Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e

Transcrição

Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e
Universidade do Vale do Paraíba
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
"ESTUDO
IN
VITRO
DA
FOTO-REFLECTÂNCIA
E
DA
MICRODUREZA DO ESMALTE HÍGIDO SUBMETIDOS À
TÉCNICA DE CLAREAMENTO DENTAL TRADICIONAL E
COM LASER DE ARGÔNIO"
Ilene Cristine Rosia Cesar
Dissertação de Mestrado apresentada
no Programa de Pós-graduação em
Engenharia
complementação
Biomédica,
dos
como
créditos
necessários para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Biomédica.
São José dos Campos-SP
2001
2
Universidade do Vale do Paraíba
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento
"ESTUDO
IN
VITRO
DA
FOTO-REFLECTÂNCIA
E
DA
MICRODUREZA DO ESMALTE HÍGIDO SUBMETIDOS À
TÉCNICA DE CLAREAMENTO DENTAL TRADICIONAL E
COM LASER DE ARGÔNIO"
Ilene Cristine Rosia Cesar
Dissertação de Mestrado apresentada no
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Biomédica como complementação dos créditos
necessários para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Biomédica.
Orientador: Egberto Munin.
Co-orientadora: Priscila Christiane Suzy Liporoni.
São José dos Campos-SP
2001
3
Estudo in vitro da Foto-Reflectância e da Microdureza do Esmalte
Hígido Submetidos à Técnica de Clareamento Dental Tradicional e
com Laser de Argônio"
Ilene Cristine Rosia Cesar
Prof. Dr. Egberto Munin (Orientador)_____________________________________
Profª. Dra. Priscila C. Suzy Liporoni (Co- orientadora)________________________
Prof. Dr. José Benedicto de Mello (UNIVAP)_______________________________
Profª. Dra. Solimar Maria Ganzarolli (UNIP) _______________________________
Prof. Dr. Marcos Tadeu Tavares Pacheco
Diretor do IP&D – UniVap
São José dos Campos, 19 de dezembro de 2001.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Waldemar Cesar e
Neusa Rosia Cesar, dedico este trabalho e
agradeço pelo amor, compreensão, pelas horas
de ausência e por acreditarem que eu seria
capaz de grandes conquistas.
À minha irmã, Marlisa, que mesmo
tendo nascido no seu próprio mundo, serviu de
inspiração e me deu forças para nunca
fraquejar ao me deparar com os obstáculos que
a vida coloca ao longo de nosso caminho.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela vida, capacidade e inspiração por ter tornado possível a realização
demais um objetivo.
Aos meus avós, Roberto (in memorian) e Luzia, que contribuíram de uma forma
muito especial, para realização de mais uma etapa da minha vida, e as minhas tias Neide e
Nilda e aos meus tios, Roberto, Heitor e Sérgio, que nos momentos difíceis estavam sempre
me incentivando a alcançar mais um objetivo.
A minha orientadora Profª. Dra. Priscila C. S. Liporoni, pelo incentivo, confiança
e principalmente pela amizade a mim depositada. Agradeço por me permitir usufruir de seu
exemplo de profissionalismo, me ajudando em todos os momentos necessários.
Aos meus colegas de turma, que contribuíram para o crescimento e alegrias
vivenciadas nesse período, em especial aos meus amigos Patrícia, Rick, Cibelle e Luís
Eduardo, que de forma direta e indireta contribuíram para realização desse trabalho.
À minha também orientadora, Profª. Marcela L. Redígolo, pela disponibilidade de
tempo, orientação e dedicação.
Ao meu também orientador, Prof. Dr. Egberto Munin, pela colaboração, na
utilização do laboratório, e nas sugestões a mim oferecidas, sem isto, esse trabalho, não teria
se concluído.
Ao Engenheiro Dalcy Roberto dos Santos, ao Técnico em Metalurgia, Claudemir
Patuci e ao Técnico em Química, João Batista Rodrigues do AMR – CTA, que
realizaram as leituras de microdureza, na qual sem isso esse trabalho não poderia ser
realizado.
Ao Prof. Dr. José Benedicto de Mello, pela amizade, estímulo e participação em
minha formação científica e acadêmica.
Ao Reitor dessa Universidade Prof. Dr. Batista Gargione Filho e ao Diretor do
IP&D Prof. Dr. Marcos Tadeu T. Pacheco, pela oportunidade, apoio e estímulo em
6
desenvolver este trabalho, juntamente com o meu exercício profissional, bem como, a
concessão de bolsa de estudo para o programa de pós-graduação.
À Faculdade de Odontologia – UNIVAP, por ter sediado todos esses anos de
estudo, tanto na graduação, quanto na pós-graduação.
Ao Diretor da Faculdade de Odontologia, Prof. Dr. Renato Amaro Zângaro, pela
atenção, incentivo e confiança a mim depositada.
Ao Prof. Dr. Landulfo Jr., pela colaboração na utilização do laser, sem isso, não
seria possível a realização deste trabalho.
Aos funcionários do IP&D, Cláudia, Ivone, Nino e Rebeca, pelo carinho e
consideração oferecidos nesse período de convivência.
Ao Marcelo Pereira do Nascimento, pela contribuição na realização das fotos
ilustrando esse trabalho.
Aos funcionários da Biblioteca, pela cordialidade e atenção a mim dispensadas.
Ao Gerente Administrativo da FCS Antônio, pelos materiais utilizados neste
trabalho.
Aos professores da Graduação e Pós-Graduação pelo estímulo, força e formação
acadêmica transmitidos ao longo desses anos.
7
“ A genuína alegria nasce não da contemplação nem da riqueza e nem da fama.
Nasce do trabalho e da última força de seu próprio valor “
Wilfred Grenfell
8
RESUMO
ABSTRACT
9
RESUMO
O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito de 2 agentes clareadores,
associados à aplicação de laser de Argônio. Foram utilizados 20 dentes terceiros
molares humanos inclusos, armazenados inicialmente em solução fisiológica, à
temperatura de -10°C, desde as extrações. Os dentes foram limpos com curetas
periodontais, polidos com taça de borracha, pedra pomes, água e posteriormente
autoclavados. Cada dente foi seccionado transversalmente, eliminando-se a porção
radicular, e longitudinalmente, dividindo-o em 4 partes obtendo-se, um total de 75
fragmentos dentais. As amostras foram desgastadas com discos diamantados duplaface até se obter as dimensões em esmalte de 4X4 mm, conferidos com paquímetro.
Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos experimentais e mantidos
em umidade relativa a 37 °C durante todo o experimento. O grupo 1 foi o grupo
controle, o qual não recebeu nenhum tratamento clareador. Nos grupos 2 e 4 foram
utilizados peróxido de carbamida 35 % (Opalescence Quick), respectivamente com
laser e com fotopolimerizador. Nos grupos 3 e 5 foram utilizados peróxido de
carbamida a 37 % (Whiteness Super – FGM), e com laser e com fotopolimerizador,
respectivamente. Os tratamentos foram realizados em 3 sessões com um intervalo de
7 dias. O efeito dos agentes clareadores sobre o esmalte dental hígido foi analisado
por foto-refletância e testes de microdureza Vickers, comparando-se o clareamento
convencional com o clareamento com laser de Argônio e os dois produtos
submetidas à técnica.
Na foto-refletância observamos que todas as amostras
irradiadas com laser tiveram o mesmo resultado, independente da marca, já as
amostras irradiadas com o aparelho fotopolimerizador, tiveram uma diferença,
sendo que o peróxido de carbamida 37 % (Whiteness Super – FGM) não teve um
clareamento com a mesma efetividade que o peróxido de carbamida 35 %
(Opalescence Quick). Na microdureza Vickers do esmalte hígido, um teste estatístico
foi aplicado para os resultados (Desvio Quadrático Médio), e ele não apresentou
diferença significante entre os dois agentes clareadores independente da ativação
por laser ou lâmpada halogênea.
10
ABSTRACT
Twenty human embedded third molars were used in this in vitro study to
evaluate the effects of two bleaching products associated or not with Argon laser
irradiation. The samples received a cervical-apical cut and were longitudinally cut into
4 parts resulting in 75 specimens. These parts were further reduced to an enamel area
of 16 mm2 using a diamond saw and kept inside a heater at 37°C in humidity controlled
ambient. The specimens were divided at random into 5 groups and submitted to the
traditional power bleaching procedure for enamel. Two bleaching products were used
in this experiment: 35 % carbamide peroxide solution (Opalescence Quick) and 37 %
carbamide peroxide solution (Whiteness Super – FGM). Group 1 was separated as a
control group. Group 2 was exposed to 37 % carbamide peroxide bleaching solution
and developed with an Argon laser application. The same solution was used in Group 3
but the bleaching was developed with an halogen lamp irradiation. The 35 %
carbamide peroxide was used in Groups 4 and 5. One was developed as in Group 2 and
the other as in Group 3. The bleaching treatment was done in 3 sessions with a
7-days-interval between them. The samples were analyzed under Vickers microhardness tests, investigating indentation impressions on the samples. In addtion, the
samples were submitted to a photoreflectance experiment. It was observed that Group 2
presented more white spectra than Group 3. However, Groups 4 and 5 showed the same
results independent of the use of the laser or the halogen lamp. Comparing both
bleaching products, the 35 % carbamide peroxide (Opalescence Quick) was more
efficient on its purposes than the other one. The statistical analysis (Root Mean Square
Deviation) was applied to the Vickers micro-hardness date. No significant difference
between the two bleaching products was observed.
11
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................01
1.1. Agentes clareadores............................................................................................01
1.2. Laser...................................................................................................................06
1.3. Foto-Reflectância................................................................................................09
1.4. Microdureza do Esmalte.....................................................................................10
1.5. Microscopia Eletrônica de Varredura.................................................................12
2. OBJETIVO................................................................................................................15
3.
MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................17
3.1. Delineamento Experimental...............................................................................17
3.2. Materiais Utilizados...........................................................................................17
3.3. Aparelhos Utilizados..........................................................................................19
3.4. Seleção e Armazenamento dos Dentes..............................................................19
3.5. Manipulação das Amostras................................................................................19
3.6. Equipamentos de Proteção Individual................................................................20
3.7. Confecção dos Corpos de Prova........................................................................20
3.8. Procedimento Clareador.....................................................................................22
3.8.1. Divisão dos grupos Experimentais...........................................................22
3.8.2. Materiais Clareadores...............................................................................22
3.8.3. Peróxido de Carbamida 37% e 35% lâmpada halogênea.........................22
3.8.4. Peróxido de Carbamida 37% e 35% laser................................................24
3.9. Análise do Sistema de Foto-Reflectância............................................................25
3.9.1. Montagem do Sistema...............................................................................25
3.9.2. Medidas da Foto-Reflectância...................................................................26
3.10. Microdureza do Esmalte.....................................................................................29
3.10.1. Inclusão das Amostras..............................................................................29
3.10.2. Polimento..................................................................................................30
3.10.3. Ensaio de dureza superficial.....................................................................31
3.10.4. Análise Estatística....................................................................................33
3.11. Microscopia Eletrônica de Varredura..................................................................33
4. RESULTADOS.........................................................................................................35
5. DISCUSSÃO.............................................................................................................45
6. CONCLUSÃO..........................................................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................53
12
ANEXOS.........................................................................................................................60
13
LISTAS
I - FIGURAS
Figura 1: Agente clareador peróxido de carbamida 35%..............................................18
Figura 2: Agente clareador peróxido de carbamida 37% com carbopol........................18
Figura 3: Secção do dente com disco de diamante.........................................................21
Figura 4: Fragmento dental seccionado com disco de diamante e fixado em cera
utilidade...........................................................................................................................21
Figura 5: Aplicação do gel clareador na superfície da amostra.....................................23
Figura 6: Aparelho fotopolimerizador Soft-Start (Degussa)..........................................23
Figura 7: Ativação do agente clareador pelo fotopolimerizador em um compriento de
onda de 400-500 nm e uma potência de 240
mW....................................................................24
Figura 8:Laser de Argônio no em 488nm e potência de 200mW..................................25
Figura 9: Montagem experimental do sistema de foto-reflectância...............................26
Figura 10: Inclusão das amostras em resina de poliéster orto-cristal – T 208 VALGLASS - Comércio e Indústria
Ltda..............................................................................................29
Figura 11: Todas as amostras incluídas e divididas em grupos para análise de
microdureza....................................................................................................................30
14
Figura 12: Aparelho microdurômetro Vickers (Future Tech-Digital Microhardness Test
FM)................................................................................................................................31
Figura 13: Esquema de uma ponta de diamante Vickers sobre um corpo-de-prova....32
Figura 14: Indentador de diamante (A), objetiva de 100x (B) e porta – amostras
microdurômetro digital (C).............................................................................................32
Figura 15: Superfície do esmalte, sem tratamento clareador (Escore-0).......................41
Figura 16: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e
lâmpada halogênea com acentuada rugosidade ( Escore – 3)
......................................................42
Figura 17: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e laser
com acentuada rugosidade (Escore – 3).........................................................................42
Figura 18: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e laser
com leve rugosidade (Escore - 1)..................................................................................43
Figura 19: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e
lâmpada halogênea com moderada rugosidade ( Escore 2)........................................................43
II – QUADROS
Quadro 1: Agentes clareadores e técnicas de clareamento dental utilizadas no
experimento..................................................................................................................17
Quadro 2: Aparelhos empregados no experimento......................................................17
15
Quadro 3: Aparelhos utilizados no experimento.........................................................19
Quadro 4: Divisão dos grupos experimentais e técnicas de clareamento e agentes
clareadores utilizados no experimento...........................................................................22
16
III – TABELAS
Tabela 1: A média do valores de dureza Vickers, seu Desvio Padrão e Desvio
Quadrático Médio de cada
grupo.....................................................................................................35
IV – GRÁFICOS
Gráfico 1: Espectro de foto-reflectância de um difusor branco entre 430 nm e 650 nm.
Fora desta região, o sinal cai a zero devido as restrições dimensionais do intecificador
do
CCD................................................................................................................................27
Gráfico 2: Espectros de foto-reflectância do filtros entre 430 nm e 650 nm de um
difusor padrão branco, filtrados com filtros de cor com curvas de transmissão
conhecidas, para testes
.................................................................................................................................28
Gráfico 3: Gráfico de barras comparando-se as médias de dureza Vickers dos grupos:
1-controle, 2-peróxido de carbamida 37% lâmpada halogênea, 3- peróxido de carbamida
35% lâmpada halogênea, 4- peróxido de carbamida 37% laser, 5- peróxido de
carbamida
35%
laser...................................................................................................................................3
6
Gráfico 4: Curvas típicas provinientes das medidas de foto-reflectância, comparando as
sessões, antes e depois do clareamento. Neste caso, o laser foi usado como ativador para
fotopolimerização do peróxido de carbamida
35%...........................................................37
Gráfico 5: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor
padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento
17
do
grupo
peróxido
de
carbamida
37%
e
lâmpada
halôgenea..........................................................38
Gráfico 6: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor
padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento
do
grupo
peróxido
de
carbamida
35%
e
lâmpada
halogênea........................................................39
Gráfico 7: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor
padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento
do
grupo
peróxido
de
carbamida
37%
e
laser.............................................................................39
Gráfico 8: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor
padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento
do
grupo
peróxido
de
carbamida
laser.............................................................................40
35%
e
18
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ADA........................................Associação Dental Americana
°C.............................................Grau Celsius
cm2........................................... Centímetro Quadrado
CO2...........................................Dióxido de Carbono
DQM........................................ Desvio Quadrático Médio
g.................................................Grama
J.................................................Joule
Kg..............................................Kilograma
LASER...................................... Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation
µm.............................................Micrômetro
MEV..........................................Microscópio Eletrônico de Varredura
mm............................................ Milmitro
mW............................................Miliwatt
Nd..............................................Neodymium (Neodímio)
nm..............................................Nanometros
%...............................................Porcentagem
rpm............................................Rotação por Minuto
YAG..........................................Ytrium-Alumunium-Garnet (Ítrio-Alumínio-Granada)
W..............................................Watts
19
INTRODUÇÃO
1
1.INTRODUÇÃO
1.1. AGENTES CLAREADORES
Hoje, há um grande interesse dos pacientes em relação à estética. Um sorriso
harmonioso proporciona um equilíbrio da face. A alteração de cor dos dentes é um
aspecto que pode levar as pessoas ao constrangimento, tornando-as apáticas ao convívio
social. Procedimentos alternativos podem ser feitos dentro de uma odontologia moderna
menos invasiva, como a técnica de clareamento dental (BARATIERI et al., 1996;
(BLANKENAU, GOLDSTEIN & HAYWOOD, 1999; CONCEIÇÃO et al., 2000).
Um clareamento adequado pode ser uma tarefa árdua, mesmo com materiais e
técnicas restauradoras de última geração. O clareamento dental se baseia na aplicação
de agentes químicos que, através de uma reação química de oxidação, removem os
pigmentos orgânicos dos dentes ( BARATIERI et al., 1996; MORATO et al., 1998;
TAMES et al., 1998).
O primeiro clareamento de dente não vital surgiu em 1848 e em dentes
vitalizados, em 1868. Abbot em 1918 preconizou o uso de espátula aquecida para
acelerar a reação química de oxidação. Esse conceito, embora modificado, ainda é
usado por alguns profissionais até hoje na técnica de clareamento em consultório. No
entanto, têm-se utilizado atualmente, outras formas de acelerar a reação química, tais
como o uso de lâmpadas específicas e de agentes clareadores fotossensíveis
(HAYWOOD, 1992; BARATIERI et al., 1996, CONCEIÇÃO et al., 2000).
De acordo com GOLDSTEIN (1997) e ASFORA et al. (1998), o clareamento de
dentes vitais já era empregado desde 1877, quando se utilizava ácido oxálico. Em 1884,
o uso do peróxido de hidrogênio foi descrito pela primeira vez. GOLDSTEIN (1997),
ressaltou que os agentes clareadores para essa técnica são soluções de peróxido de
hidrogênio com concentrações de aproximadamente 35 %. Estas soluções são aplicadas
após a instalação do isolamento absoluto nos dentes, através de gases saturados de
peróxido de hidrogênio, por cerca de 30 minutos, tendo sua reação acelerada através da
utilização de uma fonte de calor.
2
As alterações de cor podem ocorrer devido a uma série de fatores, podendo estar
associadas a processos etimológicos. As manchas extrínsecas podem ser adquiridas
através da dieta alimentar e produtos de uso oral com grande potencial corante, como
café, chá preto, tabaco, bebidas à base de cola, etc. As manchas intrínsecas podem ser
classificadas como adquiridas ou congênitas. As congênitas estão relacionadas a
alterações estruturais durante o estágio de formação dental. Já as adquiridas podem ser
pré-eruptivas e pós-eruptivas, ou seja, este escurecimento pode ser natural, fisiológico
ou provocado por doenças, distúrbios sistêmicos, trauma ou ingestão excessiva de
algum medicamento. No caso dos dentes não vitais, o escurecimento pode decorrer de
necrose pulpar e detritos de materiais restauradores. Dentre esses fatores de alterações
de cor, as manchas intrínsecas são as mais difíceis de serem clareadas, devido a sua
etiologia e diagnóstico.
Vários estudos têm sido realizados para remoção de manchas causadas por
ingestão de tetraciclina em dentes vitais, utilizando o peróxido de hidrogênio como
agente
clareador
(ARTZ,
1952;
CHRISTENSEN,
1978;
MCEVOY,
1989;
HAYWOOD; 1992; BARATIERI et al., 1996; CHRISTENSEN, 1997).
HAYWOOD & LEONARD, (1998) relataram um caso clínico em que houve a
remoção de mancha marrom através do clareamento dental caseiro, utilizando peróxido
de carbamida 10 % somente no dente com cor alterada, durante 4 semanas. Após 7 anos,
a coloração marrom não havia retornado. Os autores relataram que essa técnica
conservativa poderia ser considerada a primeira alternativa de tratamento de alteração
de cor de dentes vitais em pacientes jovens.
Os agentes clareadores são veículos de radicais livres de oxigênio, que em
contato com os tecidos dentais promovem oxidação dos pigmentos incorporados a eles.
A matéria orgânica é então convertida em dióxido de carbono e água, removendo-se
assim os pigmentos da estrutura dentária por difusão (BARATIERI et al., 1996).
Em geral, os agentes clareadores são peróxidos e têm sido usados para este fim
há quase um século, podendo ser classificados em altas concentrações, para uso
profissional, ou baixas concentrações, utilizados pelos pacientes sob supervisão do
profissional. Podem ser empregados na forma de solução ou gel, em concentrações que
variam de acordo com a técnica utilizada. O peróxido de hidrogênio é preconizado há
3
muitos anos, sendo ainda considerado um bom agente clareador por muito autores. Ele
pode ser indicado para clareamento de dentes vitais e não vitais. Quando em contato
com os tecidos dentais, o peróxido de hidrogênio se degrada em oxigênio e água, sendo
o oxigênio responsável pelo clareamento dental (BARATIERI et al., 1996; LI, 1996).
Trabalhos comparativos entre clareamento dental caseiro com o tratamento em
consultório, envolvendo a aplicação de peróxido de hidrogênio, mostraram que o
clareamento dental caseiro parece ser mais seguro e menos invasivo, por preservar a
estrutura dental sadia (HAYWOOD & HEYMANN, 1989; HAYWOOD; 1992;
BARATIERI et al., 1996). Dentre suas vantagens, destacam-se a facilidade da técnica, o
baixo custo e a efetividade na maioria dos casos. Além disso, o clareamento caseiro
pode ser também recomendado para pessoas insatisfeitas com a cor do seu dente,
escurecimento fisiológico, pigmentação extrínseca, ou em casos de fluorose, dentes
manchados por tetraciclina ou dentes escurecido por trauma (HAYWOOD, 1992).
