composição florística e sucessão de espécies em jardins de formiga
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composição florística e sucessão de espécies em jardins de formiga
Jardins suspensos da Amazônia: composição florística e sucessão de espécies em jardins de formiga Ana Catarina Conte Jakovac Introdução como fonte de alimento, utilizando seus frutos Os Formicidae são o grupo de insetos e exsudados de nectários terrestres mais abundante (Wilson 1971). Este atendendo grupo reúne uma alta diversidade, sendo (Hölldobler & Wilson 1990; Kleinfeldt 1978). O descritas para a Região Neotropical 2.233 benefício para as epífitas não é claro, mas espécies (Penny & Arias 1982). Algumas algumas espécies, quando associadas aos espécies associações jardins, apresentam crescimento maior e mais mutualísticas com espécies de diversos táxons, rápido (Davidson 1988; Kleinfeldt 1978) e são especialmente com plantas. As associações menos consumidas por herbívoros (Santos mais conhecidas entre formigas e plantas 1999). podem apresentar homópteras extraflorais e em seus ramos resultam de interações onde a planta fornece Há duas hipóteses sobre como ocorre a algum recurso para a formiga e esta a defende associação epífita-formiga nos jardins. Ule contra herbívoros (Izzo & Vasconcelos 2002). (1901) propõe que há uma procura ativa das Em florestas neotropicais e asiáticas, ocorre formigas, que coletam as sementes e as levam também um outro tipo de interação que pode para o ninho (Hölldobler & Wilson 1990). ser mutualismo Wheeler & Bailey (1920), por outro lado, complexo entre formigas e plantas chamada propõem que as formigas não procuram as de jardins de formigas (Hölldobler & Wilson sementes, e sim fazem seus ninhos nas raízes 1990). das epífitas. Eventualmente podem nascer considerada como um Os jardins de formigas são agregados outras plantas por acidente ao longo do tempo de plantas epífitas associadas a ninhos de de vida da colônia, constituindo o jardim. A formigas arborícolas. Nesse tipo de interação, primeira hipótese tem sido a mais aceita, pois as formigas constroem seus ninhos em árvores há evidências de que as formigas são e neles inserem sementes de epífitas que fortemente atraídas para os frutos e sementes germinam e aumentam a estabilidade do das epífitas típicas de jardim (Madison 1979; ninho pelo sistema de ancoragem que as raízes Kleinfeldt 1978; Davidson 1988). formam (Hölldobler & Wilson 1990). As A atração das sementes pelas formigas formigas também podem utilizar as epífitas parece não ser totalmente dependente do valor nutricional (Davidson 1988), mas ainda INPA), a 80 km de Manaus, AM (2°24’S; não se sabe qual o critério de seleção utilizado. 59°44’O). Nesta área predomina a fisionomia Acredita-se que deve haver um critério, uma de floresta de terra firme. vez que algumas espécies de epífitas são Foram amostrados, ao azar, todos os comuns em jardins de formiga em diferentes jardins de formiga encontrados em 5 Km de florestas neotropicais (Davidson 1988). As trilhas, que estivessem a uma altura máxima espécies Peperomia macrostachya (Piperaceae), de 6 m. Foram amostrados dois ambientes, um Codonanthe e na borda florestal ao longo da estrada de Philodendron megalophyllum (Araceae) são as acesso à Reserva e outro no interior da mais comuns em jardins de formigas da floresta. Em cada jardim foi observada a Amazônia brasilieira e peruana (Hölldobler & presença, ausência ou coexistência de duas Wilson 1990; Davidson 1988; Santos 1999; espécies Vieira-Neto famílias parabiótica Crematogaster limata var parabiotica possuem (Forel) (Myrmicinae) e Camponotus femuratus principalmente representantes de forma de Fab (Formicinae) (para mais detalhes, ver vida herbácea e epífita, são as mais comuns Hölldobler & Wilson 1990 e Venticinque 1995). nesses sistemas. Todas crassifolia