humanas (caves, sótãos e
mamífero que adquiriu a habilidade de
túneis). Na área de Arribes del Duero e
voar, batendo as asas 12-18 vezes por
Douro Internacional existem populações
segundo. No caso do morcego de
significativas deste morcego.
ferradura pequeno, uma das maiores
colónias está localizada no município de
Biologia: Uma das características que
Saucelle, a estimando-se uma população
partilha com outras espécies de morcego é
de aproximadamente 200 indivíduos.
o uso da ecolocalização. Esta emissão de
Durante muito tempo, foram protagonistas
ultra-sons
que
de muitas superstições e as colónias foram
objectos,
barragens
são
refletidos
ou
pelos
obstáculos,
destruídas
por
os
animais
serem
fornecendo informações precisas sobre o
considerados
ambiente em que eles se movem. Para
Vermelho dos Vertebrados espanhói foi
emitir tais sons altamente desenvolvidos
classificado como vulnerável.
repulsivos.
No
Livro
53
Anfibios
No
que
diz
respeito
aos
anfíbios
(Pleguezuelos, Liza Marquez, 2002), esta
d'água, a salamandra e o tritão ibérico
(Triturus boscai).
bacia possui uma percentagem mais que
representativa da espécie na Península
No grupo dos anuros, destaque para o sapo
parteiro ibérico (Alytes cisternasii) espécie
Ibérica, com mais de 50%.
escavadeira que prefere solos moles e arenosos
Este grupo é caracterizado pela sua
nas proximidades de corpos d'água do território.
dependência reprodutora de ambientes
higrófilos,
(waltl
Encontra-se o sapo parteiro comum (Alytes
Pleurodeles) e a rã comum (Rana perezi) os
sendo
o
tritão
obstetricans), rã pintada ibérica (Discoglossus
mais ligados à vida predominantemente
galganoi), rã pintada meridional (jeanneae
aquática.
Discoglossus), sapo spadefoot (cultripes
Pelobates),
sapo
comum
(Pelodytes
Pode ser encontrada em determinadas áreas
punctatus), o sapo comum (Bufo bufo) sapo
a salamandra (Salamandra salamandra), em
(Bufo calamita) e perereca (Hyla arborea),
áreas húmidas e sombrias perto de corpos
entre outros.
54
Salamandra-de-costelas-salientes
/ tritão (Pleurodeles waltl)
Descrição: O tritão é o anfíbio mais longo
Biologia: Reproduzem-se duas vezes por
na Europa, chegando aos 30 cm. de
ano. Durante a época de acasalamento, os
comprimento. Tem uma cabeça grande com
machos carregam às costas as fêmeas
olhos pequenos, mas imponentes. O seu
durante horas ou mesmo dias, até que ao
corpo é alongado, liso e de aparência rude
momento da cópula. As fêmeas colocam
em suas laterais apresentando uma fileira de
ovos em plantas ou no fundo das charcas de
protuberâncias
característica
onde emergem larvas após 1 ou 2 semanas.
amarelo-laranja para combinar com as
Estas são muito vorazes e chegam mesmo ao
costelas. A cauda é longa, plana e muito
mesmo canibalismo. A alimentação é
musculoao.
variada
A
muito
coloração
varia,
mas
nos
adultos,
principalmente
normalmente é parda ou castanha.
minhocas, pequenos invertebrados e carniça.
Habitat: É altamente dependente do
Curiosidades: O tritão é um especialista em
ambiente aquático, passando a maior parte
defender-se dos predadores. Além das
do tempo submerso em água, só sai à noite
glândulas dos anfíbios tóxicos secregam
ou em dias chuvosos. É muito comum em
outras substâncias das glândulas laterais. Se
lagoas e fontes.
essas substâncias não assustar os seus
atacantes, projectam as suas costelas afiadas
através das protuberâncias laterais. Podem
morder e
emitir alguns sons, mas são
inofensivos para os seres humanos. Na
verdade,a sua presença é muito apreciada
em poços e reservatórios, mantendo a água
limpa.
55
Tritão-de-ventre-laranja
(Triturus boscai)
Descrição: Anfíbio de aproximadamente 8
sexual. Eles alimentam-se de insetos e suas
cm. de comprimento. Tem um focinho
larvas, bem como pequenos crustáceos,
arredondado
distintas
caracóis, minhocas e outros invertebrados.
paratoideas. O corpo é alongado e achatado,
Às vezes também come juvenis da sua
com uma cor castanho-amarelada. Nele
própria espécie.
e
glândulas
aparecem manchas mais. A barriga é de um
laranja forte ou vermelho com manchas
Curiosidades: É uma espécie exclusiva da
pretas. As fêmeas geralmente atingem
Península Ibérica. Bastante comum na sua
maiores tamanhos que os machos.
área de distribuição, são vítimas comuns de
atropelos,
especialmente
quando
as
Habitat: Está presente tanto em águas
primeiras chuvas começam a cair. Quando
paradas, lagos, bebedouros e fontes, como
se sentem ameaçados reagem arqueando o
em cursos de água, preferindo águas claras,
corpo e levantando a cauda e a cabeça em
limpas e livres de vegetação.
posição ameaçadora, mostrando a coloração
laranja ou vermelho da parte ventral do
Biologia: O período de acasalamento é entre
janeiro e maio. O macho dança colocando a
cauda paralela ao corpo e nesta posição
ondula-a alegre 8-15 vezes por segundo.
Nos dias seguintes ao acasalamento, as
fêmeas põem ovos, fixando-os na vegetação
ou qualquer outro objeto. Após o período
larval na água, os tritões terão uma vida
estritamente terrestre até a maturidade
56
corpo como um aviso.
Sapo-Parteiro-Ibérico
(Alytes cisternasi)
Descrição: Sapo pequeno, de cerca de 5
areia.
Também
pode
ocorrer
em
cm. Tem uma cabeça larga e grande em
comunidades rurais onde há lagos ou
relação ao tamanho do corpo, pequeno e
riachos.
atarracado. Olhos grandes, com pupila
vertical e a íris dourada com linhas
Biologia: É principalmente noturno,
pretas. As pernas são curtas e com
embora mostre atividade diurna em dias
membranas
Tem
nublados ou chuvosos. Na época de
pequenas verrugas, corpo e pernas
muito
pequenas.
acasalamento os machos são muito ativos
laranja.
à noite cantando do pôr ao nascer do sol.
Têm um curioso sistema de reprodução e
Habitat: Está presente em lugares com
o macho é responsável por manter os
pouca cobertura vegetal e, de preferência
ovos sobre as patas traseiras. Cada macho
pode carregar os ovos de várias fêmeas.
Durante o período de incubação, são
muito sensíveis a mudanças na humidade
e temperatura. Depois de três semanas, os
machos vão mergulhar na água e todos os
ovos eclodem, ao mesmo tempo.
Curiosidades: É uma espécie exclusiva
da Península Ibérica. Ao contrário de
outros anfíbios, não pode projetar a sua
língua e caça as suas presas como insetos,
caracóis, ou aranhas pulando sobre eles.
57
Rã - Arborícola - Europeia
(Hyla arbórea)
Descrição: pequena rã de apenas 5 cm. de
estiver quente e húmido. Na primavera,
comprimento. Tem uma cabeça larga e
começa a sua época de reprodução e os
arredondada em que se destacam os olhos
adultos migram para locais de reprodução
com pupila elíptica horizontal e íris dourada.
emitindo chamadas guturais altas. Já nas
As pernas são longas e terminam em dedos
lagoas, são muito territoriais e enfrentam
almofados pegajosos para prender a
outros machos exibindo o seu tamanho. A
gramíneas e ramos. A pele do abdómen pode
alimentação destas rãs é principalmente de
ter grânulos, no entanto, o resto do corpo é
insetos e outros pequenos invertebrados.
muito brilhante e sem rugosidade. Da narina,
parte, uma listra escura com margens
Curiosidades: Há uma crença popular de
esbranquiçadas até às pernas traseiras. Uma
que o coaxar prevê as mudanças climáticas.
das características mais importantes é a sua
A experiência tem desafiado esta crença,
habilidade de mudar de cor, dependendo do
pois elas também cantam quando o sol nasce
substrato, temperatura e estado fisiológico
e param quando os dias estão frios e
do animal, variando de verde a castanho.
húmidos.
Hábitat: Exceto em época de reprodução,
as rãs vivem afastadas do ambiente aquático.
Os adultos gastam todo o seu tempo nas
árvores e ervas alta, enquanto os jovens
estão principalmente no solo.
