AICEP sines e marrocos - Embaixada de portugal em Argel

Transcrição

AICEP sines e marrocos - Embaixada de portugal em Argel
Portugalglobal
Pense global pense Portugal
Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt
Porto de Sines
Porta estratégica
para o mundo 04
Lídia Sequeira
A gestora
que mudou Sines 07
ZILS
Parque inovador 12
Marrocos
Mercado em ebulição 32
Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt
sumário
Destaque // 4
Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu
crescente protagonismo a nível europeu e global, o Porto de Sines, com
múltiplas valências, capacidade de expansão e de instalação industrial
e logística, é hoje uma peça fundamental no abastecimento energético
nacional, na atracção de grandes e médias empresas e no reposicionamento
da importância do mar para Portugal.
Entrevista // 7
Em entrevista, a presidente da Administração do Porto de Sines, Lídia
Sequeira, fala-nos dos resultados alcançados com a implementação do
plano estratégico no principal porto marítimo nacional e dos projectos que
irá levar a cabo durante o seu segundo mandato, iniciado há pouco mais
de quatro meses.
Comércio // 24
O crescimento das exportações portuguesas, embora contínue positivo,
regista um abrandamento, devido sobretudo à crise que afecta os nossos
principais clientes, nomeadamente Espanha.
Empresas // 28
ISA no topo da inovação tecnológica.
Vicaima: as portas do sucesso.
Mercado // 32
Marrocos, o mercado em foco nesta edição, ocupa actualmente o primeiro
lugar no que respeita à atractividade para o investimento estrangeiro no
contexto do Magrebe. O vasto programa de construção de infra-estruturas
e a definição pelo governo de sectores estratégicos abrem oportunidades
ao investimento das empresas portuguesas.
Opinião // 41
Um artigo de Armindo Rios, director do escritório da AICEP em Maputo,
Moçambique.
Notícias // 43
Para além dos negócios… // 44
Varsóvia.
Análise de risco por país – COSEC // 46
Feiras // 50
aicep Rede Externa // 52
Bookmarks // 54
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Basílio Horta (Presidente), José Abreu Aguiar,
José Vital Morgado, Luis Florindo,
Rui Boavista Marques
Directora
Ana de Carvalho
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Porto de Sines:
uma realidade
com futuro
Redacção
Cristina Cardoso
[email protected]
José Escobar
[email protected]
Vitor Quelhas
[email protected]
Colaboram neste número
aicep Global Parques, Centro de Negócios
da AICEP para a Europa Central , Direcção de
Informação Internacional da AICEP,
Direcção Internacional da COSEC, Eduardo
Henriques, Francisco Sá, João Manuel Santos, João
Rosa Lã, Lídia Sequeira, Nuno Ribeiro da Silva.
Fotografia e ilustração
Dreamstime, Fotolia, Moroccan National Tourist
Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques
Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Rodrigo
Marques, Warsaw Tourist Office (© W.Z.Panów).
Publicidade
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Secretariado
Helena Sampaio
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Assinaturas
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aicep Portugal Global / Imagem
Paginação e programação
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ERC: Registo nº 125362
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2 // Julho 08 // Portugalglobal
A primeira pedra do Complexo Industrial de Sines foi colocada no início dos
anos 70, com o objectivo de equipar o
país com um porto de águas profundas
e com uma cidade industrial construídos de raiz.
O projecto inovador, aprovado pelo
Estado, foi acolhido com cepticismo e
provocou acesa controvérsia na época.
Passadas três décadas, com incertezas
de permeio, o sonho ganha consistência
e torna-se realidade em crescimento.
Hoje, o Porto de Sines desempenha um
papel fundamental na economia regional e nacional, reforçando o reposicionamento da importância do mar para
Portugal. Neste contexto, já não é possível pensar o desenvolvimento do país
sem incluir, como prioritária, a relevância estratégica e logística de Sines, do
seu porto e dos seus espaços industriais
infra-estruturados.
É, pois, natural que a revista Portugalglobal, da AICEP, lhe consagre as suas
páginas mais nobres.
É preciso que se saiba – tanto no plano
nacional como internacional – que o
Porto de Sines é líder entre os portos
portugueses na quantidade de mercadorias movimentadas e na captação de tráfego marítimo estratégico e
que, nesta medida, se posiciona cada
vez mais como um dos grandes portos
europeus. Como moderna plataforma
logística que é, dá apoio ao transporte
oceânico, rodoviário, ferroviário e aéreo
que se cruza no território português e
que se prolonga no hinterland natural.
Contribuem para esta crescente dinâmica nacional e global do Porto de Sines as
suas águas profundas e o fácil e rápido
acesso à rede nacional de auto-estradas
e de caminhos de ferro (a 150 quilómetros de Lisboa e a 600 de Madrid), o seu
modelo de gestão e estratégia de crescimento, a sua modernização tecnológica
e grande capacidade de transhipment,
assim como as extensas e bem planeadas Zonas Industriais e Logísticas de proximidade – a ZILS (com gestão da aicep
Global Parques) e a ZALS (Administração
do Porto de Sines) e Zonas de Indústria
Ligeira (sob gestão municipal).
Para além de corresponder às necessidades dos grandes operadores nacionais e internacionais, em matéria
de transporte marítimo, o Porto de
Sines, directa e indirectamente, ganha
cada vez mais peso no abastecimento
energético nacional, nas reservas energéticas estratégicas, na atracção de
grandes e médias empresas através dos
parques industriais e na internacionalização e globalização do tecido empresarial português.
BASÍLIO HORTA
Presidente da Comissão Executiva da AICEP
DESTAQUE
Porto de Sines
PORTA ESTRATÉGICA
PARA O MUNDO
No primeiro semestre de 2008, o Porto de Sines cresceu em mercadorias
movimentadas, navios em operação comercial e carga contentorizada,
uma tendência que corresponde às expectativas da APS e que, segundo as
previsões, se deverá manter ao longo deste ano, o melhor da sua história.
Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu
crescente protagonismo a nível europeu e global, este porto de águas
profundas, com múltiplas valências, capacidade de expansão e de
instalação industrial e logística, é também uma peça fundamental no
abastecimento energético nacional, na atracção de grandes e médias
empresas e no reposicionamento da importância do mar para Portugal.
4 // Setembro 08 // Portugalglobal
DESTAQUE
OFERTA COMPETITIVA
FAZ A DIFERENÇA
O Porto de Sines é líder, entre os portos portugueses, na quantidade de mercadorias
movimentadas, na captação de tráfego marítimo estratégico, na modernização dos
equipamentos e na inovação portuária. Factores como a expansão da capacidade
operacional, instalação de mais equipamentos de operação, flexibilização e
especialização da mão-de-obra portuária e o despacho electrónico, contribuíram para
o tornar atractivo para o comércio global por via marítima.
Graças aos seus cinco terminais – Terminal Petroleiro,Terminal Petroquímico, Terminal Multipurpose, Terminal de GNL
(Gás Natural Liquefeito) e Terminal XXI – que têm condições
para receber todos os tipos de embarcações de transporte,
em 2007, aportaram em Sines 1.200 navios provenientes
de destinos internacionais e, até Junho de 2008, foram 727
os navios que ali estiveram em operação comercial, o que
representa um crescimento de 10,3 por cento em comparação com o ano transacto. No primeiro semestre de 2008,
ascendeu a 13,3 milhões de toneladas a carga movimentada nos diversos terminais.
tos adquiridos, inclui-se o pórtico de cais super-post-panamax
QC3, com 100 metros de altura e um alcance de 20 filas de
contentores a bordo. Uma melhoria efectiva das condições
de operação do Terminal, que passa a contar com uma área
de armazenagem com uma extensão total de 24 hectares, ficando dotado de capacidade para movimentar 650.000 TEU,
com resultados para a produtividade e competitividade do
porto. Um investimento total de 110 milhões.
O Terminal XXI representa uma melhoria qualitativa para
todo o Sistema Portuário Nacional, na medida em que permite ao país reforçar significativamente o posicionamento
no mercado internacional do transporte marítimo, captando tráfegos até há poucos anos inacessíveis aos portos portugueses, como é o caso de navios de grande dimensão e
com calados da ordem dos 14 metros.
As características do porto, de águas profundas, oferecendo
grande capacidade de transhipment, e a qualidade e inovação
nos serviços instalados, têm atraído a Sines empresas e navios
de grande porte, destacando-se a quantidade de mega-carriers
que, no caso dos porta-contentores operados no Terminal XXI,
são navios de 8.000 TEU (1 TEU equivale a um contentor com
cerca de 13 toneladas) e 9.200 TEU, provenientes do Extremo
Oriente, sendo Sines a sua primeira paragem na Europa.
O Terminal XXI teve, em 2007, a sua capacidade operacional
aumentada para 350 000 TEU, e entre os novos equipamen-
Portugalglobal // Setembro 08 // 5
DESTAQUE
Também para a Administração do Porto de Sines (APS), os
sistemas de informação têm uma importância estratégica,
dado que a competitividade está hoje associada à simplificação de procedimentos e ao recurso às novas tecnologias
para garantir uma articulação célere e eficaz ao foreland e ao
hinterland. Para garantir a eficiência dos terminais portuários, torna-se obrigatório que os fluxos de entrada e saída
dos contentores (considerados como uma medida ideal de
transporte por mar), sejam rápidos e coordenados. A gestão
quotidiana da actividade portuária em Sines está, por isso,
entregue a complexos sistemas de informação, numa lógica
de constante aumento de performance. Nesta medida, e
à semelhança de Lisboa e Leixões, Sines implementa uma
plataforma comum para a transferência electrónica dos documentos e de informação com vista a acelerar o despacho
de mercadorias e navios, que se enquadra na filosofia de
Janela Única Portuária.
Por outro lado, para garantir uma maior segurança, dispõe
de um sistema de controlo de tráfego marítimo na costa
portuguesa, constituído por dois radares, que captam o posicionamento dinâmico das embarcações num raio de cerca
de 16 milhas náuticas e que monitoriza as manobras das
embarcações, emitindo avisos sempre que regista operações de risco. Estes sistemas, desenvolvidos à medida, permitem a execução de um conjunto de tarefas de gestão,
como sejam as entradas e saídas de embarcações, booking
e ocupação dos lugares, gestão de serviços e facturação,
entre outras.
O Porto de Sines está a investir nas acessibilidades rodo-ferroviárias que permitem a sua ligação com a Rede Transeuropeia de Transportes e com os principais centros de distribuição e de consumo, o que significa garantir a projecção
6 // Setembro 08 // Portugalglobal
do Porto de Sines na Península Ibérica e na Europa. Com
este objectivo, está em curso o aumento do terminal ferroviário de duas para quatro linhas, em 2009 e, para seis,
em 2011, assim como outros projectos, como é o caso da
construção da variante de Alcácer, que aumenta a velocidade e a redução do tempo de percurso na ligação de Sines
ao Poceirão, a Setúbal e à Área Metropolitana de Lisboa,
e é também o caso da ligação Sines-Évora-Elvas-Caia, que
reforça a ligação à rede ferroviária e aos principais centros
de produção e consumo espanhóis. Actualmente, mais de
95 por cento dos contentores movimentados são por ferrovia, com uma operação média de 11 comboios diários, de
e para a zona portuária.
A melhoria das acessibilidades, associada às condições específicas da envolvente do Porto de Sines – um porto claramente vocacionado para uma economia globalizada –, nomeadamente em matéria de Zonas Industriais e Logísticas
(ZILS, ZALSines e ZIL 2) potenciam uma vasta plataforma
com características únicas na Península Ibérica e na Europa.
A actual expansão do porto está associada à entrada e saída
de navios de maiores dimensões, que percorrem distâncias
cada vez maiores e que estão associados a centros de produção, de distribuição e de consumo cada vez mais distantes e mais complexos.
Na realidade, a crescente oferta do Porto de Sines constitui um investimento estratégico ao nível da competitividade dos portos portugueses face aos congéneres ibéricos e
europeus, colocando o país ao nível das melhores práticas
mundiais em matéria de sistemas, equipamentos e infraestrutras portuários, e posicionando-o em melhores condições para a integração nas Auto-Estradas do Mar.
DESTAQUE - ENTREVISTA
PORTO DE SINES
O ANO DE TODOS OS RECORDES
Pela primeira vez na sua história, o Porto de Sines, nos últimos três anos, teve
resultados positivos. Em 2006 e 2007 os resultados líquidos alcançados foram,
respectivamente, de 4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado
previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros. O plano estratégico implementado e
concretizado por Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Sines (APS),
está a dar resultados. Os melhores de sempre.
Quais as principais linhas estratégicas que defende
para o Porto de Sines?
Em termos de cumprimento de objectivos, o plano estratégico tem sido uma das nossas preocupações fundamentais.
Vamos no segundo mandato, que começou há pouco mais
de quatro meses. Quando chegámos, em 2005, já existia
um plano estratégico que tinha sido encomendado pelo anterior conselho de administração do Porto de Sines, mas não
estava implementado. Decidimos estudá-lo e implementar
uma metodologia para o cumprir. Eu defendo que os planos
existem não para ficarem na gaveta mas para serem associados a acções, cuja concretização tem de ser associada
a projectos. Na altura, identificámos as acções que eram
indispensáveis para atingir os cinco objectivos desse plano e
associámos a essas acções os respectivos projectos.
Pode falar-nos desses grandes objectivos?
O primeiro grande objectivo estratégico era alterar o modelo de gestão, o que passava pela introdução do modelo
landlord port, ou seja, com os terminais concessionados e
a administração portuária a gerir essas concessões. Este objectivo ficou cumprido no dia 1 de Agosto passado, com a
concessão do Terminal Petroleiro e da Gestão Integrada de
Resíduos à Petrogal. Simultaneamente, dentro do modelo
de gestão estava previsto o cumprimento de um conjunto
de procedimentos que nos permitiriam ter uma certificação
de qualidade, de segurança e ambiental. A certificação da
qualidade foi atingida em Dezembro de 2006 e, já em Maio
deste ano, a APS obteve a certificação de segurança e ambiental. Estas certificações são extremamente importantes
porque exigem a definição prévia de um conjunto de proce-
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DESTAQUE - ENTREVISTA
dimentos preventivos e outros que são accionados em caso
de acontecer qualquer anormalidade.
Em relação ao segundo objectivo, que visa o incremento da
movimentação de mercadorias no porto, devo referir que
também tem vindo a ser cumprido. O porto tem crescido e
este ano está a ser muito positivo. No primeiro semestre, tivemos um acréscimo de 4,8 por cento na movimentação total
de mercadorias e prevemos que no final do ano se consiga
um aumento global de 3 a 4 por cento, uma fasquia que
pode ser perfeitamente ultrapassada. No caso dos contentores temos uma previsão que aponta para um crescimento de
mais de 50 por cento em relação ao ano passado.
Um terceiro grande objectivo é o desenvolvimento da info-estrutura portuária. Um porto tem de funcionar bem e tem de
funcionar como uma plataforma virtual onde todas as entidades públicas e privadas se ligam sem papéis. E isso já nós conseguimos, desde o início deste ano, com o projecto da Janela
Única Portuária. Lembro-me que há cerca de dois anos fiz uma
apresentação deste projecto numa conferência e na altura houve quem fizesse humor com o assunto e fosse céptico quanto
à sua implementação e concretização. Neste momento, este
objectivo foi cumprido. O projecto foi desenvolvido simultaneamente pelos portos de Sines, Lisboa e Leixões e está a ser alargado a todos os outros portos portugueses, que devem iniciar o
processo no ano que vem. Deste modo, todos os portos podem
e devem funcionar em rede. Em Sines, a aplicação da medida já
está a 100 por cento. Esta meta era fundamental.
Outro objectivo incontornável: contribuir para o desenvolvimento global da região e do país. Nesse sentido, foi promovido um conjunto de iniciativas no qual se encontra o
projecto de infra-estruturação da Zona de Actividades Logísticas (ZAL) intra-portuária, que está neste momento concluída e em fase de comercialização.
8 // Setembro 08 // Portugalglobal
Um último objectivo era o reforço das condições de segurança, para o que desenvolvemos um conjunto de passos
para a aplicação integral do código ISPS (International Ship
and Port Facility Security Code), e o reforço de todas as medidas de segurança no porto.
Em qual destes grandes objectivos se insere uma
outra meta: a obtenção de resultados financeiros
positivos para o Porto de Sines?
Esse é um resultado natural que decorre da implementação
de um modelo de gestão e de concretização assente nos restantes objectivos estratégicos. Pela primeira vez nos últimos
três anos, o Porto de Sines teve sempre resultados positivos.
Inclusivamente nos anos de 2006 e 2007 já distribuiu dividendos ao accionista Estado. Em 2005 conseguimos resultados
ainda pouco significativos, mas em 2006 e 2007 os resultados
alcançados já foram mais interessantes, respectivamente, de
4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado
previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros.
“A concorrência existe no mercado portuário
e o nosso objectivo é sermos melhores que os
outros. Não há mais segredo nenhum. Se não
formos melhores, ninguém vem para cá.”
Mas eu penso que um porto não deve ter como objectivo
estratégico a obtenção de lucros gigantescos. Tem, isso sim,
que ter lucros e de ser auto-suficiente, não constituindo um
encargo para o Estado. Mas um porto com elevados resultados financeiros pode estar a sobrecarregar os seus tarifários
e deste modo a deixar de ser competitivo. Temos de ter a
noção de um justo equilíbrio. É importante ter lucros, mas
muito mais importante é o crescimento da sua actividade.
DESTAQUE - ENTREVISTA
Qual era a situação financeira do Porto de Sines
quando tomou posse?
Quando aqui chegámos, encontrámos uma dívida que crescia todos os anos. A dívida de longo e médio prazo ascendia
a 78 milhões de euros. Até Julho deste ano já tínhamos conseguido reduzir a dívida em 21 milhões, mas esta ainda era
significativa. Com a concessão do TGLS (Terminal de Granéis
Líquidos do Porto de Sines) e da GIR tivemos a possibilidade
de limpar a divida e, neste momento, eu diria que temos
uma situação financeira equilibrada que nos permite olhar
para a frente e desenvolver novos investimentos, mantendo
um crescimento sustentado.
Quer falar desses novos investimentos e das principais
obras realizadas durante o seu primeiro mandato?
