Parmalat S.A. - Instituto de Engenharia de Produção e Gestão

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Parmalat S.A. - Instituto de Engenharia de Produção e Gestão
UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Engenharia de Produção e Gestão
EPR-30 Contabilidade Gerencial
Análise Financeira de Balanços
Nomes
Evandro Bortholuzzi Soquetti
Matheus Ricardo Senne Corrêa
Professor Edson Pamplona
Junho de 2005
Nº
11456
11468
EPR
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
1 Introdução............................................................................................................................ 2
1.1 Objetivos............................................................................................................... 2
1.2 Justificativa ........................................................................................................... 2
1.3 Estrutura................................................................................................................ 2
2. Fundamentos Teóricos........................................................................................................ 3
2.1 Balanço Patrimonial: ............................................................................................ 3
2.2 Demonstração de Resultados................................................................................ 4
2.3 Demonstração financeira ...................................................................................... 5
2.4 Índices................................................................................................................... 5
2.4.1 Estrutura de Capitais ............................................................................. 6
2.4.2 – LIQUIDEZ.......................................................................................... 7
2.4.3 – Rentabildade ....................................................................................... 8
2.5 – Como Avaliar os Índices ................................................................................... 9
2.6 – Previsão de Falência ........................................................................................ 10
2.7 – Prazos médios .................................................................................................. 10
2.8 Análise Vertical e Horizontal ............................................................................. 12
2.9 – EVA ................................................................................................................. 12
3 - Aplicação - PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS. ............................... 14
3.1 Missão e Valores: ............................................................................................... 14
3.2 Linha do tempo: .................................................................................................. 14
3.3 Fábricas e CEDIS. .............................................................................................. 17
3.4 Responsabilidade social:..................................................................................... 18
3.5 Marcas e Produtos............................................................................................... 18
3.6 A Crise. ............................................................................................................... 19
3.7 Balanço Patrimonial Padronizado....................................................................... 22
3.8 Análise Através de Índices. ................................................................................ 24
3.9 Padrão alimentício. ............................................................................................. 25
3.10 Análise Vertical e Horizontal. .......................................................................... 27
3.11 Prazos médios: .................................................................................................. 33
3.12 Previsão de Falência pela fórmula de Kanitz: .................................................. 34
3.12 E.V.A. (Economic Value Added). .................................................................... 35
4 Conclusão .......................................................................................................................... 36
5 Bibliografia........................................................................................................................ 39
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
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PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
1 Introdução
1.1 Objetivos
Estruturar de forma cronológica o conteúdo aprendido na disciplina, baseado nas
análises feitas no decorrer do semestre, tais como demonstrações de pagamentos
padronizadas, índices, comparações com setor alimentício, bem como mostrar a situação da
empresa comparada à ela mesma no decorrer do tempo e expor perspectivas para a mesma.
1.2 Justificativa
A escolha pela PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS se deve à
passagem por um escândalo divulgado em 2003, onde a partir daí é interessante
confeccionar um trabalho de análise financeira de balanços, pois seria necessário conciliar
acontecimentos de ordem pública às mudanças no aspecto financeiro da Empresa, bem
como muitas justificativas para certas características peculiares teriam fundamento ao passo
que analisada pelo aspecto de acontecimentos públicos.
1.3 Estrutura
O trabalho foi estruturado com base nas análises financeiras de balanços
apresentadas pelo site da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e seguiu uma estrutura
cronológica das aulas ministradas em sala, para cálculo dos índices, classificação através de
padrões, análises verticais e horizontais, prazos médios, EVA/MVA, e como conclusão
expor ações e medidas tomadas pela Presidência da empresa rente ao cenário de crise
agravante.
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2. Fundamentos Teóricos
2.1 Balanço Patrimonial:
Essa demonstração visa objetivar os direitos (ATIVO) e as obrigações (PASSIVO)
da empresa em questão. Esses fatores têm que ser iguais ao final da avaliação, se isso não
ocorrer algum erro na elaboração das contas, não sendo feita a correta colocação dos
valores nas determinadas contas.
Ativo:
Tudo o que a empresa tem bens e direitos, que podem vir a ser comprovados por
documentos. É composto por itens cujo valor é indiscutível e itens que o valor irá depender
de uma avaliação como no ativo imobilizado.
Ativo Circulante: Composto por valores disponíveis para atualização imediata
(disponibilidades), dívidas a receber de clientes a curto prazo (clientes), estoques.
Ativo Realizável a Longo Prazo: composto pelas dívidas a receber no longo prazo,
como títulos, debêntures, construções em andamento, etc.
Ativo Permanente: compreendido pelos recursos que não se deseja ou não se pode
transformar em dinheiro, como imobilizado (terrenos, construções), investimentos
(participações permanentes em outras empresas) e o diferido (pesquisa, projetos).
Passivo :
O passivo exibe a origem do dinheiro que está investido no ativo. O passivo exigível
tem um valor liquido que consiste em dívidas assumidas com terceiros, sendo fornecedores,
bancos e empregados. Já o patrimônio liquido não tem representação de um valor concreto,
pois aumenta com os valores acrescidos nos lucros do exercício, e pelo capital investido
pelos sócios no inicio da empresa.
Passivo Circulante: São todas as obrigações que a empresa possui em curto prazo,
como os fornecedores, duplicatas a pagar, salários, encargos sociais, etc.
Passível Exigível a Longo Prazo: são obrigações da empresa para prazos superiores
a 1 não, como financiamentos, contas e imóveis a pagar, etc.
Capitais de Terceiros: é composto por todo o capital utilizado através de outros
meios que não sejam da própria empresa, como de bancos, outras empresas, etc. É
calculado pela soma dos 2 itens anteriores.
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Patrimônio Liquido: é composto pelos recursos entregues a empresa pelos acionista
(sejam através de dinheiro ou bens) e também pelo lucro gerado pela empresa no final do
ciclo operacional.
2.2 Demonstração de Resultados
Esta demonstração pode ser considerada como o resumo dos movimentos de
entradas e saídas no balanço, durante o exercício.
Esta demonstração retrata o fluxo econômico, deixando de lado o monetário. Para
este item basta que a receita e a despesa afetem o Patrimônio
Líquido.
Tem como objetivo apresentar aos acionistas como foi a movimentação do dinheiro,
quanto de capital foi usado em cada operação e, finalmente, o que restou como lucro ou
prejuízo do exercício.
A padronização pode ser feita na Demonstração de Resultados, e assim como indicado na
bibliografia utilizada, busca evidenciar apenas os valores fundamentais. A demonstração
padrão tem as seguintes contas:
Receita Líquida – Receita Bruta já descontadas as devoluções e abatimentos;
Custos de Produtos Vendidos – Total gasto para a produção, incluindo mão-de-obra,
materiais, estoques e custos indiretos;
Lucro Bruto – Lucro descontado os custos com a produção;
Despesas Operacionais – Despesas para a empresa funcionar, ou seja, vender, administrar e
financiar suas atividades;
Outras Receitas e Despesas Operacionais – Compreendem as receitas
e despesas geradas em atividades objeto social da empresa, como participações em
coligadas, deságio de investimentos e dividendos ou rendimentos de outros investimentos;
Lucro Operacional (Antes dos Resultados Financeiros) – Ainda não estão computados os
resultados na área financeira;
Receitas e Despesas Financeiras – São as contas de ordem financeira, geradas pelos
empréstimos contraídos, além de outros pagamentos;
Lucro Operacional – Lucro depois de descontados os gastos com a produção, operação e
com as atividades financeiras;
Resultado Não-Operacional – Resultado de operações não vinculadas ao objeto social,
como lucros ou prejuízos na venda de Ativo Permanente, assim como possíveis baixas
neste, além de indenizações;
Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social – Resultado final antes das taxas
obrigatórias por lei;
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Provisão para Imposto de Renda – Uma parte do lucro é destinada para o imposto de renda,
e ainda é especificada uma parcela para incentivos fiscais;
Lucro Líquido – Resultado final da empresa no exercício.
2.3 Demonstração financeira
As demonstrações financeiras devem ser padronizadas, ou seja, todas as contas de
cada demonstrativo devem ser transcritas para um modelo. A padronização é feita pelos
seguintes motivos:
· Simplificação (reduzir o número de contas);
· Comparabilidade (facilitar a comparação com outros balanços);
· Adequação aos objetivos da análise (para os casos de contas que devem ser
reclassificadas);
· Precisão nas classificações de contas (correção de classificações feitas para “embelezar”
os balanços);
· Descoberta de erros na classificação de contas;
· Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa para que este
enxergue os detalhes que, de outra forma, não conseguiria.