Biologia: É principalmente noturna, mas
pode ser vista ativa durante o dia, se o tempo
58
Peixes
Entre a ictiofauna do AECT destaca-se a
outras espécies menos abundantes, como
carpa, que é dominante, juntamente com o
tenca (Tinca tinca) (baixo), o lúcio, peixe-
barbo, boga, carpa cruciana, caboz, trutas e
gato e (Ictalurus melas).
59
Barbo
(Barbus bocagei)
Descrição: Mede normalmente 20 ou 25
de insectos e detritos de outras plantas, que
cm, no entanto, alguns espécimes podem
localiza com suas barbas no fundo do rio.
atingir até 1 metro. Tem um corpo delgado
e escamas apenas perceptíveis ao toque.
Curiosidades: A introdução de espécies
Apresenta um focinho pontiagudo e em
exóticas nos rios, tais como bagre e Lucio
forma
superior
estão a provocar um declínio na sua
proeminente. A sua característica mais
população. Outras ameaças às populações
marcante é a presença de quatro farpas
de Barbos são a construção de barragens,
sobre a mandíbula superior. A cor varia
aumento
muito de um indivíduo para outro,
extracção de inertes em áreas onde,
dependendo
normalmente, faz a postura dos seus ovos
de
cunha
do
e
rio
lábio
e
da
fase
de
desenvolvimento em que está.
Habitat: Usual da bacia do rio Douro e seus
afluentes, frequenta correntes de água lenta,
mas em certos momentos migra para as
partes mais altas do rio.
Biologia: A época de reprodução vai de
Fevereiro a Junho. Os ovos são colocados
entre Maio e Junho. A fêmea usa a sua
barbatana anal para escavar uma vala no
fundo do rio e depositar lá os seus ovos. A
sua dieta é baseada principalmente em larvas
60
de
descargas
(locais de desova).
urbanas
ou
Boga do Douro
(Chondrostoma duriensis)
Descrição: peixe pequeno, com cerca de
também esteja presente em reservatórios.
15 cm, embora muitas vezes apareçam
espécimes com cerca de 40-50 cm. O
Biologia: É um peixe muito sociável,
corpo longo e estreito tem manchas pretas
especialmente em tempos de pré migração
e escamas muito pequenas. A boca está em
reprodutiva, quando se desloca para o
posição ventral.
curso superior dos rios. Reproduz entre
Os machos diferem das fêmeas durante o
abril e junho. Como um dos primeiros
acasalamento pois elas se desenvolvem
peixes da família dos ciprinídeos a
pequenos tubérculos nupciais por todo o
reproduzir-se, encontra locais de desova
corpo.
(reprodução) livres da maioria dos
predadores. A sua dieta é à base de plantas
Hábitat: Encontra-se nas zonas médias
e,
dos rios do Fronteira-Natural, embora
invertebrados e detritos.
em
menor
medida,
pequenos
Curiosidades: Sempre se considerou a
Boga do Douro como uma subespécie da
Boga comum (Chondrostoma polylepis),
até que em 1997 subiu para o posto de
espécie
sob
o
nome
de
duriensis
Chondrostoma. É endémica da Bacia do
Douro e de outras bacias da Galiza. A
introdução de espécies exóticas é uma das
principais razões para o declínio das suas
populações.
61
Insectos
62
Borboleta-Pavão
(Inachis io)
Descrição: borboleta diurna, tem uma
Biologia: duas gerações de borboletas
envergadura de entre 50-60 mm. A sua única
ocorrem durante todo o ano, a primeira de
característica é a presença inconfundível de 4
março a junho e a segunda depois do verão. O
grandes manchas em forma de olhos (ocelos)
conjunto é composto por100 ovos e colocados
de várias cores na parte inferior das asas. Há,
na parte de baixo das folhas. A partir desses
além disso, na superfície superior da asa
ovos eclodem lagartas peludas pretas, com um
diversos pontos pretos e manchas brancas.
desenho lateral riscado e branco. Alimentam
Quando pousada, é facilmente confundida
de folhas de urtiga e vivem em pequenas
com o solo, já que fecha as suas asas
colónias de nidificação em ninhos de seda que
obscurecendo os ocelos e exibe o traje escuro
elas mesmas tecem. Uma vez terminada a
de novo.
primeira etapa da sua vida, constróiem um
casulo para completar a sua metamorfose. A
Habitat: Freqüenta florestas e matagais de
crisálida é verde, castanha e muitas vezes
todos os tipos, pousando muitas vezes em
encontrada pendurada numa folha. Desta
bermas de caminhos e áreas rochosas.
crisálida sairé a borboleta já formada.
Curiosidades: Os ocelos grandes ou desenhos
e cores localizados nas asas têm funções
diferentes. Além de ser uma estratégia de defesa
(imitar olhos de animais de grande porte), eles
também servem como cartaz sexual. As
escamas que formam as asas absorvem o
espectro de luz invisível ao ser humano mas são,
no entanto, muito atraentes para os seus pares.
63
Louva-a-Deus
(Empusa pennata)
Descrição: Insecto da família dos Mantidos
principalmente moscas. Ao contrário de
de até 60 mm de comprimento. A coloração
outras espécies de mantis, ninfas de E.
críptica do corpo faz com que seja difícil a
pennata emergem no verão, alimentando-se
sua localização entre os ramos e ervas secas,
durante o outono e inverno. Na primavera
que pode ser tanto verde como castanha. O
estará plenamente desenvolvido. Em dias
corpo é longo e delgado e o abdómen curvada
quentes gostam de voar em direção às luzes,
para cima nas fases de ninfais. A cabeça tem
especialmente os do sexo masculino.
uma rotação de 180 ° e no topo dela está uma
projeção cônica ,é, em todas as fases do
Curiosidades: Os olhos compostos têm a
inseto, o que o torna inconfundível. Os olhos
capacidade de ver cores ea distinção simples
compostos são grandes e em destaque em
entre luz e escuridão. Ao contrário da fêmea
ambos os lados da cabeça e os simples estão
de mantis religiosa, a Empusa pennata nunca
entre eles formando um triângulo. As patas
não come o macho após o acasalamento.
dianteiras têm farpas que servem para agarrar
e imobilizar as suas presas. Existem pequenas
diferenças entre machos e fêmeas que podem
ajudar-nos a distinguir os dois sexos. Os
machos têm antenas um pouco plumosas e
menores que as das fêmeas.
Hábitat: Estepes e pastos.
Biologia: É um predador voraz e sua
alimentação consiste de pequenos insetos,
64
ESPECIES CINEGÉTICAS
Destacar entre as espécies faunísticas
potenciais do ambiente da zona de
actuaçãoo do Programa Operacional, as
espécies cinegéticas que estão incluídas no
anexo do Decreto 172/1998 de 03 de
setembro, declarando a espécies cinegéticas
de Castilla y León e e em Portugal ao abrigo
do Decreto-Lei 201/2005 (Regulamentação
da Lei de Bases da Caça). Nas tabelas a
seguir indicam-se as espécies de caça menor
e caça grossa em Castilla y León e Portugal,
como espécies de “Uso Público” da
população.
A Lei n. º 4 / 1996, de 12 de julho de jogo
de Castela e Leão, é o quadro legislativo
que regula a caça nesta área, bem como o
Decreto-Lei 201/2005, na zona de Portugal.
As Espécies cinegéticas e comercializáveis,
os regulamentos, as épocas de caça de
trabalho, bem como os diferentes tipos e
admissíveis de capturas são determinados
na ordem anual de caça.
Por outro lado, o artigo 45 da Lei 4 / 1996
refere que "os Estudos de Impacto
ESPECIES CINEGÉTICAS DE CAÇA MENOR
NOME CIENTÍFICO
Alectoris rufa
Anas clypeata
Anas crecca
Anas strepera
Anas platyrhynchos
Anas penelope
Anser anser
Aythya ferina
Aythya fuligula
Colinus virginianus
Columba livia
Columba oenas
Columba palumbus
Corvus corone Corneja
Corvus monedula
Coturnix coturnix
Fulica atra
Gallinago gallinago
Gallinula chloropus
Garrulus glandarius
Lepus castroviejoi
Lepus europaeus
Lepus granatensis
Lophortix californica
Lymnocriptes mínima
Netta rufina
Oryctolagus cuniculus
Phasianus colchicus
Pluvialis apricaria
Perdix perdix
Pica pica
Scolopax rusticola
Sturnus unicolor
Sturnus vulgaris
Streptopelia turtur
Streptopelia decaocto
Turdus iliacus
Turdus merula
Turdus philomelos
Turdus pilaris
Turdus viscivorus
Vanellus vanellus
Vulpes vulpes
NOME COMUM
Perdiz vermelha
Pato-trombeteiro
Marrequinha-comum
Frisada
Pato - Real
Piadeira
Ganso- Bravo
Zarro comum
Zarro negrinha
Perdiz de Virgínia
Pombo Comum
Pombo-Bravo
Pombo- Torcaz
Gralla - Preta
Gralha-de-nuca-cinzenta
Codorniz comum
Galeirão-comum
Narceja-comum
Galinha de água
Gaio
Lebre-cantábrica
Lebre-europeia
Lebre-ibérica
Codorniz de california
Narceja-galega
Pato-de-bico-vermelho
Coelho-europeu
Faisão
Tarambola-dourada
Perdiz-cinzenta
Pega-rabuda
Galinhola
Estorninho preto
Estorninho-comum
Rola-brava
rola-turca ou rola-da-índia
Tordo-ruivo
melro-preto
Tordo-comum
Tordo-zornal
Tordoveia
Abibe
Raposa-vermelha
Ambiental deve incluir uma secção que
avalia o impacto sobre as populações
cinegéticas e um plano de medidas de
recuperação ou redução de impactos."
