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INCIDÊNCIA DA PRÉ-ECLAMPSIA PELO MUNDO: EXISTE DIFERENÇA
COM BRASIL?
VASCONCELLOS, Marcus Jose do Amaral. Docente do Curso de Graduação em
Medicina/UNIFESO.
BERGAMIM, Daiane. Dicente do Curso de Graduação em Medicina/UNIFESO.
Palavras-chave: Pré-eclampsia, incidência na Europa, incidência no Brasil, saúde
pública.
INTRODUÇÃO
A história da Obstetrícia, e provavelmente de toda a Medicina, é preenchida por
várias lacunas que até hoje não são bem explicadas. Uma delas é a pré-eclampsia ( PE ).
Estes espaços precisam ser resolvidos, pois nosso país tem uma taxa de
mortalidade materna, retirada em 2013 do DATASUS, de 61,53 / 100 000 nascidos
vivos. Deste grupo de mulheres cuja morte foi notificada (1787 mulheres), se
considerarmos, somente os CIDs de O11 a O16, que correspondem a complicações
causadas por uma possível pré-eclampsia, estaremos diante de 20% das mortes
assinaladas. ( 1 )
Para isso é fundamental que saibamos qual sua incidência, e compará-la com
outras partes do mundo, motivo deste trabalho.
JUSTIFICATIVA:
Admitindo nosso país como em desenvolvimento, procuramos nos interessar
pelas taxas em países desenvolvidos e em desenvolvimento, e corroborar a idéia que o
que difere entre situações econômicas diferentes é somente a possibilidade do
agravamento ou das perdas, ou em condições sanitárias e culturais melhores, também a
incidência diminuiria.
OBJETIVOS:
Objetivo Geral – analisar a incidência de pré-eclâmpsia em países
desenvolvidos e em desenvolvimento e procurar principais diferenças com o Brasil.
Objetivos Específicos - estudar as diferenças econômicas, condições sanitárias e
culturais de cada país avaliado.
METODOLOGIA
Este trabalho constou de uma revisão de literatura, procurando os últimos 10
anos sobre incidência de pré-eclampsia. Para a pesquisa utilizamos os principais
sistemas de busca disponíveis em nossa Faculdade que foram o Scielo, Medline,
Biblioteca Cochrane, Pubmed.
RESULTADOS
A Tabela 1 resume todos os artigos analisados inicialmente na Europa, referindo
o período, o autor e a incidência de pré-eclampsia citada no artigo:
Autores
Países
Período
Incidência PE
Reeske et al.
Alemanha
2004 - 2007
6 / 100
Arora et al
Ucrânia, República Checa, 2007 – 2009
8 / 100
Romênia,
Eslováquia
e
Hungria
Zhang et al
Williams
Bélgica
2003
14,7 / 1000
Fianlândia
14,3 / 1000
Reino Unido
11,8 / 1000
Áustria
6,0 / 1000
Irlanda
6,1 / 1000
& Estados Unidos
1996
5,6 / 100
2008 - 2011
1,91 / 100
1999 - 2008
4 / 1000
Wilson
Purde et al
Suiça
Curtel-Balsera et al Espanha
Após analise criteriosa da Europa, partimos para uma avaliação no Iran, Taiwan
e Etiopia, apresentando os resultado mas tabelas 2, 3, 4 respectivamente.
TABELA 2 – Incidências em diversos trabalhos realizados no Iran ( 9 )
Autor e ano
Amostra
% de PE
Eclampsia
Khooshideh et al ( 2008 )
10 352
1,5
_____
Goshasbi et al ( 2012 )
1 513
5,6
_____
Mohadderi et al. ( 2012 )
2 824
5,9
_____
Yasdani et al. ( 2012 )
1 000
6,9
_____
Eslami et al. ( 2013 )
2 993
6,5
_____
GRAFICO 1 – Comportamento da incidência da pré-eclampsia e da eclampsia em
Taiwan segundo Chan et al ( 10 )
GRÁFICO 3 – Distribuição dos diversos aspectos da pré-eclampsia em série de
casos na Etiópia. ( 11 )
E finalmente estamos na América do Sul, onde no Peru Tejeda- Mariaca et al (12)
ratificam uma incidencia de 8,0% de pré-eclampsia em população de mais de 64 000
partos acontecidos entre 2000 e 2010.
Para terminar citamos o que acontece em nosso país. Em São Paulo, Veja et al
(13) cita incidência de 5,6%. Em nosso material retirado de uma linha de pesquisa que
mantemos há 5 anos na maternidade do Hospital de Clínicas de Teresópolis,
encontramos cerca de 5%.
CONCLUSÕES
Nossas conclusões podem ser resumidas no Gráfico 4 que ao dividir as diversas
regiões do mundo, demonstra que os índices das Américas do Sul e Central são bem
maiores que do resto do mundo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 – DATASUS. Ministério da Saúde. 2016-03-14
2 – Reeske A, Kutschmann M, Oliver R et al. Stillbirth differences according to regions
of origin: an analysis of the German perinatal database, 2004-2007. BMC Pregnancy
and Childbirth.2011;11:63-70.
3 – Arora CP, Kacerovsky M, Zinner B et al. Disparities and relative risk ratio of
preterm birth in six Central and Eastern European centers. Crot Med J.2015;56(2):11927.
4 – Zhang WH, Alexander S, Bouvier-Colle MH et al. Incidence of severe preeclampsia, postpartum haemorrhage and sepsis as a surrogate marker for severe
maternal morbity in a European population-based study: the MOMS-B survey.
BJOG.2005;112(1):89-96.
5 – Williams KP, Wilson S. Ethnic variation in the incidence of HELLP syndrome in a
hypertensive pregnant population. J Perinat Med.1997;25(6):498-501.
6 – Puerde MT, Baumann M, Wiedman U et al. Incidence of preeclampsia in pregnant
Swiss women. Swiss Med Wkly.2015;145:14175.
7 – Curiel-Balsera E, Prieto-Palomino MA, Munoz-Bono J et al. Analisis de La
mortalidad materna de lãs pacientes com preeclampsia grave, eclampsia y síndrome
HELLP que ingresan em uma Unidad de Cuidados Intensivos ineco-obstetrícia. Med
Intensiva.2011;35(8):478-83.
8 – Tan KH, Kweek K, Yeo GSH. Epidemilogy of pre-eclampsia and eclampsia at the
KK Women’s and Childre’s Hospital, Singapore.. Singapore Med J.2006;47(1):48-52.
9 – Kharaghani R, Cheraghi B, Okhavat E et al. Prevalence of preeclampsia and
eclampsia in Iran. Arch Iran Med.2016;19(1):64-70.
10 – Chan TF, Tung YC, Wang SH et al. Trends of pre-eclampsia and eclampsia in
Tawain between 1998 e 2010. Taw J Obstet Gynecol.2015;54:270-4.
11 – Vata PK, Chauchan NM, Arasumani N et al. Assessment of prevalence of
preclampsia from Dilla region of Ethiopia. BMC Res Notes.2015;8:816-20.
12 – Tejeda-Mariaca JE, Maliqui OP, Duglio MA et al. Factores de riesgo para el
neonato pequeno para la edad gestacional en u Hospital de Lima, Peru. Rev Per Med
Exp Salud Publica. 2015;32(3):449-56.
13 – Veja CEP, Kahhale S, Zugaib M. Maternal Mortality due to arterial hypertension
in São Paulo City ( 1995-1999). Clinics.2007;62(6):679-84.