ENACOR - Wilson Ahrens _rev01_
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ENACOR - Wilson Ahrens _rev01_
44a REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO 18o ENCONTRO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO RODOVIÁRIA 44a RAPv / 18O ENACOR Foz Do Iguaçu-PR – Brasil – 18 A 21 de Agosto de 2015 A RECUPERAÇÃO DE PAVIMENTOS DE OAE EM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND Wilson Ahrens 1 RESUMO No país e em especial no estado do Paraná, existem muitas pontes cujos pavimentos foram ou são construídos em concreto de cimento Portland. Existem obras com mais de cinqüenta anos, cuja vida útil já expirou, sendo que o DER/PR tem avaliado e indicado a reconstrução em concreto armado, em virtude das vantagens em relação ao pavimento asfáltico. A solução apresentada consiste em: a) sinalizar devidamente a obra de arte; b) recuperar o pavimento alternadamente em meia pista, mantendo o tráfego na outra faixa; c) executar uma malha de aço devidamente dimensionada e engastada no tabuleiro através de pinos de aço introduzidos com adesivo epóxi; d) executar uma ponte de aderência com adesivos à base de resina epóxi; e) lançar o novo pavimento em concreto numa dosagem da ordem de Fck = 35 Mpa; f) executar uma cura química para evitar perda de água. Devem ser recuperadas também as juntas de dilatação, o que pode ser feito em juntas pré-moldadas com perfil de neoprene ou juntas moldadas no local com selantes plásticos semi-rígidos. PALAVRAS CHAVE: Pavimento, Concreto Armado, Juntas, Pontes ABSTRACT All over the country and especially in the State of Paraná there are lots of bridges with Portland Cement Concrete pavements over them. One can find bridges more than fifty years old, with their life cycles already expired, where the Parana State Department of Highways has indicated the pavement reconstruction with reinforced concrete, due to its advantages when compared with asphalt pavement. The solution here presented consists of: a) installation of the proper work safety signs; b) rehabilitation of the pavement in just half the track width, keeping the traffic on the other lane; c) construction of a steel mesh properly designed and inlaid in the bridge deck with steel bolts, using epoxy adhesive; d) performing a bonding layer with adhesives based on epoxy resin; e) launching of the new concrete pavement, with Fck=35 Mpa concrete; f) performing a “chemical cure” to avoid the loss of water. The expansion joints must also be rehabilitated, what can be done either with neoprene profiles or cast-in-place joints using semi rigid plastic sealants. KEY WORDS: Pavement, Reinforced Concrete, Joints, Bridges 1 Wilson Ahrens – Eng.º do Departamento de Estradas de Rodagem do PR desde 1974 SINALIZAÇÃO DA OBRA Para execução do serviço de recuperação do pavimento das OAE, é desejável que a obra possa ser interditada para que o serviço seja realizado. Se, porém, o tráfego não puder ser interditado, é recomendável um eficiente serviço de sinalização, de forma que se possa realizar a obra em duas etapas, sendo cada pista executada em uma etapa. O tráfego deve ser mantido em baixa velocidade, da ordem de 20 km/h sobre a ponte, sem freadas ou acelerações. Na Tabela 1 – Grupo 185 – SINALIZAÇÃO PROVISÓRIA, estão relacionados os serviços referentes à sinalização padrão de uma obra. Estes serviços foram quantificados a partir de um projeto de sinalização elaborado pelo DER/PR, e adaptado para cada obra em particular. É importante executar limitadores de velocidade tais como redutores ou lombadas, dependendo do volume de tráfego na rodovia. Para interromper o tráfego em fluxos alternados, é utilizado semáforo de dois tempos, em cada acesso à obra de arte. Tabela 1 – Grupo 185 – Sinalização Provisória Código Serviço 89422 Aluguel de gerador 5,5 KvA 89226 Fornecimento e instalação de baldes plásticos translúcidos 8 a 10 litros, h=27 a 30 cm, p/ sinalização 89484 Fornecimento e instalação de barreira contínua classe I 89362 Fornecimento e instação de cabo elétrico 2 x 1,5 mm p/ semáforo e luz intermitente 89223 Fornecimento e instalação de cabo elétrico 2 x 2,5 mm p/ sinalização 89363 