A técnica de clareamento dental caseiro, utilizando o peróxido de carbamida
10%, foi descrita inicialmente nos anos 60, e mais recentemente por HEYWOOD &
HEYMANN, (1989). Tem sido muito difundida e utilizada pelos profissionais da
odontologia estética, pois tem efeito clínico comprovado, sendo realizada pelo próprio
paciente em casa, reduzindo assim o tempo tratamento do consultório (WILLIAMS et
al, 1992; BARATIERI et al., 1996; PIMENTA & PIMENTA, 1998; TAMES et al.,
1998; MCCASLIN et al., 1999).
WANDERA et al. (1994) estudaram os efeitos do agente clareador caseiro sobre
esmalte, dentina e cemento, separadamente, e verificaram que houve a perda
significativa de dentina e cemento. No entanto, no esmalte não foram observadas
alterações relevantes. Os autores recomendaram cautela para o uso desse produto e
outros semelhantes, devido efeito abrasivo.
Atualmente, o agente clareador peróxido de carbamida tem sido muito
empregado, especialmente na técnica de clareamento caseiro supervisionado, mas
também está disponível para o uso na técnica do clareamento em consultório para
dentes vitais. Ele se dissocia inicialmente em peróxido de hidrogênio e uréia e
subseqüentemente, em oxigênio e água, enquanto a uréia decompõe-se em amônia e
dióxido de carbono (BARATIERI et al.,1996; CONCEIÇÃO et al., 2000).
4
O peróxido de carbamida foi inicialmente usado como antiinflamatório, em
endodontia, na limpeza de canais radiculares, e em ortodontia, como agente anti-placa.
Hoje em dia, é uma alternativa de tratamento em dentes quando há alteração de cor. O
clareamento com o peróxido de carbamida está amplamente difundido, tendo
atualmente uma estimativa de sete milhões de casos com índice de sucesso acima de
90 % (MORATO, DUARTE & ALBUQUERQUE, 1998).
Muitos estudos tem sido realizados sobre este clareamento. Dentre eles, um
estudo clínico usando a técnica de clareamento dental caseiro, com gel de peróxido de
carbamida 10 % onde foram selecionados 20 alunos de odontologia, de idade de 22
anos, sem restaurações nos dentes, história de dor ou trauma, lesões gengivais
recorrentes ou variação anormal da cor dos dentes. Verificou-se que o clareamento foi
significativo em todos os dentes (GEGAUFF et al., 1993).
Em um outro estudo, in vitro, comparou-se a tonalidade das mudanças de cor em
dentes extraídos durante 2 semanas de tratamento clareador com peróxido de carbamida
a 5 %, 10 % ou 16 % . Os autores concluíram que baixas concentrações de peróxido de
carbamida requereram maior tempo para clarear os dentes, mas apresentaram os
mesmos resultados que concentrações mais elevadas (LEONARD et al., 1998;
HEYWOOD et al., 1990). Em um outro estudo, também in vitro, onde os dentes foram
selecionados pela cor B2 na escala Vita Lumin, OLIVER & HAYWOOD (1999)
quiseram determinar se o clareamento estendia pelas bordas de uma moldeira e se dessa
forma, formava alguma linha de demarcação no dente. Os autores verificaram que todos
os dentes clarearam de 1 para 10 (média de 5.2) na escala Vita, estendendo o efeito do
clareamento pela moldeira sem demarcação de nenhuma linha nos dentes.
LEONARD, BENTLEY & HAYWOOD (1994) tiveram como proposta avaliar
o efeito no pH salivar com solução de peróxido de carbamida 10 % quando usada
moldeira para clareamento dental, verificaram que o resultados indicaram aumento
significante do pH salivar durante os 15 primeiros minutos do clareamento dental
caseiro, mas não significante nas primeiras duas horas após a aplicação de uma solução
clareadora com pH moderadamente elevado. SHANONN, SPENCER & GROSS
(1993), também verificaram o efeito do peróxido de carbamida, com diferentes valores
de pH, e sem tratamento clareador. Estes procedimentos duraram de duas a quatro
5
semanas e os corpos-de-prova ficaram imersos em saliva humana, revelando que em
soluções de baixo pH foram observadas alterações topográficas no esmalte através de
microscopia eletrônica de varredura.
Os agentes clareadores têm sido motivo de muito estudo atualmente, pois existe
uma infinidade de marcas e peróxidos. HO & GOERIG (1989) quiseram comparar e
avaliar a efetividade de 4 combinações de agentes clareadores utilizando dentes
extraídos com coroas intactas, sendo 42 dentes permanentes e 12 decíduos. Os dentes
decíduos demonstraram uma resposta para os agentes clareadores similar aos dentes
permanentes. A regressão da cor após 6 meses foi observada em 4 % dos casos. Quando
isto ocorreu, o grau de regressão de cor foi mínimo. Dessa mesma forma, foi realizado
um estudo com 4 agentes clareadores, sendo que um dos agentes sofreu alteração da
superfície do esmalte e abertura de seus prismas, depois do tratamento clareador em
vários intervalos de tempo (BITTER & SANDERS, 1993). PINHEIRO JR et al. (1996)
também observaram alterações na superfície do esmalte após o uso de peróxido de
carbamida através da microdureza do esmalte.
A técnica de clareamento pode ser acelerada através de um aumento de 10 ºC na
temperatura do meio, o que duplica a velocidade da reação do agente clareador com
subprodutos oxidantes e auxilia sua difusão na estrutura dental (BARATIERI et. al.
1996). Devido a esse aquecimento, há uma preocupação muito grande em relação a
possíveis injúrias causadas à polpa devido o aumento de temperatura, e também em
relação aos agentes clareadores. Estudos têm sido realizados para verificar a resposta da
polpa aos peróxidos
30 - 35 %. A polpa reage ao clareamento através de resposta
inflamatória suave à moderada, manifestando-se clinicamente como sensibilidade de
modo transitório e reversível. Um caso apenas foi descrito, onde o paciente relatou uma
dor aguda após o clareamento vital. A resposta clínica pulpar provocada pela solução de
peróxido de carbamida 10 –15 % foi comparável à provocada pela solução 30 –35 %,
embora não tão severa. A duração ou a freqüência do tratamento pode ser modificada
conforme a sensibilidade do paciente aos produtos clareadores, embora a aplicação de
flúor ou outras substâncias dessensibilizantes possam ajudar a diminuir esses sintomas
(PESUM & MADDEM, 1999; BAUMGARTNER et al., 1983).
6
HEYMANN (1987) e CREWS et al. (1992) relataram que na odontologia
restauradora, principalmente em procedimentos estéticos, necessita-se conhecimentos
científicos e artísticos. Elementos artísticos como forma, simetria, proporcionalidade,
posição, alinhamento, textura superficial e cor, deveriam ser considerados. A
odontologia estética conservativa proporcionou uma nova dimensão ao tratamento,
aliando resultados satisfatórios à prevenção de estrutura dental.
1.2. Laser
Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico e a necessidade de uma
odontologia mais moderna e conservadora, inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas
com laser na área da odontologia.
Os primeiros estudos envolvendo o uso do laser na odontologia foram feitos por
STERN & SOGANNAES (1964), que trabalharam em esmalte e dentina com laser de
Rubi. Um ano depois, foi desenvolvido o laser de Nd:YAG apresentando um futuro
bastante promissor no tratamento e prevenção de cáries de esmalte, porém sua utilização
clínica ainda não está recomendada. Em 1964, foi desenvolvido o laser de CO2, que vem
se destacando na odontologia devido ao sucesso obtido no selamento de cicatrículas e
fissuras, pois o seu uso no esmalte dentário resulta na conversão de hidroxiapatita em
cálcio-ortofosfatoapatita, um composto de menor solubilidade no meio bucal. O laser de
Argônio é um laser com vários comprimentos de onda, sendo os mais comumente
utilizados em odontologia 476 nm, 488 nm e 514 nm, permitindo o seu uso em materiais
ativados, clareamento dental e cirurgia de tecidos moles. O laser de Argônio é muito
bem absorvido por tecidos pigmentados, ricos em hemoglobina e melanina, que
absorvem seletivamente a radiação. A energia absorvida é então convertida em calor, e
este efeito térmico produz coagulação ou vaporização do tecido. Devido à absorção
seletiva, o dano aos tecidos vizinhos é diminuída, podendo ser levada à condição bucal
através de fibras ópticas, facilitando seu manuseio (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998).
Sendo assim, parâmetros tiveram que ser estabelecidos para o laser de Argônio, para
que não houvesse mudanças térmicas do tecido pulpar para aplicações clínicas, tendo
7
resultado satisfatório, ou seja, é importante saber as possíveis combinações de
intensidade e tempo de exposição para que não hajam riscos durante seu uso
(KURACHI et al., 1999; POWELL et al. 1999).
O laser de Argônio tem sido usado para polimerização de resinas compostas e
clareamento dental (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998). Estudos tem demonstrado que,
embora o laser de Argônio seja uma luz de alta potência gerando grande quantidade de
calor, não apresenta nenhum prejuízo aparente à polpa e ao esmalte (POWELL,
MORTON & WHISENANT, 1993).
Dessa forma, tem-se feito vários estudos, principalmente no que diz respeito ao
uso do laser, como uma alternativa à lâmpada halogênea muito utilizada nos tratamentos
clareadores em consultório (ARTZ, 1951; CRISTHENSEN, 1978; BAUMGARTNER
et al., 1983; HAYWOOD & HEYMANN, 1989; PESUM & MADDEM, 1999)
Baseados nessas observações, no conhecimento dos agentes clareadores e nas
técnicas de clareamento dental, vem-se estudando uma nova técnica de clareamento
dental com laser, com a finalidade de proporcionar um melhor resultado aos pacientes
(HEYMAN, 1987; SMIGEL, 1996; FREEDMAN & REYTO, 1997; REYTO, 1998;
JONES, 1999).
Há alguns anos atrás, utilizava-se espátula aquecida ao rubro, como forma de
ativação do agente clareador, mas devido ao risco de trincas na superfície do esmalte e
agressão pulpar, prefere-se hoje a ativação via calor através de lâmpadas específicas
(CONCEIÇÃO et al., 2000).
SMIGEL (1996) e REYTO (1998).verificaram que o laser de Argônio, na forma
de luz azul com um comprimento de onda de 488 nm é uma alternativa na técnica de
clareamento dental, associado ao peróxido de hidrogênio, mostrando ser um tratamento
seguro e eficaz. A luz produzida pelo laser acelera a liberação de radicais livres de
oxigênio, criando uma energia suficiente para completar a reação química de
clareamento, sem sobreaquecer o tecido.
Em fevereiro de 1996, a ILT (Ion Laser Tecnology) patenteou o uso do laser de
Argônio e CO2 para o clareamento dental (SMIGEL, 1996). A partir disso, alguns
estudos foram realizados comparando o uso das técnicas do clareamento convencional e
a técnica com laser, em dentes vitalizados, onde usava-se uma mistura clareadora de
8
peróxido de hidrogênio e um catalisador, ativados pelo laser de Argônio em
comprimento de onda de 488 nm, com uma potência de 200 mW e tempo de exposição
de 30 segundos. Foram analisadas também uma segunda solução clareadora ativada pelo
laser de CO2 em comprimento de onda de 10.600 nm (REYTO, 1998).
