Atos - Volume 22 - N mero 1

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Atos - Volume 22 - N mero 1
Volume 22 / Número 1
EDIÇÃO PORTUGUÊS
ATOS
A Vida Espiritual
“E um cordão de três dobras não se rompe facilmente” – Eclesiastes 4:12
Um estudo do inter-relacionamento entre a Palavra de Deus, o Direcionamento do Espírito Santo e a Fé.
©2007, Dr. Victor L. Torres, Jr.
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 1
O Nosso Chamado e Mordomia
Introdução
“Não rejeiteis pois a vossa confiança, que tem um grande galardão.
Porque necessitais de paciência,
para que, depois de haverdes feito a
vontade de Deus, possais receber a
promessa.” (Hb 10:35,36.)
Os líderes têm uma grande responsabilidade: precisam liderar eficazmente as pessoas sobre as quais
eles receberam a responsabilidade de
líder. Num sentido bem verdadeiro,
o destino das pessoas que eles estão
liderando estão nas mãos deles. Portanto, a responsabilidade do líder
nunca deve ser considerada levianamente.
Na qualidade de líderes ministeriais, temos uma responsabilidade
para com os que lideramos. No entanto, temos uma responsabilidade
ainda maior para com Aquele que
nos chamou ao ministério. Quem nos
chamou foi Deus!
Pense em sua responsabilidade
desta maneira: O Corpo de crentes é
geralmente citado como a “Noiva de
Cristo”. Você e eu, como pastores e
líderes, recebemos a mordomia ou a
responsabilidade de cuidarmos da
“Noiva de Cristo”. Que tremenda
responsabilidade que nós temos! Jesus um dia voltará para buscar a Sua
Noiva, a Igreja. A nossa esperança é
que, nesse dia, Ele nos dirá: “Muito
bem, servo bom e fiel!”
Como, então, amadureceremos
no sentido de nos tornarmos líderes
eficazes àqueles a quem uma confiança tão grande assim é dada? Para
sermos eficazes, é necessário que nos
tornemos confiantes em três áreas, e
na seguinte ordem:
1. Primeiramente precisamos ter
confiança em nosso relacionamento com Deus.
2. Em seguida precisamos ter
confiança em nosso chamado.
3. Finalmente, precisamos ter
confiança em nosso ministério.
Também precisamos entender
que cada uma dessas áreas é espiritual em sua natureza. Somos revestidos por uma casca de carne e
sangue. Contudo, precisamos
aprender como ver, ouvir e compreender o mundo espiritual em que
Deus vive, pois Deus é Espírito, e
é do Seu Espírito que flui o poder
capacitador.
Aquele que nos Chama é Fiel
Há uma diferença importante entre um líder espiritual, como um pastor, por exemplo, e outros tipos de
líderes que estão em negóservos – somos primeiracios comerciais, na educamente filhos (Rm 8:14-17),
ção, ou na política. A difeque depois também são charença é o chamado. O chamados para servir!
mado para pastorear não é
O nosso propósito não é
do homem, nem de uma
fazermos muitas coisas para
ambição pessoal! É de
Deus. O simples fato de faDeus! O ministério não é
zermos coisas tem a ver com
uma profissão, nem um
o processo em si, como veemprego, e sim um chamaremos mais tarde. O nosso
do!
propósito é primeiramenComo, porém, podete andarmos num relaciomos melhor definir um
namento com o nosso Pai
“chamado”? O chamado é
(através de Jesus Cristo,
um convite de Deus a um
com a ajuda do Espírito
indivíduo para colaborar
Santo) como Seus filhos e
com Ele no cumprimento
filhas. “O próprio Espírito
do Seu propósito e plano.
testifica com o nosso espíJuntamente com esse
rito que somos filhos de
chamado vem uma capaciDeus, e, se somos filhos,
tação ou preparo para a taentão somos herdeiros tamrefa. Deus nunca deixa de
bém – herdeiros de Deus e
“Pai, eu oro, esperando ter sido
capacitar os que Ele chaco-herdeiros com Cristo...”
ma. O Apóstolo Paulo nos
(Rm 8:16,17.)
agradável a Ti hoje.”
diz o seguinte: “E dou graUma pergunta simples
ças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que mento do propósito d’Ele é a única talvez ajude a colocar as coisas numa
me capacitou, porque Ele me consi- maneira de você andar com uma ver- perspectiva correta. Quando você se
derou fiel, colocando-me no minis- dadeira confiança:
deita para dormir à noite e para contério” (1 Tm 1:12).
1. Em seu relacionamento com versar com Deus, qual das duas seO chamado de Deus não se baguintes afirmações é tipicamente a
Jesus,
seia em nossos talentos, capacidades,
que você faria? Será que é:
2. Em seu chamado, e
ou dons; baseia-se num potencial que
1. Pai, eu oro com a esperança
3. Em sua vida e ministério.
Deus vê em nós, chamado fidelidade ter sido agradável a Ti hoje;
de. A fidelidade específica descrita Propósito e Processo
OU
aqui não é a uma denominação, orO conhecimento do coração do
2. Pai, eu oro com a esperança
ganização, ou a um indivíduo. É uma Pai exige que compreendamos, atrade que Tu Te agradaste do que
fidelidade a Deus e ao Seu chama- vés das Escrituras:
eu fiz para Ti hoje.
do para nossa vida. Podemos ser fi1. O propósito do Pai – o que O
Se você provavelmente faria a
éis, porque Deus sempre é fiel para
estimula à ação (a Sua moti- Afirmação 1, então é possível que
conosco: “Aquele que vos chama é
vação).
você entenda que é primeiramente
fiel, o qual também o fará” (1 Ts
2. O processo do Pai – como Ele um filho. Se você faria a Afirmação
5:24).
desempenha essa ação (a Sua 2, você provavelmente se vê como
operação).
um servo ou mercenário. “Porque
A Nossa Fonte de Confiança
Assim sendo, há tanto um propó- todos os que são guiados pelo EspíA confiança é a chave para um sito como um processo. O propósito rito de Deus, esses são filhos de
ministério eficaz. A confiança vem tem a ver com a motivação para a Deus.” (Rm 8:14.)
de um entendimento de uma coisa ação; o processo tem a ver com a
Até mesmo num sentido natural,
importante: o coração do nosso Pai maneira pela qual essa motivação é amamos os nossos filhos porque eles
Celestial. Saber o que está no cora- cumprida.
são nossos filhos – e não pelo que
ção do Pai com relação a nós é o que
Na qualidade de líderes cristãos, eles podem fazer por nós. Certamendá significado e propósito à nossa freqüentemente confundimos “pro- te há um lugar apropriado para o travida.
pósito” e “processo”. Tentamos fa- balho, para os esforços e para as reaO propósito de Deus para você, zer, em vez de primeiramente apren- lizações dos nossos filhos. Contudo,
uma vez que você o compreenda, tal- dermos como simplesmente ser. A essas coisas não mudam o valor devez o surpreenda; mas o conheci- Bíblia ensina que não somos apenas les para nós.
EDIÇÃO PORTUGUÊS
Volume 22 / Número 1
ATOS
Índice
A Vida Espiritual
“E um cordão de três dobras não se rompe facilmente.”
Eclesiastes 4:12
Um estudo do inter-relacionamento entre a Palavra
de Deus, o Direcionamento do Espírito Santo e a Fé
Capítulo 1:
Capítulo 2:
Capítulo 3:
Capítulo 4:
Capítulo 5:
Capítulo 6:
Capítulo 7:
Capítulo 8:
O Nosso Chamado e Mordomia ................. 2
O Único Fundamento Certo ....................... 7
Fundamentos Espirituais .......................... 11
A Natureza Triúna do Homem: Espírito,
Alma e Corpo ........................................... 15
Comunicação com Deus ........................... 18
Comunicação Espiritual ........................... 22
Direcionamento do Espírito Santo ........... 29
Mantenha os Olhos no Prêmio! ................ 37
Editores ............................ Frank & Wendy Parrish
Editor Internacional ............................ Gayla Dease
Revisor Final ....................................... Keith Balser
Fundador da World MAP ............... Ralph Mahoney
Artes Gráficas ................................. Vander Santos
Arte da Capa ....................................... Ben Parrish
Tradutor ......................................... Marcos Taveira
Revisora ............................................ Nadya Denis
Leitora de Provas ........................ Maura Ocampos
Impressão Gráfica .................. Editora Betânia S/C
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Comissão em sua própria nação e ao redor do mundo.
ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publicada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N.
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Da mesma maneira, você nunca terá confiança em seu
relacionamento com Deus, ou no ministério para o qual
Ele o chamou, até que você conheça o verdadeiro propósito de Deus para você: O propósito de Deus é que você
ande com Ele como filho! Este “status de filho” não é
ganho por merecimento. O status de filho é dado gratuitamente por Deus, através da aceitação de Jesus Cristo como
Senhor e Salvador (Gl 3:26).
Propósito: Confiança em Nosso
Relacionamento com Deus
É claro, desde o início de Gênesis até o final do Apocalipse, que a motivação do Pai durante toda a história
da humanidade tem sido redimir (“tomar de volta a posse de”), restaurar (“trazer de volta à condição original”),
e reconciliar (“restaurar relacionamentos”) a humanidade Consigo Mesmo.
O pecado (“rebelião contra Deus”) nos separou de
Deus nosso Pai. Contudo, o pecado não nos separou do
amor incondicional e imutável do Pai. O amor de Deus
colocou em movimento um plano divino de redenção
que tem o seu cumprimento final em Jesus Cristo.
Num dos versículos mais citados da Bíblia, ouvimos
as seguintes palavras de Jesus: “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito,
para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Seu Filho
ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo, através d’Ele, pudesse ser salvo” (Jo 3:16,17).
Em Jesus Cristo encontramos a motivação de DeusPai – o Seu amor. Também encontramos o processo ou a
operação deste amor – a Sua graça. A motivação de Deus
é o amor, e o processo deste amor em ação é a graça de
Deus, demonstrada a nós em Efésios 2:8,9: “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós;
é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém
se glorie”. O Pai amou a humanidade de tal maneira que
deu o Seu Filho como um presente (graça), e qualquer
pessoa que receba e creia em Seu Filho tem a vida eterna.
E esse fato sela o nosso destino eterno. Mas o que
dizermos sobre o nosso destino na terra? Como devemos viver na prática aqui na terra?
O Nosso Propósito na Terra
Desde o início, fomos criados para adorarmos a
Deus e para que tivéssemos comunhão com Ele (Gn
3:9,10; Sl 149:4; Jo 4:23; Rm 12:1). Assim sendo, além
do nosso status de filhos, através de Cristo, um outro
propósito importante para a humanidade é o de adorar a
Deus.
A adoração não se resume a músicas e cânticos a Deus.
Mais importante do que isso é o fato de que a adoração é
um estilo de vida de compromisso com os propósitos de
Deus. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de
Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo, e aceitável a Deus, que é o
vosso culto (ou adoração) racional.” (Rm 12:1 – ênfase acrescentada.) Normalmente, algo
que é sacrificado está morto, mas
somos chamados para sermos sacrifícios vivos. Um sacrifício
vivo é um sacrifício cuja vontade própria foi rendida no altar –
voluntariamente substituída pelo
desejo de se fazer a vontade de
Deus! A nossa vida, vivida em
sacrifício aos propósitos de
Deus, é um ato de adoração a Ele.
Somos chamados não somente para vivermos uma vida
de adoração ao Senhor, mas
também para termos comunhão
com Ele. Como isto é maravilhoso! “Comunhão” significa
que andamos num relacionamento íntimo com o nosso Senhor, numa comunicação bilateral sistemática com Ele. A
chave de qualquer relacionamento bem-sucedido não é apenas a comunicação, mas uma
comunicação bilateral significativa.
Devemos ser semelhantes a
Jesus, tanto em nosso caráter
como em nossas motivações.
Somos chamados para termos
comunhão com Ele.
O Propósito é Espiritual
O coração do Pai para conosco é
claramente demonstrado através da
vida, morte, e ressurreição de Jesus
Cristo. Assim como Jesus refletiu a
glória do Pai, nós, como ministros
do Evangelho, somos chamados para
fazermos o mesmo. A nossa motivação para o ministério precisa ser a
mesma que foi a de Jesus. O Seu
amor nasceu de um amor pelo Pai e
por aqueles que o Pai ama.
Devemos ser semelhantes a Jesus,
tanto em nosso caráter, como em nossas motivações. Este é um ponto importante. Não é suficiente andarmos
no caráter de Cristo, por mais importante que seja o caráter. Precisamos
também ser motivados por nosso
coração, pelo amor.
O amor de Cristo em nosso coração não é uma busca mental ou intelectual. Ao contrário, ele vem como
resultado de uma transformação da
nossa natureza humana e pecaminosa. Nós amamos a Jesus e aos que Ele
ama, porque Ele nos amou primeiro.
A mudança que ocorre em nós é
espiritual em sua natureza. Não estamos falando somente sobre uma
mera mente transformada (arrependimento) ou sobre aprendermos idéias novas. Ao nascermos de novo, a
nossa própria natureza é transformada. “Portanto, se alguém está em
Cristo, nova criação é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo.” (2 Co 5:17; veja também 2 Co
3:18; Cl 3:10.) Essa mudança é uma
transformação espiritual. Ela começa no momento em que cremos em
Jesus Cristo para a salvação e continua eternidade adentro.
Muitos pastores e líderes são tão
motivados pelo processo (fazer a obra
do ministério) que se esquecem do seu
propósito principal e abandonam as
suas raízes espirituais. Conseqüente-
mente, eles começam a depender cada vez mais do seu próprio entendimento e força. Eles
começam a ler livros e a ouvir
fitas de ensino a fim de imitarem o sucesso dos outros no ministério. O alvo do ministro
transforma-se gradativamente
num alvo de “sucesso” pessoal,
em vez de ser o de servir a Cristo e seguir o Seu plano para a
sua vida.
O pastor pode começar a imitar métodos para tentar alcançar um sucesso, em vez de andar com o Senhor e receber novas revelações d’Ele. “Vós sois
tão insensatos assim? Tendo
começado no Espírito, porventura estais agora sendo aperfeiçoados pela carne?” (Gl
3:3.) A Igreja dos Gálatas havia caído na mesma armadilha
que muitos outros caem: tentar cumprir um chamado espiritual, confiando em planos e
esforços humanos.
Processo: Confiança em
Nosso Chamado
Quando aceitamos e adotamos o
nosso propósito mais sublime – adorar a Deus e andar com Ele como filhos – podemos então cumprir mais
eficazmente a nossa tarefa ou chamado de Deus.
Ao examinarmos os homens e mulheres da Bíblia, descobrimos que
sempre que alguém entrava na presença de Deus, era para que a sua tarefa fosse revelada, repetida ou reforçada – e não o propósito. O propósito
para o qual eles foram criados já era
claro, ou seja, ser um filho que adora
e tem comunhão com o Pai diariamente. O processo (ou a tarefa) é o que
somos especificamente chamados
para fazermos como filhos do Pai.
Cumprir a nossa tarefa significa sermos obedientes ao que o Pai
nos chamou para fazermos. Isso
deveríamos fazer sem reclamarmos,
resistirmos ou desejarmos fazer alguma outra coisa. Devemos pegar a
nossa vontade própria e entregá-la
Nunca podemos perder
de vista o fato de que esta
vida é uma jornada espiritual... Talvez seja últil entendermos o seguinte conceito sobre a vida: Não somos seres humanos que estão tendo uma experiência
espiritual temporária; somos seres espirituais que
estão tendo uma experiência humana temporária!
voluntariamente a Deus, permitindo
que a nossa vontade se conforme à
Sua vontade. Deve ser como se o
coração d’Ele estivesse batendo dentro do nosso coração. “Porque é Deus
que opera em vós tanto o querer
como o efetuar segundo a Sua boa
vontade.” (Fp 2:13.)
É Somente Deus que Chama
Somente poderemos começar a
ter confiança em nosso chamado
quando tivermos a certeza de que foi
Deus que nos chamou. A ordenação
não produz confiança, porque a ordenação não produz o chamado. A
Escola Bíblica não produz confiança, porque a Escola Bíblica não produz o chamado. O seu mentor não
produz confiança, porque o seu
mentor não produz o chamado. Somente Um pode produzir a confiança que você precisa, ou seja, Deus,
porque é somente Deus que nos chama ao ministério. Quando você sabe
(tem confiança) que você foi chamado, aí então você pode verdadeira e
confiantemente saber que Deus o capacitará, através do Seu Espírito Santo, para o que Ele o chamou para fazer.
O Processo é Espiritual
Quando aceitamos:
• o propósito de Deus, de que
devemos ser Seus filhos (confiança em nosso relacionamento); e
• o chamado de Deus em nossa vida (confiança no chamado) ...
... então teremos uma confiança cada vez maior no ministério!
Nunca podemos perder de vista
o fato de que esta vida é uma jornada espiritual. Na qualidade de crentes do Novo Testamento, somos seres espirituais. Talvez seja útil entendermos o seguinte conceito sobre a
vida: Não somos seres humanos que
estão tendo uma experiência espiritual temporária; somos seres espirituais que estão tendo uma experiência humana temporária!
Somos espírito, alma e corpo ...
mas somos espírito primeiramente.
Não somos espírito somente em certas circunstâncias ou durante certas
ocasiões. Somos chamados a “andarmos pelo Espírito” em todo o tempo
(Rm 8:1,5,6; Gl 5:16). Isso significa
que acordamos “no Espírito”, comemos “no Espírito”, trabalhamos “no
Espírito”, ministramos “no Espírito”,
somos maridos “no Espírito”, e somos pais “no Espírito”. Somos espirituais, não somente quando oramos
ou lemos a Bíblia, ou pregamos.
Como crentes, sempre somos espirituais (1 Co 10:31; Cl 3:17)! Portanto,
andemos em Espírito como homens
e mulheres espirituais, confiantes por
causa do nosso firme fundamento em
ATOS
Deus através de Cristo.
Quando aceitamos o propósito de Deus, de
que devemos ser Seus filhos (confiança em
nosso relacionamento); e o chamado de Deus
em nossa vida (confiança no chamado) ...
ENTÃO teremos uma confiança cada vez
maior no ministério!
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
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Capítulo 2
O Único Fundamento Certo
Um prédio não está mais firme
e seguro do que o fundamento sobre o qual ele está construído.
“Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está
posto, o qual é Jesus Cristo. E, se
alguém construir sobre este fundamento com ouro, prata, pedras preciosas...” (1 Co 3:11,12.)
Dentre os cristãos que crêem na
Bíblia, não deve haver nenhuma argumentação sobre o fundamento espiritual da nossa fé e crença: Este
fundamento é a fé em Jesus Cristo, e n’Ele somente. Os problemas
e os desentendimentos na Igreja, no
entanto, geralmente surgem com relação a como construímos sobre esse
fundamento sólido.
Através de qual processo devemos edificar a nova vida em Cristo?
Será que a nova vida é edificada num
fundamento físico, numa série de
“Faça isso e não faça aquilo!”, numa
certa maneira de nos vestirmos e nos
comportarmos? Será que a nova vida
é edificada sobre um fundamento de
entendimentos intelectuais, ou, em
outras palavras, será que o conhecimento é a chave? Ou será que a nova
vida é edificada sobre um fundamento espiritual dirigido pelo Espírito
Santo? Essas perguntas causam muitas confusões e até mesmo divisões
na Igreja. São os detalhes do “como”
que podem ser extremamente confusos.
A verdade é que todos nós provavelmente concordaríamos que a obra
de Cristo em nós é espiritual. Contudo, na verdade, temos a tendência
de dependermos do mundo físico, e
do mundo do intelecto ou do conhecimento para alcançarmos um alvo
espiritual.
Somos estimulados pelas Escrituras a edificarmos com ouro, prata,
e pedras preciosas (1 Co 3:12-14). O
que esses elementos representam?
Como construímos uma vida que não
pode ser abalada? Como construímos
uma vida, em Cristo, que seja repleta de alegria, paz, e um estilo de vida
vitorioso, independentemente das
circunstâncias em que nos encontramos?
Vendo Através dos Olhos da Fé
Deuteronômio 29:29 afirma: “ As
coisas secretas pertencem ao Senhor
nosso Deus, mas as coisas que são
reveladas pertencem a nós e nossos
filhos para sempre, para que possa-
ALGUNS DESCREVEM
A DOUTRINA DA
TRINDADE COMO:
• Deus-Pai como Aquele
que planeja (A Fonte);
• Deus-Filho como Aquele
que fala (A Palavra);
• Deus-Espírito Santo como
Aquele que realiza (O
Poder).
