EDITORIAL

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EDITORIAL
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A aqüicultura sustentável é um tema atual em todos os congressos de aqüicultura. É importante lembrar que
a aqüicultura será sustentável desde que seja economicamente viável, ecologicamente correta, socialmente
justa e culturalmente aceita, ou seja "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade
das gerações futuras de suprir as suas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD) da Organização das Nações Unidas. Atualmente, a sustentabilidade tem sido discutida em todos
os lugares, mas é importante lembrar que nós podemos colaborar dentro de nossas casas, nossos
laboratórios, preservando o meio ambiente e planejando melhor nossas atividades.
As boas práticas de manejo, associadas ao planejamento contribuem para que o meio ambiente seja menos
agredido na implantação de um projeto de aqüicultura.
Dra. Teresa Cristina Ribeiro Dias Koberstein
Responsável pela edição
A
nova diretoria da Aquabio – Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática, tomou posse
no dia 15 de maio, pp., no Caunesp- Jaboticabal. A diretoria ficou assim composta: Presidente: João
Donato Scorvo Filho, Vice-presidente: Ronaldo Cavalli, Secretaria: Célia Maria Dória Frasca
Scorvo, Secretária Executiva: Teresa Cristina Ribeiro Dias Koberstein, Tesoureiro: João Batista K.
Fernandes, Editor-chefe: José Eurico Possebon Ciryno. Conselho Consultivo: Phillip Scott, Eudes Correia, Luis André
Sampaio, Débora Fracalossi, Julio H. Leonhardt. A gestão desta diretoria será de 2007 a 2009 e terá como compromisso,
promover o desenvolvimento educacional, científico e tecnológico da aqüicultura, biologia aquática e áreas afins.
Da esquerda para direita: Ronaldo Cavalli, Phillip Scott, João
Scorvo, Célia Frasca Scorvo, Elizabeth Urbinati, Teresa Cristina
R. D. Koberstein, Débora Fracalossi. Atrás: Dalton José
carneiro, Julio H. Leonhardt, Eudes Correia e João Batista K.
Fernandes.
1
No período de 30 de novembro a 4 de dezembro de
2006, os professores Dalton e Maria Inez,
participaram em Havana – Cuba, do Programa da
Comissão
Oceanográfica
Inter-governamental
(COI-UNESCO)
“Leadership
Development
Workshop”. Estavam presentes neste programa 21
Diretores e/ou Representantes de Instituições
ligadas, principalmente, à Pesquisa e Ensino em
Oceanografia e Aqüicultura da América Latina
(Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México
e Peru), além de representantes da UNESCO,
responsável pela organização do evento. O
workshop, que teve como facilitador o sul-africano
Ian Dean, possibilitou, a partir de um trabalho
bastante intenso e dinâmico, a discussão sobre as
características e atitudes necessárias para o
desenvolvimento de uma liderança eficaz e das
habilidades necessárias para o sucesso do trabalho
em equipe. O encontro proporcionou um ambiente
de discussão e aproximação entre os responsáveis
por Instituições da América do Sul e Caribe com
perspectivas de um desdobramento para o
desenvolvimento de pesquisas conjuntas em temas
estratégicos para os países envolvidos.
Dr. Gilson L. Volpato
RECAW – Research Center on Animal Welfare
Depto. Fisiologia – IBB – Caunesp - Unesp
[email protected]
Há uns 10 anos, o Dr. Wagner C. Valenti pesquisou o motivo da
negação de artigos de brasileiros em periódicos internacionais de bom nível.
Uma constatação unânime entre esses editores foi que o inglês não é a
principal barreira, mas sim o estilo científico. Construir uma frase em inglês
correto não é difícil, mas dizer a mesma coisa no estilo científico requer
maior experiência. Uma editora da revista Science me garantiu que o inglês
não era o problema para a Science. Segundo ela, se percebem que a pesquisa
é interessante para os critérios da revista, os próprios editores fazem o acerto
do inglês.
