I - Medula espinhal
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I - Medula espinhal
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Neuroanatomia 2004/2005 Medula Espinhal -Parte II- 6ª aula teórica Leccionada pelo Prof. Dr. Manuel Barbosa Relembrando alguns dos conceitos de que falamos a aula passada… • Fibras finas-vão para o feixe dorsolateral • Fibras grossas – vão incorporar-se nos 2cordões – o gracilis e o cuneiforme (c/ axónios de maior tamanho – tipo Aα e Aβ) Organização Laminar: Lâmina 1-o feixe dorsolateral impede que o corno posterior da medula atinja a superfície. Esta é a lâmina marginal ou de Waldeyer. Lâmina 2-substância gelatinosa de Rolando – pequenos neurónios e interneurónios. Lâminas 3 e 4-núcleo próprio. Lâmina 7-colunas intermédio-medial, intermédio-lateral e núcleo torácico ou de Clarcke (vai de C8 a L4). Zona intermediária ou zona autónoma (parte lateral) sendo que a porção medial é uma zona proprioceptiva por excelência que é o núcleo de Clarcke. Lâminas 1,2,3 e 4-exteroceptivas 5 e 6-propriocetivas.. Fibras que entram na Medula(Vias Aferentes): • Componente Medial ou Proprioceptivo: propriocepção - forma de aferências que provêm dos derivados mesodérmicos-ossos, músculos e tendões e fusos neuromusculares. Sensação de movimento e vibração. • Componente Lateral ou Exteroceptivas: veiculam informação do derivado ectodérmico – dor, tacto e pressão. • Sensibilidade Introceptiva – tem a ver com o S.N.Autónomo vegetativo. Tanto nas vias proprioceptivas como nas exteroceptivas, o primeiro neurónio da via está localizado no gânglio dorsal raquidiano. As fibras entram na medula, e podem acontecer várias coisas: • Podem atravessar toda a medula sem fazer sinapse. Há fibras que sobem pelos cordões posteriores e que atingem núcleos do bolbo, o núcleo cuneiforme e núcleo gracilis, que são os locais onde terminam o feixe cuneiforme e gracilis respectivamente. Estes núcleos podem, assim, receber aferências directas do gânglio dorsal raquidiano. Pergunta: onde podem terminar as fibras do primeiro neurónio das vias proprioceptivas e exteroceptivas? Resposta: • Ou na substância cinzenta da medula onde fazem sinapse com o segundo neurónio da via, o qual poderá subir ou descer; • Aquelas dos cordões posteriores podem subir até aos núcleos gracilis e cuneiforme, podendo ascender até ao nosso bolbo. Poderíamos pensar que se limitariam a subir ou descer na medula, mas de facto, não é assim. Podem atingir o bolbo e sair da medula sem fazer sinapse. Não estão confinadas à medula. Também vos queria alertar para isto, este núcleo dorsal ou de clarck existe só de T1 a L2, e vai receber aferências proprioceptivas inconscientes. Nos sítios onde não existe este núcleo, isto é, abaixo de L2 e acima de T1, os trajectos das fibras para atingirem o seu alvo tem que ser diferente daquele que acontece entre T1 e L2. Assim: • Entre T1 e L2 as fibras procuram o segmento acima ou segmento abaixo após a sua entrada na medula e sinaptizam no núcleo de Clarck. • Fibras Inferiores: sobem pelo cordão posterior, no feixe gracilis e terminam na parte inferior deste núcleo (depois de fazerem esta ascenção). • Fibras Superiores: de C8 a C1, sobem através do feixe cuneiforme e vão encontrar no bolbo um núcleo cuneiforme acessório (similar ao núcleo de Clarck). Quando os axónios que entram na medula não encontram o seu alvo, tem trajectos que os levam a procurar, ou o próprio alvo, ou situações de recurso, a procurar o próprio alvo como nos membros inferiores ou a procurar um outro núcleo como acontece na parte cervical. Isto tem importância porquê? Porque falaremos de feixes espinocerebelosos e a informação proprioceptiva não consciente tem um trajecto diferente consoante as fibras que entram entre T1 e L2,as que entram entre C8 e C1, e as que entram abaixo de L2. Sensibilidade proprioceptiva e exteroceptiva: Qualquer uma delas pode ser consciente ou inconsciente. Sensibilidade exteroceptiva consciente: é o tacto grosso, dor, temperatura e pressão. →Tipos de Tacto: 9 Tacto Grosso: envolve uma certa forma de pressão. Consiste em sentir a forma da estrutura com base no delinear da mesma. É uma forma de sensibilidade protopática. 