É somente pelo poder do
Espírito Santo que podemos
edificar uma vida de um
“vencedor em Cristo” (1 Jo
4:4; 5:4).
mos cumprir todas as palavras desta lei”.
Esse versículo bíblico indica que
há algumas coisas que Deus nos capacitou a entendermos, e que há outras coisas que são demasiadamente
elevadas ou sublimes para a nossa
compreensão. “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os
Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais
altos do que a terra, assim são os
Meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos” (Is 55:8,9.)
Ao depararmo-nos com coisas
que são elevadas demais para a nossa compreensão, devemos aceitálas pela fé. A fé nos capacita a vermos o invisível, a aceitarmos os
pensamentos e idéias de Deus que
são elevados demais para compreedermos com nossa mente natural
(Pv 3:5-8).
Por exemplo, o mistério da Trindade é uma das verdades que requer
uma mente maior que a nossa. Esse
conceito não pode ser bem entendido em termos humanos porque não
temos nenhum ponto de referência
para descrevermos “três em um”.
Está claro pelas Escrituras que
Deus é Um só. Contudo, precisamos
compreender que Deus também é
“Três”. As pessoas usam diferentes
termos para descreverem a essência
do “Três”: três dimensões, personalidades, operações. Através disso,
tentamos descrever a verdade de que
Deus Se revela de três maneiras:
como Deus-Pai, Deus-Filho, e DeusEspírito Santo. Todos os “Três” são
co-iguais. Todos os “Três” são Um
só!
Ao tentarmos descrevê-Lo como
sendo “Três em Um”, no entanto,
sempre deixamos a desejar. Tentamos alguns exemplos, como: “Deus
é como a planta com três folhas –
três folhas, porém uma só planta”.
Ou “Deus é como um homem, que
pode ser um pai, um filho, e um irmão ao mesmo tempo – três em um”.
Essas ilustrações, no entanto, deixam
a desejar no sentido de não conseguirem explicar por completo esta
doutrina essencial do Deus que é
“Três em Um”. Assim sendo, o que
devemos fazer?
Primeiramente, devemos nos
lembrar que os caminhos de Deus e
os pensamentos de Deus são superiores; são muito mais elevados do
que os nossos próprios pensamentos. Como nós, como seres humanos, poderíamos compreender como
Ele criou o Universo, falando para
que ele pudesse começar a existir?
Isso é impossível para nós, e, assim
sendo, somos chamados para aceitar esse difícil conceito pela fé.
Deus nos disse que hoje compreendemos em parte, mas que, um dia,
compreenderemos por completo:
“Porque em parte conhecemos e em
parte profetizamos. Mas, quando
vier o que é perfeito, então, o que é
em parte será aniquilado” (1 Co
13:9,10).
Alguns descrevem a doutrina da
Trindade da seguinte maneira:
• Deus-Pai como Aquele que
planeja (A Fonte);
• Deus-Filho como Aquele que
fala (A Palavra);
• Deus-Espírito Santo como
Aquele que realiza (O Poder).
Verdadeiramente, é somente pelo
poder do Espírito Santo que pode-
mos edificar uma vida de um “vencedor em Cristo” (1 Jo 4:4; 5:4). A
nossa vida cristã não é uma mera jornada física ou intelectual; ela é basicamente uma jornada espiritual dirigida pelo Espírito Santo!
Compreendendo os
Caminhos do Espírito Santo
Muito tem sido escrito e ensinado sobre o tema do Espírito Santo e
a Sua obra nos últimos 100 anos. Os
tópicos abordados com relação à
obra do Espírito Santo – na salvação, na santificação, na transformação, na adoração, no ministério e no
batismo do Espírito Santo – infelizmente têm sido colocados, às vezes,
de uma forma mais obscura do que
clara.
Uma coisa é descrevermos ou sermos ensinados sobre a obra do Espírito Santo. Uma história totalmente
diferente é compreendermos a “maneira” de andarmos segundo a direção do Espírito Santo. Além disso,
há a cooperação necessária com o Espírito Santo que também é exigida
da nossa parte.
Não podemos “estudar” a obra do
Espírito Santo como um estranho
que está analisando as coisas do
lado de fora. Aliás, as Escrituras nos
dizem que é impossível discernirmos
ou compreendermos as coisas do
Espírito, a menos que sejamos espirituais. “Mas o homem natural não
compreende as coisas que são do
Espírito de Deus, pois são loucura
para ele; nem pode conhecê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.” (1 Co 2:14.)
Não conseguimos discernir nem
ver as coisas do interior de uma célula humana sem “olhos especiais”
(um microscópio). Não conseguimos
ver os detalhes das estrelas e corpos
celestes distantes sem “olhos especiais” (um telescópio). Da mesma
forma, não conseguimos ver as coisas do Espírito com os nossos olhos
naturais. Precisamos de “olhos especiais” – olhos espirituais para
“vermos” (compreendermos) o mundo espiritual.
A maioria das pessoas não estão
mais perto de compreender como ser
cheias ou dirigidas pelo Espírito
Santo, ou como operar em Seu poder e autoridade, do que estavam,
quando essa realidade outrora escondida foi revelada há 2.000 anos. Nunca houve a intenção de se esconder
as coisas do Espírito dos filhos de
Deus. Se elas de fato parecem obscuras, isso se deve ao fato de que
estamos olhando com os olhos “errados”.
As coisas do Espírito são avaliadas espiritualmente. Não receberemos uma compreensão do Espírito e
dos Seus caminhos, dependendo da
nossa própria capacidade de compreensão. Ficaremos familiarizados com
as coisas espirituais à medida que
aprendermos a andar com o Espírito
Santo de Deus.
ressuscitou, Ele introduziu uma Nova
Aliança, da qual foi o Mediador. Jesus ensinou que esta Nova Aliança
baseava-se em promessas que eram
melhores do que as da Antiga Aliança que ela substituiu. “Mas agora Ele
obteve um ministério mais excelente, pois Ele é também Mediador de
uma aliança melhor, que foi estabelecida em promessas melhores.” (Hb
8:6.)
Jesus também cumpriu o requisito que liberou a “promessa do Pai” –
o Espírito Santo, vivendo ou habitando no crente: “E, estando reunido com eles, Ele lhes ordenou a não
saírem de Jerusalém, mas que esperassem pela promessa do Pai, a qual,
disse Ele, ‘ouvistes de Mim, porque,
na verdade, João batizou com água,
mas sereis batizados com o Espírito
Santo, não muito depois destes
dias’” (At 1:4,5).
pessoa, mas agora Ele pode habitar
dentro do crente nascido de novo!
Essa é uma verdade que talvez não
seja plenamente compreendida em
nossa mente. No entanto, ela precisa ser plenamente aceita pela fé, se
quisermos realmente andar segundo
o Espírito!
Jesus Cristo é o Fundamento
No há dúvida nenhuma de que
Jesus Cristo deve ser o fundamento
da nossa fé e prática: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento,
além do que já está posto, o qual é
Jesus Cristo” (1 Co 3:11).
Jesus é a nossa “Pedra Angular”:
“Ele é a pedra que foi rejeitada por
vós, os edificadores, a qual se tornou a pedra angular” (At 4:11).
A questão para nós se torna a seguinte: Como crescemos ou edificamos sobre o fundamento que é CrisA Promessa do Pai
to? Concordamos que a Bíblia, o Espírito Santo e a fé são todos essenciNo Livro de Gênesis,
ais, mas a nossa tendência humana é
Adão não se tornou um
enfatizarmos um desses aspectos, em
ser vivo até que Deus sodetrimento dos outros.
prasse vida ou espírito
Na Igreja, hoje em dia, há uma
para o seu interior. “E o
tendência de se enfatizar demasiadaSenhor Deus formou o
mente uma doutrina ou verdade em
homem do pó da terra, e
relação às outras. Isso é simplesmensoprou em suas narinas
te um comportamento humano noro sopro de vida; e o homal. Como seres humanos, temos a
mem se tornou um ser vitendência de enfativente.” (Gn 2:7.) Isto nos
zarmos demasiadaleva à primeira considemente uma área em
ração: Somos espiritudetrimento das ouais, e não naturais. Essa
tras. É difícil para a
verdade talvez requeira
maioria das pessoas
uma mudança importanmanter um equilíte em nossa perspectiva
brio entre vários inou visão. No entanto,
teresses ou áreas que
uma vez que ela seja
competem entre si.
aceita, tudo que é espiriPor exemplo, a
tual torna-se mais claro.
maioria das pessoas
Como já foi afirmado anA questão para nós se torna a seguinte:
se esforça para equiteriormente, “não somos
librar sua vida famiseres humanos que estão
Como crescemos ou edificamos sobre o
liar com sua vida
tendo uma experiência
fundamento que é Cristo?
profissional e sua
espiritual temporária; sovida na igreja. Muimos seres espirituais que
estão tendo uma experiência humaPrecisamos compreender, pela fé, to freqüentemente, temos que sepana temporária”.
a tremenda e poderosa natureza des- rar um tempo para reavaliarmos e
Quando Jesus Cristo foi crucifi- ta verdade. O Espírito Santo não mais redefinirmos nossas prioridades. É
cado, morto, sepultado, e quando Ele está apenas “com” ou “sobre” uma provável que não façamos isso tão
Já foi dito que, se
enfocarmos somente a Palavra, “secaremos”. Se
enfocarmos somente o Espírito, “explodiremos”. E,
se enfocarmos somente a fé,
“desistiremos”. Mas, quando aceitarmos essas três
áreas importantes – a Bíblia, o Espírito, a fé – “cresceremos”.
freqüentemente como deveríamos.
Mas, como pastores e líderes, isto é
especialmente importante, porque é
tremendamente fácil tornarmo-nos
demasiadamente ocupados nas atividades ministeriais. Freqüentemente
nos tornamos desequilibrados, dando pouquíssimo tempo a áreas
cruciais e vitais para um relacionamento saudável com Deus e com a
nossa família.
O estabelecimento e a manutenção de prioridades são muito semelhantes a sermos o capitão de um
grande navio. A responsabilidade
principal do capitão é certificar-se
que o navio permaneça em seu curso. Isso é feito, verificando-se constantemente onde o navio esteve, onde
o navio está agora, e aonde o navio
está indo. O capitão usa o equipamento de navegação do navio, e, fazendo pequenas correções de curso
diárias, ele mantém o curso do navio ao seu destino apropriado.
Da mesma maneira, uma vida
cristã bem-sucedida requer uma
constante monitoração diária da Palavra, do direcionamento do Espírito e da fé, para mantermos o curso
em direção ao nosso destino de maturidade em Jesus Cristo.
Deus nos Deu:
• A dádiva do Seu Filho, que definiu a questão da eternidade
para nós: “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho Unigênito,
para que todo aquele que
n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
• A Sua ajuda para que nos tornássemos mais do que vencedores nesta vida: “Mas em todas estas coisas somos mais
do que vencedores, por Aquele que nos amou” (Rm 8:37).
• Tudo que precisamos para a
vida e a santidade: “Graça e
paz vos sejam multiplicadas,
pelo conhecimento de Deus e
de Jesus nosso Senhor; visto
como o Seu divino poder nos
deu tudo o que pertence à vida
e à santidade” (2 Pe 1:2,3).
• A Sua Palavra através das Escrituras: “Então abriu-lhes o
entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc
24:45).
• Acesso ao Seu Espírito Santo: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele
vos dará um outro Ajudador,
para que Ele possa habitar
convosco para sempre – o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não O vê nem O conhece; mas
vós O conheceis, porque habita convosco e estará em
vós” (Jo 14:16,17).
• Uma medida de fé: “Porque
pela graça que me é dada,
digo a cada um dentre vós que
não saiba mais do que convém
saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida
de fé que Deus repartiu a cada
um” (Rm 12:3).
Deus nos deu todos esses preciosos poderes, autoridade e capacidades, porque Ele sabia que precisaríamos deles. Como poderemos então
recusar a qualquer um deles à medida que edificamos a vida cristã?
Crescimento Equilibrado
Na Igreja, hoje em dia, há diferentes opiniões com relação ao que
é importante para o crescimento espiritual. Alguns dizem: “Tudo o que
precisamos é a Bíblia!” Outros dizem: “Tudo o que precisamos é o
Espírito!” Outros dizem ainda:
“Tudo o que precisamos é mais fé!”
Todas essas afirmações são verdadeiras, mas elas precisam ser consideradas conjuntamente e integradas num estilo de vida que incorpore três afirmações. A Bíblia, o Espírito Santo e a fé têm, todos eles, o
mesmo propósito de operar conjuntamente.
Para termos algo por completo,
precisamos de um início, um meio,
e um fim. O equilíbrio dos três – a
Bíblia, o Espírito e a fé – produz este
algo por completo. O relacionamento entre a Palavra (a Bíblia), o Espírito Santo e a fé, quando desequilibrado, produz frustração, desânimo,
ineficácia e divisões.
Já foi dito que, se enfocarmos somente a Palavra, “secaremos”. Se
enfocarmos somente o Espírito, “explodiremos”. E, se enfocarmos somente a fé, “desistiremos”. Mas,
quando aceitamos essas três áreas
importantes – a Bíblia, o Espírito e a
fé – “cresceremos”.
O fato de sermos cristãos significa alcançarmos uma maturidade em
nosso relacionamento com Deus, e
em nossos relacionamentos com os
outros. Esse tipo de maturidade requer que compreendamos que necessitamos três coisas:
1. A Bíblia: “Sê diligente para
apresentar-se aprovado diante de
Deus, um obreiro que não precisa
envergonhar-se, que divide corretamente a Palavra da verdade” (2 Tm
2:15).
2. O direcionamento do Espírito Santo: “Porque todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8:14).
3. Aprendermos a andar pela
fé: “Porque andamos pela fé, e não
pela vista” (2 Co 5:7).
Essas três provisões de Deus não
devem ser recebidas separadamente.
Todas elas têm a mesma importância em nossa caminhada espiritual
com Ele. A Bíblia é um livro espiritual. O Espírito Santo, obviamente,
é espiritual. E, finalmente, a fé opeATOS
ra no mundo espiritual.
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 3
Fundamentos Espirituais
“Tomai também o capacete da
salvação, e a espada do Espírito, que
é a Palavra de Deus” (Ef 6:17).
No Novo Testamento, a palavra
“espírito” é usada 349 vezes. A palavra “fé” é usada 243 vezes, e o termo “palavra” é usado 218 vezes. É
óbvio que esses três elementos são
importantes para Deus, e, portanto,
eles devem ser importantes para nós
também.
Compreender e trabalhar somente uma ou duas dessas doutrinas significa que estamos operando com um
terço ou dois terços do nosso poder
e autoridade concedidos por Deus!
Seria como dirigirmos um carro de
seis cilindros, com somente dois ou
quatro desses cilindros funcionando.
Você consegue imaginar como seria
difícil e frustrante dirigi-lo, especialmente ladeira acima?
É assim que acontece quando não
temos todos estes três aspectos – a
Bíblia, o Espírito Santo, e a fé – operando em nossa vida. Possuir o equilíbrio entre a Bíblia, o Espírito Santo e a fé é de importância vital quando enfrentamos os desafios ou dificuldades da vida. Não há nada como
as provações e tribulações da vida
para nos mostrarem que somos inadequados para darmos conta de todos esses eventos somente com nossa própria força e sabedoria.
Receba Tudo o que Ele Supriu!
A palavra “tripé” significa um
dispositivo, um suporte ou um móvel com três pernas. Ele fornece uma
base ou fundamento estável para
qualquer coisa que for colocada sobre ele. Dois exemplos seriam um
banquinho com três pernas ou um
suporte para uma máquina fotográfica.
As pernas do tripé precisam ter a
mesma resistência e o mesmo comprimento para poderem proporcionar
uma estabilidade. Tente imaginar um
banquinho com duas pernas, ou até
mesmo um banquinho com três pernas em que uma das pernas é muito
mais curta que as outras duas. Nessas condições, o tripé é ineficiente e
às vezes até mesmo perigoso.
Imagine agora que o nosso “tripé
espiritual” tem três pernas sólidas
com o mesmo comprimento. Uma
perna é a Bíblia, a segunda perna é o
Espírito Santo, e a terceira perna é a
fé. Esse é um fundamento que servirá de apoio ao indivíduo com confiança e certeza!
Deus forneceu a Sua Palavra, o
Seu Espírito Santo e uma medida de
fé, a fim de que pudéssemos caminhar por esta vida de uma forma vitoriosa e bem-sucedida. Lembre-se
de Jeremias 29:11: “Porque Eu sei
os pensamentos que Eu penso de vós,
diz o Senhor, pensamentos de paz, e
não de mal, para vos dar um futuro
e uma esperança”.
Deus sempre fornece equipamento e suprimento para os Seus propósitos e Suas tarefas. Receba tudo o
que Ele lhe forneceu – a Bíblia, o Espírito Santo e uma medida de fé.
Fique firme sobre o “tripé espiritual” da Bíblia, do Espírito Santo e da fé!
e o ouvir pela Palavra de Deus”
(Rm 10:17). Portanto torna-se impossível agradarmos a Deus sem fé:
“Mas sem fé é impossível agradarmos a Ele, pois aquele que se aproxima de Deus precisa crer que Ele
existe, e que Ele é galardoador dos
que O buscam diligentemente” (Hb
11:6).
Espírito Santo e a fé – para amadurecermos e crescermos juntos, e todos os três devem estar integrados,
ou operando conjuntamente como se
fossem um só.
Iluminação Pelo Espírito
Santo
Há uma tendência natural no sentido de dependermos ou de nos apoiarmos em nosso próprio entendimento. Somos criaturas de experiências.
Quase tudo o que aprendemos é através das nossas experiências. Desde
quando nascemos, estamos experimentando o nosso meio-ambiente
através dos nossos cinco sentidos –
tato, paladar, visão, olfato e audição.
Tiramos as nossas conclusões
com relação à maneira pela qual a
vida funciona, com base em nossas
experiências e como interpretamos
essas experiências. É por isso que há
A Bíblia é um Livro
tantos pontos de vista ou opiniões diEspiritual
ferentes.
Por exemplo: Todos os membros
Não há dúvida nenhuda
mesma família são expostos a
ma sobre a importância
experiências semelhantes. Contudas Escrituras – a Pado, cada membro da família é trelavra de Deus, a Bímendamente diferente e singular
blia. “Toda a Escriem sua personalidade ou visão
tura é divinamente
de vida. Ainda que cada pessoa
inspirada, e é proveipossa passar por eventos semetosa para doutrina,
lhantes, cada uma delas interpara repreensão,
preta esses eventos
para correção, para
semelhantes diferena instrução na justitemente e tira concluça, para que o hosões que podem ser
mem de Deus possa
totalmente diferentes.
ser completo, perfeiE o ponto importamente preparado
tante é o seguinte: Se
para toda boa obra”
todos dependessem
(2 Tm 3:16, 17).
do seu próprio entenSem a Palavra de
dimento natural sobre
Deus não há neSem a Palavra de Deus, não há
a Bíblia, teríamos tannhum Evangelho ou
nenhum Evangelho ou “Boas Novas”.
tas opiniões sobre ela
“Boas Novas”: “E
quanto o número de
Ele lhes disse: ‘Ide
por todo o mundo e pregai o EvanÉ óbvio que a Palavra de Deus é pessoas que há sobre a face da terra!
gelho a toda criatura. O que crer e de um valor infinito. No entanto, o Portanto, em Sua sabedoria, Deus
for batizado será salvo, mas o que que é de igual valor é compreender- nos deu o Espírito da Verdade, a fim
não crer será condenado’” (Mc mos o papel do Espírito Santo em de que pudéssemos reconhecer a ver16:15,16).
nossa capacidade de entendermos e dade: “Mas, quando o Ajudador vier,
Sem o Evangelho, não há nenhu- vivermos na prática as Escrituras, co- o qual Eu enviarei do Pai, o Espírito
ma possibilidade de a fé ser edifi- locando a nossa fé em ação. Precisa- da verdade, que procede do Pai, Ele
cada: “Assim que a fé é pelo ouvir, mos de todos os três – a Bíblia, o testificará de Mim” (Jo 15:26).
