AICEP sines e marrocos - Embaixada de portugal em Argel
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AICEP sines e marrocos - Embaixada de portugal em Argel
Portugalglobal Pense global pense Portugal Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt Porto de Sines Porta estratégica para o mundo 04 Lídia Sequeira A gestora que mudou Sines 07 ZILS Parque inovador 12 Marrocos Mercado em ebulição 32 Setembro 2008 // www.portugalglobal.pt sumário Destaque // 4 Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu crescente protagonismo a nível europeu e global, o Porto de Sines, com múltiplas valências, capacidade de expansão e de instalação industrial e logística, é hoje uma peça fundamental no abastecimento energético nacional, na atracção de grandes e médias empresas e no reposicionamento da importância do mar para Portugal. Entrevista // 7 Em entrevista, a presidente da Administração do Porto de Sines, Lídia Sequeira, fala-nos dos resultados alcançados com a implementação do plano estratégico no principal porto marítimo nacional e dos projectos que irá levar a cabo durante o seu segundo mandato, iniciado há pouco mais de quatro meses. Comércio // 24 O crescimento das exportações portuguesas, embora contínue positivo, regista um abrandamento, devido sobretudo à crise que afecta os nossos principais clientes, nomeadamente Espanha. Empresas // 28 ISA no topo da inovação tecnológica. Vicaima: as portas do sucesso. Mercado // 32 Marrocos, o mercado em foco nesta edição, ocupa actualmente o primeiro lugar no que respeita à atractividade para o investimento estrangeiro no contexto do Magrebe. O vasto programa de construção de infra-estruturas e a definição pelo governo de sectores estratégicos abrem oportunidades ao investimento das empresas portuguesas. Opinião // 41 Um artigo de Armindo Rios, director do escritório da AICEP em Maputo, Moçambique. Notícias // 43 Para além dos negócios… // 44 Varsóvia. Análise de risco por país – COSEC // 46 Feiras // 50 aicep Rede Externa // 52 Bookmarks // 54 EDITORIAL Revista Portugalglobal Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 578 Propriedade aicep Portugal Global O’Porto Bessa Leite Complex R. António Bessa Leite, 1430 – 2º 4150-074 Porto Tel.: +351 226 055 300 Fax: +351 226 055 399 NIFiscal 506 320 120 Comissão Executiva Basílio Horta (Presidente), José Abreu Aguiar, José Vital Morgado, Luis Florindo, Rui Boavista Marques Directora Ana de Carvalho [email protected] Porto de Sines: uma realidade com futuro Redacção Cristina Cardoso [email protected] José Escobar [email protected] Vitor Quelhas [email protected] Colaboram neste número aicep Global Parques, Centro de Negócios da AICEP para a Europa Central , Direcção de Informação Internacional da AICEP, Direcção Internacional da COSEC, Eduardo Henriques, Francisco Sá, João Manuel Santos, João Rosa Lã, Lídia Sequeira, Nuno Ribeiro da Silva. Fotografia e ilustração Dreamstime, Fotolia, Moroccan National Tourist Office (Brahim Tazi, Françoise Peuriot, Jacques Bravo, Philippe Ploquin, Xavier Richer), Rodrigo Marques, Warsaw Tourist Office (© W.Z.Panów). Publicidade [email protected] Secretariado Helena Sampaio [email protected] Assinaturas REGISTE-SE AQUI Projecto gráfico aicep Portugal Global / Imagem Paginação e programação Rodrigo Marques [email protected] ERC: Registo nº 125362 As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados. 2 // Julho 08 // Portugalglobal A primeira pedra do Complexo Industrial de Sines foi colocada no início dos anos 70, com o objectivo de equipar o país com um porto de águas profundas e com uma cidade industrial construídos de raiz. O projecto inovador, aprovado pelo Estado, foi acolhido com cepticismo e provocou acesa controvérsia na época. Passadas três décadas, com incertezas de permeio, o sonho ganha consistência e torna-se realidade em crescimento. Hoje, o Porto de Sines desempenha um papel fundamental na economia regional e nacional, reforçando o reposicionamento da importância do mar para Portugal. Neste contexto, já não é possível pensar o desenvolvimento do país sem incluir, como prioritária, a relevância estratégica e logística de Sines, do seu porto e dos seus espaços industriais infra-estruturados. É, pois, natural que a revista Portugalglobal, da AICEP, lhe consagre as suas páginas mais nobres. É preciso que se saiba – tanto no plano nacional como internacional – que o Porto de Sines é líder entre os portos portugueses na quantidade de mercadorias movimentadas e na captação de tráfego marítimo estratégico e que, nesta medida, se posiciona cada vez mais como um dos grandes portos europeus. Como moderna plataforma logística que é, dá apoio ao transporte oceânico, rodoviário, ferroviário e aéreo que se cruza no território português e que se prolonga no hinterland natural. Contribuem para esta crescente dinâmica nacional e global do Porto de Sines as suas águas profundas e o fácil e rápido acesso à rede nacional de auto-estradas e de caminhos de ferro (a 150 quilómetros de Lisboa e a 600 de Madrid), o seu modelo de gestão e estratégia de crescimento, a sua modernização tecnológica e grande capacidade de transhipment, assim como as extensas e bem planeadas Zonas Industriais e Logísticas de proximidade – a ZILS (com gestão da aicep Global Parques) e a ZALS (Administração do Porto de Sines) e Zonas de Indústria Ligeira (sob gestão municipal). Para além de corresponder às necessidades dos grandes operadores nacionais e internacionais, em matéria de transporte marítimo, o Porto de Sines, directa e indirectamente, ganha cada vez mais peso no abastecimento energético nacional, nas reservas energéticas estratégicas, na atracção de grandes e médias empresas através dos parques industriais e na internacionalização e globalização do tecido empresarial português. BASÍLIO HORTA Presidente da Comissão Executiva da AICEP DESTAQUE Porto de Sines PORTA ESTRATÉGICA PARA O MUNDO No primeiro semestre de 2008, o Porto de Sines cresceu em mercadorias movimentadas, navios em operação comercial e carga contentorizada, uma tendência que corresponde às expectativas da APS e que, segundo as previsões, se deverá manter ao longo deste ano, o melhor da sua história. Dado o seu papel de charneira na economia regional, nacional e o seu crescente protagonismo a nível europeu e global, este porto de águas profundas, com múltiplas valências, capacidade de expansão e de instalação industrial e logística, é também uma peça fundamental no abastecimento energético nacional, na atracção de grandes e médias empresas e no reposicionamento da importância do mar para Portugal. 4 // Setembro 08 // Portugalglobal DESTAQUE OFERTA COMPETITIVA FAZ A DIFERENÇA O Porto de Sines é líder, entre os portos portugueses, na quantidade de mercadorias movimentadas, na captação de tráfego marítimo estratégico, na modernização dos equipamentos e na inovação portuária. Factores como a expansão da capacidade operacional, instalação de mais equipamentos de operação, flexibilização e especialização da mão-de-obra portuária e o despacho electrónico, contribuíram para o tornar atractivo para o comércio global por via marítima. Graças aos seus cinco terminais – Terminal Petroleiro,Terminal Petroquímico, Terminal Multipurpose, Terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito) e Terminal XXI – que têm condições para receber todos os tipos de embarcações de transporte, em 2007, aportaram em Sines 1.200 navios provenientes de destinos internacionais e, até Junho de 2008, foram 727 os navios que ali estiveram em operação comercial, o que representa um crescimento de 10,3 por cento em comparação com o ano transacto. No primeiro semestre de 2008, ascendeu a 13,3 milhões de toneladas a carga movimentada nos diversos terminais. tos adquiridos, inclui-se o pórtico de cais super-post-panamax QC3, com 100 metros de altura e um alcance de 20 filas de contentores a bordo. Uma melhoria efectiva das condições de operação do Terminal, que passa a contar com uma área de armazenagem com uma extensão total de 24 hectares, ficando dotado de capacidade para movimentar 650.000 TEU, com resultados para a produtividade e competitividade do porto. Um investimento total de 110 milhões. O Terminal XXI representa uma melhoria qualitativa para todo o Sistema Portuário Nacional, na medida em que permite ao país reforçar significativamente o posicionamento no mercado internacional do transporte marítimo, captando tráfegos até há poucos anos inacessíveis aos portos portugueses, como é o caso de navios de grande dimensão e com calados da ordem dos 14 metros. As características do porto, de águas profundas, oferecendo grande capacidade de transhipment, e a qualidade e inovação nos serviços instalados, têm atraído a Sines empresas e navios de grande porte, destacando-se a quantidade de mega-carriers que, no caso dos porta-contentores operados no Terminal XXI, são navios de 8.000 TEU (1 TEU equivale a um contentor com cerca de 13 toneladas) e 9.200 TEU, provenientes do Extremo Oriente, sendo Sines a sua primeira paragem na Europa. O Terminal XXI teve, em 2007, a sua capacidade operacional aumentada para 350 000 TEU, e entre os novos equipamen- Portugalglobal // Setembro 08 // 5 DESTAQUE Também para a Administração do Porto de Sines (APS), os sistemas de informação têm uma importância estratégica, dado que a competitividade está hoje associada à simplificação de procedimentos e ao recurso às novas tecnologias para garantir uma articulação célere e eficaz ao foreland e ao hinterland. Para garantir a eficiência dos terminais portuários, torna-se obrigatório que os fluxos de entrada e saída dos contentores (considerados como uma medida ideal de transporte por mar), sejam rápidos e coordenados. A gestão quotidiana da actividade portuária em Sines está, por isso, entregue a complexos sistemas de informação, numa lógica de constante aumento de performance. Nesta medida, e à semelhança de Lisboa e Leixões, Sines implementa uma plataforma comum para a transferência electrónica dos documentos e de informação com vista a acelerar o despacho de mercadorias e navios, que se enquadra na filosofia de Janela Única Portuária. Por outro lado, para garantir uma maior segurança, dispõe de um sistema de controlo de tráfego marítimo na costa portuguesa, constituído por dois radares, que captam o posicionamento dinâmico das embarcações num raio de cerca de 16 milhas náuticas e que monitoriza as manobras das embarcações, emitindo avisos sempre que regista operações de risco. Estes sistemas, desenvolvidos à medida, permitem a execução de um conjunto de tarefas de gestão, como sejam as entradas e saídas de embarcações, booking e ocupação dos lugares, gestão de serviços e facturação, entre outras. O Porto de Sines está a investir nas acessibilidades rodo-ferroviárias que permitem a sua ligação com a Rede Transeuropeia de Transportes e com os principais centros de distribuição e de consumo, o que significa garantir a projecção 6 // Setembro 08 // Portugalglobal do Porto de Sines na Península Ibérica e na Europa. Com este objectivo, está em curso o aumento do terminal ferroviário de duas para quatro linhas, em 2009 e, para seis, em 2011, assim como outros projectos, como é o caso da construção da variante de Alcácer, que aumenta a velocidade e a redução do tempo de percurso na ligação de Sines ao Poceirão, a Setúbal e à Área Metropolitana de Lisboa, e é também o caso da ligação Sines-Évora-Elvas-Caia, que reforça a ligação à rede ferroviária e aos principais centros de produção e consumo espanhóis. Actualmente, mais de 95 por cento dos contentores movimentados são por ferrovia, com uma operação média de 11 comboios diários, de e para a zona portuária. A melhoria das acessibilidades, associada às condições específicas da envolvente do Porto de Sines – um porto claramente vocacionado para uma economia globalizada –, nomeadamente em matéria de Zonas Industriais e Logísticas (ZILS, ZALSines e ZIL 2) potenciam uma vasta plataforma com características únicas na Península Ibérica e na Europa. A actual expansão do porto está associada à entrada e saída de navios de maiores dimensões, que percorrem distâncias cada vez maiores e que estão associados a centros de produção, de distribuição e de consumo cada vez mais distantes e mais complexos. Na realidade, a crescente oferta do Porto de Sines constitui um investimento estratégico ao nível da competitividade dos portos portugueses face aos congéneres ibéricos e europeus, colocando o país ao nível das melhores práticas mundiais em matéria de sistemas, equipamentos e infraestrutras portuários, e posicionando-o em melhores condições para a integração nas Auto-Estradas do Mar. DESTAQUE - ENTREVISTA PORTO DE SINES O ANO DE TODOS OS RECORDES Pela primeira vez na sua história, o Porto de Sines, nos últimos três anos, teve resultados positivos. Em 2006 e 2007 os resultados líquidos alcançados foram, respectivamente, de 4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros. O plano estratégico implementado e concretizado por Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Sines (APS), está a dar resultados. Os melhores de sempre. Quais as principais linhas estratégicas que defende para o Porto de Sines? Em termos de cumprimento de objectivos, o plano estratégico tem sido uma das nossas preocupações fundamentais. Vamos no segundo mandato, que começou há pouco mais de quatro meses. Quando chegámos, em 2005, já existia um plano estratégico que tinha sido encomendado pelo anterior conselho de administração do Porto de Sines, mas não estava implementado. Decidimos estudá-lo e implementar uma metodologia para o cumprir. Eu defendo que os planos existem não para ficarem na gaveta mas para serem associados a acções, cuja concretização tem de ser associada a projectos. Na altura, identificámos as acções que eram indispensáveis para atingir os cinco objectivos desse plano e associámos a essas acções os respectivos projectos. Pode falar-nos desses grandes objectivos? O primeiro grande objectivo estratégico era alterar o modelo de gestão, o que passava pela introdução do modelo landlord port, ou seja, com os terminais concessionados e a administração portuária a gerir essas concessões. Este objectivo ficou cumprido no dia 1 de Agosto passado, com a concessão do Terminal Petroleiro e da Gestão Integrada de Resíduos à Petrogal. Simultaneamente, dentro do modelo de gestão estava previsto o cumprimento de um conjunto de procedimentos que nos permitiriam ter uma certificação de qualidade, de segurança e ambiental. A certificação da qualidade foi atingida em Dezembro de 2006 e, já em Maio deste ano, a APS obteve a certificação de segurança e ambiental. Estas certificações são extremamente importantes porque exigem a definição prévia de um conjunto de proce- Portugalglobal // Setembro 08 // 7 DESTAQUE - ENTREVISTA dimentos preventivos e outros que são accionados em caso de acontecer qualquer anormalidade. Em relação ao segundo objectivo, que visa o incremento da movimentação de mercadorias no porto, devo referir que também tem vindo a ser cumprido. O porto tem crescido e este ano está a ser muito positivo. No primeiro semestre, tivemos um acréscimo de 4,8 por cento na movimentação total de mercadorias e prevemos que no final do ano se consiga um aumento global de 3 a 4 por cento, uma fasquia que pode ser perfeitamente ultrapassada. No caso dos contentores temos uma previsão que aponta para um crescimento de mais de 50 por cento em relação ao ano passado. Um terceiro grande objectivo é o desenvolvimento da info-estrutura portuária. Um porto tem de funcionar bem e tem de funcionar como uma plataforma virtual onde todas as entidades públicas e privadas se ligam sem papéis. E isso já nós conseguimos, desde o início deste ano, com o projecto da Janela Única Portuária. Lembro-me que há cerca de dois anos fiz uma apresentação deste projecto numa conferência e na altura houve quem fizesse humor com o assunto e fosse céptico quanto à sua implementação e concretização. Neste momento, este objectivo foi cumprido. O projecto foi desenvolvido simultaneamente pelos portos de Sines, Lisboa e Leixões e está a ser alargado a todos os outros portos portugueses, que devem iniciar o processo no ano que vem. Deste modo, todos os portos podem e devem funcionar em rede. Em Sines, a aplicação da medida já está a 100 por cento. Esta meta era fundamental. Outro objectivo incontornável: contribuir para o desenvolvimento global da região e do país. Nesse sentido, foi promovido um conjunto de iniciativas no qual se encontra o projecto de infra-estruturação da Zona de Actividades Logísticas (ZAL) intra-portuária, que está neste momento concluída e em fase de comercialização. 