CLIPPING SAúDE 28.08.2012
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CLIPPING SAúDE 28.08.2012
Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:30 Folha da Cidade Reforço no estoque de sangue Robson Sampaio Para reforçar o estoque de sangue que estão baixos, o Hemope, em parceria com o Hospital Getúlio Vargas, realiza coletas de sangue,hoje, entre 8h30 e 17h. Os doadores devem apresentar um documento de identificação com foto, estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 68 anos e pesar, no mínimo, 50kg. O Getúlio Vargas fica, na Avenida General San Martin, ao lado do Banco do Brasil da Avenida Caxangá.Informações: Hemope - 3182. 4780 e 3182. 4648. Já o Sindicato dos Empregados em Administradoras de Consórcios e Empregados em Concessionárias e Distribuidoras de Veículos nos Estados de Pernambuco e Paraíba (Sindcon PEPA) realiza, também hoje, o Projeto Sindvida- Doação de Sangue, na Concessionária Hyundai, em parceria com o Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene) e que está levando uma unidade móvel de doação às sedes das concessionárias de Pernambuco. Como benefício, o doador faz vários exames e ainda ganha um dia de folga. A ação será feita em outras concessionárias. Informações: Sindcon PEPA - (81) 3423.8149 e 3034.8148. Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:10 JC nas ruas Pacientes com tratamento comprometido Mais uma vez, os remédios Spiriva Respimat e Alenia, para doença obstrutiva crônica, estão em falta na Farmácia do Estado, para desespero dos pacientes. Acidentes demais O Hospital da Restauração garante que não está sem material para fazer cirurgia reparadora de crânio. O problema é que a demanda é excessiva por conta do número de acidentes. No ano passado foram feitas 2,2 mil cirurgias e há previsão de chegar a 2,5 mil este ano. Avaliação nutricional de graça no metrô Nutricionistas e estudantes estarão amanhã na estação Recife, das 9h às 16h, atendendo usuários. Vão medir a massa muscular e orientar sobre alimentação saudável. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:33 Uma vida plena para Alexandre Por decisão judicial, pernambucano que nasceu mulher terá custeio do estado para cirurgia de implantação de pênis Ana Cláudia Dolores Divulgação O professor de educação física poderá completar o processo de mudança de sexo Foi aos 11 anos, quando lia uma reportagem na revista Manchete sobre Christine Jorgensen, a primeira norte-americana a mudar de sexo, que o professor de educação física Alexandre Emanuel, hoje com 45 anos, descobriu que não estava sozinho no mundo. Assim como ele, havia outro ser humano que abominava seu próprio sexo e só conseguiu por fim a essa angústia após uma intervenção cirúrgica definitiva. Desde que se reconheceu transexual, ficou convencido de que também poderia ser dono do seu corpo e do seu destino. Ontem, teve mais uma certeza disso. Alexandre conseguiu na Justiça uma autorização para que o governo do estado custeie sua cirurgia de implantação de um pênis. O procedimento deverá ser feito no Hospital das Clínicas de Goiás, um dos poucos no país que têm essa especialidade. A ação foi movida pela defensora pública Viviane Sotero e a decisão foi proferida pelo juiz da 4ª Vara da Fazenda do Estado, Marcos Vinícius Nonato Rabelo. Segundo a Defensoria Pública, não há notícia de outra decisão, no estado, que tenha autorizado cirurgia para mudança do sexo feminino para masculino. A antecipação de tutela foi concedida na semana passada, mas apenas ontem a notícia foi recebida por Alexandre. A ordem judicial é para que o estado pague as despesas básicas do paciente, como transporte e medicamentos, para que ele tenha condições de realizar o procedimento em Goiás, já que os hospitais públicos de Pernambuco não estão habilitados a realizar esse tipo de cirurgia. Alexandre está desempregado e não tem condições financeiras para bancar os gastos. A Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco ainda não foi citada e só deverá se pronunciar sobre o caso quando tiver conhecimento oficial. Ainda cabe recurso. Alexandre já é homem tanto legalmente como esteticamente. Em 2004, retirou as mamas, o útero, as trompas e os ovários no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Em 2007, conseguiu mudar seu nome e seu sexo no registro civil de nascimento e modificou outros documentos, como carteira de identidade e CPF. O nome, no entanto, foi escolhido bem antes, em 1980, ano da Olimpíada de Moscou. “Alexander era o nome de um medalhista russo. Então pus Alexandre para ficar mais brasileiro. E Emanuel é porque Deus está comigo”, explicou. Mesmo depois de tantas mudanças, ele não se sentia homem por completo. “O tratamento definitivo é com a cirurgia que faz a masculinização da genitália. Espero conseguir colocar um ponto final em tudo isso agora, com essa decisão”, afirmou. O procedimento que ele deverá fazer em Goiás é a metoidioplastia, que combina tratamento hormonal (para provocar crescimento do clitóris), com técnicas cirúrgicas. A partir do clitóris