Nos três últimos anos fizemos muito investimento de manutenção no terminal petroleiro, porque a situação encontrada
assim o exigia. E fizemos um investimento importantíssimo
para a segurança no porto, que consistiu no reforço do talude
de contenção no molhe oeste, que é uma obra de protecção
essencial. É certo que se trata de um investimento que não
dá direito a notícias nos jornais, mas que é muito importante. Ficou concluído – e ainda bem! – antes do Inverno do
ano passado, que foi aliás devastador, mas que, graças à obra
efectuada, não nos afectou. Foi um investimento que considerámos prioritário e que rondou os 5 milhões de euros.
para 800 mil TEU. O molhe vai permitir dar cobertura a esse
aumento do cais. Este é um porto de mar aberto que exige
uma cobertura de molhe para o navio ficar em segurança
no cais. Isso quer dizer que o Terminal XXI poderá receber
mais navios de grande porte. Um dos nossos objectivos é
trazer cada vez mais navios a Sines.
Em termos de investimentos, pretendemos também continuar a desenvolver a ZAL e temos ainda prevista uma melhoria das acessibilidades ferroviárias no porto, essencial
para dar resposta ao aumento do movimento.
Para além do Terminal XXI, quais são os outros terminais
do Porto de Sines e quais são as suas valências?
Nós temos cinco terminais: o petroleiro (ou de granéis líquidos), que é o nosso maior terminal e que é responsável por
63 por cento de toda a nossa carga. É o mais importante do
porto de Sines. Obviamente que este irá perder importância
relativa, até porque há dois terminais emergentes, que estão
a ganhar importância. Estou a falar do terminal de contentores ou Terminal XXI – que neste momento já detém mais
de 10 por cento da movimentação do Porto de Sines e que
vai ganhando cada vez mais peso – e do terminal de gás
natural, que representa já cerca de 7 por cento do total mo-
Outro investimento efectuado e que eu considero da maior
importância foi a infra-estruturação da Zona de Actividades
Logísticas e a construção do edifício de apoio logístico. Foi um
investimento da mesma ordem de grandeza e que é fundamental para uma nova área de desenvolvimento do porto.
Há outros investimentos que gostaria de referir?
Há os investimentos na ligação do porto à cidade, nomeadamente na construção de um novo edifício de apoio no
Porto de Recreio e no melhoramento da área circundante,
que ficou bastante valorizada. Também procedemos a melhorias na própria praia Vasco da Gama, dotando-a de casas-de-banho adequadas e de rampas para deficientes. Esta
praia é, desde há dois anos, uma praia de bandeira azul,
muito acessível a pessoas de mobilidade reduzida. Este ano
também conseguimos bandeira azul na marina.
E em relação ao futuro?
Em relação ao futuro, vamos ter as obras de prolongamento
do cais do terminal de contentores, a cargo da PSA - Terminais de Contentores, SA, que vão fazer esse prolongamento
do cais. Nós próprios temos já o projecto de execução concluído e vamos lançar o concurso para o prolongamento do
molhe leste que dá cobertura a essa nova extensão de cais.
Esta vai ser a grande obra deste mandato da APS.
Em que consiste concretamente essa obra?
Com esta extensão de cais, o terminal de contentores, que
tinha uma capacidade de 250 mil TEU (neste momento com
as obras que foram entretanto efectuadas, já permite chegar a mais de 300 mil TEU), o porto ficará com capacidade
vimentado. São dois terminais em crescimento acelerado: o
de contentores está com um crescimento de 50 por cento e
o de gás natural, de 20 por cento.
É de referir que o gás natural que nos chega por via marítima
é já responsável por 55 por cento do abastecimento ao país. O
restante vem da Argélia, por gasoduto, via Espanha. Trata-se
de uma diversificação das fontes de gás natural em termos de
abastecimento, evitando a dependência de um único fornecedor. Eu diria que se o Porto de Sines parasse parava o país.
Temos ainda o terminal de granéis sólidos que é o segundo
maior do porto em termos de importância, com 18 a 19 por
Portugalglobal // Setembro 08 // 9
DESTAQUE - ENTREVISTA
cento de toda a movimentação de carga no porto. É por este
terminal que passa um conjunto de mercadorias a granel, onde
o peso dominante é o carvão, que abastece a central de Sines
e a central do Pego. Por último, temos o terminal petroquímico
que tem uma importância menor, da ordem dos 2 por cento,
embora seja muito importante do ponto de vista estratégico.
Quais as vantagens que o porto de Sines oferece face aos
concorrentes, sejam estes portugueses ou estrangeiros?
Uma das vantagens competitivas do Porto de Sines reside
exactamente neste conjunto de valências dos seus terminais
– contentores, petroquímico, granéis líquidos e sólidos, gás
natural – associado ao facto do porto ter fundos naturais
de grande profundidade, o que lhe permite receber qualquer tipo de navio em operação comercial e movimentar
qualquer tipo de mercadorias. Outra vantagem competitiva
deste porto é obviamente o facto de ele operar 24 horas
por dia, 365 dias por ano, o que só é possível graças ao
regime de flexibilidade laboral que temos.
Por último, penso que a nossa info-estrutura portuária
– que está ao nível das melhores da Europa – é outra das
vantagens do porto de Sines. Estas são as vantagens que
nos permitem considerar-nos competitivos em relação aos
outros portos europeus.
Há alguma estratégia para ultrapassar a concorrência
dos outros portos europeus?
A concorrência existe no mercado portuário e o nosso objectivo é sermos melhores que os outros. Não há mais segredo nenhum. Se não formos melhores, ninguém vem para
cá. E se o porto não oferecer um serviço eficiente e eficaz,
não tem clientela. Sines oferece águas profundas e tem um
porto que trabalha 24 horas por dia. É uma vantagem competitiva fantástica em relação a outros portos. Barcelona e
Valencia é assim que funcionam. Ou seja, eu tenho que ter
as mesmas condições que estes portos e mais qualquer coisa. Esse ‘mais qualquer coisa’ é a flexibilidade laboral, que
eles não têm. Neste sentido, é interessante verificar que
o Porto de Sines tem mais movimento à noite e durante o
10 // Setembro 08 // Portugalglobal
fim-de-semana, justamente quando os outros portos têm
menos movimento. Ou seja, Sines tem de explorar as vantagens competitivas que tem e enfrentar a concorrência, oferecendo aquilo que eles não têm possibilidade de oferecer.
Como está a competição com outros portos europeus,
nomeadamente de Espanha?
Barcelona e Valencia são portos muito interessantes, de grande dimensão e que trabalham muito bem, mas Valencia, por
exemplo, tem problemas laborais permanentes. Ambos são
portos maiores e com maior importância que o nosso. Barcelona, por exemplo, tem uma vantagem enorme em relação a
todos os outros portos: num hinterland de 50 quilómetros tem
praticamente garantido o movimento do porto quer na produção quer no consumo. A importância económica daquela
região é enorme e só por si gere e absorve uma carga significativa proveniente daquele porto. Por outro lado, a empresa
que gere a info-estrutura portuária é fantástica, o que é muito
difícil de bater em termos de concorrência.
As acessibilidades, nomeadamente ferroviárias, estão
a condicionar a evolução do Porto de Sines?
A mim interessa-me sobretudo a acessibilidade ferroviária, que
deve funcionar bem, já que 95 por cento do nosso tráfego é
por caminho-de-ferro. A ligação de Sines ao mundo tem de ser
por ferrovia, que actualmente dispõe aqui de 11 comboios por
dia. Para dar conta do actual nível de necessidades, o acesso
ferroviário existente satisfaz, mas com o crescimento previsto
para o Porto de Sines, poderá vir a ser insuficiente. Há, portanto, melhorias físicas a fazer na ferrovia. Na linha Lisboa-Faro
– que é uma linha muito importante para Sines – o comboio
tem de abrandar no pk 94. Mas cada abrandamento no caminho-de-ferro custa muito dinheiro e muito tempo. A variante
de Alcácer que neste momento está a ser construída, ao conseguir evitar esse abrandamento, vai permitir-nos ter uma economia de tempo até Lisboa de 20 minutos. Na linha de Sines
temos o constrangimento da pendente de Ermidas, que não
permite a tracção de um número significativo de vagões. Esse
constrangimento tem de ser resolvido. Há pequenas coisas que
têm de melhorar para termos melhores acessos.
DESTAQUE - ENTREVISTA
Que papel espera vir a desempenhar o Porto de Sines no
âmbito do projecto europeu das Auto-Estradas do Mar?
Penso que nos últimos anos foi dado um salto muito grande em termos do conceito de transporte marítimo. A Srª
Secretária de Estado dos Transportes tem uma visão articulada dos transportes, exactamente porque, pela primeira
vez, tutela as áreas da rodovia, da ferrovia e do transporte
marítimo, o que permite uma actuação integrada do sistema que está na base do conceito de auto-estrada do mar. O
conceito de auto-estrada do mar tem por base a optimiza-
“Um porto com elevados resultados financeiros pode estar a sobrecarregar os seus tarifários e deste modo deixar de ser competitivo.
Temos de ter a noção de um justo equilíbrio.
É importante ter lucros, mas muito mais importante é o crescimento da sua actividade.”
ção do transporte de mercadorias de um ponto de origem
a um ponto de destino, e por isso é fundamental que haja
acessos e articulação no porto que permitam de imediato
transportar a mercadoria para o seu ponto de destino. O
desenvolvimento articulado do sistema de transporte e de
criação das condições para que ele exista, está igualmente associada a uma simplificação de procedimentos. É este
processo que se pretende introduzir no transporte marítimo:
conceito de rede, por um lado, e de simplificação de procedimentos, por outro. Isto exige uma coordenação intermodal muito grande, além dos meios que permitam seguir
electronicamente uma mercadoria do seu ponto de origem
ao seu ponto de destino. Por isso, é fundamental que o
transporte marítimo esteja perfeitamente articulado com o
transporte terrestre, sobretudo ferroviário, e que haja uma
simplificação de procedimentos que o torne competitivo.
Em Sines há um grande esforço no sentido de que tudo isto
funcione. Este transporte articulado tem de ser competitivo
e vantajoso para ser desejado pelo cliente.
Que importância atribui à ZILS no desempenho do
Porto de Sines?
É uma grande vantagem competitiva. A ZILS é o seguro de vida
do Porto de Sines. Uma grande zona industrial associada a um
porto tem, ela própria, necessidade de absorver um importante
conjunto de mercadorias e essas mercadorias têm obrigatoriamente de ir para Sines. Por outro lado, o que produz tem de sair
por Sines. A ZILS pode ser uma peça crucial para garantir esta
necessidade de aportar e de largar a partir de Sines.
Que metas gostaria de ver atingidas neste seu
segundo mandato?
Fundamentalmente o que pretendo é fazer mais e melhor
no campo da info-estrutura portuária e conseguir atingir, até
2010, um aumento de movimentação de mercadorias para
os 33 milhões de toneladas. É importante termos concluídas
estas grandes obras relativas ao alargamento da extensão
do terminal e da protecção do molhe, porque isso é essencial para o crescimento da movimentação e, finalmente, espero que este seja o mandato do grande desenvolvimento
da actividade logística em Sines e que esta esteja associada
ao desenvolvimento da ZILS, já que estamos a contar com
ela para a afirmação internacional do porto.
Uma gestora determinada
Maria Lídia Ferreira Sequeira, licenciada em economia, é actualmente Presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines, função
que exerce desde 2005. Quando
ocupou o cargo, muitos eram os que
viam com desconfiança o seu futuro
desempenho. Antes de mais, porque
era uma mulher a ocupar as funções
de gestão habitualmente atribuídas
a homens. E, por outro lado, porque
Lídia Sequeira gosta de implementar,
de concretizar, enfim, de mudar as
coisas. Garantiu à partida que Sines
ia ter lucros. E cumpriu.
Os cargos de topo fazem parte do
seu currículo. No desempenho da sua
actividade profissional exerceu funções de gestão no Ministério da Ciência e Tecnologia (2004-2005), como
Gestora da Intervenção Operacional de Acessibilidades e Transportes
(1997-2004), de Subdirectora-Geral
de Transportes Terrestres (1992-96),
Directora do Gabinete de Estudos e
Planeamento da DGTT (1990-92) e
Chefe de Divisão de Transportes Internacionais (1985-90).
Entre outras actividades relevantes,
participou nas negociações do 3º
Quadro Comunitário de Apoio (2000)
como representante do Ministério do
Equipamento Social, bem como nos
Conselhos (Transportes) da União Europeia, como membro da Delegação
Portuguesa de 1986 a 1996.
Foi condecorada como Oficial da
Ordem do Mérito, Grau concedido
em 1990.
Portugalglobal // Setembro 08 // 11
DESTAQUE
DE VIVA VOZ
A JÓIA DA COROA
>COM FRANCISCO SÁ, PRESIDENTE DA AICEP GLOBAL PARQUES
A aicep Global Parques gere directamente três Parques Empresariais, dos quais, pela
sua dimensão e importância estratégica, se destaca a ZILS - Zona Industrial e Logística
de Sines, com mais de dois mil hectares. O objectivo é oferecer áreas vocacionadas
para actividades industriais, logísticas e de serviços, que têm na vizinhança o porto
de Sines, líder no sector de contentores em Portugal e que liga, por via marítima,
a ZILS ao mundo.
“A ZILS é uma localização industrial e logística muito atractiva porque oferece condições de instalação ímpares na
fachada ocidental da Península Ibérica, vocacionadas para
produzir e abastecer os mercados português e espanhol,
bem como outros mercados servidos por mar”, enfatiza
Francisco Sá, presidente da Comissão Executiva da aicep
Global Parques. Além disso, a localização deste parque empresarial e as suas acessibilidades (rodoviárias e ferroviárias
ao hinterland espanhol e à área metropolitana de Lisboa),
são alguns dos factores “que tornam o complexo de Sines
um produto único, cujas estratégias de promoção e desenvolvimento comuns continuam a ser articuladas entre as administrações do Porto de Sines e da aicep Global Parques”.
O perfil das empresas que se pretende para a ZILS merece especial atenção: “Por razões de equilíbrio e sustentabilidade a
prazo, temos desenvolvido um esforço particular na tentativa
de diversificação do tipo de indústrias e outras actividades
instaladas de que é exemplo a promoção da Zona de Actividades Logísticas em articulação com a APS. Não podemos,
contudo, ignorar que o complexo de Sines reúne um conjunto de características que são particularmente atractivas para
sectores como o petroquímico, as energéticas ou os biocombustíveis”. São projectos com um ciclo de vida longo, bem
patente no modelo contratual, em que esta procura projectos
“economicamente sustentados, tecnologicamente evoluídos
e ambientalmente equilibrados”, sublinha o gestor.
12 // Setembro 08 // Portugalglobal
As empresas que queiram instalar-se no parque encontram
um modelo de negócio – o direito de superfície – que lhes
permite fasear os custos de instalação, “fazendo com que o
terreno e a sua urbanização possam ser pagos ao longo da
“Por razões de equilíbrio e sustentabilidade
a prazo, temos desenvolvido um esforço
particular na tentativa de diversificação
do tipo de indústrias e outras actividades
instaladas de que é exemplo a promoção
da Zona de Actividades Logísticas em
articulação com a APS.”
vida útil do projecto”. Por outro lado, Francisco Sá sublinha
que o preço da instalação é competitivo – primeiro porque
“ajustado à realidade do mercado português”, segundo,
porque a prestação de serviços da ZILS, num “quadro de
colaboração com as entidades locais, regionais e nacionais,
permite um processo eficiente e que se traduz numa redução dos custos de instalação”.
A política da ZILS relativamente às empresas nacionais ou
estrangeiras que a procuram, assenta preferencialmente
“no conjunto de benefícios para as empresas que decorrem
das suas próprias mais-valias, enquanto parque empresarial,
e não num quadro de subsídio seja ele qual for”, esclarece
o gestor. “O parque tem de valer por si. O que por vezes
acontece é que, após conhecer o projecto de um potencial cliente, apercebemo-nos que este poderá ter acesso ao
quadro de incentivos e benefícios em vigor”, o que é feito
em articulação com a aicep Portugal Global, o seu accionista de referência.
Entre outras vantagens oferecidas pela ZILS, contam-se a
excelência das utilities, a manutenção de áreas comuns e as
DESTAQUE
oportunidades de gerar sinergias entre as próprias empresas instaladas, nomeadamente em matéria de projectos e
custos partilhados. Francisco Sá dá como exemplo a gestão
integrada das redes de esteiras: “A aicep Global Parques
e algumas das empresas instaladas partilham os custos de
manutenção e segurança das esteiras de ligação por pipeline da ZILS à zona portuária, tendo um modelo de colaboração e de implementação do projecto que permite partilhar
recursos e saberes”. Na sua área de prestação de serviços,
o parque pretende, de forma inovadora, “adicionar valor
à sua oferta pela capacidade de induzir produtividade ao
processo dos seus clientes”, acrescenta.
As boas condições das acessibilidades são objecto de especial cuidado por parte da ZILS, reconhecendo o seu responsável que “para um parque empresarial que não tem
na retaguarda qualquer cidade de média ou grande dimensão, as acessibilidades são fundamentais para a sua
competitividade.” Sendo servida pelo maior porto de mar
nacional (com capacidade para continuar a crescer), pelo
aeroporto de Lisboa – o actual e o futuro – e, em breve,
pelo aeroporto de Beja, e a nível rodoviário pelo IP8, cujos
projectos de remodelação já estão lançados, assim como
a sua ligação à A2, “esperando-se que o complexo de Sines fique, a partir de 2010, directamente ligado à rede
europeia de auto-estradas”. Quanto à estrada de acesso à
Metalsines e à GALP, que não se encontra no seu melhor
estado, a aicep Portugal Parques, embora se trate de um
acesso público, decidiu avançar com a reparação. Ao nível
da ferrovia, “a infra-estrutura mais importante para o salto
qualitativo do complexo de Sines, estão já em desenvolvimento os projectos para a ligação de Sines à rede de
velocidade alta para mercadorias”.
A gestão ambiental do parque, nomeadamente em matéria
de armazenamento e tratamento de águas residuais, fazse em estrito cumprimento da legislação “quer em relação
aos seus próprios projectos quer das entidades que se instalam”, destaca o responsável. “Subscrevemos com outras
entidades públicas e empresariais o protocolo de constituição do GISA – projecto de gestão integrada dos impactos
da actividade económica, na região de Sines, na saúde e
no ambiente. Paralelamente, a aicep Global Parques tem
em preparação um projecto de monitorização ambiental da
ZILS nos domínios do solo, qualidade do ar, águas e ruído.
Este projecto entrará em execução ainda no corrente ano”.
O desenvolvimento sustentável é, para a Global Parques,
uma prioridade que esta assume por inteiro e um compromisso social que inclui naturalmente as actividades da ZILS:
“O ambiente, a formação e qualificação de recursos humanos, o património histórico e cultural e o desenvolvimento
regional, são alguns dos eixos pelos quais pautamos a nossa
actuação. Ao ter assumido, desde Janeiro de 2007, estas
prioridades, temos procurado ser um parceiro que, junto
da edilidade municipal de Sines e de outros actores, apoia
projectos concretos que melhore a qualidade de vida na região”. A Escola Tecnológica do Literal Alentejano, o Festival
de Músicas do Mundo e a Feira do Emprego em Sines são
alguns dos projectos apoiados no âmbito da ZILS.