JONES et al., (1999) em um estudo em dente desvitalizado utilizou 4 grupos com
10 dentes cada. O primeiro grupo foi tratado com peróxido de hidrogênio 35 %, ativado
pelo laser de Argônio; o segundo e o terceiro grupos, com peróxido de carbamida 10 % e
20 %, respectivamente e o quarto foi o grupo controle, sem nenhum tratamento. Os
resultados deste estudo sugeriram que o peróxido de carbamida 10 % e 20 % são capazes
de modificar a cor. O peróxido de carbamida 20 % com duas semanas de exposição
resultou em grande mudança de cor. Os dentes tratados com peróxido de hidrogênio
ativados pelo laser não apresentaram mudanças de cor perceptíveis. FREEDMAN et
al.(1997) realizaram um estudo em dentes vitalizados, superiores e inferiores utilizando 2
agentes clareadores ativados com laser de Argônio e CO2. Os resultados preliminares
indicaram que o tratamento clareador obteve um resultado satisfatório, enquanto no
estudo em dentes desvitalizados, não foi relatado a mesma eficácia em comparação aos
dentes com vitalidade pulpar, utilizando o clareamento à laser (JONES et al.,1999).
O tratamento clareador tradicional embora ofereça muitas vantagens para os
pacientes, apresenta algumas limitações. GARBER, (1997), recomenda a combinação das
duas técnicas, a tradicional e a com laser, para se obter melhores resultados. Também
discute o uso dos laseres e suas possibilidades no clareamento dental, resultando em um
tratamento efetivo e mais rápido.
Um dos sintomas mais comuns no clareamento dental é a sensibilidade dentinária
durante e logo após o tratamento. Ambos os procedimentos, caseiro ou de consultório,
acarretam algum desconforto ao paciente, sendo que trabalhos relatam que na técnica de
clareamento dental com laser a sensibilidade é menor, e o problema desaparece dentro de
1 ou 2 dias, possibilitando que os profissionais possam fornecer a seus pacientes uma
nova escolha na busca de dentes brancos com resultados mais rápidos, menor ocorrência
de hipersensibilidade e desconforto (FREEDMAN et al., 1997; REYTO, 1998).
9
De acordo com a ADA - Council on scientific affairs, Laser- Assisted bleaching:
An Update (1998), a energia laser é totalmente absorvida pelo gel clareador, resultando
num processo de clareamento superior que pode ser realizado, sem efeito colateral.
1.3. Foto-Reflectância
Para a Óptica, a cor de um objeto está diretamente relacionada ao comprimento
de onda e quantidade de luz incidente que é refletida. Um dente escuro, absorve maior
quantidade de luz, provocada pela presença de cadeias moleculares longas e complexas
no interior da estrutura dental. Sendo assim, um dente normal tem uma menor absorção
e uma maior reflexão da luz, mostrando uma superfície mais clara (BARATIERI et al.,
1996).
A verificação da cor do dente por avaliação visual é uma tarefa complexa. Um
número de tentativas para construir um instrumento seguro que possa medir a coloração
dos dentes tem sido testado nos últimos 15 anos. Estas tentativas apontaram para o uso
de colorímetro convencional, desenhado para medir as cores de objetos oblíquos.
MELNIK et al. (1998) neste trabalho, apresentaram os resultados de estudos
espectroscópicos de materiais dentais e dentes humanos que mostraram uma
característica de comportamento do espectro óptico coletado com uma fibra óptica. Os
autores observaram que o espectro registrado dependeu da posição da fibra. O aparelho
é bom para classificar todas as tonalidades de cor dos dentes das escalas Vita,
Chromascop e Bioforme, aponta a melhor cor que combina com os materiais
restauradores para dentes naturais. Seguindo a mesma linha de pesquisa, ROSIENTIEL
et al. (1991), verificaram a mudança de cor dos dentes após o clareamento dental no
consultório, monitorado por um colorímetro. Vinte paciente jovens adultos participaram
de um estudo duplo-cego, sendo que a metade dos participantes tiveram a arcada
superior clareada e a outra metade foi controle. Esse trabalho resultou em uma diferença
estatística significante depois de 6 meses, embora necessitem de mais estudos sobre o
assunto.
10
1.4. Microdureza do Esmalte
Existem muitos testes para medir a dureza de superfície. A grande maioria está
baseada na capacidade do material de resistir à penetração de uma ponta com uma carga
específica. Os testes mais freqüentemente usados para determinação da dureza dos
materiais dentários são os de Brinnel, de Rockwell, de Vickers e de Knoop. A seleção
entre estes testes é freqüentemente determinada pelo tipo do material a ser analisado
(PHILLIPS, 1993).
Devido à relação que existe entre dureza e outras propriedades físicas os testes de
dureza encontraram aplicação universal. A interpretação usual dada ao termo dureza é a
de resistência à “indentação”. Testes de dureza por indentação possuem a vantagem de
serem simples, baratos, reproduzíveis e, não promover danos as amostras.
Os testes clássicos de dureza por indentação são classificados usualmente em duas
categorias: testes de macroindentação, para cargas maiores que 1 Kg, e testes de
microindentação para cargas menores realizadas em materiais friáveis. Em odontologia as
medidas mais comuns são os testes de microidentação Knoop ou Vickers. Estas são
técnicas em que a indentação é realizada e sua área medida, para calcular a dureza. A
dureza Vickers é definida como a resistência à deformação plástica permanente, causada
por indentação e pode ser calculada como a carga aplicada dividida pela área de
superfície projetada da indentação criada em conseqüência do teste (BARATIERI et al.,
2001).
NEWBRUM & PIGMAN (1960), em uma revisão, descreveram e comparam
diversos métodos para determinação de dureza superficial em esmalte e dentina. Nesse
trabalho, os autores afirmaram que o uso de penetrador tipo Knoop apresentava
vantagens, pois as impressões tinham dimensões definidas, e que as medidas de
microdureza pareceriam ser um método sensível e confiável para avaliar a progressão de
cáries naturais e artificiais.
SHANNON, SPENCER & GROSS (1993) utilizaram molares com a finalidade de
avaliar os efeitos de três agentes clareadores contendo peróxido de carbamida com
diferentes valores de pH, na microdureza do esmalte. Enquanto não estavam sendo
11
submetidos ao tratamento clareador, que durava de duas a quatro semanas, os corpos-deprova ficavam imersos em saliva humana. Não houve diferença estatística entre o grupo
controle e os tratados por duas ou quatro semanas. Em um outro estudo, também
verificaram o efeito de duas soluções clareadoras a base de peróxido de carbamida 10 %
na dureza do esmalte superficial. Trinta fragmentos coronários de dentes foram clareados
por 241 horas, sendo controle e teste do mesmo dente. Alterações de cores ocorreram
visivelmente e os fragmentos foram testados em microdurômetro com penetrador Knoop.
Uma das soluções demonstrou não haver diferença estatística significativa na dureza do
esmalte em nenhuma profundidade. A outra solução demonstrou não haver diferença
significativa abaixo de 50 µm. Os autores concluíram que este efeito pode não ter reflexo
clínico,
devido
aos
efeitos
remineralizantes
da
saliva
(MCCRACKEN
&
HAYWOOD, 1995).
PINHEIRO JR et al (1996) verificou uma diminuição da microdureza do esmalte
depois da aplicação dos agentes clareadores de peróxido de carbamida por 8 horas diárias
durante uma semana. A análise estatística mostrou que aqueles agentes causaram uma
diminuição na microdureza da superfície do esmalte.
O peróxido de hidrogênio também é bastante estudado quanto aos seus efeitos na
superfície do esmalte. LEWINSTEIN et al. (1994) verificaram o efeito do peróxido de
hidrogênio 30 % e de uma pasta de perborato de sódio, com peróxido de hidrogênio, em
diferentes temperaturas e diferentes intervalos de tempo, na microdureza do esmalte e
dentina. Os resultados indicaram que o tratamento com peróxido de hidrogênio 30 %
reduziu a microdureza em ambos, esmalte e dentina. Esta redução só é estatisticamente
significante depois de 5 minutos de tratamento para a dentina e depois de 15 minutos de
tratamento para o esmalte. O tratamento com a pasta de perborato de sódio com peróxido
de hidrogênio não alterou a microdureza do esmalte e da dentina. Dessa forma, é sugerido
que o uso do peróxido de hidrogênio em altas concentrações para o tratamento proposto
seja limitado. O perborato de sódio mostrou ser uma agente clareador mais seguro,
promovendo menos danos a superfície do esmalte.
12
1.5 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) pode ser utilizada para avaliar
alterações da estrutura do esmalte após o tratamento clareador (McGUCKIN et al., 1992;
SHANONN et al., 1993; ERNEST et al., 1996;
TAMES et al., 1998; PESUM &
MADDEN, 1999). Alguns estudos observaram superfícies irregulares com maior número
de poros no esmalte dental concluindo que o peróxido de carbamida pode criar
porosidades superficiais, durante a remoção de substâncias orgânicas responsáveis pela
descoloração do esmalte (McGUCKIN et al., 1992; TAMES et al., 1998).
TAMES et al. (1998) observaram nítidas mudanças na superfície do esmalte
submetido ao tratamento clareador. Foi verificado um número maior de poros com
diâmetros aumentados e embocaduras com forma afunilada por toda a superfície,
sugerindo um efeito erosivo do agente clareador. Sugeriram aos profissionais que ao
utilizarem a técnica de clareamento dental com peróxido de carbamida a 10 % devem ser
adotadas recomendações para redução do consumo de produtos ácidos e o uso de
fluorterapia, para evitarem uma maior erosão superficial causada no esmalte devido ao
uso dos agentes clareadores. A avaliação da microscopia eletrônica de varredura in vitro
revelou que a superfície do esmalte demostrou mudanças consideráveis depois de 1 hora
de exposição ao agente clareador. Estas mudanças aumentaram com o aumento do tempo
em que a superfície do esmalte ficou exposta ao produto (BITTER & SANDERS, 1993).
PESUM & MADDEN (1999) verificaram que a superfície do esmalte se
apresentou inalterado depois de 14 dias de tratamento com peróxido de carbamida 10 %.
Estudos sobre os agentes clareadores 30-35 % e estudos recentes com peróxido de
carbamida 10 %, podem sugerir que clinicamente não há mudança morfológica
significativa no esmalte com aplicação desses produtos, embora, alguns dentes tenham
apresentado alguma alteração depois do tratamento com agentes clareadores 30 - 35 %
Há autores que relatam não haver diferença na superfície do esmalte submetido
ao tratamento clareador e esmalte hígido (HAYWOOD et al. 1990; McGUCKIN et al.,
1992; SHANONN et al., 1993; ERNEST et al., 1996).