estendido, será criado um pênis e ele poderá urinar em pé, como qualquer homem, e ter ereção. A cirurgia, que pode parecer um capricho, significa, na verdade, o fim de um sério tormento psicológico e social na vida de Alexandre. Quando criança, ele não sentia vontade de brincar como as meninas e não entendia o porquê de sua diferença. Na adolescência, quando descobriu sua sexualidade, procurou o isolamento e sofreu de depressão por anos. Na vida adulta, desistiu de lutar contra sua própria natureza e começou a buscar ajuda em leituras e grupos de estudo até se decidir pela cirurgia. Agora, Alexandre quer ter o direito de viver e realizar sonhos como qualquer outro homem. “Quero namorar uma mulher heterossexual, ter um relacionamento sério e construir uma família. Se der tudo certo, penso em adotar filhos no futuro”, confidenciou. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:37 Entrevista >> Nathália Jambo defensora pública “Ele sofre por ainda se sentir mulher” Divulgação Em Pernambuco, são raros os casos de mulheres que recorrem à Justiça para fazer mudança de sexo. Na Defensoria Pública do Estado, pelo menos, o caso do recifense Alexandre Emanuel foi o primeiro. E, graças a ele, não deve ser o último. A decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) de cobrar do estado o custeio das despesas dele com a cirurgia é o primeiro passo para a criação de uma jurisprudência sobre o assunto. A análise é da defensora pública Nathália Jambo, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor, que auxiliou o processo. Que argumentos a Defensoria utilizou para convencer a Justiça da importância dessa cirurgia para o paciente? Relatamos toda a luta de Alexandre para tentar mudar de sexo e foi feito um laudo psicológico que foi determinante para auxiliar o juiz em sua decisão. Esse laudo diagnosticou toda a aflição e o sofrimento dele por ainda se sentir mulher e não poder ter a vida de acordo com o sexo que ele assumiu. A lei respaldava esses argumentos? Sim, utilizamos a própria Constituição para dar fundamento à ação. Pela Carta, é dever do estado zelar pela saúde do cidadão e pela dignidade humana. A saúde não é só física, mas psíquica também. O próprio juiz entendeu que o fato de Alexandre sustentar uma aparência masculina, porém ainda com genitália feminina, submete-o a um constrangimento diário. Quais os efeitos dessa decisão e o que ela representa juridicamente? O estado terá que custear tudo o que for necessário para a cirurgia dele. Se não cumprir, pagará multa diária de R$ 500. Essa ação abre caminho para a formação de uma jurisprudência que pode basear decisões desse tipo no estado com um olhar mais sensível aos direitos humanos. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:26 Sentença de morte Associação Nacional dos Hospitais Privados diz que 75% dos 46 associados sentem os efeitos da paralisação nos estoques de material, reagentes e remédios Greve é direito do trabalhador assegurado pela Constituição. Mas existe diferença abissal entre paralisação dos setores privado e público. No primeiro, o prejuízo bate na conta do empresário. As negociações dela decorrente permitem restabelecer o equilíbrio entre o capital e o trabalho. No segundo, o prejudicado é a população. Estudantes ficam sem aula; passageiros, sem transporte; moradores, sem segurança; crianças, sem vacinas; comerciantes, sem mercadorias; viajantes, sem passaporte; contribuintes, sem informação; transeuntes, sem o direito de ir e vir. Em suma: o cidadão, que paga impostos para que a máquina do Estado funcione e lhe preste os serviços de que necessita, se torna refém dos servidores. A persistência das greves que se arrastam sem fim pode cobrar preço que nenhum brasileiro se dispõe a pagar. Trata-se de vidas. A Associação Nacional dos Hospitais Privados diz que 75% dos 46 associados sentem os efeitos da paralisação nos estoques de material, reagentes e remédios. Funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela autorização da entrada de medicamentos no país, cruzaram os braços há um mês. Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa, nega que o desabastecimento se deva ao movimento paradista. Segundo ele, a agência cumpre decisão judicial que determina que 70% do quadro se mantenha ativo. Assim, a situação está “praticamente dentro da normalidade”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, repete a informação: não estariam faltando remédios por retenção de carga motivada pela greve. Auditores e técnicos da Receita Federal afirmam, porém, que existem mercadorias retidas nos portos e aeroportos devido a operações-padrão. O quadro é sério e preocupante. No meio de vaivém de palavras, encontram-se pessoas. São adultos e crianças com diabetes, câncer e outras enfermidades cuja vida depende do fornecimento de insulina e outras drogas. Impõe-se encontrar o caminho capaz de normalizar não só o abastecimento da rede hospitalar, mas também a rotina do Estado. Reatar o diálogo do Executivo com as entidades sindicais pede bom-senso e a real disposição de negociar com os pés no chão – sem perder de vista a realidade da economia, o contexto internacional e o caixa do governo. Exigir o impossível apenas agrava a situação já grave. Como frisou o empresário carioca Jorge Gerdau, “as reivindicações devem ser ouvidas, mas cabe ao governo a enorme responsabilidade de buscar um ponto de equilíbrio entre demandas e receitas”. Em bom português: a conta tem de fechar. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 06:34 Pelo direito de ser mãe Mulheres que fazem inseminação artificial recorrem à Justiça para conseguir os remédios prescritos Rosa Falcão Divulgação As mulheres que se submetem à inseminação artificial para engravidar têm que vencer outro obstáculo para manter a gravidez: brigar na Justiça para garantir que os planos de saúde paguem os medicamentos prescritos pelos médicos. Em geral, são remédios caros que precisam ser usados durante nove meses de gestação. O tratamento completo pode superar a quantia de R$ 20 mil, onerando o orçamento das famílias que já arcaram com a despesa integral da fertilização in vitro. Sem contar com o desgaste emocional da gestante ao enfrentar um processo judicial para assegurar os seus direitos. Juliana obteve, na Justiça, medicação para segurar a gravidez. Bebê nasce em outubro A engenheira civil Juliana Pernambuco Dantas, 35 anos, há cinco anos alimenta o sonho de ter um filho. Já enfrentou o trauma de um aborto até decidir pela inseminação artificial. Antes, porém, Juliana fez uma pesquisa na internet e descobriu que tinha problemas para segurar a gravidez. A suspeita foi confirmada pelos médicos. Ela é portadora de trombofilia em níveis elevados. Tem que tomar os medicamentos Clexane – 40mg SC para uso diário durante o período gestacional e Endobulim 15g EV, um comprimido por dia a cada 21 dias, diante do risco iminente risco de nova perda do bebê. Juliana procurou o plano de saúde Sul América para liberar os medicamentos mas teve o pedido negado. “Tive que entrar com uma ação na Justiça e para ter direito aos medicamentos. Eu paguei as duas primeiras doses do remédio no valor total de R$ 11.500 e até agora não recebi o reembolso”. Emocionada, a futura mamãe completa: “No dia da inseminação eu chorei muito porque é uma vitória conseguir engravidar, mas sabia que cada vacina custa R$ 5.730 e eu não poderia pagar”. A decisão judicial determina que a operadora assuma as despesas sob pena de pagar multa diária de R$ 1 mil. O bebê de Juliana vai nascer em outubro. Especialista em direito do consumidor, o advogado Carlos Alberto Pinto diz que é recorrente a negativa de fornecimento de medicamentos complementares à inseminação artificial pelos planos de saúde. Ele argumenta que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante ao usuário o fornecimento do remédio nas situações onde existe o risco de vida para a gestante e para o feto. “O plano de saúde não pode se abster de custear o tratamento para a manutenção da gravidez. A gestante deve pleitear esse direito na Justiça”. Karla Guerra, coordenadora jurídica da Aduseps (Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde), confirma que os casos de negativa de tratamentos complementares nos casos de inseminação artificial são resolvidos na Justiça. “Recentemente conseguimos duas liminares para a liberação dos mesmos medicamentos. Mesmo que o rol de procedimentos não inclua esses remédios, eles são considerados fundamentais para a saúde da gestante e da criança”. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que os medicamentos injetáveis só têm cobertura dos planos de saúde durante o período de internação hospitalar ou tratamento domiciliar do paciente. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 06:25 Prefeitura responde crítica do Simepe Matéria também apresentou as propostas dos candidatos a prefeito da capital com maior densidade eleitoral Em resposta a informações do Sindicato dos Médicos de Pernambuco publicadas no Diario de Pernambuco do último domingo (Promessas sob medida), a Secretaria de Saúde do Recife informa: concurso e seleção públicos realizados este ano tinham como finalidade preencher vagas em aberto e a ampliação da rede municipal; o hospital de Maria Cravo Gama não está fechado há três anos, mas desde maio de 2011 (população está sendo atendida em outras unidades hospitalares); a média de quatro mil indivíduos atendidos por equipe de Saúde da Família é preconizada pelo Ministério da Saúde; o Recife tem a maior rede per capita de CAPS do país e uma média mensal de 376,8 mil exames e 78,3 mil consultas especializadas; as maternidades oferecem 120 leitos, suficiente para atender à demanda de moradores exclusivamente da capital, e toda a rede municipal de saúde está informatizada. A matéria também apresentou as propostas dos candidatos a prefeito da capital com maior densidade eleitoral. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:45 Diario urbano Burocracia Uma moradora da área rural de Água Preta, na Zona da Mata, teve diagnóstico de cisto hepático e desde então procura tratamento adequado. Orientada por uma amiga, foi bater à porta do Instituto do Fígado de Pernambuco, com todos os exames e documentos, mas não pôde se inscrever. Ouviu que a Secretaria de Saúde do município teria que enviar a documentação via fax, do contrário, nada feito. Sofrimento Então a moça – sentindo dores, sem poder trabalhar e sem direito ao auxílio-doença do INSS – voltou para Água Preta e foi bater à porta da Secretaria de Saúde do município, que explicou o seguinte: o fax está quebrado e não tem previsão de conserto. Isso há duas semanas. Diario de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 06:25 Diario Político Só faltava essa A produção do guia eleitoral de Geraldo Julio (PSB) recorreu à tradicional canção Noite Feliz, em que se revenrencia no Natal o nascimento de Jesus Cristo, como trilha sonora para a propaganda do Hospital das Mulheres. É um pouco demais. Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:06 Pelo direito de ser homem por completo Hormônios garantiram voz grossa, barba e pelos. Nome e gênero foram alterados na certidão de nascimento. Agora, Justiça mandou Estado pagar cirurgia de mudança de sexo Ciara Carvalho Não existe isso de mulher virar homem. Eu já era um homem no corpo de mulher.” É assim, com firmeza, determinação e, sobretudo, coragem que o educador físico Alexandre Emanuel expõe seu rosto, nome e história. Avisa logo que a mudança de sexo não se trata de um sonho ou de uma escolha. Mas de uma necessidade física e psicológica. A necessidade de ter um corpo masculino completo. Graças ao uso de hormônios, a voz já é de homem, a barba, os pelos. Em cirurgias anteriores, tirou mama, útero e ovário. Mudou de nome e de gênero na certidão de nascimento. Faltava o final, o que faz um homem se sentir um homem por inteiro. Na semana passada, Alexandre Emanuel obteve uma autorização inédita na Justiça de Pernambuco. Conseguiu que o Estado seja obrigado a pagar a cirurgia de mudança de sexo que fará no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. A operação vai ser o capítulo derradeiro de uma luta que já soma 13 anos, quando, pela primeira vez, tomou a decisão de buscar ajuda médica. Aos 45 anos, Alexandre diz que só quer o direito de ser o que ele sempre foi: homem. Não se trata de um implante. A cirurgia de nome difícil, metoidioplastia, consiste em aumentar o clitóris com tratamento hormonal e construir um canal ligado à uretra. O novo pênis terá as mesmas funções de um pênis normal. Em Pernambuco, essa cirurgia ainda não é feita. O juiz Marcos Vinícius Nonato, da 4ª Vara da Fazenda Estadual, não demorou mais que 24 horas para estudar o caso e dar sua decisão. O processo entrou num dia, no outro a liminar estava concedida. “Ele já tem todas as características masculinas, mudou o nome, fez as cirurgias anteriores, tirou seios e útero. Só faltava a parte peniana. Não há motivo para prolongar esse sofrimento. É uma situação que exige uma resposta imediata”, sensibiliza-se o magistrado. Alexandre Emanuel também se surpreendeu com a rapidez da Justiça. Ontem, pela manhã, teve dificuldade de acreditar no telefonema vindo da Defensoria Pública, que está à frente da ação judicial de mudança de sexo. “Seu pedido foi atendido”, anunciou a interlocutora. A ficha, diz Alexandre Emanuel, ainda não caiu. A primeira decisão importante veio logo depois do telefonema. Resolveu quebrar o silêncio, o anonimato. Desde 1999, quando procurou o serviço do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco para realizar a mudança de sexo, fez tudo sem alarde. Sem exposição. Iniciava ali uma via-crúcis, uma jornada longa e cheia de entraves para reafirmar sua identidade. Teve consultas com mastologistas, ginecologistas, psiquiatras, psicólogos, fez tudo o que a lei mandava para ser reconhecido como um transexual. Laudo emitido, partiu para conquistar o que chamou de carta de alforria. Em 2007, conseguiu mudar o nome de registro de nascimento. A antiga identidade prefere não revelar. Mudou de sexo no papel. Agora quer o resto. E não tem vergonha de exigir isso publicamente. “Vivi todos esses anos como se estivesse numa prisão. Esperando um milagre divino. Existe a possibilidade técnica de fazer a transformação completa. A medicina pode fazer isso. Então, vou atrás do meu milagre.” Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:09 Eu me sinto livre, saindo da armadura” Foi preciso esperar uma vida, mais precisamente 45 anos, para conseguir o direito que a genética lhe negou Ciara Carvalho Alexandre Emanuel espera realizar, no próximo ano, a cirurgia de mudança de sexo que lhe dará um pênis e o fará homem por completo. “Eu me sinto saindo da casca, da armadura. É a minha libertação.” JC – Em que momento de sua vida você descobriu que era um homem no corpo de mulher? ALEXANDRE EMANUEL – Desde sempre. Lembro de pedir aos meus pais um carrinho de presente para o aniversário de 3 anos. Nunca brinquei de boneca, preferia a companhia dos meninos. Foi uma infância e uma adolescência muito difíceis. Sentia que era diferente, que não