Fornecimento e instalação de cabo elétrico PP 1000 V 3 x 1,5 mm p/ instalação de semáforo 89193 Fornecimento e instalação de cones de PVC p/ sinalização h=75 cm, refletivo 89225 Fornecimento e instalação de lâmpadas incandescentes pot. 40 W, inclusive soquetes 89196 Fornecimento e instalação de luz intermitente (piscante) 89192 Fornecimento e instalação de semáforo automático completo c/ 2 lâmpadas (2 tempos) e suporte 82000 Placa sinalização c/ película refletiva 82100 Suporte de madeira 3”x3” p/ placa sinalização 87300 Tachão refletivo bidirecional Unid. h ud Quantidade 1.800,000 25,000 m m 92,000 50,000 m m 140,000 120,000 ud 50,000 ud 25,000 ud ud 2,000 2,000 m2 ud ud 60,000 36,000 300,000 DEMOLIÇÃO DO PAVIMENTO EXISTENTE EM MEIA PISTA O concreto armado não é um material permeável. Nas pontes construídas antes de 1980 utilizava-se o concreto com Fck da ordem de 18 Mpa, e com fator água/cimento da ordem de 0,55. Este concreto é muito poroso. Principalmente ainda no caso da cura não ter sido realizada de forma adequada. 2 À medida que o tempo corre, a água vai penetrando no concreto e carregando os materiais alcalinos que compõem o cimento. E com a penetração do dióxido de carbono, o CO2, acontece o fenômeno chamado carbonatação, em que o hidróxido de carbono combinado com o dióxido de carbono forma o carbonato de cálcio. São as manchas de eflorescência que aparecem na superfície do concreto, principalmente na parte inferior da laje do tabuleiro, com a água que penetra pela pista, se a pista estiver fraturada e o concreto da laje poroso. Este fenômeno provoca a despassivação da armadura, ou seja, o concreto deixa de proteger a armadura no seu interior, e inicia-se o processo de oxidação e perda da ferragem. Se este processo não for estancado, pode levar a obra à ruína. Hoje são utilizados concretos com Fck da ordem de 40 Mpa, e com baixo fator água/cimento, e ainda com micro-sílica na dosagem, o que o torna praticamente impermeável. Na figura 1, podemos observar o pavimento em concreto da ponte sobre o Rio Goierê, obra anterior ao ano de 1985 e que se encontrava bastante fraturado. A demolição do pavimento deve ser integral e as anomalias da laje estrutural devem ser tratadas antes da execução do novo pavimento. A demolição poderá ser executada através de rompedores manuais. Importante demolir somente o pavimento, sem atingir a laje estrutural do tabuleiro. Figura 1 – Pavimento em concreto fraturado na ponte do Rio Goioerê na rodovia PR-468 3 EXECUÇÃO DA MALHA DE AÇO Malha de aço Após a remoção do pavimento antigo e da escarificação, será implantada uma malha de aço. Para tanto serão introduzidos pinos no tabuleiro, através de furação e colagem com adesivo epóxi. Nos nossos projetos, adotamos a colocação dos pinos a cada 50 cm nos sentidos longitudinal e transversal conforme pode-se ver na figura 2. Os pinos devem ficar a uma altura de 5 cm abaixo da superfície do novo pavimento. A seguir a malha de aço, será soldada nestes pinos, ficando à meia altura do pavimento projetado. Dimensionamento As superfícies de rolamento para estrados em concreto são construídas com a finalidade de proteger o concreto estrutural da abrasão, das intempéries e de agentes oriundos de cargas transportadas. Quando executado simultaneamente com a laje estrutural pode ter espessura reduzida desde que garanta um cobrimento das armaduras, mínimo de 5 cm; se executado em outra etapa, o estado de superfície da laje estrutural deve ser deixado áspero, irregular e com o aparecimento de agregado graúdo e o pavimento em concreto deve ficar com uma espessura mínima da ordem de 7 cm. Este pavimento de concreto é continuamente armado, possuindo armadura distribuída em toda sua extensão, com o objetivo de ligar fortemente as faces das fissuras, que surgem entre as juntas do tabuleiro. O pavimento em concreto continuamente armado freqüentemente apresenta fissuras de retração regularmente espaçadas que são fortemente fechadas pela malha de aço. Vejamos como deve ser feito o dimensionamento dos pavimentos em concreto, de acordo com o manual do DNIT. (FAINSTEIN et al, 1996) A armação do pavimento rígido, será constituído