13
HAYWOOD et al. 1990, através de microscopia eletrônica de varredura,
verificaram que soluções clareadoras caseiras provocavam alterações na superfície do
esmalte. Tanto a inspeção visual quanto a análise em microscopia eletrônica de varredura
não revelaram diferença na textura superficial entre as áreas cobertas e as tratadas. Foi
ressaltado que, tanto as áreas cobertas quanto as expostas, apresentaram o mesmo grau de
clareamento, denotando que os efeitos do processo clareador se estenderam por porções
do dente que não estavam em contato direto com o gel clareador. Em um outro estudo,
espécimes foram analisados e alterações topográficas no esmalte dos grupos clareados
foram observadas, embora os autores não tenham considerado essas alterações
significativas devido o experimento foi realizado in vitro não reproduzindo deste modo
condições reais do tratamento clareador (SHANNON, SPENCER & GROSS, 1993).
14
OBJETIVO
15
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é avaliar in vitro o esmalte dental hígido submetido
a técnica de clareamento dental com peróxido de carbamida de duas concentrações
associado ao laser de Argônio ou lâmpada halogênea, através da foto-reflectância e
microdureza.
16
MATERIAIS E MÉTODOS
17
3. MATERIAS E MÉTODOS
3.1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O delineamento experimental consiste de dois fatores em estudo: a técnica de
clareamento dental em dois níveis, convencional e com laser e agentes clareadores
(Quadro 1) peróxido de carbamida 37% e peróxido de carbamida 35% (Fig. 1 e 2)
também em dois níveis.
A análise das amostras foi através de dois métodos: microdureza do esmalte
dental hígido e a técnica de foto-reflectância em 75 fragmentos dentais obtidos
através de 20 dentes terceiros molares inclusos num estudo totalmente aleatório.
3.2. MATERIAIS UTILIZADOS
Quadro 1. Agentes clareadores e técnicas de clareamento dental utilizados no experimento.
AGENTE
CLAREADOR
Peróxido de Carbamida
35%
Peróxido de Carbamida
37%
NOME COMERCIAL
Opalescence Quick
(Ultradent)
Whiteness Super
(FGM)
TÉCNICA
Clareamento vital em
consultório
Clareamento vital em
consultório
Quadro 2. Materiais empregados no experimento.
PRODUTO
Luvas Cirúrgicas
Soro 0,9%
Óculos
Gaze
Lixas d´água
Pasta diamantada
NOME COMERCIAL
Satari.
Aster
3M
Cremer
Norton Ind. Bras. S/A
Prazis Ind. Brasil
18
Fig.1: Agente clareador peróxido de carbamida 35 %.
Fig. 2: Agente clareador peróxido de carbamida 37 % com carbopol.
19
3.3. APARELHOS UTILIZADOS
Quadro 3. Aparelhos utilizados no experimento.
Tipo
Fotopolimerizador
Laser de Argônio
Microdurômetro
Politriz (lixas d´água)
Politriz (polim. final)
MEV
Metalizador
Estufa de cultura
Espectrometro
Marca
Degussa
Spectra Physics
Future Tech-Digital
Struers
Struers
JEOL
Balzers Bal-tec
Fanem Ltda
Oriel
Modelo
Degulux Soft- Start
Stabilite 2017
Microhardness Test FM
Knuth Rotor
DP-10
JSM-5900LV
SCD 050
002 CB
MS257
3.4. SELEÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS DENTES
Para realização deste estudo foram utilizados 20 terceiros molares humanos
totalmente inclusos recém extraídos da clínica Odontológica da Universidade do Vale
do Paraíba (UNIVAP) – São José dos Campos–SP. Os dentes foram lavados e mantidos
em solução fisiológica a 0,9%, onde foram congelados à – 10 °C em um congelador
(Freezer) do IP&D, no laboratório de Síntese Orgânica, até o momento do uso (Quadro
2).
3.5. MANIPULAÇÃO DAS AMOSTRAS
A manipulação das amostras, foi realizada após adequada paramentação, com
luvas de látex, avental, máscara, gorro descartável e óculos de proteção, conforme as
precauções universais e normas de biossegurança do Ministério da Saúde. A limpeza
dos dentes foi realizada com curetas periodontais, e foram polidos com taça de
20
borracha, pedra pomes e água, em baixa rotação e lavados com água destilada. Todos os
dentes foram embalados com gaze autoclavados por 30 minutos à 121°C, no Centro de
Esterilização da Faculdade de Ciências da Saúde da UNIVAP (PANTERA, 1990).
3.6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Precauções devem ser tomadas quando aparelhos fotopolimerizáveis e laseres
estão sendo utilizados, como por exemplo o uso de protetores oculares. No caso dos
aparelhos fotopolimerizadores de lâmpada halogênea, há risco de injúrias fotoquímicas
na retina devido à exposição crônica à luz emitida (400 - 500 nm). Óculos de proteção
com filtros específicos reduzem a radiação evitando injúrias aos olhos. Para o uso do
laser de Argônio, no momento da irradiação, o operador utilizou um óculos de
proteção com um filtro de comprimento de onda compatível com o do Argônio
(488 nm).
3.7. CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
Cada dente foi seccionado transversalmente, eliminando a porção radicular, e
longitudinalmente, dividindo-o em 4 fragmentos totalizando 75 fragmentos dentais
(Fig.3), que foram sorteados aleatoriamente e divididos em grupos. Os espécies
dentais foram cortados, com auxílio do disco diamantado dupla face (KG
SORENSEN), com refrigeração, nas dimensões em esmalte de 4X4 mm, conferidos
com paquímetro. A geometria dos fragmentos resultante está mostrado na figura 4.
Esses procedimentos foram realizados na Clínica Odontológica da UNIVAP e os
espécimes foram armazenadas em 100 % de umidade relativa a 37 °C.
21
Fig. 3: Secção do dente com disco de diamante.
Fig. 4: Fragmento dental seccionado com disco de
diamante e fixado em cera utilidade.
22
3.8. PROCEDIMENTO CLAREADOR
3.8.1. Divisão dos grupos experimentais
Os fragmentos foram divididos em 5 grupos num total de 15 amostras por grupo
seguindo a classificação mostrada no quadro 4.
Quadro 4. Divisão dos grupos experimentais e técnicas de clareamento e agentes
clareadores utilizados no experimento.
Grupos
I
II
III
IV
V
Técnica de clareamento dental
Controle (sem tratamento )
aparelho fotopolimerizador/ peróxido de carbamida 37%
aparelho fotopolimerizador/ peróxido de carbamida 35%
laser/ peróxido de carbamida 37%
laser/ peróxido de carbamida 35%
3.8.2. Materiais Clareadores
Nesse estudo foi utilizado um agente clareador com carbopol em forma
de gel, que facilita o procedimento clínico, principalmente nos casos em que se
deseja clarear uma área específica do dente. Os materiais utilizados foram peróxido
de carbamida 37% e 35%.
3.8.3. Peróxido de Carbamida 37% e 35% com Lâmpada halogênea –
Grupos II e III
As amostras foram fixadas individualmente em cera utilidade, e os agentes
clareadores foram aplicados nos fragmentos através de uma seringa (Fig. 5), a
ativação do agente clareador foi realizada com lâmpada halogênea (Fig. 6 e 7)
durante 4 minutos, descansando mais 4 minutos e assim sucessivamente por 40
minutos. A duração do clareamento foi de 40 minutos. O tratamento clareador foi
realizado em 3 sessões com um intervalo de 7 dias. Os espécimes permaneceram na
estufa a 37° C em 100% de umidade relativa, durante todo o experimento.
23
Fig. 5. Aplicação do gel clareador na superfície da amostra.
Fig. 6: Aparelho fotopolimerizador Soft-Start (Degussa)
24
Fig.7: Ativação do agente clareador pelo aparelho fotopolimerizador em um comprimento de
onda de 400-500 nm e uma potência de 240 mW
3.8.4. Peróxido de Carbamida 37% e 35% com Laser – Grupos IV e V
As amostras foram fixadas individualmente em cera utilidade, e os agentes
clareadores foram aplicados nos fragmentos através de uma seringa (Fig. 5). A
ativação do agente clareador foi feita com um laser de Argônio, operando num
comprimento de onda de 488nm, de marca Spectra Physics, modelo Stabilite 2017
(Fig. 8), cuja potência foi de 200mW, com um tempo de aplicação de 30 segundos e
um intervalo de 4 minutos, totalizando 40 minutos de clareamento. A realização do
tratamento foi em 3 sessões com um intervalo de 7 dias. Os espécimes
permaneceram na estufa a 37° C em 100 % de umidade relativa, durante todo o
experimento.
25
Fig. 8: Laser de Argônio, em 488 nm e potência de 200 mW (Spectra Physics, modelo Stabilite 2017)
3.9. ANÁLISE DA FOTO-REFLECTÂNCIA
3.9.1. Montagem do Sistema
O sistema de foto-reflectância (Fig. 9), utilizado nesse experimento consiste de
uma lâmpada halógena da ROI – Ram Optical Instrumentation - modelo 150
Illuminator, que é acoplada, com o auxílio de duas lentes, a um cabo de fibra óptica,
sendo que a primeira lente faz a colimação do feixe e a segunda focaliza a luz na
entrada da fibra. Pelo fato da lâmpada halogênea não ser uma fonte pontual, a imagem
da mesma no foco da lente resulta em um spot de luz de dimensões muito maiores que o
diâmetro a fibra. A luz incidente na terminação metálica do cabo de fibras sobre-aquece
o cabo. Este problema foi minimizado colocando-se um pin-hole antes da entrada da
fibra, para bloquear parcialmente o excesso de luz, responsável pela geração de calor no
cabo.
26
Fig. 9 : Montagem experimental do sistema de foto-reflectância.
3.9.2. Medidas de Foto-Reflectância
As amostras foram posicionadas em direção a um cabo de fibras ópticas que foi
montado de forma a conter uma fibra central, na qual é acoplada uma fonte luminosa
para excitação da amostra, num aparelho de foto-reflectância, circundando a fibra
central, temos um anel concêntrico formado por inúmeras fibras que foram responsáveis
pela coleta da luz refletida. A luz então acoplada na fibra é guiada até a posição da
amostra em estudo, e sua reflexão é coletada pelo mesmo cabo fibra, que está conectada
ao Espectrômetro da Oriel Instruments, modelo 77702. Obteve-se na saída da fibra de
excitação, uma potência de luz branca de 5 mW, suficiente para os experimentos. A
aquisição de dados é feito por meio de um microcomputador, que disponibiliza para o
usuário as medidas espectrais em arquivo .dat, em função do comprimento de onda,
para posterior tratamento de dados e análise.
As medidas foram feitas para estudar a reflectância de esmalte dentário antes e
depois do clareamento dental.
27
Para termos um padrão de branco como referência para as medidas de fotorefletância, foi utilizado um difusor constituído de vidro opal (adquirido da Melles
Griott). O espectro obtido está apresentado no gráfico 1 Este espectro foi tomado como
referência para as medidas de foto-reflectância em esmalte dentário, realizadas neste
sistema, na faixa espectral entre comprimento de 430 nm e 650 nm. Fora desta faixa
espectral, o linear cai a zero devido a geometria do detector CCD, o qual tem dimensões
de 25 mm, enquanto que o intensificador acoplado ao mesmo restringe a região útil de
detecção para 18 mm.