et Gesneriaceae e al, (Gesneriaceae) 2006). Araceae, As que Os poucos estudos realizados sobre de as formigas epífitas em foram associação coletadas e identificadas ao nível de gênero ou espécie o quando possível. Foram tomadas as medidas comportamento dos insetos e sua relação de do maior comprimento e da maior largura dos associação em detrimento de sua composição ninhos. Considerando que o formato dos florística e padrão de colonização das espécies. jardins segue um padrão elipsóide (Hölldobler O objetivo do presente estudo foi avaliar se a & Wilson 1990), o volume foi calculado com a colonização dos jardins pelas epífitas segue fórmula do volume da elipse (Venticinque um padrão de incremento direcional de 1995): V = 4/3 ð [(a + 2b)/3]3 , onde a é a espécies e se este está relacionado ao sistema metade do comprimento do ninho e b é o de associação das formigas. maior raio do jardim. jardins de formiga enfocam mais Assumindo que existe um incremento Material & métodos em volume com a idade do jardim, o volume O estudo foi realizado na Reserva do dos ninhos foi relacionado com a presença, Km 41, administrada pelo Projeto Dinâmica ausência e coexistência das duas espécies de Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF- formiga através de uma análise de Kruskall- Wallis, afim de se determinar se há uma Resultados cronoseqüência na ocupação dos ninhos pelas duas espécies. Foi Foram amostrados 26 jardins de formigas, sendo 17 amostrados em ambiente obtida uma matriz de de floresta e nove na borda florestal ao longo dissimilaridade entre os jardins utilizando o da estrada de acesso à reserva. De todos os coeficiente de Sorensen. Posteriormente, a jardins amostrados um estava abandonado; matriz foi reduzida a um eixo utilizando o nove estavam ocupados pelas duas espécies PCOA (Principal Coordinate Analisis). O eixo de formigas; 15 por apenas Camponotus 1 da ordenação (PCOA), explicou 33% da femuratus (Formicinae) e um apenas por variação real da distribuição da similaridade Crematogaster sp (Myrmicinae). florística entre os jardins de formiga, seguido O volume médio dos ninhos foi de dos eixos 2 e 3 que explicaram ambos menos 5060,93 cm3 (mínimo de 155,06 cm3 e máximo de 15%. Portanto, o eixo 1 foi utilizado para as de 21.489,96 cm3). A ocorrência das espécies de análises formiga não apresentou um padrão sequencial de regressão. Este eixo, que representa a composição da comunidade de de aumento de volume dos ninhos (Figura 1). plantas e jardins, foi relacionado com o volume dos jardins através de uma regressão 90000 80000 diferentes ambientes na composição florística, 70000 foi feita uma análise de variância com os valores do eixo principal da PCOA. Para verificar a existência de um Volume (cm3) linear simples. Para observar o efeito dos 60000 50000 40000 30000 padrão de aninhamento das espécies de 20000 epífitas foi utilizado o programa Nestedness 10000 Calculator (Atmar & Patterson 1995), e o 0 resultado foi testado com o método MonteCarlo de aleatorização, utilizando Crem Crem+Camp Camp Sp de iga Espécies deform formiga 1.000 aleatorizações. Este teste indica a chance do padrão de aninhamento encontrado poder ser gerado ao acaso por meio de aleatorizações. Figura 1. Distribuição dos ninhos ocupados por cada espécie de formiga de acordo com o volume do jardim. Reserva do Km 41, Manaus. Crem- ocorrência somente de Crematogaster sp.; Crem+Camp- coexistência de Crematogaster sp. e Camponotus femuratus; Camp - ocorrência somente de Camponotus femuratus. Nestes jardins foram amostradas 16 Piperaceae com 24%. A riqueza por jardim morfoespécies de epífitas, sendo que quatro variou de uma a cinco espécies (média de 2,5), espécies foram mais freqüentes (Tabela 1). A e não foi relacionada ao volume dos jardins família Araceae esteve presente em 42% dos (R2 = 0,0016; p=0,847; Figura 