me incluía em nenhum dos lados. Não escolhi ser transexual. Existe o sexo cerebral e o sexo genital. O meu sexo cerebral sempre foi masculino. JC – Quando veio a coragem para mudar essa história e se assumir como era? ALEXANDRE – Foi um processo longo, penoso. Aos 31 anos fui procurar ajuda de especialistas. Sabia que não poderia viver aprisionado o resto da minha vida. JC – O que o fez sair do anonimato? ALEXANDRE – É uma decisão difícil se expor. Mas decidi fazer isso porque é a parte final de uma história de muita superação. Quero que outras pessoas que sentem o que eu sinto saibam que também é possível para elas se libertarem. Essa cirurgia já é oferecida pelo Sistema Único de Saúde. Precisa ser mais divulgada, porque é um direito garantido. JC – Você pensou em desistir? ALEXANDRE – Desistir nunca. Mas precisei respirar fundo muitas vezes, recuar para poder continuar lutando. Eu me sentia como se estivesse desbravando uma floresta, com uma arma na mão, abrindo clareiras. Espero que essa cirurgia seja a última clareira que precisarei abrir. JC – Como você se sente diante da possibilidade de se tornar o que sempre quis ser? ALEXANDRE – Nunca me senti gay, homossexual. Não era uma mulher que tinha atração por outra mulher. Mas um homem, de orientação heterossexual. Vivi todos esses anos como se fosse um dia nublado, esperando o momento de ser eu mesmo. A cirurgia vai devolver minha identidade. Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:13 Hospital só fez até agora sete cirurgias Em 13 anos, Hospital das Clínicas de Goiás realizou sete procedimentos. Número é bem inferior do que o de transexuais que buscam ter um corpo feminino Cláudia Vasconcelos A cirurgia de construção de pênis a que Alexandre Emanuel pretende se submeter só foi realizada em outros sete pacientes no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde ele deseja ser atendido, desde que se implantou o serviço na unidade, há 13 anos. Bem menos que a quantidade de transexuais que desejam ter um corpo feminino. Estes se operaram quase sete vezes mais no mesmo período, com 47 intervenções. A complexidade de se criar cirurgicamente um órgão masculino e os riscos que essa operação implica contribuem para que poucos transexuais como o pernambucano queiram encarar o desafio. Há duas possibilidades de uma mulher com identidade masculina ter um pênis. Uma delas é a escolhida por Alexandre e por 80% dos transexuais como ele: a metoidioplastia. Trata-se de uma combinação de tratamento hormonal e cirurgia: a testosterona faz o clitóris crescer e, na mesma operação, os médicos constroem nele um canal que se ligará à uretra. “Mas, como em toda cirurgia, existe o risco de complicações”, ressalva a coordenadora do Projeto Transexualismo do Hospital das Clínicas da UFG, a ginecologista Mariluza Terra Silveira. Alexandre ainda não confirmou sua cirurgia na UFG. De acordo com Mariluza Terra Silveira, ele antes precisa ir a Goiânia e cadastrar-se na Secretaria Municipal de Saúde. A alternativa mais arriscada seria a faloplastia, que consiste em implantar um pênis moldado a partir do enxerto de pele e tecido vascularizado do próprio paciente. Tem em comum com a metodioplastia a criação de um saco escrotal usando a pele dos grandes lábios e próteses de silicone. “Porém não fazemos essa cirurgia porque são maiores as chances de infecção e de cicatrizes mais aparentes”, explica a médica. Atualmente três pacientes esperam pela metoidioplastia no hospital da UFG. Cinco dos sete já operados entraram no bloco cirúrgico em maio deste ano, quando visitou a unidade um dos mais reconhecidos especialistas em troca de sexo do mundo, o sérvio Miroslav Djordjevic. Ele é professor de urologia e responsável pelo Centro de Cirurgia Genital Reconstrutiva de Belgrado, que operou mais de 100 transexuais sérvios e estrangeiros em 2011. Mas redesenhar o corpo para que corresponda à identidade psíquica não começa pela mesa de operação. Pelo menos dois anos antes o transexual inicia o acompanhamento com equipe que inclui médicos, enfermeiros, psicólogos e psiquiatra. Além disso, há tratamento com hormônios. Além do hospital do Centro-Oeste, apenas outros três hospitais do Brasil oferecem a metoidioplastia – os das Universidades de São Paulo (USP), Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). RECIFE O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco mantinha desde 2001 serviço de cirurgia de mudança de sexo, porém não realizava nem a metoidioplastia nem a faloplastia. Operou 23 transexuais que desejavam um corpo feminino. No entanto, o setor está fechado desde abril último e não há previsão de retorno. Segundo o médico Sabino Pinho, que coordenava o serviço até o início deste ano, houve somente quatro casos de mulheres que retiraram seios, útero, trompas e ovários e fizeram tratamento para obter aparência masculina, porém sem construção de pênis. Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:15 Repercussão no JC Online Mudança de sexo “É isso aí, o que importa é a felicidade, só espero que não tenha arrependimento. Acho que o retorno deve ser impossível”, de Wilson Soares dos Santos “Não acredito que o Estado tenha obrigação de pagar por esta cirurgia. Por que ela não paga os custos?”, de Shirley Santiago “Mudar de sexo já é uma aberração, mas tudo bem, ela faz o que quiser do seu corpo. Agora, por que o Estado tem que pagar?”, de Verônica Maria “Não vejo razão para quem não se sente bem não ter a oportunidade de tentar ser feliz. O dinheiro também é dela, afinal ela e sua família pagaram impostos”, de Willian “O mundo vai acabar ou já acabou e ninguém se deu conta disso? Nasci homem para reproduzir com mulheres e não pra me trocar com outro”, de Ederson Anselmo “Como existe preconceito! O que ele fez para incomodar esses homofóbicos? Se vocês estão felizes com sua sexualidade, deixem ele ser também. Todos temos esse direito”, de Bárbara Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 07:17 Pela metrópole Ciclistas sem brecha A difícil arte de pedalar pelas ruas do Grande Recife mobiliza o fotógrafo Clemilson Campos. Ciclista inveterado, ele se dá ao trabalho de produzir pequenos vídeos para registrar o sofrimento vivido pelos que apostam em um transporte alternativo, mais barato e mais saudável. Numa das produções, mostra a dificuldade de cruzar os municípios vizinhos de Olinda e Paulista pela ponte da PE-01, a que dá acesso à Avenida Cláudio Gueiros Leite. A via é estreita e o tráfego intenso faz arrepiar até os mais ousados. Quem se arrisca a cruzar a ponte se depara com a falta de acostamento. Quando encontra algum acostamento, está cheio de buracos e lama. A sorte pode ser grande se não der de cara com animas soltos na rua. Dá vontade de botar a bike nas costas e voltar para casa, esperar horas na parada para pegar um ônibus ou ajudar a poluir um pouco mais a cidade, tirando o carro da garagem. Sem luz no caminho O ciclista Hudson Samuel, 17 anos, sabe bem do que Clemilson denuncia. No dia 18, voltava de Olinda para Paulista quando caiu em um buraco na rodovia PE-15. Passava das 18h. O local mal iluminado e cheio de mato e o asfalto sem qualidade contribuíram para o acidente. Machucou o capacete, sofreu arranhões nos braços, pernas e cintura e precisou da ajuda de um desconhecido para sair da cratera. Sem médico Hudson foi levado para a UPA de Olinda. Lá, não havia médico para atendê-lo e indicaram a unidade Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, Zona Norte do Recife. Há um ano, o estudante começou a fazer percursos mais longos de bike. Atingiu 80 km, de Paullista à Zona Oeste da capital. Jornal do Commercio - PE 28/08/2012 - 06:28 Carlos da Rocha SOS Humberto! O PT começou ontem nas redes sociais uma campanha para se contrapor à tática do PSB de desconstruir a imagem de gestor de Humberto Costa na área da saúde. “Experiência em saúde ele tem”, divulga o partido. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 06:38 Guia eleitoral focado na Saúde e Educação Prefeiturável Humberto Costa (PT) usou seu tempo para mostrar o traquejo que tem na área de Saúde Jumariana Oliveira O terceiro dia de apresentação do guia eleitoral sinalizou que os candidatos, no momento, estão focados em mostrar projetos considerados essenciais para a população, sobretudo, nas áreas de Educação e Saúde. Os prefeituráveis Geraldo Julio (PSB) e Mendonça Filho (DEM) dedicaram quase o tempo inteiro dos seus programas ressaltando a importância em investir em educação de qualidade. O socialista, como de costume, falou sobre a importância de manter a Capital no mesmo ritmo do Estado. Para isso, mostrou os investimentos que foram feitos na gestão de Eduardo Campos (PSB) na área educacional. Mendonça, por sua vez, investiu em depoimento de pessoas que foram beneficiadas com o programa Estação Futuro, implantado na gestão estadual quando o democrata era vice-governador. Ele comentou sobre a importância em resgatar o projeto, que consiste em unir lazer e educação. “Vamos trazer de volta e ampliar. Recurso para isso não falta. Falta compromisso e determinação”, ressaltou. Já Daniel Coelho (PSDB) mostrou seus projetos para os Centros Sociais Urbanos (CSUs). Com o discurso voltado para a Saúde, o tucano disse que pretende implantar unidades dos Amas (Atendimento Médico Ambulatorial) nos seis CSUs existentes na Capital pernambucana. O prefeiturável Humberto Costa (PT) usou seu tempo para mostrar o traquejo que tem na área de Saúde. Médico, apresentou um diálogo com o ex-presidente Lula, onde o maior líder do PT fala sobre a atuação do petista como ministro da Saúde, quando implantou o Samu e o programa Farmácia Popular. Tempo O DEM conseguiu aumentar seu tempo no guia eleitoral de TV. O partido havia entrado com uma representação no TSE, pedindo a recontagem dos minutos, já que a legenda conta com 26 parlamentares na Câmara Federal, e não 24 como havia constatado a Justiça Eleitoral. Com o parecer favorável, Mendonça passa a ter quase seis segundos a mais no seu programa gratuito de televisão. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Fogo Cruzado Silêncio sobre as péssimas entradas do Recife Inaldo Sampaio Nesta primeira semana de horário eleitoral gratuito, os candidatos a prefeito do Recife assumiram diversos tipos de promessa. Um promete inundar a cidade com novas UPAs, outro entregar remédio em casa para diabéticos e hipertensos, um terceiro fazer 50 quilômetros de ciclovias, e por aí. Sem contar o folclórico e sempre coerente Jair Pedro, do PSTU, que promete entregar a prefeitura “ao controle dos trabalhadores”, o que significa dizer que a figura do “patrão prefeito” seria abolida. Até agora, no entanto, nenhum deles deu uma só palavra sobre as entradas do Recife, que são uma vergonha só. Quem entra na cidade pela BR-232, por exemplo, depara com uma pista estreita, esburacada e escura, denunciando a ausência total e absoluta do poder público municipal. Já quem entra pela BR-101, vindo do litoral sul, encontra um quadro exatamente igual: trânsito desordenado na divisa com Jaboatão dos Guararapes, além de uma iluminação digna de quarto mundo. Igualmente sem estética é a entrada da cidade na divisa com Olinda, onde há uma obra em andamento que parece não ter mais fim. Já quem vem de Camaragibe pela Avenida Caxangá também fica envergonhado com a feiúra da cidade naquele trecho. Todavia, como ainda faltam mais de 30 dias para a realização do pleito, quem sabe um dos quatro candidatos mais competitivos assuma o compromisso de, em sendo eleito, dotar a nossa capital de entradas à altura de sua importância. A cópia - Humberto Costa promete fazer três novos hospitais se for eleito prefeito do Recife: do Idoso, da Mulher e da Criança. Inspirou-se em Eduardo Campos, que também prometeu três e construiu: Miguel Arraes, D. Hélder Câmara e Pelópidas Silveira. O Recife, pasmem, não tem nenhum hospital municipal. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Vacina brasileira contra dengue vai ser testada Instituto Butantan espera liberação da Anvisa e da Conep para início de testes em humanos O Instituto Butantan espera iniciar em um mês em São Paulo os testes em voluntários para o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra o vírus da dengue. A expectativa é de que até 2015 o medicamento seja colocado à venda. O médico imunologista Jorge Kalil, um dos responsáveis pela vacina, disse que o início dos primeiros testes com seres humanos depende apenas da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Após a aprovação, o instituto poderá iniciar o recrutamento de 300 voluntários nos quais a vacina será experimentada. O produto, desenvolvido em parceria com o Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas, da USP, já passou por testes em diversos grupos de 20 pessoas, nos Estados Unidos, para avaliar sua segurança. “Pretendemos iniciar em 30 dias essa nova etapa, que deve se prolongar pelos seis meses seguintes”, afirmou Kalil. Ele explicou que a terceira fase, que também irá durar seis meses, será com testes em pessoas expostas a áreas com altos índices de casos de dengue. No País, porém, há outra vacina sendo testada que pode ser colocada no mercado em 2014. O laboratório francês Sanofi Pasteur atua em cinco capitais brasileiras (Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Natal e Vitória) para verificar os efeitos - o medicamento mostrou capacidade para proteger contra três das quatro cepas virais causadoras da doença. O Instituto Butantan acredita que, por ser desenvolvida em boa parte no País, a vacina brasileira possa ter um custo inferior. O único método atual de prevenção contra o vírus é combater o mosquito Aedes aegypti com inseticidas (fumacê) e com a eliminação dos focos de propagação da doença, em águas paradas. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Imunização entrará no calendário oficial O Ministério da Saúde deve anunciar ainda neste ano a incorporação da vacina contra a hepatite A no calendário infantil de imunização. A Conitec, comissão que assessora o ministério na adoção de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), recomendou ao governo incluir essa vacina na rede pública após uma demanda feita pela Secretaria de Vigilância em Saúde, um setor do próprio ministério. A recomendação foi feita no início do mês e divulgada ontem, juntamente com uma consulta pública a respeito do tema. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, a expectativa é que seja definida uma posição sobre a possível transferência de tecnologia com um dos laboratórios produtores da vacina até o mês que vem. “Provavelmente anunciaremos a medida neste ano para implantá-la no ano que vem”, afirmou. A ideia, diz o relatório da comissão, é incluir essa nova vacina já em 2013 junto com a vacina contra a catapora - essa última, anunciada neste mês pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). O esquema sugerido é de duas doses da vacina contra a hepatite A para crianças, aos 12 meses e aos 18 meses de idade. Um estudo entregue ao ministério no início do ano classificou essa vacina como “econômica”, o que significa que vale a pena oferecê-la na rede pública considerando seus impactos na saúde e na economia. O custo anual da medida estimado pelo relatório é de R$ 149 milhões. Segundo Barbosa, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de oferecer a vacina passou a valer para o Brasil quando o país melhorou as condições sanitárias, o que fez com que menos pessoas tivessem contato com o vírus de forma natural, na infância, fase em que é menos perigoso. A hepatite A é uma doença transmitida pela via oral, por água e alimentos contaminados e também de pessoa a pessoa. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Governo amplia o uso de antirretroviral O Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação do uso de antirretrovirais para pessoas com HIV no País. A prescrição do remédio começará a ser feita em estágios menos avançados da doença. A decisão, tomada na semana passada pelo Consenso Terapêutico, prevê a indicação dos antiaids para pacientes que apresentem exames de CD4 com resultado igual ou inferior a 500. Atualmente, o coquetel é recomendado quando o exame atinge níveis inferiores a 350. Além disso, a partir de agora, soropositivos que tenham como parceiro uma pessoa sem HIV poderão começar a tomar os remédios independentemente dos resultados da carga viral. Essa estratégia já vinha sendo adotada por alguns especialistas. Agora, porém, a recomendação está mais clara. A mudança deverá ampliar em 35 mil o número de pessoas no País com uso de antirretrovirais. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Hospital das Clínicas retoma atendimentos O Hospital das Clínicas da UFPE (HC/UFPE) retomou os serviços, ontem, após dois meses de paralisação por conta da greve dos servidores federais. Para isso, os pacientes que perderam consultas durante o período de paralisação devem ficar atentos para as novas datas de remarcações. Cerca de 40 mil consultas devem ser reagendadas e, durante esse período, as marcações de novas consultas estão paralisadas. A expectativa é de que até outubro todos os serviços estejam normalizados. O período de remarcações iniciou ontem e seguirá até o dia 20 de setembro, seguindo um cronograma de especialidades (ver quadro). Vale salientar que os pacientes que têm consultas marcadas para a data de hoje em diante serão atendidos normalmente. As remarcações só serão realizadas para as consultas que estavam agendadas entre os dias 11 de junho e 24 de agosto. “Não faria sentido termos todas essas consultas atrasadas e continuarmos com novos agendamentos. Para atender melhor a população, fizemos o cronograma e esperamos normalizar a situação o mais rápido possível”, avaliou a diretora técnica do HC, Iaracy Melo. A aposentada Rita Maria Cabral, 69 anos, está há três meses na expectativa para realizar uma cirurgia, mas com o período de greve, teve que adiar o procedimento. “Durante a paralisação eu vim três vezes, mas sempre ouvi que estavam em greve. Hoje (ontem) achei que seria remarcado, mas vou ter que voltar outro dia para conseguir”, declarou a idosa, que mora em Paudalho, na Mata Norte, a 42 quilômetros do Recife. Durante a greve, cerca de 115 mil exames e 1.450 cirurgias deixaram de ser realizadas. Nos casos dos procedimentos cirúrgicos, os pacientes deverão passar por mais uma reavaliação médica e ambulatorial para que sejam definidas as prioridades e as remarcações. Mais informações: 2126.3533. Folha de Pernambuco - PE 28/08/2012 - 07:24 Mulher tem decisão favorável da Justiça Representada pela Defensoria Pública do Estado, uma mulher conseguiu uma decisão inédita na Justiça pernambucana. O direito de realizar uma cirurgia de mudança de sexo, denominada metoidioplastia, a ser paga pelo Estado. A sentença em favor da transsexual feminino foi dada pelo juiz Marcos Nonato, da 4º Vara da Fazenda de Jaboatão dos Guararapes. A paciente estava em tratamento e acompanhada por uma equipe médica desde 1999. Durante este tempo realizou dois procedimentos cirúrgicos, tais como, a histerectomia que é a retirada do aparelho reprodutor feminino, o útero, e uma mastectomia que tratase da extração dos seios. Estas operações foram executadas e custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. De acordo com o juiz Marcos Nonato, a paciente ainda não havia recorrido à Justiça. “Não houve nenhuma insurgência ou nenhum obstáculo colocado pelo Estado de Pernambuco para fornecer o amparo médico e clínico para que ela fizesse os procedimentos anteriormente realizados. Foi esta mesma equipe, inclusive, que recomendou o término desse processo com a mudança de sexo através da cirurgia para a colocação da prótese peniana”. A cirurgia deverá acontecer no Hospital das Clínicas (HC) de Goiás, onde já ocorreram outros exemplos cirúrgicos do mesmo tipo. A metoidioplastia consiste no crescimento do clitóris num tamanho médio de quatro a cinco centímetros com a utilização do uso de hormônios como a testosterona. Assim, com o clitóris já grande, ele é solto de sua posição original e movido à frente para uma posição semelhante ao formato de um pênis. O Estado ainda pode recorrer da decisão.