8
Difusor
Intensidade (u. arb.)
6
4
2
0
400
450
500
550
600
650
700
Comprimento de onda (nm)
Gráfico 1: Espectro de foto-reflectância de um difusor branco entre 430 nm e
650 nm. Fora desta região, o sinal cai a zero devido as restrições dimensionais do
intensificador do CCD.
Calibração do sistema
Era necessário que o sistema de foto-reflectância passasse por testes de
validação antes de sua utilização definitiva. Para a validação do sistema, a fotoreflectância do difusor padrão branco, utilizando quatro filtros ópticos (um de cada vez)
de transmitâncias espectrais conhecidas. Estes filtros foram posicionados, um por vez,
entre a fibra e o difusor. Nesta geometria experimental, a luz branca proveniente da
28
fibra, atravessa o filtro, difunde-se no vidro opal, e a porção da luz retro-espalhada ,
passando novamente pelo filtro, é coletada pelas fibras de coleta e conduzidas ao
espectrógrafo. O resultado obtido está apresentado no Gráfico 2. Os filtros utilizados
foram: GG-495 (curva em preto), OG-550 (curva em vermelho), OG-570 (curva em
azul) e RG-610 (curva em verde), todos da Schott Glass Technologies. Desta forma,
somente as componentes espectrais da luz difusa transmitida pelo filtro chega ao
monocromador e podemos comparar os espectros obtidos com os espectros de
transmitância dos filtros enviados pelo fabricante, para cada um deles. O resultado
obtido com o sistema montado, foi totalmente compatível com o esperado. Sendo assim,
estas medidas validam o sistema de excitação e coleta que foi montado para as medidas
de foto-reflectância.
70
Intensidade ( u. arb.)
60
Filtro GG-495
Filtro OG-550
Filtro OG-570
Filtro RG-610
50
40
30
20
10
0
400
450
500
550
600
650
700
Comprimento de onda ( nm)
Gráfico 2: Espectros de foto-reflectância dos filtros entre 4 30 nm e
650 nm de um difusor padrão branco, filtrados com filtros de cor
com curvas de transmissão conhecidas para testes.
29
3.10.
MICRODUREZA DO ESMALTE
Após o tratamento clareador as amostras permaneceram em umidade relativa
100% na estufa a 37°C. Sendo depois incluídas, lixadas, polidas e analisadas através de
um microdurômetro, tipo Vickers.
3.10.1. Inclusão das Amostras
As amostras foram incluídas em uma resina de poliéster (Fig. 10 e 11) (resina
poliéster orto cristal - T208 – VALGLASS – Comércio e Indústria Ltda.) para a
realização das medidas de dureza Vickers, de acordo com a divisão dos grupos (Quadro
4).
Foram utilizados moldes circulares confeccionados com silicone pesada. De
início manipulou-se uma primeira camada de resina (10g de resina/8 gotas de ativador)
espalhando por todo o molde. Os corpos-de-prova de resina foram colocados na posição
horizontal, distribuindo 14 amostras em cada molde. Uma segunda camada de resina de
poliéster foi incluída (40g de resina/25 gotas ativador), cobrindo totalmente as amostras,
sendo que cada molde foi identificado com um número, obtendo ao final um total de 5
inclusões.
Fig. 10: Inclusão das amostras em resina de poliéster orto cristal - T208 – VALGLASS –
Comércio e Indústria Ltda.
30
Fig. 11: Todas as amostras incluídas e divididas em grupos para análise de microdureza.
3.10.2. Polimento
A superfície da resina foi então polida inicialmente com uma politriz (Knuth
Rotor – Struers), refrigerada com água usando uma lixa abrasiva de óxido de alumínio
de granulação decrescente 600 e 1200.
Em seguida as amostras foram polidas em uma politriz elétrica rotativa ( DPStruers), refrigerada com água, para produzir uma amostra na qual a camada superficial
permanecesse brilhante, sendo assim utilizado um pano de poliéster, onde colocou-se
uma pasta de diamante de 6 µm, numa rotação de 250 rpm.
Para o polimento final foi utilizada uma politriz elétrica rotativa, com uma
suspensão de sílica coloidal (OP-V), sobre o pano de disco de feltro, numa rotação de
300 rpm.
31
3.10.3. Ensaio da dureza superficial
As análises de microdureza foram efetuadas em microdurômetro Future Tech –
Digital Microhardness Test FM (Fig.12), utilizando um penetrador de diamante do tipo
Vickers de forma quadrada e de base piramidal, como observado na (Fig. 13e Fig. 14).
As indentações foram feitas sobre a superfície do esmalte usando uma carga estática de
50 gramas, a qual foi aplicada por 10 segundos. Quatro medidas foram feitas na
superfície de cada amostra
Fig. 12: Aparelho microdurômetro Vickers (Future Tech – Digital Microhardness Test FM.
32
FORÇA CONSTANTE
PENETRADOR
DE DIAMANTE
CORPO DE PROVA
Fig: Esquema de uma ponta de diamante tipo Vickers sobre um corpo de prova.
Fig. 13: esquema de uma ponta de diamante Vickers sobre um corpo-de-prova
A
B
C
Fig. 14: Indentador de diamante (A), objetiva de 100x (B) e porta-amostras do
microdurômetro digital (C).
33
3.10.4. Análise Estatística
O valor da dureza Vicker para cada amostra foi determinada como sendo a
média de valores das 4 indentações. Tabulados os dados foi realizada a análise estatística
para as 14 amostras de cada grupo através do teste paramétrico do Desvio Quadrático
Médio.
3.11.
ANÁLISE DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)
Análises com MEV (JEOL- JSM-5900LV), foram realizadas com a finalidade de
ilustrar este trabalho, apresentando as possíveis alterações na superfície do esmalte,
após o tratamento clareador com laser de Argônio e com lâmpada halogênea, utilizandose peróxido de carbamida 37 % e 35 %.
Foi retirada uma amostra de cada grupo, incluindo o grupo controle. Os
espécimes foram secos e montados em bases metálicas – stubs para receber uma
cobertura de ouro-paladio, a uma espessura de 30 µm (sputter), em uma evaporadora
(Balzers Bal-tec SCD 050). Feito isso, foram dispostas em bases de alumínio, sendo
fixadas com auxílio de fitas de carbono.
Os espécimes foram examinados no Laboratório Nacional de Luz Síncontron
(LME/LNLS), UNICAMP – Campinas - SP.
34
RESULTADOS
35
4.RESULTADOS
4.1. Dureza Superficial
Foram realizados 4 leituras para cada espécime (Anexo 2) e as médias das 4
indentações, representativas dos valores de microdureza em cada fragmento, em cada
agente clareador, segundo cada grupo foram utilizadas para elaboração da análise
estatística.
Foi realizado um teste de Desvio Quadrático Médio (DQM) com objetivo de
se verificar as diferenças de dureza entre os 5 grupos estudados (Tabela 1).
Observou-se que os valores médios obtidos para os diferentes grupos não diferem
entre si por quantias maiores do que os desvios quadráticos médios, indicando que as
diferenças entre os valores de média obtidos não são estatisticamente significantes.
Tabela 1: A média dos valores de dureza Vickers, seu Desvio Padrão e seu Desvio Quadrático Médio
de cada grupo.
VALORES
DE DUREZA
VICKERS (HV)
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
Controle
Peróxido de
Carbamida 37%
halogênea
416,2
416,48
418,3
417,6
417,6
411,35
419,7
414,1
417,5
414,8
414,8
416,9
413,4
418,3
Média
416
DQM
2
Peróxido de
Carbamida 35%
halogênea
416,9
419
412,7
408,7
413,4
409,3
414,8
417,6
415,5
418,3
417,6
414,1
415,5
414,1
Média
415
DQM
3
Peróxido de
Carbamida 37% laser
Peróxido de Carbamida
35% laser
416,9
418,3
416,2
419
420,45
414,1
412
404,65
412
414,1
416,2
417,6
418,3
418,3
Média
415
DQM
4
416,2
416,9
415,5
413,4
414,9
417,6
411,35
416,9
412,7
412
410,6
410,6
418,3
418,3
Média
415
DQM
3
414,8
416,9
414,1
407,4
412,7
406
412,7
404,6
417,6
415,5
416,2
417,6
419
418,3
Média
414
DQM
5
36
O gráfico 3 apresenta a média dos valores de dureza dos cinco grupos estudados.
Médias dos Valores de Dureza
Vickers
420
415
Médias
410
(HV)
405
400
controle
37%foto
35%foto
37% laser
35%laser
Gráfico 3: Gráfico de barras comparando-se as médias de dureza Vickers dos grupos: 1 - controle, 2 peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea, 3- peróxido de carbamida 35% e lâmpada
halogênea, 4- peróxido de carbamida 37% e laser, 5- peróxido de carbamida 35% e laser.
4.2. FOTO – REFLECTÂNCIA
O efeito dos agentes clareadores sobre o esmalte dental hígido foi analisado
por foto-reflectância, comparando-se a técnica de clareamento convencional com
lâmpada halogênea e com clareamento com laser de Argônio
O experimento de foto-reflectância utilizou uma lâmpada de xenônio numa
potência de 4mW incidindo a luz sobre a amostra, que refletiu vários comprimentos
37
de onda, captados por um espectrômetro (Oriel-MS257) que mostrou através de
gráfico a intensidade da reflexão por comprimento de onda. Estas medidas foram
realizadas antes e depois do clareamento.
As análises foram realizadas, utilizando o programa Origin 5.0, plotando o
gráfico 4, mostrando dessa forma um resultado típico:
1,4
Intensidade (U.Arb.)
1,2
1,0
Antes do clareamento
1ª sessão de clareamento com
peróxido de carbamida 35% (Opalescence) e laser
2ª sessão
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
400
450
500
550
600
650
700
Comprimento de Onda (nm)
Gráfico 4: Curvas típicas provenientes das medidas de foto-reflectância, comparando as sessões,
antes e depois do clareamento. Neste caso, o l aser foi usado como ativador para fotopolimerização do
peróxido de carbamida 35%.
Apesar das curvas apresentarem quase o mesmo formato, algumas pequenas
diferenças podem ser observadas. A curva de resposta do CCD, como a curva espectral
de emissão da lâmpada halogênea usada como fonte de luz branca, foram compensadas.
Assim podemos fazer uma comparação relativa entre os espectros. Adicionalmente, foi
subtraído dos espectros o sinal de background (luz de fundo).
Para facilitar a visualização, os gráficos foram configurados utilizando o
mesmo programa (Origin 5.0). As alterações realizadas foram uma normalização dos
38
espectros de foto-refletância, em função de um espectro referencial ao branco. Ou
seja, foi feita uma medida de foto-refletância de um difusor, que representa a cor
branca e que seria o nosso padrão de referência. E a medida de foto-refletância de
cada amostra foram comparadas a este padrão. Ao se dividir os espectros obtidos de
cada amostra pelo espectro do difusor, obtemos as curvas representadas nos Gráficos
5, 6, 7 e 8. A curva em preto representa os espectros de foto-refletância medidos
antes de iniciar o tratamento de clareamento. A curva em vermelho, representa o
resultado após a primeira sessão de clareamento. A curva em azul, representa o
resultado após a segunda sessão.de clareamento. A linha em verde representa o
espectro do difusor dividido por ele mesmo, e por isso é uma linha de valor de
intensidade 1. Estas intensidades por serem valores relativos estão representadas em
unidades arbitrárias.
