Socialismo x Capitalismo

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Socialismo x Capitalismo
Socialismo X Capitalismo
1 - As relações de trabalho na Idade Moderna e Contemporânea: a formação do
capitalismo
- A Idade Moderna, de 1453 a 1789, e a formação do capitalismo comercial
No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa. Os comerciantes, ou a classe burguesa, já tinham acumulado grandes capitais realizando o comércio com a África e a Ásia, através do mar Mediterrâneo. O capital torna‐se a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. De que forma o capital podia ser acumulado ou obtido?
por meio da ampliação cada vez maior do comércio; por meio da exploração do ouro e da prata. A expansão do comércio gerou a necessidade de se aumentar a produção, principalmente o artesanal. Os artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesão mais pobres. Estes transformaram‐se, então, em trabalhadores assalariados, e o número de empregados nas oficinas foi aumentando. A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, por meio da exploração do trabalho do homem, seja o assalariado ou o escravo, recebe o nome de capitalismo comercial. Nesta fase do capitalismo, nos séculos XV e XVI, ocorreu a expansão marítimo‐comercial. A expansão marítima européia fez ressurgir o colonialismo. 2 - A Idade Contemporânea, de 1789 até os dias atuais: a formação do capitalismo
em sua forma moderna – o capitalismo industrial – e as relações de trabalho Até o século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da Europa, proporcionando grandes lucros à burguesia comercial. Nesta época começaram a surgir novas técnicas de produção de mercadorias. Como exemplo podemos citar a invenção da máquina a vapor, do tear mecânico e, conseqüentemente, dos lucros da burguesia. Surge, deste modo, um novo grupo econômico, muito mais forte que a burguesia comercial. Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre, Uns continuaram trabalhando a terra arrendada, outros tornaram‐se operários assalariados. Essa situação histórica é conhecida como Revolução Industrial. O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão. O capitalismo industrial, firmando‐se como novo modo de vida, fez com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salário. A Revolução Industrial tornou mais intensa a competição entre os países industriais, para obter matérias‐primas, produzir e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século XIX – o imperialismo. As potências industriais européias invadiram e ocuparam grades áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram as populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer matérias‐primas para as indústrias européias, as colônias eram também grandes mercados consumidores de produtos industriais. Os países americanos, apesar de independentes de suas metrópoles européias – Portugal, Espanha e Inglaterra –, não escaparam dessa dominação colonial, principalmente da Inglaterra. Os países latino‐americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de matérias‐primas e alimentos para as indústrias européias e como compradores dos produtos industriais europeus. A Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e, também, da exploração do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salários. Não eram somente adultos que se transformavam em operários: crianças de apenas seis anos empregavam‐se nas fábricas, executando tarefas por um salário menor que o do adulto. Essa situação levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois, os operários se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a exploração de sua força de trabalho – a greve. A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou‐se a principal "mercadoria" do sistema. As características do sistema capitalista
Este sistema caracteriza em linhas gerais: pela propriedade privada ou particular dos meios de produção; pelo trabalho assalariado; pelo predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal. A interferência do Estado nos negócios é pequena. Diante do que foi exposto, percebe‐se que a sociedade capitalista divide‐se em duas classes sociais: a que possui os meios de produção, denominada burguesia; a que possui apenas a sua força de trabalho, denominada proletariado. Socialismo A preocupação com as injustiças sociais já existia desde a Antiguidade Desde a Antigüidade algumas pessoas, preocupadas com a vida em sociedade, pensavam em modificar a organização social e assim melhorar as relações entre os homens. Na Idade Moderna também houve essa preocupação. Um inglês de nome Thomas More escreveu um livro chamado Utopia, onde mostrou como imaginava a sociedade de uma forma menos injusta. Entretanto, com as grandes desigualdades sociais criadas pela Revolução Industrial, as idéias de reformar a sociedade ganharam mais força. Foi assim que surgiram pensadores como Saint‐Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl Marx, Friedrich Engels e outros. Estes pensadores ficaram conhecidos como socialistas. Essas idéias socialistas espalharam‐se pela Europa e depois por todo mundo; e não ficaram somente na