de malha situada a meia altura da placa, e calculada, para cada direção, pela seguinte expressão, recomendada pela A.B.C.P.: AS = L µ W/2 σS (1) Onde: L= µ= W= σS = AS = distância entre juntas ou entre a junta e o bordo livre, em metros; coeficiente de atrito = 2; peso da placa por unidade de área, em kgf/m2; tensão admissível do aço = tensão de escoamento / 1,3; área da armadura por unidade de comprimento, em cm2 /m; Vejamos um caso prático com os seguintes valores: 4 L = 5,12 metros µ=2 W = 360 kgf/m2 σS = 3.846 kgf/m2 AS = em cm2 /m AS = 5,12 x 2 x 360 x (2 x 3.846) AS = 0,47 cm2 /m Adotamos barras com diâmetro 6,3 mm cada 12,5 cm, em ambas as direções. Poderão ser utilizadas também para agilizar a montagem da ferragem, as telas soldadas para estruturas de concreto armado. São produzidas com aço CA-60 nervurado, proporcionando maior aderência do aço com o concreto, sendo soldadas em todos os pontos de cruzamento, garantindo melhor ancoragem, ligando os elementos estruturais, além de proporcionar um excelente controle de fissuramento. Poderemos adotar as tabelas da IBTS – Instituto Brasileiro de Telas Soldadas. (IBTS, 2015) Por exemplo, utilizando o aço CA 60, a série 283: Designação: Q283 Espaçamento entre fios (cm) Longitudinal: 10 cm e Transversal 10 cm. Diâmetro: 6,0 mm nos dois sentidos Seções: 2,83 cm2/m nos dois sentidos. Apresentação: painel Dimensões: largura=2,45 m, comprimento=6,0 m Peso da peça= 65,9 kg Avaliação do reforço do tabuleiro proporcionado pelo pavimento armado em concreto. O pavimento em concreto, irá melhorar as condições da laje estrutural. Para compreendermos melhor o desempenho do tabuleiro, vamos apresentar uma simulação. Consideremos uma laje submetida a um momento fletor positivo de Mxm1 = 5 kNm e consideremos que esta laje tem uma espessura de 20 cm e um concreto com Fck=30 Mpa. Através de programas de computador desenvolvidos pelo autor para cálculo de lajes, utilizando os princípios das tabelas para o cálculo de lajes de pontes de Rüsch, (RÜSCH, 1971), teremos uma ferragem positiva da laje, de: Distância da linha neutra até a borda comprimida = 5,28 cm Seção de aço necessária = 8,31 cm2 Braço de alavanca z = 14 cm Deformação específica do concreto = 0,0035 Deformação específica do aço = 0,0071 Kx = 0,33 Kz = 0,87 5 Se consideramos um pavimento de 10 cm, de tal forma que a altura total da laje e pavimento passe a h=30cm, teremos nesta nova condição: Distância da linha neutra até a borda comprimida = 5,55 cm Seção de aço necessária = 8,31 cm2 Braço de alavanca z = 24 cm Deformação específica do concreto = 0,0027 Deformação específica do aço = 0,010 Kx = 0,21 Kz = 0,91 Momento equivalente para esta situação Mxm2 = 8,40 kNm Houve portanto, um acréscimo de resistência de: Aumento da resistência = (Mxm2 / Mxm1 –1) x 100 % = (8,40 / 5,00-1) x 100 = 68% (2) Este é o acréscimo de resistência obtido para os momentos positivos. Da mesma forma podemos demonstrar que haverá um aumento da resistência para os momentos negativos. O ganho de resistência para os momentos negativos não será tão expressivo, pois vai depender fundamentalmente da relação entra a ferragem utilizada na sobre laje e a ferragem da laje existente, mas no total haverá um ganho considerável de resistência na utilização da sobre laje. EXECUÇÃO DO NOVO PAVIMENTO Ponte de aderência Para promover a aderência do concreto novo com o concreto da laje, é necessário aplicar uma ponte de aderência. Existem vários produtos à base de polímeros acrílicos e aditivos e também de resinas epóxi de alta viscosidade. As superfícies de concreto devem ser limpas com jato de água, secas, íntegras e isentas de pó. No caso de superfícies lisas, estas devem ser apicoadas, de preferência por escarificação mecânica e com o uso de rompedor, ponteiro ou talhadeira. Após o apicoamento, a superfície de concreto deve estar totalmente limpa. Pode-se usar também as emulsões de polímero acrílico, resistente à hidrólise e funcionam de forma muito eficiente como pontes de aderência. Na figura 3, foi aplicada o polímero acrílico, antes do lançamento do concreto. Lançamento do concreto O concreto poderá ser lançado diretamente do