8 // Setembro 08 // Portugalglobal Um último objectivo era o reforço das condições de segurança, para o que desenvolvemos um conjunto de passos para a aplicação integral do código ISPS (International Ship and Port Facility Security Code), e o reforço de todas as medidas de segurança no porto. Em qual destes grandes objectivos se insere uma outra meta: a obtenção de resultados financeiros positivos para o Porto de Sines? Esse é um resultado natural que decorre da implementação de um modelo de gestão e de concretização assente nos restantes objectivos estratégicos. Pela primeira vez nos últimos três anos, o Porto de Sines teve sempre resultados positivos. Inclusivamente nos anos de 2006 e 2007 já distribuiu dividendos ao accionista Estado. Em 2005 conseguimos resultados ainda pouco significativos, mas em 2006 e 2007 os resultados alcançados já foram mais interessantes, respectivamente, de 4,3 milhões de euros e de 3,8 milhões de euros. O resultado previsto para este ano é de 4,5 milhões de euros. “A concorrência existe no mercado portuário e o nosso objectivo é sermos melhores que os outros. Não há mais segredo nenhum. Se não formos melhores, ninguém vem para cá.” Mas eu penso que um porto não deve ter como objectivo estratégico a obtenção de lucros gigantescos. Tem, isso sim, que ter lucros e de ser auto-suficiente, não constituindo um encargo para o Estado. Mas um porto com elevados resultados financeiros pode estar a sobrecarregar os seus tarifários e deste modo a deixar de ser competitivo. Temos de ter a noção de um justo equilíbrio. É importante ter lucros, mas muito mais importante é o crescimento da sua actividade. DESTAQUE - ENTREVISTA Qual era a situação financeira do Porto de Sines quando tomou posse? Quando aqui chegámos, encontrámos uma dívida que crescia todos os anos. A dívida de longo e médio prazo ascendia a 78 milhões de euros. Até Julho deste ano já tínhamos conseguido reduzir a dívida em 21 milhões, mas esta ainda era significativa. Com a concessão do TGLS (Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Sines) e da GIR tivemos a possibilidade de limpar a divida e, neste momento, eu diria que temos uma situação financeira equilibrada que nos permite olhar para a frente e desenvolver novos investimentos, mantendo um crescimento sustentado. Quer falar desses novos investimentos e das principais obras realizadas durante o seu primeiro mandato? Nos três últimos anos fizemos muito investimento de manutenção no terminal petroleiro, porque a situação encontrada assim o exigia. E fizemos um investimento importantíssimo para a segurança no porto, que consistiu no reforço do talude de contenção no molhe oeste, que é uma obra de protecção essencial. É certo que se trata de um investimento que não dá direito a notícias nos jornais, mas que é muito importante. Ficou concluído – e ainda bem! – antes do Inverno do ano passado, que foi aliás devastador, mas que, graças à obra efectuada, não nos afectou. Foi um investimento que considerámos prioritário e que rondou os 5 milhões de euros. para 800 mil TEU. O molhe vai permitir dar cobertura a esse aumento do cais. Este é um porto de mar aberto que exige uma cobertura de molhe para o navio ficar em segurança no cais. Isso quer dizer que o Terminal XXI poderá receber mais navios de grande porte. Um dos nossos objectivos é trazer cada vez mais navios a Sines. Em termos de investimentos, pretendemos também continuar a desenvolver a ZAL e temos ainda prevista uma melhoria das acessibilidades ferroviárias no porto, essencial para dar resposta ao aumento do movimento. Para além do Terminal XXI, quais são os outros terminais do Porto de Sines e quais são as suas valências? Nós temos cinco terminais: o petroleiro (ou de granéis líquidos), que é o nosso maior terminal e que é responsável por 63 por cento de toda a nossa carga. É o mais importante do porto de Sines. Obviamente que este irá perder importância relativa, até porque há dois terminais emergentes, que estão a ganhar importância. Estou a falar do terminal de contentores ou Terminal XXI – que neste momento já detém mais de 10 por cento da movimentação do Porto de Sines e que vai ganhando cada vez mais peso – e do terminal de gás natural, que representa já cerca de 7 por cento do total mo- Outro investimento efectuado e que eu considero da maior importância foi a infra-estruturação da Zona de Actividades Logísticas e a construção do edifício de apoio logístico. Foi um investimento da mesma ordem de grandeza e que é fundamental para uma nova área de desenvolvimento do porto. Há outros investimentos que gostaria de referir? Há os investimentos na ligação do porto à cidade, nomeadamente na construção de um novo edifício de apoio no Porto de Recreio e no melhoramento da área circundante, que ficou bastante valorizada. Também procedemos a melhorias na própria praia Vasco da Gama, dotando-a de casas-de-banho adequadas e de rampas para deficientes. Esta praia é, desde há dois anos, uma praia de bandeira azul, muito acessível a pessoas de mobilidade reduzida. Este ano também conseguimos bandeira azul na marina. E em relação ao futuro? Em relação ao futuro, vamos ter as obras de prolongamento do cais do terminal de contentores, a cargo da PSA - Terminais de Contentores, SA, que vão fazer esse prolongamento do cais. Nós próprios temos já o projecto de execução concluído e vamos lançar o concurso para o prolongamento do molhe leste que dá cobertura a essa nova extensão de cais. Esta vai ser a grande obra deste mandato da APS. Em que consiste concretamente essa obra? Com esta extensão de cais, o terminal de contentores, que tinha uma capacidade de 250 mil TEU (neste momento com as obras que foram entretanto efectuadas, já permite chegar a mais de 300 mil TEU), o porto ficará com capacidade vimentado. São dois terminais em crescimento acelerado: o de contentores está com um crescimento de 50 por cento e o de gás natural, de 20 por cento. É de referir que o gás natural que nos chega por via marítima é já responsável por 55 por cento do abastecimento ao país. O restante vem da Argélia, por gasoduto, via Espanha. Trata-se de uma diversificação das fontes de gás natural em termos de abastecimento, evitando a dependência de um único fornecedor. Eu diria que se o Porto de Sines parasse parava o país. Temos ainda o terminal de granéis sólidos que é o segundo maior do porto em termos de importância, com 18 a 19 por Portugalglobal // Setembro 08 // 9 DESTAQUE - ENTREVISTA cento de toda a movimentação de carga no porto. É por este terminal que passa um conjunto de mercadorias a granel, onde o peso dominante é o carvão, que abastece a central de Sines e a central do Pego. Por último, temos o terminal petroquímico que tem uma importância menor, da ordem dos 2 por cento, embora seja muito importante do ponto de vista estratégico. Quais as vantagens que o porto de Sines oferece face aos concorrentes, sejam estes portugueses ou estrangeiros? Uma das vantagens competitivas do Porto de Sines reside exactamente neste conjunto de valências dos seus terminais – contentores, petroquímico, granéis líquidos e sólidos, gás natural – associado ao facto do porto ter fundos naturais de grande profundidade, o que lhe permite receber qualquer tipo de navio em operação comercial e movimentar qualquer tipo de mercadorias. Outra vantagem competitiva deste porto é obviamente o facto de ele operar 24 horas por dia, 365 dias por ano, o que só é possível graças ao regime de flexibilidade laboral que temos. Por último, penso que a nossa info-estrutura portuária – que está ao nível das melhores da Europa – é outra das vantagens do porto de Sines. Estas são as vantagens que nos permitem considerar-nos competitivos em relação aos outros portos europeus. Há alguma estratégia para ultrapassar a concorrência dos outros portos europeus? A concorrência existe no mercado portuário e o nosso objectivo é sermos melhores que os outros. Não há mais segredo nenhum. Se não formos melhores, ninguém vem para cá. E se o porto não oferecer um serviço eficiente e eficaz, não tem clientela. Sines oferece águas profundas e tem um porto que trabalha 24 horas por dia. É uma vantagem competitiva fantástica em relação a outros portos. Barcelona e Valencia é assim que funcionam. Ou seja, eu tenho que ter as mesmas condições que estes portos e mais qualquer coisa. Esse ‘mais qualquer coisa’ é a flexibilidade laboral, que eles não têm. Neste sentido, é interessante verificar que o Porto de Sines tem mais movimento à noite e durante o 10 // Setembro 08 // Portugalglobal fim-de-semana, justamente quando os outros portos têm menos movimento. Ou seja, Sines tem de explorar as vantagens competitivas que tem e enfrentar a concorrência, oferecendo aquilo que eles não têm possibilidade de oferecer. Como está a competição com outros portos europeus, nomeadamente de Espanha? Barcelona e Valencia são portos muito interessantes, de grande dimensão e que trabalham muito bem, mas Valencia, por exemplo, tem problemas laborais permanentes. Ambos são portos maiores e com maior importância que o nosso. Barcelona, por exemplo, tem uma vantagem enorme em relação a todos os outros portos: num hinterland de 50 quilómetros tem praticamente garantido o movimento do porto quer na produção quer no consumo. A importância económica daquela região é enorme e só por si gere e absorve uma carga significativa proveniente daquele porto. Por outro lado, a empresa que gere a info-estrutura portuária é fantástica, o que é muito difícil de bater em termos de concorrência. As acessibilidades, nomeadamente ferroviárias, estão a condicionar a evolução do Porto de Sines? A mim interessa-me sobretudo a acessibilidade ferroviária, que deve funcionar bem, já que 95 por cento do nosso tráfego é por caminho-de-ferro. A ligação de Sines ao mundo tem de ser por ferrovia, que actualmente dispõe aqui de 11 comboios por dia. Para dar conta do actual nível de necessidades, o acesso ferroviário existente satisfaz, mas com o crescimento previsto para o Porto de Sines, poderá vir a ser insuficiente. Há, portanto, melhorias físicas a fazer na ferrovia. Na linha Lisboa-Faro – que é uma linha muito importante para Sines – o comboio tem de abrandar no pk 94. Mas cada abrandamento no caminho-de-ferro custa muito dinheiro e muito tempo. A variante de Alcácer que neste momento está a ser construída, ao conseguir evitar esse abrandamento, vai permitir-nos ter uma economia de tempo até Lisboa de 20 minutos. Na linha de Sines temos o constrangimento da pendente de Ermidas, que não permite a tracção de um número significativo de vagões. Esse constrangimento tem de ser resolvido. Há pequenas coisas que têm de melhorar para termos melhores acessos. DESTAQUE - ENTREVISTA Que papel espera vir a desempenhar o Porto de Sines no âmbito do projecto europeu das Auto-Estradas do Mar? Penso que nos últimos anos foi dado um salto muito grande em termos do conceito de transporte marítimo. A Srª Secretária de Estado dos Transportes tem uma visão articulada dos transportes, exactamente porque, pela primeira vez, tutela as áreas da rodovia, da ferrovia e do transporte marítimo, o que permite uma actuação integrada do sistema que está na base do conceito de auto-estrada do mar. O conceito de auto-estrada do mar tem por base a optimiza- “Um porto com elevados resultados financeiros pode estar a sobrecarregar os seus tarifários e deste modo deixar de ser competitivo. Temos de ter a noção de um justo equilíbrio. É importante ter lucros, mas muito mais importante é o crescimento da sua actividade.” ção do transporte de mercadorias de um ponto de origem a um ponto de destino, e por isso é fundamental que haja acessos e articulação no porto que permitam de imediato transportar a mercadoria para o seu ponto de destino. O desenvolvimento articulado do sistema de transporte e de criação das condições para que ele exista, está igualmente associada a uma simplificação de procedimentos. É este processo que se pretende introduzir no transporte marítimo: conceito de rede, por um lado, e de simplificação de procedimentos, por outro. Isto exige uma coordenação intermodal muito grande, além dos meios que permitam seguir electronicamente uma mercadoria do seu ponto de origem ao seu ponto de destino. Por isso, é fundamental que o transporte marítimo esteja perfeitamente articulado com o transporte terrestre, sobretudo ferroviário, e que haja uma simplificação de procedimentos que o torne competitivo. Em Sines há um grande esforço no sentido de que tudo isto funcione. Este transporte articulado tem de ser competitivo e vantajoso para ser desejado pelo cliente. Que importância atribui à ZILS no desempenho do Porto de Sines? É uma grande vantagem competitiva. A ZILS é o seguro de vida do Porto de Sines. Uma grande zona industrial associada a um porto tem, ela própria, necessidade de absorver um importante conjunto de mercadorias e essas mercadorias têm obrigatoriamente de ir para Sines. Por outro lado, o que produz tem de sair por Sines. A ZILS pode ser uma peça crucial para garantir esta necessidade de aportar e de largar a partir de Sines. Que metas gostaria de ver atingidas neste seu segundo mandato? Fundamentalmente o que pretendo é fazer mais e melhor no campo da info-estrutura portuária e conseguir atingir, até 2010, um aumento de movimentação de mercadorias para os 33 milhões de toneladas. É importante termos concluídas estas grandes obras relativas ao alargamento da extensão do terminal e da protecção do molhe, porque isso é essencial para o crescimento da movimentação e, finalmente, espero que este seja o mandato do grande desenvolvimento da actividade logística em Sines e que esta esteja associada ao desenvolvimento da ZILS, já que estamos a contar com ela para a afirmação internacional do porto. Uma gestora determinada Maria Lídia Ferreira Sequeira, licenciada em economia, é actualmente Presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines, função que exerce desde 2005. Quando ocupou o cargo, muitos eram os que viam com desconfiança o seu futuro desempenho. Antes de mais, porque era uma mulher a ocupar as funções de gestão habitualmente atribuídas a homens. E, por outro lado, porque Lídia Sequeira gosta de implementar, de concretizar, enfim, de mudar as coisas. Garantiu à partida que Sines ia ter lucros. E cumpriu. Os cargos de topo fazem parte do seu currículo. No desempenho da sua actividade profissional exerceu funções de gestão no Ministério da Ciência e Tecnologia (2004-2005), como Gestora da Intervenção Operacional de Acessibilidades e Transportes (1997-2004), de Subdirectora-Geral de Transportes Terrestres (1992-96), Directora do Gabinete de Estudos e Planeamento da DGTT (1990-92) e Chefe de Divisão de Transportes Internacionais (1985-90). Entre outras actividades relevantes, participou nas negociações do 3º Quadro Comunitário de Apoio (2000) como representante do Ministério do Equipamento Social, bem como nos Conselhos (Transportes) da União Europeia, como membro da Delegação Portuguesa de 1986 a 1996. Foi condecorada como Oficial da Ordem do Mérito, Grau concedido em 1990. Portugalglobal // Setembro 08 // 11 DESTAQUE DE VIVA VOZ A JÓIA DA COROA >COM FRANCISCO SÁ, PRESIDENTE DA AICEP GLOBAL PARQUES A aicep Global Parques gere directamente três Parques Empresariais, dos quais, pela sua dimensão e importância estratégica, se destaca a ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines, com mais de dois mil hectares. O objectivo é oferecer áreas vocacionadas para actividades industriais, logísticas e de serviços, que têm na vizinhança o porto de Sines, líder no sector de contentores em Portugal e que liga, por via marítima, a ZILS ao mundo. “A ZILS é uma localização industrial e logística muito atractiva porque oferece condições de instalação ímpares na fachada ocidental da Península Ibérica, vocacionadas para produzir e abastecer os mercados português e espanhol, bem como outros mercados servidos por mar”, enfatiza Francisco Sá, presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques. Além disso, a localização deste parque empresarial e as suas acessibilidades (rodoviárias e ferroviárias ao hinterland espanhol e à área metropolitana de Lisboa), são alguns dos factores “que tornam o complexo de Sines um produto único, cujas estratégias de promoção e desenvolvimento comuns continuam a ser articuladas entre as administrações do Porto de Sines e da aicep Global Parques”. O perfil das empresas que se pretende para a ZILS merece especial atenção: “Por razões de equilíbrio e sustentabilidade a prazo, temos desenvolvido um esforço particular na tentativa de diversificação do tipo de indústrias e outras actividades instaladas de que é exemplo a promoção da Zona de Actividades Logísticas em articulação com a APS. Não podemos, contudo, ignorar que o complexo de Sines reúne um conjunto de características que são particularmente atractivas para sectores como o petroquímico, as energéticas ou os biocombustíveis”. São projectos com um ciclo de vida longo, bem patente no modelo contratual, em que esta procura projectos “economicamente sustentados, tecnologicamente evoluídos e ambientalmente equilibrados”, sublinha o gestor. 12 // Setembro 08 // Portugalglobal As empresas que queiram instalar-se no parque encontram um modelo de negócio – o direito de superfície – que lhes permite fasear os custos de instalação, “fazendo com que o terreno e a sua urbanização possam ser pagos ao longo da “Por razões de equilíbrio e sustentabilidade a prazo, temos desenvolvido um esforço particular na tentativa de diversificação do tipo de indústrias e outras actividades instaladas de que é exemplo a promoção da Zona de Actividades Logísticas em articulação com a APS.” vida útil do projecto”. Por outro lado, Francisco Sá sublinha que o preço da instalação é competitivo – primeiro porque “ajustado à realidade do mercado português”, segundo, porque a prestação de serviços da ZILS, num “quadro de colaboração com as entidades locais, regionais e nacionais, permite um processo eficiente e que se traduz numa redução dos custos de instalação”. A política da ZILS relativamente às empresas nacionais ou estrangeiras que a procuram, assenta preferencialmente “no conjunto de benefícios para as empresas que decorrem das suas próprias mais-valias, enquanto parque empresarial, e não num quadro de subsídio seja ele qual for”, esclarece o gestor. “O parque tem de valer por si. O que por vezes acontece é que, após conhecer o projecto de um potencial cliente, apercebemo-nos que este poderá ter acesso ao quadro de incentivos e benefícios em vigor”, o que é feito em articulação com a aicep Portugal Global, o seu accionista de referência. Entre outras vantagens oferecidas pela ZILS, contam-se a excelência das utilities, a manutenção de áreas comuns e as DESTAQUE oportunidades de gerar sinergias entre as próprias empresas instaladas, nomeadamente em matéria de projectos e custos partilhados. Francisco Sá dá como exemplo a gestão integrada das redes de esteiras: “A aicep Global Parques e algumas das empresas instaladas partilham os custos de manutenção e segurança das esteiras de ligação por pipeline da ZILS à zona portuária, tendo um modelo de colaboração e de implementação do projecto que permite partilhar recursos e saberes”. Na sua área de prestação de serviços, o parque pretende, de forma inovadora, “adicionar valor à sua oferta pela capacidade de induzir produtividade ao processo dos seus clientes”, acrescenta. As boas condições das acessibilidades são objecto de especial cuidado por parte da ZILS, reconhecendo o seu responsável que “para um parque empresarial que não tem na retaguarda qualquer cidade de média ou grande dimensão, as acessibilidades são fundamentais para a sua competitividade.” Sendo servida pelo maior porto de mar nacional (com capacidade para continuar a crescer), pelo aeroporto de Lisboa – o actual e o futuro – e, em breve, pelo aeroporto de Beja, e a nível rodoviário pelo IP8, cujos projectos de remodelação já estão lançados, assim como a sua ligação à A2, “esperando-se que o complexo de Sines fique, a partir de 2010, directamente ligado à rede europeia de auto-estradas”. Quanto à estrada de acesso à Metalsines e à GALP, que não se encontra no seu melhor estado, a aicep Portugal Parques, embora se trate de um acesso público, decidiu avançar com a reparação. Ao nível da ferrovia, “a infra-estrutura mais importante para o salto qualitativo do complexo de Sines, estão já em desenvolvimento os projectos para a ligação de Sines à rede de velocidade alta para mercadorias”. A gestão ambiental do parque, nomeadamente em matéria de armazenamento e tratamento de águas residuais, fazse em estrito cumprimento da legislação “quer em relação aos seus próprios projectos quer das entidades que se instalam”, destaca o responsável. “Subscrevemos com outras entidades públicas e empresariais o protocolo de constituição do GISA – projecto de gestão integrada dos impactos da actividade económica, na região de Sines, na saúde e