teoria. é o caso da Revolução Socialista de 1917, na Rússia, onde a população colocou em prática as idéias socialistas. As características do socialismo e a sua propagação pelo mundo Até 1917 a Rússia era um país feudal e capitalista. O povo não participava da vida política e vivia em condições miseráveis. Esta situação fez com que a população, apoiada nas idéias socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse o governo do czar Nicolau II e organizasse uma nova sociedade oposta à capitalista – a socialista. A Rússia foi o primeiro país a se tornar socialista e, posteriormente, passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em linhas gerais, podemos caracterizar o socialismo como um sistema onde: não existe propriedade privada ou particular dos meios de produção; a economia é controlada pelo Estado com o objetivo de promover uma distribuição justa da riqueza entre todas as pessoas da sociedade; o trabalho é pago segundo a quantidade e qualidade do mesmo. Após a Segunda Guerra Mundial (1939‐1945), outros países se tornaram socialistas, como, por exemplo. A Iugoslávia, a Polônia, a China, o Vietnã, a Coréia do Norte e Cuba. Entretanto, este novo sistema colocado em prática nesses países, principalmente na União Soviética, apresenta vários problemas: falta de participação do povo nas decisões governamentais; falta de liberdade de pensamento e expressão; formação de um grupo político altamente privilegiado. A teoria econômica elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros pensadores foi interpretada de várias formas, dando origem a diferenças entre os socialismos implantados. 3 ‐ A competição pela liderança do mundo: EUA e URSS – capitalismo versus socialismo
a ‐ A manutenção e a expansão de áreas de influência capitalista e socialista pelos Estados Unidos e União Soviética – capitalismo versus socialismo Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos consolidaram sua oposição de superpotência capitalista, e a União Soviética, que tinha implantado o socialismo em 1917, surgia como nação forte e respeitada por todas as demais. De um lado, os Estados Unidos procuravam manter sua liderança sobre vastas áreas do mundo; de outro, a União Soviética auxilia na expansão do socialismo. Terminada a guerra, muitos países do leste europeu alteraram a sua organização econômica, política e social de base capitalista e se tornaram socialistas: a Iugoslávia tornou‐se socialista em 1945; a Albânia e a Bulgária, em 1946; a Polônia e a Romênia, em 1947; a Checoslováquia, em 1948; a Hungria, em 1949; a República Democrática Alemã Oriental, em 1949 Também na ásia, alguns países optaram pelo socialismo: o Vietnã do Norte, em 1945; a Coréia do Norte, em 1948; a China, em 1949; o Tibet, em 1950, como província da China e, depois, em 1953, independente. Outros países optaram pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. No pós‐guerra intensificaram‐se as disputas entre Estado Unidos e União Soviética pela liderança do mundo. Cada uma das superpotências procurou consolidar sua liderança sobre outros países e ampliar sua área de influência. A Europa ocidental, por exemplo, estava arrasada em virtude da guerra, pois servira como campo de batalha. Muitas de suas cidades, indústrias e meios de transporte estavam destruídos, e grande parte da sua população encontrava‐
se desempregada. Diante disso, os Estados Unidos, com receio do avanço do socialismo sobre os países da Europa ocidental e temendo perdê‐los de sua área de influência, elaboraram um plano de ajuda econômica para que esses países pudessem recuperar sua economia. Este plano foi aprovado em 1948 e recebeu o nome de Plano Marshall, em homenagem ao Secretário de Estado norte‐americano, general Marshall. Em que consistia o Plano Marshall? Permitia aos países da Europa Ocidental importarem produtos norte‐americanos a preços baixos; Abria créditos para os países europeus comprarem equipamentos pesados dos Estados Unidos; Fornecia empréstimos. Os Estados Unidos explicaram que ofereciam este plano porque seria impossível a estabilidade política e a paz enquanto a Europa não tivesse a sua economia recuperada. Entretanto, a ajuda economia dos EUA, por meio do Plano Marshall, tinha pelo menos dois objetivos: manter o sistema capitalista nos países da Europa ocidental e assegurar essa área de influência, impedindo, assim, a penetração do socialismo; garantir o mercado consumidor para seus produtos e investimentos. Os próprios industriais e comerciantes norte‐americanos apoiaram o Plano Marshall, pois eles mesmos afirmavam: "Não se pode realizar negócios num mundo de pobres". Assim, eles tinham interesses na recuperação econômica dos países europeus arrasados pela guerra. Os países europeus que mais receberam ajuda dos Estados Unidos por meio do Plano Marshall foram: Reino Unido, França, Alemanha e Itália. No Japão, os Estados Unidos também intervieram, militar e economicamente, a partir de 1945. Após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o Japão rendeu‐se às tropas norte‐americanas. Após a rendição japonesa, os EUA continuaram ocupando o Japão e aplicaram vultosas somas de dinheiro para recuperar a economia japonesa e, assim, assegurar sua presença nessa porção do globo. b ‐ A Guerra Fria, a OTAN e o Pacto de Varsóvia – o confronto entre as superpotências