2.4 Índices
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações
Financeiras, que visa evidenciar amplamente um determinado aspecto da situação
econômica ou financeira de uma empresa.
Os dados fornecidos pelas empresas, por si só, não geram informações suficientes
para uma análise aprofundada da situação da empresa, ou sequer apontam quais são os seus
pontos fracos que devem ser alterados. Para que se possa realmente fazer tal análise, foram
desenvolvidos índices que mostram a relação entre contas ou grupos de contas das
Demonstrações Financeiras.
Não há um número definido de índices que permita o conhecimento da empresa.
Esta quantidade irá depender do grau de profundidade requerido pela análise. Uma maior
quantidade de índices gera mais custos para a companhia.
Os índices são divididos em 3 categorias estas três categorias (estrutura de capitais,
liquidez e rentabilidade) por sua vez foram subdivididas dando origem aos onze índices.
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2.4.1 Estrutura de Capitais
2.4.1.1 - Participação de Capitais de Terceiros
A Participação de Capitais de Terceiros relaciona as duas grandes fontes de recursos
de uma empresa, que são os capitais de terceiros e o patrimônio líquido. Indica quanto a
empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital próprio investido.
Interpretação: Quanto menor for esse índice, melhor para a empresa.
Fórmula: PCT = (CT/PL) x 100
Onde: PCT – Participação de Capitais de Terceiros;
CT – Capitais de Terceiros;
PL – Patrimônio Líquido.
2.4.1.2 - Composição do Endividamento
A Composição do Endividamento indica qual o percentual de obrigações de curto
prazo em relação às obrigações totais. Além disso, serve para conhecermos a composição
das dívidas de acordo com o grau de Participação de Capitais de Terceiros. Saber se as
dívidas são na maioria de curto prazo
(precisam ser pagas com os recursos possuídos) ou de longo prazo (possui tempo para gerar
recursos e pagar as dívidas).
Interpretação: quanto menor for esse índice, melhor para a empresa.
Fórmula: CE = (PC/CT) x 100
Onde: CE – Composição do Endividamento;
PC – Passivo Circulante;
CT – Capitais de Terceiros.
2.4.1.3 – Imobilização do Patrimônio Líquido
A Imobilização do Patrimônio Líquido indica quanto à empresa aplicou no Ativo
Permanente para cada $100 de Patrimônio Líquido.
Interpretação: quanto menor for esse índice, melhor para a empresa.
Fórmula: IPL = (AP/PL) x 100
Onde: IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido;
AP – Ativo Permanente;
PL – Patrimônio Líquido.
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2.4.1.4 – Imobilização dos Recursos não Correntes
A Imobilização dos Recursos não Correntes indica que percentual de
Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.
Interpretação: quanto menor for esse índice melhor para a empresa.
Fórmula: IRNC = [AP/(PL+ELP)] x 100
Onde: IRNC – Imobilização e Recursos não Correntes;
AP – Ativo Permanente;
PL – Patrimônio Líquido.
ELP – Exigível a Longo Prazo.
2.4.2 – LIQUIDEZ
Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. Os
índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas
com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes
com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma
empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas
dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de
outras variáveis como prazo, renovação de dívidas etc.
2.4.2.1 – Liquidez Geral
A Liquidez Geral indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante e
Realizável a Longo Prazo para cada $1,00 de dívida total.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Fórmula: LG = [(AC+RLP)/(PC+ELP)]
Onde: LG – Liquidez geral;
AC – Ativo Circulante;
RLP – Realizável a Longo Prazo;
PC – Passivo Circulante;
ELP – Exigível a Longo Prazo.
2.4.2.2 – Liquidez Corrente
A Liquidez Corrente indica o quanto a empresa possui no Ativo
Circulante para cada $1,00 de Passivo Circulante.
Interpretação: quanto maior, melhor para a empresa.
Fórmula : LC = AC/PC
Onde: LC – Liquidez Corrente;
AC – Ativo Circulante e PC – Passivo Circulante.
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2.4.2.3 – Liquidez Seca
A Liquidez Seca indica o quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada US$ 1,00 de
Passivo Circulante (dívidas a curto prazo).
Interpretação: quanto maior, melhor para a empresa.
Fórmula: LS = [(AC – Estoques)/PC]
Onde: LS – Liquidez Seca;
AC – Ativo Circulante;
PC – Passivo Circulante.
2.4.3 – Rentabildade
Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto
rendeu os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.
2.4.3.1 – Giro do Ativo
O Giro do Ativo indica quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total.
Interpretação: quanto maior, melhor para a empresa.
Fórmula: GA = V/AT
Onde: GA – Giro do Ativo;
V – Vendas Líquidas;
AT – Ativo.
2.4.3.2 – Margem Líquida:
A Margem Líquida indica quanto a empresa obtém de lucro para cada
$100 vendidos.
Interpretação: quanto maior, melhor para a empresa.
Fórmula: ML = (LL/V) x 100
Onde: ML – Margem Líquida;
LL – Lucro Líquido;
V – Vendas Líquidas.
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2.4.3.3 – Rentabilidade do Ativo:
A Rentabilidade do Ativo indica quanto à empresa obtém de lucro para cada $100 de
investimento total.
Interpretação: quanto maior for esse índice, melhor para a empresa.
Fórmula: RA = (LL/AT) x 100
Onde: RA – Rentabilidade do ativo;
LL – Lucro Líquido;
AT – Ativo.
2.4.3.4 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido:
Rentabilidade do Patrimônio Líquido indica quanto a empresa obteve de lucro para cada
$100 de Capital Próprio investido.
Interpretação: quanto maior for esse índice, melhor para a empresa.
Fórmula: RPL = (LL/PL) x 100
Onde: RPL – Rentabilidade do Patrimônio Líquido;
LL – Lucro Líquido;
PL – Patrimônio Líquido Médio (média entre o PLinicial e o PL final)
2.5 – Como Avaliar os Índices
Há três tipos básicos de avaliações de um índice:
a) pelo significado intrínseco;
b) pela comparação ao longo de vários exercícios;
c) pela comparação com índices de outras empresas – índices - padrão.
Os índices podem ser avaliados intrinsecamente, sem fazer comparação com setor,
deixando essa avaliação muito limitada, e só é recomendada quando não se dispõe de
índices-padrão, com empresas do setor.
Os índices podem ser comparados com o
tempo, visando indicar as tendências seguidas pela empresa, formando uma opinião a
respeito das políticas seguidas pela empresa. A comparação pode ser feita com padrões, os
chamados índices-padrão, onde são coletados os índices de um grupo de empresas,
definindo decisão para a classificação das empresas, e gerando uma classificação de
péssimo, deficiente, fraco, razoável, satisfatório, bom e ótimo.
Os índices-padrão permitem um estudo dos índices de todas as empresas.
Os índices têm um peso diferente no seu setor, e os três grupos compõem a nota global de
uma empresa, seguindo as seguintes equações:
Nota Estrutura =0,6 (CT/PL) + 0,1(PC/CT) + 0,2 (AP/PL) + 0,1 (AP/PL+ELP)
Nota Liquidez = 0,3 (AP+RLP/CT) +0,5 (AC/PC) + 0,2 (AC-EST/PC)
Nota Rentabilidade = 0,2 (V/AT) + 0,1 (LL/V) + 0,1 (LL/AT) + 0,6 (LL/PL)
Nota Global = 0,4 NE + 0,2 NL + 0,4 NR
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2.6 – Previsão de Falência
Com os dados dos Balanços Patrimoniais e da Demonstração de Resultados é
possível efetuar cálculos que mostram a previsão de falência das empresas.
No Brasil, diversos estudiosos efetuaram testes estatísticos sobre a previsão de insolvência
com base na análise descriminante, tais como Kanitz, Altman, Elizabetsky,
Matias, Pereira e outros.
Neste trabalho utilizou-se a fórmula desenvolvida por KANITZ:
FI = 0,05*X1 + 1,65*X2 + 3,55*X3 - 1,06*X4 - 0,33*X5
Onde: FI = fator de insolvência = Total de pontos Obtidos;
x1 = Lucro Líquido/ Patrimônio Líquido;
x2 = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo)/ Exigível Total;
x3 = (Ativo Circulante – Estoques)/ Passivo Circulante;
x4 = Ativo Circulante/ Passivo Circulante;
x5 = Exigível Total/ Patrimônio Líquido.
Segundo esse modelo, a empresa estará insolvente se FI for inferior a -3; a sua classificação
estará indefinida entre -3 e 0 e acima de 0 estará na faixa de solvência.
