Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e
Transcrição
Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e
Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento "ESTUDO IN VITRO DA FOTO-REFLECTÂNCIA E DA MICRODUREZA DO ESMALTE HÍGIDO SUBMETIDOS À TÉCNICA DE CLAREAMENTO DENTAL TRADICIONAL E COM LASER DE ARGÔNIO" Ilene Cristine Rosia Cesar Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-graduação em Engenharia complementação Biomédica, dos como créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. São José dos Campos-SP 2001 2 Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento "ESTUDO IN VITRO DA FOTO-REFLECTÂNCIA E DA MICRODUREZA DO ESMALTE HÍGIDO SUBMETIDOS À TÉCNICA DE CLAREAMENTO DENTAL TRADICIONAL E COM LASER DE ARGÔNIO" Ilene Cristine Rosia Cesar Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-graduação em Engenharia Biomédica como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. Orientador: Egberto Munin. Co-orientadora: Priscila Christiane Suzy Liporoni. São José dos Campos-SP 2001 3 Estudo in vitro da Foto-Reflectância e da Microdureza do Esmalte Hígido Submetidos à Técnica de Clareamento Dental Tradicional e com Laser de Argônio" Ilene Cristine Rosia Cesar Prof. Dr. Egberto Munin (Orientador)_____________________________________ Profª. Dra. Priscila C. Suzy Liporoni (Co- orientadora)________________________ Prof. Dr. José Benedicto de Mello (UNIVAP)_______________________________ Profª. Dra. Solimar Maria Ganzarolli (UNIP) _______________________________ Prof. Dr. Marcos Tadeu Tavares Pacheco Diretor do IP&D – UniVap São José dos Campos, 19 de dezembro de 2001. 4 DEDICATÓRIA Aos meus pais, Waldemar Cesar e Neusa Rosia Cesar, dedico este trabalho e agradeço pelo amor, compreensão, pelas horas de ausência e por acreditarem que eu seria capaz de grandes conquistas. À minha irmã, Marlisa, que mesmo tendo nascido no seu próprio mundo, serviu de inspiração e me deu forças para nunca fraquejar ao me deparar com os obstáculos que a vida coloca ao longo de nosso caminho. 5 AGRADECIMENTOS À Deus, pela vida, capacidade e inspiração por ter tornado possível a realização demais um objetivo. Aos meus avós, Roberto (in memorian) e Luzia, que contribuíram de uma forma muito especial, para realização de mais uma etapa da minha vida, e as minhas tias Neide e Nilda e aos meus tios, Roberto, Heitor e Sérgio, que nos momentos difíceis estavam sempre me incentivando a alcançar mais um objetivo. A minha orientadora Profª. Dra. Priscila C. S. Liporoni, pelo incentivo, confiança e principalmente pela amizade a mim depositada. Agradeço por me permitir usufruir de seu exemplo de profissionalismo, me ajudando em todos os momentos necessários. Aos meus colegas de turma, que contribuíram para o crescimento e alegrias vivenciadas nesse período, em especial aos meus amigos Patrícia, Rick, Cibelle e Luís Eduardo, que de forma direta e indireta contribuíram para realização desse trabalho. À minha também orientadora, Profª. Marcela L. Redígolo, pela disponibilidade de tempo, orientação e dedicação. Ao meu também orientador, Prof. Dr. Egberto Munin, pela colaboração, na utilização do laboratório, e nas sugestões a mim oferecidas, sem isto, esse trabalho, não teria se concluído. Ao Engenheiro Dalcy Roberto dos Santos, ao Técnico em Metalurgia, Claudemir Patuci e ao Técnico em Química, João Batista Rodrigues do AMR – CTA, que realizaram as leituras de microdureza, na qual sem isso esse trabalho não poderia ser realizado. Ao Prof. Dr. José Benedicto de Mello, pela amizade, estímulo e participação em minha formação científica e acadêmica. Ao Reitor dessa Universidade Prof. Dr. Batista Gargione Filho e ao Diretor do IP&D Prof. Dr. Marcos Tadeu T. Pacheco, pela oportunidade, apoio e estímulo em 6 desenvolver este trabalho, juntamente com o meu exercício profissional, bem como, a concessão de bolsa de estudo para o programa de pós-graduação. À Faculdade de Odontologia – UNIVAP, por ter sediado todos esses anos de estudo, tanto na graduação, quanto na pós-graduação. Ao Diretor da Faculdade de Odontologia, Prof. Dr. Renato Amaro Zângaro, pela atenção, incentivo e confiança a mim depositada. Ao Prof. Dr. Landulfo Jr., pela colaboração na utilização do laser, sem isso, não seria possível a realização deste trabalho. Aos funcionários do IP&D, Cláudia, Ivone, Nino e Rebeca, pelo carinho e consideração oferecidos nesse período de convivência. Ao Marcelo Pereira do Nascimento, pela contribuição na realização das fotos ilustrando esse trabalho. Aos funcionários da Biblioteca, pela cordialidade e atenção a mim dispensadas. Ao Gerente Administrativo da FCS Antônio, pelos materiais utilizados neste trabalho. Aos professores da Graduação e Pós-Graduação pelo estímulo, força e formação acadêmica transmitidos ao longo desses anos. 7 “ A genuína alegria nasce não da contemplação nem da riqueza e nem da fama. Nasce do trabalho e da última força de seu próprio valor “ Wilfred Grenfell 8 RESUMO ABSTRACT 9 RESUMO O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito de 2 agentes clareadores, associados à aplicação de laser de Argônio. Foram utilizados 20 dentes terceiros molares humanos inclusos, armazenados inicialmente em solução fisiológica, à temperatura de -10°C, desde as extrações. Os dentes foram limpos com curetas periodontais, polidos com taça de borracha, pedra pomes, água e posteriormente autoclavados. Cada dente foi seccionado transversalmente, eliminando-se a porção radicular, e longitudinalmente, dividindo-o em 4 partes obtendo-se, um total de 75 fragmentos dentais. As amostras foram desgastadas com discos diamantados duplaface até se obter as dimensões em esmalte de 4X4 mm, conferidos com paquímetro. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos experimentais e mantidos em umidade relativa a 37 °C durante todo o experimento. O grupo 1 foi o grupo controle, o qual não recebeu nenhum tratamento clareador. Nos grupos 2 e 4 foram utilizados peróxido de carbamida 35 % (Opalescence Quick), respectivamente com laser e com fotopolimerizador. Nos grupos 3 e 5 foram utilizados peróxido de carbamida a 37 % (Whiteness Super – FGM), e com laser e com fotopolimerizador, respectivamente. Os tratamentos foram realizados em 3 sessões com um intervalo de 7 dias. O efeito dos agentes clareadores sobre o esmalte dental hígido foi analisado por foto-refletância e testes de microdureza Vickers, comparando-se o clareamento convencional com o clareamento com laser de Argônio e os dois produtos submetidas à técnica. Na foto-refletância observamos que todas as amostras irradiadas com laser tiveram o mesmo resultado, independente da marca, já as amostras irradiadas com o aparelho fotopolimerizador, tiveram uma diferença, sendo que o peróxido de carbamida 37 % (Whiteness Super – FGM) não teve um clareamento com a mesma efetividade que o peróxido de carbamida 35 % (Opalescence Quick). Na microdureza Vickers do esmalte hígido, um teste estatístico foi aplicado para os resultados (Desvio Quadrático Médio), e ele não apresentou diferença significante entre os dois agentes clareadores independente da ativação por laser ou lâmpada halogênea. 10 ABSTRACT Twenty human embedded third molars were used in this in vitro study to evaluate the effects of two bleaching products associated or not with Argon laser irradiation. The samples received a cervical-apical cut and were longitudinally cut into 4 parts resulting in 75 specimens. These parts were further reduced to an enamel area of 16 mm2 using a diamond saw and kept inside a heater at 37°C in humidity controlled ambient. The specimens were divided at random into 5 groups and submitted to the traditional power bleaching procedure for enamel. Two bleaching products were used in this experiment: 35 % carbamide peroxide solution (Opalescence Quick) and 37 % carbamide peroxide solution (Whiteness Super – FGM). Group 1 was separated as a control group. Group 2 was exposed to 37 % carbamide peroxide bleaching solution and developed with an Argon laser application. The same solution was used in Group 3 but the bleaching was developed with an halogen lamp irradiation. The 35 % carbamide peroxide was used in Groups 4 and 5. One was developed as in Group 2 and the other as in Group 3. The bleaching treatment was done in 3 sessions with a 7-days-interval between them. The samples were analyzed under Vickers microhardness tests, investigating indentation impressions on the samples. In addtion, the samples were submitted to a photoreflectance experiment. It was observed that Group 2 presented more white spectra than Group 3. However, Groups 4 and 5 showed the same results independent of the use of the laser or the halogen lamp. Comparing both bleaching products, the 35 % carbamide peroxide (Opalescence Quick) was more efficient on its purposes than the other one. The statistical analysis (Root Mean Square Deviation) was applied to the Vickers micro-hardness date. No significant difference between the two bleaching products was observed. 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................01 1.1. Agentes clareadores............................................................................................01 1.2. Laser...................................................................................................................06 1.3. Foto-Reflectância................................................................................................09 1.4. Microdureza do Esmalte.....................................................................................10 1.5. Microscopia Eletrônica de Varredura.................................................................12 2. OBJETIVO................................................................................................................15 3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................17 3.1. Delineamento Experimental...............................................................................17 3.2. Materiais Utilizados...........................................................................................17 3.3. Aparelhos Utilizados..........................................................................................19 3.4. Seleção e Armazenamento dos Dentes..............................................................19 3.5. Manipulação das Amostras................................................................................19 3.6. Equipamentos de Proteção Individual................................................................20 3.7. Confecção dos Corpos de Prova........................................................................20 3.8. Procedimento Clareador.....................................................................................22 3.8.1. Divisão dos grupos Experimentais...........................................................22 3.8.2. Materiais Clareadores...............................................................................22 3.8.3. Peróxido de Carbamida 37% e 35% lâmpada halogênea.........................22 3.8.4. Peróxido de Carbamida 37% e 35% laser................................................24 3.9. Análise do Sistema de Foto-Reflectância............................................................25 3.9.1. Montagem do Sistema...............................................................................25 3.9.2. Medidas da Foto-Reflectância...................................................................26 3.10. Microdureza do Esmalte.....................................................................................29 3.10.1. Inclusão das Amostras..............................................................................29 3.10.2. Polimento..................................................................................................30 3.10.3. Ensaio de dureza superficial.....................................................................31 3.10.4. Análise