9 Tacto Fino: pesquisa-se com os olhos fechados fazendo passar uma estrutura muito fina, geralmente algodão. 9 Tacto Discriminativo: capacidade que nós temos de saber que a partir de determinado momento em vez de uma picada de um compasso de pontas, sentimos duas. O Tacto Fino e o Tacto Discriminativo são formas de sensibilidade epicritica (muito discriminativa). Isto deve-se ao trabalho de um fulano (desculpem, mas não consegui perceber o nome do individuo) no séc. XIX que descreveu uma área ao cortar a mão, uma área de sensibilidade total e absoluta de anestesia e depois uma área periférica onde tudo estava preservado, mas entre as duas há uma zona onde não encontrava tacto grosso, nem dor discriminativa fina. Assim, o que nos permite saber se um compasso pica duas vezes ou apenas uma vez não se encontrava naquela zona. Daqui ele concluiu que podia haver dois sistemas de transmissão de exterocepção: 9 Sistema mais elaborado – uma estrutura epicrítica; 9 Uma estrutura protopática ou uma dor muito violenta, de tudo ou nada, que nem chega a atingir o córtex e fica no tálamo; Isto tudo para dizer que o reflexo do mundo exterior, e da exterocepção pode chegar ao nosso córtex e neste caso temos exterocepção consciente. Mas pode ficar a níveis inferiores. O cérebro está constantemente a receber informação exteroceptiva. Por exemplo, se me chegarem com 1 foco luminoso numa sala às escuras eu assusto-me e reflexamente tiro a cabeça. Há fibras extroceptivas que não chegam a níveis conscientes. Portanto, as vias extroceptivas podem atingir o córtex e nesse caso dizemos que são conscientes. Se não atingir são inconscientes. O mesmo acontece às fibras proprioceptivas. Eu, neste momento, em pé sei que estou a fazer mais força neste pé do que neste, e portanto todo o conjunto de fusos neuromusculares estão a levar essa informação à cabeça, mas em circunstâncias normais tal não acontece. O meu cerebelo e os meus núcleos da base são informados sem eu tomar conhecimento. Eu a falar com as mãos, não sei que movimentos estou a fazer e no entanto, eles são “coordenados” porque eu não bato com as mãos umas nas outras. Existe assim todo um conjunto de informação que não atingindo níveis corticais superiores, eu sei que os estou a fazer. Por outro lado estou a andar e não estou a pensar nisso, e isso ocorre ordenadamente. É fruto da propriocepção. A propriocepção é mais subconsciente do que a extrocepção, mas no entanto há propriocepção consciente (tocar com a ponta do dedo na ponta do nariz - movimento proprioceptivo). É assim que se pesquisam dismetrias a nível da neurologia e que são propriocepção pura. Portanto, podem haver os dois tipos de sensibilidade a atingir o córtex. ↓ → Assim, • as fibras ao entrarem dividem-se num ramo ascendente e num ramo descendente. • Outras vão para o corno posterior para sinaptizar (fazer contacto com). Dá-se início ao segundo neurónio da via. Diga em que local do feixe espinocerebeloso ou em que local do feixe espinotalamico, ou melhor, na via da dor diga onde tem lugar a transmissão sináptica de passagem de informação do 1º neurónio para o 2º neurónio? → No corno posterior (lamina 1,4 e 5). → No caso do cordão posterior, pode também ser nos núcleos gracilis e cuneiformes do bolbo. E para que são as fibras que sobem e descem? Na esmagadora maioria dos casos, quer no feixe dorso lateral, quer no feixe posterior, fazem sinapse a níveis superiores ou níveis inferiores. A esmagadora maioria não chega ao bolbo. A esmagadora maioria estabelece sinapses a níveis de segmentos. E depois dão as suas colaterais. Sobem para incluir este cordão posterior, e vai fazer esta sinapse neste cordão posterior. • O 1º neurónio tem o corpo celular no glanglio raquidiano. • O 2º neurónio é no corno posterior á medula ou até à lâmina 7 (com excepção do glacilis e cuneatus do bolbo). • A 2º sinapse é sempre – PARA