Portanto, deve ter em conta a condição deste
tipo de fauna e medidas preventivas e
corretivas
necessário.
a
serem
consideradas,
se
ESPECIES CINEGÉTICAS DE CAÇA GROSSA
NOME CIENTÍFICO
Canis lupus
Capra pyrenaica
Capreolus capreolus
Cervus elaphus
Dama dama
Ovis musimon
Rupicapra rupicapra
Sus scrofa
NOME COMUM
Lobo ou lobo-cinzento
Cabra montés
Corça ou corço
Veado-vermelho
Gamo
Muflão ou Muflão-europeu
Camurça
Jabalí
65
ESPECIES OBJETO DE PESCA
Dada a importância do meio ambiente do rio
no território objecto de actuação, deve
sublinhar-se que as espécies podem ser
pescadas em conformidade com a Ordem
MAM/1915/2007, 22 de novembro de 2007,
que estabelece as regras anuais de pesca em
Castilla y León, em 2008, conforme
estabelecido pela Lei 6 / 1992 de 18 de
Dezembro,
relativa
à
protecção
dos
ecossistemas aquáticos e os regulamentos de
pesca em Castilla y León e Portugal, Lei n º
7 / 2008 que estabelece a base para a gestão
e manejo sustentável dos recursos aquáticos
nas águas interiores e define os princípios
que regem as actividades de pesca nestas
águas da aquicultura. Em corpos d'água da
comunidade de Castilla y León e do
território Português do AECT Duero-Douro,
as espécies-alvo são:
As seguintes espécies exóticas: lucioperca
(Sander lucioperca), bagre (Ameiurus
melas), alburno (Alburnus alburnus) e siluro
(glanis Silurus) podem ser tomadas em
condições controladas, nessa ordem. Esta
espécie é considerada como a Ordem como
prejudiciais para os ecossistemas aquáticos
de Castilla y León e potencialmente
invasoras do mesmo. Não é autorizado a
regressar às águas de qualquer problema que
poderia ser capturado destas espécies,
devem ser sacrificados imediatamente a fim
de evitar a sua progressão e introdução à
outras massas de água em Castilla y León.
66
ESPECIES OBJETO DE PESCA
NOMBRE CIENTÍFICO
Salmo trutta
Oncorhynchus mykiss
Hucho hucho
Salvelinus fontinalis
Anguilla anguilla
Barbus bocagei
Barbus graellsii
Barbus haasi
Chondrostoma arcasii
Chondrostoma duriense
Chondrostoma polylepis
Chondrostoma miegii
Squalius carolitertii
Squalius pyrenaicus
Cyprinus carpio
Carassius auratus
Gobio lozanoi
Tinca tinca
Phoxinus phoxinus
Micropterus salmoides
Esox lucius
Rana perezi
Pacifastacus leniusculus
NOBRE COMÚN
Truta marisca
Truta-arco-íris
Salmão do Danúbio
Salmão-dos-riachos
Enguia Europeia
Barbo comum ibérico
Barbo de montanha
Barbo ruivo
Boga Bermejuela
Boga do Douro
Boga de rio
Madrilla
Bordallo
Cacho
Carpa
Carpín
Gobio
Tenca
Piscardo
Perca americana
Lucio
Rã - Verde
Lagostins
FLORA
No território de fronteira natural, e
que predominam formações tipicamente
especialmente os vales profundos dos rios
mediterrânicas como o sobreiro (Quercus
formam, uma das maiores reservas botânicas
suber), o zimbro (Juniperus oxycedrus),
do território. Nela estão representados os
agreira (Celtis australis), ácer (Acer
diferentes ecossistemas encontrados neste
monspesulanum) e cornicabra (Pistacia
território, através de uma grande variedade
terebinthus), acompanhados nas encostas
de espécies de plantas.
frescas e com sombra destes vales com
florestas impressionantes de carvalhos
Na peneplanície, onde a vegetação natural
(Quercus faginea), como no vale do Tormes.
está mais alterada pelo desenvolvimento das
Pode encontrar-se também uma esplêndida
actividades agrícolas tradicionais e onde o
variedade de espécies arbustivas, entre as
rigor do clima no verão e no inverno é mais
quais o medronheiro (Arbutus unedo),
severo, desenvolvem-se, sobretudo, massas
abrunheiro (Prunus spinosa), espinheiro
florestais nas quais os carvalhos (Quercus
(Crataegus monogyna) e uma grande
rotundifolia) e florestas de carvalho negral
variedade de plantas com flores tais como a
(Quercus pyrenaica) são os principais
peônia ou roseira (Paeonia broteroi), ou
protagonistas, acompanhadas de diferentes
Clavelina (Dianthus lusitanicus), jasmim
espácies de mato (Lycos sphaerocarpa),
selvagem (Jasminum fruticans).
vassoura (Genista histrix), timo vulgaris
Por toda esta área, especialmente os vales
lavanda (Lavandula stoechas) e tomilho
profundos dos rios Douro, Tormes e Agueda,
(Thimus vulgaris).
formam uma das maiores reservas botânicas
do nosso território. Nela estão representados
No Parque Natural Arribes del Duero, onde
os diferentes ecossistemas encontrados neste
o clima é mais temperado, encontram-se
território, através de uma grande variedade
comunidades naturais bem preservadas em
de espécies de plantas.
67
Árvores
68
Amieiro
(Alnus glutinosa)
Descrição: Árvore de folha caduca de até
Hábitat: Árvore típica ribeirinha, uma vez
20 m. De altura, com copa piramidal início
que precisa de solo com elevada humidade.
e depois arredondada. A casca, lisa e
Podem viver em solos pobres em nutrientes
cinzenta em indivíduos mais jovens, mostra-
graças à simbiose que as
se áspera e mais escura no adulto. Os ramos
estabelecem com bactérias fixadoras de
jovens são anguladas e cobertos de
nitrogênio atmosférico.
suas raízes
glândulas de resina. As folhas são simples,
ovadas ou arredondadas com serrilhado e
Fenologia: Florescem dos finais do Inverno
ápice afilado. As flores masculinas e
aos principios da primavera.
femininas estão separadas em diferentes
estruturas. A fruta também é lenhosa,
Curiosidades: Parece que detectam a
parecendo um abacaxi, e contém muitas
humidade do ambiente, porque quando as
sementes aladas que permanecem no
chuvas estão próximas, as folhas tornam-se
inverno.
esbranquiçadas na parte inferior. Desta
árvore é usada tanto a madeira como a casca.
Esta última tem propriedades medicinais e é
utilizada para a febre e diarréia. Devido ao
seu teor de tanino também tem sido utilizada
para o curtimento de peles. A madeira é
bastante suave, mas muito resistente à
putrefacção, quando submersa, de modo que
tem sido utilizado no fabrico de postes
hidráulicos. É encontrado em alguns setores
do Douro e seção final do Tormes.
69
Salgueiro
(Salix atrocinerea)
Descrição: Árvore de folha caduca de
sido utilizada em trabalhos de cestaria (daí
grande porte, muito ramificado desde a
o nome do salgueiro), embora não seja o
base, com grandes ramos flexíveis. A casca
mais utilizado porque tem muitos nós. Da
é cinzenta, lisa ou levemente reticulada. As
sua casca é extraída salicina, o composto
folhas são lanceoladas e ligeiramente
químico derivado da aspirina, usadas para
dentadas, com pêlos vermelhos ou brancos
resolver dores de cabeça, musculares ou
na parte inferior. As flores, que aparecem
como um vasodilatador. Produzem muitos
antes das folhas são agrupadas em
híbridos entre espécies diferentes de
estruturas chamadas amentos. Os frutos
salgueiro, por isso às vezes é difícil de
secos são cápsulas que liberam as sementes
identificar.
com um tufo de pêlos.
salgueiros, incluindo o bardaguera branco
Há
várias
espécies
de
com atrocinerea Salix-como as folhas, mas
Hábitat: Necessidade de solos com
humidade
permanente onde não há
temperaturas extremas, já que não lhes
resiste, portanto, aparece em enclaves
protegidos como as margens do Tormes e
do Douro.