Estatística....................................................................................33 3.11. Microscopia Eletrônica de Varredura..................................................................33 4. RESULTADOS.........................................................................................................35 5. DISCUSSÃO.............................................................................................................45 6. CONCLUSÃO..........................................................................................................51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................53 12 ANEXOS.........................................................................................................................60 13 LISTAS I - FIGURAS Figura 1: Agente clareador peróxido de carbamida 35%..............................................18 Figura 2: Agente clareador peróxido de carbamida 37% com carbopol........................18 Figura 3: Secção do dente com disco de diamante.........................................................21 Figura 4: Fragmento dental seccionado com disco de diamante e fixado em cera utilidade...........................................................................................................................21 Figura 5: Aplicação do gel clareador na superfície da amostra.....................................23 Figura 6: Aparelho fotopolimerizador Soft-Start (Degussa)..........................................23 Figura 7: Ativação do agente clareador pelo fotopolimerizador em um compriento de onda de 400-500 nm e uma potência de 240 mW....................................................................24 Figura 8:Laser de Argônio no em 488nm e potência de 200mW..................................25 Figura 9: Montagem experimental do sistema de foto-reflectância...............................26 Figura 10: Inclusão das amostras em resina de poliéster orto-cristal – T 208 VALGLASS - Comércio e Indústria Ltda..............................................................................................29 Figura 11: Todas as amostras incluídas e divididas em grupos para análise de microdureza....................................................................................................................30 14 Figura 12: Aparelho microdurômetro Vickers (Future Tech-Digital Microhardness Test FM)................................................................................................................................31 Figura 13: Esquema de uma ponta de diamante Vickers sobre um corpo-de-prova....32 Figura 14: Indentador de diamante (A), objetiva de 100x (B) e porta – amostras microdurômetro digital (C).............................................................................................32 Figura 15: Superfície do esmalte, sem tratamento clareador (Escore-0).......................41 Figura 16: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea com acentuada rugosidade ( Escore – 3) ......................................................42 Figura 17: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e laser com acentuada rugosidade (Escore – 3).........................................................................42 Figura 18: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e laser com leve rugosidade (Escore - 1)..................................................................................43 Figura 19: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea com moderada rugosidade ( Escore 2)........................................................43 II – QUADROS Quadro 1: Agentes clareadores e técnicas de clareamento dental utilizadas no experimento..................................................................................................................17 Quadro 2: Aparelhos empregados no experimento......................................................17 15 Quadro 3: Aparelhos utilizados no experimento.........................................................19 Quadro 4: Divisão dos grupos experimentais e técnicas de clareamento e agentes clareadores utilizados no experimento...........................................................................22 16 III – TABELAS Tabela 1: A média do valores de dureza Vickers, seu Desvio Padrão e Desvio Quadrático Médio de cada grupo.....................................................................................................35 IV – GRÁFICOS Gráfico 1: Espectro de foto-reflectância de um difusor branco entre 430 nm e 650 nm. Fora desta região, o sinal cai a zero devido as restrições dimensionais do intecificador do CCD................................................................................................................................27 Gráfico 2: Espectros de foto-reflectância do filtros entre 430 nm e 650 nm de um difusor padrão branco, filtrados com filtros de cor com curvas de transmissão conhecidas, para testes .................................................................................................................................28 Gráfico 3: Gráfico de barras comparando-se as médias de dureza Vickers dos grupos: 1-controle, 2-peróxido de carbamida 37% lâmpada halogênea, 3- peróxido de carbamida 35% lâmpada halogênea, 4- peróxido de carbamida 37% laser, 5- peróxido de carbamida 35% laser...................................................................................................................................3 6 Gráfico 4: Curvas típicas provinientes das medidas de foto-reflectância, comparando as sessões, antes e depois do clareamento. Neste caso, o laser foi usado como ativador para fotopolimerização do peróxido de carbamida 35%...........................................................37 Gráfico 5: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento 17 do grupo peróxido de carbamida 37% e lâmpada halôgenea..........................................................38 Gráfico 6: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea........................................................39 Gráfico 7: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 37% e laser.............................................................................39 Gráfico 8: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida laser.............................................................................40 35% e 18 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ADA........................................Associação Dental Americana °C.............................................Grau Celsius cm2........................................... Centímetro Quadrado CO2...........................................Dióxido de Carbono DQM........................................ Desvio Quadrático Médio g.................................................Grama J.................................................Joule Kg..............................................Kilograma LASER...................................... Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation µm.............................................Micrômetro MEV..........................................Microscópio Eletrônico de Varredura mm............................................ Milmitro mW............................................Miliwatt Nd..............................................Neodymium (Neodímio) nm..............................................Nanometros %...............................................Porcentagem rpm............................................Rotação por Minuto YAG..........................................Ytrium-Alumunium-Garnet (Ítrio-Alumínio-Granada) W..............................................Watts 19 INTRODUÇÃO 1 1.INTRODUÇÃO 1.1. AGENTES CLAREADORES Hoje, há um grande interesse dos pacientes em relação à estética. Um sorriso harmonioso proporciona um equilíbrio da face. A alteração de cor dos dentes é um aspecto que pode levar as pessoas ao constrangimento, tornando-as apáticas ao convívio social. Procedimentos alternativos podem ser feitos dentro de uma odontologia moderna menos invasiva, como a técnica de clareamento dental (BARATIERI et al., 1996; (BLANKENAU, GOLDSTEIN & HAYWOOD, 1999; CONCEIÇÃO et al., 2000). Um clareamento adequado pode ser uma tarefa árdua, mesmo com materiais e técnicas restauradoras de última geração. O clareamento dental se baseia na aplicação de agentes químicos que, através de uma reação química de oxidação, removem os pigmentos orgânicos dos dentes ( BARATIERI et al., 1996; MORATO et al., 1998; TAMES et al., 1998). O primeiro clareamento de dente não vital surgiu em 1848 e em dentes vitalizados, em 1868. Abbot em 1918 preconizou o uso de espátula aquecida para acelerar a reação química de oxidação. Esse conceito, embora modificado, ainda é usado por alguns profissionais até hoje na técnica de clareamento em consultório. No entanto, têm-se utilizado atualmente, outras formas de acelerar a reação química, tais como o uso de lâmpadas específicas e de agentes clareadores fotossensíveis (HAYWOOD, 1992; BARATIERI et al., 1996, CONCEIÇÃO et al., 2000). De acordo com GOLDSTEIN (1997) e ASFORA et al. (1998), o clareamento de dentes vitais já era empregado desde 1877, quando se utilizava ácido oxálico. Em 1884, o uso do peróxido de hidrogênio foi descrito pela primeira vez. GOLDSTEIN (1997), ressaltou que os agentes clareadores para essa técnica são soluções de peróxido de hidrogênio com concentrações de aproximadamente 35 %. Estas soluções são aplicadas após a instalação do isolamento absoluto nos dentes, através de gases saturados de peróxido de hidrogênio, por cerca de 30 minutos, tendo sua reação acelerada através da utilização de uma fonte de calor. 2 As alterações de cor podem ocorrer devido a uma série de fatores, podendo estar associadas a processos etimológicos. As manchas extrínsecas podem ser adquiridas através da dieta alimentar e produtos de uso oral com grande potencial corante, como café, chá preto, tabaco, bebidas à base de cola, etc. As manchas intrínsecas podem ser classificadas como adquiridas ou congênitas. As congênitas estão relacionadas a alterações estruturais durante o estágio de formação dental. Já as adquiridas podem ser pré-eruptivas e pós-eruptivas, ou seja, este escurecimento pode ser natural, fisiológico ou provocado por doenças, distúrbios sistêmicos, trauma ou ingestão excessiva de algum medicamento. No caso dos dentes não vitais, o escurecimento pode decorrer de necrose pulpar e detritos de materiais restauradores. Dentre esses fatores de alterações de cor, as manchas intrínsecas são as mais difíceis de serem clareadas, devido a sua etiologia e diagnóstico. Vários estudos têm sido realizados para remoção de manchas causadas por ingestão de tetraciclina em dentes vitais, utilizando o peróxido de hidrogênio como agente clareador (ARTZ, 1952; CHRISTENSEN, 1978; MCEVOY, 1989; HAYWOOD; 1992; BARATIERI et al., 1996; CHRISTENSEN, 1997). HAYWOOD & LEONARD, (1998) relataram um caso clínico em que houve a remoção de mancha marrom através do clareamento dental caseiro, utilizando peróxido de carbamida 10 % somente no dente com cor alterada, durante 4 semanas. Após 7 anos, a coloração marrom não havia retornado. Os autores relataram que essa técnica conservativa poderia ser considerada a primeira alternativa de tratamento de alteração de cor de dentes vitais em pacientes jovens. Os agentes clareadores são veículos de radicais livres de oxigênio, que em contato com os tecidos dentais promovem oxidação dos pigmentos incorporados a eles. A matéria orgânica é então convertida em dióxido de carbono e água, removendo-se assim os pigmentos da estrutura dentária por difusão (BARATIERI et al., 1996). Em geral, os agentes clareadores são peróxidos e têm sido usados para este fim há quase um século, podendo ser classificados em altas concentrações, para uso profissional, ou baixas concentrações, utilizados pelos pacientes sob supervisão do profissional. Podem ser empregados na forma de solução ou gel, em concentrações