no ambiente. Paralelamente, a aicep Global Parques tem em preparação um projecto de monitorização ambiental da ZILS nos domínios do solo, qualidade do ar, águas e ruído. Este projecto entrará em execução ainda no corrente ano”. O desenvolvimento sustentável é, para a Global Parques, uma prioridade que esta assume por inteiro e um compromisso social que inclui naturalmente as actividades da ZILS: “O ambiente, a formação e qualificação de recursos humanos, o património histórico e cultural e o desenvolvimento regional, são alguns dos eixos pelos quais pautamos a nossa actuação. Ao ter assumido, desde Janeiro de 2007, estas prioridades, temos procurado ser um parceiro que, junto da edilidade municipal de Sines e de outros actores, apoia projectos concretos que melhore a qualidade de vida na região”. A Escola Tecnológica do Literal Alentejano, o Festival de Músicas do Mundo e a Feira do Emprego em Sines são alguns dos projectos apoiados no âmbito da ZILS. Portugalglobal // Setembro 08 // 13 DESTAQUE EMPRESAS INVESTEM EM SINES Situada nas imediações do maior porto português, a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) é uma localização empresarial nacional que disponibiliza espaços infraestruturados e plataformas a empresas ou entidades não empresarias, numa área de solo industrial superior a dois mil hectares, a mais extensa da Península Ibérica. O principal objectivo é atrair e fixar investimento na região. O número das empresas instaladas está a aumentar, o que consolida a estratégia de internacionalização da aicep Global Parques, a agência nacional de referência no apoio à localização empresarial. Mais de uma dezena de empresas industriais estão instaladas na ZILS, entre as quais a Petrogal, a Repsol Polímeros, a EDP, a Metalsines e a Euroresinas, que em conjunto garantem mais de 2.600 postos de trabalho directos e indirectos, estando previstos ou já em fase de concretização novos investimentos, no montante de 3 mil milhões de euros, que gerarão mais 1.500 empregos. Além destas unidades, estão também instaladas na Zona Industrial e Logística de Sines onze empresas de serviços. Os projectos em curso em Sines não produzem apenas mais emprego, como trazem também novas oportunidades para a criação de empresas. Os contratos firmados com a Artenius, 14 // Setembro 08 // Portugalglobal com a GALP Power – Central de Ciclo Combinado, a reserva de espaço assinada com a NGC – National Gás Company (Rússia), assim como os projectos de biocombustíveis que já estão em marcha, sem esquecer os anúncios de expansão da refinaria da GALP e do espaço da REPSOL, assim como da ZALSines (projecto da aicep Global Parques e da APS, incluído no Programa Portugal Logístico) constituem um desafio positivo para o projecto e a gestão da ZILS. Só o investimento espanhol na ZILS, como é o caso da Artenius, que contará com tecnologia de última geração e que terá como principal actividade o fabrico de PTA (matéria prima para o fabrico de plástico), ascenderá a cerca de 1,2 DESTAQUE mil milhões de euros, representando aproximadamente 40 por cento do investimento total que este parque industrial irá receber até 2010. O nascimento de um pólo petroquímico de grande dimensão em Sines, a par dos grandes europeus, é considerado pelo Ministro da Economia e Inovação como uma significativa retoma do investimento estrangeiro no país. Além da prestação de serviços de gestão integrada, a ZILS intervém também a nível da qualificação dos recursos humanos. Neste domínio é de referir a Escola Tecnológica do Litoral Alentejano (ETLA), sedeada no Edifício de Negócios da ZILS, que procura responder às necessidades de recursos humanos qualificados requeridos pelas empresas que se implantam na região. Na ETLA estão disponíveis os cursos de Mecatrónica, Gestão Informática, Electrónica e Instrumentação Industrial, Química Tecnológica, Construção Civil e de Saúde, Segurança e Ambiente. Trans-European Transport Network, oferecendo vantagens competitivas que decorrem do facto de ser uma porta de entrada na Europa. Porém, a oferta de Sines não se esgota nas características físicas do seu porto e nos serviços destinados à instalação de empresas. Enquanto localização vocacionada para atrair IDE e investimento nacional de natureza estruturante, considera fundamentais elementos de contexto como sejam a qualificação do território, onde as questões ambientais e socioeconómicas têm especial relevo, assim como a qualificação dos recursos humanos. Sines conta actualmente com uma Os projectos em curso em Sines não produzem apenas mais emprego, como trazem também novas oportunidades para a criação de empresas. Quanto à Zona de Actividades Logísticas do Porto de Sines – ZALSines – encontra-se em fase de construção e está vocacionada para acolher empresas nacionais e estrangeiras com actividades de apoio ao complexo portuário de Sines. Considerado como um dos pilares fundamentais do Portugal Logístico, constitui uma plataforma logística moderna com elevado potencial estratégico. A ZALSines compreende duas áreas, uma na zona intraportuária (30 hectares sob jurisdição da APS) e outra na zona extraportuária (cerca de 215 hectares na ZILS), gerida pela aicep Global Parques. Foi percepcionando este novo contexto – integrador das economias das diferentes regiões do globo, mas simultaneamente ‘desintegrador’ das tradicionais funções A oferta de Sines, um porto de águas profundas gerido pela APS (Administração do Porto de Sines) com um conjunto de terminais portuários, como o Terminal XXI ou o Terminal Multipurpose, e que dispõe de serviços prestados pela aicep Global Parques, facilitadores do processo de instalação de empresas é, no actual contexto de globalização dos fluxos de mercadorias, fortemente competitiva e um activo importante para Portugal no contexto internacional. Nesta medida, e no que diz respeito ao tempo e aos custos de transporte, Portugal – e Sines, em particular –, está integrado na de oferta e procura das mesmas – que Portugal tem vindo a desenvolver uma estratégia de afirmação do território português como porta de entrada, e de saída, de fluxos de mercadorias da Europa – e em particular do mercado ibérico – procurando fazer da sua localização atlântica uma vantagem competitiva. E tem-no feito agindo no quadro do ordenamento e da qualificação da oferta logística, promovendo neste domínio produtos e serviços que se posicionam no mercado global como soluções eficientes para abastecer o mercado europeu. actividade económica, social e cultural cada vez mais valorizada e diversificada, o que a torna globalmente um projecto com futuro assegurado, assumindo-se a aicep Global Parques como um parceiro activo nesse processo de desenvolvimento. Portugalglobal // Setembro 08 // 15 DESTAQUE AUTO-ESTRADAS DO MAR O NOVO CAMINHO MARÍTIMO Portugal tem duas Auto-Estradas do Mar (AEM) a funcionar desde o ano passado, a partir dos portos de Sines e Leixões, mas o objectivo é alargar esta possibilidades aos principais portos comerciais portugueses, como Lisboa, Setúbal e Aveiro. Estas vias de acesso marítimo, associadas à simplificação e eficiência de procedimentos introduzidos pela Janela Única Portuária, são uma das medidas que irão contribuir para duplicar o volume de carga movimentado nos portos nacionais até 2015. O Porto de Sines está a postos. Duas carreiras regulares de transporte de mercadorias por via marítima – Auto-Estradas do Mar – ligam actualmente o porto de Leixões a Roterdão, na Holanda, e ao porto de Tillbury, no Reino Unido, e o Porto de Sines a La Spezia, em Itália, estando em negociação o acesso a outros portos europeus, em particular espanhóis e franceses. Compreende-se 16 // Setembro 08 // Portugalglobal esta opção, dado o peso destes dois países no comércio bilateral. A Espanha, país vizinho, é o principal cliente e fornecedor de Portugal, de onde importámos, em 2007, 17,7 mil milhões de euros e exportámos 10,6 mil milhões. A França é o terceiro maior parceiro comercial português em matéria de importações (5 mil milhões de euros em 2007) e de expor- DESTAQUE tações (cerca de 4,7 mil milhões de euros também no ano transacto). Estes valores e a circulação de mercadorias que eles representam, constituem um factor de peso para implementação de auto-estradas do mar entre Portugal e esses parceiros estratégicos, consolidando as relações bilaterais. A União Europeia representa 40 por cento da frota mundial e é líder deste sector global, transitando, anualmente, pelos portos marítimos europeus, 3,5 mil milhões de toneladas de mercadorias e 350 milhões de passageiros, gerando os portos europeus e serviços associados um valor acrescentado de aproximadamente 20 mil milhões de euros. Num contexto de aumento do volume do comércio mundial, o desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância e das auto-estradas do mar abre novas oportunidades para os sectores envolvidos, nomeadamente os serviços marítimos associados (seguros, banca, intermediação, consultoria, entre outros) numa perspectiva de crescimento contínuo. Tendo em conta que 90 por cento das trocas comerciais extra-comunitárias são feitas por mar e que mais de 40 por cento do comércio interno da UE se faz igualmente por via marítima, Portugal está ainda a apostar em percursos de maior fôlego, dado que tem uma posição atlântica e geoestratégica que lhe confere vantagens competitivas no que diz respeito à utilização do tráfego marítimo, em particular de mercadorias. O projecto europeu das Auto-Estradas do Mar (AEM), assim como o transporte marítimo a curta distância, têm sido liderados por Portugal, que investiu mais de 2,5 milhões de euros para integrar cinco portos nas novas vias de acesso marítimo. A UE prevê que entre 2008 e 2012 sejam retirados das suas estradas, cada vez mais congestionadas, o equivalente a 160 mil camiões de mercadorias. O financiamento europeu definido para implementar as AEM é de mais de 300 milhões de euros para além das verbas decorrentes do Programa Marco Pólo, com 400 milhões de euros. A UE faz uma forte aposta nas AEM por considerá-las uma iniciativa que terá assinalável impacto na redução não apenas dos custos de transporte, como de CO2 lançado para a atmosfera, através da diminuição de veículos para transporte de mercadorias a circular nas rodovias europeias. A circulação de navios de carga implica menores constrangimentos aduaneiros, maior rapidez, competitividade económica e sustentabilidade ambiental. As auto-estradas do mar, com rotas predefinidas e carreiras regulares de transporte de mercadorias importadas e exportadas por via marítima, combinadas com o transporte rodoviário e ferroviário, têm como finalidade reduzir o tempo de imobilização dos navios nos portos e os custos de transporte, pois facilitam os procedimentos administrativos necessários à circulação de carga no mar, reduzindo o mínimo ao capital circulante e integrando o transporte em toda a cadeia de valor, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado. Em Portugal, o projecto PORTMOS preside à integração do sistema marítimo-portuário nas AEM. É de realçar que o PORTMOS conceptualizou, desenvolveu e testou a info-estrutura de apoio não apenas das AEM, mas também constituiu uma “Janela Única Logística” para toda a cadeia de transporte, numa lógica de porta-a-porta. No contexto da economia global e intracomunitária, a integração de Portugal nas auto-estradas do mar europeias constitui uma opção nacional prioritária, uma vez que isto significa uma estratégia quanto à organização das cadeias de transporte no espaço europeu e à necessidade de alinhamento entre portos nacionais e europeus. E também constitui uma oportunidade de explorar novas rotas, pois estão previstos quatro corredores na UE: a auto-estrada do Mar Báltico, que liga os estados do Báltico com os da Europa Central e Oriental, incluindo a rota via Mar do Norte e o Canal do Báltico; a da Europa Ocidental, que liga Portugal a Espanha, através do Arco Atlântico até ao Mar do Norte e à Irlanda; a do sudeste da Europa, que liga o Mar Adriático até ao Mediterrâneo, incluindo Chipre; e a do Sudoeste da Europa, que liga o Sul da Península Itálica ao Sul da Península Ibérica. Embora a mobilidade de bens e mercadorias intra-comunitário se faça por via terrestre, com destaque para a rodovia, o congestionamento dos corredores transeuropeus e a existência de pontos de estrangulamento nos principais eixos rodoviários, constituem cada vez mais um obstáculo à competitividade da Europa. É neste contexto que assumem particular importância o desenvolvimento e a transformação do transporte marítimo, assegurando-lhe novas valências logísticas, nomeadamente promovendo a sua integração plena nas cadeias logísticas de transportes. Numa intervenção, no âmbito Conferencia Ministerial sobre Auto-Estradas do Mar e Logística, Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado dos Transportes, enfatizou que “os portos deverão deixar de ser pontos de rotura das cadeias logísticas, constituindose antes como elos facilitadores da cadeia global, incluindo a sua relação com o hinterland”. Nesta medida, considera-se que as auto-estradas do mar deverão constituir-se como substitutos e prolongamentos das auto-estradas terrestres (o que é válido tanto para o transporte de passageiros como de mercadorias), não só para evitarem corredores saturados como para permitirem o acesso rápido a países separados por mar do resto da União Europeia. Para Portugal, as plataformas logísticas, o transporte marítimo a curta distância e as auto-estradas do mar constituem peças fundamentais do seu desenvolvimento e crescimento económico sustentados. Portugalglobal // Setembro 08 // 17 DESTAQUE JANELA SIMPLEX A Janela Única Portuária (JUP) está a mudar por completo a gestão portuária nos portos nacionais, como já acontece em Lisboa, Sines e Leixões. No Porto de Sines, este sistema inovador já “navega” em eficiente velocidade de cruzeiro. Depois de terem sido assinados, em 2007, os protocolos entre todos os agentes económicos do Porto de Sines e a DGA (Direcção Geral das Alfândegas), e de terminadas todas as acções de formação e fases de testes, a JUP está já em pleno funcionamento graças à estreita cooperação de todas as partes envolvidas, o que permitiu agilizar mais rapidamente o sistema. cho aduaneiro. Ao contrário dos “3 a 4 dias” de procedimentos aduaneiros, em apenas uma ou duas horas é possível fazer o rastreio das mercadorias e um controlo efectivo da informação de suporte ao combate à fraude e evasão fiscal. Em 2007, nas Alfândegas, 87 por cento das declarações de exportação foram feitas por via electrónica. Em Janeiro deste ano, o papel passou à história no porto, pois tanto as escalas de navios como os manifestos das cargas passaram a existir unicamente em suporte virtual. Seguidamente, este processo estendeu-se ao despacho de navios e, por fim, integrou tanto a Sanidade Marítima, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Capitania do Porto de Sines. Entre as aplicações deste processo de modernização e competitividade, o Porto de Sines, deu outro passo essencial: a integração do Terminal XXI com a CP, que permite agora obter, em tempo real, a escala do navio e do comboio, através da aplicação SIMXXI. No que se refere aos contentores, a autorização de saída das mercadorias da caixa agilizou-se igualmente, permitindo que estas saiam rapidamente do perímetro do terminal em direcção ao seu destino. Na “janela” electrónica do porto está igualmente centralizada a entrada e saída de viaturas e pessoas, tanto a bordo como nos terminais. A Janela Única Portuária (JUP) foi criada pelo Governo para permitir a centralização, numa plataforma tecnológica, da informação, da documentação e dos processos relativos às várias entidades públicas e agentes económicos (designadamente, agentes de navegação, transitários, transportadores terrestres, operadores logísticos, empresas gestoras dos parques logísticos e empresas aí sedeadas) que actuam nos portos marítimos. Deste modo, a JUP liga todos eles – num só sistema, numa lógica de “balcão único virtual” – que desmaterializa os processos administrativos e cria condições para a interoperabilidade dos sistemas de informação das várias autoridades a operar nos portos: portuária, marítima, aduaneira, de fronteira, de sanidade e veterinária. Entre outras vantagens competitivas deste sistema é que ele evita atrasos no trânsito portuário de mercadorias e no despa- 18 // Setembro 08 // Portugalglobal Em termos de benefícios operacionais, a Janela Única Portuária reduz os custos administrativos directos dos agentes económicos que o utilizam, assim como os custos internos inerentes à recolha e tratamento manual de dados sobre todos os navios e mercadorias que passam pelos portos. O despacho de navios e mercadorias torna-se mais rápido, os tempos de espera mais reduzidos, assim como os tempos de ocupação e parqueamento, o planeamento da utilização e optimização dos recursos dos terminais torna-se mais eficiente. Feitas as contas, a JUP é uma garantia para que os portos portugueses consigam o melhor nível de eficiência e competitividade internacionais. DESTAQUE PORTOS PORTUGUESES NA ROTA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Lisboa, Sines, Setúbal, Leixões e Aveiro são os cinco grandes portos marítimos portugueses. Em 2007, movimentaram perto de 64 milhões de toneladas de carga, com Sines a pesar 41 por cento neste total. Sines é também, desde o início do ano, um dos dois portos portugueses já a funcionar como auto-estrada do mar. Segundo dados do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), a movimentação global de mercadorias no Porto de Setúbal foi a que mais cresceu em 2007 – mais 10 por cento face a 2006 –, seguindo-se Lisboa com um aumento de 8 por cento, atingindo 12 milhões de toneladas. O movimento de contentores nos quatro principais portos nacionais cresceu 11 por cento no ano passado, acelerando ligeiramente a tendência verificada no exercício anterior, acrescenta o IPTM. No que respeita ao movimento de navios, registou-se, em 2007, um aumento significativo do número de navios entrados no porto de Sines, menos acentuado no porto de Leixões e nos portos sob gestão do I. P. T. M, uma tendência inversa à verificada nos restantes portos que viram esse movimento reduzir-se. Neste domínio, Lisboa foi o porto com maior peso no ano em análise. Leixões e Sines foram os “motores” do crescimento da actividade, com as melhores performances, em termos absolutos, o primeiro, e em termos relativos, o segundo. Lisboa também deu um forte contributo. Aveiro registou um “prejuízo” de 2 por cento na movimentação de mercadorias. MOVIMENTAÇÃO GLOBAL DE MERCADORIAS POR PORTO PORTO APDL 2005 2006 2007 Var. 2006-2007 Tons Peso Tons Peso Tons Peso Tons % 13.330.903 22% 13.229.734 21% 14.047.037 22% 817.298 6 APA 3.328.816 5% 3.349.570 5% 