Fenologia: Floresce entre janeiro e abril
e os frutos aparecem entre abril e maio.
Curiosidades:
Também
chamado
bardaguera, e como outros salgueiros, tem
70
cobertos com pêlos macios que dão a
árvore de uma cor esbranquiçada.
Freixo
(Fraxinus angustifolia)
Descrição: Árvore de folha caduca até 15
esverdeada torna-se mais escura à medida
m. de altura. Possui um tronco reto e galhos
que amadurece. Tem uma espinha pequena
de grande porte. As folhas são compostas de
no ápic, de espessura, e que contém uma
várias brochuras, sempre em número ímpar
única semente dentro.
e com um comprimento de 3-7 cm. são
lanceoladas, margem serrilhada e sem pêlos,
Habitat: É uma espécie exigente quanto às
tanto na trave como
na parte inferior.
características do solo e também é muito
Aparecem depois das flores. Estas são muito
resistente ao frio. Ocupa áreas ciliares,
pequenas e não têm corolla ou cálice, apenas
bosques e fundos de vale, com lençol
as partes reprodutivas. A fruta, longa e
freático alto.
achatada,
com
coloração
amareloFenologia: Flores em fevereiro ou março a
maio e os frutos amadurecem no final do
verão.
Curiosidades: A madeira é branca, muito
resistente e elástica. Por este fato tem sido
usada para fazer cabos de ferramentas. As
suas folhas, além de servir como alimento
para o gado no final do verão, têm
propriedades medicinais como analgésico
entre outros. Da casca de ramos jovens tem
propriedades laxantes e a infusão das frutas
tem a fama de ser afrodisíaca.
71
Carrasco
(Quercus faginea)
Descrição: Árvore de até 20 m. coroa alta e
estreita relação com o carvalho ou o
arredondada. Possui uma casca castanho-
sobreiro, todos os membros da família
acinzentado, rachada. As folhas são
Quercus, significa que existem híbridos
elípticas, margens dentadas, com um feixe
entre eles, resultando em algumas vezes
brilhante verde.. As flores masculinas estão
muito difícil de determinar que espécie é. O
dispostas em amentilhos e as femininas em
nome (Q. faginea) e está relacionado com a
cachos em caules curtos. O fruto é a bolota.
forma das folhas, do latim Fagus-a-um.
Habitat:
atinge
desenvolvimento
o
em
seu
máximo
solos
calcários,
arejados e frescos, florestas sombrias, com
chuvas em torno de 600 mm / ano. No
entanto, podem ser encontrados em solos
graníticos. Geralmente associado com o
carvalho.
Fenologia: A floração ocorre entre Março e
Junho. Bolotas amadurecem em Setembro e
Outubro desse ano.
Curiosidades: Madeira é de boa qualidade,
mas por ser muito delgada, não é
normalmente usada. A bolota é usada para
alimentar o gado e animais selvagens. A sua
72
Sobreiro
(Quercus suber)
Descrição: Árvore perene de espessura
Quercus. Prefere solos soltos e permeáveis ,
resistente e copa larga, atingindo até 20 m. de
com substrato silicoso.
altura. Tem uma casca acinzentada, macia,
com rachaduras profundas que atravessam o
Fenologia: Flores normalmente em abril ou
tronco. As folhas são de consistência, duras e
maio. As bolotas estão presentes desde o verão
persistentes, margem um pouco espinhosa. O
até fevereiro.
feixe é verde escuro e a parte inferior tem um
pêlo curto e apertado que lhe dão uma cor
Curiosidades: É uma árvore endêmica na
esbranquiçada. O fruto é uma bolota e é muito
região Oeste do Mediterrâneo, sendo muito
semelhante ao do carvalho, embora tenha
abundante no sudoeste de Espanha e Portugal.
escamas bem desenvolvidas na cúpula que
Esta espécie é usada tanto pelas frutas como
cobre a fruta.
pelas cascas de madeira, sendo esta última a
mais importante. Cada 9 ou 10 anos cortiça é
Habitat: Florestas típicas do Mediterrâneo,
removida num processo chamado "recolha da
embora ligeiramente diferente do carvalho ou
cortiça." Neste intervalo de anos, a cortiça tem
carvalho, representantes da família também
a espessura necessária para o seu uso
posterior. As bolotas são utilizadas como
alimento para bovinos e suínos, e a sua
madeira, pesada e dura, tem sido utilizada na
construção naval. A cortiça é praticamente à
prova de fogo e é uma defesa natural contra
os incêndios. Bons exemplos desta espécie são
encontrados na zona de transição da
peneplanície.
73
Azinheira
(Quercus rotundifolia)
Descrição: árvore perene de grande porte que
Curiosidades: As azinheiras são podadas para
pode chegar a 15 m. de altura. A casca é
expandir a árvore, favorecendo a produção de
castanho-escura e muito estriada.As folhas
bolotas em anos sucessivos, e para alimentar o
adultas são ovais e resistente, enquanto as
gado, especialmente porcos, embora no
jovens têm espinhos pequenos nas suas
passado em tempos de escassez também foi
margens, o que impede que as folhas
amplamente consumida por seres humanos. A
sejamcomidos por animais. As flores
casca tem propriedades medicinais e é
masculinas e femininas são raramente vistas e
utilizada para combater hemorróidas, úlceras
são separados dentro da mesma planta. O fruto,
e pele rachada. Foi mesmo usado para facilitar
a bolota, é cilíndrico e é protegido por uma
a transpiração dos pés. A madeira, por outro
cúpula que cobre menos da metade da fruta.
lado é usado na produção de cinzas (carvão
vegetal). Podemos encontrar esta árvore perto
Habitat: É altamente adaptada ao clima
mediterrânico, caracterizado por períodos de
seca no verão. Mantém-se bem em rigorosos
invernos e climas continentalizados e verões
quentes. Nas regiões de Vitigudino e Ledesma
permite
pastos
abundantes
formando
extensões aparentemente intermináveis de
florestas manejadas pelo homem.
Fenologia: Flores de março a maio. Bolotas
maduras no Outono, de outubro para
novembro.
74
do Parque Natural.
Carvalho-negral
(Quercus pirenaica)
Descrição: Árvore de folha caduca que
na forma de agrupamento, neste caso,
normalmente não deve exceder 20 m. de
solitárias ou em grupos de três.
altura. Tem uma coroa muito ramificada
irregular e um esguio tronco cinza. As
Habitat: Muito comum, formando florestas
folhas de carvalho são muito característicos
puras ou mistas na área. Tendem a ocupar
e distintas, com lobulos muito pronunciados
solos siliciosos.
que às vezes pode chegar à nervura central
da folha. O fruto, também é a bolota, mas
Fenologia: flores de abril a junho e as
com pequenas diferenças na cúpula,
bolotas amadurecem no outono. Perdem as
mostrando escamas bem desenvolvidas, ou
suas folhas no final de novembro ou
dezembro.
Curiosidades: São particularmente notáveis
os s bogalhos, estruturas globulares e de
aspecto lenhoso, que produz a árvore
quando atacada por um inseto. A casca deste
carvalho tem taninos, substâncias que são
usadas no bronzeamento. Atualmente, a sua
madeira é utilizada em marcenaria e fabrico
de postes. Desde os tempos antigos se
considerou esta árvore como um símbolo de
força, o que se reflete na cultura popular
com expressões como "forte como um
carvalho."
75
Agreira
(Celtis australis)
Descrição: Árvore caducifólia, robusta de
profundos. É uma arvore que resiste bem à
porte mediano que pode atingir 25 m de altura.
seca.