que variam de acordo com a técnica utilizada. O peróxido de hidrogênio é preconizado há 3 muitos anos, sendo ainda considerado um bom agente clareador por muito autores. Ele pode ser indicado para clareamento de dentes vitais e não vitais. Quando em contato com os tecidos dentais, o peróxido de hidrogênio se degrada em oxigênio e água, sendo o oxigênio responsável pelo clareamento dental (BARATIERI et al., 1996; LI, 1996). Trabalhos comparativos entre clareamento dental caseiro com o tratamento em consultório, envolvendo a aplicação de peróxido de hidrogênio, mostraram que o clareamento dental caseiro parece ser mais seguro e menos invasivo, por preservar a estrutura dental sadia (HAYWOOD & HEYMANN, 1989; HAYWOOD; 1992; BARATIERI et al., 1996). Dentre suas vantagens, destacam-se a facilidade da técnica, o baixo custo e a efetividade na maioria dos casos. Além disso, o clareamento caseiro pode ser também recomendado para pessoas insatisfeitas com a cor do seu dente, escurecimento fisiológico, pigmentação extrínseca, ou em casos de fluorose, dentes manchados por tetraciclina ou dentes escurecido por trauma (HAYWOOD, 1992). A técnica de clareamento dental caseiro, utilizando o peróxido de carbamida 10%, foi descrita inicialmente nos anos 60, e mais recentemente por HEYWOOD & HEYMANN, (1989). Tem sido muito difundida e utilizada pelos profissionais da odontologia estética, pois tem efeito clínico comprovado, sendo realizada pelo próprio paciente em casa, reduzindo assim o tempo tratamento do consultório (WILLIAMS et al, 1992; BARATIERI et al., 1996; PIMENTA & PIMENTA, 1998; TAMES et al., 1998; MCCASLIN et al., 1999). WANDERA et al. (1994) estudaram os efeitos do agente clareador caseiro sobre esmalte, dentina e cemento, separadamente, e verificaram que houve a perda significativa de dentina e cemento. No entanto, no esmalte não foram observadas alterações relevantes. Os autores recomendaram cautela para o uso desse produto e outros semelhantes, devido efeito abrasivo. Atualmente, o agente clareador peróxido de carbamida tem sido muito empregado, especialmente na técnica de clareamento caseiro supervisionado, mas também está disponível para o uso na técnica do clareamento em consultório para dentes vitais. Ele se dissocia inicialmente em peróxido de hidrogênio e uréia e subseqüentemente, em oxigênio e água, enquanto a uréia decompõe-se em amônia e dióxido de carbono (BARATIERI et al.,1996; CONCEIÇÃO et al., 2000). 4 O peróxido de carbamida foi inicialmente usado como antiinflamatório, em endodontia, na limpeza de canais radiculares, e em ortodontia, como agente anti-placa. Hoje em dia, é uma alternativa de tratamento em dentes quando há alteração de cor. O clareamento com o peróxido de carbamida está amplamente difundido, tendo atualmente uma estimativa de sete milhões de casos com índice de sucesso acima de 90 % (MORATO, DUARTE & ALBUQUERQUE, 1998). Muitos estudos tem sido realizados sobre este clareamento. Dentre eles, um estudo clínico usando a técnica de clareamento dental caseiro, com gel de peróxido de carbamida 10 % onde foram selecionados 20 alunos de odontologia, de idade de 22 anos, sem restaurações nos dentes, história de dor ou trauma, lesões gengivais recorrentes ou variação anormal da cor dos dentes. Verificou-se que o clareamento foi significativo em todos os dentes (GEGAUFF et al., 1993). Em um outro estudo, in vitro, comparou-se a tonalidade das mudanças de cor em dentes extraídos durante 2 semanas de tratamento clareador com peróxido de carbamida a 5 %, 10 % ou 16 % . Os autores concluíram que baixas concentrações de peróxido de carbamida requereram maior tempo para clarear os dentes, mas apresentaram os mesmos resultados que concentrações mais elevadas (LEONARD et al., 1998; HEYWOOD et al., 1990). Em um outro estudo, também in vitro, onde os dentes foram selecionados pela cor B2 na escala Vita Lumin, OLIVER & HAYWOOD (1999) quiseram determinar se o clareamento estendia pelas bordas de uma moldeira e se dessa forma, formava alguma linha de demarcação no dente. Os autores verificaram que todos os dentes clarearam de 1 para 10 (média de 5.2) na escala Vita, estendendo o efeito do clareamento pela moldeira sem demarcação de nenhuma linha nos dentes. LEONARD, BENTLEY & HAYWOOD (1994) tiveram como proposta avaliar o efeito no pH salivar com solução de peróxido de carbamida 10 % quando usada moldeira para clareamento dental, verificaram que o resultados indicaram aumento significante do pH salivar durante os 15 primeiros minutos do clareamento dental caseiro, mas não significante nas primeiras duas horas após a aplicação de uma solução clareadora com pH moderadamente elevado. SHANONN, SPENCER & GROSS (1993), também verificaram o efeito do peróxido de carbamida, com diferentes valores de pH, e sem tratamento clareador. Estes procedimentos duraram de duas a quatro 5 semanas e os corpos-de-prova ficaram imersos em saliva humana, revelando que em soluções de baixo pH foram observadas alterações topográficas no esmalte através de microscopia eletrônica de varredura. Os agentes clareadores têm sido motivo de muito estudo atualmente, pois existe uma infinidade de marcas e peróxidos. HO & GOERIG (1989) quiseram comparar e avaliar a efetividade de 4 combinações de agentes clareadores utilizando dentes extraídos com coroas intactas, sendo 42 dentes permanentes e 12 decíduos. Os dentes decíduos demonstraram uma resposta para os agentes clareadores similar aos dentes permanentes. A regressão da cor após 6 meses foi observada em 4 % dos casos. Quando isto ocorreu, o grau de regressão de cor foi mínimo. Dessa mesma forma, foi realizado um estudo com 4 agentes clareadores, sendo que um dos agentes sofreu alteração da superfície do esmalte e abertura de seus prismas, depois do tratamento clareador em vários intervalos de tempo (BITTER & SANDERS, 1993). PINHEIRO JR et al. (1996) também observaram alterações na superfície do esmalte após o uso de peróxido de carbamida através da microdureza do esmalte. A técnica de clareamento pode ser acelerada através de um aumento de 10 ºC na temperatura do meio, o que duplica a velocidade da reação do agente clareador com subprodutos oxidantes e auxilia sua difusão na estrutura dental (BARATIERI et. al. 1996). Devido a esse aquecimento, há uma preocupação muito grande em relação a possíveis injúrias causadas à polpa devido o aumento de temperatura, e também em relação aos agentes clareadores. Estudos têm sido realizados para verificar a resposta da polpa aos peróxidos 30 - 35 %. A polpa reage ao clareamento através de resposta inflamatória suave à moderada, manifestando-se clinicamente como sensibilidade de modo transitório e reversível. Um caso apenas foi descrito, onde o paciente relatou uma dor aguda após o clareamento vital. A resposta clínica pulpar provocada pela solução de peróxido de carbamida 10 –15 % foi comparável à provocada pela solução 30 –35 %, embora não tão severa. A duração ou a freqüência do tratamento pode ser modificada conforme a sensibilidade do paciente aos produtos clareadores, embora a aplicação de flúor ou outras substâncias dessensibilizantes possam ajudar a diminuir esses sintomas (PESUM & MADDEM, 1999; BAUMGARTNER et al., 1983). 6 HEYMANN (1987) e CREWS et al. (1992) relataram que na odontologia restauradora, principalmente em procedimentos estéticos, necessita-se conhecimentos científicos e artísticos. Elementos artísticos como forma, simetria, proporcionalidade, posição, alinhamento, textura superficial e cor, deveriam ser considerados. A odontologia estética conservativa proporcionou uma nova dimensão ao tratamento, aliando resultados satisfatórios à prevenção de estrutura dental. 1.2. Laser Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico e a necessidade de uma odontologia mais moderna e conservadora, inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas com laser na área da odontologia. Os primeiros estudos envolvendo o uso do laser na odontologia foram feitos por STERN & SOGANNAES (1964), que trabalharam em esmalte e dentina com laser de Rubi. Um ano depois, foi desenvolvido o laser de Nd:YAG apresentando um futuro bastante promissor no tratamento e prevenção de cáries de esmalte, porém sua utilização clínica ainda não está recomendada. Em 1964, foi desenvolvido o laser de CO2, que vem se destacando na odontologia devido ao sucesso obtido no selamento de cicatrículas e fissuras, pois o seu uso no esmalte dentário resulta na conversão de hidroxiapatita em cálcio-ortofosfatoapatita, um composto de menor solubilidade no meio bucal. O laser de Argônio é um laser com vários comprimentos de onda, sendo os mais comumente utilizados em odontologia 476 nm, 488 nm e 514 nm, permitindo o seu uso em materiais ativados, clareamento dental e cirurgia de tecidos moles. O laser de Argônio é muito bem absorvido por tecidos pigmentados, ricos em hemoglobina e melanina, que absorvem seletivamente a radiação. A energia absorvida é então convertida em calor, e este efeito térmico produz coagulação ou vaporização do tecido. Devido à absorção seletiva, o dano aos tecidos vizinhos é diminuída, podendo ser levada à condição bucal através de fibras ópticas, facilitando seu manuseio (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998). Sendo assim, parâmetros tiveram que ser estabelecidos para o laser de Argônio, para que não houvesse mudanças térmicas do tecido pulpar para aplicações clínicas, tendo 7 resultado satisfatório, ou seja, é importante saber as possíveis combinações de intensidade e tempo de exposição para que não hajam riscos durante seu uso (KURACHI et al., 1999; POWELL et al. 1999). O laser de Argônio tem sido usado para polimerização de resinas compostas e clareamento dental (BRUGNERA & PINHEIRO, 1998). Estudos tem demonstrado que, embora o laser de Argônio seja uma luz de alta potência gerando grande quantidade de calor, não apresenta nenhum prejuízo aparente à polpa e ao esmalte (POWELL, MORTON & WHISENANT, 1993). Dessa forma, tem-se feito vários estudos, principalmente no que diz respeito ao uso do laser, como uma alternativa à lâmpada halogênea muito utilizada nos tratamentos clareadores em consultório (ARTZ, 1951; CRISTHENSEN, 1978; BAUMGARTNER et al., 1983; HAYWOOD & HEYMANN, 1989; PESUM & MADDEM, 1999) Baseados nessas observações, no conhecimento dos agentes clareadores e nas técnicas de clareamento dental, vem-se estudando uma nova técnica de clareamento dental com laser, com a finalidade de proporcionar um melhor resultado aos pacientes (HEYMAN, 1987; SMIGEL, 1996; FREEDMAN & REYTO, 1997; REYTO, 1998; JONES, 1999). Há alguns anos atrás, utilizava-se espátula aquecida ao rubro, como forma de ativação do agente clareador, mas devido ao risco de trincas na superfície do esmalte e agressão pulpar, prefere-se hoje a ativação via calor através de lâmpadas específicas (CONCEIÇÃO et al., 2000). SMIGEL (1996) e REYTO (1998).verificaram que o laser de Argônio, na forma de luz azul com um comprimento de onda de 488 nm é uma alternativa na técnica de clareamento dental, associado ao peróxido de hidrogênio, mostrando ser um tratamento seguro e eficaz. A luz produzida pelo laser acelera a liberação de radicais livres de oxigênio, criando uma energia suficiente para completar a reação química de clareamento, sem sobreaquecer o tecido. Em fevereiro de 1996, a ILT (Ion Laser Tecnology) patenteou o uso do laser de Argônio e CO2 para o clareamento dental (SMIGEL, 1996). A partir disso, alguns estudos foram realizados comparando o uso das técnicas do clareamento convencional e a técnica com laser, em dentes vitalizados, onde usava-se uma mistura clareadora de 8 peróxido de hidrogênio e um catalisador, ativados pelo laser de Argônio em comprimento de onda de 488 nm, com uma potência de 200 mW e tempo de exposição de 30 segundos. Foram analisadas também uma segunda solução clareadora ativada pelo laser de CO2 em comprimento de onda de 10.600 nm (REYTO, 1998). JONES et al., (1999) em um estudo em dente desvitalizado utilizou 4 grupos com 10 dentes cada. O primeiro grupo foi tratado com peróxido de hidrogênio 35 %, ativado pelo laser de Argônio; o segundo e o terceiro grupos, com peróxido de carbamida 10 % e 20 %, respectivamente e o quarto foi o grupo controle, sem nenhum tratamento. Os resultados deste estudo sugeriram que o peróxido de carbamida 10 % e 20 % são capazes de modificar a cor. O peróxido de carbamida 20 % com duas semanas de exposição resultou em grande mudança de cor. Os dentes tratados com peróxido de hidrogênio ativados pelo laser não apresentaram mudanças de cor perceptíveis. FREEDMAN et al.