FIBRAS CONSCIENTES – no tálamo. O que chega ao córtex tem que ser interrompido no tálamo com uma única excepção das fibras olfactivas). Não há nenhum feixe, nem nenhum tracto, nem nenhum lemnisco, nem nenhuma fita que esteja rigorosamente determinada. O que existe na medula é áreas onde feixes abundam, mas mesmo no cordão posterior entre as fibras do gracilis e cuneatus há um overlapping, há uma sobreposição. Não há fronteiras bem definidas entre feixes de fibras. É obvio que, por exemplo, o feixe corticoespinhal que traz as fibras com informação para a motricidade é um feixe bem definido. Já não é tão óbvio que um espinotalamico seja bem definido, assim como não o são os espinorreticulares (anterior e lateral.). →FEIXE PROPRIOESPINHAL OU INTERSEGMENTAR- é o mais importante do ponto de vista de PLASTICIDADE e ORGANIZAÇÃO MEDULAR. É um feixe que circunda toda a substância cinzenta, está constituída pelos neurónios que se situam na substância cinzenta, que são todos eles interneurónios que “lançam” os seus axónios para a substância branca. 90% dos axónios com origem dos neurónios que se encontram na medula são axónios do feixe proprioespinhal. A medula está profundamente ligada, segmento a segmento, através desse feixe proprioespinhal ou intersegmentar. É um feixe essencial para os mecanismos de plasticidade. E o que é a plasticidade? A plasticidade é um mecanismo através do qual uma determinada de função de um dado feixe pode ser suprida. É a capacidade que uma estrutura após lesão tem de recuperar e é dependente de fenómenos de três tipos: Há três tipos de plasticidade: • Plasticidade Morfológica - o cornear do obstáculo é através de uma 2ª via que não a que foi lesada. Se eu lesar uma via espinotalâmica, os impulsos vão passar por outras vias que têm também essa função. • Plasticidade Funcional - há vias que normalmente não são usadas para esse fim e depois surge este proprioespinhal. Não é um feixe normalmente usado para veicular dor ou as sensibilidades do cordão posterior, mas se tal for lesado, pode servir e pode o individuo atingir vias superiores recorrendo a uma via vicariante que Não A PROPRIA , QUE NÃO AQUELA QUE LHE ERA DESTINADA. • Plasticidade Química – quando uma zona do cérebro precisa que os axónios que lá terminem,libertem determinado mediador e são destruídos esses neurónios, outros que lá cheguem pela sua pluripotencialidade possam passar a fazer essa sua acção química. Suponham que o feixe rubro infundibular está lesado nas suas fibras occitocinergicas e que precisa de muitas fibras. Há fibras vasoprossinergicas que mudam o seu fenotipo e que passam a produzir occitocina. Sensibilidade Proprioceptiva Consciente: Eu quero saber que flecti um braço ou um antebraço, que estou a andar.Como é que isto chega ao meu córtex? Chega entrando a informação de início de flexão (p. ex.) toda a proproocepção através de fibras grossas, que entram pela divisão medial das raízes: -podem ascender até à protuberância -sinaptizar no corno posterior ( e dão origem a outras que vão pelo corno posterior(com excepção das vias que vão para o cuneatus) ). A sensibilidade pode chegar directamente via gracilis, cuneatus através do Lemnisco medial (que nasce depois). │ → Também há muitas fibras que vão fazer sinapse no bolbo após terem feito sinapse também no corno posterior. → Há ainda fibras posteriores que não vão para o gracilis nem para o cuneatis nem para a coluna posterior. Há outras que vão para o Núcleo Torácico → são Proprioceptivas não conscientes. Via Proprioceptiva Lemniscal. Lenmisco → estrutura que vai do núcleo gracilis e cuneatus, que cruza a linha média e que através das estruturas do tronco cerebral e vai chegar ao tálamo. → As fibras proprioceptivas conscientes entram pelo cordão posterior e vão lá ter acima. Que importância tem? • Para pesquisar a gnosia – a forma de 1 objecto → é a sensibilidade proprioceptiva. • Para pesquisar o sentido de posicionamento das estruturas do corpo (pedindo ao doente para dizer se o dedo do pé está voltado para baixo ou