Em teologia, há o termo “iluminação”. Esse termo é usado para se
descrever um esclarecimento espiritual. Ao ser aplicado ao estudo da Bíblia, é uma obra do Espírito Santo
que produz um entendimento da Palavra de Deus. O ponto aqui é que a
Bíblia é espiritual, porque a iluminação do Espírito Santo é necessária
para compreendermos as suas verdades.
Antes de vir a conhecer a Cristo,
eu lia a Bíblia. Na verdade, quando
eu estava na faculdade, a Bíblia fazia parte de uma matéria obrigatória. Quando eu lia a Bíblia nessa época, ela não fazia nenhum sentido para
mim. Ela parecia ser loucura para minha mente natural. A razão disto é
que o Espírito Santo não estava iluminando a Palavra, porque eu estava
tentando compreendê-la com minha
mente natural somente (1 Co 2:14).
Eu não era nascido de novo espiritualmente (Jo 3:5,6).
Mas, quando Cristo entrou em
minha vida como Senhor e Salvador,
os meus “olhos espirituais” foram
abertos (At 26:18; Ef 1:18). O que
era loucura antes tornou-se verdade
e vida (1 Co 1:18-25)! A diferença
em minha compreensão foi devida à
obra do Espírito Santo em minha
vida (Jo 16:13,14).
Sete Verdades Sobre a Bíblia
Os sete itens seguintes são sete
princípios importantes com relação
à Bíblia, a Palavra de Deus:
1. A Bíblia é a Palavra de Deus
inspirada. “Toda Escritura é dada
por inspiração de Deus...” (2 Tm
3:16.) Essa afirmação significa que
toda a Escritura é verdadeira, da
maneira que foi escrita no texto original. De Gênesis a Apocalipse, ela
é totalmente verdadeira. Não escolhemos ou selecionamos o que é verdadeiro ou o que não é verdadeiro.
Nós aceitamos o seu conteúdo total.
Isso significa que aceitamos pela fé
até mesmo as coisas que talvez não
façam sentido para nós.
2. A Bíblia contém a mensagem; Deus é a Fonte da mensagem.
Isso significa que a mensagem não é
mais importante do que Aquele que
a enviou. Jesus, ao falar aos líderes
religiosos da Sua época, fez uma afirmação notável: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a
vida eterna, e são elas que de Mim
testificam. Mas não quereis vir a
Mim para terdes vida” (Jo 5:39,40).
Devemos nos apaixonar pelo Autor
da Bíblia, e não pela Bíblia em si.
Há aqueles que estimam tanto a Bíblia que talvez não satisfaçam o desejo de Deus-Pai para eles de terem
um relacionamento pessoal e íntimo
com Ele.
3. A Bíblia é santa e sagrada.
“Toda palavra de Deus é pura; Ele
é um escudo aos que colocam a sua
confiança n’Ele” (Pv 30:5). Honramos a Bíblia, fazendo o que ela nos
instrui a fazermos. Jesus deixou bem
claro que não é apenas o que ouve a
Palavra, mas é o que ouve e pratica
a Palavra que honra a Deus e edifica
um fundamento sólido em Cristo (1
Co 3:11; Tg 1:22-25).
4. As palavras de vida encontram-se na Bíblia. Jesus fez a seguinte afirmação: “Na verdade, na
verdade vos digo que quem ouve a
Minha Palavra, e crê n’Aquele que
Me enviou, tem a vida eterna, e não
entrará em condenação, mas passou
da morte para a vida” (Jo 5:24). O
Apóstolo Paulo também proclama:
“Porque não me envergonho do
Evangelho de Cristo, pois é o poder
de Deus para salvação de todo aquele que crê; para o judeu primeiramente, e também do grego. Porque
nele se revela a justiça de Deus de fé
em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1:16,17).
5. A Bíblia é a revelação completa de Deus ao homem. Isso significa que todas as doutrinas e declarações de fé devem vir de uma
única fonte: a Bíblia. Não há nenhuma revelação de Deus que ainda não
tenha sido dada na Bíblia. “Para que
o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito
de sabedoria e revelação no conhecimento d’Ele.” (Ef 1:17.)
7 VERDADES SOBRE A
BÍBLIA
1. A Bíblia é a Palavra de
Deus inspirada.
2. A Bíblia contém a mensagem; Deus é a Fonte da
mensagem.
3. A Bíblia é santa e sagrada.
4. As palavras de vida encontram-se na Bíblia.
5. A Bíblia é a revelação
completa de Deus ao homem.
6. A Bíblia revela quem somos de fato, o que podemos esperar de Deus, e o
que Ele espera de nós.
7. A Bíblia não é basicamente um livro intelectual; ela
é um livro espiritual que
precisa ser discernido
espiritualmente.
6. A Bíblia revela quem somos de fato, o que podemos esperar de Deus, e o que Ele espera de nós. “Lâmpada para os meus
pés é a Tua Palavra, e luz para o
meu caminho.” (Sl 119:105; veja
também Sl 19:7-11.)
7. A Bíblia não é basicamente
um livro intelectual; ela é um livro
espiritual que precisa ser discernido espiritualmente. “Sê diligente
para apresentar-se aprovado a Deus,
um obreiro que não precisa envergonhar-se, dividindo corretamente a
Palavra da verdade” (2 Tm 2:15.)
“Mas o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não
pode entendê-las, porque elas são
discernidas espiritualmente.” (1 Co
2:14.)
A Fé é Uma Questão Espiritual
Há duas palavras que têm significados muito semelhantes na maioria das línguas: “fé” e “confiança”.
Devido à sua semelhança, elas são
freqüentemente usadas em situações
trocadas. Para o nosso propósito de
vermos que a fé é uma obra do Espírito Santo, é importante fazermos
uma distinção vital entre estas duas
palavras.
No grego original do Novo Testamento, a palavra referente a “fé” é
“pistis”; a palavra referente a “confiança” é “parrhesia”. Elas são duas
palavras totalmente diferentes, com
raízes diferentes. Portanto, elas têm
significados diferentes.
Ainda que a fé e a confiança possam produzir uma emoção ou sentimento semelhante, a fé é espiritual, e a confiança é da alma. A fé é o
que move Deus (Hb 11:6); confiança é o que move o homem. A verdadeira fé produz a verdadeira
confiança.
O tipo bíblico de fé não é uma
emoção ou sentimento, e sim uma
decisão espiritual. A confiança, por
outro lado, traz consigo uma série de
emoções – tais como ousadia, coragem e convicção. E é maravilhoso
quando as emoções da confiança se
alinham com a fé. Contudo, a confiança não é fé, porque é possível termos uma “falsa confiança”.
A fé significa crermos no que
Deus disse, e agirmos de acordo com
essa convicção. Em outras palavras,
a fé resulta em ações ou obediência,
ou no cumprimento da vontade de
Deus.
Com Base nas Promessas de
Deus
O versículo bíblico essencial,
quando a questão é fé, é, obviamente, Hebreus 11:1: “Ora, a fé é a substância das coisas esperadas, a evidência das coisas não vistas”.
A primeira parte deste versículo
nos diz que a fé é a substância (ou
realidade) do que se espera. A pergunta que precisamos nos fazer é:
“Pelo que podemos ter uma esperança?” Será que eu posso ter a esperança de receber qualquer coisa que
eu quiser? Será que eu posso ter a
esperança de receber uma casa nova,
um carro novo, um milhão de dólares?
A esperança bíblica não se baseia
em desejos ou caprichos pessoais. A
esperança bíblica baseia-se nas
promessas de Deus. Isso de deve ao
fato de que “a fé vem pelo ouvir, e o
ouvir pela Palavra de Deus” (Rm
10:17). Quanto mais você ouvir (ou
estudar) a Palavra de Deus, tanto
mais ciente você ficará das promessas de Deus; quanto mais ciente das
promessas de Deus você ficar, tanto
maior será a sua esperança em Deus;
e, finalmente, quanto maior for a sua
esperança em Deus, tanto maior será
a sua base de fé!
Qualquer coisa que Deus tiver
prometido em Sua Palavra forma a
base da nossa esperança. Portanto, o
que Deus prometeu funciona como
uma faísca que inflama a nossa fé no
sentido de crermos em Deus por coisas grandes.
Foi estimado que há mais de
7.000 promessas na Bíblia. Essas
promessas representam a base da
nossa fé. Essa é uma das razões pelas quais é importante conhecermos
a Palavra de Deus.
A segunda parte de Hebreus 11:1
declara que a fé é “a evidência das
coisas não vistas”. As coisas não vistas são espirituais. Portanto, a fé é a
evidência do mundo espiritual. Poderíamos explicar isso de uma outra
maneira, dizendo que a fé é a evidência do Espírito Santo operando
em nós. A confiança é natural, mas a
fé é quando o Espírito Santo Se une
à Palavra de Deus para nos estimular a obedecer a Deus.
Exercitando a Nossa Fé
A Bíblia nos diz que é impossível agradarmos a Deus sem fé. “Mas
sem fé é impossível agradar-Lhe,
pois aquele que se aproxima de Deus
precisa crer que Ele existe, e que Ele
é galardoador dos que O buscam diligentemente.” (Hb 11:6.)
O que podemos concluir deste
versículo é o seguinte: É impossível
ter fé, a menos que conheçamos a
vontade de Deus! Para sermos líderes cristãos eficazes, é essencial que
cada um de nós conheça a vontade
de Deus para nossa vida. Precisamos
conhecer e compreender o propósito, o chamado, ou as tarefas de Deus
para nossa vida. Quando conhecemos a vontade de Deus, podemos colocar a nossa fé em ação!
Como conhecemos a vontade de
Deus? Temos a Sua Palavra e o Seu
Espírito (2 Tm 3:16,17; Jo 14:16,17).
Podemos orar e pedir a sabedoria de
Deus (Pv 2:1-7; Tg 1:5). Deus tomou
todas as providências para fazer a
Sua vontade conhecida a nós, a fim
de que pudéssemos andar pela fé, e
não pela vista.
Ora, Deus deu a cada um de nós
uma medida de fé: “Porque, pela
graça que me foi dada, eu digo a
cada um dos que estão entre vós a
não se considerar mais importante
do que deveria, mas a pensar em si
com temperança, pois Deus deu a
cada um uma medida de fé” (Rm
12:3). Devido ao fato de que a fé é
espiritual, ela é um dom de Deus.
Nós somos, obviamente, responsáveis por esse dom – em desenvolvêlo à maturidade através do seu uso.
“Mas o alimento sólido pertence aos
que têm maturidade, ou seja, aos
que, em razão do uso, têm os seus
sentidos exercitados para discernirem tanto o bem como o mal.” (Hb
5:14.) Nada edifica a fé mais rapidamente do que a fé que tem sido exercitada e realizada.
Pelo fato de que somos espirituais e que estamos aprendendo a andar pela fé, e não por vista, poderemos discernir o que é verdadeiro do
que é falso. Como pastores e líderes,
precisamos ser dirigidos pelo Espírito de Deus. Precisamos adotar os
ensinamentos da Bíblia, e, pela fé,
precisamos ser obedientes ao que
Deus nos chamou para fazermos. Vivemos em dias e numa época em que
a sabedoria humana é colocada acima da sabedoria de Deus. O nosso
chamado espiritual exige que não esmoreçamos em nossa tarefa crucial:
fazer com que a verdade de Deus seja
revelada à humanidade desesperadamente necessitada confusa e muitas
ATOS
vezes enganada.
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
ESPÍRITO • ALMA
CORPO
Capítulo 4
A Natureza Triúna do Homem:
Espírito, Alma e Corpo
“Porque a Palavra de Deus é viva
e poderosa, e mais afiada do que
qualquer espada de dois gumes, penetrando até mesmo à divisão da
alma e do espírito, e de juntas e medulas (ou corpo), e discerne os pensamentos e intenções do coração.”
(Hb 4:12.)
O Número Três
Os números, as combinações de
números, e os múltiplos dos números sempre foram um fascínio aos estudiosos e leitores da Bíblia. Os números, como, por exemplo, 3, 7, 12,
40, e 666, encontram-se em toda a
Bíblia e têm um significado simbólico especial. Muitos livros têm sido
escritos sobre a importância e o simbolismo dos números na Bíblia.
Por exemplo, o número sete tem
uma importância muito grande na
Bíblia. Ele é usado bem mais de 600
vezes de várias maneiras e símbolos.
O número sete está associado à idéia
de plenitude e ao mais alto nível de
força ou poder. Assim sendo, 777 é
freqüentemente citado como o Número de Deus.
Semelhantemente, o número 666,
não chegando à altura do 777, é simbólico para imperfeição. Portanto,
666 é designado como o número do
homem e da Besta: “Aqui há sabedoria. Que aquele que tem entendimento calcule o número da besta,
pois é o número do homem. O seu
número é 666” (Ap 13:18).
O número três também tem um
significado óbvio e de muita importância na Bíblia. “Três” é simbólico
para começo, meio e fim. Portanto,
ele é considerado como que representando um todo (completo e ordenado).
Alguns exemplos práticos são:
manhã, meio-dia e noite, como um
dia completo; infância, juventude e
idade avançada, como uma vida
completa; céus, terra e mares, como
um meio-ambiente completo.
O número três é usado mais de
400 vezes nas Escrituras. Por exemplo, o número três é usado para se
descrever:
1. O número de pessoas – “E
Noé gerou três filhos: Sem, Cão, e
Jafé” (Gn 6:10).
2. O número de lugares – “Três
portas a leste, três portas ao norte,
três portas ao sul, três portas ao oeste” (Ap 21:13).
3. O número de coisas – “Assim
O Apóstolo Paulo fez uma oração,
pedindo uma bênção sobre o
espírito, alma e corpo de cada
crente (1 Ts 5:23.)
sendo, Abraão apressou-se em ir ter
com Sara à tenda, e disse-lhe:
‘Amassa depressa três medidas da
melhor farinha, e faze uns pães’”
(Gn 18:6).
4. Um período de tempo – “E
José lhe disse: ‘Esta é a sua interpretação: Os três ramos são três
dias’” (Gn 40:12).
O número três tem uma importância especial para os cristãos, porque Deus é triúno, ou seja, “três em
um”: Deus-Pai, Deus-Filho e DeusEspírito Santo. Contudo, todos os
Três são um só Deus. Essa é a doutrina da Trindade.
Outros usos do número três incluem o seguinte: Jesus ressuscitou dos
mortos depois de três dias. Deus é
descrito como Aquele “que é, que
era, e que há de vir” (Ap 1:4). Todos esses exemplos mostram a importância simbólica do número três
como que representando a totalidade na Bíblia.
Base da Comunicação
Espiritual
Entendemos que o homem foi criado à imagem de Deus: “E disse
Deus: ‘Façamos o homem à Nossa
imagem, conforme à Nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e
sobre todo o réptil que se move sobre a terra”’ (Gn 1:26).
Portanto, não devemos ficar surpresos em vermos que o homem também é triúno ou “três em um”. O
homem é espírito, alma e corpo numa
só pessoa: “E que o mesmo Deus de
paz vos santifique em tudo, e que
todo o vosso espírito, alma e corpo
sejam preservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1 Ts 5:23; veja também
Hebreus 4:12).
Esse último fato, de que somos
espírito, alma e corpo, é importantíssimo à nossa compreensão de
como crescemos e amadurecemos
como cristãos. O Apóstolo Paulo, na
conclusão da sua Carta à Igreja de
Tessalônica, orou pedindo uma bênção sobre o espírito, alma e corpo
de cada crente (1 Ts 5:23). Paulo reconhecia que o homem é triúno, ou
constituído por três partes. Ele não
citou alma e corpo somente, mas es-
pírito, alma e corpo. Observe também que ele colocou o espírito primeiramente, em seguida a alma, e,
finalmente, o corpo. Em outras palavras, ele estava enfatizando que
somos primeiramente espírito.
Assim como Deus é três em um,
ou triúno – Deus-Pai, Deus-Filho e
Deus-Espírito Santo – assim também
somos triúnos – espírito, alma e corpo. Talvez isso faça parte do que
Deus quis dizer, ao afirmar o seguinte: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança...” (Gn 1:26.)
Somos tridimensionais, e não
bidimensionais. A importância de
nos vermos como espírito, alma e
corpo, em contraposição a nos vermos somente como alma e corpo é
profunda. Isso muda a maneira pela
qual vemos a nós mesmos e ao nosso mundo – e o que é mais importante, a maneira pela qual vemos o
nosso relacionamento com Deus.
Precisamos reconhecer e aceitar
a verdade de que somos seres espirituais. Precisamos reconhecer que,
assim como dizem as Escrituras,
“Deus é Espírito, e os que O ado-
ram, precisam adorá-Lo em espírito e por quê? Será que as opiniões que vemos a Deus e o nosso relacionae em verdade” (Jo 4:24). Aí então co- você formou são baseadas em capri- mento com Ele.
meçaremos a ver a possibilidade de chos, circunstâncias ou reações? Ou
Hoje em dia, muitos estão aprecomunicação com Deus
sentando como verdade
de uma maneira nova e
suas opiniões pessoais,
vital: comunicação eso humanismo secular, e
GRUPO DE COLEGAS
piritual!
outras formas das “traSOCIEDADE dições dos homens”. O
Por que será que tantas pessoas são resistenApóstolo Paulo nos adtes à verdade de que soverte contra a adoção de
mos espirituais? Há
uma visão mundial nãoFAMÍLIA
muitas razões. Provavelbíblica: “Tende cuidaMÍDIA
mente a mais comum é
do, para que ninguém
a proliferação dos assimvos engane através de
chamados filosofias e
filosofias e vãs sutileensinamentos modernos
zas, de acordo com as
que promovem uma vitradições dos homens,
são mundial humanístide acordo com os princa e moderna.
cípios básicos do mundo, e não de acordo
A Visão Mundial
com Cristo” (Cl 2:8). A
Moderna
visão mundial secular
Muitas pessoas têm
comum quer negar, diopiniões com base em
minuir ou ignorar a imnada mais do que sentiportância do mundo esmentos. Esses sentimenpiritual. No entanto, em
tos são geralmente resultoda a Palavra de Deus,
tantes de pressões de coencontra-se uma menlegas, de pressões socisagem para nós bem diOPINIÕES
OPINIÕES
ais, de pressões familiaferente.
res, e até mesmo de presVocê se lembra da
sões da mídia. Somos infrase
“Não somos seres
ISÃO
UNDIAL
ODERNA humanos
fluenciados pelas coisas
que estão tenque nos ensinam, pelas coisas que será que elas são pensamentos cui- do uma experiência espiritual temlemos, pelos entretenimentos dos dadosamente considerados e ilumi- porária, e sim seres espirituais que
quais participamos, e até mesmo pe- nações com base em sólidas convic- estão tendo uma experiência humalos amigos aos quais nos associamos. ções fundamentais?
na temporária”? O mundo espirituIsso tem ocorrido desde o dia em
al não é algo que experimentamos na
que nascemos e tem ajudado a mol- A Vida Espiritual: Para o que
vida somente em certos tempos e
dar o que muitos chamam de nossa Fomos Criados
ocasiões. A vida espiritual tem a ver
“visão mundial”. A nossa visão munO pensamento mundano presume com quem somos. A vida espiritual
dial é o filtro através do qual vemos que quanto mais modernos ou sofis- é aquilo para o qual fomos criados.
a vida, e, em grande parte, ela forma ticados nos tornamos, tanto menos
Já éramos conhecidos por Deus
as opiniões que temos sobre virtual- importante se torna o aspecto espiri- até mesmo antes de nascermos, e,
mente tudo na vida.
tual da nossa vida. Esse tipo errôneo quando morremos, é o nosso hoPor exemplo, como indivíduos, de pensamento tem causado um gran- mem-espírito que habita com Deus
temos opiniões sobre questões, de impacto sobre todas as culturas. para sempre. “Antes que te formascomo: pena de morte, aborto, homos- Para muitos pensadores modernos, o se no ventre te conheci, e antes que
sexualismo, pornografia, política, o conceito de comunicação com Deus nascesses Eu te santifiquei; às napapel do governo, verdade, pecado, é infantil e fantasioso. Esse tipo de ções ordenei-te profeta.” (Jr 1:5.)
Deus, igreja, etc., mencionando ape- pensamento causa um impacto em “Porque somos feitura Sua, crianas algumas delas.
nossa visão mundial ou na perspecti- dos em Cristo Jesus para as boas
A pergunta importante com rela- va geral através da qual vemos e in- obras, as quais Deus preparou de
ção à sua visão mundial é a seguin- terpretamos o mundo. Ele influencia antemão, para que andássemos
ATOS
te: Como você chegou à sua opinião especialmente a maneira pela qual nelas.” (Ef 2:10.)