A disputa pela hegemonia internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, logo após a Segunda Guerra Mundial, gerou a Guerra Fria. A Guerra Fria deve ser entendida como uma disputa entre duas superpotências. Contudo, foi uma disputa não declarada. Cada uma das nações procurava ampliar suas áreas de influência sobre o mundo, Foi também uma disputa ideológica, isto é, em que se defrontavam os dois tipos de organização econômica, política e social: o capitalismo e o socialismo. A grande disputa teve início a partir de uma declaração de Truman, presidente dos Estados Unidos, em 1947: O presidente declarou que iria fornecer ajuda militar ao governo grego na luta contra as guerrilhas socialistas e que iria, desse modo, procurar conter o avanço da influência socialista. Estabeleceu‐se, a partir desse momento, um clima de competição, de guerra fria, entre as duas superpotências. Estas que rivalizaram‐se em poder militar e econômico, procurando ultrapassar um ao outro. Os Estados Unidos combatiam o avanço do socialismo. A União Soviética procurava dificultar a expansão americana na formação de áreas de influências, além de difundir o socialismo. A União Soviética, em 1949, já possuía a bomba atômica. Posteriormente, as superpotências passaram a dispor da bomba de hidrogênio. Sabiam que numa guerra nuclear não haveria vencidos nem vencedores. Essa realidade criou um novo equilíbrio, o equilíbrio de terror. Em 1956 os Estados Unidos reconheceram as áreas de influência da União Soviética, fato que marcou o declínio da Guerra Fria. Contudo, não terminaram as disputas entre as duas superpotências. Foi nesse ambiente tenso que ocorreu a Guerra da Coréia (1950‐1953) e a Revolução Chinesa (1949). Mas foi também neste período que surgiram tratados militares e econômicos entre os blocos capitalista e socialista. Esses tratados, principalmente os militares, tinham como objetivo fortalecer as ameaças que cada um dos blocos representava para o outro. Os Estados Unidos, os países capitalistas da Europa e o Canadá formaram a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, em 1949, na cidade de Washington, Estados Unidos: Seu objetivo pode ser resumido da seguinte maneira: defesa coletiva das liberdades democráticas por meio de uma estreita colaboração política e econômica entre os países‐membros. A OTAN propõe a defesa e o auxílio mútuos, em caso de ataque a um dos seus países membros. Assim, os diversos países integrantes formaram uma força militar. Para tanto, forneceram tropas militares e armamentos sob a chefia de um comando unificado, com sede na Bélgica. A OTAN é uma organização que possui armamentos sofisticados, incluindo armas atômicas e mísseis. Enquanto os países do bloco capitalista fundaram a OTAN, os países do bloco socialista, liderados pela União Soviética, organizaram o Pacto de Varsóvia. O Pacto de Varsóvia – Tratado de Assistência Mútua da Europa Ocidental – foi firmado em 1955, em pleno ambiente da Guerra Fria. Assinado pelos países socialistas da Europa oriental, seus objetivos são semelhante aos da OTAN: ajuda militar em caso de agressões aramadas na Europa; consultas sobre problemas de segurança e colaboração política. Vê‐se, então, que o Pacto de Varsóvia é uma aliança militar. Compõe‐se de tropas dos países‐membros e tem sede em Moscou. Tanto a OTAN quanto o Pacto de Varsóvia constituem, portanto, alianças militares que se opõem. São resultado da disputa entre as duas superpotências e seus aliados pela preservação de seus interesses no mundo. O mundo pós‐
guerra formou um sistema de dependência no qual as duas superpotências tornaram‐se os países centrais. Características de países subdesenvolvidos e desenvolvidos
Países subdesenvolvidos alta taxa de analfabetismo e deficiente nível de instrução baixa renda per capita baixo consumo de energia mecânica predominância da população economicamente ativa no setor primário (agricultura) baixo nível alimentar (existência da fome) dependência econômica elevadas taxas de natalidade grande crescimento populacional elevada taxa de mortalidade infantil baixo nível de industrialização emprego de técnicas atrasadas Países desenvolvidos baixa taxa de analfabetismo elevada renda per capita elevado consumo de energia mecânica predominância da população economicamente ativa no setor secundário (indústria) e no terciário (serviços) elevado nível alimentar dominação econômica baixas taxas de mortalidade infantil predomínio de produtos industrializados nas exportações elevado nível de industrialização controle da ciência e da tecnologia elevada esperança de vida. 1-INTRODUÇÃO Este artigo tem por objetivo explicitar os fatos que levaram o estabelecimento das diferenças aos sistemas econômicos
Capitalista e Socialista. O que os pensadores socialistas como Karl Marx, Friedrich Engels pensaram? O Capitalismo iniciou
no século XV em diante, mas a partir do século XVIII com o surgimento da máquina a vapor e novas técnicas de produção
teve-se a Revolução Industrial.