(1997) realizaram um estudo em dentes vitalizados, superiores e inferiores utilizando 2 agentes clareadores ativados com laser de Argônio e CO2. Os resultados preliminares indicaram que o tratamento clareador obteve um resultado satisfatório, enquanto no estudo em dentes desvitalizados, não foi relatado a mesma eficácia em comparação aos dentes com vitalidade pulpar, utilizando o clareamento à laser (JONES et al.,1999). O tratamento clareador tradicional embora ofereça muitas vantagens para os pacientes, apresenta algumas limitações. GARBER, (1997), recomenda a combinação das duas técnicas, a tradicional e a com laser, para se obter melhores resultados. Também discute o uso dos laseres e suas possibilidades no clareamento dental, resultando em um tratamento efetivo e mais rápido. Um dos sintomas mais comuns no clareamento dental é a sensibilidade dentinária durante e logo após o tratamento. Ambos os procedimentos, caseiro ou de consultório, acarretam algum desconforto ao paciente, sendo que trabalhos relatam que na técnica de clareamento dental com laser a sensibilidade é menor, e o problema desaparece dentro de 1 ou 2 dias, possibilitando que os profissionais possam fornecer a seus pacientes uma nova escolha na busca de dentes brancos com resultados mais rápidos, menor ocorrência de hipersensibilidade e desconforto (FREEDMAN et al., 1997; REYTO, 1998). 9 De acordo com a ADA - Council on scientific affairs, Laser- Assisted bleaching: An Update (1998), a energia laser é totalmente absorvida pelo gel clareador, resultando num processo de clareamento superior que pode ser realizado, sem efeito colateral. 1.3. Foto-Reflectância Para a Óptica, a cor de um objeto está diretamente relacionada ao comprimento de onda e quantidade de luz incidente que é refletida. Um dente escuro, absorve maior quantidade de luz, provocada pela presença de cadeias moleculares longas e complexas no interior da estrutura dental. Sendo assim, um dente normal tem uma menor absorção e uma maior reflexão da luz, mostrando uma superfície mais clara (BARATIERI et al., 1996). A verificação da cor do dente por avaliação visual é uma tarefa complexa. Um número de tentativas para construir um instrumento seguro que possa medir a coloração dos dentes tem sido testado nos últimos 15 anos. Estas tentativas apontaram para o uso de colorímetro convencional, desenhado para medir as cores de objetos oblíquos. MELNIK et al. (1998) neste trabalho, apresentaram os resultados de estudos espectroscópicos de materiais dentais e dentes humanos que mostraram uma característica de comportamento do espectro óptico coletado com uma fibra óptica. Os autores observaram que o espectro registrado dependeu da posição da fibra. O aparelho é bom para classificar todas as tonalidades de cor dos dentes das escalas Vita, Chromascop e Bioforme, aponta a melhor cor que combina com os materiais restauradores para dentes naturais. Seguindo a mesma linha de pesquisa, ROSIENTIEL et al. (1991), verificaram a mudança de cor dos dentes após o clareamento dental no consultório, monitorado por um colorímetro. Vinte paciente jovens adultos participaram de um estudo duplo-cego, sendo que a metade dos participantes tiveram a arcada superior clareada e a outra metade foi controle. Esse trabalho resultou em uma diferença estatística significante depois de 6 meses, embora necessitem de mais estudos sobre o assunto. 10 1.4. Microdureza do Esmalte Existem muitos testes para medir a dureza de superfície. A grande maioria está baseada na capacidade do material de resistir à penetração de uma ponta com uma carga específica. Os testes mais freqüentemente usados para determinação da dureza dos materiais dentários são os de Brinnel, de Rockwell, de Vickers e de Knoop. A seleção entre estes testes é freqüentemente determinada pelo tipo do material a ser analisado (PHILLIPS, 1993). Devido à relação que existe entre dureza e outras propriedades físicas os testes de dureza encontraram aplicação universal. A interpretação usual dada ao termo dureza é a de resistência à “indentação”. Testes de dureza por indentação possuem a vantagem de serem simples, baratos, reproduzíveis e, não promover danos as amostras. Os testes clássicos de dureza por indentação são classificados usualmente em duas categorias: testes de macroindentação, para cargas maiores que 1 Kg, e testes de microindentação para cargas menores realizadas em materiais friáveis. Em odontologia as medidas mais comuns são os testes de microidentação Knoop ou Vickers. Estas são técnicas em que a indentação é realizada e sua área medida, para calcular a dureza. A dureza Vickers é definida como a resistência à deformação plástica permanente, causada por indentação e pode ser calculada como a carga aplicada dividida pela área de superfície projetada da indentação criada em conseqüência do teste (BARATIERI et al., 2001). NEWBRUM & PIGMAN (1960), em uma revisão, descreveram e comparam diversos métodos para determinação de dureza superficial em esmalte e dentina. Nesse trabalho, os autores afirmaram que o uso de penetrador tipo Knoop apresentava vantagens, pois as impressões tinham dimensões definidas, e que as medidas de microdureza pareceriam ser um método sensível e confiável para avaliar a progressão de cáries naturais e artificiais. SHANNON, SPENCER & GROSS (1993) utilizaram molares com a finalidade de avaliar os efeitos de três agentes clareadores contendo peróxido de carbamida com diferentes valores de pH, na microdureza do esmalte. Enquanto não estavam sendo 11 submetidos ao tratamento clareador, que durava de duas a quatro semanas, os corpos-deprova ficavam imersos em saliva humana. Não houve diferença estatística entre o grupo controle e os tratados por duas ou quatro semanas. Em um outro estudo, também verificaram o efeito de duas soluções clareadoras a base de peróxido de carbamida 10 % na dureza do esmalte superficial. Trinta fragmentos coronários de dentes foram clareados por 241 horas, sendo controle e teste do mesmo dente. Alterações de cores ocorreram visivelmente e os fragmentos foram testados em microdurômetro com penetrador Knoop. Uma das soluções demonstrou não haver diferença estatística significativa na dureza do esmalte em nenhuma profundidade. A outra solução demonstrou não haver diferença significativa abaixo de 50 µm. Os autores concluíram que este efeito pode não ter reflexo clínico, devido aos efeitos remineralizantes da saliva (MCCRACKEN & HAYWOOD, 1995). PINHEIRO JR et al (1996) verificou uma diminuição da microdureza do esmalte depois da aplicação dos agentes clareadores de peróxido de carbamida por 8 horas diárias durante uma semana. A análise estatística mostrou que aqueles agentes causaram uma diminuição na microdureza da superfície do esmalte. O peróxido de hidrogênio também é bastante estudado quanto aos seus efeitos na superfície do esmalte. LEWINSTEIN et al. (1994) verificaram o efeito do peróxido de hidrogênio 30 % e de uma pasta de perborato de sódio, com peróxido de hidrogênio, em diferentes temperaturas e diferentes intervalos de tempo, na microdureza do esmalte e dentina. Os resultados indicaram que o tratamento com peróxido de hidrogênio 30 % reduziu a microdureza em ambos, esmalte e dentina. Esta redução só é estatisticamente significante depois de 5 minutos de tratamento para a dentina e depois de 15 minutos de tratamento para o esmalte. O tratamento com a pasta de perborato de sódio com peróxido de hidrogênio não alterou a microdureza do esmalte e da dentina. Dessa forma, é sugerido que o uso do peróxido de hidrogênio em altas concentrações para o tratamento proposto seja limitado. O perborato de sódio mostrou ser uma agente clareador mais seguro, promovendo menos danos a superfície do esmalte. 12 1.5 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) pode ser utilizada para avaliar alterações da estrutura do esmalte após o tratamento clareador (McGUCKIN et al., 1992; SHANONN et al., 1993; ERNEST et al., 1996; TAMES et al., 1998; PESUM & MADDEN, 1999). Alguns estudos observaram superfícies irregulares com maior número de poros no esmalte dental concluindo que o peróxido de carbamida pode criar porosidades superficiais, durante a remoção de substâncias orgânicas responsáveis pela descoloração do esmalte (McGUCKIN et al., 1992; TAMES et al., 1998). TAMES et al. (1998) observaram nítidas mudanças na superfície do esmalte submetido ao tratamento clareador. Foi verificado um número maior de poros com diâmetros aumentados e embocaduras com forma afunilada por toda a superfície, sugerindo um efeito erosivo do agente clareador. Sugeriram aos profissionais que ao utilizarem a técnica de clareamento dental com peróxido de carbamida a 10 % devem ser adotadas recomendações para redução do consumo de produtos ácidos e o uso de fluorterapia, para evitarem uma maior erosão superficial causada no esmalte devido ao uso dos agentes clareadores. A avaliação da microscopia eletrônica de varredura in vitro revelou que a superfície do esmalte demostrou mudanças consideráveis depois de 1 hora de exposição ao agente clareador. Estas mudanças aumentaram com o aumento do tempo em que a superfície do esmalte ficou exposta ao produto (BITTER & SANDERS, 1993). PESUM & MADDEN (1999) verificaram que a superfície do esmalte se apresentou inalterado depois de 14 dias de tratamento com peróxido de carbamida 10 %. Estudos sobre os agentes clareadores 30-35 % e estudos recentes com peróxido de carbamida 10 %, podem sugerir que clinicamente não há mudança morfológica significativa no esmalte com aplicação desses produtos, embora, alguns dentes tenham apresentado alguma alteração depois do tratamento com agentes clareadores 30 - 35 % Há autores que relatam não haver diferença na superfície do esmalte submetido ao tratamento clareador e esmalte hígido (HAYWOOD et al. 1990; McGUCKIN et al., 1992; SHANONN et al., 1993; ERNEST et al., 1996). 13 HAYWOOD et al. 1990, através de microscopia eletrônica de varredura, verificaram que soluções clareadoras caseiras provocavam alterações na superfície do esmalte. Tanto a inspeção visual quanto a análise em microscopia eletrônica de varredura não revelaram diferença na textura superficial entre as áreas cobertas e as tratadas. Foi ressaltado que, tanto as áreas cobertas quanto as expostas, apresentaram o mesmo grau de clareamento, denotando que os efeitos do processo clareador se estenderam por porções do dente que não estavam em contato direto com o gel clareador. Em um outro estudo, espécimes foram analisados e alterações topográficas no esmalte dos grupos clareados foram observadas, embora os autores não tenham considerado essas alterações significativas devido o experimento foi realizado in vitro não reproduzindo deste modo condições reais do tratamento clareador (SHANNON, SPENCER & GROSS, 1993). 14 OBJETIVO 15 2. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é avaliar in vitro o esmalte dental hígido submetido a técnica de clareamento dental com peróxido de carbamida de duas concentrações associado ao laser de Argônio ou lâmpada halogênea, através da foto-reflectância e microdureza. 