Portugalglobal // Setembro 08 // 13
DESTAQUE
EMPRESAS INVESTEM EM SINES
Situada nas imediações do maior porto português, a Zona Industrial e Logística de
Sines (ZILS) é uma localização empresarial nacional que disponibiliza espaços infraestruturados e plataformas a empresas ou entidades não empresarias, numa área de
solo industrial superior a dois mil hectares, a mais extensa da Península Ibérica.
O principal objectivo é atrair e fixar investimento na região. O número das empresas
instaladas está a aumentar, o que consolida a estratégia de internacionalização da aicep
Global Parques, a agência nacional de referência no apoio à localização empresarial.
Mais de uma dezena de empresas industriais estão instaladas
na ZILS, entre as quais a Petrogal, a Repsol Polímeros, a EDP,
a Metalsines e a Euroresinas, que em conjunto garantem
mais de 2.600 postos de trabalho directos e indirectos,
estando previstos ou já em fase de concretização novos
investimentos, no montante de 3 mil milhões de euros, que
gerarão mais 1.500 empregos. Além destas unidades, estão
também instaladas na Zona Industrial e Logística de Sines
onze empresas de serviços.
Os projectos em curso em Sines não produzem apenas mais
emprego, como trazem também novas oportunidades para a
criação de empresas. Os contratos firmados com a Artenius,
14 // Setembro 08 // Portugalglobal
com a GALP Power – Central de Ciclo Combinado, a reserva
de espaço assinada com a NGC – National Gás Company
(Rússia), assim como os projectos de biocombustíveis que já
estão em marcha, sem esquecer os anúncios de expansão
da refinaria da GALP e do espaço da REPSOL, assim como
da ZALSines (projecto da aicep Global Parques e da APS,
incluído no Programa Portugal Logístico) constituem um
desafio positivo para o projecto e a gestão da ZILS.
Só o investimento espanhol na ZILS, como é o caso da
Artenius, que contará com tecnologia de última geração e
que terá como principal actividade o fabrico de PTA (matéria
prima para o fabrico de plástico), ascenderá a cerca de 1,2
DESTAQUE
mil milhões de euros, representando aproximadamente 40
por cento do investimento total que este parque industrial irá
receber até 2010. O nascimento de um pólo petroquímico de
grande dimensão em Sines, a par dos grandes europeus, é
considerado pelo Ministro da Economia e Inovação como uma
significativa retoma do investimento estrangeiro no país.
Além da prestação de serviços de gestão integrada, a ZILS
intervém também a nível da qualificação dos recursos
humanos. Neste domínio é de referir a Escola Tecnológica
do Litoral Alentejano (ETLA), sedeada no Edifício de
Negócios da ZILS, que procura responder às necessidades de
recursos humanos qualificados requeridos pelas empresas
que se implantam na região. Na ETLA estão disponíveis os
cursos de Mecatrónica, Gestão Informática, Electrónica e
Instrumentação Industrial, Química Tecnológica, Construção
Civil e de Saúde, Segurança e Ambiente.
Trans-European Transport Network, oferecendo vantagens
competitivas que decorrem do facto de ser uma porta de
entrada na Europa.
Porém, a oferta de Sines não se esgota nas características
físicas do seu porto e nos serviços destinados à instalação
de empresas. Enquanto localização vocacionada para atrair
IDE e investimento nacional de natureza estruturante,
considera fundamentais elementos de contexto como sejam a
qualificação do território, onde as questões ambientais e socioeconómicas têm especial relevo, assim como a qualificação
dos recursos humanos. Sines conta actualmente com uma
Os projectos em curso em Sines não
produzem apenas mais emprego, como
trazem também novas oportunidades para a
criação de empresas.
Quanto à Zona de Actividades Logísticas do Porto de Sines
– ZALSines – encontra-se em fase de construção e está
vocacionada para acolher empresas nacionais e estrangeiras
com actividades de apoio ao complexo portuário de Sines.
Considerado como um dos pilares fundamentais do Portugal
Logístico, constitui uma plataforma logística moderna com
elevado potencial estratégico. A ZALSines compreende
duas áreas, uma na zona intraportuária (30 hectares sob
jurisdição da APS) e outra na zona extraportuária (cerca de
215 hectares na ZILS), gerida pela aicep Global Parques.
Foi percepcionando este novo contexto – integrador
das economias das diferentes regiões do globo, mas
simultaneamente ‘desintegrador’ das tradicionais funções
A oferta de Sines, um porto de águas profundas gerido pela
APS (Administração do Porto de Sines) com um conjunto
de terminais portuários, como o Terminal XXI ou o Terminal
Multipurpose, e que dispõe de serviços prestados pela aicep
Global Parques, facilitadores do processo de instalação de
empresas é, no actual contexto de globalização dos fluxos de
mercadorias, fortemente competitiva e um activo importante
para Portugal no contexto internacional. Nesta medida, e
no que diz respeito ao tempo e aos custos de transporte,
Portugal – e Sines, em particular –, está integrado na
de oferta e procura das mesmas – que Portugal tem vindo
a desenvolver uma estratégia de afirmação do território
português como porta de entrada, e de saída, de fluxos
de mercadorias da Europa – e em particular do mercado
ibérico – procurando fazer da sua localização atlântica uma
vantagem competitiva. E tem-no feito agindo no quadro
do ordenamento e da qualificação da oferta logística,
promovendo neste domínio produtos e serviços que se
posicionam no mercado global como soluções eficientes
para abastecer o mercado europeu.
actividade económica, social e cultural cada vez mais valorizada
e diversificada, o que a torna globalmente um projecto com
futuro assegurado, assumindo-se a aicep Global Parques como
um parceiro activo nesse processo de desenvolvimento.
Portugalglobal // Setembro 08 // 15
DESTAQUE
AUTO-ESTRADAS DO MAR
O NOVO CAMINHO MARÍTIMO
Portugal tem duas Auto-Estradas do Mar (AEM) a funcionar desde o ano passado, a partir
dos portos de Sines e Leixões, mas o objectivo é alargar esta possibilidades aos principais
portos comerciais portugueses, como Lisboa, Setúbal e Aveiro. Estas vias de acesso
marítimo, associadas à simplificação e eficiência de procedimentos introduzidos pela
Janela Única Portuária, são uma das medidas que irão contribuir para duplicar o volume
de carga movimentado nos portos nacionais até 2015. O Porto de Sines está a postos.
Duas carreiras regulares de transporte de mercadorias por
via marítima – Auto-Estradas do Mar – ligam actualmente
o porto de Leixões a Roterdão, na Holanda, e ao porto de
Tillbury, no Reino Unido, e o Porto de Sines a La Spezia, em
Itália, estando em negociação o acesso a outros portos europeus, em particular espanhóis e franceses. Compreende-se
16 // Setembro 08 // Portugalglobal
esta opção, dado o peso destes dois países no comércio bilateral. A Espanha, país vizinho, é o principal cliente e fornecedor de Portugal, de onde importámos, em 2007, 17,7 mil
milhões de euros e exportámos 10,6 mil milhões. A França é
o terceiro maior parceiro comercial português em matéria de
importações (5 mil milhões de euros em 2007) e de expor-
DESTAQUE
tações (cerca de 4,7 mil milhões de euros também no ano
transacto). Estes valores e a circulação de mercadorias que
eles representam, constituem um factor de peso para implementação de auto-estradas do mar entre Portugal e esses
parceiros estratégicos, consolidando as relações bilaterais.
A União Europeia representa 40 por cento da frota mundial e é
líder deste sector global, transitando, anualmente, pelos portos
marítimos europeus, 3,5 mil milhões de toneladas de mercadorias e 350 milhões de passageiros, gerando os portos europeus e
serviços associados um valor acrescentado de aproximadamente
20 mil milhões de euros. Num contexto de aumento do volume
do comércio mundial, o desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância e das auto-estradas do mar abre novas
oportunidades para os sectores envolvidos, nomeadamente os
serviços marítimos associados (seguros, banca, intermediação,
consultoria, entre outros) numa perspectiva de crescimento contínuo. Tendo em conta que 90 por cento das trocas comerciais
extra-comunitárias são feitas por mar e que mais de 40 por cento do comércio interno da UE se faz igualmente por via marítima, Portugal está ainda a apostar em percursos de maior fôlego,
dado que tem uma posição atlântica e geoestratégica que lhe
confere vantagens competitivas no que diz respeito à utilização
do tráfego marítimo, em particular de mercadorias.
O projecto europeu das Auto-Estradas do Mar (AEM), assim
como o transporte marítimo a curta distância, têm sido liderados por Portugal, que investiu mais de 2,5 milhões de euros
para integrar cinco portos nas novas vias de acesso marítimo.
A UE prevê que entre 2008 e 2012 sejam retirados das suas
estradas, cada vez mais congestionadas, o equivalente a 160
mil camiões de mercadorias. O financiamento europeu definido para implementar as AEM é de mais de 300 milhões de
euros para além das verbas decorrentes do Programa Marco
Pólo, com 400 milhões de euros. A UE faz uma forte aposta
nas AEM por considerá-las uma iniciativa que terá assinalável
impacto na redução não apenas dos custos de transporte,
como de CO2 lançado para a atmosfera, através da diminuição de veículos para transporte de mercadorias a circular nas
rodovias europeias. A circulação de navios de carga implica
menores constrangimentos aduaneiros, maior rapidez, competitividade económica e sustentabilidade ambiental.
As auto-estradas do mar, com rotas predefinidas e carreiras regulares de transporte de mercadorias importadas e
exportadas por via marítima, combinadas com o transporte rodoviário e ferroviário, têm como finalidade reduzir o
tempo de imobilização dos navios nos portos e os custos
de transporte, pois facilitam os procedimentos administrativos necessários à circulação de carga no mar, reduzindo o
mínimo ao capital circulante e integrando o transporte em
toda a cadeia de valor, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado. Em Portugal, o projecto PORTMOS preside à
integração do sistema marítimo-portuário nas AEM. É de
realçar que o PORTMOS conceptualizou, desenvolveu e testou a info-estrutura de apoio não apenas das AEM, mas
também constituiu uma “Janela Única Logística” para toda
a cadeia de transporte, numa lógica de porta-a-porta.
No contexto da economia global e intracomunitária, a integração de Portugal nas auto-estradas do mar europeias constitui uma opção nacional prioritária, uma vez que isto significa
uma estratégia quanto à organização das cadeias de transporte no espaço europeu e à necessidade de alinhamento
entre portos nacionais e europeus. E também constitui uma
oportunidade de explorar novas rotas, pois estão previstos
quatro corredores na UE: a auto-estrada do Mar Báltico, que
liga os estados do Báltico com os da Europa Central e Oriental, incluindo a rota via Mar do Norte e o Canal do Báltico; a
da Europa Ocidental, que liga Portugal a Espanha, através do
Arco Atlântico até ao Mar do Norte e à Irlanda; a do sudeste
da Europa, que liga o Mar Adriático até ao Mediterrâneo,
incluindo Chipre; e a do Sudoeste da Europa, que liga o Sul
da Península Itálica ao Sul da Península Ibérica.
Embora a mobilidade de bens e mercadorias intra-comunitário se faça por via terrestre, com destaque para a rodovia,
o congestionamento dos corredores transeuropeus e a existência de pontos de estrangulamento nos principais eixos
rodoviários, constituem cada vez mais um obstáculo à competitividade da Europa. É neste contexto que assumem particular importância o desenvolvimento e a transformação
do transporte marítimo, assegurando-lhe novas valências
logísticas, nomeadamente promovendo a sua integração
plena nas cadeias logísticas de transportes. Numa intervenção, no âmbito Conferencia Ministerial sobre Auto-Estradas
do Mar e Logística, Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado
dos Transportes, enfatizou que “os portos deverão deixar
de ser pontos de rotura das cadeias logísticas, constituindose antes como elos facilitadores da cadeia global, incluindo
a sua relação com o hinterland”.
Nesta medida, considera-se que as auto-estradas do mar
deverão constituir-se como substitutos e prolongamentos
das auto-estradas terrestres (o que é válido tanto para o
transporte de passageiros como de mercadorias), não só
para evitarem corredores saturados como para permitirem
o acesso rápido a países separados por mar do resto da
União Europeia. Para Portugal, as plataformas logísticas,
o transporte marítimo a curta distância e as auto-estradas
do mar constituem peças fundamentais do seu desenvolvimento e crescimento económico sustentados.
Portugalglobal // Setembro 08 // 17
DESTAQUE
JANELA SIMPLEX
A Janela Única Portuária (JUP) está a mudar por completo a gestão portuária nos
portos nacionais, como já acontece em Lisboa, Sines e Leixões. No Porto de Sines,
este sistema inovador já “navega” em eficiente velocidade de cruzeiro.
Depois de terem sido assinados, em 2007, os protocolos entre todos os agentes económicos do Porto de Sines e a DGA
(Direcção Geral das Alfândegas), e de terminadas todas as acções de formação e fases de testes, a JUP está já em pleno
funcionamento graças à estreita cooperação de todas as partes
envolvidas, o que permitiu agilizar mais rapidamente o sistema.
cho aduaneiro. Ao contrário dos “3 a 4 dias” de procedimentos
aduaneiros, em apenas uma ou duas horas é possível fazer o
rastreio das mercadorias e um controlo efectivo da informação
de suporte ao combate à fraude e evasão fiscal. Em 2007, nas
Alfândegas, 87 por cento das declarações de exportação foram
feitas por via electrónica.
Em Janeiro deste ano, o papel passou à história no porto, pois
tanto as escalas de navios como os manifestos das cargas passaram a existir unicamente em suporte virtual. Seguidamente,
este processo estendeu-se ao despacho de navios e, por fim,
integrou tanto a Sanidade Marítima, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Capitania do Porto de Sines.
Entre as aplicações deste processo de modernização e competitividade, o Porto de Sines, deu outro passo essencial: a integração do Terminal XXI com a CP, que permite agora obter,
em tempo real, a escala do navio e do comboio, através da
aplicação SIMXXI. No que se refere aos contentores, a autorização de saída das mercadorias da caixa agilizou-se igualmente,
permitindo que estas saiam rapidamente do perímetro do terminal em direcção ao seu destino. Na “janela” electrónica do
porto está igualmente centralizada a entrada e saída de viaturas
e pessoas, tanto a bordo como nos terminais.
A Janela Única Portuária (JUP) foi criada pelo Governo para
permitir a centralização, numa plataforma tecnológica, da
informação, da documentação e dos processos relativos às
várias entidades públicas e agentes económicos (designadamente, agentes de navegação, transitários, transportadores terrestres, operadores logísticos, empresas gestoras dos
parques logísticos e empresas aí sedeadas) que actuam nos
portos marítimos. Deste modo, a JUP liga todos eles – num
só sistema, numa lógica de “balcão único virtual” – que
desmaterializa os processos administrativos e cria condições
para a interoperabilidade dos sistemas de informação das
várias autoridades a operar nos portos: portuária, marítima,
aduaneira, de fronteira, de sanidade e veterinária.
Entre outras vantagens competitivas deste sistema é que ele
evita atrasos no trânsito portuário de mercadorias e no despa-
18 // Setembro 08 // Portugalglobal
Em termos de benefícios operacionais, a Janela Única Portuária reduz os custos administrativos directos dos agentes
económicos que o utilizam, assim como os custos internos
inerentes à recolha e tratamento manual de dados sobre
todos os navios e mercadorias que passam pelos portos. O
despacho de navios e mercadorias torna-se mais rápido, os
tempos de espera mais reduzidos, assim como os tempos
de ocupação e parqueamento, o planeamento da utilização
e optimização dos recursos dos terminais torna-se mais eficiente. Feitas as contas, a JUP é uma garantia para que os
portos portugueses consigam o melhor nível de eficiência e
competitividade internacionais.
DESTAQUE
PORTOS PORTUGUESES NA ROTA
DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Lisboa, Sines, Setúbal, Leixões e Aveiro são os cinco grandes portos marítimos
portugueses. Em 2007, movimentaram perto de 64 milhões de toneladas de carga,
com Sines a pesar 41 por cento neste total. Sines é também, desde o início do ano,
um dos dois portos portugueses já a funcionar como auto-estrada do mar.
Segundo dados do Instituto Portuário e dos Transportes
Marítimos (IPTM), a movimentação global de mercadorias no
Porto de Setúbal foi a que mais cresceu em 2007 – mais 10
por cento face a 2006 –, seguindo-se Lisboa com um aumento
de 8 por cento, atingindo 12 milhões de toneladas.
O movimento de contentores nos quatro principais portos
nacionais cresceu 11 por cento no ano passado, acelerando
ligeiramente a tendência verificada no exercício anterior,
acrescenta o IPTM.
No que respeita ao movimento de navios, registou-se,
em 2007, um aumento significativo do número de navios
entrados no porto de Sines, menos acentuado no porto de
Leixões e nos portos sob gestão do I. P. T. M, uma tendência
inversa à verificada nos restantes portos que viram esse
movimento reduzir-se. Neste domínio, Lisboa foi o porto
com maior peso no ano em análise.
Leixões e Sines foram os “motores” do crescimento da
actividade, com as melhores performances, em termos
absolutos, o primeiro, e em termos relativos, o segundo.
Lisboa também deu um forte contributo. Aveiro registou
um “prejuízo” de 2 por cento na movimentação de
mercadorias.