3.272.005 5% -77.565 -2 APL 11.302.565 18% 11.069.925 18% 11.949.375 19% 879.451 8 APSS 6.642.136 11% 6.204.146 10% 6.833.985 11% 629.839 10 APS 24.929.311 41% 26.933.999 43% 26.299.079 41% -634.919 -2 IPTM 1.746.675 3% 1.902.132 3% 2.027.024 3% 124.892 7 TOTAL 61.280.406 100% 62.689.506 100% 64.428.505 100% 1.738.999 3 Fonte: Administrações Portuárias e IPTM,IP Portugalglobal // Setembro 08 // 19 DESTAQUE Porto de Aveiro Com um importante plano de investimentos em curso, o Porto de Aveiro pretende ser um dos mais dinâmicos e competitivos portos da Faixa Atlântica da Península Ibérica no transporte de curta e média distância, com um amplo pólo de desenvolvimento logístico e industrial. No entanto, registou uma quebra de 2 por cento na carga total movimentada em 2007, que se cifrou em perto de 3,3 milhões de toneladas. Para já é necessário investir na fluidez dos acessos marítimos, uma vez que as características da barra de acesso ao porto de Aveiro, nomeadamente a cota de profundidade, a largura e as condições de navegabilidade induzidas pelas marés, com limitações ao porte máximo dos navios, reduzem o potencial de mercado para linhas regulares de tráfego contentoriza- do ou Roll-on/Roll-off. Igualmente importante será a conclusão (prevista para o 4º trimestre de 2009) da construção do Ramal de Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro, que além de aumentar a atractividade do porto, permitirá alargar o hinterland portuário à região de Castela e Leão. No final deste programa de investimentos, o porto de Aveiro terá um conjunto de cinco terminais de movimentação de mercadorias tecnicamente adequados para movimentar todo o tipo de mercadorias. APA Administração do Porto de Aveiro, S.A. Edifício 9 - Forte da Barra Apartado 91, 3834-908 Gafanha da Nazaré [email protected] www.portodeaveiro.pt Porto de Lisboa É líder nacional no movimento de navios (em número e em GT) e ocupa o 1º lugar no ranking de movimentação de carga contentorizada e de granéis sólidos agroalimentares. Estes dois tipos de mercadorias colocam o Porto de Lisboa a par dos principais portos ibéricos. A sua centralidade geoestratégica confere-lhe um estatuto de relevo nas cadeias logísticas do comércio internacional e nos principais circuitos de cruzeiros, e os seus resultados têm registado um forte crescimento nos últimos anos em todas as sua áreas de actuação, que abrangem também o transporte fluvial, a náutica de recreio e a dinamização cultural e de entretenimento de toda a zona ribeirinha sob sua jurisdição. As actividades portuárias desenvolvem-se em ambas as margens do rio. Na margem Norte está con- 20 // Setembro 08 // Portugalglobal centrada a movimentação de carga contentorizada, Roll-on/Roll-off e a maioria da carga fraccionada. Na margem Sul estão localizados diversos terminais especializados nos granéis líquidos e sólidos. Até Julho passado, o Porto de Lisboa registou uma movimentação de mercadorias superior a 8,2 milhões de toneladas o que representou um crescimento de 2,1 por cento face a igual período de 2007. Este crescimento foi suportado por uma evolução favorável ao nível dos granéis e da carga contentorizada. APL Administração do Porto de Lisboa, SA. Rua da Junqueira, 94 1349-026 Lisboa, Portugal Tel.: +351 213 611 000 [email protected] www.portodelisboa.com DESTAQUE Porto de Leixões O Porto de Leixões é a maior infra-estrutura portuária do Norte de Portugal e uma das mais importantes do país. Com 5 quilómetros de cais, 55 hectares de terraplenos e 120 hectares de área molhada, Leixões dispõe de boas acessibilidades marítimas, rodoviárias e ferroviárias, representando cerca de 25 por cento do comércio externo português, com um movimento de 15 milhões de toneladas de mercadorias por ano. Em Leixões passam anualmente cerca de 3.000 navios, com todo o tipo de cargas, e ainda passageiros dos navios de cruzeiro. Principal missão da APDL: fazer do Porto de Leixões uma referência para as cadeias logísticas da fachada atlântica da Península Ibérica. É, desde Janeiro último, auto-estrada do mar para o Norte da Europa (Holanda e Inglaterra). APDL Administração dos Portos do Douro e Leixões, SA Avenida da Liberdade Apartado 3004 4451-851 Leça da Palmeira Tel.: +351 229 990 700 [email protected] www.portodeleixoes.pt Porto de Setúbal O Porto de Setúbal é constituído por diversos terminais, de duas naturezas distintas: terminais de serviço público (dois multiusos, o Roll-on Roll-off da Autoeuropa, o terminal portuário SAPEC e o terminal de Granéis Sólidos) e terminais de uso privativo (terminal SECIL, da Uralada, da Praias do Sado, da Alstom Portugal, Terminal Tanquisado/Eco-Oil, terminal Eurominas e terminal Teporset, em construção). É também em Setúbal, no estaleiro da Mitrena, que se encontram os Estaleiros Navais da Lisnave, para a reparação naval. A melhoria das acessibilidades marítimas do porto e das ligações a Espanha, nomeadamente à Andaluzia e à Extremadura, com Madrid no horizonte, são os desafios que se colocam à Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, depois de um ano – 2007 – marcado pelo forte crescimento do tráfego de mercadorias em Setúbal. APSS Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA Praça da República 2904-508 Setúbal Portugal Tel.: +351 265 542 000 [email protected] www.portodesetubal.pt Porto de Sines É o principal porto na fachada ibero-atlântica e líder nacional na quantidade de mercadorias movimentadas, com condições para acolher todos os tipos de navios. Considerado um activo estratégico nacional é, por um lado, a principal porta de abastecimento energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural) e, por outro, posiciona-se como um importante porto de carga geral/contentorizada com elevado potencial de crescimento, pelo que se tornou uma referência ibérica, europeia e mundial. O porto e a sua Zona Industrial e Logística, com mais de 2.000 hectares, são já uma plataforma logística de âmbito internacional, com capacidade para receber os grandes ‘actores’ dos sectores marítimo-portuário, industrial e logístico. No 1º semestre de 2008 o porto de Sines registou um aumento de 4,8 por cento no total de carga movimentada, atingindo 13,3 milhões de toneladas, números que reflectem o crescimento sustentado do Terminal XXI, que desde o início do ano recebe navios porta-contentores com mais de 8 mil TEU directamente do Extremo Oriente. Como auto-estrada do mar, a sua ligação é a Itália. APS Administração do Porto de Sines, SA Apartado 16 7520-953 Sines Tel.: +351 269 860 600 [email protected] www.portodesines.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 21 DESTAQUE - OPINIÃO SINES: PÉROLA DA LOGÍSTICA ENERGÉTICA >POR NUNO RIBEIRO DA SILVA, PRESIDENTE DA ENDESA PORTUGAL Como é sabido Sines tem um ADN energético muito forte. A sua localização geográfica e as carasterísticas da sua morfologia e águas profundas conferem-lhe reconhecidos argumentos. Toda a evolução da questão da energia tem vindo a reforçar a importância das infra-estruturas logísticas com pendor energético. Com efeito, em particular nos anos recentes, o pilar da segurança do abastecimento, evidenciou a sua importância nas políticas energéticas, a par da articulação energia/ambiente e da eficiência e competitividade dos respectivos sistemas. Sines, pelo porto e respectivas infra-estruturas dos terminais de petróleo, carvão e gás natural, afirma-se como o coração do sistema energético nacional. Acresce a capacidade de armazenamento daquelas três formas de energia primária, que representam 85 por cento do consumo final de energia de Portugal, assim como a logística dos pipelines, gasodutos, rede eléctrica e sistema ferroviário. De momento, é sabido que esta vocação estratégica está em pleno reforço com o aumento da tancagem de gás na- 22 // Setembro 08 // Portugalglobal tural, com o upgrade da refinaria, com a construção de novas unidades petroquímicas, de novas centrais eléctricas a gás natural e com a reserva de capacidade para uma nova central eléctrica para carvão “limpo”. Enfim, indiscutivelmente a rotunda energética do país! E no contexto da Península Ibérica e, mesmo da Europa, Sines tem claramente a oportunidade histórica de se afirmar. Não é acomodável no espaço deste artigo desenvolver exaustivamente todo este potêncial. Ficam algumas notas. É reconhecida em Espanha a importância e o potencial de Sines para o reforço da logística de abastecimento, em particular do centro/sul daquele país, sobretudo no gás natural e também no petróleo e derivados. Quanto à electricidade, a linha Sines – Balboa e a interligação que entrará em operação a Sul, por volta de 2012, são peças essenciais da interligação do ‘puzzle’ eléctrico Ibérico. No petróleo e refinados, muito dependerá do novo perfil da refinaria de Sines e do seu parque de armazenamento e da anunciada construção da nova refinaria na zona de Badajoz. DESTAQUE - OPINIÃO Uma rede de pipelines, para crude e refinados a partir de Sines para o hinterland espanhol, afirmará, desde logo, Sines como o porto petrolífero de base para a nova refinaria da Extremadura espanhola. Só por si, tal poderá duplicar a operação de Sines associada ao petróleo. reforçado valor atribuido à segurança do abastecimento, relançam o porto e o armazenamento como activos de renovado valor, em operações de espera e transhipment. Afinal, trata-se de revisitar ideias dos anos 70, embora em novo contexto… Por outro lado, a reconfiguração da refinaria da GALP pode levar à diminuição da operação com refinados para o mercado nacional, dado que aproximará o output em gasóleos e gasolinas à procura interna, reduzindo a reexportação de gasolinas e a importação directa de gasóleos. Permitam-me conferir uma ênfase muito especial ao gás natural. Sines pode ser o hub ibérico e uma peça estratégica na frágil logística europeia de abastecimento e armazenamento de gás natural. Os recentes acontecimentos no Cáucaso reconfirmam a vulnerabilidade do abastecimento russo à Europa Ocidental. Urge, pois, reforçar as alternativas à entrada de gás, na rede europeia, proveniente de fontes alternativas, pelo ocidente europeu. Mas, ainda no domínio dos petróleos, a crescente volatilidade dos preços, quer do crude quer dos derivados, e o Para lá da Península, ainda será necessário reforçar ligações por tubo e rede eléctrica, entre Espanha e França: um romance interminável, mas que vai andando…Mas, sobretudo para a Península, o terminal de Sines dispõe das melhores condições para abastecimento e armazenagem de gás, entre os seis terminais ibéricos. Construir um gasoduto para Sul, que abasteça o Algarve, fechando o anel nacional e ligando ao terminal de Huelva, a par de outro que ligue a Extremadura espanhola e Madrid, são infra-estruturas que estão na agenda e reforçam as óbvias vantagens funcionais e estratégicas de Sines. Articulado com o armazenamento nas estruturas geológicas salinas de Pombal, que reunem condições inéditas para a constituição das reservas estratégicas obrigatórias – que Espanha não cumpre – podemos reforçar a logística e condições económicas do nosso aprovisionamento e contribuir para a melhoria do sistema Ibérico e Europeu. Enfim, o que é necessário é ter consciência que estamos a viver um momento histórico – sem abusar da palavra histórico! – na redefinição das opções energéticas e na logística que lhe está associada, com redrobrada ênfase na segurança do abastecimento obrigando à redundância de infra-estruturas de operação e reforço dos stocks de segurança. Estas ênfases são assumidas pela União Europeia – cofinanciando infra-estruturas com vocação energética – e pelos governos Ibéricos. Julgo que, com base na consciência clara dos argumentos de Sines, há que promover uma estratégia concertada de promoção desse potencial e promovê-lo junto das entidades oficiais e das empresas internacionais e nacionais ligadas ao sector. Endesa Portugal Quinta da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0, Ala B 2770-203 Paço de Arcos Telef: 351 211 102 700 [email protected] www.endesaportugal.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 23 COMÉRCIO EXPORTAÇÕES CRESCIMENTO ABRANDA MAS CONTINUA POSITIVO O crescimento das exportações portuguesas regista um abrandamento, devido sobretudo à crise que afecta os nossos principais clientes, nomeadamente Espanha, mas a recente evolução das nossas vendas ao exterior revela sinais de uma capacidade de resposta que não se verificava há poucos anos atrás. Actualmente, exportamos produtos com maior incorporação tecnológica, o número de empresas exportadoras aumentou e vendemos para mais mercados, sendo crescente a importância dos países extracomunitários neste domínio. A crise financeira internacional que atingiu fortemente os países desenvolvidos, clientes de Portugal, e a forte valorização do euro face ao dólar provocaram uma desaceleração da procura externa dirigida à economia portuguesa, afectando a competitividade das nossas exportações não só nos mercados extracomunitários – como os EUA –, mas também a nível intracomunitário, onde a procura é maior para produtos concorrentes provenientes de países terceiros, vendidos em dólares. Depois de um excelente desempenho em 2006, quando a procura externa por bens e serviços nacionais cresceu 9,1 por cento, regista-se um abrandamento do crescimento das exportações desde finais da primeira metade de 2007, ano em que – quando comparado com período homólogo – esse crescimento foi de 5,5 por cento. O Banco de Portugal prevê que as exportações portuguesas cresçam 4,4 por cento este ano e 4,0 por cento em 2009, enquanto as últimas previsões da OCDE apontam para uma taxa de crescimento real do comércio externo deste conjunto de países de 5,6 por cento. Embora longe dos ritmos registados no início de 2007, o crescimento das exportações continua a ser positivo e com importantes contributos para o PIB. Na evolução das exportações a longo prazo e no contexto dos desempenhos recentes 24 // Setembro 08 // Portugalglobal da economia e do comércio mundiais, o cenário apresenta sinais positivos. Tomando 2006 como referência para comparação, verifica-se que nesse ano as exportações portuguesas de bens e serviços cresceram 13,2 por cento em termos nominais (12,3 por cento na componente de bens) e 8,7 por cento em volume. Em 2007, esse crescimento foi de 10,4 por cento em termos nominais (8,5 por cento na componente de bens) e 7,5 por cento em volume. Trata-se, ainda assim, da segunda melhor taxa de crescimento observada desde 2001, facto que assume maior relevância quando se compara com as taxas de crescimento do comércio de mercado- rias a nível mundial registadas nos dois últimos anos (8,5 por cento em 2006 e 5,5 por cento no ano passado, em termos reais). É ainda de sublinhar que, em 2007, Portugal aumentou em cerca de dois por cento a sua quota de mercado nas exportações mundiais, após anos consecutivos de quebras até 2005 e uma variação, em 2006, que não tendo sido negativa, foi praticamente nula. Diversificação ainda insuficiente Embora as nossas exportações de serviços apresentem também uma tendência de abrandamento em 2008 (taxa de variação homóloga de 9,0 TAXAS DE VARIAÇÃO HOMÓLOGAS DAS EXPORTAÇÕES Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas COMÉRCIO 20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS Numa observação por mercados, os EUA, Japão, França, Reino Unido e Malásia, responsáveis, em conjunto, por uma contribuição negativa de 57,8 por cento para o crescimento global das exportações de bens no primeiro semestre deste ano, têm sido aqueles para onde as vendas têm observado maiores abrandamentos, sendo, no entanto, compensados pelos contributos positivos de outros mercados, dos quais se destacam Espanha, Angola, Singapura e Irlanda (66,6 por cento do crescimento total no mesmo período). Por produtos, em 2007, e no que respeita aos principais grupos de bens exportados, apenas os combustíveis registaram uma taxa de variação negativa, enquanto, por exemplo, as exportações de máquinas e aparelhos e veículos automóveis cresceram a taxas nominais de 19,8 por cento e 12,7 por cento, respectivamente. De salientar, ainda, os crescimentos positivos das exportações de produtos tradicionais que em 2006 haviam observado taxas de variação negativas, como foram os casos do vestuário e do calçado. Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas por cento no primeiro semestre), é a vertente de bens que, por representar cerca de 76,6 das exportações totais (bens e serviços), se destaca em termos de contributo para a evolução global das nossas vendas ao exterior. Dados recentes do INE relativos à componente de bens para 2008 (Janeiro a Junho), dão conta de um crescimento de 13,8 por cento das exportações extracomunitárias, fruto do esforço de diversificação de mercados feito por muitas empresas, destacando-se neste contexto o mercado angolano que é, actualmente, o nosso primeiro cliente extracomunitário e quinto a nível global, por troca com os EUA. De referir que, neste período, os Países Terceiros valeram 74,5 por cento do aumento total das nossas exportações (4,1 por cento). Analistas consideram, porém, que o crescimento verificado a nível dos extracomunitários é insuficiente para compensar a quebra verificada no crescimento das nossas exportações para os países comunitários, onde se destacam a Espanha – que absorve cerca de um terço das nossas vendas ao exterior –, a Alemanha, a França e o Reino Unido. No conjunto, as exportações portuguesas para os países da UE-27, destino de 75,7 por cento das exportações totais, cresceram 1,0 por cento no período de Janeiro a Junho deste ano, segundo o INE. Para o período Janeiro a Julho prevê-se alguma recuperação, com um crescimento global das exportações de mercadorias de 4,8 por cento (1,9 por cento e 14,8 por cento nas componentes intra e extracomunitárias, respectivamente). Apesar de Espanha continuar a contribuir positivamente para o crescimento das nossas exportações (2,7 por cento no período em referência), o abrandamento económico registado naquele país começa a ter reflexos na procura pelos bens e serviços portugueses. A crise que atingiu outras economias importantes como a Alemanha, França e Reino Unido está também a afectar o comércio externo português. Do lado das importações de bens, observou-se um crescimento nominal de 10,7 por cento em 2008 (Janeiro a Junho), contra 7,4 por cento em 2007. Para este aumento das compras ao exterior está a contribuir principalmente a rubrica de combustíveis minerais, responsável por cerca de 56,1 por cento do aumento registado nos seis primeiros meses deste ano. Importante contributo para o PIB Outro aspecto que merece destaque é o crescente peso das exportações de bens e serviços no PIB, componente que continua a revelar a sua importância no desenvolvimento da nossa economia. Em 2007, as vendas ao exterior atingiram o peso de 36,7 por cento no Produto, em volume, o registo mais elevado desde, pelo menos, 1995, e contribuíram em 135,9 por cento para o crescimento real da riqueza do país. Por outro lado, e ainda ao longo da última década, apenas em 1999 e 2001 o PIB cresceu acima das exportações de bens Portugalglobal // Setembro 08 // 25 COMÉRCIO e serviços. Outro aspecto a salientar é o contínuo aumento do grau de abertura da nossa economia, que no ano passado atingiu 41,3 por cento (29,8 por cento em 1995), medido a preços constantes, mais por via do aumento das exportações que pela diminuição das importações. 