V
M
M
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 5
Comunicação com Deus
“Vindo a Ele, como a uma pedra viva, rejeitada de fato pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa, vós também, como pedras vivas, estais sendo edificados como
uma casa espiritual, um sacerdócio
santo, para oferecerdes sacrifícios
espirituais aceitáveis a Deus através de Jesus Cristo.” (1 Pe 2:4,5.)
Eu fui criado numa família em
que os meus pais eram surdos-mudos (não conseguiam falar nem ouvir). Eles se comunicavam entre si
e com outros surdos-mudos, usando as mãos para indicarem letras e
palavras. Isso é conhecido como
Linguagem Americana de Sinais, ou
LAS (no Brasil, libras). Uma vez
que fui o primogênito, naturalmente aprendi a comunicar-me, usando
essa forma de linguagem de sinais,
antes mesmo que eu aprendesse a
falar.
De certa forma, minhas capacidades vocais e auditivas eram inúteis em minhas tentativas de comunicar-me com meus pais. Da mesma
maneira, as capacidades deles na linguagem de sinais teriam sido inúteis
na tentativa de se comunicarem com
uma pessoa que não soubesse a linguagem de sinais. O problema não
seria uma falta de comunicação, mas
uma incapacidade de se discernir ou
compreender o modo correto de comunicação.
Da mesma maneira, tentamos freqüentemente usar os sentidos errados para nos comunicarmos com
Deus. Tentamos usar nossos sentidos
naturais para nos comunicarmos com
Deus, que é Espírito (Jo 4:24). No
entanto, Ele nos deu capacidades
sobrenaturais ou espirituais para nos
comunicarmos com Ele.
Comunicação e Comunhão
Para podermos compreender a
operação do Espírito Santo, é essencial que compreendamos como a comunicação ocorre entre o Espírito
Santo e o indivíduo. Mas, antes que
possamos estudar eficazmente este
tópico, precisamos concordar que
Deus pode e Se comunica conosco
de fato, e que somos capazes de nos
comunicar com Ele.
A Bíblia nos dá muitos relatos de
comunicações entre Deus e a humanidade. No Jardim do Éden, Deus tinha comunhão com Adão e Eva diretamente (Gn 2:16,17). A comunicação deles era pessoal e aberta. Tra-
gicamente, como resultado da desobediência e rebelião deles, essa comunicação aberta e pessoal foi quebrada (Gn 3:8-24).
Agora, qual de nós ainda não experimentou em nossa vida pessoal
uma quebra num relacionamento que
também produziu uma quebra correspondente na comunicação? Você
já ficou tão aborrecido com alguém
que, conseqüentemente, você achou
difícil comunicar-se com essa pessoa, especialmente de uma maneira
amorosa?
A conseqüência do fato de Adão
e Eva terem comido do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal foi a “morte” (Gn 2:16,17). A
“morte” foi mais do que uma morte
física mais tarde. A “morte” foi também uma morte espiritual, onde a
comunicação aberta e a comunhão
com Deus foram quebradas.
Dessa época até a época da morte,
sepultamento e ressurreição de Jesus,
o Espírito Santo comunicava-Se com
o homem através de mensageiros,
como anjos e profetas, e também, às
vezes, o Espírito Santo Se comunicava diretamente. O Espírito Santo ficava “sobre” ou “com” o indivíduo
durante algum tempo (Nm 11:16-29;
Jz 3:10; 6:34; 1Sm 16:13; 2 Cr 24:20).
Como crentes do Novo Testamento, compreendemos que o Espírito
Santo agora habita dentro do indivíduo. (Como uma nota secundária,
isso talvez explique a não-freqüente
menção de anjos e do uso do ministério de profeta nos escritos do Novo
Testamento.)
Fica claro, de Gênesis a Apocalipse, que Deus tanto fala com o Seu
povo como o guia, e que a comunicação com Ele é de fato um diálogo
ou uma conversa bilateral (compare
Nm 12:6-8; Is 1:18; At 11:28; Rm
8:26; 1 Co 14:2).
Deus é Espírito
A afirmação mais clara da verdade de que Deus é Espírito encontrase em João 4:24: “Deus é Espírito, e
os que O adoram precisam adoráLo em espírito e em verdade”. Se
aceitarmos o fato de que nós também
somos espirituais, aí então uma extensão lógica desses dois pensamentos é que:
• a comunicação com Deus é
possível, e
• a comunicação entre Deus e o
homem está disponível.
Vamos analisar rapidamente como a comunicação ocorre em geral.
O dicionário define “comunicação”
como “a troca de informações entre
indivíduos, ou o estudo dos diferentes meios que as pessoas usam para
comunicar-se entre si, como por
exemplo: fala, telecomunicações,
escrita, ou o uso de um sistema comum de sinais ou comportamento”.
Com base em nossa definição de
“comunicação”, fica claro que “comunicação” é a transferência de informações. Essa transferência pode
ocorrer em vários níveis. Uma vez
que somos espírito, alma e corpo, a
“comunicação” pode ocorrer em
cada um desses três níveis.
Permitam-me repetir a crença
fundamental de que Deus é Espírito
e que Ele procura os que O adorem
em espírito e em verdade (Jo
4:23,24). Se aceitarmos essa verdade, aí então surgirão duas perguntas
centrais: (1) Será que a “comunicação espiritual” é possível? E, em caso
afirmativo, (2) Como é a “comunicação espiritual”?
A resposta à primeira pergunta,
“Será que a ‘comunicação espiritual’
é possível?”, é um altissonante “Sim!”
Por outro lado, é verdade que o
homem natural (com “natural” significando os nossos olhos, ouvidos,
e mente não-redimidos) não consegue compreender coisas espirituais.
Contudo, Deus nos deu a capacidade de “vermos”, “ouvirmos”, e de
“compreendermos” coisas espirituais, porque Ele deu uma nova vida
ao nosso espírito (2 Co 2).
Ora, esse é um fato espiritual que
precisa ser aceito e praticado pela fé.
Não é preciso que faça um sentido
lógico ou que “sintamos que esteja
correto” para nós. Se a Palavra de
Deus disse isso, então este é o fim
da questão! Há razões pelas quais
tantas e tantas pessoas têm dificuldades para compreender essa verdade, como, por exemplo: é algo com
o qual não estou familiarizado; isso
contraria as tradições; isso não se
conforma à sabedoria convencional
que freqüentemente é retratada em
livros populares e na mídia.
Compreendendo Questões
Espirituais
Antes que possamos abordar a segunda pergunta, “Como é a ‘comunicação espiritual’?”, precisamos
examinar minuciosamente o que
queremos dizer com “espiritual”.
Parte do mal-entendido da palavra “espiritual” tem sido devido ao
uso de palavras misteriosas, como
“unção”, “glória”, “presença”, e
“transferência”. Há pessoas que têm
maturidade espiritual ou experiência,
e que usam essas palavras e compreendem o seu significado. No entanto, nem sempre elas nos instruem no
sentido de como fazermos a mesma
coisa! É como dizer a alguém: “Você
precisa ser mais amoroso!”, sem,
porém, mostrar-lhe como ser mais
genuinamente amoroso.
As palavras em qualquer língua
pintam um quadro em nossa mente,
para o uso dessas palavras. No entanto, as palavras somente são às
vezes inadequadas para se descrever
e se definir questões espirituais por
completo. É por isso que o fato de
realmente vermos um exemplo pode
ajudar-nos a compreender melhor as
instruções.
Contudo, essas questões espirituais nem sempre podem ser “mostradas” a nós completamente através de
exemplos. Portanto, a fé é freqüentemente exigida de nossa parte.
Lembre-se: Os caminhos de Deus são
mais altos do que os nossos caminhos!
Precisamos nos esforçar para tentarmos compreender como Deus planejou que as coisas espirituais funcionassem. Fazemos o melhor possível com as palavras, imagens, e
quadros de palavras que temos disponíveis. Mas, se dependermos so-
mente do uso normal da linguagem,
talvez percamos aspectos funcionais
importantes do poder inerente e disponível a nós como crentes.
Por exemplo, usamos os termos
“ser cheios”, ou até mesmo “ser cheios novamente” para descrevermos a
ativação ou a reativação do Espírito
Santo em nossa vida. Mas o que significam essas palavras? O que está
de fato acontecendo? A essência do
que está acontecendo é o seguinte:
Esforçamo-nos para reconhecer novamente a obra do Espírito Santo
dentro de nós. Focalizamos nossos
olhos espirituais, sintonizamos nossos ouvidos espirituais, e renovamos
a fome por Ele em nosso coração,
dando uma vez mais as boas-vindas
à Sua obra em nossa vida.
Níveis de Comunicação
Examinemos agora os vários níveis de comunicação, dados por
Deus, que temos a capacidade de utilizar:
O Corpo
O nosso corpo físico comunicase com a esfera física, ou o mundo
físico em que vivemos. O nosso corpo usa os cinco sentidos: audição, visão, paladar, olfato e tato. Através
desses sentidos, comunicamo-nos
com o mundo físico.
A nossa audição responde a ondas de som que se enquadram em freqüências específicas. Ouvimos sons
altos, sons suaves, sons graves e agudos. Com a nossa visão somos capazes de discernir formas, sombras,
cores e movimentos. Os nossos corpúsculos gustativos conseguem detectar coisas doces, azedas e amargas. Com nosso nariz conseguimos
distinguir odores, desde a agradável
essência das flores até o cheiro de
ovos que estão apodrecendo. E, finalmente, com o nosso tato, conseguimos distinguir coisas frias, quentes, as dores e os prazeres.
No entanto, o corpo em si não
avalia a fonte, o perigo ou o prazer
dos estímulos. O corpo simplesmente
alerta o cérebro, que faz parte da nos-
sa alma, a fim de que ele fique ciente dos estímulos. Aí então o cérebro
reage. Uma vez que vivemos no
mundo, Deus nos deu a capacidade
de detectar e reagir ao mundo em que
vivemos.
A Alma
Observe que o corpo não é responsável pela interpretação ou avaliação do significado de todos os estímulos. Tudo o que o corpo sabe é
que “Isso dói!”, ou “Isso é doce!”,
ou “Este som está alto!”
A alma é onde todos os estímulos que o corpo experimenta são
contextualizados. Em outras palavras, a alma atribui um significado
aos estímulos. Por exemplo, a alma
“aprende” que o som de um tiro significa perigo e reage de acordo com
isso, dizendo ao corpo para correr
ou esconder-se. É esse processo de
aprendizagem na vida que molda as
nossas emoções (sentimentos), a
nossa vontade (a capacidade de escolhermos), e o nosso intelecto (inteligência).
A nossa personalidade é moldada
pela nossa alma. Exatamente como a
nossa alma interage com o mundo físico através do nosso corpo, assim
também a nossa alma interage com
outras almas ou pessoas através do
nosso corpo.
Para resumirmos até agora: O
corpo interage ou comunica-se com
o mundo físico. A alma também
interage com o mundo físico. Mais
importante ainda, a alma é capaz de
interagir com a alma de outras pessoas. Em outras palavras, a alma de
uma pessoa “comunica-se” com a
alma de uma outra pessoa, com as
palavras e reações de cada indivíduo.
Os relacionamentos são edificados
sobre este tipo de comunicação de
“alma”.
Vale observarmos que quando a
Bíblia usa a palavra “carne”, referindo-se a uma pessoa, ela pode referir-se a uma dentre duas coisas.
Ela pode referir-se ao corpo somente, ou pode referir-se à união do corpo e da mente. “Vigiai e orai, para
Esforçamo-nos para reconhecer novamente a
obra do Espírito Santo
dentro de nós. Focalizamos
nossos olhos espirituais,
sintonizamos nossos ouvidos espirituais, e renovamos a fome por Ele em nosso coração, dando uma vez
mais as boas-vindas à Sua
obra em nossa vida.
que não entreis em tentação. O espírito na verdade está pronto, mas
a carne é fraca.” (Mt 26:41.) As
Escrituras freqüentemente usam o
termo “carne” para se distinguir a
pessoa carnal e a pessoa espiritual.
A pessoa carnal é a que é imatura e/
ou mais influenciada pelas coisas do
mundo do que pelas coisas do Espírito (1 Co 3:1-4).
O Espírito
Se o corpo comunica-se com o
mundo físico, e a alma comunicase com o mundo da “alma”, com que
ou com quem então comunica-se o
espírito? A resposta é óbvia, não é?
O espírito do homem tem o potencial de comunicar-se com o mundo
espiritual.
Se estudarmos cuidadosamente 1
Coríntios 2:9-16, veremos as evidências de que Deus nos deu, como crentes, a capacidade de fazermos o que
não era possível antes de Jesus Cristo e da Cruz do Calvário: vermos,
ouvirmos e compreendermos coisas
espirituais num nível individual. Recebemos a “mente de Cristo” (v. 16).
O Versículo 12 afirma: “Agora recebemos, não o espírito do mundo,
mas o Espírito que provém de Deus,
para que pudéssemos conhecer as
coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus”.
Vamos examinar mais de perto
esta passagem de 1 Coríntios 2.
“Mas, como está escrito: ‘O olho
não viu, nem ouvido ouviu, nem en-
traram no coração do homem as coisas que Deus preparou para os que
O amam’.” (1 Co 2:9.) “O olho não
viu, nem ouvido ouviu” obviamente
fala sobre os sentidos físicos, o domínio do corpo. “Nem entraram no
coração do homem” refere-se neste
caso à mente ou às emoções, as quais
se encontram no âmbito da alma.
Esse versículo afirma claramente que somos limitados em nossa própria capacidade física e intelectual
para compreendermos as coisas de
Deus. Mas, aleluia! Deus nos deu o
Seu Espírito: “Ora, não recebemos
o espírito do mundo, mas o Espírito
que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer as coisas que nos
foram dadas gratuitamente por
Deus” (1Co 2:12). Deus nos
disponibilizou tudo o que nós, Seus
filhos, precisamos, com relação “à
vida e à santidade” (2 Pe 1:3).
Somos relembrados uma vez
mais em 1 Coríntios 2:13 que a comunicação com Deus não tem a ver
com o intelecto humano ou com a
sabedoria do homem, mas com o Seu
Espírito ensinando o nosso espírito:
“Estas coisas também falamos, não
com palavras que a sabedoria do
homem ensina, mas que o Espírito
Santo ensina, comparando as coisas
espirituais com as espirituais”.
A Bíblia então revela que o homem não-espiritual (natural, não-salvo) não consegue discernir as coisas
do Espírito: “Mas o homem natural
não aceita as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe parecem loucura,
nem consegue compreendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1 Co 2:14).
Finalmente, recebemos a garantia de que temos a mente de Cristo!
“Mas o que é espiritual julga todas
as coisas, e, contudo, por ninguém é
ele próprio julgado corretamente.
Porque quem conheceu a mente do
Senhor para que possa instruí-Lo?
Mas nós temos a mente de Cristo.”
(1 Co 2:15,16.) Aleluia! Você consegue entender o que está sendo dito?
Nós – você e eu, como crentes – temos a mente de Cristo!
Semelhantemente a qualquer
dom de Deus, precisamos aprender
como exercitar e usar os nossos sentidos espirituais. Jesus afirmou: “As
Minhas ovelhas ouvem a Minha voz,
e Eu as conheço, e elas Me seguem”
(Jo 10:27). Nós naturalmente sabemos como comunicarmo-nos física
e intelectualmente desde a nossa infância. Aprender a nos comunicar espiritualmente, no entanto, requer que
nos tornemos semelhantes a crianças
(Mt 11:25; 18:1-5) e que confiemos
no que Deus disse em Sua Palavra.
Se Deus disse algo, então ponto final! Ele disse que os que andam pelo
Espírito são filhos de Deus (Rm
8:12-17). Uma vez que somos Seus
filhos, a avenida da comunicação
com Deus, nosso Pai, foi aberta para
nós.
O Homem Espiritual
Quando nascemos de novo – aceitando a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador – foi o nosso espírito que
foi vivificado e capacitado a comunicar-se com Deus (Rm 6:11,13; 1
Co 15:22; Ef 2:1,5; 1 Pe 3:18).
Nossa mente (alma) está no processo de ser transformada e renovada: “E não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela
renovação de vossa mente, para que
experimenteis qual é a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm
12:2).
Nosso corpo será substituído por
corpo sobrenatural quando partirmos
para estar com Jesus no Céu: “Assim também é a ressurreição dos
mortos. O corpo é semeado em
corrupção e é ressuscitado em
incorrupção. É semeado em desonra e é ressuscitado em glória. É semeado em fraqueza e é ressuscitado
em poder. É semeado como corpo
natural e é ressuscitado como corpo
espiritual” (1 Co 15:42-44).
A nossa mente está sendo renovada, e o nosso corpo um dia será
substituído, mas foi o nosso espírito
que nasceu de novo – outrora morto
no pecado, mas agora vivo em Cristo (Ef 2:1-9)!
As Escrituras afirmam claramente que as linhas de comunicação com
Deus agora estão abertas. Esta comunicação é um diálogo bilateral, no sentido de que falamos e Ele ouve. Mais
importante ainda é que foi feita uma
promessa de que quando Ele falasse,
nós teríamos a capacidade de ouviLo: “Porque, qual dos homens sabe
as coisas do homem, senão o espírito
do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus. Mas nós
não recebemos o espírito do mundo,
mas o Espírito que provém de Deus,
para que pudéssemos conhecer as
coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus, as quais também falamos, não com palavras que a sabedoria do homem ensina, mas com as
que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as
espirituais” (1 Co 2:11-13). Lembrese de que Jesus disse que conseguiríamos ouvi-Lo, para que pudéssemos
segui-Lo (Jo 10:27).
O Homem Natural
O indivíduo que rejeita o dom de
Deus em Cristo e não nasce de novo
é citado como “homem natural”:
“Mas o homem natural não recebe
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, nem consegue entendê-las, porque são espiritualmente discernidas” (1 Co
2:14). O homem natural somente
consegue entender com a sua mente
(alma). Portanto, é impossível que
ele entenda as coisas espirituais de
Deus.
Que grande alegria, privilégio,
e benefício é o fato de que podemos nos comunicar com o nosso
Pai Celestial, assim como os filhos
se comunicam com os seus pais terrenos! Tudo isso está disponível porque somos nascidos de novo e temos
agora a “mente de Cristo”. Através
da sabedoria de Deus, grandes e preciosos dons e promessas foram
disponibilizados a todos os crentes
que escolherem, pela fé, andar de
acordo com o que Ele supriu através
ATOS
do Seu Filho, Jesus Cristo!
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 6
Comunicação Espiritual
“Enquanto ministravam ao Senhor e jejuavam, o Espírito Santo
disse: ‘Apartai-Me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho
chamado.’ Aí então, tendo jejuado
e orado, e impondo as mãos sobre
eles, os enviaram.” (At 13:2,3.)
A confiança em Deus vem do relacionamento com Deus. O relacionamento entre Deus e o homem é espiritual em sua natureza.
Uma das grandes questões sobre
a fé cristã é se estamos “trabalhando
para Deus” ou “trabalhando com
Deus”. Um mercenário ou empregado pode trabalhar para alguém, ou até
mesmo para Deus. Ele faz cegamente o que foi instruído a fazer para receber um salário ou uma recompensa. Num sentido negativo, isso não é
nada mais do que uma religiosidade
externa ou legalismo.
Contudo, não fomos chamados
para que fôssemos mercenários ou
empregados. Fomos chamados para
sermos amigos de Deus e até mesmo filhos de Deus! “Sereis Meus
amigos, se fizerdes tudo que vos ordeno. Já não vos chamarei mais de
servos, pois o servo não sabe o que
o seu senhor está fazendo, mas tenho vos chamado de amigos, porque
tudo que ouvi de Meu Pai Eu vos revelei.” (Jo 15:14,15.) “Porque todos
os que são guiados pelo Espírito de
Deus, esses são filhos de Deus.” (Rm
8:14.)
A amizade – e especialmente o
“status de filho” – requer um relacionamento, o qual subentende uma
comunicação bilateral ou diálogo.
Por “diálogo” queremos dizer que
podemos falar com Deus e saber que
Ele nos ouve. Também significa que
Deus pode falar conosco e podemos
saber que ouvimos Deus falando conosco.
Até mesmo no sentido natural,
será que pode haver um relacionamento genuíno ou uma amizade genuína sem comunicação?