Intensidade (U. Arb.)
1,0
0,8
Antes do clareamento
1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 37%
(Whitness) e lâmpada halógena
2ª sessão
Referência do branco
0,6
0,4
0,2
0,0
450
500
550
600
Comprimento de Onda (nm)
Gráfico 5: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em
comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de
carbamida 37% e lâmpada halogênea.
.
39
Intensidade (U. Arb.)
1,0
0,8
Antes do tratamento
1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 35%
(Opalescence)e lâmpada halógena
2ª sessão
Referência do branco
0,6
0,4
0,2
0,0
450
500
550
600
Comprimento de Onda (nm)
Gráfico 6: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em
comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de
carbamida 35% e lâmpada halogênea.
1,0
Antes do tratamento
Intensidade (U. Arb.)
1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 37%
0,8
(Whitness)e laser de Argônio
2ª sessão
Referência do branco
0,6
0,4
0,2
0,0
450
500
550
600
650
Comprimento de Onda (nm)
Gráfico 7: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em
comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de
carbamida 37% e laser.
40
1,0
Antes do tratamento
1ª sessão com peróxido de carbamida 35%
Intensidade (U. Arb.)
(Opalescence)e laser Argônio
0,8
2ª sessão
Referência do branco
0,6
0,4
0,2
0,0
450
500
550
600
Comprimento de Onda (nm)
Gráfico 8: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em
comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de
carbamida 35% e laser.
De acordo com os gráficos 7 e 8 podemos observar que as amostras irradiadas
com laser parecem apresentar o mesmo resultado, tanto para o peróxido de
carbamida 35% (Opalescense Quick-Ultradent), como para o peróxido de carbamida
37% (Whiteness Super-FGM). As amostras irradiadas com lâmpada halogênea,
também sugeriram diferenças no clareamento observadas através dos gráficos. O
peróxido de carbamida 37 % Whiteness, pareceu não apresentar a mesma efetividade
no clareamento que o peróxido de carbamida 35 % Opalescense.
Comparando a eficiência do laser com a lâmpada halogênea, através dos
gráficos, o laser demonstrou ser mais efetivo, independente dos agentes clareadores
utilizados, peróxido de carbamida 37% e 35%, demonstrando uma semelhança nos
resultados (as curvas se aproximam mais da referência para os tratamentos feitos
com o laser).
41
4.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
Foi realizada a fotomicrografia de algumas amostras para ilustrar a superfície
do esmalte após o clareamento dental nos diferentes grupos. Foi feita análise dos
grupos experimentais através da Microscopia Eletrônica de Varredura. A leitura das
amostras foi feita por examinadores calibrados atribuindo-se escores representativos
de 0 a 3 (JUNQUEIRA et al., 2000) como se segue abaixo:
•
Escore 0: esmalte com morfologia normal.
•
Escore 1: leve rugosidade – pequena superfície do esmalte apresentando
porosidades.
•
Escore 2: moderada rugosidade – quando em parte da superfície da
amostra verificou-se porosidades com alteração da morfologia do esmalte,
porém aparentemente com menor profundidade.
•
Escore 3: acentuada rugosidade – quando em toda superfície da amostra
observou-se porosidades que alteraram por completo a morfologia do
esmalte
Fig. 15: Superfície do esmalte, sem tratamento clareador (Escore-0)
42
Fig. 16: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea
com acentuada rugosidade ( Escore – 3)
Fig. 17 : Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e laser com
acentuada rugosidade (Escore – 3)
43
Fig. 18: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e laser com leve
rugosidade (Escore - 1)
Fig. 19: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea
com moderada rugosidade ( Escore -2)
44
DISCUSSÃO
45
5. DISCUSSÃO
Preservar a estética ou tornar-se belo já é interesse das pessoas desde o início
das civilizações. Assim sendo, a beleza deixou de ser apenas vaidade tornando-se
também necessidade, uma vez que a competitividade da sociedade moderna impõem
parâmetros considerados ideais, com relação à aparência. Dentes claros são
sinônimos de status social e sucesso. Essa preocupação com aparência jovem e
dentro dos padrões de beleza tem sido uma constante para a grande maioria dos
pacientes. Isto torna os procedimentos clareadores um dos maiores desafios dentro da
reabilitação estética (PIMENTA & PIMENTA, 1998; CHRISTENSEN, 1978).
Essa preocupação com procedimentos cosméticos tem estimulado o interesse
nas técnicas de clareamento dental. Essas técnicas são a primeira opção no
tratamento estético, podendo inclusive ser associadas a outros procedimentos como
restaurações em resinas compostas e facetas laminadas de porcelana, constituindo um
procedimento importante dentro da dentística restauradora (CREWS et al.,1992).
As alterações de cor por fatores intrínsecos são as manchas mais difíceis quanto
a etiologia e diagnóstico, sendo divididas em congênitas e adquiridas (BARATIERI
et al., 1996). Para CHRISTENSEN (1997) no escurecimento por causas iatrogênicas
e trauma, o sucesso do clareamento é mais facilmente obtido. Todavia, as manchas
por tetraciclina somente serão clareadas com êxito, quando forem de grau leve. Em
graus com variação de escurecimento moderado e severo, o clareamento é alcançado
apenas levemente. Segundo GOLDSTEIN (1997) nos casos de fluorose leve ou
moderada, o clareamento pode tornar-se efetivo, porém, se a mancha for
acompanhada de depressões ou defeitos, a técnica clareadora deverá ser associada ao
uso de procedimentos convencionais restauradores. Havendo perda severa de
esmalte, está contra-indicado a técnica do clareamento.
Desde sua introdução na odontologia, o clareamento caseiro vem tornado-se
popular pois é uma técnica relativamente simples, oferecendo, excelentes resultados.
CHRISTENSEN (1997) em uma pesquisa realizada entre profissionais, demonstrou
que maioria dos entrevistados faz uso da técnica e relatam um índice de sucesso
elevado com apenas uma pequena porcentagem de insucessos devido a ocorrência de
46
sensibilidade dental, irritação aos tecidos moles bucais, efeitos sistêmicos ou nenhum
resultado.
O peróxido de carbamida a 10 % foi utilizado inicialmente em 1960, por
Klusmier como um anti-séptico bucal, em pacientes com traumas e inflamações
causadas por aparelhos ortodônticos, sendo que o efeito colateral apresentado era o
clareamento dos dentes. HAYWOOD e HAYMANN (1989) publicaram o primeiro
artigo na literatura sobre o peróxido de carbamida com a finalidade de clareamento
dental. A partir disto trabalhos clínicos e laboratoriais passaram a ser realizados,
investigando o seu mecanismo de ação e seus efeitos colaterais .
MACCRACKEN & HAYWOOD (1995), compararam os desgastes ocorridos
no esmalte, após a aplicação do agente clareador peróxido de carbamida 10 %, com
procedimentos comuns de consultórios, como profilaxia ou condicionamento ácido
do esmalte. Recentes pesquisas tem mostrado interesse em verificar os efeitos
nocivos do peróxido de carbamida na estrutura dental (PINHEIRO JR. et al., 1996).
Sendo assim a análise da microdureza superficial do esmalte tem-se mostrado
eficiente para esse fim (MURCHINSON et al., 1992; SHANNON et al., 1993;
WANDERA et al., 1994; McCRACKEN & HAYWOOD, 1995).
As medidas de microdureza neste estudo nos mostraram que o tratamento
clareador com peróxido de carbamida 37 % e 35 % ativados com laser de Argônio e
lâmpada halogênea, demonstraram não haver diferença estatística significativa na
superfície do esmalte entre os grupos tratados. Esses resultados corroboram com o
trabalho de MURCHINSON et al. (1992) e SHANNON et al. (1993), onde também
não houve alteração da microdureza do esmalte submetido a ação do peróxido de
carbamida 10 % embora outros estudos como os de McCRACKEN & HAYWOOD
(1995) tenham encontrado diferença no esmalte em diferentes profundidades à partir
da junção amelo-dentinária. Porém, relataram que essa diferença parece não ter
relevância clínica, uma vez que a saliva poderia repor as possíveis perdas minerais
ocorridas com tratamento clareador. Esse trabalho é contrário ao de PINHEIRO JR.
et al. (1996) que observaram diminuição da microdureza do esmalte mesmo
colocando os dentes em saliva artificial após tratamento com peróxido de carbamida
em diferentes concentrações por 8 horas diárias, durante uma semana.
47
Neste estudo foi utilizado a dureza Vickers com uma carga de 50 gramas, em todas
as amostras de cada grupo, e lidas 4 indentações na superfície do esmalte, sendo feitas
uma média entre elas, utilizada para análise estatística do Desvio Quadrático Médio,
verificando não haver diferença significativa entre os grupos. PINHEIRO JR. et al.
(1996) também utilizaram em seu estudo o uso de dureza Vickers, mas verificaram a
diminuição da microdureza do esmalte. Segundo o autor essas alterações devem-se a
diferentes forças de aplicação, pois a seleção do tipo de dureza é determinada pelas
características do material a ser analisado (PHILLIPS, 1993).
Segundo WANDERA et al. (1994) os agentes clareadores caseiros à base de
peróxido de hidrogênio, não desencadeiam danos estruturais ao esmalte hígido, mas
promovem alteração da estrutura dentinária quando utilizada por 4 semanas ou mais.
Através dos resultados obtidos, em nosso estudo in vitro, verificamos não haver
diferença estatística significativa, provavelmente confirmando que o agente clareador
atua na camada mais superficial do esmalte, não provocando alterações significativas na
microdureza do esmalte.
McCRACKEN & HAYWOOD (1995) e SHANNON et al. (1993), sugeriram que
a possível desmineralização, resultante da exposição do esmalte dental ao peróxido de
carbamida, pode ser moderada pelo efeito da saliva, fato também observado por
HAYWOOD et al. (1990) e MURCHINSON et al. (1992). Outro ponto que pode ser
considerado na manutenção da integridade do esmalte dental é a elevação significativa
do pH do agente clareador caseiro quando em contato com a saliva e tecidos orais, como
relatado por LEONARD et al. (1994).
As fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura desse estudo
mostraram alterações na superfície do esmalte e morfologias semelhantes a erosões
após utilização do peróxido de carbamida 37 % e 35 %, independente do meio de
ativação utilizado, laser de Argônio ou lâmpada halogênea. SHANNON et al. (1993)
após clareamento com peróxido de carbamida também observaram nítidas alterações
com aspecto irregular na superfície do esmalte e maior número de poros de diâmetros
aumentados, verificando o efeito erosivo do agente clareador. De acordo com BITTER
& SANDERS (1993) estas mudanças aumentaram em relação direta ao tempo de
exposição em que a superfície do esmalte ficou exposta ao produto observando
48
rugosidades na superfície do esmalte. Outros estudos também tem demonstrado
alteração no esmalte clareado com peróxido de carbamida (SHANNON et al., 1993;
McCRAKEN & HAYWOOD, 1995; TAMES et al.,1998; JUNQUEIRA et al., 2000).