2.7 – Prazos médios
Os índices de prazos médios são índices calculados através da análise de balanços
que, analisados em conjunto, podem indicar elementos importantes para a estratégia
empresarial, sendo a combinação do prazo médio de recebimento de vendas (PMRV), o
prazo médio de renovação dos estoques (PMRE) e o prazo médio de pagamento das contas.
(PMPC) um indicativo da análise dos ciclos operacional e de caixa (financeiro) na empresa.
A inter relação dos índices do prazo médio
A análise dos prazos médios só é útil quando os 3 prazos são analisados conjuntamente;
PMRE representa, na empresa comercial, o tempo médio de estocagem de mercadorias; na
empresa industrial, o tempo do ciclo de produção e estocagem;
PMRV expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento;
CICLO OPERARIONAL é a soma PMRE + PMRV, ou seja, o tempo decorrido entre a
compra e o recebimento da venda da mercadoria.
O ciclo operacional demonstra o prazo de INVESTIMENTO; Simultaneamente no
Ciclo Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do
momento da compra;
Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa preocupar-se
com o financiamento, pois ele é automático;
Se o PMPC for superior ao PMRE então os fornecedores financiarão também parte das
vendas;
O período de tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro
(pagamento ao fornecedor) e o momento em que recebe as vendas (recebimento do cliente)
é o período em que a empresa precisa ter capital próprio ou obter financiamento;
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Esse período é denominado de CICLO DE CAIXA ou CICLO FINANCEIRO;
Assim: CF = CO – PMPC
Quanto maior o ciclo financeiro, maior o custo para a empresa, pois representa maior tempo
de utilização de financiamento ou mesmo do capital próprio.
Prazo médio de recebimento de vendas – PMRV
“O volume de investimentos em duplicatas a receber é determinado pelo prazo médio de
recebimento de vendas”.
Elementos da fórmula:
VENDAS DUPLICATAS A RECEBER PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
DAS VENDAS
Assim:
DR = PMRV x Vd
Onde:
DR = Duplicatas a Receber
PMRV = Prazo Médio de Recebimento das Vendas
Vd = Vendas diárias
Como nas demonstrações financeiras é comum termos vendas anuais e não diárias, obtémse :
Vd = V / 360 onde: V = vendas anuais
PMRV = DR / V = DR / (V/360) ou 360 x DR/V
Com isso podemos concluir que o fluxo de entrada de recursos em caixa não
depende do PMRV. Na verdade o DR funciona como uma espécie de reservatório que é
alimentado pelas vendas e, ao mesmo tempo, alimenta o caixa.
O nível do reservatório é determinado pelo produto: Vd x PMRV
4.3.2 – Prazo médio de pagamento de compras - PMPC
É análogo ao PMRV.
Fórmula:
PMPC = 360 x F / C
Onde:
F = Saldo de fornecedores no balanço
C = Compras = EF – EI + CPV
Prazo médio de renovação dos estoques - PMRE
Fórmula:
PMRE = 360 x E / CMV
Onde:
E = Estoques
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
Estoques
O volume de estoques é um dos ativos mais importantes da empresa, notadamente no
comércio que em muitas delas representa o maior ativo.
É importante a perfeita administração dos estoques.
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Deve-se buscar o equilíbrio deste volume:
1. Superdimensionamento.
Inconveniente: Custo do dinheiro investido, custo do manuseio, armazenagem, seguro,
perdas, etc.
2. Sub-dimensionamento.
Inconvenientes: Perda de vendas, aumento do custo de produção, problemas como o
pessoal por falta de produtos.
Também vale lembrar que existem vários de tipos de estoques conforme o ramo de
atividade, tais como:
Mercadoria de revenda empresas comerciais
Matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados empresas industriais.
2.8 Análise Vertical e Horizontal
Ambas as análises prestam-se fundamentalmente ao estudo de tendências. As
empresas e os analistas têm abandonado esta análise, devido à elevada inflação, dinâmica
da economia brasileira e pelas alterações dos procedimentos contábeis, devido a legislação
comercial e fiscal, que é freqüentemente alterado.
Esta análise irá apontar o maior credor e como foram alteradas as participações dos
credores nos últimos três anos. A Análise Vertical calcula o percentual de cada conta em
relação ao total do Ativo, ou do Passivo. Na Demonstração de Resultados cada conta é
calculada em relação a Receita Líquida de Vendas. A Análise Horizontal mostra a evolução
de cada conta em uma série de demonstrações (últimas três como utilizada neste trabalho).
Com esta análise é possível observar o crescimento de cada conta, tornando mais fácil a
análise da empresa, e os rumos que ela tem tomado nos últimos três anos. É desejável que
as conclusões baseadas na Análise Vertical sejam completadas pela Análise Horizontal.
Assim, elas indicam a estrutura do Passivo e Ativo, e suas modificações no decorrer dos
últimos três anos, e é possível analisar em detalhes o desempenho da empresa, onde as
empresas criam metas percentuais, que funcionam como limites de operação para os
administradores.
2.9 – EVA
De acordo com Stewart (1999) , o EVA como medida de desempenho, é a simples
noção do lucro residual em sua forma mais fundamental, ou seja, para que investidores
realizem uma taxa de retorno adequada, o retorno deve ser grande o suficiente para
compensar o risco. Assim o lucro residual é zero se o retorno operacional de uma empresa
for apenas igual ao retorno exigido em troca do risco. Segundo uma edição da revista
Fortune, o EVA é um sistema que está revolucionando a maneira de agir dos executivos de
empresas. Os fundamentos teóricos do EVA foram estabelecidos cerca de quarenta anos
atrás, pelos ganhadores do Premio Nobel de Economia. O nome mais comum dado ao lucro
residual (lucro quando já se desconta todos os custos envolvidos na geração daquele
recurso, inclusive o custo do retorno aos acionistas) é lucro econômico. Cada vez que uma
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empresa gera lucro econômico positivo, ela está gerando mais riqueza que o mínimo
aceitável por quem inicialmente lhe forneceu o capital,os credores e os acionistas. A Stern
Stewart chama o lucro econômico de EVA – Economic Value Added, ou valor econômico
agregado. Para o cálculos do EVA neste trabalho foi usado a fórmula descrita abaixo,
primeiro é necessário saber o WACC (onde foi considerado o imposto de renda
descontado), ou custo de capital da empresa que no caso foi calculado, é necessário também
se saber o
NOPAT e o CAPITAL da empresa, ambos calculados de acordo com o balanço patrimonial
da mesma.
Fórmula:
WACC = %ELP.0,12.(1-0,34) + %PL.0,2
Onde:
ELP – Exigível a longo prazo
PL - Patrimônio Líquido
0,12 e 0,2 – Valores considerados para o retorno de ELP e PL respectivamente
NOPAT = LL – Despesas
CAPITAL = PL + ELP
Onde:
LL – Lucro Líquido
Assim, sabendo todos esses valores podemos agora calcular o EVA da empresa em questão:
EVA = NOPAT – WACC.CAPITAL
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3 - Aplicação - PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS.
3.1 Missão e Valores:
Para a Parmalat, nutrir a vida representa mais que alimentar, significa atender às
necessidades do consumidor, trazendo qualidade, praticidade e inovação para sua mesa.
A missão da Parmalat - nutrir a vida por meio da produção, comercialização e ampla
distribuição de alimentos de alta qualidade - reflete o compromisso de proporcionar
nutrição, prazer e bem-estar a nossos consumidores.
Para alcançar essas metas, todas
as nossas ações têm como base os seguintes valores:
- Criatividade e inovação, com relevância.
- Cultura para a qualidade e prazer na refeição.
- Produtos para toda a família e todas as ocasiões, disponíveis nos momentos e lugares
oportunos.
- Ética empresarial e empresa cidadã.
- Atratividade para os stakeholders.
- Paixão de ser Parmalat.
3.2 Linha do tempo:
Décadas de 1970 e 1980
- A Parmalat inicia suas atividades no Brasil em 1972, associando-se à Laticínios Mococa
S.A.
- É inaugurada a primeira unidade industrial da Parmalat Brasil em Itamonte (MG) no ano
de 1977.
- A entrada de Nelson Piquet na equipe Brabham de Fórmula 1, patrocinada pela Parmalat,
reforça a imagem da companhia no Brasil. Durante sua parceria com a Parmalat, o piloto
brasileiro conquista dois de seus três títulos mundiais (1981 e 1983).
Década de 1990
- Inicia-se o processo de expansão orgânica da Parmalat no Brasil, com a compra de
empresas, ativos e incorporação de marcas de produto. A empresa estende suas operações a
Estados como Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, Rondônia e Ceará.