MOVIMENTAÇÃO GLOBAL DE MERCADORIAS POR PORTO
PORTO
APDL
2005
2006
2007
Var. 2006-2007
Tons
Peso
Tons
Peso
Tons
Peso
Tons
%
13.330.903
22%
13.229.734
21%
14.047.037
22%
817.298
6
APA
3.328.816
5%
3.349.570
5%
3.272.005
5%
-77.565
-2
APL
11.302.565
18%
11.069.925
18%
11.949.375
19%
879.451
8
APSS
6.642.136
11%
6.204.146
10%
6.833.985
11%
629.839
10
APS
24.929.311
41%
26.933.999
43%
26.299.079
41%
-634.919
-2
IPTM
1.746.675
3%
1.902.132
3%
2.027.024
3%
124.892
7
TOTAL
61.280.406
100%
62.689.506
100%
64.428.505
100%
1.738.999
3
Fonte: Administrações Portuárias e IPTM,IP
Portugalglobal // Setembro 08 // 19
DESTAQUE
Porto de Aveiro
Com um importante plano de investimentos em curso, o Porto de
Aveiro pretende ser um dos mais
dinâmicos e competitivos portos
da Faixa Atlântica da Península
Ibérica no transporte de curta e
média distância, com um amplo
pólo de desenvolvimento logístico e industrial. No entanto, registou uma quebra de 2 por cento
na carga total movimentada em
2007, que se cifrou em perto de
3,3 milhões de toneladas. Para
já é necessário investir na fluidez
dos acessos marítimos, uma vez
que as características da barra de
acesso ao porto de Aveiro, nomeadamente a cota de profundidade, a largura e as condições
de navegabilidade induzidas pelas
marés, com limitações ao porte
máximo dos navios, reduzem o
potencial de mercado para linhas
regulares de tráfego contentoriza-
do ou Roll-on/Roll-off. Igualmente
importante será a conclusão (prevista para o 4º trimestre de 2009)
da construção do Ramal de Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro,
que além de aumentar a atractividade do porto, permitirá alargar
o hinterland portuário à região de
Castela e Leão. No final deste
programa de investimentos, o
porto de Aveiro terá um conjunto de cinco terminais de
movimentação de mercadorias tecnicamente adequados
para movimentar todo o tipo
de mercadorias.
APA
Administração do Porto de Aveiro, S.A.
Edifício 9 - Forte da Barra
Apartado 91,
3834-908 Gafanha da Nazaré
[email protected]
www.portodeaveiro.pt
Porto de Lisboa
É líder nacional no movimento
de navios (em número e em GT)
e ocupa o 1º lugar no ranking de
movimentação de carga contentorizada e de granéis sólidos agroalimentares. Estes dois tipos de
mercadorias colocam o Porto de
Lisboa a par dos principais portos
ibéricos. A sua centralidade geoestratégica confere-lhe um estatuto de relevo nas cadeias logísticas
do comércio internacional e nos
principais circuitos de cruzeiros, e
os seus resultados têm registado
um forte crescimento nos últimos
anos em todas as sua áreas de actuação, que abrangem também
o transporte fluvial, a náutica de
recreio e a dinamização cultural e
de entretenimento de toda a zona
ribeirinha sob sua jurisdição.
As actividades portuárias desenvolvem-se em ambas as margens
do rio. Na margem Norte está con-
20 // Setembro 08 // Portugalglobal
centrada a movimentação de carga contentorizada, Roll-on/Roll-off
e a maioria da carga fraccionada.
Na margem Sul estão localizados
diversos terminais especializados
nos granéis líquidos e sólidos.
Até Julho passado, o Porto de
Lisboa registou uma movimentação de mercadorias superior a 8,2
milhões de toneladas o que representou um crescimento de 2,1
por cento face a igual período de
2007. Este crescimento foi suportado por uma evolução favorável
ao nível dos granéis e da carga
contentorizada.
APL
Administração do Porto de Lisboa, SA.
Rua da Junqueira, 94
1349-026 Lisboa, Portugal
Tel.: +351 213 611 000
[email protected]
www.portodelisboa.com
DESTAQUE
Porto de Leixões
O Porto de Leixões é a maior infra-estrutura
portuária do Norte de Portugal e uma das
mais importantes do país. Com 5 quilómetros de cais, 55 hectares de terraplenos
e 120 hectares de área molhada, Leixões
dispõe de boas acessibilidades marítimas,
rodoviárias e ferroviárias, representando
cerca de 25 por cento do comércio externo português, com um movimento de 15
milhões de toneladas de mercadorias por
ano. Em Leixões passam anualmente cerca
de 3.000 navios, com todo o tipo de cargas,
e ainda passageiros dos navios de cruzeiro.
Principal missão da APDL: fazer do Porto
de Leixões uma referência para as cadeias
logísticas da fachada atlântica da Península
Ibérica. É, desde Janeiro último, auto-estrada do mar para o Norte da Europa (Holanda
e Inglaterra).
APDL
Administração dos Portos do Douro e Leixões, SA
Avenida da Liberdade
Apartado 3004
4451-851 Leça da Palmeira
Tel.: +351 229 990 700
[email protected]
www.portodeleixoes.pt
Porto de Setúbal
O Porto de Setúbal é constituído por diversos terminais, de duas naturezas distintas:
terminais de serviço público (dois multiusos, o Roll-on Roll-off da Autoeuropa, o
terminal portuário SAPEC e o terminal de
Granéis Sólidos) e terminais de uso privativo (terminal SECIL, da Uralada, da Praias
do Sado, da Alstom Portugal, Terminal Tanquisado/Eco-Oil, terminal Eurominas e terminal Teporset, em construção). É também
em Setúbal, no estaleiro da Mitrena, que se
encontram os Estaleiros Navais da Lisnave,
para a reparação naval.
A melhoria das acessibilidades marítimas
do porto e das ligações a Espanha, nomeadamente à Andaluzia e à Extremadura,
com Madrid no horizonte, são os desafios
que se colocam à Administração dos Portos
de Setúbal e Sesimbra, depois de um ano
– 2007 – marcado pelo forte crescimento
do tráfego de mercadorias em Setúbal.
APSS
Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA
Praça da República
2904-508 Setúbal Portugal
Tel.: +351 265 542 000
[email protected]
www.portodesetubal.pt
Porto de Sines
É o principal porto na fachada ibero-atlântica e líder nacional na quantidade de mercadorias movimentadas, com condições para
acolher todos os tipos de navios. Considerado um activo estratégico nacional é, por
um lado, a principal porta de abastecimento energético do país (petróleo e derivados,
carvão e gás natural) e, por outro, posiciona-se como um importante porto de carga
geral/contentorizada com elevado potencial
de crescimento, pelo que se tornou uma
referência ibérica, europeia e mundial. O
porto e a sua Zona Industrial e Logística, com
mais de 2.000 hectares, são já uma plataforma logística de âmbito internacional, com
capacidade para receber os grandes ‘actores’
dos sectores marítimo-portuário, industrial
e logístico. No 1º semestre de 2008 o porto
de Sines registou um aumento de 4,8 por
cento no total de carga movimentada, atingindo 13,3 milhões de toneladas, números
que reflectem o crescimento sustentado do
Terminal XXI, que desde o início do ano recebe navios porta-contentores com mais de
8 mil TEU directamente do Extremo Oriente.
Como auto-estrada do mar, a sua ligação
é a Itália.
APS
Administração do Porto de Sines, SA
Apartado 16
7520-953 Sines
Tel.: +351 269 860 600
[email protected]
www.portodesines.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 21
DESTAQUE - OPINIÃO
SINES:
PÉROLA DA LOGÍSTICA ENERGÉTICA
>POR NUNO RIBEIRO DA SILVA, PRESIDENTE DA ENDESA PORTUGAL
Como é sabido Sines tem um ADN energético muito forte. A
sua localização geográfica e as carasterísticas da sua morfologia
e águas profundas conferem-lhe reconhecidos argumentos.
Toda a evolução da questão da energia tem vindo a reforçar a
importância das infra-estruturas logísticas com pendor energético. Com efeito, em particular nos anos recentes, o pilar da
segurança do abastecimento, evidenciou a sua importância
nas políticas energéticas, a par da articulação energia/ambiente e da eficiência e competitividade dos respectivos sistemas.
Sines, pelo porto e respectivas infra-estruturas dos terminais
de petróleo, carvão e gás natural, afirma-se como o coração
do sistema energético nacional. Acresce a capacidade de
armazenamento daquelas três formas de energia primária,
que representam 85 por cento do consumo final de energia
de Portugal, assim como a logística dos pipelines, gasodutos, rede eléctrica e sistema ferroviário.
De momento, é sabido que esta vocação estratégica está
em pleno reforço com o aumento da tancagem de gás na-
22 // Setembro 08 // Portugalglobal
tural, com o upgrade da refinaria, com a construção de novas unidades petroquímicas, de novas centrais eléctricas a
gás natural e com a reserva de capacidade para uma nova
central eléctrica para carvão “limpo”.
Enfim, indiscutivelmente a rotunda energética do país! E no
contexto da Península Ibérica e, mesmo da Europa, Sines
tem claramente a oportunidade histórica de se afirmar.
Não é acomodável no espaço deste artigo desenvolver
exaustivamente todo este potêncial. Ficam algumas notas.
É reconhecida em Espanha a importância e o potencial de Sines
para o reforço da logística de abastecimento, em particular do
centro/sul daquele país, sobretudo no gás natural e também no
petróleo e derivados. Quanto à electricidade, a linha Sines – Balboa e a interligação que entrará em operação a Sul, por volta de
2012, são peças essenciais da interligação do ‘puzzle’ eléctrico
Ibérico. No petróleo e refinados, muito dependerá do novo perfil da refinaria de Sines e do seu parque de armazenamento e da
anunciada construção da nova refinaria na zona de Badajoz.
DESTAQUE - OPINIÃO
Uma rede de pipelines, para crude e refinados a partir de
Sines para o hinterland espanhol, afirmará, desde logo, Sines como o porto petrolífero de base para a nova refinaria
da Extremadura espanhola. Só por si, tal poderá duplicar a
operação de Sines associada ao petróleo.
reforçado valor atribuido à segurança do abastecimento,
relançam o porto e o armazenamento como activos de
renovado valor, em operações de espera e transhipment.
Afinal, trata-se de revisitar ideias dos anos 70, embora em
novo contexto…
Por outro lado, a reconfiguração da refinaria da GALP pode
levar à diminuição da operação com refinados para o mercado nacional, dado que aproximará o output em gasóleos
e gasolinas à procura interna, reduzindo a reexportação de
gasolinas e a importação directa de gasóleos.
Permitam-me conferir uma ênfase muito especial ao gás
natural. Sines pode ser o hub ibérico e uma peça estratégica na frágil logística europeia de abastecimento e armazenamento de gás natural. Os recentes acontecimentos no
Cáucaso reconfirmam a vulnerabilidade do abastecimento
russo à Europa Ocidental. Urge, pois, reforçar as alternativas
à entrada de gás, na rede europeia, proveniente de fontes
alternativas, pelo ocidente europeu.
Mas, ainda no domínio dos petróleos, a crescente volatilidade dos preços, quer do crude quer dos derivados, e o
Para lá da Península, ainda será necessário reforçar ligações
por tubo e rede eléctrica, entre Espanha e França: um romance interminável, mas que vai andando…Mas, sobretudo para a Península, o terminal de Sines dispõe das melhores condições para abastecimento e armazenagem de gás,
entre os seis terminais ibéricos.
Construir um gasoduto para Sul, que abasteça o Algarve,
fechando o anel nacional e ligando ao terminal de Huelva,
a par de outro que ligue a Extremadura espanhola e Madrid,
são infra-estruturas que estão na agenda e reforçam as óbvias vantagens funcionais e estratégicas de Sines.
Articulado com o armazenamento nas estruturas geológicas salinas de Pombal, que reunem condições inéditas para
a constituição das reservas estratégicas obrigatórias – que
Espanha não cumpre – podemos reforçar a logística e condições económicas do nosso aprovisionamento e contribuir
para a melhoria do sistema Ibérico e Europeu.
Enfim, o que é necessário é ter consciência que estamos a
viver um momento histórico – sem abusar da palavra histórico! – na redefinição das opções energéticas e na logística
que lhe está associada, com redrobrada ênfase na segurança
do abastecimento obrigando à redundância de infra-estruturas de operação e reforço dos stocks de segurança.
Estas ênfases são assumidas pela União Europeia – cofinanciando infra-estruturas com vocação energética – e pelos
governos Ibéricos. Julgo que, com base na consciência clara
dos argumentos de Sines, há que promover uma estratégia concertada de promoção desse potencial e promovê-lo
junto das entidades oficiais e das empresas internacionais e
nacionais ligadas ao sector.
Endesa Portugal
Quinta da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0, Ala B
2770-203 Paço de Arcos
Telef: 351 211 102 700
[email protected]
www.endesaportugal.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 23
COMÉRCIO
EXPORTAÇÕES
CRESCIMENTO ABRANDA
MAS CONTINUA POSITIVO
O crescimento das exportações portuguesas regista um abrandamento, devido
sobretudo à crise que afecta os nossos principais clientes, nomeadamente Espanha,
mas a recente evolução das nossas vendas ao exterior revela sinais de uma capacidade
de resposta que não se verificava há poucos anos atrás. Actualmente, exportamos
produtos com maior incorporação tecnológica, o número de empresas exportadoras
aumentou e vendemos para mais mercados, sendo crescente a importância dos países
extracomunitários neste domínio.
A crise financeira internacional que
atingiu fortemente os países desenvolvidos, clientes de Portugal, e a forte
valorização do euro face ao dólar provocaram uma desaceleração da procura externa dirigida à economia portuguesa, afectando a competitividade
das nossas exportações não só nos
mercados extracomunitários – como
os EUA –, mas também a nível intracomunitário, onde a procura é maior para
produtos concorrentes provenientes de
países terceiros, vendidos em dólares.
Depois de um excelente desempenho
em 2006, quando a procura externa
por bens e serviços nacionais cresceu
9,1 por cento, regista-se um abrandamento do crescimento das exportações
desde finais da primeira metade de
2007, ano em que – quando comparado com período homólogo – esse crescimento foi de 5,5 por cento. O Banco
de Portugal prevê que as exportações
portuguesas cresçam 4,4 por cento
este ano e 4,0 por cento em 2009, enquanto as últimas previsões da OCDE
apontam para uma taxa de crescimento real do comércio externo deste conjunto de países de 5,6 por cento.
Embora longe dos ritmos registados no
início de 2007, o crescimento das exportações continua a ser positivo e com
importantes contributos para o PIB. Na
evolução das exportações a longo prazo
e no contexto dos desempenhos recentes
24 // Setembro 08 // Portugalglobal
da economia e do comércio mundiais, o
cenário apresenta sinais positivos.
Tomando 2006 como referência para
comparação, verifica-se que nesse ano
as exportações portuguesas de bens e
serviços cresceram 13,2 por cento em
termos nominais (12,3 por cento na
componente de bens) e 8,7 por cento
em volume. Em 2007, esse crescimento
foi de 10,4 por cento em termos nominais (8,5 por cento na componente de
bens) e 7,5 por cento em volume. Trata-se, ainda assim, da segunda melhor
taxa de crescimento observada desde
2001, facto que assume maior relevância quando se compara com as taxas de
crescimento do comércio de mercado-
rias a nível mundial registadas nos dois
últimos anos (8,5 por cento em 2006 e
5,5 por cento no ano passado, em termos reais). É ainda de sublinhar que, em
2007, Portugal aumentou em cerca de
dois por cento a sua quota de mercado
nas exportações mundiais, após anos
consecutivos de quebras até 2005 e
uma variação, em 2006, que não tendo
sido negativa, foi praticamente nula.
Diversificação
ainda insuficiente
Embora as nossas exportações de serviços apresentem também uma tendência de abrandamento em 2008
(taxa de variação homóloga de 9,0
TAXAS DE VARIAÇÃO HOMÓLOGAS DAS EXPORTAÇÕES
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas
COMÉRCIO
20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS
Numa observação por mercados, os
EUA, Japão, França, Reino Unido e Malásia, responsáveis, em conjunto, por
uma contribuição negativa de 57,8 por
cento para o crescimento global das exportações de bens no primeiro semestre deste ano, têm sido aqueles para
onde as vendas têm observado maiores
abrandamentos, sendo, no entanto,
compensados pelos contributos positivos de outros mercados, dos quais se
destacam Espanha, Angola, Singapura
e Irlanda (66,6 por cento do crescimento total no mesmo período).
Por produtos, em 2007, e no que respeita aos principais grupos de bens
exportados, apenas os combustíveis
registaram uma taxa de variação negativa, enquanto, por exemplo, as exportações de máquinas e aparelhos e
veículos automóveis cresceram a taxas
nominais de 19,8 por cento e 12,7 por
cento, respectivamente. De salientar,
ainda, os crescimentos positivos das
exportações de produtos tradicionais
que em 2006 haviam observado taxas
de variação negativas, como foram os
casos do vestuário e do calçado.
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas
por cento no primeiro semestre), é a
vertente de bens que, por representar
cerca de 76,6 das exportações totais
(bens e serviços), se destaca em termos
de contributo para a evolução global
das nossas vendas ao exterior.
Dados recentes do INE relativos à componente de bens para 2008 (Janeiro a
Junho), dão conta de um crescimento de
13,8 por cento das exportações extracomunitárias, fruto do esforço de diversificação de mercados feito por muitas empresas, destacando-se neste contexto o
mercado angolano que é, actualmente,
o nosso primeiro cliente extracomunitário e quinto a nível global, por troca com
os EUA. De referir que, neste período, os
Países Terceiros valeram 74,5 por cento
do aumento total das nossas exportações (4,1 por cento).
Analistas consideram, porém, que o
crescimento verificado a nível dos extracomunitários é insuficiente para compensar a quebra verificada no crescimento das nossas exportações para os
países comunitários, onde se destacam
a Espanha – que absorve cerca de um
terço das nossas vendas ao exterior –, a
Alemanha, a França e o Reino Unido. No
conjunto, as exportações portuguesas
para os países da UE-27, destino de 75,7
por cento das exportações totais, cresceram 1,0 por cento no período de Janeiro
a Junho deste ano, segundo o INE. Para
o período Janeiro a Julho prevê-se alguma recuperação, com um crescimento
global das exportações de mercadorias
de 4,8 por cento (1,9 por cento e 14,8
por cento nas componentes intra e extracomunitárias, respectivamente).
Apesar de Espanha continuar a contribuir positivamente para o crescimento
das nossas exportações (2,7 por cento
no período em referência), o abrandamento económico registado naquele
país começa a ter reflexos na procura
pelos bens e serviços portugueses. A
crise que atingiu outras economias importantes como a Alemanha, França e
Reino Unido está também a afectar o
comércio externo português.
Do lado das importações de bens, observou-se um crescimento nominal de
10,7 por cento em 2008 (Janeiro a Junho), contra 7,4 por cento em 2007.
Para este aumento das compras ao exterior está a contribuir principalmente
a rubrica de combustíveis minerais, responsável por cerca de 56,1 por cento
do aumento registado nos seis primeiros meses deste ano.
Importante contributo
para o PIB
Outro aspecto que merece destaque é o
crescente peso das exportações de bens
e serviços no PIB, componente que continua a revelar a sua importância no desenvolvimento da nossa economia.
Em 2007, as vendas ao exterior atingiram o peso de 36,7 por cento no Produto, em volume, o registo mais elevado desde, pelo menos, 1995, e contribuíram em 135,9 por cento para o
crescimento real da riqueza do país. Por
outro lado, e ainda ao longo da última
década, apenas em 1999 e 2001 o PIB
cresceu acima das exportações de bens
Portugalglobal // Setembro 08 // 25
COMÉRCIO
e serviços. Outro aspecto a salientar é
o contínuo aumento do grau de abertura da nossa economia, que no ano
passado atingiu 41,3 por cento (29,8
por cento em 1995), medido a preços
constantes, mais por via do aumento
das exportações que pela diminuição
das importações.