Copa arredondada, ampla e muito ramosa,
com ramos erectos e raminhos pubescentes,
Fenología: Florece na Primavera e frutifica
delgados e um pouco pendentes. O fuste é
no Verao, mantendo-se os frutos, até à queda
grosso, direito, com casca lisa e cinzenta. As
das folhas.
folhas são simples, alternas, caducas, limbo
lanceolado, peninérveo, com três nervuras
Curiosidades: Muitas vezes, utiliza-se como
basilares, assimétricas na base e ápice
árvore de sombra em jardins e passeios. A sua
longamente acuminado curvado e afilado; têm
madeira é muito dura,compacta e elástica,
a margem finamente serrada quase desde a
dobrando-se fácilmente quando exposta a
base. A copa é frondosa com folhas
vapores, utilizando-se para fabricar bastões e
assimetricas, de cor verde escuro, oval-
instrumentos de agricultura. Também se
lanceadas, com as margens dentadas e apice
utiliza para remedios caseiros e para curar a
largo e assimetrico, estreitando gradualmente.
calvice, a pesar de esta ultima, nunca se ter
As flores sao pequeñas e pouco chamativas.
chegado a comprobar científicamente. Por
Os frutos, que permanecem durante muito
outro lado, caules e decocção da casca da raiz
tempo na árvore, sao carnosos e de cor verde,
mostra um pigmento amarelo usado para
ficando negros quando amaduram.
tingir a seda.
Hábitat: Ladeiras secas e solarenga perto do
cursos de agua. Não sao exigentes a nivel de
solo, apesar de alcançar o seu máximo
desenvolvimento em solos soltos, húmidos e
76
Zelha
(Acer monspessulanum)
Descrição: Árvore caducifolia de pequeño
quais com uma extensão a modo de ala, que
porte e lento crescimento que em raras
lhes permite dispersar-se através do vento.
situaçoes ultrapassam os 10 metros. A
corteza é cinzenta escura com muitas gretas
Hábitat: Aparece nas ladeiras secas, pobres
verticais. Os ramso são delegados. As folhas
e pedregosas ou arenosas acompanhando
são pequenas e divididas em três lóbulos, de
robles ou outras árvores do género quercus.
rebordo inteiro e contorno ovado; verde-
Aparece em solos calcários, de preferência,
escuras na página superior, glaucas na
embora possa também ser encontrada em
inferior.
verde-amareladas,
solos siliciosos. Resiste à seca, embora no
dispostas em cachos pendentes; frutos secos,
As
flores
oeste Salamanca seja encontrada somente
dupla sâmara, provida de asas convergentes
nos vales do rio.
de cor avermelhada. Os frutos secos estão
divididos em duas partes, cada uma das
Fenología: Floresce em Abril ou Maio e os
frutos aparecem a partir de Julho ou Agosto.
Curiosidades: A sua madeira é rosa ou
avermelhada e é muito difícil e é muito
popular em madeira ou carpintaria. A sua
madeira é muito adequada também para
instrumentos musicais. O nome específico
é Monspessulanum dado pelo naturalista
Lineu, e refere-se à origem do individuo
estudado,
localizado
em
Montpellier
(França).
77
Cornalheira
(Arbutus unedo)
Descrição: O medronheiro é uma árvore ou
Curiosidades: O medronheiro é valorizada
arbusto até 5 m. de altura. Tem uma copa
pelo seu fruto, que é usado para fazer
arredondada apoiada por um tronco curto e
compotas e conservas. Os frutos maduros
torcido. As folhas são perenes, lanceoladas,
são comestíveis e devido ao seu teor de
com margens serrilhadas e verde escuro. As
álcool, podem produzir uma intoxicação
flores em forma de globo são brancas e são
leve se consumidos em excesso. Esta fruta é
agrupadas em conjuntos de suspensão. Os
usada para produzir bebidas alcoólicas,
frutos são esféricos e têm uma superfície
começando o processo de fermentação na
granulada e pequenos picos. Leva um ano
própria fruta. As folhas ea casca são usadas
para amadurecer. No início, es são
para combater infecções do trato urinário. A
amarelos quando maduros vermelhos e
dispersão de sementes é zoócora, ou seja,
brilhantes.
feita pelos animais; eles comem as frutas e
depois dispersam as sementes através das
Habitat: Embora possa ser considerado
indiferente às propriedades do solo, prefere
solos
silicosos,
profundos
e
soltos.
Normalmente encontrados nas encostas de
vales fluviais, no caso do noroeste de
Salamanca, acompanhando outros arbustos
nas florestas de carvalhos.
Fenologia: Flores no Outono ou no início
do inverno. Os frutos amadurecem no
Outono.
78
fezes.
Zimbro
(Juniperus oxycedrus)
Descrição: pequena árvore ou arbusto 2-4
Fenologia: Floresce na Primavera. Os frutos
m. de altura em forma de pirâmide. Os
aparecem no início do Outono e levar 3 anos
ramos chegam quase ao solo escondendo o
para amadurar.
tronco.
Tem
uma
casca
castanho-
avermelhada e lisa. As folhas são verdes, em
Curiosidades: A madeira do
forma de agulha e são agrupados em grupos
altamente resistente à torção e à compressão,
de três, mostrando um verde brilhante e duas
de modo que é utilizado no fabrico de
linhas brancas no centro. As flores
postes, vigas e no revestimento de minas.
masculinas e femininas são separados em
Além disso, esta espécie, vulgarmente
pés diferentes de planta e têm uma forma de
conhecido como "cedro" é utilizada no
cone. Das árvores do sexo feminino
fabrico de lápis. Embora menos que o
aproveita-se a fruta, bagas de zimbro, uma
Zimbro Comum (J.comunnis) os frutos J.
falsa baga carnuda contendo 3 sementes e
oxycedrus
que com a maturação as folhas se tornam
aromatizar bebidas diversas, como gin.
vermelhas.
Extrai-se desta árvore também uma resina
também
são
zimbro é
usados
para
conhecida como óleo de cada, que tem
Habitat: Suporta frios intensos. Tem
propriedades medicinais e tem sido usada
preferência por solos calcários e solarengos.
contra os piolhos e lêndeas, pelas suas
Pode ser encontradaem terrenos secos,
propriedades antiparasitárias e anti-sépticas.
rochosos e encostas de maior altura, onde
Também é utilizada em alguns shampoos
adquire um porte arbustivo. É típico vê-lo
contra a queda de cabelo e pomadas caseiras
sair das rochas na área de Arribes, onde
para a higiene da pele, embora não seja
conta com pouca profundidade para
altamente recomendável, porque produz
desenvolver as suas raízes.
comichão.
79
Cornalheira
(Pistacia terebinthus)
Descrição: Árvore ou arbusto de folha
ramos ou folhas. Este chifre é um método de
caduca de 6-8 m. de altura, com folhas
defesa da planta contra a picada de inseto,
compostas por um número ímpar de folhetos
que, deposita os ovos dentro. Este chifre é
(3-11) e contorno ovóide oblonga (mais
rico em taninos, substâncias adstringentes.
comprida que larga). As flores masculinas e
O fruto serve de alimento para o gado a
femininas são encontrados em pés de planta
casca e chifres são usados na medicina
diferentes,
cachos
popular. No entanto, a sua maior conquista
avermelhados. Os frutos são vermelhos na
reunidas
em
é a terebintina, uma substância usada no
maturidade, de aparência semelhante a uma
fabrico de vernizes e do sangramento casca
ervilha. Quando o outono chega, as folhas
é obtida uma essência que é comercialmente
ficam vermelhas para serem facilmente
conhecida como aguarrás. Anteriormente,
identificadas na paisagem.
essa resina foi usada para fazer obturações
em odontologia.
Habitat:
Companheiro
de
carvalhos,
sobreiros, também é típico nas encostas
rochosas e desfiladeiros, em preferência em
solos alcalinos. Requer uma boa iluminação
e chuva frequente.
Fenologia: A floração começa em abril e os
frutos aparecem a partir de julho.
Curiosidades: O nome é devido a uma
estrutura em forma de chifre que aparece nos
80
Arbustos
81
Vassoura-dos-Açougueiros
(Ruscus aculeatus)
Descrição: arbusto perene com caules
que é colhida pode ser usada para combater
ramificados, lisos e verdes até 100 cm. de
a febre e como vasodilatador no tratamento
altura. As folhas são membranosas e tão
de hemorróidas e varizes, mas com cuidado
pequenas que são pouco visíveis em
porque os frutos são ligeiramente tóxicos.
extensões do tronco com uma forma de
Os ramos e caules mantêm a sua cor verde
folhas lanceoladas e rígidas ponta e
plana por longos períodos de tempo. Esta
latejante. As flores masculinas e femininas
planta também é conhecida como murta
são esverdeadas e discretas, porém os frutos
moura, áspero, ou gilbarbeira.
são bagas muito vistosas vermelho brilhante.
Habitat: É parte da floresta de carvalhos,
companheiro do matagal, ou florestas mistas
de sobreiros do género Quercus, procurando
sombra, áreas húmidas, onde recebe luz
solar direta.