2). jardins seguida de Gesneriaceae com 28% e Tabela 1. Espécies observadas nos jardins de formigas, organizadas por ordem de freqüência nos jardins. Porcentagem de jardins, dentre os jardins amostrados, em que cada espécie foi observada. Freqüência nos Espécies Famílias Peperomia macrostachya Piperaceae 24 Codonanthes calcarata Gesneriaceae 19 Anthurium trinerve Araceae 16 Philodendron megalophillum Araceae 10 Anthurium sp.3 Araceae 6 Philodendron sp.1 Araceae 6 Codonanthes cf ulei Gesneriaceae 6 Anthurium gracile Araceae 1 Anthurium sp.2 Araceae 1 Aechmea sp.1 Bromeliaceae 1 Oedemathopus sp. Clusiaceae 1 Codonanthes crassifolia Gesneriaceae 1 Codonanthopsis sp.1 Gesneriaceae 1 Ficus sp. Moraceae 1 Rubiaceae sp.1 Rubiaceae 1 jardins (%) Riqueza de epífitas 6 5 4 3 2 1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Volum e (cm 3) Figura 2. Correlação entre a riqueza de epífitas e o volume dos jardins (cm3), na Reserva do Km 41, Manaus. A composição da comunidade (eixo 1 ao longo da estrada apresentaram uma da PCOA) não foi relacionado com o volume composição florística significativamente dos jardins, ou com a ocorrência das espécies diferente daqueles localizados no interior da de formigas, mas se mostrou diferente entre os floresta (F= 48,88; p<0,0001; Figura 3). ambientes estudados. Os jardins localizados 1,0 PCOA1 0,5 0,0 -0,5 -1,0 Borda florestal Floresta Ambiente Figura 3. Dispersão dos valores do eixo 1 da PCOA nos ambientes de estrada e de floresta, na Reserva do Km 41, Manaus. A diferença da composição florística Philodendron megalophillum foram mais entre os jardins de formiga dos dois ambientes frequentes, sendo que a primeira ocorreu em está a 88% dos jardins da floresta e em apenas 10% ocorrência distinta das espécies de epífitas dos jardins na estrada e a segunda ocorreu mais freqüentes na amostragem. As espécies apenas na floresta, em 40% dos jardins. relacionado principalmente com Codonanthe calcarata e Anthurium trinerve foram A composição florística dos jardins de muito mais frequentes na borda florestal ao formiga longo da estrada do que no interior da aninhamento (Figura 4). Dentre as 1000 floresta, ambas aparecendo em 77% dos aleatorizações, este padrão foi o melhor jardins da estrada e em apenas 35% e 23% dos aninhamento e não pôde ser formado pelo jardins da floresta, respectivamente. Já na acaso (T< 12,58°; p<0,001). apresentou um padrão de floresta as espécies Peperomia macrostachya e Jardins de formiga Espécies Figura 4. Aninhamento das espécies de epífitas e dos jardins de formigas. O eixo x respresenta as 16 espécies de epífitas e o número respectivo de ocorrências. O eixo y representa 26 jardins de formiga e a riqueza respectiva de espécies de epífitas. Os quadrados representam a ocorrência da espécie no respectivo jardim. Discussão indicativo de uma sequência temporal de Os poucos estudos já realizados sobre a eventos. A colonização das epífitas nos jardins relação de associação entre as espécies de Camponotus de formiga não segue o modelo determinístico femuratus sugerem que normalmente elas de sucessão proposto por Clement em 1916 ocorrem juntas. Crematogaster sp. formaria o (Callaway 1995), assumindo que o volume é ninho e Camponotus femuratus o ocuparia e o um preditor de idade, este não esteve ampliaria posteriormente. Após um tempo, relacionado nem com a riqueza, nem com a Crematogaster sp. parece deixar o ninho e este composição florística das epífitas. Este modelo permanece ocupado apenas por C. femuratus prediz (Hölldobler & Wilson 1990). Portanto, se a colonizadoras, chegam primeiro na área e só ocorrência das espécies é sequencial, ninhos então outras espécies conseguem ocupá-la com apenas Crematogaster sp. seriam os mais (Kershaw & Looney 1985), havendo um recentes e conseqüentemente os menores. acúmulo de riqueza ao longo do