Em 1750, a Inglaterra foi o marco da Revolução Industrial, berço do Capitalismo. Posteriormente no século XIX outros países
como: Estados Unidos, Alemanha, França, Japão e outros começam a adotar o sistema Capitalista. As conseqüências do
Capitalismo foram drásticas, provocaram um grande deslocamento de pessoas do campo para as cidades, gerando
concentrações urbanas (PAULINI; SILVA, 2005, p.04). Isso levou grande parte da mão-de-obra masculina para o
desenvolvimento de ferrovias; mulheres e crianças foram utilizadas nas fábricas têxteis e nas minas com longas jornadas de
trabalho e salários reduzidos.
Com as desigualdades sociais crescendo, os pensadores socialistas que eram Karl Marx (1818-1883), Friedrich Engels (18201895) começaram a estudar os fatos para explicar os fenômenos sociais que vinham ocorrendo. Segundo Campos (2007),
na teoria marxista, o Estado é o meio pelo qual uma classe domina e explora outra.
O Manifesto Comunista, escrito em 1848, afirmam os autores, quando o comunismo fosse implantado, a sociedade viveria
no coletivismo, sem divisão de classes sociais e nem a presença de um Estado coercitivo.
2-CAPITALISMO
O Sistema Capitalista iniciou no século XV até XVIII, através da acumulação de capital por meio do lucro advindo do
comércio e pela exploração do trabalho humano, seja assalariado ou escravo, denominando o Capitalismo Comercial. De
meados do século XVIII, com o advento da máquina a vapor, do tear mecânico e outras técnicas surge a Revolução
Industrial. A Revolução Industrial iniciou na Inglaterra, em 1750, quando o homem passou a comprar o trabalho de outro
homem em troca de salário.
No meio social, a principal mudança foi o surgimento da classe operária, as quais passaram a viver em condições precárias
nas cidades, morando em cortiços, submetendo-se a salários injustos, com longas jornadas de trabalho e sem nenhum
direito trabalhista (PAULINI; SILVA, 2005, p.51). Posteriormente surge a atividade bancária, ou seja, empréstimos de
dinheiros a juros, em que a moeda tornou-se o principal produto do Sistema Capitalista.
Segundo Guareschi (2003, p.51), o Capitalismo é um sistema que separa o capital de trabalho e cujas relações são de
dominação e exploração, ou seja: para que haja dominação e exploração é necessário que o trabalho de produção e o capital
estejam separados. Para Marx, o modo de produção é a maneira como a sociedade organiza a produção de bens necessários
para a sobrevivência (PAULINI; SILVA, 2005, p.18).
O sistema Capitalista pode ser caracterizado em três aspectos:
Propriedade privada ou meios de produção particulares;
Trabalho assalariado;
Livre-iniciativa sobre a planificação estatal.
Diante do que foi exposto, percebe-se que a sociedade capitalista dividiu-se em duas classes: a burguesia, que possui os
meios de produção e; o proletariado, que apenas oferece a força de trabalho. Conforme Nova (2004, p.88):
A organização social, e conseqüentemente, as formas de comportamento e convívio entre os homens são, de fato, reguladas
pelas relações contraídas entre os homens no processo de produção dos bens necessários à sua existência.
No começo do século XX, o Capitalismo foi caracterizado pelo liberalismo, ou seja, uma situação na qual a interferência do
governo nos assuntos econômica era mínima (KOPELKE, 2007, p.22). Após a crise de 1929, o Estado passa a interferir nas
atividades econômicas em muitos países, denominando o Neoliberalismo, por exemplo, nos Estados Unidos o presidente
Franklin Roosevelt implementa, em 1933, o New Deal (novo acordo), um programa econômico e social que introduz o
subsídio desemprego, ajuda os carentes, projetos de obras públicas, etc.