Tanto no Antigo, como no Novo
Testamento vemos exemplo após
exemplo de comunicação entre Deus
e o homem. Contudo, ainda assim lutamos com a idéia de que Deus quer
comunicar-Se conosco hoje.
“Jesus Cristo é o mesmo ontem,
hoje, e para sempre.” (Hb 13:8.) O
que estava disponível aos crentes no
passado, através das Escrituras, também está disponível a nós hoje. Jesus nos estimula nesta verdade: “As
Minhas ovelhas ouvem a Minha voz,
e Eu as conheço, e elas Me seguem”
(Jo 10:27).
As Escrituras nos dizem que é impossível agradarmos a Deus sem fé:
“Mas sem fé é impossível agradarmos a Ele, porque o que se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe, e que Ele é galardoador dos que
O buscam diligentemente” (Hb
11:6). Temos de estar diligentemente buscando, batendo e pedindo (Mt
7:7,8), crendo que Ele recompensará nossos esforços no sentido de nos
comunicarmos com Ele.
Fé e a Vontade de Deus
O que é importante também é
que é impossível ter fé, a menos
que conheçamos a vontade de
Deus. Assim sendo, por um lado, a
fé é essencial para agradarmos a
Deus. Por outro lado, precisamos
conhecer Sua vontade, antes que a
fé possa ser ativada em nós. Ao darmos um passo de fé, com base na
vontade de Deus, podemos ficar
confiantes que Ele Se moverá por
nós. A vontade de Deus é a esperança ou base da nossa fé: “Ora a
fé é a substância das coisas esperadas, a evidência das coisas não vistas” (Hb 11:1). O que não queremos dizer com “esperança” é: “Espero que tudo dê certo!” A esperança bíblica não é um acaso ou sorte,
ou fantasias. A esperança bíblica
baseia-se nas promessas d’Aquele
que nunca quebra uma promessa!
Um exemplo nos ajudará a esclarecer esta verdade: Quando levamos
uma ação aos sistemas dos tribunais,
eles somente ouvem o nosso caso, se
tivermos uma base para a nossa alegação na lei. Isso significa que a lei
nos dá um direito legítimo de entrarmos com uma ação legal. Por exemplo, não podemos levar alguém a um
tribunal por quebrar um contrato
conosco, a menos que sejamos uma
das partes que assinaram o suposto
contrato. A base na lei reconhece
então o nosso direito de prosseguirmos com a ação legal.
Como crentes, temos uma base
para a fé quando a questão da fé está
baseada numa promessa de Deus:
• A conscientização da promessa de Deus traz esperança
(base);
• A confiança em Deus no sentido de que Ele fará com que
esta esperança se cumpra por
nós é fé.
Lembre-se: A fé agrada a Deus!
A Bíblia: O Padrão de Medida
Alguns diriam: “É claro que Deus
fala conosco. Ele fala conosco através da Sua Palavra, a Bíblia!” Essa é
uma afirmação absolutamente verdadeira. Mas será que a Bíblia é a única maneira pela qual Deus fala? A
resposta a essa pergunta central é um
altissonante “Não!”. Deus é Espírito
e Ele é capaz de comunicar-Se conosco de uma maneira direta pelo
Seu Espírito.
No entanto, permitam-me deixar uma palavra de cautela aqui:
Deus nunca violará (nem mudará) a
Sua Palavra da forma como ela já foi
dada na Bíblia! Isso significa que a
Bíblia se torna o “fio de prumo” ou
o “padrão de medida” pelo qual podemos discernir a precisão e a fonte
de qualquer comunicação espiritual.
Em outras palavras, se uma pessoa
disser que Deus falou com ela, e o
que ela ouviu não concorda com o
que já está na Bíblia, então o que foi
ouvido não foi proveniente de Deus.
O que Significa Sermos
Guiados Pelo Espírito Santo?
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas
enchei-vos com o Espírito.” (Ef
5:18.) A palavra “encher” neste caso
significa exatamente isso: “encher ou
ficar suprido completamente”. Mas
a palavra “encher” deriva-se da raiz
grega pletho, que significa “ser influenciado por”. Isso requer que a
nossa vontade submissa coopere com
a influência do Espírito.
Em outras palavras, devemos ser
influenciados pelo Espírito Santo,
e não ser controlados ou influenciados por outras coisas do mundo natural ou espiritual. É a isso que os
cristãos normalmente se referem
com “estarmos cheios do Espírito ou
de sermos guiados pelo Espírito.”
Quando examinamos o conceito
de sermos influenciados ou guiados
pelo Espírito de Deus, vemos mais
claramente a necessidade de aprendermos como ouvir, reconhecer e
seguir o Espírito Santo. Jesus disse: “As Minhas ovelhas ouvem a
Minha voz, e Eu as conheço, e elas
Me seguem” (Jo 10:27).
A esta altura devemos concordar
e ter a certeza pela Palavra de Deus
de que temos a capacidade de ouvir a voz do Senhor. O propósito de
ouvirmos a Sua voz é para que possamos segui-Lo.
O nosso caminhar numa obediência fiel, tanto com relação à Bíblia,
como ao Espírito Santo, nos levará a
uma vida vitoriosa – independentemente das circunstâncias do passado, do presente ou do futuro.
As Escrituras declaram que Jesus
está assentado à mão direita de DeusPai, intercedendo por nós: “Quem os
condenará? Foi Cristo que morreu,
e, além disso, também ressuscitou, o
qual está à direita de Deus, e também faz intercessão por nós” (Rm
8:34).
Jesus está dentro de cada crente,
através do Espírito Santo – uma vez
que o Pai, Jesus e o Espírito Santo
são Um. “E Eu orarei ao Pai, e Ele
vos dará um outro Ajudador [como
Eu], para que Ele possa habitar convosco para sempre – o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece; mas vós O conheceis, porque
Ele habita convosco, e estará dentro
de vós.” (Jo 14:16,17.)
O Espírito Santo faz com que nos
lembremos das coisas que Jesus diz
(Jo 14:26). O Espírito Santo revela
a Jesus, o Cristo, para nós (Ef
1:17).O Espírito Santo nos aponta a
Jesus com toda honra, glória, e po-
der: “Contudo, quando Ele, o Espírito da verdade, vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque Ele
não falará por Sua própria autoridade, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e Ele vos dirá coisas vindouras. Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e o declarará
a vós” (Jo 16:13,14).
A obra essencial do Espírito
Santo é revelar Cristo a nós e transformar-nos à imagem de Cristo (2
Co 3:18). Isso é assim para que soubéssemos o que Jesus faria em todas as situações ou circunstâncias,
e para que agíssemos e reagíssemos
como Ele o faria!
Vamos examinar agora algumas
das áreas específicas em que o direcionamento e a operação do Espírito Santo estão envolvidos. Mantenhamos em mente o princípio de
que o Espírito Santo de Deus é o
Agente do direcionamento, do fortalecimento, e da capacitação.
O Espírito Santo Operando
na Salvação
Até mesmo a obra básica da salvação é uma obra que é iniciada
pelo Espírito de Deus. “N’Ele também crestes, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o Evangelho
da vossa salvação; em quem também, tendo crido, fostes selados
com o Espírito Santo da promessa.” (Ef 1:13.)
O Espírito Santo está operando
até mesmo na vida do incrédulo,
atraindo-o à verdade da mensagem
do Evangelho (Jo 16:8-11). Alguém
que não conhece a Cristo talvez não
entenda plenamente o que está
acontecendo. No entanto, o Espírito Santo está cultivando no coração incrédulo um solo para o recebimento da semente, a mensagem
do Evangelho. “Ninguém pode vir
a Mim, a menos que o Pai, que Me
enviou, o traga a Mim...” (Jo 6:44.)
Em última análise, a escolha de
se receber ou rejeitar o Evangelho
(e as suas promessas) reside com
cada indivíduo. Deus, no entanto,
através do Seu Espírito Santo, está
operando fielmente, atraindo os incrédulos a Si mesmo. “O Senhor
não retarda a Sua promessa, ainda
que alguns a tenham por tardia,
mas é longânimo para convosco,
não querendo que ninguém se perca, mas que todos venham a arrepender-se.” (2 Pe 3:9.)
A obra do Espírito Santo na salvação pode ser descrita com três
tempos de verbo: passado, presente e futuro.
1. Passado
Quando uma pessoa crê em
Cristo, ela é salva para a eternidade. “E eles disseram: ‘Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu
e a tua casa’.” (At 16:31; veja também Jo 10:28; At 2:38; Rm
1:16,17.) A salvação através de Jesus Cristo é um evento que acontece para alguém num momento específico de sua vida. Você nasceu
de novo quando creu e aceitou a
Cristo. Isso se torna um evento passado que traz consigo uma recompensa futura e eterna.
O cristão desviado não pode
nascer de novo... de novo! Ele simplesmente precisa arrepender-se
dos seus pecados e ser restaurado
ao seu relacionamento com Deus
(Jo 15:1-8; At 8:22-24; 1 Jo 1:9).
Lembre-se: Deus prometeu que Ele
nunca o deixaria nem o abandonaria (Mt 28:20; Hb 13:5). Se Deus
parece estar distante de você, é porque você se distanciou, e não porque Ele Se distanciou: “‘Voltai, ó
filhos desviados,’ diz o Senhor;
‘pois estou casado convosco’” (Jr
3:14).
2. Presente
Também estamos no processo
de sermos salvos do poder do pecado. A sua natureza foi transformada; você está sendo transformado pela renovação da sua mente
(Rm 12:1,2). O poder do pecado,
que o separava de um Deus Santo,
foi quebrado (Rm 6:1-14,22; 8:24). Os antigos hábitos precisam ser
substituídos por hábitos novos e
santos. “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo
Espírito mortificardes as obras do
corpo, vivereis.” (Rm 8:13.)
3. Futuro
Finalmente, seremos salvos da
própria presença do pecado. Está
chegando o dia em que Jesus voltará e seremos “arrebatados” no ar
(1 Ts 4:16,17; veja também 1 Co
15:51, 52). Se o Senhor não voltar
até depois da nossa morte física,
também teremos a promessa de estarmos presentes com Ele, para
sempre: “Na Casa do Meu Pai há
muitas mansões; se não fosse assim, Eu não vos teria dito: Eu vou
para vos preparar um lugar. E, se
Eu vou para vos preparar um lugar, Eu voltarei e os receberei para
Mim mesmo; para que, onde Eu
estiver, estejais vós também” (Jo
14:2,3).
Em cada um destes casos – passado, presente, e futuro – é necessário fé da nossa parte. A fé é simplesmente a Palavra de Deus combinada com o Espírito de Deus,
com a nossa vontade trabalhando
em cooperação. A fé é iniciada pela
Palavra de Deus e ativada pela nossa decisão de seguirmos a direção
ou estímulo do Espírito Santo. A
Palavra de Deus e o Espírito de
Deus sempre estarão de acordo.
Deus libera em nossa vida hoje,
através do Seu Espírito, o poder da
ressurreição de Cristo: “Mas, se o
Espírito d’Aquele que dentre os
mortos ressuscitou a Jesus habita
em vós, Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, através do Seu Espírito que em vós habita” (Rm 8:11).
Deus também nos deu um “pagamento de entrada” ou “depósito”
do Espírito. Deus nos deu o Espírito como prova da nossa nova vida
em Cristo: “... o Qual também nos
selou e nos deu o Espírito em nosso coração como garantia” (2 Co
1:22; veja também Ef 1:13,14).
Obviamente, a nossa experiên-
cia de salvação estará completa quando Cristo voltar: “Assim também
Cristo foi oferecido uma só vez para
levar os pecados de muitos. Aos que
avidamente O aguardam, Ele aparecerá uma segunda vez, sem pecado,
para a salvação” (Hb 9:28). Quando chegar esse dia, o Reino de Deus
será plenamente revelado: “O Filho
do Homem enviará os Seus anjos, e
eles colherão do Seu Reino todas as
coisas que ofendem, e os que praticam a iniqüidade, e os lançarão na
fornalha de fogo. Haverá choro e
ranger de dentes. Aí então os justos
resplandecerão como o sol no Reino
do seu Pai. Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça!” (Mt 13:41-43.)
Passado, presente, e futuro – a
obra do Espírito Santo é completa na
salvação!
O Espírito Santo Operandona
Certeza
Podemos ter certeza ou confiança na mensagem do Evangelho de
amor, perdão e aceitação, por causa
da operação do Espírito Santo em
nossas vidas. “Porque o nosso Evangelho não foi a vós em palavras somente, mas também em poder, e no
Espírito Santo, e em muita certeza;
como sabeis que tipo de homens fomos dentre vós, por amor de vós.” (1
Ts 1:5.)
O Espírito Santo é o poder de
Deus. Portanto, podemos ter a certeza de que Deus é “por nós, e não contra nós”, quando o Espírito Santo faz
a Sua obra extraordinária em indivíduos comuns!
Muito embora o Apóstolo Paulo
não fosse exatamente um homem comum, até mesmo na sua época, ele
reconhecia o tremendo poder
disponibilizado pelo Espírito Santo.
Um estudo sobre quem Deus usa e
capacita nos é dado em 1 Coríntios
1:18-31: “Deus escolheu as coisas
loucas deste mundo para envergonhar as sábias...” (v. 27.)
Eis aqui um princípio-chave a ser
compreendido: Quanto mais insignificante e comum for o vaso, tanto maior será a glória que Deus ob-
terá ao usar este vaso comum de
maneiras extraordinárias.
O próprio testemunho do Apóstolo Paulo era que ele não confiava
em sua própria força ou entendimento, mas que ele dependia da demonstração do Espírito e do poder de
Deus. “E eu, irmãos, quando fui ter
convosco, não fui com excelência de
palavras ou de sabedoria, declarando-vos o testemunho de Deus. Porque determinei-me não saber nada
entre vós, exceto a Jesus Cristo, e
crucificado. Eu estive entre vós em
fraqueza, em temor, e com muito tremor. E as minhas palavras e a minha pregação não foram com palavras persuasivas de sabedoria humana, mas com a demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa
fé não fosse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (1 Co
2:1-5.)
Você pode ter a certeza de Deus e
do Seu chamado sobre a sua vida
através do Seu Espírito Santo – à medida que o Espírito o capacita e o fortalece para que você cumpra o Seu
propósito, chamado, e tarefa.
O Espírito Santo Operando
no Discipulado
O discípulo (ou aluno) de Cristo
pode ser descrito como alguém que
crê nas verdades ou doutrinas de
Cristo; coloca a sua total fé e confiança na obra consumada do Calvário; anda pelo Espírito de Deus; e
imita o exemplo de Jesus.
Como discípulos, também somos
instruídos a discipularmos outras
pessoas. A Grande Comissão, da maneira descrita em cada um dos quatro Evangelhos e no Livro de Atos, é
a instrução de Jesus Cristo para fazermos discípulos de todos os povos,
de todas as nações.
• “E Jesus veio e falou-lhes, dizendo: ‘Toda autoridade Me é dada,
nos céus e na terra. Portanto ide
e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observarem todas as coisas que Eu vos orde-
nei; e eis que estou convosco sempre, até o fim dos tempos’.” (Mt
28:18-20.)
• “Mais tarde Ele apareceu aos
onze, enquanto estavam assentados à mesa; e Ele repreendeu a
incredulidade e dureza de coração deles, porque não creram nos
que O haviam visto depois que
Ele ressuscitou. E Ele lhes disse:
‘Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda criatura. Quem
crer e for batizado será salvo,
mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão os
que crerem: Em Meu nome expulsarão demônios; falarão com novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; imporão as mãos nos enfermos, e serão sarados’.” (Mc
16:14-18.)
• “E disse-lhes: ‘Assim está escrito, e assim foi necessário que o
Cristo sofresse e ressuscitasse
dentre os mortos no terceiro dia,
e que o arrependimento e a remissão dos pecados fossem pregados em Seu nome a todas as
nações, começando-se por Jerusalém. E sois testemunhas destas
coisas. Eis que Eu envio a promessa do Meu Pai sobre vós; mas
ficai na cidade de Jerusalém até
que do alto sejais revestidos de
poder’.” (Lc 24:46-49.)
• “Disse-lhes pois Jesus outra vez:
‘Paz seja convosco! Assim como
o Pai Me enviou, assim também
Eu vos envio.’ E, havendo dito
isto, assoprou sobre eles, e disselhes: ‘Recebei o Espírito Santo’.”
(Jo 20:21,22.)
• “Mas recebereis poder quando o
Espírito Santo vier sobre vós; e
sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, e em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1:8.)
O discipulado não tem a ver simplesmente com o fato de fazermos
com que os indivíduos se convertam,
tornando-se membros da igreja, conformando-se a tradições, e reconhe-
O DISCIPULADO É:
• Ajudar os outros a se tornarem mais semelhantes
a Jesus;
• Ajudar os outros a aprenderem a Bíblia;
• Ajudar os outros a aprenderem como ser dirigidos
pelo Espírito Santo;
• Ajudar os outros a aprenderem como andar pela
fé, e não pela vista.
cendo outras pessoas na organização
da igreja.
O discipulado é:
• ajudar os outros a se tornarem
mais semelhantes a Jesus;
• ajudar os outros a aprenderem
a Bíblia;
• ajudar os outros a aprenderem
como ser guiados pelo Espírito Santo;
• ajudar os outros a aprenderem
como andar pela fé, e não por
vista.
Em outras palavras, o discipulado
tem a ver com aprendermos como
andar com Jesus todos os dias e ser
transformados à Sua imagem, pela
obra do Seu Espírito (Rm 8:29).
Como líderes, ao discipularmos
alguém, devemos ter claramente em
mente duas metas principais. A primeira é ajudarmos o discípulo a ser
individualmente forte em Cristo; a
segunda é certificarmo-nos de que o
discípulo será motivado a servir os
outros na Igreja.
Transformação Interna
O verdadeiro discipulado é uma
“tarefa interna”. É um processo de
transformação de dentro para fora
do indivíduo, em vez de um processo de conformação externa. É vital
que compreendamos a diferença entre “conformação” e “transformação” se quisermos fazer verdadeiros
discípulos. Romanos 12:2 afirma: “E
não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela reno-
vação das vossas mentes, para que
experimenteis qual é a boa, aceitável, e perfeita vontade de Deus”.
“Conformar-se” subentende que
estamos moldando alguém a parecer
e a comportar-se de uma certa maneira. “Conformar-se” é uma obra na
parte externa do indivíduo. A mudança das roupas, da linguagem e do
comportamento externo não produz
um verdadeiro discípulo.
O verdadeiro discípulo é alguém que está sendo transformado de dentro para fora. A transformação é uma obra da Palavra de
Deus e do Espírito Santo: “Porque é
Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua
boa vontade” (Fp 2:13).
Deus está operando, através do
Seu Santo Espírito, para produzir em
você – e nos que você está discipulando – o desejo e a capacidade de
cumprir o propósito e a tarefa que
Ele tem para você. O Seu propósito
é transformá-lo à imagem do Seu
Filho; a Sua tarefa é levá-lo a cumprir o ministério para o qual Ele o
chamou.
Jesus falou o seguinte aos fariseus, com relação a esta mesma questão: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois limpais o exterior do
copo e do prato, mas o interior está
cheio de extorsão e de indulgência
própria. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para
que o exterior também fique limpo...”
(Mt 23:25,26; veja também os versículos 27,28.)
Jesus sabia que os melhores esforços religiosos do homem só conseguem conformar a aparência externa. O homem não tem realmente nenhum poder dentro de si mesmo para
mudar ou purificar a sua natureza
pecaminosa (Jr 13:23; 17:9; Hb 2:1417).
Mas Jesus veio para quebrar o
poder do pecado! É somente através
do poder de Cristo e através do Seu
Espírito Santo que o homem pode
mudar internamente e ser verdadeiramente transformado. O poder que
o homem precisa para viver uma vida
que vence o pecado é através do Espírito Santo. Jesus sabe que, se o
homem interior for transformado, as
mudanças externas seguir-se-ão naturalmente.
O Espírito Santo Operando
na Vida Vencedora
A Bíblia ensina que somos mais
do que vencedores através de Jesus
Cristo e do Seu Santo Espírito. “Contudo, em todas estas coisas, somos
mais do que vencedores através
d’Aquele que nos amou.” (Rm 8:37.)
Ora, o que significa sermos mais
do que vencedores? Permitam-me
explicar.