para cima). Se não tem 1 sinal marcado de lesão nos cordões posteriores. • Para pesquisar se tem a vibração conservada. • Ter a noção do andar, da velocidade – da cinestesia – são tudo alterações que correm nos cordões posteriores e que são proprioceptivas. Nos cordões posteriores para além destas sensações existem sensações extroceptivas que são o Tacto Fino e o Tacto Discriminativo. Todas estas sensações e estímulos são altamente controlados. Sabe-se hoje também que os cordões posteriores são a última aquisição da medula aquando da sua formação. São também os mais moveis e por onde corre a sensibilidade mais recentemente adquirido. Dor, Temperatura, Tacto e Pressão → Exteroceptiva Consciente. • O feixe espinotalamico é um só. Na parte mais anterior do feixe predomina sensibilidade relacionada com o tacto e pressão. Na Parte mais posterior/lateral predominam informação para a dor e temperatura. Mas o feixe é um só. → Onde tem origem o espinotalamico? Tem basicamente origem nas lâminas 1,4 e 5 sendo que as laminas 2 e 3 são integrativas. Quase toda a informação que entra na medula cruza 1 segmento acima ou 1 segmento abaixo após a sua entrada. → Dissociação Seringomiélinica Todas as fibras cruzam quase logo – dor e temperatura – A∆ vão para a parte mais anterior e formam o espinotalamico lateral. • Espinotalamico anterior→ vão-se incorporar (tacto e pressão) no lemnisco… O que é consciente vem tudo aqui ter (ao VPL). 1º neurónio – gânglio dorsal raquidiano e depois as fibras grossas entram nos cordões posteriores e ou terminam logo ou vão para o gracilis e cuneatus → são proprioceptivas conscientes., • • Se incorporam o espinotalamico → são fibras extroceptivas. Espinotalamico lateral → as fibras vão incorporar o lemnisco lateral. O espinotalamico anterior, em vez de seguir com o lemnisco lateral, incorpora-se no lemniscomedial. Resumo. Poprioespinhais. – são fibras que nascem da medula e se dividem em ascendentes. Espinotalâmicas – 1º neurónio – gânglio dorsal a fazer sinapse na lâmina 1, lâmina 4 e lâmina 5. ↓ Há mais vias que podem transportar dor → 1) Proprioespinhal 2) Espinotalamica Dorso Lateral – tem os seus corpos celulares a nível da camada 1 e sobe até ao bolbo pelo feixe dorso lateral ou do Lissauer. É uma via que termina na formação reticular do bolbo,na porção ventrolateral do bolbo. Esta relacionada com 2 tipos de nocicepção: técnica e mecânica. ↓ Uma queimadura dói ▼ Vão à frente e dizem que vai chegar informação, espinotalamica, mas esta vai à frente porque são fibras de condução mais rápida. (peço desculpa, mas realmente não entendi esta parte) 3) Espinocervico Talamica. -Nasce das laminas 4,5 e7 e vão se incorporar e correr à frente do dorso lateral ou no próprio dorso lateral e vão terminar num núcleo que está nos primeiros 3 segmentos da medula – Núcleo Cervical Lateral – cruzam para o lado oposto, entram no lemnisco medial. Isto é importante porque esta é uma via normalmente usada para informar da estimulação exagerada do ponto de vista doloroso ou térmico – a preparação do nosso organismo para o que aí vem é feita através do feixe espinocervicotalâmico. 4)Espinomesencefálica. Faz parte de 1 conjunto de vias que da lamina 7 projecta para a substância cinzenta e daí para o tálamo. Há 1 neurónio no meio. Não vai pelo lemniscomedial. São variadas vias. 5) Espinorreticulares ↓ 5 vias através das quais a dor pode chegar ao tálamo e daí ao cérebro. Monossinápticas – as espinotalâmmicas; Polissinápticas – todas as outras de que falei. Daí que o cortar do espinotalamico não tem muita importância. Proriocepção ao Cerebelo – propriocepção inconsciente. • É o que me permite andar e chegar com a ponta do dedo à ponta do nariz. • 2 feixes directos e muitos indirectos. • As aferências ao cérebro ou são directas e são os feixes espinocerebelosos dorsal. └→ com origem no núcleo torácico ou de clark. • Não cruza. • entra no cerebelo pelo Pedúnculo cerebeloso inferior. • o 2º neurónio inicia-se no Núcleo dorsal de clark. Espinocerebeloso Anterior → é cruzado. - As