20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS
Em 2008 (1º semestre), o peso das
exportações de bens e serviços no PIB
aumentou para 37,4 por cento, com
esta componente a representar 122,5
por cento do crescimento económico
nacional neste período.
A evolução recente do comércio externo português permite observar uma
mudança na estrutura das exportações.
Verifica-se, em primeiro lugar, que o
peso dos produtos de média intensidade
tecnológica tem aumentado sustentadamente, ao mesmo tempo que exportamos cada vez mais bens do nível de alta
intensidade tecnológica, ainda que esse
aumento seja gradual. Igualmente, a subida do nível das trocas intra-indústria,
em particular nos sectores da maquinaria e material de transporte, revela um
padrão de especialização de país desenvolvido, registando-se um aumento dos
fluxos de produtos de maior incorporação tecnológica, com maior incidência
de economias de escala e diferenciação
de produtos, em detrimento dum padrão de especialização baseado essencialmente em vantagens comparativas e
produtos tradicionais.
Por outro lado, há um aumento crescente do número de empresas exportadoras
(23,5 mil em 2006 contra 16,7 mil em
2000), a par da subida do valor médio de
exportação por empresa, o que acontece
principalmente a partir de 2003, sendo
também de salientar a maior diversificação dos mercados de destino das vendas
portuguesas ao exterior, com a crescente
importância dos países extracomunitários
(23,2 por cento em 2007 contra 15,8 por
cento em 1999).
De salientar ainda o facto de, em 2007,
se ter registado pela primeira vez um
saldo positivo da balança de serviços
tecnológica, que se mantém em 2008,
o que denota uma evolução sustentada
deste indicador.
26 // Setembro 08 // Portugalglobal
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas
CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%)
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas
CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%)
EXP TOTAL
BENS
SERV.
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas
EMPRESAS
ISA
NO TOPO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Na área da telemetria do GPL (Gás Petrolífero Liquefeito), a ISA dá cartas a nível
mundial. A empresa exporta soluções de registo de níveis de enchimento e de
comunicação remota de informação, fazendo de Portugal um grande exportador
desta tecnologia. As maiores empresas multinacionais petrolíferas ou distribuidoras
de gás líquido estão entre os seus clientes mais importantes.
A ISA – Intelligent Sensing Anywhere
foi a pioneira mundial na introdução de
sistemas de telemetria nos tanques de
GPL e assegura a posição de líder incontestada nesse mercado. Em 2007, a
empresa registou um aumento de 100
por cento no seu volume de negócios.
Foram 3,8 milhões de euros, dos quais
87 por cento se referem a exportações.
Sobretudo desde 2003, a empresa conseguiu um crescimento contínuo, a um
ritmo médio anual de 63 por cento e
aponta, segundo as suas previsões, para
uma facturação de 12 milhões de euros
em 2012. A empresa sediada em Coimbra, fundada em 1990 por cinco jovens
engenheiros da Universidade de Coimbra, colhe agora os frutos de 18 anos
de investigação, desenvolvendo e lan-
28 // Setembro 08 // Portugalglobal
çando a nível mundial produtos tecnológicos reconhecidamente inovadores e
de grande valor acrescentado.
Para além de pioneira no uso da telemetria aplicada a diversas áreas, a ISA
surpreendeu pelo carácter inovador do
iLogger, um sistema de gestão autónomo e multifacetado, que possibilita data
logging, leitura automática de contadores e emissão de alarmes. Este produto,
transformou o mercado de abastecimento de GPL numa ciência logística exacta,
o que permite às operadoras poupar milhões de euros anualmente em viagens
de reabastecimento desnecessárias.
Pelas características inovadoras e fiabilidade dos produtos apresentados, a ISA
alcançou uma quota superior a 50 por
cento no mercado mundial da telemetria. A aplicação deste conceito à telecontagem multi-utility para o gás, água
e electricidade e a introdução de uma
rede doméstica de eficiência energética
para traçar o perfil de consumo de cada
lar tornaram-se agora uma das grandes
apostas da ISA.
Em face da velocidade meteórica da
evolução tecnológica e da criação de
novos produtos nos mercados, a ISA
adoptou uma estratégia com o mote
“a step ahead” que tem sido um factor
de sucesso da empresa. A ISA compete
com gigantes tecnológicos, apresentando preços mais competitivos e uma
maior rapidez na colocação de novos
produtos no mercado. Segundo um
EMPRESAS
responsável da empresa, “quando os
nossos competidores chegam ao mercado, a ISA já se prepara para lançar
novos produtos que manteve secretos
até à altura do seu lançamento”.
A Shell Gás, a BP Gás, a Butagaz, a
SHVGás/Primagaz, a Repsol e a Galp estão entre os grandes clientes para quais
a empresa instalou as maiores redes de
telemetria existentes em exploração
nesta área. São já cerca de 35.000 os
equipamentos ISA em funcionamento
na Europa com o mercado francês em
grande destaque, logo seguido do espanhol. Embora o mercado de GPL seja
a grande fonte de rendimentos, a empresa aposta também na exportação de
produtos e serviços nas áreas das soluções de comunicação com o consumidor, serviços de saúde e soluções médicas, soluções de gestão remota para o
ambiente, telecontagem multi-utility e
eficiência energética. Entretanto, uma
rede domótica, especialmente voltada
para a eficiência energética e para a
informação aos consumidores do menor consumo possível de recursos, será
considerada no curto prazo, sendo,
na convicção dos seus responsáveis, o
maior factor de sucesso da empresa.
A capacidade inovadora da ISA já lhe
valeu inúmeros prémios de grande prestígio internacional, tendo-lhe sido atribuído desde 2005 o título de PME Inovadora pela COTEC Portugal. Durante
o “Meeting Europe 2006”, em Copenhaga, a ISA foi reconhecida internacionalmente na categoria de Inovação,
com a atribuição do prémio “European
Utilities Award” para a sua solução de
telecontagem sem fios baseada em redes em malha. Depois de em 2006, ter
sido galardoada com o Prémio de Internacionalização/Empresas de Tecnologia
de Informação e Electrónica, no último
mês de Junho recebeu uma menção
honrosa entregue pelo Presidente da
República, no âmbito do Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer pela sua
solução de telecontagem iMeter.
Actualmente, a empresa conta com
cerca de 80 colaboradores altamente
especializados, maioritariamente licenciados, mas também com mestres e
doutorados em áreas tecnológicas de
relevo para a actividade da empresa.
As soluções ISA
As soluções de telemetria da ISA
permitem às companhias de GPL
conhecer globalmente o estado de
abastecimento de toda a sua rede
de depósitos, através de uma plataforma robusta de armazenamento,
tratamento e exposição de dados dos
cinco continentes. Cada cliente pode,
assim, mediante um acesso seguro ao
portal +Gás, consultar num mapa o
panorama geral ou pormenorizado
de todas as suas instalações de gás,
observar e registar tendências, detectar anomalias, desenvolver planos
optimizados de reabastecimento dos
diferentes locais. Os grandes produtos da empresa são:
autónoma de transmissão da informação através de uma rede em malha.
iMeter – Sistema automático de
telecontagem multi-utility que permite a consumidores e empresas a
optimização dos seus consumos de
electricidade, de água e de gás.
iPlugMeter – Sensor e actuador da
rede iMeter junto de cada tomada.
Traça o perfil completo de consumo eléctrico de um aparelho vinte e
quatro horas por dia.
iLogger – Sistema de gestão remota
autónomo e multifacetado (alimentado por bateria e com comunicação
GSM/GPRS) que possibilita data logging, leitura automática de contadores e emissão de alarmes.
iCenter - Plataforma de software de
telemetria de tanques e telecontagem de contadores. Trata-se de uma
plataforma web, acessível a partir de
qualquer browser, em qualquer lugar do mundo.
iEyeMeter – Sistema que permite transformar um velho contador analógico
num contador digital, com capacidade
Netmeter – Dispositivo versátil de
monitorização de contadores. Se o
contador dispuser de uma saída eléctrica de impulsos, o NetMeter procede à contagem dos impulsos de saída
e entra numa rede de comunicação
em malha à qual comunica os resultados das contagens.
ISA Portugal
Rua Carlos Seixas, 9
3030-177 Coimbra
Tel.: 351 239 791 090
Fax: 351 239 791 099
[email protected]
www.isa.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 29
EMPRESAS
Vicaima
AS PORTAS DO SUCESSO
Fabricar portas corta-fogo de grande qualidade e dar uma função decorativa às
portas fabricadas projectou a Vicaima para um lugar cimeiro no mercado europeu. No
domínio das portas interiores a empresa é mesmo um dos maiores ‘players’ mundiais.
Trabalhar a madeira é com a Vicaima. O
seu core business são portas, aros e roupeiros. Mas são as portas a ocupar grande parte da produção, para todos os gostos e nos mais diversos estilos. São elas
o grande cartão de visita da empresa e
80 por cento destinam-se à exportação.
Os mercados no topo das vendas são Portugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda. Uma
das estrelas é a linha Performance, onde
se distingue o Portaro, cuja produção,
nos últimos três anos, cresceu a um ritmo
anual de 20 por cento. Já representa 35
por cento da produção total da empresa
e é exportada, quase integralmente, para
mais de dez países. Para o Reino Unido,
por exemplo, 70 por cento do total exportado são portas corta-fogo.
A aposta no corrente ano é a linha Haute
Couture que integra a colecção Black &
White. Para a empresa o target desta colecção “são pessoas que gostam de estar
na moda, que apreciam alta-costura e que
nas suas casas ou nos espaços onde trabalham, apostam em decorações dinâmicas
30 // Setembro 08 // Portugalglobal
e muito criativas”. Composta por dez modelos, a preto e branco, já garantiu vendas
dignas de registo em Portugal, Espanha,
Dubai, México, Inglaterra e França.
Para o sucesso nos mercados externos é
determinante o upgrade constante às gamas existentes e o lançamento regular de
novas colecções. Segundo Arlindo Costa
Leite, CEO da Vicaima, “as portas não são
um produto estático; a aposta muito forte
que fazemos na inovação tem o objectivo
de marcar a evolução da porta de simples
commodity para uma peça de decoração
e até elemento de arte”, e acrescenta,
enumerando os três princípios chave da
Vicaima: “pretendemos sempre melhorar
o produto mantendo a simplicidade das
soluções, procurando sempre um eixo diferenciador e fugindo ao óbvio”.
É por isso que a estratégia de internacionalização reflecte a capacidade de
flexibilizar e disponibilizar produtos que
se adaptem às tendências dos diferentes
mercados. E, se por um lado, a estraté-
gia de abordagem a cada mercado passa
sempre pela qualidade dos produtos, factores como o design e o preço competitivo têm um peso igualmente importante
em todas as soluções da marca Vicaima.
A empresa assume uma política de responsabilidade ambiental – “é nossa preocupação contribuirmos para um mundo
sustentável”, diz o mesmo responsável –,
e canaliza esforços no sentido de reduzir
o nível do consumo de recursos naturais e
emissões gasosas ou alcançar maior eficiência energética. A Vicaima conta actualmente com 720 trabalhadores.
Vicaima –
Indústrias de Madeiras
e Derivados, SA
Apartado 9
3730 953 Vale de Cambra
Tel.: 351 256 426 300
Fax: 351 256 426 301
[email protected]
www.vicaima.com
MARROCOS
Um mercado em plena ebulição
>POR EDUARDO HENRIQUES, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DO MAGREBE
Nos últimos anos, Marrocos tornou-se num pólo de estabilidade no contexto
do Magrebe, ocupando o primeiro lugar em termos de atractividade para
o investimento estrangeiro no lado sul da bacia do Mediterrâneo. Também
a definição, pelas autoridades marroquinas, de um conjunto de sectores
prioritários estratégicos para o desenvolvimento do país, está a mudar a um
ritmo impressionante a face económica de Marrocos.
MERCADO
Os vastos programas de construção de
infra-estruturas que vêm sendo realizados, deverão conhecer um novo impulso com o recente lançamento de mais
um plano a desenvolver entre 2008 e
2012, que prevê a realização de projectos num valor superior a 10 mil milhões
de euros (incluindo auto-estradas, rocade mediterranéenne, estradas rurais,
manutenção de estradas, TGV, gares e
rede ferroviária, porto de Tanger-Med
II, aeroportos, etc.).
No turismo, que fixa através do Plan
Azur uma série de objectivos estratégicos (10 milhões de turistas, 170 mil camas e 7 mil milhões de euros de receitas
para 2010), o mercado vem conhecendo um autêntico boom de construção e
desenvolvimento de projectos turísticos
um pouco por todo o território.
Na indústria automóvel, a atracção
para Marrocos do projecto da RenaultNissan, já lançado em Tânger, catapultará o país para a ribalta mundial da
produção automóvel, em especial no
nicho particularmente promissor dos
automóveis de baixo custo. Com uma
produção prevista de 400 mil unidades/ano para a nova unidade de Tânger, em 2012, e o reforço para cerca de
100 mil unidades/ano da unidade que
o construtor franco-nipónico já possui
em Casablanca, Marrocos transformarse-á num pólo especialmente atractivo
para toda a fileira.
Na sequência da apresentação do programa “Emergence” (2005), são já evi-
dentes alguns resultados da aposta na
atracção de investimento estrangeiro
em sectores tão diversos como o offshoring (estando em curso o desenvolvimento de vários parques tecnológicos
ao longo do país, que atraem grandes
investidores internacionais), a electrónica, a aeronáutica e o agro-alimentar.
Na energia, em face da enorme dependência do petróleo, o país está a
lançar um ambicioso plano de expansão das energias alternativas, com especial incidência na eólica, mas que
também passa pelo reforço das redes
de transporte e distribuição de ener-
gia (estando previstos investimentos
superiores a 600 milhões de euros até
2010 nesta área).
Para além destes sectores, o desenvolvimento de Marrocos abre inúmeras
oportunidades em outras àreas de actividade como a agro-índustria, pesca,
metalurgia e metalomecânica, imobiliário, protecção ambiental e outras.
Em face deste contexto, Marrocos oferece condições únicas para a internacionalização das empresas portuguesas. Com a enorme vantagem de estar
tão perto de Portugal!
Tanger Med: Uma plataforma logistica para o Mediterrâneo
O novo complexo portuário de Tânger està em funcionamento desde
2007, sendo hoje um dos maiores
do Mediterrâneo. Com a progressão dos investimentos na zona de
Tânger (em especial na zona franca), com particular destaque para o
grande projecto da Renault-Nissan,
está já previsto uma expansão da
infra-estrutura existente tendo por
objectivo atingir 8 milhões de contentores, 1,7 milhões de passageiros
e 700 mil camiões por ano.
Portugalglobal // Setembro 08 // 33
MERCADO
COMO FAZER NEGÓCIOS EM MARROCOS
Os marroquinos apreciam um interlocutor simpático, confiante e assertivo, que
passe uma mensagem positiva e clara.
Apesar de em Marrocos a língua dos negócios ser o francês, é importante notar
que esta não é a língua materna, pelo
que é fundamental que a mensagem
seja bem transmitida. Também se podem encontrar interlocutores que falam
espanhol (sobretudo no Norte do país)
ou inglês (entre os homens de negócios
mais viajados ou na alta administração
pública e empresas públicas).
As reuniões devem ser marcadas com
alguma antecedência e confirmadas
um ou dois dias antes. Apesar de ser
possível marcar reuniões em Julho e
Agosto, assim como durante o mês
do Ramadão, é preciso ter em atenção
que durante esses períodos os horários
de trabalho são mais curtos.
Muitos marroquinos tiveram a sua formação em França, pelo que mantêm
algumas das características francesas,
como seja o tratamento formal (Monsieur, Madame, vous) ou a importância
da aparência, sendo aconselhável vestir-se bem, de fato e gravata.
A concretização de negócios depende
em grande medida das relações pessoais,
34 // Setembro 08 // Portugalglobal
pelo que é importante estabelecer uma
relação com os seus interlocutores, promovendo convívios, convites para visitar a
empresa em Portugal ou oferecendo-lhes
lembranças de cortesia. Uma boa forma
de fortalecer as relações pessoais é mostrar interesse pela cultura local ou encontrar interesses ou passatempos comuns.
Antes de avançar com qualquer negócio
é essencial recolher o máximo de informação sobre o seu interlocutor, certificandose da sua solvência financeira, idoneidade
e credibilidade, devendo-se também ter
em atenção a sua respectiva rede de contactos e os seus parceiros locais.
A conclusão de um negócio necessita,
geralmente, de um ampliado período de
negociação, com várias reuniões e encontros, pelo que se deve ter paciência
e muita persistência até à sua conclusão.
Exímios negociadores, os marroquinos
necessitam de, durante o processo negocial, sentir boa vontade da parte do
interlocutor e, no final, de ficarem com a
impressão de um ganho palpável.
Quando lidar com a administração pública ou com empresas/serviços a ela ligados
(cujo peso em Marrocos é ainda muito
elevado) prepare-se para algumas informações contraditórias, interpretações
legais divergentes, tempos de resposta
longos e uma burocracia significativa.
Em quase todos os sectores de actividade é conveniente contar com um parceiro local capaz de desbloquear problemas e para servir de interlocutor junto
das autoridades locais, podendo ser um
enorme facilitador dos negocios.
Apesar de minimamente qualificada
e barata, a mão-de-obra marroquina
tem sérios problemas de produtividade, particularmente durante os meses
de Verão e no Ramadão. Ao nível de
quadros locais, a qualidade varia muito, tendo geralmente melhor qualidade
os provenientes de áreas científicas.
Apesar dos marroquinos não serem rigorosos com a pontualidade, há interlocutores que podem sentir-se ofendidos com o atraso, sendo aconselhável
chegar a horas.
aicep Portugal Global
Rabat
5, Rue Thami Lamdaouar
B. Postale 5050 SOUISSI
Rabat - Marrocos
Tel.: +212 37 752 472
Fax: +212 37 756 686
[email protected]
MERCADO
TROCAS COMERCIAIS
FAVORÁVEIS A PORTUGAL
O interesse manifestado por muitas empresas portuguesas pela economia marroquina
permite antever um reforço dos laços comerciais. Nos últimos anos, o relacionamento
bilateral não apresenta oscilações significativas.
Em termos globais, Marrocos é ainda
um parceiro comercial pouco importante para Portugal. Em 2007 ocupou a 21ª posição como cliente e a
47ª como fornecedor. Como cliente,
no entanto, e tendo em consideração
apenas os países extra-comunitários, a
sua posição é particularmente relevante, assumindo o 9º lugar.