- Passa a atuar no segmento de leite "in natura", sucos de frutas e, ainda, no de biscoitos e
massas, com a aquisição das marcas Betânia e Duchen, da General Biscuits.
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- Nasce o projeto de co-gestão com times de futebol, como o Palmeiras, de São Paulo (SP),
e o Juventude, de Caxias do Sul (RS).
- Parmalat do Brasil recebe da matriz italiana a missão de coordenar a expansão da marca
na América Latina.
- É criada, em 1996, a Gelateria Parmalat.
- Lançamento da campanha publicitária "Mamíferos" que, em 1997, torna-se uma mania
nacional.
- Começa o processo de reorganização societária do Grupo Parmalat no Brasil, que resultou
na criação da Parmalat Brasil S.A. Indústria de Alimentos.
- O jogador de futebol Ronaldinho, da Internazionale de Milão, passa a estrelar as
campanhas institucionais da empresa.
- É adquirido, em 1998, o controle da Etti Produtos Alimentícios, tradicional indústria do
setor de atomatados.
- A Parmalat torna-se acionista majoritária do capital social na Batavia S.A.
- É criada a Santal Prosport, empresa que passa a administrar o marketing esportivo da
Parmalat no Brasil.
Década de 2000
- Uma nova linha de chás, sucos concentrados e isotônicos, passa a ser produzida, com o
diferencial das embalagens PET, produzidas pela própria fábrica, onde o envase é realizado
de forma asséptica.
- É ampliada a capacidade de produção de leite em pó de uso industrial na unidade de Santa
Helena de Goiás (GO).
- Encerra-se a promoção "Mamíferos", que distribuiu, em quase três anos, mais de 15
milhões de mamíferos de pelúcia.
- As marcas Glória e Avaré são adquiridas pela Parmalat, que estréia no mercado de leite
em pó instantâneo para o consumidor final. (Usar o logo antigo da Glória)
- O Natura Premium chega ao mercado trazendo um novo conceito, que alia o sabor do leite
fresco à praticidade do longa vida. As embalagens - com tecnologia exclusiva da Parmalat são inovadoras, apresentando tampa abre-fecha e sistema de selagem em alumínio.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
15
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
- A marca Glória é completamente renovada, apresentando uma nova identidade visual e
produtos reformulados para garantir as características mais valorizadas pelas consumidoras,
como consistência, cor, textura e sabor.
- A Parmalat revoluciona o segmento de sucos com a segunda geração da linha Santàl. As
mais modernas técnicas de produção e as inovadoras embalagens prisma são utilizadas
nestes produtos, tornando-os referência de qualidade e praticidade para o consumidor.
- É lançada a campanha "Cada corpo tem o Parmalat que precisa". Com a segmentação da
linha de leites, a Parmalat reforça atributos e funcionalidades de cada produto para atender
às necessidades das diversas fases da vida de seus consumidores.
- No final de março de 2003, deu-se início à veiculação da campanha "Viva o Prazer da
Fruta" da Santal, envolvendo ações em televisão, rádio, jornais, outdoor, entre outros meios
de comunicação. Criada pela empresa DPZ, a campanha marcou uma das maiores ações de
divulgação deste setor e posiciona a marca Santal associada a saudabilidade, e estima-se
que atinja 40 milhões de pessoas.
- Outra ação de destaque que atingiu o segundo trimestre de 2003, foi o patrocínio da
Parmalat Brasil na minissérie "Casa da Sete Mulheres", produzida e veiculada pela Rede
Globo. Durante os três meses em que foi exibida, nas chamadas e na apresentação havia a
veiculação da marca Parmalat e do filme publicitário do leite Natura Premium.
- A marca Glória promoveu um concurso de receitas que teve a premiação final no mês de
maio de 2003, e que foi entregue no programa "Mais Você" da Rede Globo, apresentado
por Ana Maria Braga, reforçando o lado culinário dos produtos alimentícios.
- No setor Food Service, a companhia apresentou novidades em embalagens, volumes e
informações adequadas às necessidades deste segmento, que consolidam a sua presença
neste promissor canal de vendas, composto por vários produtos da área culinária e fornos.
A Parmalat Brasil esteve presente na Feira Internacional de Panificação e Confeitaria FIPAN 2003, maior encontro comercial e industrial de pequenos varejos de alimentos da
América Latina, realizada de 5 a 8 de maio de 2003, com uma sala vip apresentando seus
produtos para confecção de saborosas receitas.
- Na linha de refrigerados, a novidade foi a completa renovação das embalagens nas linhas
de iogurte líquido, polpa de frutas, bebidas lácteas e sobremesas. O design e o destaque
dado à logomarca, além de mais atrativo e de destacar-se das demais marcas nos ponto-devenda, permite a localização do produto mesmo a longas distâncias.
- A linha de biscoitos, a partir do final de maio de 2003, passou a adotar a marca Duchen,
que já pertencia à empresa desde meados dos anos 90, e acompanha a estratégia mundial da
empresa para este segmento.
-Informações disponíveis até 2003.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
16
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.3 Fábricas e CEDIS.
- Jundiaí (SP): 1.100 funcionários na produção de sucos e chás Santal; biscoitos e bolinhos
Duchen.
- Araçatuba (SP): 532 funcionários na produção da linha Etti (atomatados, vegetais,
condimentos, geléias e doces em massa).
- Itaperuna (RJ): 231 na produção da linha Glória (leite em pó, creme de leite, leite
condensado, doces).
- Carambeí (PR): unidade da Batávia, possui mais de 200 produtos na linha de lácteos entre
iogurtes, leite UHT, petit suisse,
aromatizados, sobremesas, leite fermentado e queijos.
- Carazinho (RS): 331 funcionários na produção de leite UHT, creme de leite, leite
condensado e Leite Natura Premium.
- Santa Helena de Goiás (GO): 227 funcionários na produção de leite em pó, creme de leite
e molhos lácteos.
- Ouro Preto D'Oeste (RO): 34 funcionários na produção de leite UHT, manteiga e
aromatizados.
- Garanhuns (PE): 151 funcionários na produção de leite UHT, creme de leite e iogurtes.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
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PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.4 Responsabilidade social:
A Parmalat tem plena consciência do impacto causado pela empresa no seu meio,
seja na cadeia de negócios de que faz parte, seja na comunidade ou na sua relação com
meio ambiente.
Por isso, sua atuação na área de responsabilidade social inclui desde investimentos
em segurança e métodos de preservação ambiental até o desenvolvimento de projetos a
partir do Instituto Parmalat, que concentra as ações sociais da empresa.
Entre as diversas iniciativas tomadas pela empresa, estão a criação de um comitê de
Responsabilidade Social, programas de incentivo ao voluntariado corporativo e a
associação ao Instituto Ethos, entidade que reúne empresas que visam ao desenvolvimento
de suas atividades de forma socialmente responsável.
Por meio dessas ações a Parmalat procura construir relacionamentos sérios e
duráveis com clientes, fornecedores, comunidades e colaboradores, pois acredita que elas
são fundamentais para a evolução sustentável da empresa e para o desenvolvimento de um
futuro melhor para toda a sociedade.
3.5 Marcas e Produtos
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
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PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.6 A Crise.
Primeiramente, é importante ressaltar que a Parmalat Brasil S/A, desde sua
fundação, jamais apresentou qualquer resultado positivo, seja ele financeiro ou econômico,
tendo sido mantida em operação no Brasil às custas de enormes subsídios anualmente
concedidos pela matriz italiana.
As notórias dificuldades pelas quais o Grupo Parmalat atravessou a partir do último
trimestre de 2003 tiveram forte influência no desempenho da Parmalat Brasil S/A em 2004.
A partir da Intervenção Judicial ocorrida na matriz na Itália ao final de novembro de
2003, a Parmalat Brasil S/A, vendo-se incapacitada de cumprir seus compromissos
financeiros, uma vez que as remessas de recursos oriundas da Itália, bem como, os
empréstimos bancários, que nivelavam o fluxo de caixa da empresa, foram suspensos.
Entenda como surgiu a crise da Parmalat
O grupo alimentício italiano Parmalat tenta sobreviver após a revelação de um
buraco multibilionário no balanço da empresa, o que gerou a prisão do fundador da
companhia e de outros executivos. Abaixo, uma cronologia da crise a partir de março de
2003.
28 de março - O vice-presidente financeiro da empresa Fausto Tonna pede demissão e é
substituído por Alberto Ferraris; Luciano Del Soldato assume a auditoria.
10 de abril - A Parmalat afirma que usará mais dinheiro para reduzir sua dívida.
11 de setembro - O lucro do primeiro semestre cai 37%, para 120 milhões de euros.