suas células estão bipartidas à volta do núcleo dorsal de clark. - É um feixe que cruza todo o bolbo e grande parte do protuberância e entra no cérebro pelo Pedúnculo Cerebeloso Superior. MUITO IMPORTANTE: • Dizer que o espinocerebeloso dorsal é exclusivamente proprioceptivo inconsciente É 1 ERRO. A sensibilidade proprioceptiva de membros inferiores consciente corre nos cordões posteriores até ao núcleo dorsal de clark. Aí fazem todos sinapse. Depois em vez de continuar a correr ao núcleo gracilis termina no espinocerebeloso dorsal (se fosse inconsciente) e vai para um núcleo que fica entre o cuneatus e o gracilis→ Núcleo Z ↓ - fica no complexo olivar superior - a sensibilidade proprioceptiva do membro inferior chega ao córtex não pelo cordão posterior mas pelo espinocerebeloso dorsal. 1ºponto de relay- núcleo de clark 2ºponto de relay- núcleo Z- trajecto até ao tálamo pelo lemnisco medial. 3º ponto de relayQuando vocês estiverem perdidos no tronco e quiserem saber para onde vão estas fibras, se disserem Lemnisco Medial tem grande probabilidade de acertar. Só não acertam no caso espinotalamico lateral, nem no trigémio, nem no busto. Somatotopia- conceito: ordenação de estruturas (fibras e células) dentro de um feixe ou de um núcleo. Dentro do SNC há representação ordenada das fibras que vêm da periferia. Exemplos +classico: as fibras que estão no gracilis vem de onde? Da S5, S1, a subir… As que primeiro entram na medula são aquelas mais mediais. Há uma certa ordem e arranjo de estruturas, consoante a sua distribuição periférica. Isto é somatotopia. Nos núcleos é a mesma coisa. No núcleo gracilis eu posso vos dizer onde terminam as fibras do pé, do joelho, da coxofemoral. Há uma ordem. Vão ver isto depois nos homúnculos. A nível do córtex também é assim. Há uma ordem para mão, uma ordem para o pé, uma ordem para a boca, quer dizer, a representação corporal é feita ordenadamente ou o trajecto das fibras é feito de tal modo que se eu pudesse dissecar… Isto chama-se somatotopia. Vias Eferentes ou Motoras Proprioespinhal- contem 90% das fibras com origem na medula. Serve de via vicariante a todos os feixes ascendentes. Corticoespinhal• Vem da área pré motora • Tem um trajecto levado dos diabos • Chegado ao bolbo inflecte o seu trajecto. Ele vem do lado ventral do tronco e depois inflecte-se dorso lateralmente , cruzando a linha média e vai até decapitar o corno anterior da medula. (Vamos depois então ver o que isso é). E forma então o feixe. ▼ ▼ Corticoespinhal Anterior Corticoespinhal Lateral ↓ ↓ O restante das fibras descem 90% das fibras cruzam e sem cruzar a linha média formam o cortico Formam o corticoespinhal espinhal lateral. Ventral. E para onde vão estas fibras? Tem um ou dois destinos possíveis: - Ou directamente sobre os neurónios motores da lâmina 9 e esses são os que tem a seu cargo o controle fino dos movimentos dos dedos e das mãos. - Ou polissinapticamente através dos neurónios motores. E qual é a diferença? → Uma Actuação directa é uma actuação muito discriminativa, de grande finura, ao passo que uma acção com interneurónios interpostos é mais larga e permite a influência de vários neurónios motores. Importância: Um doente com um AVC e com uma lesão que envolve a cápsula interna onde este feixe é facilmente lesado. O que acontece se eu cortar só fibras corticoespinhais na pirâmide? No princípio é exactamente igual a uma lesão da cápsula mas passado algum tempo, as únicas alterações que se vêm são alterações finas dos dedos. Não se vêem mais nada. Porque só as fibras que eram inervadas pelas descendentes que terminam monossinapticamente não são supridas por outras vias. E que outras vias suprem o feixe corticoespinhal? É uma forma de plasticidade morfológica e são as fibras do rubroespinhal e do reticuloespinal. São as fibras que podem levar informação exactamente igual às do corticoespinal. Daí que chamar-se-ia via piramidal ao feixe corticoespinal é um erro crasso porque tudo o que o feixe corticoespinal dá pode ser feito por outros feixes que