tempo. Esperaria-se que os ocupados por ambas as Apesar deste padrão de incremento não ter espécies de formiga fossem um pouco maiores sido observado, as espécies apresentaram um e que aqueles com apenas C. femuratus fossem padrão de aninhamento indicando que a os maiores. Entretanto, os resultados não ocupação dos jardins pelas epífitas deve seguir mostraram relação entre volume do ninho e um outro critério, que não o temporal. formigas Crematogaster sp. e que algumas espécies, as ocorrência das espécies, como observado A composição florística dos jardins foi também por Vieira-Neto et al. (2006) em uma dominada por quatro espécies mais comuns, floresta alagável na Amazônia Central. Esses enquanto as outras 21 espécies registradas resultados ocorrem ocasionalmente ou até raramente. As podem sugerir que a cronosequência proposta na literatura não é quatro espécies mais comuns, obrigatória e que C. femuratus pode construir macrostachya, ninhos sozinha ou até ocupar raízes de epífitas Philodendron já estabelecidas, como proposto por Wheeler trinerve já foram descritas como componentes (1920). Assim, se a cronosequência não é de jardins de formigas em outras florestas obrigatória, a presença das espécies de tropicais (Hölldobler & Wilson 1990; Davidson formiga não pode ser usada como um 1978; Vieira-Neto et al. 2006). O padrão Codonanthes megalophillum Peperomia calcarata, e Anthurium aninhado observado indica que, nos jardins, sempre ocorre pelo menos uma das quatro espécies mais comuns de epífitas e que as próprias espécies ocasionais e raras nunca ocorrem se sementes das epífitas (Davidson 1988). Além as colonizado de formar uma densa rede de raízes que pode previamente. Este padrão de ocupação pode favorecer a estrutura e suporte dos ninhos, as ser explicado por três hipóteses: a hipótese da quatro espécies de epífitas mais comuns facilitação (Callaway 1995; Hernandez-Rosas possuem nectários extraflorais e podem ser 2001), a da preferência das formigas por fonte de recurso alimentar para as formigas. algumas sementes (Davidson 1978) ou a da Kleinfeldt (1978) observou que formigas probabilidade de chegada de propágulos Crematogaster dependente da abundância relativa natural alimentam das espécies no ambiente (Hubell 2001). nectários extraflorais e da polpa dos frutos das primeiras não tiverem Pela primeira hipótese, estas quatro formigas, epífitas que limata selecionariam var. quase parabiotica exclusivamente associadas, como as se dos Codonanthes espécies poderiam ser as facilitadoras que crassifolia permitiriram a chegada de novas espécies espécies seriam selecionadas pelas formigas (Callaway 1995) e, portanto, a sucessão estaria enquanto sendo da ocasionais ou raras, ocupariam os ninhos ao comunidade de epífitas e não pela atividade acaso, e se beneficiariam do ambiente propício das formigas. Em outras epífitas, as taxas de para seu crescimento. determinada pela composição (Gesneriaceae). que as Portanto, demais, as estas espécies recrutamento são maiores em ramos de Ao contrário das outras duas, a terceira árvores previemente ocupados por outras, por hipótese não prevê um favor determinante possuírem um substrato mais favorável para a para a composição e sucessão das epífitas. O fixação das sementes e desenvolvimento das padrão plantas (Hernandez-Rosas 2001). Dessa forma, relacionado com a maior abundância relativa a dessas quatro espécies no ambiente, que colonização desenvolvimento é de facilitada um pelo substrato em geraria observado uma maior seria simplesmente disponibilidade de consequência à ocupação prévia por outras propágulos do que outras espécies (Hubell espécies mais resistentes e não pela facilitação 2001) e, portanto, uma maior probabilidade espécie-específica em si, uma vez que as das formigas os encontrarem. Essa hipótese espécies ocasionais são freqüentes