17 de setembro - A Parmalat diz que pagará 1 bilhão de euros em dívida com vencimento
nos próximos três anos e promete lucratividade.
10 de novembro - A companhia informa que 2,65 bilhões de euros em ativos podem ser
liquidados rapidamente, incluindo cerca de 500 milhões de euros em um fundo chamado
Epicurum.
11 de novembro - Com as ações em queda livre, a Parmalat declara "absoluta precisão e
integridade" de seus comunicados financeiros.
14 de novembro - O vice-presidente financeiro Ferraris pede demissão e Del Soldato, da
auditoria, assume o cargo.
9 de dezembro - O especialista em reestruturação corporativa Enrico Bondi torna-se
consultor da empresa. A Parmalat não honra o pagamento de 150 milhões de euros em
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
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PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
bônus e Del Soldato pede demissão. A agência de classificação S&P reduz o rating da
Parmalat para "junk" (alto risco).
12 de dezembro - A Parmalat paga o bônus com quatro dias de atraso, mas somente com
ajuda de emergência de bancos e do governo italiano.
15 de dezembro - O fundador do grupo Calisto Tanzi pede demissão da presidência. Bondi
assume o posto.
16 de dezembro - A PricewaterhouseCoopers é nomeada para revisar a contabilidade da
empresa.
18 de dezembro - A companhia não honra um pagamento a investidores de sua unidade
brasileira.
19 de dezembro - O escândalo explode quando o Bank of America nega a existência de
uma conta de quase quatro bilhões de euros da Parmalat nas ilhas Cayman.
20 de dezembro - Os promotores italianos abrem um processo investigativo. O premiê da
Itália Silvio Berlusconi afirma que o governo vai intervir.
22 de dezembro - A empresa afirma que negocia com acionistas minoritários da unidade
brasileira adiar o fechamento do capital da subsidiária.
24 de dezembro - O grupo italiano pede concordata.
27 de dezembro - Tanzi é preso em Milão. A Justiça em Parma declara a insolvência da
Parmalat.
29 de dezembro - A negociação com as ações da Parmalat na Itália são suspensas. Os
papéis praticamente não têm valor. Documentos da Justiça informam que as dívidas do
grupo podem chegar a 13 bilhões de euros.
30 de dezembro - No Brasil, a Parmalat atrasa o pagamento a produtores de leite.
31 de dezembro - Mais sete executivos são presos na Itália, incluindo Tonna e Del Soldato.
6 de janeiro - A subsidiária da Parmalat no Brasil afirma que vai honrar até 16 de janeiro o
pagamento de uma dívida de R$ 1,5 milhão com produtores de leite. Na mesma data, a
empresa diz que pagará montante superior a R$ 30 milhões relativo a leite entregue em
dezembro. No mesmo dia, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regula o
mercado acionário brasileiro, diz estar investigando os demonstrativos de resultado da
Parmalat Brasil.
12 de janeiro - A unidade brasileira do grupo desfaz a compra de uma unidade da Unilever
que havia sido adquirida em novembro, devido à "situação especial" em que se encontra.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
20
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
14 de janeiro - A policia italiana prende a 10ª. pessoa envolvida na investigação da
Parmalat, Donatella Alinovi, mulher de Fausto Tonna. São apreendidos cheques no valor de
950 mil euros em dois cofres com seu nome, segundo fontes da Justiça.
A unidade brasileira do grupo demite 120 pessoas na unidade de processamento de leite em
Goiás. A empresa suspende por uma semana a produção em sua única fábrica de biscoitos
no Brasil, em Jundiaí, Estado de São Paulo.
16 de janeiro - No Brasil, o banco japonês Sumitomo Mitsui consegue uma ordem judicial
proibindo a venda de ativos da unidade da Parmalat no país. A subsidiária brasileira do
grupo italiano paga R$ 25,4 milhões a produtores de leite, honrando boa parte dessas
dívidas.
19 de janeiro - A polícia italiana prende a 11a. pessoa envolvida no caso, Franco Gorreri.
Diretor financeiro da Parmalat até 1992, ele permanecia como chefe do departamento de
tesouraria.
20 de janeiro - O Bank of America afirma que completou a busca por uma conta de US$
7,7 bilhões da Parmalat, e diz que "ela não existe e nunca existiu na instituição financeira".
No Brasil, um juiz indica dois administradores judiciais para garantir que a subsidiária
brasileira não venda nenhum de seus ativos no país.
23 de janeiro - O contador Alessandro Bassi, 42, morreu ao cair de uma ponte de cerca de
20 metros de altura, em Rubiano, pequena cidade perto de Parma. Para a polícia, trata-se de
suicídio. Já o fundador da empresa foi transferido da prisão para um hospital.
26 de janeiro - O Banco do Brasil consegue uma liminar que permite o arresto de bens e de
estoques da empresa.
28 de janeiro - A Parmalat pede concordata na Justiça na 29ª Vara Cível da Justiça de São
Paulo.
Entenda como funciona a concordata pedida pela Parmalat.
O pedido de concordata preventiva -- protocolado hoje pela Parmalat na 29ª Vara Cível de
São Paulo-- é um instrumento jurídico utilizado para evitar a decretação da falência das
empresas.
A concordada --regulada na Lei de Falências-- pode dar à empresa devedora um prazo de
até dois anos para pagar todos os seus credores.
Pelo menos cinco credores --Orlândia, Italplast, Moinho Pacífico, Tesla e Banco Fibra-pediram a falência da Parmalat na Justiça.
Caso o pedido seja deferido, a empresa concordatária pode ter até dois anos para pagar suas
dívidas.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
21
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
A lei determina que a empresa concordatária pague os chamados credores quirografários -que não possuem garantia real-- 50% da dívida. Isso se o pagamento for feito à vista.
Caso o pagamento seja parcelado, a concordatária tem de pagar 60% da dívida em até seis
meses, 75% em 12 meses, 90% em 18 meses ou 100% em 24 meses.
Neste período, a concordatária fica impedida de vender qualquer tipo de bem sem prévia
autorização judicial e dos credores.
Deve-se também o agravamento da crise da Parmalat a alguns fatores tais como:
−
−
−
−
−
−
Grande parte de suas dívidas é em dólares, fazendo com que a dívida aumente a
cada alta da moeda.
A Parmalat é uma empresa que sempre trabalhou a questão de uso do capital de
terceiros, de modo que no auge da crise seus credores notando a impossibilidade
de pagamento, passaram a não financiar mais créditos à Parmalat.
Sem financiamentos não era possível pagar seus fornecedores.
Sem pagamento, os fornecedores pararam com o fornecimento de matéria prima.
Sem matéria prima não havia produção
Sem produção não há receitas e nem pagamento de contas.
Conclusão, a Parmalat caiu em um ciclo vicioso de maus resultados.
3.7 Balanço Patrimonial Padronizado.
Descrição da Conta
Ativo Total
Ativo Circulante
Financeiro
Disponibilidades
Créditos
Subsoma
Operacional
Clientes
Estoques
Subsoma
Total do Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total do Ativo Permanente
Total do Ativo
31/12/2004
31/12/2003
31/12/2002
31/12/2001
741
119.578
120.319
23.971
109.959
133.930
2.086
177.576
179.662
1.160
160.412
161.572
47.387
83.502
130.889
251.208
283.909
50.086
138.429
188.515
322.445
262.561
40.844
144.364
185.208
364.870
326.994
12.982
118.189
131.171
292.743
84.648
35.381
636.489
0
671.870
1.206.987
41.776
704.226
0
746.002
1.331.008
61.698
775.253
0
836.951
1.528.815
95.786
922.684
2350
1.020.820
1.398.211
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
22
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Descrição da Conta
Passivo Total
Passivo Circulante
Operacional
Fornecedores
Outras obrigações
Subsoma
Financeiro
Empréstimos e Financiamentos
Duplicatas descontadas
Subsoma
Total do Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Capitais de Terceiros
Patrimônio Líquido
Capital Social Realizado e reservas
capital
Lucros e Prejuízos acumulados
Total do Patrimônio Líquido
Total do Passivo
31/12/2004
31/12/2003
31/12/2002
31/12/2001
74.974
300.777
375.751
191.346
45.011
236.357
226.569
25.443
252.012
181.762
40.653
222.415
2.355
0
2.355
378.106
604.264
982.370
301.552
1
301.553
537.910
340.264
878.174
305.891
2
305.893
557.905
282.390
840.295
80.005
3
80.008
302.423
212.932
515.355
1.038.265
1.041.102
1.043.956
1.050.691
-813.648
224.617
1.206.987
-588.267
452.835
1.331.009
-355.434
688.522
1.528.817
-170.182
880.509
1.395.864
Demonstração de Resultados Padronizada
Descrição da Conta
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
Resultado Bruto
Despesas/Receitas Operacionais
Resultado Operacional antes result
financeiros
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Resultado Operacional
Resultado Não Operacional
Resultado Antes
Tributação/Participações
Provisão para IR e Contribuição Social
IR Diferido
Participações/Contribuições Estatutárias
Lucro/Prejuízo do Exercício
31/12/2004 31/12/2003
635.225 1.335.481
-548.858
-960.550
86.367
374.931
-200.712
-445.665
-114.345
-70.734
31/12/2002 31/12/2001
1.324.735 1.127.027
-897.623
-736.296
427.112
390.731
-433.109
-339.146
-5.997
51.585
746
-99.667
-213.266
-14.951
-228.217
0
-118.715
-189.449
-46.238
-235.687
61.857
-192.760
-136.900
-55.087
-191.987
41.990
-90.991
2.584
-63.837
-61.253
0
0
0
-228.217
0
0
0
-235.687
0
0
0
-191.987
0
0
0
-61.253
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
23
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.8 Análise Através de Índices.