não passam nas pirâmides : o rubroespinal e o reticuloespinal. Feixe Rubroespinal. - É vermelho- núcleo que tem o seu lugar no mesencéfalo. - Nascem e recebem muitas informações do córtex (fibras corticorrubais). É um estádio ao longo das vias da motricidade em que a informação motora cortical pode ser modulada de forma muito marcada pelo rubroespinal. -vai terminar exactamente no mesmo sítio do corticoespinal. - corre a frente do corticoespinal (anteriormente) e termina do mesmo modo do corticoespinal., directa ou indirecta (polissinapticamente). Dizia-se que feixe corticoespinal e rubroespinal tinham do ponto de vista funcional a capacidade de facilitar a acção dos músculos flexores e inibirem a acção dos músculos extensores. Isto esta ultrapassado., As fibras que terminamm nas lâminas 7 e 8 são fibras muito ligadas a motricidade consciente, enquanto as que terminam nas lâminas 4 e 5 e depois tem interneurónios estão muito ligadas a actividade reflexa. E as fibras mais dispersas de todas? As fibras onde não é possível definirem um feixe? As do nosso sistema nervoso onde não é possível definir um núcleo? Quais são? São as reticulares. Zona intermédia da medula-lamina 7- onde tem origem as fibras espinho recticulares- da medula espinhal para os núcleos reticulares do bolbo e de parte do mesencefalo. Já falei hoje nelas como uma das vias vicariantes da dor. Quando o espinotalamo esta cortado,o espinorreticular pode servir de via. E descendentemente? Descendentemente é a mesma coisa. Há fibras que vem dos núcleos reticulares da ponte caudal, mais especificamente do núcleo do bolbo giganto celular e que vão formar dois feixes que descem junto da área de medula em que sobe o espinotalamico. São os feixes espinorreticulares medial e espinorreticulares lateral. Estes feixes podem terminar: -monossinapticamente. -polissinapticamente. São dois os espinorreticulares laterais e mediais. Isto serve tanto para os ascendentes como para os descendentes. De onde vêm? - Ou dos núcleos reticulares da protuberância ou do meséncefalo – o medial. - Do nosso bolbo – do núcleo gigante celular do bolbo. │ → Descendentes. - Os que sobem, sinaptizam na lamina 7 da medula. Núcleos Vestibulares. As suas fibras têm origem a nível do corpo vestibular. São dois os vestibulares laterais e os vestibulares mediais. ▼ Tem a ver com a condenação do movimento do pescoço e dos olhos, e portanto de toda a cabeça. Núcleo Vestibular Lateral. └ Termina quase sempre monossinapticamente. São núcleos que não tem interneurónios. Ainda tem um núcleo que não cruza o lateral. Núcleo Vestibular Medial. - Parte das suas fibras cruzam para um lado e cruzam para o outro. - Podem terminar mono ou polissinapticamente (mono o lateral). → Cordão anterior da medula. Na lamina 2 e 3 da medula existem aquelas celulazinhas – os glomérulos. A dor e a temperatura pode ser modulada a nível de espinhal medula, e como é que isso é feito? - Por mecanismos intrínsecos da própria medula espinhal. - através de fibras descendentes, de feixes descendentes que aí vão terminar dos quais, o primeiro a ser descrito é este que vem de um núcleo da formação reticular do tronco – o núcleo de Rafe- e que formam o feixe rafe espinhal cujo neurotransmissor é a serotonina. ↓ A nível desse glomérulo pode intervir e a dor avançar ou fechar as portas da dor. Caros colegas: Aqui está mais uma aula de neuro! Já a desgravei há muito tempo mas só agora consegui terminá-la. Não coloquei nenhuma imagem porque queria deixá-la na reprografia antes do Natal, por isso, paciência… Queria só deixar uma nota de agradecimento ao meu namorado (Amor, és lindo!) que teve paciência para me ajudar no computador!!!! Sem ele, ainda hoje estaria a praguejar em frente ao monitor… (e pronto, quem não gostar desta parte não precisa de ler que não sai no exame). Para terminar, quero desejar um Feliz Natal a todos os meninos e meninas da FMUP! Boas Férias a todos e muitas prendas no sapatinho, bota, ténis, galochas, etc, etc, etc… Fiquem bem! Rosa Alexandra Dantas, turma 6