De acordo com os números do INE, as
exportações portuguesas para Marrocos
têm vindo a crescer continuadamente desde 2005, tendo alcançado, em
2007, 199,2 milhões de euros, mais 22
por cento que no ano anterior e mais
51 por cento que em 2005, o que atesta o forte interesse das empresas portu-
guesas por este mercado. As máquinas
e aparelhos ocupam o primeiro lugar
(cerca de 25 por cento), seguindo-se as
matérias têxteis (quase 14 por cento) e
os metais comuns (12 por cento).
Relativamente às importações de Marrocos, em 2007 observou-se uma subida de 18 por cento em relação ao ano
anterior, tendo-se alcançado os 85,5
milhões de euros.
É importante sublinhar que os números
referentes ao comércio bilateral compilados pelo lado marroquino apontam para
valores ainda mais elevados, com cerca
de 273,4 milhões de euros a corresponderem a bens comprados a Portugal e
183 milhões de euros a bens marroquinos exportados para o nosso país.
No que toca à presença de empresas
portuguesas no mercado, depois de ter
sido o primeiro investidor em Marrocos
no inicio da década, naturalmente devido ao enorme investimento realizado
pela PT na compra de uma participação
no operador Meditel, Portugal tem vindo a perder posições. Apesar do número
de empresas instaladas estar em crescimento, rondando hoje as 110, os valores
investidos são relativamente pequenos,
sobretudo por se tratarem de PME.
De acordo com o Office des Changes
de Marrocos, os investimentos directos
Portugalglobal // Setembro 08 // 35
MERCADO
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL
(10 EUR)
2003
2004
2005
2006
2007
Evol. %
Exportações
129.226
143.925
131.103
164.020
199.208
12,3
Importações
59.943
57.196
56.427
72.367
85.506
10,1
Saldo
69.284
86.729
74.676
91.653
113.702
--
Coeficiente
Cobert. (%)
215,6
251,6
232,3
226,7
233,0
--
3
a
Fonte: INE Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2003-2007
Valores declarados (últimas versões)
portugueses terão sido próximos de 5
milhões de euros em 2007, número
equivalente ao observado no ano anterior, sendo que Portugal desceu ao 22º
lugar como país investidor. Em sentido
oposto, o desinvestimento português
em Marrocos terá rondado os 2,5 milhões de euros no mesmo ano.
portos e aeroportos, turismo, energia e
indústria automóvel), abrem novas oportunidades e fazem antever um maior
envolvimento e um reforço da presença
nacional no mercado de Marrocos.
Assim sendo, Marrocos caiu, segundo
o Banco de Portugal, para 20º lugar
como destino de investimento directo
português no estrangeiro, depois de
ter ocupado o 7º em 2002.
Nos primeiros meses do ano corrente
foram anunciados dois grandes casos
de desinvestimento de empresas portuguesas (Grupo José de Mello Adubos
e Sunviauto), perspectivando-se, no
entanto, para breve investimentos que
poderão compensar estas perdas relativas, de que se destacam a construção
de uma nova cimenteira pela Cimpor e
de uma fábrica da Frulact.
Apesar de alguma evidente desaceleração dos montantes investidos por algumas empresas portuguesas em Marrocos, é de sublinhar o crescente interesse
de outras por sectores em pleno desenvolvimento, como sejam o turismo, o
imobiliário, as energias renováveis ou a
indústria automóvel.
Uma área que mantém uma importante presença nacional é a da construção
e obras públicas, sendo que, e de acordo com um inquérito efectuado este
ano pelo Centro de Negócios da AICEP
em Rabat, mais de 600 milhões de euros em obras foram adjudicados entre
2007 e meados de 2008 a empresas
portuguesas presentes no mercado.
Os fortes investimentos previstos para os
próximos anos, protagonizados pelo Estado marroquino ou pelo sector privado
e grandes empresas multinacionais (em
áreas como a construção de estradas,
36 // Setembro 08 // Portugalglobal
Conjuntura macroeconómica
A economia marroquina tem evidenciado um comportamento irregular ao
longo da década. Entre 2003 e 2007,
o crescimento médio anual do PIB foi
de 4,4 por cento, abaixo do limite
considerado pelas autoridades como
necessário para reduzir significativamente a pobreza e o desemprego. No
entanto, a média dos últimos anos
esconde uma performance irregular,
com as taxas a oscilarem entre 1,9 por
cento (2005), 7,8 por cento (2006) e
2,2 por cento (2007).
Para 2008, as previsões oficiais apontam para uma taxa de crescimento na
ordem dos 6 por cento, dependendo
da evolução do sector agrícola (aparentemente as colheitas serão maiores
este ano do que em 2007), cuja variação foi aliás responsável pelo fraco
desempenho económico do último
ano (menos 19,4 por cento). É importante frisar, no entanto, que a actividade económica não agrícola do país
tem dado sinais extremamente positivos, com uma taxa de crescimento
acima dos 5 por cento em 2007.
Apesar do aumento do défice comercial em 2007 (mais 39,1 por cento), os
restantes fundamentos da economia
marroquina mantêm-se relativamente
saudáveis, com taxas de FBCF superiores a 20 por cento, a dívida externa
estabilizada em torno dos 20 por cento
do PIB e a dívida pública próxima dos
55 por cento do PIB.
ANÁLISE SWOT DO MERCADO
Pontos fortes
Pontos fracos
• Simpatia em relação a Portugal;
• Desconhecimento da oferta portu• Proximidade geográfica;
guesa/falta de imagem;
• Flexibilidade e adaptabilidade das em- • Não associação de Portugal à inovação
presas portuguesas.
tecnológica ou tradição industrial;
• Escasso acompanhamento/apoio dos
clientes por parte dos fornecedores
portugueses.
Oportunidades
Ameaças
• Forte crescimento económico e lança- • Concorrência movida por todos os
mento de vastos programas de obras
países que já têm presença significativa no mercado (em especial europeus
públicas e privadas;
• Significativos investimentos estrangeiros
e do Golfo Pérsico);
em curso ou em vias de concretização; • Sensibilidade particular aos factores
preço e condições de pagamento.
• Existência de mecanismos de crédito
preferenciais (linha de crédito de 200
milhões de euros que deverá ser brevemente duplicada).
MERCADO
PARCERIA ESTRATÉGICA
EM DESENVOLVIMENTO
>POR JOÃO ROSA LÃ, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM MARROCOS
Falar do relacionamento entre Portugal
e Marrocos é falar, em primeiro lugar, de
constantes geográficas e históricas, é falar de geopolítica. E, neste aspecto, quase
nada haverá a acrescentar à fórmula de
Bismark: “nós os políticos podemos mudar tudo, menos a geografia”.
Portugal e Marrocos partilham, desde
logo, um espaço geográfico em grande
parte coincidente: ambos estão debruçados para o Atlântico, à entrada do
Mediterrâneo.
Essa proximidade permitiu influências
e permutas várias ao longo da história.
A cultura portuguesa possui um amplo
legado patrimonial árabe, com marcas
que vão desde a arquitectura às artes
decorativas, dos vocábulos que entraram no nosso léxico aos hábitos tradicionais do quotidiano. Marrocos, por
seu turno, tem também na sua história,
no seu território e no seu património
inegáveis marcas da presença portuguesa que, a partir do século XV, ali se
fixou temporariamente.
Desde 1774, data da assinatura do Tratado de Paz que sucedeu à saída por-
tuguesa do seu último bastião em Marrocos, a Fortaleza de Mazagão, que as
relações político-diplomáticas entre os
dois países se caracterizam por um perfeito equilíbrio e estabilidade, sem um
único conflito que gere incompreensões
e mal-entendidos. Nenhum outro vizinho
de Marrocos pode invocar uma relação
idêntica, incluindo a França. As características da nossa presença histórica, não
configurando uma situação colonial típica, afastam do nosso país essa conotação altamente negativa.
Este país está actualmente envolvido num
importante processo de desenvolvimento
económico, com vultuosos investimentos
em infra-estruturas e na modernização
da sua economia, que suscitam o interesse de muitas empresas internacionais. A
nossa proximidade geográfica, o nosso
estádio de desenvolvimento e a necessária internacionalização das nossas empresas, em especial das PME, justificam que
se passe a olhar o mercado marroquino
como um mercado apetecível e natural
dos nossos agentes económicos.
Num tempo dos chamados “choques
culturais”, em que se equaciona a coexistência pacífica entre diversas concepções de vida, do mundo e dos valores,
o exemplo que podemos dar de uma
convivência sem contenciosos, (fortalecida por valores históricos e culturais
que partilhamos, bem como pela nossa
maneira de estar no mundo), assume
uma enorme relevância, como prova
de um relacionamento possível entre os
povos e os países, quaisquer que sejam
as suas matrizes civilizacionais.
Os últimos governos têm dedicado
grande atenção ao desenvolvimento
das nossas relações económicas, designadamente dotando-as de um enquadramento político adequado e de
instrumentos decisivos. Estão, neste último caso, as linhas de crédito abertas
para alavancar a presença das nossas
empresas em Marrocos, as quais têm
vindo, de forma crescente, a instalar-se
neste país. Desde 2006 o governo português quadruplicou a linha de crédito
inicial de 100 milhões de euros para
400 milhões, nos termos de um acordo
obtido na última Cimeira de S.Julião da
Barra, em Julho do corrente ano.
Numa perspectiva política, as relações
entre os nossos dois países assumem
grande interesse, creio, pelas questões
incontornáveis que se levantam hoje,
quer quanto à estabilidade política da
área, quer à segurança regional que se
torna indispensável, quer ainda para
assegurar uma mais completa integração entre o Magrebe e a União Europeia imposta pela vizinhança próxima
das duas regiões, que cria laços de interdependência que não podem deixar
de ser devidamente acautelados.
Finalmente, também sob ponto de vista
económico será do maior interesse chamar a atenção dos agentes económicos
nacionais para as enormes potencialidades que se lhes abrem em Marrocos.
Por todas estas razões, creio que se justifica dedicar uma atenção particular ao
tema das nossas relações com Marrocos,
sobretudo tendo em conta as vantagens
comparativas que usufruímos, face a um
mundo cada vez mais competitivo e à
necessidade de olharmos para outras realidades, para lá do espaço de sucesso Europeu que integramos. A excelência das
nossas parcerias com o Magrebe, à semelhança do nosso relacionamento com outras áreas do globo (Brasil, PALOP), serão
mais valias inquestionáveis e de peso para
a nossa relativamente reduzida capacidade de manobra política no seio da UE e
face aos nossos parceiros europeus.
Portugalglobal // Setembro 08 // 37
MERCADO
DESCOBRIR MARROCOS COM GPS
O mercado marroquino foi conquistado pela Inosat com o Inofrota Pro. A empresa
especializou-se na tecnologia GPS que permite aos clientes localizar veículos e pessoas
em qualquer parte do mundo.
Duas razões de fundo marcam a aposta
da Inosat no mercado marroquino. Ali, o
negócio da Inosat tinha ‘pernas para andar’ devido à falta de oferta de produtos
para a localização de veículos e à segurança que uma parceria com uma empresa local proporcionou ao investimento.
O apoio no terreno, dado pela Movitec,
posicionou os produtos da Inosat na linha
da frente no seu sector de actividade.
Desde 2000 que a Inosat domina esta
tecnologia. Depois de milhares de unidades instaladas na Península Ibérica
a empresa saltou para Marrocos a daí
pensa expandir os negócios para outros países do Norte de África e Médio
Oriente. As soluções da Inosat casam
na perfeição o hardware instalado nos
veículos e desenhado em Portugal, com
o software. As caixas negras instaladas
no meio de transporte contêm sistemas
de GPS e GSM que transmitem informações em tempo real para o centro
de controlo. No mercado, é na região
de Casablanca, muito desenvolvida e
europeizada, que a empresa desenvolve a maior parte dos negócios.
São muitas as vantagens que a tecnologia Inofrota Pro, concebida integralmente na Inosat, possibilita aos gestores de frotas. Um exemplo: impede o
uso irregular de veículos e os gastos de
combustível inexplicados. Um segundo
exemplo: indica vias alternativas e avisa
os clientes de possíveis atrasos ao minuto. Ainda um outro exemplo: aumenta
a segurança porque possibilita ao gestor de frota enviar meios de socorro,
imobilizar o veículo em caso de roubo e
assegurar a protecção da mercadoria.
Uma grande surpresa está ainda reservada para cada novo utilizador desta tecnologia. No final do mês há um relatório
exaustivo sobre cada unidade e cada funcionário, com número de viagens, horas,
locais, tempos de pausa, excesso de velocidade ou demasiada lentidão. A Inosat
torna assim possível detectar todos os
desvios à média ideal para cada cliente.
O mercado de Marrocos é de capital importância para o crescimento sustentado
da empresa. O mercado interno, embora
muito importante, não apresenta as oportunidades de negócio necessárias para
manter o ritmo de crescimento acelerado, de 50 por cento ao ano, que a Inosat
pretende concretizar nos seus objectivos
de médio e longo prazo. A empresa tem
200 colaboradores e escritórios em Lisboa, Porto e Covilhã.
Principais produtos da empresa
Simples e discreto oferece até 30 dias
de autonomia.
Car Locator
É um sistema de segurança e localização de GPS que permite localizar e imobilizar o veículo quando é roubado.
Pet Locator
É um sistema de segurança e localização GPS que permite localizar o animal
de estimação quando este foge ou é
roubado.
Inofrota
O Inofrota é um sistema de localização
de veículos e gestão de frotas. Baseado
em tecnologia GPS e GSM, permite ao
gestor de frota visualizar em qualquer
momento a localização de todos os
veículos em qualquer parte do mundo.
Garante a segurança do veículo, do
38 // Setembro 08 // Portugalglobal
condutor e da carga, optimiza os recursos e a gestão eficaz da frota. É de fácil
manuseamento e utilização.
Child Locator
É um sistema de segurança e localização GPS que permite localizar crianças/adultos, sempre e onde quiser.
Inosat
Rua Consiglieri Pedroso, 71 – 7º
2730-055 Barcarena
Tel.: 214 342 410
Fax: 214 342 419
[email protected]
www.inosat.pt
MERCADO
MERCADO ESTRATÉGICO
Com uma presença assente em sólidas parcerias locais, a Eusébios aposta em Marrocos
como placa giratória para outros mercados.
Nos próximos dois anos os negócios da
Eusébios no mercado marroquino vão
rondar os 50 milhões de euros. Merece
destaque a participação no consórcio
da empreitada da Estação de Tratamento de Águas de Marraquexe e consequente exploração durante dez anos,
projecto orçamentado em 100 milhões
de euros. A aposta em parcerias locais
deu frutos e a entrada noutros países
também está para breve. O Senegal, a
Argélia, a Líbia e os Emirados poderão
ser alcançados a partir do sucesso conseguido no mercado marroquino.
São três as áreas de actuação da sucursal no mercado: construção civil,
com grande ênfase na edificação, engenharia civil e engenharia ambiental.
Mas o principal investimento, nos primeiros três anos no mercado, foi na
construção civil, com empreitadas em
Marraquexe, Casablanca e Rabat e a
carteira de negócios a crescer de forma
sustentada. Desde o início, a “Eusébios
Maroc” projectou a actividade na associação com empresas marroquinas, o
que permitiu um rápido conhecimento
do mercado e das especificidades económico-sociais, fiscais, administrativas
e jurídicas do mercado. Segundo João
Santos, responsável da empresa, a entrada em Marrocos não foi fácil, “pelas
diferenças dos métodos de trabalho,
pela falta de mão-de-obra especializada, pelas flutuações dos preços, pela
falta de materiais disponíveis, pela ausência de normas de segurança, pelas
diferenças de região para região e outras”. Como elementos positivos que
ajudaram na integração da empresa o
responsável destaca: “a facilidade de
interacção com a população, o baixo
custo da mão-de-obra, a existência no
mercado de empresas especializadas
na desburocratização dos problemas, a
qualidade dos trabalhadores e o elevado número de projectos com financiamento aprovado”.
Além do mercado português a Eusébios já
desenvolve a sua actividade em Espanha,
Bélgica, Marrocos, Argélia e Angola.
Eusébios & Filhos, SA
Casa da Renda
4720 285 Carrazedo
Amares
Tel.: 253 900 200
Fax: 253 900 209
[email protected]
www.eusebios.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 39
MERCADO
Empresas
portuguesas
em destaque
no mercado
FICHA DE MERCADO
Asibel Construções
Bicafé
Casais Empreiteiros
Cimpor
Conduril Construtora Duriense
Rabat
MARROCOS
Delta Cafés
Efacec
Etermar
Eusébios e Filhos
Frulact
Grupo Amorim
Área: 710.850 km2
Capital: Rabat – 1,398 milhões de habitantes
Grupo Espirito Santo
População: 31,9 milhões de habitantes (estimativa 2006)
Outras cidades importantes: Casablanca,
Fez, Tânger e Kénitra.
Hidroprojecto
Densidade populacional: 44,9 habitantes
por km2 (2006)
Religião: A religião oficial é o islamismo; a
maioria da população é muçulmana.
Inosat
Designação oficial: Reino de Marrocos
Língua: A língua oficial é o árabe, embora
uma minoria significativa fale o berbere. O
castelhano é falado nas regiões do norte e o
francês no resto do território.
Grupo BPI
Jaime Ribeiro & Filhos
Joamar S.A
Lena Construções
Maconde
Portugal Telecom
Somafel
Sovena
Tecnovia
Tegael
Telcabo
40 // Setembro 08 // Portugalglobal
Chefe de Estado: Rei Mohamed VI
Primeiro-Ministro: Abbas el-Fassi
Data da actual Constituição: 13 de Setembro de 1996
Principais partidos políticos:
Lealistas: Congregação Nacional dos Independentes; União Constitucional; Movimento Popular; Aliança Nacional.
Esquerda e Centro-Esquerda: União Socialista
das Forças Populares; Partido Istiqlal; Partido do
Progresso e do Socialismo; Esquerda Socialista
Unificada.
Islamitas: Partido da Justiça e Desenvolvimento. O maior movimento islamita do país é o
banido al-Adl-wal-Ihsane (Justiça e Caridade).
As últimas eleições realizaram-se em Novembro de 2007.