Índices
Estrutura de Capital
Participação de Capitais de Terceiros
Composição do endividamento
Imobilização do Patrimônio Líquido
Imobilização de recursos não
correntes
Liquidez
Liquidez Geral
Liquidez Corrente (circulante)
Liquidez Seca
Rentabilidade
Giro do Ativo
Margem líquida
Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Fórmula
CT/PL=
PC/CT=
AP/PL=
2004
2003
2002
2001
437% 194% 122% 59%
38% 61% 66% 59%
299% 165% 122% 116%
AP/(PL+ELP)=
81%
94%
86%
93%
(AC+RLP)/CT=
AC/PC=
(AC-EST)/PC=
0,54
0,66
0,44
0,67
0,60
0,34
0,82
0,65
0,40
0,73
0,97
0,58
0,53 1,00
-36% -18%
-19% -18%
-102% -52%
0,87
-14%
-13%
-28%
0,81
-5%
-4%
-7%
V / AT=
LL / V=
LL / AT=
LL / PL =
A Parmalat aumentou substancialmente seu endividamento de 59%, em 2001, para
437% em 2004, onde mais do que nunca em sua história passou a depender de capitais de
terceiros para equilibrar suas contas. Em 2004 alterou o perfil de sua dívida, de forma que
as dívidas de curto prazo, que eram 59% em 2001, passaram a ser de 38% em 2004,
aumentando seu prazo para pagamento das mesmas. O grau de imobilização do Patrimônio
Líquido que era de 116% em 2001, subiu para 299% em 2004, absorvendo assim todo o
patrimônio líquido e ainda uma significativa parcela de capital de terceiros.
Com esse enorme aumento da imobilização de patrimônio líquido a empresa ficou
sem Capital Circulante. A imobilização de recursos não correntes apresentou-se de forma
elevada, comprometendo a parcela de Capital Circulante Líquido. Por não ter Capital
Circulante Próprio o índice de liquidez geral, que já não era bom veio caindo de 0,73 em
2001 para o valor mínimo até agora de 0,53em 2004. A empresa necessita de medidas
extremas para melhorar esses índices, de modo que em longo prazo a empresa terá de gerar
recursos para atingir um nível razoável para liquidez. Quanto à liquidez seca a empresa
mostrou ligeira melhora de 2003 com 0,34 para 2004 com 0,44, mas ainda sim não foi uma
melhora que o colocasse mesmo em um valor razoável.
Econômico a situação da Parmalat piorou completamente, onde para cada $1,00
investido na empresa percebe-se uma forte queda nas vendas. A margem líquida também é
decrescente. Devido a estes fatos, a rentabilidade do ativo decresce de forma quase que de 2
para 1. Como os índices de rentabilidade são negativos a empresa nunca conseguiria dobrar
seu patrimônio líquido.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
24
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.9 Padrão alimentício.
Classificação:
Índices
Estrutura de Capital
Participação de CT
Composição do End
Imobilização do PL
Imobilização de R ñ C
Liquidez
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Rentabilidade
Giro do Ativo
Margem líquida
Rentabilidade do A
Rentabilidade do PL
2004
1º decil 2º decil 3º decil 4º decil 5º decil 6º decil 7º decil 8º decil 9º decil
49,43% 73,60% 100,29% 117,87% 157,10% 229,49% 281,88% 289,54% 327,29%
40,53% 44,14% 50,21% 57,42% 60,08% 64,89% 72,99% 81,66% 90,38%
63,77% 84,30% 105,48% 111,44% 127,49% 144,15% 171,81% 196,72% 204,07%
51,23% 60,99% 64,98% 68,59% 77,07% 82,88% 84,98% 86,33% 93,13%
Índices
Estrutura de Capital
Participação de CT
Composição do End
Imobilização do PL
Imobilização de R ñ C
Liquidez
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Rentabilidade
Giro do Ativo
Margem líquida
Rentabilidade do A
Rentabilidade do PL
2003
1º decil 2º decil 3º decil 4º decil 5º decil 6º decil 7º decil 8º decil 9º decil
32,35% 84,76% 178,93% 242,64% 247,14% 259,64% 271,63% 274,02% 352,38%
31,73% 35,33% 40,05% 43,02% 46,81% 50,87% 65,84% 79,35% 86,21%
70,91% 92,16% 109,85% 112,48% 128,18% 158,21% 181,18% 188,38% 197,32%
49,42% 56,42% 62,76% 66,54% 70,86% 72,25% 73,08% 74,10% 77,06%
Índices
Estrutura de Capital
Participação de CT
Composição do End
Imobilização do PL
Imobilização de R ñ C
Liquidez
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Rentabilidade
Giro do Ativo
2002
1º decil 2º decil 3º decil 4º decil 5º decil 6º decil 7º decil 8º decil 9º decil
68,57% 122,83% 168,23% 227,21% 254,60% 257,52% 264,39% 305,56% 372,79%
24,03% 29,19% 35,16% 41,24% 48,20% 54,45% 60,10% 64,39% 80,31%
93,91% 97,59% 101,98% 104,95% 111,14% 152,82% 188,68% 196,90% 206,75%
43,19% 46,58% 58,17% 71,59% 76,64% 76,77% 79,93% 85,22% 88,93%
0,61
0,82
0,43
0,66
1,06
0,56
0,67
1,14
0,68
0,77
1,18
0,71
0,87
1,19
0,72
0,90
1,23
0,86
0,96
1,44
1,01
1,31
1,61
1,12
1,74
1,79
1,27
0,55
0,07%
0,04%
0,28%
0,84
0,08%
0,07%
0,28%
0,95
0,11%
0,15%
0,37%
1,01
0,44%
1,00%
3,62%
1,14
2,65%
2,65%
6,82%
1,30
5,60%
6,02%
7,57%
1,51
6,98%
8,62%
10,67%
1,74
8,50%
8,84%
13,68%
2,14
10,94%
9,15%
16,91%
0,67
1,07
0,50
0,68
1,15
0,57
0,75
1,23
0,68
0,83
1,38
0,84
0,87
1,47
1,00
0,92
1,49
1,06
0,95
1,55
1,11
1,30
1,60
1,22
2,33
2,30
1,74
0,53
0,57%
0,25%
1,90%
0,65
0,68%
0,50%
1,90%
0,72
0,71%
0,90%
4,37%
0,73
2,36%
3,30%
7,52%
0,87
4,54%
5,68%
9,87%
1,00
5,89%
7,46%
12,81%
1,10
7,84%
9,05%
17,62%
1,26
12,62%
9,38%
23,66%
1,35
32,30%
16,44%
29,49%
0,65
0,83
0,55
0,65
1,02
0,57
0,69
1,04
0,59
0,84
1,10
0,63
0,95
1,14
0,73
0,97
1,24
0,87
0,99
1,36
0,96
1,02
1,58
1,31
1,16
1,88
1,66
0,48
0,61
0,63
0,64
0,70
0,80
0,87
0,92
1,07
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
25
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Margem líquida
Rentabilidade do A
Rentabilidade do PL
-9,70% -8,52% -6,91% -2,95%
-8,86% -5,90% -2,87%
0,34%
-40,1% -21,55% -21,55% -10,07%
2,95%
2,87%
5,38%
5,61%
5,10%
11,03%
6,61%
5,25%
17,71%
13,65%
8,59%
24,22%
Nota e Conceito:
Como era de se esperar, juntamente com o cenário da crise, veio o DECLÍNIO da
Empresa, espera-se que para 2005 a empresa entre com uma série de medidas na tentativa
de reverter essa queda, e quem sabe recuperar a credibilidade no mercado financeiro, para
que uma empresa tão tradicional não tenha um fim.