também pode fora dos jardins. composição de epífitas observada nos jardins A segunda hipótese é que ser sustentada pela diferença de a dos dois ambientes amostrados, uma vez que colonização dos jardins é determinada pelas os propágulos são diferentemente distribuídos ao longo de gradientes nas ser melhor exploradas em estudos futuros. florestas (Grime 1983; Hubell 2001). Assim, as Portanto, os resultados sugerem que há um espécies P. megalophyllum e P. macrostachya, padrão de colonização das espécies de epífitas, que são tolerantes à sombra (Davidson 1988), mas este parece não ser temporalmente devem apresentar uma maior abundância direcionado, e sim dependente do ambiente, relativa no ambiente florestal, havendo uma da disponibilidade de propágulos local e, maior formigas provavelmente, da preferência das formigas encontrarem seus propágulos. Da mesma por espécies que lhes confiram algum recurso forma, as espécies C. calcarata e A. trinerve, que alimentar e um suporte adequado para o foram mais freqüentes em ambientes de borda ninho. probabilidade florestal ao longo ambientais das da estrada, devem apresentar maior sucesso de estabelecimento Agradecimentos em locais com maior intensidade de luz, e seus Agradeço ao Adal pela ajuda de propágulos devem ser mais abundantes nestes campo, com muitas picadas compartilhadas! ambientes. Jardins associados a outra espécie Ao Léo por localizar muitos jardins e me do gênero Codonanthe (C. crassifolia), no Peru, ensinar muito sobre essa Floresta. Ao Thiago estão concentrados em áreas de intensidade Izzo pela paciência, ajuda nas análises e luminosa relativamente mais alta, ao longo de correções. Ao Zé Luis por ter me dito onde bordas de igarapés e lagos, assim como em ficam clareiras e florestas secundárias (Davidson agradecimentos que eu poderia falar sobre a 1988). Essa variação de ambientes dentro da BELA, intrigante e estupenda associação dos floresta, abertura jardins de formigas!! À Dona Eduarda pelo periódica de clareiras resultando em uma feijão com jabá, e ao Cabocão pela seleção sucessão de mosaicos de vegetação com musical! E mais do que a todos, agradeço a diferentes idades e condições ambientais cada um que conviveu durante este mês (Martínez-Ramos et al. 1989) também poderia incrível, compartilhando a descoberta de explicar, tantos como em o resultado parte, a da maior encontrada na composição observada no ambiente de variância epífitas florestal em comparação com a borda florestal. As três hipóteses acima apresentadas não são mutuamente excludentes e poderiam os jardins micro e e macro que é aqui mundos, nos árvores gigantes, padrões, mutualismos, inspirações, comportamentos, copos lavados, bolachas com goiabada, madrugadas com bugios e muitas amizades. Por fim agradeço ao Glauco por todo o entusiasmo transmitido diariamente! E ao Pen do Brau! Izzo, T.J & Vasconcelos, H.L. 2002. Cheating the cheater: domatia loss minimizes the effects Referências bibliográficas Atmar, W.; Patterson, of ant castration in an Amazonian ant-plant. Oecologia 133: B.D. 1995. The nestedness temperature calculator: a 200-205. Kershaw, K.A. & Looney, Quantitative presence-absence AICS ecology. Kershaw, K.A. & Looney, Research, Inc., University Park, NM J.H.H. (eds.), pp. 282. Edward Arnold and The Field Museum, Chicago, IL. Limited, London. Callaway, R.M.1995. Positive interactions Kleinfeldt, S.E. 1978. dynamic 1985. visual basic program, including 294 matrices. and J.H.H. plant Ant-Gardens: The among plants. The Botanical Review interaction of Codonanthe Crassifolia 61: 306-337. (Gesneriaceae) Davidson, D.W. 1988. Ecological studies of neotropical ant gardens. Ecology 69: J.P. 1983. Crematogaster longispina (Formicidae). Ecology 59: 449-456. Madison, M. 1979. Additional observations on 1138-1152. 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