Em 1936, o economista britânico John Maynard Keynes publica a Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, a qual
defende uma política antidesemprego patrocinada pelo governo. Segundo Kopelke (2007, p.22) o Capitalismo é hoje o
principal sistema econômico em atividade, embora ainda existam alguns países que adotem o Socialismo.
3-SOCIALISMO
No século XIX, observa-se o surgimento de um novo método científico de estudo da sociedade, em que se busca entender as
transformações sociais, suas conseqüências para a sociedade e o futuro (PAULINI; SILVA, 2005, p.06).
Para Max Weber (2002, p.24) o Estado moderno representa uma complexidade de ação harmoniosa por parte de pessoas
individuais, porque muitas pessoas agem na crença de que ele existe ou deveria existir para promover validade legal a suas
ordens.
Desde a Antigüidade, algumas pessoas preocupadas com a vida em sociedade, pensavam em modificar as relações que o
Capitalismo vinha causando. De acordo com Marx, ele critica o Capitalismo pela definição do interesse pelo dinheiro e pelos
ganhos materiais como o principal motivo para a sobrevivência do homem (PAULINI; SILVA, 2005, p.19).
Conforme Singer (2002, p.174) a promessa do Socialismo é instaurar uma sociedade superior ao Capitalismo em três
aspectos:
A economia não estaria sujeita a crises, a desempregos, porque ela seria planejada, havendo um controle por parte da
coletividade sobre o processo social de produção e distribuição, portanto, o indivíduo não seria mais dominado pelas forças
imprevisíveis do mercado;
A instauração da igualdade: a sociedade capitalista seria a última sociedade de classes, cuja evolução simplificaria a
estruturação social, transformando a maioria da população mais ou menos homogêneo;
O Socialismo proporcionaria a todos os membros da sociedade um grau superior de bem-estar material e de liberdade
Uns dos pioneiros do modelo de pensamento de uma sociedade ideal foi o inglês Thomas Morus, que escreveu, em 1516, a
obra a Utopia, em que descrevia uma sociedade imaginária administrada por um Estado ideal, livre de contradições internas
e incapaz de realizar injustiças aos seus membros (KOPELKE, 2007, p.23). Porém os fundadores do socialismo científico ou
comunismo foram Karl Marx e Friedrich Engels, que partiram das relações contraditórias capitalistas de produção para
propor a sua destruição por meio da ação dos trabalhadores.
Segundo Campos (2007) Marx não considerava as classes somente um grupo que compartilha um certo status social, mas
que compartilha em relações de propriedade. Em Guareschi (2003, p.52) explica que a mais-valia é o lucro que sobra,
depois de descontadas todas as despesas. Para Marx aqueles que possuíam o capital produtivo, com o qual expropriam a
mais-valia, constituindo a classe exploradora, de outro lado estariam os assalariados, os quais não possuem a propriedade,
constituindo assim o proletariado (CAMPOS, 2007).
Na concepção Marxista, pode-se extrair do seu livro Manifesto do Partido Comunista (1987, p.75) o entendimento:
Por burguesia entende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários de meios de produção social, que empregam o
trabalho assalariado. Por proletariado, a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, não tendo meios próprios de
produção, são obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviverem.
Em 1917, a Revolução Russa instala no poder o sistema comunista, sob a liderança do russo Vladimir Lênin (1870-1924),
em que estabelece a Ditadura do Proletariado e o Partido Comunista. No ponto de vista de Kopelke (2007, p.25) a Revolução
Russa destruiu as instituições capitalistas do país, porém nunca chegou a completar a ponto do Estado desaparecer, como
previa Marx.
O sistema Socialista pode se caracterizar como um sistema em que não existe propriedade privada ou meios de produção
particulares. A economia é controlada pelo Estado com o objetivo de promover a distribuição justa da riqueza entre todas as
pessoas da sociedade. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) outros países se tornaram socialistas como, por
exemplo: a China em 1949, liderado por Mao Tsé-Tung (1893-1976), Cuba em 1959 por Fidel Castro e outros. Entretanto,
este novo sistema colocado em prática apresentou vários problemas:
Falta de participação do povo nas decisões governamentais;
Falta de liberdade de pensamento e expressão;
Formação de um grupo político altamente privilegiado.