Unidade monetária: Dirham marroquino
(MAD) 1 EUR = 11,4887 MAD (Março de
2008)
Ranking em Negócios: Índice 5,50 (10 =
máximo)
Ranking geral: 70 (entre 82 países)
Risco de crédito: 3 (1=risco menor; 7=
risco maior)
(COSEC – Julho 2008 – http//cgf.cosec.pt)
Grau de abertura e dimensão relativa
do mercado:
Exp.+ Imp./PIB = 67,9% (2006)
Imp./PIB = 36,9% (2006)
Imp./Imp. Mundial = 0,19% (2006)
OPINIÃO
O PAPEL DO ESTADO NAS RELAÇÕES
ECONÓMICAS INTERNACIONAIS
>POR ARMINDO RIOS, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP EM MAPUTO
em que assenta a sociedade e que os
Estados sistematicamente limitam ou
destroem esse bem inalienável. Os últimos anos têm, porém, mostrado o papel essencial do Estado na garantia da
segurança das pessoas, na promoção e
melhoria da educação e da saúde e, no
campo económico, na criação de condições ao sector privado para que este
faça crescer a riqueza e o emprego.
As teorias neoliberais continuam a defender uma diminuição do papel do
Estado na economia, tendo por base o
raciocínio de que a liberdade é o pilar
Igualmente, as acções concertadas dos
Estados para combater o terrorismo, a
circulação ilegal de pessoas e as transacções fraudulentas são exemplos do
papel do Estado para promover e aumentar a segurança das pessoas e dos
seus bens. O Estado tem tido um papel relevante no aumento exponencial
dos jovens que frequentam o sistema
de ensino obrigatório, nomeadamente
nas economias em desenvolvimento, e
no crescimento significativo do numero
de alunos universitários, assim como na
sistemática discussão e experimentação de modelos de ensino que tornem
os sistemas mais eficazes e eficientes,
focalizando o papel das comunidades
(descentralização) e dos pais.
Este continuado esforço dos Estados,
em complementaridade com o sector
privado, tem permitido que o conhecimento seja o maior e melhor recurso
de qualquer país.
Na vertente económica, a discussão sobre o papel do Estado tem sido a mais
fracturante em termos de discurso político, com consequências positivas ou
negativas no desenvolvimento das economias emergentes e nos ciclos económicos dos países desenvolvidos. A pluralidade de pólos de desenvolvimento
no Mundo, a globalização crescente
dos mercados de mercadorias, serviços
Portugalglobal // Setembro 08 // 41
OPINIÃO
Na componente pública, o IPAD (Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento) reforçou o seu papel na ajuda
ao desenvolvimento, centrando os seus
esforços na saúde, educação e cultura e
criando um fundo destinado a oferecer
fortes bonificações de juro a projectos
empresariais que sejam complementares das intervenções da cooperação
portuguesa. Além dos sectores referidos, a defesa é outro sector importante
da nossa cooperação, para melhorar a
capacidade das forças de segurança.
Do lado do Estado moçambicano, temos assistido a um papel relevante para
criar estabilidade politica e económica
duradoiras, e ainda a vontade politica
de dialogar periodicamente com o sector privado para melhorar o ambiente
de negócios.
e financeiros e, mais recentemente, os
factores culturais, mostram de novo o
papel crucial do Estado como incentivador de boas práticas, como regulador e como promotor de confiança.
As recentes intervenções dos bancos
centrais no mercado financeiro, injectando liquidez através de empréstimos
de biliões à banca comercial, a intervenção directa do Banco de Inglaterra
na gestão do Northern Rock, os preços
diferenciados para energias amigas do
ambiente e as acções desenvolvidas no
âmbito da OMC são alguns exemplos
da actuação do Estado em importantes
áreas da economia com reflexos muito
importantes na vida das populações.
O caso
Portugal-Moçambique
No caso do relacionamento entre Portugal e Moçambique, a acção do Estado em determinados sectores económicos teve um papel determinante nos
últimos meses, culminando nas visitas
oficiais que o Presidente da República
– que foi acompanhado por diversos
membros do Governo português e
pelo Presidente da AICEP – e o Ministro
de Estado e das Finanças efectuaram a
este país africano, respectivamente, em
Março e Junho.
Estas visitas permitiram resolver todos
os contenciosos que ainda existiam
entre os dois países, nomeadamente
42 // Setembro 08 // Portugalglobal
o dossier Cahora Bassa e a dívida bilateral no âmbito do Clube de Paris, e
impulsionaram as bases já existentes
para o crescente papel do sector privado português no desenvolvimento
de Moçambique, principalmente na
agricultura, energia, infra-estruturas e
educação/formação.
Este impulso foi dado com a criação de
um Fundo de Apoio ao Investimento
em Moçambique no montante de 124
milhões de dólares, a ser utilizado preferencialmente nos sectores da energia,
turismo e indústria transformadora, e
que será gerido pela SOFID – Sociedade Financeira para o Desenvolvimento,
recentemente criada.
Foi também criada uma linha de crédito no montante de 100 milhões de
euros para alavancar as nossas exportações para o mercado moçambicano, as
quais mostram um crescimento sustentado desde 2005, ocupando Portugal o
4º lugar no ranking dos fornecedores,
embora o valor exportado em 2007 seja
de apenas 108 milhões de dólares. Esta
linha de crédito, com um grau de concessionalidade de 50 por cento, a ser
gerida pela Caixa Geral de Depósitos,
poderá ser utilizada para a exportação
de materiais, equipamentos e serviços
de origem portuguesa necessários aos
projectos de desenvolvimento a executar em Moçambique.
Neste capítulo específico, devemos salientar a criação do Balcão de Atendimento Único (BAU) – do tipo ‘loja do
cidadão’ –, a melhoria na gestão das
Alfândegas, a informatização na área
dos impostos – melhorando o seu controlo e aumentando o universo de contribuintes –, o alargamento da gestão
do orçamento por suporte informático
alargado às Províncias e alguns Distritos e, ainda, a implementação de uma
nova lei cambial.
A existência em Moçambique dum
Estado cada vez mais seguro, estável
e com condições para o sector privado aproveitar os recursos disponíveis e
criar riqueza, aliado aos instrumentos
financeiros postos à disposição pelo Estado português para a promoção dos
negócios das empresas portuguesas
neste país, e em parceria com os empresários locais, são o contributo decisivo dos dois Estados para o crescimento sustentado das relações económicas
bilaterais.
aicep Portugal Global
Maputo
Av. Julius Nyerere, 720 - 12º andar
C.Postal 48
Maputo Moçambique
Tel.: +258 21 490 523 / 402
Fax: +258 21 490 203
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NOTÍCIAS
Vinhos recebem incentivos do QREN
O Contrato de Concessão de Incentivos de Projecto Conjunto no âmbito do
Sistema de Incentivos à Qualificação e
Internacionalização de PME, aprovado
ao abrigo do 1º Concurso do QREN,
foi assinado no final de Agosto, numa
sessão que contou com a presença
do presidente da AICEP, Basílio Horta,
e do presidente da VINIPORTUGAL,
Vasco d`Avillez. Reforçar e consolidar
a imagem de qualidade dos vinhos
portugueses nos mercados externos e
fomentar o seu pleno sucesso nos mercados prioritários do Reino Unido e dos
Estados Unidos, são os grandes objectivos do projecto conjunto agora assinado. O documento QREN abrangeu
um programa de intervenção estruturado num conjunto de 189 empresas
do sector dos vinhos, com um investimento elegível total de 5,3 milhões
de euros, correspondente à atribuição
de 2,5 milhões de euros de incentivo
QREN-FEDER.
Petrogal expande instalações na ZILS
A aicep Global Parques celebrou, a 9 de Setembro, um contrato de promessa de
constituição de direito de superfície com a Petrogal, empresa da GALP Energia, com
vista à expansão da sua refinaria instalada na ZILS - Zona Industrial e Logística de
Sines. A expansão desta unidade permitirá à Petrogal modernizar o seu aparelho
refinador através do investimento em unidades de conversão da mais avançada
tecnologia, vocacionadas para a produção de gasóleo a partir de fracções mais
pesadas de crude. Estas unidades de conversão de crude irão assim ajustar o perfil
da produção às necessidades do mercado. O investimento da Petrogal será superior
a 760 milhões de euros e levará à criação de 100 novos postos de trabalho. O início
das operações das novas unidades está previsto para 2011.
Portugueses
poupam energia
Os resultados do PPCE - Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de
Energia Eléctrica, em 2007, excederam
todas as expectativas, revelou a ERSE
(Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos). O conjunto das 26 iniciativas
de eficiência energética que, no âmbito
deste plano, foram implementadas nos
segmentos residencial e da indústria
permitiram poupanças de energia eléctrica equivalentes ao consumo anual de
165 mil famílias e um benefício social
de 46 milhões de euros.
Martifer no Texas
A Martifer vai construir uma Fábrica de
Torres Eólicas na cidade de San Angelo,
no Texas (EUA), num investimento de
cerca de 40 milhões de dólares. A Fábrica
de Torres Eólicas, cuja construção deverá
estar concluída no segundo semestre de
2009, criará 225 postos de trabalho e,
em 2013, terá uma capacidade de produção anual de 400 torres.
GALP avança
em Espanha
Portugal ganha prémios
Os Pavilhões de Portugal na Feira Internacional de Maputo (FACIM) e na Feira Internacional de Luanda (FILDA) foram premiados em 2008. Na FACIM, que decorreu
no início de Setembro, a presença portuguesa conquistou o 1º prémio atribuído
aos pavilhões estrangeiros, tendo em conta a decoração, o impacto junto do visitante, a qualidade dos serviços e produtos apresentados, a informação disponível
e o bom nível de atendimento. Na FILDA, que teve lugar em Luanda, em Julho, o
pavilhão oficial de Portugal recebeu, pela primeira vez, os dois principais prémios
do certame, atribuídos, respectivamente, à Melhor e à Maior Representação Oficial
Estrangeira. A participação portuguesa, em ambas as edições, foi assegurada e
organizada pela aicep Portugal Global.
A GALP viu autorizada pela Comissão
Europeia a aquisição da rede da AGIP
em Espanha. Este negócio permitirá à
GALP ficar com mais de 500 estações
de serviços em Espanha, face às actuais
220, duplicando o seu volume de vendas dos 2,5 milhões de toneladas registadas o ano passado para 5 milhões de
toneladas previstas.
Portugalglobal // Setembro 08 // 43
PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS
VARSÓVIA
CIDADE DE CULTURA, FLORESTAS E JARDINS
Varsóvia (em polaco Warszawa) é a
capital e a maior cidade da Polónia,
com uma população de 1.702 mil habitantes. Situada nas margens do rio
Vístula, a cidade pertence aos mais importantes núcleos europeus do ponto
de vista científico, cultural, económico e político. De acordo com o estudo “European Cities Monitor 2008”
(Cushman&Wakefild / Healey&Baker),
Varsóvia está cotada entre as primeiras
20 cidades eleitas como as melhores
da Europa para o estabelecimento de
negócios.
Mas, para além de um bom clima de
negócios, o que pode a capital da Polónia oferecer aos seus visitantes? A
cidade é composta por três grandes
reservas naturais com uma área florestal conjunta de 60 hectares: o Parque
Nacional de Kampinos, o Parque Paisagístico Chojnowski e o Parque Paisagístico Mazowiecki. Varsóvia é mesmo
a capital europeia com mais florestas,
que constituem 14 por cento da sua superfície municipal. Os bosques de Wawer, Rembertów, Okuniew, Białołęka,
44 // Setembro 08 // Portugalglobal
Kabaty, Powsin e Bielany são os maiores
e habitualmente utilizados pelos seus
habitantes como sítios de recreio e lazer
nos fins-de-semana. Além dos bosques
há diversos parques históricos como o
Jardim Saski, o Parque Real Łazienki e de
Wilanów. Por ser uma cidade plana com
imensas zonas verdes, Varsóvia possui
actualmente uma rede de 100 quilómetros de caminhos interligados destinados a ciclistas que, com facilidade,
podem deslocar-se a qualquer ponto,
ao longo de ambas as margens do rio
Vístula, até às reservas naturais acima
referidas, sem colidirem com o trânsito.
Varsóvia atrai os seus visitantes ou não
residentes pelo seu clima ameno, assim
como pela sua identidade e passado
histórico. Aqui interligam-se as influências da cultura da Europa Ocidental e
do Leste Europeu. Os trajectos e monumentos mais representativos são a Stare
Miasto (Cidade Velha), a Nowe Miasto
(Cidade Nova), a Plac Krasińskich (Praça da família nobre dos Krasińskich), a
Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande),
a Plac Piłsudskiego (Praça do Governa-
dor Piłsudski), a Plac Bankowy (Praça
Bancária), o Krakowskie Przedmieście
(Subúrbio Cracoviense), a Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdowskie), o Łazienki
Królewskie (Parque Real Łazienki) e a
Wilanów (Vila Nova).
Os apreciadores e entusiastas da cultura, arte e de um bom divertimento
podem ver várias exposições de arte e
pintura polaca e estrangeira em Varsóvia, no Museu Nacional, no Castelo
Real, em Wilanów, na Residência Real
de Łazienki, nas galerias da arte contemporânea de Zachęta do Palácio de
Ujazdów. Têm também teatros que
oferecem um repertório musical e de
espectáculos variadíssimo, começando
pela clássica – Teatro Grande da Ópera
e Bailado, Filarmónica Nacional, Teatro
Nacional – e continuando por musicais
modernos nos teatros Roma, Buffo ou
Teatro Judaico.
Varsóvia acolhe, todos os anos, vários
festivais de renome internacional, como
o Concurso Internacional de Piano da
Música de Fryderyk Chopin, o Festival
PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS
Internacional da Música Contemporânea Warszawska Jesień, o Jazz Jamboree, o Warsaw Summer Jazz Days,
o Concurso Internacional de Canto, o
Festival de Mozart, o Festival de Música
Antiga, os Encontros Internacionais de
Teatro, o Festival Internacional de Cinema e o Biennale Internacional de Cartaz. Varsóvia conta ainda com inúmeros
restaurantes, cafés com música ao vivo,
bares, clubes nocturnos e discotecas.
A visitar:
Stare Miasto (Cidade Antiga) – é o mais
antigo bairro da cidade, construído
nos séculos XIII e XIV, com um plano
urbanístico notável de ruas feitas em
“xadrez”. A Cidade Antiga, destruída
durante a II Guerra Mundial, foi reconstruída preservando a sua traça original,
fazendo hoje parte da lista de Património Mundial da UNESCO.
Nowe Miasto (Cidade Nova) – edificada
nos séculos XIV e XV, desenvolveu-se a
partir de 1408 como uma metrópole à
parte até ao século XVIII, altura em que
passou a integrar Varsóvia.
destruída durante II Guerra Mundial,
sendo hoje o palco principal de todas
as festividades e celebrações nacionais.
Plac Bankowy (Praça Bancária) – construída em 1825 no lugar do Terreiro do Paço da família aristocrata dos
Ogińskich. Na 2ª metade do século XIX,
a praça foi remodelada em forma de
um triângulo e foram construídos edifícios em estilo classicista.
da Europa, deve a sua traça actual ao
último rei polaco, Stanisław August Poniatowski, no poder de 1764 a 1795.
Com 80 hectares de área florestal, o
parque tem jardins em estilo francês
e inglês, a Residência Real de veraneio
de estilo classicismo na ilha, um teatro ao céu aberto chamado ‘o teatro
na água’, o edifício grande de Stara
Pomarańczarnia, o Palacete Myślewicki
e a Casa Branca.
Krakowskie Przedmieście (Subúrbio Cracoviense) – é das ruas mais representativas de Varsóvia e nos tempos antigos
estava rodeada de palácios e residências
de nobres, aristocratas e magnatas com
imponentes jardins, igrejas e claustros.
Salvaram-se alguns edifícios dos séculos
XVII e XVIII, principalmente a arquitectura sacra e palacetes.
Plac Krasińskich (Praça dos nobres
Krasińskich) – nesta praça encontra-se
um imponente palácio de estilo barroco,
considerado o mais bonito de todos os
palácios de aristocratas existentes em Varsóvia. É propriedade estatal desde 1764.
Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande)
– antiga zona cultural e comercial, é
hoje constituída por edifícios monumentais, entre os quais o Teatro Grande da Ópera e do Bailado.
Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdowskie) – vai da Praça das Três Cruzes
(Plac Trzech Krzyży) até à rua Belwederska e é, hoje em dia, a mais elegante
artéria de Varsóvia. Em ambos os lados
da avenida existem edifícios históricos
da cidade – palácios, residências da
nobreza, embaixadas, ministérios, etc.
– e ainda dois parques históricos – o
Parque Ujazdowski, Łazienki Królewskie
e Jardins do Belweder.
Plac Piłsudskiego (Praça do Piłsudski)
– situada na parte central da cidade, foi
Łazienki Królewskie (Parque Real
Łazienki) – um dos mais belos parques
Wilanów (Vila Nova) – residência real
do Jan III Sobieski, no poder de 1674 a
1696, é um dos mais prestigiados monumentos polacos de estilo barroco,
tendo sido construído por Agustyn W.
Locci nos finais do século XVII.
Rede aicep Portugal Global
Centro de Negócios para a Europa Central
Portugalglobal // Setembro 08 // 45
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C
M/L
Caso a caso numa base restritiva.
Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Antilhas Holandesas
C
M/L
M/L
Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Caso a caso.
Argélia
C
M/L
C
M/L
Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
Em princípio, exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
C
M/L
C
M/L
C
M/L
M/L
C
M/L
Benim
C
M/L
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
Brasil*
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária ou garantia de
transferência.
Bulgária
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Garantia bancária ou garantia
soberana.
Cabo Verde
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Eventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Chile
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
China*
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Chipre
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
C
M/L
C
M/L
Cuba
T
Fora de cobertura.
Egipto
C
M/L
Carta de crédito irrevogável
Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Eslováquia
C
M/L
Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Não definida.
Eslovénia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Estónia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Etiópia
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Caso a caso numa base muito
restritiva.
Filipinas
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
46 // Setembro 08 // Portugalglobal
Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
Caso a caso, numa base muito
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Koweit
C
M/L
T
Fora de cobertura.
C
M/L
C
Caso a caso, numa base restritiva.
Clientes públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Hungria
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Iémen
C
M/L
Caso a caso, numa base restritiva.
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
C
M/L
C
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C
M/L
Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
Caso a caso, com eventual exigência de garantia bancária ou
garantia soberana.
C
M/L
C
C
M/L
M/L
C
M/L
T
C
C
M/L
M/L
Jordânia
C
M/L
Caso a caso.
Caso a caso, numa base restritiva.
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Malawi
C
M/L
Caso a caso, numa base restritiva.
Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Malta
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Marrocos*
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária ou garantia
soberana.
Martinica
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
México*
C
M/L
Fora de cobertura.
Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Caso a caso, numa base restritiva.
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Malásia
Iraque
Israel
Carta de crédito irrevogável.
Garantia bancária.
Macau
M/L
Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária.
Garantia soberana.