16 MATERIAIS E MÉTODOS 17 3. MATERIAS E MÉTODOS 3.1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O delineamento experimental consiste de dois fatores em estudo: a técnica de clareamento dental em dois níveis, convencional e com laser e agentes clareadores (Quadro 1) peróxido de carbamida 37% e peróxido de carbamida 35% (Fig. 1 e 2) também em dois níveis. A análise das amostras foi através de dois métodos: microdureza do esmalte dental hígido e a técnica de foto-reflectância em 75 fragmentos dentais obtidos através de 20 dentes terceiros molares inclusos num estudo totalmente aleatório. 3.2. MATERIAIS UTILIZADOS Quadro 1. Agentes clareadores e técnicas de clareamento dental utilizados no experimento. AGENTE CLAREADOR Peróxido de Carbamida 35% Peróxido de Carbamida 37% NOME COMERCIAL Opalescence Quick (Ultradent) Whiteness Super (FGM) TÉCNICA Clareamento vital em consultório Clareamento vital em consultório Quadro 2. Materiais empregados no experimento. PRODUTO Luvas Cirúrgicas Soro 0,9% Óculos Gaze Lixas d´água Pasta diamantada NOME COMERCIAL Satari. Aster 3M Cremer Norton Ind. Bras. S/A Prazis Ind. Brasil 18 Fig.1: Agente clareador peróxido de carbamida 35 %. Fig. 2: Agente clareador peróxido de carbamida 37 % com carbopol. 19 3.3. APARELHOS UTILIZADOS Quadro 3. Aparelhos utilizados no experimento. Tipo Fotopolimerizador Laser de Argônio Microdurômetro Politriz (lixas d´água) Politriz (polim. final) MEV Metalizador Estufa de cultura Espectrometro Marca Degussa Spectra Physics Future Tech-Digital Struers Struers JEOL Balzers Bal-tec Fanem Ltda Oriel Modelo Degulux Soft- Start Stabilite 2017 Microhardness Test FM Knuth Rotor DP-10 JSM-5900LV SCD 050 002 CB MS257 3.4. SELEÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS DENTES Para realização deste estudo foram utilizados 20 terceiros molares humanos totalmente inclusos recém extraídos da clínica Odontológica da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) – São José dos Campos–SP. Os dentes foram lavados e mantidos em solução fisiológica a 0,9%, onde foram congelados à – 10 °C em um congelador (Freezer) do IP&D, no laboratório de Síntese Orgânica, até o momento do uso (Quadro 2). 3.5. MANIPULAÇÃO DAS AMOSTRAS A manipulação das amostras, foi realizada após adequada paramentação, com luvas de látex, avental, máscara, gorro descartável e óculos de proteção, conforme as precauções universais e normas de biossegurança do Ministério da Saúde. A limpeza dos dentes foi realizada com curetas periodontais, e foram polidos com taça de 20 borracha, pedra pomes e água, em baixa rotação e lavados com água destilada. Todos os dentes foram embalados com gaze autoclavados por 30 minutos à 121°C, no Centro de Esterilização da Faculdade de Ciências da Saúde da UNIVAP (PANTERA, 1990). 3.6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Precauções devem ser tomadas quando aparelhos fotopolimerizáveis e laseres estão sendo utilizados, como por exemplo o uso de protetores oculares. No caso dos aparelhos fotopolimerizadores de lâmpada halogênea, há risco de injúrias fotoquímicas na retina devido à exposição crônica à luz emitida (400 - 500 nm). Óculos de proteção com filtros específicos reduzem a radiação evitando injúrias aos olhos. Para o uso do laser de Argônio, no momento da irradiação, o operador utilizou um óculos de proteção com um filtro de comprimento de onda compatível com o do Argônio (488 nm). 3.7. CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA Cada dente foi seccionado transversalmente, eliminando a porção radicular, e longitudinalmente, dividindo-o em 4 fragmentos totalizando 75 fragmentos dentais (Fig.3), que foram sorteados aleatoriamente e divididos em grupos. Os espécies dentais foram cortados, com auxílio do disco diamantado dupla face (KG SORENSEN), com refrigeração, nas dimensões em esmalte de 4X4 mm, conferidos com paquímetro. A geometria dos fragmentos resultante está mostrado na figura 4. Esses procedimentos foram realizados na Clínica Odontológica da UNIVAP e os espécimes foram armazenadas em 100 % de umidade relativa a 37 °C. 21 Fig. 3: Secção do dente com disco de diamante. Fig. 4: Fragmento dental seccionado com disco de diamante e fixado em cera utilidade. 22 3.8. PROCEDIMENTO CLAREADOR 3.8.1. Divisão dos grupos experimentais Os fragmentos foram divididos em 5 grupos num total de 15 amostras por grupo seguindo a classificação mostrada no quadro 4. Quadro 4. Divisão dos grupos experimentais e técnicas de clareamento e agentes clareadores utilizados no experimento. Grupos I II III IV V Técnica de clareamento dental Controle (sem tratamento ) aparelho fotopolimerizador/ peróxido de carbamida 37% aparelho fotopolimerizador/ peróxido de carbamida 35% laser/ peróxido de carbamida 37% laser/ peróxido de carbamida 35% 3.8.2. Materiais Clareadores Nesse estudo foi utilizado um agente clareador com carbopol em forma de gel, que facilita o procedimento clínico, principalmente nos casos em que se deseja clarear uma área específica do dente. Os materiais utilizados foram peróxido de carbamida 37% e 35%. 3.8.3. Peróxido de Carbamida 37% e 35% com Lâmpada halogênea – Grupos II e III As amostras foram fixadas individualmente em cera utilidade, e os agentes clareadores foram aplicados nos fragmentos através de uma seringa (Fig. 5), a ativação do agente clareador foi realizada com lâmpada halogênea (Fig. 6 e 7) durante 4 minutos, descansando mais 4 minutos e assim sucessivamente por 40 minutos. A duração do clareamento foi de 40 minutos. O tratamento clareador foi realizado em 3 sessões com um intervalo de 7 dias. Os espécimes permaneceram na estufa a 37° C em 100% de umidade relativa, durante todo o experimento. 23 Fig. 5. Aplicação do gel clareador na superfície da amostra. Fig. 6: Aparelho fotopolimerizador Soft-Start (Degussa) 24 Fig.7: Ativação do agente clareador pelo aparelho fotopolimerizador em um comprimento de onda de 400-500 nm e uma potência de 240 mW 3.8.4. Peróxido de Carbamida 37% e 35% com Laser – Grupos IV e V As amostras foram fixadas individualmente em cera utilidade, e os agentes clareadores foram aplicados nos fragmentos através de uma seringa (Fig. 5). A ativação do agente clareador foi feita com um laser de Argônio, operando num comprimento de onda de 488nm, de marca Spectra Physics, modelo Stabilite 2017 (Fig. 8), cuja potência foi de 200mW, com um tempo de aplicação de 30 segundos e um intervalo de 4 minutos, totalizando 40 minutos de clareamento. A realização do tratamento foi em 3 sessões com um intervalo de 7 dias. Os espécimes permaneceram na estufa a 37° C em 100 % de umidade relativa, durante todo o experimento. 25 Fig. 8: Laser de Argônio, em 488 nm e potência de 200 mW (Spectra Physics, modelo Stabilite 2017) 3.9. ANÁLISE DA FOTO-REFLECTÂNCIA 3.9.1. Montagem do Sistema O sistema de foto-reflectância (Fig. 9), utilizado nesse experimento consiste de uma lâmpada halógena da ROI – Ram Optical Instrumentation - modelo 150 Illuminator, que é acoplada, com o auxílio de duas lentes, a um cabo de fibra óptica, sendo que a primeira lente faz a colimação do feixe e a segunda focaliza a luz na entrada da fibra. Pelo fato da lâmpada halogênea não ser uma fonte pontual, a imagem da mesma no foco da lente resulta em um spot de luz de dimensões muito maiores que o diâmetro a fibra. A luz incidente na terminação metálica do cabo de fibras sobre-aquece o cabo. Este problema foi minimizado colocando-se um pin-hole antes da entrada da fibra, para bloquear parcialmente o excesso de luz, responsável pela geração de calor no cabo. 26 Fig. 9 : Montagem experimental do sistema de foto-reflectância. 3.9.2. Medidas de Foto-Reflectância As amostras foram posicionadas em direção a um cabo de fibras ópticas que foi montado de forma a conter uma fibra central, na qual é acoplada uma fonte luminosa para excitação da amostra, num aparelho de foto-reflectância, circundando a fibra central, temos um anel concêntrico formado por inúmeras fibras que foram responsáveis pela coleta da luz refletida. A luz então acoplada na fibra é guiada até a posição da amostra em estudo, e sua reflexão é coletada pelo mesmo cabo fibra, que está conectada ao Espectrômetro da Oriel Instruments, modelo 77702. Obteve-se na saída da fibra de excitação, uma potência de luz branca de 5 mW, suficiente para os experimentos. A aquisição de dados é feito por meio de um microcomputador, que disponibiliza para o usuário as medidas espectrais em arquivo .dat, em função do comprimento de onda, para posterior tratamento de dados e análise. As medidas foram feitas para estudar a reflectância de esmalte dentário antes e depois do clareamento dental. 27 Para termos um padrão de branco como referência para as medidas de fotorefletância, foi utilizado um difusor constituído de vidro opal (adquirido da Melles Griott). O espectro obtido está apresentado no gráfico 1 Este espectro foi tomado como referência para as medidas de foto-reflectância em esmalte dentário, realizadas neste sistema, na faixa espectral entre comprimento de 430 nm e 650 nm. Fora desta faixa espectral, o linear cai a zero devido a geometria do detector CCD, o qual tem dimensões de 25 mm, enquanto que o intensificador acoplado ao mesmo restringe a região útil de detecção para 18 mm. 8 Difusor Intensidade (u. arb.) 6 4 2 0 400 450 500 550 600 650 700 Comprimento de onda (nm) Gráfico 1: Espectro de foto-reflectância de um difusor branco entre 430 nm e 650 nm. Fora desta região, o sinal cai a zero devido as restrições dimensionais do intensificador do CCD. Calibração do sistema Era necessário que o sistema de foto-reflectância passasse por testes de validação antes de sua utilização definitiva. Para a validação do sistema, a fotoreflectância do difusor padrão branco, utilizando quatro filtros ópticos (um de cada vez) de transmitâncias espectrais conhecidas. Estes filtros foram posicionados, um por vez, entre a fibra e o difusor. Nesta geometria experimental, a luz branca proveniente da 28 fibra, atravessa o filtro, difunde-se no vidro opal, e a porção da luz retro-espalhada , passando novamente pelo filtro, é coletada pelas fibras de coleta e conduzidas ao espectrógrafo. O resultado obtido está apresentado no Gráfico 2. Os filtros utilizados foram: GG-495 (curva em preto), OG-550 (curva em vermelho), OG-570 (curva em azul) e RG-610 (curva em verde), todos da Schott Glass Technologies. Desta forma, somente as componentes espectrais da luz difusa transmitida pelo filtro chega ao monocromador e podemos comparar os espectros obtidos com os espectros de transmitância dos filtros enviados pelo fabricante, para cada um deles. O resultado obtido com o sistema montado, foi totalmente compatível com o esperado. Sendo assim, estas medidas validam o sistema de excitação e coleta que foi montado para as medidas de foto-reflectância. 70 Intensidade ( u. arb.) 60 Filtro GG-495 Filtro OG-550 Filtro OG-570 Filtro RG-610 50 40 30 20 10 0 400 450 500 550 600 650 700 Comprimento de onda ( nm) Gráfico 2: Espectros de foto-reflectância dos filtros entre 4 30 nm e 650 nm de um difusor padrão branco, filtrados com filtros de cor com curvas de transmissão conhecidas para testes. 29 3.10. MICRODUREZA DO ESMALTE Após o tratamento clareador as amostras permaneceram em umidade relativa 100% na estufa a 37°C. Sendo depois incluídas, lixadas, polidas e analisadas através de um microdurômetro, tipo Vickers. 3.10.1. Inclusão das Amostras As amostras foram incluídas em uma resina de poliéster (Fig. 10 e 11) (resina poliéster orto cristal - T208 – VALGLASS – Comércio e Indústria Ltda.) para a realização das medidas de dureza Vickers, de acordo com a divisão dos grupos (Quadro 4). Foram utilizados moldes circulares confeccionados com silicone pesada. De início manipulou-se uma primeira camada de resina (10g de resina/8 gotas de ativador) espalhando por todo o molde. Os corpos-de-prova de resina foram colocados na posição horizontal, distribuindo 14 amostras em cada molde. Uma segunda camada de resina de poliéster foi incluída (40g de resina/25 gotas ativador), cobrindo totalmente as amostras, sendo que cada molde foi identificado com um número, obtendo ao final um total de 5 inclusões. Fig. 10: Inclusão das amostras em resina de poliéster orto cristal - T208 – VALGLASS – Comércio e Indústria Ltda. 30 Fig. 11: Todas as amostras incluídas e divididas em grupos para análise de microdureza. 