Fenologia: flores em abril e maio e os frutos
aparecem a partir do Outono.
Curiosidades: Na primavera, brotos podem
ser consumidos como aspargos e as
sementes torradas têm sido usadas como um
substituto do café. Tem propriedades
medicinais. Dependendo da parte da planta
82
Trovisco
(Daphne gnidium)
Descrição: Matas semiarbustivas até 2 m de
caule, as flores são agrupadas, que
altura. Os galhos começam a partir da base
consistem em quatro sépalas brancas ou
com ramificações quase completamente
amareladas e carnudas. Os frutos são
cobertas por folhas. Estas são estreitas e
pequenos, vermelhos e esféricos.
alongadas, mais escuras na parte inferior,
que são glândulas pegajosas. No final do
Habitat:
comum
em
florestas
mediterrânicas que acompanham árvores
esparsas, sobreiros e carvalhos. Também
estão presentes nas rochas e que fazem parte
de comunidades arbustivas.
Fenologia: Flores aparecem no início do
verão e permanecem até o outono.
Curiosidades:
tem usos múltiplos, de
cosméticos e inseticidas, medicinal. Desde
os tempos antigos, esta planta foi usada
como um purgante, mas é tão tóxica que o
seu uso é desencorajado. A casca do caule
separa-se em longas tiras e cordas usadas
para fazer utensílios rudimentares no
campo, no entanto, são muito resistentes.
Também foi usado para envenenar a água,
para recolher os
peixes intoxicados
emergentes para a superfície.
83
Lestisco
(Phyllirea angustifolia)
Descrição: Arbusto ou árvore pequeno com
mediterrânico,
3-4m de altura. Tem muitos ramos cobertos
estreitas e duras para evitar a perda de água
de folhas estreitas e alongadas que se
desnecessária. Esta rigidez nas folhas faz
assemelham as da verde-oliva, mas com um
com que eles, por outro lado, pouco
verde mais pálido. As flores são pequenas,
apeteciveis para os animais. No entanto, os
esbranquiçadas, perfumadas e dispostas em
frutos são muito saborosos, sobretudo, para
cachos nas axilas das folhas. Os frutos são
as aves, ajudando assim a dispersão de
carnosos, com 1 ou 2 ossos no interior e
sementes. Devido à semelhança da fruta e
azul-negro, lembrando muito a da oliveira,
folhas desta planta com o azeite, também
mas com um tamanho infinitamente menor,
é conhecido pelo nome de Olivilla.
como frutas labiérnago são de 3 a 6 mm
aproximadamente.
Hábitat: Espécie muito resistente à seca.
Está presente na floresta ou cerrado, com
alguam termicidade, tais como carvalhos,
sobreiros,
matagais,
etc.
Sempre
procurando áreas ensolaradas.
Fenología: Florece de Febreiro a Abril e
fructifica no Verão.
Curiosidades: O lestisco é uma espécie
que se adapta perfeitamente ao clima
84
desenvolvendo
folhas
GiestA-branca
(Cytisus multiflorus)
Descrição: Arbusto muito ramificado, com
de 3. As flores têm uma estrutura
caules flexíveis cinza-esverdeados. São
característica que identifica todas as espécies
brancas, ao contrário de outras escovas que
da família Fabaceae. Têm 5 pétalas
são amarelas, e são solitárias ou em grupos
simulando uma borboleta. Estas flores são
também chamadas de papilionáceo (em
grego = rabo de andorinha borboleta). O
fruto é um tipo de legume, plano e peludo,
até 3 cm de comprimento.
Habitat: área degradada da peneplanície, de
preferência em pisos de granito que
acompanha outros arbustos como o tojo,
giestas e outras espécies. Esta espécie é
substituída por outras espécies de Cytisus
com condições de solo ou clima em
mudança. Estas espécies são C. striatus
(moura
vassoura)
ou
C.
scoparius
(vassoura), ambos de flores amarelas.
Fenologia: Flores de janeiro a abril e os
frutos no início do verão.
Curiosidades: O nome comum deriva do
uso dos seus ramos para fazer vassouras.
85
Roseira silvestre
(Genista histrix)
Descrição: Arbusto caducifólio de porte
espinho ou ouriço, ambos os nomes
globoso e espinhoso com 1-1,5 m de altura.
referindo-se aos seus ramos pontiagudos. É
As hastes são espessas, duras e eretas e são
endémica da Península Ibérica, fácil de
atravessadas por estrias terminando num
encontrar no oeste da província de
ponto. Folhas simples, em forma linear e s
Salamanca, muito semelhante a outras
cobertas com pêlos curtos, e só aparecem
espécies de vassoura, como G. polyanthos,
nos ramos jovens. As flores são papilionáceo
entre os quais existe apenas uma pequena
(em forma de borboleta, ver Cytisus
diferença morfológica da flor.
multiflorus) amarelas e aparecem em grande
número nos ramos, dispostas em pequenos
grupos de aproximadamente 4 cm. de
comprimento. O fruto tem sementes pretas.
Habitat: Aparece em solos siliciosos
formando arbustos grandes e trazendo um
fundo amarelo à paisagem quando a
primavera chega. É companheiro usual de
carvalhos.
Fenologia: Floresce em Maio e dá frutos no
Verão.
Curiosidades: Este arbusto é também
conhecido como vassoura, vassoura porco-
86
Lavanda
(Lavándula stoechas)
Descrição: arbusto perene e aromático
Habitat: São arbustos típicos de solos
com 1 m. altura aproximada, e hastes com
ácidos
seção quadrada. As folhas são lineares com
acompanhando geralmente com carvalhos
e
de
clima
mediterrâneo,
o ápice ligeiramente arredondado, com
e sobreiros, arbustos, bem como com
margens viradas trás, dispostas em grupos
tomilho, medronho e estevas.
apertados ao longo do tronco. As flores são
pequenas e roxas e estão agrupados na
Fenologia: Flores de Fevereiro a Junho.
parte final do caule em estruturas muito
vistosas, que são coroadas por um tufo de
Curiosidades: O nome genérico de
brácteas estéreis. As brácteas são estruturas
lavanda vem do latim lavar, verbo que
foliares, cuja função é proteger as flores e
significa lavar, purificar, uma vez que esta
botões no seu desenvolvimento.
espécie e outros da mesma família, têm
sido usadas desde os tempos antigos nos
banhos de cheiro. Também são extraídos os
óleos essenciais utilizados na aromaterapia
pelas suas propriedades calmantes. Na
medicina popular são bem conhecidos os
seus
benefícios,
agindo
como
um
desinfectante. A lavanda ou alfazema,
como é conhecido em alguns lugares, é
uma das plantas favoritas pelas abelhas
para extrair o néctar, os apicultores
aproveitam esse facto para esfregar as suas
colméias com ela e atrair esses insectos.
87
Esteva
(Cistus ladanifer)
Descrição: Planta de crescimento arbustivo,
conexão com manchas arroxeadas que
perene e aromática,
de 1-1,5 m. altura,
aparecem nas pétalas. O caule e folhas contêm
embora em terreno favorável, possa atingir até
labdanum, uma espécie de goma-resina muito
3 m. As folhas são longas e estreitas sem
aromática usada em perfumaria. Esta
pecíolo, e muito pegajosa, devido à presença
labdanum reflete a luz solar e impede a
de um número infinito de glândulas
transpiração da planta de adaptação ao clima
secretoras. As flores são grandes e vistosas,
mediterrânico que o torna resistente a longos
com 5 pétalas brancas em sua totalidade ou
períodos de seca. Por outro lado, a esteva
com uma mancha arroxeada na base da
desempenha um papel muito importante na
mesma. O fruto, uma cápsula globosa e dura,
propagação do fogo devido ao seu alto teor de
se abre em 7-10 valvulas, que expelem
óleo, e a recuperação de lugares devastados
sementes incontáveis ao ar livre.
por ela, porque as suas sementes suportam
altas temperaturas e são uma das primeiras
Habitat: Aparece junto a extensas áreas de
espécies para germinar após um incêndio.
carvalhos e azinheiras, juntamente com outros
Também contém substâncias alelopáticas, ou
arbustos, embora seja relativamente fácil
seja, substâncias que inibem a germinação de
encontrar lugares formados por grandes
outras sementes ao seu redor. As estevas
massas que foram destruídas pelo fogo. Nunca
provocam a acidificaçao dos solos em que
aparece em solos alcalinos.
estão desenvolvidas.
Fenologia: Florece em Abril e Maio.