20 PRINCIPAIS MERCADOS CLIENTES DAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS DE BENS Em 2008 (1º semestre), o peso das exportações de bens e serviços no PIB aumentou para 37,4 por cento, com esta componente a representar 122,5 por cento do crescimento económico nacional neste período. A evolução recente do comércio externo português permite observar uma mudança na estrutura das exportações. Verifica-se, em primeiro lugar, que o peso dos produtos de média intensidade tecnológica tem aumentado sustentadamente, ao mesmo tempo que exportamos cada vez mais bens do nível de alta intensidade tecnológica, ainda que esse aumento seja gradual. Igualmente, a subida do nível das trocas intra-indústria, em particular nos sectores da maquinaria e material de transporte, revela um padrão de especialização de país desenvolvido, registando-se um aumento dos fluxos de produtos de maior incorporação tecnológica, com maior incidência de economias de escala e diferenciação de produtos, em detrimento dum padrão de especialização baseado essencialmente em vantagens comparativas e produtos tradicionais. Por outro lado, há um aumento crescente do número de empresas exportadoras (23,5 mil em 2006 contra 16,7 mil em 2000), a par da subida do valor médio de exportação por empresa, o que acontece principalmente a partir de 2003, sendo também de salientar a maior diversificação dos mercados de destino das vendas portuguesas ao exterior, com a crescente importância dos países extracomunitários (23,2 por cento em 2007 contra 15,8 por cento em 1999). De salientar ainda o facto de, em 2007, se ter registado pela primeira vez um saldo positivo da balança de serviços tecnológica, que se mantém em 2008, o que denota uma evolução sustentada deste indicador. 26 // Setembro 08 // Portugalglobal Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%) Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES 2008 (JANEIRO A MAIO) (%) EXP TOTAL BENS SERV. Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatísticas EMPRESAS ISA NO TOPO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Na área da telemetria do GPL (Gás Petrolífero Liquefeito), a ISA dá cartas a nível mundial. A empresa exporta soluções de registo de níveis de enchimento e de comunicação remota de informação, fazendo de Portugal um grande exportador desta tecnologia. As maiores empresas multinacionais petrolíferas ou distribuidoras de gás líquido estão entre os seus clientes mais importantes. A ISA – Intelligent Sensing Anywhere foi a pioneira mundial na introdução de sistemas de telemetria nos tanques de GPL e assegura a posição de líder incontestada nesse mercado. Em 2007, a empresa registou um aumento de 100 por cento no seu volume de negócios. Foram 3,8 milhões de euros, dos quais 87 por cento se referem a exportações. Sobretudo desde 2003, a empresa conseguiu um crescimento contínuo, a um ritmo médio anual de 63 por cento e aponta, segundo as suas previsões, para uma facturação de 12 milhões de euros em 2012. A empresa sediada em Coimbra, fundada em 1990 por cinco jovens engenheiros da Universidade de Coimbra, colhe agora os frutos de 18 anos de investigação, desenvolvendo e lan- 28 // Setembro 08 // Portugalglobal çando a nível mundial produtos tecnológicos reconhecidamente inovadores e de grande valor acrescentado. Para além de pioneira no uso da telemetria aplicada a diversas áreas, a ISA surpreendeu pelo carácter inovador do iLogger, um sistema de gestão autónomo e multifacetado, que possibilita data logging, leitura automática de contadores e emissão de alarmes. Este produto, transformou o mercado de abastecimento de GPL numa ciência logística exacta, o que permite às operadoras poupar milhões de euros anualmente em viagens de reabastecimento desnecessárias. Pelas características inovadoras e fiabilidade dos produtos apresentados, a ISA alcançou uma quota superior a 50 por cento no mercado mundial da telemetria. A aplicação deste conceito à telecontagem multi-utility para o gás, água e electricidade e a introdução de uma rede doméstica de eficiência energética para traçar o perfil de consumo de cada lar tornaram-se agora uma das grandes apostas da ISA. Em face da velocidade meteórica da evolução tecnológica e da criação de novos produtos nos mercados, a ISA adoptou uma estratégia com o mote “a step ahead” que tem sido um factor de sucesso da empresa. A ISA compete com gigantes tecnológicos, apresentando preços mais competitivos e uma maior rapidez na colocação de novos produtos no mercado. Segundo um EMPRESAS responsável da empresa, “quando os nossos competidores chegam ao mercado, a ISA já se prepara para lançar novos produtos que manteve secretos até à altura do seu lançamento”. A Shell Gás, a BP Gás, a Butagaz, a SHVGás/Primagaz, a Repsol e a Galp estão entre os grandes clientes para quais a empresa instalou as maiores redes de telemetria existentes em exploração nesta área. São já cerca de 35.000 os equipamentos ISA em funcionamento na Europa com o mercado francês em grande destaque, logo seguido do espanhol. Embora o mercado de GPL seja a grande fonte de rendimentos, a empresa aposta também na exportação de produtos e serviços nas áreas das soluções de comunicação com o consumidor, serviços de saúde e soluções médicas, soluções de gestão remota para o ambiente, telecontagem multi-utility e eficiência energética. Entretanto, uma rede domótica, especialmente voltada para a eficiência energética e para a informação aos consumidores do menor consumo possível de recursos, será considerada no curto prazo, sendo, na convicção dos seus responsáveis, o maior factor de sucesso da empresa. A capacidade inovadora da ISA já lhe valeu inúmeros prémios de grande prestígio internacional, tendo-lhe sido atribuído desde 2005 o título de PME Inovadora pela COTEC Portugal. Durante o “Meeting Europe 2006”, em Copenhaga, a ISA foi reconhecida internacionalmente na categoria de Inovação, com a atribuição do prémio “European Utilities Award” para a sua solução de telecontagem sem fios baseada em redes em malha. Depois de em 2006, ter sido galardoada com o Prémio de Internacionalização/Empresas de Tecnologia de Informação e Electrónica, no último mês de Junho recebeu uma menção honrosa entregue pelo Presidente da República, no âmbito do Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer pela sua solução de telecontagem iMeter. Actualmente, a empresa conta com cerca de 80 colaboradores altamente especializados, maioritariamente licenciados, mas também com mestres e doutorados em áreas tecnológicas de relevo para a actividade da empresa. As soluções ISA As soluções de telemetria da ISA permitem às companhias de GPL conhecer globalmente o estado de abastecimento de toda a sua rede de depósitos, através de uma plataforma robusta de armazenamento, tratamento e exposição de dados dos cinco continentes. Cada cliente pode, assim, mediante um acesso seguro ao portal +Gás, consultar num mapa o panorama geral ou pormenorizado de todas as suas instalações de gás, observar e registar tendências, detectar anomalias, desenvolver planos optimizados de reabastecimento dos diferentes locais. Os grandes produtos da empresa são: autónoma de transmissão da informação através de uma rede em malha. iMeter – Sistema automático de telecontagem multi-utility que permite a consumidores e empresas a optimização dos seus consumos de electricidade, de água e de gás. iPlugMeter – Sensor e actuador da rede iMeter junto de cada tomada. Traça o perfil completo de consumo eléctrico de um aparelho vinte e quatro horas por dia. iLogger – Sistema de gestão remota autónomo e multifacetado (alimentado por bateria e com comunicação GSM/GPRS) que possibilita data logging, leitura automática de contadores e emissão de alarmes. iCenter - Plataforma de software de telemetria de tanques e telecontagem de contadores. Trata-se de uma plataforma web, acessível a partir de qualquer browser, em qualquer lugar do mundo. iEyeMeter – Sistema que permite transformar um velho contador analógico num contador digital, com capacidade Netmeter – Dispositivo versátil de monitorização de contadores. Se o contador dispuser de uma saída eléctrica de impulsos, o NetMeter procede à contagem dos impulsos de saída e entra numa rede de comunicação em malha à qual comunica os resultados das contagens. ISA Portugal Rua Carlos Seixas, 9 3030-177 Coimbra Tel.: 351 239 791 090 Fax: 351 239 791 099 [email protected] www.isa.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 29 EMPRESAS Vicaima AS PORTAS DO SUCESSO Fabricar portas corta-fogo de grande qualidade e dar uma função decorativa às portas fabricadas projectou a Vicaima para um lugar cimeiro no mercado europeu. No domínio das portas interiores a empresa é mesmo um dos maiores ‘players’ mundiais. Trabalhar a madeira é com a Vicaima. O seu core business são portas, aros e roupeiros. Mas são as portas a ocupar grande parte da produção, para todos os gostos e nos mais diversos estilos. São elas o grande cartão de visita da empresa e 80 por cento destinam-se à exportação. Os mercados no topo das vendas são Portugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda. Uma das estrelas é a linha Performance, onde se distingue o Portaro, cuja produção, nos últimos três anos, cresceu a um ritmo anual de 20 por cento. Já representa 35 por cento da produção total da empresa e é exportada, quase integralmente, para mais de dez países. Para o Reino Unido, por exemplo, 70 por cento do total exportado são portas corta-fogo. A aposta no corrente ano é a linha Haute Couture que integra a colecção Black & White. Para a empresa o target desta colecção “são pessoas que gostam de estar na moda, que apreciam alta-costura e que nas suas casas ou nos espaços onde trabalham, apostam em decorações dinâmicas 30 // Setembro 08 // Portugalglobal e muito criativas”. Composta por dez modelos, a preto e branco, já garantiu vendas dignas de registo em Portugal, Espanha, Dubai, México, Inglaterra e França. Para o sucesso nos mercados externos é determinante o upgrade constante às gamas existentes e o lançamento regular de novas colecções. Segundo Arlindo Costa Leite, CEO da Vicaima, “as portas não são um produto estático; a aposta muito forte que fazemos na inovação tem o objectivo de marcar a evolução da porta de simples commodity para uma peça de decoração e até elemento de arte”, e acrescenta, enumerando os três princípios chave da Vicaima: “pretendemos sempre melhorar o produto mantendo a simplicidade das soluções, procurando sempre um eixo diferenciador e fugindo ao óbvio”. É por isso que a estratégia de internacionalização reflecte a capacidade de flexibilizar e disponibilizar produtos que se adaptem às tendências dos diferentes mercados. E, se por um lado, a estraté- gia de abordagem a cada mercado passa sempre pela qualidade dos produtos, factores como o design e o preço competitivo têm um peso igualmente importante em todas as soluções da marca Vicaima. A empresa assume uma política de responsabilidade ambiental – “é nossa preocupação contribuirmos para um mundo sustentável”, diz o mesmo responsável –, e canaliza esforços no sentido de reduzir o nível do consumo de recursos naturais e emissões gasosas ou alcançar maior eficiência energética. A Vicaima conta actualmente com 720 trabalhadores. Vicaima – Indústrias de Madeiras e Derivados, SA Apartado 9 3730 953 Vale de Cambra Tel.: 351 256 426 300 Fax: 351 256 426 301 [email protected] www.vicaima.com MARROCOS Um mercado em plena ebulição >POR EDUARDO HENRIQUES, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DO MAGREBE Nos últimos anos, Marrocos tornou-se num pólo de estabilidade no contexto do Magrebe, ocupando o primeiro lugar em termos de atractividade para o investimento estrangeiro no lado sul da bacia do Mediterrâneo. Também a definição, pelas autoridades marroquinas, de um conjunto de sectores prioritários estratégicos para o desenvolvimento do país, está a mudar a um ritmo impressionante a face económica de Marrocos. MERCADO Os vastos programas de construção de infra-estruturas que vêm sendo realizados, deverão conhecer um novo impulso com o recente lançamento de mais um plano a desenvolver entre 2008 e 2012, que prevê a realização de projectos num valor superior a 10 mil milhões de euros (incluindo auto-estradas, rocade mediterranéenne, estradas rurais, manutenção de estradas, TGV, gares e rede ferroviária, porto de Tanger-Med II, aeroportos, etc.). No turismo, que fixa através do Plan Azur uma série de objectivos estratégicos (10 milhões de turistas, 170 mil camas e 7 mil milhões de euros de receitas para 2010), o mercado vem conhecendo um autêntico boom de construção e desenvolvimento de projectos turísticos um pouco por todo o território. Na indústria automóvel, a atracção para Marrocos do projecto da RenaultNissan, já lançado em Tânger, catapultará o país para a ribalta mundial da produção automóvel, em especial no nicho particularmente promissor dos automóveis de baixo custo. Com uma produção prevista de 400 mil unidades/ano para a nova unidade de Tânger, em 2012, e o reforço para cerca de 100 mil unidades/ano da unidade que o construtor franco-nipónico já possui em Casablanca, Marrocos transformarse-á num pólo especialmente atractivo para toda a fileira. Na sequência da apresentação do programa “Emergence” (2005), são já evi- dentes alguns resultados da aposta na atracção de investimento estrangeiro em sectores tão diversos como o offshoring (estando em curso o desenvolvimento de vários parques tecnológicos ao longo do país, que atraem grandes investidores internacionais), a electrónica, a aeronáutica e o agro-alimentar. Na energia, em face da enorme dependência do petróleo, o país está a lançar um ambicioso plano de expansão das energias alternativas, com especial incidência na eólica, mas que também passa pelo reforço das redes de transporte e distribuição de ener- gia (estando previstos investimentos superiores a 600 milhões de euros até 2010 nesta área). Para além destes sectores, o desenvolvimento de Marrocos abre inúmeras oportunidades em outras àreas de actividade como a agro-índustria, pesca, metalurgia e metalomecânica, imobiliário, protecção ambiental e outras. Em face deste contexto, Marrocos oferece condições únicas para a internacionalização das empresas portuguesas. Com a enorme vantagem de estar tão perto de Portugal! Tanger Med: Uma plataforma logistica para o Mediterrâneo O novo complexo portuário de Tânger està em funcionamento desde 2007, sendo hoje um dos maiores do Mediterrâneo. Com a progressão dos investimentos na zona de Tânger (em especial na zona franca), com particular destaque para o grande projecto da Renault-Nissan, está já previsto uma expansão da infra-estrutura existente tendo por objectivo atingir 8 milhões de contentores, 1,7 milhões de passageiros e 700 mil camiões por ano. Portugalglobal // Setembro 08 // 33 MERCADO COMO FAZER NEGÓCIOS EM MARROCOS Os marroquinos apreciam um interlocutor simpático, confiante e assertivo, que passe uma mensagem positiva e clara. Apesar de em Marrocos a língua dos negócios ser o francês, é importante notar que esta não é a língua materna, pelo que é fundamental que a mensagem seja bem transmitida. Também se podem encontrar interlocutores que falam espanhol (sobretudo no Norte do país) ou inglês (entre os homens de negócios mais viajados ou na alta administração pública e empresas públicas). As reuniões devem ser marcadas com alguma antecedência e confirmadas um ou dois dias antes. Apesar de ser possível marcar reuniões em Julho e Agosto, assim como durante o mês do Ramadão, é preciso ter em atenção que durante esses períodos os horários de trabalho são mais curtos. Muitos marroquinos tiveram a sua formação em França, pelo que mantêm algumas das características francesas, como seja o tratamento formal (Monsieur, Madame, vous) ou a importância da aparência, sendo aconselhável vestir-se bem, de fato e gravata. A concretização de negócios depende em grande medida das relações pessoais, 34 // Setembro 08 // Portugalglobal pelo que é importante estabelecer uma relação com os seus interlocutores, promovendo convívios, convites para visitar a empresa em Portugal ou oferecendo-lhes lembranças de cortesia. Uma boa forma de fortalecer as relações pessoais é mostrar interesse pela cultura local ou encontrar interesses ou passatempos comuns. Antes de avançar com qualquer negócio é essencial recolher o máximo de informação sobre o seu interlocutor, certificandose da sua solvência financeira, idoneidade e credibilidade, devendo-se também ter em atenção a sua respectiva rede de contactos e os seus parceiros locais. A conclusão de um negócio necessita, geralmente, de um ampliado período de negociação, com várias reuniões e encontros, pelo que se deve ter paciência e muita persistência até à sua conclusão. Exímios negociadores, os marroquinos necessitam de, durante o processo negocial, sentir boa vontade da parte do interlocutor e, no final, de ficarem com a impressão de um ganho palpável. Quando lidar com a administração pública ou com empresas/serviços a ela ligados (cujo peso em Marrocos é ainda muito elevado) prepare-se para algumas informações contraditórias, interpretações legais divergentes, tempos de resposta longos e uma burocracia significativa. Em quase todos os sectores de actividade é conveniente contar com um parceiro local capaz de desbloquear problemas e para servir de interlocutor junto das autoridades locais, podendo ser um enorme facilitador dos negocios. Apesar de minimamente qualificada e barata, a mão-de-obra marroquina tem sérios problemas de produtividade, particularmente durante os meses de Verão e no Ramadão. Ao nível de quadros locais, a qualidade varia muito, tendo geralmente melhor qualidade os provenientes de áreas científicas. Apesar dos marroquinos não serem rigorosos com a pontualidade, há interlocutores que podem sentir-se ofendidos com o atraso, sendo aconselhável chegar a horas. aicep Portugal Global Rabat 5, Rue Thami Lamdaouar B. Postale 5050 SOUISSI Rabat - Marrocos Tel.: +212 37 752 472 Fax: +212 37 756 686 [email protected] MERCADO TROCAS COMERCIAIS FAVORÁVEIS A PORTUGAL O interesse manifestado por muitas empresas portuguesas pela economia marroquina permite antever