Há uma maravilhosa história sobre um lutador de boxe, o qual estava agendado a lutar na maior luta
que ele já havia tido. Em jogo estava o maior prêmio em dinheiro que
já haviam lhe oferecido. Na noite da
luta, estava presente uma multidão
que havia comprado todos os ingressos, e ele estava enfrentando o mais
experiente e duro oponente de toda
a sua carreira. A luta começa, e, depois de 15 extenuantes rounds, ele
emerge vitorioso. Ele está ferido,
surrado, sangrando – contudo, ele é
o vencedor! A multidão dá brados
de alegria enquanto ele sai do ringue. Ele se dirige ao vestiário para
tomar um banho e troca de roupa.
Em seguida ele sai para receber o
seu prêmio e viaja para casa para
encontrar-se com a sua esposa. Ao
chegar em casa, ele cumprimenta a
sua esposa com um beijo. Ela estende as suas mãos, e, nelas, ele coloca o prêmio, todo o dinheiro do
prêmio!
O ponto da história é o seguinte: Esse homem pode ser o vencedor, mas a sua esposa é “mais do
que vencedora”! Veja: ela recebeu
o prêmio sem ter que lutar na batalha!
Da mesma maneira, Jesus lutou
na batalha pela sua salvação e pelo
direito de ser Senhor da sua vida (Hb
2:9-18). Nesta perspectiva, você é
mais do que vencedor! Deus não
somente lutou na batalha, mas Ele
também colocou dentro de você o
Seu Espírito.
Como resultado de o Espírito de
Deus habitar dentro de você, não há
nada que não possa fazer à medida
que se alinha com a direção e o estímulo do Espírito Santo em você.
“Vós sois de Deus, filhinhos, e os
vencestes, porque maior é Aquele
que está em vós do que aquele que
está no mundo.” (1 Jo 4:4.) “As coisas que são impossíveis aos homens
são possíveis a Deus.” (Lc 18:27.)
É verdade que haverá tempos de
dúvidas, desânimo, e até mesmo de
temor, à medida que nos esforçamos
para seguir adiante e para cumprir o
nosso propósito e o chamado de
Deus. É nessas ocasiões que precisamos refletir na verdade da Sua Palavra: Você é mais do que vencedor
porque Jesus lutou na maior batalha
por você! Depois de se convencer
disto com a Palavra de Deus, aí então convença-se ainda mais no âmbito do Espírito... Você é mais do que
vencedor!
O Espírito Santo Operando
na Santidade
Em Atos Capítulo 9, descobrimos o fariseu Saulo (Paulo) e o seu
encontro com Jesus no caminho de
Damasco. Neste encontro, Paulo
chega à conclusão de que Jesus Cristo é de fato o Cristo Ressurreto, o
Messias.
Mais tarde, em Atos Capítulo 26,
Paulo dá o seu testemunho ao rei
Agripa. Aí descobrimos a tarefa que
Jesus deu a Paulo no caminho de
Damasco: “Mas levanta-te e põe-te
sobre os teus pés; porque apareci a
ti para este propósito, para fazer-te
um ministro e uma testemunha, tanto das coisas que tens visto, como das
coisas que ainda te revelarei” (At
26:16).
Observe primeiramente que Jesus
está instruindo a Paulo no princípio
de que não podemos dar o que não
possuímos. Em outras palavras, Paulo seria capacitado a ensinar, a pregar e a liderar nas áreas em que ele
poderia testificar e testemunhar so-
bre a verdade da obra de Jesus em
sua própria vida.
Paulo nunca ministrava com base
em teorias. Ele ministrava com base
em sua experiência pessoal da revelação de Jesus Cristo. Jesus prosseguiu e disse mais o seguinte a Paulo:
“Eu te livrarei dos judeus , como
também dos gentios, a quem agora
te envio, para abrires os seus olhos,
a fim de os converteres das trevas à
luz, e do poder de Satanás a Deus; a
fim de que recebam o perdão dos
pecados e uma herança dentre os que
são santificados pela fé em Mim” (At
26:17,18).
Observe quão completa é a obra
de Deus:
1. Libertação – dos que se opõem a
você e ao chamado de Deus em
sua vida.
2. Olhos abertos – para você enxergar a verdade que o libertará.
3. Ser transportado das trevas à luz
– sendo guiado pelo Espírito de
Deus.
4. Ser transferido do poder de Satanás ao poder de Deus – senhorio
transferido.
5. Recebimento do perdão dos pecados – restauração do relacionamento com Deus.
6. Recebimento de uma herança –
poder presente e glória futura.
7. Ser santificado pela fé em Jesus
– capacitado a andar a vida de
santidade através da fé em Jesus
Cristo.
Que poderosa série de afirmações
sumarizam a vida vitoriosa à qual
Cristo nos chamou! É o poder de
Deus em nossa vida que nos capacita, pelo Seu Santo Espírito, a vivermos uma vida não-corrompida pelo
mundo e o seu sistema. Entramos na
luz, e agora conseguimos enxergar e
declarar, exatamente como aquele
cego que se encontrou com Jesus,
declarou: “Uma coisa eu sei: que
muito embora eu fosse cego, agora
eu consigo ver!” (Jo 9:25.)
A Motivação do Amor
Há ainda uma contínua luta ou
processo de mudança que ocorre em
nós. O Apóstolo Paulo deixa isso
bem claro ao apresentar a sua luta
pessoal em Romanos 7 e 8.
Passando da desesperança sob a
Lei à vitória em Cristo, Paulo ensina
que a vitória vem aos que aprendem
a andar pelo Espírito, e não pela
carne (veja Romanos 8:1-7). Em Romanos 7, Paulo testifica sobre a futilidade de tentarmos viver pela Lei, sabendo o que fazer, sendo, porém, impotentes para fazê-lo; ou sabendo o
que não fazer, e, contudo, fazendo
exatamente as coisas que odiamos.
Quantos de nós temos lutado com
exatamente este mesmo tipo de experiência? Quando você está tentando viver segundo um padrão externo, através dos seus próprios esforços e auto-disciplina somente, você
está fadado ao fracasso.
Há duas questões reveladas aqui
que precisam ser abordadas: Uma
delas é a motivação; a outra é a capacitação ou poder para realizarmos
a motivação. Se a motivação for simplesmente fazer o bem a fim de
compensarmos o mal feito em nossa
vida, como se estivéssemos tentando equilibrar uma balança, aí então
estaremos perdidos. A motivação
precisa vir de um coração transformado, de uma nova natureza.
Em outras palavras, é preciso que
se encontre em mim um desejo de
ser agradável ao meu Pai Celestial.
Isso pode acontecer de fato somente
através de um relacionamento com
Ele, e não através de uma religião
com regras e regulamentos. Há somente uma motivação que Deus está
procurando e da qual Ele Se agrada:
a motivação do amor. Devemos ser
motivados pelo amor a Deus e pelo
amor por aqueles que Deus ama.
O amor de Deus não é por instituições, ministérios ou organizações. Deus ama a Sua criação: pessoas. Uma maneira de se definir o
amor é: “O amor é viver a sua vida
para o bem de uma outra pessoa.”
Jesus viveu a Sua vida para o seu
bem e para o bem de toda a humanidade (Jo 3:16-18; Fp 2:1-11; Rm
5:5-11). Somos chamados a fazer o
mesmo. À medida que vivemos para
o bem dos outros, estamos demonstrando o amor de Deus pela humanidade. “Nisto conhecemos o amor,
porque Ele entregou a Sua vida por
nós, e nós também deveríamos entregar nossa vida pelos irmãos.” (1
Jo 3:16.)
Fortalecidos Pela Nossa
Herança
O simples fato de termos a motivação apropriada não é suficiente.
Precisamos ser fortalecidos para vivermos e servirmos de acordo com
o padrão de santidade de Deus. Deus
supriu este fortalecimento através do
Seu Santo Espírito, no sentido de que
Ele nos chamou para andarmos pelo
Espírito, e não pela carne. “Portanto, não há agora nenhuma condenação aos que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas
segundo o Espírito.” (Rm 8:1.) Aí lemos uma vez mais no Versículo 4:
“...para que a justiça da lei pudesse
ser cumprida em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo
o Espírito”.
Paulo prossegue e fala sobre a
mente carnal. Lembre-se de que a
mente carnal é uma mente espiritualmente imatura, que se atém à carne ou às coisas do mundo. “Porque
os que vivem segundo a carne colocam as suas mentes nas coisas da
carne, mas os que vivem segundo o
Espírito, nas coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte,
mas a inclinação do Espírito é vida
e paz. Porque a mente carnal é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Assim sendo, os que
estão na carne não podem agradar
a Deus.” (Rm 8:5-8.)
Somos então exortados a nos lembrarmos do seguinte: “Porque todos
os que são guiados pelo Espírito de
Deus, esses são filhos de Deus” (Rm
8:14).
Finalmente, Cristo nos encoraja,
através de Paulo, a lembrarmo-nos
de que os filhos têm direito à herança: “O próprio Espírito testifica com
o nosso espírito que somos filhos de
Deus, e, se somos filhos, somos então herdeiros – herdeiros de Deus e
co-herdeiros com Cristo, se de fato
sofremos com Ele, para que também
com Ele sejamos glorificados” (Rm
8:16,17).
Não somente há a herança do Céu
e da vida eterna no futuro, mas há
também a herança da Sua Palavra,
do Seu Espírito, e da fé, para nos ajudarem a vivermos como “mais do
que vencedores” nesta vida. “Visto
como o Seu divino poder nos deu
tudo o que diz respeito à vida e à
santidade, através do conhecimento
d’Aquele que nos chamou por Sua
glória e virtude, pelas quais Ele nos
deu grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis
participantes da natureza divina,
havendo escapado da corrupção que
há no mundo através da concupiscência.” (2 Pe 1:3,4.)
Mas a capacitação de Cristo não
pára no poder para vivermos uma
vida santa. Ele tem ainda mais para
nos dar!
O Espírito Santo Operando na
Capacitação Para o Ministério
Paulo foi um homem que demonstrou uma grande fé em tudo o
que fazia, por causa da grande confiança que ele tinha no chamado de
Deus em sua vida. Paulo não escolheu ser um ministro do Evangelho.
Ele foi chamado por Deus e ele foi
obediente a esse chamado. Paulo
pôde dizer: “E eu agradeço a Cristo
Jesus nosso Senhor, que me capacitou, porque Ele me considerou fiel,
colocando-me no ministério” (1 Tm
1:12). Há muito que podemos aprender sobre o ministério através desta
única afirmação.
1. Paulo estava grato em todo o
tempo. As circunstâncias podem ter
sido difíceis, angustiantes e desesperadoras. As circunstâncias podem ter
sido doces e agradáveis. Independentemente das circunstâncias, ele era
grato. Paulo afirma em Filipenses
4:13: “Posso fazer todas as coisas
através de Cristo que me fortalece”.
Essa não é uma afirmação de uma
grande capacitação ou realização humana. É uma afirmação sobre a capacidade sobrenatural de suportarmos todos os tipos de circunstâncias
– boas ou ruins – e ainda assim ficarmos gratos. (Leia os pensamentos completos de Paulo em Filipenses 4:6-13; veja também Efésios
5:20; Colossenses 1:12.)
2. Paulo sabia quem foi que o
chamou, que o capacitou, e o colocou no ministério. Paulo tinha confiança em seu chamado. Portanto, ele
colocava toda a sua fé e confiança
em “Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (1 Co 2:2). A confiança de
Paulo não estava em seu treinamento, em seu histórico, em sua denominação ou em seus amigos. A sua
confiança estava em Deus! “Não que
sejamos capazes, por nós mesmos,
de pensarmos alguma coisa, como
sendo de nós mesmos, mas a nossa
capacidade vem de Deus, o qual nos
fez também capazes como ministros
da Nova Aliança, não da letra, mas
do Espírito; porque a letra mata, mas
o Espírito vivifica.” (2 Co 3:5,6.)
3. Paulo sabia como ser fiel (1
Co 4:2). Paulo era fiel no sentido
de obedecer a Palavra de Deus e os
direcionamentos do Espírito Santo
em todas as situações. A palavra
“fiel” significa “estar cheio de fé”.
É preciso que tenhamos fé para andarmos com Deus e agradá-Lo.
Quando estamos aprendendo a ser
guiados pelo Espírito de Deus, talvez achemos que há um elemento
de risco. Freqüentemente ainda
estamos aprendendo como ouvir a
Sua voz ou reconhecer o Seu direcionamento. Talvez fiquemos com
medo de confiar que estamos de fato
ouvindo Sua voz, revelando Seus
desejos para nós. Contudo, à medida que crescemos em nosso relacionamento com Deus, e cultivamos
diariamente a sensibilidade para
ouvi-Lo e a obediência a Ele,
tornamo-nos cada vez mais confiantes em nossa capacidade de reconhecer os Seus direcionamentos
ATOS
para nós.
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 7
Direcionamento
do Espírito Santo
“Mas não recebemos o espírito
do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos
conhecer as coisas que nos foram
dadas gratuitamente por Deus.” (1
Co 2:12.)
Vamos fazer agora uma revisão do
que já aprendemos antes de darmos o
próximo passo. Quando nos comunicamos com o mundo físico, usamos
os nossos sentidos e os interpretamos
com nossa mente. É uma experiência
de corpo e da alma. Se lemos algo,
usamos a nossa visão (corpo) e percebemos o significado do que é lido
(mente ou alma). Quando alguém fala
conosco, ouvimos com nossos ouvidos (corpo) e compreendemos com
nossa mente (alma).
E, no mundo espiritual, ocorre
uma operação semelhante. O espiritual pode operar através do corpo (os
cinco sentidos), através da mente
(impressões, pensamentos, imagens), ou diretamente através do nosso espírito. O fato de que Deus pode
usar o nosso corpo ou alma para comunicar-Se conosco a partir do Seu
Espírito não deixa a comunicação
menos espiritual (1 Co 14:2).
Às vezes tentamos mistificar ou
“espiritualizar” a nossa capacidade
de nos comunicar no espírito. A comunicação espiritual nunca teve o
propósito de ser singular ou especial
somente para certos indivíduos. A
comunicação espiritual com Deus
tinha o objetivo de ser o cristianismo normal!
Um erro triste que muitos indivíduos cometem é associar a “maneira
como nos sentimos” com “espiritualidade”. O que sentimos é uma reação do corpo ou da mente, mas não
necessariamente do espírito. Por
exemplo: Jesus queria que os Seus
discípulos ficassem em vigília enquanto Ele estava em oração no Jardim do Getsêmani. Os discípulos continuaram caindo no sono, e Jesus lhes
disse: “Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação. O espírito na
verdade está pronto, mas a carne é
fraca” (Mt 26:41). Observe que Jesus disse que o espírito está pronto,
mas a carne (mente e corpo) é fraca,
ou está cansada. Contudo, o nosso
espírito nunca fica exausto nem cansado, não é? O nosso espírito nunca
fica distraído, nem indisposto a fazer
as coisas para as quais ele foi criado
para fazer. Ele foi criado para comunicar-se com o mundo espiritual.
A Palavra de Deus é Espiritual
A maioria de nós não gostaria de
admitir que, às vezes, encontramonos entediados, distraídos, desinte-
ressados, ou cansados demais para
lermos ou estudarmos a Palavra de
Deus. Talvez o façamos “automaticamente”, mas muitas vezes nos sentimos culpados e nos condenamos
por não sermos mais ávidos em buscar ao Senhor na Palavra.
A verdade é que, ainda que aparentemente não estejamos sendo beneficiados em nossa mente e intelecto, o nosso espírito nunca está cansado, entediado ou distraído. Quando
estudamos a Bíblia, estamos alimentando a nossa mente sim! No entanto,
o que é mais importante é que estamos
alimentando o nosso espírito! Lembre-se: O espírito não depende das
emoções ou da clareza da mente.
Por exemplo: Você já teve a experiência de ter o conhecimento de
um versículo bíblico, e, ao mesmo
tempo, não saber de onde ou como
você o aprendeu? Pode ter sido enquanto você lia a Bíblia, ou ouvia um
sermão ou mensagem, enquanto a
sua mente não estava prestando atenção, mas o seu espírito estava com
fome da Palavra!
A disciplina de passarmos tempo
lendo a Palavra de Deus não pode ser
enfatizada demais e não deve estar ligada a como nos sentimos. A Bíblia é
alimento para o espírito! O estudo e o
tempo devocional que temos na Pala-
vra de Deus deve ser algo a ser desejado avidamente, para o bem do nosso
espírito, como também da nossa mente. O espírito está sempre pronto; é a
carne que talvez esteja fraca. Portanto, o espírito sempre se beneficia com
a Palavra de Deus, até mesmo quando
a carne parece indisposta.
Isso não significa que estamos dizendo que não há nenhum benefício
à mente quando lemos as Escrituras,
porque está claro, através da Palavra,
que a nossa mente precisa ser renovada: “E não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual é a boa, aceitável, e
perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2;
veja também Efésios 5:26).
Precisamos ter cuidado a esta altura. Muitos caem no erro de achar
que através do conhecimento intelectual da Palavra eles conseguem mudar. Muitos tentam viver pelos padrões da Bíblia através da auto-disciplina e de uma mudança no comportamento externo somente. No entanto, a mudança que Deus procura
é uma mudança de coração, uma
mudança da nossa natureza interna.
Isso somente pode ser realizado pelo
Espírito Santo.
A Bíblia tem poder no sentido de
nos mostrar as expectativas ou padrões de Deus. Ao mesmo tempo, ela
nos mostra quão incapazes somos,
com as nossas próprias forças somente, de cumprirmos os padrões da Palavra de Deus. Somos incapazes com
a nossa força natural de nos conformarmos à imagem do Seu Filho, Jesus. Contudo, temos uma capacidade sobrenatural, através do Espírito
Santo, de realizarmos o que é impossível com as nossas próprias forças!
Por um lado, a Bíblia revela tudo
sobre nós. Talvez escondamos as nossas motivações e pensamentos secretos de outras pessoas, mas nada está
oculto diante de Deus. A Sua Palavra
nos revela esta verdade: “Porque a
Palavra de Deus é viva e poderosa, e
mais afiada do que qualquer espada
de dois gumes, penetrando até mesmo à divisão da alma e do espírito, e
das juntas e medulas, e discerne os
pensamentos e intenções do coração.
E não há nenhuma criatura oculta aos
Seus olhos, mas todas as coisas estão
nuas e descobertas aos olhos
d’Aquele diante do qual precisamos
prestar contas” (Hb 4:12,13).
No entanto, a Bíblia também revela a expectativa de Deus de que nos
conformemos à imagem do Seu Filho – em outras palavras, de que sejamos semelhantes a Jesus. “E sabemos
que todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a
Deus, dos que são chamados de acordo com o Seu Propósito. Porque os
que Ele conheceu de antemão, Ele
também predestinou para serem conformes à imagem do Seu Filho, para
que Ele fosse o Primogênito entre
muitos irmãos.” (Rm 8:28,29.)
Finalmente, a Bíblia revela como
Deus fará a Sua obra. “Portanto, meus
amados, assim como sempre
obedecestes, não só na minha presença, mas agora muito mais em minha
ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque é Deus que opera em vós tanto o
querer como o efetuar segundo a Sua
boa vontade.” (Fp 2:12,13.)
É o próprio Senhor que deseja, ou
que lhe dá tanto o desejo como a capacidade ou o fortalecimento para
você fazer e cumprir a Sua boa vontade. A Sua “boa vontade” consiste
nos planos e propósitos para a sua
vida. Essa é a graça ou o favor de
Deus.
Como o Espírito Santo
nos Dirige?
Como já estabelecemos antes, a
intenção de Deus é que sejamos guiados pelo Espírito Santo. Isto significa que Ele está dirigindo os nossos
caminhos. Ouvi certa vez que “quando caminhamos com Deus, chegamos onde Ele está indo”. Essa afirmação um tanto quanto óbvia é verdadeira, não é?
Assim como temos a certeza de
que Deus tem planos, propósitos e
metas para que andemos neles, podemos também ter a certeza de que
Deus fala ou Se comunica conosco.
Uma das razões pelas quais Deus fala
conosco é para nos guiar. Há seis maneiras principais pelas quais freqüentemente recebemos direcionamentos de Deus. Nós as abordaremos
logo em seguida.