caminhão betoneira ou transportado através de carrinhos apropriados. Para maiores distâncias é recomendado o uso de concreto bombeado para 6 agilizar o processo de concretagem. Importante proceder a vibração tomando cuidado para não segregar a massa. Cura química Para evitar que ocorram patologias na execução do pavimento de concreto e para melhorar a resistência ao desgaste superficial, pode-se usar um concreto com maior resistência mecânica, podendo se usar produtos reagentes ou agregados de alta resistência na superfície, e principalmente utilizar condições adequadas de cura e de proteção do piso nos primeiros dias após a concretagem. Alguns concretos tendem a apresentar maior tempo de pega, em função das características dos cimentos, de forma que a exsudação se manifesta com maior intensidade. Para evitar a perda de água da hidratação do cimento, devem se usar mantas para cura úmida e também a cura química com produtos a base de PVA, acrílicos, copolímeros, parafina, etc. Figura 2 - Preparação da malha de aço para o novo pavimento em concreto de cimento Portland. Ponte sobre o Rio Laranjinha na PR-218. Basicamente os agentes de cura química protegem os concretos contra a perda excessiva de água causada por vento, alta temperatura ambiente, dificultando ou eliminando a incidência de fissuramento superficial por retração hidráulica, garantindo uma redução da ordem de 80% a 90% da evaporação. Alguns agentes são formulados à base de copolímero butadieno (SBR), sem necessidade de remover a película após aplicada. 7 Existem aqueles que são formuladas à base de parafina com a mesma finalidade de evitar a evaporação rápida da mistura aquosa. Para cada projeto deve ser avaliado o melhor agente de cura, em função das condições locais, da área a ser aplicada, dos equipamentos disponíveis para execução da obra e do treinamento das equipes de campo. RECUPERAÇÃO DAS JUNTAS DE DILATAÇÃO É muito importante nos pavimentos das obras de arte, a execução correta das juntas de dilatação ou juntas de expansão. A função das juntas é permitir os movimentos relativos entre as duas partes da estrutura. Em alguns projetos de pontes os tabuleiros são interrompidos em função dos requisitos estruturais, (HELENE et al, 2003). As juntas devem garantir que a movimentação total projetada da ponte sobre as juntas seja cumprida sem impactos ou danos aos elementos estruturais, garantir a continuidade da capa de rodagem e serem impermeáveis de forma a escoar a água sobre o tabuleiro de forma rápida e segura. No Paraná, tradicionalmente as aberturas foram seladas com juntas pré-moldadas com um perfil de neoprene em forma de “V” colado com um adesivo epóxi. Figura 3 - Lançamento do concreto. 8 Atualmente nos nossos projetos, incorporamos as juntas moldadas no local, com selante plástico. Nestas juntas, utiliza-se no fundo como corpo de apoio o cordão flexível alcatroado ou de poliestireno expandido. Na parte superior da abertura, que fica em contato com os veículos, é colocado um selante plástico de consistência semi-rígida que poderá ser uma combinação de asfaltos refinados, resinas plastificantes ou fibra de asbesto. Selante para juntas de dilatação e expansão em pavimentos de OAE. Utilizamos um selante de policloropreno que contém: polisopreno sintético, cargas minerais, plastificantes, resinas sintéticas, e agente de acoplamento, (STELA SELAMIL, 2010). Este selante é moldado “in loco”, aplicado a frio, conforme a figura 4, cuja cura se dá através do contato direto com o ar atmosférico, resultando em um produto flexível que apresenta uma longa durabilidade, atuando de forma estanque e resistente aos agentes agressivos da natureza e permitindo a liberação do trânsito imediatamente após a aplicação. Junta elástica expansível para pavimentos de OAE. Nesta junta o selante é constituido por uma câmara elastomérica pré-formatada, por um adesivo epoxídico bi-componente e pelo processo de pressurização durante a cura do adesivo, que mantém o perfil aderido às paredes da junta, (JEENE, 1999). Figura 4 - Selante para juntas de dilatação e expansão em pavimentos de OAE. Este tipo de junta apresenta características de flexibilidade, resiste ao ataque dos agentes agressivos da natureza e mantém a estanqueidade mesmo sob pressões hidrostáticas elevadas. SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO – TABELAS Os serviços básicos para recuperação do pavimento em concreto, utilizados na ponte sobre o Rio Goioerê, estão expostos nas tabela 1 e 2. 