Abaixo não falarei das discriminações que acontecem aos nossos artigos, mesmo que
reais, pois estou convencido de que a competência do autor é suficiente para ultrapassá-las.
Vamos diretamente às 10 principais causas da negação de um manuscrito científico.
1) Revista errada. Ao submeter um
artigo de piscicultura a uma
revista de Zoologia, a negação
poderá advir do prisma de análise
dos assessores (ditado pelo escopo
da revista). Assim, vão requerer
uma abordagem teórica, criticando
a abordagem prática. Outro caso
importante é o periódico escolhido
é de nível muito superior ao de seu
manuscrito. Coloque o pé no chão
e seja realista; se quiser subir,
melhore a pesquisa.
2) Objetivo sem novidades, pouco
inovador. Nos bons periódicos
publica-se não o que está correto,
mas sim os textos corretos que
trazem conclusões inovadoras. Por
2
exemplo, concluir que numa
espécie ainda não investigada os
estressores causam elevação de
cortisol não justifica publicação,
pois é o esperado. A novidade do
estudo é o primeiro item a ser
examinado. Com isso as revistas
buscam atrair leitores, aumentado
assim o fator de impacto. Note que
o objetivo da pesquisa é definido
bem no início do estudo e já pode
estar determinando o sucesso, ou
insucesso, da publicação.
3) Objetivo restrito, de interesse
local. Não faça pesquisa local,
mas use dados de um local para
fazer Ciência. Não se acomode à
especificidade da sua região, mas
tente entender por que ela difere
de outras, pois aí poderá fazer
Ciência. Se o objetivo for restrito,
um
periódico
de
alcance
internacional não vai publicá-lo.
Mostre porque seus dados
regionais, locais, têm interesse
para pessoas de outros países.
4) Introdução que não introduz! A
falha está nas Introduções que não
mostram claramente as razões que
justificam o objetivo teórico do
estudo. As instituições que exigem
projetos com Introdução separada
de Justificativas fazem um
desserviço à Redação Científica.
Não é necessário incluir históricos
da revisão da literatura. Uma
Introdução deve permite ao leitor
adivinhar o objetivo do estudo
antes de lê-lo.
5) Delineamento
experimental
inadequado. Pode faltar algum
tratamento
experimental
(geralmente
algum
controle
importante, como os controles
positivos). Pode haver falta de
controle de variáveis; por ex.,
quando montamos tratamentos
relativos a uma variável (por ex.,
tipos de ração), mas incluímos
outra sem percebermos (por ex.,
comunicação da água entre os
tratamentos). Mas há causas mais
sutis, como considerar o número
de peixes num tanque como o
número de réplicas; testar várias
variáveis, mas com baixo número
de réplicas; quantificar variáveis
que não indicam o que se pretende
estudar (por ex., medir cortisol e
se referir a bem-estar); não usar
controle positivo para mostrar que
a técnica correta foi corretamente
usada etc.
6) Estatística
inadequada.
Atualmente, o emprego de
estatística é quase uma exigência.
Até na área de Morfologia, que
resistiu bastante, já estão se
empregando decisões estatísticas
para se dizer o que é maior ou
menor. Na ignorância estatística,
ou mesmo na ânsia de confirmar
suas hipóteses, os autores acabam
buscando estatísticas nem sempre
apropriadas. Usar programas
estatísticos
desenvolvidos
localmente
também
causa
rejeição; use-os apenas se foram
publicados
em
periódico
conceituado.
7) Falta ou excesso de resultados.
Inclua apenas os resultados
necessários pelos quais os autores
elaboraram as conclusões do
estudo. Para qualquer conceito
teórico apresentado mostre os
dados que o sustenta. Se falar em
estresse,
mostre
medidas
fisiológicas de estresse e não
condições de estressores. Se falar
em saúde, apresente resultados
que
permitam
inferências
indubitáveis sobre a saúde dos
animais. Mas elimine excessos
sem que falte alguma coisa.
Compare o texto científico a um
edifício que deve ser construído
com o mínimo possível de
material.