Aberta, com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável.
Aberta, com garantia bancária,
soberana ou outra considerada
adequada.
Lituânia
C
Irão
Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
Índia
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Garantia bancária.
Líbano
Guiné Equatorial
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Letónia
Guiné-Bissau
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por
cento. Limite por operação.
Garantia bancária ou garantia
soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12
meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por cento.
Limite por operação.
Caso a caso numa base muito
restritiva.
Fora de cobertura.
Geórgia
Croácia
Caso a caso.
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Caso a caso, com eventual
exigência de garantia bancária ou
de garantia soberana. Extensão
de prazo constitutivo de sinistro
para 12 meses.
Exigência de garantia bancária ou
de garantia soberana. Extensão
do prazo constitutivo de sinistro
de 3 para 12 meses.
Costa Rica
Barein
C
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Gana
Costa do Marfim
Argentina
T
Carta de crédito irrevogável.
Caso a caso, numa base restritiva.
Coreia do Sul
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Arábia Saudita
C
Colômbia
Aberta sem restrições.
Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C
Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
M/L
Aumento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Roménia
C
M/L
Rússia
C
M/L
Nigéria
C
M/L
Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
Caso a caso, numa base muito
restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou
contrapartidas do petróleo) e ao
alargamento do prazo contitutivo
de sinistro.
Oman
C
M/L
M/L
T
C
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão casuística).
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Caso a caso, numa base restritiva.
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Paraguai
C
M/L
C
Carta de crédito irrevogável.
Caso a caso, numa base restritiva.
Perú
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Caso a caso, numa base restritiva.
Polónia*
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Qatar
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Caso a caso, numa base restritiva.
República Checa
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária (decisão casuística).
República Dominicana
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Não definida.
Em princípio, exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
Eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento
e transferência emitida pela
Autoridade Monetária (BCEAO);
sector privado: exigência de
garantia bancária ou garantia
emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que
permitam a alocação prioritária
dos cash-flows ao reembolso do
crédito).
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
transação para um determinado mercado, enquanto a apólice
global cobre todas as transações em todos os países para onde o
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de
curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se
repetem com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a
política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau,
Iraque e S. Tomé e Príncipe.
Tanzânia
T
Caso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
Caso a caso, com exigência de
garantia soberana ou bancária,
para operações de pequeno
montante.
Singapura
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Síria
T
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
C
M/L
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C
M/L
Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Não definida.
Taiwan
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Não definida.
Carta de crédito irrevogável.
Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C
M/L
Carta de crédito irrevogável.
Extensão do prazo constitutivo
de sinistro para 12 meses.
Garantia bancária ou soberana.
Extensão do prazo constitutivo
de sinistro para 12 meses.
Uganda
C
M/L
C
M/L
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser
alteradas sempre que se justifique. Os países que constam
da lista são os mais representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas.
Todas as operações são objecto
de análise e decisão específicas.
Legenda:
C
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Fora de cobertura.
M/L
T
Uruguai
Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Não definida.
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
Venezuela
C
C
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Turquia
Suazilândia
M/L
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
Sérvia e Montenegro
M/L
C
Fora de cobertura.
Senegal
Paquistão
M/L
Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso.
Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de
garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso.
S. Tomé e Príncipe
Panamá
C
Exigência de carta de crédito
irrevogável (decisão casuística).
Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana (decisão
casuística).
M/L
Clientes públicos: caso a caso
numa base restritiva. Clientes
privados: fora de cobertura.
Caso a caso, numa base
restritiva.
Zâmbia
C
M/L
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Fora de cobertura.
Zimbabwe
C
M/L
Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Fora de cobertura.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos, S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: 217 913 832
Fax: 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 47
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1*
Alemanha
Andorra
Austrália
Áustria
Bélgica
Canadá
Checa, Rep.
Coreia do Sul
Dinamarca
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
EUA
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hong-Kong
Irlanda
Islândia
Itália
Japão
Liechtenstein
Luxemburgo
Mónaco
Noruega
Nova Zelândia
Reino Unido
São Marino
Singapura
Suécia
Suiça
Taiwan
Vaticano
Grupo 2
Grupo 3
Arábia Saudita
Barein
Botswana
Brunei
Chile
China
Chipre–Z. Grega
EAUa
Estónia
Gibraltar
Koweit
Lituânia
Macau
Malásia
Malta
México
Oman
Polónia
Qatar
Trind. e Tobago
África do Sul
Argélia
Bahamas
Barbados
Brasil
Bulgária
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
Hungria
Ilhas Marshall
Índia
Israel
Letónia
Marrocos
Maurícias
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Roménia
Rússia
Tailândia
Tunísia
Grupo 4
Aruba
Cazaquistão
Colômbia
Croácia
Egipto
El Salvador
Fidji
Filipinas
Turquia
Uruguai
Vietname
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Antilhas Holandesas
Azerbeijão
Dominicana, Rep.
Guatemala
Indonésia
Jordânia
Lesoto
Macedónia
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Ucrânia
Albânia
Angola
Ant. e Barbuda
Arménia
Bangladesh
Belize
Benin
Butão
Cabo Verde
Camboja
Comores
Djibouti
Dominica
Gabão
Gana
Geórgia
Honduras
Iemen
Irão
Jamaica
Kiribati
Líbia
Maldivas
Mali
Moçambique
Mongólia
Montenegro
Nauru
Nigéria
Paquistão
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sri Lanka
Suazilândia
Tanzânia
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Venezuela
Zâmbia
Grupo 7
Afeganistão
Argentina
Bielorussia
Bolívia
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Camarões
Campuchea
Cent. Af, Rep.
Chade
Congo
Congo, Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba
Equador
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné, Rep. da
Guiné-Bissau
Haiti
Iraque
Laos
Líbano
Libéria
Madagáscar
Malawi
Mauritânia
Moldávia
Myanmar
Nepal
Nicarágua
Níger
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Sérvia
Síria
Somália
Sudão
Suriname
Tadzequistão
Togo
Tonga
Zimbabué
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.
* Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção da Eslováquia, Hong-Kong e Taiwan.
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico
48 // Setembro 08 // Portugalglobal
f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
FEIRAS
EMAF 2008 TERÁ ESPANHA
COMO PAÍS CONVIDADO
O desafio da Exponor foi lançado sob a
forma de convite. E a aceitação não tardou. Sob a dinamização da sua embaixada em Portugal, a Espanha assumirá um
destaque particular durante a próxima e
12ª edição da EMAF – Exposição Internacional Máquinas-ferramenta e Acessórios,
no calendário da Feira Internacional do
Porto de 12 a 15 de Novembro próximo.
A maior cimeira desta indústria portuguesa, que acontece a cada dois anos
e se assume cada vez mais como uma
plataforma impulsionadora da internacionalização das empresas portuguesas,
emprestará assim uma boa parte do seu
palco ao tecido empresarial do país vizinho, em sectores como o das máquinas-ferramenta e acessórios, metalurgia
e metalomecânica, produtos, serviços e
manutenção para a indústria.
Segundo António Proença, director da
feira, “um dos factores que, nos últimos anos, se tem destacado de uma
forma consistente é a forte adesão do
mercado espanhol à EMAF, em termos
de empresas expositoras e de visitantes
profissionais que a ela têm acorrido. A
título de exemplo, sublinhe-se que 12
por cento da área líquida total da última edição foi ocupada por 53 empresas e marcas espanholas”.
Para além de reforçar ainda mais a comitiva empresarial espanhola, esta iniciativa da Exponor trará à EMAF 2008
altos representantes de instituições públicas do país vizinho para a abertura
do certame, o qual deverá acolher ainda um congresso luso-espanhol que,
nos segmentos abrangidos pela mostra, se debruçará sobre os dois mercados, inclusive com a apresentação de
vários casos de sucesso.
No entender de António Proença, esta
12ª edição vai reforçar ainda mais a
atenção que o certame sempre deu
ao mercado do país vizinho: “a nossa
organização foi sempre muito voltada
para as empresas espanholas, possuindo delegações em Madrid, Barcelona e
Vigo. Desde 2000 até agora, a Exponor
foi o escaparate escolhido por mais de
2.500 empresas e 25.000 compradores
espanhóis e a EMAF, com a dinamização especial para a edição deste ano,
incrementará ainda mais essa ligação”.
Local: Exponor (Leça da Palmeira)
Data: 12 a 15 de Novembro de 2008
Organização: Exponor
[email protected]
www.exponor.pt
EMPRESAS PORTUGUESAS BENEFICIAM
DO SUCESSO DA MESSE FRANKFURT
Durante o ano de 2007 as empresas portuguesas investiram na Messe Frankfurt
cerca de 1,8 milhões de euros só em aluguer de espaços de exposição. A maior
fatia de investimento português foi na
Heimtextil, onde cerca de um terço das
empresas esteve no sector Premium, no
More Style e More Clarity. Nestes espaços estão apenas stands de empresas
que passaram pela aprovação de um júri.
Também a feira Paperworld, dedicada a
artigos de escritório, papelaria e brindes,
tem vindo a receber um interesse crescente das empresas portuguesas, tendo
o investimento, também no último ano,
rondado os 100 mil euros.
Não é apenas no território alemão
que os empresários apostam na Messe
50 // Setembro 08 // Portugalglobal
Frankfurt. Em feiras fora da Alemanha
a participação portuguesa voltou a destacar-se nas feiras de têxteis na Ásia e
na Rússia. As empresas portuguesas
apresentaram-se com objectivos bem
definidos sobre quais os mercados em
que querem entrar e escolhem preferencialmente certames da responsabilidade da Messe Frankfurt para o fazer.
Em 2007 mais de 100 mil euros foram
investidos em certames fora da Alemanha. Para o corrente ano prevê-se já
um aumento de espaço de exposição
das empresas portuguesas na Messe
Frankfurt e no resto do mundo.
[email protected]
www.messefrankfurt.pt
©Import Shop Berlin
FEIRAS
©Import Shop Berlin
FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO
A próxima edição da Import Shop Berlin –
Feira Internacional de Artesanato decorre
em Berlim de 12 a 16 de Novembro. Este
certame tem o conceito de mercado global para produtos locais e é representado
em Portugal pela Câmara de Comércio e
Indústria Luso-Alemã (CCILA).
Tem os segmentos temáticos organizados
por áreas distintas, em número de três e
com as designações art & style, natural
living e winter at home. Neles são esperados produtos oriundos um pouco de todo
o mundo, bem como compradores interessados em produtos étnicos e naturais.
Para a edição deste ano a CCILA está a
organizar um stand nacional, no qual
participam a Oficina de Guimarães,
Ecolã, Flor do Algodão, Carola & Bor-
ralho, Sra. Jackel, Ana Lebre e Vanda
Palma. No mesmo pavilhão irão estar
presentes os artesãos Ilhabela e a Cortiça. No segmento art & style destacamse os expositores Liliana Guerreiro, Inês
Sobreira e Arminda Mendez.
O evento do ano passado contou com 544
expositores de 64 países, distribuídos por
seis pavilhões e registou mais de 40.000
visitantes, com o volume de compras por
cada um a fixar-se nos 135 euros. No inquérito então realizado apurou-se que a
quase totalidade dos visitantes pretendia
regressar para a edição deste ano e que
95 por cento compraram algo na feira.
FEIRAS
EM PORTUGAL
FEIRAS NO
ESTRANGEIRO
INTERINDÚSTRIA
MATELEC
Salão Internacional de Produtos
e Serviços para a Indústria
Local: Exponor (Leça da Palmeira)
Data: 12 a 15 de Novembro de 2008
Organização: Associação de Parques
e Exposições do Norte
[email protected]
Feira Internacional de Material
Eléctrico e Electrónico
Local: Madrid (Espanha)
Data: 28 de Outubro e 1 de Novembro
de 2008
Organização: Ifema – Feira de Madrid
[email protected]
www.exponor.pt
www.ifema.es
PORTUGAL TECNOLÓGICO
VENDING EXPO
Mostra de Tecnologias
Local: FIL (Lisboa)
Data: 18 a 23 de Novembro de 2008
Organização: Associação Industrial
Portuguesa (AIP)
[email protected]
www.aip.pt
ARTE LISBOA
Feira da Arte Contemporânea
Local: FIL (Lisboa)
Data: 19 a 24 de Novembro de 2008
Organização: Associação Industrial
Portuguesa (AIP)
[email protected]
©Exponor
www.aip.pt
[email protected]
www.importshop-berlin.de
Feira Internacional de Vending
Local: Paris (França)
Data: 29 de Outubro a 1 de Novembro
de 2008
Organização: Reed Exhibitions France
www.reedexpo.fr
AOE
Feira de Telecomunicações
Local: Xangai (China)
Data: 30 de Outubro a 2 de Novembro
de 2008
Organização: Wen Global Solutions Ltd.
[email protected]
www.aoe-expo.com
MERCADO DE STOCKS
Feira de Calçado, Vestuário,
Acessórios e Têxteis
Local: Braga
Data: 22 e 23 de Novembro de 2008
Organização: Parque de Exposições
de Braga
[email protected]
©Import Shop Berlin
www.peb.pt
Portugalglobal // Setembro 08 // 51
REDE
EXTERNA
DA AICEP
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo
CABO VERDE / Praia
ALEMANHA / Berlim
CANADÁ / Toronto
ANGOLA / Luanda
CHILE / Santiago do Chile
ARGÉLIA / Argel
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Xangai
ARGENTINA / Buenos Aires
ÁUSTRIA / Viena
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Pequim
BÉLGICA / Bruxelas
COREIA DO SUL / Seul
BRASIL / São Paulo
DINAMARCA / Copenhaga
Copenhaga
Berlim
Haia
Bruxelas
Dublin
Londres
Paris
Milão
Toronto
Nova Iorque
Barcelona
Madrid
S. Francisco
Rabat
Praia
Cidade do México
São Paulo
Santiago do Chile
Centro de Negócios
Escritórios
Representações
52 // Setembro 08 // Portugalglobal
Buenos Aires
Argel
FRANÇA / Paris
MACAU / Macau
ROMÉNIA / Bucareste
HOLANDA / Haia
MARROCOS / Rabat
RÚSSIA / Moscovo
HUNGRIA / Budapeste
MÉXICO / Cidade do México
SINGAPURA / Singapura
ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli
MOÇAMBIQUE / Maputo
SUÉCIA / Estocolmo
IRLANDA / Dublin
NORUEGA / Oslo
SUÍÇA / Zurique
ISRAEL / Telavive
POLÓNIA / Varsóvia
TUNÍSIA / Tunes
/ S. Francisco
ITÁLIA / Milão
REINO UNIDO / Londres
TURQUIA / Ancara
FINLÂNDIA / Helsínquia
JAPÃO / Tóquio
REPÚBLICA CHECA / Praga
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
/ Dubai
ESPANHA / Madrid
ESPANHA / Barcelona
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ Nova Iorque
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Helsínquia
Oslo
Estocolmo
Zurique
Moscovo
Varsóvia
Praga
Budapeste
Viena
Bucareste
Pequim
Ancara
Seul
Tunes
Tóquio
Telavive
Nova Deli
Dubai
Xangai
Macau
Singapura
Luanda
Maputo
Joanesburgo
Portugalglobal // Setembro 08 // 53
BOOKMARKS
A ÚLTIMA CRISE DO PETRÓLEO
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA PARA A EXTINÇÃO IMINENTE DO HOMEM DO PETRÓLEO
As crises locais e globais, como as guerras de preços ou as causas por detrás de
outras guerras, como a do Iraque ou do
Irão, ou mesma da Geórgia, em plena
Europa, que actualmente se fazem sentir em torno da exploração, produção e
distribuição de petróleo e de gás natural,
multiplicam-se sem fim à vista. Segundo
David Strahan, autor de A Última Crise
do Petróleo, um jornalista de investigação na área dos negócios e da ciência,
nomeadamente no quadro da BBC, se
nas próximas décadas continuarmos a
drenar, ao mesmo ritmo, este “fluxo vital
da civilização industrial”, o declínio desta
fonte de energia poderá acarretar problemas sociais e políticos de tremendo
impacto. A par das alterações climáticas
e das suas consequências, este é, portanto, um desafio que agora confronta
irremediavelmente os líderes mundiais.
Não são só os analistas, os políticos e
os economistas que estão a ficar preocupados com o esgotamento acelerado
dos recursos petrolíferos e com as consequências globais desse esgotamento.
Na Internet, a julgar pelo número de
pesquisas no Google, esta preocupação
já se estende aos cidadãos, preocupando-os duas vezes mais que o problema
da camada do ozono.
David Strahan não se limita a colocar
o dedo na ferida. Faz uma bem documentada reflexão sobre o problema,
retira ilações e aponta soluções, nomeadamente quanto às novas energias, à
tecnologia automóvel, aos combustíveis
alternativos e à mudança dos hábitos de
consumo. A indiferença, o adiamento
ou o escamotear destas questões, torna
mais provável “a nossa colisão a toda a
velocidade contra uma parede de betão”, em vez de começarmos a travar
a fundo e a escolher uma via mais segura. “Todavia, acredito que o resultado ainda está dentro do nosso controle
– mesmo que seja à justa. Bem-vindos à
última crise do petróleo. Obrigado por
lerem lido este livro e boa sorte”.
Autores: David Strahan
Editor: Europa-América
Ano: 2008
NEM EU ME EXPLICO
NEM TU ME ENTENDES
UM GUIA PARA SE ORIENTAR NOS LABIRINTOS DA COMUNICAÇÃO
A comunicação é uma galáxia complexa, pela qual não é fácil viajar. Na
realidade toda a comunicação é uma
relação – é esta a tese central deste
livro – e quando as relações entre comunicadores não estão bem, o mais
certo é que surjam problemas comunicacionais, a todos os níveis de relação,
nomeadamente de trabalho.
Xavier Guix, um conhecido comunicador catalão, terapeuta e especialista em
Programação Neurolinguística, com aplicações na área das empresas, centra-se,
em primeiro lugar na psicodinâmica do
eu que comunica (quem somos, como
vemos o mundo, como somos vistos por
ele) e no seu potencial e perfomance de
comunicação. Franc Ponti, no prólogo,
54 // Setembro 08 // Portugalglobal
sublinha que se olharmos atentamente à
nossa volta, verificamos que muitos dos
problemas quotidianos de indivíduos,
grupos, organizações e Estados estão relacionados com um défice de comunicação. Em síntese: se aprendemos a conhecer o que “descomunica” (isto é, o que
é disfuncional nos processos de comunicação), se aprendemos a identificar e a
neutralizar os “ruídos” (o que interfere
inadequadamente neste processo), seremos então capazes de sair do labirinto e
comunicar eficazmente.
Autores: Xavier Guix
Editor: Lua de Papel
Ano: 2008