3.10.2. Polimento A superfície da resina foi então polida inicialmente com uma politriz (Knuth Rotor – Struers), refrigerada com água usando uma lixa abrasiva de óxido de alumínio de granulação decrescente 600 e 1200. Em seguida as amostras foram polidas em uma politriz elétrica rotativa ( DPStruers), refrigerada com água, para produzir uma amostra na qual a camada superficial permanecesse brilhante, sendo assim utilizado um pano de poliéster, onde colocou-se uma pasta de diamante de 6 µm, numa rotação de 250 rpm. Para o polimento final foi utilizada uma politriz elétrica rotativa, com uma suspensão de sílica coloidal (OP-V), sobre o pano de disco de feltro, numa rotação de 300 rpm. 31 3.10.3. Ensaio da dureza superficial As análises de microdureza foram efetuadas em microdurômetro Future Tech – Digital Microhardness Test FM (Fig.12), utilizando um penetrador de diamante do tipo Vickers de forma quadrada e de base piramidal, como observado na (Fig. 13e Fig. 14). As indentações foram feitas sobre a superfície do esmalte usando uma carga estática de 50 gramas, a qual foi aplicada por 10 segundos. Quatro medidas foram feitas na superfície de cada amostra Fig. 12: Aparelho microdurômetro Vickers (Future Tech – Digital Microhardness Test FM. 32 FORÇA CONSTANTE PENETRADOR DE DIAMANTE CORPO DE PROVA Fig: Esquema de uma ponta de diamante tipo Vickers sobre um corpo de prova. Fig. 13: esquema de uma ponta de diamante Vickers sobre um corpo-de-prova A B C Fig. 14: Indentador de diamante (A), objetiva de 100x (B) e porta-amostras do microdurômetro digital (C). 33 3.10.4. Análise Estatística O valor da dureza Vicker para cada amostra foi determinada como sendo a média de valores das 4 indentações. Tabulados os dados foi realizada a análise estatística para as 14 amostras de cada grupo através do teste paramétrico do Desvio Quadrático Médio. 3.11. ANÁLISE DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) Análises com MEV (JEOL- JSM-5900LV), foram realizadas com a finalidade de ilustrar este trabalho, apresentando as possíveis alterações na superfície do esmalte, após o tratamento clareador com laser de Argônio e com lâmpada halogênea, utilizandose peróxido de carbamida 37 % e 35 %. Foi retirada uma amostra de cada grupo, incluindo o grupo controle. Os espécimes foram secos e montados em bases metálicas – stubs para receber uma cobertura de ouro-paladio, a uma espessura de 30 µm (sputter), em uma evaporadora (Balzers Bal-tec SCD 050). Feito isso, foram dispostas em bases de alumínio, sendo fixadas com auxílio de fitas de carbono. Os espécimes foram examinados no Laboratório Nacional de Luz Síncontron (LME/LNLS), UNICAMP – Campinas - SP. 34 RESULTADOS 35 4.RESULTADOS 4.1. Dureza Superficial Foram realizados 4 leituras para cada espécime (Anexo 2) e as médias das 4 indentações, representativas dos valores de microdureza em cada fragmento, em cada agente clareador, segundo cada grupo foram utilizadas para elaboração da análise estatística. Foi realizado um teste de Desvio Quadrático Médio (DQM) com objetivo de se verificar as diferenças de dureza entre os 5 grupos estudados (Tabela 1). Observou-se que os valores médios obtidos para os diferentes grupos não diferem entre si por quantias maiores do que os desvios quadráticos médios, indicando que as diferenças entre os valores de média obtidos não são estatisticamente significantes. Tabela 1: A média dos valores de dureza Vickers, seu Desvio Padrão e seu Desvio Quadrático Médio de cada grupo. VALORES DE DUREZA VICKERS (HV) GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO V Controle Peróxido de Carbamida 37% halogênea 416,2 416,48 418,3 417,6 417,6 411,35 419,7 414,1 417,5 414,8 414,8 416,9 413,4 418,3 Média 416 DQM 2 Peróxido de Carbamida 35% halogênea 416,9 419 412,7 408,7 413,4 409,3 414,8 417,6 415,5 418,3 417,6 414,1 415,5 414,1 Média 415 DQM 3 Peróxido de Carbamida 37% laser Peróxido de Carbamida 35% laser 416,9 418,3 416,2 419 420,45 414,1 412 404,65 412 414,1 416,2 417,6 418,3 418,3 Média 415 DQM 4 416,2 416,9 415,5 413,4 414,9 417,6 411,35 416,9 412,7 412 410,6 410,6 418,3 418,3 Média 415 DQM 3 414,8 416,9 414,1 407,4 412,7 406 412,7 404,6 417,6 415,5 416,2 417,6 419 418,3 Média 414 DQM 5 36 O gráfico 3 apresenta a média dos valores de dureza dos cinco grupos estudados. Médias dos Valores de Dureza Vickers 420 415 Médias 410 (HV) 405 400 controle 37%foto 35%foto 37% laser 35%laser Gráfico 3: Gráfico de barras comparando-se as médias de dureza Vickers dos grupos: 1 - controle, 2 peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea, 3- peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea, 4- peróxido de carbamida 37% e laser, 5- peróxido de carbamida 35% e laser. 4.2. FOTO – REFLECTÂNCIA O efeito dos agentes clareadores sobre o esmalte dental hígido foi analisado por foto-reflectância, comparando-se a técnica de clareamento convencional com lâmpada halogênea e com clareamento com laser de Argônio O experimento de foto-reflectância utilizou uma lâmpada de xenônio numa potência de 4mW incidindo a luz sobre a amostra, que refletiu vários comprimentos 37 de onda, captados por um espectrômetro (Oriel-MS257) que mostrou através de gráfico a intensidade da reflexão por comprimento de onda. Estas medidas foram realizadas antes e depois do clareamento. As análises foram realizadas, utilizando o programa Origin 5.0, plotando o gráfico 4, mostrando dessa forma um resultado típico: 1,4 Intensidade (U.Arb.) 1,2 1,0 Antes do clareamento 1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 35% (Opalescence) e laser 2ª sessão 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 400 450 500 550 600 650 700 Comprimento de Onda (nm) Gráfico 4: Curvas típicas provenientes das medidas de foto-reflectância, comparando as sessões, antes e depois do clareamento. Neste caso, o l aser foi usado como ativador para fotopolimerização do peróxido de carbamida 35%. Apesar das curvas apresentarem quase o mesmo formato, algumas pequenas diferenças podem ser observadas. A curva de resposta do CCD, como a curva espectral de emissão da lâmpada halogênea usada como fonte de luz branca, foram compensadas. Assim podemos fazer uma comparação relativa entre os espectros. Adicionalmente, foi subtraído dos espectros o sinal de background (luz de fundo). Para facilitar a visualização, os gráficos foram configurados utilizando o mesmo programa (Origin 5.0). As alterações realizadas foram uma normalização dos 38 espectros de foto-refletância, em função de um espectro referencial ao branco. Ou seja, foi feita uma medida de foto-refletância de um difusor, que representa a cor branca e que seria o nosso padrão de referência. E a medida de foto-refletância de cada amostra foram comparadas a este padrão. Ao se dividir os espectros obtidos de cada amostra pelo espectro do difusor, obtemos as curvas representadas nos Gráficos 5, 6, 7 e 8. A curva em preto representa os espectros de foto-refletância medidos antes de iniciar o tratamento de clareamento. A curva em vermelho, representa o resultado após a primeira sessão de clareamento. A curva em azul, representa o resultado após a segunda sessão.de clareamento. A linha em verde representa o espectro do difusor dividido por ele mesmo, e por isso é uma linha de valor de intensidade 1. Estas intensidades por serem valores relativos estão representadas em unidades arbitrárias. Intensidade (U. Arb.) 1,0 0,8 Antes do clareamento 1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 37% (Whitness) e lâmpada halógena 2ª sessão Referência do branco 0,6 0,4 0,2 0,0 450 500 550 600 Comprimento de Onda (nm) Gráfico 5: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea. . 39 Intensidade (U. Arb.) 1,0 0,8 Antes do tratamento 1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 35% (Opalescence)e lâmpada halógena 2ª sessão Referência do branco 0,6 0,4 0,2 0,0 450 500 550 600 Comprimento de Onda (nm) Gráfico 6: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea. 1,0 Antes do tratamento Intensidade (U. Arb.) 1ª sessão de clareamento com peróxido de carbamida 37% 0,8 (Whitness)e laser de Argônio 2ª sessão Referência do branco 0,6 0,4 0,2 0,0 450 500 550 600 650 Comprimento de Onda (nm) Gráfico 7: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 37% e laser. 40 1,0 Antes do tratamento 1ª sessão com peróxido de carbamida 35% Intensidade (U. Arb.) (Opalescence)e laser Argônio 0,8 2ª sessão Referência do branco 0,6 0,4 0,2 0,0 450 500 550 600 Comprimento de Onda (nm) Gráfico 8: Resultado das análises de foto-reflectância, sendo a linha verde o difusor padrão em comparação com as outras linhas que significam as sessões de clareamento do grupo peróxido de carbamida 35% e laser. De acordo com os gráficos 7 e 8 podemos observar que as amostras irradiadas com laser parecem apresentar o mesmo resultado, tanto para o peróxido de carbamida 35% (Opalescense Quick-Ultradent), como para o peróxido de carbamida 37% (Whiteness Super-FGM). As amostras irradiadas com lâmpada halogênea, também sugeriram diferenças no clareamento observadas através dos gráficos. O peróxido de carbamida 37 % Whiteness, pareceu não apresentar a mesma efetividade no clareamento que o peróxido de carbamida 35 % Opalescense. Comparando a eficiência do laser com a lâmpada halogênea, através dos gráficos, o laser demonstrou ser mais efetivo, independente dos agentes clareadores utilizados, peróxido de carbamida 37% e 35%, demonstrando uma semelhança nos resultados (as curvas se aproximam mais da referência para os tratamentos feitos com o laser). 41 4.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) Foi realizada a fotomicrografia de algumas amostras para ilustrar a superfície do esmalte após o clareamento dental nos diferentes grupos. Foi feita análise dos grupos experimentais através da Microscopia Eletrônica de Varredura. A leitura das amostras foi feita por examinadores calibrados atribuindo-se escores representativos de 0 a 3 (JUNQUEIRA et al., 2000) como se segue abaixo: • Escore 0: esmalte com morfologia normal. • Escore 1: leve rugosidade – pequena superfície do esmalte apresentando porosidades. • Escore 2: moderada rugosidade – quando em parte da superfície da amostra verificou-se porosidades com alteração da morfologia do esmalte, porém aparentemente com menor profundidade. • Escore 3: acentuada rugosidade – quando em toda superfície da amostra observou-se porosidades que alteraram por completo a morfologia do esmalte Fig. 15: Superfície do esmalte, sem tratamento clareador (Escore-0) 42 Fig. 16: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e lâmpada halogênea com acentuada rugosidade ( Escore – 3) Fig. 17 : Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 37% e laser com acentuada rugosidade (Escore – 3) 43 Fig. 18: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e laser com leve rugosidade (Escore - 1) Fig. 19: Superfície do esmalte, após aplicação do peróxido de carbamida 35% e lâmpada halogênea com moderada rugosidade ( Escore -2) 44 DISCUSSÃO 45 5. DISCUSSÃO Preservar a estética ou tornar-se belo já é interesse das pessoas desde o início das civilizações. Assim sendo, a beleza deixou de ser apenas vaidade tornando-se também necessidade, uma vez que a competitividade da sociedade moderna impõem parâmetros considerados ideais, com relação à aparência. Dentes claros são sinônimos de status social e sucesso. Essa preocupação com aparência jovem e dentro dos padrões de beleza tem sido uma constante para a grande maioria dos pacientes. Isto torna os procedimentos clareadores um dos maiores desafios dentro da reabilitação estética (PIMENTA & PIMENTA, 1998; CHRISTENSEN, 1978). Essa preocupação com procedimentos cosméticos tem estimulado o interesse nas técnicas de clareamento dental. Essas técnicas são a primeira opção no tratamento estético, podendo inclusive ser associadas a outros procedimentos como restaurações em resinas compostas e facetas laminadas