Direções Claras
Há ocasiões em que Deus talvez
use várias maneiras de Se comunicar conosco a fim de nos garantir que
é o Espírito Santo dirigindo os nossos caminhos. Eu ouvi essa afirmação descrita da seguinte maneira:
“Um certo porto somente pode
ser alcançado, navegando-se por
um estreito canal, entre perigosos
bancos de areia e rochas. Através
dos anos, muitos navios naufragaram lá, e a navegação é perigosa.
Para se guiar os navios com segurança ao porto, três luzes foram
instaladas sobre três enormes postes no porto. Quando as três luzes
estão perfeitamente alinhadas e
vistas como uma só, o navio pode
prosseguir e subir pelo estreito
canal. Se o piloto vir duas ou três
luzes, ele saberá que saiu do curso e que está em perigo.
“Deus também providenciou
três faróis para nos guiar. As mesmas regras de navegação podem
ser aplicadas. As três luzes freqüentemente precisam estar alinhadas antes que seja seguro para
nós seguirmos adiante. As três
luzes de direção do porto são:
1. A Palavra de Deus (padrão
objetivo);
2. O Espírito Santo (testemunho subjetivo);
3. As circunstâncias (providência divina).
“Juntas, elas nos garantem que
as direções que recebemos são de
Deus e nos dirigirão com segurança ao longo do Seu caminho.”
Obviamente, também é importante
observarmos que as circunstâncias
nem sempre são um indicador
confiável da vontade de Deus. Elas
podem, às vezes, fazer com que duvidemos. Deus talvez requeira que nos
movamos em fé, até mesmo quando
as circunstâncias naturais parecem
estar se opondo ao Seu direcionamento. Se aparentemente este for o caso,
aí então precisaremos ter um sentimento ainda mais claro e mais forte
com relação à precisão, tanto da Palavra de Deus como do direcionamento do Espírito Santo, apesar das circunstâncias (ex: Moisés – Êx 3; Paulo – At 20:22-24; At 28).
Confiança Diante de Deus
Examinemos agora as seis maneiras principais que Deus usa para
falar conosco e guiar-nos:
1. Direcionamento do
Espírito Santo Através da
Convicção da Nossa
Consciência
“Convicção” do Espírito Santo
significa que a nossa consciência está
sendo provocada a julgar quão certa
ou errada é uma dada ação. O dicionário define “consciência” como “um
sentimento interno do que é certo e
errado, que governa os pensamentos
e ações de alguém, estimulando-o a
fazer o certo, em vez do errado.”
Como cristãos, compreendemos
que o “sentimento interno” deve ir
além da nossa mera consciência. Temos dentro de nós a obra do Espírito
Santo. “Porque, se o nosso coração
nos condena, maior é Deus do que o
nosso coração, e conhece todas as
coisas. Amados, se o nosso coração
não nos condena, temos confiança
para com Deus.” (1 Jo 3:20,21.)
A Necessidade da Convicção
de Pecado
Em João 16:8-11, Deus revela a
obra principal do Espírito Santo. (O
Espírito Santo não Se limita às três
ações descritas nessa passagem,
como podemos constatar ao lermos
os versículos posteriores ao versículo
11.) As três obras principais do Espírito Santo são revelar o pecado, a
justiça e o juízo. “E, quando Ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo” (Jo 16:8.)
Em seguida, João, sob a inspira-
ção do Espírito Santo, continua explicando em maiores detalhes essas
três funções principais: “do pecado,
porque não crêem em Mim; da justiça, porque vou para o Meu Pai e não
Me vereis mais; do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado” (v. 9-11).
O Espírito Santo sempre nos convence do pecado porque Ele é santo
(Rm 1:4)! Deus nunca nos tenta com
o mal. Ele não usa o mal ou o pecado como uma forma de cumprir o
Seu propósito (Tg 1:13). Ainda que
seja verdade que Deus pode usar as
intenções malignas de alguém para
cooperar para o nosso bem (Rm
8:28), Ele próprio não comete o mal
ou o pecado. Como pastores, líderes,
e representantes de Jesus Cristo, isso
significa que nós também não devemos ter motivações malignas ou cometer ações malignas, mas, em vez
disso, devemos viver irrepreensivelmente em todas as áreas de nossa
vida (1 Tm 3:1-13).
Quando Jesus diz em João 16:9
que o Espírito Santo convence “do
pecado, porque não crêem em Mim”,
precisamos esclarecer muito bem
uma coisa: Não é somente a fé na
Pessoa de Jesus, mas também a fé
no que Jesus disse e fez por nós na
Cruz. Há muitos que dizem que crêem que Jesus é Deus, e, contudo, não
O obedecem (Mt 21:28-32; Tg 1:2125; 2:14-26). Bem, se alguém não
obedece a Jesus, então essa pessoa
não crê, de fato, que Jesus é Deus!
É possível “endurecermos nosso
coração” aos direcionamentos do Espírito Santo e tornarmo-nos insensíveis
ao pecado. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, pelo qual fostes
selados para o dia da redenção” (Ef
4:30). Os que caem ao nível em que se
tornam insensíveis ao Espírito Santo
não são mais convencidos de seus pecados (Ef 4:17-24; 1 Tm 4:2).
Exemplos Bíblicos do Poder
do Espírito Santo de nos
Convencer do Pecado:
• Pedro faz uma declaração arrogante de que ele está disposto a mor-
•
•
•
rer por Jesus (Mt 26:31-35). Jesus
profetiza que Pedro O negará três
vezes, antes que o galo cante naquele dia. A profecia se cumpre.
Depois da terceira vez que Pedro
nega a Cristo, as Escrituras afirmam: “Aí então ele começou a
praguejar e a xingar, dizendo:
‘Não conheço esse Homem!’ Imediatamente um galo cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de
Jesus, que lhe disse: ‘Antes que o
galo cante, três vezes Me negarás.’
E, saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26:74,75).
Jesus aparece aos Seus discípulos após a ressurreição, mas Tomé
não está presente. Pelo fato de que
Tomé não viu com os seus próprios olhos, ele não crê que Jesus
apareceu aos outros discípulos.
Mais tarde, Jesus aparece a Tomé.
Sob a convicção de pecado, Tomé
proclama: “Meu Senhor e meu
Deus!” (Jo 20:28.)
Pedro prega a mensagem do Evangelho, sob a unção do Espírito Santo, aos judeus de Jerusalém. Isso
produz uma convicção de pecado
tão grande que aproximadamente
3.000 pessoas chegam a conhecer
ao Senhor Jesus. “E, ouvindo eles
isto, compungiram-se em seu coração, e disseram a Pedro e aos
demais apóstolos: ‘Varões irmãos,
o que faremos?’” (At 2:37.)
Saulo (Paulo) de Tarso está a caminho de Damasco, para continuar a sua perseguição aos cristãos. Durante essa viagem, ele
tem um encontro com o Jesus
Cristo Ressurreto que vira o seu
mundo de cabeça para baixo. “E
ele disse: ‘Quem és, Senhor?’ E
disse o Senhor: ‘Eu sou Jesus, a
quem estás perseguindo. Duro é
para ti recalcitrar contra os aguilhões.’ E ele, tremendo e atônito,
disse: ‘Senhor, o que queres que
eu faça?’” (At 9:5,6.)
2. Direcionamento do Espírito
Santo Através da Bíblia
A Bíblia é de fato a Palavra de
Deus e toda ela foi dada pela inspi-
ração de Deus (2 Tm 3:16,17; 2 Pe
1:19-21). Ela não é semelhante a nenhum outro livro. É um livro espiritual, planejado por Deus para ser uma
fonte de vida, inspiração, instrução,
estímulo, correção e direcionamento aos Seus filhos. Alguém certa vez
descreveu a Bíblia como uma carta
de amor pessoal de Deus para nós.
Deus e o Seu coração de amor pela
humanidade são ambos revelados em
todas as Escrituras. Aos que não conhecem a Deus, através de Jesus
Cristo, ela é um convite para conhecê-Lo. Aos que andam com Jesus, a
Palavra de Deus é a nossa força e
certeza de que Ele nunca nos deixará nem nos abandonará.
Rhema e Logos
É interessante observarmos que
a Bíblia cita a si mesma como a “Palavra”. “Palavra”, no Antigo Testamento, deriva-se de duas palavras
gregas, logos e rhema. A palavra
logos é a palavra escrita ou uma expressão de um pensamento. A palavra rhema é a palavra falada, ou
uma palavra expressa numa fala ou
num texto. Essas duas palavras são
usadas em todo o Novo Testamento.
A importância da palavra rhema
é que ela se aplica a um único versículo ou princípio bíblico que é trazido à mente pelo Espírito Santo em
nossa hora de necessidade. É como
se a passagem bíblica estivesse “falando” conosco para responder uma
pergunta ou fornecer um direcionamento.
Portanto, a própria Escritura nos
diz que ela é viva e mais afiada do
que qualquer espada de dois gumes,
capaz de discernir os pensamentos da
mente e as motivações do coração.
“Porque a Palavra de Deus é viva e
poderosa, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, penetrando até mesmo à divisão da alma
e do espírito, e das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4:12.)
Deus é capaz de falar conosco
muito distintamente através da Bí-
blia. Deus fala em princípios genéricos para a nossa vida (logos), como
também em circunstâncias específicas (rhema).
É importante lembrarmo-nos de
que precisamos estar diariamente envolvidos com a leitura da Palavra
logos (escrita). É a partir desta leitura diária do logos que Deus nos dá a
Sua Palavra rhema (falada).
A Bíblia Como Luz
A Palavra de Deus é luz. A iluminação da Palavra, como já falamos
anteriormente, é pelo Espírito Santo. “Lâmpada para os meus pés é a
Tua Palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl 119:105.) “Iluminação”
significa que a verdade das Escrituras torna-se pessoal e real para nós.
“... que nenhuma profecia das Escrituras é de interpretação pessoal, pois
a profecia nunca foi dada pela vontade do homem, mas os homens santos de Deus falaram enquanto eram
movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pe
1:20,21.)
A Bíblia Como um Espelho à
Sua Alma
A Bíblia revela a verdade sobre
nós. Talvez consigamos enganar os
outros. Talvez consigamos até enganar a nós mesmos. Contudo, há poder na Palavra de Deus para revelar
a verdade sobre nossa vida. A Palavra de Deus é comparada a um espelho, que reflete para nós onde nossa
vida precisa ser mudada (Tg 1:2325).
Essa revelação é uma obra do Espírito Santo – não para nos desanimar ou nos condenar, mas para trazer-nos à luz que transforma. Deus
não pode abençoar o que Ele não
aprova. Ele é um Deus Santo! O
desejo d’Ele para nós, quando Ele
revela verdades dolorosas sobre nossa vida, é conduzir-nos a caminhos
de retidão, a fim de que possamos
receber Sua bênção completa.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho
a glória do Senhor, estamos sendo
transformados de glória em glória
na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2 Co 3:18.)
Obviamente, o simples fato de conhecermos a verdade não é a mesma
coisa que conhecermos e praticarmos a verdade. Somos chamados
para sermos praticantes da Palavra.
Praticando a Palavra de Deus, construímos um sólido fundamento para
nossa vida. “Porque, se alguém é
ouvinte da Palavra, e não praticante, é semelhante ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural, pois se contempla a si mesmo,
vai embora, e imediatamente se esquece como era. Mas o que contempla a perfeita lei da liberdade e nela
persevera, não sendo um ouvinte esquecido, mas um praticante da obra,
este será abençoado no que fizer.”
(Tg 1:23-25.)
3. Direcionamento do Espírito
Santo, Lembrando-nos de
Versículos Bíblicos
Há uma outra maneira pela qual
recebemos direcionamentos de Deus,
especialmente quando estamos numa
“encruzilhada” com relação a alguma decisão. O Espírito Santo faz com
que nos lembremos de uma história
ou versículo bíblico. Há muitos casos em que os discípulos de Cristo
lembravam-se das afirmações que
Jesus havia feito. A lembrança das
palavras de Cristo estimulava ou
dava direcionamentos aos discípulos.
Hoje, Jesus está fazendo exatamente a mesma coisa através do Espírito Santo e das Escrituras. “Contudo, quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda verdade, porque não falará com a Sua própria autoridade, mas dirá tudo o que
tiver ouvido, e vos anunciará coisas
vindouras.” (Jo 16:13.)
Citamos abaixo alguns exemplos
bíblicos de afirmações lembradas
(grifo do autor):
• “E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe havia dito:
‘Antes que o galo cante, três vezes Me negarás.’ Assim sendo, ele
saiu dali e chorou amargamente.”
(Mt 26:75.)
•
•
•
•
•
“Ele não está aqui, mas ressuscitou! Lembrai-vos como vos falou, estando Ele ainda na
Galiléia, dizendo: O Filho do
Homem precisa ser entregue nas
mãos de homens pecadores, ser
crucificado, e ressuscitar no terceiro dia.’ E lembraram-se das
Suas palavras.” (Lc 24:6-8.)
“E Ele disse aos que vendiam
pombas: ‘Tirai daqui essas coisas! Não façais da Casa do Meu
Pai uma casa de vendas!’ Aí então os Seus discípulos lembraram-se de que estava escrito: ‘O
zelo por Tua Casa Me consumiu’.” (Jo 2:16,17.)
“Portanto, quando Ele ressuscitou dos mortos, os Seus discípulos lembraram-se de que Ele lhes
havia dito isto; e creram na Escritura e na palavra que Jesus
havia dito.” (Jo 2:22.)
“Os Seus discípulos não entenderam estas coisas no princípio,
mas, quando Jesus foi glorificado,
aí então eles se lembraram de que
estas coisas estavam escritas sobre Ele e que eles haviam feito
essas coisas a Ele.” (Jo 12:16.)
“Então lembrei-me da palavra
do Senhor, quando disse: ‘João
na verdade batizou com água,
mas vós sereis batizados com o
Espírito Santo’.” (At 11:16.)
4. Direcionamento do Espírito
Santo Através das
Circunstâncias
Em Atos Capítulo 16, lemos sobre uma série de circunstâncias
direcionadas pelo Espírito Santo.
Primeiramente, Timóteo une-se a
Paulo e Silas numa das viagens missionárias de Paulo. Eles estavam viajando para as igrejas com uma
mensagem da liderança apostólica
de Jerusalém. Paulo tinha um plano
de pregar o Evangelho numa região
mencionada como Ásia. (Não é a
Ásia que temos em mente hoje em
dia. Esta região fazia parte da província romana da Ásia, geralmente
denominada Ásia Proconsular. Nós
a conhecemos hoje como Ásia Me-
nor, onde está localizada a nação da
Turquia.)
Exatamente quando se preparavam para entrarem na Ásia Proconsular, eles foram proibidos pelo Espírito Santo de continuarem os seus
planos de viagem. Não está claro
como exatamente eles foram proibidos pelo Espírito Santo de entrarem
na Ásia. É bem provável que as circunstâncias foram tais que eles foram incapazes de viajar segundo o
que havia sido planejado. “E, passando pela Frígia e pela província
da Galácia, foram proibidos pelo
Espírito Santo de pregarem a Palavra na Ásia.” (At 16:6.)
Há os planos dos homens e os planos de Deus. É normal e natural fazermos os nossos próprios planos.
No entanto, precisamos estar preparados para abandonarmos os nossos
planos quando os planos de Deus são
revelados (Pv 16:9). Há ocasiões em
que os nossos planos se alinham com
os planos de Deus. É maravilhoso
quando isso acontece. Também haverá ocasiões em que teremos de
abandonar os nossos planos lindamente desenvolvidos e pensados, e
substituí-los pelos planos de Deus.
Os nossos planos talvez sejam bemsucedidos ocasionalmente, mas os
planos d’Ele sempre são bem-sucedidos!
Observe que, em vez de esperar
pelo direcionamento do Espírito Santo, a equipe ministerial continuou
com o seu próprio plano. “E, quando chegaram à Mísia, tentaram entrar em Bitínia, mas o Espírito não
lhes permitiu.” (At 16:7.) Uma vez
mais eles foram impedidos de cumprir os próprios planos.
Por que o Espírito Santo não permitia que eles pregassem o Evangelho nessas regiões? Aparentemente,
no tempo estratégico de Deus, o Evangelho ainda não deveria ser pregado
naquela área da Ásia. Mas havia chegado o tempo de o Evangelho ser pregado na região que hoje é conhecida
como Europa! “E, tendo passado por
Mísia, desceram a Troas. E Paulo teve
uma visão de noite, em que se apre-
sentou um varão da Macedônia, e lhe
rogou, dizendo: ‘Vem à Macedônia e
ajuda-nos.’ E, logo depois desta visão,
procuramos ir à Macedônia, concluindo que o Senhor nos havia chamado para lhes pregarmos o Evangelho.”
(At 16:8-10.)
Tenha o Reino em Mente
Mas por que, poderíamos perguntar, o Espírito Santo proibiu que a
equipe apostólica de Paulo pregasse
o Evangelho na Ásia Proconsular?
Não podemos saber por completo
todas as razões de Deus para redirecionar a Paulo e a sua equipe. Os
caminhos de Deus são mais altos do
que os nossos próprios caminhos (Is
55:9). Podemos, no entanto, compreender isso, pelo fato de que o Espírito Santo sabia que o povo da Europa
estava pronto para receber a pregação do Evangelho – e que Paulo estava bem qualificado para essa tarefa. Vemos também que o Espírito
Santo estava preparando um outro
servo, Pedro, para a tarefa na Ásia
Proconsular (1 Pe 1:1).
Na análise final, precisamos ter
a certeza de que os nossos esforços
estejam beneficiando o Reino de
Deus – em vez de uma igreja, individualmente, ou um plano ministerial. Termos o Reino em mente significa termos a mente de Cristo. Termos o Reino em mente significa reconhecermos que somos todos colaboradores no campo de colheita de
Deus. Termos o Reino em mente significa que servimos a Deus como
nosso Rei, e não os nossos próprios
planos. A nossa obediência e a nossa
lealdade são a Ele! “Pelo que, nem o
que planta é alguma coisa, nem o que
rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega
são um, mas cada um receberá o seu
próprio galardão, segundo o seu próprio trabalho.” (1 Co 3:7,8.)
Deus tem um plano e uma estratégia que foram concebidos para
você, como ministro do Evangelho.
Você é uma parte importante dos
Seus propósitos mais abrangentes do
Reino. Você foi chamado para des-
cansar (confiar, ser fiel e diligente)
naquilo para o qual você foi chamado. Não cometa o erro de olhar para
o que os outros estão fazendo no
ministério e comparar-se com eles.
Busque o plano de Deus perfeito
para você e o seu ministério!
5. Direcionamento do Espírito
Santo Através de
Mensageiros
Às vezes, o Deus-Espírito Santo
usa mensageiros para transmitir um
direcionamento ao nosso caminho.
Os planos e propósitos de Deus nem
sempre são claros para nós. As Suas
estratégias estão geralmente além da
nossa capacidade de compreendermos. Portanto, Deus usa o Espírito
Santo para nos enviar mensagens
através dos Seus mensageiros. Alguns dos mensageiros que Ele usa
são anjos e profetas.
Anjos
O mundo tem retratado os anjos
de maneiras muito estranhas e
fantasiosas. No entanto, os anjos são
seres reais, criados por Deus, com
grande poder e autoridade. Nunca
devemos adorar os anjos, como é a
prática de alguns.
Deus usou os anjos, de muitas
maneiras, em toda a história bíblica.
E Ele continua usando-os hoje. Os
anjos têm sido usados por Deus para
guardar-nos, defender-nos, dirigirnos, e, às vezes, proteger-nos de algum mal que poderia nos sobrevir.
Deus criou os anjos para ministrarem a Ele próprio, como também
para ministrarem aos que herdaram
a salvação através de Jesus Cristo.
“Porventura não são todos eles espíritos ministradores, enviados para
ministrarem aos que herdarão a
salvação?”(Hb 1:14.)
Eis alguns exemplos de anjos que
foram enviados para ministrarem aos
crentes:
• Um anjo liberta Pedro da prisão.
“Mas, à noite, um anjo do Senhor
abriu as portas da prisão e os
trouxe para fora...” (At 5:19.)
• Um anjo dirige Filipe ao eunuco
etíope. “E um anjo do Senhor falou com Filipe, dizendo: ‘Levanta-te e vai em direção do sul, ao
caminho que desce de Jerusalém
a Gaza...’” (At 8:26.)
• Um anjo instrui a Cornélio a mandar buscar a Pedro. “Quase à
hora nona do dia, ele viu claramente numa visão um anjo de
Deus, que se dirigia para ele e
dizia: ‘Cornélio!...’” (At 10:3.)