9 Tabela 2 – Grupo 7 – Obras de Arte Especiais Código 73000 70800 79589 79584 79541 70670 75440 70710 70616 79036 Serviço Aço CA-50 fornec. dobr. colocação Adesivo epóxi tixotrópico p/ chumbadores Bombeamento de concreto Concreto bombeável usindado Fck=32 Mpa Cura química com Isocure o similar Demolição de concreto simples Dreno ferro galvanizado 0,40 m 4” Limpeza com jato de água Perfuração em concreto armado d=16,0 mm Pintura superfície concreto c/ adesivo epóxi de pega lenta tipo Nitobond EPPL ou similar, p/ ponte de aderência entre concreto velho e novo. Unid. kg kg m3 m3 m2 m3 ud m2 m kg Quantidade 1.975,000 60,000 42,000 42,000 400,000 35,000 20,000 1.250,000 84,000 200,000 Figura 5 - A recuperação concluída na ponte do Rio Goioerê na rodovia PR-468 CONTROLE TECNOLÓGICO Lançamento do concreto. Deve ser controlado o concreto usado na obra, identificando cada caminhão que for aplicado. Deve ser demarcado na pista o local exato de início e término em que cada carga foi utilizada, para controle de aceitação, após a realização dos ensaios. 10 Moldagem de corpos-de-prova. Para retirada de corpos-de-prova de concreto, deverão ser obedecidos os procedimentos da norma NBR 5378 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Serão preparados corpos-de-prova para ensaio de compressão axial. Deverão ser preparadas quatro amostras retiradas de cada carga que for aplicada na obra. Poderão ser utilizados cilindros com 10 ou 15 cm de diâmetro. Ensaios de compressão axial. Devem ser utilizadas as prescrições da NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corposde-prova cilíndricos. Os lotes devem ser montados de acordo com a tabela 3 – e possuir o número de exemplares indicado: Tabela 3 –Lotes e amostras de concreto Total de volume do Lote (m3) Até 40 40 a 200 200 a 500 Nº mínimo de amostras 8 15 32 Recebimento Os serviços serão aceitos e passíveis de medição desde que atendam simultaneamente as exigências de materiais definidos nas especificações do DER/PR e da resistência à compressão simples para cada lote. Os serviços cujos ensaios estiverem em desacordo com as especificações do DER/PR, deverão ser demolidos e re-executados. Abertura ao tráfego. O pavimento após concluído somente poderá ser aberto ao tráfego quando atingida a resistência mínima de aceitação, 28 dias após concretada a última área, e após ser recebida pela fiscalização. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A recuperação de pavimentos de pontes em concreto com malha de aço oferece uma boa solução para obras antigas. Conforme apresentado, inúmeras pontes no Paraná foram recuperadas com esta técnica, apresentando otimo desempenho e uma expectativa de vida útil da ordem de trinta anos. A solução apresenta a vantagem adicional de proteção da estrutura e um significativo reforço para as cargas sempre crescentes. Entretanto, para conseguir um otimo desempenho, necessário se faz um rigoroso acompanhamento e fiscalização de todas as etapas da construção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAINSTEIN, A. Manual de projeto de obras-de-arte especiais. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico, Rio de Janeiro, 1996. 11 HELENE, P. ; CASTRO, P.; O’REILLY,V. Manual de Reabilitação de Estruturas de Concreto Reparo, Reforço e Proteção. Editado por Degussa Construction Chemical Brasil, CYTED Red Rehabilitar, ISBN 85-903707-2-0, São Paulo SP, Setembro 2003. IBTS – Instituto Brasileiro de Telas Soldadas. Tabela de telas soldadas nervuradas. Abril de 2015. JEENE. Junta Elástica Expansível Nucleada Estrutural. São Paulo – SP, www.jeene.com.br. RÜSCH, H. Tabelas para o cálculo de lajes de pontes. UFPR- Universidade Federal do Paraná, Curitiba 1971. STELA SELAMIL. Sociedade Técnica de Elastômeros Stela Ltda. São Bernardo do Campo – SP, 2010. www.stelaselamil.com.br. 12