O
material
corresponderia aos resultados e
referências (bases empíricas da
pesquisa) e o edifício à conclusão
do
trabalho.
Elimine
todo
“material”
que
não
for
imprescindível para sustentar o
edifício.
8) Discussão fofoca. É a Discussão
de apenas compara passivamente
os resultados com a literatura. Por
exemplo, escreve-se que o valor
de pH foi de 7,2, mas que fulano
obteve valores de 6,8, sicrano de
7,3 e beltrano de 7,0. A partir daí,
discute outra variável, novamente
no estilo fofoca. A Discussão deve
guiar o leitor da metodologia, dos
resultados e da literatura até as
conclusões do estudo. Deve ser
um argumentativo e mostrar ao
leitor porque a explicação sugerida
pelos autores deve se aceita.
9) Excesso de referências. Grande
número de citações não garante
verdade. A credibilidade vem da
qualidade da referência. Evite
referências que não trazem todas
as
informações,
referências
desconhecidas ou de difícil acesso.
Em 18 de abril de 2007, o Caunesp recebeu a
visita dos Doutores Mohamed Zaki, Sohby
Sallan, Professores da Universidade de
Alexandria,
Egito,
que
vieram
acompanhados por Ives Claudio S. Bueno, pós
graduando do CENA, em Piracicaba. O Prof. Zaki
trabalhou seis meses no Laboratório do Prof. José
Portanto, não cite resumos em
congresso, nem mesmo os
resumos
expandidos.
Em
congressos
internacionais,
é
comum
que
nos
resumos
expandidos seja incluída a
mensagem
“EXPANDED
ABSTRACT ONLY: DO NOT
CITE”. Da mesma forma, não cite
artigos em português (mesmo que
possuam Abstracts em inglês ou
tabelas e figuras bilingües), teses
(mesmo que em inglês), livros em
português, apostilas etc. Exclua
também as citações como
argumento de autoridade: “A
piscicultura é uma atividade em
expansão (Silva 1998)”. Nessa
citação, certifique-se de que Silva
(1998)
mostra
resultados
indicando tal expansão; do
contrário, se for apenas uma
afirmação de Silva, então exclua a
citação e mantenha a frase, pois se
Silva disse, por que você também
não pode dizer.
10) Ausência de Conclusão. Lembrese, a conclusão de um trabalho
deve ser teórica. Há poucas
exceções, como no caso da
validação de uma técnica. Mesmo
assim, há a inferência teórica de
que aquela técnica é exata, precisa
e fidedigna... portanto, válida. Os
dados
obtidos
devem
ser
interpretados e a argumentação
dessa interpretação ocorre na
Discussão, culminando com a
interpretação, que é a conclusão
do estudo. Se se prender demais
aos dados impede a construção de
idéias
científicas;
avançar
exageradamente além dos dados
constrói apenas fantasias. O meio
termo é necessário!
Eurico (Zico) Possebon Cyrino, na ESALQ, e
pretende dar continuidade às suas investigações,
realizando um estágio de Pós-Doutorado no
Caunesp, e pesquisando o efeito de várias plantas
medicinais sobre a saúde, a eficiência reprodutiva e
o desempenho de larvas e juvenis de tilápia do Nilo.
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Foi realizado no dia 28 de abril, o curso de técnicas de reversão sexual em
tilápias,coordenado pela Profa. Dra. Teresa Cristina Ribeiro Dias Koberstein. O curso
teve a participação de 22 profissionais da área, dos estados de Mato grosso do Sul,
Minas Gerais, Brasília, Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O curso teve o
apoio da Aquabio e da têxtil Sauter.
A Profa. Eliane Gonçalves de Freitas comunicou que está
organizando o XXV Encontro Anual de Etologia (evento
nacional sobre comportamento animal), o qual ocorrerá de 14
a 17 de novembro de 2007, no IBILCE, UNESP, em São José
do Rio Preto. Informou que o Prof. Dr. Rui Oliveira (Lisboa,
Portugal), especialista em comportamento e fisiologia de
peixes, irá participar do referido Encontro. A Profa. solicitou
auxílio do CAUNESP para a vinda desse pesquisador.