Curiosidades: Esta planta também é
conhecida como jara das cinco chagas, em
88
Jasmim Silvestre
(Jasminum fruticans)
Descrição: Planta de porte arbustivo e
Habitat: Embora possa existir em zonas
perene. Tem caules verdes ramificados
de clima continental, é considerado um
quadrangular,
aparecen
habitante típico da floresta mediterrânica,
pequenas folhas simples e divididas em 3
aparecendo geralmente perto de arbustos
lóbulos, de cor verde e brilhante. As flores
ou árvores como o carvalho. Atinge o seu
são pequenas campainhas amarelas são
máximo
agrupados no final dos ramos. O fruto é
calcários, mas não é uma condição para
uma pequena bagas pretas e brilhantes
aparecer.
nas
quais
desenvolvimento
em
solos
carnudas.
Fenologia: Flores de Abril a Agosto.
Frutos no final do Verão. Em regiões
muito frias podem perdem as folhas no
Inverno.
Curiosidades: Foram obtidas a partir
desta espécie, inúmeras variedades de
jasmim
que
são
cultivadas
ornamentais
proporcionando
abundante.
Fornecem
um
como
floração
cheiro
agradável, pelo que também são muito
apreciados na indústria de perfumes. As
folhas de chá de jasmim têm certas
propriedades
medicinais
como
um
sedativo e analgésico.
89
Rosa do Monte - Peonía
(Paeonia broteroi)
Descrição: É uma planta herbácea e perene
porque, em altas doses, as sementes são
de grande tamanho, cerca de 50 cm. As
tóxicas e as flores pode causar cólicas e
folhas são muito grandes e ovais, geralmente
diarreia. Possui propriedades medicinais
dividida em duas, e tem tons de azul-verde.
como espasmolítico, sedativo ou contra
As flores são grandes, entre 12-15 cm. São
hemorróidas. Durante muito tempo, esta
muito vistosas, com 7-9 pétalas de cor rosa
planta foi considerada um talismã de
fúcsia e estames brilhantes amarelos. Os
proteção, plantando-se com o bjectivo de
frutos são folículos pelosos, geralmente 4 ou
proteger de tempestadas e granizos. Pela sua
5, que contêm em si sementes de várias
vistosidade, é utilizada, frequentemente
cores, de vermelho a azul.
como ornamental.
Hábitat: Endemismo ibérico é forma parte
da camada de arbustos dos azinhais,
carvalhais
ou
quejigales,
sempre
resguardados do sol e procurando a sombra.
São indiferentes às condições do solo,
aparecendo em ambos os solos, básicos e
ácidos.
Fenología: Florecem de Abril a Maio, dando
um toque exótico ao bosque mediterrêneo.
Curiosidades: A utilização desta planta
necessita de cuidados médicos específicos,
90
Dedaleira
(Digitalis thapsi)
Descrição: herbácea grande que atinge
Habitat: Aparece em solos secos e ácidos
facilmente os 70 cm. de altura. É uma
rochosos de quartzito Berrocales ou
planta bienal. Durante o primeiro ano,
ardósia, destacando o seu verde sobre a
mostra uma roseta de folhas no solo e
vegetação remanescente.
depois no segundo ano um tronco oco com
muitas flores. Estas são grandes, em forma
Fenologia: flores de Abril a Agosto.
de sino, um pouco peludo e rosa muito
marcante. As folhas são verde-amarelo e
Curiosidades: É uma planta utilizada na
um pouco pegajosas, devido à presença de
indústria farmacêutica, juntamente com
numerosos pêlos glandulares.
outras espécies de Digitalis purpurea
como dedaleira, graças ao seu ingrediente
ativo, digitálicos.
Este composto químico é um potente
tónico cardíaco e é altamente tóxico se
exceder a dose necessária. É indicada em
casos
de
taquicardia,
arritmias
e
insuficiência cardíaca. Atua também como
um bom diurético e corrige deficiências
renais causadas por falta de irrigação
sanguínea. A coleta das folhas para extrair
os ingredientes ativos ocorre durante o
Verão do primeiro ano ou segundo período
de floração. Esta planta, é também
conhecida como verbasco.
91
Cravina-brava
(Dianthus lusitanicus)
Descrição: herbácea perene, com hastes
cravos selvagens são os pais dos cravos
azul-verde até 35 cm. de altura. As folhas
cultivados.
são lineares, com uma aparência carnuda,
utilizados em jardinagem, e que, por meio
parecendo soldadas as bases. As flores têm
da seleção e manipulação genética levaram
5 pétalas profundas rosa e dentadas na
finalmente a uma infinidade de variedades
margem, uma reminiscência de cravo
e formas, que em muitos casos não são
usado
como
ornamental,
Têm
sido
amplamente
Aparecem
semelhantes, praticamente nada, aos seus
solitárias ou em pares, no final das hastes.
parentes selvagens. Ocasionalmente, têm
O fruto é uma cápsula de 4 dentes.
sido usadas como plantas medicinais,
principalmente, para produzir gotas (água-
Habitat:
Habita
áreas
com
rochas
elevadas, muitas vezes entrando nas
fissuras das rochas para criar raízes. Nestas
áreas acompanha o carvalho, zimbro,
vassoura, narcisos, etc. Inevitavelmente
aparece em solos ácidos até 2.000 m. de
altitude.
Fenologia: flores entre maio e julho, mas
as
plantas
com
flores
podem
ser
encontrados também no Outono.
Curiosidades: endémica da Península
Ibérica. O rosa, juntamente com outros
92
de-rosa) usadas contra infecções e outras
doenças oculares.
Narciso
(Narcissus rupícola)
Descrição: Pequena erva notável pela sua
estendem
numa
coroa
coloração amarela. Tem poucas folhas,
semelhante a uma tigela.
ou
corolla,
geralmente 2-4 que se encontram na base
e se assemelham às dos juncos. O caule é
Habitat: Muitas vezes em encostas
nu e as flores estão dispostas no final do
rochosas e substrato de granito. Requer
mesmo, geralmente solitárias, e têm um
solos com alguma humidade.
tamanho entre 2 e 2,5 cm. de diâmetro. A
flor é em forma de cone de funil ou
Fenologia: Floresce de Fevereiro a Março.
estreito, terminando em um copo de peças
similares composta de 6 pétalas que se
Curiosidades: Reproduz-se por bulbos.
Graças às técnicas de seleção genética
foram obtidas muitas variedades de
narcisos que são usados como plantas
ornamentais. Ao contrário dos narcisos
silvestres, os obtidos por manipulação
genética,
desenvolvem
uma
grande
quantidade de tepals. O nome é derivado
do verbo daffodil narkao grega que
significa drogar e refere-se ao aroma desta
planta, que, num ambiente fechado, pode
causar náuseas ou dores de cabeça. Os
árabes
consideravam
o
narciso
um
afrodisíaco e na Roma antiga e seu óleo
era um ingrediente essencial em perfumes.
93
Espora - de - Cavaleiro
Delphinium fissum)
Descrição: Planta herbácea de até 160 cm
subespécies de Delphinium fissum, todos
de altura e caules estriados. As folhas mais
ameaçados de extinção. Junto com fissum
baixas, que parecem formar uma roseta
Delphinium, aparecem na região da
basal, são espalmadas com 3-5 segmentos.
fronteira com Portugal e Espanha outras
As flores (20-40) reúnem-se em grupos no
quatro espécies que estão criticamente
final do caule. O cálice é composto por 5
ameaçadas
partes (sépalas) semelhante a pétalas que
Schrophularia
variam em cor do branco ao azul-violeta
lopesianum, schmitzii Isatis platyloba e
escuro
Allium.
e violeta. A parte superior é
transformada em estolões de 15-17 mm.
Habitat: pastagens e vegetação em áreas
sombreadas, solos de calcário e granito.
Fenologia: Após o fim das chuvas de
inverno brotam as folhas formando uma
roseta basal, o desenvolvimento de hastes
florífera na primavera. As flores aparecem
no verão e frutos em setembro.
Curiosidades: Tem alcalóides que podem
ser
tóxicos. A concentração
destes
alcalóides em plantas jovens e sementes é
muito maior do que em adultos. Há 5
94
de
extinção
valdesii,
como
Anthirrinum
Orquídea
(Orchis coriophora)
Descrição: Uma planta herbácea da família
das orquídeas, de 25 a 30 cm de altura. O
Habitat: pastagens molhada em solos
nome vem do grego orchis orkhis,
ácidos.
testículos, e faz alusão à semelhança entre
estes e o tubérculo basal da planta.
Fenologia: flores de Maio a Julho.