de porcelana, constituindo um procedimento importante dentro da dentística restauradora (CREWS et al.,1992). As alterações de cor por fatores intrínsecos são as manchas mais difíceis quanto a etiologia e diagnóstico, sendo divididas em congênitas e adquiridas (BARATIERI et al., 1996). Para CHRISTENSEN (1997) no escurecimento por causas iatrogênicas e trauma, o sucesso do clareamento é mais facilmente obtido. Todavia, as manchas por tetraciclina somente serão clareadas com êxito, quando forem de grau leve. Em graus com variação de escurecimento moderado e severo, o clareamento é alcançado apenas levemente. Segundo GOLDSTEIN (1997) nos casos de fluorose leve ou moderada, o clareamento pode tornar-se efetivo, porém, se a mancha for acompanhada de depressões ou defeitos, a técnica clareadora deverá ser associada ao uso de procedimentos convencionais restauradores. Havendo perda severa de esmalte, está contra-indicado a técnica do clareamento. Desde sua introdução na odontologia, o clareamento caseiro vem tornado-se popular pois é uma técnica relativamente simples, oferecendo, excelentes resultados. CHRISTENSEN (1997) em uma pesquisa realizada entre profissionais, demonstrou que maioria dos entrevistados faz uso da técnica e relatam um índice de sucesso elevado com apenas uma pequena porcentagem de insucessos devido a ocorrência de 46 sensibilidade dental, irritação aos tecidos moles bucais, efeitos sistêmicos ou nenhum resultado. O peróxido de carbamida a 10 % foi utilizado inicialmente em 1960, por Klusmier como um anti-séptico bucal, em pacientes com traumas e inflamações causadas por aparelhos ortodônticos, sendo que o efeito colateral apresentado era o clareamento dos dentes. HAYWOOD e HAYMANN (1989) publicaram o primeiro artigo na literatura sobre o peróxido de carbamida com a finalidade de clareamento dental. A partir disto trabalhos clínicos e laboratoriais passaram a ser realizados, investigando o seu mecanismo de ação e seus efeitos colaterais . MACCRACKEN & HAYWOOD (1995), compararam os desgastes ocorridos no esmalte, após a aplicação do agente clareador peróxido de carbamida 10 %, com procedimentos comuns de consultórios, como profilaxia ou condicionamento ácido do esmalte. Recentes pesquisas tem mostrado interesse em verificar os efeitos nocivos do peróxido de carbamida na estrutura dental (PINHEIRO JR. et al., 1996). Sendo assim a análise da microdureza superficial do esmalte tem-se mostrado eficiente para esse fim (MURCHINSON et al., 1992; SHANNON et al., 1993; WANDERA et al., 1994; McCRACKEN & HAYWOOD, 1995). As medidas de microdureza neste estudo nos mostraram que o tratamento clareador com peróxido de carbamida 37 % e 35 % ativados com laser de Argônio e lâmpada halogênea, demonstraram não haver diferença estatística significativa na superfície do esmalte entre os grupos tratados. Esses resultados corroboram com o trabalho de MURCHINSON et al. (1992) e SHANNON et al. (1993), onde também não houve alteração da microdureza do esmalte submetido a ação do peróxido de carbamida 10 % embora outros estudos como os de McCRACKEN & HAYWOOD (1995) tenham encontrado diferença no esmalte em diferentes profundidades à partir da junção amelo-dentinária. Porém, relataram que essa diferença parece não ter relevância clínica, uma vez que a saliva poderia repor as possíveis perdas minerais ocorridas com tratamento clareador. Esse trabalho é contrário ao de PINHEIRO JR. et al. (1996) que observaram diminuição da microdureza do esmalte mesmo colocando os dentes em saliva artificial após tratamento com peróxido de carbamida em diferentes concentrações por 8 horas diárias, durante uma semana. 47 Neste estudo foi utilizado a dureza Vickers com uma carga de 50 gramas, em todas as amostras de cada grupo, e lidas 4 indentações na superfície do esmalte, sendo feitas uma média entre elas, utilizada para análise estatística do Desvio Quadrático Médio, verificando não haver diferença significativa entre os grupos. PINHEIRO JR. et al. (1996) também utilizaram em seu estudo o uso de dureza Vickers, mas verificaram a diminuição da microdureza do esmalte. Segundo o autor essas alterações devem-se a diferentes forças de aplicação, pois a seleção do tipo de dureza é determinada pelas características do material a ser analisado (PHILLIPS, 1993). Segundo WANDERA et al. (1994) os agentes clareadores caseiros à base de peróxido de hidrogênio, não desencadeiam danos estruturais ao esmalte hígido, mas promovem alteração da estrutura dentinária quando utilizada por 4 semanas ou mais. Através dos resultados obtidos, em nosso estudo in vitro, verificamos não haver diferença estatística significativa, provavelmente confirmando que o agente clareador atua na camada mais superficial do esmalte, não provocando alterações significativas na microdureza do esmalte. McCRACKEN & HAYWOOD (1995) e SHANNON et al. (1993), sugeriram que a possível desmineralização, resultante da exposição do esmalte dental ao peróxido de carbamida, pode ser moderada pelo efeito da saliva, fato também observado por HAYWOOD et al. (1990) e MURCHINSON et al. (1992). Outro ponto que pode ser considerado na manutenção da integridade do esmalte dental é a elevação significativa do pH do agente clareador caseiro quando em contato com a saliva e tecidos orais, como relatado por LEONARD et al. (1994). As fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura desse estudo mostraram alterações na superfície do esmalte e morfologias semelhantes a erosões após utilização do peróxido de carbamida 37 % e 35 %, independente do meio de ativação utilizado, laser de Argônio ou lâmpada halogênea. SHANNON et al. (1993) após clareamento com peróxido de carbamida também observaram nítidas alterações com aspecto irregular na superfície do esmalte e maior número de poros de diâmetros aumentados, verificando o efeito erosivo do agente clareador. De acordo com BITTER & SANDERS (1993) estas mudanças aumentaram em relação direta ao tempo de exposição em que a superfície do esmalte ficou exposta ao produto observando 48 rugosidades na superfície do esmalte. Outros estudos também tem demonstrado alteração no esmalte clareado com peróxido de carbamida (SHANNON et al., 1993; McCRAKEN & HAYWOOD, 1995; TAMES et al.,1998; JUNQUEIRA et al., 2000). JONES et al. (1999) observou que o laser de Argônio em combinação com peróxido de hidrogênio 35% produz sensibilidade pós operatória menor, comparada com a técnica convencional. A maioria dos tratamentos dentais clareadores, ocasionalmente causa alguns desconfortos no pós–operatório. FREEDMAN (1997) relatou que esse problema pode ser superado diminuindo a sensibilidade e tornando-a passageira. REYTO (1998) relatou que a maioria dos pacientes, não relataram sensibilidade e a sensação de desconforto desapareceu completamente dentro de poucos dias. O clareamento com laser neste estudo, de acordo com os gráficos obtidos pareceu demostrar, segundo a análise de foto-reflectância, não haver diferença entre os peróxidos, independente da marca; já para as amostras irradiadas com lâmpada halogênea, houve uma diferença, sendo que o peróxido de carbamida 37 % pareceu não ter um clareamento com a mesma efetividade que o peróxido de carbamida 35 %. Isto está de acordo com os trabalhos de SMIGEL, (1996); REYTO, (1998); KURACHI et al., (1999) e POWELL et al., (1999), que concluíram que o clareamento a laser é efetivo e não gera grandes aquecimentos. JONES et al (1999) relatou em seu estudo que o peróxido de carbamida, resultou em grande mudança de cor com clareamento a laser em uma única aplicação no consultório. GARBER (1997) no entanto, afirmou, que a combinação das duas técnicas, tradicional e com laser, proporciona melhores resultados, promovendo uma maior efetividade e rapidez no tratamento do clareamento dental. A foto-reflectância, consiste da reflexão no esmalte da luz proveniente de uma lâmpada de Xenônio, que incidia na amostra, mostrando em forma de gráficos no computador obtidos através de um espectrômetro. Dessa forma, pôde-se observar a ação do agente clareador nos grupos estudados, sendo que todas as amostras irradiadas com laser pareceram ter o mesmo resultado, independente da marca e da concentração. Isso, provavelmente nos mostra que embora a concentração do peróxido de carbamida 37 % seja mais alta, seus resultados demonstraram ser menos efetivos, o que nos leva a acreditar que somente concentração não interfere no clareamento, isto poderia ter 49 ocorrido devido a outros fatores como fonte de ativação, ou diferenças entre as marcas comerciais corroborando com LEWIESTEIN et al.(1994) que também sugeriram que o uso de peróxido de hidrogênio em altas concentrações para tratamentos clareadores apresentam limitações. LEONARD et al. (1998), compararam as mudanças de tonalidade de cor após aplicação dos géis clareadores com peróxido de carbamida 5 %, 10 % ou 16 %. Os autores concluíram que concentrações menores de peróxido de carbamida demoraram mais tempo para clarear, mas apresentaram os mesmos resultados que os de concentrações maiores. Os resultados desse estudo, não demonstraram haver diferença estatística significativa na microdureza do esmalte. Ao contrário da foto-reflectância, que pareceu demonstrar uma diferença no grupo ativado por lâmpada halogênea, para o peróxido de carbamida 35 %. O clareamento com laser, de acordo com os resultados observados, pareceu não apresentar nenhuma diferença entre os agente clareadores, independente da concentração utilizada. Embora as técnicas de clareamento dental utilizadas nesse estudo tenham sido eficazes, não demonstrando nenhuma alteração na dureza superficial do esmalte, mais estudos se fazem necessários para que seja estabelecida por completa a ação desses agentes e sua forma de ativação. 50 CONCLUSÃO 51 6. CONCLUSÃO Considerando a metodologia empregada e os resultados obtidos neste estudo, concluímos que: - Não houve diferença estatística significativa para as médias de valores de microdureza para as amostras tratadas com os agentes Peróxido de Carbamida 35 % e 37 %. Para todas as amostras, os valores de microdureza variaram de 414 HV a 416 HV. - Não houve diferença estatística significativa para as médias de valores de microdureza obtidas com as técnicas de clareamento com laser ou lâmpada halogênea. - Os Peróxiodos de Carbamida 35 % e 37 %, irradiados com laser, demonstraram ter o mesmo comportamento frente à análise da foto-reflectância. - Os Peróxiodos de Carbamida 35 % e 37 %, irradiados com lâmpada halogênea, indicaram resultados diferentes na avaliação de foto-reflectância. Segundo a análise gráfica, o peróxido de carbamida 35 % (Opalescence Quick) mostrou-se ser mais efetivo que o de concentração de 37 % (Whiteness Super – FGM). 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADA Council on scientific affairs, Laser- Assisted bleaching: An Upadate, J Am Dent Assoc, v.129, p.1484-1485, oct 1998. ARTZ A H. Updating tetracicline-stained teeth bleaching technique. Quintessence Int; v.1, p.15-18, 1952. ASFORA, K.K.; SANTOS, M.C.M.S.; BEZERRA, S.R.S.; AGUIAR, C.M.; VARANDAS, E.T.; SANTOS, R.A. Clareamento em dentes vitais: situação atual. Rev Odontol Univ Santo Amaro, v.3, n.2, p.90-94, 1998. BARATIERI, L.N. et al. Odontologia Restauradora – Fundamentos e Possibilidades 1ª ed. Quintessence Pub Co 2001. BARATIERI, L.N; RITTER, AV.; MONTEIRO JR, S.M; Clareamento Dental ao alcance de todos ; in TODESCAN F.F. & BOTINO M.A.A: atualização na clínica odontológica- a prática na clínica geral. APCD/ Artes Médicas. São Paulo, p.131-159, 1996. BAUMGARTNER, J.C; REID, D.E.; PICKETT, A B. Human Pulpal Reaction to the Modified Mclnnes Bleaching Technique. J End, v.9, n.12, p.527-529, 1983. BITTER. N.C.; SANDERS, J.L. The Effect of Four Bleaching Agents on the Enamel Surface: A Scanning Electron Microscopic Study. Quintessence Int v.24, n.11, p. 817824, 1993. BLANKENAU, R.; GOLDSTEIN, R.E.; HAYWOOD, V.B. The Current Status of Vital Tooth Whitening Techniques Compend Contin Educ Dent , v. 20, n.8, p:781-788 1999. 