um reforço dos laços comerciais. Nos últimos anos, o relacionamento bilateral não apresenta oscilações significativas. Em termos globais, Marrocos é ainda um parceiro comercial pouco importante para Portugal. Em 2007 ocupou a 21ª posição como cliente e a 47ª como fornecedor. Como cliente, no entanto, e tendo em consideração apenas os países extra-comunitários, a sua posição é particularmente relevante, assumindo o 9º lugar. De acordo com os números do INE, as exportações portuguesas para Marrocos têm vindo a crescer continuadamente desde 2005, tendo alcançado, em 2007, 199,2 milhões de euros, mais 22 por cento que no ano anterior e mais 51 por cento que em 2005, o que atesta o forte interesse das empresas portu- guesas por este mercado. As máquinas e aparelhos ocupam o primeiro lugar (cerca de 25 por cento), seguindo-se as matérias têxteis (quase 14 por cento) e os metais comuns (12 por cento). Relativamente às importações de Marrocos, em 2007 observou-se uma subida de 18 por cento em relação ao ano anterior, tendo-se alcançado os 85,5 milhões de euros. É importante sublinhar que os números referentes ao comércio bilateral compilados pelo lado marroquino apontam para valores ainda mais elevados, com cerca de 273,4 milhões de euros a corresponderem a bens comprados a Portugal e 183 milhões de euros a bens marroquinos exportados para o nosso país. No que toca à presença de empresas portuguesas no mercado, depois de ter sido o primeiro investidor em Marrocos no inicio da década, naturalmente devido ao enorme investimento realizado pela PT na compra de uma participação no operador Meditel, Portugal tem vindo a perder posições. Apesar do número de empresas instaladas estar em crescimento, rondando hoje as 110, os valores investidos são relativamente pequenos, sobretudo por se tratarem de PME. De acordo com o Office des Changes de Marrocos, os investimentos directos Portugalglobal // Setembro 08 // 35 MERCADO EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL BILATERAL (10 EUR) 2003 2004 2005 2006 2007 Evol. % Exportações 129.226 143.925 131.103 164.020 199.208 12,3 Importações 59.943 57.196 56.427 72.367 85.506 10,1 Saldo 69.284 86.729 74.676 91.653 113.702 -- Coeficiente Cobert. (%) 215,6 251,6 232,3 226,7 233,0 -- 3 a Fonte: INE Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2003-2007 Valores declarados (últimas versões) portugueses terão sido próximos de 5 milhões de euros em 2007, número equivalente ao observado no ano anterior, sendo que Portugal desceu ao 22º lugar como país investidor. Em sentido oposto, o desinvestimento português em Marrocos terá rondado os 2,5 milhões de euros no mesmo ano. portos e aeroportos, turismo, energia e indústria automóvel), abrem novas oportunidades e fazem antever um maior envolvimento e um reforço da presença nacional no mercado de Marrocos. Assim sendo, Marrocos caiu, segundo o Banco de Portugal, para 20º lugar como destino de investimento directo português no estrangeiro, depois de ter ocupado o 7º em 2002. Nos primeiros meses do ano corrente foram anunciados dois grandes casos de desinvestimento de empresas portuguesas (Grupo José de Mello Adubos e Sunviauto), perspectivando-se, no entanto, para breve investimentos que poderão compensar estas perdas relativas, de que se destacam a construção de uma nova cimenteira pela Cimpor e de uma fábrica da Frulact. Apesar de alguma evidente desaceleração dos montantes investidos por algumas empresas portuguesas em Marrocos, é de sublinhar o crescente interesse de outras por sectores em pleno desenvolvimento, como sejam o turismo, o imobiliário, as energias renováveis ou a indústria automóvel. Uma área que mantém uma importante presença nacional é a da construção e obras públicas, sendo que, e de acordo com um inquérito efectuado este ano pelo Centro de Negócios da AICEP em Rabat, mais de 600 milhões de euros em obras foram adjudicados entre 2007 e meados de 2008 a empresas portuguesas presentes no mercado. Os fortes investimentos previstos para os próximos anos, protagonizados pelo Estado marroquino ou pelo sector privado e grandes empresas multinacionais (em áreas como a construção de estradas, 36 // Setembro 08 // Portugalglobal Conjuntura macroeconómica A economia marroquina tem evidenciado um comportamento irregular ao longo da década. Entre 2003 e 2007, o crescimento médio anual do PIB foi de 4,4 por cento, abaixo do limite considerado pelas autoridades como necessário para reduzir significativamente a pobreza e o desemprego. No entanto, a média dos últimos anos esconde uma performance irregular, com as taxas a oscilarem entre 1,9 por cento (2005), 7,8 por cento (2006) e 2,2 por cento (2007). Para 2008, as previsões oficiais apontam para uma taxa de crescimento na ordem dos 6 por cento, dependendo da evolução do sector agrícola (aparentemente as colheitas serão maiores este ano do que em 2007), cuja variação foi aliás responsável pelo fraco desempenho económico do último ano (menos 19,4 por cento). É importante frisar, no entanto, que a actividade económica não agrícola do país tem dado sinais extremamente positivos, com uma taxa de crescimento acima dos 5 por cento em 2007. Apesar do aumento do défice comercial em 2007 (mais 39,1 por cento), os restantes fundamentos da economia marroquina mantêm-se relativamente saudáveis, com taxas de FBCF superiores a 20 por cento, a dívida externa estabilizada em torno dos 20 por cento do PIB e a dívida pública próxima dos 55 por cento do PIB. ANÁLISE SWOT DO MERCADO Pontos fortes Pontos fracos • Simpatia em relação a Portugal; • Desconhecimento da oferta portu• Proximidade geográfica; guesa/falta de imagem; • Flexibilidade e adaptabilidade das em- • Não associação de Portugal à inovação presas portuguesas. tecnológica ou tradição industrial; • Escasso acompanhamento/apoio dos clientes por parte dos fornecedores portugueses. Oportunidades Ameaças • Forte crescimento económico e lança- • Concorrência movida por todos os mento de vastos programas de obras países que já têm presença significativa no mercado (em especial europeus públicas e privadas; • Significativos investimentos estrangeiros e do Golfo Pérsico); em curso ou em vias de concretização; • Sensibilidade particular aos factores preço e condições de pagamento. • Existência de mecanismos de crédito preferenciais (linha de crédito de 200 milhões de euros que deverá ser brevemente duplicada). MERCADO PARCERIA ESTRATÉGICA EM DESENVOLVIMENTO >POR JOÃO ROSA LÃ, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM MARROCOS Falar do relacionamento entre Portugal e Marrocos é falar, em primeiro lugar, de constantes geográficas e históricas, é falar de geopolítica. E, neste aspecto, quase nada haverá a acrescentar à fórmula de Bismark: “nós os políticos podemos mudar tudo, menos a geografia”. Portugal e Marrocos partilham, desde logo, um espaço geográfico em grande parte coincidente: ambos estão debruçados para o Atlântico, à entrada do Mediterrâneo. Essa proximidade permitiu influências e permutas várias ao longo da história. A cultura portuguesa possui um amplo legado patrimonial árabe, com marcas que vão desde a arquitectura às artes decorativas, dos vocábulos que entraram no nosso léxico aos hábitos tradicionais do quotidiano. Marrocos, por seu turno, tem também na sua história, no seu território e no seu património inegáveis marcas da presença portuguesa que, a partir do século XV, ali se fixou temporariamente. Desde 1774, data da assinatura do Tratado de Paz que sucedeu à saída por- tuguesa do seu último bastião em Marrocos, a Fortaleza de Mazagão, que as relações político-diplomáticas entre os dois países se caracterizam por um perfeito equilíbrio e estabilidade, sem um único conflito que gere incompreensões e mal-entendidos. Nenhum outro vizinho de Marrocos pode invocar uma relação idêntica, incluindo a França. As características da nossa presença histórica, não configurando uma situação colonial típica, afastam do nosso país essa conotação altamente negativa. Este país está actualmente envolvido num importante processo de desenvolvimento económico, com vultuosos investimentos em infra-estruturas e na modernização da sua economia, que suscitam o interesse de muitas empresas internacionais. A nossa proximidade geográfica, o nosso estádio de desenvolvimento e a necessária internacionalização das nossas empresas, em especial das PME, justificam que se passe a olhar o mercado marroquino como um mercado apetecível e natural dos nossos agentes económicos. Num tempo dos chamados “choques culturais”, em que se equaciona a coexistência pacífica entre diversas concepções de vida, do mundo e dos valores, o exemplo que podemos dar de uma convivência sem contenciosos, (fortalecida por valores históricos e culturais que partilhamos, bem como pela nossa maneira de estar no mundo), assume uma enorme relevância, como prova de um relacionamento possível entre os povos e os países, quaisquer que sejam as suas matrizes civilizacionais. Os últimos governos têm dedicado grande atenção ao desenvolvimento das nossas relações económicas, designadamente dotando-as de um enquadramento político adequado e de instrumentos decisivos. Estão, neste último caso, as linhas de crédito abertas para alavancar a presença das nossas empresas em Marrocos, as quais têm vindo, de forma crescente, a instalar-se neste país. Desde 2006 o governo português quadruplicou a linha de crédito inicial de 100 milhões de euros para 400 milhões, nos termos de um acordo obtido na última Cimeira de S.Julião da Barra, em Julho do corrente ano. Numa perspectiva política, as relações entre os nossos dois países assumem grande interesse, creio, pelas questões incontornáveis que se levantam hoje, quer quanto à estabilidade política da área, quer à segurança regional que se torna indispensável, quer ainda para assegurar uma mais completa integração entre o Magrebe e a União Europeia imposta pela vizinhança próxima das duas regiões, que cria laços de interdependência que não podem deixar de ser devidamente acautelados. Finalmente, também sob ponto de vista económico será do maior interesse chamar a atenção dos agentes económicos nacionais para as enormes potencialidades que se lhes abrem em Marrocos. Por todas estas razões, creio que se justifica dedicar uma atenção particular ao tema das nossas relações com Marrocos, sobretudo tendo em conta as vantagens comparativas que usufruímos, face a um mundo cada vez mais competitivo e à necessidade de olharmos para outras realidades, para lá do espaço de sucesso Europeu que integramos. A excelência das nossas parcerias com o Magrebe, à semelhança do nosso relacionamento com outras áreas do globo (Brasil, PALOP), serão mais valias inquestionáveis e de peso para a nossa relativamente reduzida capacidade de manobra política no seio da UE e face aos nossos parceiros europeus. Portugalglobal // Setembro 08 // 37 MERCADO DESCOBRIR MARROCOS COM GPS O mercado marroquino foi conquistado pela Inosat com o Inofrota Pro. A empresa especializou-se na tecnologia GPS que permite aos clientes localizar veículos e pessoas em qualquer parte do mundo. Duas razões de fundo marcam a aposta da Inosat no mercado marroquino. Ali, o negócio da Inosat tinha ‘pernas para andar’ devido à falta de oferta de produtos para a localização de veículos e à segurança que uma parceria com uma empresa local proporcionou ao investimento. O apoio no terreno, dado pela Movitec, posicionou os produtos da Inosat na linha da frente no seu sector de actividade. Desde 2000 que a Inosat domina esta tecnologia. Depois de milhares de unidades instaladas na Península Ibérica a empresa saltou para Marrocos a daí pensa expandir os negócios para outros países do Norte de África e Médio Oriente. As soluções da Inosat casam na perfeição o hardware instalado nos veículos e desenhado em Portugal, com o software. As caixas negras instaladas no meio de transporte contêm sistemas de GPS e GSM que transmitem informações em tempo real para o centro de controlo. No mercado, é na região de Casablanca, muito desenvolvida e europeizada, que a empresa desenvolve a maior parte dos negócios. São muitas as vantagens que a tecnologia Inofrota Pro, concebida integralmente na Inosat, possibilita aos gestores de frotas. Um exemplo: impede o uso irregular de veículos e os gastos de combustível inexplicados. Um segundo exemplo: indica vias alternativas e avisa os clientes de possíveis atrasos ao minuto. Ainda um outro exemplo: aumenta a segurança porque possibilita ao gestor de frota enviar meios de socorro, imobilizar o veículo em caso de roubo e assegurar a protecção da mercadoria. Uma grande surpresa está ainda reservada para cada novo utilizador desta tecnologia. No final do mês há um relatório exaustivo sobre cada unidade e cada funcionário, com número de viagens, horas, locais, tempos de pausa, excesso de velocidade ou demasiada lentidão. A Inosat torna assim possível detectar todos os desvios à média ideal para cada cliente. O mercado de Marrocos é de capital importância para o crescimento sustentado da empresa. O mercado interno, embora muito importante, não apresenta as oportunidades de negócio necessárias para manter o ritmo de crescimento acelerado, de 50 por cento ao ano, que a Inosat pretende concretizar nos seus objectivos de médio e longo prazo. A empresa tem 200 colaboradores e escritórios em Lisboa, Porto e Covilhã. Principais produtos da empresa Simples e discreto oferece até 30 dias de autonomia. Car Locator É um sistema de segurança e localização de GPS que permite localizar e imobilizar o veículo quando é roubado. Pet Locator É um sistema de segurança e localização GPS que permite localizar o animal de estimação quando este foge ou é roubado. Inofrota O Inofrota é um sistema de localização de veículos e gestão de frotas. Baseado em tecnologia GPS e GSM, permite ao gestor de frota visualizar em qualquer momento a localização de todos os veículos em qualquer parte do mundo. Garante a segurança do veículo, do 38 // Setembro 08 // Portugalglobal condutor e da carga, optimiza os recursos e a gestão eficaz da frota. É de fácil manuseamento e utilização. Child Locator É um sistema de segurança e localização GPS que permite localizar crianças/adultos, sempre e onde quiser. Inosat Rua Consiglieri Pedroso, 71 – 7º 2730-055 Barcarena Tel.: 214 342 410 Fax: 214 342 419 [email protected] www.inosat.pt MERCADO MERCADO ESTRATÉGICO Com uma presença assente em sólidas parcerias locais, a Eusébios aposta em Marrocos como placa giratória para outros mercados. Nos próximos dois anos os negócios da Eusébios no mercado marroquino vão rondar os 50 milhões de euros. Merece destaque a participação no consórcio da empreitada da Estação de Tratamento de Águas de Marraquexe e consequente exploração durante dez anos, projecto orçamentado em 100 milhões de euros. A aposta em parcerias locais deu frutos e a entrada noutros países também está para breve. O Senegal, a Argélia, a Líbia e os Emirados poderão ser alcançados a partir do sucesso conseguido no mercado marroquino. São três as áreas de actuação da sucursal no mercado: construção civil, com grande ênfase na edificação, engenharia civil e engenharia ambiental. Mas o principal investimento, nos primeiros três anos no mercado, foi na construção civil, com empreitadas em Marraquexe, Casablanca e Rabat e a carteira de negócios a crescer de forma sustentada. Desde o início, a “Eusébios Maroc” projectou a actividade na associação com empresas marroquinas, o que permitiu um rápido conhecimento do mercado e das especificidades económico-sociais, fiscais, administrativas e jurídicas do mercado. Segundo João Santos, responsável da empresa, a entrada em Marrocos não foi fácil, “pelas diferenças dos métodos de trabalho, pela falta de mão-de-obra especializada, pelas flutuações dos preços, pela falta de materiais disponíveis, pela ausência de normas de segurança, pelas diferenças de região para região e outras”. Como elementos positivos que ajudaram na integração da empresa o responsável destaca: “a facilidade de interacção com a população, o baixo custo da mão-de-obra, a existência no mercado de empresas especializadas na desburocratização dos problemas, a qualidade dos trabalhadores e o elevado número de projectos com financiamento aprovado”. Além do mercado português a Eusébios já desenvolve a sua actividade em Espanha, Bélgica, Marrocos, Argélia e Angola. Eusébios & Filhos, SA Casa da Renda 4720 285 Carrazedo Amares Tel.: 253 900 200 Fax: 253 900 209 [email protected] www.eusebios.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 39 MERCADO Empresas portuguesas em destaque no mercado FICHA DE MERCADO Asibel Construções Bicafé Casais Empreiteiros Cimpor Conduril Construtora Duriense Rabat MARROCOS Delta Cafés Efacec Etermar Eusébios e Filhos Frulact Grupo Amorim Área: 710.850 km2 Capital: Rabat – 1,398 milhões de habitantes Grupo Espirito Santo População: 31,9 milhões de habitantes (estimativa 2006) Outras cidades importantes: Casablanca, Fez, Tânger e Kénitra. Hidroprojecto Densidade populacional: 44,9 habitantes por km2 (2006) Religião: A religião oficial é o islamismo; a maioria da população é muçulmana. Inosat Designação oficial: Reino de Marrocos Língua: A língua oficial é o árabe, embora uma minoria significativa fale o berbere. O castelhano é falado nas regiões do norte e o francês no resto do território. Grupo BPI Jaime Ribeiro & Filhos Joamar S.A Lena Construções Maconde Portugal Telecom Somafel Sovena Tecnovia Tegael Telcabo 40 // Setembro 08 // Portugalglobal Chefe de Estado: Rei Mohamed VI Primeiro-Ministro: Abbas el-Fassi Data da actual Constituição: 13 de Setembro de 1996 Principais partidos políticos: Lealistas: Congregação Nacional dos Independentes; União Constitucional; Movimento Popular; Aliança Nacional. Esquerda e Centro-Esquerda: União Socialista das Forças Populares; Partido Istiqlal; Partido do Progresso e do Socialismo; Esquerda Socialista Unificada. Islamitas: Partido da Justiça e Desenvolvimento. O maior movimento islamita do país é o banido al-Adl-wal-Ihsane (Justiça e Caridade). As últimas eleições realizaram-se em Novembro de 2007. Unidade monetária: Dirham marroquino (MAD) 1 EUR = 11,4887 MAD (Março de 2008) Ranking em Negócios: Índice 5,50 (10 = máximo) Ranking geral: 70 (entre 82 países) Risco de crédito: 3 (1=risco menor; 7= risco maior) (COSEC – Julho 2008 – http//cgf.cosec.pt) Grau de abertura e dimensão relativa do mercado: Exp.