Geralmente, há dois tubérculos. Tem um
caule ereto com folhas alongadas, estreitas
Curiosidades:
e envainantes, ou seja, envolvendo o tronco.
consideradas
As
A inflorescência é no final do tronco num
impressionantes
grupo de condensado de flores de rosada
existem. Estima-se que existem cerca de
para roxa-acastanhada.
20.000 espécies distribuídas em cinco
uma
e
orquídeas
das
plantas
espetaculares
são
mais
que
continentes.
São peculiares, desde o nascimento como
necessidade de simbiose com um fungo
para se desenvolver. Geralmente, as
orquídeas
da
Península
Ibérica
são
polinizadas por insetos, na forma de néctar,
visitando estas plantas. Orchis coriophora
também tem outra peculiaridade é que às
vezes cruza com outras espécies de
orquídeas. Tem um cheiro um tanto
desagradável, que levou em alguns lugares,
a ser conhecido como
"cheiro de
percevejos."
95
Fetos
96
Feto
(Polipodium sp.)
frondes, dispostas em duas linhas de cada
lado da nervura central de cada segmento de
folha.
Habitat: Cresce em árvores, paredes,
preferindo lugares como fendas de rochas
ricas em matéria orgânica e ácidos. Requer
Descrição: Pequeno feto, de 5 a 30 cm. de
um clima relativamente temperado e
altura. As frondes (folhas) crescem a partir
húmido.
de um rizoma cobertas com escamas e oval
escuro.
Medem
comprimento
divididas
e
em
até
45-50
estão
cm
de
Fenologia: Amadurece de junho a setembro.
profundamente
segmentos
estreitos
e
Curiosidades:
O
rizoma
é
usado
alongados, dispostos ao longo de uma
medicinalmente, como um laxante suave e
nervura central. As estruturas reprodutivas
como efeito vermífugo, se tomado como um
são arredondadas e estão na parte de trás das
chá.
Avenca-brava
(Asplenium trichomanes)
Descrição: Pequeno feto perene que não
costuma ultrapassar os 25 cm. Tem um
rizoma curto a partir do qual surgem muitas
raízes duras e finas. As folhas (frondes)
crescem em rosetas e são divididas em
folhetos ovaiscujas margens aparecem
serrilhadas.
Por
encontram-se
circulares
trás
esporos
dos
em
folhetos,
estruturas
Fenologia: As suas estruturas reprodutivas
amadurecem ao longo do ano.
protegidas por uma pequena
Curiosidades: As suaa folhas têm um sabor
membrana.
adocicado desagradável. É usado na
Habitat: rochas calcárias, paredes e rochas
medicina popular contra a perda de cabelo,
escuras.
também para limpar os pulmões e tratar
constante.
Necessidades
de
humidade
problemas de fígado.
97
Plantas medicinais
Desde tempos antigos, as plantas têm sido
Hipericão (ypericum perforatum)
usadas como fibras têxteis para fabricar
Partes utilizadas: Flores, folhas.
utensílios ou pelas suas propriedades
Usos: A infusão das flores atua como um
medicinais e / ou cosméticas. O resultado é
analgésico,
aetnobotânica, ou seja, a união de Botânica
reumatismo, dores nas costas, artrite, etc.
(ciência que estuda as plantas) e etnologia
Também é válida como um sedativo e
(estudo das causas e razões da cultura e os
antidepressivo. Embebido em óleo são
costumes dos povos). Na maioria dos casos,
usados como anti-inflamatórios, para
os usos medicinais das plantas são testados
aliviar as queimaduras e feridas de
e são a base das drogas usadas atualmente.
cicatrização. Também tem sido usado para
Em outras ocasiões, têm sido atribuídas
curar ferimentos nos animais e dor
propriedades curativas a certas plantas,
abdominal.
combatendo
a
dor
de
devido ao formato das folhas ou flores, com
alguma semelhança com as partes do corpo
Arruda (Ruta graveolens)
como o coração ou os pulmões.
Partes utilizadas: Folhas.
Usos: É altamente tóxica e deve ser usada
Como resultado da superstição, também
com cautela, dosagens incorretas podem
têm sido usadas como amuletos de
causar vómitos, diarréia e excesso de
proteção. Em qualquer caso, o seu uso é o
menstruação. Marinada em óleo é usada
fruto da sabedoria, como tal, é interessante
para curar e cicatrizar feridas. A água
conhecê-las e apreciá-las. O uso de plantas
resultante do cozimento das folhas funciona
como remédio para certas doenças deve ser
como um desinfetante contra piolhos.
cauteloso, o erro em reconhecer a espécie
Ingerido actua como calmante, vermifugo e
ou
estimulando o fluxo sanguíneo. Um uso
o
uso
inadequado
intoxicação grave.
98
pode
causar
mais frequente foi o abortivo.
Tasneira (Senecio jacobea)
Sanguinária (Paronychia argéntea)
Partes utilizadas: Toda a planta.
Partes utilizadas: Flores, Folhas.
Usos: Em alguns lugares é usado como
Usos: Diz-se que esta planta ajuda a
antiparasitário do gado e segue-se o seguinte
purificar o sangue e aumenta a pressão
ritual: a planta é arrancada e diz-se "bons
arterial. A infusão de flores secas também
dias cachipiezo não sabes que a minha vaca
fornece uma ajuda eficaz para combater a
(nome de vaca) tem bichos no/a (parte do
doença renal. Para combater a dor no pé,
animal), cura-lhoa, quanto mais melhor,
deve meter-se esta planta nos sapatos.
"(Citação recolhida na aldeia de Trabanca.
A fórmula pode variar). Puxe a planta sem
Erva-andorinha ( Chelidonium majus)
olhar para trás tentando não cair na água,
Partes utilizadas: Caule.
pois isso iria atrasar o efeito. Quanto antes
Usos: Pressionando o tronco extrai-se um
secar a planta , mais eficaz será o remédio.
líquido amarelado, que tradicionalmente tem
sido usado para curar feridas, aplicando-o
Poejo (Mentha pulegium)
diretamente sobre a pele. É uma planta
Partes utilizadas: Planta inteira, flores.
venenosa imprópria para auto-curativos,
Usos: Amuleto para a prevenção de
mesmo em aplicação externa.
resfriados. Alguns espécimes são recolhidos
no chão, amarrados e pendurados em casa,
Verbena (Salvia verbenaca)
evitando os males de um resfriado. Também
Partes utilizadas: Sementes, folhas.
se toma em Infusão e é usado como tempero
Usos: As sementes desta planta colocadaa
para marinadas.
nas vias lacrimais são usadas para limpar os
olhos. Também é comestível e tem sido
Urtiga (Urtica dioica)
usada para dar sabor a saladas .
Partes utilizadas: Folhas, raízes.
Usos: A infusão de folhas é um diurético e é
Malva (Malva silvestris)
eficaz em melhorar a circulação sanguínea.
Partes utilizadas: Folhas, flores.
Para aliviar condições como lombalgia,
Usos: As folhas em cataplasma são
reumatismo e dor ciática, deve-se ser
preparados e colocados em feridas. Também
atingido com a planta diretamente na a área
tem propriedades laxativas e diuréticas, mas
afetada. A decocção da raiz é usada como
a mais utilizada é a infusão de flores secas,
uma loção contra a caspa e seborréia, para
que ajuda a atenuar os efeitos do resfriado.
dar força e brilho e evitar a perda de cabelo.
Em infusão é usado para controlar pragas de
Oliveira (Olea europea)
vermes e lagartas, enquanto trabalha
Partes utilizadas: Folhas.
também como fertilizante.
Usos: Devem ferver-se as folhas da oliveira
99
em número ímpar, e depois de ingerir a
em
infusão. É um bom remédio para baixar a
antiespasmódico
chá
como
um
pressão arterial.
cataplasmha é usado como desinfetante e
e
estimulante,
bálsamo.
Em
anti-séptico.
Fiolho (Foeniculum vulgae)
Partes utilizadas: Fruto maduro.
Oregão (Origanum vulgare)
Usos: No chá e tinturas são usados para
Tomado em infusão estimula o apetite, e é
aliviar os gases, digestão difícil, colite e
um bom expectorante e calmante durante os
espasmos intestinais . Utilizado como
ataques de tosse, também se usa para ese
condimento.
efeito a cenoura (Daucus carota).
Tomilho ( Thymus vulgaris)
Loureiro (Lauris nobilis)
Partes utilizadas: Folhas e flores secas.
Deve colher-se um número ímpar de folhas,
Usos:
Condimento,
conservante
em
marinadas e aromatizante na cozina. É usado
100
é adicionado açúcar e fervido. É útil contra
dores de estômago.

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