Realização de acordo e assinatura do Memorando de Acordo
entre a Universidade Estadual Paulista- Centro de Aqüicultura
da UNESP e a The Ohio State University (OSU), OH, EUA,
que viabilizará a execução do projeto “Reproduction of pacu
(Piaractus mesopotamicus) and surubim (Pseudoplatystoma
tigrinum) and new paradigmon nutrition of tropical fishes”, que
teve recentemente seu financiamento aprovado pelo
Aquaculture- Collaborative Research Support Program (AACRSP/USAID), tendo como Leader Xountry Principal
Investigator o Dr. Konrad Dabrowski (OSU) e a Dra. Maria
Célia Portella como um dos Host Country Principal
Investigator.
LANÇAMENTO DE LIVRO
ISBN: 978-85-98605-15-9
Autor: Gilson Luiz Volpato
Prefácio: Dra. Verônica Coelho, médica pesquisadora do Instituto do
Coração (INCORN)
Edição: 1ª
Ano: 2007
Editoras: Cultura Acadêmica Editora & Scripta Editora
Páginas: 125
Preço: R$ 30,00
Vendas: Best Writing Comércio de Livros Ltda.
([email protected])
SINOPSE
Trata a ciência da redação científica de forma genuína, mesclando
filosofia, teoria, prática, sociologia... aplicando esse conhecimento
teórico diretamente à estruturação de um texto científico. Os conceitos
e prática abordados são úteis para o direcionamento na construção de
um texto científico, seja de artigo, de monografia, de dissertação ou de
tese... a lógica é a mesma. O autor defende que erros nesses conceitos
são os causadores da negação dos artigos nos bons periódicos
internacionais. Assim, discorre sobre a redação científica considerando
a publicação apenas como um passo intermediário da problemática
científica, sendo o ponto final a aceitação das idéias do texto pela
comunidade científica da área. Essa aceitação é atualmente o requisito
mais importante para se avaliar quem é quem na ciência (sendo usado
desde os conceitos do Fator de Impacto até o mais recente Índice h). Os
principais conceitos discutidos estão nos seguintes tópicos gerais: bases
da ciência moderna, a criação de idéias, a lógica da pesquisa, a
estrutura do experimento e a comunicação científica. Ao final de cada
conceito explicado, o autor mostra a implicação direta que esse
conceito traz para a prática da construção de um texto científico. Para
isso o autor usa sua experiência prática como pesquisador na área
Fisiologia e Comportamento de Peixes, com grande experiência na
ciência internacional, sua participação como editor chefe do periódico
ARBS Annual Review of Biomedical Sciences, como ex-presidente do
Conselho de Editores Científicos da Unesp (englobando as três áreas do
saber) e como ministrante de dezenas de cursos de pós-graduação e
palestras sobre Metodologia e Redação Científica nas universidades
brasileiras há mais de 20 anos.
O autor é Biólogo, Prof. Adjunto do Departamento de Fisiologia do IB de Botucatu, Unesp, pesquisador do Caunesp e bolsista de produtividade em pesquisa junto ao
CNPq (1C). Autor de outros 3 títulos nesta área (totalizando 9 edições) e 2 títulos na área biológica.
Centro de Aqüicultura da UNESP
-CAUNESPReitor
Prof. Dr. Marcos Macari
Vice-Reitor
Prof. Dr. Herman Voorwald
Diretor
Prof. Dr. Dalton José Carneiro
Vice-Diretora
Profa. Dra. Maria Inez Espagnoli G. Martins
Editora
Dra. Teresa Cristina Ribeiro Dias Koberstein
Diagramadora
Elisandra Pereira
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Endereço:
Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellani, s/n
Jaboticabal – SP – 14884-900
Fone: (16) 3203-2110 / Fax: (16) 3203-2268
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