+ Imp./PIB = 67,9% (2006) Imp./PIB = 36,9% (2006) Imp./Imp. Mundial = 0,19% (2006) OPINIÃO O PAPEL DO ESTADO NAS RELAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS >POR ARMINDO RIOS, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP EM MAPUTO em que assenta a sociedade e que os Estados sistematicamente limitam ou destroem esse bem inalienável. Os últimos anos têm, porém, mostrado o papel essencial do Estado na garantia da segurança das pessoas, na promoção e melhoria da educação e da saúde e, no campo económico, na criação de condições ao sector privado para que este faça crescer a riqueza e o emprego. As teorias neoliberais continuam a defender uma diminuição do papel do Estado na economia, tendo por base o raciocínio de que a liberdade é o pilar Igualmente, as acções concertadas dos Estados para combater o terrorismo, a circulação ilegal de pessoas e as transacções fraudulentas são exemplos do papel do Estado para promover e aumentar a segurança das pessoas e dos seus bens. O Estado tem tido um papel relevante no aumento exponencial dos jovens que frequentam o sistema de ensino obrigatório, nomeadamente nas economias em desenvolvimento, e no crescimento significativo do numero de alunos universitários, assim como na sistemática discussão e experimentação de modelos de ensino que tornem os sistemas mais eficazes e eficientes, focalizando o papel das comunidades (descentralização) e dos pais. Este continuado esforço dos Estados, em complementaridade com o sector privado, tem permitido que o conhecimento seja o maior e melhor recurso de qualquer país. Na vertente económica, a discussão sobre o papel do Estado tem sido a mais fracturante em termos de discurso político, com consequências positivas ou negativas no desenvolvimento das economias emergentes e nos ciclos económicos dos países desenvolvidos. A pluralidade de pólos de desenvolvimento no Mundo, a globalização crescente dos mercados de mercadorias, serviços Portugalglobal // Setembro 08 // 41 OPINIÃO Na componente pública, o IPAD (Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento) reforçou o seu papel na ajuda ao desenvolvimento, centrando os seus esforços na saúde, educação e cultura e criando um fundo destinado a oferecer fortes bonificações de juro a projectos empresariais que sejam complementares das intervenções da cooperação portuguesa. Além dos sectores referidos, a defesa é outro sector importante da nossa cooperação, para melhorar a capacidade das forças de segurança. Do lado do Estado moçambicano, temos assistido a um papel relevante para criar estabilidade politica e económica duradoiras, e ainda a vontade politica de dialogar periodicamente com o sector privado para melhorar o ambiente de negócios. e financeiros e, mais recentemente, os factores culturais, mostram de novo o papel crucial do Estado como incentivador de boas práticas, como regulador e como promotor de confiança. As recentes intervenções dos bancos centrais no mercado financeiro, injectando liquidez através de empréstimos de biliões à banca comercial, a intervenção directa do Banco de Inglaterra na gestão do Northern Rock, os preços diferenciados para energias amigas do ambiente e as acções desenvolvidas no âmbito da OMC são alguns exemplos da actuação do Estado em importantes áreas da economia com reflexos muito importantes na vida das populações. O caso Portugal-Moçambique No caso do relacionamento entre Portugal e Moçambique, a acção do Estado em determinados sectores económicos teve um papel determinante nos últimos meses, culminando nas visitas oficiais que o Presidente da República – que foi acompanhado por diversos membros do Governo português e pelo Presidente da AICEP – e o Ministro de Estado e das Finanças efectuaram a este país africano, respectivamente, em Março e Junho. Estas visitas permitiram resolver todos os contenciosos que ainda existiam entre os dois países, nomeadamente 42 // Setembro 08 // Portugalglobal o dossier Cahora Bassa e a dívida bilateral no âmbito do Clube de Paris, e impulsionaram as bases já existentes para o crescente papel do sector privado português no desenvolvimento de Moçambique, principalmente na agricultura, energia, infra-estruturas e educação/formação. Este impulso foi dado com a criação de um Fundo de Apoio ao Investimento em Moçambique no montante de 124 milhões de dólares, a ser utilizado preferencialmente nos sectores da energia, turismo e indústria transformadora, e que será gerido pela SOFID – Sociedade Financeira para o Desenvolvimento, recentemente criada. Foi também criada uma linha de crédito no montante de 100 milhões de euros para alavancar as nossas exportações para o mercado moçambicano, as quais mostram um crescimento sustentado desde 2005, ocupando Portugal o 4º lugar no ranking dos fornecedores, embora o valor exportado em 2007 seja de apenas 108 milhões de dólares. Esta linha de crédito, com um grau de concessionalidade de 50 por cento, a ser gerida pela Caixa Geral de Depósitos, poderá ser utilizada para a exportação de materiais, equipamentos e serviços de origem portuguesa necessários aos projectos de desenvolvimento a executar em Moçambique. Neste capítulo específico, devemos salientar a criação do Balcão de Atendimento Único (BAU) – do tipo ‘loja do cidadão’ –, a melhoria na gestão das Alfândegas, a informatização na área dos impostos – melhorando o seu controlo e aumentando o universo de contribuintes –, o alargamento da gestão do orçamento por suporte informático alargado às Províncias e alguns Distritos e, ainda, a implementação de uma nova lei cambial. A existência em Moçambique dum Estado cada vez mais seguro, estável e com condições para o sector privado aproveitar os recursos disponíveis e criar riqueza, aliado aos instrumentos financeiros postos à disposição pelo Estado português para a promoção dos negócios das empresas portuguesas neste país, e em parceria com os empresários locais, são o contributo decisivo dos dois Estados para o crescimento sustentado das relações económicas bilaterais. aicep Portugal Global Maputo Av. Julius Nyerere, 720 - 12º andar C.Postal 48 Maputo Moçambique Tel.: +258 21 490 523 / 402 Fax: +258 21 490 203 [email protected] NOTÍCIAS Vinhos recebem incentivos do QREN O Contrato de Concessão de Incentivos de Projecto Conjunto no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, aprovado ao abrigo do 1º Concurso do QREN, foi assinado no final de Agosto, numa sessão que contou com a presença do presidente da AICEP, Basílio Horta, e do presidente da VINIPORTUGAL, Vasco d`Avillez. Reforçar e consolidar a imagem de qualidade dos vinhos portugueses nos mercados externos e fomentar o seu pleno sucesso nos mercados prioritários do Reino Unido e dos Estados Unidos, são os grandes objectivos do projecto conjunto agora assinado. O documento QREN abrangeu um programa de intervenção estruturado num conjunto de 189 empresas do sector dos vinhos, com um investimento elegível total de 5,3 milhões de euros, correspondente à atribuição de 2,5 milhões de euros de incentivo QREN-FEDER. Petrogal expande instalações na ZILS A aicep Global Parques celebrou, a 9 de Setembro, um contrato de promessa de constituição de direito de superfície com a Petrogal, empresa da GALP Energia, com vista à expansão da sua refinaria instalada na ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines. A expansão desta unidade permitirá à Petrogal modernizar o seu aparelho refinador através do investimento em unidades de conversão da mais avançada tecnologia, vocacionadas para a produção de gasóleo a partir de fracções mais pesadas de crude. Estas unidades de conversão de crude irão assim ajustar o perfil da produção às necessidades do mercado. O investimento da Petrogal será superior a 760 milhões de euros e levará à criação de 100 novos postos de trabalho. O início das operações das novas unidades está previsto para 2011. Portugueses poupam energia Os resultados do PPCE - Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Eléctrica, em 2007, excederam todas as expectativas, revelou a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos). O conjunto das 26 iniciativas de eficiência energética que, no âmbito deste plano, foram implementadas nos segmentos residencial e da indústria permitiram poupanças de energia eléctrica equivalentes ao consumo anual de 165 mil famílias e um benefício social de 46 milhões de euros. Martifer no Texas A Martifer vai construir uma Fábrica de Torres Eólicas na cidade de San Angelo, no Texas (EUA), num investimento de cerca de 40 milhões de dólares. A Fábrica de Torres Eólicas, cuja construção deverá estar concluída no segundo semestre de 2009, criará 225 postos de trabalho e, em 2013, terá uma capacidade de produção anual de 400 torres. GALP avança em Espanha Portugal ganha prémios Os Pavilhões de Portugal na Feira Internacional de Maputo (FACIM) e na Feira Internacional de Luanda (FILDA) foram premiados em 2008. Na FACIM, que decorreu no início de Setembro, a presença portuguesa conquistou o 1º prémio atribuído aos pavilhões estrangeiros, tendo em conta a decoração, o impacto junto do visitante, a qualidade dos serviços e produtos apresentados, a informação disponível e o bom nível de atendimento. Na FILDA, que teve lugar em Luanda, em Julho, o pavilhão oficial de Portugal recebeu, pela primeira vez, os dois principais prémios do certame, atribuídos, respectivamente, à Melhor e à Maior Representação Oficial Estrangeira. A participação portuguesa, em ambas as edições, foi assegurada e organizada pela aicep Portugal Global. A GALP viu autorizada pela Comissão Europeia a aquisição da rede da AGIP em Espanha. Este negócio permitirá à GALP ficar com mais de 500 estações de serviços em Espanha, face às actuais 220, duplicando o seu volume de vendas dos 2,5 milhões de toneladas registadas o ano passado para 5 milhões de toneladas previstas. Portugalglobal // Setembro 08 // 43 PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS VARSÓVIA CIDADE DE CULTURA, FLORESTAS E JARDINS Varsóvia (em polaco Warszawa) é a capital e a maior cidade da Polónia, com uma população de 1.702 mil habitantes. Situada nas margens do rio Vístula, a cidade pertence aos mais importantes núcleos europeus do ponto de vista científico, cultural, económico e político. De acordo com o estudo “European Cities Monitor 2008” (Cushman&Wakefild / Healey&Baker), Varsóvia está cotada entre as primeiras 20 cidades eleitas como as melhores da Europa para o estabelecimento de negócios. Mas, para além de um bom clima de negócios, o que pode a capital da Polónia oferecer aos seus visitantes? A cidade é composta por três grandes reservas naturais com uma área florestal conjunta de 60 hectares: o Parque Nacional de Kampinos, o Parque Paisagístico Chojnowski e o Parque Paisagístico Mazowiecki. Varsóvia é mesmo a capital europeia com mais florestas, que constituem 14 por cento da sua superfície municipal. Os bosques de Wawer, Rembertów, Okuniew, Białołęka, 44 // Setembro 08 // Portugalglobal Kabaty, Powsin e Bielany são os maiores e habitualmente utilizados pelos seus habitantes como sítios de recreio e lazer nos fins-de-semana. Além dos bosques há diversos parques históricos como o Jardim Saski, o Parque Real Łazienki e de Wilanów. Por ser uma cidade plana com imensas zonas verdes, Varsóvia possui actualmente uma rede de 100 quilómetros de caminhos interligados destinados a ciclistas que, com facilidade, podem deslocar-se a qualquer ponto, ao longo de ambas as margens do rio Vístula, até às reservas naturais acima referidas, sem colidirem com o trânsito. Varsóvia atrai os seus visitantes ou não residentes pelo seu clima ameno, assim como pela sua identidade e passado histórico. Aqui interligam-se as influências da cultura da Europa Ocidental e do Leste Europeu. Os trajectos e monumentos mais representativos são a Stare Miasto (Cidade Velha), a Nowe Miasto (Cidade Nova), a Plac Krasińskich (Praça da família nobre dos Krasińskich), a Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande), a Plac Piłsudskiego (Praça do Governa- dor Piłsudski), a Plac Bankowy (Praça Bancária), o Krakowskie Przedmieście (Subúrbio Cracoviense), a Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdowskie), o Łazienki Królewskie (Parque Real Łazienki) e a Wilanów (Vila Nova). Os apreciadores e entusiastas da cultura, arte e de um bom divertimento podem ver várias exposições de arte e pintura polaca e estrangeira em Varsóvia, no Museu Nacional, no Castelo Real, em Wilanów, na Residência Real de Łazienki, nas galerias da arte contemporânea de Zachęta do Palácio de Ujazdów. Têm também teatros que oferecem um repertório musical e de espectáculos variadíssimo, começando pela clássica – Teatro Grande da Ópera e Bailado, Filarmónica Nacional, Teatro Nacional – e continuando por musicais modernos nos teatros Roma, Buffo ou Teatro Judaico. Varsóvia acolhe, todos os anos, vários festivais de renome internacional, como o Concurso Internacional de Piano da Música de Fryderyk Chopin, o Festival PARA ALÉM DOS NEGÓCIOS Internacional da Música Contemporânea Warszawska Jesień, o Jazz Jamboree, o Warsaw Summer Jazz Days, o Concurso Internacional de Canto, o Festival de Mozart, o Festival de Música Antiga, os Encontros Internacionais de Teatro, o Festival Internacional de Cinema e o Biennale Internacional de Cartaz. Varsóvia conta ainda com inúmeros restaurantes, cafés com música ao vivo, bares, clubes nocturnos e discotecas. A visitar: Stare Miasto (Cidade Antiga) – é o mais antigo bairro da cidade, construído nos séculos XIII e XIV, com um plano urbanístico notável de ruas feitas em “xadrez”. A Cidade Antiga, destruída durante a II Guerra Mundial, foi reconstruída preservando a sua traça original, fazendo hoje parte da lista de Património Mundial da UNESCO. Nowe Miasto (Cidade Nova) – edificada nos séculos XIV e XV, desenvolveu-se a partir de 1408 como uma metrópole à parte até ao século XVIII, altura em que passou a integrar Varsóvia. destruída durante II Guerra Mundial, sendo hoje o palco principal de todas as festividades e celebrações nacionais. Plac Bankowy (Praça Bancária) – construída em 1825 no lugar do Terreiro do Paço da família aristocrata dos Ogińskich. Na 2ª metade do século XIX, a praça foi remodelada em forma de um triângulo e foram construídos edifícios em estilo classicista. da Europa, deve a sua traça actual ao último rei polaco, Stanisław August Poniatowski, no poder de 1764 a 1795. Com 80 hectares de área florestal, o parque tem jardins em estilo francês e inglês, a Residência Real de veraneio de estilo classicismo na ilha, um teatro ao céu aberto chamado ‘o teatro na água’, o edifício grande de Stara Pomarańczarnia, o Palacete Myślewicki e a Casa Branca. Krakowskie Przedmieście (Subúrbio Cracoviense) – é das ruas mais representativas de Varsóvia e nos tempos antigos estava rodeada de palácios e residências de nobres, aristocratas e magnatas com imponentes jardins, igrejas e claustros. Salvaram-se alguns edifícios dos séculos XVII e XVIII, principalmente a arquitectura sacra e palacetes. Plac Krasińskich (Praça dos nobres Krasińskich) – nesta praça encontra-se um imponente palácio de estilo barroco, considerado o mais bonito de todos os palácios de aristocratas existentes em Varsóvia. É propriedade estatal desde 1764. Plac Teatralny (Praça do Teatro Grande) – antiga zona cultural e comercial, é hoje constituída por edifícios monumentais, entre os quais o Teatro Grande da Ópera e do Bailado. Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdowskie) – vai da Praça das Três Cruzes (Plac Trzech Krzyży) até à rua Belwederska e é, hoje em dia, a mais elegante artéria de Varsóvia. Em ambos os lados da avenida existem edifícios históricos da cidade – palácios, residências da nobreza, embaixadas, ministérios, etc. – e ainda dois parques históricos – o Parque Ujazdowski, Łazienki Królewskie e Jardins do Belweder. Plac Piłsudskiego (Praça do Piłsudski) – situada na parte central da cidade, foi Łazienki Królewskie (Parque Real Łazienki) – um dos mais belos parques Wilanów (Vila Nova) – residência real do Jan III Sobieski, no poder de 1674 a 1696, é um dos mais prestigiados monumentos polacos de estilo barroco, tendo sido construído por Agustyn W. Locci nos finais do século XVII. Rede aicep Portugal Global Centro de Negócios para a Europa Central Portugalglobal // Setembro 08 // 45 ANÁLISE DE RISCO - PAÍS COSEC Políticas de cobertura para mercados No âmbito de apólices individuais África do Sul* C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Angola C M/L Caso a caso numa base restritiva. Garantia soberana. Limite total de responsabilidades. Antilhas Holandesas C M/L M/L Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Caso a caso. Argélia C M/L C M/L Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. Em princípio, exigência de garantia bancária ou garantia soberana. C M/L C M/L C M/L M/L C M/L Benim C M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária. Brasil* C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária ou garantia de transferência. Bulgária C M/L Carta de crédito irrevogável. Garantia bancária ou garantia soberana. Cabo Verde C M/L Aberta sem condições restritivas. Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística). Camarões T Caso a caso, numa base muito restritiva. Chile C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). China* C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Chipre C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. C M/L C M/L Cuba T Fora de cobertura. Egipto C M/L Carta de crédito irrevogável Caso a caso. Emirados Árabes Unidos C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Eslováquia C M/L Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Não definida. Eslovénia C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Estónia C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Etiópia C M/L Carta de crédito irrevogável. Caso a caso numa base muito restritiva. Filipinas C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. 46 // Setembro 08 // Portugalglobal Caso a caso numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias. Koweit C M/L T Fora de cobertura. C M/L C Caso a caso, numa base restritiva. Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo). Hong-Kong C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. Hungria C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Iémen C M/L Caso a caso, numa base restritiva. Caso a caso, numa base muito restritiva. C M/L C Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Indonésia C M/L Caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Caso a caso, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. C M/L C C M/L M/L C M/L T C C M/L M/L Jordânia C M/L Caso a caso. Caso a caso, numa base restritiva. Aberta sem condições restritivas. Não definida. Malawi C M/L Caso a caso, numa base restritiva. Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva. Malta C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. Marrocos* C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária ou garantia soberana. Martinica Aberta sem condições restritivas. Não definida. México* C M/L Fora de cobertura. Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Caso a caso, numa base restritiva. Aberta sem condições restritivas. Não definida. Malásia Iraque Israel Carta de crédito irrevogável. Garantia bancária. Macau M/L Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Garantia soberana. Aberta, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável. Aberta, com garantia bancária, soberana ou outra considerada adequada. Lituânia C Irão Clientes públicos: caso a caso numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva. Líbia Índia M/L Carta de crédito irrevogável. Garantia bancária. Líbano Guiné Equatorial M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Letónia Guiné-Bissau Aberta sem condições restritivas. Não definida. Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Caso a caso numa base muito restritiva. Fora de cobertura. Geórgia Croácia Caso a caso. Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Caso a caso, com eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana. Extensão de prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Exigência de garantia bancária ou de garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro de 3 para 12 meses. Costa Rica Barein C Aberta sem condições restritivas. Não definida. Gana Costa do Marfim Argentina T Carta de crédito irrevogável. Caso a caso, numa base restritiva. Coreia do Sul Aberta sem condições restritivas. Não definida. Arábia Saudita C Colômbia Aberta sem restrições. Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente. Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva (eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro). ANÁLISE DE RISCO - PAÍS de destino das exportações portuguesas No âmbito de apólices globais M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva. Roménia C M/L Rússia C M/L Nigéria C M/L Caso a caso, numa base restritiva (designadamente em termos de alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de garantia bancária). Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro. Oman C M/L M/L T C C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Aberta sem condições restritivas. Não definida. Caso a caso, numa base restritiva. Caso a caso, numa base muito restritiva. Paraguai C M/L C Carta de crédito irrevogável. Caso a caso, numa base restritiva. Perú M/L Carta de crédito irrevogável. Caso a caso, numa base restritiva. Polónia* C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Qatar C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). Quénia C M/L Carta de crédito irrevogável. Caso a caso, numa base restritiva. República Checa C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária (decisão casuística). República Dominicana C M/L Carta de crédito irrevogável. Não definida. Em princípio, exigência de garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito). Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado, enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços. As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se repetem com alguma frequência. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe. Tanzânia T Caso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante. Singapura C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. Síria T Caso a caso, numa base muito restritiva. C M/L C M/L Carta de crédito irrevogável. Garantia bancária ou garantia soberana. Tailândia C M/L Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Não definida. Taiwan C M/L Aberta sem condições restritivas. Não definida. Carta de crédito irrevogável. Garantia bancária ou garantia soberana. Ucrânia C M/L Carta de crédito irrevogável. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Garantia bancária ou soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Uganda C M/L C M/L Advertência: A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas. Legenda: C Caso a caso, numa base muito restritiva. Fora de cobertura. M/L T Uruguai Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Não definida. Curto Prazo Médio / Longo Prazo Todos os Prazos * Mercado prioritário. Venezuela C C Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Turquia Suazilândia M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Tunísia* Sérvia e Montenegro M/L C Fora de cobertura. Senegal Paquistão M/L Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso. Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso. S. Tomé e Príncipe Panamá C Exigência de carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística). M/L Clientes públicos: caso a caso numa base restritiva. Clientes privados: fora de cobertura. Caso a caso, numa base restritiva. Zâmbia C M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Fora de cobertura. Zimbabwe C M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Fora de cobertura. COSEC Companhia de Seguro de Créditos, S. A. Direcção Internacional Avenida da República, 58 1069-057 Lisboa Tel.: 217 913 832 Fax: 217 913 839 [email protected] www.cosec.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 47 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES COSEC Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1* Alemanha Andorra Austrália Áustria Bélgica Canadá Checa, Rep. Coreia do Sul Dinamarca Eslováquia Eslovénia Espanha EUA Finlândia França Grécia Holanda Hong-Kong Irlanda Islândia Itália Japão Liechtenstein Luxemburgo Mónaco Noruega Nova Zelândia Reino Unido São Marino Singapura Suécia Suiça Taiwan Vaticano Grupo 2 Grupo 3 Arábia Saudita Barein Botswana Brunei Chile China Chipre–Z. Grega EAUa Estónia Gibraltar Koweit Lituânia Macau Malásia Malta México Oman Polónia Qatar Trind. e Tobago África do Sul Argélia Bahamas Barbados Brasil Bulgária Costa Rica Dep/ter Austr.b Dep/ter Din.c Dep/ter Esp.d Dep/ter EUAe Dep/ter Fra.f Dep/ter N. Z.g Dep/ter RUh Hungria Ilhas Marshall Índia Israel Letónia Marrocos Maurícias Micronésia Namíbia Palau Panamá Peru Roménia Rússia Tailândia Tunísia Grupo 4 Aruba Cazaquistão Colômbia Croácia Egipto El Salvador Fidji Filipinas Turquia Uruguai Vietname pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior. As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis. Grupo 5 Grupo 6 Antilhas Holandesas Azerbeijão Dominicana, Rep. Guatemala Indonésia Jordânia Lesoto Macedónia Papua–Nova Guiné Paraguai S. Vic. e Gren. Santa Lúcia Ucrânia Albânia Angola Ant. e Barbuda Arménia Bangladesh Belize Benin Butão Cabo Verde Camboja Comores Djibouti Dominica Gabão Gana Geórgia Honduras Iemen Irão Jamaica Kiribati Líbia Maldivas Mali Moçambique Mongólia Montenegro Nauru Nigéria Paquistão Quénia Samoa Oc. Senegal Sri Lanka Suazilândia Tanzânia Turquemenistão Tuvalu Uganda Uzbequistão Vanuatu Venezuela Zâmbia Grupo 7 Afeganistão Argentina Bielorussia Bolívia Bósnia e Herzegovina Burkina Faso Burundi Camarões Campuchea Cent. Af, Rep. Chade Congo Congo, Rep. Dem. Coreia do Norte C. do Marfim Cuba Equador Eritreia Etiópia Gâmbia Grenada Guiana Guiné Equatorial Guiné, Rep. da Guiné-Bissau Haiti Iraque Laos Líbano Libéria Madagáscar Malawi Mauritânia Moldávia Myanmar Nepal Nicarágua Níger Quirguistão Ruanda S. Crist. e Nevis S. Tomé e Príncipe Salomão Seicheles Serra Leoa Sérvia Síria Somália Sudão Suriname Tadzequistão Togo Tonga Zimbabué Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A. * Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção da Eslováquia, Hong-Kong e Taiwan. NOTAS a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândia d) Ceuta e Melilha e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico 48 // Setembro 08 // Portugalglobal f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos FEIRAS EMAF 2008 TERÁ ESPANHA COMO PAÍS CONVIDADO O desafio da Exponor foi lançado sob a forma de convite. E a aceitação não tardou. Sob a dinamização da sua embaixada em Portugal, a Espanha assumirá um destaque particular durante a próxima e 12ª edição da EMAF – Exposição Internacional Máquinas-ferramenta e Acessórios, no calendário da Feira Internacional do Porto de 12 a 15 de Novembro próximo. A maior cimeira desta indústria portuguesa, que acontece a cada dois anos e se assume cada vez mais como uma plataforma impulsionadora da internacionalização das empresas portuguesas, emprestará assim uma boa parte do seu palco ao tecido empresarial do país vizinho, em sectores como o das máquinas-ferramenta e acessórios, metalurgia e metalomecânica, produtos, serviços e manutenção para a indústria. Segundo António Proença, director da feira, “um dos factores que, nos últimos anos, se tem destacado de uma forma consistente é a forte adesão do mercado espanhol à EMAF, em termos de empresas expositoras e de visitantes profissionais que a ela têm acorrido. A título de exemplo, sublinhe-se que 12 por cento da área líquida total da última edição foi ocupada por 53 empresas e marcas espanholas”. Para além de reforçar ainda mais a comitiva empresarial espanhola, esta iniciativa da Exponor trará à EMAF 2008 altos representantes de instituições públicas do país vizinho para a abertura do certame, o qual deverá acolher ainda um congresso luso-espanhol que, nos segmentos abrangidos pela mostra, se debruçará sobre os dois mercados, inclusive com a apresentação de vários casos de sucesso. No entender de António Proença, esta 12ª edição vai reforçar ainda mais a atenção que o certame sempre deu ao mercado do país vizinho: “a nossa organização foi sempre muito voltada para as empresas espanholas, possuindo delegações em Madrid, Barcelona e Vigo. Desde 2000 até agora, a Exponor foi o escaparate escolhido por mais de 2.500 empresas e 25.000 compradores espanhóis e a EMAF, com a dinamização especial para a edição deste ano, incrementará ainda mais essa ligação”. Local: Exponor (Leça da Palmeira) Data: 12 a 15 de Novembro de 2008 Organização: Exponor [email protected] www.exponor.pt EMPRESAS PORTUGUESAS BENEFICIAM DO SUCESSO DA MESSE FRANKFURT Durante o ano de 2007 as empresas portuguesas investiram na Messe Frankfurt cerca de 1,8 milhões de euros só em aluguer de espaços de exposição. A maior fatia de investimento português foi na Heimtextil, onde cerca de um terço das empresas esteve no sector Premium, no More Style e More Clarity. Nestes espaços estão apenas stands de empresas que passaram pela aprovação de um júri. Também a feira Paperworld, dedicada a artigos de escritório, papelaria e brindes, tem vindo a receber um interesse crescente das empresas portuguesas, tendo o investimento, também no último ano, rondado os 100 mil euros. Não é apenas no território alemão que os empresários apostam na Messe 50 // Setembro 08 // Portugalglobal Frankfurt. Em feiras fora da Alemanha a participação portuguesa voltou a destacar-se nas feiras de têxteis na Ásia e na Rússia. As empresas portuguesas apresentaram-se com objectivos bem definidos sobre quais os mercados em que querem entrar e escolhem preferencialmente certames da responsabilidade da Messe Frankfurt para o fazer. Em 2007 mais de 100 mil euros foram investidos em certames fora da Alemanha. Para o corrente ano prevê-se já um aumento de espaço de exposição das empresas portuguesas na Messe Frankfurt e no resto do mundo. [email protected] www.messefrankfurt.pt ©Import Shop Berlin FEIRAS ©Import Shop Berlin FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO A próxima edição da Import Shop Berlin – Feira Internacional de Artesanato decorre em Berlim de 12 a 16 de Novembro. Este certame tem o conceito de mercado global para produtos locais e é representado em Portugal pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA). Tem os segmentos temáticos organizados por áreas distintas, em número de três e com as designações art & style, natural living e winter at home. Neles são esperados produtos oriundos um pouco de todo o mundo, bem como compradores interessados em produtos étnicos e naturais. Para a edição deste ano a CCILA está a organizar um stand nacional, no qual participam a Oficina de Guimarães, Ecolã, Flor do Algodão, Carola & Bor- ralho, Sra. Jackel, Ana Lebre e Vanda Palma. No mesmo pavilhão irão estar presentes os artesãos Ilhabela e a Cortiça. No segmento art & style destacamse os expositores Liliana Guerreiro, Inês Sobreira e Arminda Mendez. O evento do ano passado contou com 544 expositores de 64 países, distribuídos por seis pavilhões e registou mais de 40.000 visitantes, com o volume de compras por cada um a fixar-se nos 135 euros. No inquérito então realizado apurou-se que a quase totalidade dos visitantes pretendia regressar para a edição deste ano e que 95 por cento compraram algo na feira. FEIRAS EM PORTUGAL FEIRAS NO ESTRANGEIRO INTERINDÚSTRIA MATELEC Salão Internacional de Produtos e Serviços para a Indústria Local: Exponor (Leça da Palmeira) Data: 12 a 15 de Novembro de 2008 Organização: Associação de Parques e Exposições do Norte [email protected] Feira Internacional de Material Eléctrico e Electrónico Local: Madrid (Espanha) Data: 28 de Outubro e 1 de Novembro de 2008 Organização: Ifema – Feira de Madrid [email protected] www.exponor.pt www.ifema.es PORTUGAL TECNOLÓGICO VENDING EXPO Mostra de Tecnologias Local: FIL (Lisboa) Data: 18 a 23 de Novembro de 2008 Organização: Associação Industrial Portuguesa (AIP) [email protected] www.aip.pt ARTE LISBOA Feira da Arte Contemporânea Local: FIL (Lisboa) Data: 19 a 24 de Novembro de 2008 Organização: Associação Industrial Portuguesa (AIP) [email protected] ©Exponor www.aip.pt [email protected] www.importshop-berlin.de Feira Internacional de Vending Local: Paris (França) Data: 29 de Outubro a 1 de Novembro de 2008 Organização: Reed Exhibitions France www.reedexpo.fr AOE Feira de Telecomunicações Local: Xangai (China) Data: 30 de Outubro a 2 de Novembro de 2008 Organização: Wen Global Solutions Ltd. [email protected] www.aoe-expo.com MERCADO DE STOCKS Feira de Calçado, Vestuário, Acessórios e Têxteis Local: Braga Data: 22 e 23 de Novembro de 2008 Organização: Parque de Exposições de Braga [email protected] ©Import Shop Berlin www.peb.pt Portugalglobal // Setembro 08 // 51 REDE EXTERNA DA AICEP ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo CABO VERDE / Praia ALEMANHA / Berlim CANADÁ / Toronto ANGOLA / Luanda CHILE / Santiago do Chile ARGÉLIA / Argel CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai ARGENTINA / Buenos Aires ÁUSTRIA / Viena CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim BÉLGICA / Bruxelas COREIA DO SUL / Seul BRASIL / São Paulo DINAMARCA / Copenhaga Copenhaga Berlim Haia Bruxelas Dublin Londres Paris Milão Toronto Nova Iorque Barcelona Madrid S. Francisco Rabat Praia Cidade do México São Paulo Santiago do Chile Centro de Negócios Escritórios Representações 52 // Setembro 08 // Portugalglobal Buenos Aires Argel FRANÇA / Paris MACAU / Macau ROMÉNIA / Bucareste HOLANDA / Haia MARROCOS / Rabat RÚSSIA / Moscovo HUNGRIA / Budapeste MÉXICO / Cidade do México SINGAPURA / Singapura ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli MOÇAMBIQUE / Maputo SUÉCIA / Estocolmo IRLANDA / Dublin NORUEGA / Oslo SUÍÇA / Zurique ISRAEL / Telavive POLÓNIA / Varsóvia TUNÍSIA / Tunes / S. Francisco ITÁLIA / Milão REINO UNIDO / Londres TURQUIA / Ancara FINLÂNDIA / Helsínquia JAPÃO / Tóquio REPÚBLICA CHECA / Praga EMIRADOS ÁRABES UNIDOS / Dubai ESPANHA / Madrid ESPANHA / Barcelona ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / Nova Iorque ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Helsínquia Oslo Estocolmo Zurique Moscovo Varsóvia Praga Budapeste Viena Bucareste Pequim Ancara Seul Tunes Tóquio Telavive Nova Deli Dubai Xangai Macau Singapura Luanda Maputo Joanesburgo Portugalglobal // Setembro 08 // 53 BOOKMARKS A ÚLTIMA CRISE DO PETRÓLEO MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA PARA A EXTINÇÃO IMINENTE DO HOMEM DO PETRÓLEO As crises locais e globais, como as guerras de preços ou as causas por detrás de outras guerras, como a do Iraque ou do Irão, ou mesma da Geórgia, em plena Europa, que actualmente se fazem sentir em torno da exploração, produção e distribuição de petróleo e de gás natural, multiplicam-se sem fim à vista. Segundo David Strahan, autor de A Última Crise do Petróleo, um jornalista de investigação na área dos negócios e da ciência, nomeadamente no quadro da BBC, se nas próximas décadas continuarmos a drenar, ao mesmo ritmo, este “fluxo vital da civilização industrial”, o declínio desta fonte de energia poderá acarretar problemas sociais e políticos de tremendo impacto. A par das alterações climáticas e das suas consequências, este é, portanto, um desafio que agora confronta irremediavelmente os líderes mundiais. Não são só os analistas, os políticos e os economistas que estão a ficar preocupados com o esgotamento acelerado dos recursos petrolíferos e com as consequências globais desse esgotamento. Na Internet, a julgar pelo número de pesquisas no Google, esta preocupação já se estende aos cidadãos, preocupando-os duas vezes mais que o problema da camada do ozono. David Strahan não se limita a colocar o dedo na ferida. Faz uma bem documentada reflexão sobre o problema, retira ilações e aponta soluções, nomeadamente quanto às novas energias, à tecnologia automóvel, aos combustíveis alternativos e à mudança dos hábitos de consumo. A indiferença, o adiamento ou o escamotear destas questões, torna mais provável “a nossa colisão a toda a velocidade contra uma parede de betão”, em vez de começarmos a travar a fundo e a escolher uma via mais segura. “Todavia, acredito que o resultado ainda está dentro do nosso controle – mesmo que seja à justa. Bem-vindos à última crise do petróleo. Obrigado por lerem lido este livro e boa sorte”. Autores: David Strahan Editor: Europa-América Ano: 2008 NEM EU ME EXPLICO NEM TU ME ENTENDES UM GUIA PARA SE ORIENTAR NOS LABIRINTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação é uma galáxia complexa, pela qual não é fácil viajar. Na realidade toda a comunicação é uma relação – é esta a tese central deste livro – e quando as relações entre comunicadores não estão bem, o mais certo é que surjam problemas comunicacionais, a todos os níveis de relação, nomeadamente de trabalho. Xavier Guix, um conhecido comunicador catalão, terapeuta e especialista em Programação Neurolinguística, com aplicações na área das empresas, centra-se, em primeiro lugar na psicodinâmica do eu que comunica (quem somos, como vemos o mundo, como somos vistos por ele) e no seu potencial e perfomance de comunicação. Franc Ponti, no prólogo, 54 // Setembro 08 // Portugalglobal sublinha que se olharmos atentamente à nossa volta, verificamos que muitos dos problemas quotidianos de indivíduos, grupos, organizações e Estados estão relacionados com um défice de comunicação. Em síntese: se aprendemos a conhecer o que “descomunica” (isto é, o que é disfuncional nos processos de comunicação), se aprendemos a identificar e a neutralizar os “ruídos” (o que interfere inadequadamente neste processo), seremos então capazes de sair do labirinto e comunicar eficazmente. Autores: Xavier Guix Editor: Lua de Papel Ano: 2008