Tais medidas devem vir o quanto mais rápido, dado que ela possui uma série de
índices de liquidez com média aproximada de 60% nos últimos anos, mostrando que ela
tem problemas para pagar suas contas. Sua rentabilidade vem caindo drasticamente com
maior valor em 2004, tal fato se deve a diminuição da capacidade produtiva por falta de
matéria prima dos fornecedores. E por fim os índices de estrutura de capital que também
estão de certa forma bem ruins, porém podem receber uma análise positiva, pois uma
empresa endividada deve buscar recursos de terceiros que podem ser pagos de forma que o
dinheiro investido possa geras fluxos de caixa positivos e então melhorar a saúde da
empresa mostrada pelos índices.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
26
37,92%
15,95%
30,58%
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.10 Análise Vertical e Horizontal.
Balanço Patrimonial Padronizado
Descrição da Conta
Ativo Total
Ativo Circulante
Financeiro
Disponibilidades
Créditos
Subsoma
Operacional
Clientes
Estoques
Subsoma
Total do Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total do Ativo Permanente
Total do Ativo
Balanço Patrimonial Padronizado
Descrição da Conta
Passivo Circulante
Operacional
Fornecedores
Outras obrigações
Subsoma
Financeiro
Empréstimos e Financiamentos
Duplicatas descontadas
Subsoma
Total do Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Capitais de Terceiros
Patrimônio Líquido
2004
2003
2002
AV
AH
AV
AH
AV
AH
0%
10%
10%
36%
67%
67%
2%
8%
10%
1149%
62%
75%
0%
12%
12%
100%
100%
100%
4%
7%
11%
21%
24%
116%
58%
71%
69%
87%
4%
10%
14%
24%
20%
123%
96%
102%
88%
80%
3%
9%
12%
24%
21%
100%
100%
100%
100%
100%
3%
53%
0%
56%
100%
57%
82%
0%
80%
3%
53%
0%
56%
100%
68%
91%
0%
89%
87%
4%
51%
0%
55%
100%
100%
100%
0%
100%
100%
2003
AH
AV
79%
AV
2004
AH
AV
2002
AH
6%
25%
31%
33%
1182%
149%
14%
3%
18%
84%
177%
94%
15%
2%
16%
100%
100%
100%
0%
0%
0%
31%
50%
81%
1%
0%
1%
68%
214%
117%
23%
0%
23%
40%
26%
66%
99%
50%
99%
96%
120%
105%
20%
0%
20%
36%
18%
55%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
27
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Capital Social Realizado e reservas capital
Lucros e Prejuízos acumulados
Total do Patrimônio Líquido
Total do Passivo
86%
-67%
19%
100%
Demonstração de Resultados Padronizada
Descrição da Conta
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
Resultado Bruto
Despesas/Receitas Operacionais
Resultado Operacional antes result financeiros
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Resultado Operacional
Resultado Não Operacional
Resultado Antes Tributação/Participações
Provisão para IR e Contribuição Social
IR Diferido
Participações/Contribuições Estatutárias
Lucro/Prejuízo do Exercício
99%
229%
33%
79%
78%
-44%
34%
100%
2004
AV
AH
100% 48%
-86%
61%
14%
20%
-32%
46%
-18% 1907%
0%
1%
-16%
52%
-34% 156%
-2%
27%
-36% 119%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
-36% 119%
100%
166%
66%
87%
2003
AV
AH
100% 101%
-72% 107%
28%
88%
-33% 103%
-5% 1179%
0%
0%
-9%
62%
-14% 138%
-3%
84%
-18% 123%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
-18% 123%
68%
-23%
45%
100%
100%
100%
100%
100%
2002
AV
100%
-68%
32%
-33%
0%
5%
-15%
-10%
-4%
-14%
0%
0%
0%
-14%
AH
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
0%
0%
0%
100%
Alguns números da análise vertical mostram algumas características da Parmalat no
decorrer do tempo, acompanhe os gráficos:
Ativo
1100,00%
1000,00%
900,00%
800,00%
700,00%
600,00%
500,00%
400,00%
300,00%
200,00%
100,00%
0,00%
1996
•
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
A Empresa sempre foi preocupada em crescer no decorrer do tempo.
Seu crescimento foi freado pelo atual momento de crise.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
28
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Passivo Circulante Fornecedores
1300,00%
1200,00%
1100,00%
1000,00%
900,00%
800,00%
700,00%
600,00%
500,00%
400,00%
300,00%
200,00%
100,00%
0,00%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
No momento de ascensão da crise a partir de 2002 os fornecedores cortaram aos
poucos relações com a Parmalat, ou seja, redução da capacidade produtiva por falta
de matéria prima.
Passivo circulante Financeiro
1200,00%
1100,00%
1000,00%
900,00%
800,00%
700,00%
600,00%
500,00%
400,00%
300,00%
200,00%
100,00%
0,00%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
De 2003 a 2004 a Empresa, devido à incapacidade de pagamento, reduziu os
pagamentos de empréstimos e financiamentos.
A Análise Horizontal se baseia na proporção de cada conta de uma demonstração
financeira, veja algumas análises:
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
29
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Total do AP
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
A Empresa sempre imobilizou grande parte do seu Ativo
Total do AC
25%
20%
15%
10%
5%
0%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
A Empresa sempre manteve um nível médio de 20% do Ativo Circulante, mesmo
antes do crescimento em 1997 e 1998.
Ativo RLP
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Nos últimos três anos devido à crise a Empresa se utiliza muito empréstimos a
longo prazo.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
30
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
PC - Outras obrigações
25%
20%
15%
10%
5%
0%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Com a falta de subsídios vindos da Matriz, e o elevado endividamento em moeda
estrangeira, notou-se um aumento elevado desta conta após a crise.
PC - Financeiro
25%
20%
15%
10%
5%
0%
1996
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Com a crise em 2003 os empréstimos à Parmalat que vinha de valores elevados, se
reduziram quase à zero em 2004.
CT
100%
80%
60%
40%
20%
0%
1996
•
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Um dos melhores indícios de que a Parmalat mostrou boa saúde financeira por volta
de 2000 se nota neste gráfico com o baixo índice de capital de terceiro.
Neste também se nota que com a crise veio a necessidade de se buscar o
endividamento a partir de 2002.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
31
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Lucro/Prejuízo do Exercício
-40%
-35%
-30%
-25%
-20%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
LP Acum ulados
-80%
-60%
-40%
-20%
0%
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Total do PL
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1996
•
•
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Como se pode notar nos três gráficos a Empresa se apresentava com boa saúde
financeira no crescimento de 1997 a 2000, talvez pelos grandes subsídios
advindos da Matriz.
Como se pode notar nos três gráficos a Empresa aumentou drasticamente seu
endividamento ano a ano e reduziu seu Patrimônio líquido.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
32
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.11 Prazos médios:
CICLO OPERACIONAL
300
252
250
200
150
82
100
50
44
27
71
70
62
92
100
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
CICLO DE CAIXA
250
208
200
150
100
50
0
-17
-19
-58
-50
-29
2
-21
29
-1
-100
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
2004
33
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Dado o cenário de crise ode mos perceber para os valores dos prazos algumas
características interessantes, dentre elas podemos perceber um ciclo operacional
razoavelmente curto, dado que é uma empresa que negocia produtos de baixo valor
agregado, em 2004 devido à crise ela por ter uma capacidade de pagamento de contas
reduzida, ela mais que dobrou esse valor.
O ciclo de caixa da Parmalat é negativo como se pode notar, representando que ela
sempre trabalhou com seus estoques totalmente financiados, em 2004 nota-se uma mudança
nessas contas, sendo bom salientar que em 2004 a Parmalat reduziu quase que pela metade
a receita líquida de vendas devido à queda na produção por falta de matéria prima.
3.12 Previsão de Falência pela fórmula de Kanitz:
PF - Previsão de Falência pela fórmula de Kanitz
2,45
2,50
2,39
2,03
2,00
1,65
1,50
1,41
1,08
1,00
1,43
1,01
0,50
0,28
0,00
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
•
Como se pode notar a Parmalat, que já apresentou uma certa tranqüilidade com
relação a este índice por volta de 2000, está em declínio acentuado, se o cenário da
Empresa não se modificar ela pode entrar em estado de insolvência em pouco
tempo.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
34
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
3.12 E.V.A. (Economic Value Added).
É da história da empresa nunca apresentar qualquer tipo de rentabilidade, e
conseqüentemente nenhum valor econômico, não fosse somente isso a situação de crise
agravou drasticamente o resultado deste medidor, que obteve um pico em 2004 o colocando
ainda mais negativo.