JONES et al. (1999) observou que o laser de Argônio em combinação com
peróxido de hidrogênio 35% produz sensibilidade pós operatória menor, comparada
com a técnica convencional. A maioria dos tratamentos dentais clareadores,
ocasionalmente causa alguns desconfortos no pós–operatório. FREEDMAN (1997)
relatou que esse problema pode ser superado diminuindo a sensibilidade e tornando-a
passageira. REYTO (1998) relatou que a maioria dos pacientes, não relataram
sensibilidade e a sensação de desconforto desapareceu completamente dentro de poucos
dias.
O clareamento com laser neste estudo, de acordo com os gráficos obtidos pareceu
demostrar, segundo a análise de foto-reflectância, não haver diferença entre os
peróxidos, independente da marca; já para as amostras irradiadas com lâmpada
halogênea, houve uma diferença, sendo que o peróxido de carbamida 37 % pareceu não
ter um clareamento com a mesma efetividade que o peróxido de carbamida 35 %. Isto
está de acordo com os trabalhos de SMIGEL, (1996); REYTO, (1998); KURACHI et
al., (1999) e POWELL et al., (1999), que concluíram que o clareamento a laser é efetivo
e não gera grandes aquecimentos. JONES et al (1999) relatou em seu estudo que o
peróxido de carbamida, resultou em grande mudança de cor com clareamento a laser em
uma única aplicação no consultório. GARBER (1997) no entanto, afirmou, que a
combinação das duas técnicas, tradicional e com laser, proporciona melhores resultados,
promovendo uma maior efetividade e rapidez no tratamento do clareamento dental.
A foto-reflectância, consiste da reflexão no esmalte da luz proveniente de uma
lâmpada de Xenônio, que incidia na amostra, mostrando em forma de gráficos no
computador obtidos através de um espectrômetro. Dessa forma, pôde-se observar a ação
do agente clareador nos grupos estudados, sendo que todas as amostras irradiadas com
laser pareceram ter o mesmo resultado, independente da marca e da concentração. Isso,
provavelmente nos mostra que embora a concentração do peróxido de carbamida 37 %
seja mais alta, seus resultados demonstraram ser menos efetivos, o que nos leva a
acreditar que somente concentração não interfere no clareamento, isto poderia ter
49
ocorrido devido a outros fatores como fonte de ativação, ou diferenças entre as marcas
comerciais corroborando com LEWIESTEIN et al.(1994) que também sugeriram que o
uso de peróxido de hidrogênio em altas concentrações para tratamentos clareadores
apresentam limitações.
LEONARD et al. (1998), compararam as mudanças de tonalidade de cor após
aplicação dos géis clareadores com peróxido de carbamida 5 %, 10 % ou 16 %. Os
autores concluíram que concentrações menores de peróxido de carbamida demoraram
mais tempo para clarear, mas apresentaram os mesmos resultados que os de
concentrações maiores.
Os resultados desse estudo, não demonstraram haver diferença estatística
significativa na microdureza do esmalte. Ao contrário da foto-reflectância, que pareceu
demonstrar uma diferença no grupo ativado por lâmpada halogênea, para o peróxido de
carbamida 35 %. O clareamento com laser, de acordo com os resultados observados,
pareceu não apresentar nenhuma diferença entre os agente clareadores, independente da
concentração utilizada.
Embora as técnicas de clareamento dental utilizadas nesse estudo tenham sido
eficazes, não demonstrando nenhuma alteração na dureza superficial do esmalte, mais
estudos se fazem necessários para que seja estabelecida por completa a ação desses
agentes e sua forma de ativação.
50
CONCLUSÃO
51
6. CONCLUSÃO
Considerando a metodologia empregada e os resultados obtidos neste estudo,
concluímos que:
- Não houve diferença estatística significativa para as médias de valores de
microdureza para as amostras tratadas com os agentes Peróxido de Carbamida 35 %
e 37 %. Para todas as amostras, os valores de microdureza variaram de 414 HV a
416 HV.
- Não houve diferença estatística significativa para as médias de valores de
microdureza obtidas com as técnicas de clareamento com laser ou lâmpada
halogênea.
- Os Peróxiodos de Carbamida 35 % e 37 %, irradiados com laser,
demonstraram ter o mesmo comportamento frente à análise da foto-reflectância.
- Os Peróxiodos de Carbamida 35 % e 37 %, irradiados com lâmpada
halogênea, indicaram resultados diferentes na avaliação de foto-reflectância.
Segundo a análise gráfica, o peróxido de carbamida 35 % (Opalescence Quick)
mostrou-se ser mais efetivo que o de concentração de 37 % (Whiteness Super –
FGM).
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADA Council on scientific affairs, Laser- Assisted bleaching: An Upadate, J Am Dent
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60
ANEXOS
61
ANEXO 1
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO EM PESQUISA
CIENTÍFICA
Eu, ______________________________________________________________, RG
nº _____________________, residente à _________________________, nº _______,
bairro _____________________, na cidade de ________________________, consinto
em
participar
da
pesquisa
científica
__________________________________________
residente
à
Rua
a
ser
RG
realizada
por
__________________,
__________________________________,
na
cidade
de
____________________________, ciente e de acordo com os itens abaixo:
1. À justificativa, os objetivos, e aos procedimentos a serem realizados na pesquisa;
2. À garantia ao sigilo que assegura minha privacidade quanto aos dados confidenciais
envolvidos na pesquisa;
3. O não comprometimento do pesquisador com a realização de quaisquer outros tipos
de tratamentos;
4. À inexistência de qualquer espécie de benefício, a não ser informativo, tanto por
parte da Universidade quanto dos pesquisadores.
5. No caso de extração de dente, por estrema necessidade ortodôntica, periodôntica
e/ou cirúrgica, permito o uso do mesmo para estudos científicos e análises
laboratoriais.
São José dos Campos _____ de ______________ de _______
________________________
_________________________
Assinatura do Voluntário
Assinatura do Pesquisador
62
63
ANEXO 2
ESTATÍSTICA
Para
a
análise
estatística,
foram
considerados
as
médias,
em
microdurômetros, das 4 indentações obtidas em cada amostra. Essa média foi
utilizada para o cálculo do valor de dureza Vickers, através da seguinte fórmula:
HV= 1,8544 P
HV= Vickers Hardness Number ( número de dureza Vickers)
d2
P= carga utilizada em gramas
d2 = área utilizada da impressão no material (mm2)
A análise estatística dos dados foi feita pelo Desvio Médio e Desvio
Quadrático Médio. Primeiro, calculamos o valor médio das medidas:
N
x=
Σ xi
i =1
, onde N é o número total de medidas.
N
Depois, calculamos o Desvio Médio que é dado por:
δxi = xi − x .
O Desvio Quadrático Médio foi calculado como se segue:
Σ (δx i )2
N
σ =
i =1
N −2
, onde N é o número total de medidas.
64
As tabelas 1,2,3 4,5 apresentam os valores da microdureza Vickers das 4
indentações de todos os grupos, onde foi feita uma média e utilizadas na análise
estatística do Desvio Quadrático Médio.
Tabela 1: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo controle.
Indentação 1
412
414,8
414,8
417,6
414,8
396
409,3
420,4
412
420,4
414,8
420,4
417,6
409,3
VALORES
DE DUREZA VICKERS
Indentação 2
414,8
417,6
412
412
396
409,3
414,8
417,6
414,8
417,6
423,3
417,6
414,8
414,8
GRUPO CONTROLE
Indentação 3
417,6
414,8
414,8
412
401,3
412
412
414,8
417,6
414,8
414,8
412
423,3
412
Indentação 4
414,8
420,4
409,3
414,8
412
401,3
414,8
417,6
417,6
417,6
423,3
414,8
417,6
393,5
65
Tabela 2: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de
Carbamida 37% e Lâmpada Halogênea.
VALORES
DE DUREZA
VICKERS
Indentação 1
420,4
414,8
420,4
417,6
414,8
409,3
417,6
414,8
414,8
420,4
412
414,8
409,3
414,8
Indentação 2
417,6
420,4
412
417,6
420,4
412
420,4
409,3
414,8
414,8
414,8
417,6
412
420,4
GRUPO LÂMPADA
HALOGÊNEA E
PERÓXIDO DE
CARBAMIDA 37%
Indentação 3
417,6
417,6
414,8
412
417,6
414,8
423,3
417,6
417,6
417,6
417,6
423,3
417,6
417,6
Indentação 4
414,8
417,6
417,6
420,4
420,4
409,3
417,6
414,8
412
417,6
414,8
412
414,8
420,4
Tabela 3: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de
Carbamida 35% e Lâmpada Halogênea.
VALORES
DE DUREZA
VICKERS
Indentação 1
414,8
414,8
420,4
414,8
417,6
409,3
420,4
414,8
414,8
420,4
412
417,6
414,8
414,8
Indentação 2
414,8
412
417,6
393,5
412
409,3
420,4
414,8
417,6
412
420,4
414,8
417,6
412
GRUPO LÂMPADA
HALOGÊNEA
EPERÓXIDO DE
CARBAMIDA 35%
Indentação 3
417,6
414,8
414,8
412
409,3
412
414,8
417,6
420,4
417,6
417,6
412
417,6
417,6
Indentação 4
420,4
409,3
423,3
414,8
414,8
414,8
417,6
412
417,6
420,4
412
412
412
412
66
Tabela 4: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de
Carbamida 37% e laser.
VALORES
DE DUREZA VICKERS
Indentação 1
417,6
414,8
420,4
420,4
426,1
417,6
412
409,3
412
420,4
412
417,6
414,8
417,6
Indentação 2
414,8
414,8
420,4
417,6
417,6
414,8
396
412
414,8
417,6
412
417,6
417,6
414,8
GRUPO LASER E
PERÓXIDO DE
CARBAMIDA 37%
Indentação 3
420,4
417,6
417,6
417,6
412
412
401,3
412
409,3
420,4
414,8
414,8
414,8
423,3
Indentação 4
412
420,4
414,8
420,4
426,1
412
409,3
414,8
412
414,8
417,6
420,4
417,6
417,6
Tabela 5: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de
Carbamida 35% e laser.
VALORES
DE DUREZA VICKERS
Indentação 1
412
414,8
417,6
414,8
417,6
403,9
414,8
409,3
414,8
417,6
406,6
412
414,8
417,6
Indentação 2
414,8
417,6
414,8
414,8
412
412
426,1
409,3
412
420,4
409,3
409,3
417,6
412
GRUPO LASER E
PERÓXIDO DE
CARBAMIDA 35%
Indentação 3
417,6
420,4
420,4
409,3
414,8
417,6
417,6
412
409,3
417,6
412
409,3
423,3
423,3
Indentação 4
417,6
412
414,8
412
409,3
426,1
412
417,6
409,3
412
414,8
412
417,6
414,8

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