• Pedro é uma vez mais libertado da
prisão por um anjo. “E eis que um
anjo do Senhor ficou ao seu lado,
e resplandeceu uma luz na prisão;
e, tocando a Pedro na ilharga, levantou-o, dizendo: ‘Levanta-te
depressa!’ E caíram-lhe das mãos
as suas cadeias.” (At 12:7.)
• Paulo, um pouco antes de um naufrágio, tem a promessa de um
anjo. “Porque esta mesma noite
o anjo de Deus, de quem eu sou,
e a quem sirvo, esteve comigo.”
(At 27:23.)
Através desses poucos exemplos,
dentre os muitos das Escrituras, vemos que Deus freqüentemente usa
anjos para realizar os Seus propósitos.
Profetas
Nos termos mais simples, o papel do profeta é ouvir de Deus e falar por Deus. Exigia-se também que
o profeta falasse o que estava no coração de Deus aos líderes do governo e da comunidade.
No Antigo Testamento, os profetas eram os que ungiam os reis. As
narrativas de profetas do Antigo Testamento, como, por exemplo, de Eli,
Samuel, Natã, Elias e de Eliseu são
muito bem conhecidas. Muitos dos
Livros do Antigo Testamento foram
escritos por profetas “menores” e
“maiores”. O Novo Testamento cita
muitos profetas do Antigo Testamento. No entanto, os profetas do Novo
Testamento parecem ser menos comuns que os da época do Antigo Testamento. Somente três indivíduos são
reconhecidos como profetas na época do Novo Testamento:
• Jesus: “E as multidões diziam:
‘Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galiléia’” (Mt 21:11).
• João Batista: “E Eu vos digo que,
entre os nascidos de mulheres,
não há maior profeta do que João
Batista; mas o menor no Reino
de Deus é maior do que ele” (Lc
7:28).
• O profeta Ágabo: “E, enquanto
permanecíamos lá por muitos
dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo” (At 21:10).
Por que há menos referências ao
ministério de profeta no Novo Testamento? A razão talvez seja o fato
de que o Espírito Santo opera diferentemente hoje do que na época do
Antigo Testamento.
Como já foi dito anteriormente,
na época do Antigo Testamento, o
Espírito Santo estava “sobre” ou
“com” uma pessoa. Hoje, o Espírito
Santo habita “dentro” do crente! O
Espírito de Deus agora fala diretamente ao espírito do crente. Este
“novo e vivo caminho” foi aberto
para nós por Jesus Cristo e pela Sua
obra consumada na Cruz do Calvário (Hb 10:20).
O Ministério Profético Hoje
Ainda que o papel do ministério
de profeta possa ser limitado hoje, o
papel do ministério profético não foi
limitado de forma alguma. Há nove
dons do Espírito Santo, como foi
descrito em 1 Coríntios 12:1-11. Três
destes dons têm a ver com o ministério profético. No Versículo 10, o
dom de profecia é citado. O dom de
línguas, quando combinado com interpretação de línguas, é considerado como sendo profecia também. “E
eu quero que todos vós faleis línguas
estranhas, mas muito mais que
profetizeis, porque o que profetiza é
maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba
edificação.” (1 Co 14:5 – grifo do
autor.)
O ministério profético (o que
Deus está falando) é uma parte importantíssima da vida da Igreja hoje.
Portanto, é essencial que nós, como
pastores, aprendamos como ser bons
administradores do dom do ministério profético de uma maneira geral.
O ministério profético tem tanto
um componente do Espírito Santo
como um componente humano. O
Espírito Santo nunca é impreciso ou
está errado. Contudo, o lado ou o
componente humano está sujeito a
erros.
Vamos examinar as três partes do
dom da palavra profética:
• Revelação. O ministério profético começa quando Deus fala e dá
revelações, e a pessoa recebe essas revelações, as quais são espiritualmente discernidas – ouvidas
ou vistas.
• Interpretação. A segunda fase do
ministério profético é a interpretação do que é espiritualmente
visto ou ouvido. Freqüentemente, é uma interpretação humana
da revelação – o nosso entendimento do que foi ouvido ou visto. É óbvio que erros humanos
podem ocorrer nesse ponto. Isso
se deve ao fato de que a nossa interpretação depende freqüentemente das limitações humanas de
compreensão.
• Aplicação. O passo final é a aplicação – o que devemos fazer em
resposta ao que foi ouvido ou visto. São as ações baseadas na interpretação da revelação. Uma
vez que está limitada a um entendimento humano sobre o que deve
ser feito em resposta à palavra
profética, a aplicação também
pode estar sujeita a erros.
Uma vez que dois dos passos da
profecia – a interpretação e a aplicação – estão sujeitos a erros humanos,
talvez você se pergunte: Será que a
profecia é segura? A resposta é sim
– quando você aplica um princípio
muito importante: A profecia deve
confirmar o que você já sabe que é
verdadeiro. Em outras palavras, uma
palavra profética válida hoje funciona como uma confirmação do que
Deus já lhe revelou. A profecia deve
edificá-lo em sua fé com relação ao
que já foi revelado. “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.” (1 Co
14:3.)
Obviamente, uma palavra profética válida também nunca discorda
com o que já foi revelado na Bíblia,
a Palavra escrita de Deus.
Uma Lição na Aplicação
Um exemplo claro dos três passos ou partes de uma palavra profética – revelação, interpretação e aplicação – encontra-se em Atos 21:1014. Um profeta chamado Ágabo veio
para encontrar-se com o Apóstolo
Paulo. Sob a unção do Espírito Santo, Ágabo traz uma palavra profética, através de uma demonstração no
versículo 11: “Quando ele (Ágabo)
veio a nós, ele pegou o cinto de Paulo, amarrou as suas próprias mãos e
pés, e disse: ‘Assim diz o Espírito
Santo: Assim os judeus de Jerusalém
amarrarão o homem que possui este
cinto, e o entregarão nas mãos dos
gentios’”.
Ágabo teve uma revelação genuína do Espírito Santo. Ele interpretou a revelação corretamente, descrevendo com ações o que aconteceria
com Paulo. No versículo 12, lemos
que os que estavam presentes tentaram convencer a Paulo a não ir mais
a Jerusalém. A aplicação deles da
profecia é no sentido de desanimar a
Paulo no sentido de ir a Jerusalém,
mas ele, com confiança e certeza,
afirmou: “Que fazeis vós, chorando
e magoando o meu coração? Porque
eu estou pronto, não somente a ser
amarrado, mas também a morrer em
Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (v. 13).
A revelação estava correta. A interpretação estava correta. No entanto, a aplicação pelos que ouviram a palavra profética não estava
correta. Paulo sabia disto, porque o
Espírito Santo já havia revelado o
que estava à frente para ele, e ele
disse: “E eis que agora eu vou
amarrado no espírito a Jerusalém,
não sabendo o que acontecerá comigo lá, exceto que o Espírito San-
to testifica em todas as cidades, dizendo que prisões e tribulações me
aguardam. Mas nenhuma dessas
coisas me abala, nem tenho a minha vida por preciosa, a fim de que
eu possa terminar a minha corrida
com alegria, e o ministério que eu
recebi do Senhor Jesus, para testemunhar do Evangelho da graça de
Deus” (At 20:22-24).
A profecia confirmou o que o Espírito Santo havia revelado a Paulo,
antes do seu encontro com Ágabo.
Quando as emoções da aplicação da
profecia estavam fazendo com que
os outros possivelmente não compreendessem o plano de Deus, Paulo ficou firme em sua decisão de ir a Jerusalém. Ele já sabia o que Deus lhe
havia dito para fazer.
6. Direcionamento do Espírito
Santo Através da Sua Paz
“Porque com alegria saireis, e
em paz sereis guiados...” (Is 55:12.)
Dentre todas as maneiras pelas
quais o Espírito Santo nos direciona,
há um aspecto que deve sempre estar presente: a paz de Deus. Deus
não é o Autor de confusão, temor,
ansiedade ou desespero (1 Co 14:33).
Ele é o Deus da paz. Nada é impossível para Ele. “E que a paz de Deus
domine em vosso coração, à qual
também fostes chamados em um só
corpo; e sede agradecidos.” (Cl
3:15.) Em outras palavras, permita
que a paz de Deus seja uma influência básica, que lhe diga quando entrar em ação ou não.
O desejo de Deus é que cresçamos em nossa sensibilidade com relação à Sua paz e presença em nossa
vida. À medida que crescemos em
nosso relacionamento com Ele, não
precisamos necessariamente colocar
um novelo de lã (Jz 6:36-40) nem
receber um sinal (Mt 12:38-42) para
seguirmos o Seu direcionamento.
Podemos depender da presença contínua de Cristo e da paz de Deus para
sermos direcionados.
É importante percebermos que
Satanás não consegue imitar a paz
de Deus nem o amor de Deus.
Quando aprendemos a confiar e a ser
dirigidos pelo amor e a paz de Deus,
não somos tão facilmente desviados
do caminho certo.
Certeza Poderosa
Como podemos andar na paz de
Deus? Começa com o fato de vermos e crermos que servimos a um
grande Deus. Lembre-se: Não há
nada que seja impossível para Deus!
Absolutamente nada! (Veja Mateus
19:26; Lucas 1:37; Filipenses 4:13.)
Deus também fez uma promessa
de que Ele nunca o deixaria nem o
abandonaria! Deus o vê como a um
filho!
Finalmente, à luz de quem Deus
é para nós, precisamos pegar todas
as ansiedades e temores, e tomar uma
decisão consciente de colocá-los na
Cruz do Calvário. “Não estejais ansiosos por coisa alguma; antes, as
vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças.
E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” (Fp 4:6,7; veja também Isaías
26:3; 1 Pedro 5:6,7.)
A paz de Deus – juntamente com
a convicção de pecado, produzida em
nós pelo Espírito Santo; a Bíblia; o
Espírito Santo fazendo com que nos
lembremos das Escrituras, a direção
das circunstâncias pelo Espírito Santo e os mensageiros do Espírito Santo – nos fornece uma poderosa certeza de que estamos trabalhando
com Deus, e não somente para
Deus. Isso permite com que andemos com uma confiança maior em
nosso relacionamento com Deus, em
nosso chamado, e em nosso ministério.
O Objetivo de Sermos
Dirigidos Pelo Espírito
Permita-me encorajá-lo a ser uma
voz para Deus, e não um eco. Isso
significa que você precisa ser capaz
de discernir a Sua voz. Você precisa
ter a confiança em seu chamado e ministério para proclamar o que Ele diz
e para executar as Suas instruções e
direções. Você tem um ministério e
chamado espiritual.
Buscando Primeiro o Reino
de Deus
Contudo, a maioria de nós começamos o nosso ministério como ecos!
Isso significa que, quando começamos, freqüentemente copiamos ou
imitamos os que são os nossos
mentores ou exemplos para nós no
ministério.
Quando comecei no ministério,
eu imitava a maneira pela qual outros pastores se vestiam, andavam e
falavam. Eu ensaiava as mensagens
que havia ouvido de outros e tentava
pregar ou ensinar essas mensagens
como se fossem minhas. Eu era um
eco! Parecia mais fácil ser um eco
do que desenvolver o meu relacionamento com Deus e aprender a
ouvi-Lo.
É aqui que está o problema. Se
desenvolvermos o hábito de buscarmos as direções dos homens (livros,
fitas, TV, rádio, amigos), então não
estaremos batendo, buscando e pedindo a plenitude do Espírito Santo.
Jesus fez a seguinte afirmação,
com relação à promessa do Pai: “E
Eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vosá; buscai e achareis; batei, e abrirse-vos-á.
“Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem
bate, abrir-se-lhe-á.
“E qual o pai dentre vós que, se o
filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe,
lhe dará por peixe uma serpente?
“Ou ainda, se lhe pedir um ovo,
lhe dará um escorpião?
“Pois se vós, sendo maus, sabeis
dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais dará o Pai Celestial o
Espírito Santo aos que Lhe pedirem!” (Lc 11:9-13.)
Se você desejar mais do Espírito
Santo, você terá de olhar e depender
de Deus, e não do homem. Você terá
de buscar o Reino de Deus, e não o
reino dos homens e deste mundo (Mt
6:33).
Após a Sua ressurreição, Jesus
apareceu aos Seus seguidores e reafirmou a promessa: “E, estando reunido com eles, ordenou-lhes que não
saíssem de Jerusalém, mas que esperassem pela promessa do Pai, que,
disse Ele, ‘de Mim ouvistes’” (At
1:4).
Finalmente, Jesus disse: “Mas recebereis poder, quando o Espírito
Santo vier sobre vós; e ser-Me-eis
testemunhas em Jerusalém, e em
toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra” (At 1:8).
“Minhas Testemunhas...”
Quando aplicamos Atos 1:8, muito freqüentemente o aplicamos num
sentido evangelístico: seremos capacitados para “testemunhar”. Ainda
que seja uma afirmação verdadeira,
também é muito limitadora.
Se eu devo verdadeiramente ser
uma testemunha para Jesus, isso significa que testificarei sobre o que Ele
diz e faz. Isso não se limita à ousadia na evangelização, e também subentende que o testemunho é ativo,
pessoal, e é agora!
Eu sou uma testemunha para Jesus porque eu converso com Ele diariamente, e Ele conversa comigo,
através do Seu Espírito Santo.
Se você quer ser uma voz para
Deus – e ter a certeza de que este é o
plano de Deus para sua vida – então
você também precisa ter a expectativa de que o Espírito Santo fará o
que Ele prometeu que faria em Sua
Palavra!
Isso significa que você não recorrerá à sua própria força ou planos
para realizar a vontade de Deus. É
como se você dissesse: “Deus, a
menos que Tu me mostres o que fazer, eu não me mexerei. A menos que
Tu me dês o que falar, eu não falarei.
A menos que a Tua presença vá comigo, eu não irei” (veja Êxodo
33:15).
Ser uma voz para Deus é a razão
pela qual você foi chamado e criado. Busque, e você achará; bata, e
abrir-se-lhe-á; peça, e ser-lhe-á
ATOS
dado!
A Vida Espiritual, por Dr. Victor L. Torres, Jr.
Capítulo 8
Mantenha os Olhos no Prêmio!
“De tudo o que se tem ouvido, a
conclusão é: Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos, porque
este é o dever de todo homem.” (Ec
12:13.)
O objetivo deste artigo é exortar
a todos nós a crermos mais em nosso relacionamento com Deus, em
nosso chamado, e em nosso ministério. Para que isso aconteça, precisamos ser capazes de discernir a voz
de Deus e termos a confiança de saber que Ele ouve a nossa voz. E é
somente o Espírito Santo que pode
nos dar este tipo de confiança espiritual.
Essa confiança espiritual é essencial para o cumprimento do nosso
propósito, chamado e ministério, que
é proclamarmos o que Deus nos diz
e executarmos Sua instrução e direção. Nós temos um ministério espiritual!
Como pastores e líderes, aceita-
mos o desafio de irmos além da Cruz
de Cristo, a fim de cumprirmos o
chamado de Deus em nossa vida. Em
outras palavras, não estamos contentes com o fato de estarmos salvos
somente. Desejamos ser ferramentas
nas poderosas mãos de Deus, para
também vermos outras vidas salvas,
e para sermos mais do que vencedores nesta vida!
Fundamento da Vida e do
Ministério
É importante considerarmos freqüentemente o fundamento da nossa
fé e da nossa vida. Nas ocupações e
pressões do ministério, é fácil ficarmos perdidos e nos esquecermos a
Quem servimos e a Quem pertencemos.
Quando acharmos que estamos
perdidos – ou que perdemos de vista
o nosso primeiro amor – não devemos simplesmente continuar indo em
frente, como muitos o fazem. Não!
Em vez disso, precisamos dar marcha a ré e regressar ao lugar correto,
para começarmos uma vez mais deste ponto a uma nova direção. Este lugar correto é a Cruz de Cristo, a Cruz
do Calvário. É deste ponto – lembrando-nos de Jesus Cristo, do que
Ele fez por nós, e do que Ele significa para nós – que recuperamos a nossa perspectiva correta. Na Cruz, recebemos uma nova perspectiva do
propósito e do plano de Deus para
nossa vida, através do nosso relacionamento com Ele.
Na essência do nosso relacionamento com Deus está o fato de que
somos Seus filhos. Isso é muito mais
importante do que o fato de que somos ministros e líderes. A verdade
do nosso “status de filhos” – o fato
de que Ele é o nosso Pai – é o que
deve nos manter no centro da Sua
vontade e propósito.
O nosso propósito é andarmos
com o nosso Pai, como filhos do nosso Deus. É somente depois que temos uma segurança em nosso relacionamento com Ele
como nosso Pai que podemos ter a base para a tarefa
que Ele nos deu como ministros e líderes.
Quando compreendemos
o coração do Pai no sentido
de glorificar o Seu Filho, Jesus, através do Espírito Santo, desenvolvemos então um
sólido fundamento de confiança espiritual. É esta confiança que faz com que compreendamos o como e o porquê Jesus Cristo precisa ser
o fundamento da nossa vida
e ministérios.
Pelo fato de que confiamos em Jesus, isto somente já nos qualifica a sermos
filhos de Deus. O servir, ou
o ministério, é simplesmente o que os filhos fazem –
porque amam ao seu Pai e
foram capacitados pelo Espírito Santo para este exato
propósito.
zado à medida que o Seu Santo Espírito Se comunica com o nosso espírito, e que o nosso espírito se comunica com o Espírito Santo. A comunicação espiritual é vital no recebimento da
obra do Espírito Santo no
discipulado, na santidade, e
na capacitação para o ministério.
Precisamos cultivar a capacidade de ouvir e seguir o
Espírito Santo à medida que
Ele nos guia, nos dirige e nos
direciona – tanto no ministério como em nossa vida cotidiana.
Como é maravilhoso o fato
de que Deus deseja ter comunhão conosco. Com toda a
certeza, Ele está ao nosso
lado nas crises do ministério
e da vida. No entanto, a Sua
maior alegria é o fato de que
andamos com Ele diariamente nesta vida.
À medida que desenvolvemos a nossa conscientização
de que Deus está dentro de
nós, podemos ter uma comunhão com Ele durante os
acontecimentos diários da
A Comunicação
vida. Isto traz o enfoque a
Espiritual é Vital
uma compreensão mais claO nosso relacionamento
ra do versículo: “Orai sem
com Deus é espiritual. Porcessar” (1 Ts 5:17), que suDeus é Espírito, e os que O
tanto, precisamos começar a
bentende uma comunicação
adoram precisam adorá-Lo em
ver a nós mesmos como secontínua com o nosso Pai
espírito e em verdade (Jo 4:24).
res espirituais. Os elementos
Celestial.
essenciais do nosso ministéA vida espiritual é de fato
rio – a Palavra de Deus, o Espírito Bíblia revela que ficamos tremenda- uma vida emocionante – repleta de
Santo, e a fé que vem de Deus – são mente limitados se dependemos so- uma alegria e de uma paz interna que
todos espirituais em sua natureza e mente das nossas forças físicas e da somente podem vir quando estamos
funcionamento. Vimos claramente nossa alma (mente, vontade e emo- tendo uma comunhão diária com
que a Palavra de Deus ensina que ções) para fazermos a vontade de Deus. Ele não o enviou numa missomos espirituais em nossa nature- Deus ou para ouvi-Lo. Ele nos criou são sozinho. A promessa d’Ele é que
za.
como seres espirituais, não só para Ele nunca o deixará nem o abandoContudo, somos também corpo e que pudéssemos viver com Ele no nará. Ele lhe deu tudo o que você
alma. Temos a tendência de nos sen- Céu um dia, mas também para que precisa para cumprir a vontade e o
tirmos mais familiarizados e confor- tivéssemos comunhão espiritual com propósito d’Ele para a sua vida. Portáveis funcionando nestas duas áre- Ele agora.
tanto, aproveite tudo o que Deus lhe
as. Devido a isso, temos uma tendênLembre-se: “comunhão espiritu- forneceu através da Sua Palavra e do
cia natural de confiarmos e de de- al” simplesmente significa uma co- Seu Espírito. Esse é o grande privipendermos das nossas próprias for- municação bilateral entre Deus, que légio – e o grande requisito – de uma
ATOS
ças e entendimento.
é Espírito, e o homem. Isso é reali- vida espiritual de fato!
No entanto, Deus é Espírito, e os
que O adoram precisam adorá-Lo em
espírito e em verdade (Jo 4:24). A
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