EVA NOPAT - WACC * CAPITAl
Ano
2004
2003
2002
EVA = -187919 -161117 -127913
2001
-94545
2000
-40270
1999
-42577
1998
-44264
1997
-57455
1996
-143
EVA
0
-50000
-100000
-150000
-200000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
•
Declínio a partir de 2000 mostra que a empresa não está crescendo, muito pelo
contrário, diminuindo muito rápido.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
35
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
4 Conclusão
Como se pode perceber no decorrer do trabalho a Parmalat é uma empresa que
sempre se preocupou em manter um crescimento no período analisado, sendo uma
compradora agressiva de marcas em setores como biscoitos, sucos e molho de tomate,
mesmo sempre apresentando baixos índices gerais. Utilizou fortemente de capitais de
terceiros para honrar seus compromissos, e agora mais do que nunca no período de crise
esta aproveitando dessa saída para amenizar o efeito da crise.
A participação de mercado da Parmalat no Brasil não resistiu intacta a cinco meses
de escândalos financeiros, pedido de concordata e uma polêmica intervenção judicial. Os
principais beneficiados da derrocada foram a Nestlé, a Unilever e diversas marcas pequenas
de leite longa vida.
De dezembro de 2002 a janeiro de 2003, a Parmalat possuía 14,4% do mercado de
longa vida, segundo dados obtidos pela Folha. Entre novembro e dezembro de 2003, a
participação caiu para 10,5%. O "market share" da multinacional italiana já vinha em queda
no Brasil devido à política da empresa, adotada desde o ano retrasado, de reduzir a
produção para aumentar a rentabilidade, após seguidos prejuízos.
Após o estouro da crise, o percentual desabou em dezembro e janeiro para 8,7%,
segundo a AC Nielsen, que divulga seus levantamentos apenas para executivos de
companhias. Cada ponto percentual equivale a 4.782 litros.
Queda na Participação de Mercado
n
uc
he
B
is
c
de
oi
to
s
D
to
m
Et
ti
pó
em
ol
ho
M
A
G
ló
ria
le
ite
d
G
ló
ria
at
m
al
co
n
Le
ite
Pa
r
d
co
n
Le
ite
Le
ite
em
pó
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Ativos Após a matriz recuperar o comando sobre a empresa, depois de dois meses
de intervenção judicial, diferentes segmentos da indústria de alimentos esperam que a
multinacional se desfaça de marcas e fábricas.
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
36
PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS
Com a crise, o caminho seria vender as que não geram caixa para centrar esforços
nas operações principais da empresa, Como a Duchen, de biscoitos, cuja participação é
muito pequena no mercado, e a Etti, de molhos de tomate, já que esse segmento é
dominado pela Unilever, com a marca Knorr/Cica.
Um ano e meio depois do estouro do escândalo financeiro que abalou a Parmalat,
um rombo estimado em 14 bilhões de euros, a subsidiária brasileira está mais eficiente e
rentável, ainda que a participação de mercado não tenha sido totalmente recuperada. A
Parmalat Brasil deve registrar neste ano seu primeiro lucro operacional na história da
empresa no País.
"Hoje, nossa rentabilidade, com uma captação mensal de 50 milhões de litros de
leite, é maior do que quando captávamos 73 milhões de litros", diz o diretorsuperintendente de operações, Othniel Rodrigues Lopes. Quanto maior é essa rentabilidade
é difícil precisar, pois as contas da empresa pré-crise não são consideradas confiáveis.
"Nosso foco é rentabilidade, e não participação de mercado", diz Lopes. "Fizemos
um esforço de recuperar a confiança dos produtores e de retomar espaço na gôndola. Agora,
a meta é retomar os canais de distribuição perdidos durante a crise".Quando isso acontecer,
calcula Lopes, o faturamento da Parmalat deverá ser até 10% acima do que era antes,
mesmo que a participação de mercado seja inferior. Isso se dá porque em alguns casos a
empresa reposicionou preços para ampliar margens.
A Eficiência nos últimos 12 meses, no trabalho da Íntegra, consultoria contratada
em abril de 2004 pela matriz italiana para dar mais rentabilidade ao negócio, se concentrou
em retomar a produção com o máximo de eficiência. "Começamos a ligar as unidades
produtivas e saímos a vender sem preocupação com volume. Produzíamos o volume
possível, diante da falta de capital de giro e da desconfiança inicial do fornecedor", diz
Lopes. Por isso, afirma, a recuperação em volume foi mais lenta. "Tínhamos de retomar aos
poucos, com firmeza de decisão e demonstrando crescimento consistente."
Só de gasto fixo com logística, a empresa conseguiu economia de R$ 700 mil por
mês. Nas embalagens, pequenas alterações aqui e ali, como a eliminação de rótulo, com
impressão direta na lata, trouxeram economia de R$ 5 milhões ao ano. A empresa reduziu
de 280 para 191 as opções de tamanhos e formatos de embalagens em todas as suas linhas.
Além disso, buscou reduzir a ociosidade das fábricas com a venda de capacidade para
terceiros e também com a produção de marca própria para grandes redes varejistas.
Economia: em outros casos, visando economias em transporte e armazenagem, por
exemplo, a empresa transferiu sua produção para fábricas de terceiros. "Procuramos
acordos que agreguem algum valor ao nosso negócio", diz Lopes. Um exemplo é o contrato
com a empresa gaúcha MuMu, que irá processar 1 milhão de litros de leite pasteurizado
para a Parmalat em sua unidade de Viamão (RS). Em troca, a Parmalat processará igual
volume de leite UHT para a MuMu, que não trabalhava com esse tipo de leite, em sua
unidade de Carazinho (RS).
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Como não pode se desfazer de ativos por estar em concordata, a fábrica de biscoitos
ganhou foco regional. "Estamos ampliando a distribuição, mas como o frete encarece muito
o biscoito, vamos nos concentrar no Rio e em São Paulo", afirma o executivo.
Hoje, de uma capacidade real de 60 mil toneladas de produtos, a empresa está
produzindo 35 mil toneladas. "A empresa tem grande potencial, sem necessidade de
grandes investimentos", diz Lopes. "A base operacional é boa, as plantas são razoavelmente
modernas".
Depois de ver seu faturamento cair pela metade no ano passado, de R$ 1,5 bilhão
para R$ 753 milhões, a Parmalat caminha hoje para encerrar 2005 com R$ 1,18 bilhão em
vendas. Com a casa arrumada, a empresa começa até a falar em inovação. "Estamos
preparando novidades em leite para o ano que vem", revela Lopes. Na divisão de derivados
de tomate, da marca Etti, está previsto o lançamento de uma linha premium. A Gelateria
Parmalat, que hoje conta com 28 lojas franqueadas, pretende chegar no final de 2006 com
40 lojas. A estratégia faz parte do plano de expansão da empresa
Credores: As próximas semanas serão decisivas para a Parmalat. No dia 2 de julho,
quando o pedido de concordata completa um ano, vence o prazo para a conclusão da
renegociação das dívidas com os credores, estimada em R$ 1,8 bilhão. No total, são 17
bancos, sendo que cinco compõem o comitê de credores. A proposta inicial da matriz
italiana era transformar os atuais credores em acionistas da empresa, que então assinariam
um acordo de licenciamento de marca de dez anos com a Itália.
Modelo semelhante foi adotado recentemente na Argentina e no Uruguai. No
entanto, a proposta enfrenta resistência de alguns bancos no País. No mês passado, o
próprio presidente do conselho de administração da Parmalat, Nelson Bastos, admitiu que o
modelo no Brasil não deve passar pela troca de ações por dívidas. Uma alternativa seria a
emissão de debêntures e o alongamento do prazo de pagamento.
Por fim é bom salientar algumas características adquiridas para realização do
trabalho, tais como iniciativa para pesquisa das relações da empresa com clientes e
credores, observar um cenário de competitividade e como a crise de uma empresa favorece
outra no market share, capacidade de analisar e classificar com relação às contas, um setor
de atividade as empresas, a evolução das contas da empresa, compara-las no tempo e
compara-las com elas mesmas.
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5 Bibliografia
- Matarazzo, D., Análise Financeira de Balanços , 6ª Edição, Ed. Atlas, São
Paulo, 2003;
- Notas de Aula do curso de Contabilidade Gerencial da Unifei ministrado pelo
professor Edson Pamplona;
- Site www.parmalat.com.br - PARMALAT BRASIL S.A. IND DE ALIMENTOS;
- Site www.cvm.gov.br - Comissão de Valores Mobiliários
- Site www.yahoo.com.br - Portal Yahoo.
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