4-AS DIFERENÇAS ENTRE O CAPITALISMO E O SOCIALISMO
Atualmente a maioria dos países adota o capitalismo. A globalização e a Era da Informação vem tornando sistema
Capitalista mais dinâmico e em constante modificação. O Capitalismo apresenta algumas vantagens:
Baixa taxa de analfabetismo;
Elevada renda per capita;
Elevado nível alimentar;
Dominação econômica;
Controle da ciência e da tecnologia, etc.
Observando os dados expostos pode-se afirmar que os países desenvolvidos ou de Primeiro mundo apresentam uma
expectativa de vida excelente, enquanto isso os países em desenvolvimento, as situações vão se agravando pelo fato de
haver pouca acessibilidade às condições básicas.Com o neoliberalismo vem crescendo a desigualdade social e a exclusão
social.
O Socialismo continua sendo adotado em alguns países como é o caso de Cuba, que é dirigido por Fidel Castro. Analisando a
teoria e levando em prática, o país acaba se tornando fechado, o povo não tem direito à democracia e também não
proporciona uma qualidade de vida digna aos cidadãos como era de se esperar. Enfim quem se benefecia a maior parte das
vezes é o governo e a sua cúpula. Segundo Guareschi (2003, p.63) os países que se dizem comunistas na prática, chegam a
se aproximar do Capitalismo, pois em vez de lá existirem alguns que possuem os meios de produção, há só o Estado de
Partido, que explora, do mesmo modo o trabalho dos trabalhadores.
Nova (2004, p.42) compreende que nas sociedades subdesenvolvidas, nas quais as injustiças sociais fazem despertarem em
muitos, fortes sentimentos de indignação social, alguns procuram no socialismo um meio de resolução – e não apenas para a
explicação científica e dos problemas sociais.
5-CONCLUSÃO
Pode-se concluir que pelas diferenças dos dois sistemas econômicos, que ambos proporcionam vantagens e desvantagens.
Ou seja, enquanto um enriquece o outro empobrece. O Capitalismo atual na maioria dos países tem a democracia, que dá
direito de escolha ao povo, mas quando se trata de mercado, o governo é quem toma as decisões finais, e às vezes não
possibilita crescimento para uma parcela da sociedade. No Socialismo só a teoria é boa, porque na prática as pessoas são
totalmente diferentes, ou seja, cada uma com os seus anseios, sonhos numa perspectiva diferente dos demais.
Conforme Paganatto (2007) o modelo de edifício social é que deve ser trocado, por um mais moderno, com fases culturais e
perpetuantes em si, através da identificação dos indivíduos com seu contrato social e suas posteriores regras estabelecidas.
Souza (2007) o neoliberalismo moderno trata o futuro da humanidade, uma única sociedade, radicalmente competitiva, cujo
substrato se traduz em uma economia mundial de mercado livre e unificada, garantida pelo impulso natural do homem à
competição.
Segundo Paulini; Silva (2005, p.17) Marx tem o método dialético para a compreensão da realidade como contradição e em
permanente transformação. A sociedade deve buscar as leis internas do desenvolvimento histórico através da identificação
das contradições para o homem libertar-se de sua consciência alienada. De acordo Kopelke (2007, p.27) as economias
capitalistas liberais aceitam a crescente participação do Estado nas decisões econômicas, e por outro lado os países de
economias planificadas centralizadas na mão do Estado aceitam a crescente participação da iniciativa, decisões econômicas.
Em Singer (2002, p.186) a luta pelos movimentos de libertação não só soma à luta pelo socialismo, mas na verdade, amplia
a própria latitude do Socialismo, o qual não se limita a eliminação da exploração econômica do proletariado, mas se propõe
lutar contra os tipos de exploração e de discriminação, tanto nas empresas quanto nas demais instituições, inclusive na
família. Guareschi (2003, p.63) uma diferença grande na realidade, entre os países capitalistas e comunistas é que nos
comunistas-socialistas a maioria da população tem garantido o sustento básico – casa, comida, instrução, saúde,
vestimentas, etc. Enquanto isso nos países capitalistas, em que a exploração é grande, grande parte da população não
possui esses serviços básicos, e a miséria é grande, como se pode constatar em cada esquina.
Para finalizar deixo a frase que Marx e Engels (1987, p.109) colocam como reflexão no final do livro Manifesto Comunista
para o povo trabalhador “Proletários de todos os países, uni-vos”.