54 BRUGNERA JÚNIOR, A ; PINHEIRO, A. L.B. Lasers na Odontologia Moderna. Pancast, 1998. São Paulo. CHRISTENSEN G.J. Bleaching teeth: practioner trends. J Am Dent Assoc, 128 (suppl), p.16s-18s,1997. CHRISTENSEN G.J. Bleaching vital tetracycline stained teeth. Quintessense Int.; v.9, p:13-19, 1978. CONCEIÇÃO, E.N. Dentística – Saúde e Estética. Ed. Artmed 1ª edição 2000. CREWS, K.M.; HUGGINS, J.M.; ALLEN,J. Whitening obtaid using 10% carbamide peroxide with varied exposure times. J Dent Res; v.71, p.282, 1992. ERNEST, C.P.; MARROQUIN, B.B.; Willersshausen-Zonnchen, B. Effects of hydrogen peroxide containg bleaching agents on the morphology of human enamel. Quintessence Int , v.127, p.53-56, 1996. FEINMAN, R. ; MADRAY, G.; YARBOROUGH, D. Chemical. Optical, and physiologic mechanisms of bleaching products a review. The Bleaching Report; v.3, n.2, p.32 – 37, 1991. FEINMAN, R.; GOLDSTEIN, R.E..; GARBER, D.A. Bleaching teeth. Chicago, Quintessence Pub Co.,p.102, 1987. FREEDMAN G, REYTO R. Laser bleaching: A clinical survey. Dent Today ; v.16, p. 106, 1997. GARBER, A D. Dentist-Monitored Bleaching: A Discussion of Combination and Laser Bleaching. J Am Dent Assoc, v.128, April, p.26-30, 1997. 55 GEGAUFF, A G.; ROSENSTIEL, S.F; LANGHOUT, K.J; JOHNSTON, W.M. Evaluating Tooth Color Change From Carbamide Peroxide Gel . J Am Dent Assoc. v.124, p.65-72, 1993. GOLDSTEIN, R.E. In-office bleaching: Where we came from, where we are today. J Am Dent Assoc, v.128, p.11s -15s ,,1997. HAYWOOD, V.B. History , safety and effectiveness of current bleaching techniques and applications of the nightguard vital bleaching technique. Berlim Quintessence Int, v.23, n.7, p.471-485, 1992. HAYWOOD, V.B., HEYMANN H.O Nightguard vital bleaching. Quintessence Int, v..128, p.19s -25s,.1989. HAYWOOD, V.B., LEECH, T.; HEYMANN H.O; Crumpler, D.; Bruggers, K. Nightguard vital bleaching: effect on enamel surface texture and diffusion. Quintessence Int, v.21, p.801-804, 1990. HAYWOOD, V.B.; HEYMAN, H.O. Nightguard vital bleaching. Quintessence Int, v.20, p.173-176, 1989. HEYMANN; H.O. The artistry of conservative esthetic dentistry. J Am Dent Ass; Special Issue , p.15E-23E, 1987. HO, S.; GOERIG, A C. An In Vitro Comparison Of Different Bleaching Agents In The Discolored Tooth. J End, v.15, n.3, p. 107-111, 1999. JONES A H.; DIAZ-ARNOLD, A M.; VARGAS, M.A; COBB, D.S. Colorimetric assessment of laser and home bleaching techniques. J Esth Dent, v.11, n.2, p.87-94, 1999. 56 JUNQUEIRA, J. C.; COLOMBO, C.E.D.; MARTINS, C.A P.; TAVARES, P.G.; ARAÚJO, M.A M.; VALERA, M.C. Efeito da Técnica de Clareamento, Utilizando Peróxido de Carbamida a 35%, Sobre o Esmalte Dental – Avaliação por Microscopia de Luz Polarizada e Microscopia Eletrônica de Varredura. JBC, v.4, n.24, p.61-65, 2000. KURACHI, C., EDUARDO, C.P.; MAGALHÃES, M.S.; BAGNATO; V.S. Human Teeth Exposed to Argon Laser Irradiation: Determination of Power-Time-Temperature Working Conditions. J Clin Laser Medicine & Surgery, v.17, n.6, p. 255-259, 1999. LEONARD, R. H.; SHARMA, A.; HAYWOOD, V.B. Use of diferrent concentrations of carbamide peroxide for bleaching teeth: An in vitro study Quintessence Int. v.29 n.8 , p. 503-507, 1998. LEONARD, R.H.; BENTLEY, C.D.; HAYWOOD, V.B. Salivary Ph Changes During 10% Carbamide Peroxide Bleaching Quintessence Int , v.25, p.547-550, 1994. LEWINSTEIN, I.; HIRSCHFELD, Z.; STABHOLZ, A; ROTSTEIN, I. Effect Of Hydrogen Peroxide And Sodium Perborate On The Microhardness Of Human Enamel And Dentin J End v.20, n.2, pp: 61-63 1994. LI, Y. Biological Properties of Peroxide-Containing Tooth Whiteners. Food and Chemical Toxicology, v.34, p.887-904, 1996. MCCASLIN, A.J.; HAUWOOD, V. B.; POTTER, B.J.; DICKINSON, G.L.; RUSSEL, C.M. Assessing Dentin Color Changes From Nightguard Vital Bleaching J Am Dent Assoc, v.130, p. 1485-1490, oct 1999. MCCRACKEN, M.; HAYWOOD, V.B. Effects of 10% carbamide peroxide on subsurface hardness on enamel. Quintessence Int., v..26, p.21-24, 1995. 57 MCEVOY, S.A. Chemical agents for removing intrinsic stains from vital teeth. IICurrent technique and their clinical applications. Quintessence Int, v.20, p.379-384, 1989. MCGUCKIN, R.S.; BABIN, J.F.; MEYER, B.J. Alterations in Human enamel surface morphology following vital bleaching. J Prosth Dent, v.26, p.754-760, 1992. MELNIK, I. S.; RAWICZ, A.H.; Dets, S. M. Color measurement of teeth and dental materials using a fiberoptic probe. SPIE, v.3248, p.206-213, 1998. MORATO, L.H.; DUARTE R.V.; ALBUQUERQUE, R.C. Peróxido de Carbamida: Alternativa para o Clareamento. Revista do CROMG, v.4, n.1, p.65-71, 1998. MURCHINSON, D.F; CHARLTON, D.G.; MOORE, B.K. Carbamide peroxide bleaching: effects on enamel surface hardness and bonding. Opera Dent, v.17, p.181185, 1992. NEWBRUN E.; PIGMAN W. The hardeness od enamel and dentin. Aust Dent J, v.5, p.210-217, 1960. OLIVER, T. L.; HAYWOOD, V. B. Efficacy of Nightguard Vital Bleaching Technique Beyond the Borders of a Shortened Tray. J Esth Dent, v.11, n.2, p. 95-101, 1999. PANTERA, E.A, SHUSTER, G.S: Sterilization of extracted human teeth. J Dent Educ, v.54, p.283-285, 1990. PESUM, I.J; MADDEN, R. A Review of the Current Status of Vital Bleaching Clinical Feature p.25-33 1999. PHILLIPS, R. W. Skinner – Materiais Dentários 9ª ed. Guanabara Koogan RJ 1993. PIMENTA, I.C.; PIMENTA, L.AF. Clareamento Dental Caseiro – Riscos e Benefícios: O que o clínico precisa saber. RBO, v.55, n.4, p.195-200, 1998. 58 PINHEIRO JÚNIOR, E.C.; FIDEL, R. A S; CRUZ FILHO, A. M.; SILVA, R.G.; PÉCORA, J. D In vitro Action of Various Carbamide Peroxide gel Bleaching Agents on Microhardness of Human Enamel. Braz Dent J, v.7, n.2, p.75-79, 1996. POWELL, G.L. et al. Laser and Curing Light Induced in Vitro Pulpal Temperature Changes. Lasers Surgery and Medicine, v.17, n.1, p.3-5, 1999. POWELL, G.L.; MORTON, T.H.; WHISENANT, B. K. Argon Laser Oral Safety Parameters for Teeth. Lasers Surgery and Medicine [13], pp:548-552, 1993. REYTO R. Laser tooth whitening. Dent Clin North Am., v.42, n.4, p.755-62,xi, 1998. ROSENSTIEL, S. F.; GEGAUFF, A G.; JHONSTON, W. M Duration of Tooth Color Change After Bleaching. J Am Dent Assoc, v.123, p.54-59, Abril , 1991. SHANNON H., SPENCER P., GROSS, K; TIRA, D. Characterization of exposed to 10% carbamide peroxide bleaching agents. Quintessence Int, v.24, p.39-44, 1993. SMIGEL, I. Laser Tooth Whitening. Dent Today, v.15, n.8, p.32-36, 1996. STERN, R.H.; SOGANNAES,R.F. Laser beam on dental hard tissues. J Dent Res., v.43, p.873., 1964. TAMES, D.; GRANDO, L.J.; TAMES, D.R. Alterações do esmalte dental submetidos ao tratamento com peróxido de carbamida 10% Revista da APCD, v.52, n.2, p.145-149, 1998. WANDERA, A.; FEIGAL, R.; DOUGLAS, W.H.; PINTADO, M.R. Home-use tooth bleching agents: An in vitro study on quantitative effects on enamel, dentin, cementum. J Esth Dent, v.25, n.8, p.541-546, 1994. 59 WILLIAMS, H.A; RUEGGEBERG, F.A; MEISTER, L.W Bleaching the natural dentition to match the color of existing restorations: case reports Quintessence Int v:23, n.10, p. 673-677, 1992. 60 ANEXOS 61 ANEXO 1 CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO EM PESQUISA CIENTÍFICA Eu, ______________________________________________________________, RG nº _____________________, residente à _________________________, nº _______, bairro _____________________, na cidade de ________________________, consinto em participar da pesquisa científica __________________________________________ residente à Rua a ser RG realizada por __________________, __________________________________, na cidade de ____________________________, ciente e de acordo com os itens abaixo: 1. À justificativa, os objetivos, e aos procedimentos a serem realizados na pesquisa; 2. À garantia ao sigilo que assegura minha privacidade quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa; 3. O não comprometimento do pesquisador com a realização de quaisquer outros tipos de tratamentos; 4. À inexistência de qualquer espécie de benefício, a não ser informativo, tanto por parte da Universidade quanto dos pesquisadores. 5. No caso de extração de dente, por estrema necessidade ortodôntica, periodôntica e/ou cirúrgica, permito o uso do mesmo para estudos científicos e análises laboratoriais. São José dos Campos _____ de ______________ de _______ ________________________ _________________________ Assinatura do Voluntário Assinatura do Pesquisador 62 63 ANEXO 2 ESTATÍSTICA Para a análise estatística, foram considerados as médias, em microdurômetros, das 4 indentações obtidas em cada amostra. Essa média foi utilizada para o cálculo do valor de dureza Vickers, através da seguinte fórmula: HV= 1,8544 P HV= Vickers Hardness Number ( número de dureza Vickers) d2 P= carga utilizada em gramas d2 = área utilizada da impressão no material (mm2) A análise estatística dos dados foi feita pelo Desvio Médio e Desvio Quadrático Médio. Primeiro, calculamos o valor médio das medidas: N x= Σ xi i =1 , onde N é o número total de medidas. N Depois, calculamos o Desvio Médio que é dado por: δxi = xi − x . O Desvio Quadrático Médio foi calculado como se segue: Σ (δx i )2 N σ = i =1 N −2 , onde N é o número total de medidas. 64 As tabelas 1,2,3 4,5 apresentam os valores da microdureza Vickers das 4 indentações de todos os grupos, onde foi feita uma média e utilizadas na análise estatística do Desvio Quadrático Médio. Tabela 1: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo controle. Indentação 1 412 414,8 414,8 417,6 414,8 396 409,3 420,4 412 420,4 414,8 420,4 417,6 409,3 VALORES DE DUREZA VICKERS Indentação 2 414,8 417,6 412 412 396 409,3 414,8 417,6 414,8 417,6 423,3 417,6 414,8 414,8 GRUPO CONTROLE Indentação 3 417,6 414,8 414,8 412 401,3 412 412 414,8 417,6 414,8 414,8 412 423,3 412 Indentação 4 414,8 420,4 409,3 414,8 412 401,3 414,8 417,6 417,6 417,6 423,3 414,8 417,6 393,5 65 Tabela 2: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de Carbamida 37% e Lâmpada Halogênea. VALORES DE DUREZA VICKERS Indentação 1 420,4 414,8 420,4 417,6 414,8 409,3 417,6 414,8 414,8 420,4 412 414,8 409,3 414,8 Indentação 2 417,6 420,4 412 417,6 420,4 412 420,4 409,3 414,8 414,8 414,8 417,6 412 420,4 GRUPO LÂMPADA HALOGÊNEA E PERÓXIDO DE CARBAMIDA 37% Indentação 3 417,6 417,6 414,8 412 417,6 414,8 423,3 417,6 417,6 417,6 417,6 423,3 417,6 417,6 Indentação 4 414,8 417,6 417,6 420,4 420,4 409,3 417,6 414,8 412 417,6 414,8 412 414,8 420,4 Tabela 3: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de Carbamida 35% e Lâmpada Halogênea. VALORES DE DUREZA VICKERS Indentação 1 414,8 414,8 420,4 414,8 417,6 409,3 420,4 414,8 414,8 420,4 412 417,6 414,8 414,8 Indentação 2 414,8 412 417,6 393,5 412 409,3 420,4 414,8 417,6 412 420,4 414,8 417,6 412 GRUPO LÂMPADA HALOGÊNEA EPERÓXIDO DE CARBAMIDA 35% Indentação 3 417,6 414,8 414,8 412 409,3 412 414,8 417,6 420,4 417,6 417,6 412 417,6 417,6 Indentação 4 420,4 409,3 423,3 414,8 414,8 414,8 417,6 412 417,6 420,4 412 412 412 412 66 Tabela 4: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de Carbamida 37% e laser. VALORES DE DUREZA VICKERS Indentação 1 417,6 414,8 420,4 420,4 426,1 417,6 412 409,3 412 420,4 412 417,6 414,8 417,6 Indentação 2 414,8 414,8 420,4 417,6 417,6 414,8 396 412 414,8 417,6 412 417,6 417,6 414,8 GRUPO LASER E PERÓXIDO DE CARBAMIDA 37% Indentação 3 420,4 417,6 417,6 417,6 412 412 401,3 412 409,3 420,4 414,8 414,8 414,8 423,3 Indentação 4 412 420,4 414,8 420,4 426,1 412 409,3 414,8 412 414,8 417,6 420,4 417,6 417,6 Tabela 5: Tabela das 4 indentações realizadas pela microdureza Vickers do grupo Peróxido de Carbamida 35% e laser. VALORES DE DUREZA VICKERS Indentação 1 412 414,8 417,6 414,8 417,6 403,9 414,8 409,3 414,8 417,6 406,6 412 414,8 417,6 Indentação 2 414,8 417,6 414,8 414,8 412 412 426,1 409,3 412 420,4 409,3 409,3 417,6 412 GRUPO LASER E PERÓXIDO DE CARBAMIDA 35% Indentação 3 417,6 420,4 420,4 409,3 414,8 417,6 417,6 412 409,3 417,6 412 409,3 423,3 423,3 Indentação 4 417,6 412 414,8 412 409,3 426,1 412 417,6 409,3 412 414,8 412 417,6 414,8